Candeal Pequeno: Um Território Usado
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO CANDEAL PEQUENO: UM TERRITÓRIO USADO Selma Paula Maciel Batista SALVADOR-BAHIA DEZEMBRO/2005 SELMA PAULA MACIEL BATISTA CANDEAL PEQUENO: UM TERRITÓRIO USADO Dissertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal da Bahia, em cumprimento às exigências para obtenção do grau de Mestre. Orientadora: Profª Drª Maria Auxiliadora da Silva SALVADOR - BAHIA DEZEMBRO/2005 Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Shiguemi Fujimori, Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia B333 Batista, Selma Paula Maciel, Candeal Pequeno: um território usado / Selma Paula Maciel Batista. _ Salvador, 2005. 150 f.: il. Orientadora: Profa. Dra. Maria Auxiliadora da Silva. Dissertação (Mestrado) – Pós-Graduação em Geografia Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, 2005. 1. Geografia urbana 2. Geografia humana 3. Candeal Pequeno (Salvador, BA) – Configuração socioespacial I. Título. CDU 911.9:711.4 (813.8) (043) UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA INSTITUTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO CANDEAL PEQUENO: UM TERRITÓRIO USADO por Selma Paula Maciel Batista Dissertação apresentada aos Senhores: ____________________________________ Profª. Drª. Maria Auxiliadora da Silva ____________________________________ Prof. Dr. Ângelo Szaniecki Perret Serpa ____________________________________ Profª. Drª. Iracema Brandão Guimarães Vista e permitida a impressão. Salvador, ___/___/___. Aos moradores e ancestrais do Candeal Pequeno, pela acolhida e permissão, dedico esta obra. Agradecimentos Como produto, uma dissertação é fruto do trabalho solitário do pesquisador, mas, contraditoriamente, não se torna produto final sem o auxílio de colaboradores que, ao longo do processo, contribuem com ensinamentos, técnicas, dicas e consolo. E em meio a tantas mãos e olhares atentos, agradeço ao seleto corpo docente da Coordenação do Curso de Pós- Graduação do Instituto de Geociências da Universidade Federal da Bahia, responsável pelo meu enriquecimento intelectual, enquanto geógrafa, ao longo do período de estadia nesta casa. Um abrigo que não funcionaria se não fossem os zelosos funcionários das bibliotecas, dos departamentos, das secretarias, portarias e zeladorias do Campus de Geociências, Arquitetura e Filosofia, pelo qual circulei e, pela atenção de todos, agradeço. Aos meninos de mãos rápidas da xerox, reprodutores de pensamentos impressos, também meu apreço. Aos amigos do curso, também conhecedores do caminho das pedras e dos lírios, agradeço. Como educanda, com formação acadêmica na rede pública de ensino, agradeço à CAPES, através do Programa de Demanda Social, a bolsa de estudo concedida. Com uma gratidão incondicional agradeço a acolhida e confiança creditada por minha orientadora, professora Doutora Maria Auxiliadora da Silva e professores da banca Doutor Ângelo Szaniecki Perret Serpa e Doutora Iracema Brandão Guimarães, que ao longo do percurso tornaram-se, além de amigos, referenciais permitindo através de uma postura ética ampliar a leitura desta investigação. Ainda como resultado do esforço acumulado e invisível de uma legião, agradeço ao meu pai Anselmo e minha mãe Ivanir, pela riqueza dos ensinamentos ministrados com base na cartilha da vida. Agradeço meu sogro Aristóteles e minha sogra Zuleika, referenciais como educadores. Ao meu marido e mestre Luis Augusto, pela confiança e ensinamentos, meu especial agradecimento. Aos meus amáveis, pacientes e solidários filhos Jonas e Paula, pela compreensão da “ausência-presente” e pelos incentivadores recadinhos digitados ao longo do corpo da dissertação, em tempos de exaustiva produção, o meu muito obrigado. Vocês foram o máximo! Aos alunos de graduação do quarto período, do ano de 2003, pelos primeiros ensinamentos e prazerosos momentos de conhecimentos compartilhados em uma sala de aula de nível superior, também meu muito obrigado. E a todos aqueles que ao longo do percurso da vida trilharam ao meu lado alguns caminhos, por qualquer gesto emitido ou ação executada. Muito obrigado. In memoriam, agradeço ao professor Milton Santos, pelo legado deixado, que alimenta em mim os princípios éticos que fundamentam, através da solidariedade, a busca pela eqüidade social. Para finalizar, agradeço às fontes de informação, abaixo relacionadas, por todo o apoio dispensado nas etapas de investigação, sem as quais, não teríamos concluído este trabalho: Associação de Moradores Defesa e Progressso Associação de Moradores Fonte do Governo Associação de Moradores Nove de Outubro Associação Lactomia Ação Social Associação Pracatum Ação Social Biblioteca Fundação Mario Leal Filho Carmelo da Bahia Centro de Estudos e Ação Social Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia – Conder Congregação Irmãs Ancilas no Brasil Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística Moradores da Roça da Sabina Moradores do Candeal Pequeno Prefeitura Municipal de Salvador Retiro São Francisco Secretaria Municipal de Saúde do Município de Salvador Unidade de Saúde da Família do Candeal O ato de perceber ultrapassa os sentidos e ganha a razão. É assim que se opera a metamorfose do sensorial, mudado em conhecimento. Este se alimenta da relação entre sujeito e objeto, relação em que este, permanecendo o que é e interagindo com o sujeito, contribui para que, nessa interação, o sujeito evolua. É essa mesma evolução que permite revisitar o objeto, vendo-o de forma nova, despojando-o dos símbolos que escondem a sua realidade profunda. É a vitória da individualidade, da individualidade forte que ultrapassa a barreira das práxis repetitivas e se instala em uma práxis liberadora. (SANTOS, 2000, p.52) Resumo Batista, Selma Paula Maciel. Candeal Pequeno: Território Usado. 2005. 150f.il. Dissertação (Mestrado em Geografia) - Instituto de Geociências. Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2005. Neste estudo, buscou-se identificar os elementos, agentes e fatores, responsáveis pelo processo de transformação do Candeal Pequeno, de espaço urbano estigmatizado a ser uma favela, à condição de um espaço cidadão, referência mundial em mobilização social e produção cultural. Projeção conquistada a partir do esforço coletivo da comunidade que reconhecendo o valor dos seus recursos, agrega a eles um diferencial: o valor social. E a partir do momento em que tomam consciência do valor do território em que habitam, identificam a necessidade de protegê-lo tanto em relação ao avanço do capital imobiliário, intensificado a partir da década de 1980, quanto em relação à preservação dos costumes e tradições afro- descendente, praticados nestas terras, desde o ano de 1781, por Josepha de Sant’Anna e, posteriormente, a partir do seu matrimônio com Manoel Mendes, pelas gerações seguintes. Fundamentado na epistemologia da existência de Milton Santos (2004), adotando como conceito norteador o território usado (SANTOS, 2001) valorizou-se as categorias de análise verticalidades e horizontalidades (SANTOS, 2003) que associadas à solidariedade orgânica e solidariedade funcional organizacional (SANTOS, 2000) garantiram compreender, no processo, a função das organizações sociais - entre elas a Associação Pracatum Ação Social, as Associações de Moradores: Defesa e Progresso, Nove de Outubro e Fonte do Governo, a Associação Lactomia Ação Social e a Congregação Irmãs Ancilas do Brasil - que, em rede, em parceria com segmentos do segundo e primeiro setores da economia respondem, entre outras ações, pela execução do projeto Tá Rebocado e, por conseguinte, pela atual configuração socioespacial do Candeal Pequeno. Que, paradoxalmente, ao incidir sobre o lugar técnica, conhecimento e informação, ao projetar a nova fração do velho abrigo torna o eminente território estranho para alguns moradores mais antigos. Palavras-chave: Espaço banal, meio-técnico-científico-informacional, território usado. Abstract Batista, Selma Paula Maciel. Candeal Pequeno: Used Territory. 2005. 150 f.il. Essay (Geography Máster Degree) – Instituto de Geociências. Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2005. This study was carried to identify the elements both agent and factors, which were responsible for the Candeal Pequeno’s transformation process from a stigmatized urban area like a slum into the conditon of being an area for citzens, which has been considered a worldwide reference on social mobilization and cultural production as well. This projection was reached from the community’s general efforts that recognized the valeu of their resources and gathered to it a differential: The social valeu. And from the moment they became aware of the territory valeu they lived in they realized the need of protecting it related to both immobiliary assets (which was intensified in the 1980’s) and also to their afro-descendent customs and traditons practised in these lands since 1781 by Josepha Sant`Anna and afterwards, from her marriage with Manoel Mendes and the following generations. Based on Milton Santos’s (2004) Epistomology of Existence and also adopting as a leading concept the used territory (SANTOS,2001) it was valued the horizontalities and verticalities categories of analysis (SANTOS, 2003) of which when gathered to the organic and organizational-functional solidarities (SANTOS, 2000) they guaranteed the understanding, in this process, the roles of the social organizations, among them the Associação Pracatum Ação Social, the neighbors’ associations, such as: Defesa e Progresso, Nove de Outubro and Fonte