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NÚMERO 64 15 DE MARÇO A 15 DE ABRIL DE 2008 1 €

“Eu critico o terrorismo, mas nom podo condenar a luita palestiniana, porque é contra umha ocupaçom” Ghaleb Jaber Ibrahim, empresário de origem palestiniana PÁGINA 5

O conflito lingüístico que ‘nom existia’ reaparece na rua O conflito lingüítico, sempre nega- gente, vários colectivos surgiam do polas instituiçons da Galiza, foi- activos como nunca se tinha visto se relaxando nas últimas décadas. em defesa dos direitos dos hispa- Nos últimos anos setenta e primei- nófonos na Galiza. O pretexto, na ros oitenta eram freqüentes as seqüência da aprovaçom do interrupçons de discursos se estes decreto de promoçom do galego eram proferidos em castelhano. No no ensino (124/2007), era a rei- Militar ferrolano preside umha empresa entanto, com a atomizaçom social, vindicaçom do direito dos pais e também os galego-falantes fôrom maes a decidirem sobre a educa- perdendo vontade de ganhar espa- çom dos seus filhos, neste caso que comercia com bombas de fragmentaçom ços para a sua língua na rua. em termos do idioma escolhido. A Infelizmente, com esta distensom, situaçom nom deve ser confundi- ASSESSOROU MINISTROS DE DEFESA TANTO DO PP COMO DO PSOE quem foi perdendo e espaços da da com umha mera concorrência vida pública foi a língua galega, eleitoralista. Seria preocupante Depois de ascender na carreira presidir a Explosivos Alaveses Casa Real, cujo assessor jurídico, cujos falantes se tornárom menos para o idioma que, na actual situa- militar, erigir-se em assessor SA (Expal), transnacional também galego, fai parte da incisivos na defesa dos seus direi- çom de declínio de falantes, os político do Ministério de Defesa denunciada por vender bombas administraçom da empresa. tos. Com a proximidade das elei- sectores que querem dar a e atingir a segunda posiçom no de fragmentaçom entre outros Francisco Torrente foi o militar çons estatais de 2008, irrompeu machetada definitiva ao galego, Exército espanhol, Francisco materiais bélicos. Apesar de que iniciou as negociaçons para com certa força um fenómeno até tomassem a rua. Porém, os colecti- Torrente Sánchez decidiu que a existir incompatibilidades para comprar o Yakolev-42, o aviom agora praticamente desconhecido vos mais comprometidos com a melhor maneira de culminar a exercer este cargo reguladas por de fabricaçom russa em cujo aci- no nosso País. Na legislatura do normalizaçom lingüística julgárom sua meteórica progressom era o lei, altas instáncias do Estado dente falecêrom 62 militares lema “España se rompe”, repetido necessário fazer frente aos extre- mundo da empresa. Mas no seu permitírom que o seu negócio espanhóis. Sem embargo, foi o sem descanso por meios de comu- mistas, e os seus actos sofrêrom terreno, e assim, um mês depois fosse avante. Trata-se de um único integrante da cúpula do nicaçom de tendência conservado- boicotes de grupos locais e espon- de renunciar à secretaria geral de influente militar rodeado agora exército que nom resultou pur- ra ou liberal, unidos pola ‘urgência’ táneos de quase todas as vilas e política de defesa no gabinete de importantes poderes na gado na reestruturaçom promo- de um espanholismo mais intransi- cidades por que passárom. / Pág. 14 de José Antonio Alonso, passou a Expal que atingem a própria vida polo PSOE. / Pág. 11

2.000 moinhos mais para E AINDA... MINISTÉRIO DO INTERIOR continua a buscar perto de 30 novos parques infiltrados com coacçons ilegais em Lugo / 04 eólicos na agenda do BNG / 10 CONTUNDENTES MOBILIZAÇONS DE LABREGOS para deter a descida dos preços do leite em origem / 07

Vizinhança desenvolve iniciativas MAIS DE DOUS MILHONS de anuais para a contra a alta velocidade ferroviária imprensa em espanhol por parte de Marisol López / 04

As análises críticas abrolharam em pequenos círculos Ocupam espaço abandonado no bairro Opinions de: Xosé Bocixa, Xesús Redondo e tomam corpo agora em colectivos de afectados / 09 corunhês de Monte Alto / 04 Abuín, Nuno Gomes e Xurxo Borrazás NOVAS DA GALIZA 02 OPINIOM 15 de Março a 15 de Abril de 2008

arecia-lhes singelo. Só com Hoje em dia, a Fenosa, em vez de pisarem os terrenos estava Das Encrovas (e) (à) tratar os problemas gerados pola sua Pfeita a expropriaçom, como actividade com responsabilidade, sempre. Começárom com o apoio dedica-se a denunciar pessoas que do regime franquista e das “forças os sofrem por passearem polas pis- de segurança”, tentando roubar- Uniom Fenosa tas do exterior do buraco maldito. lhes as terras, as casas, o futuro. Preferem gastar o dinheiro em guar- Começárom metendo medo, das de segurança e advogadas a falar valendo-se dos do tricórnio, usan- com quatro velhas cujos coraçons do procedimentos violentos e ile- XOSÉ BOCIXA vivem furados por umha rotopá. gais. Mas as labregas e labregos das Hoje, de novo, a Fenosa e o poder Encrovas fôrom capazes de defen- político local, autonómico e estatal der o que fora o seu único meio de continuam em sintonia. A especula- vida durante séculos, a Terra. çom acaba de começar. Esse buraco Ainda que morressem na tentativa. maldito de três quilómetros de Umha comunidade de “gentes longo, um de largo e meio de fundo del arado” contra a todo-poderosa aproximadamente, será couto priva- Uniom Fenosa. Com a sua luita, do. Lago com desportos aquáticos, com a ajuda e solidariedade de campos de golfe, casinhas para ricos umha boa parte da sociedade galega pobres e zona empresarial para des- daqueles anos 70, figérom sentar no frute do presidente da Cámara, que governo civil da Corunha esses sempre viveu de costas às Encrovas “señoritos” que viam os “lugareños” e a olhar para o poder económico. como uns ignorantes labregos. Alguém dos que na actualidade As Encrovas, esse curro descon- tenhem a responsabilidade de hecido, passou a ser a primeira pági- governar pensa tomar a sério esta na de jornais e televisons do Estado, situaçom? Nom há sensibilidade da Europa e da América. Aqueles para que estas empresas tenham “ignorantes” pugérom ‘contra as tino ao quartel de Lonzas na dimensons reais do seu projecto. niências, onde todo vale com tal de que cumprir a lei? Já que há cousas cordas’ umhas retorcidas persona- Corunha, dividírom a povoaçom Perante esta contestaçom social continuar a queimar o porco carvom que nom podem ser pagas com din- gens que assumírom o trabalho sujo oferecendo previlégios, mas nom decidírom limitar-se a aprofundar que envenena o nosso meio, as nos- heiro, tenham em conta as pessoas cumprindo o preceito dos pérfidos resultou. A gente das Encrovas, no vale eliminando só umha peque- sas vidas. humanas. Nom se trata de dinheiro, directivos dessa grande empresa longe de se acanhar, fijo zoar por na parte de aldeias. Com a passa- Mas longe de rectificar nos seus trata-se de respeito às pessoas. Os que até daquela espezinhava todo toda a Galiza “Cartos nom, transla- gem dos anos, duas centenas de métodos, essa mesma empresa que custos som migalhas. sem problemas, ao seu antolho. do de povoaçom”. Ainda que nom casas fôrom-se esfarelando, rachan- com garbo hipócrita fala de respeito Os factos acontecidos nas Naqueles complicados anos 70 do conseguissem o ‘translado’, sim sal- do, sem que ninguém travasse ao meio, às pessoas, ao benefício dos Encrovas nos últimos trinta anos ditador Franco, nom era fácil ver os várom a sua dignidade. Tivérom semelhante aberraçom. Primeiro o investidores e satisfaçom dos seus nom som história. Som hoje em dia labregos e labregas com sachos a gal- que passar de pagar a trinta e cinco ditador, logo fôrom os democratas clientes... continua com umha ati- umha patética realidade. Fechar os hetas frente aos guardas civis de tri- mil pesetas o ferrado de lavradio a os cúmplices do capital. As únicas tude própria de tempos da inquisi- olhos é inútil. Brevemente, lembre- córnio e mosquetom reivindicando duzentas cinqüenta mil, tivérom medidas, mais expropriaçom polo çom ou de mafiosos fora da lei. Hoje mos: as linhas de alta tensom em dignidade e respeito polo seu, ainda que empregar gente do vale e refor- “bem geral”. Sim, isso fijo o governo nas Encrovas há vizinhas que vivem Merza, as centrais térmicas de que ocasions e motivos sobrárom ao mar as pessoas mais velhas, entre galego comandado polo PP. O isoladas ao pé do terrapleno de meio Sabom (Arteijo) e Meirama (as longo desses anos de repressom. outras melhorias. Diz que a revolta governo espanhol desde a retrógra- quilómetro de fundo, com carências Encrovas, Cerzeda) a gasificadora O caso das Encrovas é um de tan- lhes “fijo perder cinco mil milhons da UCD até o dócil PSOE. graves de sociabilizaçom cujas con- de Mugardos, a gestom dos nossos tos em que as pessoas nom contam. de pesetas”, segundo tem comenta- Os meus olhos espreitárom seqüências som difíceis de arranjar feridos rios... em todas está a Onde o que importa é o beneficio do ao Cesareo de Hilario o “sr. desde pequeno e vírom medrar o com dinheiro. Há vizinhas que no Fenosa. Que andarám a fazer agora económico de umha empresa e Rosado”, que bem morto descansa. buraco, vendo esfarelar-se todo um dia-a-dia comem o porco carvom mesmo em países ‘subdesenvolvi- nom o bem comum como sempre E a Fenosa apoderou-se das par- povo, a desapariçom de fragas, rios, que também envenena os seus ali- dos’ onde exploram jazigos de car- nos querem fazer crer. tes baixas do vale para começar os aldeias e mesmo pessoas com mentos na Lousa, a 50 metros da vom e gás que queimam na Galiza? Ameaçárom mesmo com pistolas seus trabalhos de extracçom. estranhos síndromes e doenças central térmica. Levam assim 30 E, entretanto, contam-nos que na mao, enchêrom carrinhas com Começárom espoliando e enga- mentais. Nem os mortos fôrom res- anos, e por diante ficam outros 30 o Pólo Norte está a derreter. labregos e labregas presas com des- nando. Nunca explicárom as peitados numha mistura de conve- com licença para envenenar. Estarrece.

O que como usuária e afectada integrista da Igreja Católica espan- BLOCO FALA CASTELHANO A ODISSEIA DO TRANSPORTE exijo é que as autoridades competen- hola e sempre esteve próximo de tes tomem algumha medida, como grupos de ideologia ultradireitista. O PELOURINHO COM ESPANHÓIS PÚBLICO ampliar o número de autocarros, Foi o bispo predilecto do general especialmente nalgumhas datas, ou Franco. DO NOVAS Tanto na rádio como na TVE, Os usuários da linha de ônibus Ferrol- que a empresa reconheça e faga A sua faceta política começou em todos os políticos do BNG, quan- Santiago, à sua passagem por Ponte pública esta sorte de "lei da selva" 1967 quando foi indigitado por Se tens algumha crítica a fazer, algum do têm ocasião de intervir para d’Eume, vimos padecendo a má ges- que vivemos cada dia os que quere- Franco ‘procurador’ em Cortes facto a denunciar, ou desejas transmi- meios espanhóis, usam sempre o tom da empresa responsável por este mos ‘optar’ a um lugar no autocarro. (equivalente a deputado na actuali- tir-nos algumha inquietaçom ou idioma castelhano. Porque o trajecto: Castromil-Monbus-Arriva; é dade), lugar que ocupou até 1977; mesmo algumha opiniom sobre qual- fazem? Para não darem sintomas costume que aos domingos às sete Irma Amado Nodar significando-se sempre contra quer artigo aparecido no NGZ, este é de radicalidade? Pelo ‘caracterís- da tarde – hora de passagem do auto- (Ponte d’Eume) qualquer reforma política ou aber- o teu lugar. As cartas enviadas deve- tico’ carácter galego da submissão? carro por Ponte d’Eume – os que ali tura democrática e defendendo rám ser originais e nom poderám Porque pensam que falando gale- aguardamos nom tenhamos lugares sempre a união insolúvel Igreja- exceder as 30 linhas digitadas a com- go não serão entendidos? A pri- no ônibus e tenhamos que esperar Estado. putador. É imprescindível que os tex- meira pergunta podemo-la descar- entre 45 minutos e umha hora a que COLÉGIO DE BERTAMIRÁNS Nestes últimos anos ninguém se tos estejam assinados. Em caso con- tar, pois Quintana já disse aos enviem outro; esta situaçom acen- COM NOME FRANQUISTA lembrou do clérigo e político fran- trário, NOVAS DA GALIZA reserva-se o madrilenos que o BNG era de fiar. tua-se em dias "especiais" – feriados, quista que dá nome ao colégio. direito de publicar estas colaboraçons, Quanto à segunda pergunta, os pontes, jornada eleitoral, férias, etc.; Há um colégio em Bertamiráns que Achamos que isto deve mudar. O como também de resumi-las ou genes são ‘inevitáveis’. Em rela- três pessoas preenchemos, na esta- leva o nome dum político franquis- nome de um colégio é o primeiro estractá-las quando se considerar çom à terceira, direi que da forma çom de Compostela, as folhas de ta: o bispo José Guerra Campos. cartão de apresentação e deve oportuno. Também poderám ser des- como os do BNG falam hoje o reclamaçons pertinentes – umha Guerra Campos nasceu numa corresponder ao de uma pessoa de cartadas aquelas cartas que ostenta- galego, podem falá-lo abertamente ridícula representaçom dos afecta- freguesia de Ames em 1920. Lutou trajectória democrática e que conte rem algum género de desrespeito pes- aos espanhóis, pois serão entendi- dos, umhas 20 pessoas, que parecem durante a guerra civil no bando fas- com reconhecimento social. soal ou promoverem condutas antiso- dos perfeitamente. preferir o conformismo à reclamaçom cista. Foi bispo auxiliar de Madrid e ciais intoleráveis. de um serviço que a empresa oferece bispo de Cuenca. Representou Pedro Pardo Endereço: [email protected] Suso de Loira (Carinho) e nom cumpre. durante muitos anos a ala mais Milhadoiro (Ames) NOVAS DA GALIZA 15 de Março a 15 de Abril de 2008 EDITORIAL 03

EDITORA INTERNACIONAL FOTOGRAFIA Cultura sim, INHO EDIA M M S.L. Duarte Ferrín Arquivo NGZ Nuno Gomes (), Jon Etxeandia Natália Gonçalves, DIRECTOR (País Basco) Juanjo Garcia (Países Cataláns) Galiza Independente (GZI), Carlos Barros G. Xavier Sampil COLABORAÇONS mausoléu nom ONSELHO DE EDACÇOM DMINISTRAÇOM C R Opiniom. Gustavo Luca, Maurício Castro, A Alonso Vidal, Antom Santos, Iván Garcia, X. Carlos Ánsia, Maria Álvares, Santiago Irene Cancelas Sánchez Xiana Árias, Sole Rei, Helena Irímia, Alba, Daniel Salgado, Kiko Neves, J.R. Eduardo S. Maragoto, André Casteleiro, Pichel, Carlos Taibo, Celso Á. Cáccamo, HUMOR GRÁFICO José E. Vicente, Xabier Xil Jorge Paços, Adela Figueroa, Joám Peres, Suso Sanmartin, Pepe Carreiro, XESÚS REDONDO ABUÍN Pedro Alonso, Luís G. Blasco ‘Foz’, Alberte Pestinho+1, Xosé Lois Hermo, DESENHO GRÁFICO E MAQUETAÇOM Pagán, Concha Rousia, Xurxo Martínez, Gonzalo Vilas, Farruquinho Miguel Garcia, Carlos Barros Alexandre Banhos, Raul Asegurado, Miguel Penas. Cronologia. Iván Cuevas. Música. CORRECÇOM LINGÜÍSTICA IMAGEM CORPORATIVA Jacobe Pintor. Galiza Natural. João Eduardo Sanches Maragoto, que quero dizer nom somos contra a cultura. A Miguel Garcia Aveledo. Sexualidade. Beatriz Santos. Fernando Vázquez Corredoira, quero dizê-lo por cultura abre os olhos e nós que- Língua Nacional. Valentim Fagim. Vanessa Vila Verde, escrito. Por duas remos que a naçom de Breogám FECHO DA EDIÇOM: 20/03/08 Desportos. Anxo Rua Nova, Xavier S. Mário Herrero (Suplemento) O Paços. Cinema. Francesco Traficante razons importantíssimas. abra quanto antes e para sempre Umha. Porque falar pouco os olhos de par em par. Queremos D. LEGAL: C-1250-02 / As opinions expressas nos artigos nom representam necessariamente a posiçom do periódico. Os artigos som de livre reproduçom respeitando a ortografia e citando procedência. A informaçom continua periodicamente no sítio web www.novasgz.com e no portal www.galizalivre.org é mais difícil que falar saber aonde vai e para que serve muito. Duas. Porque quero cada que gastam no Gaiás. que se saiba que som pala- Que estám a gastar euros do erá- vras pensadas e nom pala- rio nacional. Que nom estám a UM EMPRESÁRIO DE vras ditas ao tum-tum. E gastar euros da sua propriedade. direi-no com toda a corte- E estám a gastar umha burrada. sia do mundo, e algo mais Daria para fazer nom poucas cou- se é preciso, mas clarinho. sas em nom poucas partes que QUATRO ESTRELAS A cultura de um povo nom se estám em precário. cultiva numha montra colossal ins- E volto à carga. A cultura nom talado no coruto de umha montan- se fai com fantasias galácticas. ha. A cultura semeia-se no dia-a- Fai-se rente da realidade ordiná- dia colectivo. E a fonte principal ria. Com boas escolas infantis. da colheita cultural é o trabalho. Com boas escolas primárias. Com s tramas de corrupçom salpicam fre- abeirava-se ao excelente trato que o PSOE Do mais rudimentar ao mais quali- boas escolas secundárias. Com qüentemente as cúpulas empresariais sempre deu aos militares. ficado. Olho! Estou a falar cuspi- boas universidades. Com bons Ade prestigiosas firmas; noutras oca- Como empresário, prosperou graças ao dinho a como falavam as autorida- museus. Com bons transportes e sions, assinalam as redes dos grandes par- negócio da morte provocada. Umha dedica- des de agora contra as de antes. rápidos. Com bons centros de tidos que gerem esta democracia tutela- çom florescente que assegura a abundáncia O que acontece é que as saúde. Com bons hospitais. Com da; noutras, inclusive, relacionam-se com económica enquanto proliferarem no actuais autoridades, onde antes boas instalaçons desportivas. E a actividade de prestigiosas instituiçons mundo as guerras democráticas, o investi- diziam ‘xo!’ agora dim ‘arre!’. com alimentaçom saudável e que só se podem criticar em pequenas mento estatal em fabrico de armas, e o Claro, antes andavam no que suficiente para todos os Fuco notas de rodapé. Ainda que pareça exa- espalhamento de bombas ilegais que lhes quadrava e agora andam Buxám. Que som nom poucos os gero, a investigaçom do NOVAS DA GALIZA ilu- matam, sobretodo, os humildes e os civis. num Audi. O primeirinho que que nom tenhem de nada. mina um foco de imoralidade que atinge de E como “político” doméstico, o alto mando figérom as novas autoridades ao Mais feitos e menos propagan- umha só vez todas as instáncias nomeadas. Na ferrolano soubo reforçar os seus negócios chegarem a Sam Caetano foi da. A cultura ou nasce no dia-a- Galiza de 2008, um militar com graduaçom de estreitando relaçons com o capital das caixas apresentar-se perante o erário dia colectivo dos povos ou nom quatro estrelas, ostenta o duvidoso mérito de galegas, com banqueiros espanhóis de dimen- nacional e perguntar-lhe ‘Que há nasce. E o dia-a-dia colectivo do reunir numha só pessoa a indecência que atinge som transnacional, e com figuras mui bem con- do nosso?’, atribuírem-se salário Fogar de Breogám tem lugar ao ámbitos mui diferentes do poder. hecidas no palácio da Zarzuela. Por tecer redes, milionário; e por riba, atribuí- longo e ao largo dos 315 concelhos Como mando de um exército golpista, prati- ainda as tece com um governo municipal rem-se um ‘aguinaldo’ vitalício disseminados polo mapa adiante. cou um caciquismo sui generis que lhe forne- “esquerdista” que subvenciona festas religiosas de 15.000 euros, que é mais do O do Gaiás, a nós, parece-nos pôr ceu excelentes relaçons com as duas fracçons e o converte em pregoeiro de honra do concel- que a média salarial dos Fuco o carro diante do gado. Também da direita política; e enquanto os mais extre- ho. Todo um retrato do País, que permite a Buxám da naçom de Breogám. às actuais autoridades lho parecia mistas perdiam prestígio polos Yakolevs e as impunidade ‘chulesca’ dos que vivem à custa Bem se vê que as novas autorida- antes. Agora nom. Agora mudá- aventuras no Iraque, este oportunista de altura de provocar sofrimentos e desgraças. des alentam por onde alentavam rom, porque será? as de antes! Com o gado à rabela do arado Que deixem de intoxicar as nom se lavra. E nós queremos autoridades. As de agora e as de lavrar. Nem queremos que as sil- PEPE CARREIRO antes. Que quando nom parecem vas voltem a colonizar por inteiro co-irmaos, parecem irmaos. Que o Gaiás nem que no Gaiás fagam deixem de intoxicar e também as Américas umha mao-cheia de de nos apurrarem os cans de seu aproveitados. O que exigimos é amo, subvencionados tambén que rendam contas do gasto e polo erário nacional. Que deixem que nos esclareçam aonde vai e de intoxicar. E de denegrir. para que serve cada euro que E de mentir. Nós nom pedi- gastarem. Nada mais. Que é o mos que entrem as piquetas no que as actuais autoridades Gaiás. Pedimos que nos esclare- pediam quando eram aspirantes çam que estám a fazer com o a ser autoridades. Nós nem origi- nosso dinheiro. Que é o mesmo nais fomos no momento de que pediam as autoridades denominar-nos. Fôrom eles os actuais quando eram aspirantes a que começárom a chamar-lhe a autoridades. Os que mudárom aquilo mausoléu faraónico. E quan- de partitura fôrom eles. Nós nom do digo eles digo Lola Villarino, tocamos partitura diferente à presidenta do Parlamento; que eles mesmos tocavam. Que Emilio Pérez, presidente do bigo- deixem de intoxicar. E também verno; Anxo Quintana, vice-presi- de nos apurrarem os cans de seu dente; e os demais; e todos os amo, subvencionados também demais. Que voltem ao rego. polo erário nacional. Que deixem de apurrar contra Que deixem de intoxicar. E de nós os cans de seu amo. Que dei- falsear os nossos postulados. Nós xem de intoxicar. NOVAS DA GALIZA 04 NOTÍCIAS 15 de Março a 15 de Abril de 2008

NOTÍCIAS

Nova tentativa de infiltraçom policial com coacçons ilegais em Lugo

REDACÇOM / As medidas irre- gulares empreendidas polo Ministério do Interior para obter confidentes no seio do independentismo voltam à cidade de Lugo. Depois de ter- mos denunciado, em Dezembro de 2007, o oferecimento de um emprego público em troca de infiltraçom policial, os factos reiteram-se, incluindo agora coacçons quando o jovem H.D. se recusou a “colaborar com a Audiência Nacional”. No primeiro telefonema rea- lizado, os polícias identifica- vam-se como membros de umha delegaçom de emprego para lhe oferecer trabalho. O A iniciativa avança na linha em favor da ocupaçom encetada por vários colectivos e activistas sociais durante o ano passado / ACULTURAPREOKUPA.BLOGALIZA.ORG jovem, desconfiado perante o contexto da chamada, nom compareceu no lugar e hora indicados, e imediatamente Recuperam espaço abandonado recebeu umha outra chamada para combinar numha cafetaria. Já ali, os interessados identifi- no bairro corunhês de Monte Alto cárom-se como membros do Ministério do Interior, tentá- REDACÇOM / A recém constituí- iniciativa social, cultural e polí- distinguido no bairro de Monte “superadas as expectativas”, em rom amedrontá-lo com dados da da assembleia da ‘Cultura_ tica auto-organizada”. Até a Alto por ter provocado proble- referência ao bom acolhimento sua família e mostrárom-lhe Pre_O(k)upa’ recuperou, no dia data do fecho desta ediçom tin- mas com diferentes vizinhos, obtido por parte de pessoas de fotos suas e de independentis- 14 de Março, um local abandona- ham desenvolvido diferentes apontam fontes do colectivo. todo o tipo que estám a fazer sua tas lugueses em diferentes do na rua corunhesa da Atocha conferências, obradoiros, pro- Centenas de pessoas tenhem esta iniciativa. Entende que a lugares. H.D. decidiu entom Alta, inserida no bairro de Monte jecçons, mesas redondas e participado das diferentes pro- ocupaçom deste espaço nom é o abandonar o lugar e os polícias Alto. Parte com o objectivo de murais, bem como actividades postas realizadas e aspiram a con- fim em si mesmo, mas “um expe- indicárom-lhe que iria receber dinamizar a sua envolvente e festivas e teatrais. solidar a iniciativa como referente rimento para o processo amplo de outra chamada. fomentar a criaçom de espaços O espaço, que continuam a das possibilidades do movimento libertaçom de espaços” que Na semana seguinte telefo- libertados a partir da autogestom reabilitar, dispom de mais de pró-ocupaçom no nosso País. No estám a impulsionar. nárom-lhe insistindo em que e projecta inicialmente umha 200 metros quadrados no piso entanto, em princípio nom ten- Tenhem a convicçom de que devia colaborar com a série de actividades para cobrir ao inferior e oferece numerosas hem vontade de permanecer no “o trabalho em comum, partindo Audiência Nacional se nom longo do mês de Março. possibilidades de actividade local, só de que sirva como expe- de baixo, questiona directamente queria “meter-se em proble- Coerentemente com os seus tanto para os e as integrantes da riência e revulsivo para este tipo umhas instituiçons que nom mas”. Na chamada, de cuja princípios, o colectivo será for- assembleia como para a própria de alternativas. sabem nem querem dar soluçom gravaçom dispom o Novas da mado por “todas aquelas pesso- vizinhança. É propriedade de Em nome do colectivo promo- aos problemas de espaço que Galiza, o jovem reiterava a as que se reconhecem numha um “conhecido especulador” tor, Virxilio Rodríguez considerou sofre esta cidade”. sua recusa a exercer como confidente e o polícia adver- tia-o de que deveria assinar um documento admitindo Marisol López entrega a jornais em espanhol que nom acedia à solicitude de cooperaçom. Os contactos suspendêrom-se a partir mais de dous milhons de euros anuais desta última chamada. Advogados consultados assi- Gentalha do Pichel denuncia o escandaloso gasto de Política Lingüística nalam que este tipo de coac- çons nom tenhem suporte legal REDACÇOM / Das enormes quan- 150.000 euros, supostamente por astronómico como assustador: Pichel, “o problema é mui sério, e e instam as pessoas que podam tias de dinheiro destinadas à nor- meterem algum suplemento ou 2.207.028 euros. A gravidade do deveria preocupar nom só os gru- receber solicitudes deste tipo a malizaçom lingüística, os jornais notícia breve em galego. Segundo esbanjamento de dinheiro públi- pos normalizadores, como tam- negarem qualquer tipo de cola- escritos em espanhol som umhas a Gentalha do Pichel, com a soma co que se está a fazer à custa da bém todas as pessoas que pagam boraçom, dado que a Polícia das entidades mais beneficiadas. do dinheiro recebido polo conjun- política de normalizaçom lingüís- impostos: é dinheiro atirado no espanhola pretende utilizar o Segundo o publicado no DOG, to das empresas editoras dos jor- tica poderá ter sido ainda maior lixo”. No cartaz, que se pode con- medo como mecanismo de no primeiro quadrimestre do ano, nais em espanhol neste primeiro no passado, umha vez que este é seguir contactando o colectivo pressom. Porém, nada obriga as empresas editoras de jornais quadrimestre, pode fazer-se um o primeiro ano em que os dados compostelano, coloca-se o exem- ninguém a converter-se em como ABC, El País, ou La Voz de cálculo estimativo da quantia som publicados, depois dos reite- plo de como este jornal, o Novas confidente, apesar de os agen- Galicia recebêrom, respectiva- recebida polos mesmos ao longo rados protestos de grupos norma- da Galiza, “nom recebe um peso tes de Interior o apresentarem mente, 40.000, 100.000 e de um ano. O resultado é tam lizadores. Para a Gentalha do com o pretexto da normativa”. como necessário. NOVAS DA GALIZA 15 de Março a 15 de Abril de 2008 NOTÍCIAS 05

Ghaleb Jaber Ibrahim, empresário de origem palestiniana CRONOLOGIA “Como palestiniano tenho que condenar 10.02.2008 Ex-comissário Enrique León, que demitira como presidente de Vila o holocausto, por humanitarismo e porque Garcia por incompatibilidade, funda Segur 10 Vigilancia, empre- somos os únicos que o estamos a pagar” sa de segurança. 11.02.2008

Que opina da polémica gerada Mariscadoras do banco dos no BNG em torno da AGAI? Prazeres deitam lixo da Ria de Lembro o dia em que surgiu a Ponte Vedra na Conselharia do associaçom, quando o ministro Meio Ambiente em protesto pola Shlomo Ben Ami visitou a falta de limpeza da zona. Galiza. Figérom-se-lhe pergun- tas incómodas e notou que o 12.02.2008 povo galego era solidário com o palestiniano. Entom surgiu a Polícia local de Ogrove denuncia AGAI, para contrabalançar a comparsa Os da criba por fazerem força da causa palestiniana na umha cançom de entruido contra opiniom pública galega. A políti- este corpo. ca de Israel pode ser defendida polas instituiçons e as finanças 13.02.2008 ou por motivos religiosos. Alguns judeus galegos estám a prestar- Comissom do Parlamento basco se a isso, como Gómez-Valadés, chama para declarar a Manuel judeu converso que mes-mo fijo Fraga Iribarne e Rodolfo Martín o serviço militar em Israel... Villa na investigaçom do assassi- nato de cinco trabalhadores pola ...Mas esta polémica poderá polícia em Vitória a 3 de Março de desestabilizar o BNG? 1976. Só se lhe dermos importáncia. Eles mandam comunicados à impren- 14.02.2008 sa, é quase o único que fam. Ghaleb Jaber é desde há muitos anos um referente da causa palestiniana na Galiza Subdelegado do Governo espan- E a direcçom do Bloco, está a hol na Corunha, José Manuel I. CANCELAS / E. MARAGOTO cia de umha associaçom pró- Israel nom proporciona um actuar correctamente? Pouse Mesura, impugna o regula- A polémica desatada, nomeada- israelita no seio do movimento ámbito democrático aos pales- O embaixador israelita em mento do galego na Cámara mente no seio do nacionalismo, nacionalista? tinianos e se mesmo para os Madrid pretende dirigir a polí- Municipal de Cedeira por existir polo aparecimento de umha O povo galego, de forma esma- judeus é discutível que seja tica de um partido galego e isso “falta de mençom da língua cas- Associaçom Galega de Amizade gadoramente maioritária, sem- democrático, no caso dos terri- é inaceitável. Aconteceu algo telhana”. com Israel (AGAI), derivou em pre estivo ao lado da causa tórios palestinianos, estamos a mui parecido com o presidente confrontos dialécticos entre palestiniana. Se Israel quer falar de umha ocupaçom com da Cámara Municipal de 15.02.2008 diversas facçons ideológicas no financiar umha associaçom de seqüestros, assassinatos, des- Oleiros há uns anos. O Bloco BNG, após ter surgido nesta pessoas que se sentem judias, truiçom de cultivos e casas... condenou o holocausto, mas Às 00h30, morre Antonio Arnejo frente a proposta de expulsom todo bem, mas isso nom justifi- Quanto a nós, palestinianos, fôrom condenados também G., trabalhador de Urbaser, do dirigente pró-israelita ca defender a política de Israel. eu penso que o inteligente é tra- todos os holocaustos. O Bloco empresa de recolhida de lixo em Gómez- Valadés na comarca de balhar com a cultura e a socieda- respondeu adequadamente. Compostela, ao lhe cair em cima a Vigo. No mês passado, um vere- Assentam parte do seu discurso de, nom com as armas, mas o tampa do colector que estava a ador do BNG em Neda abando- em críticas “ao terrorismo”... problema é que para criar cultu- Pensa, como se tem dito, que a esvaziar. nava a frente acusando os seus Há que distinguir alguns tipos ra é preciso um grande desenvol- AGAI conta com apoio da dirigentes de “odiarem os de luita, mas nom se pode acu- vimento sócio-económico, e isso embaixada israelita? 16.02.2008 judeus”. Fomos conhecer a opi- sar Hamas sem acusar a políti- nom existe na Palestina por Penso que foi impulsionada pola niom de Ghaleb Jaber, possuidor ca israelita. Os atentados som causa de umha ocupaçom. embaixada. Querem encobrir Dados do Instituto Espanhol de do conhecido hotel compostela- condenáveis, mas a culpa do um genocídio. Cada vez que é Estatística reflectem que existem na no Araguaney, que nunca ocul- que acontece ali nom é de O ‘holocausto’ também é men- questionada a política de Israel, Galiza 1.261 aldeias abandonadas e tou as suas boas relaçons com o Hamas: Hamas é umha conse- cionado freqüentemente... eles tiram do bolso dous temas: 712 lugares com só um habitante. nacionalismo galego. qüência e Israel a causa. Eu Um palestiniano deve conde- antissemitismo e holocausto, critico o terrorismo, mas nom nar o holocausto. Em primeiro quando até nós, árabes, somos 17.02.2008 O movimento de libertaçom podo condenar a luita palesti- lugar por humanitarismo e em semitas: este é um termo lin- nacional palestiniano sempre niana, porque é contra umha segundo lugar porque somos os güístico. É inegável que Israel Quatro cargos do governo biparti- gozou de grande aceitaçom ocupaçom. É a diferença entre únicos que o estamos a pagar, tem muita força económica, mas do, imputados pola sua participa- entre a esquerda galega. Que terrorismo e luita de resistên- muitas vezes com as nossas os galegos tenhem que ver se çom na adjudicaçom da autovia de opiniom lhe merece a existên- cia a um exército ocupante: próprias vidas. vale a pena colaborar com Israel. Barbança. NOVAS DA GALIZA 06 NOTÍCIAS 15 de Março a 15 de Abril de 2008

18.02.2008

Aparece a boiar em águas de Carinho o corpo sem vida de um marinheiro de Ortigueira, tripu- lante do Pesorsa 3.

19.02.2008

O parlamentário do BNG Fran- cisco Rodríguez chama “desleais” aos ecologistas que se manifestá- rom contra a destruiçom do terri- tório sob o lema ‘Galiza nom se vende’.

20.02.2008

Falho num controlo paralisa durante hora e meia a rede ferro- viária da Galiza.

21.02.2008

Dous marinheiros de Camelhe, Fernando Porteiro Tajes e Manuel Mouzo Suárez, morrem ao embor- car a sua embarcaçom na ria de MULHERES RESPONDEM À PROIBIÇOM DE SE MANIFESTAREM NO 8 DE MARÇO Corme-Lage. REDACÇOM / A reivindicaçom Marcha Mundial das Mulheres Por volta de mil pessoas res- umha lei que nom garante o 22.02.2008 do direito ao aborto livre e gra- mantivo as convocatórias de pondêrom ao chamamento nosso direito a decidir”, assi- tuito, junto com a proibiçom de mobilizaçons em Ponte Vedra, feminista, entregando em dife- nalam na Marcha Mundial das Por volta de setenta redeiras do comemorar o 8 de Março por Vigo, Ourense, Corunha, Ferrol, rentes julgados da geografia Mulheres, enquanto manifes- Sul da Galiza ocupam a inspec- parte da Delegaçom do Governo Compostela e Narom. Nas cida- nacional assinaturas de autoin- tam que continuarám a ocupar çom de trabalho em Vigo numha Espanhol por calhar no ‘dia de des de Compostela e Corunha culpaçom por casos de aborto. os espaços públicos por enten- acçom para denunciarem o trabal- reflexom’, marcárom a comemo- tivérom lugar também manifes- O objectivo perseguia “mostrar derem que “há que mudar a ho ilegal. raçom do Dia da Mulher taçons polas ruas desafiando a a solidariedade com as mulhe- vida das mulheres para mudar Trabalhadora. No entanto, a proibiçom governamental. res processadas, e denunciar o mundo”. 23.02.2008

Dados do recenseamento reflec- tem que três mil emigrados nas A CIG prémia Canárias voltárom à Galiza pola crise da construçom. no 10 de Março

24.02.2008 trabalhadores

Associaçom pola Defesa da Ria ponte-vedreses angaria mais de 3.000 assinaturas contra a concessom da da construçom Autorizaçom Ambiental à planta da ENCE em Ponte Vedra. REDACÇOM / A segunda edi- çom do prémio da Dia da 25.02.2008 Classe Operária Galega, con- vocada pola CIG, tivo como Operários de Dragados abatem protagonistas os trabalhadores várias árvores centenárias nas Rejeitam visita do monarca espanhol da construçom da província de obras de ampliaçom do aeroporto Ponte Vedra, que desenvolve- de Peinador, em Vigo. ram as principais mobiliza- no Dia da Classe Operária Galega çons de 2007 e conseguiram 26.02.2008 REDACÇOM / Os sindicatos Por volta de mil pessoas lias, as reais, som aquelas que importantes conquistas em nacionais CIG e CUT voltá- secundárom a mobilizaçom perdem poder de compra, e matéria salarial e de direitos Detido um vizinho de Poio por rom às ruas no passado dia 10 convocada pola CIG em Ferrol, nom as que nos mandam para sociais. Xosefa Baamonde, apunhalar a sua companheira sen- de Março para comemorarem em que foi denunciado o solapar o movimento operá- histórica sindicalista da CIG- timental. o Dia da Classe Operária incremento da carestia da vida. rio”, em clara alusom à presen- Ensino, foi também homena- Galega, numha jornada mar- O secretário geral da central ça do monarca espanhol. geada polo seu “compromisso 27.02.2008 cada pola visita do monarca sindical, Suso Seixo, denun- Em relaçom aos actos con- inquebrantável com a educa- espanhol a Ferrol. O secretá- ciou que mais de 640.000 cida- vocados pola CUT, por volta çom em galego”. Vizinhança da Fonsagrada e rio comarcal da CIG na comar- daos galegos vivem com menos de cem delegados e delegadas Por sua vez, coincidindo com Santalha de Oscos fundam a asso- ca de Trás-Ancos, Xesús Anxo de 570 euros por mês, situa- sindicais participárom nas con- o 8 de Março, Dia Internacio- ciaçom Camim Grande para pro- López Pintos, manifestou a çom pola qual responsabilizou centraçons realizadas em Vigo nal da Mulher, a Secretaria da testarem polo projecto da linha de sua “total rejeiçom à presença o Governo espanhol e os sindi- e Compostela, nas quais a Mulher da CIG premiou as alta tensom Boimente-Pezós. de Juan Carlos de Bourbon catos estatais pactistas. Ainda, reclamaçom da “autodetermi- trabalhadoras de ISS Facility neste dia tam assinalado” em exigiu-se a aplicaçom da histó- naçom para umha Galiza ceive Services, que mantiveram 28.02.2008 que trabalhadores e trabalha- rica reivindicaçom do Quadro e sem exploraçom” e a exigên- umha greve de 60 dias na doras galegas lembram o Galego de Relaçons Laborais e cia de um novo enquadramen- Cámara Municipal de Com- Morre frente às costas da assassinato de Amador e a soberania nacional da Galiza. to jurídico para a classe trabal- postela até que conquistaram Corunha F.S.E., marinheiro do Daniel às maos da polícia Por sua vez, López Pintos indi- hadora fôrom os eixos centrais “a dignificaçom das suas con- arrasteiro Playa Los Quebrantos. espanhola em 1972. cou que “as verdadeiras famí- das reivindicaçons. diçons laborais.” NOVAS DA GALIZA 15 de Março a 15 de Abril de 2008 NOTÍCIAS 07

29.02.2008

Trezentas pessoas manifestam-se em Guitiriz pola readmissom dos 30 trabalhadores despedidos pola graniteira Ingemarga por se nega- rem a trabalhar aos fins-de-sema- na sem salário.

01.03.2008

Exumados na Fonsagrada os res- tos de José Moreno Torres, comandante do Batalhom Galiza assassinado em 1937.

02.03.2008

Construçom de 1.100 vivendas a Produtores mobilizam-se com contundência menos de 100 metros do mar em Sam Genjo é desvendada polo para evitar descida dos preços do leite em origem diário El País. 03.03.2008 REDACÇOM / Os produtores de para outros produtos que lhes concentraçom de uns 3.000 As principais organizaçons leite denunciam os altos preços dessem maiores lucros. ganadeiros diante das suas insta- que representam os produtores, Trabalhador português da empre- que paga o consumidor e recla- No último ano, os preços em laçons de Ponte d'Eume, simila- o Sindicato Labrego Galego sa S.J. Limitada falece mam segurança jurídica e econó- origem aumentárom em média res em concorrência e participa- (SLG) e Unions Agrárias (UU. em Róis ao lhe cair umha árvore mica face às medidas unilaterais 25%, mas os custos de produ- çom às registadas na semana AA.), reclamam que este siste- em cima. adoptadas polas empresas. A çom, principalmente gasóleo e anterior diante da fábrica de ma seja revisto, por considera- ameaça que pairava sobre o sub- pensos, incrementárom-se entre Puleva em Castro Verde. rem-no pouco menos que 04.03.2008 sector leiteiro galego desde há 80 e 90%. Com esta situaçom, medieval. De facto, na primeira cerca de dous anos começa a se longe de ganharem, o poder Insegurança reuniom da Mesa do Leite em Estado espanhol extradita Rodol- concretizar: a descida dos pre- aquisitivo dos produtores ficou No fecho da ediçom deste doze meses — prevista para fo Almirón, ex-guarda-costas de ços em origem já está aqui. Num congelado no melhor dos casos número, a maior parte dos pro- meados deste mês de Março Fraga Iribarne, para ser julgado na momento em que os consumi- e, na maior parte, reduzido, com dutores de leite do nosso país mas contra o fecho desta edi- Argentina por de lesa dores pagam até mais de um margens de benefício de apenas encontram-se numha situaçom çom confirmou-se o seu adia- humanidade. euro por litro de leite, os gana- quatro ou cinco cêntimos de de insegurança e impossibili- mento — reclamarám, entre deiros recebem em média só 40 euro por cada litro de leite. dade de defesa, segundo outras medidas, o estabeleci- 05.03.2008 cêntimos de euro. «Onde vam Deste modo, umha descida denuncia a cooperativa O mento de contratos homologa- parar os sessenta cêntimos que como a que se prevê — em Seixo, na Terra Chá, que vende dos que determinem uns preços Fiscalia pede seis anos de cadeia faltam?», pergunta muita gente. média, de cinco cêntimos —, para Puleva-RAM. Segundo mínimos e as margens de varia- ao empresário da Fonsagrada Julio A resposta é simples: dividem-se simplesmente tornará inviáveis explicam, no contrato de recol- çom dos mesmos e, chegado o Fernández, presidente de Filmax, entre as empresas de recolhida as exploraçons leiteiras, que hida de leite que assinam os caso, mecanismos compensató- polo desvio de 50 milhons de — que geralmente também se estariam a trabalhar por baixo produtores (ou as cooperativas rios com base na situaçom do euros. encarregam do tratamento e dis- dos custos de produçom. em seu nome) e as empresas, mercado — nomeadamente os tribuiçom — e os estabeleci- A ameaça para este subsector nom se especifica um preço custos de produçom. 06.03.2008 mentos comerciais. Porém, nes- é tam real que houvo quem já a determinado por cada litro de Se as empresas nom recuarem tes últimos nom costuma estar a experimentasse: os ganadeiros leite, de maneira que no e nom derem soluçons aos pro- Mais de 1.500 ganadeiros ocupam maior margem de lucro, pois até que vendem a sua produçom a momento da recolhida -geral- dutores, os sindicatos assegu- a fábrica de Puleva em Nadela em há poucos meses o habitual era Leite Celta, empresa que unila- mente cada dous dias- descon- ram que adoptarám medidas de protesto pola descida dos preços que mesmo pugessem à venda teralmente lhes aplicou umha hecem a quanto estám a ven- força mais contundentes para do leite. leite abaixo do preço ao qual o reduçom de seis cêntimos por der a sua produçom, algo do garantirem a sobrevivência do adquiriram, utilizando-o como litro de leite produzido. A medi- que somente tenhem constán- principal meio de vida de milha- 07.03.2008 'isco' para atrair o comprador da provocou, a 13 de Março, a cia no mês seguinte. res de famílias galegas. Conselharia da Pesca teima em manter as 24 unidades de pisci- cultura previstas na costa galega Subdelegaçom do Governo de Ponte Vedra multa apesar das alegaçons. activismo social viguês com mais de 15.000 euros 08.03.2008

REDACÇOM/ O subdelegado mas das multas administrativas. da autodeterminaçom no passa- ao mesmo tempo que “prea- No Dia Internacional da Mulher do governo na província de Só polo protesto contra a do dia 6 de Dezembro, recebê- nuncia qual será a política de apresentam-se por volta de 1.000 Ponte Vedra, Delfín Fernández, agrupaçom espanholista Galicia rom multas por valor de 600 liberdades democráticas que o autoinculpaçons de aborto nos tri- empreendeu umha ofensiva Bilingüe as sançons ultrapas- euros, enquanto outras sete independentismo pode esperar bunais galegos, e realizam-se contra o activismo social viguês sam os 14.000 euros, incluindo pessoas estám processadas por nos próximos tempos por parte diversas marchas feministas e nas últimas semanas sancionan- multas individuais de 1.350 se concentrarem perante a dos gestores do Estado”. actos reivindicativos apesar da do cerca de trinta pessoas por euros e atingindo um total de esquadra da polícia espanhola Destacam também “a coinci- proibiçom da Delegaçom do exercerem o seu direito à mani- 15 pessoas. Em relaçom aos demandando a liberdade dos dência no tempo com o início Governo por coincidir o dia com a festaçom. Activistas dos centros actos de denúncia da brutalida- quatro acusados por queimarem de 73 processos contra trabal- jornada de reflexom. sociais Revolta, Faísca e Cova de policial pola referida mobili- a efígie do monarca espanhol, hadores do naval e da constru- dos Ratos, do Foro da Mocidade zaçom, seis novas pessoas após a manifestaçom. çom em Vigo”, acusando a 09.03.2008 de Vigo, da Comissom contra a fôrom sancionadas por um total O organismo anti-repressivo Subdelegaçom do Governo de Macrodepuradora de Corujo, da de 900 euros. Ceivar, por sua vez, considerou ter decidido “‘meter o dente’ a B.V.C., trabalhador de 20 anos, plataforma A Ria nom se Vende, Três militantes que assina- que esta intensificaçom da acti- nível repressivo e de forma ferido grave ao sofrer um acidente do colectivo Precárias em Luita ram a solicitude de manifesta- vidade repressiva “evidencia a quase generalizada à comarca laboral na estaçom de reciclagem e da Causa Galiza fôrom as víti- çom da Causa Galiza em defesa verdadeira natureza do PSOE” viguesa”. de Nostiám (Corunha). NOVAS DA GALIZA 08 INTERNACIONAL 15 de Março a 15 de Abril de 2008

INTERNACIONAL

Ramón ‘Silverio’ Gómez, director da Brigada Artística Os Colines e d’O Mejunje (Cuba) ALÉM MINHO “A cultura ocupa o segundo lugar nas Aguarda preocupaçons da gente, algo mui importante que verás tendo em conta os problemas do país” NUNO GOMES

cartaz a dizer que fechava e quem quigesse visitar-me, que vinhesse à minha casa. “O QUE SE APRENDEU NA ESCOLA É LEI. Assim que de novo O Mejunje GALIZA É ESPANHA. muda de sede? DESTE LADO SOMOS Efectivamente, mas no ano 91 che- PORTUGUESES, DO gam novos ares a Santa Clara e ofe- OUTRO ESPANHÓIS” recem-me o actual espaço depois de que os novos artistas o pidam em reunions do partido, que sem- Cá pelo Norte todos sabemos o pre me apoiou muito, como tam- que é Santiago de Compostela. bém o governo da cidade. De novo, Cidade, estrangeiro, Espanha. temos um espaço polo qual passá- Alguns dirão Galiza. Alguns. rom desde Ricardo Alarcóm até o Muitos (se não todos) falarão d’A bispo de Santa Clara. Coruña, e não estranharão se a virem grafada à portuguesa Qual é a sua essência? (Corunha, sem o artigo). Vigo É que a gente que passa polo sempre foi Vigo e Lugo sempre foi Mejunje é bem tratada, é respei- Lugo, mas poucos perceberão que tada. Temos mui boa relaçom Ponte Vedra se refere à espanho- com a vizinhança, cede-se gratui- líssima Pontevedra. Para muitos, tamente para comemorar aniver- minha mãe incluída, Ourense sários, casamentos... Também há nunca deixou de ser Orense. Não ÁFRICA LEIRA - PILAR BARRAL - LUISA CUEVAS permanentemente para alcançar novas quotas de justi- um espaço para expressons cul- adiantou a galeguização de La Visitamos Cuba num momento em que se está a dar um ça social. A 15 de Fevereiro África, Pili e Luisa acompan- turais que tenhem que ver com Guardia para A Guarda; mesmo processo de debate em busca de soluçons para mais ham a Brigada Artística Os Colines numha das suas mis- os cultos sincréticos; por exem- dizendo-lhes que a Guarda galega socialismo. Som milhares de achegas que demonstram sons e entrevistam-se com Ramón ‘Silverio’ Gómez, plo, todo o aniversário de Fidel é como a Guarda beirã, eles não que existe umha democracia participativa e que a criador e director da Brigada Artística desde há 22 anos fai-se um “tabor” a Obatalá, deixam de desconfiar. É que a Revoluçom é um proceso vivo, em marcha, a evolucionar e fundador de Mejunje em Santa Clara desde há 24. pedindo pola sua saúde. Há noite galega é A Guarda! Logo, tem um de trova, noite de baile, noite de A antes, é totalmente diferente Qual é a missom da Brigada Como se financia? quanto à qualidade, o rigor na rock, teatro infantil. Realiza-se da portuguesa. Que diferença faz Artística Os Colines? O financiamiento é do Estado, funçom. Pretendemos obras par- um espectáculo de transformis- a sonoridade e grafia mais portu- Pretende integrar todas as mani- mas umha grande parte do trabal- ticipativas que dem soluçons. mo que é o único num centro ofi- guesas, se estamos a falar de festaçons da arte com um peso fun- ho é voluntário. Que venha só Há que deixar os espectadores a cial em Cuba. Todo isto é o que España? De facto, nenhum portu- damental no teatro. Também leva- gente voluntária achega umha pensar naquilo que vírom. fijo com que O Mejunje ganhasse guês cruza a fronteira a Norte para mos exposiçons de pintura, música maior qualidade e motivaçom para o respeito da cidade. que lhe digam que não está en e resgatamos o folklore, costumes traballar, e também predisposiçom Que é exactamente O Mejunje? España. Vai-se lá para falar español, camponesas e tradiçons para inte- para ficar a dormir num platanal Em essência é um espaço para Que tipo de pessoas acodem ao comprar recuerdos e comer hambur- grá-las nas nossas obras. A globaliza- se for necessário. artistas novos. Cria-se em Mejunje? guesas. Para portuguesismos çom chega ao campo através da TV Janeiro de 1984, num momento A gente deu-se conta de que chega-lhes bem Portugal. e com ela as bobagens e os estímu- Que lugar ocupa a cultura nas em que surgem em Habana os havia homossexuais em Cuba los banais. Qualquer pessoa pode ir prioridades da populaçom cuba- cafés-cantantes, e havia círculos quando se fijo “Fresa e Imaginem então que os conven- à universidade e geralmente, já na? juvenis aos quais acodiam moços Cholocate” e aqui levávamos 10 cemos que o artigo A é um espan- nom regressam para traballar no Nas formulaçons expressadas no avantajados, mas que excluíam anos dando espaço a homosse- holismo, uma reminiscência do La campo. A Brigada tenta que nom se debate político que se deu recen- muita gente. Surge como algo xuais. Mas O Mejunje nom é um castelhano que invade abrupta- perda a cultura camponesa, e este temente, o segundo lugar na preo- alternativo a essas opçons, den- sítio de gais e lesbianas, é um mente a grafia natural dos topóni- trabalho também está encaminha- cupaçom da populaçom é a cultu- tro de um teatro de monicre- sítio onde também estám. mos galegos. Que se por cá fizés- do a conscienciar as pessoas, para ra. Num país com tremendos pro- que. Ao ano, vam para outro Ninguém pregunta a ninguém o semos igual teríamos de grafar que nom abandonem o campo. blemas de transporte e habitaçom lugar, umha casa meio em ruí- que é. Quem vai sabe que pode como O Porto, ou como mui- é um dado mui importante. nas, onde se converte em algo haver dous homens ou duas mul- tos já o fazem agora para agradar à Como surge esta ideia? mais maciço e acodem grupos heres que se beijam, onde a ignorância inglesa (Oporto). Se Nascim no campo, e quando era Há outras experiências semelhan- marginados como artistas, roc- gente baila e ninguém se preo- por momentos os convencêsse- pequeno o único que chegava era tes em Cuba? keiros, homossexuais e começa cupa. Chega gente que foi até mos que Gondomar, Póvoa e o circo. Sempre me ficou essa O grupo de teatro Escambray é o a haver grafittis nas paredes. perigosa, a quem demos a opor- Viana existem dos dois lados da imagem romántica e gostaria de que mais anos leva no País, 40, Um ano depois, por perigo de tunidade de demonstrar que fronteira, o que conseguíamos? causar esta mesma impressom ainda que já nom tenhem a sua derrube levam-nos ao pátio de podem mudar. É um espaço No máximo, um sorriso. Tendo agora, levando a alegria um dia a sede na montanha. Há outros umha biblioteca, o que nom também para crianças e para ido- prestado muita ou pouca atenção, um sítio e outro dia a outro. O grupos em Gramma, Ciénaga de tinha muito sentido porque sos e idosas que vam namorar. A o que se aprendeu na escola é lei. grupo é de muita qualidade. Em Zapata, ainda que o nosso é um havia umhas normas e horários gente sente-se bem porque é Galiza é Espanha. Deste lado 2006 obtivo o Prémio Nacional da dos mais estáveis e complexos, incompatíveis com a nossa acti- um espaço sem preconceitos, somos portugueses, do outro Cultura Comunitária. pois nom sacrificamos nada vidade. Um bom dia pugem um provocador, transgressor. espanhóis. E tudo o resto é ruído. NOVAS DA GALIZA 15 de Março a 15 de Abril de 2008 REPORTAGEM 09

REPORTAGEM

Activam-se iniciativas vicinais que questionam o TAV defendendo o transporte de proximidade

AS ANÁLISES CRÍTICAS ABROLHARAM EM PEQUENOS CÍRCULOS E TOMAM CORPO AGORA EM COLECTIVOS DE AFECTADOS

O projecto de Trem de Alta Velocidade (AVE em versom espanhola) é a ponta de lança dum novo Europa (de Itália ao País Basco, passando pola Catalunha), na Galiza começamos a intuir os seus efei- modelo de transporte que comunica os grandes núcleos de povoaçom para garantir a rápida mobilida- tos. As análises críticas abrolhárom em pequenos círculos mui politizados, e agora estám a tomar corpo de de mercadorias e dirigentes. Enquanto merece contestaçons contundentes em vários pontos da em colectivos de afectados. NOVASDAGALIZAtraceja umha pequena geografia do descontentamento.

ANTOM SANTOS / Se se cumpri- Por umha banda, rem os prazos cacarejados pola classe política que governa, a executivos e outros Galiza estará ligada às linhas do TAV no ano 2012. Um argumento quadros empresariais recorrente pom em causa que no nosso país chegue a circular o dito monopolizárom AVE; a orografia esgrévia do nosso país impedirá que supere os 190 as linhas de alta km/h de velocidade, nomeada- mente nalguns dos troços mais velocidade: viagens difíceis. Independentemente desta consideraçom, o novo curtas de ida e volta, modelo de comboio fomentado longas distáncias e polos três partidos parlamentares partilha os traços do TAV, que se ligaçom entre núcleos populariza em todo o continente. Com o AVE chega um modelo de economicamente transporte que eleva a velocidade a valor em si, une núcleos afasta- activos no tipo de dos isolando os mais próximos, e encarece sensivelmente a mobili- transporte que hoje dade por rodovias. Lá onde se impujo, gerou-se umha dualidade A oposiçom à alta velocidade ferroviária estende-se a diferentes núcleos populacionais afectados pola sua irrupçom associamos ao aviom de passageiros e umha imparável privatizaçom das velhas redes, que passárom a ser consideradas ligaçom ferroviária entre várias impedir, a conhecida Fraga de for, abandeire esta luta”. De feito, como “nom rendíveis”. Por umha urbes do país sempre foi mínima, Com o AVE chega Cecebre. Os afectados também a entidade formam-na sócios filia- banda, executivos e outros qua- quando nom inexistente. Apenas nom esquecem que nessa zona dos individualmente. dros empresariais monopolizárom o corredor do eixo atlántico está um modelo de –umha das mais povoadas da as linhas de alta velocidade: via- atravessado por linhas de fre- Galiza – Ferrol e Corunha se uni- Coordenaçom nacional gens curtas de ida e volta, longas quência. Som os pontos peri- transporte que rám como duas ilhas, “esquecen- Tanto Javi Farto como Fernando distáncias e ligaçom entre núcle- urbanos ou directamente rurais do os milhares de pessoas que Gómez coincidem na necessida- os economicamente activos no da fachada atlántica que seram eleva a velocidade precisam deslocar-se em trans- de dumha coordenaçom nacional. tipo de transporte que hoje asso- ignorados no projecto do TAV. porte público num pequeno raio”. “Está-se a trabalhar nisso”, dim- ciamos ao aviom; por outra, multi- a valor em si, une nos “para preparar a defesa dos dom de trabalhadores e trabalha- Oposiçom começa nas Marinhas Portas também implicado afectados, como para propor alter- doras que habitam a conurbaçom Em Janeiro de 2007, dúzias de núcleos afastados Das Marinhas para o sul, a preo- nativas”. De facto, em meados de ou a “cidade dispersa”, que reco- vizinhos da comarca das Marinhas cupaçom medra. Em Catoira, na Março reunírom-se em rrem ao carro particular ou o auto- começam reunions informativas, isolando os mais boca da ria de Arouça, o temido Compostela diversas entidades carro para chegarem ao seu desti- alarmados polo anúncio do BOE viaduto do TAV ameaçará a ferti- “com a ideia de artelhar umha ini- no laboral, privados de qualquer sobre a linha de alta velocidade próximos, e lidade de bancos marisqueiros, e ciativa em favor do trem de proxi- outra alternativa. entre Corunha e Betanços. Javi parte da linha férrea afectará pro- midade”. Se assi for, estará-se a Farto, presidente da Associaçom fai mais cara a priedades em mao comum. A tecer umha rede com vozes dis- Efeitos mais graves na Galiza de Afectados que nasceu destes pouca distáncia, em Portas, a persas, e nom tam minoritárias Ainda que semelhe umha obvie- encontros, manifesta ao NOVAS DA mobilidade por vizinhança já começou a organi- como talvez pudesse parecer. dade que nom cumpre enunciar, a GALIZA que o primeiro inimigo da zar-se. Fernando Gómez, presi- Seguiriam-se os passos iniciados classe política esquece que os vizinhança “é o obscurantismo rodovias. Lá onde dente da Plataforma em Defesa há anos por colectivos como o efeitos do TAV serám ainda mais institucional”. Apenas o ámbito do Trem Regional, diz que os Grupo de Agitaçom Social, de lesivos na Galiza. O desenvolvi- municipal, diz este representante poucos meses de andaina organi- Vigo, ou Verbo Xido, de Cerdedo, mento urbanístico da passada dos vizinhos, se salva da passivi- se impujo, gerou zada já supugérom passos avante. que apresentárom alegaçons ao década nom foi acompanhado no dade que demonstram a Junta e o Exigem que se respeite integra- TAV Vigo-Ourense. Os primeiros nosso país de qualquer umha pla- governo espanhol. Para Javi Farto, umha dualidade mente o actual serviço de com- passos conjuntos dam-se agora. nificaçom; nom existem linhas de a questom é especialmente grave, boio regional e, além disso, que Passos seguros e firmes, pois proximidade nos contornos das “porque estám em jogo econo- de passageiros e se ponha em andamento um ver- sabem que se enfrentam ao mais grandes cidades atlánticas, de mias familiares, propriedades, e dadeiro serviço de proximidade, absoluto consenso institucional, maneira que o autocarro, e nom o património colectivo mui valio- umha imparável inexistente na Galiza. Seguindo o e a interesses económicos que comboio, é o meio de desloca- so”. Com efeito, o traçado previs- exemplo de outros modelos orga- restringem a voz da imprensa mento preferido para as econo- to levará por diante numerosas privatizaçom das nizativos semelhantes, a platafor- dominante. De hoje ao 2012 mias mais modestas. Também exploraçons agrícolas, vivendas, ma de Portas tenciona “que nen- saberemos o que dá de si na nom podemos esquecer que a pequenos negócios e, se nada o velhas redes hum partido político, da cor que Galiza a luta contra o AVE. NOVAS DA GALIZA 10 REPORTAGEM 15 de Março a 15 de Abril de 2008 REPORTAGEM

O maior concurso eólico da história implicará instalar 2.000 novos geradores nos montes

INDÚSTRIA MUDA CRITÉRIOS MAS MANTÉM O IMPULSO MASSIVO DO NEGÓCIO DO VENTO. PREPARAM-SE PERTO DE 30 NOVOS PARQUES

A Conselharia da Indústria abriu o concurso para distribuir 2.325 novos mega watts (MW) de Galiza como potência energética. Estes planos chocam com as previsons da Rede Eléctrica potência eólica, a que aspirarám as grandes empresas do sector e representantes dos capitais Espanhola, que nom prevê instalar as necessárias ligaçons de alta tensom até polo menos o autóctones. Os novos critérios anunciados por Fernando Blanco e Anxo Quintana nom evi- ano 2015, precisamente polo excedente energético deste país exportador, o que foi objecto tam o impacto paisagístico e ambiental de umha iniciativa decidida a fortalecer o papel da de denúncia por parte de organizaçons ambientalistas e nacionalistas.

H. C. / Os parques eólicos instalados Os anunciados 6.500 hoje na Galiza disponhem de 3.880 MW de potência e autorizaçom MW para o ano 2012 para contar com mais 295. A nova chocam com os pareceres oferta lançada pola Conselharia da Indústria, 2.325 novos MW, signifi- da Rede Eléctrica ca incrementar em mais de metade a capacidade das indústrias energé- Espanhola, que ratificou ticas do vento, o que envolverá o carácter excedentário necessariamente instalar uns 2.000 novos moinhos em mais de 25 em matéria energética novos parques eólicos. da Galiza para justificar A Conselharia manifestou a vontade de proteger os espaços da que nom dotará esta Rede Natura e de impor novos cri- térios para seleccionar as empre- comunidade das sas adjudicatárias. Isto, porém, necessárias ligaçons nom impedirá proliferarem estas visíveis instalaçons, sem que isso às linhas de alta leve a reduzir sequer a produçom das outras indústrias energéticas tensom até, no nem a corrigir os efeitos da políti- mínimo, o ano 2015 ca do PP neste ámbito, o que fora denunciado no passado número do NOVAS DA GALIZA. A nomeaçom de Juan José Álvarez Carril, procedente da trama energética do PP, à frente do ente energético teria já que dá prioridade a determina- Por parte da Direcçom Geral da melhorado as relaçons institucionais com as empresas e favorecido as negociaçons promovidas por Indústria dos capitais e as ofertas som sus- Indústria, Anxo Calvo negociara com ceptíveis de altas doses interpre- a patronal representada na actual do grosso da produçom A saída de Xoán Galicia participa do capital da tativas por parte da Junta. Associaçom Eólica da Galiza para evi- eólica está nas maos da jóia da Norvento, que pede mais de tar a interposiçom de recursos. No coroa de José Manuel 1.000 MW, enquanto a Caixanova, Novos critérios para negócio velho entanto, pouco depois de se tornar Entrecanales, o cluster Acciona. Ramón Doldán do associada com a Elecnor, opta a A participaçom pública dos novos público o acordo, a Endesa e a Eurus umha quantidade semelhante de eólicos, que passou de inicialmente interpunham dous recursos conten- Fortunas galegas à procura de MW INEGA foi avaliada potência e já dispom de experiên- considerar-se vinculante a ser um cioso-administrativos nos tribunais, No desenho do mapa eólico ges- cia no ámbito. critério ponderativo, terá um valor enquanto a Enerfin, a Gamesa, a tado polo PP só 11% dos mega positivamente de 22 pontos sobre 100 à hora de Adelanta Corporación e a própria watts outorgados estavam em Rede Eléctrica pom o freio valorizar as ofertas empresariais. Endesa interpunham quatro recur- maos de capitais galegos. A nova polas eólicas, A Conselharia da Indústria pre- Outros oito pontos repartirám-se a sos hierárquicos que a Conselharia oferta da Indústria prevê promo- tende pôr em andamento os partes iguais entre a participaçom considerou improcedentes. ver a entrada de fortunas autócto- conforme referem anunciados 6.500 MW para o ano de particulares nos investimentos e Dá-se a circunstáncia de as nes no reparto do bolo. A empresa 2012, mas a sua vontade choca a implicaçom nos parques dos pro- empresas que optárom por reco- galega que solicita mais potência representantes do com os pareceres da Rede prietários dos terrenos. Por parte da rrer judicialmente serem sócias é a construtora San José, que Eléctrica Espanhola (REE). A Junta manifestam estar a impulsio- da Acciona-Enel, a principal com- aspira a gerir perto de 2.000 MW sector que o REE ratificou o carácter exceden- nar um tecido gerador de riqueza e panhia eólica operante na Galiza e que mantém boas relaçons com tário em matéria energética da emprego. Valorizarám também as depois de apoderar-se de metade Anxo Quintana através do seu consideravam um Galiza para justificar que nom ofertas que incorporem a criaçom do capital dos parques da presidente Jacinto Rey, que con- dotará esta comunidade das de indústrias complementares para Eurovento, metade da divisom trola a empresa editora d’A Nosa impedimento para necessárias ligaçons às linhas de fomentar o investimento no País. eólica da Fenosa e de controlar os Terra. A Gaelsa Energías, que alta tensom até, no mínimo, o ano A saída de Xoán Ramón Doldán mega watts da Endesa. pede 600 MW, é a empresa lidera- cumprirem alguns 2015. Por este motivo, fontes do do INEGA foi avaliada positiva- Actualmente dispom de 1.344 da por Manuel Jove e, entre sector referem que a única possi- mente polas eólicas, conforme refe- MW, o duplo da capacidade com outros, Epifanio Campo, que dos seus objectivos bilidade de tornar rendível o rem representantes do sector que o que conta a Iberdrola, a segunda assistiu ao comício eleitoral cen- investimento até que este con- consideravam um impedimento na lista. No passado número tral do BNG na Corunha e é tasse com as prestaçons que deve para cumprirem alguns objectivos. desta publicaçom situávamos irmao do ex-presidente da de potência do solicitado pola outorgar o Ministério estaria em A nomeaçom de Juan José Álvarez erroneamente a Gamesa como Cámara de Ortigueira, Antonio Gaelsa. Entre os capitais galegos viabilizar operaçons especulativas Carril, procedente da trama ener- líder do sector na Galiza, por ter- Campo. Outro dos grupos, apa- que entram no concurso encon- que beneficiariam empresas que gética do PP, à frente do ente ener- mos utilizado como referência os drinhado por Roberto Tojeiro, é o tram-se também outros vincula- já contam com ligaçons às redes gético teria melhorado as relaçons dados nom actualizados forneci- formado pola Gadisa, a Copasa e a dos aos estaleiros da Vulcano e a de alta tensom. Outras fontes institucionais com as empresas e dos através da web da patronal Coren, denominado Andavia Armón. Quanto às financeiras, apontam a umha repartiçom com favorecido as negociaçons promovi- eólica. No entanto, o controlo Renovables, que aspira ao duplo estas nom ficam atrás: a Caixa mais peso político do que técnico das pola Conselharia da Indústria. NOVAS DA GALIZA 15 de Março a 15 de Abril de 2008 A FUNDO 11 A FUNDO Militar ferrolano renuncia a alto cargo político para presidir umha empresa armamentística O LEITOR DO PREGOM DA SEMANA SANTA NA CIDADE DEPARTAMENTAL ASCENDEU AO CUME DA ESCALA MILITAR

Depois de ascender na carreira militar, erigir-se em assessor político do Ministério de Defesa nete de José Antonio Alonso, passou a presidir a Explosivos Alaveses SA (Expal), transnacio- e atingir a segunda posiçom no Exército espanhol, Francisco Torrente Sánchez decidiu que a nal denunciada por vender bombas de fragmentaçom entre outros materiais bélicos. Trata-se melhor maneira de culminar a sua meteórica progressom era o mundo da empresa. Mas no seu de um influente militar rodeado agora de importantes poderes na Expal que atingem a própria terreno, e assim, um mês depois de renunciar à secretaria geral de política de defesa no gabi- Casa Real, cujo assessor jurídico, também galego, fai parte da administraçom da empresa.

HILDA CARVALHO / Explosivos A cumplicidade da Alaveses, a quarta empresa mun- dial na fabricaçom de explosivos e banca com o negócio muniçom avançada, conta com um é palpável. Em longo currículo na comercializaçom de armamento sujo a nível inter- Outubro do ano nacional desde a década de oiten- ta. As denúncias actuais de entida- passado a Expal des ambientalistas e antimilitaris- beneficiava do maior tas acusam-na de produzir bombas de fragmentaçom, mas antes já fora crédito sindicado da investigada pola ONU por fornecer história espanhola, material bélico com gás mostarda ao Iraque e foi relacionada com a obtendo 300 milhons elaboraçom da bomba explosiva de ar combustível, um dispositivo de de euros por parte de destruiçom maciça com efeitos umha trama de 18 similares aos das bombas atómicas. Fontes especializadas indicam que entidades financeiras foi o primeiro fabricante do Estado entre as quais de minas antipessoais e bombas de dispersom, tendo facturado nas destacam Banesto, suas exportaçons passadas mais de o BBVA e La Caixa 1.000 milhons de pesetas. Francisco Torrente iniciou as tramitaçons com umha agência da NATO para contratar umha série de avions entre os que O almirante-general Francisco se encontrava o sinistrado Yakolev-42. Porém, foi o único integrante da cúpula militar que conservou o seu posto Torrente Sánchez preside a empresa desde inícios de 2007, cargo. Assim, situa-se no segundo porcionar armas ao reino de do ano passado beneficiava do semanas depois de se demitir do posto do ministério e também do A opacidade no Marrocos, (lembre-se que o exérci- maior crédito sindicado da história cargo de secretário geral de Política protocolo militar, só por baixo do comércio de armas to marroquino utilizou minas anti- espanhola, obtendo 300 milhons da Defesa, que o situava na segun- próprio monarca espanhol. pessoais contra o povo saariano), de euros por parte de umha trama da posiçom do Ministério. Apesar A empresa que agora preside aumenta com a rede ao estado de Israel e ao Iraque de de 18 entidades financeiras entre de ter aduzido motivos pessoais e pressionou os representantes polí- Sadam Hussein, além doutros as quais destacam Banesto, o de os diários espanhóis apontarem ticos para que estes lhe permitis- internacional da estados em conflito que som difí- BBVA e La Caixa. a que queria dedicar-se à atençom sem continuar produzindo bombas ceis de identificar devido à opaci- da família, os planos de Torrente de fragmentaçom. Expal, cuja empresa dade que caracteriza o Estado A cobertura internacional Sánchez dirigiam-se a aproveitar o Apesar de o Estado espanhol ter matriz, Pallas Invest, espanhol no comércio de armas. A falta de transparência no comércio seu poder político e militar para assinado a recente Declaraçom de Entre o ano 1995 e o 2002 o de armas favorecida polas institui- pôr-se à frente da controversa Wellington para proibir este tipo tem sede no paraíso Ministério da Defesa contratou-lhe o çons espanholas aumenta com a empresa de armas. de armas de guerra, Espanha fai fornecimento de muniçom e explosi- rede internacional de empresas com A legislaçom de incompatibili- parte do grupo de estados que soli- fiscal de Curação, vos num montante que ultrapassou que conta a Expal, cuja empresa dades impedia-lhe participar em citam contemplar excepçons para nas Novas Antilhas. os quatro mil milhons de pesetas, o matriz, a holandesa Pallas Invest, negócios vinculados ao seu posto consentir certas modalidades des- que fai desta empresa umha das tem a sede no paraíso fiscal de político durante dous anos, mas tes explosivos, o que ainda é objec- Tem companhias maiores fornecedoras de armamento Curação, nas Novas Antilhas. Ainda, um relatório jurídico do Ministério to de debate entre as delegaçons para o Exército espanhol. dispom de companhias dependen- da Defesa premiou-lhe os serviços que assinárom o tratado. dependentes em 20 No caso das guerras do Iraque, tes em 20 estados, tais como o autorizando-o a presidir a lucrativa enviados das Naçons Unidas que , Mali, os Camarons, empresa de fabrico de armas. Expal, o negócio da morte estados, tais como examinavam o território iraniano Kazajstám ou Marrocos. Desta Depois de ascender na hierar- A empresa Explosivos Alaveses SA Mali, os Camarons atacado polo país vizinho com gás maneira, ainda que vinhesse a mate- quia militar até vir a ser general de é umha das líderes mundiais na mostarda localizárom umha bomba rializar-se a interdiçom das bombas quatro estrelas, assume postos de produçom e comercializaçom de ou Kazajstám. Ainda deste tipo sem explodir com a ins- de fragmentaçom no estado espan- responsabilidade política, chegan- material bélico. Entre o arsenal criçom da companhia. Trata-se do hol, a empresa disporia de recursos do a ser assessor de sete ministros que distribui há minas anticarro, proibindo as bombas mesmo material que o exército ira- suficientes para continuar a comer- da Defesa dos dous grandes parti- bombas que explodem depois de de fragmentaçom o quiano utilizara contra comunida- cializá-las através das suas filiais. dos espanhóis. Federico Trillo penetrar em edifícios, granadas de des curdas, o que motivou o pro- Deputados do Congresso espan- ascende-o a chefe do Estado-Maior morteiro ou as denunciadas bom- Estado espanhol, a cessamento internacional de líde- hol manifestárom a sua preocupa- da Armada, mas é com José Bono bas de fragmentaçom, que contêm res do governo de Sadam Hussein. çom perante esta hipótese, pois a lei que atinge o Secretariado Geral em centos de pequenas bombas que empresa disporia de A cumplicidade da banca com o de comércio exterior de material Política da Defesa, conferindo-lhe se espalham sobre uma grande recursos para comércio de armas tem saído à luz bélico poderia ser vulnerada através competências de Secretário de superfície e podem explodir ape- pública em reiteradas ocasions e a de estados que permitem umha Estado, o que o converte no pri- nas anos após o seu lançamento, vendê-las através Expal nom é alheia à promiscuida- densa opacidade nas operaçons fis- meiro integrante da cúpula do matando sobretudo civis. de entre os poderes económicos e cais como algum dos anteditos onde Exército espanhol a ocupar este A empresa foi acusada de pro- das suas filiais o negócio da guerra. Em Outubro Explosivos Alaveses tem empresas. NOVAS DA GALIZA 12 A FUNDO 15 de Março a 15 de Abril de 2008

Francisco Torrente tinha atingido o máximo cargo militar no Ministério de Defesa

Ángel Mullor, privatizador da Ibéria; Juan Carlos de Bourbon, monarca da Espanha; José Manuel Romero Moreno, assessor Escalando até o cume jurídico da Casa Real, e Manuel Prado y Colón de Carvajal, ex-administrador privado das finanças do rei espanhol da política militar Vínculos com a monarquia e Francisco Torrente, nado em Ferrol, ingressou aos 16 anos na A sua intervençom Escola Naval Militar. Era o ano mais polémica tivo 1956 e encetava a sua trajectória os poderes fácticos espanhóis num exército em que atingiu as relaçom com o mais altas patentes. De exercer a Yakolev-42, o aviom Outro galego com presença na exército norte-americano pudes- chefia da Secçom de Planos e administraçom da Expal exerce José Manuel Romero, se utilizar as bases militares de Programas Logísticos do Estado- cujo acidente causou como assessor jurídico de Juan administrador da Rota e Torrejón de Ardoz durante Maior da Armada passou a ser sub- Carlos de Bourbon e da Casa Real a operaçom denominada director geral de Estudos e Planos a morte de 62 desde 1993. Trata-se de José Expal, é assessor “Tormenta do Deserto”. E ao da Direcçom Geral do Serviço militares. Foi Manuel Romero Moreno, titula- mesmo tempo, a transnacional Militar e depois subdirector de do Conde de Fontao e Marquês jurídico da Casa kuwaiti KIO lucrava-se com a Manutençom da Direcçom de Torrente o militar de Sam Sadurninho. Oferece Real desde a venda de minas ao governo do Construçons Navais Militares da também os seus serviços de asses- Iraque quando o seu exército Chefia de Apoio Logístico da que iniciou contactos soramento para a fundaçom da década de ‘90 e estava a invadir o próprio país de Armada. Seguírom-lhe cargos polí- com a NATO para Caixa Galicia e a Pedro Barrié de origem da empresa, trabalhando ticos com diferentes ministérios la Maza, ligada ao Banco Pastor, assessora fundaçons para os dous bandos em conflito da Defesa, nos quais se assinalou contratar avions de entre outros organismos estatais e da Caixa Galicia e por interesses económicos. por impulsionar a Lei de Defesa fabricaçom russa internacionais. É o vice-presiden- Como conselheiro da Expal e Nacional ou a Lei de Tropa e te da Fundaçom para as Relaçons do Banco Pastor. integrante da sua administraçom Marinharia, que melhorou as retri- Internacionais e o Diálogo figura Jesús del Olmo Pastor. Este buiçons dos militares espanhóis e Exterior e é membro da assem- A Expal fixo parte militar espanhol exerceu como garantiu-lhes salários à perpetui- bleia directiva do Clube de general auditor do Corpo Jurídico dade. Em geral, todas as mudan- governo. Ainda mais, depois das Madrid, umha agrupaçom inter- do Grupo KIO, de Militar e recebeu em 1995 a Grã- ças empreendidas no seio do exér- mudanças na direcçom do nacional de líderes políticos inte- quem Manuel Cruz da Ordem do Mérito Militar. cito em base a decisons políticas Exército foi promovido polo grada por ex-presidentes como Procedente do ámbito empresa- contárom com o seu assessora- Ministério de José Bono ao cargo José María Aznar ou Felipe Prado y Colón de rial, no núcleo de poder de mento, tal como a nova Directiva de director general de Política de González. Perante as perguntas Explosivos Alaveses, destaca Ángel de Defesa aprovada na seqûéncia Defesa, isto é, o segundo de bordo de jornalistas definiu-se como Carvajal teria Mullor Parrondo, quem ganhou do 11-S para adequar o papel das depois do ministro. “um ser profundamente religio- recebido 100 milhons notoriedade por liderar o processo Forças Armadas, incidindo na No mês de Fevereiro passado o so, espanhol, galego e madrileno”. de privatizaçom da companhia de necessidade de fortalecer o papel ministro espanhol dos Negócios As ligaçons de Explosivos de pesetas para aviaçom Ibéria. Umha vez conse- da inteligência militar. Estrangeiros, Miguel Ángel Alaveses com a monarquia espan- guido o objectivo e com a saída à A sua intervençom mais polémi- Moratinos, engrossava o seu cabe- hola remontam aos tempos em pagar serviços do bolsa em 2001, foi nomeado con- ca estivo relacionada com a compra dal de condecoraçons agraciando-o que esta empresa fazia parte do monarca conforme selheiro delegado da empresa. do Yakolev-42, o aviom cujo aci- com a Grã-Cruz da Ordem do Grupo KIO através da sociedade O desembarque de políticos e dente na Turquia causou a morte Mérito Civil, aprovada polo Ercros, na altura da primeira gue- a investigaçons militares nas empresas de armas de 62 militares espanhóis. Foi Conselho de Ministros, umha vez rra do Golfo Pérsico. Conversas nom é exclusivo da Expal. Outra Torrente Sánchez o militar que renunciara aos seus cargos políticos telefónicas em poder do empre- jornalísticas. das grandes companhias espanho- estabeleceu contactos com umha e justo antes de presidir a Expal. sário condenado Javier de la Rosa las do sector, a Instalaza, conta agência da NATO para contratar Na sua cidade natal goza de aludem a que Manuel Prado y Ángel Mullor entre os seus accionistas com avions de fabricaçom russa, o que especial estima por parte de certos Colón de Carvajal recebera 100 Parrondo, gestor Pedro Morenés Eulate, quem suscitou discrepáncias por parte políticos e empresários. Em 2005 milhons de pesetas procedentes desempenhara o cargo de de destacados militares. Até aí, os foi nomeado Ferrolano do Ano pola do agrupamento empresarial da privatizaçom Secretário de Estado para a avions empregados para este tipo Cámara Municipal, umha decisom quando este era administrador Segurança, com altas funçons de operaçons eram de origem que contou com o apoio unánime privado da fortuna do monarca. da Ibéria, também executivas na direcçom dos cor- espanhola. Apesar das suas respon- de todos os grupos políticos com Conforme à revista de investiga- fai parte da empresa pos repressivos. A Instalaza é a sabilidades, foi o único membro da representaçom municipal. E a çom Kale Gorria o dinheiro teria outra empresa espanhola denun- cúpula militar que conservou os inícios deste mês de Março, leu o sido destinado a pagar os serviços ciada por comerciar com bombas cargos após a depuraçom empre- pregom da Semana Santa de Ferrol prestados polo rei espanhol nesta de fragmentaçom por organismos endida com a chegada do PSOE ao na concatedral de Sam Juliám. guerra, por ter favorecido que o como Greenpeace. NOVAS DA GALIZA 15 de Março a 15 de Abril de 2008 A FUNDO 13

A vereadora de IU incrementou o dinheiro público para a Semana Santa em 45% Mais de 95% das mortes que provocam estes explosivos som civis. Os seus efeitos podem ameaçar vidas durante décadas Yolanda Díaz, a comunista Bombas que assassinam civis que bate recordes em financiar anos depois de serem lançadas as manifestaçons católicas As bombas de fragmentaçom som estados que estám a instar à proi- artefactos que contenhem no seu As bombas de biçom total destas armas. A vereadora do Turismo de Ferrol, interior um grande número de fragmentaçom As bombas de fragmentaçom Yolanda Díaz, surpreendeu por A Cámara Municipal pequenos explosivos que se fôrom utilizadas em mais de vinte incrementar as dotaçons para a passa de dar 45.000 espalham numha área determina- contenhem no conflitos bélicos e matárom cerca Coordenadora de Confrarias que da depois de serem lançados de de cem mil pessoas. O próprio organiza as procissons da Semana euros às marchas um aviom. Podem chegar a ser interior pequenos Exército espanhol trabalha na neu- Santa em 45%, passando a Cámara mais de douscentos em cada car- explosivos que se tralizaçom das bombas deste tipo Municipal de dar 45.000 euros a católicas a financiá-las caça e som umha modalidade de que Israel lançara sobre o Líbano financiar as marchas católicas com com 70.000 euros armamento especialmente agres- espalham numha no seu último confronto com a gue- 70.000 euros até o ano 2011, con- siva contra a populaçom civil, com rrilha de Hezbollah. E ao mesmo siderando ainda umha suba anual até o ano 2011, consequências semelhantes às área determinada tempo dispom de diferentes do equivalente às oscilaçons no considerando umha das minas antipessoais. Estima- depois de serem modelos destas armas no seu arse- índice de preços ao consumo. se que mais de 95% das mortes nal, parte deles importados dos Assim, o ente local será o primeiro suba anual equivalente provocadas por estes explosivos lançados. Podem EUA e outros procedentes de mecenas da ‘paixom’ ferrolana, som civis, e os seus efeitos letais empresas espanholas como a Expal. ultrapassando os donativos pro- às oscilaçons no podem permanecer ameaçando ser mais de 200 A Declaraçom de Wellington, porcionados pola Caixa Galicia índice de preços ao as pessoas durante décadas. É o em cada carcaça. que procura a interdiçom inter- que ascendem a 50.000 euros. caso do Camboja, onde ainda hoje nacional das bombas de fragmen- Na leitura do actual pregom consumo. O ente ficam bombas activas da época da Som umha taçom, foi apoiada por 83 estados, deste evento Francisco Torrente guerra do Vietnám. entre eles o espanhol. No entan- manifestou sentir-se “mui honra- local será o primeiro A Expal defende-se aduzindo modalidade de to, um grupo de potências, entre do” por ter sido eleito para pro- mecenas da ‘paixom’, que os explosivos deste tipo que armamento com as quais se encontra a Espanha, nunciar este discurso ao entender fabrica contenhem um mecanis- solicita que se abram excepçons que nom tem “mérito nenhum ultrapassando Caixa mo de autodestruiçom que impe- consequências no veto para consentir a continui- para merecer tam enorme privilé- diria estes efeitos, mas diferen- dade de explosivos como os que a gio”. Definiu a “paixom de Cristo” Galicia, que fornece tes estudos indicam que entre 5 e semelhantes às das Expal fabrica e vende, o que aca- como o “núcleo central da fé cris- 50.000 euros 30 por cento das submuniçons minas antipessoais bará por decidir-se na próxima tá” e congratulou-se polo segui- nom explodem ao cair, estouran- reuniom, em Maio, em Dublin. mento amplo com que contam as do ao serem tocadas. As elevadas Depois da sua conclusom, o celebraçons da Semana Santa na possibilidades de erro fam parte Estado terá que acatar definitiva- cidade departamental. das argumentaçons do grupo de mente o tratado. NOVAS DA GALIZA 14 REPORTAGEM 15 de Março a 15 de Abril de 2008

REPORTAGEM O conflito lingüístico que ‘nom existia’ ADORMECIDA DURANTE ANOS, A GUERRA DO IDIOMA VOLTA A TRAVAR-SE NA RUA

Com a proximidade das eleiçons estatais de 2008, irrompia com certa força um fenómeno até activos como nunca se tinha visto em defesa dos direitos dos hispanófonos na Galiza. O pre- agora praticamente desconhecido no nosso País. Na legislatura do lema “España se rompe”, texto, na seqüência da aprovaçom do decreto de promoçom do galego no ensino (124/2007), repetido sem descanso por meios de comunicaçom de tendência conservadora ou liberal, era a reivindicaçom do direito dos pais e maes a decidirem sobre a educaçom dos seus filhos, unidos pola ‘urgência’ de um espanholismo mais intransigente, vários colectivos surgiam neste caso em termos do idioma escolhido.

RAIMUNDO SERANTES / Em Vigo e Os colectivos pró- na Corunha já nom se fala galego. Basta ir lá, escutar e olhar para os espanhol surgiam lados. O galego vai a caminho de se com imensa vontade converter numha língua residual noutros núcleos urbanos, mas é de dialogar no cenário nestas cidades onde se começa a político, influindo notar a desvinculaçom geracional e afectiva da língua própria que nomeadamente na sofrem amplas camadas da popula- çom. O conflito lingüístico que ideologia lingüística ‘nom existia’ reaparece agora com do PP. Neste propósito força nestas urbes, através de gru- pos abertamente declarados con- coincidem com tra a normalizaçom lingüística e de umha amálgama de maos dadas aos seus habituais ‘negacionistas’. Galicia Bilingüe e fóruns extremistas mais dous grupos nascidos precipi- tadamente nos meses prévios à que querem dar a campanha eleitoral som outro sin- sensaçom de toma de um declínio lingüístico que poucos querem antever. E movimento amplo ainda som menos os que se atre- vem a identificar as causas da deca- O acto de Galicia Bilingüe em Vigo contou com a resposta de umha nutrida concentraçom no exterior da conferência dência, saindo para a rua, encaran- e também com a presença de jovens que irrompérom no interior durante o acto, resultando agredidos por assistentes decreto de galeguizaçom do ensi- do a nova situaçom e denunciando no. Porém, atrás de todos estes a desastrosa política lingüística Idioma] na denúncia do regime cenário político, influindo nome- nomes, aliás bastante familiares com que temos caminhado aos linguocrático, sem prejuízo das A fórmula mais adamente na ideologia lingüística entre si, encontram-se amiúde as tombos nas últimas décadas. peculiaridades de cada umha em sucedida foi a de do Partido Popular. Neste propó- mesmas pessoas. relaçom às medidas ou soluçons sito nom estám sós, coincidindo A proliferaçom de grupos radicais para nos livrarmos dele”. Para Galicia Bilingüe, com umha amálgama de fóruns Espanhóis por cima de todo A Mesa por la Libertad além da maior presença da pri- extremistas dados a conhecer na Apesar do discurso extremista e de Lingüística e Galicia Bilingüe meira associaçom em Vigo e da que chegou a Internet que parecem querer dar terem sido identificados elementos surgiam da semente deixada por segunda na Corunha, as peculiari- a sensaçom de movimento social ultras nas convocatórias da Mesa por Tan Gallego como el Gallego, um dades mencionadas tenhem a ver concentrar amplo: Vigueses por la Libertad, la Libertad Lingüística na Corunha, colectivo internáutico que já com focagens mais ou menos poli- Radicales Libres, Coruña Liberal, os novos grupos nada tenhem a ver gerara bastante polémica no tizadas da batalha lingüística. centenas de Comisión de Seguimiento de la com a clássica extrema direita. A momento da criaçom do seu blo- Neste sentido, a fórmula mais pessoas no acto Reforma del Estatuto de identificaçom absoluta com sectores gue e que tinha recebido umha sucedida foi a de Galicia Bilingüe, Autonomía de Galicia, Galicia adormecidos do PP galego mais ran- sarcástica resposta de êxito simi- que chegou a concentrar cente- de apresentaçom Libre de Nacionalismos ou os çoso tampouco seria exacta. lar (Tan Gallego como el nas de pessoas no acto de apre- sites www.heterodoxias.net, Sobretodo nas grandes urbes gale- Gazpacho). Tan Gallego como el sentaçom de 50.000 assinaturas de 50.000 www.afavordelcastellano.org. A gas, Corunha e Vigo, existe umha Gallego anunciava em Novembro para derrogar o decreto 124/2007, COPE, encantada com o novo importante percentagem de pessoas a sua extinçom para dar passo aos formulando o objectivo concreto assinaturas para papel destes grupos apressava-se para as quais o galego é já umha lín- novos grupos contrários ao gale- da divisom do ensino por modelos a acusar Manuel Fraga do início gua totalmente estranha: com pais go: “Desta iniciativa cívica surgí- lingüísticos, nom compartilhado derrogar o decreto da ‘limpeza étnica’ na Galiza, por hispanófonos e a viver numha cidade rom duas associaçons, Galicia por todo o movimento espanho- 124/2007 transferir para o País normas de culturalmente tam espanhola como Bilingüe e Mesa por la Libertad lista. De maneira mais ou menos origem catalá, e punha de mani- qualquer outra do Estado, o galego é Lingüística, que se unem à pré- explícita, no entanto, os colecti- festo como, sem a visibilizaçom visto como umha imposiçom carente existente AGLI [Asociación vos pró-espanhol surgiam com deste sector, nom teria sido possí- de sentido. Chegam a ver como Gallega para la Libertad de imensa vontade de dialogar no vel a oposiçom do PP galego ao umha ‘ameaça’ o facto de serem obri-

CENTROS SOCIAIS Aguilhoar Baiuca Vermelha A Fouce de Ouro A Revira Ginzo de Límia Ponte Areias Bertamiráns · Ames Ponte Vedra

Alto Minho Casa Encantada O Fresco A Revolta Catassol, 15 · Lugo Betanços · Compostela Bº da Ponte · Ponte Areias Real, 32 · Vigo

Artábria A Casa da Triga Henriqueta Outeiro Roi Soga Trav. Batalhons · Ferrol P. Maior · Ponte Areias Compostela Travessa, 3 · Noia

Aturujo A Cova dos Ratos Mádia Leva A Tiradoura Principal, 118 · Boiro Romil, 3 · Vigo M. Amor Meilám · Lugo Reboredo · Cangas

Atreu! Fervesteiro SRCD Palestina S. José, 8 · Corunha Adám e Eva · Ferrol Burela

A Formiga O Pichel Redondela S.Clara · Compostela NOVAS DA GALIZA 15 de Março a 15 de Abril de 2008 REPORTAGEM 15

Na Corunha e em corrigindo ao mesmo tempo as políticas que os poderám tornar Vigo existe umha mais fortes. Os seus actos sofrê- alta percentagem rom boicotes de grupos locais e espontáneos de quase todas as de pessoas para as vilas e cidades polas quais passá- rom, desde os mais clássicos, com quais o galego é já pintadas nos autocarros e inte- umha língua rrupçom de discursos, até os mais originais, com concentraçons ‘de estranha: com pais apoio’ aos espanholistas convoca- das pola web ridicularista da Mesa hispanófonos e a contra el Libertinaje Lingüístico. viver numha cidade Os protestos ajudavam a distin- guir, talvez pola primeira vez, culturalmente umha linha clara no movimento normalizador, a intransigente com tam espanhola o discurso bilingüista e despreo- como qualquer cupada com os cálculos eleitorais, proveniente do ámbito dos cen- outra do Estado, o tros sociais que proliferárom nas galego é visto como vilas galegas nos últimos anos. Em Lugo o autocarro de Galicia Bilingüe foi sabotado com pintura. A sua presença foi contestada em diferentes localidades umha imposiçom A resposta na rua À espera de como vam evoluir os carente de sentido. acontecimentos após as eleiçons, gados, como cidadaos galegos, a Em Vigo, arriscando que ainda mui poucas pessoas se estes colectivos encontrárom aprenderem galego. Mais do que de atreveram a dizer publicamente. A Mais do que de umha resposta na rua que nom direita, de esquerda ou social-demo- a sua integridade proposta foi imediatamente aplau- direita, de esquerda esperavam. Tampouco o movi- cratas, estas pessoas sentem-se dida polos ‘foreiros’ que abarrotam mento normalizador ligado ao sobretodo identificadas com os valo- física, seis pessoas os blogues dos diferentes grupos ou social-democratas, nacionalismo maioritário esperava res representados por umha ‘España mui novinhas que simpatizam com a ‘espanholi- que se produzisse umha contes- uniforme’ que o poder autonómico zaçom lingüística’ na Comunidade estas pessoas taçom espontánea na qual se galego nom conseguiu parar. chegárom a Autónoma Galega. No passado dia identificam-se envolvêrom nomeadamente pes- 9 de Março, Unión Progreso y soas ligadas ao reintegracionismo PP ou...? infiltrar-se num Democracia (UPyD), conseguia sobretodo com os e ao independentismo. A presi- Nom falta razom a quem vê no teatro abarrotado 9.776 votos na Galiza, mais que o denta de Galicia Bilingue repetia despertar do extremismo lingüís- conseguido polo conjunto do movi- valores representados em vários meios de comunicaçom tico espanholista a mao de um PP para, umha por mento independentista em qual- por umha que tinha sentido “medo”. desesperado nos últimos compas- quer processo eleitoral. Na Galiza, Embora as imagens dos numero- sos da campanha eleitoral. A pre- umha, interromper onde esta formaçom carece de ‘España uniforme’ sos vídeos divulgados na Internet sença de Corina Porro e outros o discurso de qualquer arraigo, Rosa Díez iria deixem claro que o ‘medo’ só o líderes locais do PP no acto que aproveitar o descontentamento pudérom ter sentido as pessoas Galicia Bilingüe organizou no Lago com voz com o PP que vários grupos pró- espancadas por polícias e ‘bilín- García Barbón de Vigo, no dia e espanhol estavam a gerar no assunto. Umha simples constipa- gües’, a sensaçom de Glória Lago hora marcada para o comício cen- tremente: ambiente pré-eleitoral. çom pré-eleitoral à qual convinha deixa ver que nom esperavam essa tral do PSOE nesta cidade, confir- “Bilingüismo é nom dar importáncia. Mas nom é pressom por parte do movimento mam o receio. Porém, parece cons- Reacçons de todo o tipo esta a opiniom dos grupos mais galeguizador. Em Vigo, arriscando tatar-se também o aumento de um espanholismo” Inserindo o fenómeno na pura comprometidos com a normaliza- a sua integridade física, seis pes- espanholismo sociológico que dinámica eleitoral, muitos gale- çom lingüística, que julgam neces- soas mui novinhas chegárom a escapa aos cálculos eleitorais mais guistas tentavam tirar ferro ao sário fazer frente a estes grupos, infiltrar-se num teatro abarrotado estritos. Muitos dirigentes destes para, umha por umha, interrom- grupos, parecem mais preocupados perem o discurso de Lago com voz em endereçar a política cultural e tremente: “Bilingüismo é espan- lingüística dos partidos políticos, holismo”. Fôrom expulsas com sejam quais forem, independente- O pró-bilingüismo histórico: AGLI insultos acompanhados de fortes mente de quem ocupe o poder punhadas. Fora, entre cargas poli- num momento ou noutro. Basta Embora a proliferaçom destes movimentos esteja Jamar, nomeadamente do primeiro, falecido em ciais e detençons, as pessoas con- umha visita aos fóruns das suas nesta legislatura, umha associaçom com fins simila- acidente de estrada e autor do livro La centradas berravam ‘Na Galiza páginas webs para perceber como a res sobrevive desde 1988. A Asociación Gallega ‘Normalización Lingüística’, una Anormalidad em Galego’. Dias depois, cerca de ‘causa lingüística’ também deu ori- para la libertad de Idioma (AGLI), nunca conse- Democrática. El Caso Gallego, um volume de 339 20 dos participantes eram sancio- gem a um voto protesto contra a guiu a incidência social das irmás e tampouco deve páginas publicado por Siglo XXI. España Editores. nados com multas que por agora política do PP e do PSOE em rela- concentrar mais de umha dúzia de militantes. Nos Ao contrário do percurso habitual destas pessoas, somam 15.250 euros, com a acu- çom ao nacionalismo, que conside- últimos anos, dedicárom-se apenas a compilar arti- Jardón provinha do ámbito rural, de Vilar de Santos, saçom de “desordens”. No fecho ram indulgente. A dirigente ex- gos anti-nacionalistas da imprensa liberal espan- e o galego era umha língua habitual no seu ámbito da ediçom as multas continuavam socialista Rosa Díez visitou a hola, mas contam com umha produçom teórica familiar. O segundo, ex-presidente da associaçom, a chegar, mesmo a pessoas que Galiza na passada campanha elei- nada desprezível que teria sido aproveitada polos tem-se envolvido em numerosos processos judi- nom assistírom à concentraçom, toral prometendo derrogar “a lei de actuais sócios antinormalizadores. Referimo-nos ciais contra a galeguizaçom do ensino, praticamen- ainda que vinculadas ao centro normalizaçom lingüística”, algo aos textos de Manuel Jardón e Eduardo López- te a única actividade conhecida da AGLI. social A Revolta. NOVAS DA GALIZA 16 CULTURA 15 de Março a 15 de Abril de 2008 CULTURA

DANIEL PIRES, DO ESPAÇO DE INTERVENÇOM CULTURAL PORTUENSE MAUS HÁBITOS MÚSICA “Galiza está virada para dentro e o Porto Ataque Escampe para fora, sem sentimentos nacionalistas” ‘Galicia es una mierda’ MARCOS PAYNO / O título já o di todo e EDUARDO MARAGOTO / As palavras do Daniel bem podem ser Pichel quijo cruzar caminhos tam ‘divergentes’ durante umha para quem nom conhecer ainda os um resumo das razons do relativo desinteresse que a cultura tarde-noite e foi fazê-lo ao espaço que mais está a dar na Ataque Escampe recomendo-lhe que galega desperta no país ‘irmao’, polo menos naquele mais capital do Norte, o ‘Maus Hábitos’. Levou música, teatro, dê umha vista de olhos à Regueifa urbano. A biblioteca ‘Anna Politkóvskaya’ da Gentalha do livros e um autocarro de gente galega. Galiza em trânsito. Plataforma porque ali poderá encontrar os dous trabalhos publicados até o momento polos de Vista Alegre. O que achaste mais Rock de série B, instrumentaçons sin- interessante da festa? gelas e, sobretodo, atitude punk com Correu muito bem, umhas letras originais que nom deixam mobilizou imensa gente da títere com cabeça. Ataque Escampe ofe- Galiza interessada no rece umha proposta musical original e projecto e curiosa de ver o que abrange múltiplos estilos, do bolero Maus Hábitos. O ao punk, passando polo valsa, o tango, o lançamento dos livros foi country, o rock ou a rumba... Se o seu EP preenchida quase 100% por "Ed Wood e a invasión dos paraugas asasi- galegos. Na parte da noite aí nos" (2007) nos surpreendeu a todos, sim houvo mistura de gente "Galicia es una mierda" é um disco que, do Porto e Galiza. Gostei do para quem segue a trajectória da banda, Teatro D2 e especialmente nom defraudará em absoluto. da banda Marful, que foi Umha proposta que demonstra que o umha surpresa. que está a acontecer nestes últimos anos na Galiza nom é casualidade e que esta- A comunicaçom cultural mos a viver sem dúvida algumha um entre a Galiza e Portugal nom momento criativo importante na história tem sido mui fluente nas do rock galego, tanto no aspecto musical, últimas décadas... Galiza em como nas letras, e que depois de umha Trânsito terá sido um ponto época de resistência passamos a umha de inflexom, polo menos em época de normalizaçom, onde cada vez há relaçom à cidade do Porto? mais grupos que cantam em galego sem Nom podo afirmar isso complexos, onde os grupos começam a peremptoriamente, mas O Maus Hábitos é um referente iniludível da vida cultural do Porto. Galiza estivo presente recentemente neste espaço gravar e a editar os seus discos, onde gru- relativamente ao Maus pos que até o momento só cantavam em Hábitos existe essa abertura a espanhol começam a cantar em gale- projectos vindos da Galiza. lucrativas da empresa Maus A IMAGEM QUE nossa ligaçom à Inglaterra é go....isto sempre é bom...apesar do que Em 2006 realizamos umha Hábitos, como som as artes inegável, o Vinho do Porto foi digam alguns.... onde a auto-organizaçom grande exposiçom, plásticas, a performance e TEMOS DA GALIZA e é o nosso cartom de visita e a rede estám a jogar um papel muito comissariada pola curadora também as residências É DE UMHA FORTE polo mundo fora e que gera importante, e assim é demonstrado em Galega Cecília Pereira, e com artísticas. Os Maus Hábitos valores sócio-políticos páginas como sono-tone.net, aregueifa.net ou o nome de Ap9-A3, a auto- vam continuar nesta busca LIGAÇOM À TERRA bastante importantes para a komunikando.net que gozam de estupenda estrada que faz o Eixo de novos contactos com ‘o economia nacional. A muito saúde e som visitadas por milheiros de Atlântico, que liga a Corunha nosso Norte’. E AOS VALORES particular arquitectura da jovens galegos todos os meses. ao Porto. Somos desde TRADICIONAIS: A cidade remete-nos para as Ataque Escampe está formado por sempre reconhecidos como Como é vista a cultura galega, mesmas influências de umha Roi Vidal (percussons, kazoo, harmóni- um espaço sem preconceitos, mui ligada à reivindicaçom LÍNGUA, A PALAVRA, burguesia outrora abastada. ca, lixas, coros) -Miguel "abuelo" e com vontade de estabelecer lingüística, no mundo A MÚSICA POPULAR Portanto temos umha Galiza Mosquera (guitarra acústica, voz, coros) parcerias e relaçons culturais, cultural português? virada para dentro, para os -Alex Charlón (voz, harmónica) - sociais e económicas. Falo de A imagem que temos da EDEINFLUÊNCIA valores tradicionais e para Samuel Solleiro (violim, guitarra acústi- economia porque o Maus Galiza é de umha forte umha cultura fortemente ca, melódica, coros) -Marco Gelpi (vio- Hábitos é umha empresa ligaçom à terra, e aos valores CELTA, OS MITOS... vinculada às raízes e um Porto lim, guitarra acústica, guitarra eléctrica, cultural e nom umha tradicionais: a língua, a O PORTO TEM virado para fora, sem qualquer acordeom, trombom de série b, trompe- associaçom cultural, sendo palavra, a música popular e de sentimento nacionalista e ta, tubullars) -Francesc Esteve "Paco" que também temos umha influência celta, a UMHA FORTE sempre buscando de estar na (acordeom, guitarra acústica). associaçom com o nome de gastronomia, os mitos, etc. O INFLUÊNCIA “crista da onda”. Creio que Se queres ouvi-los visita o seu SACO AZUL, que utilizamos Porto tem umha forte por aqui surgem os principais myspace.com/ataquescampe, certeza que para as actividades nom influência anglo-saxónica, a ANGLO-SAXÓNICA problemas de interligaçom. ficarás seduzido. NOVAS DA GALIZA 15 de Março a 15 de Abril de 2008 CULTURA 17

A GALIZA NATURAL LÍNGUA NACIONAL 2084

VALENTIM R. FAGIM

1707. Decreto de Nova Planta 2008. Umha responsável de no Reino de Aragom que Galicia Bilingue queixa-se de PROÍBE o uso do catalám na os livros de geografia em gale- escola, nos tribunais civis e ecle- go mudarem o nome dos rios. siásticos, nos livros de contabili- O conseller de educació dade empresarial e no teatro. valenciano afirma que o seu departamento prefere poten- 1857. A Lei Moyano torna o cializar o inglês antes do que ensino primário em universal e outra língua estrangeira (refe- IMPOM a língua castelhana re-se ao catalám). Um inqué- como a única a ser estudada. rito de um jornal espanhol mostra que metade dos ques- Víboras de Ofiússa 1923. Umha das primeiras ini- tionados acham que ensinar ciativas do general Primo de galego, catalám ou basco na “Chamado primeiro Oestrímnis, por os tribuição abrange fundamental- da boca em comunicação directa Rivera, após o Golpe Militar, é a Andaluzia é NEGATIVO. Oestriminis habitarem aí lugares e campos, mente a Galiza, alargando-se ainda com as glândulas venenosas. Este OBRIGAÇOM de usar unica- posteriormente um sem número de serpentes polo extremo Norte de Portugal e a veneno é neurotóxico, hemotóxi- mente o castelhano no ensino 2084. Dous meninos discutem afugentou os moradores e deu o seu nome à região cantábrica. Na Galiza é uma co, cardiotóxico e alergénico. No público e privado. acaloradamente no tempo do terra deserta.” (Ora Maritima, Rufus espécie comum que frequenta entanto, a mordedura raramente é recreio. A dada altura um deles, Avienus Festus, Séc. IV) todo o tipo de habitats. O tamanho mortal ou até mesmo grave, sendo 1978. A Constituiçom espanhola preso da maior das iras, deixar raras vezes supera os cinquenta as crianças e pessoas de idade estabelece umha hierarquia entre fugir um palavrom em qualquer JOÃO AVELEDO / Houve desde as centímetros, o corpo é grosso e avançada os dous grupos em que as línguas do Reino. O castelhano jargom estranho. Palavra puxa origens semíticas da civilização tem a cabeça triangular, caracterís- pode ser mais perigosa. A principal é a única que os cidadaos tenhem palavra e o outro grita: ocidental uma identificação das tica viperina que dá nas vistas e recomendação preventiva consiste a OBRIGA de conhecer. O resto Bilíngue!! ao qual retruca o pri- serpentes com o mal e ainda exis- permite a sua diferenciação das em utilizarmos um calçado ade- ficam-se em direito. meiro: BILINGUE TU! . te entre nós um terror atávico e inofensivas cobras. quado nos nossos passeios polo indiscriminado para com elas, A víbora-cornuda (Vipera latastei) é campo durante os meses de bom embora só duas das oito espécies espécie mediterrânica muito rara no tempo. No caso de sofrer uma galegas de Ofídios constituam nosso país, encontrando-se apenas na mordedura deveremos manter a um perigo real para os humanos. área sul-oriental (Jurês, Invernadeiro, calma, imobilizar, no possível, a CINEMA PARA PENSAR Falamos das víboras. Gudinha, Luvião), sempre acima dos zona afectada e acudirmos rapida- A víbora-de-Seoane (Vipera seoa- 800 m. De aspecto e tamanho similar mente a um posto médico. Não é nei) foi descrita pola primeira vez à anterior, diferencia-se polas suas recomendado sugar o veneno!!! em 1879 como Vipera berus seoanei, cores e, nomeadamente, porque no Conta-se na Ora Maritima, que os Nem um a menos quer dizer, como subespécie da extremo da cabeça tem um focinho Oestriminis, povoadores autóctones víbora-europeia. Já em 1976, estu- muito prominente e conspícuo em do nosso país, foram expulsos por F. TRAFICANTE / Um dos refe- própria escola, que supom dos mais exaustivos permitiram a forma de corno. uma invasão de serpentes. Estas tal- rentes do cinema chinês das umha autêntica escola de vida, sua classificação como espécie Nas víboras o aparelho inocula- vez não fossem outras que as hordas duas últimas décadas. Agora onde as crianças vem a necessi- diferenciada. Foi baptizada em dor do veneno consiste num sofis- de Saefes, os primeiros celtas galai- que se reeditou em DVD com a dade de conhecimentos para homenagem ao grande naturalista ticado sistema de injecção deno- cos, gentes ofiolátricas (adoradoras possibilidade de vê-lo na ver- desenvolver-se na vida. Mas é ferrolano Vítor Lopes Seoane minado dentição solenoglifa, que dos Ofídios). A terra que eles habi- som original legendada na nossa que nessa busca, a menina- (1834-1900). Endemismo do se compõe de dous dentes retrác- taram foi chamada polos gregos de língua, penso que é um filme a mestra é a guia que serve para Norte da Península, a área de dis- teis, localizados na parte anterior “Terra de Serpentes”. nom perder. Afasta-se do cine- amostrar-nos o profundo con- ma histórico de Zhang Yimou traste entre a rural e para apresentar parte da socie- urbana. Dous países num só, dade chinesa actual, nomeada- ainda que sempre com certa mente a rural na escola. humanidade quando as pessoas A CONJUGAR O VERBO SEXUAR Apresentam-se as enormes chegam a falar. De facto, a carências materiais da China menina é vista como alguém mais afastada dos grandes cen- que precisa ajuda, mas a quem tros económicos. A história só se lhe pergunta com respeito A trindade do prazer pessoal: começa quando o mestre, que que é o que quer ou pretende. atende umha escola com aluna- Grande parte das pessoas acon- do de diferentes idades, tem de selham-na sem pretender ser- Pornografia-Fantasia-Erótica ir em embora. Perante a ausên- moneá-la. Um filme muito inte- cia de mestres, encarrega-se ressante também para observar BEATRIZ SANTOS / A fantasia é dem sentido e podem inclusive ser conduta. Nom cabem interpreta- das crianças umha rapariga de as profundas diferenças entre a parte importante da erótica da pes- conflitivas. Nom há que pedir-lhes o çons simplistas nem psicoanalíti- treze anos, que sabe as quatro mentalidade ocidental e a soa. A fantasia erótica, tanto mais que nom som, nom há que exigir- cas, simplesmente outorgam espa- regras, escrever e pouco mais. oriental, sem que nengumha rica quanto mais componentes ilí- lhes umha satisfaçom na realidade de ço ao desfrute; nom é pouco. Isso sim, o empenho em aten- seja melhor que a outra. Só citos, proibidos, perversos, imun- um encontro erótico em que tanto A Pornografia tem por funçom ali- der as crianças faz com que parecem partir de princípios dos... a integrarem, diferencia-se do este como a própria fantasia correm o mentar a fantasia. Nom se pode quase consiga que nom vaia vitais e filosofias de valores dife- desejo. Aquela nom forma parte da risco de se estragarem. Ainda que, é pedir à porneia que sirva de matéria nengumha delas trabalhar para rentes. Após ver este filme tal- conduta e portanto nom tem lugar certo que escrever ou contar as fanta- pedagógica para o Ars amandi. ajudar as precárias economias vez entendamos um bocado próprio no espaço dos desejos, é sias pode ser um modo excelente de Pornografiar a nossa vida erótica pode familiares. Mas um deles aca- melhor estes já compatriotas pessoal e intransferível, nom nasce contribuir a enriquecer a fantasia dar-nos mais de um desgosto e nom bará por ir para a cidade e aí nossos quando vamos a um res- para se compartir eróticamente. alheia e alentar (que nom imitar) a poucas frustraçons eróticas, ademais começa a ganhar mais interesse taurante chinês, em vez de Tentar levar as fantasias à ‘realida- erótica partilhada. de algumha importante dor física. E o filme. Observamos como as julgá-los como herméticos e de’ implica poucas satisfaçons e cos- Os universos pessoais permitem pode ser, sobretodo, um soberano dificuldades que enfrentam frios. E dá-nos algumhas chaves tuma ser mais bem frustrante. Fora violar as ‘normas’ sem limite, aborrecimento. No entanto, há um colocam questons práticas que sobre a situaçom real da China do espaço da realidade fantástica, o exceptuado o da própria fantasia. A espaço onde a porneia pode brilhar, e terám que ser resolvidas com actual, quando menos nas suas seu espaço natural, as fantasias per- fantasia é mais viva e atractiva que a esse é o da fantasia erótica. problemas de matemática na regions mais remotas. NOVAS DA GALIZA 18 DESPORTOS 15 de Março a 15 de Abril de 2008 DESPORTOS

BILHARDA ALL STARS-08 Mates e varados contra o imperialismo!

XERMÁN VILUBA / Confirmaçom CONFIRMAÇOM contidas nos olhos dos palana- absuluta no bilharda All Stars dores e palandoras com gargan- 2008 da imparável revoluçom ABSULUTA NO ALL tas abertas de siareiros e joga- bilhardeira impulsionada polos STARS 2008 DA dores que berravam Galiza palanores e palandoras da LNB mentres apretavam os punhos. com o horizonte posto no gram IMPARÁVEL REVOLUÇOM Arranque espectacular do Play Off final que se vai desen- BILHARDEIRA Oeste que deixava o combinado volver na alameda de do Leste marginado nos dous Compostela e que está marcado IMPULSIONADA grupos em luita. Mas a veterania para o dia 25 de Maio. do combinado leste dirigido por Combatendo as laganhas, a tribo POLOS PALANORES E David Dias ao final aplacou, do leste cruzava a já mítica costa PALANDORAS DA LNB ainda que nom sem apuros, o da Maradona na Marinha de emergente combinado do oeste Lugo para se adentrar plena- COM O HORIZONTE onde debutava como treinador o mente em território dominado POSTO NO GRAM corunhês Lois Fontam. polas tribos xarutas, electróni- Concurso de varados ganhado cas, filhoas de sangue, quer PLAY OFF FINAL por Daniel, dos Bilhardeiros dizer, adentráva-se no grande QUE VAI TER LUGAR Musicais, e um espectacular e repto de manter a invencibilida- inaudito concurso de mates que de num All Stars que se esperava NA ALAMEDA DE ganhou Hugo, também dos BM, a cara de cam entre duas confe- pugérom o ponto final na pista rências profissionais que man- COMPOSTELA O ao explosivo All Stars 2008. tenhem liga regular. DIA 25 DE MAIO Comida de fraternidade poste- A Pista da Sapateira fervia rior em que se reunificavam as com a chegada da expediçom do duas Galizas enfrentadas na leste, todo estava pronto e, des- estabelecido, hino oficial da pista ao redor da mesa. Copa, pois de vestir as camisolas e LNB, de Genebra à Sapateira chupinho e café para todos e desenterrar os machados, os resoava no Pavilhom o tema A todas as que apoiam e desfrutam combinados do leste e oeste Bilharda, da crew galego-helvé- um desporto tam poderoso. preparárom-se para ouvir o, já tica de Mafia Gallega, lágrimas Avanti popolo, avanti LNB! A Pista da Sapateira fervia com a chegada da expediçom do leste NOVAS DA GALIZA 15 de Março a 15 de Abril de 2008 DESPORTOS 19

O protagonismo da animaçom reinvindicativa correspondeu a Siareiros Galegos, que decorárom o pavilhom, entrevistárom os jogadores da Irmandinha nos dias prévios ao jogo, e animárom muito contra o Uruguai Um debute exitoso da Galiza no

NGZ / Continua o debute das (Pana), do Ourense (Vivian) e do FUTSAL NO SEU centros desportivos da Corunha o Uruguai. Umha atitude de selecçons nacionais ao longo do Lobelhe compostelano (Manu). interrompêrom o jogo para reivin- que nom gosta demasiado a nosso País, bem que com a oficia- A claque puido viver um jogo ESTADO PURO: RAPIDEZ dicarem o seu primeiro convénio. polícia espanhola, que decidiu lidade ainda longe. Ferrol foi a de futsal no seu estado puro: Como sempre, o protagonis- entrar no pavilhom ao finalizar cidade escolhida para a estreia do rapidez na combinaçom, NA COMBINAÇOM, mo da animaçom reinvindicati- o encontro para repartir paus combinado de futsal, que enfren- demonstraçom técnica e defini- va correspondeu a Siareiros contra activistas desta platafor- tou o Uruguai. Nem mais nem çom num alto nível. DEMONSTRAÇOM Galegos, que decorárom o ma pró-oficialidade. Segundo menos que 6-1 foi o resultado Tampouco devemos esquecer o pavilhom da Malata, entrevis- testemunhas presenciais, as definitivo em favor dos nossos, que há para além do desporto. A TÉCNICA E DEFINIÇOM tárom os jogadores da agressons acompanhavam-se de com protagonismo goleador de reivindicaçom ganhou o seu oco: Irmandinha nos dias prévios ao frases ameaçantes, do estilo de jogadores do Parrulo de Ferrol o colectivo de trabalhadores dos NUM ALTO NÍVEL jogo, e animárom muito contra “a ti ya te teníamos ganas”. Selecçons galegas de Desde já, Vigo terá atletismo batem forte voleibol de primeira

NGZ / O Campionato Estatal de Campo NGZ / A falta de duas jornadas para o rema- Através, celebrado em Cuenca a mea- te da liga, Vigo já tem equipa na superliga dos de Março, trouxo sucessos e polé- estatal. O Clube Vigo Voleibol Valery mica abundante. Na categoria femini- Karpin derrotou na casa a Ermita Textil na, graças às intervençons de Sandra Santanderina, o que a catapultou a primei- Mosquera, Paula Mayobre e Maria ra, graças também à derrota do seu rival Martínez, a nossa selecçom colocou-se directo. O Lleida perdera na cancha do no terceiro posto por autonomias. Puerto Real, e assi os vigueses conseguiam Em categoria absoluta, o atleta com- coar-se no ascenso. A ajuda do público postelano Suso de la Fuente demons- complementou-se com o esforço dos joga- trou o seu estado de forma, ficando a dores de Pablo Alonso, que partiam de um poucos minutos de conseguir a medal- início de época mais bem fraco. ha de bronze. Surpreendentemente –e O Lleida acabava de perder na cancha aí irrompeu a polémica- nom foi convo- do Puerto Real por 3-0. Nesse momento cado para o mundial com a selecçom o público começou a animar, porque gan- O objectivo desta campanha estava conse- espanhola, ao contrário que outros hando o Vigo, o ascenso era certo. guido. Porém, nom se pode dizer que as cou- competidores que ficárom pior classifi- e Carlos Villamor. Foi mais chamati- O partido acabou com um 3-0 para o sas chegárom soas, porque os moços que cados em Tarancón. va a retirada de Pedro Nimo e Lolo Valery karpin que, ao acabar o encontro, treina Pablo Alonso tivérom que enfrentar Por trás de Suso de la Fuente Penas, duas das figura mais consa- começou a celebrar o regresso à máxima um início de época nom mui bom, que final- entrárom em meta Manuel Hurtado gradas do fundo galego. categoria do voleibol estatal. mente acabou da melhor maneira. OPINIOM 2 A FUNDO 11 EDITORIAL 3 REPORTAGEM 14 NOTÍCIAS 4 CULTURA 16 APARTADO 39 (15701) COMPOSTELA - GALIZA / TEL: 630 775 820 / PUBLICIDADE: 692 060 607 / [email protected] REPORTAGEM 9 DESPORTOS 18

Democracia e saco

XURXO BORRAZÁS

“A novela é um saco em que cabe todo” dizia Baroja. Bem, cabe todo... o que couber num saco. É como todo; por exemplo a demo- cracia. Segundo o carpetovetóni- co nacionalismo espanhol, em democracia pode-se defender qualquer ideia, sempre que nom chocar com o sentido comum. Isto há que explicá-lo.

autodeterminaçom, por exemplo, choca, por isso A se ilegalizam todas as siglas do abecedário basco. Fecham-se meios e os jornalis- tas vam ao cárcere os anos sufi- cientes como para estudar outro curso antes de saírem. Nom, Jiménez Losantos nom, ele polo visto nom choca. Fecham-se bares e asocia- çons com sentenças sem dous dedos de legalidade. Porquê? Porque chocam. Se alguém chora por um familiar preso, também o prendem: o cárcere sim que é um saco em que PEPE CASAS PORTA-VOZ DO FORO ‘TEMOS DIREITO A SABER’ cabem todos, e para fazer sítio deixam-se fora maltratadores, polícias corruptos ou capos do organizado. Pode-se defender qualquer “Meio Ambiente quer converter o Ribeiro ideia, mas o plano Ibarretxe nom. Muito envolver-se na constituiçom e depois vem a na grande lixeira do sul da Galiza” Lei de Partidos com o saldo, suspendendo à discriçom os ANDRÉ CASTELEIRO / O Foro do Ribeiro, Temos Direito a atendeu às 4.000 assinatu- O passado 17 de Fevereiro, direitos individuais e colecti- Saber, nasce há agora um ano (Março de 2007) quando a vizin- ras contra a Central. Galiza Nom Se Vende saiu à vos dos independentistas. hança desta comarca ourensana toma conhecimento da cons- rua, enchendo Compostela. Opinar livremente sim, mas El truçom que “em princípio soava bem” mas que se tem conver- Em que momento se Como valorizades esta rede? Jueves nom, queimar fotos ou tido no seu principal quebra-cabeças. O NOVAS DA GALIZA, encontra o projecto? Quanto à manifestaçom que bandeiras nom. contactou o seu porta-voz, Pepe Casas. Nom sabemos muita cousa, nós aludes, mui positiva; se repa- Os que opinem como eu, em só nom queremos hipotecar o rarmos no pouco publicitada princípio, podem ser eleitos e Pepe, o que vem a ser o Logo, da Conselharia agiram nosso futuro, é tanto o que que estivo, à imprensa nom opinar, por exemplo os genoci- parque meio-ambiental de com desinformaçom, nom é? pedimos? Vimos casos paralelos lhe interessa ver-nos organi- das do Iraque ou a Igreja pré- Carvalheda d’Ávia? A Conselharia do Meio no Estado espanhol e nom há zados à margem da política. cavernária que vulnera a colec- Na verdade, parque meio- Ambiente ligou para nós tal panaceia para o emprego Quanto a Galiza Nom Se çom completa dos direitos fun- ambiental é um eufemis- tentando apaziguar, mas que é o que nos vende o consel- Vende, nós achamos que res- damentais. Ou Ynestrillas, ele mo. O que se vai construir mostrou-se inflexível peran- heiro. Olha se há desinforma- ponde à ameaça comum que nom defende a violência, sim- entre Carvalheda e Riba te os nossos pedidos, e isso çom, que ICEASA, a empresa à sofre o País em termos meio- plesmente a pratica. Ynestrillas d’Ávia, é umha central de que já procuraram a locali- qual adjudicaram a construçom ambientais. Pessoalmente, é irrelevante, dirá-se, quatro resíduos industriais, umha zaçom para a planta, sem do parque meio-ambiental; tivem ocasiom de conhecer ‘chainhas’ sem base social. enome lixeira do sul da fixarem um plano de resí- perguntou se era necessária de primeira mao o desafio Certo, o que se condena em Galiza, numha comarca que duos industriais coerente, avaliaçom ambiental estratégi- que implica o plano aqüícola Euskal Herria é o apoio social. paradoxalmente vive de com reduçom em origem, ca e esta notícia aparecia num em Camarinhas, mui prejudi- Que porque falamos de outras ocupaçons, as ter- compostagem doméstica cantinho da web da cial para os interesses dos Euskadi e nom da Galiza? Se mas, o vinho ou o turismo racional, ou repartindo Conselharia. Nós achamos que vizinhos como prejudicial é calhar porque aqui o saco, a rural, agora ameaçados por corresponsavelmente os tra- é imprescindível avaliar um pro- para nós a Central de novela, é unha novela rosa e nela umha central de 850000 m2 tamentos dos resíduos. jecto que prevê núcleos povoa- Carvalheda. GNSV é um só cabe o que cabe numha nove- que ocupará ambas as mar- Habitaçom e Solo falou-nos dos a menos de 2.000 m2, mas fórum cívico que se demons- la rosa. Nom se precisa nem gens da A-52 (Vigo- mui bem antes das autár- figemos 900 observaçons e con- tra mui necessário para o que saco, basta com um escapulário. Benavente). quicas, mas a seguir nem tinuamos à espera. acontece na Galiza.