O Farmacêutico De Auschwitz

Total Page:16

File Type:pdf, Size:1020Kb

O Farmacêutico De Auschwitz Patricia Posner O FARMACÊUTICO DE AUSCHWITZ A HISTÓRIA REAL DE COMO AS GIGANTES DA INDÚSTRIA FARMACÊUTICA ALEMÃ APOIARAM O REGIME NAZISTA, FIZERAM FORTUNAS COM AS CÂMARAS DE GÁS E USARAM COBAIAS NOS CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO PARA DESENVOLVER MEDICAMENTOS QUE USAMOS ATÉ HOJE. Tradução: Fabienne Mercês Sumário Pular sumário [ »» ] APRESENTAÇÃO PREFÁCIO DA AUTORA O “tio farmacêutico” A conexão com a Farben I.G. Auschwitz Entra Capesius Bem-vindo a Auschwitz O dispensário “Conheça o diabo” “O veneno da Bayer” “Um cheiro inconfundível” Os judeus da Hungria O ouro dos dentes O fim iminente “Sob ordem de prisão” “Que crimes cometi?” Ninguém sabia de nada Um recomeço “Inocente diante de Deus” “A banalidade do mal” “Eu não tinha poder para mudar nada” “Perpetradores responsáveis por assassinato” Burocratas entediados “Sem motivos para rir” O veredito “Tudo não passou de um pesadelo” EPÍLOGO AGRADECIMENTOS BIBLIOGRAFIA NOTAS ÍNDICE DE TERMOS PARA PESQUISA CRÉDITOS CRÉDITOS DAS IMAGENS Para Gerald, que me encorajou a canalizar neste livro minha crença apaixonada de que os crimes do Holocausto não devem jamais ser esquecidos. APRESENTAÇÃO pelo rabino Abraham Cooper TIVE A HONRA E O PRIVILÉGIO DE CONHECER e trabalhar com Simon Wiesenthal, “o Caçador de Nazistas”, no início da década de 1930. Em decorrência de ter perdido 89 membros de sua família no Holocausto nazista, e devido à indescritível barbaridade e crueldade que Simon sofreu e presenciou durante o Shoah, ele dedicou todos os seus dias — desde 5 de maio de 1945, quando os soldados dos Estados Unidos o libertaram, mais morto do que vivo, do campo de concentração de Mauthausen — a procurar e perseguir aqueles que assassinaram em massa o seu povo. Ele ajudou a localizar aproximadamente 1.100 criminosos nazistas, inclusive o homem que prendeu Anne Frank e sua família. “Justiça, não vingança” era seu credo. “Precisamos de criminosos condenados, não de mártires da causa neonazista”, Simon dizia a nós no Centro Simon Wiesenthal, que fundou em 1977. Ele era um cruzado da justiça, que duelou solitário e sem apoio significativo durante os anos da Guerra Fria para se certificar de que a memória fosse preservada e a justiça, feita. “Cada julgamento será uma vacina contra o ódio e um lembrete às futuras gerações sobre a capacidade humana de cometer o mal contra si mesma”, discursava ele para plateias nos campi universitários dos Estados Unidos, nas décadas de 1970 e 1980. Como estava certo esse cruzado da justiça. Vivemos num mundo em que a negação do Holocausto é política de Estado da ditadura dos mulás no Irã, onde os termos e as imagens relacionadas ao Holocausto são distorcidas e vilipendiadas por extremistas que odeiam o Estado judeu; onde palavras como genocídio e até mesmo Auschwitz são usadas com cinismo pelos políticos, eruditos e até acadêmicos. Ainda pior é a constatação, setenta anos mais tarde, de que o Shoah, fazendo uma análise através do espelho retrovisor da história, considera que Auschwitz perdeu sua importância nos dias de hoje. E é por isso que O farmacêutico de Auschwitz, de Patricia Posner, é tão importante e relevante. Ela delineia a trajetória de um homem bem- educado, Victor Capesius, que, antes de se tornar farmacêutico, era um vendedor da I.G. Farben e Bayer, de quem as pessoas gostavam, que conhecia e convivia com judeus em sua terra natal, na Romênia, antes da Segunda Guerra Mundial. Esse mesmo homem terminaria ao lado do “Anjo da Morte” de Auschwitz, algumas vezes mandando gente que ele conhecera em tempos de paz, inclusive jovens gêmeos judeus, para a morte imediata nas câmaras de gás. É ele quem também tomaria conta do estoque de Zyklon B e forneceria as drogas utilizadas em horripilantes experimentos médicos em mulheres grávidas e crianças. Em busca de obturações de ouro, esse homem profanaria os cadáveres dos judeus assassinados e, guiado pela ganância, arrastaria pesadas malas com ouro extraído do corpo de milhares de vítimas. Tão importante quanto traçar a carreira de Capesius em Auschwitz é a reconstrução que a sra. Posner faz do julgamento de criminosos nazistas, no início da década de 1960, em uma Corte na Alemanha Ocidental. Além de Capesius, também foram julgados o principal auxiliar do comandante de Auschwitz, médicos, dentistas e até mesmo os Kapos (agentes infiltrados entre os prisioneiros). Durante o julgamento, e mesmo depois de sua condenação a nove anos de reclusão, Capesius e os demais acusados nunca demonstraram remorso. Sobreviventes que ousaram testemunhar na Corte alemã foram recebidos com olhares de desprezo pelos nazistas, que pareciam desapontados por algumas de suas vítimas estarem vivas. Capesius — o mentiroso, ladrão e saqueador de mortos — sempre negou seus crimes, recusando-se a assumir a responsabilidade por seus atos ou a se desculpar pelos judeus que assassinou. Ele se via como vítima, uma pessoa boa que teve de cumprir ordens, constituindo assim apenas uma pequena engrenagem do sistema, de modo que nunca deveria sequer ter sido preso. Em 24 de janeiro de 1968, passados menos de dois anos e meio de sua sentença de nove, Capesius foi solto por ordem da mais alta Corte da Alemanha. Depois disso, sua primeira aparição pública foi em Göppingen, com sua família, num concerto de música clássica. Quando ele entrou na sala do espetáculo, a plateia espontaneamente explodiu em uma salva de palmas. Para muitos, inclusive para alguns dos juízes dos ex-nazistas que o haviam libertado, Capesius merecia apoio e simpatia. Afinal, ele era apenas um bom alemão que havia seguido as ordens recebidas. Neste livro, Patricia Posner garante que as novas gerações possam entender que o caminho que Victor Capesius e outros iguais a ele escolheram os levou direto aos portões do inferno e além. Rabino Abraham Cooper Decano cofundador do Centro Simon Wiesenthal Los Angeles, Califórnia Agosto de 2016 PREFÁCIO DA AUTORA NA PRIMAVERA DE 1986, fui ao hotel New York Plaza para uma reunião que meu marido, o autor Gerald Posner, havia organizado no Trader Vic’s, um restaurante de ambientação polinésia. Era parte de uma pesquisa que estávamos fazendo sobre o dr. Josef Mengele, o infame “Anjo da Morte”, responsável por experimentos médicos horripilantes em Auschwitz, o maior campo de concentração nazista. O que Gerald começara despretensiosamente como uma ação gratuita em favor de duas cobaias sobreviventes de Mengele acabou por se tornar uma biografia do fugitivo nazista. Durante os anos em que as entrevistas foram realizadas, viajamos para a Alemanha e para a África do Sul, buscando dados em arquivos selados há muito tempo e infiltrando-nos em círculos neofascistas do pós- guerra que ajudaram Mengele a estar sempre um passo à frente de seus perseguidores. A reunião no Trader Vic’s era com ninguém menos que Rolf Mengele, o filho único do notório doutor. Em uma mesa mal-iluminada, Gerald e eu esperamos pela chegada do Mengele de 42 anos. Sendo uma judia inglesa, eu sabia que, se meus avós maternos poloneses não tivessem emigrado para o Reino Unido na virada do século XX, seria provável que eles tivessem acabado em um campo de concentração nazista. Talvez tivessem morrido em Auschwitz, onde homens como Mengele reinavam supremos. Então não foi nenhuma surpresa o fato de que muito do que veio à tona com as pesquisas sobre Mengele parecesse surreal para mim. Houve também aquela conversa nada tranquila e um tanto desafiadora em Buenos Aires, quando Gerald encontrou Wilfred von Oven, um gabaritado assessor do chefe da propaganda nazista — Joseph Goebbels — e também editor de um jornal virulentamente antissemita na Argentina. Ou ainda a vez em que deparei com uma coleção de memorabilia nazista, “presentes” de um dos patrocinadores de Mengele para os cidadãos do Paraguai. Tudo isso, porém, parecia um tanto distante agora que eu estava prestes a encontrar Rolf Mengele. Gerald e eu conversamos muitas vezes sobre isso. Um filho não é responsável pelos pecados do pai. E eu sabia, pautada por nossa pesquisa, que Rolf condenava o que o pai fizera em Auschwitz e estava realmente tentando consertar as coisas ao permitir que Gerald usasse, sem nenhum custo, os diários e as cartas de seu pai na biografia que estava escrevendo. A visita a Nova York era em parte para discutir com Rolf Mengele se ele concordaria em falar sobre o pai ao vivo, na televisão (o que ele fez, com Gerald, naquele verão, no programa de Phil Donahue, um dos mais proeminentes entrevistadores norte-americanos). Mesmo assim, apesar de meu lado racional saber que o homem que eu estava prestes a encontrar não tinha nenhuma responsabilidade pelos crimes de gelar os ossos que foram perpetrados por seu homônimo paterno em Auschwitz, ainda me sentia uma pilha de nervos e de emoções conflitantes. Gerald já encontrara Rolf antes, na Alemanha, havia algumas semanas, e ambos tinham estabelecido um bom relacionamento. Eu era o elemento novo naquele encontro. Minha apreensão se desvaneceu logo depois que Rolf chegou. Ele parecia estar tão nervoso quanto eu, e isso de alguma maneira acabou reduzindo a ansiedade que nós dois sentíamos. Fiquei impressionada com a sinceridade com a qual ele denunciou os crimes do pai. E, nos dias que se seguiram, descobri que as atrocidades de Mengele haviam sobrecarregado o filho, deixando-lhe um legado que ele não conseguia aceitar ou entender por completo, um legado que queria muito evitar que fosse herdado por seus próprios filhos. A certa altura, enquanto conversávamos sobre a época em que seu pai se tornou um fugitivo da justiça, falamos sobre os meses caóticos que sucederam ao término da guerra, em maio de 1945. Mengele ainda estava na Europa e americanos e britânicos o perseguiam. Ele teve a sorte de conseguir escapar muitas vezes. Mas a ocasião que mais me impressionou foi a de setembro de 1945, oito meses após fugir de Auschwitz, apenas alguns passos antes da chegada do Exército Vermelho.
Recommended publications
  • From Humiliation to Humanity Reconciling Helen Goldman’S Testimony with the Forensic Strictures of the Frankfurt Auschwitz Trial
    S: I. M. O. N. Vol. 8|2021|No.1 SHOAH: INTERVENTION. METHODS. DOCUMENTATION. Andrew Clark Wisely From Humiliation to Humanity Reconciling Helen Goldman’s Testimony with the Forensic Strictures of the Frankfurt Auschwitz Trial Abstract On 3 September 1964, during the Frankfurt Auschwitz trial, Helen Goldman accused SS camp doctor Franz Lucas of selecting her mother and siblings for the gas chamber when the family arrived at Birkenau in May 1944. Although she could identify Lucas, the court con- sidered her information under cross-examination too inconsistent to build a case against Lucas. To appreciate Goldman’s authority, we must remove her from the humiliation of the West German legal gaze and inquire instead how she is seen through the lens of witness hospitality (directly by Emmi Bonhoeffer) and psychiatric assessment (indirectly by Dr Walter von Baeyer). The appearance of Auschwitz survivor Helen (Kaufman) Goldman in the court- room of the Frankfurt Auschwitz trial on 3 September 1964 was hard to forget for all onlookers. Goldman accused the former SS camp doctor Dr Franz Lucas of se- lecting her mother and younger siblings for the gas chamber on the day the family arrived at Birkenau in May 1944.1 Lucas, considered the best behaved of the twenty defendants during the twenty-month-long trial, claimed not to recognise his accus- er, who after identifying him from a line-up became increasingly distraught under cross-examination. Ultimately, the court rejected Goldman’s accusations, choosing instead to believe survivors of Ravensbrück who recounted that Lucas had helped them survive the final months of the war.2 Goldman’s breakdown of credibility echoed the experience of many prosecution witnesses in West German postwar tri- als after 1949.
    [Show full text]
  • Central Europe
    Central Europe West Germany FOREIGN POLICY AND STATUS OF BERLIN OUBJECTS discussed during British Premier Harold Wilson's offi- cial visit to Bonn from March 7 to 9 included the maintenance of the British Rhine Army in Germany, the continuation of German currency aid for the United Kingdom, and a new approach to German reunification. When East German authorities tried to interfere with the meeting of the Bundestag in Berlin on April 7 by disrupting traffic to and from the former capital, the Western Allies protested sharply. In his opening speech Eugen Gerstenmaier, president of the Bundestag, emphasized the right of the Fed- eral parliament to meet in West Berlin and denied that the session was an act of provocation. During the Easter holidays 300,000 West Berliners were permitted to visit relatives in the Eastern zone of the divided city. About a million Berliners crossed the Berlin Wall and spent Christmas with their relatives, after the renewal of an agreement in November. Queen Elizabeth II of England and her consort the Duke of Edinburgh made an official visit to West Germany and West Berlin in May, and were cheered by the population. Attempts by Foreign Minister Gerhard Schroder to bring about an improvement in relations with the United Kingdom during this visit were viewed skeptically by Franz-Josef Strauss, chairman of the Christian Social Union (CSU), representing the pro-French wing of the coalition. French President Charles de Gaulle's talks with Chancellor Ludwig Erhard in Bonn in June were described as "positive," but did not lead to an agree- ment on a conference to discuss the reorganization of the Common Market and other matters pertaining to the European community.
    [Show full text]
  • Weiterlesen, Nicht Wahr?, Den Autor Backe Weiterlesen: «Wir Müssen Daher Auch Die Härtesten Und Rücksichtslosesten Massnahmen Mit Würde Durchführen.» A: Ja
    Einleitung Die Urteile, Kreuzverhöre und Vernehmungen, die in diesem Buche zum erstenmal veröffentlicht werden, sind ein Mahnmal. Es soll jedermann zur Wachsamkeit gegen verbrecherische Cliquen und Organisationen aufrufen, die sonst ein Land überwuchern können. Unser Musterbeispiel sind die Schutzstaffeln (SS) der NSDAP während des Hitlerregimes mit ihren Massenmorden in ganz Europa. Der verbrecherischen Führung der SS folgten Tausende ihrer Angehörigen, wenn auch nicht jeder einzelne SS- Mann an den organisierten Untaten beteiligt war. Das dunkle Gemälde zeigt wenig lichte Stellen, wie den SS-Obersturmführer Kurt Gerstein, der sein Leben wagte, um die Welt auf SS-Verbrecher hinzuweisen. Es gab auch Beispiele von anderen SS-Männern mit menschlichen Gefühlen. Noch heute sind viele von SS-Angehörigen begangene Mordtaten unge- sühnt: Aufgrund der Nürnberger SS-Prozesse wurden nur fünf hohe SS- Führer hingerichtet, ferner sieben SS-Ärzte. Dazu kommt Ernst Kaltenbrun- ner (SS-Obergruppenführer), der vom Internationalen Militärtribunal zum Tode verurteilt wurde. Die anderen in Nürnberg wegen Mordtaten verur- teilten SS-Führer wurden auf starken Druck von teilweise unbekannten Hintermännern allzu früh begnadigt und schon vor Jahren aus den Ge- fängnissen entlassen. Gleichfalls entlassen sind die von alliierten Kriegs- gerichten verurteilten SS-Angehörigen. Nur eine geringe Zahl wurde wegen Ermordung von Kriegsgefangenen oder Zivilgefangenen hingerichtet. Eine erneute Strafverfolgung der von den Alliierten Abgeurteilten ist aufgrund des sogenannten Überleitungsvertrages vom 5. Mai 1955 nicht mehr möglich. Einige hundert SS-Männer standen wegen Mittäterschaft oder Beihilfe zum Mord vor deutschen Gerichten oder haben Anklagen zu erwarten. Die bis- her erkannten Strafen sind oft als zu milde kritisiert worden. Schwer- wiegender ist es, dass hohe SS-Chargen im Durchschnitt mildere Strafen er- hielten als SS-Mannschaften in unteren Rängen.
    [Show full text]
  • S: I. M. O. N. Shoah: Intervention
    01/2021 S: I. M. O. N. SHOAH: INTERVENTION. METHODS. DOCUMENTATION. S:I.M.O.N. – Shoah: Intervention. Methods. DocumentatiON. S:I.M.O.N. is the open-access e-journal of the Vienna Wiesenthal Institute for Holocaust Studies (VWI). It is committed to immediate open access for academic work. S:I.M.O.N. serves as a forum for discussion of various methodological approaches. The journal especially wishes to strengthen the exchange between researchers from different scientific communities and to integrate both the Jewish history and the history of the Holocaust into the different ‘national’ narratives. It also lays a special emphasis on memory studies and the analysis of politics of memory. The journal operates under the Creative Commons Licence CC-BY-NC-ND (Attribution-Non Com- mercial-No Derivatives). The copyright of all articles remains with the author of the article. The copyright of the layout and design of articles remains with S:I.M.O.N. Articles can be submitted in German or English. S:I.M.O.N. ist das Open-Access-E-Journal des Wiener Wiesenthal Instituts für Holocaust-Studien (VWI). Es setzt sich für einen sofortigen offenen Zugang zur wissenschaftlichen Arbeit ein. S:I.M.O.N. dient als Diskus- sionsforum für verschiedene methodische Ansätze. Die Zeitschrift möchte insbesondere den Austausch zwi- schen ForscherInnen aus unterschiedlichen Forschungszusammenhängen stärken und sowohl die jüdische Geschichte als auch die Geschichte des Holocaust in die verschiedenen „nationalen“ Erzählungen integrieren. Ein besonderer Schwerpunkt liegt auch auf Ansätzen der Memory Studies und der Analyse der Geschichts- politik. Die Zeitschrift arbeitet unter der Creative Commons-Lizenz CC-BY-NC-ND.
    [Show full text]
  • I Didn't Know What Auschwitz Was": the Frankfurt Auschwitz Trial and the German Press, 1963-1965
    "I didn't know what Auschwitz was": The Frankfurt Auschwitz Trial and the German Press, 1963-1965 Devin 0. Pendas* On December 20, 1963, the Frankfurt Auschwitz trial opened before the State Court (Schwurgericht) at Frankfurt am Main. Ginther Leicher, covering the trial for the Allgemeine Zeitung/Neuer Mainzer Anzeiger, described the scene thus: "A huge mass of journalists, photographers and camera people from all over the world and half-empty seats in the visitors' gallery: these are the contradictory emblems of the public interest in the Auschwitz trial, which opened last Friday, four days before Christmas, in the Frankfurt City Council chambers."' In this Article, I examine the seeming paradox that the Auschwitz trial could attract such considerable attention from the mass media while remaining a matter of indifference, if not open hostility, for much of the German public. In other words, I ask what the relationship is between the Auschwitz trial as a trial, as a media event, and as a "moment" in the West German public sphere. Trials for mass atrocity are often viewed as at least potentially engendering a historical narrative of truth, one aimed at securing reconciliation and social solidarity in the aftermath of genocide.2 But of course, such an understanding of trials as pedagogical events * William Rainy Harper Post-Doctoral Fellow at the University of Chicago. This Article is part of a dissertation entitled, "Displaying Justice: Nazis on Trial in Postwar Germany," which is currently being revised for publication. A German version of this Article was given as a public lecture at the Fritz Bauer Institute in Frankfurt am Main in November 1997, and a shortened version was presented at the conference "From Trials to History" at the Einstein Forum in Potsdam, January 25-27, 1998.
    [Show full text]