BALDUINIA, n. 51, p. 01-11, 10-III-2016 http://dx.doi.org/10.5902/2358198021421

A TAXONOMIA DO ANTIGO GÊNERO MILL., COM BASE NA ANÁLISE DE AGRUPAMENTO DE CARACTERES DO LENHO1

PAULO FERNANDO DOS SANTOS MACHADO2 JOSÉ NEWTON CARDOSO MARCHIORI3 ANELISE MARTA SIEGLOCH4

RESUMO A análise de agrupamento realizada com caracteres do lenho de 25 espécies do antigo gênero Acacia (: ) permitiu a separação das mesmas nos atuais gêneros Acacia Mill., Senegalia Raf. e Wight & Arn., em concordância com a segregação aprovada pelo Congresso Internacional de Botânica em 2005. Palavras-chave: Acacia Mill., anatomia da madeira, Senegalia Raf., Vachellia Wight & Arn., taxonomia da madeira.

ABSTRACT [The of the old genus Acacia Mill., based on cluster analysis of characters]. Cluster analysis performed with wood characters of 25 species of the old genus Acacia (Fabaceae: Mimosoideae) allows the separation of the same in the current genera Acacia Mill., Senegalia Raf. and Vachellia Wight & Arn., in accordance with the segregation approved by the International Botanical Congress in 2005. Key words: Acacia Mill., Senegalia Raf., Vachellia Wight & Arn., wood anatomy, wood taxonomy.

INTRODUÇÃO Em anatomia taxonômica, é fundamental A utilização de caracteres da estrutura inter- distinguir os caracteres anatômicos relativamen- na das plantas na classificação vegetal é muito te constantes, dos passíveis de variação sob di- antiga e tem sido utilizada com freqüência ferentes condições de crescimento. A esse res- (Record, 1944). A esse respeito, Dadswell peito, Rendle (1944) pondera ser necessária (1939) pondera que a anatomia da madeira pode considerável experiência para reconhecer os contribuir, positivamente, na classificação de caracteres de valor diagnóstico em uma madei- gêneros ou famílias de posição taxonômica du- ra e estimar seu valor como típico de família, vidosa, no estudo do arranjo interno de famílias gênero, de um táxon infragenérico ou espécie. e na determinação das prováveis afinidades en- A presença de ornamentações em pontoações tre famílias botânicas. intervasculares, por exemplo, ocorre em famí- lias inteiras ou determinados grupos de uma fa- 1 Recebido em 19-6-2015 e aceito para publicação em mília. Panshin & De Zeeuw (1970) reportam 29-8-2015. esse caráter para todas as espécies 2 Engenheiro Florestal, mestrando do Programa de Pós- Graduação em Engenharia Florestal da Universidade norteamericanas da família Leguminosae (Fa- Federal de Santa Maria. Bolsista CNPq. Santa Maria, baceae), com exceção de Cercis L. (Fabaceae: RS, Brasil. [email protected] Caesalpinioideae). O número, diâmetro e dis- 3 Engenheiro Florestal, Dr. Bolsista de Produtividade em Pesquisa (CNPq – Brasil). Professor Titular do tribuição das ornamentações também podem va- Departamento de Ciências Florestais, Universidade riar consideravelmente e ter valor diagnóstico Federal de Santa Maria. Santa Maria, RS, Brasil. (Bailey, 1951; Ohtani, 1981; Ohtani et al., 1983; 4 Engenheira Florestal, doutoranda do Programa de Pós- Vliet, 1978; Vliet & Baas, 1984). Por outro lado, Graduação em Engenharia Florestal, Universidade Federal de Santa Maria. Bolsista CAPES. Santa Maria, caracteres como abundância de poros, compri- RS, Brasil. mento de elementos vasculares e fração de

1 parênquima axial são muito influenciados pelo O gênero Acacia foi estabelecido por Philip ambiente (Metcalfe & Chalk, 1972). Miller em 1754, com base em nome proposto No tocante aos raios, o caráter de maior uti- por Tournefort (1694). O étimo deriva do grego lidade é a largura, tanto em dimensão linear akakia, um substantivo que se traduz por ponta como em número de células; a altura também ou fio (Miller, 1969), e alude à presença cons- pode ser valiosa, principalmente se os mesmos pícua de espinhos no caule e ramos de muitas forem ou muito altos ou muito baixos. A pre- de suas espécies. sença de raios exclusivamente unisseriados tam- O antigo gênero achava-se bem representa- bém se revela importante, podendo auxiliar na do nas regiões tropicais e subtropicais da Amé- distinção de gêneros e espécies, sobretudo se o rica, África, Ásia e Austrália, faltando apenas caráter tiver ocorrência esporádica no grupo em na Europa e Nova Zelândia (Burkart, 1952). De questão (Metcalfe & Chalk, 1972). um total de aproximadamente 1200 espécies, O comprimento de elementos vasculares, mais da metade (cerca de 700) era procedente porosidade (difusa ou em anel), vasos em ca- do continente australiano (Pedley, 1986). deias ou solitários, presença (ou ausência) de Na ausência de restos paleontológicos signifi- canais intercelulares, tilos, tipos de parênquima cativos, estudos de morfologia comparada apon- axial e estratificação podem ter, igualmente, tam as regiões tropicais do oeste gondwânico, em valor diagnóstico (Titmuss, 1948). área do atual continente americano, como centro Nas últimas décadas, técnicas estereo- da diversidade do gênero (Guinet & Vassal, 1978). lógicas, associadas à manipulação com- Valendo-se de caracteres do fruto, Willdenow putadorizada de dados estatísticos, proporcio- (1805) reafirmou a segregação de Acacia Mill. naram notável contribuição à identificação de do gênero Mimosa L., reconhecendo, ainda, os madeiras e segregação de espécies afins, além gêneros Desmanthus Willd., Inga Mill. e de auxiliar na predição de propriedades físico- Schrankia Willd. Para Acacia, o autor relacio- mecânicas, comportamento tecnológico e uso nou 102 espécies, separadas em seis grupos, de potencial de madeiras tropicais (Marchiori, 1990). acordo com a morfologia de folhas, É nesse sentido que a análise de agrupamento hi- inflorescências e presença de acúleos no caule. erárquica aglomerativa tem contribuído – e de Com o tempo, muitas espécies por ele citadas modo significativo – para a taxonomia botânica, passaram a gêneros distintos, entre os quais com as vantagens de seguir critério independen- Albizia Durazz. e Piptadenia Benth. te, avesso a subjetividades. De Candolle (1825) organizou o gênero O presente artigo, ao realizar uma análise de Acacia Mill. em quatro seções, com base na agrupamento com caracteres anatômicos do le- morfologia de folhas e inflorescências: nho, visa, justamente, a investigar, com inde- Phyllodineae, Conjugatopinnatae, Spiciflorae pendência, a taxonomia do antigo gênero Acacia e Globiflorae. Mill., com base em dados de 25 espécies, reco- Fundamentado na ocorrência excludente de lhidos da literatura. filódios e folhas bipinadas, Endlicher (1836) separou Acacia Mill. de Vachellia Wight & Arn., REVISÃO DE LITERATURA reconhecendo, para o primeiro, os táxones Dada a abrangência do presente estudo, que infragenéricos Rhacospermae e Acacia verae. envolve tanto a anatomia do lenho como a Com base em caracteres do androceu, George taxonomia do gênero Acacia, antes de sua se- Bentham – o mais importante leguminólogo do gregação, convém revisar a literatura de ambas século dezenove – criou a tribo Acacieae em as vertentes separadamente, iniciando-se com a 1842, juntamente com outras cinco da subordem taxonomia. Mimoseae, táxon de extensão correspondente à

2 atual subfamília Mimosoideae. Único em sua eglanduloso (Bentham, 1842). Na revisão de tribo, o gênero Acacia foi por ele organizado 1875, o taxonomista inglês conservou apenas em seis séries fundamentais, com base em duas espécies da “região mexicana”. Por seus caracteres taxonômicos clássicos da morfologia numerosos caracteres indiferenciados, Guinet & floral e aparelho vegetativo: Phyllodineae, Vassal (1978) referem-se ao grupo como o mais Botryocephalae, Pulchelae, Gummiferae, Vul- arcaico de todo o gênero. gares e Filicinae. De longa vigência, a classificação de George Caracterizada pela redução das folhas a Bentham preponderou na literatura taxonômica filódios, as Phyllodineae compreendiam, origi- por mais de um século, até a reorganização pro- nalmente, 204 espécies da Austrália e ilhas do posta por Vassal (1963, 1972a, b), com base em oceano Pacífico (Bentham, 1842). Em revisão caracteres filéticos da morfologia da semente e posterior, Bentham (1875) ampliou o grupo para plântulas. O autor restaurou o gênero 227 espécies, distribuídas em oito subséries. monotípico Faidherbia (F. albida (Delile) A. Igualmente australásica, a série Botryo- Chev.) e segregou as demais espécies em três cephalae foi criada para abranger espécies iner- subgêneros: Aculeiferum Vassal, Acacia Mill. e mes de folhas bipinadas, com capítulos Heterophyllum Vassal. O primeiro destes racemosos e pedúnculos solitários. Composta, (Aculeiferum Vassal), baseia-se nas séries Vul- inicialmente, de treze espécies (Bentham, 1842), gares e Filicinae, de Bentham. O subgênero o grupo foi reduzido a dez, na revisão de 1875. Acacia compreende as espécies da série Restrita à Austrália e arredores, a série Gummiferae Benth., com exceção de Acacia Pulchellae Benth. foi criada com onze espécies albida Delile, transferida para o gênero de arbustos inermes ou armados de espinhos axi- monotípico Faidherbia, como visto anterior- lares, providos de folhas bipinadas e flores em mente. Heterophyllum Vassal, por sua vez, reú- capítulos globosos ou espigas cilíndricas, dispos- ne as espécies australásicas das séries tas na axila de folhas ou em racemos terminais Phyllodineae, Botryocephalae e Pulchellae, de pedunculados. Na revisão de 1875, Bentham con- George Bentham. servou apenas oito binômios no grupo. Pedley (1986) restaurou o gênero Racos- Composta, inicialmente, por 48 espécies perma (DC.) Mart., transferindo para o mesmo americanas, da África e Ásia, a série as espécies do subgênero Heterophyllum Vassal, Gummiferae foi criada para abranger espécies o que implicou na renomeação de centenas de com folhas bipinadas e estípulas espinescentes, espécies, entre as quais todas as de origem aus- mas desprovidas de acúleos (Bentham, 1845). traliana cultivadas no sul do Brasil: Racosperma Na revisão de 1875, o grupo chegou a 60 espé- dealbatum (Link) Pedley (antiga Acacia cies, agrupadas em três subséries. dealbata Link); Racosperma decurrens (Willd.) Em sua criação, a série Vulgares reunia 53 Pedley (= Willd.); Racos- binômios, distribuídos em cinco subséries perma mearnsii (De Wild.) Pedley (= Acacia (Bentham, 1842). Na revisão de 1875, o núme- mearnsii De Wild.); Racosperma melanoxylon ro aumentou para 75 binômios, organizados em (R. Br.) Pedley (= Acacia melanoxylon R. Br.); quatro subséries, incluindo árvores, arbustos e Racosperma podalyriifolium (G. Don.) Pedley lianas de folhas bipinadas, com pecíolo (= Acacia podalyriifolia G. Don.). Em artigo glandulífero, estípulas não espinescentes e posterior, Pedley (2003) apresentou uma sinop- acúleos infraestipulares esparsos ou ausentes. se do gênero Racosperma, a qual, entretanto, A sexta série do antigo gênero Acacia Mill., teve curta vigência, posto que estudos denominada Filicinae, compunha-se, original- morfológicos e moleculares demonstraram que mente, de onze espécies americanas de arbus- o antigo gênero Acacia, por ser polifilético, re- tos inermes, com folhas bipinadas e pecíolo queria divisão mais radical (Maslin et al., 2003).

3 Em 30 de julho de 2005, o Congresso Inter- Com relação à anatomia do lenho, cabe sali- nacional de Botânica (Viena) endossou a pro- entar, de início, que a literatura ainda é relativa- posta de Orchard & Maslin (2003), reservando mente escassa, face à importância econômica e o nome Acacia para o grupo mais numeroso – extensão do antigo gênero Acacia Mill. Record as Phyllodineae, sensu George Bentham –, le- & Hess (1949), por exemplo, não fazem qual- vando à necessidade de retipificação. Desse quer referência ao mesmo em sua obra mais modo, a espécie-tipo passou da africana Acacia conhecida (Timbers of the New World), apesar nilotica (L.) Delile, vinculada à série das numerosas espécies nativas nas três Gummiferae Benth. (ou subgênero Acacia Américas. Mill.), para a australiana Acacia penninervis Em estudo de treze espécies , Sieber ex DC. (McNeil et al., 2005). Cozzo (1951) refere-se ao gênero Acacia como No caso das espécies americanas, elas fo- “estruturalmente homogêneo”, por não haver ram transferidas para os gêneros Vachellia Wight encontrado diferenças anatômicas importantes & Arn., Senegalia Raf., Acaciella Britton & no grupo. No mesmo trabalho, constam deta- Rose e Mariosousa Seigler & Ebinger (Seigler lhes estruturais das treze espécies investigadas & Ebinger, 2005). e, inclusive, uma chave dicotômica para a iden- O gênero Acacia Mill. compreende, atual- tificação das mesmas. mente, 948 espécies australianas, além de ou- Em pesquisa com espécies sul-africanas, tras dez da Ásia tropical, sete de ilhas do ocea- Robbertse et al. (1980) também observaram es- no Pacífico e uma ou duas de Madagascar. Das cassa variação anatômica entre as mesmas, sa- espécies australianas, apenas sete foram lientando a dimensão dos raios e, com menor transferidas para Vachellia Wight & Arn. e duas importância, a formação de anéis de crescimento para Senegalia Raf. (Maslin et al., 2003). distintos, número de poros/mm2 e distribuição O gênero Vachellia Wight & Arn. reúne to- do parênquima axial, como os detalhes mais das as espécies do subgênero Acacia Vassal (ou importantes para a distinção de subgêneros: to- série Gummiferae, sensu George Bentham), das as 14 espécies investigadas do subgênero posto ser um grupo monofilético. De distribui- Aculeiferum Vassal tinham raios estreitos (2-5- ção pantropical, compreende, atualmente, 163 seriados), em contraste com as 23 espécies do espécies, das quais 159 são americanas e ape- subgênero Acacia Mill., separadas do grupo nas duas australianas. anterior por terem raios mais largos (4-14- O gênero Senegalia Raf. foi segregado do seriados). subgênero Aculeiferum Vassal (= série Vulga- Ao contrário dos trabalhos anteriormente res Bentham), após comprovação de sua origem comentados, Marchiori (1990) observou dife- polifilética. Com distribuição pantropical, reú- renças “bastante expressivas”, em estudo des- ne 203 espécies, atualmente, 53 das quais são critivo de quinze espécies nativas e cultivadas nativas do continente americano (Rico-Arce, no Rio Grande do Sul, chegando a comparar esta 2007) e apenas duas da Austrália. diversidade anatômica com a “registrada entre O gênero Acaciella Britton & Rose abrange espécies de diferentes gêneros e tribos de quinze espécies americanas vinculadas à antiga Mimosoideae”. Apesar do universo restrito in- série Filicinae Benth. vestigado pelo autor, foram reconhecidos três O gênero Mariosousa Seigler & Ebinger, por grupos com base na anatomia do lenho, coinci- sua vez, foi segregado da série Aculeiferum dentes com os subgêneros de Vassal (1972b). Benth. para abrigar treze espécies americanas Com base em 14 espécies nativas e cultiva- afins a Acacia coulteri Benth. (atual Mariosousa das no estado do Rio Grande do Sul, Marchiori coulteri (Benth.) Seigler & Ebinger). & Santos (2011) reconheceram diferenças es-

4 truturais suficientes para a identificação longifolia (Illana & Marchiori, 1980); Acacia anatômica dos atuais gêneros Acacia, Senegalia mearnsii (Costa & Marchiori, 1980); Acacia e Vachellia, corroborando a segregação dos melanoxylon (Marchiori, 2009); Acacia mesmos do antigo gênero Acacia Mill., aprova- podalyriifolia (Marchiori, 2010); Acacia da no Congresso Internacional de Botânica rea- rhodoxylon (Machado et al., 2015a); Acacia lizado em Viena, no ano de 2005. Comprovou- richii (Machado et al., 2015a); Senegalia se que as cinco espécies investigadas do bonariensis (Marchiori, 1996); Senegalia subgênero Aculeiferum Vassal, correspondente martiusiana (Machado et al., 2015b); Senegalia ao atual gênero Senegalia Raf., separaram-se das nitidifolia (Marchiori, 1990, 1991); Senegalia demais pela simples presença de fibras septadas. recurva (Marchiori, 1982); Senegalia Por sua vez, as seis espécies do subgênero tucumanensis (Marchiori 1994); Senegalia Heterophyllum Vassal (atual gênero Acacia velutina (Marchiori, 1990, 1995); Senegalia vis- Mill.) distinguiram-se das três espécies exami- co (Pereira et al., 2015); (Vachellia caven nadas do gênero Vachellia Wight & Arn. (Marchiori, 1992); Vachellia collinsii (Macha- (subgênero Acacia, sensu Vassal) pelo do et al., 2015c); Vachellia farnesiana parênquima axial relativamente escasso (< 20% (Marchiori, 2010b); Vachellia ibirocayensis do lenho), disposto em séries de 2-4 células. As (Marchiori, 1990, 1993); três espécies investigadas de Vachellia Wight (Machado et al., 2015c); e Vachellia planifrons & Arn., em contraste, apresentaram parênquima (Machado et al., 2015c). axial abundante (> 25%) e contrastado no pla- Para comparar e reunir as espécies no transversal em relação ao tecido fibroso, com- investigadas em grupos de afinidade, realizou- pondo séries de duas (raramente três) células se uma análise de agrupamento hierárquica de altura. aglomerativa com base em caracteres anatômicos reconhecidos como de valor MATERIAL E MÉTODOS taxonômico para o antigo gênero Acacia Mill. O material em análise consiste de dados (Tabela 2), os quais, com exceção do tamanho quantitativos e qualitativos de 25 espécies do de cristais, foram anteriormente utilizados por antigo gênero Acacia Mill., colhidos de artigos Marchiori & Santos (2011), em investigação anteriormente publicados por um ou mais auto- anatômico-taxonômica preliminar. res da presente pesquisa. A relação dos nomes Esta análise foi gerada a partir de uma ma- científicos atualmente válidos e dos respectivos triz de distância de dissimilaridade de Jaccard, binômios reduzidos à sinonímia é apresentada sendo utilizado para a geração dos grupos o na Tabela 1, juntamente com o subgênero ao Método de Peso Proporcional (UPGMA). Tam- qual estavam inseridas as distintas espécies an- bém se calculou o coeficiente de correlação tes da segregação aprovada em 2005, pelo Con- cofenético (r) para validar o dendrograma re- gresso Internacional de Botânica (Viena, sultante. Áustria). Os dados foram processados no software R As espécies investigadas e os respectivos (R Core Team, 2012), pacote VEGAN (Oksanen artigos em que foram publicados são listados, et al., 2012). Para a validação do dendrograma na sequência, segundo ordem alfabética dos resultante, calculou-se o coeficiente de correla- binômios válidos: Acacia acuminata (Macha- ção cofenético (r de Pearson). A interpretação e do et al., 2015a); Acacia cambagei (Machado discussão dos resultados levaram em conside- et al., 2015a); Acacia dealbata (Marchiori, ração a distribuição das espécies e gêneros no 2011b); Acacia decurrens (Marchiori, 2011a); dendrograma, em relação ao arranjo tradicional Acacia harpophylla (Machado et al., 2015a); e as mais recentes classificações internas do Acacia koa (Machado et al., 2015a); Acacia grupo (Tabela 1).

5 TABELA 1 – Espécies investigadas e respectivos subgêneros botânicos.

Nome científico Subgênero (sensu Vassal)

Acacia acuminata A. Gray [Acacia acuminata A. Gray] Heterophyllum

Acacia cambagei R.T. Baker [Acacia cambagei R.T. Baker] Heterophyllum

Acacia dealbata Link [Acacia dealbata Link] Heterophyllum

Acacia decurrens Willd. [Acacia decurrens Willd.] Heterophyllum

Acacia harpophylla F. Muell. ex Benth. [Acacia harpophylla F. Muell. ex Benth.] Heterophyllum

Acacia koa A. Gray [Acacia koa A. Gray] Heterophyllum

Acacia longifolia (Andrews) Willd. [Acacia longifolia (Andrews) Willd.] Heterophyllum

Acacia mearnsii De Wild. [ De Wild.] Heterophyllum

Acacia melanoxylon R. Br. [Acacia melanoxylon R. Br.] Heterophyllum

Acacia podalyriifolia A. Cunn. [Acacia podalyriifolia A. Cunn.] Heterophyllum

Acacia rhodoxylon Maiden [Acacia rhodoxylon Maiden] Heterophyllum

Acacia richii A. Gray [Acacia richii A. Gray] Heterophyllum

6 Senegalia bonariensis (Gillies) Seigler & Ebinger [Acacia bonariensis (Gillies ex Hook. & Arn.] Aculeiferum

Senegalia martiusiana (Steud.) Seigler & Ebinger [Acacia martiusiana (Steud.) Burk.] Aculeiferum

Senegalia nitidifolia (Speg.) Seigler & Ebinger [Acacia nitidifolia Speg.] Aculeiferum

Senegalia recurva (Benth.) Seigler & Ebinger [Acacia recurva Benth.] Aculeiferum

Senegalia tucumanensis (Griseb.) Seigler & Ebinger [Acacia tucumanensis Griseb.] Aculeiferum

Senegalia velutina (DC.) Seigler & Ebinger [Acacia velutina DC.] Aculeiferum

Senegalia visco (Lorentz ex Griseb.) Seigler & Ebinger [Acacia visco Lorentz ex Griseb.] Aculeiferum

Vachellia caven (Molina) Seigler & Ebinger [Acacia caven (Molina) Molina] Acacia

Vachellia collinsii (Saff.) Seigler & Ebinger [Acacia collinsii Saff.] Acacia

Vachellia farnesiana (L.) Wight & Arn. [Acacia farnesiana (L.) Willd.] Acacia

Vachellia ibirocayensis (Marchiori) Deble & Marchiori [Acacia ibirocayensis Marchiori]. Acacia

Vachellia nilotica (L.) P.J.H. Hurter [Acacia nilotica L.] Acacia

Vachellia planifrons (Wight & Arn.) Ragup, Seigler, Ebinger & Maslin [Acacia planifrons Wight & Arn.] Acacia

Os binômios entre colchetes, constantes em obras mais antigas, caíram em sinonímia. Observar que as espécies australianas não sofreram alteração, neste sentido.

7 TABELA 2 – Distribuição das características anatômicas nas espécies em estudo.

Onde: PAe = parênquima axial escasso (<20%); PAa = parênquima axial abundante (>25%); SP1 = parênquima axial com séries de 2-4-8 células; SP2 = parênquima axial com séries de 2-4 células; Re = raios estreitos (1- 4 células de largura); Rl = raios largos ou conspícuos ( + 6 células de largura); Fs = fibras septadas; Fns = fibras não septadas; *arbusto; Caráter presente = 1; Caráter ausente = 0.

RESULTADOS E DISCUSSÃO dias; parênquima paratraqueal; raios homogê- neos; células procumbentes; fibras libriformes Até 2005, todas as espécies do presente es- curtas a médias; e presença de cristais. Mais do tudo incluíam-se no antigo gênero Acacia Mill. que peculiares ao antigo gênero Acacia Mill., Sob o ponto de vista anatômico, observa-se em essas características têm ampla ocorrência na todo o conjunto um grande número de caracteres subfamília Mimosoideae, repetindo-se em nu- anatômicos em comum, salientando-se: elemen- merosos gêneros. tos vasculares curtos a médios; placas de perfu- Apesar da referida homogeneidade estrutu- ração simples; pontoações intervasculares alter- ral, o Dendrograma da Figura 1 permite separar nas; pontoações ornamentadas pequenas a mé- as espécies investigadas em três grupos distin-

8 tos, em concordância com a atual concepção tam raios largos, distintamente de V. taxonômica. Para a construção do mesmo, utili- ibirocayensis, que tem raios estreitos. Importa zaram-se caracteres anatômicos destacados por salientar, por fim, que não se observaram fibras Marchiori (1990), Marchiori & Santos (2011) e septadas em nenhuma espécie do gênero Robbertse et al. (1980) como importantes para a Vachellia e que as mesmas apresentam segregação de grupos de espécies em Acacia Mill. parênquima axial em séries de duas, menos De acordo com a Figura 1, vê-se que o gru- comumente quatro células de altura. po de espécies de Senegalia liga-se ao das atu- Ao reconhecer, com base na estrutura do le- ais Acacia, e que essa proximidade anatômica nho, a existência de três grupos de espécies no se deve ao compartilhamento de raios estreitos antigo gênero Acacia Mill., o presente estudo e parênquima axial escasso. Ambos os grupos, contesta a homogeneidade estrutural atribuída por sua vez, separam-se, facilmente, com base por Cozzo (1951), corrobora resultados anteri- na presença ou ausência de fibras septadas, res- ores de Marchiori (1980, 1990), Marchiori & pectivamente. Santos (2011) e Robbertse et al. (1980), e vêm Mais diversificado, o grupo formado pelas reforçar a segregação taxonômica do mesmo, espécies de Vachelia apresenta maior aprovada pelo Congresso Internacional de Bo- heterogeneidade, comparado aos dois anterio- tânica no ano de 2005. Os gêneros Acacia Mill., res. O parênquima axial é abundante em Senegalia Raf. e Vachellia Wight & Arn., em Vachellia caven, V. farnesiana, V. ibirocayensis outras palavras, distinguem-se, facilmente, en- e V. planifrons, mas escasso em V. collinsii e V. tre si – e não apenas por detalhes da morfologia nilotica. Por sua vez, Vachellia caven, V. externa –, como, também, por caracteres farnesiana, V. nilotica e V. planifrons apresen- anatômicos do lenho.

FIGURA 1 – Dendrograma (Jaccard, UPGMA) das 25 espécies investigadas. 1 – A. acuminata; 2 – A. cambagei; 3 – A. dealbata; 4 – A. decurrens; 5 – A. harpophylla; 6 – A. koa; 7 – A. longifolia; 8 – A. mearnsii; 9 – A. melanoxylon; 10 – A. podalyriifolia; 11 – A. rhodoxylon; 12 – A. richii; 13 – S. bonariensis; 14 – S. martiusiana; 15 – S. nitidifolia; 16 – S. recurva; 17 – S. tucumanensis*; 18 – S. velutina*; 19 – S. visco; 20 – V. caven; 21 – V. collinsii; 22 – V. farnesiana; 23 – V. ibirocayensis; 24 – V. nilotica; 25 – V. planifrons. r=0,88; *arbusto.

9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS espécies exóticas do gênero Vachellia Wight & Arn. Balduinia, Santa Maria, n. 50, p. 1-10, BAILEY, I.W. The use and abuse of anatomical data 2015. in the study of phylogeny and classification. MARCHIORI, J.N.C. Estudo anatômico do xilema Phytomorphology, v. 1, p. 67-69, 1951. secundário e da casca de algumas espécies dos BENTHAM, G. Notes on Mimoseae, with a synopsis gêneros Acacia e Mimosa, nativas no estado do of species. The London Journal of Botany, n. 1, Rio Grande do Sul. Curitiba: UFPR, 1980. 185 f. p. 318-392, 494-518, 1842. Dissertação (Mestrado em Engenharia Florestal BENTHAM, G. Revision of the sub-order Mimoseae. – Universidade Federal do Paraná). Trans. Linn. Soc. London, n. 30, p. 335-664, MARCHIORI, J.N.C. Estudo anatômico do xilema 1875. secundário e da casca de Acacia recurva Benth. BURKART, A. Las Leguminosas argentinas silves- (Leguminosae Mimosoideae). Ciência e Natura, tres y cultivadas. Buenos Aires ACME Agency, Santa Maria, n. 4, p. 95-105, 1982. 1952. 569 p. MARCHIORI, J.N.C. Anatomia das madeiras do COSTA, A.F. da; MARCHIORI, J.N.C. Estudo gênero Acacia, nativas e cultivadas no estado anatômico da madeira de Acacia mearnsii De do Rio Grande do Sul. Curitiba: UFPR, 1990. Willd. In: Anais do IV Congresso Florestal Es- 226f. Tese (Doutorado em Engenharia Florestal tadual, Nova Prata, Rio Grande do Sul, 1980. – Universidade Federal do Paraná). p. 237-245. MARCHIORI, J.N.C. Anatomia da madeira de COZZO, D. Anatomia del leño secundario de las Acacia nitidifolia Speg. (Leguminosae Leguminosas Mimosoideas y Cesalpinoideas ar- Mimosoideae). Ciência Florestal, Santa Maria, gentinas silvestres y cultivadas. Rev. Inst. Nac. v.1, n. 1, p. 46-63, 1991. Invest. Ci. Nat. Ci. Bot., Buenos Aires, v. 2, n. 2, MARCHIORI, J.N.C. Anatomia da madeira e casca p. 63-290, 1951. do espinilho, Acacia caven (Mol.) Mol. Ciência DADSWELL, H.E. The role of wood anatomy in Florestal, Santa Maria, v. 2, n. 1, p. 27-47, 1992. forest botany. J. Counc. Sci. Indust. Res. Aust., MARCHIORI, J.N.C. Estudo anatômico do xilema v. 12, p. 237-242, 1939. secundário de Acacia ibirocayensis Marchiori DE CANDOLLE, A.P. Prodromus Systematis (Leguminosae Mimosoideae). Ciência e Natura, Naturalis Regni Vegetabilis. Paris: Treuttel & Santa Maria, n. 15, p. 149-159, 1993. Würtz, 1825. v. 2. 644p. MARCHIORI, J.N.C. Anatomia da madeira e casca ENDLICHER, S.L. Genera Plantarum Secundum de Acacia tucumanensis Gris. Ciência e Natura, Ordines Naturales Disposita. Vienna: F. Beck, Santa Maria, n. 16, p. 85-104, 1994. 1836-1840. 1483p. MARCHIORI, J.N.C. Anatomia da madeira e casca GUINET, P.; VASSAL, J. Hypotheses on diffe- de Acacia velutina DC. Ciência e Natura, Santa rentiation of the major groups in the genus Maria, n. 17, p. 99-114, 1995. Acacia (Leguminosae). Kew Bulletin, v. 32, MARCHIORI, J.N.C. Anatomia da madeira de p. 509-527, 1978. Acacia bonariensis Gill. ex Hook. & Arn. Ciên- ILLANA, H.A.; MARCHIORI, J.N.C. Estudo cia Rural, Santa Maria, v. 26, n. 2, p. 209-216, anatômico do xilema secundário de Acacia 1996. longifolia (Andr.) Willd. In: Anais do IV Con- MARCHIORI, J.N.C. Anatomia da madeira de gresso Florestal Estadual, Nova Prata, Rio Gran- Acacia melanoxylon R. Br. Balduinia, Santa de do Sul, 1980. p. 207-215. Maria, n. 18, p. 26-32, 2009. MACHADO, P.F. dos S.; MARCHIORI, J.N.C.; MARCHIORI, J.N.C. Anatomia da madeira de SIEGLOCH, A.M. Anatomia da madeira de seis Acacia podalyriifolia A. Cunn. Balduinia, San- espécies exóticas do gênero Acacia Mill. ta Maria, n. 20, p. 10-15, 2010a. (Fabaceae). Balduinia, Santa Maria, n. 49, p. 1- MARCHIORI, J.N.C. Anatomia da madeira de 15, 2015a. Vachellia farnesiana (L.) Wight & Arn. MACHADO, P.F. dos S.; MARCHIORI, J.N.C.; Balduinia, Santa Maria, n. 22, p. 9-14, 2010b. SIEGLOCH, A.M. Anatomia do lenho de MARCHIORI, J.N.C. Anatomia da madeira de Senegalia martiusiana (Steud.) Seigler & Acacia decurrens Willd. Balduinia, Santa Ma- Ebinger. Balduinia, Santa Maria, n. 49, p. 24- ria, n. 26, p. 1-7, 2011a. 28, 2015b. MARCHIORI, J.N.C. Anatomia da madeira de MACHADO, P.F. dos S.; MARCHIORI, J.N.C.; Acacia dealbata Link. Balduinia, Santa Maria, SIEGLOCH, A.M. Anatomia do lenho de três n. 29, p. 21-27, 2011b.

10 MARCHIORI, J.N.C.; SANTOS, S.R. dos. A segre- RECORD, S.J. Role of the wood anatomy in gação do gênero Acacia (Tourn.) Mill., sob o taxonomy. Tropical , n. 37, p. 1-9, 1934. ponto de vista da anatomia da madeira de espé- RECORD, S.J.; HESS, R.W. Timbers of the New cies nativas e cultivadas no Rio Grande do Sul. World. New Haven: Yale University Press, 1949. Balduinia, Santa Maria, n. 30, p. 25-36, 2011. 640 p. MASLIN, B.R.; MILLER, J.T.; SEIGLER, D.S. RENDLE, B.J. On the taxonomic value of the Overview of the generic status of Acacia anatomical structure of the vegetative organs of (Leguminosae: Mimosoideae). Australian Dicotyledons. 3. The role of anatomy in the Systematic Botany, v. 16, p. 1-18, 2003. practical identification of commercial timbers. MAcNEILL, J.; STUESSY, T.F.; TURLAND, N.J.; Proc. Linnean Soc. London, v. 155, n. 3, p. 218- MÖRANDL, E. XVII International Botanical 221, 1944. Congress: preliminary mail vote and report of RICO-ARCE, M de L. American species of Acacia. Congress action on nomenclature proposals. México: Comisión Nacional para el Taxon, v. 54, n. 4, p. 1057-1064, 2005. Conocimiento y Uso de la Biodiversidad METCALFE, C.R.; CHALK, L. Anatomy of (CONABIO), 2007. 207 p. Dicotyledons. Oxford: Clarendon Press, ROBBERTSE, P.J.; VENTER, G.; RENSBURG, H.J. 1972.1500 p. van. The wood anatomy of the south African MILLER, P. The gardeners dictionary. New York: J. . IAWA Bulletin, v. 1, n. 3, p. 93-103, Cramer, 1969. 1582 p. (Abridged ed. 1754; 1980. Historia Naturalis Classica, LXXII). SEIGLER, D.S.; EBINGER, J.E. New combination OHTANI, J. Vesture or warts. Proposed terminology. in the genus Vachellia (Fabaceae: Mimosoideae) IAWA Bulletin, v. 5, n. 1, p. 37-40, 1981. from the New World. Phytologia, v. 87, n. 3, OHTANI, J.; MEYLAN, B.A.; BUTTERFIELD, p. 139-178, 2005 (publ. 2006). B.G. Occurrence of warts in the vessel elements TITMUS, F.H.A. Concise encyclopaedia of world and fibres of New Zealand woods. New Zealand timbers. London: Mechanical Press, 1948. 156 p. Journal of Botany, n. 21, p. 359-372, 1983. TOURNEFORT, P. Elemens de Botanique ou OKSANEN, J.; BLANCHET, F.G.; KINDT, R.; methode pour conoître les plantes. Paris: LEGENDRE, P.; O’HARA, R.B.; SIMPSON, Imprimerie Royale, 1694. 379 p. G.l.; STEVENS, M.H.H.; WAGNER, H. vegan: VASSAL, J. Interêt taxonomique de la morphologie community ecology package. Version 2.0-6. des graines dans le genre Acacia. Bull. de la 2012 Avaiable from: . Societé d’Histoire Naturelle, Toulouse, v. 98, ORCHARD, A.E.; MASLIN, B.R. Proposal to con- n. 3-4, p. 341-371, 1963. serve the name Acacia (Leguminosae: VASSAL, J. Ontogenetic and seed research applied Mimosoideae) with a conserved type. Taxon, v. to the morphological, taxonomical and 52, p. 362-363, 2003. phylogenetic study of the genus Acacia. Travaux PANSHIN, A.J.; DE ZEEUW, C. Textbook of wood Lab. For. Toulouse, v. 1, n. 8, 1972a. 125 p. technology. New York: McGraw-Hill, 1970. VASSAL, J. Apport des recherches ontogénetiques v. 1. 705 p. et séminologiques à l’étude morphologique, PEDLEY, L. Derivation and dispersal of Acacia taxonomique et phylogénique du genre Acacia. (Leguminosae), with particular reference to Bull. Soc. Hist. Nat., Toulouse, v. 108, p. 125- , and the recognition of Senegalia and 247, 1972b. Racosperma. Bot. J. Linn. Soc., Londres, n. 92, VLIET, G.J.C.M. van. The vestured pits of p. 219-254, 1986. Combretaceae and allied families. Acta Bot. PEDLEY, L. Synopsis of Racosperma. Austro- Neerlandica, n. 27, p. 273-285, 1978. baileya, v. 6, p. 445-496, 2003. VLIET, G.J.C.M. van; BAAS, P. Wood anatomy and PEREIRA, A.C. da S.; SIEGLOCH, A.M.; classification of the Myrtales. Ann. Missouri Bot. MARCHIORI, J.N.C. Anatomia do lenho de Garden, n. 71, p. 783-800, 1984. Senegalia visco (Lorentz ex Griseb.) Seigler & WILLDENOW, C.L. Species Plantarum. Paris : Ebinger (Fabaceae). Balduinia, Santa Maria, Berlin: 1805 p. 1049-1093. (Editio quarta, n. 47, p. 19-23, 2015. Tomus IV).

11