O Gosto Público Que Sustenta O Teatro Subsídios Para O Estudo Da Vulgarização Do Pensamento Teatral Oitocentista Em Portugal Volume 2
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UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS O Gosto Público que sustenta o Teatro Subsídios para o estudo da vulgarização do pensamento teatral oitocentista em Portugal Volume 2 José Guilherme Mora Filipe (Guilherme Filipe) Orientadora: Profª Doutora Maria Helena Serôdio Tese especialmente elaborada para obtenção do grau de Doutor no ramo de Estudos Artísticos, na especialidade de Estudos de Teatro Júri: Presidente: Doutora Maria Cristina de Castro Maia de Sousa Pimentel, Professora Catedrática e Membro do Conselho Científico, da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Vogais: - Doutora Maria Eugénia Miranda Afonso Vasques, Professora Coordenadora da Escola Superior de Teat ro e Cinema, do Instituto Politécnico de Lisboa; - Doutora Ana Isabel Pereira Teixeira de Vasconcelos, Professora Auxiliar do Departamento de Humanidades da Universidade Aberta; - Doutora Maria Helena Zaira Dinis de Ayala Serôdio Pereira, Professora Catedrática Aposentada da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; - Doutora Maria João Monteiro Brilhante, Professora Associada com Agregação da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; - Doutora Maria João Oliveira Carvalho de Almeida, Professora A uxiliar da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa . 2017 i ii Lista de tabelas Tabela 1 - Tipologia de atores e papéis no drama e tragédia ................................ 47 Tabela 2 - Tipologia de atores e papéis na comédia ................................................ 47 Tabela 3 - Especialidades teatrais .............................................................................. 136 Tabela 4 - Individualidades dramáticas .................................................................... 136 Tabela 5 - Teatros por distrito continental (1866) ................................................. 174 Tabela 6 - Teatros por distrito insular (1866) ......................................................... 174 i Lista de abreviaturas e siglas AESTC – Arquivo da Escola Superior de Teatro e Cinema AHCM – Arquivo Histórico do Colégio Militar AHM - Arquivo Histórico Militar ANTT – Arquivo Nacional da Torre do Tombo BATDMII – Biblioteca Arquivo do Teatro Nacional D. Maria II BNP – Biblioteca Nacional de Portugal IGP – Intendência Geral de Polícia do Reino e da Corte MNT – Museu Nacional de Teatro MR/ DGIP – Ministério do Reino/ Direção Geral de Instrução Pública ii Índice Lista de tabelas i Lista de abreviaturas e siglas ii Índice iii Parte III – Quatro teorizadores da Arte Teatral 1 1. Manuel de Macedo: o artista multifacetado 2 1.1. A Arte no Teatro ou a afirmação do cenógrafo 7 1.1.1. Explicação da Arte, ilusão desvendada 17 1.1.2. A perspetiva económica ou os mistérios do teatro 27 1.2. A Arte Dramática ou a compreensão do ator 30 1.2.1. “A Arte Dramática nos tempos modernos” 34 1.2.2. Panorama da expansão da estética realista 38 1.2.3. Preceito para uma Arte de Representar 44 2. Augusto de Mello: o rigor da escrita de cena 61 2.1. A afirmação do encenador: o Manual do Ensaiador Dramático 64 2.2. O teatro antigo e a mise-en-scène 70 2.3. “A aproximação do teatro moderno e a mise-en-scène” 75 2.4. Para uma metodologia de trabalho do ensaiador 82 2.4.1. Importância da abordagem dramatúrgica 83 2.4.2. Importância da montagem do espetáculo 85 2.4.3. Uma atividade complexa: a direção de atores 88 3. Luís da Costa Pereira: a defesa de um sentido pedagógico 94 3.1. Rudimentos da Arte Dramática : com ciência no teatro 96 3.2. Instrumentos fundamentais para o exercício de ator 104 3.2.1. A arte da memória: criação de imagens 104 3.2.2. O poder da palavra e o convencimento 105 3.2.3. O gesto, essa essência global da representação 109 3.3. Análise do discurso para leitura e recitação 114 3.4. Para uma experiência emocional da representação 116 3.5. O “livro extraordinário de Darwin - L’expression des émotions chez l’homme et chez les animaux” 119 3.6. Os Rudimentos aplicados ao palco 121 4. Augusto Garraio: o alargamento da esfera de ação do teatro 124 4.1. O Manual do Curioso -Dramático: um “guia prático” de formação de atores 126 4.2. Da escolha da peça à estreia do espetáculo 129 4.3. Uma matriz interpretativa a partir de um retrato social 135 iii 4.3.1. As “especialidades” do ator: ilustrações impressionistas do quotidiano 137 4.3.2. As “individualidades” do dramaturgo: fixação de uma tipologia social 148 4.4. Sete regras para a construção de um papel 155 4.5. A nova edição revista e aumentada de 1911 157 Parte IV - Conclusão 163 Bibliografia 189 Apêndices 243 1. Tabela de teatros particulares não aristocráticos em Lisboa no primeiro quartel de Oitocentos 243 2. Tabela de coleções dramáticas do século XIX 244 3. Tabela de publicações dramáticas do editor A. J. Lopes (1854 – 1867) 246 4. Tabela de publicações dramáticas de “Theatro para rir”, de António Maria Pereira (1857 – 1861; 1867) 249 5. Tabela de publicações dramáticas de “Theatro Moderno”, de Miguel Cobellos e Francisco Palha (1857 – 1859) 251 6. Tabela de publicações dramáticas de “Bibliotheca Theatral: collecção de peças jocosas representadas com aplauso nos theatros publicos”, da Livraria J. Marques da Silva (1861 – 1882) 253 7. Tabela de publicações dramáticas de “Theatro para todos”, da Livraria Verol e Verol júnior (1862 - 1868) 257 8. Tabela de publicações dramáticas de “Theatro escolhido: Collecção de dramas e comédias”, da Livraria de Campos Júnior (1864 - 1872) 258 9. Tabela de publicações dramáticas de “Bibliotheca Lisbonense”, de Joaquim José Annaya (1865 - 1873) 259 10. Tabela de publicações dramáticas de “ Theatro contemporâneo” (1869 – 1873), de Augusto Ernesto de Castilho e Mello e Guilherme Celestino 262 11. Tabela de publicações dramáticas de “ Bibliotheca theatral” (1874 – 1875), de Augusto Ernesto de Castilho e Mello e Aristides Abranches 263 12. Tabelas de publicações dramáticas da Livraria Económica de Domingos Fernandes (1876 – 1882?) 264 12.1. Theatro Comico: colecção de peças jocosas 264 12.2. Theatro dos curiosos. Collecção de peças para salas e theatros particulares 264 13. Tabelas de publicações dramáticas da Livraria Económica, de Frederico Napoleão de Victoria (c.1889 - 1907) 266 13.1. Theatro escolhido, próprio para amadores e de agrado certo 266 13.2. Coleção de coplas de diversas óperas cómicas 269 14. Tabelas de autores de monólogos dramáticos e cançonetas 269 iv 15. Tabelas de publicações dramáticas da Livraria Popular, de Francisco Franco 275 15.1. Collecção de peças theatraes para salas e teatros particulares 275 15.2. Bibliotheca Dramática Popular 286 16. Referências bibliográficas de alguns autores 296 16.1. Carvalho, Licínio Fausto Cardoso de (1854) 296 16.2. Bastos, António Sousa (1898) 298 16.3. Machado, A Victor [19 --] 303 16.4. Machado, A Victor [19 --] 304 Índice remissivo 306 v vi Parte III – Quatro teorizadores da Arte Teatral O artista não é, nem nunca foi , um homem isolado que vive no alto de uma torre de marfim, o artista (mesmo aquele que mais se coloca à margem da convivência) influenciará necessariamente, através da sua obra, a vida e o destino dos outros. Mesmo que o artista escolha o isolamento como melhor condição de trabalho e criação, pelo simples facto de fazer uma obra de rigor, de verdade e de consciência, ele irá contribuir para a formação de uma consciência comum […]: Somos, por direito natural, herdeiros da liberdade e da dignidade do ser. Sofia de Mello-Breyner Andresen, Arte Poética III (1964) 1 1. Manuel de Macedo: o artista multifacetado Como era seu hábito, Sousa Bastos andou solicitando aos seu s contemporâneos ligados ao teatro que lhe faculta ssem informação biográfica para a Carteira do Artista (1898). Moveu meio mundo, conseguindo dados para um “aranzel autobiográfico” (Bastos 1898: 757) sobre Manuel de Macedo (Manuel Maria de Macedo Pereira Coutinho Vasques da Cunha Portugal e Menezes, 01/05/1839 – 26/05/1915)1. O anuário artístico inscreveu, no verbete correspondente à data de nascimento do visado, a missiva que o próprio redigira (id., ibid.: 757- 58), prestando assim homenagem àquele que Ramalho Ortigão havia retratado como: Espírito eminentemente moderno, todo penetrado dos processos críticos das novas escolas literárias e artísticas, amante fiel da realidade, estudando incessantemente o modelo e a vida, possuindo a consciência plena do fim social da arte (Ortigão 1945: 248). Apesar de reticente, Macedo aceita revelar, com a ironia crítica que lhe é particular, alguns “factos gerais de carreira em extremo complexa” (Bastos 1898: 757): Renitente à excessiva publicidade – desadoro o reclamo – sou dos velhos – artista entrincheirado por detrás da obra – e sebo para as saturnais de palhaços a acudirem chocalhos e guizos nos degraus da barraca, na feira. – Quanto a retrato, não tenho; durante o meu período de desenhista, não me mordeu a pulga – desenhei o retrato de toda a gente – creio eu, à exceção do própri o – mas que quer? Você não tem sabido de cozinheiros que têm horror ao cheiro dos molhos, e que, quando lhes dá a fome, jantam fruta? – Ora aí está (Bastos 1898: 757 ). Natural de Verride (Montemor-o-Velho), Macedo nasceu de “estirpe ilustre” - seu pai era Par do Reino –, porém, com a morte deste, sem direito a herança, por ser filho segundo e sujeito à lei do morgadio, vendo-se “sem um real”, decidiu seguir a vocação artística do desenho 1 Sobre Manuel de Macedo, cf. B ASTOS , António de Sousa (1898), Carteira do Artista, pp. 757-58; id . (1908), Dicionário do Teatro português , p.215; ORTIGÃO , Ramalho, As Farpas, pp. 418, 448-450; S ANTOS , Sónia Barros dos, “A cor na literatura técnica artística portuguesa durante o século XIX”, MTPNP, Materiais e Técnicas de Pintores do Norte de Portugal – Introdução e circulação de novos materiais de Belas Artes em Portugal no século XIX - Processo nº 3-6-15-6-1199 (QREN), pp.1-10. 2 “de que já tinha princípios, mediante lições de professores estrangeiros” (ibid.: ibid.), tendo contactado, desde muito novo, com as modernas correntes europeias. O apoio do seu irmão mais velho, Henrique, fê-lo seguir os seus passos.