Estudo De Potencialidades
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ESTUDO DE POTENCIALIDADES DEZEMBRO 2017 FICHA TÉCNICA © 2017. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais – SEBRAE TODOS OS DIREITOS RESERVADOS É permitida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio, desde que divulgadas as fontes. INFORMAÇÕES E CONTATOS Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais – SEBRAE Regional Jequitinhonha e Mucuri Avenida Francisco Sá, 207, Centro – CEP 39.800-127 – Teófilo Otoni - MG Telefone 0800 570 0800 Home: www.sebrae.com.br/minasgerais SEBRAE MINAS PREFEITURA MUNICIPAL DE NANUQUE Presidente do Conselho Deliberativo Prefeito | ROBERTO DE JESUS OLAVO MACHADO Secretário de Desenvolvimento Econômico | ALEXANDRE ALDEN FONTANA Superintendente AFONSO MARIA ROCHA ESFERA CONSULTORIA Diretor de Operações Diretor de Administração e Finanças | ANDRÉ MARDEN MÁRCIO MAGALHÃES JORDANI RODRIGUES DE FREITAS Diretor de Projetos | CLÁUDIO SILVA RAMOS Diretor Técnico Diretor de Pesquisa e Desenvolvimento | EWERTHON ANDERSON COSTA CABIDO VELOSO PIRES Analista de Socioeconomia | TIAGO CISALPINO Regional Jequitinhonha e Mucuri PINHEIRO Gerente | ROGÉRIO NUNES FERNANDES Equipe Técnica | RENATA DAMASCENO Autores| ANDRÉ JORDANI RODRIGUES DE CARVALHO FREITAS | CLÁUDIO SILVA RAMOS | EWERTHON VELOSO PIRES |TIAGO CISALPINO PINHEIRO Unidade de Inteligência Empresarial Gerente | FELIPE BRANDÃO DE MELO Revisão | JOYCE KYMARCE Equipe Técnica | LUANDER CIPRIANO DE JESUS FALCÃO Projeto Gráfico | STEFANO PANNELA F866d Freitas, André Jordani Rodrigues de Estudo de Potencialidades Nanuque. / André Jordani Rodrigues de Freitas; Cláudio Silva Ramos; Ewerthon Veloso Pires; Tiago Cisalpino Pinheiro. Belo Horizonte: SEBRAE Minas, 2017. 81p.: il. 1. Estudo de Potencialidades Nanuque. 2. DEL. I. Ramos, Cláudio Silva. II. Pires, Ewerthon Veloso. III. Pinheiro, Tiago Cisalpino. IV. Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais. V. Título. CDU: 332.1(815.1) ESTUDO DE POTENCIALIDADES - Nanuque - DEZEMBRO 2017 REALIZAÇÃO: APOIO: EXECUÇÃO: 3 Sumário 1. Apresentação 5 2. História Econômica Regional 6 3. Capital Empreendedor - Posição de Nanuque no Mapa de Desenvolvimento Brasileiro 11 4. Inserção de Nanuque nas redes urbanas 18 5. Economia 28 6. Organização Produtiva 39 7. Demografia 43 8. Segurança 49 9. Saúde 50 10. Educação 55 11. Empreendedorismo 62 12. Tecido Empresarial 64 13. Governança 66 14. Principais Achados da Pesquisa 69 15. Análise SWOT 72 16. Considerações Finais 76 17. Referências 80 4 1. APRESENTAÇÃO Este documento é fruto do contratado celebrado entre o Sebrae Minas Gerais, através de sua Microrregião de Nanuque, e a Esfera Consultoria. Trata-se de um documento consolidado das pesquisas e análises realizadas na 1ª e 2ª Etapa, fazendo uma comparação de variáveis mínimas com municípios que compartilham de características semelhantes a Nanuque. O presente documento contempla ainda, entrevistas com lideranças locais, bem como o apontamento de fragilidades e potencialidades do município, além das conclusões obtidas a partir da análise do frame SWOT. O resultado dessas análises compõe um Estudo de Potencialidades do Município de Nanuque. Mediante a isso, espera-se subsidiar, com informações relevantes e pertinentes o desenvolvimento de um Plano de Desenvolvimento para Nanuque, o qual terá como premissa balisar a criação de condições para a perenidade das MPE’s no município, por meio de ações que atraiam mais investimentos, reduzam a dependência e fomentem o empreendedorismo local. 5 2. HISTÓRIA ECONÔMICA REGIONAL A história de Nanuque deve ser entendida a partir do contexto do processo de ocupação regional do Vale do Mucuri. Mesmo localizada a cerca de 100 km da foz do Mucuri, local de fundação das primeiras vilas brasileiras, a região de Nanuque só viria a ser ocupada por colonos quase 400 anos depois, no final do século XIX, conforme apresenta as Figuras 1 e 2, onde podemos identificar as principais Vilas e Sedes Municipais no recorte entre os anos de 1850 e 1912. 6 FIGURA 1 – Vilas existentes em 1850 no Vale do Jequitinhonha e Mucuri Fonte: Elaboração do autor com dados do IBGE. Cartas Internacionais ao Milionésimo. FIGURA 2 – Sedes Municipais em 1912 no Vale do Jequitinhonha e Mucuri Fonte: Elaboração do autor com dados do IBGE. Cartas Internacionais ao Milionésimo. 7 Essa região se insere por sua vez em um conjunto regional mais amplo, a qual é caracterizada pela região de Mata Atlântica, contemplando toda a porção leste de Minas Gerais, originalmente coberta por uma densa floresta tropical, entretanto, no decorrer dos anos foi perdendo essa característica. Para ter uma ideia do que seria essa floresta, pode-se imaginar uma paisagem similar as áreas ainda preservadas da Amazônia ou aquela que pode ser observada no Parque Estadual do Rio Doce, em Minas Gerais, na reserva Sooretama, no Espírito Santo e no Parque Nacional Pau Brasil, no Sul da Bahia. Historicamente, a trajetória de Nanuque está intimamente relacionada a esses dois processos mais amplos, a integração tardia entre a região do Alto Jequitinhonha e a fundação das primeiras cidades brasileiras no sul da Bahia no início do século XVI. Cabe destacar que somente com a iniciativa de Teófilo Otoni, no século XIX, o Rio Mucuri seria integrado às zonas mais dinâmicas da economia brasileira com a construção das ferrovias Vitória-Minas no Vale do Rio Doce e Bahia-Minas no Vale do Mucuri. A enciclopédia dos municípios do IBGE de 1956 destaca Nanuque como a principal fornecedora de madeira para abastecimento das locomotivas da Estrada de Ferro Bahia-Minas. A vocação da cidade como polo comercial também já se anunciava, uma vez que a cidade era uma parada importante dessa mesma ferrovia. Ao se pensar que a região tenha demorado quase 400 anos para ser ocupada, quando esse processo se iniciou, ele transcorreu de forma acelerada. Em aproximadamente 70 anos a cobertura florestal de quase 100% nos territórios de domínio de Mata Atlântica passou aos 10% atuais de cobertura vegetal original, conforme apresenta a Figura 3. A construção das ferrovias foi um dos fatores ao qual favoreceu a ocupação dessas regiões e o acelerado desmatamento da floresta tropical. 8 FIGURA 3 – Áreas de remanescentes florestais no sul da Bahia Fonte: Elaboração do autor com dados do IBGE. Diante desse cenário, é válido mencionar que os processos de ocupação das regiões de floresta tropical apresentam uma lógica própria e a expansão da fronteira agrícola ocorre nas áreas recém-desmatadas. Em geral as madeiras de lei são aproveitadas para venda e a madeira pequena utilizada para produção de carvão vegetal, o qual abastecia as locomotivas da Ferrovia Bahia-Minas. Com a abertura das áreas de mata abre-se a possibilidade de implantação de uma atividade produtiva nas terras. Na região de Nanuque a pecuária é que vem ocupar as áreas desmatadas. 9 As regiões com histórico de ocupação da fronteira agrícola em geral apresentam um padrão de boom and bust. Esse padrão consiste em um crescimento econômico e populacional muito acelerado na fase de ocupação regional, quando os recursos florestais ainda são abundantes. Com o esgotamento dos recursos naturais ocorre uma desaceleração e estagnação do crescimento econômico e populacional. Nesse sentido, a evolução do PIB e da População na região de influência de Teófilo Otoni, a qual representa o Vale do Mucuri, confirma essa tendência. Nota-se um crescimento exponencial da população e da economia a partir dos anos 1950 até a década de 1980 (Gráficos 1 e 2), o qual é seguido por uma reversão na tendência e está associada ao esgotamento do ciclo de extração dos recursos naturais. Gráficos 1 e 2 - Evolução da População da Região Integrada de Teófilo Otoni 1920-2000 PIB POPULAÇÃO Fonte: Elaboração do autor com dados do IBGE. Contas regionais e Censos Demográficos 10 3. CAPITAL EMPREENDEDOR - POSIÇÃO DE NANUQUE NO MAPA DE DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO O Brasil é um país marcado pela desigualdade social e heterogeneidade geográfica e socioespacial. Na década de 1970, o economista Edmar Bacha cunhou o termo Belíndia para descrever o cenário socioeconômico de um país, onde conviveriam duas realidades socioeconômicas bastante distintas. De um lado, uma pequena Bélgica rica e próspera circundada por uma grande massa empobrecida similar à Índia (BACHA, 1974). O Brasil passou por inúmeras mudanças no decorrer dos anos, entretanto a desigualdade social ainda assola o país. Essa diferença de nível de desenvolvimento econômico e social entre as regiões do país apresenta um padrão regional relativamente bem definido. Resumidamente o Brasil está dividido em uma diagonal de desenvolvimento, as regiões Norte e Nordeste e o Norte de Minas Gerais apresentam quase a totalidade dos seus municípios localizados nos níveis Muito Baixo, Baixos e Médios de Desenvolvimento. Já as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste se encontram em um patamar de desenvolvido classificado pelas Nações Unidas como considerado de Alto (acima de 0.7) e Muito Alto (acima de 0.8). Uma das principais medidas de desenvolvimento da atualidade, o IDH, pode ser usado para mostrar as disparidades espaciais do desenvolvimento brasileiro e a posição relativa de Nanuque na topografia do desenvolvimento brasileiro. 11 Entre os estados, poucos apresentam diferenças internas de desenvolvimento como Minas Gerais que conta com uma divisão interna muito similar ao Brasil e, por esse motivo, resume em alguma medida a desigualdade socioespacial brasileira. A posição geográfica de Nanuque na geografia do desenvolvimento do país pode ser observada no Mapa 1. O município