Pólo Jequitinhonha 10 Anos [1996 - 2006] a Consolidação De Uma Experiência De Desenvolvimento Regional

Pólo Jequitinhonha 10 anos [1996 - 2006] A Consolidação de uma Experiência de Desenvolvimento Regional Pólo Jequitinhonha 10 anos [1996 - 2006] A Consolidação de uma Experiência de Desenvolvimento Regional Organização Maria das Dores Pimentel Nogueira 2008 Reitor Coordenação do Programa Pólo de Integração da UFMG Ronaldo Tadêu Pena no Vale do Jequitinhonha no período de 1996-2006 Vice-Reitora Edison José Corrêa PROEX (1998 – 2006) Heloisa Maria Murgel Starling Ângela Imaculada Loureiro de Freitas Dalben PROEX (2006) Pró-Reitora de Extensão João Antônio de Paula CEDEPLAR / FACE (1996-2006) Ângela Imaculada Loureiro de Freitas Dalben PRPQ (1998 – 2002) Pró-Reitora Adjunta de Extensão Paulo Sérgio Lacerda Beirão Paula Cambraia de Mendonça Vianna José Aurélio Garcia Bergmann PRPQ (2002 – 2006) Produção executiva Coordenação Acadêmica e Executiva Márcio Simeone Henriques Maria das Dores Pimentel Nogueira PROEX (1996 - 2006) Texto e Edição Pedro Souza Pinto Pró-Reitoria de Pesquisa Ione Maria Nascimento Andrade Oliveira Júnia Furtado FAFICH (1998 – 2000) Lucas Silva Gomes Cristina Helena Ribeiro Rocha Augustin IGC (2001 – 2002) Capa e Projeto gráfico Joel Alves Lamounier Faculdade de Medicina (2002 – 2006) Glória Campos e Clô Paoliello/Mangá Ilustração e design gráfico Coordenação Temática Desenvolvimento Regional e Geração de Ocupação e Renda Roberto do Nascimento Rodrigues CEDEPLAR / FACE (1996 – 2006) Cultura Sônia Maria de Melo Queiroz FALE (1996 – 2006) Educação Ficha catalográfica Antônia Vitória Soares Aranha FAE (2000 – 2002) P778 Luiz Alberto de Oliveira Gonçalves FAE (2003 – 2004) Pólo Jequitinhonha – 10 [1996-2006] : a consolidação de João Valdir Alves de Souza FAE (2005 – 2006) uma experiência de desenvolvimento regional / Maria das Meio Ambiente Dores Pimentel Nogueira (org.). - Belo Horizonte: UFMG/PROEX, Luiz Guilherme Knauer IGC (2000 – 2006) 2008. Saúde 68 p. Eli Iola Gurgel de Andrade (1998 – 2003) Nota: Realização do Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha da Pró-Reitoria de Extensão Edison José Corrêa Faculdade de Medicina (2003 – 2006) da Universidade Federal de Minas Gerais. Mara Vasconcelos Faculdade de Odontologia (2004 – 2006) Suporte de Comunicação 1. Desenvolvimento regional – Jequitinhonha, Rio Vale Márcio Simeone Henriques FAFICH (2001 – 2006) (MG, BA). 2. Extensão universitária. I. Nogueira, Maria das Dores Pimentel. II. Universidade Federal de Minas Gerais. Pró-Reitoria de Extensão. CDD – 333.7398151 Catalogação da Fonte : Biblioteca da FaE/UFMG Site do Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha: http://www.ufmg.br/polojequitinhonha/ [Sumário] 9 O Vale do Jequitinhonha 11 Depoimento [Professor João Antônio de Paula] 15 Depoimento [Sr. Averaldo Martins, prefeito de Virgem da Lapa] 18 Entrevista [Maria das Dores Pimentel Nogueira] 21 Projetos Realizados pelo Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale do Jequitinhonha – Período [1996 – 2006] Áreas 21 [Desenvolvimento Regional e Geração de Ocupação e Renda] 33 [Educação] 41 [Cultura] 45 [Comunicação] 51 [Meio Ambiente] 59 [Saúde] 65 Lista de siglas deste catálogo 67 Patrocinadores 67 Parceiros Agradecimento A todos aqueles que acreditaram e tornaram esse trabalho possível: professores, técnicos, alunos e administradores da UFMG, instituições parceiras, financiadores, apoiadores e ao povo do Vale – principal sujeito nesse processo. Agradecimento especial À Ameje – Associação Microrregional dos Municípios do Médio Jequitinhonha O Vale do Jequitinhonha Baixo Jequitinhonha Situado no nordeste de Minas, banhado pelo Rio Jequiti- nhonha, o Vale do Jequitinhonha ocupa uma área de 79 mil km2, com uma população de aproximadamente 940 mil habitantes. É composto, hoje, por 75 municípios, dos quais 52 estão organizados nas microrregiões Alto, Mé- dio e Baixo Jequitinhonha, e 23 estão integrados à anti- ga área mineira da SUDENE. A região caracteriza-se por intenso fluxo migratório, pequena oferta de emprego e baixa taxa de urbanização. O Vale do Jequitinhonha é uma das mais pobres Uma das características mais marcantes do Vale e estagnadas regiões de Minas Gerais. Seu PIB total é o aspecto contrastante da sua realidade econômica. corresponde a menos de 2,0% do PIB estadual. A agro- De um lado, a riqueza destacada pelas potencialida- pecuária é caracterizada pela pecuária de corte e uma des do sub-solo, promissor em recursos minerais, agricultura na qual predomina a pequena produção de de seu patrimônio histórico e cultural, referência alimentos básicos, atividade pouco dinâmica, desca- para Minas Gerais e para o Brasil, de seu artesanato pitalizada e com baixa utilização de insumos e equi- diversificado e de seus múltiplos atrativos turísticos. pamentos modernos. O Vale dispõe de uma precária De outro, a extrema pobreza em que vive grande base industrial, caracterizando-se como uma região parte de sua população. Os municípios apresentam sem tradição no setor, que é composto especialmen- problemas nas áreas de saúde, saneamento e educa- te por pequenas e micro empresas, sem dinamismo ção. O meio-ambiente vem sendo sistematicamente econômico, que absorvem uma parcela minúscula da agredido pela atividade mineradora, comprometendo mão-de-obra. seus recursos hídricos. Vale do Jequitinhonha O Vale do Jequitinhonha 10 Igreja de Itira, Município de Araçuaí Depoimento [Professor João Antônio de Paula] Faculdade de Ciências Econômicas. Durante o evento de abertura das comemorações dos 10 anos do Pólo Jequitinhonha, em maio de 2006 É com muita satisfação e alegria que eu estou aqui Quero cumprimentar ao Magnífico Reitor, à Vi- para participar desta atividade que comemora os dez ce-Reitora, à Pró-Reitora Adjunta de Extensão e a anos do Programa Pólo de Integração da UFMG no todas as outras autoridades presentes e aos amigos Vale do Jequitinhonha. A minha presença se deve, que estão aqui. Preparei duas ou três questões para talvez, ao fato de eu ser um dos mais antigos, se- abordar aqui com vocês. A primeira é mais interna não, junto com a Marizinha, o mais antigo militante à UFMG, mas tem um sentido, também, importante dessa causa, desse Programa Pólo da UFMG no Vale por reafirmar certos compromissos da universidade do Jequitinhonha. 10 anos depois estar aqui e poder pública no Brasil e que esse Programa Pólo desenvolve comemorar, o muito que foi feito, é pra mim, ainda com muita, muita força. A universidade pública no O Vale do Jequitinhonha que a minha contribuição tenha sido muito peque- Brasil tem dado contribuição importante, ao longo do na, motivo de satisfação. tempo, ao processo de desenvolvimento brasileiro. 11 Neste processo, alguns desafios têm sido vencidos, tempo ficou confinada, por diversas razões, à região outros continuam convocando a nossa capacidade de metropolitana, a ações localizadas na capital. Com o intervenção, a nossa inteligência, a nossa disposição. Programa Pólo a universidade dá uma resposta que Um desses temas, que desafiam a universidade, com vai além do seu entorno imediato e faz isso a partir uma vigência cada vez maior é a questão do desen- de algo que já estava instalado no Vale do Jequiti- volvimento econômico, social, cultural do nosso país. nhonha, em Diamantina, que era o antigo Instituto A universidade tem compromisso com isso e esse Eschwege, agora chamado Instituto Casa da Glória, compromisso é inafastável, é intransferível. Tudo o que abriga uma série de atividades de ensino, pesqui- que nós estudamos, tudo o que nós pesquisamos, sa e extensão na área das geociências. Então, de um tem um destinatário, em última instância, que é a lado é um programa pioneiro na medida em que sociedade brasileira. E um dos temas que nos desafia, reuniu diversas áreas de ensino e pesquisa, reuniu os particularmente no Brasil, é o tema da desigualdade pró-reitores de pesquisa e extensão, então, a profes- regional, funcional e pessoal, de renda e riqueza. sora Dorila e o professor Evandro, além do professor O Programa Pólo de Integração da UFMG no Vale Beirão e da Marizinha, para pensar um programa do Jequitinhonha, desde o início, buscou enfrentar de atividades da UFMG no Vale do Jequitinhonha de esse problema com as armas e com a capacidade maneira permanente. que a universidade dispõe, ou seja, mobilizando os Um terceiro aspecto que eu queria chamar aten- seus professores, os seus estudantes e fazendo algo ção é exatamente o da continuidade. Nós tivemos que era até certo ponto inovador. O Programa reu- durante a vigência do Programa três reitorados: o niu, de fato, ensino, pesquisa e extensão com igual do Tomás, o do professor César, e o da professora intensidade. A extensão aparece aí não como uma Ana Lúcia, estamos agora no quarto reitorado, com espécie de similar de um programa assistencialista, o professor Ronaldo. O Programa Pólo se manteve, mas como algo fundamental na própria definição das mudaram as pessoas e o programa se manteve e vai ações, como mecanismo de aprendizado da própria continuar com outras pessoas, com o mesmo ímpeto, equipe. Creio que, se não foi a primeira vez, foi uma com a mesma vontade, com a mesma capacidade de das primeiras vezes que, de fato, se tentou articular trabalho. Eu quero registrar de público, já fiz isso ensino, pesquisa e extensão com resultados tão efe- em outras oportunidades, que a Marizinha tem sido tivos, tão positivos como é possível constatar no caso fundamental nesse projeto, sem ela, provavelmente, do nosso Programa. o Programa não teria alcançado os resultados que O segundo ponto, também importante, é chamar alcançou. Muita gente colaborou, mas com certeza a atenção para o fato de que a Universidade Federal a participação dela é decisiva. de Minas Gerais poucas vezes foi de fato de Minas É importante registrar e valorizar, a metodologia O Vale do Jequitinhonha Gerais, e nesse caso ela foi de Minas Gerais, ela dei- de trabalho desenvolvida pelo programa. Eu escrevi xou de ser uma universidade de Belo Horizonte. Ela um texto para um congresso de extensão em que eu 12 tem sido cada vez menos isso, mas durante muito tentei refletir sobre isso usando uma idéia que vem da teoria da literatura, que é a idéia de recepção.

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