ALINE FRANCO GUIMARÃES

IMPLANTAÇÃO DO TURISMO NO CAMINHO DE PEABIRU NO MUNICÍPIO DE PITANGA (PR) COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO LOCAL

IRATI – PR 2012 ALINE FRANCO GUIMARÃES

IMPLANTAÇÃO DO TURISMO NO CAMINHO DE PEABIRU NO MUNICÍPIO DE PITANGA (PR) COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO LOCAL

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Turismo da Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná, Setor de Ciências Sociais Aplicadas, como requisito para obtenção de título de bacharel em turismo.

Orientador: Prof. Ms. Diogo Lüders Fernandes

IRATI – PR 2012

Dedico este trabalho aos meus pais, Luiz e Lourdes, pelo apoio em todos os momentos da minha vida. Ao meu namorado, Adcley, pela sua paciência, compreensão e principalmente carinho nos momentos em que eu mais precisava. Aos meus queridos amigos, que me deram apoio nos momentos difíceis, sempre sorrindo e mantendo o bom humor.

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por estar sempre ao meu lado, pois é apenas ele que nos dá forças e acima de tudo a fé, para lutarmos para o que almejamos.

A toda minha família, pais, irmãos, namorado, amigos que me deram força nos momentos difíceis.

A aqueles que por não estarem mais conosco, mas que desejavam todo o sucesso e a sorte na vida, e que sempre repetiam para não desistir por que o maior sonho ainda estaria por vir.

Ao meu professor orientador Diogo e ao Sr. Clemente Gaioski os quais auxiliaram ao longo deste trabalho com as informações necessárias para a finalização desta pesquisa.

LISTA DE QUADROS

QUADRO 01 – POTENCIALIDADE E SITUAÇÃO DO CAMINHO DE PEABIRU

...... 38

LISTA DE SIGLAS

DER – Departamento de Estradas de Rodagem IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBAM – Instituto Brasileiro de Administração Municipal IPARDES – Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social MTUR – Ministério do Turismo

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 01 ...... 19

FIGURA 02 ...... 20

FIGURA 03 ...... 21

FIGURA 04 ...... 21

FIGURA 05 ...... 22

FIGURA 06 ...... 23

FIGURA 07 ...... 23

FIGURA 08 ...... 24

FIGURA 09 ...... 24

FIGURA 10 ...... 25

FIGURA 11 ...... 25

FIGURA 12 ...... 26

FIGURA 13 ...... 26

FIGURA 14 ...... 27

FIGURA 15 ...... 29

FIGURA 16 ...... 30

FIGURA 17 ...... 30

FIGURA 18 ...... 31

FIGURA 19 ...... 31

FIGURA 20 ...... 32

FIGURA 21 ...... 33

FIGURA 22 ...... 34

FIGURA 23 ...... 34

FIGURA 24 ...... 35

FIGURA 25 ...... 35

FIGURA 26 ...... 36 FIGURA 27 ...... 37

FIGURA 28 ...... 37

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ...... 3 1. TURISMO E CAMINHO DE PEABIRU ...... 7

1.1 TURISMO E PATRIMONIO TURÍSTICO ...... 7

1.2 PRODUTO TURÍSTICO ...... 12

1.3 ROTEIRO TURÍSTICO ...... 15 1.4 ROTEIRO TURÍSTICO COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO LOCAL ...... 19

2. CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO ...... 22

2.1 CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS DO MUNICÍPIO ...... 22

2.2 CAMINHO DE PEABIRU ...... 24

3. CAMINHO DE PEABIRU NO MUNICÍPIO DE PITANGA ...... 26

3.1 SANTUÁRIO DO PEABIRU ...... 35 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...... 48

REFERÊNCIAS ...... 50

RESUMO

O presente trabalho objetivou analisar uma possível implantação do turismo no Caminho de Peabiru no município de Pitanga (PR) como fator de desenvolvimento local. Além disso, teve como objetivo analisar as possibilidades e condições de uso turístico do trecho em específico no Caminho visando o desenvolvimento da localidade. A metodologia utilizada para a formação deste trabalho se caracterizou de pesquisa de campo, com a qual foi possível verificar o nível de desenvolvimento turístico em que se encontravam os locais, as oportunidades e as fraquezas do Caminho de Peabiru. Com a utilização de registros fotográficos, entrevistas e pesquisas bibliográficas evidenciou-se a importância do Peabiru para a região central do Paraná. Ao longo da pesquisa constatou-se que no município não se utiliza da atividade turística, a análise foi aplicada com o intuito de obter uma possível implantação da atividade no município ligada ao Caminho, onde o mesmo, possui um papel importante na região onde se localiza. Com isso, com resultado de todo esse processo, foi possível obter a resposta que para haver uma implementação de um roteiro turístico é necessário uma junção do atual trecho o Santuário do Peabiru e as outras áreas existentes na localidade da Serra da Pitanga, porém isso não é possível, a distância entre esses pontos impede que venha ser programado um roteiro na localidade em que está inserido. Também, um dos principais fatores é a falta de incentivo da prefeitura municipal e de políticos influentes, nos quais ajudariam na infraestrutura e no crescimento tanto do município quanto do local que estaria sendo inserida a atividade.

Palavras-Chave: Caminho de Peabiru. Desenvolvimento. Implantação. Turismo. ABSTRACT

This study aimed to analyze the possible deployment of tourism in the municipality Peabiru Path of Pitanga (PR) as factor of local development. Besides, aimed to analyze the possibilities and conditions of use of the touristic section on the specific Caminho for the development of the locality. The methodology used for the formation of this work was characterized in field research, at which it was possible to verify the level of touristic development in the places they were, opportunities and the weaknesses Caminho Peabiru. With the use of photographic records, interviews and bibliographical researches was evidenced importance of Peabiru for the central region of Paraná. During the research it was found that the city its does not use the touristic activity, the analysis was applied with the intention of get a possible implantation of activity in the city linked to the Caminho where the same, plays an important roll in the region where located . With that, with the result of this whole process, it was possible to get the answer in for which would help implementation of a sightseeing tour of it is necessary a junction of the Shrine of the current section Peabiru and other areas existing in the locality of Serra da Pitanga, however that is not possible, the distance between these points prevents a script will be programmed in the locality in which it is inserted. Also, a key factor is the lack ofincentive from the city government and influential politicians, in which they would help us in both infrastructure and growth of the city as the place that would be inserted into the activity.

Keywords: Peabiru Path. Development. Implantation. Tourism. 3

INTRODUÇÃO

Nas últimas décadas o turismo vem conquistando seu espaço, em evidência a esse crescimento os serviços disponibilizados pela área sofreram melhorias e tornaram-se evidenciados neste setor. O turismo como atividade, é propulsor do desenvolvimento turístico e econômico, para tanto deve ser bem planejado e organizado, pois o planejamento é fator primordial para a implantação de tal atividade. Petrocchi (1998) comenta que o planejamento turístico tem a finalidade de definir ações, ou seja, orientar decisões para o desenvolvimento e implantação do turismo em diferentes ambientes, com o objetivo de alcançar determinadas estratégias idealizadas para o futuro. Diante disso o planejamento deve ordenar e melhorar a infraestrutura, equipamentos e serviços, para que haja a preservação do meio natural, físico, não desconsiderando o ambiente urbano, para que assim aumente sua atratividade (PETROCCHI, 1998). O turista ao optar por um pacote turístico traz consigo o objetivo de visitar um lugar atrativo, usufruir de tudo que o mesmo tem a oferecer, mas para que isto venha acontecer, ele necessita de outros serviços, muitas vezes organizados em um roteiro.

Conseqüentemente, a implantação e elaboração de roteiros que componham os pontos atrativos tornam-se fator relevante para que a oferta seja uma das maiores influências para a visitação de tais lugares(IBAM, 2012).

Mas para esboçar compreensão sobre a implementação de roteiros, primeiramente, deve-se entender como se configura o desenvolvimento destes. A elaboração de um roteiro é composta de várias formas visando à organização de elementos que promovam um produto turístico (BAHL, 2004)

O roteiro possibilita ao turista uma melhor circulação, ou seja, uma facilidade para visitar um local, tendo em vista a contemplação dos pontos de interesse a se visitar. A programação é realizada com uma seleção de serviços e atrativos que serão colocados a disposição do turista. 4

Como ponto de partida, pode-se aqui descrever o Caminho de Peabiru situado no município de Pitanga – PR. O mesmo possui um circuito o qual percorre diferentes lugares, tendo como atrativo, cachoeiras, registros indígenas, a cultura local, entre outros, aspectos, mas embora seja um ponto turístico forte da cidade, é pouco divulgado.

No município de Pitanga, os vestígios do Caminho de Peabiru são encontrados em áreas privadas na zona rural do município na Serra da Pitanga, escrituras em pedras e símbolos indígenas indicam que era um dos trechos no qual cruzavam os índios. O Caminho do Peabiru ligava as aldeias e era utilizado para transporte de caça.

Este caminho ligava o oceano atlântico ao pacífico e passava por estados brasileiros como Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e depois alguns países como Paraguai, Bolívia e Peru. Há diversas teorias de quem fundou o caminho, mas a que é mais benquista corresponde aos Incas.

Hoje, estes trechos já não são tão evidentes como antigamente. No Brasil, muitos foram deixados de lado pelos órgãos que cuidam do patrimônio natural. Lugares como Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, já não são mais vistos nenhum vestígio do caminho.

Tendo em vista toda esta história, o atrativo necessita de mais atenção no quesito desenvolvimento turístico, visando então o retorno econômico com o desenvolvimento do local.

O desenvolvimento tem como base promover a região em escala econômica assim como o próprio patrimônio turístico, viabilizando melhoras para as condições que ali são encontradas nos atrativos. Coriolano (2003) resume desenvolvimento como atribuir-se ao termo significado, associar-se a algo positivo que conduza a algo melhor, ou seja, impulsionar uma atividade positiva.

O turismo mostra-se nos últimos anos como uma grande atividade econômica do país. Com este fator pode-se identificar a sua importância em uma determinada região, utilizando dos elementos que compõem o planejamento do turismo. E tendo em vista todos estes aspectos, este estudo vem a ser apresentado, com o objetivo 5

geral de analisar as possibilidades e condições de uso turístico do trecho do Caminho de Peabiru no município de Pitanga (PR), visando o desenvolvimento local.

Possui como objetivos específicos levantar os vestígios do Caminho de Peabiru de interesse turístico existentes no Município de Pitanga, possibilitando; analisar a viabilidade da implantação de um roteiro turístico na localidade e determinar quais as vantagens da implantação do Caminho de Peabiru como atrativo turístico para Pitanga (PR) como fator de desenvolvimento local. Como problemática de pesquisa questionou-se: o trecho do Caminho de Peabiru na cidade de Pitanga e sua possível implantação da atividade turística como fator de desenvolvimento do local.

Para a implantação do turismo no município, verifica-se a necessidade em levantar seus pontos positivos e negativos como uma alternativa de desenvolvimento para cidade. Identificando a possibilidade de utilizar turisticamente os recursos existentes de Pitanga derivados do Caminho de Peabiru como uma ferramenta de diversidade econômica na formatação de um roteiro turístico a ser comercializado como um produto turístico de expressão Estradas e Caminhos, na região central do estado do Paraná.

O método utilizado para a realização desta pesquisa foi de natureza qualitativa, de caráter exploratório descritivo, onde o principal objetivo é evidenciar as possibilidades e condições de uso do Caminho de Peabiru no município de Pitanga (PR). A pesquisa ainda constou com diversas técnicas específicas para a coleta de dados, sendo eles: pesquisa bibliográfica e documental, observação direta, entrevista, registro fotográfico e em diário de campo, os quais foram fundamentais ao longo do desenvolvimento da mesma.

A pesquisa foi realizada por meio de saídas a campo, com a qual foi possível verificar o nível de desenvolvimento turístico em que se encontram os locais, as oportunidades e as fraquezas. Foi realizada também uma entrevista com um pesquisador do município, o senhor Clemente Gaioski, para que fosse possível identificar os trechos do município por onde passava o caminho, assim como verificar sua visão quanto à utilização dos vestígios existente para fins turísticos. 6

Acompanhada do pesquisador, de uma máquina fotográfica e um diário de campo que apresentava uma ficha de inventariação elaborada com base nos formulários do Ministério de Turismo (2006), realizou-se uma verificação em loco dos principais sítios onde são encontrados os vestígios do Caminho do Peabiru em Pitanga, a fim de levantar a situação atual destes locais e a possibilidade de elaboração de um roteiro turístico no município.

Com todos os dados coletados foi elaborada uma tabela e com o uso da fundamentação teórica, foram possíveis as verificações para futuras probabilidades de implantação e analises quanto à possibilidade da implantação de um roteiro turístico e quais suas vantagens para a cidade de Pitanga baseado no Caminho de Peabiru.

7

1. TURISMO E CAMINHO DE PEABIRU 1.1 TURISMO E PATRIMÔNIO TURÍSTICO

O turismo é uma atividade que vem crescendo a cada dia mais tanto no Brasil quanto no mundo. Embora muitos pensem que o turismo seja uma atividade apenas de lazer, ele consiste em um fenômeno social, com grande expressão econômica. (BARRETTO, 2002). A atividade turística pode ser definida como o deslocamento temporário, realizado por pessoas em lugares distintos da sua residência, para fins de lazer, entretenimento, saúde, descanso ou até mesmo negócios (OMT 2012, apud BOITEUX e WERNER, 2009; IGNARRA, 2003) Segundo Oscar de La Torre (1992, apud IGNARRA, 2003, p. 13)

O turismo é um fenômeno social que consiste no deslocamento voluntário e temporário de indivíduos ou grupos de pessoas que, fundamentalmente por motivos de recreação, descanso, cultura e saúde, saem de seu local de residência habitual para outro, no qual não exercem nenhuma atividade lucrativa nem remunerada, gerando múltiplas inter-relações de importância social, econômica e cultural.

O turismo é uma atividade que envolve a movimentação de pessoas, motivada por um atrativo que ocasiona a utilização de serviços específicos e de uma infraestrutura que possibilite a prática desta. Proporciona benefícios tanto para o turista, quanto para população residente no destino turístico, quando gerido de forma responsável (DIAS, 2006). Como toda a atividade, o turismo tem suas particularidades, uma delas é sua influência sobre os espaços, isso se deve ao fato da necessidade de adequação dos elementos existente para que possibilitem a prática turística. (IGNARRA, 2003). Tais adaptações ocorrem basicamente nos elementos do patrimônio turístico de uma localidade, que se caracterizam pela utilização de todos os bens materiais e imateriais para concretização da prática do turismo. Basicamente o patrimônio turístico de uma localidade é composto pela integração entre quatro componentes: a matéria – prima (seus atrativos turísticos), o empreendimento turístico (aparato produtivo), a infraestrutura (os recursos que apóiam o aparato produtivo) e a superestrutura (sistema organizacional e recursos humanos que estão disponíveis para poder utilizar o sistema). (BOULLÓN, 2002) 8

O atrativo turístico para Boullón (2002, p. 57) é visto como a matéria prima do turismo, onde o autor cita que:

[...] sem a qual um país ou região não poderia empreender o desenvolvimento (porque lhes faltaria o essencial, e porque só a partir de sua presença pode-se pensar em construir empreendimentos turísticos que permitam explorá-lo comercialmente), [...] eles são incluídos como o primeiro elemento da estrutura de produção do setor ao qual fica agregado o empreendimento turístico e a infraestrutura.

Sendo o atrativo um elemento fundamental do patrimônio turístico de uma localidade, ele é avaliado como um componente que atrai e desperta o desejo do turista ao visitar determinada localidade. Assim, é preciso que tais subsídios do patrimônio turístico sejam conservados de forma a permanecerem com sua atratividade original. Para Boullón (2002, p.55) "caso sofram intervenções, essas ações ficam limitadas à restituição de alguma qualidade que possam ter perdido, seja pela ação destrutiva de outros setores, dos próprios turistas, ou pelo passar do tempo”. O Ministério do Turismo (2012) enfatiza o atrativo turístico como um fator de interesse para a área turística, o qual motiva e proporciona a vinda de turistas até a destinação, é considerado o principal componente da oferta turística, podendo ser classificados em: atrativos naturais, culturais, acontecimentos programados, etc. No atrativo é essencial expor o valor central do mesmo, para que assim possa demonstrar seu diferencial frente a outros destinos turísticos (IGNARRA, 2003). Os atrativos podem ter várias diferenciações, sua contextualização é amplamente diversificada e detalhada. Alguns dos tipos de atrativos podem se caracterizar como: monumentos, sítios, instituições e estabelecimentos de pesquisa e lazer, manifestações, usos e tradições populares, realização de técnicas científicas contemporâneas e acontecimentos programados (MTUR; IGNARRA, 2003). Para implantação do turismo, é necessário que o atrativo esteja inserido em um espaço que possibilite a integração de outros elementos do patrimônio turístico, como a sustentação do destino, os empreendimentos turísticos e a infraestrutura (BOULLÓN 2002; BAHL, 2004). Os empreendimentos turísticos, segundo Boullón (2002) e Ignarra (2003), são compreendidos como serviços oferecidos aos turistas, que por sua vez são formados por dois elementos: os equipamentos e as instalações. Os equipamentos 9

referem-se a "todos os estabelecimentos administrados pelo poder público ou pela iniciativa privada que se dedicam a prestar os serviços básicos” (BOULLÓN, 2002, p. 54), como hospedagem, alimentação, entretenimento e outros. Por sua vez, as instalações consistem em "todas as construções especiais (diferentes das consignadas pelo equipamento), cuja função é facilitar a prática de atividades puramente turísticas." (BOULLÓN, 2002, p. 55). Tais instalações existem para propiciar melhor qualidade à experiência do turista, sendo imprescindíveis para que o atrativo possa ser visitado ou utilizado pelo turismo. O atrativo turístico é relevante quando se junta com os elementos que são importantes para formatação do produto turístico. Os equipamentos e instalações irão fornecer comodidade e facilitará a estadia do turista no destino escolhido.É importante afirmar que há ainda a necessidade da presença de uma infraestrutura de suporte que possibilite a criação e o uso destes elementos do patrimônio turísticos descritos até o momento. (IGNARRA, 2003). A implantação do turismo depende de suportes básicos, como acesso, saneamento básico, comunicação e energia elétrica, na falta destes a instalação de um empreendimento torna-se inviável. A infraestrutura urbana, que presta serviços às diferentes atividades de um município proporciona também à qualidade dos serviços que são oferecidos a comunidade e visitantes (BARRETTO, 2002; IGNARRA, 2003). Assim pode-se dizer que o sucesso do desenvolvimento da atividade turística de uma localidade está diretamente ligado há implantação e existência de uma infraestrutura uma vez que está deve ser entendida como,

[...] a disponibilidade de bens e serviços com que conta um país para sustentar suas estruturas sociais e produtivas. Fazem parte da mesma a educação, os serviços de saúde, a moradia, os transportes, as comunicações e a energia. Dado o caráter de apoio à população de um país em seu conjunto os investimentos em infra-estrutura (telefones, estradas, ferrovias, pontes, moradias, escolas, hospitais, represas etc.) também são chamadas de "capital social fixo". (BOULLÓN, 2002, p, 57)

O turismo depende do apoio da infraestrutura, a qual deve atender aos requisitos que são indispensáveis para o exercício da atividade. Com uma adequação, haverá melhorias dos produtos e serviços, e consequentemente uma qualidade no produto que será ofertado. (MTUR, 2012) 10

O quarto e último elemento que se torna fundamental é a superestrutura. Segundo Boullón (2002, p.61) "compreende todos os organismos especializados, tanto públicos como da iniciativa privada, encarregados de otimizar e modificar, quando necessário, o funcionamento de cada uma das partes que integram o sistema, bem como harmonizar sua relações para facilitar a produção e a venda dos múltiplos e díspares serviços que compõem o produto turístico." Que busca também a organização da atividade para aumentar a satisfação do turista.

A superestrutura se divide conforme a área de responsabilidade organizacional, e segundo Boullón (2002, p. 62), essa divisão se da em dois modos:

a) As dependências da administração pública. b) As organizações privadas. Estas organizações públicas podem oscilar do Ministério, às secretarias estaduais e municipais assim como os órgãos oficiais de turismo, como diretorias, departamentos, coordenações etc., conforme o Boullón (2002, p. 62-63) estas organizações possuem, em quase todos os casos, funções específicas que são: "a promoção turística no exterior, o controle da qualidade dos serviços, a fixação e o controle dos preços, o planejamento do desenvolvimento, a promoção de investimentos da iniciativa privada, a promoção do turismo interno, o desenvolvimento do turismo social e, às vezes, a construção do equipamento e das instalações turísticas”. As organizações privadas são representadas pelas empresas e associações de diversos setores da atividade turística, como: os hoteleiros, os donos de restaurantes, agentes de viagem, transportadores, guias de turismo, entre outros. Todos devem trabalhar junto aos órgãos oficiais de turismo, segundo o Boullón (2002, p. 63), não apenas vigiando, mas também, intervindo ativamente no desenvolvimento turístico. Deste modo, pode-se afirmar que o turismo é composto por atividades e serviços que proporcionam a experiência da viagem para o turista em potencial. O mesmo tem a capacidade de englobar todos os serviços, que estarão à disposição do cliente (GOELDNER et al. 2002). A partir da visualização da infraestrutura, as instalações e equipamentos de um local turístico, ou seja, com a englobação de todos estes elementos, torna-se possível alçar pontos positivos para o desenvolvimento da atividade turística, o 11

desenvolvimento econômico da localidade e a implantação de um roteiro turístico a partir do produto que será oferecido para os futuros turistas.

1.2 PRODUTO TURÍSTICO

Em muitas definições, observa-se a concordância de que a atividade turística é uma atividade humana, cuja sua essência é o deslocamento por tempo determinado para prática de lazer, cultura, descanso no seu tempo livre. Pensando deste modo, é necessário salientar que se deve atender a importância da produção do produto que será ofertado para o turista. Há várias definições para produto turístico, por sua vez, este deve atender as necessidades do consumidor. São inúmeras as formas de definir o produto turístico, segundo Vaz (2012), ele pode se dividir em partes, e essas partes podem ser: um dado conjunto de atrações procuradas por um determinado consumidor, e serviços alocados a disposição dos clientes ou visitantes de uma determinada localidade, formando assim um conjunto de bens e serviços turísticos. Para Middleton e Clarke (2002), o produto turístico deve ser considerado um conjunto que possui três componentes principais: as atrações, acessibilidade e instalações no destino. A representatividade e singularidade do produto serão um dos pontos principais que irão influenciar nas escolhas dos clientes. O produto turístico é definido basicamente pela reunião de bens e serviços, que são oferecidos em um conjunto ao consumidor final, no caso o turista. Sua função é dar suporte e proporcionar a venda, a visitação e a permanência do turista em uma destinação (BOULLÓN, 2002). Organizando os elementos de: infraestrutura, equipamentos, hospitalidade, gastronomia, folclore, serviços urbanos e turísticos, pode-se obter o a formatação do produto turístico, facilitando a venda e o consumo da atividade turística em uma localidade, oportunizando assim o desenvolvimento do turismo em uma destinação. (PETROCCHI, 2004) Assim a reunião dos elementos do patrimônio turístico na formação de um produto a ser comercializado, proporciona a oportunidade da venda dos serviços e recursos turísticos de um lugar de forma organizada, propiciando assim o desenvolvimento de uma destinação com base em uma programação e união de 12

serviços organizada com base nos potenciais humanos e naturais de uma localidade. (PETROCCHI, 2004; DIAS, 2005; MIDDLETON; CLARKE, 2002). Uma vez formatado e comercializado o destino em um produto turístico, o turista terá a possibilidade de conhecer os atrativos, assim como de analisar a qualidade dos serviços prestados, valorizando a qualificação do produto frente as suas necessidades e expectativas. Tendo como principais elementos de avaliação: os recursos, infraestrutura, bens e serviços e gestão (DIAS, 2005). Os recursos se caracterizam em livres e escassos. Os recursos livres são aqueles abundantes, os quais o seu uso não é restrito, já o escasso é aquele no qual se limita o seu consumo (IGNARRA, 2003). Boullón (2002) identifica os recursos como atrativos com uso atual, e os com potenciais para uso turístico. Estes recursos consistem no suporte principal para prática e desenvolvimento do turismo, sendo sua base de sustentação da atividade em uma localidade. A infraestrutura tem a finalidade de viabilizar a atividade turística, dando viabilidade para tal prática no local visitado. É estabelecido o conjunto de serviços que dão suporte ao fenômeno turístico, consistindo em um elemento indispensável para o funcionamento do empreendimento (BOULLÓN, 2002). Sendo assim, este elemento consiste em um dos fatores que qualificam o produto turístico e influenciam na experiência de visitação É preciso entender que os empreendimentos turísticos existem em função dos atrativos e da existência da infraestrutura, que possibilite a prática da atividade econômica, pois provavelmente sem estes não haveria o porquê construir tais equipamentos e instalações. Deste modo, os empreendimentos turísticos são os elementos do produto turísticos, que consistem nos serviços prestados aos turistas oferecendo estadia, alimentação, o deslocamento e o entretenimento fora do seu local de residência (IGNARRA, 2003; DIAS, 2005; BOULLÓN, 2002).

Quando organizados em conjunto com os atrativos e infraestrutura, atendendo uma determinada demanda a um determinado preço, possibilitam a formação de um produto que venha a ser comercializado de modo conjunto oferecendo comodidade ao consumidor final.

Partindo destes conceitos, observa-se a importância de entender o cliente, tendo na gestão um instrumento de controle que possibilite a avaliação e analise do mercado, o produto e o consumidor, objetivando a qualidade nos serviços prestados. 13

(MIDDLETON; CLARKE, 2002; PETROCCHI, 2004). A gestão está relacionada a assuntos e ações que envolvem as pessoas, produtos, serviços, a organização e o cliente. A palavra gestão, ou seja, o gerir é focar na eficiência e obter a possibilidade de buscar a perfeição imediata com este procedimento (ZAMPAR, 2009). Tendo a finalidade de controlar as variadas etapas e processos que lhe são propostos, ela é baseada em seis relevantes atividades: a execução, supervisão, coordenação, planejamento, controle e decisão (DALLEDONNE, 2008). As etapas irão proporcionar um posicionamento ao gestor, para colocar em prática o seu objetivo. O desafio da gestão do destino consiste em fazer com que as ações que em conjunto possam dinamizar o turismo na localidade, “[...] uma vez que dentro de uma economia de escala a ser conquistada precisa estruturar sua oferta no mercado organizado do turismo [...]” (PETROCCHI, 2004, p. 50). Todo este esforço deve ser realizado para que o destino turístico tenha aceitação no mercado, sendo esta aceitação transformada em receita por meio da venda do produto turístico. Por fim, para que o turista possa usufruir das atividades e serviços de um determinado produto turístico, será necessário um roteiro com um bom planejamento, organização e principalmente criatividade. É viável analisar cada componente que compete avaliar a cidade receptora para implantar o programa. Será através do roteiro que serão ordenadas as atividades propostas para disponibilização para os turistas que procuram o destino (BAHL, 2004). Com uma boa efetivação do planejamento será possível o sucesso do produto turístico.

1.3 ROTEIRO TURÍSTICO

É possível observar que no Brasil se concentram variados tipos de atrativos turísticos, em seu vasto território há uma diversidade de tipos de turismo. Suas características podem se manifestar em naturais, culturais, gastronômicas. E de certa forma, estes atrativos que se espalham pelo país, motivam os visitantes a realizar viagens para buscar o lazer, aventura e tudo o que lhe for preciso. Desde então, parte-se destas informações o processo que se dará a implantação do roteiro 14

turístico, no qual inevitavelmente se tornará rentável e ao mesmo tempo viável (IBAM, 2012). Os roteiros são pensados como um aspecto promocional do turismo, pois com atividades previamente estabelecidas, será possível promover o que o local tem de melhor a oferecer, seja cultural ou natural, afinal, o turista busca coisas diferenciadas de seu cotidiano, e isso exerce certa atração para o visitante. O roteiro visa demonstrar os principais aspectos de um município, possibilitando o conhecimento dos atrativos, históricos, naturais e culturais através de uma exploração especifica (BAHL, 2004). Bahl (2004) salienta que o roteiro é:

[...] todo um processo de ordenação de elementos intervenientes na efetivação de uma viagem. O roteiro pode estabelecer as diretrizes para desencadear a posterior circulação turística, seguindo determinados trajetos, criando fluxos e possibilitando um aproveitamento racional dos atrativos a visitar.

A programação deve estar baseada em atrativos com conteúdos culturais e naturais que despertem o interesse dos clientes e ao mesmo tempo sua satisfação, a suas necessidades de deslocamento, os motivando a viajar, além da busca para caracterizar a vocação turística da localidade ou região visitada. Bahl (2004) argumenta que, objetivando estes aspectos, uma delineação do roteiro possibilitará um melhor embasamento dos recursos que poderão ser visitados, oferecendo então um produto de qualidade. O roteiro turístico deve ser inserido no mercado como produto que possibilite a comercialização da reunião de serviços turísticos em conjunto com a infraestrutura, permitindo ao visitante usufruir dos atrativos turísticos de uma destinação mediante a um preço pré-estabelecido (IBAM, 2012). Desta forma, um roteiro é uma reunião de elementos que apresentam os aspectos de uma região ou localidade a ser visitada, de forma a apresentar e conservar as estruturas locais e promover as instalações de equipamentos para melhor receber os turistas. O roteiro pode ser visto como, o fator que possibilita o aproveitamento do espaço, no qual tem a finalidade de direcionar os bens e serviços (BAHL, 2004). Assim, é possível observar a importância de alguns elementos que fazem 15

parte da dita “matéria-prima” do turismo (BOULLÓN, 2002). O atrativo turístico faz parte destes elementos, e tem a finalidade de proporcionar o principal fator para fazer com que o visitante se desloque de seu lugar de residência para o lazer. O atrativo é basicamente o recurso, seja ele natural ou cultural, com que fará que este necessite de um planejamento para um roteiro adequado para sua utilização. A relação entre “atrativo e roteiro” é essencial para a concretização do mesmo, pois sem esse aparato não seria possível a concretização de um roteiro (IGNARRA, 2003; BAHL, 2004). Além do atrativo, é necessário salientar a necessidade dos equipamentos e instalações para um roteiro turístico. Os equipamentos e instalações são todos os serviços advindos do turismo, e também aqueles que dão suporte para o mesmo. Este elemento tem influencia por sua disponibilidade e variedade que os turistas poderão usufruir (BOULLÓN, 2002; BAHL, 2004). O atrativo sem seus serviços e equipamentos específicos, será difícil a implantação do roteiro. Para poder iniciar um processo de roteirização, faz-se necessário conhecer a situação da região, a exigência de uma infraestrutura adequada, a qual permita a viabilização do roteiro, sendo de cunho fundamental (IBAM, 2012). Além, de serem pontos importantes para a implantação são também necessários para uso dos turistas que visitarem o local. Dessa forma, será viável o processo para implementação da atividade, pois após a comercialização do mesmo, poderá ocasionar o crescimento do turismo na localidade, aumentando o número de turistas que irão visitar a região e assim estimular circulação de riqueza que há no local. Com isso, haverá possíveis vagas de trabalho o que promoverá uma distribuição de renda demasiadamente considerável para a cidade (IBAM, 2012). De modo ao utilizar racionalmente o espaço na elaboração de roteiros que buscam aproveitar as particularidades dos diferentes tipos de atrativos em todos os âmbitos, na forma de roteiros locais ou nacionais, este roteiros utilizam – se dos recursos disponibilizados em cada localidade, sua estrutura, bens e serviços sendo estes de interesse turístico, no qual se localizam em área do município (BAHL, 2004). E podem envolver uma gama ainda maior de localidades como nos casos dos roteiros regionais. Deste modo pode-se analisar que o roteiro é a união de atrativos de uma localidade, seja ela uma região ou destinação, juntamente com a junção de 16

equipamentos e serviços turísticos que compõem a viagem, muitas vezes objetivando uma temática que melhor expresse a realidade local e regional, de modo a oferecer a um determinado segmento de mercado, um produto formatado e que seja plausível de ser comercializado, por um determinado período de tempo e por certo preço (IBAM, 2012). Ao falar dos roteiros turísticos, é possível encontrar diversas atividades ligadas ao roteiro. É possível desenvolver um produto, com uma fase de elaboração do roteiro direcionado para tal público-alvo. O objetivo é oferecer um produto de alta qualidade, e que motive o cliente a comprar esta destinação, deste modo é essencial que os elementos intervenientes ao roteiro turístico sejam adequados para sua implantação (BAHL, 2004). Os elementos como citados acima, tem a finalidade de possibilitar uma adequação; ao meio de transporte que será utilizado, os locais que serão visitados, a distância que será percorrida, hospedagem, restaurantes duração do roteiro entre outros fatores que irão influenciar no preço final do produto que será oferecido para o cliente, fornecendo ao turista seus desejos e necessidades básicas (BAHL, 2004). É importante a criatividade para compor um roteiro turístico. O planejamento do roteiro somente se dará, após uma organização da oferta dos bens e serviços que facilitarão para o turista. Estes componentes bem delineados e formatados proporcionarão um destino rico de atividades e diferenciação no quesito personalização (BAHL, 2004). Diante destas possibilidades, é possível considerar a importância dos elementos do patrimônio para o roteiro. Os atrativos, a infraestrutura, superestrutura e os serviços turísticos dão o aparato para o funcionamento de um produto turístico, e também o fator de poder proporcionar aos visitantes um roteiro adequado em um produto que seja comercializado para a destinação. (PETROCCHI, 2004) O produto turístico procura trabalhar para o crescimento da atividade, e para o desenvolvimento da economia local, sua organização irá gerar renda e circulação de dinheiro, no qual se tornará mais rentável para a localidade que possui o atrativo tendo como fator o desenvolvimento econômico da localidade.

17

1.4 ROTEIRO TURÍSTICO COMO FATOR DE DESENVOLVIMENTO LOCAL

Como já observado no tópico sobre os roteiros turísticos, o roteiro pode obter uma circulação adequada turística, com um trajeto personalizado, fazendo com que os turistas possam usufruir de atrativos culturais, naturais e históricos de uma maneira mais fácil e correta (BAHL, 2004). Com ele é possível alavancar o desenvolvimento do turismo e do próprio roteiro de implantação. Para Coriolano (2003, p. 13-14) o desenvolvimento é:

[...] um processo de produção de riqueza com partilha e distribuição com equidade, conforme as necessidades das pessoas, ou seja, com justiça. O desenvolvimento não se refere apenas à economia, ao contrário, a economia deve ser tomada em função do desenvolvimento.

O desenvolvimento apresenta-se como simples, mas na realidade sua composição é uma amalgama de ideias que deverão ser compartilhadas e partilhadas pelas organizações. Desse modo, o mesmo autor reflete “ quase sempre falar de desenvolvimento é falar do futuro, do mundo que se quer e não do mundo que se vive. O desenvolvimento é uma forma de percepção que tem modelado a realidade, produzindo mitos, fantasias, paixões e violências”. (CORIOLANO, 2003 p. 13). Assim o desenvolvimento só se dá, quando todas as pessoas envolvidas são beneficiadas. Analisando estes aspectos, a percepção do desenvolvimento local é integra, e fará com que haja a comunicação adequada. Coriolano (2003, p. 25) define desenvolvimento local como:

O desenvolvimento local se define como um processo de mudanças de mentalidade, de cambio social, institucional e de troca de eixo na busca do desenvolvimento, por isso orienta-se para o desenvolvimento de médias, pequenas e microempresas, tendo em vista socializar as oportunidades e promover o desenvolvimento na escala humana.

O turismo é um dos fatores para que uma localidade venha desenvolver sua economia (RODRIGUES, 1999). Para fazer com que o desenvolvimento em si, venha a ser promovido em grande escala, é preciso pensar em possibilidades para incentivar atividade pertencente a esta atividade. O turismo como fator de desenvolvimento incentiva a viabilização do desenvolvimento econômico em certa localidade. O mesmo oferece condições de crescimento para pequenas e grandes empresas, beneficiando-as e fazendo com 18

que a renda arrecadada se concentre nos pólos receptores. Algumas das teorias de desenvolvimento local e do turismo têm a importância de seu desenvolvimento em questões locais e globais. Estes por sua vez, poderão ser privilegiados, e mostrados com dimensões variadas (CORIOLANO 2003). Observando estes conceitos, é necessária a presença de um bom planejamento para que ocorra o desenvolvimento do roteiro turístico. Portanto, um processo racional de tomada de decisão, consistirá no planejamento turístico de uma localidade qual tem o interesse em se vender. O planejamento é um processo que tem como finalidade organizar as idéias e planejar para que isso se cumpra no futuro, o mesmo também é voltado para minimizar os impactos potencialmente negativos e maximizar o retorno econômico nos atrativos desta forma evidenciar respostas positivas em relação à comunidade local, e aos turistas e ao turismo a longo prazo. Para Petrocchi (1998, pág. 20)

O planejamento – a visão do futuro próximo ou distante – contribui para que tarefas sejam melhor realizadas e objetivos sejam mais facilmente atingidos, por pessoas ou organizações. Ordena as ações e dá prioridade a elas. Permite mapear dificuldades ou obstáculos e, assim, escolher previamente caminhos alternativos.

Com o planejamento, será evidente o retorno econômico do local que estará aderindo esta atividade. Ele também tem sua importância, pois ainda que surjam alguns problemas, este se dispõe de uma ampla esfera de potenciais para tal atividade (HALL, 2004). Neste contexto, Hall (2004, p. 30 ) ainda comenta:

O planejamento turístico, portanto, ocorre de várias maneiras (desenvolvimento, infraestrutura, uso do solo e de recursos, organização, recursos humanos, divulgação e marketing); estruturas (outro governo, organizações quase governamentais e não-governamentais); escalas (internacionais, transnacionais, nacionais, regionais, locais e setoriais) e em diferentes escalas de tempo (para desenvolvimento, implementação, avaliação e realização satisfatória dos objetivos de planejamento).

O planejamento turístico tem o objetivo a contribuir para praticas especificamente corretas, focando seus objetivos e metas a serem cumpridas. O turismo sendo integrado a este sistema, certamente haverá melhorias econômicas para o desenvolvimento local no qual será destinado (HALL, 2004). Por fim, estes elementos citados acima, são alguns dos componentes 19

essenciais para a formatação de um roteiro, e para que o mesmo venha se consolidar para que haja um retorno em relação ao desenvolvimento. Boullón (2002) identifica o patrimônio turístico como sendo determinado por quatro componentes, no quais estes se definem; atrativos turísticos, empreendimento turístico, infraestrutura e superestrutura. Ou seja, toda a parte material e imaterial é defina como patrimônio turístico. Desta maneira, consegue-se relacionar o roteiro com o desenvolvimento, o desenvolvimento que se insere neste tópico é aquele que visa utilizar por meio do turismo sua integração e inserção para o desenvolvimento local de um determinado município. O roteiro proverá iniciativas, entre elas está a do desenvolvimento econômico e também o participativo, ou seja, aquele em quem tem o objetivo de incentivar a comunidade local para utilizar dessa pratica, e fazer com que os mesmos tomem iniciativa para o auxilio da atividade (RODRIGUES, 1999; CORIOLANO, 2003). Assim, o desenvolvimento se coloca como certo estímulo de viabilização para o turismo, sendo uma mola propulsora para multiplicar o crescimento da atividade, da economia e beneficiar empresas do setor.

20

2. CARACTERIZAÇÃO DO OBJETO DE ESTUDO

Neste capítulo, será apresentada a caracterização do município de Pitanga, e com ela, a versão detalhada do objeto de estudo, mais especificamente o Caminho de Peabiru. Com estas informações também será colocada em ênfase, a história do município e do Caminho, as informações geográficas e as possíveis infraestruturas para a implantação da atividade turística na localidade.

2.1 CARACTERÍSTICAS GEOGRÁFICAS DO MUNICÍPIO

O município de Pitanga está localizado no Paraná, na região central do estado. Sua divisão territorial a qual até hoje permanece, teve início no ano de 1997, ficando constituída de três distritos: Pitanga, Barra Bonita e Vila Nova dos Alemães (IBGE, 2012).

O município tem como seus limítrofes ao norte: , e Roncador; ao sul á limite com e Boa Ventura de São Roque; a leste com Cândido de Abreu, Boa Ventura de São Roque e a oeste se aproxima de e Santa Maria do Oeste (PREFEITURA MUNICIPAL DE PITANGA – PR, 2012). As Rodovias asfálticas para acesso intervêm pelas: PR-460 que interliga a rodovia PR-239 pertencente ao município de Pitanga, especificamente na localidade de Borboleta, e PRT-487 que liga os municípios de Nova Tebas e Bela vista. A BR- 466 trecho – Pitanga é denominada Ivan Ferreira do Amaral e Silva Filho, e liga as duas cidades. E por fim, PR-456 que é ligada ao trecho de Palmital – Entrada BR-466 de Pitanga, tendo como nome; rodovia Moacir Júlio Silvestre (DER PARANÁ, 2012).

Segundo o site da Prefeitura Municipal de Pitanga (2012), as principais atividades econômicas no município são: a Agricultura, Pecuária, Extrativismo Vegetal e Indústria de Atividades Primárias. Em destaque o comércio, que por finalidade da agricultura e pecuária cresce por intermédio da mesma, trazendo retorno financeiro para os empresários e inevitavelmente para o município. 21

Atualmente o município possui 32.638 mil habitantes (censo 2010), com uma área totalizando 1.664 km² (IBGE, 2012).

O clima predominante no município é o subtropical úmido, com verões amenos e invernos severos, é possível evidenciar com frequência as geadas que mostram baixas temperaturas. A vegetação da região predomina mata-floresta subtropical e floresta subtropical com araucária. Essas florestas são estimadas em riquezas de vários tipos de árvores e plantas, como a canela, jacarandá, caviúna entre outras espécies advindas do estado e da região sul. Sua hidrografia tem como seus rios afluentes rio Pitanga e rio Ernesto, tendo esses como destaque para o uso da população (INVENTÁRIO, 2003).

Como se pode observar, o município não cita ou utiliza da atividade turística, mas há a possibilidade para uma futura implantação. É necessário salientar que Pitanga possui uma vasta extensão de fatores e pontos positivos para que esta atividade venha se manifestar, a exemplo; vários proprietários de propriedades privadas possuem vasto terreno ou cachoeiras propícias para a manifestação da atividade turística, essas são inexploradas, não possuem roteiros turísticos comercializados e não são divulgadas, A falta de infraestrutura e por vez de entendimento da área, os impede de implantar e aperfeiçoar o turismo na região. Por isso surge, a necessidade, do planejamento para a implantação desta atividade, tendo como foco o retorno financeiro e desenvolvimento do local.

2.2 CAMINHO DE PEABIRU

O Caminho de Peabiru tinha uma extensão de aproximadamente 3 mil km, e ligava o oceano Atlântico ao Pacífico unindo quatro países. As cidades e países nos quais passava eram: no Brasil; Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e depois seguia para o Paraguai, Bolívia e Peru, o Caminho cortava matas, rios, cataratas entre outras que o faziam para abrir a rota. O lendário Caminho de Peabiru possuía uma profundidade de aproximadamente 40 cm e 1,40 de largura, este era utilizado pelos índios e foi utilizado por Alvar Nunez Cabeza de Vaca. (CAMINHO DE PEABIRU, 2012) 22

O Peabiru tem toda uma história e um significado. A palavra Peabiru é de origem da tupi-guarani, o “pe” significa caminho e “abiru”, gramado amassado, por isso a rota a qual seguiam foi chamada por este nome, Peabiru. Uma vez, que no Caminho, havia uma espécie de grama, essa crescia por entre as trilhas, e isso evitaria que o caminho se perdesse, ou a própria mata o encobrisse. Havia trechos em que o acesso era difícil, as trilhas eram sobre pedras e tomavam conta sobre alguns segmentos (ARAUJO, 2012). A história do Peabiru é contada, segundo estudiosos, envolta de mistérios e teorias. Uma destas teorias evidencia a procura da “Terra sem Males”, o qual acreditava ser uma espécie de paraíso. Os espanhóis chegando à América do sul utilizaram o Caminho de Peabiru, o mesmo facilitou as expedições possibilitando a ida para os Andes (VAZ, 2002). Algumas das curiosidades encontradas ao longo deste caminho são as sinalizações demarcadas, como inscrições rupestres, símbolos e mapas de origem indígena. Várias cidades foram fundadas perto dos trechos da trilha. Algumas delas ainda possuem vestígio do Caminho de Peabiru, principalmente na região central do Paraná, como por exemplo, o município de Pitanga. Mas outros municípios no estado do Paraná também possuem vestígios tais como: Santa Maria do Oeste, Castro, Cândido de Abreu, Reserva, Palmital, Nova Cantú entre outros (ver mapa).

MAPA 01 – MUNICÍPIO QUE POSSUEM VESTÍGIOS DO CAMINHO NO PARANÁ 23

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

Com todos esses vestígios encontrados, é evidenciada a importância da história do Caminho de Peabiru. De início estes trechos eram guiados pelos índios mas o trajeto facilitou também a circulação de mercadorias, missões religiosas, e outros fatores importantes (ARAUJO, 2012). O Peabiru possui uma importância incontestável e o resgate de sua história possibilitará um resgate cultural da localidade em que está inserida, isso fará que estes vestígios não fiquem apenas na memória de pesquisadores, mas sim na memória de muitos habitantes das regiões por onde o caminho segue.

24

3. CAMINHO DE PEABIRU NO MUNICÍPIO DE PITANGA

Para o levantamento dos vestígios do Caminho de Peabiru, utilizou-se de duas técnicas de coleta de dados, sendo elas: uma entrevista com o Sr. Clemente Gaioski, geógrafo e pesquisador residente no município aqui retratado, bem como, saídas a campo com a orientação de um diário de campo baseado nas fichas de inventário turístico do Ministério do Turismo (2006), o qual classifica o trecho do Caminho de Peabiru como sítios arqueológicos, com presença de escritas nas estruturas das rochas que são consideradas arte rupestre. Os vestígios encontrados em Pitanga são evidências da existência do Caminho do Peabiru e sua história no município, diz o pesquisador que é esta uma das localidades que possuem grande diversidade de vestígios sobre o Caminho em toda a região onde o trajeto se dá. Muitos dos vestígios encontrados se caracterizam por mapas desenhados nas rochas e demarcações geográficas de orientação que eram feitas com pedras, especificando a direção correta, ex: norte, sul e oeste.

FIGURA 2 - DEMARCAÇÕES EM PROPRIEDADE PRIVADA

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

Estas pedras mostradas acima (figura 2) estão localizadas em propriedades privadas, especificamente em áreas de passagem ao Caminho de Peabiru, essa demarcação evidencia a trilha por onde a passagem era realizada.

25

FIGURA 3 – DEMARCAÇÕES COM PEDRAS.

FONTE: CLEMENTE GIOSKI (2004).

As demarcações eram feitas em pedras para facilitar a localização dos viajantes, especificando norte, sul, leste e oeste.

FIGURA 4 – DEMARCAÇÃO GEOGRÁFICA COM PEDRA.

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

Acima (figura 4), demarcação encontrada no município de Pitanga (PR). Na maioria das vezes essas pedras podem possuir uma certa profundidade, para evitar que fossem removidas e assim dificultar a orientação dos que ali passavam (figura 5).

26

FIGURA 5 - PEDRA ENCONTRADA PELO PESQUISADOR

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

27

FIGURA 6– MAPA EM UMA ROCHA

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

Na imagem (figura 6), é constatado o desenho de um mapa, certamente escrito por colonos que fizeram a passagem. Este mapa é desenhado em baixo de uma pedra no principal trecho do Caminho de Peabiru do município. Alguns curiosos comentam que o mesmo se parece com o estado do Paraná.

FIGURA 7 – MAPA EM PEDRA

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

Na (figura 7) e (figura 8), mostra o mapa na pedra, o que podemos chamar de riscos (nas pedras), são os lugares por onde já foi trilhado pelos colonos ou índios.

28

FIGURA 8– MAPA EM PEDRA

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

Além das escrituras nas rochas, o pesquisador Clemente Gaioski explicou que na região foram encontrados objetos que comprovam a estadia dos índios nesta área. Objetos feitos de pedras, principalmente utensílios para preparo e conservação de alimentos como moedores de ervas, e outros com formatos parecidos com tampa de garrafa, estão expostos no museu municipal de Pitanga.

FIGURA 9 – UTENSÍLIOS PARA PREPARO DE ALIMENTOS

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

Os utensílios eram utilizados pelos índios, que por onde passavam, acampavam por um determinado tempo. Desta forma, via-se a necessidade da 29

confecção de utensílios para o manuseio dos alimentos. Estes objetos eram feitos a mão pelos próprios índios.

FIGURA 10 – OBJETOS NO MUSEU DO MUNICÍPIO

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

Alguns objetos podem ser encontrados em exposição no museu municipal de Pitanga (figura 10). No local encontram-se alguns objetos e instrumentos, e uma breve história do Caminho de Peabiru.

FIGURA 11 – OBJETOS EM EXPOSIÇÃO NO MUSEU MUNICIPAL

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

30

A imagem (figura 11) mostra os moedores de ervas que eram utilizados pelos índios, estes objetos também podem ser encontrados no museu municipal.

FIGURA 12 - UTENSÍLIOS

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

Figura 12, utensílios encontrados no museu municipal, o acervo do local é diversificado com variados tipos de utensílios e pedras em formatos diferentes.

FIGURA 13 – TAMPA DE UTENSÍLIO

FONTE: PREFEITURA MUNICIPAL DE PITANGA (16/11/06).

31

A tampa encontrada (figura 13) indica que seja possivelmente de uma garrafa ou algum outro utensílio, este objeto foi encontrado em propriedade próximo ao Caminho. Em Pitanga foram identificados quatro sítios arqueológicos com vestígios de interesse a pesquisa e a visitação, uma vez que possuem as artes rupestres em bom estado de observação. Nos pontos 1, 2 e 4, não foi possível a entrada. A distância e a falta de um guia para a localização dificultou a visitação. Uma das justificativas dadas por Clemente é o fato de falta de controle na visitação destas localidades, o que poderia acarretar a depredação das escritas e até mesmo a perda destas evidencias pelo uso inadequado de um turismo desordenado. Este entendimento é compartilhado pelos proprietários das áreas onde os vestígios se encontram, desta forma conservando estes espaços que ainda não foram tocados permanecesse intacta principalmente para utilização de pesquisa.

FIGURA 14 – CARTA TOPOGRÁFICA PONTOS 1, 2, 3 E 4

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

32

Com a dificuldade de acesso e de informações, impossibilitou a realização de uma pesquisa mais aprofundada nestas propriedades. Portanto a pesquisa se deu na área 03, este trecho se caracteriza como o mais visitado, uma vez que se encontra aberta a visitação pública. Este trecho do Caminho de Peabiru situa-se em propriedade privada tendo como atual proprietário o Sr. João Helmatos, localizada na Serra da Pitanga. O local possui uma cachoeira e pedras com símbolos e escrituras indígenas indicando possíveis mapas e coordenadas de orientação, e tem como nome popular a Cachoeira do Peabiru, Cachoeira do Rio do Meio ou Santuário do Peabiru. (VAZ, 2002).

3.1 SANTUÁRIO DO PEABIRU

É este ponto onde se encontra as escrituras nas pedras, a cachoeira e onde foram encontrados os objetos históricos, sendo neste momento a única área do município aberta à visitação. O pesquisador dá ênfase a este ponto, como sendo um dos principais, o qual é conhecido pelos moradores da região e arredores. A propriedade encontra-se em posse do senhor João Helmatos, o qual atualmente não reside mais no município. O Santuário possui como principais atrativos a Cachoeira (figuras 15 E 16), as escrituras (figuras 17 e 18), um mapa localizado em baixo de uma pedra (figura 6), ( nas figuras 19, 20 e 21) o caminho no qual era realizado o percurso dos índios com um nível abaixo do normal e ainda próximo ao local alguns níveis de terra mais baixos, ou seja, alguns buracos que na época os kaingangs faziam para poder passar a noite e se proteger do frio intenso (figuras 22 e 23).

33

FIGURA 15 – CACHOEIRA DO CAMINHO DE PEABIRU

FONTE: ALINE FRANCO GUIMARÃES (2012).

Vista da Cachoeira do Peabiru, localizada no principal trecho do município de Pitanga, um dos principais fatores que chamam a atenção de visitantes (figura 15 e 16).

FIGURA 16 – CACHOEIRA DO CAMINHO DE PEABIRU

FONTE: ALINE FRANCO GUIMARÃES (2012).

As escrituras, ou artes nas pedras, indicam a passagem de índios, colonizadores, religiosos entre outros, que passaram por estas trilhas. Na imagem 34

(figura 17), é possível observar os traços na pedra, escrituras em formas de flechas e algumas que não é possível a identificação são esculpidas na pedra.

FIGURA 17 – ROCHAS COM ESCRITURAS

FONTE: ALINE FRANCO GUIMARAES (2012).

Abaixo (figura18), na mesma pedra é possível analisar apenas os vestígios deixados pelos índios.

FIGURA 18 – ESCRITAS - CAMINHO DE PEABIRU

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

Como o percurso do Peabiru foi aproximadamente maior que três mil km, (figura 19) é mostrado abaixo um dos caminhos percorridos. 35

FIGURA 19 – PERCURSO FEITO PELOS ÍNDIOS

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

Na figura 20, o nível da grama é mais baixo do que os demais lugares predominantes montanhosos.

FIGURA 20 – NÍVEL BAIXO, O CAMINHO 36

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

O nível baixo ocorreu pelo fato de o trecho ser utilizado por muitos anos, não somente pelos índios, mas por moradores da região que cruzavam a trilha com animais e alimentos (ver figura 21).

FIGURA 21- NÍVEL BAIXO, O CAMINHO 37

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

Esta imagem mostra o nível abaixo do normal, na época era uma abertura feita na terra, utilizada pelos índios para passar a noite. Isso os impediria de passar frio durante a noite (ver foto 22e 23).

38

FIGURA 22 – LOCAL NÍVEL BAIXO, ABERTURA

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

Logo abaixo (figura 23), nível baixo, abertura onde os índios passavam a noite.

FIGURA 23 – LOCAL NÍVEL BAIXO - ABERTURA

FONTE: CLEMENTE GAIOSKI (2004).

O acesso até a propriedade rural se dá por meio de uma estrada não pavimentada a uma distância de 16 km do centro da cidade de Pitanga, podendo ser percorrido a pé, de carro, bicicleta ou a cavalo. O estado da estrada é regular, conforme figura 23, em dias de sol é possível à entrada de carro baixo, mas são aconselhados o uso de carros apropriados para estes ambientes em dias de chuva. 39

FIGURA 24 – ESTRADA DE ACESSO AO CAMINHO DE PEABIRU

FONTE: ALINE FRANCO GUIMARAES (2012).

A estrada não possui sinalização adequada, na figura 24 é possível observar, que não há placas indicativas e de distâncias a propriedade. No atrativo não há placas indicativas de acesso para a cachoeira ou as escritas rupestres, assim como sinalização de orientação e de interpretação, o que possibilitaria a oportunidade de aprendizado e sensibilização ambiental.

FIGURA 25 – ESTRADA DE ACESSO AO CAMINHO

FONTE: ALINE FRANCO GUIMARÃES (2012).

O que se observa é que a visitação se dá de forma desordenada, sem controle de entrada e saída de visitantes. Um dos motivos para que isso ocorra refere-se pela falta de controle do proprietário, uma vez que este reside em outro 40

local, o que dificulta a organização e a conservação dos recursos existentes na área, o que resultou em danos as artes rupestres e a própria atratividade do Santuário. As principais dificuldades para o uso do espaço para a prática sustentável do turismo foram registradas na propriedade onde se encontra os vestígios. O local não apresenta nenhum controle de entrada ou estacionamento determinado. Os equipamentos e instalações são inexistentes, o que acaba prejudicando o tempo de permanência do turista, uma vez que não existe serviço de alimentação, guias ou monitores. Quanto à infraestrutura, não foi constado a existência de serviço de limpeza e manutenção do local, assim como a inexistência de sanitários e lixeiras. As trilhas são precárias e os acessos aos pontos de interesse de visitação ficam desta forma prejudicada, as trilhas não apresentam sinalização de indicação, restrição, ou orientação. Os percursos das trilhas estão sem definição e sujos, dificultando a caminhada e a orientação (figura 26), os trajetos são inadequados, não acompanham as curvas de níveis do terreno (figura 26), o que acarreta ao longo de anos de uso problemas de erosão.

FIGURA 26 – TRILHAS SEM DEFINIÇÃO

FONTE: ALINE FRANCO GUIMARÃES (2012).

O difícil acesso para as trilhas, com curvas de nível do terreno dificulta a caminhada na trilha até a chegada da Cachoeira do Peabiru.

FIGURA 27 – CURVAS DE NÍVEL DO TERRENO 41

FONTE: ALINE FRANCO GUIMARÃES (2012).

A depredação consequente desta falta de cuidado e do uso desordenado dos recursos existentes no local é evidente, há diversas pichações nas artes rupestres, em alguns casos como da figura 27 as escrituras se tornam ilegíveis ou desaparecessem em consequência do vandalismo causado pela falta de conhecimento e consciência dos usuários do local.

FIGURA 28 – ESCRITAS ILEGÍVEIS

FONTE: ALINE FRANCO GUIMARÃES (2012).

Deste modo podemos verificar segundo o quadro 01 que as condições de uso turístico do Santuário do Peabiru são deficientes, sendo preciso investimentos nos atrativos, equipamentos, instalações e infraestrutura, e em fim nos elementos físicos 42

do patrimônio turístico do local. Desta forma pode-se receber os turistas de modo a proporcionar uma visitação responsável que possibilite a geração de conhecimento e respeito pelo patrimônio natural e cultural ali existente. (BOULLÓN, 2002)

Quadro 01: Potencialidade e Situação do Caminho de Peabiru. ATRATIVOS Atrativo Estado de Conservação Cachoeira do Peabiru Bom Escrituras nas Pedras Regular Caminho de Peabiru Bom Abertura nível Baixo Bom EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES Tipo Condições de Uso Guarita ou Portaria Inexistente Centro de Visitantes Inexistente Locais de Alimentação Inexistente Hospedagem Inexistente Entretenimento e lazer Inexistente Guia ou Monitores Inexistente INFRAESTRUTURA Tipo Condição de Uso Acesso (16 km centro da cidade) Por estrada não pavimentada/Regular Transporte Inexistente Sinalização Inexistente Informação Turística Inexistente Sanitários Inexistente Limpeza e Manutenção Inexistente Trilhas Péssimo estado Fonte: Elaborado pela autora com base nas fichas do Mtur (2006) e Boullón (2002).

Com base no quadro 01 é possível verificar que o Santuário do Peabiru não contem elementos suficientes para a prática de uma atividade de turismo, uma vez que os elementos do patrimônio turístico existentes no local devem ser adaptados de modo a possibilitar a visitação de modo ordenado e planejado. 43

Na busca de aumentar a experiência turística do visitante, deve-se agregar valor ao atrativo, a conservação dos elementos existentes, possibilitando assim a formação de um produto turístico que venha ser um instrumento propulsor de desenvolvimento local. (IGNARRA, 2003; BOULLÓN, 2002; DIAS, 2006) Como fica claro nas análises, a simples existência do atrativo, ou dos atrativos, não são suficientes para o desenvolvimento de um produto turístico, uma vez que este é constituído pela reunião de diversos fatores como: infraestrutura, serviços e equipamentos turísticos, os atrativos e a gestão. Tais fatores organizados proporcionam a viabilidade de formatação de um produto a ser comercializado por meio da venda de serviços que utilizam os potenciais humanos e naturais de uma localidade acarretando o desenvolvimento turístico e econômico. (PETROCCHI, 2004; BOULLÓN, 2002) Com base nestas reflexões é evidente que a possibilidade de formatação de um produto turístico denominado Santuário do Peabiru no município de Pitanga – PR, atualmente é impossível. Uma vez que, a inexistência ou a deficiência em elementos como: a infraestrutura, em equipamentos e serviços e no estado de conservação dos atrativos, inviabiliza a formação de um produto de qualidade, que tenha potencialidade de se tornar um instrumento de desenvolvimento local. (DIAS, 2005; MIDDLETON; CLARKE, 2002) Desde modo, pode-se constatar que não é possível uma implantação de um roteiro turístico no município. Isso se deve além dos fatores descritos e discutidos anteriormente, ao fato da distância entre os trechos existentes dentro de Pitanga, assim como ao estado dos acessos, e também a restrição de uso destes recursos nas propriedades privadas. Tais restrições se deram segundo o Sr. Clemente, pelo receio dos proprietários de mostrar estes outros vestígios e que eles sejam depredados da mesma forma como ocorreu com as escritas no Santuário do Peabiru. O Pesquisador do Caminho deixa claro, que após a abertura de visitação neste espaço muitos tiveram a oportunidade de conhecê-lo, mas ao mesmo tempo a visitação inadequada acarretou na depredação do patrimônio existente na área. Assim a falta de gestão destes recursos pela superestrutura, tanto pública como pela iniciativa privada, gerou insegurança e restrição de uso e visitação aos demais trechos do Caminho de Peabiru da cidade, mantendo-os intactos para principalmente utilização da pesquisa. (DALLEDONNE, 2008) 44

Além destes fatores para uma não contribuição na organização do roteiro, a ainda a falta de incentivo por parte da administração do município. O Sr. Clemente explica que a principal chance com que uma atividade turística viesse ocorrer seria a ajuda financeira para a implantação de uma estrutura adequada. As empresas que fazem parte do município, como os hotéis, têm a noção da existência deste Caminho, porém também tem conhecimento da falta de estrutura. À vontade para que isso viesse a ocorrer é grande, mas falta a ajuda de pessoas influentes na política para que o roteiro venha ser implantado. Muitas ideias surgiram a partir da descoberta deste trecho no ano de 2003, ano que foi realizado um projeto pela Secretaria de Turismo e Cultura do município junto com o Sr. Clemente Gaioski, tendo como ideia a de incluir o Santuário do Peabiru com outras localidades em uma rota que seria utilizada para evidenciar as belezas naturais do município, principalmente suas cachoeiras. Mas a falta de verbas para investimentos mínimos em infraestrutura inviabilizaram o projeto, explica Sr Clemente Gaioski. As vantagens da implantação do roteiro turístico seria inicialmente para o município, com ganhos econômicos, políticos, culturais e ambientais. E consequentemente espalharia pela região, uma vez que há estudos que indica existência de vestígios semelhantes aos encontrados em Pitanga, que oportunizariam a formação de um roteiro regional. (BAHL, 2004) Os ganhos financeiros trariam para o município benefícios, na forma de diversificação de produção, uma vez que Pitanga é uma cidade que tem como principal sustento a agricultura e o comércio, isso seria uma válvula para futuras oportunidades e empregos. Influenciado positivamente na elevação do nível da cidade, e seus serviços e infraestrutura básica. (RODRIGUES, 1999) Contudo, o foco da gestão e a ineficiência da infraestrutura do município impossibilitam a formação de um roteiro que venha utilizar os recursos turísticos potenciais em Pitanga. Isso só inviabiliza o surgimento de uma alternativa de geração de emprego e renda para população, assim como de investimentos em infraestrutura que viriam para melhorar não só a visitação a estes locais, mas sim o acesso e a oportunidade do município de ter áreas de lazer e recreação que venham a ser utilizadas para fins educativos. Portanto a pesquisa evidencia que as condições que se encontram os atrativos, a infraestrutura e os equipamentos turísticos do trecho do Caminho do 45

Peabiru existente no município de Pitanga, não possui possibilidade de uso para fins turísticos. Uma vez que a gestão do município não entende a importância em transformar este em um produto que venha ser comercializado e possa possibilitar uma nova forma de desenvolvimento para o município.

46

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Ao longo da pesquisa, foi constatado que no município de Pitanga não se utiliza da atividade turística. O Caminho de Peabiru como se dá ênfase em todo o estudo, seria uma das possibilidades para que essa atividade viesse ser implantada. Os objetivos propostos na pesquisa eram fazer o levantamento dos vestígios encontrados no Caminho de Peabiru, analisar a viabilidade de implantação de um roteiro turístico no município e determinar quais seriam as vantagens da implantação como atrativo turístico para o município de Pitanga (PR) como fator do desenvolvimento do local. Tendo como principal ideia analisar as condições de uso turístico no trecho do Caminho de Peabiru. A ideia de realizar um roteiro ligando o Santuário do Peabiru, seria um dos pontos positivos que iriam incrementar a atividade econômica do município, ajudaria no desenvolvimento local do comércio para os proprietários de empresas ligados ao turismo, e também auxiliaria no aumento de vagas de emprego para os moradores do município e dos que habitam próximo a localidade. Seria importante não somente pelo desenvolvimento da região, mas também para mostrar a toda a população local que Pitanga tem potencial para o turismo. A falta de conscientização e apoio de pessoas que se interessem pela história do local faz com que estes pontos sejam desvalorizados, ou melhor, focados para outras atividades de peso no município, como é o caso da agricultura e agropecuária. Para que o Caminho de Peabiru pudesse ter uma infraestrutura adequada para a visitação, haveria de ter um bom planejamento e acima de tudo apoio da Prefeitura Municipal e de políticos influentes no estado. A falta de conhecimento dos mesmos, a falta de verba é o que determinaria que o Santuário pudesse chamar a atenção. Ao longo da análise o pesquisador de Pitanga Clemente Gaioski, deixa clara a parte em que o Santuário do Peabiru necessita de apoio político relacionado com as verbas, pois esta seria a saída para que o turismo viesse a ser implantado na localidade. Deste modo, não é possível criar um roteiro para o município de Pitanga, pois seria necessário incluir outras localidades, como na figura 13 que evidencia os outros pontos onde se encontram vestígios do Caminho. 47

Esses pontos 1,2,4 também pertencem a rota Caminhos de Peabiru, mas pela distância como já dito ao longo da pesquisa, dificultaria na programação do roteiro, o difícil acesso também é um dos pontos negativos existentes nesses locais. Porém, é fato salientar que os mesmo não são explorados, por medo que sejam depredados como ocorreu na Cachoeira do Peabiru, E de certo modo, o Caminho de Peabiru faz parte da história de Pitanga. Há pessoas sem conhecimento, que o visitam e nem ao menos conhecem sua história ou o porquê das escrituras, ou desses caminhos de nível baixo. Simplesmente o visitam por lazer, esporte, e sem uma infraestrutura adequada para o ambiente, sem estrutura específica para a utilização no meio ambiente, ou seja, sem pensar na sustentabilidade. Caso este trecho não seja preservado, há possibilidades de que o meio venha se defasar, ou seja, destruído pela própria visitação desordenada. É evidente a necessidade de uma preservação adequada para a localidade, sem isso o Caminho terá um destino negativo em relação a natureza existente na Serra da Pitanga.

48

REFERÊNCIAS

ANDRADE, José Vicente de. Turismo Fundamento e dimensões. 8 ed. São Paulo: Editora Átila, 2002.

ARAÚJO, Felipe. Caminho do Peabiru. 2012. Disponível em http://www.historiabrasileira.com/brasil-pre-colonial/caminho-do-peabiru/ > Acesso em 27 de agosto de 2012.

BAHL, Miguel. Viagens e Roteiros Turísticos. : Protexto, 2004.

BARBOSA, Maria de F. N. Introdução ao Marketing para Empresa de Pequeno Porte. 2006. Disponível em < www.eumed.net/libros/2006a/mfnb/index.htm > Acesso em: 02 de maio de 2012.

BARRETTO, Margarita. Manual de Iniciação ao Estudo do Turismo. 12 ed. Campinas, SP: Papirus, 1995.

BENI, Mario Carlos. Análise Estrutural do Turismo. São Paulo: Editora SENAC, 1997.

BOULLÓN , Roberto C. Planejamento do Espaço Turístico. Tradução Josely Vianna Baptista. Bauru, SP: Edusc,2002.

CABEZA DE VACA. Peabiru. 2012. Disponível em < http://www.cabezadevaca.com.br/site/am%C3%A9ricas/peabiru > Acesso em 19 de agosto de 2012.

CAMARA PITANGA. 2012. Disponível em < http://www.camarapitanga.com.br > Acesso em 14 de agosto de 2012.

CAMINHO DE PEABIRU. 2012. Disponível em < http://www.caminhodepeabiru.com.br/ocaminho.htm > Acesso em 29 de agosto de 2012.

COBRA, Marcos. Marketing no Turismo. São Paulo: Cobra, 2001.

______. Marketing de Serviço Financeiro. São Paulo: Cobra, 2000.

CONSCIENCIA. Cabeza de Vaca e o Caminho de Peabiru. 2012. Disponível em < http://www.consciencia.org/cabeza-de-vaca-e-o-caminho-de-peabiru > Acesso em 22 de agosto de 2012.

CORIOLANO, Luzia Neide M.T.O Turismo de Inclusão e o Desenvolvimento Local. Fortaleza: FUNECE, 2003.

49

CLEVE, Jeorling J. Cordeiro. Memória de Pitanga. Curitiba, Pr: Artes & Textos, 2010.

DALLEDONNE, Jorge. Gestão de Serviços: A chave do Sucesso nos Negócios. Rio de Janeiro: SENAC Nacional, 2008.

DAUD, M.; RABELLO, W. Marketing de Varejo: como incrementar resultados com a prestação de serviços. São Paulo: Bookman, 2007.

DER. Rodovias do Paraná. 2012. Disponível em < http://www.der.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=21 > Acesso em 20 de agosto de 2012.

DIAS, Reinaldo. Introdução ao Turismo. São Paulo: Atlas, 2005.

GOELDNER, Charles R. et al. Turismo, Princípios, Práticas e Filosofias. 8 ed. Porto Alegre: Bookman, 2002.

HALL, C. Michael. Planejamento Turístico políticas, processos e relacionamentos. São Paulo: Contexto,2001.

INVENTÁRIO PITANGA. Prefeitura Municipal de Pitanga. 2003.

IBAM. Roteirização Turística. 2012. Disponível em < http://www.ibam.org.br/media/arquivos/estudos/roteirizacaoturistica_turismo.pdf> Acesso em 07 de junho de 2012.

IBGE. IBGE Cidades. 2012 Disponível em < http://www.ibge.gov.br/cidadesat/painel/painel.php?codmun=411960 > Acesso em 14 de agosto de 2012.

_____. IBGE Distritos. 2012. Disponível em < http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/dtbs/parana/pitanga.pdf > Acesso em 20 de agosto de 2012.

IGNARRA, Luiz Renato. Fundamentos do Turismo. 2 ed. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.

IPARDES. Estatística Pitanga, Limite Cidades. 2012. Disponível em < http://www.ipardes.gov.br/cadernos/Montapdf.php?Municipio=85200 > Acesso em 19 de agosto de 2012.

LAZER, PATRIMÔNIO E TURISMO: ALGUMAS CONSIDERAÇÕES. Disponível em Acesso em 27 de maio de 2012.

50

MIDDLETON, Victor T. C.; CLARCKE, J. Marketing de Turismo: teoria e prática. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

MINISTÉRIO DO TURISMO. 2012. Disponível em< www.turismo.gov.br > Acesso em: 29 de maio de 2012.

NADAL, Mônica C.; BALANZÁ, Isabel M. Marketing e Comercialização de produtos turísticos. São Paulo: Pioneira Thonson Learning, 2003. PETROCCHI, Mario. Marketing para Destinos Turísticos. São Paulo: Futura, 2004.

______; BONA, A. Agências de turismo: planejamento e gestão. São Paulo: Futura, 2003.

PREFEITURA MUNICIPAL DE PITANGA. História do Município. 2012. Disponível em < http://www.pitanga.pr.gov.br > Acesso em 14 de agosto de 2012.

RODRIGUES, Adyr Balastreri. Turismo e Desenvolvimento Local. São Paulo: Hucitec, 2000.

TURISMO E PATRIMÔNIO. 2012. Disponível em < http://www.webartigos.com/artigos/turismo-e-patrimonio/36281/ > Acesso em: 29 de maio de 2012.

VAZ, Gil Nuno. Marketing Turístico: receptivo e emissivo: um roteiro estratégico para projetos mercadológicos públicos e privados. 1ed. Revisão Janice Yunes Perim. São Paulo: Pioneira Thonson Learning, 2002.

VAZ, Terezinha Aguiar. Lendário Caminho do Peabiru na Serra da Pitanga. Guarapuava, Pr – Grafel Impressora, 2002.