Mearim-Vol-23.Pdf
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Mestres do Agroextrativismo no Mearim Volume 23 Dona Beta e seu Matias pela preservação da vida e do solo Estrada da Vitória, Poção de Pedras, MA Roberto Porro Aline Souza Nascimento Francinaldo Ferreira de Matos Ronaldo Carneiro de Sousa Diana Nathaly Monroy-Piratoba Promovendo o Agroextrativismo Sustentável e Solidário Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Embrapa Amazônia Oriental Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão Mestres do Agroextrativismo no Mearim Volume 23 Dona Beta e seu Matias pela preservação da vida e do solo Estrada da Vitória, Poção de Pedras, MA Roberto Porro Aline Souza Nascimento Francinaldo Ferreira de Matos Ronaldo Carneiro de Sousa Diana Nathaly Monroy-Piratoba Embrapa Brasília, DF 2020 Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Embrapa Parque Estação Biológica (PqEB) Parque Estação Biológica (PqEB) Av. W5 Norte (final) Av. W3 Norte (final) 70770-917 Brasília, DF 70770-901 Brasília, DF Fone: (61) 3448-4700 Fone: (61) 3448-4236 Fax: (61) 3340-3624 Fax: (61) 3448-2494 www.embrapa.br/fale-conosco/sac/ www.embrapa.br Embrapa Amazônia Oriental Unidade responsável pela edição Trav. Dr. Enéas Pinheiro, s/n° Embrapa, Secretaria-Geral Caixa postal 48 66095-903 Belém, PA Coordenação editorial Fone: (91) 3204-1000 Alexandre de Oliveira Barcellos Fax: (91) 3276-9845 Heloiza Dias da Silva Nilda Maria da Cunha Sette Unidade responsável pelo conteúdo Supervisão editorial Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Waldir Aparecido Marouelli Comitê Local de Publicações Revisão de texto Presidente Maria Cristina Ramos Jubé Marília Lobo Burle Lara Aliano Farias da Silva Pereira Secretária-executiva Normalização bibliográfica Ana Flávia do N. Dias Côrtes Ana Flávia do N. Dias Côrtes Membros Rejane Maria de Oliveira (CRB-1/2913) Antonieta Nassif Salomão; Bianca Damiani Projeto gráfico e ilustrações Marques; Diva Maria Alencar Dusi; Francisco Sília Moan Guilherme V. Schmidt; João Batista Teixeira; João Batista Tavares da Silva; Maria Cléria Vala- Diagramação e arte-final da capa dares-Inglis; Rosamares Rocha Galvão; Tânia Leandro Sousa Fazio da Silveira Agostini Costa 1ª edição Editores técnicos da coleção 1ª impressão (2020): 500 exemplares 500 Roberto Porro exemplares Anderson Cássio Sevilha Todos os direitos reservados A reprodução não autorizada desta publicação, no todo ou em parte, constitui violação dos direitos autorais (Lei n° 9.610). Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Dona Beta e seu Matias pela preservação da vida e do solo : Estrada da Vitória, Poção de Pedras, MA / Roberto Porro ... [et al.]. – Brasília, DF : Embrapa, 2020. 62 p. : il. ; 16 cm × 22 cm. – (Mestres do agroextrativismo no Mearim, 23) ISBN 978-65-87380-01-8 (obra compl.). – ISBN 978-65-86056-76-1 (v. 23) 1. Médio Mearim. 2. Extrativismo sustentável. 3. Manejo. 4. Boas práticas. 5. Agricultura familiar. I. Porro, Roberto. II. Nascimento, Aline Souza. III. Matos, Francinaldo Ferreira de. IV. Sousa, Ronaldo Carneiro de. V. Piratoba, Diana Nathaly Monroy. VI. Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia. VII. Coleção. CDD (21 ed.) 630.5 Ana Flávia do N. Dias Côrtes (CRB-1/1999) © Embrapa, 2020 Autores Roberto Porro Engenheiro-agrônomo, doutor em Antropologia Cultural, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental, Belém, PA Aline Souza Nascimento Cientista social, mestranda da Universidade Federal do Pará, Belém, PA Francinaldo Ferreira de Matos Administrador de empresas, mestre em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, assessor do Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco-Babaçu, São Luís, MA Ronaldo Carneiro de Sousa Técnico em agropecuária, assessor da Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão, Pedreiras, MA Diana Nathaly Monroy Piratoba Bióloga, mestre em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável, consultora da Fundación Neotropical, Tunja, Colômbia Agradecimentos Agradecemos o apoio institucional e financeiro concedido pela Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (Assema), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). Aos diretores e técnicos da Assema, que apoiaram a produção desta coleção, e especialmente às famílias que compartilharam conosco valiosas informações. A todos aqueles que contribuíram na edição dos 30 volumes da coleção, especialmente à equipe de editoração da Embrapa. O apoio e engajamento de Nilda Sette e Waldir Marouelli foram fundamentais. E também ao Cláudio Quinto Filho, da Assema, e Renan Matias, do projeto Bem Diverso, pela elaboração dos croquis dos estabelecimentos rurais. Esperamos que as publicações geradas contribuam para dar visibilidade aos objetivos de desenvolvimento e bem- -estar das comunidades agroextrativistas do Território do Médio Mearim, no estado do Maranhão. Apresentação Promover o desenvolvimento local e conservar a biodiversidade brasileira é um dos objetivos do projeto Bem Diverso, implementado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) e coordenado pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) com recursos do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). Com foco nesse objetivo, foi elaborada uma coleção de 30 publicações, intitulada Mestres do Agroextrativismo no Mearim, em parceria com a Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (Assema). As publicações trazem experiências e iniciativas locais consideradas bem-sucedidas no manejo sustentável da agricultura e do extrativismo da palmeira babaçu (Attalea speciosa Mart. ex Spreng.). A apresentação dessas experiências nesta coleção, realizada em conjunto pela Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e a Embrapa Amazônia Oriental, marca mais uma etapa do trabalho desenvolvido pelas Unidades no projeto Bem Diverso, e reúne capacidades técnicas de inovação em biomas tão importantes como a Amazônia, o Cerrado e a Caatinga, que se cruzam no Território da Cidadania do Médio Mearim. Tendo como base as iniciativas para o manejo sustentável da palmeira babaçu, a coleção aborda temas como reflorestamento, sistemas agroflorestais e cultivos perenes diversificados para restauração de áreas degradadas; cultivos anuais intensificados sustentáveis que demandam menos mão de obra e/ou menos área; cultivos anuais tradicionais com menor impacto ambiental; comercialização de hortaliças produzidas de forma sustentável; pecuária em pastagens produtivas integradas em babaçuais; inovações na criação de pequenos animais; processamento local de frutas, mandioca ou leite e processamento do babaçu para produção de azeite, carvão, mesocarpo e confecção de artesanato. Essa diversidade de temas mostra que estabelecer parcerias, como esta entre a Embrapa e diversas entidades, valoriza o trabalho de centenas de famílias agroextrativistas que realizam atividades exitosas no manejo sustentável e ajuda a manter e divulgar os princípios que são tão caros para a unidade familiar de produção, preservando o passado e antecipando o futuro, com os saberes tradicionais e as tecnologias de ponta em um só compasso. Maria Cléria Valadares-Inglis Chefe-Geral da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia Prefácio Mais de 130 mil pessoas vivem na área rural do Território do Médio Mearim, sobretudo agricultores familiares, assentados e comunidades quilombolas. O Médio Mearim encontra-se numa zona de transição entre a Amazônia, o Cerrado e a Caatinga. Ao longo dos anos, o território perdeu boa parte da sua cobertura florestal nativa, por conta do desmatamento para formação de pastagens e agricultura extensiva. A palmeira babaçu (Attalea speciosa Mart. ex Spreng.), que sempre esteve presente na rica composição da vegetação originária que cobria o território, passou a dominar a paisagem em sucessão, tornando-se a espécie florestal predominante, cobrindo vastas áreas chamadas de babaçuais, que se tornaram a base do sustento de milhares de famílias no Médio Mearim. Por essa razão, as comunidades lutam pela proteção das palmeiras, que sofrem pressão graças à tendência de sua eliminação por pecuaristas. Essa luta é protagonizada principalmente por mulheres, as quebradeiras de coco, que, além de coletar e processar o coco-babaçu, se organizam em movimentos sociais para garantir o acesso livre aos babaçuais, tanto em áreas públicas como privadas. No início de 2017, a Associação em Áreas de Assentamento no Estado do Maranhão (Assema) iniciou uma parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), por meio do projeto Bem Diverso, para viabilizar a disseminação e replicabilidade de boas práticas de manejo agroextrativista realizadas no Território da Cidadania do Médio Mearim, Maranhão. Um dos objetivos da atividade consistia em reconhecer e dar visibilidade ao esforço concreto do dia a dia das famílias agroextrativistas da área de atuação da Assema. Com base em processo conduzido pela Assema, foram selecionadas 30 famílias entre as unidades produtivas agroextrativistas, em nove municípios do território. A seleção levou em conta o destaque das famílias na condução de uma ou mais das seguintes atividades: 1) reflorestamento, sistemas agroflorestais e cultivos perenes diversificados para restauração de áreas degradadas e conservação da biodiversidade; 2) cultivos anuais intensificados sustentáveis que demandam menos mão de obra e/ou menos área; 3) cultivos anuais tradicionais com menor impacto ambiental;