216 RtviJUl Brasileira dL GtociincioJ Volume 2, 1972 ,

A FACIOLOGIA DO GRUPO PASSA DOIS NO I I ! ~ PAULO MIRANDA DEFIGUEIREDO FILHO'

I~ ,~ ABSTRACT The study of geo logical sections in the outcro pping area of th e Passa Dcis Group , in R io Grande do Su i, complemen ted with the study of cores from drillings for coa l, showed the re­ lati ons in the Stat e, which are rela ted bellow. I) T he Passe Dois Group is co nstituted by the Irati a nd Estrada Nov a Formations ; the R io do Rastc For mations is lackin g. I 2) T he thick ness of the gro up is about 100 m. 3) T he contact with th e subjacent format ion is characterized by the occurrence of limestone concretions immersed in a grey silty sha le, very similar to the Palermo Formation . i 4) T he Ira ti Formati on has two f acies. One charac terized by the occ urr ence of two beds of I pyrobit uminous shale associa ted with fossilifero us lim eston e lenses. These two beds are intercal ated I with a grey silty shale with concoid al fra ct ur e, and with yellow ish limestone concretions immersed in it. This fades, when present , occupies the lower part of the formation and was ca lled Tiamju facies. T he second facies, pa rtially synchronous with the first one, is constituted by grey silty shales wit h limestone concretions and West of Pantano Grande, is cut by oblique veins of silica. T oward the east it is predominantl y siltic, showing cross-lami na tion. T his facies ends the Irati deposition in the State and was ca lled Valente facies. 5) T he Estrad a Nova Formation also has two lithologic facies, one being pellitic; the other, sandy , which, wh en presen t, occ upies the top. T he pellitic fa cies was called Caveiras fa cies and is cha­ ract erized by the d evelopmen t of pin k and red colours altern ating with grey. T he sandy facies, also reddish, is characterized by lenticul ar bod ies of very fine sandstone, by occ urrences of limestone lenses with irregu lar sha pes, and also by large limestone concretions. This facies was called Armada fa cies. 6)T he upper lim it of the gro up was set on the co ntact of the above me ntioned lithologies with a pink me dium sanstone, with plan ar and channal cross stra tificat ions, and with intraformational conglomerates.

INTRODUC AO Este trabalho pretende apresenta r a m a neira como ocorrem as rochas do Grupo Passa Dais, no Rio Grande do Sui, suas variacoes ver ticais e laterais de facies, em uma classificacao baseada na int erpretacao dos estudos feitos nas secoes geol6gicas levan tad as em diversos pontos do Esta do e da observacao dos pedis de sondagens para carvilo, qu e foram cedidas pela Companhia Riograndense de Mi neracao (CRM). a s contatos superior e inferior do Grupo Passa Dois sao arb itrarios e 0 seu csta be­ I lecimcnto tern variad u de autor pa ra autor. A Fig. I dispoe algumas das classificacoes adotad as para gr upa r essas rochas no Rio Grande do SuI. · A Fig. 2 mostra a area de distribuicao das rochas do Grupo Passa Dois no Estado c a iocal izacao das areas estudadas. Foram estudados os perfis da estrada Bage-Acegua, Ca­ veiras-Ibicul da Arm ada,T iaraju -Caiboate Gra nde, Silo Sepe-Passo do Verde, e Pantano Grande. Foram feitos estudos e levantamentos nas areas de Biboca--Tupi Sil­ veira , de Forrnigueiro-Barro Vermelho, e de Gravatai-Cachoeirinh a-. Alem disso, foram estudados as perfis de sondagens da area da Mina do Leao e Sao Jeronimo, da area II do , da area de Silo Ga briel e da area de Gravatai. I *Sob os auspiclos da Fundacao de A mp aro a Pesqu isa do Estad o do Rio Grande do SuI. Rm 'sla Hmsileim de Gfodincias Volume 2, 1972 217

GORDON Jr. BEURLEN MACHADO DELANEY RIBE IRO MACEDO PADULA SENA SOB2 CASTANHO GONI ET AL MARTIN S 19 4 7 19!5!5

Botucotu Botu catu

Santa Marlo

Figura I - (:omparac; ao de algumas d as cla ssificacaes urilixadas para os sedimentos gondwanicos no Rio Grandc do Sui

Esse estlido mostrou q ue, ncssc co nj unto de roch as, cxis tcm a lgumas caractcrtstica s com uns ao longo d a faixa aflora ntc no Estado qu e pcrm item idcn tificar um a unidad c litocstr atigrafica ma ier (0 grupo), que pede SCI' d ivid ida em duas unid ad cs mupcavcis (as formacocs], q ue sc apresclItam em q ua tro facies ca ractc ns ricas.

Cantata Tubarao - Pa ssa Dais Como ja tern sido a firmado pOl' varies a ut orcs, d esdc \Vhite (1908) a te os trabalhos mai s rccentcs, co mo as rcv isoes de M endes (1967) c de Iliga rella c Sa )~ m u n i (1967), a passagem do Grupo Tubarao para 0 Grupo Passa Dois I:. grad ac iona l, nao havcndo sido cncontrada discordan cia em qu alqu er po nto da Bacia. Scnd o grad ac ional, c, co nscq uc ntcmc n te, a rbit ra ria. De urn mod o gc ra l, no Brasil, todos os q ue tra ha lha ram Il CSSCS scd imcnt itos co nco rdant em coloca r a Formacao Pa lermo, co ufcrrnc a proposicao original de W hite (o/J. cit.), d cntro do Gru pe 'I'u ba rho. 'I'od avia os gc61ogos uru guaios, entre clcs Bossi (1966) c Eliza ld e et al. (1970), prcfcrcm juntar os sed imcn titos da Formacao Fraylc M uerto, cq uiva lcntc do Pa lermo, co m as forrnacocs q ue lhe cstnc supcrpostas. Ca bem as co nsidc racocs rc lacionadas a seguir.

I) Os scd imc utitos da Formacao Pal ermo passam gradacio natnu -nn- para os da 1"01'­ macae Irati. Eo co nside r-ado Formacao lrati quando ocorrem lentcs calcarias d e cor a marclo­ -palha c os scdimcn titos a prcsc lltam lima lamiuacao co m lcitos cscu ros c claros. em algu mas areas, cspccialmcm e vislvcis em tcstcm u nhos de sondagcns. AFormacao Pa lerm o tern , 218 Rrvilla Il rali[rira ilt (;tociin cial v olum e 2, 1972 ......

------'I--- --r'------+------f------"Ic--- -- +--- . '. ~

' ~ I TT -,' · ITI ... ~ .... .

. NOVO " "" 11111 1 0

-f-lf-- - .•.

..._------1------1''------.....; '''J~ ------+---- n · ...... -

u: on.t:.nr os DO ...IIPO l22l '''"'' 0 0" • 'AL MA ~ - -- .-/ '111 ' 11 I leA LA .. . o II'IIIA II"NAO.. l CO LII ."S DO.... o. rAs

Figu ra 2 - Distribuicao dos scd imen titos do Grupo Passa Dois fl O RGS, com locac ao dos pcrfis e sondagens cstudados prcd omina nt cm cnte, a cstra tificacao per turbada por estruturas de escorrega me nto e a usen­ cia de lentcs calciferas. De ma ncira geral, os folhelhos silticos que cng loha m as Ientes cal­ car ias da base ci a Fo rma cao lr a ti sao mu ito scmefhantcs aos scdi nu-m itos da Formacao Palermo, priucip alm cm c em sc tr a tando de estudo de afloramento. 2) POl' outro lado, j !l For moso c Figu eiredo 1" .0 (1966) mostra ram que, na borda da Bacia, no R io G ra nde do Sui, os sedimcnti tos da Fo rm acao Rio Bon ito e os da For macao RtviJla Rrasilnr a de Gecciincias Volume 2, 1972 219

Palermo sao perfeitamente distinguid os por varies criterios: tod avia, para o interior cia Baci a, a d i stin ~ ao sc torna mais dificil . lun a vez q ue os scdimentitos do Subgrupo Guata torna m-se indifer enciados, pr edominan do as ca rac reristicas dos folhelhos silticos da For­ macao Paler mo, nao a pa rcccndo os termos arcnosos nem os ca rbonosos. 3) Na area de Candiota, pr6ximo da borda cia Bacia, onde a Formacao Rio Boni to contem ca rvao em ca mad as cspessas, foi notaclo pelo Eng." O thon Sa Castanho [cornu­ nicacao pessoal), da CRM, a intromissao de arenitos quartzosos, muito semelha ntcs £lOS cia Form acao Rio Bon ito, den tro do pacotc de folhelhos silticos tipicos da Formacao Palermo. 4) 0 estudo dos argilo-m inera is feito po r Figu eiredo F." (1971) demonstrou q ue nac ha uma variacao senslvel na asscrnbleia de a rgilo-minerais das Forrnacocs Palermo e Ira ti. 5) 0 cstudo da distribuicao da gra nulome tria das amostras d as Forrn acocs Palermo c Ira ti feito por Figu eiredo F." (op. cit.), nos testemunhos de sondagem, mostrou que as difcrcncas encontradas nos pararn ctros nao possibil itam uma scpa racao segura dos doi s conj untos de rocha.R esul tados semclha ntes foram encont rados nas ana lise, gra nulomctricas fcitns por For moso (" Figu eiredo F.o (1966) na sondagcm PN-:l-RP, que mostrar am que nne ha difcrcn cas csscnciais entre os parametres das a mostras do Palermo e do Ira ti e que a mbos tern a med ia c a med ian a no intcrva lo do siltc, possuindo baixa assimctria e boa classificacao.

Como sc ve, algumas obscrvacoes lcvam a idcnriflcar 0 Palermo com 0 Ira ti, c outras, a idcntifica-lo com 0 R io Bonito, scm que sc possa definir qual a mais valida . Prefcriu-sc, neste trab alh o, manter a ba se do Grupo Passa Dois na base da Formacao Ira ti, em con­ corda ucia com as demais trab alhos feitos no Brasil.

A Formacao Irat i W hite (1908) propos 0 tcrm o Irati , na ca tegoria de Form acao, para dclinir tim folh clho prot o, cspcsso c " largamente pcrsistcntc, que sc estende de Sao Pa ulo, pclo Parana, Sa nta Catarina, at e 0 R io Gra nde do SuI" . Todavia, conformc cham ou a a tcncao Am aral (1967), 110 R io Gra nd e do Sui , lias muitas localidade, qu e visitou pa ra ohscrvar 0 Irat i, foram " ra ras" as " ocasiocs" em q ue 1101011 " a lguma scmclha nca com (l Irati estudado nos demais Estad os" . l ~ pcrfc ita mentc va lida a obscrvacao de Am aral (1967), inclusive sua cornpa racrto de alguns sed imcntitos incluklos na FOl'l11 a c;;10 1ra ti n'o Rio G randt- do Sui com os pditos da Formacao Serra Alta, de coloracao cinacnto-cscura, micacca e scm 0 menor indic io de pirohctumc. fato tam bem a notado pOl' Machado e Casta nho (1956). Alias, Carva lho (1932), em seu recon hecimen to geo logico do R io Grande do Su i, del imitou a oco rrencia do Passa Dais a a rea de Dam Pedrito e Sao Gabriel. Isso posto, ca bem a lgumas considc racccs sobrc os fatos associados a essa Formacao no Rio Gra nde do SuI. Pode-se dizer que as pcsquisas sistcma ticas de carvao no Estado deram urn maior dcsenvo lvimento ao conheci mento da cstra tigra fla das formacoes sobrejacentcs, pri nci­ pa lmen te da Formacao Irati. Essas pcsqui sas foram iniciadas baseando-se nos dados a pr e­ scntados pOI' Gord on J r. (1947) c por Ma rtins, Sena Sobrinho e Beurlen (1955) e Beurlen, Sena Sobr inho e M artins (1955). Porem 0 primeiro tra ba lho qu e procu rou descrcver as cstruturas internas e as pecu lia rid ad cs Iitol6gicas do Grupo Passa Doi s, como resultado da pesquisa de ca rvao, foi 0 de Machado e Ca sta nho (1956). Nesse tra ba lho, os a utorcs ca rne­ tcri zam a Form acao Irati, na Mina do Leao, da seguinte forma : " inicia-sc a Formacao com folhelhos sllticos cinza-escu ros para plurnlx-os, rnicaceos, delgadamcntc listrados em cinza-cla ro, gra dua ndo acima a siltitn para arenito fino, micaceo, bandead o em cinza­ -claro e escuro por ca lcificacao di fcrencial (aspecto varvitico], com vcios c nod ules de 220 Rtvisla Bmsileim de (;t()(;bu;as Volume 2. 1972

ca rbona to de cal cic, supcrio rmc ntc associa ndo-se com siltito cinza-cla ro ou arenito fino cinza-esverde ado , com mi lim etrica estra tificacao cruzada, pequenos nod ules de pir ita e fina ma ter ia orga nica di ssemina da. Urn pou co acima, ocorrc, muit as vezes, na pa rte centra l do Lcac , um a dclgada br ech a fossilifcra esverdeada, contendo pcc; as de mesosa urldcos tipicos do Ir a ti, j azendo na parte inferior de folhelh os silticos cinxa-plumbcos. com a reia flna esvcrdeada, nos pianos de cstratificac ao, comumcnte lisos (embora persista certa ten­ dcncia a estrutura lenticula r), possuind o horizontes com silex ou nodules de carbona to de calc ic e alguma pirita. A esse conjunto, cuja cspessura va ria em torno dos 60 metros,Ircnt c aos carac tcris ticos c aos f6sscis qu e inclui, cha marnos Form acao Ira ti" . No mesmo traba lho, em urn post-scriptum, os a utorcs apresenta m a lguns dados novas encontrados na regiao de Rio Pa rdo, registrando que na perfur acao PN-18-RP, naq ucla rcgiao , ocorrcu folhclh o pirob etuminoso. Dai dcprccndc-sc q ue ja Mach ado c Casta nho (0/'. cit.) idcm ifica ram duas facies par­ cia lmentc siuc ron icas dcnuo do que ell'S considera vam como Formacao [ra tio 0 rontuto superior da Formacao Irat i, segundo ell'S, scria marca do pclo a parccime nto das cores vinho int ercaladas nos folhe lhos cinza-claros e a a parecime nto das concrccocs ca lca rias a lguma s vczes com estrutura tipo cone-ern-cone. No traba lho sobre a pcsquisa dos folhel hos piroh ctuminosos no Rio G ra nde do Su i c Pa rana , levad o a cfeito pcla Superintcndencia do Xi sto, da Petrobras (Padula, 1968), e no trabalh o de reav ali acao dos dados da Petro bras so bre a Bacia do Pa rana (Northflcet , Medeiros r- M uhl rna nn, Iflllfl), 0 tOIX) do Ira ti c considcra do no IOpo da ca mada superior de folhe lho pirob ctuminoso, tendo os a u to rcs"co nsidcrado como Se rra Alta os sedimentos cinza-azulados, cortados pOl' veios ob liqu es a estra tificacao, prccnchidos pOl' silica c com lentes de ca lcario amarclo- palha . Bcurl cn, Se na Sob rinho e M artins (1955) consid cram como Serra Alta os siltitos e a renitos com lcn tcs cak-a rias. de coln racno avcr mc lha dn , cha ma ndo, porcm. a a tcncao para difercu cas marcantes entre ta is scd imcutitos do R io G ra nde do Su i, c os ullorantes 110 Para na c Sa nta Ca tarina. Co mo sc ve, tod os os a utores recon heceram q ue ha difcrcn cas nc tavcis nas facies do Ira ti no Rio Gra nde do Su i; e, na tentat ive de ut ilizacao das subdivisocs estrati graficas usadas na parte central da Bacia, usam a mesmo nome pa ra definir un idades esu-atigraficas em posicoes diferentcs na seque ncia [Fig. I). Da obscrva cao das secccs c pcrfuracocs feitas no prcscn tc traba lho c q ue rcsu lto u a conccpcao cstra tigra fica qu e c aq ui a prcscntada , dcven do SCI' utilizad a somentc na a rea estudada. a conta to Palerm o-Irati c gra daciona l c, arbitr a ria me ntc , colocado no apa rccimen to das concrccocs ca lcarias de coloracao a ma relo-palha. As ana liscs de tcor de ca rbonato dessas conc reco es, comuns da base do Irat i, revelaram um a quantidad e de corea de 20% de residu e insoluvcl. a estudo das laminas dclgad as mastrou scrcrn essas concrccoes 0 resultado de um a ca lcificacao do pr6 prio sedime nto, esta nda 0 ca rbonat o di ssem inado num arca bo uco argiloso-stltico, onde sc identifica m, ai nda, a lguns graos minuscul es de q uartzo e feldspa to. Essas conc rccccs tern aspec tos lenticutares c variam de ta ma nho, desde diamctro de 30 em a te dia mct ros de rna is de I m. 1\ espessura C 010 redo r de 20 a 30 em. A pr escnca dcssas concrccocs ou lentes ca lca rias coincide com uma rnodificacao na estrutura interna des scdimc ntitos, d csaparcccndo ou rarcando as cstru turas de cscorrcgam cn to, tao com uns no Pal ermo. A Fotografia n." I mostra 0 aspecto dessas lcn teano allora me nto. a s sedi­ mcntitos do Ira ti aprcscnta m laminacao qu e, em algumas ar eas, calc ritmi ca , detalhe qu e pode ser observa do nos tcstemunhos de sondagens. Essas mod ifica cocs, aparentcmentc de RtV;Jla Rmsileira de Gaxiincias Volum e 2, 1972 221

Fotografia I - Aspccto de scdimcuu tos da Formacao Irati, lid ' ·...uada Sao Sc pe-Formiguciro. constit uldos de folh elh os cinzu- ch umbo com concrecoe, calcarias de cor .nuarclo- palha

pcqucna menta , refl etem-sc na mo rfologia do terreno, sc hem qu e de ma ncira sutil ; foram , porem , sulicientes para pcrmitir a R ibeiro et al. (1966) a int crprctacrto acroforogcolcgica da a rea de sed imcntacao goudwauica na Fa 11 m de Ca capava do Su I. Sc, pur urn lad 0 , a passagem Pa ler mo- Irati c basta nte tipica e q uase uniformc ao longo de uxlo 0 Estad o, pOl' outre, 0 d cscnvol vimento vert ica l d as roch as da Fo rmacao Irati no Rio Grande do Su i varia de facies de acordo com a rcgiao . Na procu ra de urn conj unto de ca rac teristicas litol6gicas qu e fom cccssc urn guia estratigrafi co , lieau consta tado que 0 proximo nivcl consta n tc em todo 0 Estado era aq uele ja a nota do pa r Mach ado c Casta nho (1956), eonstituido pclo a pa rccimcn tc das cores vermclhas e nt re meadas com as co res cinz a-claras, que ocorria j unta m entc com 0 desa­ parecimcnto das lentes ca lcarias de coloracao amarclo-palha. Em toda a area afl orante a oeste do Arroio Irui, d as primeiras cores vermclhas para bai xo, ra ramento cort a ndo- as, ocorrcm , sistema ticamenle, os veios preenchidos pa r silica. Do Arroio Irui para leste, onde nao se dcscn volvcm as veios silicoses, nessa mesma altura cstra tigrafica, ocorrem lentes calca rias com estrutura tipo cone-em-c one. Esses foram, emao. os limites inferi or e superior tornados para 0 estabeleci mento de uma unidade csrra tigrafica, identi ficavcl ern toda a fa ixa aflora n tc do Estado. Nos pedis gcol6gicos fcit os nas areas de Biboca , Cavciras e T iaraj u, Ibram cncontrados. scpa rados pOI' urn folhclho ciuza de fratura concoidc, com lentes de calcario, dois pacotes de folhelhos pirobet uminosos, com teores de 6leo, segundo Padula (1968), de 7 %na ca ma da inferior c abai xo de 2 % na camada superior, na a rea de Dom Ped rito, e de 6,55 %, em medi a, na camada inferior e scmprc a baixo de 3 % na ca mada supe rior na area de Sao Gabriel (Tiaraju). Ainda segundo Pad ula (op. ciJ. ), na area de Dom Pcd rito, a cspessura medi a da ca ma da inferior foi 3,43 m, e a da superior, 5,75 m ; e, na area de T ia raj u, a cspessura medi a da ca ma da inferior era 4,47 m, e a da superior, 8,2 1 m. 0 pacote de fo- 222 Reoista IJrasiltira de Gtocii"cia J Volum e 2, 1972

lhelh os int ermedi aries tinha, na a rea de Sao Gabriel, cerca de 12,0 m de espessura e, em Dom Pcdrito, 12,88 m . Esses folhel hos pirobetuminosos estno associados a lentes ca lcarias que contern ver­ tebras e costelas que, segundo Rosier (1970), na area de Biboca , pert encem a Mesosaorus brasiliensis. I ~ tambern com um, nas areas de Biboca, Dom Pcdrito e no Passu de Sao Borja , essas lcn tcs conterem enormcs quantidades de frag me ntos de carapa'Yas de crusrac cos. formando leitos da ordem de 0,5 em, constituldos quase que apenas desses frag mcntos. Nas area s de Biboca, Sao Gabriel e Do m Pcd rito, cncontrararn-se, nos folhel hos prctos, imprcssocs de crustaccos pigoce falomorfos descrit os por Pinto (1970). Essas lcntcs sao sc­ mel han tes em cor aquc las descrir as para a base da Formacao Ira ti, contudo tern estrati­ ficacao muitas veze s bem dcsen volvida ; contem qu artzo c fcldspa to do taman ho de areia fina C multo fina , constit ui ntcs prin cipa ls do resid uo insoluvel, que c ao redor de 18 a 19 % . Possuem urn de senvolvimento lateral maior qu e as outras lentes nao-associadas aos folhel hos prctos, alcancando, normalmentc, mais de 10 m de d iamctro, sendo q ue, na area de Biboca , OCOlTem do is bancos de ca lca rio com espessura de cerca de 1 m, que se estendem por dezcnas de metros. Em tod as as a reas de ocorrencia de folhelhos pretos no Estado, espec ialmente em Biboca e em Tiaraju, os ca lca rios associados sao bern deseu volvid os, destacando-se, na topog ra fia, a traves de fcicoes mesetiformes. Pcla ocorrencia de folhelhos pretos, pcla presem;a de fosscis co mo M esosaurus e cr us­ taccos pigoc cfalom c rfos e pela situacao na coluna acima dos sed irnen th os do G rupo Tubarao, esse conj unto tern sido cha ma do de Formacao Ira ti e corrclacionado com a Iitologia sc- melh ante, descrita no Parana. ... AFig. 3 esquematiza as relacoes estratigraficas das rochas do Grupo Passa Dois n o Estado. Ai sc pode observar q ue os folhel hos prctos, pirobct uminosos, 110 Estado do R io G ra nde do Sui, nao chegam a scr a reg ra , nem, ta mpouco, podem ser considcrados cxcecno, pois csrno presentes em vasta area do Estad o, com caracieristicas litologicas e pal conto­ l6gieas razoa velm entc consta ntcs. Nas areas on de nflo ocorrem os folhe lhos pr ctos pirob e­ turn iuo sos, entre os doi s lim itcs a ntes mcn cionad os, ou scj a, entre as primcir as lentes de ca lca rio e as primciras cores verrnelha s, oco rre um a sequencia qu e, nas bordas, tern cerca de 30 m de espessura, atingindo ao redor de 60 m ao sui do R io J acu i, rna is pa ra 0 interior da Bacia. Essa seq uenc ia c constituida de folhelhos e silritos cinaa-chum bo, com estra ti­ ficacao tin a, as vezes milimetricamente cruzada, e ao longo de tod a a sequencia , oco rrendo len tes ca lca rias de coloracao ca racte ristica mcn te ama rclo-palha , pclo in temperismo, e niveis ca lciferos br ech6ides, ondc fora m encontrados restos fossilizados de Mesosautus, cons­ tituidos pOI' vertebras e costclas desarticul ad as. Em a lguns ni veis silticos, em a reas scm folhelhos pr etos pirobeturninosos, tam bern ocorrem im pressocs de folhas de Glossopteris e impressocs de Paulocaris, Liocar;s,·Py gasp;s e asas de inseto s, de acordo com Pinto (1955). Essa seq ue ncia a oeste do Arroio Irui, em sua parte med ia at(- 0 topo, apresl'nta- se corta da pOl' j un tas vc rt icali zud as. p rcc nc hidas pOl' silica. Essas j untas csrno presen tee nao s6 nas {Ireas onde nao ocorrc folhcl ho pl'eto, mas, invariave lmc nte, cor ta ndo os scd imentitos acima dos folhelhos pretos em suas areas de ocorrencia. d evcnd o-sc aindu rcssaltar fill(' os scdim t-n tiros flue ('stflo sohrc os folhelhos prcros S;ICI t-xa ta m cn tc iguai s i1( IS follu-lhos sih icos ciuva-cluuubo. dt - Ir.uurn CO IIC 6idc, qu e cstno intcrca lados entre as du as ca ma du s d e folhelhos pirobctumiunsos, sem elhanca essa j:'1 a ssinala da por Padula (I ~ )G R ) . Pelo ac ima exposto, pod e-sc concluir que a ocorrencia de folhelhos prel os bcruminosos co usti tui-sc em um a facies que grada horizontal e vcrticalmc nte para um a outra , n 30­ -bctuminosa, com 0 mesmo conteudo fossilifero, indicando nao s6 urn sincronismo, pclo menos da pa rte basal, como ta mbem um a continuidade no meio a mbicmc, q ue possibili tou · • o ,· o •

: VO"~I)(O Y d" : / 3 · ~ ·• ·s ~

·~ E 8 " ,~· .~• , ~ .~• • a ~ ~ ·• ·~ ~ • < . ~ ~ ~ g i ~ 5 ·e r · i 3 ~ ~ a ~ ~ ~ B~OOOO

I~'" o­ z w .> z o ,J u ~g ' .' ~.:

i I ,! •

" ·o ~ ~ ~ .g ~ "~ 8 .0 ~ 0 ..0 ~ . ~ E , ~ 0 • i I~ ~ "~ i ~ ~ ~ 0 ,

i rnrnrn~ ~~ , ng 00 O ltf"50Y r -- --:::::=::::==:--:---:- ---1------:1.1.":::::-"' . --:--:... .1--- f-O===-I'UlilTlI'd -:::-0 1=1N011il 0" •• ...... o d ll J O o ; , • • ~ ~ • " . . • 1'1 . • · I'," -;· :1

; • • ~ • •I •" 1., > ,I . , \ o · I ~· ; i II' 'II 1\\ I I I1 1 11 11 11'1 l II :• , II • II • •> •u

~:· • c

•> o• • o• • • •I

• • o• • •· .·'•

l~'" <> Z '">z J . ; 8 2 ~ ~ 0 . I • S '2 • • • Reoista Brasileira de Oeocun cias Volume 2, 1972 225

a livre circulacao de animais nos dois ambientes. Deve-se no tar que, a leste de Sao Sepe, embora nne ocorram camadas significa tivas de folhel hos pretos, pirobetuminosos, oca sio­ nalmente e1es estao presentes na coluna, caracterizan do me1hor a vari acao faciol6gica . Assim sendo, considerou-se como Formacao Irati todo 0 conj unto entre os dois niveis­ -guias descritos, a semelha nca do que ja faziam Machado e Castanho (1956), havendo, portanto, a possibilidade de distincao de duas facies bern caracterizadas no Ira ti, as qua is Fig ueiredo F." (1971) at ribu iu nomes diferentes. a nome f acies T iaraju foi usado para 0 conj unto de folhelhos prctos pirob etuminosos e ca lcarios associados, bern como para as folhelhos cinza e siltitos in tercalados e subjacentes, descritos no perfil Sao Gabriel para nort e, servindo como area-tipo a faixa a 1,5 km a sudes te da cstac no ferroviaria de Tiaraju, onde foi mcdida a scene a presentada na Fig. 4 (a e c). a nome facies Valente foi usado para a facies folhel ho-siltico e siltito cinza -chumbo, com estra tificacao fina, e, ocas iona lme nte, com estruturas de escorregamento, com fratura conc6ide, com lentes ca lcarias amarelo-pa lha, que, em sua parte media e superior, na a rea oeste do Estado, a prescnt a-se cortada por veios ob liqu os a estra tificacao, da ordem de 2 a 15 em de espessura, preen chid os pOl' silica . A area-ripe esta a 5 km a norte do Passo do Valente, na estrada Bage-Accgua, a 12 km a sui da cidade de Rage. AFig. 6 mostra 0 perfil dessa estrada. Na area leste do Estado , apesar de nao aprese ntar os veios prcenchidos per silica, 0 conj unto gua rda as outras ca racteristicas.

A Forrnacao Estrada Nova Conforme ja foi mencionado no item an terior, 0 contato entre as Formacoes Irati e Estrad a Nova, no Rio Gra nde do Sui, ocorre gra daciona lmcnte, e foi considerado como inicio da Formacao Estrad a Nova 0 apa recimento das cores ver­ melho-v inho e vermelho- tijolo, intercalad as com as cores cinzentas que ocorrem na For­ macae Ira ti. A Fotografi a n." 2 mostra 0 aspecto de urn af'loramento da parte basal da

Fotogra fiu :2 - Siltitos argilosos co m CO IH"['(', tH'S cal carias. constit ui ndo aspl'("(OS tipir-o-, d" aflora­ memos do mcmbro inferior cia FOI' rna \",i o Estrada Nov a no Rio Grande do SuI. Estrada Bagl'-At"l'gU{1 cerca de I km ao uoru- do l'asso do Valente -----,

226 Heoista Brasileira de Geocii ncius Volume 2, 1972

For m acao Estrada Nova com as cores cinzcntas se altcrnan clo com as vermclhas, no km 14,7 do perfil Bage-Accgua . A obscrvacao dos tcstcmunhos das sondagcns qu e se inicia ra m na pa rte superior do Passa Dais m ostraram que essas rochas, em subsupc rficic, sao pred ominantem ente cinza­ -esverdeadas, as cores vermelhas ap arecendo pr6ximas as [codas au vcios e, ma is frcqucn­ temente, na parte su pe rior dcssas pcrfura cccs. Em aflorame n tos nos quais as ro chas sao mais frescas, na alternancia de cores, predomina 0 cinza, como nos aflora mcntos de Ca­ vciras. Ja nos afloramc n tos mais intcmpcrizad os, como nos da csrrada Bage-Aceg ua, 1'1'c­ dominam as vermelhas. Juntam cnte com cssa mudanca de cores, ha uma mud anca nas ca rac teristicas das lcntes calca ria s. Logo acima do conta to, as lcntes calca rias tern uma forma ov6idc c apre­ sentam cor cinza-cla ro, com tons avcrmclha dos disscminados. O s ta ma nhas variam. senda rnais comuns, no lado oeste do Estado. ta maulios ao redo !" d e 20 em de dianu-tro . .h uu o ao Panta no Grande c a Miua do Lcao , oeo rrem co ncrccocs cli psoidais com d iam ctro superior a Lm , com cstr utur as do tipo cone-em-cone, e que constitucm urn nivel bern esta belecido , tendo permitid o, inclusive, a M ach ado e Castanho (1956) avalia rem a mergu lho de 7 m/km, para 0 norte. Subindo na colun a, ha urn eomparta me nto mais ou menos gra dativo em todo a Estado, a te um nivcl representado pe lo contato desscs lamitos, ou areni tes fines vermelho s, com urn arenito media , com cstra tificacao cruzada acana lada au plana r, com conglomera dos intraforrnacion ais dentro dos canais, com feicoes tipicas de de p6sitos de ca nais de rio qu e, horizon ta l e vert ica lme n te, gra dam para areni tos fines, com cstratificacao ondulada, ou para la mitos. 0 A Fotografia 11. 3, no topo da sccao Cavciras-Armada, mostra urn canal na Formacao Rosario do SuI, rcce m-pro postc pa r G a mermann (I 970).

Fotogr afia 3 - Areni te rosco co m estrutura acanalada da Formacao Rosario do SuI, allot-ante a 6 kill a lcstc do rio Ibicui da Armada, em cor te da estra da BR- 29 3 RtviJta Brasdeira de GtoeilnciaJ Volum e 2, 1972 227

A m udanca do ripe de cstratificacao c de sedimcnto fez com que fosse ai colocado 0 con­ taro superior d a Formacao Estrada Nova no Rio Grand e do Sui, uma vcz que essas foram as difcrencas mais notavcis, presentes em rod o 0 Estado. Scndo , entao, esses os mclhores pont es regiona lm cntc distribuidos, j ulgou-sc q ue entre ell'S poderia ser d efinida outra unidade litoestra tigr afica . Co nform e os dados expostos a nteriormente, esse conj unto inicia com uma sedimentacao flna, com estra tificacao flna­ mente cruzada, com fra tura conc6ide, onde as cores vermclhas se a lternam com as cinza­ -azu lad as. Em rod os os perfis Icvantados a oeste de Sao Scp e, observn-sc uma passagem gradac iou al ch-ssr-s scdinu-mi tos. pu -dominantenn-ute fines, para u-rm os mais grossciros, au-aves da int romi ssao gradativa de Icnt es c ca madas de siltitos e arenites muito fines. •\ s sec;() c.·s B a g: r- A c q~ Il {' . Caveiras- Lbicui da Arm ada c Tiaraju para norte, sao cxtre­ mumcn u- scmclha utcs c, C.' 1Il todas clas, a seq uencia d os sedi me ntitos pede SCI' d cfin ida como constituida pOl' siltito rosa pa ra arroxeado , seguido de folh elh o cinza-azulad o, Ilssil, que grada pa ra cima para cores rosadas ; logo aci ma , folh clho laminado alte rna ndo cores cinza­ -csvr-rdcud us r- c-ot'-d c-rosa ; horizou tcs de folhelhos t-i uza c vcrmclhos. Em todo 0 co nj unto, ocor rcm lcru cs calca rias de tamanho da ordcm de 50 em de diamct ro maior e 15 em de espessura, que sao ca lcifica cocs do pr6 pr io sedimcnto. Co mume nte, essas concrccocs pos­ suem restos de organismos, sendo mais frequent es as cscamas de peixcs tipo ga n6ide. A Fotografia n." 2 mostra esses corpos lenticu lares, j unto ao conta to. Em alguns luga rcs, des sao mais clipsoidai s qu e os q ue a pa recem na fotog rafia. Esse conj unto tern uma espessura ao redor de 30 m nas secoes Bage-Accgua, T ia raj u para norte e Caveiras-Ibi cul da Armada. Foi estimada ta mbem ao rcdor de 30 m na regiao de T upi Silveira. A mincra logia de argilas das a mostra s da sequencia infer ior, conforme Figu eir edo F." (\971), mostram que a principal argi le-mine ra l e do grupa da montmo rilonita, sendo cncontradas quant idades va riavcis de ilita e ca ulinita , semprc subordinadas a prcdomi­ nancia da montmoril oni ta. :\"0 perfil cia cstrada BR-'2!.H a 7,5 km do cnt rocan u-nro da cstra du Dom Ped rito­ -Rosa rio com a estrada Dam Pedrito- Livra mcnto, cornccam a se tornar mai s a bundantes os termos arenosos. AFotogra fia n." 4 mostra urn aspccto da passagern gradacio nal nesse local. A cstratificacao perm a nece grosseira me nte plano-paralela, todavia a passagem dos sedimentos finos para rna is grosseiros c gradaciona l, formando, entao , lentes mal- definidas de materi al mais grosseiro, q ue ressaltam no aflora me nto. A estrat ificacao fica ressalt ada peIa a lterna ncia de cores vermelho-bra nca e cinza-azulada. Nessa area , ao longo dos cortes de estra da, observo u-se a existenc ia de concrecoes em todas alturas, que devern SCI' vcstigios de uma calcificacao mais intc nsa de alguns nlveis, como 0 que aind a csta pr c~ servado. Ainda na parte inferior, ocorrem Icnt es ca lca rias quc possuem cstra rificacocs cruzadas int crnamente, sendo comuns nas areas da M ina do Lcao. Subindo na coluna cstra tigrafica licam rnais c rnais a bundant cs os corpos arcno sos. Isso ocorre muito cla ram ente nao s6 na estrada Dom Pcd rito-L ivramcn to como ta mbern na Bage-Acegua. Na parte superior, ocorrem lentes calca rias, singcneticas.AFot ografia n." 5 mostra o modo de ocor rencia dessas conc reco es na zona de Tupi Silveira, ondc sc obscrva 0 con­ torno irregul ar, com 0 bordo inferior pcn ctrando nos siltitos roseos. Ex tremamcntc comuns no 101'0 da Formacao Estrada Nova e presentes em todo 0 Estado , csrno as grandcs con­ crccoes ca lca rias, dc coloracao r6sea, ocasiona lmc nte com cstruturas de tipo septaria, com diametros de a te mais de 2 m . -~_ .. _ -----

22 8 Reoista B,asiltira de G,ocii",ias Volume 2, 1972

Fotografia 4 - Passa gcm gra daciona l

Fotografia 5 - L (' Il ICS ca lcifcras ocorrcn tcs na pa rte supe rior d a Form acao Estrada Nova a oeste de Tupi Silveir a Reuuta Brasileira de Georilncias Volume 2, 1972 229

Nos pedis Sao Sepc-Passo do Verde ) de Pantano Grande e da rcgiao de , nao ha incid en cia importante de areni tes como nos casas anteriorme nte citado s. Porem, ocasiona lme nte, la ocorrcm alguns corpos lenticul arcs de a renitos ca lcificados, e as grandes lentes de cal ca rio ocor rem nao apen as no tapa da sequencia, mas em quase tod os as 30 m de espessura. Em Pantano Grande, nao ocorrcm as grandes con crecoes calcarias do topo. Em Morretes, aflora m bancos de mais de I m de arenito muito fino, intercalados com silt itos vermelhos. Essas rc lacocs cstratigraficas csrno csq ucma tizadas na Fig. 3, onde c a presentada a correlacao esta belecida ao ton ga de toda a fai xa aflorante do Grupo Passa Dois no Estado. Varies tern sido as maneir as utilizad as para denominar esse conj unto de litologias com preendido entre os doi s nivcis cstra tigra ficos, aci ma men cionados. A parte pcli tica tern sido chamada de Formacao Serra Alta por Martins, Sena Sohrinho e Beurlen (1955), conforme j a visto. Esses autorcs conside ravam a sequencia arenosa como Form acao Sa nta Maria, chamando a at cn cao para 0 fato de nao existir Rio do Rasto no Rio G ra nde do SuI. Ma chado c Castanho (1956) conxideraram a seque ncia pclitica inferior como Estrada Nova Inferior, chama ndo a ate ncao para as difcrencas ent re as facies do Estrada Nova no Ri o G rande do Sui em relacao as ocorrentes mais ao norte da Bacia, preferindo, entao, nao usar as denominacoes propostas e aplicavcis mais para 0 norte. A seque ncia mais a renosa do topo foi par eles considerada como Formacao Sa nta Maria , scm maio res co­ mcnt arios, pois 0 objeto de seu tra balho era a estra tigra fia do ca rvao e essa seque ncia apa­ recia espora dica mente em alguns dos pecos que procuravam delimitar os extremos das bacias de ca rva o. Delancy c Gofii (1963), no tr abalho de cor rcraca o entre as rorrnacocs go nuwamcas UV U ruguai e do R io Grande do SuI, consideram como Formacao Estrada Nova os "s iltitos de urn verde acinze ntado, com conc recoes ca lcarias de estrutura cone-ern-cone e muita madeira silicificada", c ch amam a atcncno para qu e, no Rio Grande do Sui c no U rug ua i, os membros ou facies iden tificados no nort e da Bacia nao sao aq ui reconhecidos. As pr i­ meiras int ercal acocs arenosas q ue se aherna m com as lamitos ond e prcd ominam as cores ver melhas, eles consideram Formacao Rio Pardo, correlaciona da com a Formacao Yagu ari , no Urugua i. Ribeiro et al. (1966) a conside ram como Fo rmacao Estrada Nova inferior e utilizaram a denominacao Formacao Ri o Pardo no mesmo sentido de Delaney e Goni (op. cit.). Game rmann (1970) dem onstrou que os arenitos acana lados e ondulados superiores constituem uma unidad t:

sobre 0 Ira ti c perfcitamente delincavcl em subsuperficie e ma pe.tvcl em supcrflcic com uma cspessura media ao rcdor de 60 Ill, pod cndo constit uir uma form acao, assim como que tern sido utilizado 0 termo Estrada Nova para definir parte dessa seq uencia q ue j az sobre a Formacao Irat i e sob a Formacao Rosario do SuI. Lcvando em conta esses aspectos, USOll-SC 0 termo Estr ada Nova, apcsar da distancia qu e sepa ra a area estuda da da faixa aflora nte no Estado de Sa nta Catarina , unde foi definid a a Form acao Estrad a Nova, e a pesar de as facies dessas rochas nao screm as ca ractcristicas cia a rca- tipo. T od avia, em todo 0 Estad o, ha uma d iterenciacao faciologica nas rochas da Forma cao Estrada Nova q ue possibilita a distin cao de d uas facies hem ca rac tcrizadas. Em vista disso, Figu eiredo F." (1971) atribu i-Ihes design acoes diferentes, da mesma form a como toi fcito com a Forma cao Ira ti. Foi usado informalment e 0 termo Jacies Caveiras para definir a facies inferior, carac­ terizad a pcla a bunda ncia de pelitos, mule as cores cinza e vermelha se aherna m. Coru em abunda ntes concrccocs calca rias elipsoida is q ue sao ca lcificacocs cia prop ria rocha, q ue afloram ca rac teristica mente no Cerro Cavciras e na rcgiao adj acente, no municip io de Dom Pcdrito, propondo-sc, cntao, aqucla area como area -tipo dcssa facies. 0 Perfil Ca­ veiras-Ibicui cia Ar mada csta disposto na Fig. 3. Foi tambem usad o, informal mente, 0 ter mo fdcies A rmada para definir a facies superior dessa Form acao no Rio Grande do Sul, ca racterizada pelas intercalacocs arenosas nos lamitos vcrm elhos, qu e tendc m a SCI' mais a bunda ntcs para 0 topo. Esses corpos arenosos sao lent icul arcs, com espessuras raramente superiorcs a 60 em, que gradam, superior c inferiormcn te, para siltitos; possuem , as vczescincorporad as, pcqu enas raspas de arg ilas, indicando urn rctrab alhamcnt o pelas correntes mais fortes. A cstra tificacao e geralmcntc plan o-paralela. Freq ucntcmente, tern lcitos calcarios em niveis continuos pOI' alguma s dezenas de metros. O casiona lmente, desenvolvem-sc corpos lcnticula res de a reni tes com estra tificacao cruzada de pequ eno porte. Na parte superior, ocor rem, ca racteristica mentc, gra ndes concrecoes calcifcras de forma clipsoidal, acha tadas , com diarnctros da ordcm de 2 m, frcqucnt crncn tc cortados por veios precnchidos pOI' calc ita e silica, em alguma s a reas a presenta ndo scptarias. A area-tipo e na secy ao cia estrada BR-293, Dom Pcdrito-Sa ntana do Livram en ro. a leste do rio Ibicul da Ar mada) de onde tom ou 0 nome. A sccao mostrada na Fig. 5 se inicia a 7,5 km a oeste do entronca mento dcssa estrada com a Dorn Ped rito-R osa rio do Sui, c se estende a te a margem d ireita do Rio Ibicui da Armada. No topo de algu mas elcvacocs, aflora 0 conta to com os arenites aca na lados cia Form acao Rosa rio do SuI. Dcvc-sc notar qu e esscs termos devem ser usados apcnas no Rio Grande do Sui, puis sao definidos em fun cno de facies aqui aflora ntes continuada mente e qu e diferem das facies aflorantcs mais para 0 norte da Bacia. Note-se tam bern qu e nao sao corrclac ionav eis com os tcr mos util izad os mais para 0 norte da Bacia, pois nao ha, ate 0 prcscnt e, dados onde basear tal corrclacao.

Ccnslderace es sa bre a usa do term o Passa Dois Co nforme ja foi frisado a nterior­ ment e, as Formacoes Irati e Estrad a Nova, embo ra pcrfeitament e definidas dent ro de seus limi tes, csrao intim ament e ligadas em continuidade vertica l, de modo a constituircm uma unid ade litoestra tigrafica de maior ca tegoria, e 0 rnais na tural seria 0 uso do tenno Grupo. o cxa mc da bibliografia referentc ao Passa Dois mostrou qu e 0 ter mo Passa Dois tern sofrido uma va riacao na ap licacao q uanto aos scus limit es, entrctanto podc-sc tambem dizer q ue, a tua lmente, ha urn conscnso geral de aceitacao pa ra qu e 0 ter mo Passa Dois englobe as un idad es Irat i, Estrada Nova e Rio do Rasto. Den tro dessa ideia, varies a utores ; '~ 1 ! • i ! ' ~ '8z ~ , ~ ! z i 0 ~ ,• g u I / a ~ ,I mill~ § OO ~ ~ I - , \': • . u ,~.. _ ••• ~ . " 'It • " i m ~ • "~'~ ' ,I,', ~ '"a> ';:; , a:'" '. : ! .'.: '" :: , "0• ' ;' ., : o, ec0 .:' e i : .o .9 , •0 ·, ~ · ; 'il," o• k "0 • •E "; <:" ~.",••---- .,..j " '.,0' "0• '3 u ~ 0 u '", -c -0 ..u . , if!u i I 0- ~~" , I ! "'es " , i ~ ec" ~ i! 8 0;;

'"w I• • '•! ;• i· •

o 232 Rtvu ta Brasilsim dt Geociincias Volume 2, 1972

tern proposto diversas divisoes, que melhor se a plicam as areas onde trabalharam. Dura nte o trabalho de campo pa ra 0 presentc estudo, foram visitadas varies das local idad es-tipo descr itas na bibl iografia e chegou-se a conclusao de qu e as divisoes men ores sao, em regra gera l, perfeitamente aplicaveis as areas onde foram descritas. Mas, a pouco mais de uma centena de quil6metros das areas-tipo, as facies torna m-se cada vez mais distintas e nao sc consegue estabelecer, com segura nr;a, no ca mpo, a eq uivalencia de correlac ao, espe­ cialmente quando ha recorren cia de facies, verticalmente, fato q ue tern sido cha mado .\ a tencao por varies a utores, en tre os quais citamos Sa lamuni (1963), Mendes c Fu lfaro (1966), Mendes, Fulfaro, Amaral e Lan di m (1966) e outros. Na revisao sobre 0 Grupo Passa Dois, Mendes (1967) ehama a at encao pa ra 0 fato de que a Form acao Rio do Rasto nao aflora nos Estad os de Sao Paulo,Mato Grosso e Ooias e, talvez, nem no Rio Grande do SuI. As pesquisas levadas a efeito por Ga mermann (1970) demonstrara m que a seq uencia arenosa que esta sobre as rochas da Formacao Estrada Nova, no concei to desse trabalho, csta em continuida de vert ical com as ocorrencias da Forma cao Sa nta Maria, recorrendo, incl usive, sobre ela, de forma que 0 leva a considerar San ta Mari a como uma facies fos­ silifera da Form acao Rosario do SuI. T ambem cha ma a a tencao a passagcm gradaciona l, com recorrencia de am biente subaq uoso a p6s os prim eiros depositos e6lios na area de Sa ntana do Livramenro. Esse pesquisad or fez urn exaustivo trabalho, procura ndo de­ mon strar a imprati cabilidade de correlaciona r a Formacao Rosario do Su i com a Formacao Rio do Rasto, pois difere nas eslruturas inter nas, nas relacoes estra tigraficas com as rocha s sobrepostas e no conteudo fossilifero. As pesqui sas nesse trabalho levaram a perfeita con­ corda ncia de Ga merma nn (op. cit.) sobre a impra ticabilidade de tal correlacao. Assim sendc, resta ainda comentar par que nao conside rar como equivalentc da For ma cao Rio do Rasto no Rio G rande do Su I a parte superior da Form acao Estrad a No va, ou sej a, a facies Armada. Co nforme fbi visto quan do se discutiu a Formacao Estrad a Nova, a introducao de a renitos na coluna e gradacional e nao sc faz presente ao tonga de toda a faixa aflora nte no Estado com a mesma intensid ad e.Ja as concrecoes tipicas de carla altura estratigrafica estao presentee ind ependen te de a facies ser predominan temen te pelitica ou a renosa, ind i­ ca ndo que as cond icoes quimicas cra m semelha ntcs e ind epcndentes do aporte do material e das condicces flsicas do meio de deposicao. Em algumas secoes, como a de T ia raj u, ha recorrencia de facies pelhica na pa rte superior ; 0 conteudo fossilifero, ao longo de toda a secao, e 0 mesmo, nao tendo sido possivel diferenciar os do is membros em funcao dos f6sseis e, mais, assemelha -se com 0 conleudo fossilifero ocorrente na Formacao Estrada Nova mais ao norte da Bacia, e nao com 0 da Formacao Rio do Rasto. Assim sendo, concluiu-se pela nao-existencia de rochas da Formacao Rio do Rasto nessa parte da .Bacia, a serne­ lhanca do que ocorre nos Estad os de Sao Paulo, Mato Grosso e Goias, de modo q ue 0 Grupo Passa Dois, no Rio Grande do Sui, e constituido pelas Formacoes Ira ti e Estrad a Nova, nas suas faci es Iitol6gicas aplicaveis para esse Estad o.

contetc superior co Grupo Passa Dais Conforme se disse em varias opo rtunidades, o conta to superior do Grupo Passa Dois, no Rio Gra nde do Sui, ocorre com os a renites medias e finos da Form acao Rosa rio do SuI. Em muitos lugares, apresenta estrutura aca­ nalada, sendo, consequenteme nte, erosivo. Porem essas estruturas em ca nais se repetem, na vertica l, dentro da Formacao Rosario do SuI, constituindo normalmente di astcmas onde 0 tempo envolvido e pequeno. Essa repeticao consta nte ao longo de toda a Formacao Rosario do Sul tende a levar 0 pesquisador a concluir que 0 conta to erosivo com as rochas do Passa Dois tambem envolva urn pequeno hiato. Essa interp retacao e reforcad a quando, Rt IJ;JIa lirasileira (It (;t o!ibIC;OJ Volume 2, 1972 233

em a lguns aflora mentos do co nta to em foco, a passagem parece gradaciona l, sendo que os ca nais co rta m arenites ja considera dos da Formacao Rosario do Sui, havend o con­ cordancia na posicao espacial dos estrat os c nao havendo qualqucr conglome rado basal ou outra indicacao de urn grande peri ado de crosse au nao-deposicao. T al c a situacao na scene de Pantano Grande. Nas secoes de Sao Gabriel e de Sao Scp c e na a rea de Morrete s, 0 conta to csta cobc rto. Os dados de po<;os pou eo aj udam na elucidacao do problem a. Ja nas a reas de Tupi Silv eira e de a conta to c crosivo. Na area de Grava tai , ocasiona lrnente, csta ausentc a For ­ macae Estrada Nova, c as falhas que cor -t a m 0 Ira ti estao cobert as pclos arenitos mu lto finos e lamitos eonsidcrados da Formacao Rosa rio do SuI. Sen do , nesse conta to, 0 limi te Permo-T r'iassico no R io Grand e do Su i, esse e urn contato nat ural que envolve mais q ue apenas a sim ples mudanca nos ca racteres Iitol6gieos e separa cao de duas formacocs au grupos, envolvendo, na sua int crpret acao, urn sen tido de tempo. Assim sendo, as consideracoes fornccid as a seguir sobre as doi s pacot es de sedi­ mentitos devem scr feitas para ser a preciado esse ca nta ta.

I)Os sc- d imcn ti tos da Formacao Estrada Nova 1105 sells d ois m cmbros aflorantcs 110 Ri o Grande do Sui foram dcp ositados em a mbie ntc subaquoso, lagunar, 0 que c com­ provado pela sua estra tificacao laminada plano-p ara lela, oeasiona lme nte ondulada, e pela a bundancia de pcli tos, especia lme nte na facies Caveiras. Essa situacao permanece na facies Armada, s6 que com a int ro missao de ma ior ou menor numero de elem entos mais grosseiros, lcnticu lares, com estrutura int erna de estra tificacao cruzada. 2) Intromissoes de areni tes tambem oeorrem na facies Caveiras, como ao norte da M ina do Lcao, onde, no mcio da sequencia pellti ca, cncon tra-sc uma lente de arenit o grosseiro, com gra nules. Esse corpo lenticular nao tern cxpressao regio nal, indicando, cn tao, que sc trata de urn a portc de grossciros dcvido a urn fcnomeno local na bo rda da Bacia . 3) A semeihanca dos tip os de conc rccocs ou Ientes cal carias, ao longo de nivcis dcntro da Form acao Estrada Nova, indica q ue as condicoes quimicas do corpo de ag ua cram as mesm as e gradaram com 0 tempo ao longo de toda a borda da Bacia na faixa estudada, indicando urn corpo de ag ua continuo. 4) As sccocs mais espessas sao as de Tupi Silveira, Bage-Acegua , Caveiras-Ibi eui da Armad a c Tia raju para nor te, justa mcnte nas quais as du as fa cies sao hem dcscnvolvid as. A sccao Sao Scp e-Passo do Ve rde eme nos cspessa c 0 membro Ar mada esta ai carae te rizado mai s pelas concrccoes do que pelos arenitos. A sccao Pan tano G ra nd e c a m enos espessa e a facies Armad a nao csta presente, 0 mesmo se d an do na sondagem PN-18-RP. .fa na sondagem PN-17-SJ a facies Armada csta prescntc e bern descn volvid a, assim como na rcgiao de Morretes. El ) 0 falha mcmo que elevou ()gra nito em Gravatai, c csta cnco herto pclos a re ni tes m ult o linos da Formacao R osario do Sul.deu-se depois da deposicao do Estrad a Nova e a ntes da deposicao da Formacao Rosario do Su i, tendo 0 gra nito serv ido de fonte para os dep6sitos da Formacao Rosario do Sui, nao s6 na area de Grava tai, como na area de . 6) A p res e n ~a de sedime ntitos da facies Armada na sondagem PN- 17-SJ , juntament e com os das a reas de Morret es, Esteio e Caehoeirinha , indica que a facies Armada nao c a pe nas um a Hides depositada em condicocs especiais numa area restrita da Bacia, mas a rcsposta a condicocs de dep osicao que estavam presen tee de oeste a lcstc do Estado , consis­ tindo, cntao, sua ausencia, nu m fcn6mcno local, que deve ser intcrpretado como urn casu espec ial e nao como regra gera l. 234 RtviJla Brasileira dt (;,oc;lnc;aJ Volume 2, 1972

7) 0 conteudo fossilifero pr escrue nas roehas da For macao Estrada Nova, especial­ mente as pla ntas [GloJ.w/Jleri.\· e l ". l'co/JO dio/JS is, em Martins c Sr-na Sohrinho (19.11)), ind ica a idade perm ian a para essa Formacao. Essa ida de e corroborada pcla presen c;a de outros fosscis pcrmianos nas camadas da Formacao Irati , q ue estao em eontinuida dc com as da Form acao Estrada Nova. 8)Bortoluzzi e Ba rberena (I 96 7), na revisao sa bre as ea madas Santa Maria no Rio Gra nde do Sui, ra tificam a opiniao de Gord on Jr. (194 7) a respeito da nao-corrclat ividad c da Formacao Santa Maria com a For ma cao Riu do Rasto e considcram, com base nos fosseis tetra podos, ser 0 Santa Maria do Triassico Media, ma is prccisarnente, Lad inian o. Em trabalho rccente, Colbert (1970) eonside ra 0 Sa nta Maria como do Triassico Superior. 9) Co nformc Ga mcr ma nn (1970), a passagcm da Formacao Rosa rio do Sui para as Camadas Santa Maria e gradaeiona l. Admite, ainda,q uc os aflora men tos fossiliferos das ea madas Sa nta Ma ria estao em alturas cstra tigraficas diversas, den tro da Formacao Rosa rio do Su I. Assim senda, pode-se cond uir q ue a Formacao Rosa rio do Sui e, pelo menos, do Triassico. Considera ndo entao I) as rclacocs estra tigraficas na area de Gravatai ; 2) a difcrcnca na posicao relativa do conta to com difcrenrcs niveis cia Form acao Estrad a Nova e as variacoes de espcssura da Formac ao Estrada Nova no Estad o ; :l) as d ifcrcncas de idad es a u-ibuldas aos fosseis das duas seq uencias ; 4) as evidencias de crosao de alguns dos contatos como os de T upi Silveira, Grava tai, Novo Ha mb urgo e Esteio ; conclui-se pcla rclacao de contato discord a ntc entre os dais pacotcs de scdimcntitos, inter­ pr etando-sc a ocorrencia de Panta no Grande como uma paraconformidad e dcvida ao fa to de aqucla porcao da Bacia ter pcrman ccido estavel por la rgo espa c;o de tempo, en­ quanta nas outras areas houve ou maior taxa de subsidencia, ou levantam cntos e falha­ mentos.

BIBLIOG RAFIA

A MA RA L, S. E. - 1967 - Co ntrib uicao ao co nhecime nto geo l6gico, pctrograficc e scdimentologico da Form acao Irati no Estado de Sao Paulo. Fac. Fll., Cien. Len-as, USP. T cse [in edi ta], 136 pp . BE URLEN, K ., SENA SO BR IN HO, M. c M A RTI NS, E. - 1955 - Formacoes Gondwanicas do Rio G rande do SuI. Bo!' Museu Nac., Geolog-i a, 22 : 57, Rio de Janeiro BIGARELLA, J . J. e SALAMU NI, R . - 1957 - A review of South American Gondwa na Geology, in Reviews prepared for the First Symposium on Gondwan a Stra tigraphy, l UGS, 7 : 137, M ar del Plat a BORTOLUZZ I. C. A. r BARBER E:"::\. ~ f. C . - 111 67 - T IU' Sa nta \faria Ill'fl" in Rill Grande do Sui (), in Problems in Bra zilian Gondwana Gl'oloKY, Ed. Bi!!:al'l'lIa, HtTkn & Pinto, pp. 169-195, Curiti ba BOSSI , J.- 1966 - Geol ogia del U ruguay - U niv. de la Republica, Colccci6n Ciencia, 2, Montevid eo CAR VALHO , P. F. - 1932 - Recon hccim ento geol6gico no Estado do R io Gra nde do SuI. Servo Gcol. Mi n., Min. Agric., HoI. 66 : 73, R io d e Janeiro CO LBERT, E. H. - 1970 - A saurischian di nosau r from the Triassic of Bra zil, America n Museum of Na tural History, 2 405 : 39, New York D ELANEY, P. J . V. e GON I, J. C.- 1963 - Co rrelacac prelim inar entre as formacoes go ndwanicas do Uruguai e do R io G rande do Sui, Brasil. Bol. Paranaense de Geografia, 8/9 : 3-2 1. Cur itiha ELIZA LDE tt al. - 1970 - Ca rta Gco16gica del U rug uay - Escala 1 :100 000, Seg mc nto Acegua -Sector XXX, Colcccion Ciencias, Seric Especial 3 : 126, 1 mapa, Montevideo Reoist« Il rasileira de Geocisnciae VOIUIlH' 2, 1972 235

FIGUEIREDO 1" .0, P. M. - 1971 - Co n tribuicao a estratigrafia do G rupe Passa Dois no Rio G ra nde do SuI. lust. Gcocien. Astron ., T ese (ln ed lta), 110 pp. Sao Pau lo FO R M O SO, M . I.. L. c FIGUEIREDO 1" .0, P. M . de - I ~}(i() - E ~ l ll d (J sed imentologico do Grupo G uata. l'ubl. Esp. Esc. Ceol. U FR GS, 12: 55, GA MER MA NN , N. - 1970 - Fo rmacao Rosari o do SuI. Curse de Pos-gr aduacao da Escola de Geologia da U FRGS, Dissertacao de M cstrado [ined ita] G ORD ON J r., M. - 1947 - Classification of the Gondwanic rocks of Parana, Sa nta Catarina and R io G rnn rk- do S l1 1. Div. G('nl. Vlin.. n ~p ~1 , Nflta" Pn'1. Evt. 38 : 20. Rill de .laru-iro :\1ACE DO . .\ . I. . - 191;7 - P J" n (:i a llll · t1111 ~ ( ' o - h i d r o l b g i ("() 110 Rio Grand e do Su I. Di v. l'rod. Min.. Sec . Agri c. Est. R GS, 99 pp ., Porto Alegre M ACHAD O , E. R . e CA STANHO, O . S. - 1956 - Pesquisas de ca rva o minera l na faixa sed i­ mental' do Rio Grande do SuI - l ." cta pa : T rccho Arr oio (M inas do Leao, Sao Je­ ronimo) - Arroio Ca pa nezinho (Cachoeira do SuI) - D.A.C.M ., Sec. Obrs. Pub. RS., Por to Alegre MAR TINS,E. A. e SENA SO BR INHO, M. - 1951 - Lycopodiopsis Derb yi [Renau lt) c Glos­ sopteris sp. no Estrad a Nova (Pcrmo-T riassico} do R io Grande do SuI. An. Ac. Bras. Cie n. 23 (3): 323-328, Rio de Ja neiro M AR TINSE. A., SENA SOBRINHO , M . e BEURLEN, K . - 1955 - Novos cc nhecim entcs g e o ~ 16gicos no Rio G rande do SuI. Bol. M us. Nac. , G eologia, 19 : 21, Rio de Janeiro M ENDES,J . C. - 1967 - T he Passa Dais Group (T he Brazilian port ion of the Paran a Basin) in Probl ems in Brazilian Go ndwana G eology, Ed. par Bigar ella, Becker c Pinto, pp- 119- 166, Cur iti ba M ENDES, J. C. c FU LF ARO, V. .I. - 1966 - As camudas g lllld w ;llli('a s lIO Nordeste do Pa rana . HoI. Soc. Bras. Geo l., 15 (4) : 29-42. Sao Pau lo MENDES, J. C., FULFA RO , V. F., AMARAL,S. E. c LAND 1M, P. M. u. - 1966 - A Fo rmacao Ir ati {permi an o} (. fa cies associadns - Bol. Sot". B r ' l ~ . C c·ol. 15 (3): 2 ' 1 - 4 : ~ , Sao Pau lo NORTHFLEET , A.A., MED EIROS, R. A. e MUHL MANN, H. - 1969 - R eaval iacao dos dados geol6gicos da Bacia do Paran a. Bol. T ee. Petrobras, 12 (3) : 291-346, Rio dc Jan eiro PAD ULA, V. T . - 1968 - Estu dos Ge ol6gicos da Formacao Irati - Sui do Brasil. Bel. T ee. Pc­ tro bras, 11 (3): 407-430, Rio de Janeiro PI NTO, 1. D. - 1955 - Descoberta de fosscis na Form acao Palermo no Rio Gra nde do SuI. Bul. In st. Cien. Nat. UFRGS, 2 : 19-23,Porto Alegre PI NTO, I. D. - 1970 - a significado de Pygaspis e outros fbsseis para a Gondwana - Cornu­ nicacao ao 1.0 Simp6sio Brasileiro de Palcon tologia (no prelo], R io de Janeiro RIB EI RO , M., BOCCH I, P. R., FI GUE IR EDO F.' , P. M. de e TESSARI, R. I. - 1966 - Geo­ logia da q uadricula de Cacapava do Sui, R io G ran de do Sui, Brasil. Div. Forn. Prod. Mi n., DNPM, Bol. 127: 232, Rio de Janeiro ROSLER , O . - 1970 - Novas ocorrencias fossiliferas do G ru po Pa ssa Dois no Rio G ra nde do SuI. Curso de Pos-gra duac ao da Escola de Geo logia da UFRGS, Tese [in edita], Porto Alegre SA LA M UNI, R . - 1963 - Estr uturas sed imentares singeneticas e sua significacao na Serle Passa Dais - Bol. U niv. Parana, Geol., 12 : 90, Cur itiba . WHITE, I. D. - 1968 - R clator io final da Comissao de Estud os d as M inas de Ca rdin de Pcdra do Brasil. 'I'r ad . Ca rlos M oreira e original. 300 pp ., Imp :cnsa Nacional, Rio de Jan eiro