A Rede Urbana a Oeste Do Rio Sapucaí Em Meados Do Século Xviii Até 1833: Conflito Entre As Capitanias, Províncias E Bispados De Minas Gerais E São Paulo
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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CAMPINAS CAROLINA FARNETANI DE ALMEIDA A REDE URBANA A OESTE DO RIO SAPUCAÍ EM MEADOS DO SÉCULO XVIII ATÉ 1833: CONFLITO ENTRE AS CAPITANIAS, PROVÍNCIAS E BISPADOS DE MINAS GERAIS E SÃO PAULO Dissertação apresentada como requisito para obtenção do título de Mestre ao Programa de Pós- graduação em Urbanismo do Centro de Ciências Exatas, Ambientais e de Tecnologias da Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Orientadora: Prof.ª Dr.ª Renata Baesso Pereira Campinas 2019 Ficha catalográfica elaborada por Vanessa da Silveira CRB 8/8423 Sistema de Bibliotecas e Informação - SBI - PUC-Campinas 711.4 Almeida, Carolina Farnetani de. A447r A rede urbana a oeste do Rio Sapucaí em meados do século XVIII até 1833: conflito entre as capitanias, províncias e bispados de Minas Gerais e São Paulo / Carolina Farnetani de Almeida.- Campinas: PUC-Campinas, 2019. 188 f.: il. Orientadora: Renata Baesso Pereira. Dissertação (Mestrado em Urbanismo) - Centro de Ciências da Vida, Pontifícia Universidade Católica de Campinas, Campinas, 2019. Inclui bibliografia. 1. Planejamento urbano. 2. Cidades e vilas. 3. Urbanização. 4. Minas Gerais - Limites. 5. São Paulo (Estado) - Limites. I. Pereira, Renata Baesso. II. Pontifícia Universidade Católica de Campinas. Centro de Ciências da Vida. Programa de Pós-Graduação em Urbanismo. III. Título. CDD - 22. ed. 711.4 Aos meus pais, Wolney e Marina AGRADECIMENTOS O presente trabalho foi realizado com apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento 001. Nesses dois anos de trabalho intenso, tive o privilégio de conhecer lugares e pessoas magníficas que, com muita generosidade, me atenderam, me ensinaram e me incentivaram. Assim, pude realizar minha pesquisa. Sendo assim, agradeço a minha orientadora, Renata Baesso, um presente que recebi no mestrado. Obrigada pela forma amorosa e cuidadosa com que me orientou, por respeitar minhas limitações e por agregar tanto conhecimento. Agradeço também à professora Ivone Salgado e ao Cícero Ferraz Cruz, que gentilmente aceitaram o convite a participar da qualificação e da defesa. Foram valiosas as sugestões e críticas para o amadurecimento da dissertação. Aos professores da PUC Campinas, em especial ao Luiz Augusto, que, através de suas aulas, mostrou caminhos que me tiraram da minha zona de conforto. Agradeço aos amigos da pós e em particular a Ana Beatris. Obrigada por eu ter podido dividir com você todas as minhas aflições e conquistas. Obrigada pelo companheirismo, ensinamentos e amizade. Quando iniciei a pesquisa, não tinha o tema definido. Sendo assim, iniciei minha jornada na cidade de Alfenas. Foram várias pessoas que me atenderam e me mostram caminhos, dentre elas agradeço: Juvenal, Guilherme, Ademir, ao professor Mário Danieli, além das pessoas na UNIFAL, biblioteca municipal e câmara de Alfenas. Em Carmo do Rio Claro, ao Adauto Leite e à Suzana, que me receberam de portas abertas no Museu de Arqueologia Indígena Adauto Leite, onde fazem um trabalho maravilhoso. Nesse momento ainda tinha dúvidas sobre meu tema. Ainda em Carmo do Rio Claro agradeço ao Tássio. Ao Gilberto em Alterosa. Em Jacuí, a Ana Paula e à prefeitura municipal, obrigada pela atenção e por toda ajuda que foram essenciais para o desenvolvimento da pesquisa. Em Ouro Fino, gratidão a Bárbara. Agradeço ao Padre Hiensen Vieira Franco de Poços de Caldas. Às pessoas de Silvianópolis, agradeço imensamente a recepção que tivemos (meu pai e eu). Maria José, Enilda, Homero, Andressa, ao pessoal da escola e da prefeitura. Aos arquivos; Cúria Metropolitana de São Paulo, ao Jair que foi muito solícito. À Arquidiocese de Pouso Alegre. À Casa dos Contos em Ouro Preto, a Ângela que também me recepcionou de forma generosa, como todos no arquivo. E agora, com todo meu amor, agradeço a meus pais por acreditarem e apoiarem minhas escolhas. Pelo amor incondicional, pela educação e ensinamentos. Por não medirem esforços para que não faltasse nada, pelas orações, por comemorarem comigo cada vitória. Se eu pudesse escolher, eu escolheria mil vezes vocês! Pelo muito que sempre fizeram e continuam a fazer por mim. Aos meus irmãos, Gabriela e Pedro, que também comemoram comigo cada conquista. Como é bom saber que tenho vocês, com certeza não me sinto só. Lolita e Thor. A minha avó, Maria José, eu te amo, obrigada por tudo que faz por mim. E a todos os meus familiares e amigos. Muito Obrigada! “Minas é a montanha, montanhas, o espaço erguido, a constante emergência, a verticalidade esconsa, o esforço estático; a suspensa região — que se escala. Atrás de muralhas, caminhos retorcidos, ela começa, como um desafio de serenidade. Aguarda-nos amparada, dada em neblinas, coroada de frimas, aspada de epítetos: Alterosas, Estado montanhês, Estado mediterrâneo, Centro, Chave da Abóbada, Suíça brasileira, Coração do Brasil, Capitania do Ouro, a Heróica Província, Formosa Província. O quanto que envaidece e intranquiliza, entidade tão vasta, feita de celebridade e lucidez, de cordilheira e História. De que jeito dizê-la? MINAS: patriazinha. Minas — a gente olha, se lembra, sente, pensa. Minas — a gente não sabe.” Guimarães Rosa RESUMO O objetivo da pesquisa é investigar como se deu a ocupação do território que hoje corresponde à parte do sudoeste do estado de Minas Gerais, tendo como referência o processo de formação de seus núcleos urbanos. O recorte temporal inicia-se em meados do século XVIII, a partir da análise de documentos que comprovam a fixação dos primeiros pontos urbanizados nestes então sertões, e finaliza em 1833, quando há o primeiro desmembramento da Comarca do Rio das Mortes, circunscrição judiciária a que a região de estudo pertenceu. O recorte espacial, em um primeiro momento, abrange os termos de quatro freguesias: Jacuí (1762), Cabo Verde (1765), Ouro Fino (1748) e Santana do Sapucaí, atual Silvianópolis (1748), povoações cuja origem está relacionada à descoberta de ouro nessas terras. A delimitação espacial se justifica pelo fato de que estes territórios adjacentes foram os primeiros arraiais fundados a oeste do rio Sapucaí. A pesquisa visou levantar diversos conflitos pois esse território estava subordinado na esfera civil à Capitania de Minas Gerais, e por um longo período pertenceu ao Bispado de São Paulo, sendo cenário de diversos conflitos, que perduraram por muitas décadas, e se relacionaram com a disputa pelos limites entre a Capitania de Minas Gerais e a Capitania de São Paulo e os Bispados de Mariana e São Paulo. Outro ponto abordado foram os diversos tipos de ocupação, como: vilas, freguesias, arraiais, fazendas, pousos, ranchos, quilombos, registros. Esses núcleos de povoamento se relacionavam uns com os outros, de forma hierárquica, contemplando questões civis, judiciárias, religiosas, comerciais e sociais, através de uma rede de caminhos. Essas ligações remetem à ideia de rede. Portanto, a região de estudo foi nomeada como a “Rede Urbana a Oeste do Rio Sapucaí” e esses núcleos são estudados para assim compreender o complexo e extenso território. Palavras Chave: Bispado de São Paulo, Capitania de Minas Gerais, Rede urbana, Séculos XVIII e XIX. ABSTRACT The aim of this research is to investigate how the occupation of the territory that currently corresponds to a portion of the southeast region of Minas Gerais State (MG) happened, having as reference the formation process of its urban nuclei. The selected period for this research begins in the mid Eighteenth century, starting with the analysis of documents that corroborate the settlement of the first urbanized places in these so called backlands, and finishes in 1833, when the first dismemberment of Rio da Marca County occurred, the judicial district where the studied region belonged. The selected place, initially, comprises the area of four parishes: Jacuí (1762), Cabo Verde (1765), Ouro Fino (1748), and Santana do Sapucaí (1748), currently known as Silvianópolis, MG, settlements whose origins are related to the discovery of gold in these lands. The spatial delimitation is justified by the fact that these adjacent territories were the first camps founded to the West of Sapucaí River. The research sought to study several conflicts because these territories were subordinate to the Captaincy of Minas Gerais in the civil sphere, and for a long period belonged to the Bishopric of São Paulo, being the scenario of a large number of conflicts which lasted for many decades, and were related to the dispute over the limits between the Captaincy of Minas Gerais and the Captaincy of São Paulo and the Bishoprics of Mariana and São Paulo. Another topic of study was the several kinds of occupation, such as: villages, parishes, camps, farms, lodgings, ranches, quilombos, and registers. These settlement nuclei were related to each other, hierarchically, comprising civil, judiciary, religious, commercial and social issues through a net of paths. Such connections refer to the idea of a net. Hence, the studied region was named as “Urban Net to the West of Sapucaí River” and these nuclei were studied in order to comprehend the complex and broad territory. Key Words: Bishopric of São Paulo, Captaincy of Minas Gerais, Urban net, Eighteenth and Seventeenth centuries. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Mapa da Capitania de Minas Gerais de 1778. 9 Figura 2: Divisão das primeiras comarcas no território mineiro destacadas em vermelho. 30 Figura 3: Recorte sobre o “Mappa da Comarca do Rio das Mortes, pertencente à Capitania das Minas Gerais”. 34 Figura 4: Recorte sobre a Carta Corográfica dos limites do estado de Minas Gerais com o de São Paulo. 37 Figura 5: Carta corográfica dos limites do estado de Minas Gerais com o de São Paulo. 51 Figura 6: Recorte sobre o “Mappa da Comarca do Rio das Mortes, pertencente à Capitania das Minas Gerais”. 53 Figura 7: Recorte da legenda do “Mappa da Comarca do Rio das Mortes, pertencente à Capitania das Minas Gerais”. 53 Figura 8: Mapas da exportação dos produtos e manufaturados que saíram da Capitania de Minas pelos registros de Jacuí.