Ministério Da Integração Nacional Relatório Final
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2 MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL RELATÓRIO FINAL GRUPO DE TRABALHO INTERMINISTERIAL PARA REDELIMITAÇÃO DO SEMI-ÁRIDO NORDESTINO E DO POLÍGONO DAS SECAS. Brasília, Janeiro de 2005 3 Presidência da República Presidente Luiz Inácio Lula da Silva Ministério da Integração Nacional Ministro Ciro Ferreira Gomes Secretaria Executiva do Ministério Secretário Executivo Marcio Araújo de Lacerda GRUPO DE TRABALHO INTERMINISTERIAL Ministério da Integração Nacional - Coordenador: Antônio Carlos F. Galvão Secretaria de Políticas de Desenvolvimento Regional – SDR Ramon Flavio Gomes Rodrigues Secretário Nacional Antônio Carlos F. Galvão Ministério do Meio Ambiente: Maurício Cortines Laxe Departamento de Planejamento de Desenvolvimento Regional José Roberto de Lima Diretor Henrique Villa da Costa Ferreira Agência de Desenvolvimento do Nordeste - ADENE: Sylvia T. B. de Oliveira Sabino Secretário-Executivo do Grupo de Trabalho Interministerial Carlos Almiro Moreira Pinto do Semi-árido João Mendes da Rocha Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba - Consultor CODEVASF: Carlos Caldas Lins Reginaldo Alves Paes Otamar de Carvalho Aristóteles Fernandes de Melo Departamento de Obras Contra as Secas - DNOCS: Célio Augusto Tavares e Sales João Lúcio Farias de Oliveira Agencia Nacional de Águas - ANA Paulo Lopes Varela Neto Ricardo Medeiros de Andrade Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA Ana Lúcia C. de Oliveira Galvão. Maristela Felix de Lima. Colaboradores: Banco do Nordeste – BNB José Maria Marques Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais - IDENE Wallen Medrado 4 S U M Á R I O INTRODUÇÃO 1 - ESTUDOS E PROPOSTAS APRESENTADAS 1.1 - Índice de Aridez de Thorntwaite de 1941 1.2 - Risco de Ocorrência de Seca 1.3 - Unidades Geossistêmicas 1.4 - Isoieta de 800mm 1.5 - Percentual de Dias com Déficit Hídrico 2 - AVALIAÇÃO DOS ESTUDOS E PROPOSTAS 2.1 - Critérios de Avaliação 2.2 - Procedimentos e Resultados da Avaliação 3 - METODOLOGIA DE TRABALHO PARA REVISÃO FINAL DA REDELIMITAÇÃO DA REGIÃO SEMI-ÁRIDA DO NORDESTE BRASILEIRO 3.1 – Classificação dos municípios segundo as precipitações médias anuais. 3.2 – Classificação dos municípios segundo os déficits hídricos. 3.3 – Classificação dos municípios segundo o índice de Aridez. 3.4 – Síntese das classificações 3.5 – Informações requeridas para análise dos resultados da delimitação da região semi-árida 4 - CONCLUSÕES ANEXOS 1 - PORTARIA INTERMINISTERIAL N° 6, DE 29 DE MARÇO DE 2004 2 - DELIMITAÇÃO DO SEMI-ÁRIDO E SUBÚMIDO SECO, DE ACORDO COM A CONVENÇÃO DE COMBATE À DESERTIFICAÇÃO – CCD (CODEVASF/SRH-MMA) 3 - ANÁLISE DE DOS CRITÉRIOS TÉCNICOS PARA DELIMITAÇÃO DO SEMI- ÁRIDO (AGENCIA NACIONAL DE ÁGUAS) 4 - ESTUDO SOBRE REDIMENSIONAMENTO DO SEMI-ÁRIDO -BNB/FUNCEME 5 - CONSIDERAÇÕES SOBRE A DELIMITAÇÃO DO SEMI-ÁRIDO (ADENE) 6 - ANÁLISE DOS CRITÉRIOS TÉCNICOS PARA DELIMITAÇÃO DO SEMI- ÁRIDO (INPE/CPTEC) 5 INTRODUÇÃO O Diário Oficial da União (DOU) do dia 30 de março de 2004 publicou a Portaria Interministerial nº 6 (Anexo 1), assinada pelos ministros da Integração Nacional, Ciro Gomes, e do Meio Ambiente, Marina Silva, instituindo um grupo de trabalho, sob a coordenação do Ministério da Integração Nacional, para, no prazo de 120 dias, apresentar estudos e propostas de critérios para redefinir a Região Semi-árida do Nordeste e Polígono das Secas, para orientar políticas públicas de apoio ao desenvolvimento da região (em particular, do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste – FNE). O Grupo de Trabalho foi composto por técnicos do Ministério do Meio Ambiente – MMA, da Integração Nacional – MI, da Agência de Desenvolvimento do Nordeste – ADENE, da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba - CODEVASF, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - EMBRAPA, da Agência Nacional de Águas - ANA e do Instituto de Desenvolvimento do Nordeste de Minas Gerais – IDENE, do Banco do Nordeste - BNB, além de técnicos das seguintes instituições convidadas: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais - INPE, do Instituto Nacional do Semi-Árido - INSA e Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos – FUNCEME. Após várias reuniões, realizadas nas dependências do Ministério da Integração Nacional, nas quais foram discutidos os trabalhos e as propostas técnicas apresentadas pelas instituições participantes, o Grupo de Trabalho elaborou o presente relatório. O documento está estruturado em três partes, sendo o primeiro capitulo dedicado à apresentação dos estudos técnicos, feitos pelos componentes do Grupo de Trabalho; o segundo capítulo trata da avaliação das diferentes propostas, em função dos objetivos de política de desenvolvimento econômico do Semi-árido; e, finalmente, são apresentadas as conclusões dos trabalhos do Grupo Interministerial, incluindo as sugestões técnicas consideradas mais adequadas à redelimitação da Região Semi-árida do Nordeste. 6 1 ESTUDOS E PROPOSTAS APRESENTADAS Foram apresentadas cinco alternativas de delimitação da Região Semi-árida do Nordeste pelas várias instituições participantes do Grupo Interministerial de Trabalho: a) Índice de Aridez de Thorntwaite, de 1941, apresentado conjuntamente pela CODEVASF e Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, bem como pela EMBRAPA e ANA; b) Fator de Risco de Ocorrência de Seca, sugerido pela Agência Nacional de Águas; c) Unidades Geossistêmicas, apresentadas pelo Banco do Nordeste em colaboração com a FUNCEME; d) Isoieta de 800mm, defendida pela Agência de Desenvolvimento do Nordeste; e e) Percentual Diário de Déficit Hídrico, apresentado por INPE/CPTEC. 1.1 Índice de Aridez de Thorntwaite de 1941 O Dr. Reginaldo Alves Paes, da CODEVASF, e o Dr. Marcos Santana, da Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente, apresentaram estudo conjunto das instituições por eles representadas, com o título “Delimitação do Semi-árido e Subúmido Seco, de Acordo com a Convenção de Combate à Desertificação – CCD” (Anexo 2), adotado pelo Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação. O referido estudo classifica os municípios com base no Índice de Aridez de Tornthwaite, de 1941. Para o cálculo desse índice utilizam-se como indicadores as precipitações e as temperaturas, para calcular-se a evapotranspiração potencial. Na falta de dados de temperatura para a maior parte dos municípios e ante a necessidade de estimar os valores para esse indicador, utilizou-se a base de dados produzida por Dr. José Ivaldo Barbosa Brito, em tese sobre o assunto. Com base nos critérios de precipitação e evapotranspiração potencial foram definidas as áreas “semi-áridas” e “subúmidas secas”. 7 O resultado obtido com essa metodologia – considerando-se semi-áridos os municípios com Índice de Aridez de 0,21 a 0,50 –, diminui consideravelmente a atual área de abrangência da região Semi-árida do Nordeste, delimitada pela isoieta de 800mm: dos atuais 1.031 municípios restariam apenas 396. Ressalte- se, porém, que, segundo os resultados do estudo, apesar da exclusão de 635 municípios, seriam, provavelmente, incluídos nove outros da faixa limítrofe: quatro no Piauí (Itaueira, Nazaré do Piauí, São Francisco do Piauí e Santa Cruz dos Milagres), três no Ceará (Icapuí, Aracati e Beberibe), um no Rio Grande do Norte (Macaíba) e um no Norte de Minas Gerais (Varzelândia). As conclusões explícitas do referido estudo são: a) “Considerando a baixa representatividade dos dados de evapotranspiração potencial entendemos que o critério do Índice de Aridez não deve ser utilizado na proposta de delimitação do Semi-árido, uma vez que de acordo com este índice, há uma redução significativa da atual área do Semi- árido do FNE.” b) “Considerando a grande diversidade de ambientes no Semi-árido, entendemos que a sua delimitação não deve ficar restrita ao critério definido pela Lei Federal n° 7.827 de 1989, qual seja, isoieta média anual de 800 mm, o que tem-se revelado insuficiente e de aplicação inadequada.” c) “Considerando a existência de trabalhos recentes, produzidos pela EMBRAPA e pela FUNCEME, que além do critério da pluviosidade também consideram as condições geo-ecológicas, sugerimos a sua utilização para o redimensionamento do Semi-árido.” Outras instituições, como a EMBRAPA e a ANA, também apresentaram trabalhos e propostas de adoção do Índice de Aridez, mas, devido à semelhança das abordagens e, principalmente, as implicações de sua eventual adoção, evita- se aqui repetir o que já foi resumido acima. 8 1.2 Risco de Ocorrência de Seca O Dr. Joaquim Gondim Filho, da Agência Nacional de Águas – ANA, fez uma exposição comparando os resultados do índice de aridez com valores médios e anuais de 1.953 postos, sendo que, para o cálculo da evapotranspiração potencial, foram utilizados apenas 123 postos. Em seguida, comparou os resultados de três localidades (Quixeramobim, no Ceará, Riacho de Santana, na Bahia, e Gorutuba, em Minas Gerais), em termos de percentual de anos com precipitações acima e abaixo da média. Os resultados da aplicação do índice de aridez são similares aos do trabalho da CODEVASF/SRH-MMA. Todavia, a comparação dos resultados das três localidades revelou uma considerável variação de percentagem de risco de ocorrência de anos secos, subúmidos e úmidos. (Anexo 3) Como o objetivo do pesquisador não era delimitar o Semi-árido, mas tão somente oferecer sugestões sobre regras para essa delimitação, ele propõe que, qualquer que seja o critério de delimitação que venha a ser utilizado, deve-se utilizar o fator de risco de ocorrência de