2 Publicação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda. 12 de Novembro a 12 de Dezembro/16

Publicação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda. Grande Família Cooperabaeté: 88 anos impulsionando o crescimento da CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO economia regional e a integração dos associados Presidente: Maria Eni Eustáquio Márcio de Oliveira Dia 19 de novembro, a Coo- Diretor Administrativo: perabaeté completa 88 anos de José Soares dos Santos vida e prestação de serviços, Diretor Comercial: especialmente às comunidades Rogério Lage de Oliveira de Abaeté, , Biqui- Conselheiros Vogais: nhas, . Adelson E. de Campos Ramiro Esta é a idade do Sr. Ber- Eugênio Antônio da Costa Filho nardo Mendes Filho (Dade), um Geraldo Magela de Carvalho Jr. dos associados mais antigos, Guilherme A. Pereira Mendes que ainda produz 150 litros de CONSELHO FISCAL leite/dia, em sociedade com o filho Roberto, na Fazenda João Mendes Souza Filho Olhos d’Água, em Paineiras. Silvano Lourenço da Silva Ao lado da esposa, Dona Mauri Soares da Silva Celina Pinto da Fonseca, e Suplentes: dos filhos Carlos, Dirceu, Ro- Júlio Ricardo Ferrão berto, Márcia, Dirce, Nivaldo e Maria Matilde de Sales Elismar Noronha de Lima Magela, ele representa, nesta ocasião especial, cada coope- Jornalista Responsável: rado, cliente, família, pessoa A COOPERATIVA SOMOS TODOS NÓS. Parabéns a cada um que ajuda a construir essa gran- Christiane Ribeiro - MTb 4815/MG - que são a razão de ser desta de história de cooperação e união de forças em prol do desenvolvimento comum, na valorização do IMPRESSÃO: Fumarc empresa. indivíduo em prol do coletivo e na certeza de que ninguém perde quando todo mundo sai ganhando. TIRAGEM: 2.800 exemplares DISTRIBUIÇÃO GRATUITA Os primeiros ganhadores da Promoção COOPERABAETÉ CNPJ - 16.505.554/0001-80 NATAL PREMIADO COOPERABAETÉ IE - 002.088.863-0042 Praça Amador Álvares, 122 Ao fazer suas compras na Loja 35.620-000 - Abaeté - MG Sthil, Tablet Samsung Galaxy, Microon- de Insumos da Cooperabaeté, Mar- das Panasonic 25L. Geral: (37) 3541-6400 cos Gomes Ferreira (foto) achou a E a cada múltiplo de R$ 500,00 [email protected] seladinha premiada e ganhou um Kit na compra de Rações Cooperabaeté, FILIAIS: de Suplemento Mineral Cooperabaeté Suplemento Mineral Cooperabaeté e 85 contendo 2 sacos de 25kg. No Su- Milho Moído, nas lojas de insumos de Abaeté - R. Francisco Antônio permercado de Abaeté, Aline Alves do Abaeté, Paineiras, e Morada Rodrigues, 90 - (37) 3541-5456 Nascimento ganhou um vale compras Nova de Minas, você ganha um cupom Paineiras - R. Orestes Cordeiro, 69 no valor de R$ 200,00. para concorrer a uma PICK UP STRA- Fone (37) 3545-1014 Também já foram premiados: José DA Fiat, uma Roçadeira Sthil e uma TV Ramos da Silva (vale compras no valor 32 Polegadas LCD LED. Biquinhas - R. Goiás, 1015 de R$ 100,00, no Supermercado de Bi- Além disso, você concorre a prê- Fone (37) 3546-1145 quinhas), José Maria de Oliveira Mora- A cada múltiplo de R$ 100,00 em com- mios instantâneos com a seladinha Morada Nova de Minas to (1 Kit de Suplemento Mineral Coope- pras de produtos de supermercados, postos premiada. São 15 vales compras nos Av. Arnaldo Xavier Cordeiro, 231 rabaeté, na Loja de Insumos Paineiras) de combustíveis, loja de conveniência e in- valor de R$ 100,00, 5 vales compras no Fone (37) 3755-2119 e Maria Lúcia da Silva (1 vale compras sumos (exceto na compra de ração, milho e valor de R$ 200,00 e 10 Kits de Suple- no valor de R$ 100,00, no Supermerca- suplementos minerais) na Cooperabaeté, você mento Mineral 85 Cooperabaeté. R. João Dayrell P. Ferreira, 518 B do de Abaeté). ganha um cupom pra concorrer a MOTO HON- O SORTEIO SERÁ REALIZADO Fone (37) 3755-1273 O próximo ganhador pode ser você. DA CG 125i Fan, TV 32 P LCD LED, Lavadora DIA 30/12/2016. 12 de Novembro a 12 de Dezembro/16 Publicação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda. 3 Cooperabaeté e SicoobCredioeste promovem o I Encontro de Jovens e Mulheres Cooperativistas

Marcos Rodrigues A Cooperabaeté e o Sicoob Credioeste, em mais uma ação de intercooperação, promo- vem, no dia 04 de dezembro, o I Encontro de Jovens e Mulhe- res Cooperativistas. A integração será o tema principal deste encontro, em uma nova proposta de evento, que irá oportunizar a troca de experiência entre os grupos, em uma metodologia que vai proporcionar a construção co- letiva do conhecimento, tendo como objetivo construir conjun- tamente um planejamento de O 1º Encontro de Jovens e Mulheres Cooperativistas será dia 04 de dezembro, domingo, de 8 às 19 horas, na Chácara Luar da Mata, em Abaeté. ações para o próximo ano. A programação do evento sobre o ramo crédito. construído o planejamento das 88 anos da Cooperabaeté. É Cooperativismo. Há três anos, inclui uma apresentação da Co- Em um segundo momento, ações para o ano de 2017. Por um orgulho para nós realizá-lo, ele é promovido em parceira operabaeté, com os seus princi- através de um convênio com o fim, através de uma parceria por sua reconhecida importân- com o Sicoob Credioeste. pais projetos realizados em prol Sistema OCEMG/Sescoop-MG, com o SEBRAE MG, será rea- cia na aproximação entre as co- Lembramos que as inscri- dos associados e uma visão de será ministrada uma palestra e lizada a palestra motivacional operativas e seu quadro social ções serão limitadas ao núme- governança cooperativista, pro- uma oficina de trabalho coleti- “Seja o protagonista da sua e de colaboradores. ro de 100 participantes, sendo movida pelo presidente Eustá- vo, com o tema: Perspectivas história e construa lealdade nas A Cooperabaeté promove 50 por Cooperativa. E, destes quio Márcio de Oliveira. Assim e Cenários do Cooperativismo, relações”, conduzida por Mad- este encontro há cinco anos, 50 participantes, são 25 para será também com o SicoobCre- proferida pela consultor Marcos son Trindade. ininterruptamente, sempre com cada grupo. Faça sua inscrição dioeste, onde um representante Ozanam. Este evento é uma das temas relevantes e profissio- e participe deste evento de des- apresentará a sua abordagem Através da oficina, será ações em comemoração aos nais de destaque no ramo do taque na região.

Fotos dos Encontros de 2015, que reuniram dezenas de jovens e mulheres em um clima de muita alegria e integração, no mais puro espírito cooperativista. 4 Publicação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda. 12 de Novembro a 12 de Dezembro/16 Aprenda e aplique o controle biológico de pragas nas culturas de milho e sorgo

A Cooperabaeté, o Sicoob plantas atacadas / infestadas. Credioeste e a Embrapa – Portanto, é fundamental a de- CNPMS estão desenvolvendo, terminação da infestação em na região de Abaeté, o Projeto nível de campo. Ou seja, é fun- de Agricultura Tecnificada como damental o monitoramento da suporte à pecuária leiteira. Nes- praga. te primeiro ano de execução, Atualmente, o melhor méto- foram abordados vários temas do de monitoramento da lagarta relacionado à agricultura. Um do cartucho é através de uso de deles aborda as técnicas de armadilha contendo feromônio manejo integrado de pragas, sexual sintético. O feromônio mais precisamente o controle atrai a mariposa, que fica apri- biológico de pragas nas cultu- sionada dentro da armadilha. ras de milho e sorgo. A captura acumulada de três mariposas na armadilha O controle biológico aplica- significa que a praga, se não do de insetos e pragas através for eficientemente controlada, da liberação, na área alvo, de vai reduzir a produtividade do organismos benéficos como agricultor. a vespa Trichogramma é uma Significa apenas que a pra- realidade no Brasil, pela efi- ga chegou na área do agricultor ciência já demonstrada pelos e que iniciará a colocação dos resultados de pesquisa e pela Saiba como reconhecer as pragas e seus agentes de controle biológico na palestra de Ivan Cruz, ovos. É este o momento apro- disponibilidade comercial. da Embrapa Milho e sorgo, dia 13 de dezembro, às 19 horas, na Câmara Municipal de Abaeté. priado para soltar as vespinhas Obviamente, deve-se consi- no campo. derar que a tecnologia baseada A vespinha não elimina in- no controle biológico já é, há setos benéficos como faz os tempos, reconhecida como tec- agrotóxicos. Assim sendo, com nologia limpa, tanto em relação o passar do tempo, outros inse- ao ambiente como em relação tos benéficos vão aumentando à vida humana. em qualidade e quantidade Diferentemente dos outros dentro da lavoura, ajudando no métodos tradicionais de contro- controle da lagarta e no contro- le de insetos pragas, que são le de outras pragas. essencialmente voltados para as lagartas, a vespa Tricho- Palestra Técnica gramma atua especificamente Como reconhecer as pra- sobre os ovos. Ou seja, sua gas e seus agentes de controle alta eficiência impede o apa- mente sobre a lagarta ou sobre de busca da praga. Portanto, rização ou liberação da vespa biológico será o assunto a ser recimento de lagartas e, con- o alimento (folha, frutos, etc.) a a vespa não necessita ser co- Trichogramma, a eficiência do apresentado na palestra de sequentemente, os danos na ser consumido. Ou seja, devem locada onde a praga de encon- processo depende da determi- Ivan Cruz, da Embrapa Milho lavoura. ser aplicados em todas as plan- tra. Também não exige, como nação precisa da população da e Sorgo, Doutor em Insetos e Nos outros métodos de con- tas na pulverização, o trânsito de praga com potencial de causar muitos anos trabalhando com trole via pulverização, para que No caso da vespa Tricho- máquinas pesadas acopladas dano econômico ao produtor. controle biológico. haja eficiência, os agentes de gramma, quando liberada na a pulverizadores, combustível Este nível é determinado pela A palestra será dia 13 de mortalidade da praga (como área em pontos predetermina- e água. pesquisa. dezembro, terça-feira, às 19 os agrotóxicos, por exemplo) dos, os insetos adultos ime- Independentemente do mé- Para a lagarta do cartucho, horas, na Câmara Municipal de precisam ser colocados direta- diatamente iniciam o processo todo de controle, ou seja, pulve- este nível é entre 10-15% de Abaeté. 12 de Novembro a 12 de Dezembro/16 Publicação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda. 5 Colaboradores em Destaque

Com mais de 30 anos de de- dicação e serviços prestados, três colaboradores recebem uma homenagem especial nes- te mês de aniversário da Coo- perabaeté. Coincidentemente, todos começaram na recepção de leite e, encerrando uma bonita trajetória na cooperativa, pas- saram a trabalhar como fren- tistas nos postos de Abaeté, Paineiras e Biquinhas.

Luiz Carlos Gontijo de Var- Carlinhos, Tunico e Zico: da recepção de leite a frentistas, em mais de 30 anos de trabalho na Cooperabaeté. gas, Carlinhos, hoje com 67 anos, destaca que sua vida foi Com quatro netos e um bis- muito tempo. Tratei da família saudades. “Vou descansar um serviço, dos colegas, de encon- sempre de muito trabalho e só neto, Carlinhos se aposentou toda. Tenho três filhos e três ne- pouco, mas vou sentir falta, te- trar com os amigos”, ressaltou. de cooperativa foram três dé- há dois anos, mas só agora vai tos. Então, só tenho que agra- nho certeza. Os companheiros Quanto às mudanças, fo- cadas. “Nasci na roça e saí de deixar o trabalho. “Gosto do decer à diretoria e aos colegas de trabalho, os cooperados, os ram várias. “Era bem devagar lá com 32 anos. Quando minha serviço, dos companheiros, do de serviço”, contou. clientes, todos gostam demais no início. Diminuíram umas filha mais velha tirou o 4º ano, chefe, dos encarregados, mas Há 12 anos como frentista, de mim, graças a Deus, foi mui- escritas que a gente fazia, tudo precisava vir pra cá continuar chega um determinado tempo ele presenciou grandes trans- to bom”, contou. passou para o computador. Não os estudos. Foi quando o Ba- que a gente tem que fazer o formações desde quando co- aprendi a mexer, só me acostu- lena, diretor da Cooperativa que precisa. Foi bom ter tra- meçou a trabalhar no posto de No posto de Biquinhas, des- mei, porque aprender é custoso na época, me ofereceu serviço balhado lá. As amizades foram Paineiras. “Na recepção de leite de sua inauguração, está José depois de certa idade”, destaca. para descarregar latões. Come- muito importantes”, finaliza. era pesado, mas foi muito bom. Pinto Sobrinho, Zico, de 71 Para ele, a empresa “é uma cei ali e fiquei até hoje”, recor- Depois, no posto, ficou mais fá- anos de idade e quase 37 de família. Passaram muitos por lá da. “Criei meus três filhos traba- Para Antônio Paulino Da- cil. Vi muitas mudanças, melho- cooperativa. Com uma bonita e somos sempre amigos. A co- lhando lá e fazendo uns ‘bicos’ masceno, Tunico, de 64 anos rou demais”, ressaltou. trajetória na empresa, ele ainda operativa sempre foi uma mãe na rua. Tem 25 anos que lavo e 35 de cooperativa, a empresa Depois de 11 anos de sua não pensa em parar. “Fui o pri- pra gente, ajudou muito. Criei caixa d’água. Não tenho nada teve e tem grande importância aposentadoria, agora Antô- meiro frentista do posto. Estou meus três filhos e estou ajudan- não, mas o que tenho é tirado em sua história. “Passei mais nio prepara-se para sair em precisando parar, mas fico com do a criar um neto, com tudo de dos braços mesmo”, completa. da metade da minha vida lá, é definitivo, mas já com muitas dó porque gosto de tudo, do lá”, finaliza. 6 Publicação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda. 12 de Novembro a 12 de Dezembro/16

Histórias dos Primeiros Cooperados Gaúcho, o cavalo inteligente João César da Cunha Lemos (João Singué)

Quando foi fundada a Cooperativa de Produção, nós le- Eustáquio Márcio de Oliveira vávamos o leite até a plataforma em cima do cavalo, porque não tinha transporte. O leite era tão pouco, que cabia em Quando iniciei minhas ati- esperando que o empregado dos, inclusive ao Gaúcho. Ele duas latinhas. Tudo no início é muito difícil, e nós tínhamos vidades de produtor rural, eu viesse soltá-lo, porque ele acabou aprendendo algumas que pagar uma porcentagem para manter as despesas da levava o leite, diariamente, não conseguiu aprender a ti- manhas com os bezerros ne- Cooperativa. até a rodovia principal da re- rar a arreata, infelizmente. lores do José Lúcio. Uma vez, recebemos um comunicado do Dr. Melo, di- gião, onde passava o cami- Tempos mais tarde, quan- Numa bela manhã ensola- zendo que, além dos descontos, teríamos que pagar mais nhão que fazia o transporte, do já não era preciso levar o rada de domingo, depois da cinco dias de leite, porque a situação estava muito difícil. em latões, para a Cooperati- leite até a rodovia, porque o missa das dez, fomos nós, os Um vizinho meu pegou a folha do leite e ficou nervoso va. Não havia tanque de res- caminhão leiteiro, ainda de três amigos já nominados, le- demais quando viu o desconto. Começou a reclamar: “Isso friamento, todos os produto- latão, buscava na porta, eu var sal e contar o nosso gado. é um roubo! Tiram a nossa porcentagem e ainda querem res procediam assim. aluguei um pasto do Geraldo Eu desci do carro, andei descontar mais cinco dias.” Para facilitar o transporte, Romualdo, para colocar umas um pouco pelo pasto e vi o Ele foi lá na Cooperativa e chamou a atenção do Dr. Melo. resolvi trocar a velha carro- novilhas. Gaúcho no meio da boiada Como o Dr. Melo era muito esperto, perguntou assim: ça de bois por uma moderna Para facilitar a lida com o nelore. Ergui o cabresto e - Senhor, qual gado é o seu? charrete. Para isso, comprei gado, eu levei para esse pas- gritei: “Gaúcho, venha cá”. - Meu gado é gir, ele respondeu. um cavalo já treinado, bem to o cavalo Gaúcho, aprovei- O nosso herói levantou a ca- - O senhor tira leite desse gado gir e traz para a Coo- manso, chamado Gaúcho. tando, principalmente, a sua beça, lançou um olhar desa- perativa? O tal cavalo era tão bom melhor qualidade, que era a fiador, colocou o rabo sobre - É, uai, pois é o que eu tenho. que, poucos meses depois, o de ser muito dócil. o lombo e partiu em alta ve- Com muito bom humor, o Dr. Melo disse: Marquinho, meu empregado, Por muitos meses, o Ge- locidade acompanhando os - Então não tem importância a Cooperativa tirar do senhor colocava os latões na charre- raldo Romualdo, José Lúcio, nelores. não, porque o senhor também está roubando dos bezerros. te e o mandava sozinho para irmão dele, e eu íamos até Eu levei um susto, porque A vaca gir dá leite só pelo bezerro. O senhor rouba o leite a rodovia. Ele ia tranquila- aquela propriedade para jun- aquele não era um procedi- deles lá e vem vender para nós. mente, passava por duas por- tar o gado, o meu e o deles, mento normal do Gaúcho, Esse produtor voltou, abriu a porteira do curral e falou: teiras que já ficavam abertas, com o apoio do cavalo gaú- não consegui entender os “Não tiro mais leite, vou deixar pra esses bezerros. Já que esperava pelo caminhão e, cho. motivos dele. é deles mesmo, deixa eles mamarem”. quando percebia que as latas Algumas vezes, eu levava De repente, o que era ruim Mas como a condição financeira era difícil, dez dias cheias haviam sido retiradas só um cabresto. Era só gritar ficou pior. O Gaúcho se emba- depois ele voltou a matutar: “Mas sem esse dinheirinho do e trocadas pelas vazias, ele o Gaúcho e mostrar o cabres- raçou numa moita de cipó cor- leite como é que eu vou sobreviver? Vou voltar a tirar leite voltava para casa, devagar e to que ele vinha em minha da de viola e se esborrachou outra vez e dar lá pra Cooperativa!”. E assim foi por muitos desviando dos buracos. direção, com a cabeça baixa, no chão, com as pernas para anos, até ele falecer. Ao chegar, ele manobrava para facilitar a colocação da o ar. Minha reação foi apenas a charrete e a colocava numa corda. gritar: GAÚCHO, você me *Publicado em Novembro 2009 garagem pequena, bem aper- Mas a influência das más mata de vergonha, na presen- tada, de marcha à ré e ficava companhias pode afetar a to- ça dos meus amigos. 12 de Novembro a 12 de Dezembro/16 Publicação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda. 7 A Herança do Mourão

Dr. Fernando Soares* amarelo vem primeiro, depois vem o roxo. E os dois têm uma caracte- Quando o Rodolpho Mourão rística em comum, eles jogam as começou a namorar minha prima flores na poeira. Eles dão flores, Eunice Josefa de Sousa, eu era a ficam bonitos e secam antes de “vela”. Eles ficavam um em cada chover. Apenas anunciam: “Deus canto do alpendre, eu tinha seis vai mandar chuva”. anos e era obrigado a ficar no Todos os fazendeiros que meio dos dois, quietinho, tomando estavam ali gostam de plantar, conta. Naquele tempo era assim. gostam de ver o milho virando es- Só trinta dias depois do início do piga. Quando uma espiga aparece namoro é que podia pegar na de repente, todos os fazendeiros mão. Mais um tempo, e era per- Rodolpho de Oliveira Mourão levam a mão e apertam para ver (16/08/1917 - 06/01/2004), foi o primeiro Diretor de mitido passar o braço em cima do Laticínios da Cooperativa de Produção de Leite (de se ali tem milho. Eles gostam ombro. Beijar só um ano depois. 1965 a 1971) e Presidente da Cooperativa por quatro muito de ver o soro, gostam de O “tio” Mourão sempre foi mandatos (de 1971 a 1983) ver o arroz dando cacho, as flores muito esperto, bom de negócio. aparecendo em setembro. Todo Ele tirava uma e falava fazendeiro é louco por uma rosa assim: “Vai lá na pracinha, no bar o peso que dá no guincho depois chucou, num jogo contra o Atlético dois foram ótimos. vermelha, porque é a mais bonita. do Vandinho, compra picolé e dá de morto. É o preço da carne”. Mineiro, e teve um problema muito No enterro do Mourão, houve Assim era o Mourão. umas voltas”. E eu ia. Quando E isso acabou com o negócio, grave na coluna. um incidente: não coube o tanto Tem uma outra coisa. Junto voltava, minha tia avó Maricota desvalorizou tudo. O Getúlio A partida foi em Abaeté. O de parente e amigo importante com o Dr. José de Melo Campos e descobria. Ela era brava e falava: ficou com pena e resolveu ajudar Mourão era apaixonado pelo fu- que veio se despedir dele. E ali o Osvaldo Luiz de Oliveira, o Mou- “menino, você não tem juízo, vai os fazendeiros, inventou uma tal tebol e recebeu um drible fabuloso estava, principalmente, aquele rão deixou para os fazendeiros apanhar”. E a minha outra tia avó, moratória, o governo pagava um do ponta esquerda do Galo, Nívio. povo que tanto gostava dele e de e o povo de Abaeté uma grande Adigina, mais calma, intercedia: tanto, o fazendeiro pagava muito O jogador saiu correndo, o Mou- quem ele tanto gostava, que é o herança: a Vaquinha. E deixou “não, Maricota, você é que não pouco e tal. Mas com o Mourão rão disparou atrás, caiu, entortou que ele foi a vida inteira: um típico uma tarefa: não deixem essa Va- tem juízo. Esse menino não tem não teve disso. No dia seguinte, a espinha, teve que ser operado fazendeiro. quinha se enfraquecer. É preciso idade para saber o que ele está ele começou a vender a fazenda, duas ou três vezes, e nunca mais Todos aqueles fazendeiros dar as mãos e conversar, para fazendo”. Essa intervenção me a caminhonete, a casa onde ele consertou a espinha direita. O en- que estavam lá são como era o que os cooperados continuem evitava umas boas chineladas. morava. Ficou sem nada e foi tra- graçado é que, quando o Mourão Mourão: gostam de ouvir a melo- donos do seu próprio leite. Se um Passado o tempo, na época balhar como capataz na fazenda caiu, o Nívio falou: “O moço, por dia do leite puxado da mama da dia a Cooperativa acabar, essas certa, em 1943, o Mourão se do Ministro da Justiça, Francisco que você faz isso? Fica correndo vaca batendo no balde. Gostam empresas que estão aí pagando casou. Ele já era fazendeiro, Campos, em Pompéu. Por lá, ele igual vaca brava. Eu larguei a de ouvir o barulho do balde cheio um preço até melhor que a Itambé trabalhava muito, começou a ficou muito tempo, melhorou de bola lá atrás. Eu tô correndo e sendo virado na braúna. Gostam põem um pé no pescoço dos pro- progredir, comprou uma casa vida outra vez e, já sem dívida você correndo atrás de mim...” E de ouvir as braúnas viradas no dutores e pagam o que quiserem. muito boa na cidade, uma fazen- nenhuma, voltou a Abaeté e co- tinha sido assim mesmo... tanquinho. E o leite do tanquinho Os produtores não podem perder da, caminhonete. Mas entrou no meçou a negociar de novo. Esse O Mourão não era político, enchendo aquele carretão. Aque- o direito de gerir a si próprios. negócio do zebu, uma raça hindu gesto do Mourão foi o único em mas foi vice-prefeito durante la turma que estava lá gosta do Outra herança do Mourão foi de boi muito bonita, que fez uma toda a região. quatro anos. Foi o melhor vice- cheiro da grama molhada depois o seu exemplo, algo que falta fama danada no Brasil e quebrou O Mourão realmente tinha a -prefeito de Abaeté, não enchia o que cai a primeira chuva depois muito em Abaeté e no mundo muito fazendeiro. Inclusive o confiança do povo, tinha credibili- saco de ninguém, só trabalhava. da estiagem. Esse é o cheiro da inteiro: a honra. O Mourão viveu Mourão. Para se ter uma idéia, um dade. Ele falava muito pouco, mas Oito anos depois, ele teve uma vida. Eles gostam mais desse e morreu com honra. Ele atraves- boi zebu custava 100 mil, quando quando falava, o povo acreditava. surpresa. Apareceu outro vice- cheiro do que de um perfume de sou nevasca, chuva, tempestade, um boi comum era 100 “mirréis”. Ele não passava fuchico. Gostava -prefeito tão bom quanto ele: cum- mulher. Ver aquele pasto seco tufão, ciclone. Mas também teve Um dia, em , pergun- de aparecer muito pouco, ficava pria a obrigação e não aborrecia rebrotando, o verde crescendo, é momentos de vida muito boa. taram ao então presidente Vargas, sempre à noite em casa vendo te- ninguém. Era o Paulo Andrade. a alegria do fazendeiro. Ele voou em ares de brigadeiro. que era um grande criador de levisão, torcendo pelo Fluminense Então, se houvesse uma eleição Os fazendeiros gostam muito E navegou em mar de almirante. gado, quanto valia um boi zebu. e pelo Abaeté Atlético Clube, onde do melhor vice-prefeito que Aba- de ver o ipê amarelo florindo, O presidente respondeu: “pelo jogou como lateral direito durante eté já teve, daria empate entre o como uma mensagem de Deus, *Publicado na edição que eu sei, um boi sempre vale uns 20 anos. E onde ele se ma- Mourão e o Paulo Andrade. Os a dizer: “ainda gosto de vocês”. O de Janeiro de 2004 8 Publicação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda. 12 de Novembro a 12 de Dezembro/16

“A história humana não se desenvolve apenas em amplas batalhas e nos gabinetes presidenciais. Ela se desenrola também nos quintais, entre plantas e galinhas...” Ferreira Gullar

Silvana de Sousa Lino* Simplesmente Fazenda... aventuras das crianças e dos Era como todos se referiam jovens. Nele, longe dos olhos a ela. Sem grandes elevações, dos pais, os filhos do casal oão Ferreira de ao longe se avistava a cerca faziam suas peripécias, uns Sousa, João do da frente da casa. Uma cerca aprendiam a nadar outros não. Retiro, era dinâ- baixa, de madeira, contornan- Alguns se afogavam e eram mico, antenado, do um pátio cimentado com salvos pelos irmãos. amante do progres- um murinho de 50 centíme- Muitos cômodos compu- so, exigente com as pessoas à tros, onde os filhos, visitantes nham a casa. A sala de visitas, sua volta. Era inovador e em- e camaradas passavam tardes espaçosa, mobiliada com sofá preendedor. Amigo sincero e frescas e encantadas. e duas cadeiras com assen- honesto. Casou-se aos vinte e No pátio, se ouvia música to e encosto em palhinha. Ao dois anos, quando iniciou a for- de sanfona ou violão e conta- centro, uma mesa redonda. mação de uma grande família. vam-se casos. Ou apenas se À direita da porta principal, no D. Florinda de Paula Assis, aguardava a vez de entrar na canto, ficava a escrivaninha, a esposa, foi sempre seu por- sala de visitas e resolver pro- onde vovô João fazia toda a to seguro. Moça prendada, fi- blemas com o Sô João, ou ain- sua escrita e as anotações do embutido, onde vovó Florinda por inteiro. Foi esta a inteligen- lha de um vizinho de fazenda, da receber dele o salário. movimento da fazenda. guardava os remédios. Ficava te solução que vovó encontrou. Florinda conheceu João aos Sobressaiam neste pátio As paredes laterais da sala sempre trancado para que as Através de uma escada 15 anos, mas não se encantou dois pés de jasmim que perfu- possuíam, cada uma delas, crianças não mexessem, pois descia-se à cozinha. Espaço- pelo rapaz. Achou o cavalo mais mavam o ambiente, um pé de uma porta para dois quartos. naquela época já havia crian- sa. Paredes altas, chão ba- bonito que o dono. E quando o laranjas lisas, um pé de mag- O quarto que ficava à direita ças levadas. tido. Com mesa de madeira, encontrou pela segunda vez foi nólia e um pé de sempre lus- destinava-se aos hóspedes Fixado à parede, imponen- bancos em volta, um fogão a para se casar com ele, em 30 trosa. Também no pátio havia mais cerimoniosos. O outro à te, além de seu tempo – o te- lenha com seis bocas e onde o de julho de 1907. Foram morar dois tanques, à esquerda da esquerda, número 2, era desti- lefone. Conforme a quantidade fogo não apagava em nenhum na fazenda. porta da sala ou porta principal, nado às pessoas da família, de de toques, comunicava-se com momento. Em noites frias, seu Simplesmente Fazenda. que eram usados para a higie- caráter mais íntimo, que pas- a fazenda Retiro, com a casa assento azulejado era sempre Localizada numa região ne dos pés e das mãos antes savam temporadas na fazen- do Zicão ou com a casa do Chi- disputado pelas crianças. plana, muito bonita, de terras de se ter acesso ao interior da da. Ligando a sala de visitas co Cocão. Nesta cozinha, duas portas, férteis e abundantes em água, casa grande. à sala de jantar, um corredor Ocupando outra parede, o uma de cada lado, conduziam propícia à plantação de cana, A casa grande. Construída de aspecto assombreado, pois guarda louça. Além das louças a regos d’água, cujas serven- milho, café e ideal para a cria- conforme a arquitetura da épo- nenhum quarto abria-lhe as mais finas, guardava também tias diversificavam-se. Um ser- ção de gado leiteiro. Um local ca: paredes altas, teto forrado portas, embora houvesse esta geleias, compotas e outras gu- via para lavar vasilhas e aguar dos sonhos. Muitos ali realiza- com esteira, cômodos grandes, possibilidade. loseimas feitas pelas prenda- a horta. O outro para receber e dos. O paraíso dos filhos e um piso assoalhado em madeira, A sala de jantar era enorme, das mãos de D. Florinda. levar para longe os dejetos da doce espaço para muitos ne- janelas e as portas confeccio- com paredes recortadas por No centro da sala, circunda- casinha da privada - ele passa- tos. Assim era a Fazenda... nadas em madeira de lei. portas de mais quatro quartos da por oito cadeiras, reinava a va sob a casinha. Distante 7 km de Abaeté, Um quintal enorme com e uma porta de acesso a cozi- grande mesa. Não havia toalha Ainda outra porta levava à margeada pela estrada Abaeté- árvores frutíferas era banhado nha. Na sala de jantar, ficavam que a cobrisse ponta a ponta. dispensa, onde grandes tuias -, a aproximada- por três regos d’água. Mais alguns objetos inusitados. Uma Assim, as toalhas usadas ti- armazenavam os mantimentos. mente 200 metros do trevo de distante, um poção com águas rede sempre pronta para o ba- nham colchetes para acrescen- Prateleiras em todas as pare- Cedro do Abaeté, à esquerda profundas, límpidas e trans- lanço. Um banco, uma pia com tar partes de renda ou de outro des ficavam cobertas por quei- ficava a casa sede da Fazenda. parentes testemunhava as água encanada, um armário tecido, com intuito de cobri-la jos e rapaduras. Deste quarto 12 de Novembro a 12 de Dezembro/16 Publicação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda. 9

Casa grande, casas meno- Hoje, a Fazenda está divi- res, casa de engenho, de picar dida e tem mais de vinte pro- cana, dos boiadeiros, de guar- prietários. Entre eles, os des- dar café, do moinho, e até do cendentes de Lamounier, de gerador. A coberta de tirar leite Sr Aguinaldo Andrade, de Dr. possuía, anexada a ela, um cô- Guido, de Osvaldir de Paula e modo para abrigar os bezerri- ainda Dr Orestes, Newton Lino, nhos e para guardar arreios. Lourimar César, Enzimar Cé- Conjugado ao paiol, havia sar, Madalena Soares, Vargas, D. Florinda, Sr. João do Retiro e alguns objetos interessantes uma sala que servia como sala Betinho e outros. da Fazenda: telefone, desnatadeira, gramofone de aula. Equipada com lousa, Já não se ouvem mais as carteiras, tudo providenciado batidas do monjolo, fonte pode- por vovô João. Aí foram alfabe- rosa de fartura dos longínquos tizados alguns dos filhos do ca- tempos. Os bois não giram sal e os filhos dos agregados. mais aquele engenho e o açú- Eram contratadas professoras car ficou amargo de saudade. e também os dentistas Sr. Ata- Já não vibram mais pelo inte- balipa e Sr. Santinho, que com- rior da vivenda os risos dos que pareciam à Fazenda sempre ali viveram e lutaram por aque- que necessário. las terras. Além das casas com ser- Abandono e tristeza joga- de dispensa, descia-se alguns Os filhos eram muitos, de- dos porcos, ou de aves criadas ventias diversas, havia mais ram a casa grande no chão. Um degraus e havia o cômodo de zessete, ajudavam um pouco. ali. Para o cozimento de todo casas onde moravam as fa- lugar que abrigou uma enorme banho com água encanada e Os empregados eram mais, e qualquer alimento, usava-se mílias dos camaradas. Mais família e lhe deu o sustento e a serpentina, o que a tornava porque o movimento da Fazen- banha ou gordura de porco. parecia uma pequena cidade. fartura de outrora... Permanece quentinha. da era enorme. Verduras e frutas em profu- Formavam o chamado rua- apenas na memória, pois quem A luz, provinda de um gera- O feijão colhido na roça era são vinham da horta e do po- do, onde moravam os traba- a conheceu nunca dela poderá dor movido a água, era o que guardado na tuia. Para conser- mar do quintal. Somente o sal lhadores que desfrutavam da se esquecer. mais motivava as constantes vá-lo, nada de produtos quími- e o querosene eram compra- companhia, da confiança, das Dos 17 filhos do casal so- visitas de pessoas à Fazenda, cos. D. Florinda o “curava” com dos na cidade. Os doces ca- festas, enfim da vida daquele breviveram 110 netos, 250 para apreciar os feitos de vovô banha ou com terra. O arroz seiros eram feitos conforme a lugar. Muito contribuíram com bisnetos, 260 trinetos e 40 te- João e se fartar das deliciosas colhido e pilado. O milho servia colheita das frutas: de cidra, de seu serviço, sua amizade e sua tranetos, formando uma das guloseimas de vovó Florinda. para o assado, para o mingau, goiaba, de banana, de laranja, consideração para com a famí- maiores famílias do Centro As irmãs de vovô João diziam: a pamonha, o angu e os bolos de mamão e muitas mais. Uma lia. Totalizavam umas quinze Oeste de . Seus “As coisas de João parecem e biscoitos e até para a farinha. época de estações acentuadas casas no local. descendentes ocupam as mais do capeta. Na Fazenda, a luz Da mandioca também tira- e mais equilibradas do que hoje Foi neste pedacinho de céu variadas profissões e buscam acende sem querosene e nem vam a farinha e o polvilho, da em dia proporcionava planeja- que os filhos e muitos netos realizações pessoais e profis- pavio”. cana a rapadura, o melado e a mento das atividades. nasceram e viveram muitos sionais. Mais parecia uma cidade cachaça. Esta feita pela velha Além de porcos, gado leitei- momentos de alegria e chega- Muitos não conheceram Sr. aquele local, tal o movimento. alquimia através da fermenta- ro, cavalos e aves, a criação de ram bem perto da felicidade. João e nem D. Florinda, mas As lavouras, o gado, o engenho ção, destilação, envelhecimen- ovelhas, cabritos também fa- Com a partida de Vovô têm certeza de que sua ener- de madeira puxado por bois, a to por processos naturais. En- ziam parte da vida na Fazenda. João, as coisas mudaram. As gia permanece e faz brotar em confecção de polvilho e man- fim, fabricada com cuidados O azeite extraído da mamo- terras foram partilhadas com nossos corações tributos de dioca, na roda de madeira. O artesanais. na era utilizado para untar as os 17 filhos, que, criados de respeito, carinho e amor. engenho grande e o poderoso O café também se planta- correias e “peias” de vacas, as forma benevolente e diante monjolo movido a água, que va. Depois de seco e torrado, juntas dos carros de bois e tudo das transformações do mundo, (Resumo do 4º Capítulo do corria em abundância na bica era moído para o consumo. A que de lubrificação necessitas- venderam-nas quinhão por qui- livro Simplesmente Fazenda, vinda do volumoso açude. carne proveniente do gado, se. nhão... de Silvana de Sousa Lino) 10 Publicação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda. 12 de Novembro a 12 de Dezembro/16

Bruna Leonel Supervisora de Projetos e Qualidade da CCPR/Itambé

VENDE-SE UM TERRENO VENDO OU TROCO POR de 27 hectares na Macaúbas, GADO: Você sabe o que é sobreordenha Paineiras, a 6 km do asfalto. - 1 ORDENHA GEA (Westfalia) Tem casa, curral, água, ener- com mini circuito fechado gia: (37) 99952-3388 - 1 TANQUE GEA (Westfalia) e quais os seus efeitos? 1500 litros, semi novo ALUGA-SE UM TERRENO - 1 ENSILADEIRA JF60 com de 80 hectares no Paredão, carrinho reboque A ordenha é a atividade que todo formado, ideal para gado Tratar: (37) 99941-1164 mais demanda mão de obra de corte: (37) 99919-9536 numa fazenda produtora de leite. (Valéria) VENDE-SE 01 ORDENHADEI- O aumento do número de vacas RA Westfalia, 04 conjuntos, em lactação nos rebanhos au- VENDO DOIS LOTES juntos, circuito fechado em aço inox, área total 780 metros quadra- seminova toda revisada e 01 menta a necessidade de mão de dos. Valor a combinar (37) GERADOR BAMBOZZI 15 KVA obra qualificada e acarreta em 99988-3260 novo, completo com chave re- maior tempo de ordenha. Para versora: (37) 99956-4654 otimizar esse tempo de ordenha, VENDO UM LOTE 12/30m2 é comum o produtor instalar uni- bairro Simão da Cunha, valor VENDE-SE UM TANQUE de 3 dades de ordenha adicionais. a combinar: (37) 99988-3260 mil litros Plurinox, seminovo, 04 Porém, nos sistemas de orde- ordenhas: (37) 99915-1515 VENDE-SE CASA no Bairro nha sem extratores automáticos Amazonas, Rua Martim Con- VENDO TANQUE Sulinox 1500 de teteiras, em que o número de sadores de mastite que estão leite, pode haver transferência tagem Nº 110: (31) 98611- l e um Plurinox 1500 l: (37) conjuntos de ordenha ultrapassa presentes no ambiente. Quan- de bactérias dos quartos infec- 2954 ou (37) 99934- 6426 99955-8127 o potencial de trabalho dos or- do acontece a sobreordenha, tados para os quartos sadios, o (Dora) denhadores, o risco de ocorrer a as teteiras continuam nos tetos que aumenta mais ainda a inci- VENDO 01 FREEZER semino- sobreordenha é maior. das vacas por um tempo sem dência de mastite. VENDE-SE UM IMÓVEL no vo: (37) 99955-1497 (Dila) A sobreordenha é a perma- ter fluxo de leite, e isso pode Produtor, fique atento para Bairro São Pedro, com dois salões de comércio. Ou troca- CALÇAMENTOS em currais, nência do conjunto de ordenha afetar a integridade da pele que o tempo de sobreordenha -se por sítio no mesmo valor: estradas e ruas: (37) 99956- acoplada nos tetos das vacas dos tetos, causando lesões e não ultrapasse dois minutos. É (37) 99955-1497 ( Dila) 4848 / 98814-8544 (Vando Pe- mesmo depois que já finalizou o prejudicando o fechamento do necessário adequar a duração dra Azul) fluxo de leite. O principal efeito esfíncter do teto. O resultado é do tempo de ordenha com a ro- VENDE-SE CARRETA de 1 da sobreordenha é o aumento o maior risco de infecções intra- tina de trabalho dos ordenhado- eixo, nova, para transporte MEDIÇÕES E DIVISÕES DE das células somáticas, pois a so- mamárias. res. Ações como o treinamento de equinos: (37) 99837.9529 FAZENDAS, loteamentos e ge- breordenha afeta negativamente As lesões, quando crônicas, de mão de obra, instalação de (Luciano) orreferenciamento: (37) 99965- 9027 (Pereira Engenheiro) a condição dos tetos e a ocorrên- causam o que chamamos de extratores automáticos de tetei- VENDEM-SE UMA MULA, cia de mastite. hiperqueratose, que é a calo- ras e a adequação do número uma égua e uma porda. Óti- FONOAUDIÓLOGA Após a ordenha, o esfíncter sidade na ponta dos tetos. Isso de conjuntos de ordenha con- mo preço: (037) 99962-3187 Dra. Isabel Cristina: (37) 3401- do teto (orifício por onde sai o facilita muito a entrada de bac- forme a capacidade de trabalho (Vilma) 0021 ou 99832-0021 leite) continua aberto durante um térias causadoras de mastite dos ordenhadores são práticas tempo e depois se fecha forman- no teto e em partes superiores que podem auxiliar na manu- do uma barreira física que pro- do úbere. Outro ponto negativo tenção da integridade dos tetos tege o interior do úbere contra a da sobreordenha é que duran- e da sanidade da glândula ma- invasão de microrganismos cau- te o período de baixo fluxo de mária do rebanho.

CONVÊNIO COM ESCOLA DE INGLÊS AGRADECIMENTO ESPECIAL A Cooperabaeté comunica que está aberto um con- Newton de Sousa Lino agradece, sensi- vênio com a escola de inglês CCAA de Abaeté, que bilizado, as pessoas que rezaram, envia- disponibilizará aos associados e colaboradores e ram mensagens de apoio, pensamentos seus dependentes de primeiro grau desconto de 40% positivos pela restabelecimento de sua no primeiro semestre e 30% nos semestres subse- saúde. Que Deus abençoe e retribua quentes. Informações pelo telefone 3541-6400. cada um de vocês! (31) 99982-1156, (38) 99988-7064, (37) 3755-2092 12 de Novembro a 12 de Dezembro/16 Publicação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda. 11 Campanha de Vacinação contra a Febre Aftosa

Dia 1º de novembro, come- armazenamento corretos deste Comprovação no site çou a segunda etapa de vaci- produto. A legislação prevê como obri- nação anual do rebanho mineiro “Do momento em que forem gatório que os produtores rurais contra a febre aftosa. Os pro- adquiridas na loja, durante o trans- comprovem a vacinação dos ani- dutores rurais terão até 30 de porte e até o momento da aplica- mais de sua propriedade junto ao novembro para vacinar bovinos ção, as vacinas deverão permane- IMA. e bubalinos de sua propriedade cer em ambiente refrigerado. “Basta que o produtor acesse com idade de zero a 24 meses. A É fundamental mantê-las em o endereço www.ima.mg.gov.br, primeira etapa ocorreu em maio geladeiras ou em caixas térmicas onde terá um link para o Formu- deste ano. com muito gelo, de forma que lário de Declaração de Vacina- A vacinação é obrigatória e é estejam armazenadas em tem- ção, também conhecido como a forma mais eficiente de se pro- peratura entre 2 e 8 graus centí- Carta Aviso de Vacinação, onde teger os animais contra a doen- grados, inclusive no momento da ele poderá fazer essa comprova- ça. O produtor que não vacinar aplicação. ção”, informa o diretor-geral do os animais estará sujeito a multa Além disso, deve-se agitar o IMA. de 25 Unidades Fiscais do Esta- rão ser vacinados, nesta etapa, Cuidados para vacinar frasco da vacina antes da utiliza- Para fazer essa comprovação, do de Minas Gerais (Ufemgs) por cerca de 9,6 milhões de animais. O diretor-geral do IMA Marcílio ção e administrar a dose correta, será necessário que o produtor te- animal, o equivalente a R$ 75,27 Para comprar a vacina o pro- de Sousa Magalhães lembra que que é de 5 mL. São cuidados que nha em mãos as notas fiscais de por cabeça. dutor deve apresentar CPF e o produtor deve adotar alguns cui- irão garantir a eficiência da vacina- compra da vacina, informações O Instituto Mineiro de Agro- identidade nas lojas de revenda dados para garantir a eficiência da ção e a imunização dos animais”, necessárias para se comprovar a pecuária (IMA) estima que deve- de produtos veterinários. vacina. Entre eles, o transporte e ressalta. vacinação.

MELHOMELHORESRES NA EM QUALIDADE QUALIDAD DOE DLEITEO LEITE - OUTUBRO - JANEIR 16 O 15

Contagem Bacteriana de Células Somáticas Porcentagem de Proteína Total Porcentagem de Matéria Gorda PRODUTOR (MATRÍCULA) CBT PRODUTOR (MATRÍCULA) CCS PRODUTOR (MATRÍCULA) % PROTEÍNA PRODUTOR (MATRÍCULA) % GORDURA Geraldo Evando Pereira (0242) 2.000 Adelino José C Sobrinho (1611) 37.497 Marcelo José Oliveira Maciel (1714) 3,60 Cerenita Cézar da Cunha (0402) 4,35 Elizete C. Nogueira e Outros (0255) 2.000 Geraldo José Correa (3656) 37.497 Geraldo Donizete Mendes (4638) 3,60 Ildeu José Ferreira (0235) 4,29 João Carlos de Oliveira (0670) 2.000 João Leivindo da Cunha (1518) 40.000 Elismar Noronha Lima (3459) 3,56 José Maria da Silva (3522) 4,27 Marcelo José Oliveira Maciel (1714) 2.000 João Mendes Souza Filho (4393) 45.000 Geraldo Magela de Carvalho Jr (3592) 3,56 Ismenia de Oliveira Martins (0190) 4,27 Paulo Roberto F Andrade (2066) 2.000 Altivo Rodrigues Pereira (4234) 52.000 Ricardo Assis Santos (0114) 3,53 Elismar Noronha Lima (3459) 4,20 Sebastião José de Freitas (3573) 2.000 Valdir Vicente de Sousa (3078) 58.992 Felipe Alberto Xavier de Oliveira (0358) 3,51 Geraldo Magela de Carvalho Jr (3592) 4,20 Valdir Vicente de Sousa (3078) 2.449 Efren de Sousa Machado (2018) 59.025 Luiz Alberto de Oliveira (0811) 3,51 Marcelo José Oliveira Maciel (1714) 4,16 Alexandre de Souza Valadares (0276) 2.828 Evandir Ferreira (1556) 63.000 Ildeu José Ferreira (0235) 3,49 Agroville Agric. e Empreend. Ltda (4641) 4,14 Higino Cunha Valadares (0782) 2.828 Carlos César Correa (3117) 86.948 Aluísio Pereira Dayrell (0356) 3,49 Edi Ferreira da Silva (0284) 4,14 Luiz Carlos de Araújo (0683) 3.000 Lucimar Gonçalves de Souza (4694) 90.000 José Maria da Silva (3522) 3,48 Geraldo Gilmar C Toledo (3483) 4,13 Adelino José C. Sobrinho (1611) 3.000 Isaelmon César Damasceno (4110) 92.000 Fabio Eugenio Lemos Costa 0441 3,47 Alexandre de Souza Valadares (0276) 4,11 Geraldo José Correa (3656) 3.000 Ivair César Damasceno (4113) 92.806 Ismênia de Oliveira Martins (0190) 3,46 Geraldo Donizete Mendes (4638) 4,10 Antônio do Carmo Fróes (0301) 3.162 Marcelo Francisco da Costa (0362) 95.724 Maristene Teixeira Costa (0270) 3,45 Carlos Antônio de Andrade (3125) 4,10 Elismar Noronha Lima (3459) 3.162 José Soares (3007) 101.578 Sílvio Antônio da Costa (0588) 3,45 Helvécio Alexandrino Arruda (2605) 4,10 Geraldo Magela de Carvalho Jr (3592) 3.162 Valdir Ferreira de Andrade (2003) 105.442 Vilma Cândida de Oliveira (3509) 3,45 Guilherme A. Pereira Mendes (0962) 4,08 Eustáquio Márcio de Oliveira (0797) 3.162 Aloísio Antônio Cunha (3429) 119.000 Valdir Vicente de Sousa (3078) 3,45 Antônio Noronha de Lima (4447) 4,08 Guilherme A. Pereira Mendes (0962) 3.464 João César da Cunha Sobrinho (1574) 135.724 Luiz Antônio Arruda Filho (1725) 3,44 João Eustaquio de Lima (3130) 4,07 Júlio Ricardo Ferrão (2117) 3.464 Paulo Roberto F Andrade (2066) 149.419 Cerenita Cézar da Cunha (0402) 3,43 Felipe Alberto Xavier de Oliveira (0358) 4,07 Márcio Túlio de Avelar e Outro (0813) 3.873 Julio Ricardo Ferrão (2117) 151.918 Newton de Sousa Lino Filho (1700) 3,42 Luiz Alberto de Oliveira (0811) 4,07 Alicimar Andrade da Silva (0819) 4.000 João Carlos de Oliveira (0670) 153.987 Judith Maria Ferreira Mendes (0473) 3,42 João Carlos de Oliviera (0670) 4,06 Telesmar Oliveira de Faria (1707) 4.000 Levi Altivo de Paula (1597) 156.375 Luismar Rodrigues Bueno (4645) 3,42 Ricardo Assis Santos (0114) 4,05 Gilmar Sousa Machado (3138) 4.000 José Eustaquio Marcelino (3479) 159.000 José Edivaldo de Faria (0439) 3,35 Daniel Gonçalves Rios (3137) 4,03 Lacerdino Barbosa da Silva (3559) 4.000 Valdemar Pereira da Silva (3520) 174.000 Geraldo Mendes Morato Filho (0452) 3,35 Maristene Teixeira Costa (0270) 4,03 Eugênio Antonio da Costa Filho (0351) 4.243 Geraldo Donizete Mendes (4638) 189.000 Iraci Oliveira da Costa (0561) 3,35 Silvio Antônio da Costa (0588) 4,03 Diany Alves Mendonça (0430) 4.243 Ricardo Macedo Valadares (0406) 194.160 Atamir Ramiro de Campos (3452) 3,34 José Vieira de Moura (3657) 3,99 Ismenia de Oliveira Martins (0190) 4.583 Francisco e Valadares (3764) 194.160 Dilermando Oliveira Gomes (2536) 3,33 Vilma Candida de Oliveira (3509) 3,96 Dirceu de Oliveira Gomes (0468) 4.583 José Pereira Ribeiro (2120) 200.000 Ataide Ramiro Campos (1127) 3,33 Newton de Sousa Lino Filho (1700) 3,94 Judith Maria Ferreira Mendes (0473) 4.899 José Maria da Silva (3522) 202.650 Geraldo Evando Pereira (0242) 3,33 Paulo Roberto F Andrade (2066) 3,93 Iraci Oliveira da Costa (0561) 4.899 Francisco Brandão (0205) 210.000 Antonio José de Barros Neto (0589) 3,33 Fabio Eugenio Lemos Costa (0441) 3,93 Ildefonso Gonçalves de Oliveira (0296) 5.292 Enivaldo M de Sousa e Outra (4464) 211.733 Torquato Barbosa Tavares (0537) 3,32 Ronaldo Antonio Silva e Outro (4111) 3,93 12 Publicação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda. 12 de Novembro a 12 de Dezembro/16 Parabéns aos Campeões em Qualidade do Leite do mês

IOGURTE CASEIRO para sorvete).

Ingredientes: Bata o leite, a liga neutra, o açú- - 2 litros de leite morno (não car e o sabor no liquidificador. pode ser quente) Leve ao congelador até endure- - 1 copo de iogurte natural sem cer. Depois, coloque o emustab sabor e leve ao congelador novamen- - 1 copo e meio de açúcar te até ficar no ponto de sorvete. (americano) - 2 copos de Quic de morango BROA DE FUBÁ Amorne o leite e misture o io- DE CANJICA gurte natural. Espere coalhar. Quando estiver bem coalha- - 3 ovos do, bata no liquidificador com - 3 colheres de açúcar o Quic e o açúcar. Coloque na - 1 copo de leite geladeira em uma vasilha gran- - 1 pitada de sal de e espere gelar. - 3 copos de fubá de canjica - Queijo para colocar em SORVETE CASEIRO tirinhas no meio

- 2 litros de leite Bata o ovo, o açúcar, o óleo, o - 1 colher e meia de liga neutra leite, o sal e, por último, o fubá Na Contagem Bacteriana, empataram em 1º lugar, com para sorvete de canjica. Amasse até ficar no 2.000 ufc/ml: Geraldo Evando Pereira (0242), Elizete C. - 3 colheres de sabor a esco- ponto de enrolar as broas. De- Nogueira e Outros (0255, representados pelo vaqueiro lher (uva, creme, morango etc.) pois, faça bolinhas e coloque Alexandre), João Carlos de Oliveira (0670), Marcelo José - 2 copos americanos de uma tira de queijo por dentor Oliveira Maciel (1714), Paulo Roberto F Andrade (2066) e açúcar quando estiver enrolando. Asse Sebastião José de Freitas (3573). - 1 colher e meia de emustab em forno médio por uns 40 mi- Na Contagem Bacteriana, os campeões de outubro foram (emulsificante e estabilizante nutos. o Sr. Adelino José C Sobrinho (1611) e seu filho Geraldo José Correa (3656), com 37.497 ccs/ml.

Melhor desempenho Melhor desempenho Maior eficiência alimentar Maior eficiência alimentar

Ótimo custo benefício Ótimo custo benefício Alta energia Alta energia 12 de Novembro a 12 de Dezembro/16 Publicação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda. 13 Marcelino: “o amor ao trabalho faz toda a diferença”.

“Uma cooperativa chegar experiência com associação. aos 88 anos é fruto do trabalho Uma coisa interessante é que de várias equipes, de muitos um dos objetivos dos Núcleos produtores, colaboradores e é encontrar e formar novas li- pessoas que acreditaram nes- deranças para as cooperativas. se projeto. É preciso valorizar E eu fui o primeiro frequentador muito essa instituição, porque de Núcleo que se tornou dire- permanecer no mercado por tor da Cooperabaeté, o que eu tantos anos não é fácil. Dentre acho muito válido”, ressalta. outras vantagens, a Cooperati- Marcelino também teve uma va é uma balizadora de preços participação direta na criação na região, faz com que eles fi- do Núcleo de Jovens Cooperati- quem mais competitivos”. Com vistas. Durante sua experiência esse depoimento, o cooperado como diretor da Cooperabaeté, e ex-diretor da Cooperabaeté, ele fez uma pós-gradução em José Eustáquio Marcelino, des- Educação do Campo, na Uni- taca a grande importância da versidade Estadual de Montes empresa para toda a região, ao Claros, finalizada com um TCC longo dessas quase nove déca- sobre a falta de sucessão na das de vida. atividade rural. “Na época, eu e o Marcos Retomando a atividade visitamos um grupo de Jovens Após um período longe da José Eustáquio e Nega: mantendo a tradição familiar de amor à produção rural. Cooperativistas em Patrocínio, produção rural, quando atuou e o meu trabalho se concluiu como diretor do Sicoob São Nega mantêm a tradição rural Em 1995, Marcelino se as- se desvincular um pouco da com a criação do grupo de Aba- Francisco, ele está de volta à iniciada por seus antepassa- sociou à “Cooperativa Mista de produção de leite. “O que me eté. Fico muito feliz em saber atividade, com muito entusias- dos. Abaeté Ltda” (atual Cooperaba- deixou bem contrariado”, diz. que os encontros de jovens mo e dedicação, ao lado da Filho do agricultor João Mar- eté) e forneceu o primeiro leite, Este ano, José Eustáquio continuam, no objetivo de valo- esposa Celgis César Correia, celino, Eustáquio nasceu na Fa- com apoio do sogro, que cedeu encerrou suas atividades na rizar essa questão da sucessão Nega, e agora mais perto do so- zenda Extrema, a seis quilôme- um pedaço de terra ao casal. cooperativa de crédito para se do trabalho que os pais reali- gro, Osvaldo César da Cunha tros de Biquinhas. “Quando fui Em 2003, integrou o Con- dedicar novamente à produção zam, mostrando que é possível (Zada). pra cidade estudar, ficava louco selho de Administração da rural. E desta vez, em proprie- viver no campo hoje, utilizando Na Fazenda Capão dos pra chegar o fim de semana pra Cooperabaeté e, em 2010, foi dade própria, uma vez que, em de novas tecnologias, além de Neres, em Cacimbas, o casal voltar pra roça. Com oito anos, convidado para participar da dezembro do ano passado, os preparar novas lideranças para produz cerca de 80 litros/dia e, já ia pra fazenda a pé”, recorda. diretoria. “Foi uma época de sogros fizeram uma doação das as cooperativas”. mesmo com as dificuldades im- Depois da formatura no Ma- grande aprendizado. Trabalhei terras aos filhos. Segundo ele, nas pesquisas postas pelo momento, a alegria gistério, ele até tentou se adap- com duas pessoas extraordiná- Sempre presente em even- realizadas durante o estudo, do recomeço é grande. “Estou tar em Brasília para trabalhar rias, o Henrique e o Eustáquio tos, cursos e palestras técnicas, somente 12% dos jovens filhos me preparando, trabalhando e continuar os estudos, mas Márcio. Foi um período muito ele pretende ingressar agora no de produtores entrevistados muito e ganhando pouco, mas não aguentou. Voltou um ano e bom na minha vida”, avalia. Projeto Educampo, para traba- em Abaeté, Paineiras, Biqui- feliz. Não perco o entusiasmo, meio depois. Ao fim do mandato como lhar com mais tecnologia e pro- nhas e Morada Nova preten- porque estou fazendo o que Em 1986, teve o primeiro diretor comercial da Coope- fissionalismo. diam seguir a atividade rural. gosto. A primeira coisa é gostar contato profissional com as sa- rabaeté, Marcelino recebeu Parabenizando a Coopera- “Com esse trabalho de núcleos, do que se faz, e a atividade ru- las de aula, quando substituiu a o convite para ajudar a dirigir baeté pelos 88 anos de vida, mesmo que o produtor não te- ral sempre me atraiu, faço com professora Maria Alves na es- o Sicoob São Francisco, em Marcelino cita como uma gran- nha filhos interessados na ativi- gosto. Preciso do retorno finan- cola de Cacimbas... e começou Morada Nova. Atendendo ao de realização a organização dade, ele pode preparar alguém ceiro para minha sobrevivência, a namorar com Nega. Casou-se pedido do novo presidente da do quadro social em Núcleos pra sucedê-lo, com acompa- mas, não vindo, a gente vai em 1991, mais tarde se tornou Cooperabaeté, Eustáquio Már- Cooperativistas. E ele fala com nhamento dos filhos que estão driblando a crise e chega lá”, diretor da escola e assumiu a cio, ficou mais um mandato no muita propriedade. “O primeiro exercendo atividades urbanas. ressalta. Secretaria de Educação de Mo- Conselho de Administração. Foi núcleo criado foi o de Cacim- É importante investir na educa- Assim, José Eustáquio e rada Nova. nesse período que ele precisou bas/Poções, até pela nossa ção nesse sentido”, finaliza. 14 Publicação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda. 12 de Novembro a 12 de Dezembro/16 Sr. Zada: lições de história, amor e vida

Christiane Ribeiro Lu Raquel

Com reverência e orgulho, Zada guarda a foto da família de seu avô, Tibúrcio César da Fonseca, e repete a história de união familiar e amor à terra. Uma grande alegria é ver seis dos sete filhos morando com suas famílias nas terras doadas por ele e a esposa, como um legado de uma vida de amor e muito trabalho. “Estamos sempre juntos. O Carlinhos, que mora e trabalha em Abaeté, vem aqui toda semana”, conta Zada, entre os filhos Celina, Celislene, Celgis, Carlos, Calbes, Célia e Selma.

José Eustáquio Marcelino subsistência, criação de gado a lenha. Ali a chama não se De forma que, ao final do dia, colaborador, adentrava no cer- e engorda de porcos, base da apaga, uma vez que, às 9 horas os potes estão cheios de doce, rado, escolhia a madeira, apa- Desde 2014, a pior seca da economia daquela época. da manhã, o almoço já está ser- as peneiras cheias de pamo- rava, lavrava e arrastava com história assola Morada Nova e O Sr. Zada, como é conhe- vido e as panelas permanecem nhas, os tabuleiros cheios de uma junta de bois para o ponto grande parte das Minas Gerais. cido por todos, casou, adquiriu aquecidas a fogo baixo para os bolo e as barrigas empanturra- de recolhimento. O lado bom deste episódio é a família e, com muita garra e retardatários que chegam ao das de tanta comilança. O trabalho, além de pesa- reeducação das pessoas em esforço, conseguiu ampliar em longo do dia para “serrotar um Desculpe! Empolguei e não do, era difícil, pois havia muito relação ao meio ambiente, uma muitas vezes o patrimônio que almoço”, inclusive eu. falei sobre a aula de história. gravatás, tocos e espinhos. vez que ninguém acreditava que seu pai lhe confiara. De forma Seu Zada é uma pessoa O fato relatado por ele foi que, Mas todo esse cansaço era uma região que armazenava o que, na década de 90, já era de pouca ambição. Raramente antes da construção da barra- compensado quando chega- maior volume de água pudesse possuidor das terras da Fazen- viaja ou participa de grandes gem de Três Marias, o comér- va o dia do transporte. Nessa ter sua economia abalada por da . Fazenda que festas. Sua maior diversão é cio da região era feito através ocasião, dezenas de carros de falta deste precioso líquido. se localiza entre os Povoados um jogo de truco com os ami- da Via Férrea que tinha uma bois juntavam-se em comitiva Outro fator positivo deste de Cacimbas e Poções, tornan- gos e a reunião familiar. estação na chamada Barra do para transportar as pesadas período que vivenciamos é o do-se ponto de referência na Quando ele percebe que a , próximo ao Distrito toras até a Barra do Paraope- resgate do passado, devido localidade. família está dispersando, com- de Frei Orlando, que na época ba, transformando as estradas às lembranças que afloram ao Sua popularidade deve-se pra logo três sacos de milho se chamava Junco. Segundo o esburacadas no palco da mais ver ressurgir das profundezas ao carisma e à receptividade. verde e liga para cada um, di- Sr. Osvaldo, os fazendeiros da linda sinfonia: o canto dos car- da represa remanescentes de Quando alguém chega à sua zendo que precisa da turma no região de Cacimbas vendiam ros de bois. construções, pontes, cercas, ca- casa, logo é convidado para en- dia seguinte para fazer umas o excedente da produção na- Estes fatos explicam o gran- minhos antigos e a famosa Es- trar na humilde cozinha, onde pamonhas. Essa estratégia fun- quela estação e ali compravam de sucesso da Festa do Carrei- tação da Barra do Paraopeba. possui uma mesa rústica com ciona muito bem, pois a labuta ferramentas, sal, tecidos e al- ro de Cacimbas. Ela só tornou Na semana passada, em algumas guloseimas em cima. dura o dia inteiro. Suas filhas e gumas novidades que vinham tradicional porque foi criada em um bate papo com meu so- Ali sempre tem um pote com sua esposa Dona Irani, que são dos grandes centros. bases fundamentadas, ou seja, gro Osvaldo César da Cunha doces, um queijinho, um prato exímias cozinheiras, se reve- Outro produto fornecido por pessoas que reviveram e (Zada), tive uma excelente aula de biscoitos e a tradicional ra- zam. Umas vão para a cozinha, pelos cacimbenses eram os revivem uma importante página de história. Ele instalou-se na padura de mamão, iguaria que outras vão fazer doces e os de- dormentes, toras de madeira de nossa história. Dentre elas, região de Cacimbas na década ele mesmo fabrica e não tem mais descascar o milho, ralar, lavradas a machado para rece- está este personagem vivo da de 40, quando ainda era soltei- igual na redondeza. temperar a massa, amarrar e ber os trilhos de ferro em cima. história de Morada Nova, Os- ro. Ali desbravou mato e cerra- Naquela cozinha, outra cena cozinhar as pamonhas, numa Durante semanas, o Sr. Zada, valdo César da Cunha, ou sim- do para praticar a agricultura de que chama a atenção é o fogão verdadeira linha de produção. juntamente com um amigo e plesmente Zada. 12 de Novembro a 12 de Dezembro/16 Publicação da Cooperativa dos Produtores Rurais de Abaeté e Região Ltda. 15

Uma aula de cooperativismo e amor ao trabalho com o Professor e Produtor Arnon Araújo.

Há cerca de seis anos, o co- operado Arnon José de Araújo vem investindo na atividade ru- ral, mas a paixão pela vida no campo surgiu bem antes disso. “Meu pai é produtor. Vivi a vida toda com ele e adoro isso. Sinto que a roça é meu lugar”, reco- nhece. Além de produtor rural, ele atua, na cidade de Biquinhas, como professor de Geografia e vice-diretor. “Trabalho na escola e gosto de dar aula, mas o lugar onde me sinto à vontade é lá na roça. Se Deus me der saúde, pretendo continuar trabalhando lá a vida toda”, planeja. Na fazenda , em Biquinhas, Arnon produz cerca de 400 litros/dia, com o objetivo de incrementar essa produção. “Às vezes, o pessoal fica falan- do para vender as vacas, que Produtor e Professor Arnon, com os filhos César e Sofia, o ajudante José Maria e alguns alunos de Geografia. o negócio não dá lucro, mas a gente fazendo o que gosta, mesmo que dê um pouquinho “Acordo às quatro horas todo operativista dos produtores da lhe proporcionam cotidiana- de Biquinhas pegou fogo, a ci- só, já vale a pena... Comecei dia, vou direto para o curral e às região onde vive, no Barreiro mente, Arnon destaca que foi dade toda sentiu e viu o quanto com 9 vacas, hoje tenho mais 9:30 horas, já estou na escola Vermelho, ele vem sendo, ao importantíssima sua participa- precisava dela. Os preços dos de 50. Então, de certa forma, é dando aulas”, explica. menos, minimizado. “Os córre- ção como conselheiro da ad- outros mercados subiram bas- um investimento que está dan- Durante a semana, seu tem- gos secaram todos, mas temos ministração da Cooperabaeté tante, porque não tinham mais do certo, estou crescendo”, co- po fica dividido entre a escola um poço artesiano comunitário na gestão anterior. “Foi uma a cooperativa como referência. memora. e a fazenda, mas aos sábados que ajuda todo mundo. Às ve- experiência muito boa. Adorei Foi um transtorno muito grande Seu objetivo é manter a e domingos, ele aproveita para zes, a prefeitura pega água do trabalhar lá. Fiquei um perío- para toda a sociedade”, recor- quantidade do rebanho, até matar a saudade da família. “É meu poço para socorrer algum do de três anos e foi bom até da. pelo tamanho da propriedade, muito apertado. Só encontra- outro produtor. Nessa hora, um aqui para dentro da escola”, Para ele, o grande diferen- e aumentar sua produtividade. mos no final de semana, por- tem que ajudar o outro, porque destacou. “É uma turma muito cial da cooperativa é que “tudo “Estou investindo nessa parte que vivem em Morada Nova. a situação está feia mesmo”, competente e o pessoal leva que a gente solicita, a diretoria de insumos, dando uma ali- Minha esposa dá aula o dia analisa. “Na região, são pe- as coisas muito a sério. Não é analisa se tem ou não condição mentação de qualidade para todo e trabalha em duas esco- quenos produtores, quase to- fácil administrar uma empresa de fazer. É muito bom quando o gado para que, com menos las lá”, conta. dos trabalham com leite. E lá daquele tamanho”, reconhece. você vai num local onde os di- quantidade de animal, eu con- ainda existe essa questão de Em sua avaliação, a coope- rigentes conversam com você. siga produzir mais leite”, diz. Espírito Cooperativista dar cana, capim. Grande parte rativa é uma empresa de suma Esse é o lado cooperado, eles Para o trabalho na fazenda, Atualmente, um grande das pessoas não vendem, elas importância para toda a comu- sempre têm uma porta aberta”, ele conta com um ajudante fixo, empecilho que dificulta, e mui- doam”, completa. nidade, além de ser um local finaliza, parabenizando a Co- mas nunca deixa de partici- to, a vida de todos é a falta de Além dos aprendizados que onde se recebe um atendimen- operabaeté pelos 88 anos de par diretamente da lida diária. água, mas, com o espírito co- a vida no campo e na educação to diferenciado. “Quando a loja vida e prestação de serviços.