República Federativa do Brasil Ministério de Minas e Energia Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais Diretoria de Geologia e Recursos Minerais Departamento de Recursos Minerais

OURO DE NATIVIDADE ESTADO DO

Vergílio Augusto Radaelli

Superintendência Regional de Goiânia 2000

EQUIPE TÉCNICA

ELABORAÇÃO DO INFORME EXECUÇÃO DA PESQUISA

Joffre Valmório de Lacerda Filho Gilberto Scislewski Gerente de Recursos Minerais Pedro Sérgio Estevam Ribeiro Joffre Valmório de Lacerda Filho Ivan Wilson Brandão Oliveira Coordenação de Recursos Minerais Gerente de Rel. Institucionais e Desenvolvimento

Vergílio Augusto Radaelli Idair Alves Brabdão Supervisor Cipriano Cavalcante Oliveira Supervisor Luiz Carlos de Melo Digitalização Vergílio Augusto Radaelli Gláucia Fátima de Oliveira Afonso Chefe do Projeto Digitação

Vergílio Augusto Radaelli Diagramação e Montagem

Impressão pela Superintendência Regional de Porto Alegre. Coordenação: Geól. Luís Edmundo Giffoni Informe de Recursos Minerais Série Oportunidades Minerais - Exame Atualizado de Projeto, nº 08

Ficha Catalográfica

R124 Radaelli, Vergílio A. Ouro de Natividade - Estado do Tocantins. - Goiânia : CPRM, 2000.

1 v. ; il - (Informe de Recursos Minerais, Série Oportunidades Minerais - Exame Atualizado de Projeto, n.º 08)

1. Depósitos Minerais: Brasil I. Título II. Série CDU 553.4 (81) CDD 553.4

Apresentação

O Informe de Recursos Minerais objetiva sistematizar e divulgar os resultados das atividades técnicas da CPRM nos campos da geologia econômica, prospecção, pesquisa e economia mineral. Tais resultados são apresentados em diversos tipos de mapas, artigos bibliográficos, relatórios e estudos.

Em função dos temas abordados são distinguidas oito séries de publicações, abaixo relacionadas, cujas listagens são apresentadas ao fim deste Informe:

1) Série Metais do Grupo da Platina e Associados;

2) Série Mapas Temáticos do Ouro, escala 1:250.000;

3) Série Ouro - Informes Gerais;

4) Série Insumos Minerais para Agricultura;

5) Série Pedras Preciosas;

6) Série Economia Mineral;

7) Série Oportunidades Minerais - Exame Atualizado de Projetos;

8) Série Diversos.

A aquisição de exemplares deste Informe poderá ser efetuada diretamente na Superintendência Regional de Goiânia ou na Divisão de Documentação Técnica, no Rio de Janeiro. Os endereços e e-mails correspondentes estão listados na contracapa.

1. Introdução

O presente documento constitui o subseqüente dos depósitos superficiais deu Informe de Recursos Minerais referente à lugar à atividade agropastoril de subsistência, pesquisa de ouro no denominado Projeto cujo caráter vem sendo substituído, nos Natividade, localizado no município homôni- últimos decênios, por empreendimentos mais mo, na região sudeste do Estado do Tocantins. compatíveis com as empresas modernas, sobretudo na pecuária bovina. O desenvolvimento dos trabalhos de pesquisa permitiu que os conhecimentos O incremento no preço do ouro no evoluíssem, levando à delimitação de um mercado tem propiciado efêmeras retomadas depósito aurífero hidrotermal, alojado em das atividades garimpeiras na região, como a veios e vênulas de quartzo e hospedado em observada em 1992, em ciclos esporádicos espaço restrito de extensa zona de deforma- que declinam, tão logo se tornem antieconô- ção regional. A ampla distribuição espacial, micos, quer por esgotamento dos jazimentos em comprimento e largura, deste ambiente mais superficiais, quer por diminuição do valor tectônico que gerou e porta a mineralização - unitário do bem. Lineamentos Transbrasilianos - implica asso- ciá-lo aos muitos outros encontrados ao longo Em um contexto metalogenético mais desta faixa de deformação. amplo, o depósito de Natividade constitui tão- somente uma das muitas acumulações aurí- A ocupação primitiva da região feras dispersas ao longo de faixas regionais, decorreu da atividade extrativa de ouro no dentre as quais a Mina da CVRD de Almas é o século XVIII pelos bandeirantes. A exaustão exemplo mais expressivo.

1 2. Localização, Acesso e Infra-Estrutura

A área objeto dos trabalhos de pes- até aquela cidade. O segundo inteiramente quisa localiza-se na região sudeste do Estado no Estado do Tocantins composto pelos do Tocantins. Situa-se a cerca de 40 km a itinerários: Alvorada em direção a NE, até a norte da cidade de Natividade e a 120 km a sul interseção com a rodovia TO-220, nas circun- de . O Ribeirão Formiguinha e vizinhanças de , por 100 km de estrada o Morro do Socavão são as feições geográ- sem asfalto (TO-339), a partir de onde se ficas naturais de referência. atinge Natividade, por 100 km de rodovia recentemente asfaltada. O acesso regional a Natividade é feito em dois segmentos. O primeiro quase inte- O acesso local é constituído pelos gralmente no Estado de Goiás , em 530 km de percursos: Natividade para norte, por mais 40 rodovias asfaltadas, até Alvorada do Tocan- km de rodovia asfaltada (TO-440) até a entra- tins, em dois subtrechos: os 90 km iniciais pela da da fazenda onde se localiza o depósito e, GO-080, até o entroncamento com rodovia deste ponto, por mais 8 km de rodovia vicinal Belém-Brasília nas proximidades de Jaraguá ().figura 1 e os demais 440 km, deste local, pela BR-153,

Barcarena Barcarena São Luis Belém LOCALIZAÇÃO

Morro

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Porto o

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T (Projeto)

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r o ioi A n h a 3 R u i 5 i g 1 r m - o o Sul F R i Santa Dianópolis B RioR Araguaia Rosa TO - 220

Almas Rib. Gurupi Chapada Natividade

MATO GROSSO Peixe Acampamento CPRM

BAHIA r a s Norte d e P TO - 339 TOCANTINS Alvorada Paranã do Tocantins Conceição P. Nacional e Palmas as d do Tocantins Pindorama Palmeirópolis

- Rio (alinhamento aproximado)

110 30’

Ferrovia Porangatu Campos Belos Santa UHE Serra Tereza da Mesa m e g a g a B

Rio Uruaçu GOIÁS - 153 São João Chapada drenagem BR da Aliança cidade

campo de pouso

Brasília MINAS sede de fazenda Jaraguá GERAIS rodovia asfaltada rodovia sem asfalto

estrada vicinal

GO-080 Anápolis depósito mineral área de pesquisa 50 0 100km (remanescente) Goiânia Natividade 2,5 0 5km Santos São Paulo ESCALA ESCALA 470 50’

Figura 1 - Localização e acesso

A malha viária do Estado do Tocantins que permitem o acesso ao litoral (Salvador- encontra-se em pleno desenvolvimento. No BA), e da capital do Estado do Tocantins intervalo de tempo entre a conclusão dos (Palmas) a (Rodovia Luiz Carlos Pres- trabalhos de pesquisa (1993) e o presente, tes), como parte final da ligação a Brasília, foram executadas integralmente as obras de ambas se entrecruzando em Natividade. asfaltamento dos trechos Gurupi-Dianópolis,

2 Série Oportunidades Minerais - Exame Atualizado de Projeto, 08

Os aeroportos de Palmas e de Porto possíveis demandas. Nacional são servidos por vôos comerciais e possuem plenas condições para operações As acumulações hídricas do sistema diurnas de jatos de médio porte (Boeing-737, de drenagem do ribeirão Formiguinha são Focker-100, etc.). Natividade possui campo estimadas como suficientes para atender de aviação para monomotores, assim como eventuais necessidades de lavra, havendo os possuem também algumas fazendas da ainda a alternativa de suprimento de água região. pelo rio das Pedras, distante cerca de 10 km a sul do depósito. O quadro de infra-estrutura energéti- ca geral era extremamente deficitário à época A atividade extrativa do ouro, origi- da realização das pesquisas: fornecimento nalmente geradora de riqueza e motivo da precário, esporádico e limitado apenas aos ocupação da região no século XVIII e que núcleos urbanos de Natividade, Santa Rosa e nunca cessou integralmente, haja vista suas Chapada. Tal situação carente evoluiu poste- retomadas intermitentes por mais de duas riormente com a entrada em operação de centenas de anos, foi seguida pela economia hidrelétricas regionais: Dianópolis (9,0 MW, agropastoril de subsistência, a qual, por sua em 03/97; 4,8 MW, em 12/97 e 5,5 MW, em vez, vem sendo substituída paulatinamente, 03/98), Taguatinga (4,8 MW, em 10/98) e nos últimos anos, pela pecuária bovina (5,1 MW, em 03/99), que acres- empresarial. centaram a energia suficiente para o pleno atendimento daquelas demandas reprimidas. Os núcleos urbanos mais próximos (Santa Rosa, Chapada e Natividade) não pos- Entretanto, no que diz respeito a suem infra-estrutura para suprir as demandas fornecimento abundante e seguro de energia que se associam a instalações de investi- elétrica para um empreendimento mineiro de mentos mineiros empresariais (rede hoteleira, porte, a eventual entrada em operação da lazer, mão-de-obra qualificada, rede hospi- Hidrelétrica de Lajeado (850,0 MW), em talar, habitações, etc.), podendo tais deman- dezembro de 2001 e distante cerca de 160 km das serem supridas na cidade de Porto Nacio- do depósito, garantirá com segurança as nal, distante 120 km.

3 3. Situação Legal

A área remanescente do projeto elaborado em razão de resultados analíticos refere-se a pedido de pesquisa para apatita, obtidos após a protocolização do mencionado relativo ao Processo DNPM 860.163/84, Relatório Final. Alvará n.º 1916/85 (renovado pelo Alvará n.º 085/92), com averbação para ouro em 1987. 5.000 m DNPM 860.163/84 A superfície original de 8.514 ha foi (8.514,56 hectares)

reduzida para 3.977,05 ha em 1993 (figura 2 ). 3.500 m 8 4.486 m 1 10.000 m 6 7 1.750 m 848 m O Relatório Final de Pesquisa foi sub-

ÁREA 3.102 m metido ao DNPM em 06/01/94; a respectiva REMANESCENTE 9.000 m (3.977,05 ha) 2 m 514 m 3

vistoria de campo foi realizada em março de 0 .50

1996; a aprovação final foi publicada em 5 5.500 m

06/12/96. 3.246 m 5 6.750 m 4 15.000 m Em 19/06/96 foi submetido ao DNPM um Relatório Complementar de Pesquisa, Figura 2 - Situação legal

4 4. Fisiografia

Sobre uma superfície regional extre- A área de pesquisa está inteiramente mamente aplainada ocorrem, localmente, ele- circunscrita à zona aplainada, com cotas vações isoladas de porte considerável, como médias de 350 m, tendo por substrato os o Morro do Socavão e a Serra da Natividade Terrenos Granitóide-Gnáissico-Migmatíticos. (fotos 1 e 2 ), que alcançam até cerca de 300 O padrão de drenagem é dendrítico de baixa m acima da planície regional. Estes acidentes densidade. Os drenos regionais são tributá- geográficos são constituídos por restos erosi- rios perenes à margem direita do rio Tocan- vos, originados pelo recuo de escarpas de tins, cujos principais representantes são os quartzitos do Grupo Natividade, cujas decom- rios Manoel Alves, Bagagem e das Pedras, posições finais proporcionaram também os todos situados a sul da área de pesquisa, e, extensos solos arenosos das zonas baixas. Formigão e Areias, a norte. O ribeirão Formi- guinha é o coletor dos drenos que atravessam o sítio onde se realizaram os trabalhos, tendo seu curso o sentido de NE para SW.

O clima dominante caracteriza-se por duas estações bem definidas: uma chuvosa, de outubro a março, e outra seca, no restante do ano. A precipitação média anual varia de 1.025 mm a 2.075 mm.

O cerrado, denso ou sujo, constitui o Foto 1 - Relevo destacado do Morro do Socavão tipo de vegetação dominante, ocorrendo sobre superfície regional rebaixada e também, ao longo dos cursos d'água, matas aplainada. ciliares.

5 5. Contexto Geológico Regional

O substrato rochoso mais antigo é p/P 480 00” LOCALIZAÇÃO alm representado por litótipos pertencentes aos as Terrenos Granitóide-Gnáissico-Migmatíticos PROJETO s de idade arqueana. a NATIVIDADE r d e PedrasP Para leste e sudeste da área do proje- RioR das to, na região compreendida entre Conceição i o i o RioR Almas do Tocantins e Almas e nas circunvizinhanças ManuelM 1 a atividade n u e l Natividade N da cidade de Natividade, extensas áreas de de

A l v greenstone belts estão delimitadas. Serra e s

0 Intrusões graníticas ocorrem tanto RioR 12 00”

i o associadas aosgreenstone belts , como tam- 53 2 -1 BR bém, de forma isolada, a noroeste e sudeste. p/ Conceição T o c do Tocantins a n Seqüências metassedimentares t i

n p/Brasília proterozóicas ocorrem na região sul-ocidental s Adaptado do Mapa Geológico do Estado e a leste de Natividade, onde remanescentes de Goiás - MME-DNPM-DGM, 1987 erosivos das unidades quartzíticas afloram, PALEOZÓICO ARQUEANO formando serras isoladas, das quais a mais Coberturas sedimentares Intrusiva ultramáfica da Bacia do Parnaíba Sequências tipo representativa é a própria Serra de Nativi- greenstone belt PROTEROZÓICO MÉDIO (1=Natividade-Almas; 2=Conceição do Norte) Terrenos Granitóide- dade (foto 2 ). Gnássico-Migmatíticos Seqüências metassedimentares (grupos Serra da Mesa e Natividade) 20 0 40km Lineamentos Intrusivas graníticas Transbrasilianos ESCALA Figura 3 - Esboço geológico regional esquemático

deformacionais do Ciclo Brasiliano, do que resultaram lineamentos estruturais decorren- tes de um sistema transcorrente de orientação NNE-SSW, impresso ao longo de uma faixa com cerca de 700 km de comprimento por 200 km de largura nos estados de Goiás e Tocan- tins (Lineamentos Transbrasilianos). Esta faixa está encoberta nas extremidades N e S pelos sedimentos das bacias do Maranhão a Foto 2 - Crista de quarzitos da Serra de Nati- nor-nordeste e do Paraná a sul-sudoeste. vidade nas proximidades da cidade homônima (vista de norte para sul). Tal tectonismo possui características que indicam uma evolução inicial em regime inteiramente dúctil (imensos corpos deforma- Restos de coberturas sedimentares dos plasticamente), possivelmente no Prote- paleozóicas são encontrados a cerca de 30 rozóico Inferior. Reativações subseqüentes e km a nordeste da área de pesquisa (figura 3 ). continuadas, sob um regime cada vez mais rígido no tempo, por todo o restante do Prote- Tectonicamente a região insere-se na rozóico, culminaram com a edificação de sis- faixa de terrenos afetados pelos eventos temas dehorsts e grabens no Fanerozóico.

6 6. Características da Metalogenia Regional

A metalogenia regional está profun- nescentes, gravadas nos Terrenos Grani- damente relacionada à evolução dos eventos tóide-Gnássico-Migmatíticos, como produto deformacionais superpostos, que se desen- das diversas orogêneses assíncronas de volveram durante as reativações dos Linea- amplitude regional que afetaram as seqüên- mentos Transbrasilianos e que propiciaram, cias supracrustais (grupos Araxá, Araí, principalmente no caso das mineralizações Natividade, etc.). auríferas, acumulações do tipo filoneana, hidrotermal, tectono-metamorfogênica. Nestes eventos, possivelmente, os depósitos de Cu-Zn-Pb da região de Palmei- Embora haja fortes evidências de rópolis, o de Cu de Chapada (Mara Rosa) e associação entre os lineamentos e a movi- de Ni de Americano do Brasil teriam sido mentação dos fluidos e seus posteriores gerados nos estágios iniciais da evolução, trapeamentos, no estágio atual dos conheci- sob condições de temperatura e pressão mentos não há condições para definir se tra- equivalentes à fácies anfibolito. tam-se de fluidos originais ou de produtos de retrabalhamento de concentrações prévias. Mais tardiamente, e em condições menos intensas de temperatura e pressão A geração e o trapeamento de fluidos (fácies xistos-verdes), as reativações subse- hidrotermais estariam associados a fases quentes do Sistema Transbrasiliano, através ligadas à evolução temporal da faixa dos dos mesmos processos geológicos, teriam Lineamentos Transbrasilianos. Por sua vez, propiciado as acumulações quartzo-auríferas no que concerne à evolução geológica de tal que, embora esparsas, estão, entretanto, com megaestrutura, os eventos a ela relacionados freqüência presentes regionalmente. estariam representados pelas cicatrizes rema-

7 7. Trabalhos Realizados

Os trabalhos de pesquisa foram reali- pretação, no contexto das feições morfoes- zados em três etapas seqüenciais distintas, truturais de cunho regional, segundo a mode- cada uma delas voltada a atingir objetivos lagem do Projeto Mapas Metalogenéticos e específicos definidos previamente. de Previsão de Recursos Minerais. Destes levantamentos, na escala 1:60.000, resultou a 7.1 Primeira Etapa seleção de um sítio prioritário, caracterizado por conter faixas mineralizadas associadas Na etapa inicial objetivou-se conhe- com zona de cisalhamento, que foi detalhado cer e definir as ocorrências locais de ouro em fase subseqüente (figura 4 ). primário (garimpos) e inseri-las, via fotointer-

PIx QUATERNÁRIO Qa lineamento estrutural drenagem Au Qa zona favorável PIm aluviões a mineralizações falha indiscriminada lagoa PIx PROTEROZÓICO INFERIOR área com zona de cisalhamento levantamento em semidetalhe PIm (dúctil ou dúctil/rúptil) sede de fazenda PIx milonitos e protomilonitos com maior deformação C ó PIx 2 0 4km r. r. garimpo de ouro estrada micaxistos (metavulcânicas?) Qa Au Qa ã o ESCALA v a

c C C Córr.C S o

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PIx i PIx CórrC e ó b r r.. i PIm PIm B r e R joj o d a s L Qa PIm a v r a s Figura 4 - Geologia local

20.400 7.2. Segunda Etapa LOCALIZAÇÃO 20.000 20.800

19.600 22.600 a Inicialmente, segundo a diretriz supe- i n h g u m i o r rior de procurar caracterizar um depósito para 19.200 F lavra a céu aberto para lixiviação em pilha, os estudos na área selecionada foram sustenta- ase b

b. dos por mapeamento geológico e amostra- i 22.200 linha gem de solo em escala de semidetalhe Rib.R (1:5.000, malha de 200m x 40m), com coleta N de amostras de 10kg do horizonte B, as quais A 21.800 foram bateadas e tiveram suas pintas de ouro B contadas com lupa binocular no campo. Os 21.400 CórrC ó C r resultados propiciaram a seleção de alvos r.. 20.200 B mais específicos para detalhamento (figuras rer e dasd joj o a s 21.000 L avraa v 56e). Nilo r a s Adélio B Lúcio Alvo Nas duas zonas anômalas em pintas 20.600 detalhado de ouro no solo (AB e ), foram executadas Mariano malhas adensadas (50m x 10m, 20kg de solo) 250 0 500m Solo arenoso Crosta Granito em escala de detalhe (1:1.000). Nestes sítios, (Grupo Natividade) laterítica gnaissificado ESCALA Figura 5 - Mapa geológico - semidetalhe

8 Série Oportunidades Minerais - Exame Atualizado de Projeto, 08

LOCALIZAÇÃO a i n h i g u Drenagem r m FormiguinhaF o

Escarpa

base Estrada de garimpo b. i

Rib.R linha Escavação de garimpo

Barracão, casa

N A A

Área detalhada B

Malha topográfica

Au no solo

= 1 pinta >_ 2 pintas C óórr r.r. d 200 0 400m B r e j o a s Nilo LavrasL a v ESCALA r a s Adélio

Lúcio PROCEDIMENTOS Malha topográfica: 200 x 40m Amostragem: horizonte B, de 5 a 15cm Peso da amostra: 10kg LIMITE S UL DA ÁREA DE PESQUISA Concentração: bateia manual Mariano Contagem de pintas: lupa binocular

Figura 6 - Pintas de ouro em concentrados de solo - semidetalhe nas zonas mais promissoras, também foram Da integração e correlação entre os abertos poços (2 na áreaAB e 6 na área ), dados de geologia de superfície com os dos além de trincheiras (2 naAB e 1 na ). Em todos testemunhos, estes últimos com as descri- os levantamentos foram mantidos os mesmos ções dos litótipos interceptados e seus res- procedimentos de concentração e análise das pectivos teores em ouro, foi possível conhe- amostras de solo (figura 7 ). cer o comportamento espacial dos filões quartzo-auríferos. Do conjunto dessas atividades resul- tou uma avaliação de reservas na área A Em conseqüência, foram criadas as (medida, indicada e inferida), que alicerçaram condições materiais para os cálculos das o Relatório Final de Pesquisa. reservas dos depósitos em rocha primária (filões 2, 3 e 4), que tiveram por dimensões: a) 7.3 Terceira Etapa as larguras efetivas das lavras praticadas nos garimpos;b) os comprimentos segundo as Os trabalhos desenvolvidos nesta áreas de influência dos furos (admitindo-se etapa tiveram por objetivo definir depósito que constituam o prolongamento dos primário de ouro, fundamentando-se em garimpos); e,c) as espessuras e os teores em mapeamento geológico de detalhe do sítio verdadeira grandeza, medidos nos com mineralização em rocha (áreaC ), testemunhos (figura 12 ). seguido de três furos de sonda (total de 420m), direcionados para interceptar, em Os resultados desta fase foram profundidade, o prolongamento das minera- submetidos à apreciação do DNPM, sob a lizações conhecidas nas lavras garimpeiras forma de Relatório Complementar de superficiais (figuras 8 , 9 , 10 e 11 ). Pesquisa.

9 Informe de Recursos Minerais

21.400 19.600 19.700 A1 19.800 21.320 21.400 21.480 21.400 B5 N

21.300 LOCALIZAÇÃO A1 A2 NV 50m

ESCALA

21.300 21.200 B ÁREA A A ÁREA B

B1

B4 B2 B3

21.100

21.200 Poço B6 B1 A1 N Trincheira 21.000 6-8 B1

4-5

20 13-19 6-12 5 PROCEDIMENTOS 2-3 DE PESQUISA

20.900 0-1 Malha topográfica: 50 x 10m Amostragem: horizonte B, de 20 a 40cm A2 50m Peso da amostra: 20kg Concentração: bateia manual ESCALA Contagem de pintas: lupa binocular Figura 7 - Pintas de ouro em concentrados de solo - detalhe áreasAeB

WNW ESE Coordenada 20.250 20.300 20.350 20.400

20.200 N

20.400 20.300 Aluvião 520 25 0 50m

ESCALA Cobertura de solo arenoso 500 residual sobre rochas do Grupo Natividade ? de 32,60 a 33,40m NA-3-TO 0,80m a 0,26g/t Aluvião 30 480 ? 21.000 de 42,80 a 43,30m Granitóides cisalhados e 0,50m a 1,50g/t Anfibolito e anfibólio xisto hidrotermalizados, transicionando, localmente, para anfibolitos de 68,45 a 75,45m

7,00m a 0,70g/t Leucognaisse sericitizado Cota (m) Z O M N E A Escavação de garimpo N D 440 T E Contato geológico O C P IS R A ? IN L C H IP A Sentido de mergulho A - L de filão garimpado 70 18 420

Foliação milonítica principal Sentido e mergulho da foliação NA-2-TO milonítica e mergulho da 400 30 Furo de sonda 20.800 lineação de estiramento Figura 9 - Secção geológica do furo NA-1-TO

Filão mineralizado WNW Coordenada ESE 20.250 20.300 20.350 20.400

520

500 de 15,25 a 22,00m Projeção dos limites da Zona 6,75m a 0,37g/t de Cisalhamento Principal de 91,50 a 92,50m 1,00m a 12,50g/t ? de 89,50 a 92,50m 480 3,00m a 4,42g/t NA-2-TO 20.600 NA-3-TO Gnaisse tonalítico 30 30 de 102,90 a 103,60m 0,70m a 2,56g/t

Furo de sonda com indicação Gnaisse sericitizado 15 Cota (m) 15 de direção e inclinação ZONA DE CISALHA- Anfibolito e anfibólio xisto 70 MENTO PRINCIP de 127,80 a 128,50m 65 20 440 0,70m a 3,45g/t 80 Escavação de garimpo

Escavação de ? 420 AL Sentido de mergulho 18 lavra garimpeira de filão garimpado

70 400 Foliação milonítica principal

20.400 Drenagem Furo de sonda

Figura 8 - Mapa geológico de detalhe - Área C Figura 10 - Seção geológica do furo NA-2-TO 10 Série Oportunidades Minerais - Exame Atualizado de Projeto, 08

WNW Coordenada ESE 20.250 20.300 20.350 20.400

520

500

? 480 Solo arenoso residual

Gnaisse tonalítico cisalhado de 80,50 a 81,50m 1,00m a 0,28g/t

Leucognaisse sericitizado Cota (m) de 97,00 a 98,00m 3,00m a 0,52g/t 440 ZONA DE CISALHA- Anfibolito e anfibólio xisto MENT de 130,50 a 133,50m O PRINCIP 3,00m a 0,57g/t Escavação de garimpo 420 ? Sentido de mergulho AL de filão garimpado

400 Foliação milonítica principal

Furo de sonda Figura 11 - Seção geológica do furo NA-3-TO

SSW 20.500 20.750 21.000 NNE

Prof. (m) LOCALIZAÇÃO DOS FILÕES FILÃO 1 515 N NA-3-TO NA-2-TO 500m

Filão 2 Filão 4 Zona de projeção do filão NA-3-TO NA-1-TO 470

FILÃO 2 NA-2-TO Prof. (m) 515 500m

Re Reserva = 36.720t serv Au contido = 459kg a = NA-1-TO 36.7 20t NA-3-TO NA-1-TO NA-2-TO Au contido = 459kg sentido da 470 observação das seções

1 Prof. (m) FILÃO 3 Filão Filão 3 515

NA-1-TO 500m Trecho Projeção da de filões continuidade Furo de R garimpados dos filões sonda eserva = 37.04 4t 470 NA-3-TO NA-2-TO NA-1-TO NA-2-TO Au contido = 95kg

Projeção da interseção do furo de sonda com a superfície do filão Prof. (m) FILÃO 4 515

500m Limite das superfícies consideradas Reserva = 111.732t nos cálculos das reservas medidas 470 Au contido = 276kg NA-3-TO NA-1-TO NA-2-TO Escavações de lavra garimpeira

Figura 12 - Seções dos filões projetados com as respectivas reservas medidas

11 8. Mineralizações

8.1. Descrição das Mineralizações Nos 3 furos executados, as análises químicas dos testemunhos evidenciam além dos intervalos com os filões principais mais Conquanto os pequenos depósitos enriquecidos e considerados nos cálculos das aluvionares locais tivessem sido os objetos da reservas alguns outros corpos restritos, com garimpagem mais primitiva, a lavra das teores menores (da ordem de 1 g/t) que concentrações primárias em rocha situadas aparentemente não estão correlacionados logo a montante, no córrego Brejo das Lavras, com as escavações superficiais (figuras 9 a onde o dreno intercepta os filões primários 11), além de registros de traços de Au ao desenvolveu-se a seguir, à medida em que se longo de todos os perfis. tornou disponível a tecnologia adequada. Em termos petrográficos, a hospe- Nesta segunda fase foram execu- deira da mineralização é um sericita-quartzo tadas escavações manuais subparalelas aos xisto ("leucognaisse”), erigido por pressão e filões que, partindo da superfície (de SSW aporte de fluidos sobre granitóides regionais. para NNE), atingiram algumas poucas deze- Tais litótipos portam freqüentes veios e nas de metros de profundidade. Tais desmon- vênulas de quartzo de espessuras variáveis tes se fizeram segundo as disposições espa- (métricas a centimétricas) e que também ciais dos corpos de minério (conforme se exibem deformações dúcteis e rúpteis. depreende de seus traços no terreno), até o limite atual, além do qual a exploração tornou- se antieconômica em face do aumento na O ouro tem granulação muito fina, relação estéril/minério (figura 6 ). conforme atestam as determinações visuais em lupa e, indiretamente, por não ter sido observado em qualquer intervalo dos teste- Os 4 principais corpos assim lavrados munhos (as zonas filoneanas mais ricas estão contidos em ampla faixa deformada foram identificadas somente após as determi- (Zona de Cisalhamento Principal,figuras 9 a nações químicas). 11), nos Terrenos Granitóide-Gnáissico-Mig- matíticos, sob a forma de veios e vênulas 8.2. Origem da Mineralização subparalelos, segundo planos com atitude N25°E/70°NW, que contêm uma lineação de estiramento mineral com caimento médio de Em termos genéticos, considera-se cerca de 20° para NNE. que o pacote cisalhado ter-se-ia originado em razão de uma série de eventos superpostos policíclicos, em cujos estágios finais teriam Além de estarem circunscritos aos ascendido, ao longo de planos preferenciais próprios planos gerais da intensa foliação de fraqueza (no plano e segundo o mergulho milonítica regional, os planos dos filões mer- do estiramento) os fluidos hidrotermais silico- gulham também segundo o estiramento mine- sos auríferos, em regime praticamente rúptil. ral, interpretação esta inteiramente corrobo- rada pelas informações dos furos de sonda, o que permite deduzir que tenham sido os A faixa geral de cisalhamento exibe canais de percolação das soluções e os sítios forte alteração hidrotermal, caracterizada por de suas deposições. aporte de Si e OH-++ e por trocas entre Na e K , materializadas por silicificação (veios de quartzo) e hidratação (sericitização/muscovi- Cada filão foi considerado um corpo tização de feldspato potássico) generalizadas tabular isolado, tendo por dimensões: largura e também por níveis freqüentes de biotitito, - a da extensão em superfície da respectiva por albitização localizada e pela presença escavação garimpeira, tomada ortogonal- muito pouco marcante de opacos. Em raras mente ao ângulo de mergulho da lineação de faixas observa-se cloritização e diminutos estiramento;comprimento - estimado segun- níveis (centimétricos) de pirita hidrotermal. do a área de influência do(s) furo(s) ; e, espes- Não foram verificadas faixas com outros sura - em real valor conforme os resultados sulfetos, sítios carbonatados e nem zonas analíticos dos testemunhos. enriquecidas em grafite ou magnetita.

12 Série Oportunidades Minerais - Exame Atualizado de Projeto, 08

8.3 Gitologia O teor médio é de 4,74 g/t, contendo o depósito um total de 5,6 toneladas de ouro, das quais 830 kg estão em rocha primária O jazimento é epignético, epitermal, interceptada pelos furos de sonda. metamorfogênico. Está alojado em rochas dos Terrenos Granitóide-Gnássico-Migmatí- ticos, em amplas faixas intensamente cisa- Nos cálculos das reservas, chama-se lhadas, registradas como quartzo-sericita a atenção para o fato de que, no solo, estas xistos. A mineralização principal é filoneana, foram dimensionadas de forma um tanto composta por veios e vênulas subparalelos, precária em relação às de rocha primária. com formas tabulares e com espessuras restritas no espesso conjunto hidrotermali- Não foram também revistos os teores zado, todo ele portador de ouro. de ouro, estimados arbitrariamente para o Relatório Final, em razão dos novos valores trazidos pelos resultados analíticos dos teste- Eventos compressivos deformantes, munhos, ficando, assim, mantidos os dados em regime rúptil tardio, possivelmente rela- originais das reservas no solo. cionados localmente a movimentações superpostas ao embasamento pela Orogênese Brasiliana, foram os possíveis 8.5 Perspectiva Econômica agentes dinamotermais que geraram as solu- ções silicosas aquecidas, que foram alojadas As reservas obtidas e os teores de tanto nas próprias encaixantes locais, quanto ouro são amplamente favoráveis à implan- nos psamitos do Grupo Natividade, que lhes tação de empreendimento mineiro, de forma a estão sobrepostos (conforme se observa nos proporcionar uma taxa de retorno compatível garimpos na cidade homômina). com a exploração de depósitos desta natu- reza. 8.4 Reservas Além do mais, a não ser pela lavra em andamento da jazida de Almas pelo Grupo O recebimento, após a protocolização CVRD, o depósito local está inserido no do Relatório Final de Pesquisa dos resultados contexto de um vasto território potencial, prati- das análises químicas dos testemunhos, camente virgem em pesquisa e exploração de como já mencionado, ensejou a oportunidade tais depósitos. do encaminhamento de um Relatório Comple- mentar de Pesquisa. Neste documento foram incorporados como Reserva Medida em rocha 8.6 Relatórios Disponíveis primária os valores calculados para os filões 2,3e4(figura 12 ). A pesquisa realizada está abrangida pelos seguintes documentos: Em resposta a esta adição, as reser- vas Medida e Indicada anteriores foram rever- -Relatório Anual - contém todos os tidas para Indicada e Inferida, respectiva- dados dos levantamentos de solo concluídos mente, do que resultou a seguinte síntese na segunda etapa da pesquisa (1991). atualizada: -Relatório Final de Pesquisa - além Tabela 1 - Síntese das Reservas dos dados sobre a pesquisa no solo, contém dados parciais sobre a pesquisa em rocha primária (1994). Reserva Medida Indicada Inferida Total (t) (t) (t) (t) Tipo - Relatório Complementar de Solo 25.000 80.000 105.000 210.000 Pesquisa - contém os dados atualizados Rocha Primária 185.496 354.504 432.000 972.000 sobre reservas e teores do Relatório Final de Pesquisa, em razão da incorporação de resul- Total 210.496 434.504 537.000 1.182.000 tados analíticos de testemunhos (1996).

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