Montes Claros: Espaço E Conteúdos Da Vida Cotidiana
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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS INSTITUTO DE ESTUDOS SOCIOAMBIENTAIS Programa de Pós-Graduação em Geografia MONTES CLAROS: ESPAÇO E CONTEÚDOS DA VIDA COTIDIANA Lívia Reis Mendes Dissertação de Mestrado GOIÂNIA 2017 2 3 LÍVIA REIS MENDES MONTES CLAROS: ESPAÇO E CONTEÚDOS DA VIDA COTIDIANA Dissertação apresentada ao Programa de Pós- Graduação em Geografia, do Instituto de Estudos Socioambientais da Universidade Federal de Goiás, Campus Samambaia - Goiânia, como requisito para obtenção do título de Mestre em Geografia. Orientador: Prof. Dra. Rusvênia Luiza Batista Rodrigues da Silva Fomento: Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CAPES) GOIÂNIA 2017 4 6 5 COMPOSIÇÃO DA BANCA Dissertação apresentada ao Programa Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal de Goiás (UFG), como requisito para obtenção do título de Mestre em Geografia, defendida em sessão pública no dia 24 (vinte e quatro) de outubro de 2017 às 14h00, no Mini- auditório da Instituto de Estudos Socioambientais da UFG, e avaliada pela banca examinadora constituída pelos seguintes doutores (as): PROFA. DRA. RUSVÊNIA LUIZA BATISTA RODRIGUES DA SILVA (PPGEO/IESA/UFG) Presidente da Banca - Orientador PROF. DR. DENIS CASTILHO (PPGEO/IESA/UFG) Membro Interno PROFA. DRA. MARTA INEZ MEDEIROS MARQUES (PPGH/FFLCH/USP) Membro Externo PROF. DR. ADRIANO RODRIGUES DE OLIVEIRA (PPGEO/IESA/UFG) Membro Suplente 7 Aos meus avôs, José dos Reis Mendes e Anísio Mendes, que me deixaram como herança o amor à terra e aos livros - à sabedoria. 8 AGRADECIMENTOS A todos que abriram suas portas e seu cotidiano para me receber em Montes Claros. Ao meu pai e ao tio Neto que estiveram presentes em todos os meus trabalhos de campo, me propiciando condições de deslocamento e solidariedade tentando sempre me ajudar em todas as incursões em caminhos que contam a história da vida deles e, por isso, da minha. À minha orientadora Rusvênia que em dois anos e meio me ensinou a olhar o mundo, a ciência e a vida com olhos sensíveis. Em seus próprios olhos aprendi que um olhar curioso, espontâneo e honesto é o melhor caminho para uma Geografia realmente Humana. Agradeço por todas as orientações com cafés e conversas carregadas de maternidade - carinhosas e firmes -, pelo bom humor, pela emoção, pelas músicas, pela seriedade, por ser sempre tão aberta e disponível a escuta, por ser tão presente, clara e forte em suas colocações. As orientações foram para a dissertação, para a academia, para o exercício da educação e, sobretudo, para a vida. À CAPES pela concessão da bolsa durante 24 meses. Aos professores do IESA que contribuíram para o desenvolvimento desse trabalho. Particularmente ao Adriano, pela amizade e por ter aberto os seus espaços de orientação para que eu fizesse parte, estando sempre disponível para dialogar, compreender e contribuir para a minha pesquisa. À Coordenação e Secretaria do PPGEO, à profa Eliana, prof Manuel e aos secretários Yuji e Luana. A todos os meus colegas da Geografia e do PPGEO, à turma de Mestrado de 2015, Caio, Gaby, Ludimila, Jessyca, Jessica, Bruno, Manoel, Helena, que tornaram os dias de estudos mais divertidos e compartilharam da preocupação dos prazos e dos risos de graça ou desespero. Aos colegas do Laboter, Ângela, Lara, Thiago, Tobias, Lívia, Alice, Janãine, Natalia, Carlos, Pedro, Aline. À Adriana por me ouvir todos esses dias, por me auxiliar a visualizar a direção, os horizontes e os sentidos do coração, pelo abraço de toda semana. Aos amigos que fiz no PPGEO que fizeram parte dos meus dias e se tornaram parte da minha vida, Isabela, Cezar e Jadson. À Ingrid por ter compartilhado tantas conversas e pelo 9 apoio diário em dias não tão fáceis para nós. Ao Panta por me ajudar e me apoiar com tanta dedicação e carinho. Aos meus amigos da vida inteira Wanessa, Paola (com a Alice), Carol (com o Caetano), Mari, Ádila, Camila (que sempre foi mais que uma prima), Eliakim, Michael, Isabela, Paty, Guilherme, Pedro, por serem consolo e abrigo todos os dias de minha vida. À minha mãe Dóris, por sempre me apoiar e me dar todas as condições para o estudo e pelo incentivo amoroso para voar. Ao meu pai Wilmar, por trazer a poesia e a música aos meus dias. À minha irmã Mariana pelo humor, pelo exemplo de força, determinação e vontade. À minha irmã Ana pelo amor mais doce que alguém já pode me dedicar. 10 “Poderoso para mim não é aquele que descobre ouro. Para mim poderoso é aquele que descobre as insignificâncias (do mundo e as nossas).” Manoel de Barros in: Tratado Geral das Grandezas do Ínfimo, 2001. Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara. Epígrafe do "Ensaio sobre a cegueira" de José Saramago, citando o "Livro dos Conselhos" de El-Rei D. Duarte. 11 RESUMO MENDES, Lívia Reis. Montes Claros: espaço e conteúdos da vida cotidiana. 2017. XX f. Dissertação (Mestrado) – Programa de Pós-Graduação em Geografia do Instituto de Estudos Socioambientais, Universidade Federal de Goiás, Goiânia, 2017. Este trabalho trata da vida cotidiana e da produção do espaço do povoado de Montes Claros. O povoado está localizado em Orizona-GO, que é um município que tem em sua formação socioespacial muitos povoados e uma intensa vida rural, já que somente no ano de 2010, segundo censo do IBGE, a população urbana superou a rural, estando bem próximas umas das outras. Os mais de sete povoados e as diversas associações de trabalhadores rurais no município despertam o interesse para o estudo de caso de um dos povoados. Montes Claros, o único povoado elevado à categoria de distrito secundário de Orizona, possui quatros ruas, duas perpendiculares às outras. Uma delas termina em uma casa, as demais são, aos que assim quiserem, apenas parte de duas rodovias estaduais, também de terra, frequentemente movimentada por caminhões que transportam leite, caminhonetes pick-up, carros de passeios e motocicletas, além de ainda cavaleiros e carroças. O povoado apresenta um desenho de tabuleiro de xadrez, com uma igreja central, três casas comerciais, um posto de polícia e Correios, uma escola municipal e cerca de 40 casas. Mais recuado fora desse tecido, encontramos o cemitério onde repousam os falecidos no povoado e nas fazendas das redondezas. As leituras que fundamentam esse trabalho se baseiam na reflexão sobre toponímia, a relação campo e cidade, rural e urbano, pequenas cidades, povoados, distritos e comunidades rurais. Foram realizados trabalhos de campo com observação e entrevistas semiestruturadas afim de compreender a cartografia social do lugar pela construção das trajetórias e itinerários da vida cotidiana dos moradores. Montes Claros é produzido pelos movimentos do desejo e da coação, o patrimônio é lugar herdado, que tem significado e sentido familiar. Além dos movimentos diários em suas relações com as cidades que oferecem serviços bancários, escolares e hospitalares, os povoados desse município apresentam uma intensa relação uns com os outros, tanto para a festa, quanto para as trocas e vendas da produção agropecuária familiar. Os espaços do povoado preservam a dinâmica comunitária e da solidariedade presente nos festejos religiosos e nos laços familiares e hereditariedade ainda permanentes nas conversas cotidianas relacionadas a vida comum, ou ainda mesmo na hora do morrer. A permanência dos moradores, em sua maioria envelhecida, está relacionada ao desejo da convivência da vida social, notada em relações vicinais bastante estreitas e a manutenção da moralidade camponesa, identificada nos quintais, nas cozinhas, no modo de festejar, alimentar, servir, ou na celebração da morte. O medo da violência (assaltos, brigas, uso de drogas) e a escassez da água, morte de insetos e algumas espécies da flora nativa bem como o cerceamento pelos grandes produtores de monoculturais aflige aqueles que não desejam sair de seu lugar. Palavras-chave: povoado, vida cotidiana, distritos em Goiás 12 ABSTRACT This research involves the production of space and the daily life of Montes Claros village area. The Village is located in Orizona-GO and it is a community that has in its socio-spatial formation many villages and an intense rural life. Just in 2010, according to the IBGE census, the urban population surpassed the rural, getting very close from one another. There are more than seven villages and diverse associations of rural workers in the community, which encourages the interest for the case study of one of the villages. Montes Claros, the only town considered to the secondary district of Orizona, has four streets, two perpendicular to the others. One of them ends up in a house and the others, for those who prefer, are part of two also unpaved state highways, often used by milk trucks, pick-up trucks, family cars and motorcycles, besides riders and carriages. The village features a chessboard design, with a central church, three commercial houses, a police station and a post office, a municipal school and about 40 houses. The cemetery is located not so far from there, where the deceased of the village and the surrounding farms rest in peace. The bibliographic reference of this work is based on the reflection on toponymy, the relation city and contryside, rural and urban, small towns, villages, districts and rural communities. Fieldwork was performed by observation and semi-structured interviews with the intention to understand the social cartography of the place by the construction of the trajectories and itineraries of the daily life of the residents. Montes Claros is produced by the movements of desire and by coercion, the patrimony is an inherited place, which has deep meaning and familiar sense. Besides, the dynamic and daily relations with cities that offer banking, school and hospital services, the villages of this municipality have an intense relationship with each other, as for the events, as for the exchanges and sales of family farming production.