Comunicado Técnico, 34)
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Zoneamento Agrícola do Algodão no Nordeste Brasileiro. Safra 2005/2006. Estado de Sergipe 1 Comunicado 263 ISSN 0102-0099 Dezembro/2005 Técnico Campina Grande, PB Zoneamento Agrícola do Algodão no Nordeste Brasileiro. Safra 2005/2006. Estado de Sergipe José Américo Bordini do Amaral1 Napoleão Esberard de Macêdo Beltrão2 Madson Tavares Silva3 O parque têxtil nacional demanda hoje Para o algodoeiro HERBÁCEO, as condições aproximadamente um milhão de toneladas de pluma, climáticas consideradas para as áreas aptas foram das quais em torno de 10% estão sendo supridas as seguintes: 1 - temperatura média do ar entre 20 com importação. É imprescindível, portanto que o e 30 °C; 2 - precipitação anual entre 500 e 1.500 Brasil aumente sua produção, para melhoria da mm; 3 - umidade relativa média do ar em torno de balança comercial Brasileira e manutenção do 60%; 4 - nebulosidade (cobertura de nuvens) inferior parque têxtil, utilizando tecnologias que permitam o a 50%; 5 - inexistência de inversão térmica, isto é, crescimento produtivo das lavouras. O cultivo dos dias muito quentes e noites muito frias, e 6 - algodoeiros arbóreo ou perene (Gossypium hirsutum inexistência de alta umidade relativa do ar associada L.r. marie galante Hutch.), herbáceo ou anual a altas temperaturas. (Gossypium hirsutum L.r. latifolium Hutch.) e os derivados do cruzamento dos tipos arbóreo e Para definição das épocas de plantio, consideraram- herbáceo, apresentam-se como uma das principais se resultados de ensaios conduzidos em diferentes alternativas agrícolas para o Nordeste brasileiro, da locais da região Nordeste, como a época chuvosa de mesma forma que o cultivo do algodão herbáceo é cada município tida como o período entre os meses uma das culturas mais rentáveis nas demais regiões em que ocorreram pelo menos 10% do total da do País. precipitação anual, o ciclo fenológico das cultivares sugeridas para plantio e a colheita no período seco, Para que uma cultura externe o seu potencial mas é importante ressaltar que o regime genético é necessário que sua exploração seja pluviométrico do Nordeste brasileiro apresenta realizada em regiões que ofereçam condições acentuada variabilidade espacial e temporal, o que ecológicas adequadas às suas características implica, em alguns anos, antecipação ou atraso do agronômicas e a semeadura efetuada na época período chuvoso em relação à média. correta. 1Eng. Agrº. Dr., Pesquisador da Embrapa Algodão. e-mail: [email protected] 2Eng. Agrônomo. D. Sc. Pesquisador da Embrapa Algodão. e-mail: nbeltrã[email protected] 3Graduando Meteorologia UFCG. e-mail: [email protected] 2 Zoneamento Agrícola do Algodão no Nordeste Brasileiro. Safra 2005/2006. Estado de Sergipe SOLOS APTOS PARA O PLANTIO A época de plantio indicada pelo zoneamento, ABRIL, não deverá ser prorrogada ou antecipada em ALGODÃO HERBÁCEO: Os solos considerados aptos hipótese alguma. No caso de ocorrer algum evento para este tipo de algodoeiro são de caráter eutrófico atípico ou época indicada (p.ex.: seca excessiva que pertencentes aos grupos Latossolos, Argissolos, iniba o preparo do solo e semeadura ou excesso de Chernossolos, Planossolos, Cambissolos, Vertissolos, chuvas que não permita o tráfego de máquinas na Argissolos, Neossolos e suas associações. propriedade), recomenda-se aos produtores não efetivarem a implantação da lavoura nesta safra no MUNICÍPIOS E PERÍODOS FAVORÁVEIS AO local atingido, uma vez que, fatalmente, o PLANTIO empreendimento estará sujeito a eventos climáticos adversos que não podem ainda, ser previstos pelo A relação dos municípios aptos para o plantio - zoneamento. suprimidos todos os outros onde a cultura não é recomendada neste zoneamento - foi baseada em CULTIVARES dados disponíveis por ocasião da sua elaboração (Tabelas 1 e 2). Portanto, se algum município mudou As cultivares de algodão a serem utilizadas devem de nome ou foi criado pela emancipação de um ser as inscritas no Registro Nacional de Cultivares – daqueles da listagem abaixo, todas as RNC, do Ministério da Agricultura, Pecuária e recomendações são idênticas às do município de Abastecimento, no âmbito do Zoneamento Agrícola, origem até que nova relação o inclua formalmente. com suas características, reação a doenças e eventos adversos, indicadas pelos Obtentores/ Tabela 1. Municípios do Estado de Sergipe aptos para o Detentores (Tabela 2). (Instrução Normativa nº 1, de plantio de algodão e período recomendado de plantio: ABRIL. Tabela 2. Cultivares de algodão HERBÀCEO Amparo de S. Francisco Itabaianinha Pinhão desenvolvidas pela Embrapa e suas características Aquidabã Itabi Poço Redondo fenológicas. Arauá Itaporanga d’Ajuda Poço Verde CNPA BRS 186 BRS 187 BRS Cultivar 7H Precoce III (CNPA 8H) BRS 201 Camaçari Areia Branca Japaratuba Porto da Folha Tipo Herbáceo Altura média da planta (cm) 150 120 100 120 170 Buquim Japoatã Propriá Hábito de crescimento Indeterminado Determinado Indeterminado Campo de Brito Lagarto Riachão do Dantas Ciclo Médio Muito precoce Médio Médio Canhoba Laranjeiras Riachuelo Dias da ao florescimento 52 40 50 45 60 emergência à colheita 140 120 140 135 170 Canindé de S. Francisco Macambira Ribeirópolis Precocidade de maturação 88 80 120 90 90 (dias) Capela Malhada dos Bois Rosário do Catete ao tombamento Tolerante Resistente Resistência Carira Malhador Salgado à tração das fibras Média Débil Forte Carmópolis Maruim Santa Luzia do Itanhy Comprimento da fibra Médio Médio Percentagem de fibras 34-35 35 38,7 37,0 38,8 Cedro de São João Moita Bonita Santa Rosa de Lima 75000 - População recom. de plantas/ha 50000 100000 50000 75000 95000 Cristinápolis Monte Alegre de Sergipe Santana de S. Francisco Potencial produtivo @/ha 170 140 150-200 160 250 Disponibilidade de sementes (t) 600 3 680 20 2 Cumbe Muribeca São Cristovão Resistência a doenças Divina Pastora Neópolis São Domingos Bacteriose MR R MR AR MR Fusariose MR MS S - - Estância Nossa Sra. Aparecida São Francisco Angular - - - - MR Feira Nova Nossa Senhora da Gloria São Miguel do Aleixo Alternária S - - S MR Mancha de Frei Paulo Nossa Senhora das Dores Simão Dias Stemphylium MR R MR MR MR Gararu Nossa Sra. De Lourdes Siriri Verticilium - S S - - General Maynard Nossa Sra. Do Socorro Telha Nematóides MR - - - - Ramulose S MR MR MR MR Gracho Cardoso Pacatuba Tobias Barreto Viroses R MS Indiaroba Pedra Mole Tomar de Geru AR = Altamente Resistente MR = Moderadamente resistente MS = Itabaiana Pedrinhas Umbaúba Moderadamente suscetível S = Suscetível Zoneamento Agrícola do Algodão no Nordeste Brasileiro. Safra 2005/2006. Estado de Sergipe 3 11.11.98, Secretaria da Comissão Especial de NEMATOIDES Recursos - CER, publicada no Diário Oficial de Agente Etiológico 12.11.98). A ocorrência de resultados diferentes Meloidogyne Incógnita daqueles detalhados e informados, será de inteira responsabilidade dos respectivos Obtentores/ Pratylenchus brachyurus Detentores das cultivares (Art. 4º da Instrução Rotylenchulus reniformis Normativa nº 1). Helicotylen chus sp. E Belonolaimus gracillis DOENÇAS e PRAGAS NÃO COBERTAS PELO PROAGRO OUTRAS DOENÇAS Nome comum: De acordo com o Ministério da Agricultura Pecuária Murchamento e Abastecimento, as doenças e pragas abaixo avermelhado relacionadas não são cobertas pelo PROAGRO, tornando-se responsabilidade do produtor a adoção PRAGAS Nome comum: Nome científico de medidas e tecnologias para seu controle. Ácaro branco: Polyphagotarsonemus latus Ácaro rajado: Tetranychus urticae; Tetranychus desertorum Ácaro vermelho: Tetranychus ludeni ; Tetranychus nobilellus; Tetranychus DOENÇAS FÚNGICAS evansis Nome comum: Agente Etiológico Bicudo: Anthonomus grandis Broca do Eutinobothrus brasiliensis Antracnose: Colletotrichum gossypii algodoeiro: Complexo Fusarium- Fusarium oxysporium f sp. vasinfectum; Broca do ponteiro: Conotrachelus denieri Nematoide: Rothylenchus reniformis ou Meloidogyne incognita Cigarrinha verde: Empoasca kraemeri Mancha de Alternária: Alternaria spp Cigarrinha branca: Agallia sp Mancha Cercóspora: Cercospora gossypina Curuquerê: Alabama argillacea Mancha preta ou de Stemphylium: Stemphylium solani Falsa medideira: Thiclhoplusia ni Gafanhoto do Schistocerca pallens Murcha de Fusarium: Fusarium oxysporium f.sp. vasinfectum Nordeste: Murcha de Verticillium: Verticillium dahliae; Verticillium albo-atrum Lagarta das maçãs: Heliothis virescens Podridão das maçãs: Fungos diversos Lagarta dos Heliothis zea capulhos: Ramulária ou Mancha Ramularia aerola branca: Lagarta militar: Spodoptera frugiperda Lagarta rosada: Pectinophora gossypiella Ramulose: Colletotrichum gossypii var. cephalosporioides Lagarta rosca: Agrotis ipsilon Tombamento: Colletotrichum gossypii; Rhizoctonía solani; Fusarium spp.; Macrophomina phaseolina; Pythium Mané-mago: Stirphra robusta spp. Mosca branca: Bemisia tabaci, Bemisia spp Mosquito do Gargaphia torresi algodoeiro: Percevejo Dysdercus spp DOENÇAS VIRÓTICAS manchador: Percevejo rajado: Horcias nobilellum Nome comum: Pulgão do Aphys gossypii Mosaico comum algodoeiro: Pulgão verde: Myzus persicae Mosaico das nervuras Tripes: Trips tabaci, Frankliniella sp.; Hercotrips sp.; Caliotrips sp.; Selenotrips rubrocinctus; Trips palmi, Trips spp. Mosaico das nervuras forma Ribeirão Bonito ou Doença Azul Vaquinha: Diabrotica speciosa Mosaico tardio Vermelhão do algodoeiro e outras doenças viróticas CONSIDERAÇÕES FINAIS A agricultura de sequeiro não permite controle da oferta hídrica, expondo a atividade a risco de cultivo BACTERIOSES em períodos inadequados, podendo a safra ser Nome comum: Agente etiológico comprometida pelo excesso ou pela