PREFEITURA MUNICIPAL DE

Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Plano de Coleta Seletiva Plano de Educação Ambiental Plano de Recuperação de Área Degradada VAZANTE/MG

Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos CAPÍTULO II – DIAGNÓSTICO: ASPECTOS GERAIS

Apoio Técnico

Comitê Diretor Grupo de Sustentação PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Realização

Apoio Técnico

Comitê Diretor Grupo de Sustentação

Parceiro Técnico

1

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Sumário DIAGNÓSTICO: CAPÍTULO II – ASPECTOS GERAIS ...... 6 1 MEIO FÍSICO ...... 6 1.1 Clima ...... 6 1.2 Geologia ...... 7 1.3 Geomorfologia ...... 10 1.4 Pedologia ...... 14 1.5 Recursos Hídricos ...... 20 1.5.1. Superficiais ...... 20 1.5.2. Subterrâneos ...... 23 2 MEIO BIÓTICO ...... 25 2.1 Vegetação ...... 25 2.2 Áreas Legalmente Protegidas ...... 28 2.2.1 Unidades de Conservação ...... 28 2.2.2 Áreas Prioritárias para Conservação ...... 31 2.2.3 Áreas de Preservação Permanente ...... 33 3 SOCIOECONÔMICO ...... 35 3.1 Contexto Histórico do Município ...... 35 3.1.1 Formação Administrativa ...... 37 3.2 Rede Urbana ...... 39 3.2.1 Hierarquia Funcional ...... 40 3.2.2 Polarização ...... 41 3.3 Demografia ...... 43 3.3.1 Porte e Dinâmica ...... 45 3.3.2 Distribuição e Crescimento da População ...... 49 3.3.3 Migração e Movimento Pendular ...... 53 3.3.4 Populações Tradicionais ...... 54 3.4 Economia ...... 55 3.4.1 Porte, Dinâmica e Setores Econômicos ...... 55 3.4.2 Oferta de Trabalho, Emprego e Renda ...... 56 3.4.3 Programa Bolsa Família ...... 58 3.4.4 População em Idade Ativa, População Economicamente Ativa, População Não Economicamente Ativa, População Ocupada e População Desocupada ...... 59 3.4.5 Atividades Agropecuárias ...... 61 3.4.6 Extração Vegetal e Silvicultura ...... 65 3.4.7 Finanças Públicas ...... 66 3.5 Uso e Ocupação do Solo ...... 68 3.5.1 Mineração ...... 71 3.6 IDH-IDHM ...... 74 3.7 Condições Sociais ...... 79

2

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

3.7.1 Estrutura Habitacional...... 80 3.7.2 Saúde ...... 84 3.7.2.1 Ocorrência de doenças de veiculação hídrica ...... 91 3.7.3 Educação ...... 92 3.8 Infraestrutura de Transporte e Mobilidade...... 97 3.9 Infraestrutura em Sistemas de Comunicação ...... 99 3.10 Organizações Sociais e Institucionais ...... 100 4. SANEAMENTO BÁSICO ...... 104 4.1. Esgotamento Sanitário...... 104 4.2. Abastecimento de Água ...... 106 4.2.1. Projetos em Andamento ...... 110 5. RESÍDUOS SÓLIDOS ...... 110 5.1. Investimentos Realizados ...... 113 6. LEGISLAÇÃO ...... 113 7. ESTRUTURA OPERACIONAL, GERENCIAL E FISCALIZATÓRIA ...... 116 7.1. Funções de Gestão ...... 116 7.2. Equipes de Serviços ...... 118 7.3. Fiscalização ...... 119 7.4. Estrutura Gerencial e Operacional ...... 119 8. EDUCAÇÃO AMBIENTAL (EDA) ...... 122 8.1. Projetos, Programas e Ações Levantados em EDA ...... 122 8.1.1. Boas Práticas: Projeto Plantando para o Futuro Recuperando a Nascente ...... 122 8.1.2. Casa Ecológica ...... 122 8.1.3. Programa de Educação Ambiental – PROGEA ...... 123 8.1.4. Projetos Ambientais da NEXA Resources ...... 123 8.2. Conexão entre Saúde, Saneamento e Educação ...... 123 8.3. Carências e Deficiências Apontadas pela População ...... 124 9. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ...... 126 Lista de Tabelas Tabela 1. Características Territoriais de Vazante ...... 43 Tabela 2. População Total do Município de Vazante...... 45 Tabela 3. Estrutura Etária, Razão de Dependência e Índice de Envelhecimento (1991, 2000 e 2010) ...... 47 Tabela 4. Estrutura Etária por Distritos (2000 e 2010)...... 47 Tabela 5. População por Situação de Domicílio, 1991, 2000 e 2010 ...... 50 Tabela 6. População por Situação de Domicílio e por Distritos, 2000 e 2010 ...... 51 Tabela 7. População Residente por Local de Nascimento ...... 53 Tabela 8. PIB Total, Setorial, Percentual de Participação e Taxa Geométrica de Crescimento Anual: 2000-2015 ...... 56 Tabela 9. Empregos por Setor em Vazante ...... 57 Tabela 10. Empresas por Setor em Vazante ...... 57 Tabela 11. Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991, 2000 e 2010 ...... 58

3

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 12. População Economicamente Ativa, População em Idade Ativa, População Ocupada, População Desocupada, Taxa de Ocupação e Taxa de Desemprego (2010) ...... 61 Tabela 13. Área Plantada Total dos Primeiros Produtos da Lavoura Temporária ...... 62 Tabela 14. Área Plantada Total dos Primeiros Produtos da Lavoura Permanente ...... 62 Tabela 15. Valor da Produção dos Primeiros Produtos da Lavoura Temporária ...... 63 Tabela 16. Valor da Produção dos Primeiros Produtos da Lavoura Permanente ...... 63 Tabela 17. Efetivo de Rebanho por Tipo de Rebanho (2016) ...... 64 Tabela 18. Produção de Origem Animal por Tipo de Produto (2016)...... 65 Tabela 19. Quantidade e Valor dos Produtos da Extração Vegetal (2016) ...... 66 Tabela 20. Quantidade Produzida e Valor da Produção na Silvicultura, por Tipo de Produto da Silvicultura (2016) ...... 66 Tabela 21. Receitas e Despesas de Vazante (2000-2012) ...... 68 Tabela 22. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Vazante ...... 79 Tabela 23. Déficit Habitacional no Município de Vazante: Vazante 2010 ...... 81 Tabela 24. Domicílios Particulares Ocupados e Média de Morador, 1991, 2000 e 2010...... 81 Tabela 25. Quantidade de Habitações Domiciliares e Participação Relativa no Município de Vazante segundo Tipo de Habitação, 2000 e 2010 ...... 82 Tabela 26. Domicílios Particulares Permanentes por Tipo de Material das Paredes Externas, 2010 . 82 Tabela 27. Participação Relativa dos Domicílios por Condição de Ocupação, 2010 ...... 83 Tabela 28. Acesso aos Bens de Consumo, 1991, 2000 e 2010 ...... 84 Tabela 29. Quantidade segundo o Tipo de Estabelecimento de Saúde em Vazante ...... 87 Tabela 30. Número de Estabelecimentos por Tipo de Convênio segundo Tipo de Atendimento Prestado em Vazante ...... 88 Tabela 31. Distribuição Percentual das Internações e Mortes por Grupos de Causas ...... 89 Tabela 32. Indicadores de Longevidade, Mortalidade, Fecundidade: 1991, 2000 e 2010 ...... 91 Tabela 33. Nível Educacional da População 1991, 2000 e 2010 ...... 94 Tabela 34. Número de Estabelecimentos de Ensino em Vazante, 2015...... 95 Tabela 35. Número de Pessoas e Frequência por Nível de Ensino, 2015 ...... 95 Tabela 36. IDEB na Rede Estadual em Vazante ...... 96 Tabela 37. IDEB na Rede Municipal em Vazante ...... 96 Tabela 38. Frota Municipal de Veículos em Vazante, 2016 ...... 99 Tabela 39. Cobertura por Telefonia Ofertada no Município de Vazante, 2018 ...... 100 Tabela 40. Composição do Quadro do Pessoal da Administração Direta (Vazante) ...... 101 Tabela 41. Esgotamento Sanitário no Município de Vazante (Quantidade de Domicílios Atendidos e Percentual de Cobertura) – 2010 ...... 104 Tabela 42. Forma de destinação dos esgotos domésticos...... 106 Tabela 43. Abastecimento de Água no Município de Vazante (Quantidade de Domicílios Atendidos e Percentual de Cobertura) – 2010 ...... 107 Tabela 44. Forma de Acesso à Água para Consumo ...... 109 Tabela 45. Tipo de Tratamento da Água para Consumo Humano ...... 109 Tabela 46. Convênios do Portal de Transferência da União ...... 110 Tabela 47. Cobertura da Coleta de Lixo no Município de Vazante (Quantidade de Domicílios Atendidos e Percentual de Cobertura) – 2010 ...... 112 Tabela 48. Forma de Destinação dos Resíduos Sólidos...... 112 Tabela 49. Programas do PPA 2014 - 2017 de Vazante ...... 113 Tabela 50. Análise da Legislação Local ...... 114

4

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 51. Serviços de Fiscalização – 2017/2018...... 119 Lista de Gráficos Gráfico 1. Situação dos Poços Existentes em Vazante ...... 25 Gráfico 2. Pirâmide Etária de Vazante ...... 49 Gráfico 3. População Total, Rural e Urbana em Vazante (1991, 2000 e 2010) ...... 50 Lista de Figuras Figura 1. Litologia simplificada de Vazante ...... 10 Figura 2. Geomorfologia do Município de Vazante ...... 14 Figura 3. Domínios Pedológicos no Município de Vazante ...... 15 Figura 4. Região Hidrográfica São Francisco ...... 21 Figura 5. Hidrografia no Município de Vazante ...... 22 Figura 6. Potencial Hidrogeológico dos Aquíferos em Vazante ...... 24 Figura 7. Gestão Integrada de Resíduos: (Estrutura Gerencial e Fiscalizatória) ...... 118 Lista de Fotos Foto 1. SES do Distrito Sede ...... 105 Foto 2. Lançamento de Esgoto Tratado ...... 105 Lista de Mapas MAPA 1. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO PRÓXIMAS AO MUNICÍPIO DE VAZANTE...... 30 MAPA 2. ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO ENCONTRADAS NA REGIÃO DO MUNICÍPIO DE VAZANTE ...... 32 MAPA 3. CORPOS D’AGUA LOCAL E SUAS RESPECTIVAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE ...... 34 MAPA 4. LOCALIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO ...... 38 MAPA 5. REDE URBANA...... 42 MAPA 6. DENSIDADE DEMOGRÁFICA (POR SETORES CENSITÁRIOS) ...... 44 MAPA 7. CONTINGENTE POPULACIONAL (POR SETORES CENSITÁRIOS) ...... 52 MAPA 8. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO ...... 70 MAPA 9. MINERAÇÃO ...... 73 MAPA 10 – INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE E MOBILIDADE ...... 98 Lista de Quadros Quadro 1. Funções de Gestão ...... 117 Quadro 2. Capacidade Operacional e Gerencial ...... 121 Quadro 3. Equipe de cada Unidade Básica de Saúde ...... 124

5

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

DIAGNÓSTICO: CAPÍTULO II – ASPECTOS GERAIS

1 MEIO FÍSICO

São expostos a seguir os elementos do meio físico do município de Vazante, discorrendo sobre temas chave, como condições climáticas, estruturas geológicas, geomorfológicas, pedológicas e, por fim, os recursos hídricos existentes no município.

1.1 Clima

Segundo dados do IBGE, o clima da região de Vazante é classificado como tropical com chuvas de verão (Aw) segundo classificação de Köppen. A categoria Aw ocorre pela porção central do território brasileiro, e correspondente ao domínio dos cerrados.

A temperatura anual da região registra entre médias máximas, 30,5ºC e 30,3ºC respectivamente nos meses de setembro a outubro e médias mínimas 13,9ºC; 13,4ºC; 14,7ºC, respectivamente nos meses de junho, julho e agosto. A umidade relativa do ar se mantém em bons níveis ao longo do ano, sendo o menor registro médio registrado no mês de agosto (58,4%), e o maior registrado no mês de dezembro (78,9%).

De modo geral, a média histórica da distribuição pluviométrica para a região de Vazante é de 1.441,5mm/ano, havendo uma grande variação interanual. Os meses mais chuvosos se estendem de outubro a março, com precipitação acumulada de 1.295,4mm neste período. Os meses de abril a setembro se caracterizam como época de transição, sendo as precipitações 68,2mm e 34,4mm respectivamente. O quadrimestre de maio a agosto, em anos normais, é a época de estação seca, com um total acumulado de 43,5 mm.

Desta forma, resume-se que o clima de Vazante possui duas estações marcadamente distintas e regulares, ou seja, um período seco e com temperaturas mais amenas de maio a agosto, e um período chuvoso com altas temperaturas de novembro a março.

6

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

1.2 Geologia

O município de Vazante, no contexto das macroestruturas, encontra-se inserido na Plataforma Sul-Americana, cuja configuração atual retrata a história de seu embasamento, desde o Paleoarqueano ao Eo-Ordoviciano (SCHOBBENHAUS; NEVES, 2003).

Tal plataforma abrange toda a região oriental do continente sul-americano, encontrando-se em grande estabilidade tectônica, com um embasamento constituído por rochas integrantes de complexos metamórficos e ígneos que perfazem uma crosta continental de grande espessura (TOMAZZOLI, 1990). No território brasileiro, os registros das interações entre os continentes (fusões, aglutinações, tafrogênese, fissão) se encontram bem preservadas, principalmente, os registros dos eventos ocorridos ao longo do Proterozóico e Fanerozóico (SCHOBBENHAUS; NEVES, 2003).

A área de estudo abrange uma pequena parte do Cráton do São Francisco e a Faixa Brasília (Sistema Orogênico do Tocantins/Província Tocantins). Os crátons são superfícies diferenciadas da litosfera continental com antigas e espessas raízes mantélicas, exibindo alta resistência mecânica e tectonicamente estável (ALKMIM, 2004). Os Crátons do São Francisco e Amazônico funcionaram como dois blocos estabilizados durante o Proterozóico, que acabaram convergindo, um de encontro ao outro, dando origem à Faixa de Dobramentos Uruaçu (Proterozóico médio) e as Faixas de Dobramentos Brasília e Paraguai- Araguaia (no final do Proterozóico Superior).

O Cráton do São Francisco se limita a sul e oeste pela Faixa Brasília, a noroeste pela Faixa Rio Preto, Faixas Riacho do Pontal e Sergipana a norte, e Faixa Araçuaí a sudeste. Sua composição é predominantemente de rochas de idade arqueana (gnaisses, granitoides, granulitos) em grande parte capeadas por coberturas sedimentares do Proterozóico Superior ou do Fanerozóico (TOMAZZOLI, 1990).

7

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Segundo Barbosa et al. (2003), os terrenos arqueanos e paleoproterozóicos do Cráton afloram no norte e nordeste da Bahia e em uma porção menor em .

Já a Província Tocantins é uma faixa de dobramentos resultante da convergência e da subsequente colisão de três blocos continentais (Cráton Amazônico, Cráton do São Francisco/Congo e Cráton Paranapanema) durante a Orogênese Brasiliana, no Neoproterozóico, evento este onde ocorreu a aglutinação de massas continentais que constituíam a Gondwana Ocidental, em consequência de sucessivas e múltiplas colisões (VENTURA et al., 2011). A referida Província possui embasamento de rochas arqueanas, representadas terrenos granitognaisses e greenstonebelts. É constituída por sequências de rochas vulcânicas e sedimentares dobradas e metamorfizadas (TOMAZZOLI, 1990), e compreende as Faixas Araguaia e Paraguai, que fazem fronteira com o limite leste do Cráton Amazônico; a Faixa Brasília, além do Maciço de Goiás. Alguns autores ainda incluem na compartimentação áreas cratônicas e individualizam o Arco Magmático de Goiás. (RODRIGUES, 1996).

Situada na porção oriental da Província Tocantins, a Faixa Brasília estende-se por centenas de quilômetros, em direção norte-sul e abrange os estados de Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal e Tocantins. Limita-se a leste com o Cráton do São Francisco, a oeste com o Maciço de Goiás, a sul com a Faixa Alto Rio Grande e a sudoeste é recoberta por rochas sedimentares da Bacia do Paraná. (FONSECA et al., 1995). O município de Vazante está inserido na Província Espeleológica Bambuí, especificamente na Província Cárstica da Formação Vazante, que constitui um sistema cárstico bastante complexo que abrange diversas feições representantes do endocarste (cavernas) e do exocarste (dolinas, sumidouros e nascentes cársticas) (BITTENCOURT; REIS NETO, 2012).

De acordo com o mapa do CPRM (Mapa Geológico do estado de Minas Gerais, 2003), a base geológica aflorante da área do município de Vazante é composta por Formações Cenozoicas, representadas pelos Depósitos aluvionares (Q2a) e pelas Coberturas detrito-lateríticas ferruginosas (NQdl); e por Formações

8

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Mesoproterozóicas, com rochas da Formação Canastra Indiviso (MPci), Formação Serra do Landim (MPsl), Formação Vazante - Unidade A (MPva) e Unidade B (MPvb), e Formação Paracatu (MPp).

Conforme podemos observar na Figura 1, os maiores componentes geológicos de Vazante são a Formação Vazante – Unidade B (dolomito, chert, metapelito, fosforito), prevalecendo na porção central do município; e, a Formação Paracatu (filito carbonoso, metassiltito), que se estende por grande parte da porção oeste, sudoeste e sul.

No limite leste de Vazante, na divisa com o município de Lagoa Grande, pode ser identificada a Formação Vazante – Unidade A (ardósia, fosforito, quartzito).

Na porção norte e intercalando-se por todo o município com outros dos componentes geológicos, ocorrem as Coberturas detrito lateríticas-ferruginosas (aglomerado, laterita, depósitos de areia, argila).

Recorrendo todo o limite municipal no sentido sudoeste-sudeste podemos observar a Formação Canastra Indiviso, que tem como estrutura principal metarenito, xisto grafitoso, xisto, quartzo-muscovita xisto, filito, metargilito, metamarga, metacalcário e ardósia.

Chegando ao último componente geológico identificado em Vazante são encontrados os Depósitos Aluvionares, localizados na porção norte do município, formados durante o Cenozóico, são constituídos por sedimentos inconsolidados, como areia e cascalho, seixos, lentes de material silto-argiloso e restos de matéria orgânica.

9

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Figura 1. Litologia simplificada de Vazante

Fonte. IBGE, CPRM/2003 (adaptado).

1.3 Geomorfologia

A cidade de Vazante localiza-se na porção noroeste do estado de Minas Gerais, onde as cristas dos morros estão alongadas e alinhadas regionalmente na direção NE (Noroeste), refletindo a organização geológica dos terrenos da Faixa de Dobramentos Brasília, representando um relevo esculpido em dobras.

10

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Segundo o estudo de CETEC (1982), a região de Vazante se insere entre as Unidades Geomorfológicas das Cristas de Unaí, da Depressão do São Francisco e do Planalto do São Francisco, descritas como: • Cristas de Unaí. Conformam alinhamentos de cristas de orientação geral NNE (norte-nordeste) - SSW (sul-sudoeste), intercaladas com áreas rebaixadas e aplainadas. Caracteriza-se como um modelado do tipo apalacheano o qual apresenta cristas constituídas por quartzitos, que correspondem às anticlinais truncadas pela erosão; vales principais que seccionam estruturas em gargantas de superimposição, e cuja drenagem secundária, desenvolveu-se principalmente no interior de sinclinais. As cristas que apresentam topo aplainado estão eventualmente recobertas por formações superficiais arenosas.

• Depressão do São Francisco. Este modelado desenvolveu-se ao longo da drenagem do rio São Francisco, inicialmente nos vales dos grandes rios orientados por fraturas, alargando-se em um segundo momento por processos de aplainamento. Nos trechos situados ao longo dos rios Urucuia, Paracatu e São Francisco, a depressão é interplanáltica e sua elaboração determinou a fragmentação do Planalto do São Francisco. Com exceção das áreas cársticas, predominam no restante da depressão formas aplainadas, superfícies onduladas e pedimentos ravinados.

• Planalto do São Francisco. Esta unidade é formada por chapadas com coberturas sedimentares predominantemente arenosas. Estas superfícies tabulares são delimitadas geralmente por rebordos erosivos bem marcados, entrecortadas por cabeceiras de drenagem que abrigam veredas. Ocorrem dois níveis de relevos tabulares, um com altitudes entre 800 a 1.000 metros e o outro com cotas altimétricas entre 600 a 800 metros. Conforma relevos residuais homogêneos elaborados sobre rochas do Supergrupo São Francisco.

11

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

A partir do conhecimento sobre a geologia regional correlacionado com a morfologia do terreno, existem dois grandes grupos morfológicos distintos que se intercalam. Um deles é onde se concentram as maiores altitudes, que são serras sustentadas por rochas siliciclásticas, composta predominantemente por filitos. O segundo compartimento morfológico compreende o predomínio de baixadas com morros isolados compostos pelas rochas dolomíticas (VOTORANTIM, 2009).

Estes contrastes de morfologia se repetem regionalmente desde o leste da cidade de , onde ocorre o contato com as rochas do grupo Bambuí, até o oeste da cidade de Vazante, no contato com as rochas do grupo Canastra (VOTORANTIM, 2009).

Em relação ao município de Vazante, as serras encontram-se tanto a leste quanto oeste do município. A serra da face leste da cidade é sustentada por filitos argilosos e carbonosos da Formação Garrote, e é conhecida como Serra do Garrote, ou como Serra do Indaiá pela população local. Já a serra da face oeste é denominada de Serra dos Pilões, ficando a cidade de Vazante entre estas duas formações geomorfológicas.

Estas serras apresentam variação altimétrica homogênea, mantendo o mesmo nível de cota por toda sua extensão, e se prolongam no sentido NNE (norte- nordeste) e SSW (sul-sudoeste). Os vales são incisos, apresentando um padrão em treliça (VOTORANTIM, 2009).

A oeste do município encontra-se outra serra, sustentada por filitos com intercalações de quartzitos pertencentes à Formação Lapa. Esta Serra é conhecida pela população como Serra da Lapa, o seu marco principal é o Morro do Cruzeiro, um mirante natural onde se observa todo o município de Vazante (VOTORANTIM, 2009).

O compartimento morfológico dos platôs com morros testemunhos, de rochas dolomíticas explica-se pela elevada taxa de dissolução da rocha, que proporciona o relevo mais rebaixado. Nestas porções a camada de solo é mais espessa.

12

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

A densa vegetação protege os morros residuais da erosão e dissolução. Nesta área observam-se características do relevo cárstico, com presença de feições exocársticas e dolinas. A drenagem apresenta um padrão curvilíneo, com presença de formas fluviocársticas regionalmente (VOTORANTIM, 2009).

No município de Vazante encontram-se as serras de Cruzeiro da Serra e Serra do Zinco, dividindo o município com o de Coromandel, além da serra de Indaiazinho, dividindo Vazante com Lagamar. O município é cortado pela Serra da Chapadinha, que é o principal divisor de águas do rio Claro com o rio Santa Catarina, e que recebe inúmeras denominações locais (MELLO, 2003).

Em torno e nas proximidades da cidade de Vazante há diversas formações como a Serra da Lapa, o Morro do Cafundó, a Serra do Zé Virgílio, o Morro do Pinheiro, Morro Tira-Catinga, o Morro das Tábuas, o Morro do Cercado, Serra Velha, Serra do Rochedo, Serra Poço Verde e Serra do Sucuri (MELLO, 2003).

Conforme Figura 2, a seguir, o município de Vazante apresenta diferentes tipos de relevos, onde prevalecem os domínios de colinas amplas e suaves; de colinas dissecadas e morros baixos; e superfícies aplainadas degradadas.

13

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Figura 2. Geomorfologia do Município de Vazante

Fonte: IBGE, CPRM, Embrapa (2018, adaptado).

1.4 Pedologia

Com relação aos solos existentes no município de Vazante, de acordo com a Figura 3, a seguir, os domínios existentes são: (i) Cambissolo, (ii) Latossolo Vermelho; (iii) Latossolo Vermelho-Amarelo; (iv) Plintossolo; (v) Neossolo Flúvico; (vi) Neossolo Litólico (CPRM, 2018).

14

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Figura 3. Domínios Pedológicos no Município de Vazante

Fonte: IBGE, CPRM/2018 (adaptado).

A descrição dos solos a seguir é baseada no Mapa de Solos elaborado pela EMBRAPA (2018).

15

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

• Cambissolo São solos constituídos por material mineral, com horizonte B. Devido à heterogeneidade do material de origem, das formas de relevo e das condições climáticas, as características destes solos variam muito de um local para outro.

São solos fortemente, até imperfeitamente, drenados, rasos a profundos, de cor bruna ou bruno-amarelada, e de alta a baixa saturação por bases e atividade química da fração coloidal. O horizonte B incipiente (Bi) tem textura franco-arenosa ou mais argilosa, e o solum, geralmente, apresenta teores uniformes de argila, podendo ocorrer ligeiro decréscimo ou um pequeno incremento de argila do horizonte A para o Bi. A estrutura do horizonte B pode ser em blocos, granular ou prismática, havendo casos, também, de solos com ausência de agregados, com grãos simples ou maciços.

Os Cambissolos que apresentam espessura no mínimo mediana (50-100 cm de profundidade) e sem restrição de drenagem, em relevo pouco movimentado, eutróficos ou distróficos, apresentam bom potencial agrícola. Quando situados em planícies aluviais estão sujeitos a inundações, que se frequentes e de média a longa duração são fatores limitantes ao pleno uso agrícola desses solos.

• Latossolo Vermelho Apresentam cores vermelhas acentuadas, devido aos teores mais altos e à natureza dos óxidos de ferro presentes no material originário em ambientes bem drenados, e características de cor, textura e estrutura uniformes em profundidade.

São identificados em extensas áreas nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste do país, sendo responsáveis por grande parte da produção de grãos do país, pois ocorrem predominantemente em áreas de relevo plano e suave ondulado, propiciando a mecanização agrícola. Em menor expressão, podem ocorrer em áreas de relevo ondulado. Por serem profundos e porosos ou muito porosos, apresentam condições adequadas para um bom desenvolvimento radicular em profundidade, principalmente se forem eutróficos (de fertilidade alta). No entanto, o potencial nutricional dos solos será bastante reduzido se forem álicos, pois existe a "barreira

16

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

química" do alumínio que impede o desenvolvimento radicular em profundidade. Se o solo for ácrico, existe também uma "barreira química", mas neste caso, sendo mais relacionados aos baixos valores da soma de bases (especialmente cálcio) do que à saturação por alumínio, que não é alta nos solos ácricos. Além destes aspectos, são solos que, em condições naturais, apresentam baixos níveis de fósforo.

Outras limitações identificadas referem-se à baixa quantidade de água disponível às plantas e a susceptibilidade à compactação. Esta susceptibilidade, comumente verificada nos Latossolos Vermelhos de textura argilosa ou muito argilosa, pode ocorrer também nos Latossolos Vermelhos de textura média, especialmente se o teor de areia fina for elevado.

• Latossolo Vermelho-Amarelo Os Latossolos Vermelho-Amarelos são identificados em extensas áreas dispersas em todo o território nacional associados aos relevos, plano, suave ondulado ou ondulado. Ocorrem em ambientes bem drenados, sendo muito profundos e uniformes em características de cor, textura e estrutura em profundidade. São muito utilizados para agropecuária apresentando limitações de ordem química em profundidade ao desenvolvimento do sistema radicular se forem álicos, distróficos ou ácricos. Em condições naturais, os teores de fósforo são baixos, sendo indicada a adubação fosfatada. Outra limitação ao uso desta classe de solo é a baixa quantidade de água disponível às plantas.

O relevo plano ou suavemente ondulado permite a mecanização agrícola. Por serem profundos e porosos ou muito porosos, apresentam condições adequadas para um bom desenvolvimento radicular em profundidade, sendo ampliadas estas condições em solos eutróficos (de alta fertilidade).

• Plintossolo O Sistema Brasileiro de Classificação dos Solos (SiBCS) define esta classe de solos como solos constituídos por material mineral, apresentando horizonte plíntico, litoplíntico ou concrecionário, todos provenientes da segregação localizada de ferro, que atua como agente de cimentação (Embrapa, 2006). São fortemente

17

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

ácidos, podem apresentar saturação por bases baixa (distróficos) ou alta (eutróficos), predominando os de baixa saturação. Verificam-se também solos com propriedades solódica e sódica.

São típicos de zonas quentes e úmidas, mormente com estação seca bem definida ou que, pelo menos, apresentem um período com decréscimo acentuado das chuvas. No entanto, ocorrem também na zona equatorial perúmida e mais esporadicamente em zona semiárida.

Por serem formados, normalmente, sob condições de restrição à percolação da água ou sujeitos ao efeito temporário de excesso de umidade, são normalmente, imperfeitamente ou mal drenados. Parte dos solos desta classe (solos com horizonte plíntico) tem ocorrência relacionada a terrenos de várzeas, áreas com relevo plano ou suavemente ondulado e, menos frequentemente, ondulado, em zonas geomórficas de baixada. Ocorrem também em terços inferiores de encostas ou áreas de surgentes, sob condicionamento quer de oscilação do lençol freático, quer de alagamento ou encharcamento periódico por efeito de restrição à percolação ou escoamento de água.

Solos com predomínio de horizonte concrecionário, apresentam melhor drenagem e ocupam posições mais elevadas. Encontram-se normalmente em bordas de platôs e áreas ligeiramente dissecadas de chapadas e chapadões das regiões Central e Norte do Brasil, do Piauí e Maranhão. Apresentam potencial agrícola, relacionado principalmente em relevo plano ou suave ondulado, sendo muito utilizado com o cultivo de arroz irrigado. Os concrecionários podem ser utilizados para produção de material para construção da base de estradas.

As principais limitações desta classe de solo para o uso agrícola estão relacionadas à baixa fertilidade natural, acidez elevada e drenagem. Além de cuidados com a drenagem, o manejo adequado dos Plintossolos implica na adoção de correção da acidez e dos teores nocivos de alumínio à maioria das plantas e de adubação de acordo com a necessidade da cultura.

18

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

• Neossolo Flúvico Os Neossolos Flúvicos (RY) são solos minerais não hidromórficos, oriundos de sedimentos recentes referidos ao período Quaternário. São formados por sobreposição de camadas de sedimentos aluviais recentes sem relações pedogenéticas entre elas, devido ao seu baixo desenvolvimento pedogenético. Geralmente apresentam espessura e granulometria bastante diversificadas, ao longo do perfil do solo, devido a diversidade e a formas de deposição do material originário. Habitualmente a diferenciação entre as camadas é bastante nítida, porém, existem situações em que torna-se difícil a separação das mesmas, principalmente quando são muito espessas. São solos profundos com um horizonte superficial A diagnóstico e abaixo deste uma sequência de camadas do tipo: A, 2C, 3C, etc.; A, C1, C2, 2C3, 3C4, etc.; A, 2Cn1, 2Cn2, etc.; A, 2Cn, 3Cnz, etc.; A, 2C1, 3Ck, etc.; A, 2C1, 2C2, 3Cv, etc.; ou simplesmente A, C1, C2, C3, etc.

Possuem cores e texturas bastante diversificadas, com predomínio das cores variando de bruno-escuro a bruno-claro, matizes 10YR e 7,5YR com valores de 3 a 6 e cromas de 2 a 4 e texturas mais comuns nas classes franco-arenosa, franco- argilosa, argilossiltosa, franca e argilosa. Podem ainda, ocorrer camadas com cores avermelhadas nos matizes 5YR a 2,5YR e mosqueamentos de tamanho e cores diversas, particularmente nas camadas com restrições de drenagem. No geral estes solos ocorrem nos ambientes de várzeas, planícies fluviais e terraços Aluvionares, ao longo das linhas de drenagens das principais bacias hidrográficas, sob vegetação natural de campos higrófilos de várzea ou floresta perenifólia de várzea.

Em função da heterogeneidade das propriedades físicas e químicas, estes solos podem ser de alto, médio, e até mesmo de baixo potencial agrícola, dependendo dos fatores restritivos que os mesmos podem apresentar. As principais restrições destes solos são: riscos de inundação, baixa fertilidade natural, excesso de umidade pela presença do lençol freático próximo à superfície e dificuldade no manejo mecanizado quando apresentam a textura muito fina. Quando ocorrem com a textura média e apresentam boa drenagem, oferecem alto potencial para o uso com agropecuária.

19

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

• Neossolo Litólico Compreendem solos rasos, onde geralmente a soma dos horizontes sobre a rocha não ultrapassa 50 cm, estando associados normalmente a relevos mais declivosos.

As limitações ao uso estão relacionadas a pouca profundidade, presença da rocha e aos declives acentuados associados às áreas de ocorrência destes solos. Estes fatores limitam o crescimento radicular, o uso de máquinas e elevam o risco de erosão.

Sua fertilidade está condicionada à soma de bases e à presença de alumínio, sendo maior nos eutróficos e mais limitada nos distrófios e alícos. Os teores de fósforo são baixos em condições naturais.

São normalmente indicados para preservação da flora e fauna, mas em algumas regiões, verifica-se que estes solos são utilizados, como nos estados de São Paulo e Minas Gerais, para produção de café e milho; com milho, feijão e soja em Santa Catarina e com viticultura e pastagem no Estado do Rio Grande do Sul.

1.5 Recursos Hídricos

A seguir são apresentadas as características principais dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos identificados no município de Vazante.

1.5.1. Superficiais

O município de Vazante está totalmente inserido na bacia do rio São Francisco (conforme pode ser observado na Figura 4), próximo ao divisor de águas com a bacia do rio Paranaíba, sub-bacia do rio Paracatu, e este tem como seus principais contribuintes o rio Claro e o rio Santa Catarina, conforme verificado em base de dados do IGAM – Instituto Mineiro de Gestão das Águas.

A Bacia do rio Paracatu possui 45.154 km2, sendo a maior bacia dentre os afluentes diretos do rio São Francisco. As principais sub-bacias do rio Paracatu são, pela margem direita, a do rio da Prata, com 3.750 km2, e a do rio do Sono, com

20

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

5.969 km2; pela margem esquerda, as bacias do rio Escuro, com 4.347 km2, do Rio Preto, com 10.459 km2 e a do ribeirão Entre Ribeiros, com 3.973 km2.

O rio Paracatu, principal afluente da margem esquerda do rio São Francisco, encontra-se na porção nordeste do município de Vazante, correndo em direção ao norte, e recebe as águas dos principais drenagens da região de estudo.

Figura 4. Região Hidrográfica São Francisco

Fonte: IBGE, ANA.

A Figura 5 apresenta a malha hídrica principal existente no município de Vazante.

21

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Figura 5. Hidrografia no Município de Vazante

Fonte: IBGE, ANA, Embrapa.

O município de Vazante conta com inúmeros rios, ribeirões e córregos, sendo os mais importantes, conforme já comentado, o rio Claro e o rio Santa Catarina. O rio Santa Catarina é um afluente do rio Paracatu, e sua área de drenagem abrange cerca de 500 km², sendo que dentro destes limites encontra-se o município de Vazante. O rio Santa Catarina nasce no município de Lagamar, em uma cota de aproximadamente 840 metros, e deságua no rio Paracatu na divisa de Vazante com Lagoa Grande e Lagamar, em uma cota de 550 metros, após percorrer cerca de 150 km.

22

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

1.5.2. Subterrâneos

No município de Vazante podem-se distinguir dois domínios hidrogeológicos distintos: Formações Cenozóicas e Metassedimentos/Metavulcanicas.

Os litótipos relacionados aos Metassedimentos/Metavulcanicas reúnem xistos, filitos, metarenitos, metassiltitos, anfibolitos, quartzitos, ardósias, metagrauvacas, metavulcanicas diversas etc, que estão relacionados ao denominado “aqüífero fissural”, cuja área predomina em Vazante. Como basicamente não existe uma porosidade primária nesse tipo de rocha, a ocorrência da água subterrânea é condicionada por uma porosidade secundária representada por fraturas e fendas, o que se traduz por reservatórios aleatórios, descontínuos e de pequena extensão. Dentro deste contexto, em geral, as vazões produzidas por poços são pequenas, e a água é na maior parte das vezes salinizada. Essas condições atribuem um potencial hidrogeológico baixo para este domínio hidrogeológico sem, no entanto, diminuir sua importância como alternativa de abastecimento em casos de pequenas comunidades ou como reserva estratégica em períodos prolongados de estiagem.

As Formações Cenozóicas, são definidas como pacotes de rochas sedimentares de naturezas e espessuras diversas, que recobrem as rochas mais antigas. Em termos hidrogeológicos, tem um comportamento de “aquífero poroso”, caracterizado por possuir uma porosidade primária, e nos terrenos arenosos uma elevada permeabilidade. A depender da espessura e da razão areia/argila dessas unidades, podem ser produzidas vazões significativas nos poços tubulares perfurados, sendo, contudo bastante comum que os poços localizados neste domínio, captem água dos aquíferos subjacentes. Este domínio está representado por depósitos relacionados temporalmente ao Quaternário e Terciário (aluviões, coluviões, depósitos eólicos, areias litorâneas, depósitos fluvio-lagunares, arenitos de praia, depósitos de leques aluviais, depósitos de pântanos e mangues, coberturas detriticas e detriticas-lateriticas diversas e coberturas residuais). Apresentam, em geral, uma boa alternativa como manancial, tendo uma importância

23

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

hidrogeológica relativamente alta, como é o caso de Vazante, em regiões semiáridas com predomínio de litótipos relacionados aos Metassedimentos/Metavulcanicas.

Conforme a Figura 6 a seguir, a capacidade de produção de águas subterrâneas é baixa em Vazante, com prevalência dos aquíferos fissurais (Metassedimentos/Metavulcanicas) muito pouco produtivos.

Figura 6. Potencial Hidrogeológico dos Aquíferos em Vazante

Fonte: IBGE, CPRM.

24

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Em consulta ao SIAGAS, foram identificados atualmente 24 poços - 16 tubulares e 8 escavados (cacimba/cisterna), com 6 poços na área urbana de Vazante.

De acordo com o Gráfico 1 a seguir, 54,17% dos poços estão equipados e em funcionamento, e 45,83% não apresentavam a situação descrita na base do SIAGAS.

Gráfico 1. Situação dos Poços Existentes em Vazante

45,83% Equipado

54,17% Situação Não Especificada

Fonte: CPRM – SIAGAS (http://siagasweb.cprm.gov.br/layout/) consulta em 06/2018.

2 MEIO BIÓTICO

A seguir é apresentada sucinta abordagem sobre o bioma encontrado no estado de Minas Gerais, incluindo assim o município de Vazante, e as características da vegetação associada. Também serão apresentadas as iniciativas tomadas para proteção aos remanescentes florestais existentes no município.

2.1 Vegetação

As diferentes formas de relevo em Minas Gerais, somadas às especificidades de solo e clima, propiciaram paisagens muito variadas, recobertas por vegetações características, adaptadas a cada um dos inúmeros ambientes particulares inseridos no domínio de três biomas brasileiros: o Cerrado, a Mata Atlântica e a Caatinga.

25

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

O domínio do Cerrado, localizado na porção centro-ocidental, ocupa cerca de 57% da extensão territorial do Estado, o domínio da Mata Atlântica, localizado na porção oriental, é de cerca de 41% da área do Estado. O domínio na caatinga, restrito ao norte do Estado, ocupa cerca de 2% do território mineiro.

De modo geral, a paisagem transita para o cerrado ao sul e a oeste, para a região dos campos rupestres ao centro e para a floresta atlântica a leste, exibindo fases de transição de difícil caracterização, ou como manchas inclusas em outras formas de vegetação. As veredas e os campos de várzeas aparecem em menor escala, incluídos nos biomas.

O cerrado, maior bioma do Estado, aparece especialmente nas bacias dos rios São Francisco e . Nesse bioma, as estações secas e chuvosas são bem definidas. A vegetação é composta por gramíneas, arbustos e árvores.

A Mata Atlântica é o segundo maior bioma em Minas. A vegetação é densa e permanentemente verde, e é grande o índice pluviométrico nessas regiões. As árvores têm folhas grandes e lisas. Encontram-se nesse ecossistema muitas bromélias, cipós, samambaias, orquídeas e liquens.

Os Campos de Altitude ou Rupestres se caracterizam por uma cobertura vegetal de menor porte com uma grande variedade de espécies, com predomínio da vegetação herbácea em que os arbustos são escassos e as árvores raras e isoladas. É encontrado nos pontos mais elevados das serras da Mantiqueira, Espinhaço e Canastra.

A Mata Seca aparece no Norte do Estado, no vale do rio São Francisco. As formações vegetais desse bioma se caracterizam pela presença de plantas espinhosas, galhos secos e poucas folhas na estação seca. No período de chuvas, a mata floresce intensamente apresentando grandes folhagens. A vegetação desse bioma é muito rica. As imponentes Barrigudas, ou Embarés, são as principais árvores do bioma. Também aparecem Pau Ferro, Ipês e Angicos.

26

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

A Caatinga está localizada no Norte do Estado e ocupa cerca de 3,48 do território mineiro. É um bioma único no mundo, ou seja, grande parte das espécies de animais e plantas dessa região não é encontrada em nenhum outro lugar do planeta. Este patrimônio biológico ainda é pouco estudado e corre grande risco de não ser identificado, devido ao avanço do desmatamento descontrolado.

Segundo o Mapa da Flora Nativa e dos Reflorestamentos de Minas Gerais (estudo elaborado pelo Instituto Estadual de Florestas em parceria com a Universidade Federal de ), em 2005, cerca de 33,8% do território de Minas Gerais mantinham cobertura vegetal nativa. Esse percentual está assim dividido entre os principais biomas e suas principais tipologias:

• Cerrado: 19,94% ⋅ Campo: 6,60% ⋅ Campo cerrado: 2,56% ⋅ Cerrado Stricto Sensu: 9,48% ⋅ Cerradão: 0,61% ⋅ Veredas: 0,69%

• Mata Atlântica: 10,33% ⋅ Campo Rupestre: 1,05% ⋅ Floresta Estacional Semidecidual: 8,90% ⋅ Floresta Ombrófila: 0,38%

• Caatinga (Floresta Estacional Decidual): 3,48% A vegetação do município de Vazante é condicionada pelo clima, quantidade de chuva e relevo, podendo ser enquadrada em três divisões: cerrado, campo e matas ou florestas. O cerrado é formado por vegetação de porte baixo, com árvores de troncos tortuosos e cascas grossas, sendo comumente encontrado nas chapadas. Os campos são compostos por vegetação rasteira, arbustos esparsos e esporádicas árvores. Essa região ocorre, muitas vezes, em meio às zonas de cerrado. As matas ou florestas são compostas por árvores de grande porte com copas bem desenvolvidas, principalmente nas áreas rebaixadas.

27

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

2.2 Áreas Legalmente Protegidas

Durante muito tempo sustentava-se a visão de que os recursos naturais eram infinitos, a superexploração era algo bastante comum, além do que as questões econômicas sempre tiveram prioridade diante as de preservação, que ficavam sempre em último plano (MOURA, 2006).

Com a mudança dessa visão de recursos infinitos e o aumento gradativo da conscientização ambiental por parte da sociedade, foram surgindo algumas iniciativas a fim de preservar e proteger os recursos naturais.

As áreas protegidas são partes do território sob atenção e cuidado especial, em virtude de algum atributo específico ou até único que elas apresentam. Estas são importantes não apenas para conservação da biodiversidade e paisagem, mas também como fornecedoras de serviços ambientais indispensáveis as atividades humanas (FUNDO VALE, 2012).

2.2.1 Unidades de Conservação

As unidades de conservação (UCs) são criadas com o intuito de proteger o patrimônio natural e cultural do País, constituindo um dos principais instrumentos de que dispõe o poder público para executar um planejamento ambiental coerente (SMPMA, 2004).

O município de Vazante conta com uma Unidade de Conservação, o Monumento Natural Estadual Lapa Nova de Vazante, como pode ser observado no Mapa 1.

A área do Monumento Natural Estadual Lapa Nova de Vazante é de 79,0471 hectares e engloba, além da Gruta Lapa Nova (a sexta maior caverna em extensão de Minas Gerais), duas outras cavidades: Lapa Nova 2 e Lapa da Gameleira. A Gruta Lapa Nova de Vazante possui mais de 4,5 mil quilômetros de extensão e atrai grande número de visitantes. Próximo a Vazante, nos municípios limítrofes, podem encontrar-se 15 UCs: a APE Estadual Bacias Hidrográficas do Ribeirão Santa Isabel e do Córrego Espalha, e o Parque Estadual de Paracatu, no município do mesmo

28

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

nome; e, até 13 RPPNs (Reservas Particulares do Patrimônio Natural), repartidas pelos municípios de Guarda-Mor, Coromandel e Lagamar.

Os Monumentos Naturais são áreas destinadas à preservação de lugares singulares, raros e de grande beleza cênica, permitindo diversas atividades de visitação; pode ser constituída de áreas particulares, desde que as atividades realizadas nessas áreas sejam compatíveis com os objetivos da UC, e pertencem a categoria de Unidades de Conservação de Proteção Integral.

Também fazem parte desta categoria os Parques Estaduais, que são áreas destinadas à preservação dos ecossistemas naturais e sítios de beleza cênica. O parque é a categoria que possibilita uma maior interação entre o visitante e a natureza, pois permite o desenvolvimento de atividades recreativas, educativas e de interpretação ambiental, além de permitir a realização de pesquisas científicas.

Por sua vez, as RPPNs são áreas privadas criadas por iniciativa do proprietário e sob jurisdição federal, com o objetivo de conservar a diversidade biológica, pertencendo a categoria de Unidades de Conservação de Uso Sustentável.

29

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

MAPA 1. UNIDADES DE CONSERVAÇÃO PRÓXIMAS AO MUNICÍPIO DE VAZANTE

30

200.000 220.000 240.000 260.000 280.000 300.000 320.000 340.000 360.000 380.000

C

l ó s R a t a r i s a r m b i h Convenções cartográficas . u . r lin Unidades deh conservação M R Có C a n e rr. Can o G I d inan a La. . a e a . r o b l r e p r i

r d ó R a V

t Ó R C Redonda . Capital Federal

i ib a c 1, APE Estadual Bacias Hidrogr. áC ficas

n i o R

z b . a o P 1

ia i r ã ó h G i

e d a iç

o r F R . a r i ç r c . i e a o a n do Ribeirão Santa Isabel e do Córrego L r T c r. Capital Estadual a d n R r. l n 19 a ib r L r . La. da . d C ó l C d r o r o a a V r e C d a ó C e B Espalha ta a . b e ó e n 0 r i a Margem z 0 rba rr r d p C e o 0 Bá ó a r C s ó 0 Sede Municipal ta C . C r r 0 R an d . a r E r. r 0 . ib. S r a . C in S ç ó ó 18 C 0 a a V a 0 ó P a C r rd. p 2, Monumento Natural Estadual Lapa 0 e b 3 o d V o 0 r . r m l r o

1 e 1

r r d io . B r . E i . Curso d'água r s m . n a iras Pa n d ra 8 a ixe do E . 8 Q ó o . x m e rr r g . Nova de Vazante

C le T M ó s 17 r

u o e C A C B . b s . á p a ó Sorte n

e rr R a c o r i lh a ó a a

i r a C t h u

i e ó i a r o a Massa d'água

b a d d C v r . x r d r C B a

R ó n ra o i Cór

r

d . . I C . t 3, Parque Estadual de Paracatu B

a C M i b ó . G

C . ó d V i o d n Paracatu .

a r r r r r P e c s o r

a r r l V r a ã ta R . l a r t S ó i h

a b d a . ó Vazante e a . i G . C o c b o n

l r . Ri C 4, RPPN Fazenda Carneiro

l I i

. s b

m R p D i . a

d h C

r a R P ã S g R ór V n C a r. d r i a da a v n o L e u b . n ó i am Goiás

i F . n r d A be o i r R r r e ro t . 5, RPPN Fazenda Reserva Lagoa da Me a . b i a r r l r d b . s r as rr. J am ó r ó ó I M É C . s ó G a rr. d C g C Capa c Có a G Minas Gerais uas a C La. das d E o C r u u to o C ó t a r rrapa s b q o R ei in a cu i r u r h C r n ó 0 o a rr. u r. t Traíras i 0 rr p Có e R a ta 0 ó . 0 i a h r C C o l é M b r i 0 6, RPPN Fazenda São Miguel 0 Quilombo n d c . o m . .

. C a o R a a 0 ó t s 0 L d 8 r e i o 8 b d Melo r B l r. a a 0 ór a . a Córr. 0 . C . da . e S

. R . v eção 8 L b 7, RPPN Reserva Água Limpa 8 C C a

F o d b Unidades de conservação

a i C

o ó i d e n o o p C a s

d c Sã r r

i R a i e

a d . e a o a a r r ó e an r . La. A o j d r b V d

r a G 8, RPPNn Reserva F. azenda Bonito de

i ó r o t F r

d L s ri m á t r R r u d r e . i a . B a u e Velha r a Proteção Integral

b. h d C J . ó r l r c . C r a V d C t . h d Cima I ó P s a r n a o o da B P d n b a a d C . a t b i o o . e i t o m a Có ã A C l rr. Uso Sustentável

d R a a C ç n r a M l R o i

V b l ó b T n t C C A . c e 9, RPPN Reserva Fazenda Bonito de

t a e

ã

o R a r o R r ó

d b ra r

r r z . m i d í s o e r

i i . d i . ra r ó b a a a .

a . o r d

c B s T R Re Não se enquadra no SNUC

V B . r

I r C o C o u Cima II m t i b a r d . r a o a i i r r d r u T A d o r b q . r ir C o ó a r e n . t u r e P ó T o r

i d

a 0 0 C r . ó Sã R 10, RPPN Reserva Fazenda Bonito de

r r . o r a r d 0 u r C R r 0

ó lista o Bento V o ta .

0 . Pau . 0 ib m ç R d . C d . . La. d 0 a r Cima III o 0 u r 6 T r G 6 0 V Taboca 0 . ó . r. u 8 C 8 os a r a C n e h ó 11, RPPN Reserva Fazendr a Bonito de órr e d n á . u C C

.He Co B n ji ó

r le v s ra r o C

á r n a do a r órr. B ls a do órr. G L ó . Cima IV C a ó C d

m m C C ça ge r. r o

r. C la C ar o M l o Cór a V r r ó

rr. ó Có Có ó . a a e c r

r r C a r r. lh La. da r V c 12, RPPN Reserva Fazenda Bonito de M C . rd o . Pos a ó C . s B P e g . r om gi d n b o Macumba s r u i . o o Cima V a R O r ç eio C R T i M V La. do i a õ b a l t Campo o C d i m e . d a r órr. a s rr. lad d rde z a 13s , RPPN Reservda Fazeenda Bonito de ó me . e Jacaré i nd á a str m C Alegre de e C ar d . V ri n u E a õ M h ó p rr. a R a 0 r ó C o m 0 r a C s La. do Cima VI i 0 . ó o 0 d Goiás A ár i o 0 C r b u d 0 . a i . João . o Cór r r. d o R J an r p

0 s i Chope 0 B r. a d r pa a i T Ta Vr m 4 r o a . d 4 u a o rr . J o q a Có 14, RPPN Reserva Fazenda Bonito dei 0 r h Pinheiro 0 Gam a r . a s C C a . B e t . c D u n le ta r

8 i 8 o a e r. da l na R a C a C r i i b . r. po n a reio n i or i r r b r e r g ó C Cima VII G i ó o a . r ó r G o d a i C a R C r d a ó G o a c S o r i r . o .

R r os C a . d o ã b b d Fontes: IBGE, ICMBio, INCRA n r r Guarda-Mor i da rf . . d í T i r s i ó ór A Ó e r R . b t a 15, RPPN ResCerva Flad zenda São Miguel a r r C B e g . b a b a ó i etin a r o Córr. Buenos Aires a i rap Q r ro a i C M t C R

ó u d II C P rr . i e u . P n sc d

b. on z R. E a . i t b g Lagoa ó

e in e g r R C ha i a ór órr. e C C

b d B rr R

os n ó . P . r 16, RPPN RF eserva Sucury C r e r e r Grande

ó a C re r r C .

hifre r r i u r. ras ó ó C M C C C r u ó n a A r l ormig pã ó Bu riti La. Feia . rr e R a F a o r r . C C . P . t d ib. d tód o ó órr a d a Quilombos 0 D rr . B b o 0 a s i . C a l o 0 n 7 C i i m ib. d 0 Cabaças C u o ó n C R a 0 ta rr. das . ó 0 . R . r h R o o s ó t r i r Fri

o . r 0 C t . h P 0

o J a a c 1:595.000 c v Tape 2 o 2

iría a l r 17, Amaros i a n e c 0 C Tomá a s R 0

. R o s u a t .

ib d o s l e rós 8 R b O 8 o o . i r. d s c s r. ura r . e á d C ór art b ão ó rr õ acão o ó C 0 5 10 20 Km o C F l arr b r. i . c a ó i . B 4 18, São Domingos r rr . a rr T r

r ó a r ó B r ão J P s C r C u z C . S os s as . F d r é e ó u r o j d u r a á . e ó C T Rep. do d a

r C 2 . C C P ór C r . r. Cac 19, Machadinho

ib L hoe M G R ó a M G ó i Facão e R s r r lar o R a C a r d R C d . . C d u o d . i r e ó r b u ã t r r Sistema de Coordenadas: SIRGAS 2000 UTM Zone 23S a o . C r. b h n Vazante ã ó d ó R c e S o rr a C a i a x o . d s b i a C J o i Projeção: Transverse Mercator a . J A C l s e P R l o a . d P e . r i a . e n r d i b r t M o Datum: SIRGAS 2000 R R i r d Ri a o b a i R t o n d . B b e ó n d a . ão D a a a . rr S o n c C n ei 0 e r r 0 n D a o Cór m a r . do d 0 m r r p b b s V 0 . é r . ó i e 0 a qu R e u a 0 . T o a R a d . i C rr. r r r C i s ó r ó M i 0 n . o 0

d o C ib r r C e C Localização Geral

gos R r iun G ú s . r ó 0 i f ó am 0 G O b o a a rr u A 0 G O . 0 C e A é . . d p . d d b o Cha d l 8 . o r 8 TO o o e o a

r o

C C r d i d l

ó B r i r ca d

r .

r o ó ó a n C a C o MT r. ór r o r. BA F r C r r

u q r. R r

r a n u . B ó a . da ó r do re u o ór E r m L j C V C

e C d a Brasília

o G r a . o R

Davinópolis i C m Q . a r r .

r r A ã C a p d DF

a ó r u r a R ó n t t o Vis ó ã e a r o ó Lagamar C . d GO Goiânia

o r. S 5 im o . r

r ad B o C . r a r r rr . P e ó n ar ó qu C R P a C

t R i i i a C c ç

n a

b r t . a ó ib u C é

e a p B c d r o o o . ó e d s r d r . r . P t r o i a aré .

r r d R c n 0 d a . a 0 Ouvidor ó e l J B 0 C 0 m g o C do E e C 0 r. 0 ES a . r s .

ó i s R C b ó MG r C t a

0 C t r . Pa ór ó e 0 C r ó C o e r C .

8 r n e d r 8 Belo Vitória o a r d s r r

r. s r. C va i n o d ó m r 9 S r l l 9 ã ó h o a . MS . o M C i a R o . . d igue r o naí o d l q 7 r C n 7 Horizonte i d a . s b d a u C

a r e do

u n C ó v La. do d e i e io O r r C t R 6 o e r i

u a R V ó r F n n c ó i i . ç o L b . r a Cerrado . r o d a O P o r r a . d r a . P P r r . c o arnás r s . . d e ó SP

b r d i r E F i s o to

a a r a a s C

R i ó 15 R São RJ

a z . C t P u La. do C e ir etin a r a p Rio de u n ga

D C Paulo ro c t Ou e o d i i d . Jacaré

a r. ó m Três Ranchos r r r PR Janeiro Có a

r r i a V r ó o r i

s o e T

C s C . e

. e d

c t ó r

r u r d r r a

S r. do Barreiro lh Presidente C

o o

C b. Bo a ó ó Prefeitura Municipal de Vazante Ri m n o rr. ó C B L 0 Olegário ã 0 r r . da C Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos 0 o Trê o a 0 r r R e Rib. s j do 0 r n B J e a 0

. R a . C r .

Douradoquara C B

.S i ó r ó t 0 0 F o r o

e . r a a ã r ó . s 6 C 6 S o r n 16

9 a S 9

r ã

. u D t n . ç r o

7 r a t . g 7 S

o r o 14 . a Unidades de Conservação e g u ad F o I o o ti e o a n I r b n m d d n . ei i a R . ác l . Per o o á b a R S d i 8 i r outras Áreas protegidas b 9 c r . i r C i R u i Abadia dos 13 o C r z R Coromandel 12 a . ó e b S Fontes: IBGE, 2010/Bing, 2013/ Grupiara s ib Córr. ertãoinho C Dourados r R a Pref. Municipal de Rondo do Pará, 2013 junho/2018 10 11 l 200.000 220.000 240.000 260.000 280.000 300.000 320.000 340.000 360.000 380.000 PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

2.2.2 Áreas Prioritárias para Conservação

Tratam-se de áreas delimitadas pelo Ministério do Meio Ambiente como prioritárias para a conservação da biodiversidade dos vários biomas, analisadas e identificadas de forma a estabelecer propostas de conservação, utilização sustentável e repartição dos benefícios decorrentes de seu uso (MMA, 2007).

Como pode ser observado no Mapa 2, existem duas áreas prioritárias em que parte de seu território contemplam o município de Vazante, são as seguintes: a Recuperação, fomento e compensação de APPs e Reservas legais (209) e a Criação de nova UC de proteção integral e corredor em Vazante e Coromandel (223), ambas com grau de prioridade “Alta” para a conservação.

31

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

MAPA 2. ÁREAS PRIORITÁRIAS PARA CONSERVAÇÃO ENCONTRADAS NA REGIÃO DO MUNICÍPIO DE VAZANTE

32

255.000 270.000 285.000 300.000 315.000 330.000 345.000

á u Có R rr i 0 0 Convenções cartográficas d . b d 0 0 n . a

0 a V 0 d . .

0 m r 0 Córr a d 7 a . P 7 T C o 0 o n 0 Capital Federal . . n . . c A 8 r eiçã t d 8

asT r o e n

r o . d r ó o o Alt a r ib a C t . d i R í ras a Capital Estadual rd e C l V b a e a b R d z m

a r . J i o Sede Municipal o m B b i b. d r s a as i B o r a ta lh d R o o A . ir ib d e t E scuri n Curso d'água o R . R ho d o d R. S a r d ã . V o u r. d r Massa d'água d Bento r ó n C V La. a Vazante m Taboca s a e

T õ r. ç Limite municipal s r o R a P no h ó

0 i C 0 e b n s

0 u i 0 Limite estadual B . j o 0 B a 0 . . s e r L 209 d

5 d 5

o a . . V n r 5 d a r gi Có r 5

r v r o r r 0 d 0 . o m r d . a . G o C R .

Córr ó . . ó . Prioridade para conservação

8 d 8 m C r o d ge r C ar ó M o P rr. V a s r a ó C c at C o R. Es ac C l c u r o o á Extremamente alta e g a M d . C o Muito alta b C s i ór ó r r

R . La. da r O . Alta G O a V l r P h a Macumba d l o a r . g i d ç n a La. o õ C a T ó da C Grande a e . Ver de r r. m s R andu Diretriz do MMA (2016) La. do á La. da Resgate C 209 - Recuperação, fomento e ó Candanga 0 r 0 0 o 0 r i é 0 C r. Rib. á 0 compensação de APPs e Reservas . u s . ó d Ja n C 0 r a ai o o 0 a p ó 4 . T 4 r rr J V 0 . M 0 legais r rd. . C ó . d r 8 o a o G amele 8 B la ã . ira o S d e a Co a . d d r d r a n 223 - Criação de nova UC de proteção n . orre r s g r C i o C u

o r ó F C

ó o o . C C integral e corredor em Vazante e d r ó l r h r r. a ó r órr. r p e r ó C d e C Coromandel . R o S i a C r i a i a T b. b o aba s h t m Guarda-Mor l i Sama a a 228 - Criação de nova UC de proteção

n G c

g r do s A o o r. Córr. Bueno ires a r integral em Rio das Tabocas M ib ó - a B C R a r

r a . d d C r e d a a sT

z Córr. ó a 230 - Criação de nova UC de proteção u e Lagoa b

r

G B r oc C .

. a r r. ór integral r r r . Grande s 0 ó ó B 0

0 M 0 C C u o 0 M G r 0 . i . C u t h

5 i 5 ó l zi c 2 rr 2 . e n a 0 ta i 0 . La. Feia h . R Fontes: IBGE, MMA 8 P o 8 Có o a rr. l o r ó B d

r Co C m d o . to a C i a i d v g ta C ó .

tó in r r

u e s e l r C ó . R . h n C r l F

r ó C a ó r . do io o e r r r E r. C ó rr. J r T era a ap n . dos c A rr T u . g ó o e

C m b b n á i á s R h s e õ o 1:350.000 il rracão P r. Ba s Cór R ib do . M 0 3,75 7,5 15 Km

. a

b n o i r

R

a u b o ch u 228

s a o C i d . e ú

e rr ira ina e 0 223 Có r 0 j ta 0 a 0 a b 0 L ro C 0 . s la Vazante ta e . 0 a 0 Sistema de Coordenadas: SIRGAS 2000 UTM Zone 23S d R C n B 1 . . 1 0 r R a . 0 . r ga S r . Projeção: Transverse Mercator 8 i etin r 8 ó b irap .

. P ó C C b Datum: SIRGAS 2000 ó . i C ã o rr. C r R u h d r r c l ó D a

a a . a i

R s C u rr nt s r a b R

i C a ó o

b p a

on . C J o t im Localização Geral e L . d P n r

a r . d TO ir u ó r

a r p g

a C ó e Á MT BA s o C

t r.

i íba ór d n a C a i ran c d Brasília g a o n a n P Cór d M ra b e órr. a . r. o ém r C DF R qu o p G

a a r R me

i e l

r i ei GO Goiânia C b r r r a a

a u . A d . G d o r d o

0 r . o 0

r r . d

0 ó r C r a 0 ó r 0 C 0

. c .

C a n ó

5 r é o 5

C r R r o

9 a d 9 a . 9 ó C 9

. r . r

p m r ES 7 7 MG r C u ó und o a . F o S ó o d Belo Vitória . C d t r MS L rr. r. o r Horizonte r ó amarã B Có o r C e

j C o órr. do Lagamar San a SP Q m ta u e i São RJ n R. P a Rio de a r Paulo

s a cat PR Janeiro o R u r ib i .

e d

u a q Prefeitura Municipal de Vazante o E C s R. J s Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos t ac

o r ar

e é d

0 m 0 0 0 . r 0 0

. a . r 230

0 Có 0

r. Carv ó r

8 ór al r. 8 h C d 9 C o o 9 Áreas Prioritárias para Conservação . R . 7 od 7 Preto eio R . e La. do ix Rib. P e Cerrado d o junho/2018

255.000 270.000 285.000 300.000 315.000 330.000 345.000 PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

2.2.3 Áreas de Preservação Permanente

As Áreas de Preservação Permanente (APP) são áreas cobertas ou não por vegetação nativa e estão legalmente protegidas pelo Código (Lei nº 12.651/ 2012), que determina que as áreas situadas às margens de cursos d’agua, lagos, lagoas, nascentes e topos de morros devem ser protegidas (MOURA, 2006).

A manutenção das APP em ambiente urbano é de extrema importância visto que possibilita a valorização da paisagem, do patrimônio natural e do construído. Além disso, são diversos os serviços ambientais proporcionados por estas áreas, podendo ser citada principalmente a proteção dos solos prevenindo inundações e assoreamento de rios (MMA,2015).

A massa d’água local foi caracterizada de acordo com as bases do IBGE na escala de 1:320 mil e suas respectivas áreas de preservação permanente (APP) foram geradas seguindo as recomendações do Novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012).

O Mapa 3 ilustra as APPs encontradas no município de Vazante.

33

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

MAPA 3. CORPOS D’AGUA LOCAL E SUAS RESPECTIVAS ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE

34

255.000 270.000 285.000 300.000 315.000 330.000 345.000 T V as r d r d lta r . a Es A ib í o . Convenções cartográficas d. do R r a s Rib. d c r u d a rin V h o l o b a R. daP C z o m r e

r i Capital Federal o R

i i d r b s Bat B at r a a a . e d lha o r s o A b d ro . t i Capital Estadual o d e m r R d a V o a d . u J . d d r r . r Sede Municipal R. São Bento b n ó V i C R a

m La. a Curso d'água T Taboca s . e r r õ ó ç Massa d'água C o R P i a 0 b h s 0

0 . n 0 ji o

0 B 0 Área urbanizada d . a . r

5 L 5

a .

. r V 5 C 5

v r og ó r r 0 r C i d 0 . o . o m r . ó r r ó . 8 r . 8 Vazante

C ó d C d C o o C M ó a r s

c r R . E ac . C o s cu o á Limite estadual l ro g e E a x d M t o . r G O e C s APP dos corpos d'água G O b C La. da i ór m ó r r R . i r Macumba . O n h a l P h a a o l r ç a i La. do V g a rd õ n . e a Jacaré d s e C ó rr. da C o rd La. do T aman . V e d R Resgate u á

C La. do ó 0 0

0 r Chope 0

0 r. Rib. Ja io 0 . d n á r . 0 o u é 0 ai s 4 a r. Tap 4 0 M r o d 0 . ó Vr . C J 8 a . Gamele ta 8 l o ir an Cata a ã a S r a Co a S . i d r b n

. d . i r rr r a r o eio r C R ó ó C o s C

d a r

r. i

r Guarda-Mor órr. a e

ó C d erp o h C S mb l

a a ia o am C ho

C l Rib . S ó Ga

s r o Aire

r d s s a . órr. o . r C Bu n r d a r e c Có o . o B r u M a r b i r - r ó

B i

a r t

d e C i r. d z r z ór a e C Lagoa a i

u B n G r. C r. r ó h Grande r ó r 0 o 0 ó r 0 C . 0 o

0 C M G 0

. M G . M C h

5 5 Fontes: IBGE ó u c 2 r 2 r. a

0 l i 0

. eta . La. Feia P R 8 8 C a

B o l C o . a d r i d ó m

r a o rr C n r ó i C ó . C ó r i r g t r . o . a . d h l r

tó e E r

s t a O Cu n R. o n

e uro C o ó ó . d F g

v r Po C rr r C r d re rr ó io e A .

C J T e l a o órr. a a . pe r n c b u i h o b R á 1:320.000 es õ rrac s il r. Ba ão a P ór c 0 3,75 7,5 15 Km s C sTa b o do da . .

ib

r R R o

ach u

C oe o rr. ira

s ó d

0 e C 0

j e Sistema de Coordenadas: SIRGAS 2000 UTM Zone 23S

0 a 0 b 0 L aro 0 . s Cl Vazante .

0 0 Projeção: Transverse Mercator a . e

1 d R 1 B

0 . 0 . r R . . Datum: SIRGAS 2000

8 r i g r 8 tin a r ó b irape P ó . . C r C C r C o ór ó hã r. l u c a C r a d Da i Localização Geral r . n u rr t

a o as R s b ó C a a TO o p C o

n J m d

t i . o MT

e BA

L . r d

r r i n a ó r

d u g C d ó Brasília a R C Á a n ib s íb . na a r. c e DF Par a ór n p C a M Goiânia R. uém a e GO q r r a o r b r M a ó n o C o A C rr. Có r. d r a r a i Gam b r o e d

a le d i u . . r i

u a r r ú

r G r ó ó r. C r C 0 ó 0 MG ES 0 C r 0 0 o 0 Belo Vitória . é d . MS 5 ar o ca 5 9 R n 9 Horizonte C m 9 o 9 . . ó u d

7 7 r

S . r Fund o d o r . r. o r d ór

C ó rr . C SP Lam órr Có R arã . C o i São RJ B b. Rio de r d Paulo

e o o C Lagamar PR Janeiro Córr. j d San o a t a a im n Q u e r a r R. P apato a Prefeitura Municipal de Vazante r a cat R u Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos ib .

d

a

E s . Ja t R c Corpos d'água e APPs r aré e m 0 0

0 a Fontes: IBGE, 2010/Bing, 2013/ 0 0 0 . .

0 Pref. Municipal de Rondo do Pará, 2013 0 junho/2018 8 órr. Carvalh 8 9 C o 9 . . 7 7 255.000 270.000 285.000 300.000 315.000 330.000 345.000 PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

3 SOCIOECONÔMICO

3.1 Contexto Histórico do Município

O primeiro nome dado ao município foi Lapa, onde se localizava a Fazenda Vazante, nome este atrelado aos períodos das chuvas onde os dois rios da região transbordavam provocando as cheias, ou vazantes. A Serra da Lapa e as águas minerais encontradas nas proximidades foram identificadas por Augusto de Sain- Hilaire no início do século XIX, em “Viagem às nascentes do rio São Francisco”.

Diferentemente de grande parte dos municípios instalados no estado de Minas Gerais, o município de Vazante tem origem na instalação de uma capela e o casario em torno dela. Conta-se que a capela foi erguida após uma visão da imagem de Nossa Senhora da Lapa eu uma das grutas do município. Assim, o povoamento de Vazante surge, propriamente, em virtude da visão da Lapa, que ocasionou uma grande romaria ao local.

O início do povoado, onde se formaria a futura cidade, se deu, realmente, por volta do ano de 1920. Foi justamente quando se procedeu a divisão da fazenda Vazante, com a separação do patrimônio de Nossa Senhora da Lapa. Esse patrimônio foi doado por Ana Gonçalves (conhecida por Ana Pintada), Gervásio Gonçalves dos Santos e Gustavo Alves Rosa. Tratava-se de uma gleba de 20 alqueires, dentro da área da referida fazenda, sem local definido. Como não havia divisão oficial, em 1917, foi demarcada no lugar onde se encontra a cidade.

Em torno da capela surgiram as primeiras casas. Além das residências veio a casa comercial, onde se vendia de tudo. Depois apareceu a escola. Estruturou-se a primeira rua, a atual Rua Salatiel Corrêa. Outras iam surgindo, com casas bem construídas. Era o arraial de Vazante que nascia do Distrito de Guarda-Mor, no município de Paracatu. Com o desenvolvimento do povoado em torno da capela, pleiteou-se a criação do distrito de Vazante. Acredita-se, quem esteve à frente desse movimento foi a Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, também conhecida como Grupo dos 12. O distrito foi criado pelo governador Benedito Valadares, através do seu Decreto-Lei 148, de 17 de dezembro de 1938.

35

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Apesar de criado o distrito em 1938, somente em 1944 se instalou o Cartório de Paz e Notas, cujo livro 001 teve o termo de abertura no dia 29 de abril de 1944. A descoberta do minério de zinco se deu em 1933, através de pesquisas realizadas pelo engenheiro chileno Ângelo Custódio Solis. Esta descoberta foi confirmada anos depois pelo geólogo Alberto Vellasco da Cia. Níquel Tocantins do Grupo Votorantim. Nascia então a grande exploração do zinco que culminou com a primeira viagem de minério para a fábrica de Três Marias da Cia. Mineira de Metais em 1969. Junto a este empreendimento o município cresceu muito nos últimos 30 anos. Já na década de 90, com a queda do valor do zinco no mercado nacional e internacional, devido à abertura econômica ocorrida nos países da antiga União Soviética, Vazante sofreu e sofre duros golpes em sua economia. O governo estadual, através da lei 336, de 27 de dezembro de 1948, estabeleceu modificações quinquenais - 1948/1953 - no quadro de divisão territorial no Estado, para criação de novos municípios.

Diante disso, as lideranças de Guarda-Mor logo se movimentaram pleiteando a sua emancipação. Vazante também sede distrital, não se deu a esse trabalho, pois o distrito não atingia às exigências legais, tanto de renda como população, para adquirir vida autônoma. Guarda-Mor não obstante a sede possuir pouco mais de 180 casas preenchia os demais requisitos. Formou-se, então, uma comissão, sob a presidência de Joaquim da Silva Pena, para pleitear a emancipação. Reuniram-se em Claro de Minas e solicitaram apoio dos moradores de Vazante, inclusive o financeiro. Através de um abaixo-assinado, encabeçado por Sebastião Rabelo Corrêa foi solicitada a emancipação de Vazante. Através da Lei 1.039, de 12 de dezembro de 1953, sancionada pelo governador Juscelino Kubitschek de Oliveira, o distrito de Vazante é emancipado do de Paracatu e ficou constituído dos Distritos- Sede (Vazante), Guarda-Mor e Claro de Minas.

Na mesma ocasião, até serem realizadas as eleições municipais é nomeado pela Secretaria de Estado do Interior, em comissão, o intendente municipal, na pessoa do advogado Antônio Ribeiro, a quem caberia instalar o município em 1 de janeiro de 1954 e administrá-lo até a posse do primeiro prefeito eleito em 31 de janeiro de 1955. (Trechos do histórico de Marlice De Matos Da Silva) (IBGE,2011).

36

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

3.1.1 Formação Administrativa

Distrito criado com a denominação de Vazantes, pelo decreto-lei estadual nº 148, de 17-12-1938, com terras desmembradas do distrito de Guarda-Mor, subordinado ao município de Paracatu. No quadro fixado para vigorar no período de 1939-1943, o distrito de Vazantes figura no município de Paracatu.

Pela lei nº 336, de 27-12-1948, o distrito de Vazante teve sua grafia alterada para Vasante. Em divisão territorial datada de 1-07-1950, o distrito de Vasante (ex- Vazante) figura no município de Paracatu.

Elevado à categoria de município com a denominação de Vazante, pela lei nº 1.039, de 12-12-1953, desmembrado de Paracatu. Sede no atual distrito de Vazante (ex-Vasante). Constituído de 3 distritos: Vasante, Guarda Mor e Claro de Minas, os dois primeiros desmembrados de Paracatu e Claro de Minas criado pela mesma lei acima citada. Instalado em 01-01-1954.

Em divisão territorial datada de 1-07-1955, o município é constituído de 3 distritos: Vazante, Claro de Minas e Guarda Mor. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1-07-1960. Pela lei estadual nº 2764, de 30-12-1962, desmembra do município de Vazante o distrito de Guarda-Mor. Elevado à categoria de município. Em divisão territorial datada de 1-07-1963, o município é constituído do distrito sede. Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

O Mapa 4 mostra a localização do município de Vazante.

37

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

MAPA 4. LOCALIZAÇÃO GERAL DO MUNICÍPIO

38

255.000 270.000 285.000 300.000 315.000 330.000 345.000

á u R CÓRREGO MACACO i

0 0 Convenções cartográficas d b 0 0 n .

0 a V 0 d . .

0 m r 0 Córr a d

7 a . 7 T C 0 o . 0 . n . Capital Federal . c A 8 r eiçã d 8

asT r o n

r o . d r ó o o Alt a r ib a C t . d i R í ras a rd e C Capital Estadual l V b a e a b R d

z m

a r . J i o o m B b i b. d r s a as i B o r a ta lh Sede Municipal d R o o A . ir ib d e t E scuri n o R . R ho d o d R. S a r d ã . V Distrito o u r. d r d B r ento Có V n a La. Povoados e outros aglomerados rurais

m s a Taboca e isolados T õ r. ç s r o R a P no h ó 0 i C 0 Curso d'água e b n s

0 u i 0 B . j o 0 B a 0 . . s e r L d

5 d 5

o a . . V n r 5 d a r gi Có r 5

r v r o r r 0 d 0 . o m r d . a Massa d'água . G o C R .

Córr ó . . ó .

8 d 8 m C r o d ge r C ar ó M o P rr. V a s r a ó C c at C o R. Es ac C Rodovia pavimentada l c u r o o á e g a M d . C o Rodovia sem pavimentação b Có s i r Piramor ó r r

R . La. da r O . G O a V l r P Área urbanizada h a Macumba d l o a r . g i d ç n a La. o õ C a T ó da C Grande a e Vazante . Ver de r r. m s R andu La. do á La. da Resgate Limite municipal C

ó Candanga 0 r 0 0 o 0 r i é 0 C r. Rib. á 0 Limite estadual . u s . ó d Ja n C 0 r a ai o o 0 a p ó 4 . T 4 r rr J MG 0 . M 0 r . C ó . d r 8 a o V Sa 8 o l . 706 r . nta o B a ã d. G b C S i na d

e a Co a . d a R i r m r d d r a a a n n . orre r s t go r C i o C u

r ó e F C

ó o o . C C d l r ó l Vazamor e r h i r r. a r ó Guarda-Mor rr e r ó . r p a r ó C d e C . R o S i a C r i a i a T b. b o aba s h t m l i Sama a a

n G c

g r do s A o o r. Córr. Bueno ires a r M ib ó - a B C R a r

r a . d d C r e d a a sT

z Córr. ó a u e Lagoa b

r

G B r oc . r. . Có a r rr r Grande r s 0 ó ó . B 0 o 0 C C M u 0 0 M G r 0 . i h . C u t Fontes: IBGE, ANA, INPE, DNPM, CPRM 5 i c 5 ó zi 2 rr l a 2 . n i 0 eta 0 . h . La. Feia R 8 P o 8 C a

ó rr o l o . d r ó B d r Co C m o . to a C i a i .

v t ó d g a C r

ó n r

t i r

u e s e l r C ó . R . h C n ó l Fr C a ó r . do io o e r r rr. E C ó rr. J r T era a ap n . dos c A rr T u . g ó o e

C m b b n Claro de á i á s R h s e õ Minas o 1:350.000 il arracão P rr. B Retiro R os Có ib. M C d ó 0 4 8 16 Km . da Roça a n r ib r R . a B bu h e s ac o i C e b rr. ira ú e e

0 j C ó 0 d

0 a 0 o 0 L ro 0

. a . s l Vazante u

0 a 0 Sistema de Coordenadas: SIRGAS 2000 UTM Zone 23S d R C r

1 . 1 . o 0 r R 0 . r ga . Projeção: Transverse Mercator 8 i etin 8 ó b irap

. P BR Cór C . ão Datum: SIRGAS 2000 r. C r 354 u h d r r l ó D Ponte c

a a . a a

R s C u rr nt s i r a b

i C a ó o Firme R

b p a

on . C J t m Localização Geral

i o e L . d P n r São Brás a r .

i d TO

r u ó r a p g r

a C de Minas e Á ó MT BA s o C

t r.

i íba ór d n a C a i ran c d Brasília g a o n a n P Cór d M ra b e órr. a . r. o ém r C DF R qu o p G

a a r R me

i e l

r i ei GO Goiânia C b r r r a a

a u . A d . G d o r d o

0 r . o 0

r r . d

0 ó r C r a 0 ó r 0 C 0

. c .

C a n ó

5 r é o 5

C r R r o

9 a d 9 a . 9 ó C 9

. r . r

p m r ES 7 7 MG r C u ó und o a . F o S ó o d Belo Vitória . C d t r MS L rr. r. o r Horizonte r ó amarã B Có o r C e

j C o órr. do Lagamar San a Chapadão do SP t Qu m a e i Pau-Terra São RJ n R. P a Rio de a r Paulo

s a Lagamar dos cat PR Janeiro o R u r ib Coqueiros i . e d

u Lagamar a q Prefeitura Municipal de Vazante o E C s R. J s Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos t ac

o r ar

e é d

0 m 0 0 0 . r 0 0

. a . r

0 Có 0

r. Carv ó r

8 ór al Alegre r. 8 h C d 9 C o o 9 . R . Localização do Município 7 od 7 Preto eio R . e La. do Fontes:i xIBGE, 2010/Bing, 2013/ Rib. P e Cerrado Pref. Mundicoipal de Rondo do Pará, 2013 junho/2018

255.000 270.000 285.000 300.000 315.000 330.000 345.000 PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

3.2 Rede Urbana

Neste item é abordada a formação da rede urbana do município de Vazante, em articulação com os municípios polarizadores. Este estudo identificou na rede de cidades, um papel fundamental na estruturação e organização do espaço geográfico da região analisada. Os centros urbanos de uma determinada região têm um conjunto de relações de interdependência entre eles, podendo, em função de sua condição hierárquica, estabelecer relações também com centros urbanos de outras regiões. O estudo das inter-relações entre os centros urbanos se justifica pela necessidade de se entender a dinâmica das interações, o fluxo da população em busca de produtos, serviços e emprego e a sua distribuição no espaço geográfico. Neste item será feita uma análise direcionada à hierarquização e interação municipal no contexto regional e outra, direcionada à hierarquização dos núcleos e aglomerados urbanos. Em linhas gerais, o presente capítulo adotou como base para as análises apresentadas o estudo ‘Região de Influência de Cidades (REGIC) – 2007’, publicado pelo IBGE.

A metodologia utilizada para o estudo do sistema de cidades prevê uma organização hierarquizada dos centros urbanos. Dessa forma, cada cidade possui áreas de influência diferenciadas em função do alcance dos bens e serviços lá oferecidos, contrapondo – se a outros centros. Nesse sentido, alguns bens e serviços produzidos e ofertados pelos centros urbanos podem ter alcance nacional, regional ou local. Quanto maior e mais variada for a gama de bens e serviços oferecidos à população, mais alto será o nível hierárquico atingido pelo centro urbano e maior será a sua área de influência, (REGIC, 2007). De forma geral, existe uma tendência de concentração populacional nas grandes cidades com funções de maior centralidade, sendo estas, em grande medida, as capitais de Estado. Em contraposição, centros urbanos produtores apenas de bens e serviços procurados pela população local, para a satisfação cotidiana de suas necessidades, apresentam uma menor área de influência, posicionando-se em níveis hierárquicos mais baixos. Justifica – se a análise em dois tipos de classificação que se inter-relacionam: a da hierarquia funcional entre as cidades e da polarização entre os centros urbanos.

39

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

3.2.1 Hierarquia Funcional

No estudo de hierarquia funcional, ou hierarquia de centros urbanos, as cidades foram classificadas em cinco grandes níveis, por sua vez subdivididos em subníveis, de acordo com o REGIC, 2007, a saber:

• Metrópoles: Grande Metrópole nacional / Metrópole nacional / Metrópole São os 12 principais centros urbanos do País, que se caracterizam por seu grande porte e por fortes relacionamentos entre si, além de, em geral, possuírem extensa área de influência direta. O conjunto foi dividido em três subníveis, segundo a extensão territorial e a intensidade destas relações.

• Capital regional: Capital Regional A / Capital Regional B / Capital Regional C Integram este nível 70 centros que, como as metrópoles, também se relacionam com o estrato superior da rede urbana. Com capacidade de gestão no nível imediatamente inferior ao das metrópoles, têm área de influência de âmbito regional, sendo referidas como destino, para um conjunto de atividades, por grande número de municípios. Como o anterior, este nível também tem três subdivisões. O primeiro grupo inclui as capitais estaduais não classificadas no nível metropolitano e o município de Campinas (SP). O segundo e o terceiro, além da diferenciação de porte, têm padrão de localização regionalizado, com o segundo mais presente no Centro – Sul, e o terceiro nas demais regiões do País.

• Centro Sub-regional: Centro Sub-regional A / Centro Sub-regional B Integram este nível 169 centros com atividades de gestão menos complexas, predominantemente entre os níveis 4 e 5 da gestão territorial. Têm área de atuação mais reduzida e seus relacionamentos com centros externos à sua própria rede, dão – se, em geral, apenas com as três metrópoles nacionais. Com presença mais adensada nas áreas de maior ocupação do Nordeste e do Centro – Sul e mais esparsa nos espaços menos densamente povoados das Regiões Norte e Centro – Oeste.

40

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

• Centro de zona: Centro de Zona A / Centro de Zona B Nível formado por 556 cidades de menor porte e com atuação restrita à sua área imediata; exercem funções de gestão elementares.

• Centro Local As demais 4.473 cidades cuja centralidade e atuação não extrapolam os limites do seu município, servindo apenas aos seus habitantes, têm população dominantemente inferior a 10 mil habitantes (mediana de 8.133 habitantes). Vazante se encontra na categoria de Centro de Zona B.

3.2.2 Polarização

Por ser um Centro de Zona B, Vazante polariza os seguintes municípios: Guarda-Mor, Lagamar e Lagoa Grande. Todos os municípios polarizados são centros locais e integram a microrregião de Paracatu.

Quem depende mais de Vazante são os municípios de Lagamar (distante cerca de 28 km), que utiliza os equipamentos de compras e saúde; e Lagoa Grande (119 km), onde os moradores desta cidade buscam a infraestrutura de saúde ofertada por Vazante – provavelmente em função da presença do hospital no município polo.

Com relação mais fraca, o município de Guarda-Mor, localizado a cerca de 40 km, utiliza os serviços de comércio, lazer e saúde ofertados por Vazante. Por sua vez, o município de Vazante é polarizado por Paracatu (Centro de Zona B) e (Centro Sub-regional A).

A relação mais forte é com Paracatu, que ajuda aos munícipes de Vazante a suprir grande parte das necessidades essenciais em comércio e infraestrutura educacional. Com Patos de Minas, distante quase 115 km, a relação é muito fraca, mas oferece transporte aéreo e infraestrutura especializada para os serviços locais. O Mapa 5 indica a polarização entre os centros urbanos do território.

41

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

MAPA 5. REDE URBANA

42

240.000 280.000 320.000 360.000 400.000

Paracatu Convenções cartográficas Área urbanizada UF Limite municipal Goiás Minas Gerais 0 0 0 0 0 0 . .

0 0 Hierarquia entre cidades 8 8 0 0 . . 8 8 Grande Metrópole Nacional

Metrópole Nacional

Metrópole Capital Regional A Capital Regional B Capital Regional C Centro Subregional A Centro Subregional B Centro de Zona A 0 0 0 0

0 João 0 . .

0 0 Centro de Zona B 4 4

0 Pinheiro 0 . . 8 8 Centro Local G O Guarda-Mor G O Polarização Lagoa Grande Muito Fraco Fraco Médio Muito Forte

M G Fontes: IBGE, ANA, INPE, DNPM, CPRM

Vazante

1:580.000 0 0

0 0 10 20 40 Km 0 0 . . 0 0 0 0 0 0 . . 8 8

Sistema de Coordenadas: SIRGAS 2000 UTM Zone 23S Davinópolis Projeção: Transverse Mercator Lagamar Datum: SIRGAS 2000

Localização Geral TO MT BA Brasília DF GO Goiânia

Varjão de Minas Presidente MG ES MS Belo Vitória Olegário Horizonte 0 0 0 0 0 0 . .

0 Douradoquara 0

6 6 SP 9 9 . . São RJ 7 Abadia dos 7 Coromandel Paulo Rio de Dourados PR Janeiro

Prefeitura Municipal de Vazante Patos de Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Minas

Rede Urbana Fontes: IBGE, 2010/Bing, 2013/ Pref. Municipal de Rondo do Pará, 2013 maio/2018

240.000 280.000 320.000 360.000 400.000 PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

3.3 Demografia

Vazante (Latitude: 17º 59’ 13” S / Longitude: 46º 54 ’28” W) é um município do Estado do Minas Gerais, pertencente à microrregião de Paracatu e à mesorregião Noroeste de Minas. Está localizado na região Sudeste do país, e conforme Tabela 1, possui uma área de 1.913,396 km² de extensão territorial e 19.723 habitantes segundo o Censo Demográfico do IBGE de 2010, sendo que desse total, 80,71% se localizam em áreas urbanas e 19,29% em áreas rurais. A densidade demográfica é de 10,31 habitantes/km². A sede municipal, a uma altitude de 650 metros, dista 520 km da capital do Estado, . Seus municípios limítrofes são Paracatu (ao norte); Coromandel (ao sul); Lagoa Grande (a leste); Guarda-Mor (a oeste); e, Lagamar (a sudeste).

Tabela 1. Características Territoriais de Vazante

Área: 1.913,396 km² (2016) População: 19.723 habitantes (Censo 2010, IBGE) População estimada 2017 20.784 habitantes Densidade demográfica: 10,31 habitantes/km² (Censo 2010, IBGE) Urbana: 80,71% Distribuição demográfica: Rural: 19,29% Localização: Região Sudeste do Brasil Hora local: G.M.T. menos 3 (três) horas

Fonte: IBGE – Censo Demográfico 2010, e Estimativas populacionais para os municípios brasileiros.

O município de Vazante tem dois distritos: Vazante (sede municipal) e Claro de Minas. Conforme pode-se observar no Mapa 6, que apresenta a distribuição por setores censitários do IBGE, em hab/km², as maiores densidades demográficas estão na zona urbana, principalmente no entorno da sede municipal, formado por 6 setores, todos do distrito de Vazante (004, 012, 013, 016, 017 e 029).

A maior concentração populacional está nos setores 012 (8.289,60 habitantes/km²), 013 (7.748,18 habitantes/km²) e 017 (7.256,98 habitantes/km²). Além da área onde está a sede municipal, há outra mancha classificada como urbanas, que corresponde ao núcleo distrital de Claro de Minas, no extremo oeste.

43

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

MAPA 6. DENSIDADE DEMOGRÁFICA (POR SETORES CENSITÁRIOS)

44

255.000 270.000 285.000 300.000 315.000 330.000 345.000 Convenções cartográficas Setor urbano - Distrito de Claro de Minas Capital Federal Capital Estadual Sede Municipal Claro de Minas Distrito

BR

0 0 Povoados e outros aglomerados rurais 0 354 0 0 0 . .

5 001 5 isolados 5 5 0 0 . . 8 8 Pista de pouso G O Rodovia pavimentada Piramor Rodovia sem pavimentação Vazante Limite municipal Limite estadual 0 0 0 0 0 0 . . 0 0

4 MG 4 0 0 . .

8 706 8 Densidade demográfica por Vazamor setor censitário (Hab./km²) Guarda-Mor < 1.000 1.001 - 2.500 2.501 - 5.000 Lagoa Grande > 5.000 0 0 0 0 0 0 . . 5 5 2 2 0 0 . . 8 M G 8 Fontes: IBGE, ANA, INPE, DNPM, CPRM

Claro de Setor urbano - Vazante Minas 1:320.000 Retiro 0 3,75 7,5 15 Km da Roça

0 MG 0 0 0

0 0 Sistema de Coordenadas: SIRGAS 2000 UTM Zone 23S . Vazante 706 . 0 0

1 007 1 Projeção: Transverse Mercator 0 0 . .

8 8 Datum: SIRGAS 2000 BR 354 Ponte Localização Geral 008 Firme 005 TO São Brás MT BA de Minas 006 Brasília DF 004 BR GO Goiânia 002 Vazante 354 009 003 001 0 0

0 011 0 ES

0 0 MG . .

5 5 Belo Vitória

9 9 MS

9 012 9 . 029 . Horizonte 7 017 010 7 013 SP 015 São RJ Lagamar Paulo Rio de Chapadão do PR Janeiro Pau-Terra 028 016 014 Prefeitura Municipal de Vazante Lagamar dos Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Coqueiros Lagamar Densidade Demográgica 0 0 0 0 0 0

. Fontes: IBGE, 2010/Bing, 2013/ . 0 0

8 Alegre Pref. Municipal de Rondo do Pará, 2013 8 9 9 maio/2018 . . 7 7 255.000 270.000 285.000 300.000 315.000 330.000 345.000 PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

3.3.1 Porte e Dinâmica

A análise da dinâmica demográfica, por meio de suas dimensões quantitativas, visa perceber o comportamento da população de modo a subsidiar a compreensão dos demais itens em estudo.

No período intercensitário de 1991-2000, a população de Vazante teve taxa geométrica de crescimento1 de 0,08% ao ano. Já no último decênio, entre 2000 e 2010, o índice de crescimento populacional foi um pouco maior: 0,41%, alcançando os 19.723 habitantes, segundo dados do último Censo Demográfico do IBGE.

De acordo com as estimativas do IBGE, enviadas ao Tribunal de Contas da União, a população de Vazante teria 20.784 habitantes em 2017 – apontando para o retorno do crescimento populacional. A Tabela 2 indica a evolução da população total e as taxas de crescimento anual do município de Vazante nos períodos intercensitários de 1991 – 2000 – 2010.

Tabela 2. População Total do Município de Vazante

Localização Espacial População Total TGCA Município 1991 2000 2010 1991-2000 2000-2010 Vazante 18.799 18.928 19.723 0,08% 0,41% Distritos 1991 2000 2010 1991-2000 2000-2010 Vazante (Sede) 16.409 17.023 17.899 0,41% 0,50% Claro de Minas 2.390 1.905 1.824 -2,49% -0,43%

Fonte: IBGE – Censos Demográficos, 1991, 2000 e 2010. * TGCA: Taxa geométrica de crescimento anual.

1Taxa média geométrica de crescimento anual da população: Percentual de incremento médio anual da população residente em determinado espaço geográfico, no período considerado. As estimativas de crescimento da população são realizadas pelo método geométrico. Em termos técnicos, para se obter a taxa de crescimento (r), subtrai-se 1 da raiz enésima do quociente entre a população final (Pt) e a população no começo do período considerado (P0), multiplicando-se o resultado por 100, sendo "n" igual ao número de anos no período.

45

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Com relação à estrutura etária, a população de Vazante mudou significativamente nos últimos 20 anos. Nos anos 1990, a população de Vazante era composta, em grande parte, por jovens. Do contingente populacional, 6.644 habitantes tinham menos de 15 anos e 11.584 entre 15 e 64 anos. Enquanto que a população a população acima dos 65 anos era composta por apenas 571 habitantes em 1991.

A razão de dependência2 na década de 1990 chegava a 62,28% revelando que a disponibilidade de mão de obra era proporcionalmente pequena para a sustentabilidade econômico-financeira da população como um todo. O descompasso na razão de dependência foi diminuindo ao longo de duas décadas, chegando a 48,66% em 2000, e caindo para 42,35% em 2010 (IBGE, 2010), valores que ainda são muito elevados.

O índice de envelhecimento, outro indicador da composição etária da população, representa a razão entre o número de pessoas de 65 anos ou mais de idade em relação ao número de pessoas de menos de 15 anos de idade. Valores elevados deste índice indicam que a transição demográfica3 encontra-se em estágio avançado.

No município de Vazante, o índice de envelhecimento aponta a participação crescente de idosos em relação aos jovens, passando de 8,59% em 1991 para 29,82% em 2010, fenômeno que reflete a redução dos níveis de fecundidade e o aumento da esperança de vida da população. Ainda assim, os valores seguem sendo muito baixos quando comparados ao índice de envelhecimento do país (44,80) e também do Estado de Minas Gerais (58,94), para o mesmo ano de 2010.

2A razão de dependência indica a razão entre o segmento etário da população definido como economicamente dependente (os menores de 15 anos de idade e os de 65 e mais anos de idade) e o segmento etário potencialmente produtivo (entre 15 e 64 anos de idade). Valores elevados indicam que a população em idade produtiva deve sustentar uma grande proporção de dependentes. 3Transição demográfica: Termo que os especialistas empregam para descrever a dinâmica do crescimento populacional, decorrente dos avanços da medicina, urbanização, desenvolvimento de novas tecnologias, taxas de natalidade e outros fatores. Em linhas gerais, o mundo experimenta a transição de um regime de alta fertilidade associada à mortalidade elevada, para um modelo de baixa fertilidade com diminuição da mortalidade.

46

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

O detalhamento dos índices de envelhecimento e da razão de dependência é verificado na Tabela 3.

Tabela 3. Estrutura Etária, Razão de Dependência e Índice de Envelhecimento (1991, 2000 e 2010)

Vazante 1991 2000 2010 Menos de 15 anos: 6.644 5.411 4.520 15 a 64 anos: 11.584 12.732 13.855 65 anos e mais: 571 785 1.348 Razão de Dependência 62,28% 48,66% 42,35% Índice de Envelhecimento 8,59% 14,51% 29,82%

Fonte: IBGE, Censos Demográficos, 1991, 2000 e 2010. Observa-se que a estrutura etária nos distritos segue a mesma proporção do município. Nos anos 2000, a maior parte da população era formada por jovens, tanto que a razão de dependência era de 48,09% na sede e de 54,00% no distrito Claro de Minas – valores próximos ao do município (48,66%). Já em 2010, percebe – se uma diminuição nos índices tanto do município, quanto dos distritos, com percentuais menores de 50%.

O índice de envelhecimento na sede também seguiu a tendência observada no município. Em 2000, a sede de Vazante apresentou valores em torno de 15%, enquanto que em 2010, os índices aumentaram um pouco, chegando a uma média próxima a 30%. No distrito de Claro de Minas os valores são mais elevados nas duas décadas, 22,34% em 2000 e 42,79% em 2010, o que mostra uma maior participação das pessoas de 65 anos ou mais de idade, conforme a Tabela 4.

Tabela 4. Estrutura Etária por Distritos (2000 e 2010)

Distritos Indicadores 2000 2010 Menos de 15 anos: 4.865 4.104 15 a 64 anos: 11.495 12.625 Vazante (Sede) 65 anos e mais: 663 1.170 Razão de Dependência: 48,09% 41,77% Índice de Envelhecimento 13,63% 28,51%

47

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 4. Continuação

Menos de 15 anos: 546 416 15 a 64 anos: 1.237 1.230 Claro de Minas 65 anos e mais: 122 178 Razão de Dependência: 54,00% 48,29% Índice de Envelhecimento 22,34% 42,79%

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 2000 e 2010.

A avaliação da composição etária dos municípios por meio da pirâmide etária é usada, não só para monitorar a estrutura de sexo e idade, mas como um complemento aos estudos da qualidade de vida, já que é possível visualizar a média do tempo de vida, a taxa de mortalidade e a regularidade ou não, da população ao longo do tempo.

Quanto mais alta a pirâmide, maior a expectativa de vida e, consequentemente, serão melhores as condições de vida daquela população. É possível perceber que quanto mais desenvolvido econômica e socialmente é um município, sua pirâmide terá a forma mais próxima de retângulo.

Neste sentido, observa-se que Vazante não se aproxima da forma retangular, e, consequentemente, não apresenta bom desenvolvimento econômico e social. Analisa-se também que há um alongamento horizontal nas faixas etárias de 10 a 34 anos, indicando uma participação expressiva de jovens na formação da população.

Vale destacar que a faixa de pessoas com 80 anos ou mais é maior que a de 75 a 79 anos, e que neste grupo etário há mais idosos mulheres do que homens. No Gráfico 2, é apresentada a pirâmide etária por sexo relativa ao ano 2010 do município de Vazante.

48

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Gráfico 2. Pirâmide Etária de Vazante

Vazante - 2010

80 anos ou mais 75 a 79 anos 70 a 74 anos 65 a 69 anos 60 a 64 anos 55 a 59 anos 50 a 54 anos 45 a 49 anos 40 a 44 anos 35 a 39 anos 30 a 34 anos 25 a 29 anos 20 a 24 anos 15 a 19 anos 10 a 14 anos 5 a 9 anos 0 a 4 anos 1000 500 0 500 1000

Homens Mulheres

Fonte: IBGE, Censo Demográfico 2010.

3.3.2 Distribuição e Crescimento da População

A análise do grau de urbanização, além de mensurar o processo de urbanização de um determinado espaço, permite subsidiar processos de planejamento e o entendimento da rede de serviços sociais e da infraestrutura urbana. Como já dito, a população de Vazante teve taxas geométricas de crescimento positivas de 0,08% a.a., no período 1991 – 2000, e de 0,41% a.a., entre 2000 e 2010. O mesmo ocorreu com a população urbana neste intervalo, obtendo índices ainda maiores de crescimento progressivo, enquanto a rural teve taxa negativa nos dois períodos analisados. Isso se reflete na taxa de urbanização, que obteve crescimento expressivo no período, passando de 71,09% em 1991 para 78,87% em 2000 e chegando a 80,71% em 2010. Observa-se que Vazante era predominantemente urbano desde seu primeiro censo, em 1991, quando mais da metade de sua população já residia em áreas urbanas. A Tabela 5 apresenta os números dos indicadores comentados.

49

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 5. População por Situação de Domicílio, 1991, 2000 e 2010

TGCA TGCA Vazante 1991 2000 2010 1991 – 2000 2000 – 2010 População Total: 18.799 18.928 19.723 0,08% 0,41% Urbana: 13.364 14.928 15.919 1,24% 0,64% Rural: 5.435 4.000 3.804 -3,35% -0,50% Taxa de Urbanização: 71,09% 78,87% 80,71% - -

Fonte: IBGE – Censos Demográficos, 1991, 2000 e 2010.

O Gráfico 3 mostra o crescimento do contingente populacional ao longo de 30 anos, e a dinâmica de urbanização no mês o período.

Gráfico 3. População Total, Rural e Urbana em Vazante (1991, 2000 e 2010)

População Total, Rural e Urbana 20.000 18.000 16.000 14.000 12.000 10.000 8.000 6.000 4.000 2.000 0 1991 2000 2010

Urbana Rural

Fonte: IBGE – Censos Demográficos, 1991, 2000 e 2010.

Analisando a taxa de urbanização por distritos, observa-se que o predominantemente urbano é o de Vazante (sede municipal). A sede municipal é urbanizada desde o Censo 2000, quando 84,75% da população já morava em áreas urbanas – superando inclusive o índice municipal na época (78,87%). Em 2010, a taxa de urbanização do distrito de Vazante subiu um pouco mais, para 86,40%.

O distrito de Claro de Minas, por sua vez, continua sendo predominantemente rural, com taxa de urbanização de apenas 24,89% em 2010, ligeiramente inferior aos valores mostrados na década de 2000 (27,93%), conforme a Tabela 6.

50

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 6. População por Situação de Domicílio e por Distritos, 2000 e 2010

2000 2010 Distritos População Taxa de População Taxa de Urbana Rural Urbana Rural Total Urbanização Total Urbanização Vazante 17.023 14.396 2.627 84,57% 17.899 15.465 2.434 86,40% (Sede) Claro de 1.905 532 1.373 27,93% 1.824 454 1.370 24,89% Minas

Fonte: IBGE – Censos Demográficos, 2000 e 2010.

Com relação à distribuição no município, observa-se que as maiores concentrações populacionais estão na sede municipal, conforme o MAPA 7, que apresenta o contingente populacional do município por setor censitário do IBGE.

51

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

MAPA 7. CONTINGENTE POPULACIONAL (POR SETORES CENSITÁRIOS)

52

255.000 270.000 285.000 300.000 315.000 330.000 345.000 Convenções cartográficas Setor urbano - Distrito de Claro de Minas Capital Federal Capital Estadual Sede Municipal Claro de Minas Distrito

BR

0 0 Povoados e outros aglomerados rurais 0 354 0 0 0 . .

5 001 5 isolados 5 5 0 0 . . 8 8 Pista de pouso G O Rodovia pavimentada Piramor Rodovia sem pavimentação Vazante Limite municipal Limite estadual 0 0 0 0 0 0 . . 0 0

4 MG 4 0 0 . .

8 706 8 Pessoas residentes por setor Vazamor censitário Guarda-Mor < 400 401 - 800 801 - 1.200 Lagoa Grande > 1.200 0 0 0 0 0 0 . . 5 5 2 2 0 0 . . 8 M G 8 Fontes: IBGE, ANA, INPE, DNPM, CPRM

Claro de Setor urbano - Vazante Minas 1:320.000 Retiro 0 3,75 7,5 15 Km da Roça

0 MG 0 0 0

0 0 Sistema de Coordenadas: SIRGAS 2000 UTM Zone 23S . Vazante 706 . 0 0

1 007 1 Projeção: Transverse Mercator 0 0 . .

8 8 Datum: SIRGAS 2000 BR 354 Ponte Localização Geral 008 Firme 005 TO São Brás MT BA de Minas 006 Brasília DF 004 BR GO Goiânia 002 Vazante 354 009 003 001 0 0

0 011 0 ES

0 0 MG . .

5 5 Belo Vitória

9 9 MS

9 012 9 . 029 . Horizonte 7 017 010 7 013 SP 015 São RJ Lagamar Paulo Rio de Chapadão do PR Janeiro Pau-Terra 028 016 014 Prefeitura Municipal de Vazante Lagamar dos Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos Coqueiros Lagamar Contingente populacional 0 0 0 0 0 0

. Fontes: IBGE, 2010/Bing, 2013/ . 0 0

8 Alegre Pref. Municipal de Rondo do Pará, 2013 8 9 9 maio/2018 . . 7 7 255.000 270.000 285.000 300.000 315.000 330.000 345.000 PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

3.3.3 Migração e Movimento Pendular O fluxo migratório no Brasil tem diversas origens, principalmente alavancado por fatores econômicos, e ocorre em praticamente todo o seu território. A busca por emprego, melhores salários e maior qualidade de vida são os principais motivadores dos processos migratórios, com objetivos de se instalar de forma permanente ou temporária na região de destino. Em Vazante, porém, 96,27% da população residente nasceu no próprio estado do Minas Gerais, o que é um indicativo de baixa migração para o município analisado. O contingente total de pessoas nascidas em outros estados representa apenas 3,73% da população, com destaque para o estado vizinho de Goiás (185 pessoas), seguido pelo Distrito Federal (167), conforme pode observar-se na Tabela 7.

Tabela 7. População Residente por Local de Nascimento

Vazante UF Total Homens Mulheres Região Norte 30 7 23 Pará 12 - 12 Tocantins 18 7 11 Região Nordeste 258 186 72 Maranhão 18 18 - Ceará 9 9 - Rio Grande do Norte 75 51 24 Paraíba 37 20 17 Pernambuco 45 34 11 Alagoas 8 - 8 Bahia 64 53 11 Região Sudeste 18.987 9.531 9.456 Minas Gerais 18.954 9.523 9.431 Rio de Janeiro 13 - 13 São Paulo 20 8 12 Região Sul 56 31 25 Paraná 27 9 18 Santa Catarina 17 10 8 Rio Grande do Sul 11 11 - Região Centro – Oeste 352 165 188 Goiás 185 66 118 Distrito Federal 167 98 69 Brasil sem especificação 39 10 30 Total 19.723 9.929 9.794

Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2010.

53

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Além dos fluxos migratórios, o município sofre os efeitos provocados pelo movimento pendular. Como se observou no capítulo referente à Rede Urbana, Vazante atrai os munícipes vizinhos, em especial os de Guarda-Mor (a 40 km a oeste), Lagoa Grande (119 km ao nordeste) e Lagamar (28 km ao sudeste), em função da oferta de serviços de consumo, lazer e saúde.

3.3.4 Populações Tradicionais

Este subitem é destinado ao diagnóstico das populações tradicionais existentes no município estudado, considerando para tanto, comunidades tradicionais como sendo aquelas em que, de acordo com o Decreto Federal nº 6.040, de fevereiro de 2007, se utilizam de uma parcela do território e de seus recursos naturais, como pressuposto para a sua reprodução cultural, social, religiosa, ancestral e econômica, através do uso de conhecimentos e práticas gerados por seus grupos de origem. Sendo assim, buscou-se nos principais órgãos responsáveis a disponibilidade de informações sobre possíveis comunidades indígenas, remanescentes de quilombos e populações tradicionais no município de Vazante.

Os órgãos pesquisados correspondem à Fundação Cultural Palmares (FCP), entidade pública vinculada ao Ministério da Cultura, que disponibiliza informações de suas demarcações e processos por meio do Sistema de Informações das Comunidades Afro-brasileiras – SICAB, e a Fundação Nacional do Índio – FUNAI, órgão do governo federal responsável pela política indigenista brasileira. Segundo dados do SICAB, o município de Vazante conta com quatro comunidades quilombolas: Bagres, Consciência Negra, Bainha e Cabeludo. A mais relevante das quatro é a Comunidade dos Bagres, constituída por uma população exclusivamente negra. Localize-se em área rural, a aproximadamente 30 km da sede, bem próximo à divisa do município de Paracatu. Suas famílias ocupam uma área de aproximadamente 1.200 hectares e vivem, em sua grande maioria, às margens do córrego dos Bagres, recurso hídrico que veio dar nome à comunidade. É também

54

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

conhecida como Morada dos Bagres e compõe-se de três núcleos: Veredas, Saloba e Pamplona.

A formação deste núcleo populacional tem estreita relação com a cidade de Paracatu, já que a economia baseava-se na mineração e na mão-de-obra escrava. Por sua vez, na pesquisa realizada no site da FUNAI, verificou-se que não existem terras indígenas no município de Vazante.

3.4 Economia Os estudos sobre a economia, apresentados a seguir, demonstram o tamanho e a dinâmica da produção do município de Vazante observados os dados ao longo de um período de tempo. Os dados de produção são provenientes do IBGE com valores corrigidos, sempre que necessário pelo IGP-M da Fundação Getúlio Vargas para se formar uma base comparativa de informações. São também abordadas as produtividades e poder de produção do município no que tange a mão de obra disponível, a potencialidade econômica e a renda gerada.

3.4.1 Porte, Dinâmica e Setores Econômicos A economia do município de Vazante funde-se, sobretudo, no setor secundário e terciário, com 31,28% e 33,22% de participação na formação do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, respectivamente.

O setor primário apresentou em 2015, segundo os dados do IBGE, um PIB de R$ 58.605.550,00 milhões, 10,90% da participação do PIB total, sendo o menos producente dos setores econômicos do município. No ano de 2000, com R$ 60 milhões, este setor representava uma participação maior no total do PIB, concretamente 19,07%, mostrando um retrocesso ao longo do tempo do aporte da agropecuária na economia do município.

O setor secundário obteve aumento significativo no período 2000-2015 (3,19%), passando de R$ 104.949.190,00 milhões em 2000 para R$ 168.156.880,00 milhões em 2015, porém, a contribuição no PIB total foi menor, 33,34% e 31,28%, respectivamente.

55

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

O setor terciário foi o mais produtivo e o que mais cresceu nesse mesmo período (5,16%), atingindo em 2015 R$ 178.580.300,00 milhões, representando 33,22% do PIB total do município, enquanto que em 2000 o valor total do setor foi de R$ 83.976.470,00 milhões, representando 26,68% do PIB total nesse ano.

A arrecadação de impostos no município de Vazante também apresentou aumento significativo, contabilizando 4,74% de crescimento anual. O PIB municipal de Vazante foi contabilizado em R$ 314 milhões em 2000, segundo dados do IBGE (2000), com valores corrigidos pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) para o ano de 2015. Em 2015 o PIB subiu para R$ 537 milhões, enquanto o PIB per capita aumentou significativamente nesse mesmo período de tempo, passando de R$ 16.628,93 em 2000 para R$ 26.033,47 em 2015. A Tabela 8 apresenta os dados do PIB total, setorial e respectivas participações para o município de Vazante.

Tabela 8. PIB Total, Setorial, Percentual de Participação e Taxa Geométrica de Crescimento Anual: 2000-2015

Participação Participação TGCA 2000- Vazante 2015 (R$) 2000* (R$) PIB Total PIB Total 2015 PIB Total 537.643.220,00 - 314.752.470,00 - 3,63% PIB Setor 58.605.550,00 10,90% 60.017.610,00 19,07% -0,16% Primário PIB Setor 168.156.880,00 31,28% 104.949.190,00 33,34% 3,19% Secundário PIB Setor 178.580.300,00 33,22% 83.976.470,00 26,68% 5,16% Terciário Administração 79.693.000,00 14,82% 39.526.730,00 12,56% 4,79% Pública Impostos 52.607.340,00 9,78% 26.282.470,00 8,35% 4,74% PIB Per Capita 26.033,47 - 16.628,93 - 3,03%

Fonte: IBGE, Produto Interno Bruto dos Municípios, 2000 e 2015. *Valores corrigidos pelo IGP-M (FGV) para ano 2015 (in. Banco Central do Brasil/Calculadora do Cidadão, 2018).

3.4.2 Oferta de Trabalho, Emprego e Renda Os empregos em Vazante concentram-se basicamente no setor terciário, que gera 2.211 postos de trabalho no município, equivalendo a 50,90% dos empregos. É importante destacar que deste setor, 21,17% dos empregos se concentram na administração pública, alocando, ainda, 78,83% da mão de obra no comércio e

56

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

serviços. O setor primário também emprega uma boa parte dos munícipes em Vazante, representando 31,12% do total de oportunidades geradas. No total são 4.344 postos de trabalho distribuídos por 622 estabelecimentos.

A Tabela 9 e Tabela 10 apresentam dados do Ministério do Trabalho e Emprego, com informações a respeito do emprego formal e número de estabelecimentos para o ano de 2016, evidenciando essa situação.

Tabela 9. Empregos por Setor em Vazante

ção Civil Total Pesca Caça e Caça Mineral Pública Vegetal, Serviços Serviços Extrativa Comércio Industriais Administra Transforma Construção Construção ção Pública Agropecuár ia, Extração Indústria de Indústria Utilidade de

4 47 1 27 210 150 2 181 622

Fonte: Ministério de Trabalho e Emprego – RAIS 2016.

Tabela 10. Empresas por Setor em Vazante

ção Civil Total Pesca Caça e Caça Mineral Pública Vegetal, Serviços Serviços Extrativa Comércio Industriais Administra Transforma Construção Construção ção Pública Agropecuár ia, Extração de Utilidade Utilidade de Indústria de de Indústria

919 558 1 222 826 917 468 433 4.344

Fonte: Ministério de Trabalho e Emprego – RAIS 2016.

A renda per capita média de Vazante cresceu 109,79% nas últimas duas décadas, passando de R$ 310,25, em 1991, para R$ 509,74, em 2000, e para R$ 650,88, em 2010. Isso equivale a uma taxa média anual de crescimento nesse período de 3,98%. A taxa média anual de crescimento foi de 5,67% no primeiro período e 2,47% no segundo. A pobreza (medida pela proporção de pessoas com renda domiciliar per capita inferior à metade do salário mínimo vigente) reduziu, passando de 37,71% em 1991 para 17,88% em 2000 e para 5,39% em 2010.

A desigualdade social neste intervalo de 20 anos teve uma considerável queda, após ter um leve crescimento entre 1991 e 2000, o que pode ser verificado através do índice Gini – indicador clássico medido pelo PNUD que averigua os níveis de distribuição da renda na região. O município de Vazante passou de 0,53

57

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

para 0,57, no primeiro período, e caiu para 0,44 em 2010. Segundo a metodologia de aferição do índice de Gini, quanto mais próximo de zero mais equacionada será a distribuição dos rendimentos na região, e, ao contrário, quanto mais próximo de 1, maior concentração de ganhos em um número menor das pessoas.

A Tabela 11 apresenta os indicadores de renda, pobreza e desigualdade do município de Vazante.

Tabela 11. Indicadores de Renda, Pobreza e Desigualdade, 1991, 2000 e 2010

Ano Indicador 1991 2000 2010 Renda per capita Média (R$ de 2010*) 310,25 509,74 650,88 Proporção de Pobres (%) 37,71 17,88 5,39 Índice de Gini 0,53 0,57 0,44

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013. *Valor corrigido pelo IGP – M (FGV).

3.4.3 Programa Bolsa Família Outra forma de entender a situação econômica da população de Vazante é analisando a quantidade de beneficiários do Programa Bolsa Família (PBF), um programa de transferência direta de renda, direcionado às famílias em situação de pobreza e de extrema pobreza em todo o País, que visa superar a situação de vulnerabilidade e pobreza.

Segundo o programa, são consideradas famílias extremamente pobres aquelas com renda mensal de até R$ 85,00 por pessoa. Enquanto famílias pobres são aquelas que têm renda mensal entre R$ 85,01 e R$ 170,00 por pessoa – neste caso, a participação depende se as famílias tiverem gestantes e crianças ou adolescentes entre 0 e 17 anos.

Para receber o programa, é preciso estar inscrito no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), que reúne informações sobre as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza.

58

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

No município de Vazante, o total de famílias inscritas no Cadastro Único em abril de 2018 era de 2.618 dentre as quais:

• 519 com renda per capita familiar de até R$ 85,00; • 592 com renda per capita familiar entre R$ 85,01 e R$ 170,00; • 509 com renda per capita familiar entre R$ 170,01 e meio salário mínimo; • 827 com renda per capita acima de meio salário mínimo.

O PBF beneficiou no município de Vazante, no mês de maio de 2018, 884 famílias, representando uma cobertura de 78,4% da estimativa de famílias pobres no município. As famílias recebem benefícios com valor médio de R$ 122,03 e o valor total transferido pelo governo federal em benefícios às famílias atendidas alcançou R$ 107.875,00 no mês.

Em relação às condicionalidades, o acompanhamento da frequência escolar, com base no bimestre de novembro de 2017, atingiu o percentual de 95,8%, para crianças e adolescentes entre 6 e 15 anos, o que equivale a 775 alunos acompanhados em relação ao público no perfil equivalente a 809. Para os jovens entre 16 e 17 anos, o percentual atingido foi de 82,1%, resultando em 142 jovens acompanhados de um total de 173.

Já o acompanhamento da saúde das famílias, na vigência de dezembro de 2017, atingiu 89,5%, percentual equivale a 766 famílias de um total de 856 que compunham o público no perfil para acompanhamento da área de saúde do município.

3.4.4 População em Idade Ativa, População Economicamente Ativa, População Não Economicamente Ativa, População Ocupada e População Desocupada A População em Idade Ativa (PIA) é uma classificação etária que compreende ao conjunto de todas as pessoas que estão na faixa etária propícia a exercer uma atividade econômica. No Brasil, a PIA é composta por toda a população com 16 anos ou mais de idade, e compreende a população economicamente ativa e a população não economicamente ativa. Vazante apresentava, em 2010, uma PIA de

59

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

14.441 pessoas, 73,22% do total da população, segundo dados do Censo Demográfico do IBGE.

A População Economicamente Ativa (PEA) demonstra a força de trabalho disponível nos municípios. A PEA compreende o potencial de mão de obra com que pode contar o setor produtivo, isto é, a população ocupada e a população desocupada que estão dispostas a trabalhar (trabalhando ou procurando emprego).

No município de Vazante são 10.192 pessoas formando a massa trabalhadora, 51,68% do total da população, segundo dados do Censo Demográfico do IBGE (2010).

Por sua vez, a População Não Economicamente Ativa (PNEA) são as pessoas não classificadas como ocupadas ou desocupadas, ou seja, pessoas incapacitadas para o trabalho, que desistiram de buscar trabalho ou que não querem mesmo trabalhar. Inclui os incapacitados, os estudantes e as pessoas que cuidam de afazeres domésticos. Inclui também os “desalentados”, pessoas em idade ativa que já não buscam trabalho, uma vez que já o fizeram e não obtiveram sucesso. O IBGE considera “desalentado” aquele que está desempregado e há mais de um mês não busca emprego.

Em 2010, a taxa de desemprego do município de Vazante era de 7,55%, índice muito elevado, a segunda maior taxa das verificadas nos municípios da Microrregião de Paracatu para esse mesmo ano, sendo unicamente maior a de Varjão de Minas (8,16%) e inferiores as de Paracatu (7,51%), Brasilândia de Minas (6,78%), João Pinheiro (6,70%), Lagoa Grande (6,31%), Guarda-Mor (5,23%), Presidente Olegário (5,18%), Lagamar (5,08%), e São Gonçalo do Abaeté (4,07%).

Os números da população disponível para o trabalho, população ocupada e as taxas de ocupação e desemprego para o município de Vazante são apresentados na Tabela 12.

60

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 12. População Economicamente Ativa, População em Idade Ativa, População Ocupada, População Desocupada, Taxa de Ocupação e Taxa de Desemprego (2010)

Vazante População Economicamente Ativa (PEA) 10.192 População em Idade Ativa (PIA) 14.441 População Ocupada (PO) 9.423 População Desocupada 769 Taxa de Ocupação 92,45% Taxa de Desocupação 7,55%

Fonte: IBGE, Censo Demográfico, 2010.

3.4.5 Atividades Agropecuárias Na agricultura de Vazante, o único cultivo de lavouras permanentes é a manga, que em 2016 gerou R$ 700 mil de produção. Até 2015 a banana também era cultivada no município, gerando nesse mesmo ano R$ 20 mil de produção. O valor da produção da manga, porém, diminuiu no último ano, partindo de R$ 768 mil em 2015 para os comentados R$ 700 mil em 2016. A área para o cultivo também teve um decréscimo de 20 hectares (ha) em 2016. A manga apresenta uma produtividade de R$ 7 mil por hectare. Na lavoura temporária destacam-se o milho, contabilizando R$ 21.700 mil em 2016, a soja com R$ 13.797 mil, e o feijão, com R$ 12.450 mil. O produto que apresentou maior valor agregado na produção foi o tomate, com índice de R$ 67,5 mil por hectare. A Tabela 13, Tabela 14, Tabela 15 e Tabela 16 demonstram os primeiros produtos das lavouras temporária e permanente, em área e produção em Vazante.

61

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 13. Área Plantada Total dos Primeiros Produtos da Lavoura Temporária

Área Plantada (hectares) Município / Estado Lavoura Temporária 2014 2015 2016 Arroz (em casca) 300 300 60 Cana de açúcar 30 24 24 Feijão (em grão) 270 270 1.150 Mandioca 20 20 40 Vazante Milho (em grão) 1.500 1.400 3.500 Soja (em grão) 1.700 1.800 3.500 Sorgo (em grão) 50 50 50 Tomate 2 2 2 Total 3.872 3.866 8.326 Arroz (em casca) 19.329 11.415 7.424 Cana de açúcar 949.801 917.878 911.614 Feijão (em grão) 389.791 346.758 339.927 Mandioca 60.334 59.459 58.151 Minas Gerais Milho (em grão) 1.325.456 1.281.452 1.219.262 Soja (em grão) 1.244.575 1.328.641 1.472.224 Sorgo (em grão) 170.473 164.715 175.238 Tomate 9.311 9.773 10.304 Total 4.169.070 4.120.091 4.194.144

Fonte: IBGE/PAM, 2014, 2015 e 2016.

Tabela 14. Área Plantada Total dos Primeiros Produtos da Lavoura Permanente

Área Plantada (hectares) Município / Estado Lavoura Permanente 2014 2015 2016 Manga 120 120 100 Vazante Banana (cacho) 3 3 - Total 123 123 100 Manga 7.106 6.375 5.470 Minas Gerais Banana (cacho) 41.060 45.601 44.769 Total 48.166 51.976 50.239

Fonte: IBGE/PAM, 2014, 2015 e 2016.

62

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 15. Valor da Produção dos Primeiros Produtos da Lavoura Temporária

Valor da Produção (em mil reais) Município / Estado Lavoura Temporária 2014 2015 2016 Arroz (em casca) 263,00 281,00 168,00 Cana de açúcar 137,00 94,00 96,00 Feijão (em grão) 810,00 1.758,00 12.450,00 Mandioca 120,00 108,00 264,00 Vazante Milho (em grão) 6.930,00 3.780,00 21.700,00 Soja (em grão) 4.202,00 5.098,00 13.797,00 Sorgo (em grão) 41,00 32,00 45,00 Tomate 146,00 166,00 135,00 Total 12.649,00 11.317,00 48.655,00 Arroz (em casca) 30.124,00 20.616,00 14.180,00 Cana de açúcar 3.996.975,00 4.074.646,00 4.702.994,00 Feijão (em grão) 809.702,00 1.132.960,00 2.188.925,00 Mandioca 427.510,00 347.555,00 379.619,00 Minas Gerais Milho (em grão) 3.018.268,00 2.999.614,00 4.185.139,00 Soja (em grão) 3.453.701,00 3.503.340,00 5.347.630,00 Sorgo (em grão) 135.812,00 147.198,00 172.802,00 Tomate 795.253,00 787.833,00 1.011.877,00 Total 12.667.345,00 13.013.762,00 18.003.166,00

Fonte: IBGE/PAM, 2014, 2015 e 2016.

Tabela 16. Valor da Produção dos Primeiros Produtos da Lavoura Permanente

Lavoura Valor da Produção (em mil reais) Município / Estado Permanente 2014 2015 2016 Manga 691,00 768,00 700,00 Vazante Banana (cacho) 29,00 20,00 - Total 720,00 788,00 700,00 Manga 132.966,00 135.045,00 135.645,00 Minas Gerais Banana (cacho) 775.924,00 834.799,00 1.233.533,00 Total 908.890,00 969.844,00 1.369.178,00

Fonte: IBGE/PAM, 2014, 2015 e 2016.

63

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Na pecuária o rebanho bovino alcançou, em 2016, 91.422 cabeças em Vazante, enquanto que o plantel de suínos e equinos para o mesmo ano apresentou 5.000 e 2.668 cabeças, respectivamente. Os galos, frangas, frangos e pintos somaram em Vazante 33.700 cabeças, o rebanho ovino 134 cabeças, o caprino 14 cabeças, e o efetivo de galinhas foi de 13.588 cabeças.

Nota-se que a pecuária em Vazante é pouco representativa para a produção no Estado de Minas Gerais. O efetivo de bovinos é o que tem maior participação estadual, mas ainda assim é um valor baixo: 0,39%. Dentre os produtos de origem animal, o que mais se destaca é o leite de vaca totalizando uma produção em 2014 de 46,7 milhões de litros, que representa 0,52% da produção estadual.

Apesar da participação menor na produção de Minas Gerais (0,03%), o valor do mel de abelha é expressivo: 1,5 toneladas. Os dados de efetivo do rebanho e produção de origem animal estão apresentados na Tabela 17 e Tabela 18.

Tabela 17. Efetivo de Rebanho por Tipo de Rebanho (2016)

Vazante Minas Gerais Tipo de Rebanho Efetivo do Participação na Efetivo do Rebanho Produção Total Rebanho (cabeças) do Estado (cabeças) Bovino 91.422 0,39% 23.637.803 Equino 2.668 0,35% 762.006 Bubalino - 0,00% 60.192 Suíno 5.000 0,10% 5.103.547 Suíno (matrizes de suíno) 640 0,12% 514.805 Caprino 14 0,02% 81.306 Ovino 134 0,06% 209.942 Galos, frangas, frangos e pintos 33.700 0,03% 120.820.651 Galinhas 13.588 0,07% 20.461.832 Vacas ordenhadas 15.300 0,31% 4.974.449 Total 68.376 0,04% 176.626.533

Fonte: IBGE/PPM, 2016

64

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 18. Produção de Origem Animal por Tipo de Produto (2016)

Vazante Minas Gerais Participação na Tipo de Produto Produção de Origem Produção de Produção Total Animal Origem Animal do Estado Leite de vaca (Mil litros) 46.700 0,52% 8.970.779 Ovos de galinha (Mil dúzias) 101 0,03% 365.023 Mel de abelha (Quilogramas) 1.500 0,03% 4.906.589

Fonte: IBGE/PPM, 2016.

3.4.6 Extração Vegetal e Silvicultura Segundo o IBGE, o extrativismo vegetal refere-se ao processo de exploração dos recursos vegetais nativos que compreende a coleta ou apanha de produtos como madeiras, látex, sementes, fibras, frutos e raízes, entre outros, de forma racional, permitindo a obtenção de produções sustentadas ao longo do tempo, ou de modo primitivo e itinerante, possibilitando, geralmente, apenas uma única produção.

Enquanto que a silvicultura é a atividade que se ocupa do estabelecimento, desenvolvimento e da reprodução de florestas, visando as múltiplas aplicações, tais como: a produção de madeira, o carvoejamento, a produção de resinas, a proteção ambiental, etc.

1.5..1 Extração Vegetal

Conforme apurado na pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura – PEVS, em 2016 o valor da produção na extração vegetal no Brasil somou R$ 4.426.293 bilhões.

O tipo de produto extrativo que aportou mais valor na produção na extração vegetal foi a madeira em tora totalizando R$ 1.838.970 bilhões, um 41,55% do total do valor.

Quanto ao Estado de MG, os valores são de R$ 55.904 milhões, representando 37,65% do total do valor na produção de carvão vegetal (R$ 21.049 milhões), sendo 30,40% em lenha (R$ 16.994 milhões) e 18,7% em pequi (fruto) (R$ 10.490 milhões).

65

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

A extração vegetal mais representativa de Vazante é a de lenha, com 656 m3 de produção, que representa 0,14% da produção estadual.

Outra atividade é a da extração de madeira em tora, que abrange 192 m³ e corresponde a 1,20% da produção de MG. Na Tabela 19, observam-se os dados referentes ao valor e quantidade dos produtos da extração vegetal de Vazante.

Tabela 19. Quantidade e Valor dos Produtos da Extração Vegetal (2016)

Tipo de produto Quantidade % MG Valor (em mil R$) % MG Carvão vegetal (toneladas) 12 0,03% 6 0,03% Lenha (m3) 656 0,14% 23 0,14% Madeira em tora (m3) 192 1,20% 42 1,23%

Fonte: IBGE – Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2016.

1.5..2 Silvicultura

Segundo os últimos dados do IBGE, da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura – PEVS, de 2016, o produto mais representativo na silvicultura no município de Vazante é o carvão vegetal de eucalipto, com 74.823 toneladas, que representa 1,89% da produção estatal.

Na Tabela 20, observam-se os dados referentes ao valor e quantidade dos produtos da silvicultura de Vazante.

Tabela 20. Quantidade Produzida e Valor da Produção na Silvicultura, por Tipo de Produto da Silvicultura (2016)

Tipo de produto Quantidade % MG Valor (em mil R$) % MG Carvão vegetal de eucalipto (ton) 74.823 1,89% 35.915 1,79% Lenha de eucalipto (m3) 1.177 0,02% 47 0,02%

Fonte: IBGE – Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura 2016.

3.4.7 Finanças Públicas A análise dos dados de Finanças Públicas é um importante indicador da evolução da participação do setor público na economia, uma vez que tais dados abrangem a captação de recursos, sua gestão e seu gasto para atender às necessidades da coletividade e do próprio município.

66

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

A base de informações utilizada, proveniente da Secretaria do Tesouro Nacional, é o banco de dados do FINBRA (Finanças do Brasil) entre os anos de 2000 e 2012. Os valores foram corrigidos pelo IGP – M (dezembro/2012) possibilitando a equiparação dos dados nos distintos períodos estudados.

A receita orçamentária do município de Vazante apresentou, em 2012, um acréscimo na comparação com o ano de 2000, saindo de R$ 24 milhões para R$ 39 milhões, no fim do período de 12 anos, com um crescimento anual de 4,30%.

Com relação à capacidade de arrecadação local em Vazante (impostos e taxas), avaliado pelo seu percentual de participação na receita orçamentária, houve um incremento pouco considerável.

Em 2000 a receita tributária estava em R$ 2 milhões, correspondente a apenas 8,51% da receita orçamentária total. Já em 2012 este índice passou para R$ 3,6 milhões (9,09%).

A participação pequena da receita tributária, porém, revela que há certa dependência do município acerca da gestão financeira com relação ao aporte público recebido dos governos estadual e federal.

Em relação aos gastos com pessoal, verifica-se um decréscimo muito expressivo. Em 2000, o município gastou nesta seção R$ 21,7 milhões, passando para R$ 19,8 milhões em 2012.

A relação de gastos com pessoal sobre a despesa total também teve uma grande alteração, passando de 87,84%, em 2000, para 46,23%, em 2012.

A Tabela 21 relaciona os números de receita e despesa das finanças municipais de Vazante para os anos de 2000 e 2010, com valores corrigidos para o ano de 2012 para efeito de análise comparativa.

67

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 21. Receitas e Despesas de Vazante (2000-2012)

Vazante Variação Percentual Item 2000* 2012 Anualizada Receitas Receita Orçamentária R$ 24.036.665,37 R$ 39.852.941,00 4,30% Per capita R$ 1.256,23 R$ 2.004,27 3,97% Receita Corrente R$ 23.858.081,59 R$ 41.077.660,00 4,63% Transferências Correntes R$ 20.137.171,52 R$ 35.929.905,00 4,94% Cota ICMS R$ 6.936.369,36 R$ 12.259.394,00 4,86% Cota FPM R$ 7.031.168,69 R$ 11.986.599,00 4,55% Cota ICMS/Receita Orçamentária 28,86% 30,76% - Receita Tributária R$ 2.045.389,51 R$ 3.623.678,00 4,88% Receita Tributária / Receita 8,51% 9,09% - Orçamentária Receita de Capital R$ 178.583,79 R$ 3.902.366,00 29,31% Receita de Capital / Receita 0,74% 9,79% - Orçamentária Despesas Despesas Orçamentárias R$ 24.738.881,28 R$ 43.025.373,00 4,72% Despesas Correntes R$ 22.989.962,56 R$ 34.873.832,00 3,53% Gastos com Pessoal R$ 21.730.372,15 R$ 19.888.706,00 -0,74% Gastos com Pessoal / Despesas 87,84% 46,23% - Orçamentárias

Fonte: Finanças Públicas do Brasil – Secretaria do Tesouro Nacional. *Valores corrigidos pelo IGP – M (FGV) para 2012 (in. Banco de Brasil/Calculadora do Cidadão, 2018).

3.5 Uso e Ocupação do Solo

Em grande parte do território do município de Vazante há atividades antrópicas, em geral voltadas à agropecuária e, principalmente, campo/pastagem. A principal concentração de atividades agrícolas encontra-se nas porções noroeste e sudoeste do município, enquanto que as áreas de pastagem se estendem por toda a área do município, principalmente a oeste e noroeste da sede municipal. No extremo norte do município destacam-se amplas áreas dedicadas à silvicultura, situadas entorno de extensos fragmentos de vegetação natural, que também se localizam em várias porções do território, principalmente nas áreas de várzea próximas aos rios.

68

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Ao nordeste da sede municipal, próximas da rodovia MG-706, podem observar-se algumas áreas de mineração.

A área urbanizada mais significativa encontra-se concentrada na porção sudeste do município, onde está localizada a sede municipal. Nota-se que há outro núcleo urbano, ao oeste da sede municipal, correspondente ao centro do distrito Claro de Minas. Além disso, no entorno desses núcleos urbanos verificam-se pequenas áreas de expansão urbana, as margens da rodovia BR-354, conforme MAPA 8, a seguir.

Com relação a ocupações irregulares, não foram identificados aglomerados subnormais em Vazante, segundo o Censo 2010 do IBGE.

69

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

MAPA 8. USO E OCUPAÇÃO DO SOLO

70

255.000 270.000 285.000 300.000 315.000 330.000 345.000 T V as r d r d lta r . a Es A ib í o . d. do R r a s Rib. d c Convenções cartográficas r u d a rin V h o l o b a R. daP C z o m r e

r i o R Capital Federal

i i d r b s Bat B at r a a a . e d lha o r s o A b d ro . t i o d e m r R Capital Estadual d a V o a d . u J . d d r r . r R. São Bento b n ó V i C Sede Municipal R a

m La. a T Taboca s Distrito . e r r õ ó ç C o R P Povoados e outros aglomerados rurais i a 0 b h s 0

0 . n 0 ji o

0 B 0 isolados d . a . r

5 L 5

a .

. r V 5 C 5

v r og ó r r 0 r C i d 0 . o . o m r . ó r r ó . 8 r 8

. C ó d C d C o o Pista de pouso C M ó a r s

c r ac . C o o á l g e E a x d Curso d'água M t o . r G O e C s G O b C La. da i ór Piramor m ó r r Massa d'água R . i r Macumba . O n h a l P h a a o l r ç a i La. do V Rodovia pavimentada g a rd õ n . e a Jacaré d s e C ó rr. da C o d T an Rodovia sem pavimentação er am d R. V u La. do á Vazante C Resgate

ó 0 0

0 r La. do 0

0 r. Rib. Ja io 0 Limite municipal . d n á r . 0 o u é Chope 0 ai s 4 a r. Tap MG 4 0 M r o 0 . ó . C J 8 a 706 8 l o Vrd. nta Cata Limite estadual a ã G a r am S a Co a S . i

d r b e n

. d . i r rr r a r o eio r l C R Silvicultura ó ó e Classes de uso C o s C ir

d a Vazamor a r

r. i

r Guarda-Mor órr. a e

ó C d erp Solo exposto o h Vegetação C S mb l

a a ia o am C ho natural

C l Rib . S ó Ga Urbano

s r o Aire

r d s s a . órr. o . r C Bu n r d a r e Agricultura c Có o . o B Áreas de r u M a r b - i r anual r ó

B i

a r t

d e C i expansão r. d z r z ór a e C Lagoa a i

u B n Pastagem G urbana r. C r. r ro ó h Grande r ó u r 0 c o 0 ó s r 0 C . 0 E o 0 C . M G 0 Mineração . M G . M R C h 5 ó u c 5 2 r 2 r. a

0 l i 0

. eta . La. Feia P R

8 8 Fontes: IBGE, ANA, INPE, DNPM, CPRM C a

B o l C o . a d r i d ó m

r a o rr C n r ó i C ó . C ó r i r g t r . o . a . d h l r

tó e E r

s t a O Cu n R. o n

e uro C o ó ó . d F g

v r Po C rr r C r d re rr ó io e A .

C J T e l a o órr. a a . pe r n c b u i h o b R Claro de á 1:320.000 es Minas õ rrac s il r. Ba ão a P ór c 0 3,75 7,5 15 Km s C Retiro sTa b o do da Roça da . .

ib

r R R o

ach u

C oe o rr. ira

s ó d

0 e C 0

j e Sistema de Coordenadas: SIRGAS 2000 UTM Zone 23S

0 a 0 b 0 L aro 0 . s Cl Vazante .

0 0 Projeção: Transverse Mercator a . e

1 d R 1 u B

0 . 0

. r . r R u . Datum: SIRGAS 2000 8 r i g r 8 tin a r ó b irape b P ó . BR a C . r J C C r C o ór ó 354 hã r. l r. c a C r a d Da Ponte i Localização Geral r . n ó rr t

a o as R s ó C a C Firme TO

o p C o n m d

t i o MT e BA L .

d r i São Brás n a r

d u g d de Minas ó Brasília a R C Á a n ib s íb . na a r. c e DF Par a ór n p C a M Goiânia R. uém a e GO q r r a o r b r M a ó n o C o A C rr. Có r. d r a r a i Gam b r o e d

a le d i u . . r i

u a r r ú

r G r ó ó r. C r C 0 ó 0 MG ES 0 C r 0 0 o 0 Belo Vitória . é d . MS 5 ar o ca 5 9 R n 9 Horizonte C m 9 o 9 . . ó u d

7 7 r

S . r Fund o d o r . r. o r d ór

C ó rr . C SP Lam órr Có R arã . C o i São RJ B b. Rio de r d Paulo

e o o C Lagamar PR Janeiro Córr. j d San o a t Chapadão do a a Q im n u e Pau-Terra r a r R. P apato a Prefeitura Municipal de Vazante r a cat Lagamar dos R u Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos ib Coqueiros .

d Lagamar a E s t Uso e Ocupação do Solo r e m 0 0

0 a Fontes: IBGE, 2010/Bing, 2013/ 0 0 0 . R. J aré . 0 a c Pref. Municipal de Rondo do Pará, 2013 0 maio/2018 8 órr. Carvalh 8 9 C o 9 . . 7 7 255.000 270.000 285.000 300.000 315.000 330.000 345.000 PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

3.5.1 Mineração É importante analisar não só as atividades mineratórias já desenvolvidas, como também o potencial mineral do município. Para isso foi utilizada a base de processos do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), dividido nas seguintes fases:

O regime de “Concessão” é composto por três fases:

I. Requerimento de pesquisa: trata-se do estágio inicial, em que o interessado dá entrada no requerimento de pesquisa, mas o DNPM ainda não concedeu a autorização para pesquisar; II. Autorização de Pesquisa: fase em que o DNPM analisa o requerimento de pesquisa e concede alvará para pesquisar na área que pode ser de 1 a 3 anos de duração, renovável de acordo com as justificativas. É necessário que o interessado apresente o Relatório Final de Pesquisa (RFP) ao DNPM, que, por sua vez, analisa, publica a aprovação e concede um prazo de 1 ano para apresentação do Plano de Aproveitamento Econômico (PAE); III. Concessão de Lavra: compreende a etapa em que o DNPM já analisou e aprovou o PAE, indicando as exigências para apresentar a Licença Ambiental, para depois aprovar definitivamente e emitir uma Portaria de Lavra, que deve ser publicada no Diário Oficial da União.

Além disso, o DNPM reúne esses outros processos:

I. Licenciamento: é concedido para minérios de uso direto na construção civil (cascalho, areia, argila vermelha e brita), quando é concedido uma “Licença Específica” pela Prefeitura Municipal, e depois protocolada no DNPM para registro, sendo que a área deve ser no máximo de 50 hectares e a concessão é por tempo limitado. II. Registro de Extração: realizado para facilitar e agilizar as minerações de uso direto na construção civil (saibro, brita, areia), tem tramitação similar à

71

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

de Licenciamento, porém, com a diferença que quem requer é a própria Prefeitura Municipal. III. Lavra Garimpeira: é exclusivo de cooperativas de garimpeiros, e se destina a ouro, diamante, pedras preciosas e semipreciosas lavradas por garimpo.

Conhecido como a capital do zinco, o município de Vazante tem várias áreas dedicadas à extração desse minério, onde destaca nessa atividade a empresa Votorantim Metais. Porém, pode observar-se se pelos processos registrados no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM) que há outras áreas sujeitas a outras atividades de mineração, como chumbo, areia, cascalho, calcário e ouro.

Uma grande parte dos processos ainda está em fase de pesquisa, quando não é permitida a extração de substâncias minerais, conforme pode observar-se no MAPA 9.

As poligonais que contam com concessão de lavra encontram-se nas proximidades da sede municipal, onde se localizam as instalações da Votorantim Metais, que exerce suas atividades nessa área desde 1969.

72

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

MAPA 9. MINERAÇÃO

73

255.000 270.000 285.000 300.000 315.000 330.000 345.000 T V as r d r d lta r . a Es A ib í o . d. do R r a s Rib. d c Convenções cartográficas r u d a rin V h o l o b a R. daP C z o m r e

r i o R Capital Federal

i i d r b s Bat B at r a a a . e d lha o r s o A b d ro . t i o d e m r R Capital Estadual d a V o a d . u J . d d r r . r R. São Bento b n ó V i C Sede Municipal R a

m La. a T Taboca s Curso d'água . e r r õ ó ç C o R P Massa d'água i a 0 b h s 0

0 . n 0 ji o

0 B 0 d . a . r

5 L 5

a .

. r V Rodovia pavimentada 5 C 5

v r og ó r r 0 r C i d 0 . o . o m r . ó r r ó . 8 r 8

. C ó d C d C o o C M ó Rodovia sem pavimentação a r s

c r R . E ac . C o s cu o á l ro g e E a x d Vazante M t o . r G O e C s G O b C La. da i ór m ó r r R . i r Limite municipal Macumba . O n h a l P h a a o l r V ç a i La. do Limite estadual g a rd õ n . e a Jacaré d s e C ó rr. da C o rd La. do T aman . V e d Títulos minerários R Resgate u á

C La. do ó Fase 0 0

0 r Chope 0

0 r. Rib. Ja io 0 . d n á r . 0 o u é 0 ai s AUTORIZAÇÃO DE PESQUISA 4 a r. Tap MG 4 0 M r o 0 . ó . C J 8 a 706 8 l o Vrd. nta Cata a ã G a r CONCESSÃO DE LAVRA am S a Co a S . i

d r b e n

. d . i r rr r a

o eio l r r DISPONIBILIDADE C R ó ó e C o s C ir

d a a r

r. i LAVRA GARIMPEIRA

r Guarda-Mor órr. a e

ó C d erp o h C S mb l

a a ia o LICENCIAMENTO am C ho

C l Rib . S ó Ga

s r o Aire

r d s s a . órr. o REQUERIMENTO DE LAVRA . r C Bu n r d a r e c Có o . o B r u M a r b REQUERIMENTO DE LICENCIAMENTO i r - r ó

B i

a r t

d e C i r. d z r z ór a e C Lagoa REQUERIMENTO DE PESQUISA a i

u B n G r. C r. r ó h Grande r ó r 0 o 0 ó r 0 C . 0 o

0 C M G 0

. M G . M C h

5 5 Fontes: IBGE, ANA, INPE, DNPM, CPRM ó u c 2 r 2 r. a

0 l i 0

. eta . La. Feia P R 8 8 C a

B o l C o . a d r i d ó m

r a o rr C n r ó i C ó . C ó r i r g t r . o . a . d h l r

tó e E r

s t a O Cu n R. o n

e uro C o ó ó . d F g

v r Po C rr r C r d re rr ó io e A .

C J T e l a o órr. a a . pe r n c b u i h o b R á 1:320.000 es õ rrac s il r. Ba ão a P ór c 0 3,75 7,5 15 Km s C sTa b o do da . .

ib

r R R o

ach u

C oe o rr. ira

s ó d

0 e C 0

j e Sistema de Coordenadas: SIRGAS 2000 UTM Zone 23S

0 a 0 b 0 L aro 0 . s Cl Vazante .

0 0 Projeção: Transverse Mercator a . e

1 d R 1 B

0 . 0 . r R . . Datum: SIRGAS 2000

8 r i g r 8 tin a r ó b irape P ó . . BR C r C C r C o ór ó 354 hã r. l u c a C r a d Da i Localização Geral r . n u rr t

a o as R s b ó C a a TO o p C o

n J m d

t i . o MT

e BA

L . r d

r r i n a ó r

d u g C d ó Brasília a R C Á a n ib s íb . na a r. c e DF Par a ór n p C a M Goiânia R. uém a e GO q r r a o r b r M a ó n o C o A C rr. Có r. d r a r a i Gam b r o e d

a le d i u . . r i

u a r r ú

r G r ó ó r. C r C 0 ó 0 MG ES 0 C r 0 0 o 0 Belo Vitória . é d . MS 5 ar o ca 5 9 R n 9 Horizonte C m 9 o 9 . . ó u d

7 7 r

S . r Fund o d o r . r. o r d ór

C ó rr . C SP Lam órr Có R arã . C o i São RJ B b. Rio de r d Paulo

e o o C Lagamar PR Janeiro Córr. j d San o a t a a im n Q u e r a r R. P apato a Prefeitura Municipal de Vazante r a cat R u Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos ib .

d

a

E s t Mineração r e m 0 0

0 a Fontes: IBGE, 2010/Bing, 2013/ 0 0 0 . R. J aré . 0 a c Pref. Municipal de Rondo do Pará, 2013 0 maio/2018 8 órr. Carvalh 8 9 C o 9 . . 7 7 255.000 270.000 285.000 300.000 315.000 330.000 345.000 PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

3.6 IDH-IDHM A descrição dos indicadores de IDH-IDHM a seguir é baseada no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil – PNUD, 2013.

Há muitos anos as entidades responsáveis vêm estabelecendo a prática de avaliar o bem-estar de uma população, e consequentemente, de classificar os países ou regiões, pelo tamanho de seu PIB per capita. Entretanto, o progresso humano e a evolução das condições de vida das pessoas não podem ser medidos apenas por sua dimensão econômica. Por isso, a busca constante por medidas socioeconômicas mais abrangentes, que incluam também outras dimensões fundamentais da vida e da condição humana, é muito presente na elaboração de indicadores síntese por parte de tais instituições.

O IDH, criado no início da década de 90 para o PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) pelo conselheiro especial Mahbub ul Haq, é uma contribuição para essa busca, e combina três componentes básicos do desenvolvimento humano:

• A longevidade, que também reflete, entre outras coisas, as condições de saúde da população; medida pela esperança de vida ao nascer;

• A educação; medida por uma combinação da taxa de alfabetização de adultos e a taxa combinada de matrícula nos níveis de ensino: fundamental, médio e superior;

• A renda; medida pelo poder de compra da população, baseado no PIB per capita ajustado ao custo de vida local para torna-lo comparável entre países e regiões, através da metodologia conhecida como paridade do poder de compra (PPC).

A metodologia de cálculo do IDH envolve a transformação destas três dimensões em índices de longevidade, educação e renda, que variam entre 0 (pior) e 1 (melhor), e a combinação destes índices em um indicador síntese. Quanto mais

74

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

próximo de 1 o valor deste indicador, maior será o nível de desenvolvimento humano do país ou região.

Para que os indicadores possam ser combinados em um índice único, eles são transformados em índices parciais, cujos valores variam entre 0 e 1. A fórmula geral para a construção desses índices é:

á í Í = í 푣푎푙표푟 푚 푥푖푚표 − 푣푎푙표푟 푚 푛푖푚표 푛푑푖푐푒 Note – se que os valores푣푎푙표푟 limites표푏푠푒푟푣푎푑표 (pior e melhor)− 푣푎푙표푟 não푚 푛푖푚표 coincidem com o pior e o melhor valores observados; são parâmetros relativamente estáveis, definidos pelo PNUD. Com base nestes valores e nos valores observados para o país ou região em questão, calculam – se os índices de Longevidade, Educação e Renda.

3.6.1. Índice de Longevidade

O Índice de Longevidade (ILi) do país i, cuja esperança de vida ao nascer é Vi, é obtido por meio da aplicação direta da fórmula geral descrita acima, ou seja, para a aplicação da fórmula básica, adota – se como pior e melhor valores para a esperança de vida, respectivamente, 25 e 85 anos.

3.6.2. Índice de Educação

Para obter o Índice de Educação (IEi) do país i, cuja taxa de alfabetização de adultos é Ai e cuja taxa combinada de matrícula é Mi, primeiro transformamos as duas variáveis em índices usando a fórmula geral acima, utilizando 0% e 100% como os valores limites: e combinamos os dois índices, com os pesos referidos acima.

3.6.3. Índice de Renda

A construção do Índice de Renda (IRi) do país i, cujo PIB per capita é Yi, é um pouco mais complexa, e parte da hipótese de que a contribuição da renda para o desenvolvimento humano apresenta rendimentos decrescentes. Essa hipótese é incorporada ao cálculo do IDH por meio da função logarítmica

75

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

O maior valor é $40.000 PPC, e o pior, $100 PPC. Todos os valores são em dólar Paridade Poder de Compra, para garantir comparabilidade entre países, sendo que o valor da taxa de dólar PPC é dado pelo Banco Mundial.

3.6.4. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal

O IDHM é uma adaptação metodológica do IDH ao nível municipal. Ambos os índices agregam as dimensões saúde, educação e renda, mas alguns dos indicadores usados para retratar estas dimensões diferem.

Assim como no IDH global, o IDHM Educação é uma composição de dois indicadores: um indicador fornece informação sobre a situação educacional da população adulta e um referente à população em idade escolar (jovens). Entretanto, as variáveis são outras. No caso da população adulta, a média de anos de estudo de pessoas de 25 anos ou mais, tal como é medido no IDH Global, não pode ser obtida das informações do Censo 2010 e foi substituída pela proporção da população adulta de 18 anos ou mais que concluiu o ensino fundamental. Este indicador permite uma boa avaliação do nível de carência da população adulta em relação à escolaridade considerada básica (nível fundamental). No caso da população jovem, a metodologia aplicada pelo IDH Global a partir de 2010 – a expectativa de vida escolar – é uma medida de retenção das pessoas na escola, independentemente da repetência, e inclui o ensino superior.

A adaptação do IDHM para os contextos nacional e municipal foi feita com uma combinação de 4 indicadores que permitem verificar até que ponto as crianças e os jovens estão frequentando e completando determinados ciclos da escola. O subíndice resultante, o fluxo escolar da população jovem, é a média aritmética do percentual de crianças de 5 a 6 anos frequentando a escola, do percentual de jovens de 11 a 13 anos frequentando os anos finais do ensino fundamental (6º ao 9º ano), do percentual de jovens de 15 a 17 anos com ensino fundamental completo e do percentual de jovens de 18 a 20 anos com ensino médio completo.

76

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Enquanto o IDH Global calcula o componente renda pela Renda Nacional Bruta per capita, em poder de paridade de compra (ppp, Banco Mundial 2005), o IDHM Renda considera a renda municipal per capita, ou seja, a renda média mensal dos indivíduos residentes em determinado município, expressa em Reais por meio da renda per capita municipal.

Assim como o IDH Global, o IDHM Longevidade é calculado pela esperança de vida ao nascer, ou seja, o número médio de anos que as pessoas viveriam a partir do nascimento, mantidos os mesmos padrões de mortalidade observados no ano de referência.

Quando comparamos ambos os índices, um fator importante a ser destacado é a fonte de dados. Para o cálculo do IDHM, todos os dados foram extraídos dos Censos Demográficos do IBGE, ao passo que o IDH Global traz dados do Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da ONU, Instituto de Estatísticas da UNESCO, Banco Mundial e Fundo Monetário Internacional. A opção por restringir as informações municipais a uma única fonte garante a maior comparabilidade entre localidades do país.

As faixas de Desenvolvimento Humano Municipal não seguem as faixas do IDH Global. Elas foram adaptadas para contextualizar melhor a realidade brasileira. As faixas do IDH Global são divididas em Baixo, Médio, Alto e Muito Alto Desenvolvimento Humano, e seus valores variam a cada ano, pois são calculadas a partir dos valores mais baixos e mais altos observados nos países. Para o IDHM, elas foram subdivididas em cinco faixas.

A faixa "Muito Baixo" do IDHM coincide, de maneira geral, com a faixa "Baixo" do IDH Global. E as faixas "Alto" e "Muito Alto" coincidem com as mesmas faixas do IDH Global. As faixas "Baixo" e "Médio" diferenciam as localidades brasileiras classificadas entre 0,500 e 0,699, de forma a ressaltar as diferenças e reconhecer os esforços de municípios, UFs, regiões metropolitanas e UDHs que estão mais próximos de "Alto" Desenvolvimento Humano.

77

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

• 0 < 0,499 IDHM: Muito Baixo Desenvolvimento Humano • 0,500 < 0,599 IDHM: Baixo Desenvolvimento Humano • 0,600 < 0,699 IDHM: Médio Desenvolvimento Humano • 0,700 < 0,799 IDHM: Alto Desenvolvimento Humano • 0,800 < 1 IDHM: Muito Alto Desenvolvimento Humano

3.6.5. IDHM de Vazante

De 1991 a 2010, o IDHM de Vazante passou de 0,443 para 0,742, o que situa o município na faixa de Alto Desenvolvimento Humano. A dimensão que mais evoluiu no período foi Educação (com crescimento de 0,451), seguida por Longevidade e por Renda.

Entre 1991 e 2000, o IDHM passou de 0,443 para 0,619 – uma taxa de crescimento de 39,73%. Nesse período, a Longevidade foi o índice que menos cresceu, passando de 0,686 para 0,761. Já entre 2000 e 2010, o IDHM passou de 0,619 para 0,742 – uma taxa de crescimento de 19,87%. Neste intervalo, porém, a dimensão que evolui menos foi Renda, que passou de 0,668 para 0,707.

Vazante ocupa o 52º lugar entre os 853 municípios de Minas Gerais, sendo que o primeiro colocado é (0,813) e o último, São João das Missões (0,529). Já no ranking nacional, encontra – se na posição de número 719 entre os 5.565 municípios brasileiros – em que São Caetano do Sul (0,862) é o primeiro colocado e Melgaço (0,418), o último.

A Tabela 22 mostra a evolução dos índices de desenvolvimento humano em Vazante.

78

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 22. Índice de Desenvolvimento Humano Municipal de Vazante

Desenvolvimento Humano 1991 2000 2010 Índice de Desenvolvimento Humano Municipal 0,443 0,619 0,742 Educação 0,215 0,467 0,666 Longevidade 0,686 0,761 0,866 Renda 0,588 0,668 0,707

Fonte: PNUD – Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil 2013.

3.7 Condições Sociais Este tópico subsidia a compreensão dos recursos públicos e privados do município, revelando consequentemente a qualidade de vida da população residente. Questões sobre as condições de saúde, renda e educação são abordados, no que diz respeito aos níveis de qualidade e infraestrutura ofertada, por meio de indicadores síntese dessas dimensões.

Dentre os itens a serem averiguados quanto às condições e qualidade de vida das pessoas, a habitação envolve uma necessidade básica prioritária para o ser humano. Um domicílio pode ser considerado satisfatório e salubre quando apresenta um padrão mínimo de aceitabilidade dos serviços de infraestrutura básica, espaço, iluminação, conforto e ventilação. Os acessos a bens e serviços revelam, também, a condição de consumo e acesso às tecnologias e equipamentos que propiciam melhores padrões de qualidade para a vida das pessoas.

Outro importante tema que resulta na melhoria da qualidade de vida das pessoas é o acesso aos serviços de saneamento básico, englobando o abastecimento de água potável, a coleta de esgoto, drenagem de águas pluviais e coleta de resíduos sólidos domiciliares. Esses serviços propiciam melhores condições de saúde das pessoas e do meio ambiente. A cobertura na oferta de energia elétrica domiciliar também é indicador do padrão de qualidade na vida e de condições de habitação. A oferta de energia elétrica vem se universalizando em todo o território nacional com o programa do Governo Federal Luz para Todos. Dessa forma, quase que a totalidade dos domicílios existentes no município de estudo já são beneficiados com o atendimento de energia.

79

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Segundo critérios estabelecidos por grandes entidades de renome na elaboração de indicadores de desenvolvimento humano, como o PNUD/ONU e IBGE, para se mensurar os níveis de desenvolvimento social de uma população, torna – se necessário avaliar, além de outros, a renda não monetária, ou seja, a qualidade, oferta e acesso aos serviços básicos relacionados à saúde e à educação (PNUD, 2013).

3.7.1 Estrutura Habitacional Segundo estudo sobre déficit habitacional no Brasil formulado pela Fundação João Pinheiro junto ao Ministério das Cidades em 2008, as habitações devem ser qualificadas para efeito de identificação do déficit habitacional, do ponto de vista da precariedade das suas instalações (domicílios rústicos ou improvisados), a coabitação e o adensamento excessivo nos domicílios (MINISTÉRIO DAS CIDADES, 2009). A inadequação do domicílio por sua vez deve ser identificada pela carência de infraestrutura, a inadequação fundiária.

São diversos os estudos existentes sobre padrão de ocupação nas cidades. A Caixa Econômica Federal, em estudo realizado sobre demanda habitacional em 2012, conceitua déficit habitacional como a abrangência do incremento e a reposição do estoque de habitações.

Segundo resultados do estudo desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), e apresentados em maio de 2013 na nota técnica Estimativas do déficit habitacional brasileiro (2007–2011) por municípios (20104), o município de Vazante possuía, em 2010, um déficit habitacional de 595 domicílios, dentre os quais 208 eram habitações precárias (12 domicílios improvisados e 196 rústicos), representando 9,10% do total de domicílios. A Tabela 23 apresenta os dados sobre déficit habitacional no município de Vazante.

4 Estimativas do déficit habitacional brasileiro (2007-2011) por municípios (2010), de Bernardo Alves Furtado, Vicente Correia Lima Neto e Cleandro Krause.

80

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 23. Déficit Habitacional no Município de Vazante: Vazante 2010

Nº de Domicílios 6.542 Déficit Habitacional 595 Precárias 208 Rústico 196 Improvisados 12 Coabitação 209 Cômodos - Conviventes com intenção de mudar 209 Excedente Aluguel 176 Adensamento Aluguel 12

Fonte: Estimativas do déficit habitacional brasileiro (2007 – 2011) por municípios (2010), IPEA – 2013. As análises sobre os dados do último Censo Demográfico do IBGE (2010) mostram que o número de domicílios particulares ocupados em Vazante aumentou gradativamente ao longo das duas últimas décadas, de forma mais dinâmica que o próprio crescimento populacional, assim atendendo ao longo do tempo e abrandando a necessidade por habitação no município. Vazante saltou de 4.562 domicílios particulares ocupados em 1991 para 6.469 em 2010, um crescimento de 1,86% ao ano. Quanto à média de habitantes por domicílio, o município de Vazante reduziu sua densidade de habitantes por domicílio de 4,01 em 1991 para 3,04 em 2010. A Tabela 24 apresenta os dados sobre o total de domicílios e a densidade de moradores nos anos de 1991, 2000 e 2010.

Tabela 24. Domicílios Particulares Ocupados e Média de Morador, 1991, 2000 e 2010

Vazante 1991 2000 2010 Domicílios particulares ocupados (Unidades) 4.652 5.337 6.469 Média de moradores em domicílios particulares ocupados (Pessoas) 4,01 3,53 3,04

Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 1991, 2000 e 2010.

O tipo de edificação predominante no município é horizontal, representando quase a totalidade dos domicílios existentes (96,40%). Na última década, houve um pequeno aumento da quantidade de apartamentos: de 99 em 2000, passou a 123 em 2010, mas o valor ainda é irrisório para ser considerado como um processo de

81

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

verticalização no município. Na Tabela 25 são apresentados os números relativos e absolutos do número de habitações por tipo no município de Vazante.

Tabela 25. Quantidade de Habitações Domiciliares e Participação Relativa no Município de Vazante segundo Tipo de Habitação, 2000 e 2010

2000 2010 Tipo de Habitação Número % Número % Casa 5.186 97,52% 6.213 96,40% Casa de vila ou em condomínio ND - 107 1,66% Apartamento 99 1,86% 123 1,91% Casa de cômodos, cortiço ou cabeça de porco 33 0,62% 2 0,03% Oca ou maloca ND - - - Total 5.318 100,00% 6.445 100,00%

Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2000 e 2010. N/D – Não Disponível.

O acabamento das casas do município de Vazante, percebido pelo último Censo Demográfico do IBGE (2010) revela que 89,01% das casas são de alvenaria revestida, 7,73% em alvenaria sem revestimento, 0,36% de madeira aparelhada e 0,19% de madeira aproveitada. Do total de domicílios neste município, 2,72% são de outro material diferente aos mencionados. Os números revelam uma boa condição de acabamento na maioria das habitações em Vazante, como se observa na Tabela 26.

Tabela 26. Domicílios Particulares Permanentes por Tipo de Material das Paredes Externas, 2010

Tipo de Material N° de domicílios % de domicílios Alvenaria com revestimento 5.733 89,01% Alvenaria sem revestimento 498 7,73% Madeira aparelhada 23 0,36% Madeira aproveitada 12 0,19% Outro material 175 2,72% Total 6.441 100,00%

Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010.

Segundo os dados do IBGE, grande parte dos domicílios existentes no município de Vazante são próprios (68,94%). Cabe destacar que 12,55% dos

82

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

domicílios são cedidos para moradia5. Os imóveis alugados também abrangem uma boa parcela: 18,04%, conforme apresentado na Tabela 27.

Tabela 27. Participação Relativa dos Domicílios por Condição de Ocupação, 2010

Condição de Ocupação % de domicílios Próprio 68,94% Alugado 18,04% Cedido 12,55% Outra condição 0,47%

Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010. O acesso aos bens de consumo como geladeira, televisão, telefone e computador mostra a evolução no potencial de consumo da população.

Em 1991, apenas 59,07% das habitações possuíam geladeira, 66,95% televisão e 17,61% telefone em Vazante. Em 2000, houve um grande salto devido à diminuição dos preços pela evolução tecnológica e também devido ao aumento da renda das famílias. O resultado foi que 85,67% das residências possuíam geladeira; 89,60%, televisor e 33,26%, telefone. Vale ressaltar também que, apesar do índice baixo, 2,82% das residências possuía computadores em Vazante, dado não disponível em 1991.

Já em 2010, o acesso a esses bens de consumo continuou subindo, sendo que 97,61% da população já possuía geladeira em suas residências e os aparelhos televisivos passaram a fazer parte de 95,49% das residências no município. Importante notar que os computadores quase igualaram a cobertura de casas com telefone, abrangendo 29,96%, enquanto a cobertura de telefonia atingia 31,22%. A Tabela 28 mostra o percentual de domicílios que possuíam alguns bens duráveis em Vazante no período 1991 – 2000 – 2010.

5 Domicílio cedido gratuitamente por empregador de morador, instituição ou pessoa não-moradora (parente ou não), ainda que mediante pago de uma taxa de ocupação ou conservação.

83

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 28. Acesso aos Bens de Consumo, 1991, 2000 e 2010

Percentual de domicílios Tipo de bem de consumo 1991 2000 2010 Geladeira 59,07% 85,67% 97,61% Televisão 66,95% 89,60% 95,49% Telefone 17,61% 33,26% 31,22% Computador N/D 2,82% 29,96%

Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 1991, 2000 e 2010. N/D – Não Disponível.

3.7.2 Saúde Os indicadores de saúde constituem-se em medidas-síntese nas quais estão inseridas informações relacionadas a determinados atributos e dimensões da condição de saúde, assim como do desempenho do sistema na área em questão. A análise conjugada de tais indicadores deve refletir a posição sanitária de uma determinada população sendo importante para a vigilância das condições de saúde.

A produção e a utilização de informações sobre saúde no Brasil envolvem estruturas governamentais em três níveis de gestão (federal, estadual e municipal) do Sistema Único de Saúde (SUS); bem como o IBGE e outros setores da administração pública produzem dados e informações de empenho para a saúde; instituições de ensino e pesquisa; associações técnico-científicas e as que coligam categorias profissionais ou funcionais; e organizações não governamentais.

O sistema local de saúde deve contar com unidades de saúde distribuídas segundo os diferentes níveis de complexidade de serviços e de acordo com as realidades locais e regionais.

A descrição dos dados a seguir é baseada nas Informações Estratégicas do Sistema Único de Saúde. Segundo o Ministério da Saúde, a estratégia adotada no país reconhece o município como o principal responsável pela saúde de sua população. A partir do Pacto pela Saúde, de 2006, o gestor municipal assina um termo de compromisso para assumir integralmente as ações e serviços de seu território.

84

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Os municípios possuem secretarias específicas para a gestão de saúde. O gestor municipal deve aplicar recursos próprios e os repassados pela União e pelo estado.

O município formula suas próprias políticas de saúde e também é um dos parceiros para a aplicação de políticas nacionais e estaduais de saúde. Ele coordena e planeja o SUS em nível municipal, respeitando a normatização federal e o planejamento estadual. Pode estabelecer parcerias com outros municípios para garantir o atendimento pleno de sua população, para procedimentos de complexidade que estejam acima daqueles que pode oferecer.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, a atenção básica à saúde é fator primordial para que se exista uma condição de vida adequada. Por isso, cabe saber algumas definições formuladas pelo mesmo6:

• Posto de saúde

“É uma unidade de saúde que presta assistência a uma população determinada, estimada em até 2.000 habitantes, utilizando técnicas apropriadas e esquemas padronizados de atendimento. Essa unidade não dispõe de profissionais de nível superior no seu quadro permanente, sendo a assistência prestada por profissionais de nível médio ou elementar, com apoio e supervisão dos centros de saúde de sua articulação”.

• Centro de saúde

“É a unidade destinada a prestar assistência à saúde a uma população determinada, contando com uma equipe de saúde interdisciplinar em caráter permanente, com médicos generalistas e/ou especialistas. Sua complexidade e dimensões físicas variam em função das características da população a ser atendida, dos problemas de saúde a serem resolvidos e de acordo com seu tamanho e capacidade resolutiva”.

6 Definições adotadas pela Secretaria de Assistência à Saúde, 1990.

85

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

• Hospital local

“É o estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência médica em regime de internação e urgência, nas especialidades médicas básicas, para uma população de área geográfica determinada”. Para os municípios com agrupamentos com mais de 20.000 habitantes, o hospital local ser a primeira referência de internação.

As unidades de internação desse estabelecimento são dimensionadas para atender, nas especialidades básicas (clínica médica, ginecologia obstetrícia, pediatria e clínica cirúrgica), os pacientes referidos dos centros de saúde de sua área delimitada, bem como oferecer cobertura ao atendimento de emergência da mesma área.

Outras especialidades médicas poderão ser desenvolvidas no hospital local de acordo com peculiaridades do quadro epidemiológico local, porém devem ser consideradas as limitações do nível de complexidade dos serviços oferecidos por esse tipo de unidade de saúde.

“O hospital dever contar ainda com a infraestrutura mínima necessária à sua operação. Como apoio diagnóstico dever contar com laboratório de patologia clínica e radiodiagnóstico”.

• Hospital regional

“É o estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência médica em regime de internação e emergência nas especialidades médicas básicas, associadas àquelas consideradas estratégicas e necessárias para sua área de abrangência”.

Para dimensionamento dos leitos hospitalares deve – se considerar:

• Unidade mista ou hospital local – Dois leitos/1.000 habitantes da área delimitada, mais um leito/1.000 habitantes, para atendimento da demanda de outras áreas.

86

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

• Hospital regional – Dois leitos/1.000 habitantes da área delimitada, mais um leito/1.000 habitantes rurais do município, mais um leito/1.000 habitantes de agrupamentos fora do município, mais 0,5 leito/1.000 habitantes dispersos da área programática, fora do município.

A população mínima da área urbana onde se localiza um hospital regional não deve ser inferior a 20.000 habitantes.

Os dados condizentes à saúde no município de Vazante indicam uma quantidade inferior à recomendada, com relação a posto de saúde. O padrão é de 1 unidade para cada 2 mil habitantes. Vazante, porém, tem apenas 1 posto de saúde, sendo que o necessário seriam 10 para atender a população local, de quase 20 mil habitantes.

O município tem um hospital geral, contando, por outro lado, com 8 unidades básicas de saúde e 2 ambulatórios especializados, conforme pode ser observado na Tabela 29.

Tabela 29. Quantidade segundo o Tipo de Estabelecimento de Saúde em Vazante

Tipo de Estabelecimento Quantidade Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) 1 Centro de Saúde/Unidade Básica de Saúde 8 Clínica Especializada/Ambulatório Especializado 2 Consultório 10 Farmácia 1 Hospital Geral 1 Policlínica 1 Posto de Saúde 1 Secretaria de Saúde 1 Unidade de Serviço de Apoio de Diagnose e Terapia 2 Unidade de Vigilância em Saúde 2 Total 30

Fonte: MS/DATASUS/CNES. Situação da base de dados nacional em abril de 2018. Acesso 05/2018.

87

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Já a Tabela 30 mostra que mostra que a maioria dos atendimentos prestados em Vazante foram realizados pelo SUS.

Tabela 30. Número de Estabelecimentos por Tipo de Convênio segundo Tipo de Atendimento Prestado em Vazante

Plano de Saúde Serviço prestado SUS Particular Público Privado Internação 1 - - - Ambulatorial 12 12 - 3 Urgência 1 - - - Diagnose e terapia 4 1 - - Vigilância epidemiológica e sanitária 2 - - - Farmácia ou cooperativa 1 - - -

Fonte: MS/DATASUS/CNES. Situação da base de dados nacional em abril de 2018. Acesso 05/2018. Entretanto, segundo padrões estabelecidos pela OMS (Organização Mundial da Saúde), o indicador clássico de atendimento e infraestrutura na saúde é formado pelo número de leitos por habitantes. Para suprir a demanda necessária, a OMS recomenda um mínimo de 4 leitos a cada mil habitantes. Vazante conta com apenas 1,6 leitos por mil habitantes, não cumprindo, portanto, os padrões estabelecidos pela OMS, segundo dados do Datasus (MS, 2010).

Os estudos elaborados referentes à mortalidade têm por base a Classificação Internacional das Doenças (CID), elaborada pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Esta é composta por um número muito elevado de doenças, incluindo suas variantes e complicações. Sendo assim, os diagnósticos de saúde limitam-se a analisar a situação e a tendência de alguns grandes grupos de causas de morbidade e mortalidade.

O diagnóstico feito neste estudo trata da análise no que concerne à mortalidade e, para isso, um dos indicadores mais utilizados é o da proporção de óbitos por grupo de causa, em relação ao total dos óbitos ocorridos em dado período, que é conhecido como mortalidade proporcional por causa definida.

88

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Sob a mesma base teórica, ainda é analisado a distribuição percentual de internações por grupo de causas, conferindo assim em um diagnóstico mais detalhado e plausível à avaliação. Quanto aos índices de morbidade em Vazante (Tabela 31) a principal causa de internações refere-se às doenças do aparelho digestivo, indicando um percentual de 21,38%; seguido de doenças do aparelho geniturinário (17,21%) e do aparelho respiratório (13,77%). Na população com até 9 anos de idade a maior incidência de casos hospitalares é de doenças do aparelho respiratório, e na população acima de 50 anos verifica-se maior morbidade hospitalar dadas às doenças do aparelho digestivo. Óbitos mais frequentes estão ligados às doenças do aparelho circulatório, com 39,45% do total (109). O número de mortes por neoplasias e, por algumas doenças infecciosas e parasitárias e doenças do aparelho respiratório também são representativos, com respectivas participações de 16,51% e 8,26% do total.

Tabela 31. Distribuição Percentual das Internações e Mortes por Grupos de Causas

Distribuição Percentual das Mortalidade Proporcional /Grupo de Internações/Grupo de Causas Unidade Causas 2016** Espacial 2017* Causa Nº % Causa Nº % Doenças do Doenças do aparelho 118 21,38 43 39,45 aparelho digestivo circulatório Doenças do aparelho 95 17,21 Neoplasias (tumores) 18 16,51 geniturinário Doenças do Algumas doenças aparelho 76 13,77 9 8,26 infecciosas e parasitárias respiratório Gravidez, parto e Doenças do aparelho 72 13,04 9 8,26 Vazante puerpério respiratório Neoplasias Causas externas de 57 10,33 7 6,42 (tumores) morbidade e mortalidade Sintomas, sinais e Doenças do achados anormais de aparelho 30 5,43 6 5,50 exames clínicos e de circulatório laboratório Outros 104 18,84 Demais causas definidas 17 15,60 Total 552 100,00 Total 109 100,00

Fonte: * Ministério da Saúde – Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS). Acesso em maio, 2018. ** MS/SVS/CGIAE – Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM. Acesso 05/2018.

89

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Um dos indicadores síntese da situação da saúde e bem-estar da população encontra-se expresso no Coeficiente de Mortalidade Infantil, representado pelo número de óbitos infantis (crianças até 1 ano de idade) por mil nascidos vivos. Com este indicador é possível, dentre outras conclusões, obter pistas para a qualidade de vida, saneamento e saúde dos habitantes de certa região. A OMS estabelece que os níveis máximos aceitáveis para este indicador estejam entre 6 e 7. Entre os anos de 1991 e 2000, a taxa de mortalidade infantil reduziu bastante, passando de 34,9 por mil nascidos vivos em 1991 para 26,7 a cada mil nascidos vivos em 2000. Em 2010 este índice foi reduzido a 12,5, mostrando que houve uma melhoria significativa neste indicador, consequentemente motivada pelas melhorias em infraestrutura em saúde e educação do município. Os índices se encontram por abaixo dos valores do estado de Minas Gerais (15,1 por mil nascidos vivos em 2010), cumprindo, ambos, os padrões estabelecidos pelas autoridades internacionais – segundo as metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas, a mortalidade infantil no país deve estar abaixo de 17,9 óbitos por mil em 2015. Comparativamente, o Brasil atingiu em 2010 o valor de 16,7 mortos a cada mil nascidos vivos.

Entretanto, deve-se tomar o cuidado de observar o indicador ao longo dos anos e, principalmente, quando a localidade ou região estudada apresentar um pequeno contingente populacional, o que pode extrapolar os índices mesmo quando há poucos casos desta natureza.

O PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) observa em seus estudos sobre desenvolvimento humano, outros dois indicadores de saúde e bem-estar: a esperança de vida ao nascer e a taxa de fecundidade. O primeiro apoia-se na expectativa de anos de vida do indivíduo a partir do seu nascimento e o segundo o número médio de filhos por mulher.

Em Vazante, a esperança de vida ao nascer aumentou 10,9 anos nas últimas duas décadas, passando de 66,1 anos em 1991 para 70,7 anos em 2000, e para 77,0 anos em 2010. Comparativamente, em 2010 a esperança de vida ao nascer média para o estado de Minas Gerais era de 75,3 anos e, para o país, de 73,9 anos.

90

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Já a fecundidade caiu significativamente, passando de 3,0 em 1991 para 2,7 filhos por mulher no ano 2000 e, finalmente, para 2,1 em 2010. A Tabela 32 apresenta os números dos indicadores comentados.

Tabela 32. Indicadores de Longevidade, Mortalidade, Fecundidade: 1991, 2000 e 2010

Estado de Minas Vazante Brasil Indicador Gerais 1991 2000 2010 1991 2000 2010 1991 2000 2010 Mortalidade até 1 ano de idade (por 1.000 34,9 26,7 12,5 35,4 27,8 15,1 44,7 30,6 16,7 nascidos vivos) Esperança de vida ao 66,1 70,7 77,0 66,4 70,6 75,3 64,7 68,6 73,9 nascer (anos) Taxa de Fecundidade Total (filhos por 3,0 2,7 2,1 2,7 2,2 1,8 2,9 2,3 1,9 mulher)

Fonte: Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, 2013.

3.7.2.1 Ocorrência de doenças de veiculação hídrica O número de internações por doenças infecciosas e parasitárias atingiu 4,17% do total de internações em 2017 no município de Vazante (DATASUS), havendo maior incidência em crianças de até 9 anos de idade e maiores de 50 anos. A contribuição das doenças infecciosas e parasitárias ao total de óbitos chegou a 8,26% dos óbitos registrados em 2016, conforme observado no item anterior.

Todas as ocorrências devem-se em adultos entre 40 e 80 anos ou mais de idade. Isso pode estar relacionado com deficiências na prestação dos serviços de saneamento básico, facultando a proliferação de vetores e doenças de veiculação hídrica, que se caracterizam pela presença de microrganismos patogênicos na água utilizada para diferentes usos. Os patogênicos podem ser bactérias, como a Salmonela, ou os vírus, como o rotavírus, e os parasitas como a Giardia lamblia. Eventualmente, essas doenças podem atingir um maior número de pessoas causando surtos e, em proporções ainda maiores, as epidemias. (CETESB, 2012).

O número de internações por doenças infecciosas e parasitárias atingiu 4,17% do total de internações em 2017 no município de Vazante (DATASUS), havendo maior incidência em crianças de até 9 anos de idade e maiores de 50 anos.

91

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

A contribuição das doenças infecciosas e parasitárias ao total de óbitos chegou a 8,26% dos óbitos registrados em 2016, conforme observado no item anterior. Todas as ocorrências devem-se em adultos entre 40 e 80 anos ou mais de idade. Isso pode estar relacionado com deficiências na prestação dos serviços de saneamento básico, facultando a proliferação de vetores e doenças de veiculação hídrica, que se caracterizam pela presença de microrganismos patogênicos na água utilizada para diferentes usos. Os patogênicos podem ser bactérias, como a Salmonela, ou os vírus, como o rotavírus, e os parasitas como a Giardia lamblia. Eventualmente, essas doenças podem atingir um maior número de pessoas causando surtos e, em proporções ainda maiores, as epidemias. (CETESB, 2012).

Internações por doenças especificamente ligadas à veiculação hídrica, em especial a cólera, amebíase, diarreia e gastroenterite de origem infecciosa presumível, leptospirose, hepatite, micoses, outras doenças infecciosas intestinais e esquistossomose, registraram 9 casos em 2017. Porém, é importante verificar que o total de doenças infecciosas e parasitárias gerou nos registros da saúde em Vazante um total de 23 internações no ano de 2017, envolvendo não só as doenças especificamente transmitidas pelo contato com a água, mas, também pelos vetores que a utilizam no seu ciclo reprodutor, o que aumenta os agravos na época de chuvas.

3.7.3 Educação As informações expressas neste item contemplam dados sobre o nível educacional da população de Vazante, bem como suas taxas de alfabetização e frequência escolar, dentre outros. Os dados deste relatório, na sua maioria foram obtidos através de pesquisa em bancos de dados, e com o mesmo grau de importância foram coletados em atividades de campo no município estudado.

A educação em Vazante sofreu uma considerável evolução nos últimos 20 anos, perceptível pelo decréscimo das taxas de analfabetismo no município. Em 1991, 11,1% das crianças de 7 a 14 anos eram analfabetas, 1,3% dos jovens de 15 a 17 anos e 4,4% dos adultos de 18 a 24 anos também não possuíam alfabetização.

92

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Em 2000 essas taxas decresceram bastante, fenômeno resultante dos investimentos na área da educação, como se nota na faixa etária entre 7 a 14 anos (3,3%), e na faixa dos adultos de 18 a 24 anos (2,2%).Porém, a faixa entre 15 a 17 anos experimentou um acréscimo (2,8%). Em 2010, as taxas de analfabetismo dessas faixas etárias reduziram para 0,7% (7 e 14 anos), 0,0 (15 a 17 anos) e 2,1% (18 a 24 anos). Para as pessoas com mais de 25 anos a taxa de analfabetismo está sendo reduzida, porém em velocidade menor que as demais faixas etárias. Em 1991, 21,2% dos habitantes com mais de 25 anos eram analfabetos, em 2000 esse número caiu para 13,6%, e em 2010 para 8,3%, que apesar de ainda ser uma grande quantidade mostra a evolução do município na educação.

Outro indicador importante para analisar é o analfabetismo funcional, definido da seguinte forma pela UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura): “É considerada analfabeta funcional a pessoa que, mesmo sabendo ler e escrever um enunciado simples, como um bilhete, por exemplo, ainda não tem as habilidades de leitura, escrita e cálculo necessárias para participar da vida social em suas diversas dimensões: no âmbito comunitário, no universo do trabalho e da política, por exemplo”. No Brasil, há aproximadamente 14 milhões de Analfabetos absolutos e um pouco mais de 35 milhões de Analfabetos funcionais, conforme as estatísticas oficiais. O censo do IBGE de 2010 mostrou que um entre quatro pessoas são analfabetas funcionais (porcentagem é de 20,3%). O problema maior está na Região Nordeste, onde a taxa chega a 30,8%.

Em 2012, o Instituto Paulo Montenegro e a ONG Ação Educativa divulgaram o Indicador de Analfabetismo Funcional (INAF) entre estudantes universitários do Brasil e este chega a 38%, refletindo o expressivo crescimento de universidades de baixa qualidade durante a última década. Em alguns países desenvolvidos esse índice é inferior a 10%, como na Suécia, por exemplo. Segundo dados do Mapa de Analfabetismo de Brasil, divulgado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), ligado ao Ministério de Educação e Cultura (MEC), Vazante registrava em 2010 um índice de 9,18% de analfabetos funcionais.

93

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Outra estatística importante para avaliar os níveis de escolaridade da população é a quantidade de pessoas frequentando a escola, por meio deste dado percebe-se uma grande evolução educacional no município. Em 1991, a porcentagem de crianças de 7 a 14 anos na escola era de 87,8%, no ano 2000 esta porcentagem subiu para 95,6%, evidenciando resultados dos investimentos na educação básica no decênio, e em 2010 a quantidade das crianças nesta faixa de idade que frequentavam a escola teve um ligeiro aumento (97,4%).

Em relação aos jovens de 15 a 17 anos a evolução atingiu menores patamares, porém, também expressiva. Em 1991, apenas 50,7% dos jovens frequentavam a escola, número que subiu para 83,8% em 2000, e para 95,0% em 2010.

A Tabela 33 elucida as informações comentadas a respeito da evolução dos níveis de alfabetização e frequência escolar no município de Vazante.

Tabela 33. Nível Educacional da População 1991, 2000 e 2010

Faixa etária Taxa de analfabetismo (%) % frequentando a escola (anos) 1991 2000 2010 1991 2000 2010

7 a 14 11,1 3,3 0,7 87,8 95,6 97,4

15 a 17 1,3 2,8 0,0 50,7 83,8 95,0

18 a 24 4,4 2,2 2,1 N/D N/D 29,9

25 anos ou mais 21,2 13,6 8,3 N/D N/D 4,1

Fonte: IBGE, Censos Demográficos 1991, 2000 e 2010. N/D – Não Disponível. Para a análise das condições de ensino em Vazante deve-se expor a potencialidade de oferta desse serviço, considerado pela ONU e organizações nacionais e internacionais como um direito universal. Os valores apresentados na Tabela 34 são condizentes ao número de estabelecimentos existentes para os diversos níveis de ensino no município estudado.

94

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 34. Número de Estabelecimentos de Ensino em Vazante, 2015

N⁰ Estabelecimentos Rede de Ensino Pré-escola Fundamental Médio Superior Privada 2 2 2 1 Pública Estadual 0 4 3 0 Pública Municipal 11 5 0 0 Total 13 11 5 1

Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP – Censo Educacional, 2015. No ensino pré-escolar, há um total de 13 escolas, sendo 11 públicas municipais e 2 privadas. Na rede de ensino fundamental o município tem uma infraestrutura semelhante, contabilizando 5 estabelecimentos públicos municipais, 4 estaduais e 2 privados. Já no ensino médio foram identificadas 5 escolas, sendo 3 públicas estaduais e 2 privadas. Atualmente o município de Vazante conta com uma instituição de ensino superior privada, a Faculdade Presidente Antônio Carlos. Quanto ao número de pessoas que frequentavam escola, o município registrou 460 matrículas efetuadas na pré-escola, 2.653 no fundamental, e 947 no ensino médio, conforme Tabela 35.

Tabela 35. Número de Pessoas e Frequência por Nível de Ensino, 2015

N⁰ de pessoas que frequentavam escola, por nível de ensino Rede de Ensino Pré-escola* Fundamental Médio Superior Privada 95 352 73 ND Pública Estadual 0 1.362 874 - Pública Municipal 365 939 0 - Total 460 2.653 947 -

Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP – Censo Educacional, 2015. *Inclusive pessoas que frequentavam classe de alfabetização. ND: Não disponível. O IDEB é um índice importante, muito utilizado na atualidade, que mede a qualidade da educação nas redes de ensino pública e privada a nível nacional, em Estados e Municípios, por meio da aprovação e média de desempenho dos estudantes avaliados nas provas Saeb e Prova Brasil, consolidando também a

95

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

projeção de metas de desenvolvimento anuais. Nos primeiros anos do Ensino Fundamental, verificou-se que o município de Vazante atingiu as metas previstas estabelecidas no campo da educação entre 2007 e 2015, na rede municipal e na estadual. Passando para o segundo ciclo do Ensino Fundamental, na rede municipal houve um aumento dos índices entre os anos 2007 a 2015, mas na rede estadual o município não alcançou nenhuma meta por enquanto. Os dados dos índices da IDEB nas diferentes redes de ensino são apresentados na Tabela 36 e na Tabela 37.

Tabela 36. IDEB na Rede Estadual em Vazante

IDEB Observado Ciclo Município 2005 2007 2009 2011 2013 2015 4ª série/ 5º ano 4,8 4,9 6,0 6,3 6,1 6,5 Vazante 8ª série/ 9º ano 3,5 4,0 4,7 4,8 5,2 5,4 Metas Projetadas 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 4,9 5,2 5,6 5,9 6,1 6,3 6,6 6,8 3,5 3,7 3,9 4,3 4,7 5,0 5,2 5,5

Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP. Os resultados marcados em verde referem-se ao Ideb que atingiu a meta.

Tabela 37. IDEB na Rede Municipal em Vazante

IDEB Observado Ciclo Município 2005 2007 2009 2011 2013 2015 4ª série/ 5º ano 4,3 4,8 5,7 6,6 6,4 6,7 Vazante 8ª série/ 9º ano - 4,4 3,7 - - 5,3 Metas Projetadas 2007 2009 2011 2013 2015 2017 2019 2021 4,3 4,7 5,1 5,3 5,6 5,9 6,1 6,4 - 4,5 4,7 5,1 5,4 5,6 5,9 6,1

Fonte: Ministério da Educação, Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP. Os resultados marcados em verde referem-se ao Ideb que atingiu a meta.

96

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

3.8 Infraestrutura de Transporte e Mobilidade Localizado na porção sudoeste da mesorregião do Noroeste de Minas, o município de Vazante dista aproximadamente 520 km da capital do estado (Belo Horizonte) e conta com apenas duas rodovias pavimentadas, sendo uma federal (BR-354) e outra estadual (MG-188).

Entre elas, destaca-se a BR-354 (Rodovia Sebastião Alves do Nascimento), projetada para ligar a Rodovia Presidente Dutra (BR-116) no município de Resende, estado de Rio de Janeiro, até Cristalina, no estado de Goiás, próxima a Brasília. A BR-354 atravessa o município de Vazante no sentido sudeste-sudoeste, passando pela sede municipal e pelo distrito de Claro de Minas, e ligando-o as cidades vizinhas de Guarda-Mor e Lagamar.

Por sua vez, a MG-188 (Rodovia Alírio Herval) liga a porção sudoeste de Vazante, com predomínio da zona rural, aos municípios de Guarda-Mor e Coromandel.

Outra rodovia importante que atravessa o município de Vazante é a MG-706, que liga a sede municipal com a rodovia BR-040 (Rodovia Juscelino Kubitschek), já no município de Paracatu, no sentido sul-norte. A MG-706 é uma rodovia estadual não pavimentada muito movimentada, pela que transitam dezenas de pessoas diariamente. Encontra-se em situação precária, que se agrava em períodos chuvosos, registrando-se inúmeros atolamentos, fato que já ocasionou diversas reclamações dos motoristas à regional do DER-MG de Paracatu, responsável da manutenção da rodovia.

A seguir é apresentado o MAPA 10 representativo dos eixos de vertebração infraestrutural de transporte do município de Vazante e que articula este município com as cidades de seu entorno mais próximo.

97

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

MAPA 10 – INFRAESTRUTURA DE TRANSPORTE E MOBILIDADE

98

255.000 270.000 285.000 300.000 315.000 330.000 345.000 T V as r d r d lta r . a Es A ib í o . d. do R r a s Rib. d c Convenções cartográficas r u d a rin V h o l o b a R. daP C z o m r e

r i o R Capital Federal

i i d r b s Bat B at r a a a . e d lha o r s o A b d ro . t i o d e m r R Capital Estadual d a V o a d . u J . d d r r . r R. São Bento b n ó V i C Sede Municipal R a

m La. a T Taboca s Distrito . e r r õ ó ç C o R P Povoados e outros aglomerados rurais i a 0 b h s 0

0 . n 0 ji o

0 B 0 isolados d . a . r

5 L 5

a .

. r V 5 C 5

v r og ó r r 0 r C i d 0 . o . o m r . ó r r ó . 8 r 8 . C

ó d C d Pista de pouso C o o C M ó a r s

c r R . E ac . C o s cu o á l ro g e E a x d Curso d'água M t o . r G O e C s G O b C La. da i ór Piramor m ó r r Massa d'água R . i r Macumba . O n h a l P h a a o l r ç a i La. do V Rodovia pavimentada g a rd õ n . e a Jacaré d s d C o e C ó rr. a Rodovia sem pavimentação d La. do T an er am d R. V Resgate u á Hidrovia C La. do ó 0 0

0 r Chope 0

0 r. Rib. Ja io 0 Área urbanizada . d n á r . 0 o u é 0 ai s 4 a r. Tap MG 4 0 M r o 0 . ó . C J 8 a 706 8 Vazante l o Vrd. nta Cata a ã G a r am S a Co a S . i

d r b e n

. d . i r rr r a

o eio l r r Limite municipal C R ó ó e C o s C ir

d a Vazamor a r

r. i

r Guarda-Mor órr. a e Limite estadual

ó C d erp o h C S mb l

a a ia o am C ho

C l Rib . S ó Ga

s r o Aire

r d s s a . órr. o . r C Bu n r d a r e c Có o . o B r u M a r b i r - r ó

B i

a r t

d e C i r. d z r z ór a e C Lagoa a i

u B n G r. C r. r ó h Grande r ó r 0 o 0 ó r 0 C . 0 o

0 C M G 0

. M G . M C h

5 5 Fontes: IBGE, ANA, INPE, DNPM, CPRM ó u c 2 r 2 r. a

0 l i 0

. eta . La. Feia P R 8 8 C a

B o l C o . a d r i d ó m

r a o rr C n r ó i C ó . C ó r i r g t r . o . a . d h l r

tó e E r

s t a O Cu n R. o n

e uro C o ó ó . d F g

v r Po C rr r C r d re rr ó io e A .

C J T e l a o órr. a a . pe r n c b u i h o b R Claro de á 1:320.000 es Minas õ rrac s il r. Ba ão a P ór c 0 3,75 7,5 15 Km s C Retiro sTa b o do da Roça da . .

ib

r R R o

ach u

C oe o rr. ira

s ó d

0 e C 0

j e Sistema de Coordenadas: SIRGAS 2000 UTM Zone 23S

0 a 0 b 0 L aro 0 . s Cl Vazante .

0 0 Projeção: Transverse Mercator a . e

1 d R 1 B

0 . 0 . r R . . Datum: SIRGAS 2000

8 r i g r 8 tin a r ó b irape P ó . . BR C r C C r C o ór ó 354 hã r. l u c a C r a d Da Ponte i Localização Geral r . n u rr t

a o as R s b ó Firme C a a TO o p C o

n J m d

t i . o MT

e BA

L . r d

r r i São Brás n a ó r

d u g C d de Minas ó Brasília a R C Á a n ib s íb . na a r. c e DF Par a ór n p C a M Goiânia R. uém a e GO q r r a o r b r M a ó n o C o A C rr. Có r. d r a r a i Gam b r o e d

a le d i u . . r i

u a r r ú

r G r ó ó r. C r C 0 ó 0 MG ES 0 C r 0 0 o 0 Belo Vitória . é d . MS 5 ar o ca 5 9 R n 9 Horizonte C m 9 o 9 . . ó u d

7 7 r

S . r Fund o d o r . r. o r d ór

C ó rr . C SP Lam órr Có R arã . C o i São RJ B b. Rio de r d Paulo

e o o C Lagamar PR Janeiro Córr. j d San o a t Chapadão do a a Q im n u e Pau-Terra r a r R. P apato a Prefeitura Municipal de Vazante r a cat Lagamar dos R u Plano de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos ib Coqueiros .

d Lagamar a E s t Infraestrutura de Transporte e Mobilidade r e m 0 0

0 a Fontes: IBGE, 2010/Bing, 2013/ 0 0 0 . R. J aré . 0 a c Pref. Municipal de Rondo do Pará, 2013 0 maio/2018 8 órr. Carvalh 8 9 C o 9 . . 7 7 255.000 270.000 285.000 300.000 315.000 330.000 345.000 PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Como não há ferrovias, nem hidrovias, o transporte rodoviário é o único modal do município. A sede municipal conta com um aeroporto, com pista de asfalto de 900 m de comprimento por 22 m de largura, não dispondo, contudo, de linhas aéreas regulares.

Em relação à mobilidade interna, o principal meio de transporte no município de Vazante é o automóvel, responsável por 59,90% da frota de veículos, segundo dados do Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN (2016). Nota-se que Vazante segue o perfil do estado de Minas Gerais, onde o número de automóveis também supera o de motocicletas, conforme Tabela 38. A motocicleta é o principal meio de transporte em muitas cidades do país, especialmente na região nordeste.

Tabela 38. Frota Municipal de Veículos em Vazante, 2016

Tipo de Veículo Vazante % Minas Gerais % Automóveis 6.627 59,90% 5.652.316 54,99% Caminhões 364 3,29% 323.729 3,15% Caminhões-trator 54 0,49% 64.745 0,63% Caminhonetes 1.312 11,86% 824.024 8,02% Camionetas 156 1,41% 291.204 2,83% Micro-ônibus 47 0,42% 44.514 0,43% Motocicletas 1.560 14,10% 2.379.738 23,15% Motonetas 414 3,74% 268.287 2,61% Ônibus 91 0,82% 73.318 0,71% Tratores 3 0,03% 2.078 0,02% Utilitários 25 0,23% 58.067 0,56% Outros 410 3,71% 295.968 2,88% TOTAL 11.063 100,00% 10.277.988 100,00%

Fonte: Ministério das Cidades, Departamento Nacional de Trânsito – DENATRAN – 2016.

3.9 Infraestrutura em Sistemas de Comunicação Em termos de cobertura de serviços de telecomunicações, existe em Vazante uma densidade de telefones públicos (TUP) de 4,31 para cada 1.000 habitantes, e um total de 3.962 acessos fixos instalados, ofertando uma média de um acesso para

99

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

cada 4,98 habitantes. A cobertura está muito próxima dos parâmetros nacionais, que apresentam um TUP de 4,40 para cada 1.000 habitantes (ano referência 2013).

A proporção de telefones fixos instalados também é semelhante aos parâmetros nacionais que contabilizam 4,30 habitantes por acesso fixo (ano referência 2013).

No distrito de Claro de Minas são 114 os telefones fixos instalados, uma média de acesso para cada 16,00 habitantes. Este distrito conta com 5 telefones de uso público, representando uma densidade TUP de 2,71 para cada 1.000 habitantes.

A Tabela 39 apresenta a cobertura em telecomunicações do município de Vazante.

Tabela 39. Cobertura por Telefonia Ofertada no Município de Vazante, 2018

Acesso Média de acesso a Telefones de Densidade Distritos Fixo telefones fixos Uso Público TUP/1000 Instalado (hab./acesso) (TUP) hab. Vazante (sede municipal) 3.948 4,53 80 4,47 Claro de Minas 114 16,00 5 2,74 Total Município 3.962 4,98 85 4,31

Fonte: ANATEL, abril 2018.

Segundo dados da ANATEL, existem 12 Estações Rádio Base (ERB), ou seja, antenas de telefonia móvel na cidade, sendo 5 de propriedade da empresa Algar Celular S.A., 1 da OI Móvel S.A., 1 da Claro S.A., 4 da Telefónica Brasil S.A. e 1 da TIM Celular S.A.

Vazante ainda conta acessos a TV por assinatura por meio das empresas Telecom Américas, Oi, NossaTV, Algar e Sky.

3.10 Organizações Sociais e Institucionais Segundo dados do Perfil Municipal do IBGE (2015), Vazante possui no quadro de funcionários públicos 966 colaboradores da administração direta, sendo 522 estatutários, 74 comissionados e 370 sem vínculo permanente. Não possui pessoal da administração indireta, conforme Tabela 40 a seguir.

100

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 40. Composição do Quadro do Pessoal da Administração Direta (Vazante)

Tipo Funcionário Pessoal Estatutários 522 Celetistas (CLT) 0 Somente comissionados 74 Estagiários 0 Sem vínculo permanente 370 Total de funcionários ativos da administração direta * 966

Fonte: IBGE, Perfil dos Municípios Brasileiros – 2015. * Inclusive os sem declaração de vínculo empregatício. A mesma fonte de pesquisa divulga que o município possui plano diretor, criado em 2011, e tem, como parte integrante: leis de parcelamento do solo; perímetro urbano; área e/ou zona especial de interesse social; contribuição de melhoria; estudo de impacto de vizinhança; além de legislação especifica sobre tombamento (2002); código de obras (1980); parcelamento do solo (1980); e, sobre zoneamento ou uso e ocupação do solo. Vazante não tem, por sua vez, legislação sobre zona e/ou área de especial interesse; solo criado ou outorga onerosa do direito de construir; operação urbana consorciada; zoneamento ambiental ou zoneamento ecológico-econômico; servidão administrativa; unidade de conservação; concessão de uso especial para fins de moradia; usucapião especial de imóvel urbano; direito de superfície; regularização fundiária; legitimação de posse; nem sobre estudo prévio de impacto ambiental.

O Poder Executivo do município de Vazante é representado pelo Prefeito e seu Gabinete de Secretários, seguindo o modelo proposto pela Constituição Federal. A Prefeitura atualmente é composta por 9 secretarias: Secretaria da Administração; Secretaria da Cultura, Esporte, Lazer e Turismo; Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Industrial e Agropecuário; Secretaria do Desenvolvimento Social e do Trabalho; Secretaria de Educação; Secretaria da Fazenda e Planejamento; Secretaria de Meio Ambiente; Secretaria de Saúde. Vazante também conta com uma Procuradoria Geral do Município, Assessoria de Comunicação Social e Assessoria de Eventos.

101

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Já o Poder Legislativo do Município é representado pela Câmara Municipal, composta por 11 vereadores eleitos para cargos de quatro anos. A Câmara dispõe de Comissões, que são órgãos técnicos, constituídos pelos Vereadores, destinadas a proceder a estudos, emitir pareceres ou realizar investigações. As Comissões são organizadas segundo os diversos assuntos de competência do Município, podendo ser permanentes (Comissões Permanentes) ou transitórias (Comissões Especiais ou Comissões Parlamentares de Inquérito). A Câmara Municipal de Vazante conta com 5 Comissões Permanentes: Comissão de Legislação, Justiça e Redação; Comissão de Finanças, Orçamento e Tomada de Contas; Comissão de Serviços Públicos Municipais; Comissão de Fiscalização; Comissão de Ética e Decoro Parlamentar.

Em complementação ao processo legislativo e ao trabalho das Secretarias, existem também alguns conselhos municipais, cada um deles versando sobre temas diferentes, compostos obrigatoriamente por representantes dos vários setores da sociedade civil organizada.

A seguir os conselhos municipais existentes: Conselho Municipal de Politica Urbana (criado em 2010); Conselho Municipal de Cultura (2002); Conselho Municipal de Assistência Social (1996); Conselho Municipal de Meio Ambiente (1989); Conselho Tutelar; e Conselho Municipal de Direitos da Criança e do Adolescente.

Além disso, Vazante faz parte de consórcio público intermunicipal nas áreas de saúde (Consórcio Público Intermunicipal de Saúde do Alto Paranaíba - CISALP), e de Desenvolvimento Urbano (Consórcio de Saúde e Desenvolvimento dos Vales do Noroeste de Minas – CONVALES).

No município de Vazante pode observar – se também a presença de várias organizações sociais, como associações, ONGs e sindicatos, destacando as seguintes:

• Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Vazante; • Associação dos Moradores do Bairro Novo Horizonte; • Associação de Defesa do Meio Ambiente de Vazante;

102

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

• Associação Comercial e Empresarial de Vazante; • Associação dos Pequenos Agricultores do Lavado; • Agencia para o Desenvolvimento Econômico Social de Vazante – ADVAZ; • Associação Atlética Banco do Brasil – AABB; • Associação dos Servidores Públicos do Município de Vazante; • Associação dos Aposentados e Pensionistas e Idosos de Vazante; • Associação dos Carreiros de Vazante – ASCAVA; • Associação Classista Companhia Mineira de Metais – ADCMM; • Rotary Club de Vazante; • Sindicato dos trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas e de Materiais Elétricos de Vazante; • Associação dos Moradores do Bairro Independência; • Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Vazante: • Associação dos Moradores do Bairro Serra Dourada; • Sindicato Rural de Vazante; • Sindicato dos Servidores Públicos do Município de Vazante; • Social Vazante Clube; • Sociedade São Vicente de Paulo – Conselho Central de Vazante.

103

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

4. SANEAMENTO BÁSICO

A COPASA/MG, desde 09 de outubro de 1974, opera o sistema de abastecimento de água, SAA e desde 11 de junho de 2008, passou a operar o serviço de esgotamento sanitário, SES. O contrato programa para a prestação desses serviços (Nº 954827) foi assinado entre Município e COPASA em 30.06.2008, de acordo com Lei Municipal 1.360/2007, de 25 de abril de 2007.

4.1. Esgotamento Sanitário

Segundo IBGE (2010), 81,29% dos domicílios de Vazante possuíam acesso à rede geral em 2010, 94,94% na área urbana e apenas 23,23% na área rural. Nesse mesmo ano, a fossa séptica era o tipo de esgotamento sanitário em 0,33% dos domicílios urbanos e em 9,78% dos domicílios rurais.

Ainda de acordo com IBGE (2010), 13,39% das habitações de Vazante possuíam fossa rudimentar, sendo o tipo de esgotamento sanitário predominante na área rural, alcançando 59,98% das moradias. Cabe ressaltar que, em 2010, alguns domicílios esgotavam seus dejetos em valas a céu aberto (0,25%). A Tabela 41 apresenta os dados acima analisados.

Tabela 41. Esgotamento Sanitário no Município de Vazante (Quantidade de Domicílios Atendidos e Percentual de Cobertura) – 2010

Situação do domicílio Tipo de esgotamento sanitário Total % Urbana % Rural % Rede geral de esgoto ou 5.239 81,29 4.954 94,94 285 23,23 pluvial Fossa séptica 137 2,13 17 0,33 120 9,78 Fossa rudimentar 863 13,39 127 2,43 736 59,98 Vala 16 0,25 6 0,11 10 0,81 Rio, lago ou mar 81 1,26 76 1,46 5 0,41 Outro tipo 46 0,71 36 0,69 10 0,81 Não tinham 63 0,98 2 0,04 61 4,97 Total 6.445 100,00 5.218 100,00 1.227 100,00

Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010.

104

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Segundo a COPASA, atualmente, no distrito sede há 69.100 m de redes coletoras de esgoto. A população atendida corresponde a 6.960 imóveis conectados ao sistema público de esgotamento sanitário, dos quais, 6.792 (ou 97,6%) possuem esgoto coletado e tratado.

Em 168 imóveis (2,40%) o esgoto é apenas coletado, porém, sem disponibilidade de tratamento e para os quais, a tarifação é especial, conforme Resolução Normativa ARSAE – MG Nº 96/2017.

Essa situação corresponde ao Bairro Nossa Senhora de Fátima, cuja previsão de resolução é para julho de 2018, a partir da construção de 260 m de redes coletoras, no diâmetro 150 mm. As principais deficiências são:

• Inexistência de um projeto para retirar todo o esgoto jogado diretamente no córrego Pamplona; • Ligações clandestinas de esgotos em sistema de drenagem; • Pontos de lançamento de esgotos ao longo do córrego Pamplona.

A Foto 1 e a Foto 2 a seguir ilustram a Estação de Tratamento de Esgotos do Distrito Sede de Vazante/MG.

Foto 1. SES do Distrito Sede Foto 2. Lançamento de Esgoto Tratado

Fonte. COPASA/Consultoria

No distrito de Claro de Minas e Vazamor, a coleta e tratamento de esgotos são de responsabilidade da Prefeitura. O tratamento se dá em fossas sépticas pré fabricadas de concreto. Na Vila Cabeludo não há tratamento de esgotos.

105

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Apresentam-se a seguir informações atualizadas e fornecidas pela Secretaria Municipal de Saúde, Atenção Primária à Saúde, em relação à forma de destinação do esgoto doméstico. Na Tabela 42, destaca-se a ocorrência em área urbana do distrito sede de lançamentos em curso d’água. Tabela 42. Forma de destinação dos esgotos domésticos.

UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE II Total Serra Minas Central Esperança Claro de Dourada Central II Vazante Sul Vazante N. Horizonte Cidade Nova Nova Cidade N.

Rede de esgoto ou pluvial 1562 514 1437 13 847 543 807 492 6215 Fossa Séptica 00 01 00 00 00 00 00 287 288 Fossa Rudimentar 00 04 01 00 00 01 00 85 91 Direto para um rio, lago ou mar 05 00 00 00 05 01 00 00 11 Céu aberto 00 00 00 00 00 00 00 23 23 Outra Forma 01 00 00 00 00 00 00 03 04 Não Informado 348 210 161 03 218 79 152 65 1236

Fonte: Relatório de Cadastro Domiciliar e Territorial – SUS/PMV Entre as 25 categorias de problemas apontados nas reuniões comunitárias (ver Capítulo I, Gráfico 15), problemas realacionados às carências e deficiência no sistema de esgotamento sanitário (sede, distritos e comunidades) foi a 1ª categoria mais citada. Os problemas referem-se a ausência, deficiência de sistema de coleta e tratamento de esgotos.

4.2. Abastecimento de Água Segundo IBGE (2010) a maior parte dos domicílios estava ligada à rede geral em 2010, representando 84,69% do total. Na área urbana, praticamente a totalidade de moradias está ligada à rede geral.

Na área rural, o atendimento é mínimo, alcançando em 2010 apenas 23,88% das residências, sendo o poço ou nascente, o tipo predominante de abastecimento de água nestas moradias (49,55%), conforme pode observar-se na Tabela 43.

106

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 43. Abastecimento de Água no Município de Vazante (Quantidade de Domicílios Atendidos e Percentual de Cobertura) – 2010

Situação do domicílio Forma de abastecimento de água Total % Urbana % Rural % Rede geral 5.458 84,69 5.165 98,98 293 23,88% Poço ou nascente na propriedade 648 10,05 40 0,77 608 49,55% Poço ou nascente fora da propriedade 119 1,85 2 0,04 117 9,54% Carro-pipa ou água da chuva 28 0,43 10 0,19 18 1,47% Rio, açude, lago ou igarapé 184 2,85 - - 184 15,00% Outra 8 0,12 1 0,02 7 0,57% Total 6.445 100,00 5.218 100,00 1.227 100,00

Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010.

Na sede municipal, a captação é superficial (Captação Carrancas). A adução de água bruta se dá por recalque. O tratamento é feito em ETA de ciclo completo, com cloração e Fluoretação. Sua capacidade é de 65 l/s e que funciona em média 16 h/dia. Da ETA a água é conduzida a dois reservatórios em concreto armado, com capacidade de 1.050 m3 e chega à população através de rede distribuidora em ferro fundido e PVC, com diâmetros variáveis de 25 a 200 mm e aproximadamente 64,1 km de extensão.

As principais deficiências são: • Necessidade de setorização do sistema de distribuição; • Déficit de reservação.

No distrito de Claro de Minas a COPASA também é a operadora. A captação é superficial, com tomada direta localizada às margens do ribeirão Pirapitinga, com capacidade de 5,0 l/s. A adução de água bruta se dá por recalque da EAB até a ETA, através de um conjunto moto-bomba de 7,5. CV e tubos de PVC DN 50 mm, numa extensão total de 250 m. O tratamento é feito em ETA (Floculação, Decantação, Desinfecção e Fluoretação) com capacidade para 8 l/s, que funciona em média 12 h/dia Da ETA a água é conduzida a um reservatório, com capacidade

107

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

de 5 m3 e chega à população através de rede distribuidora em PVC, com diâmetros variáveis de 20 a 100 mm e aproximadamente 4,9 km de extensão.

As principais deficiências são: • Necessidade de melhorias na ETA e elevatórias. • Déficit de reservação.

No Distrito de Vazamor, a captação é subterrânea através de dois poços profundos (E01 e E02) localizados na região central, com capacidade de 4 l/s. A adução de água bruta se dá por recalque, sendo AAB E01 DN 50 mm PVC, numa extensão de 600 m até a ETA através de um conjunto de motobomba de 10 CV e AAB E02 DN 50 mm PVC, numa extensão de 100 m até a ETA através de um conjunto de motobomba de 5 CV. O tratamento é feito em ETA do tipo simples cloração e fluoretação, com capacidade para 5 l/s, que funciona em média 12 h/dia. Da ETA a água é conduzida a um reservatório em aço, com capacidade de 30 m3 e chega à população através de rede distribuidora em PVC, com diâmetros variáveis de 20 a 50 mm e aproximadamente 3,6 km de extensão. As principais deficiências são: • Necessidade de melhorias na ETA e elevatórias; • Déficit de reservação.

Na Comunidade do Cabeludo, a COPASA também opera o SAA. A captação é subterrânea através de um poço profundo (E01) localizado na margem da vereda, com capacidade de 1,6 l/s. A adução de água bruta se dá por recalque, sendo AAB E01 DN 50 mm PVC, numa extensão de 600 m até a ETA, através de um conjunto de motobomba de 1,5 CV, que funciona em média 12 h/dia. A água é conduzida a um reservatório em aço, com capacidade de 10 m3 e chega à população através de rede distribuidora em PVC, com diâmetros variáveis de 20 a 50 mm e aproximadamente 1,3 km de extensão.

As principais deficiências são: • Necessidade de melhorias na ETA e elevatórias; • Déficit de reservação.

108

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Por fim, apresentam-se a seguir informações atualizadas e fornecidas pela Secretaria Municipal de Saúde, Atenção Primária à Saúde, em relação à forma de acesso e consumo de água nos domicílio. Na Tabela 44, destaca-se que no Distrito Claro de Minas, domicílios cujo acesso se dá por meio de poços ou cisternas. Na Tabela 45, o registro de domicílios cujo consumo de água é sem tratamento.

Tabela 44. Forma de Acesso à Água para Consumo

II UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE N. Total Serra Minas Central Claro de Dourada Central II Esperança Vazante Sul Vazante N. Horizonte Cidade Nova Nova Cidade

Rede Encanada até o domicílio 1624 539 1470 15 894 554 812 662 6570 Poço/Nascente no domicílio 1 0 0 0 0 0 0 126 127 Cisterna 0 0 0 0 0 0 0 100 100 Carro Pipa 1 1 1 0 0 0 1 0 4 Outro 0 0 0 0 0 0 0 6 6 Não Informado 290 189 128 1 176 70 146 61 1061 TOTAL 1916 729 1599 16 1070 624 959 955 7868

Fonte: Relatório de Cadastro Domiciliar e Territorial E-SUS Condições de Moradia – Água para Consumo no Domicílio

Tabela 45. Tipo de Tratamento da Água para Consumo Humano

UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE Total Central Esperança Central II

N. Horizonte N. N. Serra Dourada Claro de Minas Claro Vazante Sul Cidade Nova II

Filtração 1459 286 1144 15 709 336 416 383 4748 Fervura 00 00 03 00 00 00 00 03 06 Cloração 123 218 191 00 129 209 373 428 1671 Mineral 00 03 00 00 01 00 01 00 02 Sem tratamento 05 16 111 00 04 00 02 76 214 Não Informado 329 206 150 01 227 79 167 65 1224 TOTAL 1916 729 1599 16 1070 624 959 955 7868

Fonte: Relatório de Cadastro Domiciliar e Territorial E-SUS Condições de Moradia – Destino do Lixo

109

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

4.2.1. Projetos em Andamento De acordo com o Portal de Transparência da União, há 3 convênios envolvendo o município de Vazante, com fim da vigência entre 2018 e 2020. Entre os projetos, que estão detalhados na Tabela 46, destaca-se o Sistema de Abastecimento de Água em Áreas Rurais (nº 682931) da Fundação Nacional de Saúde.

Tabela 46. Convênios do Portal de Transferência da União

Concedente: FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - DF Valor do Número Objeto do Convênio Situação Vigência Convênio 682931 SAA em Áreas Rurais R$ 1.478.500,69 Adimplente 20/12/2018

Fonte: Portal da Transparência da União, 2018.

5. RESÍDUOS SÓLIDOS

Os resíduos sólidos com presença mais significativa (relevantes) são os resíduos sólidos domiciliares (secos, úmidos e rejeito), os provenientes da limpeza pública (caçambas, capina, roçamento, varrição, poda de árvores), os resíduos da construção civil, os resíduos agrossilvopastoris (pecuária de corte e leiteira), os resíduos da mineração (operados pela NEXA Resources).

Em relação aos RSD (s) não há separação na fonte (secos, úmidos e rejeitos). Após coleta convencional, são destinados em aterro sanitário licenciado. A coleta de secos não possui interferência do poder público. É operada por catadores autônomos e sucateiros. Há uma associação de catadores que funcionou até meados de 2016. Atualmente, embora ativa, não mais funciona. Sua atuação foi em parceria com Prefeitura e NEXA.

A prestação dos serviços de LIMPEZA URBANA é caracterizada pela disponibilização de caçambas pela Prefeitura. Seus resíduos, cuja geração é aproximada à coleta de RSD, são destinados em bota foras não licenciados, configurando áreas susceptíveis de ação civil como, por exemplo, aquela que ocorreu na área conhecida como área do “cheiro” e que é objeto de projeto de recuperação.

110

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

A coleta de resíduos da CONSTRUÇÃO CIVIL, VOLUMOS E VERDES é operada por caçambeiros privados locais. Seus resíduos são lançados em bota foras não licenciados, acentuando o problema anteriormente mencionado. Não há coleta específica para pequenos geradores.

Os RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE são coletados e destinados por empresa terceira. Todos os geradores, conforme VISA, possuem Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos. Os resíduos AGROSSILVOPASTORIS, em função de razoável atividade da pecuária de corte e leiteira possui significativa geração de resíduos (principalmente da ordenha).

A LOGÍSTICA REVERSA já funciona par os reversos de pneus a partir da coleta local realizada pela prefeitura e destinação final dada pela empresa RECICLANIP (acordo setorial). Pilhas e baterias, por intermédio de projeto local da Polícia Militar de Meio Ambiente (PROGEA), possuem pontos de coleta espalhados pela cidade e são destinado à NEXA que, em conjunto com seus reversos, dá destinação final. Há iniciativa de uma Vidraçaria que realiza a logística reversa de seus vidros.

Os RESÍDUOS DA MINERAÇÃO são de responsabilidade da NEXA Resources e PARTECAL, duas empresas do ramo da mineração. A gestão atende aos licenciamentos ambientais do Estado de Minas Gerais. A modalidade de coleta, destinação e tratamento emprega o uso de barragens (NEXA). Demais resíduos como dos SERVIÇOS DE SANEAMENTO e SERVIÇOS DE TRANSPORTES, são menos relevantes. Os RESÍDUOS INDUSTRIAS, dependendo de sua classificação, são de interesse de futuro programa de coleta seletiva.

O CAPÍTULO III apresentará a situação dos resíduos sólidos municipais.

Segundo IBGE (2010), a quase totalidade do lixo (99,43%) era coletado na área urbana, enquanto na área rural apenas 36,27%. Ressalta-se que, nesse mesmo ano, uma parte importante do lixo era queimado na própria propriedade rural, concretamente 56,72%, conforme pode observar-se na Tabela 47.

111

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 47. Cobertura da Coleta de Lixo no Município de Vazante (Quantidade de Domicílios Atendidos e Percentual de Cobertura) – 2010

Situação do domicílio Destino do lixo Total % Urbana % Rural % Coletado 5.633 87,40 5.188 99,43 445 36,27 Coletado por serviço de limpeza 5.369 83,30 5.085 97,45 284 23,15 Coletado em caçamba de serviço 264 4,10 103 1,97 161 13,12 de limpeza Queimado (na propriedade) 725 11,25 29 0,56 696 56,72 Enterrado (na propriedade) 59 0,92 - - 59 4,81 Jogado em terreno baldio ou 7 0,11 - - 7 0,57 logradouro Jogado em rio, lago ou mar 1 0,02 1 0,02 - - Outro destino 20 0,31 - - 20 1,63 Total 6.445 100,00% 5.218 100,00% 1.227 100,00%

Fonte: IBGE – Censo Demográfico, 2010.

Por fim, apresentam-se na Tabela 48 informações atualizadas e fornecidas pela Secretaria Municipal de Saúde, Atenção Primária à Saúde, em relação à forma de destinação dos resíduos sólidos.

Tabela 48. Forma de Destinação dos Resíduos Sólidos.

UNIDADE BÁSICA DE SAÚDE Total Central Esperança Central II

N. Horizonte N. N. Serra Dourada Claro de Minas Claro Vazante Sul Cidade Nova II

Coletado 1541 516 1409 14 820 542 793 642 6277 Queimado/ Enterrado 00 01 00 00 00 00 00 223 224 Céu Aberto 00 00 01 00 00 00 00 01 02 Outro 00 00 01 00 00 01 01 04 07 Não Informado 375 212 188 02 250 81 165 85 1358 TOTAL 1916 729 1599 16 1070 624 959 955 7868

Fonte: Relatório de Cadastro Domiciliar e Territorial E-SUS Condições de Moradia – Forma de Escoamento do banheiro ou sanitário

112

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

5.1. Investimentos Realizados O Plano Plurianual (PPA) para o quadriênio 2014 – 2017 de Vazante propôs políticas públicas, por meio de programas e ações aplicados no município. Entre eles, destacam-se os programas relacionados ao saneamento detalhados na Tabela 49.

Tabela 49. Programas do PPA 2014 - 2017 de Vazante

Programa Construção Aterro Sanitário Valor total R$ 891.091,85 Programa Construção Usina Reciclagem Lixo Valor total R$ 22.155,44 Programa Manutenção Atividades Aterro Sanitário Valor total R$ 120.082,49 Programa Aquisições Imóveis Limpeza Pública Valor total R$ 443,11 Programa Manutenção Atividades de Limpeza Pública Valor total R$ 2.598.390,17

Fonte: PPA 2014 – 2017, Vazante.

6. LEGISLAÇÃO

A legislação local foi objeto de levantamento e diálogo com a procuradoria do município, cujo conjunto de leis e respectiva análise encontra-se sistematizada na Tabela 50.

A Lei Orgânica de Vazante, promulgada em 16 de novembro de 2004, estabelece as regras básicas de funcionamento da administração e dos poderes municipais constituídos. Em relação ao saneamento básico, a Lei Orgânica de Vazante não estabelece a obrigatoriedade de ligação de água e esgoto nos domicílios do Município.

113

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 50. Análise da Legislação Local

Item Legislação Nº Data Observações 1 Código de Obras 498 20.10.1980 ⋅ Está em processo de revisão sem data prevista para enviar ao Legislativo ⋅ Há alterações posteriores, inclusive a Lei Municipal nº 682, de 08/03/1988 que deu nova 2 Código de Posturas 377 24.04.1975 redação ao art. 177. Sua revisão pode incorporar capítulo exclusivo relacionado à política municipal de limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos ou constituir legislação específica; Dispõe sobre a incorporação a ⋅ Não há uma lei que define o perímetro urbano, mas sim diversas leis que ao longo dos anos 3 778 11.05.1991 área do perímetro urbano foram incorporando ao perímetro urbano da cidade áreas destinadas a loteamentos. ⋅ Em seu art. 15, que trata das diretrizes para a Gestão do Meio Ambiente de Vazante tem-se: I. Definir como Área de Preservação Ambiental, uma faixa ao longo do Córrego Pamplona, entre a sua nascente e o limite do perímetro urbano na ponte da Rua Unaí; II. Declarar a Lapa Nova como área de interesse do Município, adquiri-la e transformá-la em parque municipal ecológico, devendo preservá-la e firmar parcerias público-privadas PPP; III. Criar programa para preservação e recuperação de nascentes e matas ciliares; IV. Criar programa de bolsões e barraginhas para proteção das estradas, conservação do solo e recursos hídricos, priorizando os ônibus escolares e o recolhimento do leite; V. Criar um programa para aumentar a consciência ecológica; VI. Incentivar iniciativas privadas ou da sociedade civil organizada que defendam e promovam a defesa do patrimônio ecológico, ambiental, cultural e histórico do município; VII. Implantar um programa para coleta seletiva do lixo; 4 Plano Diretor VIII. Reestruturar o CODEMA - Conselho para a defesa do Meio Ambiente; IX. Implantar o aterro sanitário na sede do município e outro na região do distrito de Vazamor; X. Melhorar a eficiência técnica da ETE – Estação de Tratamento de Efluentes da sede; XI. Reestruturar o viveiro e implantar um programa de plantio de árvores nas vias públicas; XII. Implantar um Programa de Coleta Seletiva por meio de caçambas nas estradas das vilas e distritos e ao longo das estradas vicinais que lhes dão acesso; XIII. Legislar para a implantação de uma taxa mínima de permeabilidade nos terrenos urbanos, buscando-se manter o lençol freático e evitar sobrecargas no Sistema de Drenagem Pluvial; XIV. Incentivar projetos que possuam soluções para drenagem de águas pluviais, podendo a municipalidade apoiar projetos para população de baixa renda, em habitações; XV. Implantar uma campanha educativa para utilização e consumo do lixo orgânico das propriedades rurais nas próprias propriedades.

114

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Tabela 50. Continuação

Item Legislação Nº Data Observações ⋅ O uso e ocupação do solo segue os parâmetros definidos pela Lei Complementar nº 015, de Parcelamento, Uso e Ocupação 22/12/2011, que instituiu o Plano Diretor Participativo do Município, bem como da Lei Federal 5 do Solo nº 6.766/79 que dispõe sobre o Parcelamento do Solo Urbano. Não há uma lei específica tratando do parcelamento, uso e ocupação do solo. Dispõe sobre a reorganização ⋅ Essa legislação deve ser revisada em termos de fixação das competências da SEMA, 7 Administrativa da Prefeitura 1699 23.09.2017 SEMOB e CODEMA, em função de atender aos dispositivos da Lei Federal 11.445/2010 que Municipal estabeleceu as funções de gestão para os serviços de saneamento; ⋅ A Lei Municipal nº 1.557/2012 declara de utilidade pública municipal a Associação de Desenvolvimento Comunitário da Comunidade Grotão. No mesmo sentido há dezenas de outras leis municipais declarando instituições de utilidade pública para fins de recebimento de Declara de Utilidade Pública subvenção municipal no município de Vazante, inclusive comunidades rurais. Municipal a entidade ⋅ Atualmente, para recebimento de recursos públicos devem ser atendidas as “regras” e 8 denominada "Associação de 1557 07.03.2013 requisitos da Lei Federal nº 13.019/2014 que estabeleceu o regime jurídico das parcerias Desenvolvimento Comunitário entre a administração pública e as organizações da sociedade civil, em regime de mútua da Comunidade Grotão cooperação, para a consecução de finalidades de interesse público e recíproco, mediante a execução de atividades ou de projetos previamente estabelecidos em planos de trabalho inseridos em termos de colaboração, em termos de fomento ou em acordos de cooperação. ⋅ Sobre a ASSOCIAÇÃO DOS CATADORES E RECICLADORES RECICLA VAZANTE. A Lei Dispõe sobre autorização para Municipal nº 1.540, de 06/06/2012 autorizou a cessão gratuita de parte do imóvel onde cessão gratuita de uso de bem atualmente funciona o Aterro Sanitário Municipal, o que ainda não se verificou. No entanto, imóvel à ASSOCIAÇÃO DOS em 22/11/2017 o Município enviou ofício à NEXA solicitando a doação de uma área de 7 1540 06.06.2012 CATADORES E 3,60,00 há, na confrontação com o aterro sanitário municipal, a fim de (i) construção e RECICLADORES RECICLA instalação da Usina de Reciclagem e Compostagem do Lixo Urbano (ii) construção do VAZANTE Depósito de Pneus Usados (iii) destinação de parte para receber os Resíduos da Construção Civil e (iv) atender a referida ASSOCIAÇÃO DOS CATADORES.

Fonte. Prefeitura Municipal de Vazante/Procuradoria

115

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

As diretrizes, projetos, programas e ações a serem definidos no PGIRS para adequação das práticas locais aos conceitos da Lei 12.305/2010, poderão demandar o encaminhamento pelo Comitê Diretor de propostas de alteração de dispositivos legais existentes, incompatíveis com as novas orientações.

Podem ser citados, por não encontrarem amparo na atual legislação local, os seguintes aspectos a serem disciplinados:

• Segregação, acondicionamento, disposição para coleta, transporte e destinação, disciplinando aspectos da responsabilidade compartilhada e dos sistemas de logística reversa; • Limites de volume que caracterizam pequenos geradores e serviços públicos de manejo de resíduos, principalmente da construção civil; • Operação de transportadores e receptores de resíduos privados (transportadores de entulhos, resíduos de saúde, resíduos industriais, sucateiros e ferro velhos, outros); • Procedimentos relativos aos Planos de Gerenciamento que precisam ser recepcionados e analisados no âmbito local; • Procedimentos para a mobilização e trânsito de cargas perigosas no município; • Instrumentos e normas de incentivo para o surgimento de novos negócios com resíduos; • Mecanismos de recuperação dos custos pelos serviços prestados por órgãos públicos (taxas, tarifas e preços públicos);

7. ESTRUTURA OPERACIONAL, GERENCIAL E FISCALIZATÓRIA

7.1. Funções de Gestão A Lei 11.445/2007 consagrou as funções de gestão para os serviços de saneamento (em seus 4 componentes). O Quadro 1 apresenta essas funções para a componenente limpeza pública e manejo dos resíduos sólidos (LPMRS), bem como os responsáveis pelo exercício (titular ou poder delegado) e a respedtiva previsão legal.

116

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Quadro 1. Funções de Gestão

FUNÇÕES DE RESPONSÁVEL PREVISÃO LEGAL LPMRS GESTÃO Art. 9°. O titular dos serviços formulará a respectiva política Titular, INDELEGÁVEL. Passível de pública de saneamento básico, PLANEJAR execução por titulares consorciados devendo, para tanto: I - elaborar os planos de saneamento básico, nos Ajustar as termos desta Lei. atribuições Titular, que também PODE estabelecidas REGULAÇÃO E DELEGAR a: 1. Conselho Municipal; (à SEMOB e FISCALIZAÇÃO 2. Ente ou órgão regulador municipal SEMA) na Lei ou estadual; 3. Consórcio Municipal Art. 9°. O titular dos serviços Órgão ou entidade do titular, a quem 1.699, de 22 formulará a respectiva política se tenha atribuído por lei a 09.2017, para pública de saneamento básico, competência de prestar o serviço o exercício devendo, para tanto: II - PRESTAR público; das funções DIRETAMENTE OU AUTORIZAR Órgão ou entidade de consórcio de gestão, A DELEGAÇÃO dos serviços e público ou de ente da Federação estabelecidas PRESTAÇÃO DE definir o ente responsável pela sua com quem o titular celebrou pela Lei SERVIÇOS regulação e fiscalização, bem convênio de cooperação, desde que Federal como os procedimentos de sua delegada a prestação por meio de 11.445/2007. atuação. contrato de programa. Órgão ou entidade a quem se tenha delegado a prestação dos serviços por meio de concessão Definir o órgão CONTROLE Art. 47. O controle social dos serviços públicos de LPMRS poderá incluir a de controle do SOCIAL participação de órgãos colegiados de caráter consultivo PGIRS

Fonte. Lei Federal 11.445/2007

Importante destacar que a Lei 11.445/2007 separou as funções entre prestador de serviços e (fiscalização e regulação). A luz da lei o prestador de serviços não pode ser o responsável pela fiscalização e regulação. É o que acontece, por exemplo, com a COPASA (operadora dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário), cuja fiscalização e regulação de seus serviços é realizada pela Agência Reguladora de Servicos de Abastecimento de Água e de Esgotamento Sanitario do Estado de Minas Gerais – ARSAE-MG. Dessa forma, no âmbio municipal, a gestão integrada dos serviços de limpeza pública e manejo dos resíduos sólidos, requer a definição de competências entre os órgãos da administração direta e indireta e o fortalecimento da estrutura operacional, gerencial e fiscalizatória para o exercício das funções da gestão de resíduos em todas as suas classificações, conforme ilustrado na Figura 7.

117

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Figura 7. Gestão Integrada de Resíduos: (Estrutura Gerencial e Fiscalizatória) A Lei Municipal 1.699 de 22 09.2017 estabelece um conjunto de atribuições e competências para as Secretarias relacionadas ao planejamento, prestação de serviços, fiscalização e controle, no caso, SEMOB, SEMA e Saúde. É preciso ajustar as competências e atribuições dos órgãos da administração direta estabelecidas pela 1699/2007 às exigências estabelecidas pela 12.305/2010 e 11.445/2007.

7.2. Equipes de Serviços Embora a SEMOB (principalmente) tenha sua configuração de equipes é necessário aprimorá-la para melhorar a prestação dos serviços de limpeza pública e manejo dos resíduos sólidos (em todas as suas classificações, conforme Figura 7).

Foram verificadas as seguintes carências e insuficiências relacionadas às equipes de serviços:

• Ausência de listagem e respectivos procedimentos de todos os serviços prestados pela SEMOB e SEMA delimitados para limpeza e manejo de resíduos sólidos; • Insuficiência de controles: (1) pesagens de veículos (geração de resíduos); (2) registros de solicitações e atendimentos externas (dia, hora, local,

118

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

caracterização do solitante, prazo de atendimento); (3) registro de solitações e atendimentos internas (órgãos da administração); • Em decorrência da insuficiência de controles a ausência de indicadores de monitoramento; • Ausência de programas continuados de treinamento e capacitação dos servidores para a prestação dos serviços de limpeza e manejo dos resíduos sólidos; • Ausência de reuniões sistemáticas entre secretários, encarregados e servidores para avaliação continuada da prestação dos serviços.

7.3. Fiscalização Importante destacar as atividades de fiscalização apresentadas naTabela 51. Mesmo com apenas 1 Fiscal, há resultados expressivos, principalmente em relação às notificações atendidas.

Tabela 51. Serviços de Fiscalização – 2017/2018

2018 Até Maio SERVIÇOS DE FISCALIZAÇÃO 2017 Jan Fev Mar Abr Mai 2018 Notificação Verbal para Limpeza de Lote Urbano 169 77 42 60 280 97 556 Notificações Atendidas 99 19 15 35 211 84 364 Notificações Escritas 16 0 2 8 3 0 13 Retirada de Placas de Canteiros Centrais 26 0 0 0 2 2 4 Obras sem Alvará de Licença para Construção 31 0 2 0 2 5 9 Desobstrução de Calçadas Urbanas 55 0 3 6 3 5 17 Notificação para Retirada de Entulho da rua 74 7 8 12 14 14 55 TOTAL 470 103 72 121 515 207 1018

Fonte. PMV/SEMOB

7.4. Estrutura Gerencial e Operacional Apresenta-se a seguir no Quadro 2 uma análise qualitativa e quantitativa dos recursos humanos e equipamentos disponibilizados para o gerenciamento dos resíduos sólidos na SEMOB e SEMA, que são os órgãos responsáveis pela limpeza urbana, serviços públicos, meio ambiente e outros.

119

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Este registro auxilirá a identificar as fragilidades e pontos fortes da estrutura operacional e gerencial da Prefeitura, abrindo espaço para a discussão de soluções estáveis para a gestão dos resíduos.

120

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Quadro 2. Capacidade Operacional e Gerencial

Capacidade Operacional e Gerencial Recursos Humanos Equipamentos: SEMOB Órgão Quantitativa Qualitativa Quantitativa Qualitativa Nível Superior Nível Médio Operacionais Poucos Suficientes Equipamentos Nº Poucos Suficientes SEMOB Coletor Compactador 4 X Motoristas 10 X Carroceria 0 Operadores de Máquinas 10 X Basculantes 1 Limpeza Pública 28 X Pipa 3 X Aterro Sanitário 2 X Veículos Leves 5 X Praças e Jardins 17 X Pá Carregadeira 1 X Chefe de Seção 3 X Retroescavaceira 1 X

Fiscalização Geral 1 X Esteira 1 X

Engenheiro Civil 1 X Patrol 1 X Desenhista 1 X X Caminhão Poli (BRUC) X

Trator Carretinha 1 X

SEMA Engenharia Ambiental 1 X Veículos Leves 1 X

Auxiliar Administrativo 1 1 X Estagiário 1 X

Fonte. SEMA/SEMBOB

121

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

8. EDUCAÇÃO AMBIENTAL (EDA)

8.1. Projetos, Programas e Ações Levantados em EDA

Programas e ações de educação ambiental devem, por lei, fazer parte do PGIRS. Neste diagnóstico foram destacadas 4 experiências em curso ou realizadas em Vazante e relacionadas à EDA. A partir de diálogos com empresas, instituições e pessoas, apresenta-se a seguir, de forma expedita estas experiências (relevantes para o PGIRS), sem preterir outras que não tenham sido captadas por ocasião deste relatório e que poderão, ao decorrer do prognóstico, ser inseridas.

8.1.1. Boas Práticas: Projeto Plantando para o Futuro Recuperando a Nascente

O projeto surgiu a partir de um contexto ambientalmente desfavorável. Vegetação devastada, erosões e redução de cursos d'água' eram algumas das características de um dos cenários naturais da cidade. A iniciativa, que conta com o envolvimento de alunos e professores, ajudou a recuperar uma das nascentes de Vazante. Este projeto é o tema da série 'Boas Práticas. O projeto está disponível em https://www.youtube.com/watch?v=j9or-8Mrd-M.

Além desta iniciativa os responsáveis desenvolvem ações com os alunos e respectivos pais no entorno da escola. Defendem que devem ser priorizados projetos, programas e ações com os alunos do primeiro ciclo do ensino fundamental (1º ao 5º ano). Relatam que as dificuldades estão relacionadas ao tempo consumido por essas atividades e respectivos recursos operacionais e financeiros. Tem restrições às campanhas apenas calcadas em panfletagens. Tem percepção de que o problema do mundo é o lixo e a raiz é a contínua veiculação do consumo desenfreado.

8.1.2. Casa Ecológica

Escola Estadual Pedro Pereira Guimarães.

122

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

8.1.3. Programa de Educação Ambiental – PROGEA

Desenvolvido pela Polícia Militar de Minas Gerais. Em Vazante, nas Escolas Estaduais Carolina Silva e Dona Mariana Solis Rosa, na Escola Municipal Antero Candinho e na Sociedade Educacional de Vazante. A Polícia Militar fornece o mediador. As escolas garantem um professor em sala para auxílio ao mediador, bem como alunos. Ao término do programa, o professor dará continuidade aos temas. Desenvolvido em caráter permanente

8.1.4. Projetos Ambientais da NEXA Resources

Tem como objetivo geral, promover processos e práticas coletivas para construção de valores socioculturais, conhecimentos, habilidades e atitudes voltadas para a conservação do meio ambiente.

Metodologicamente tem como característica o voluntariado e dois tipos de públicos: (1) Externos (estudantes, professores, comunidade rural e urbana) e; (2) Internos (colaboradores próprios e terceirizados). Estão programados (respeitados o tempo, a mão de obra necessária, a disponibilidade de recursos) seis projetos para o público interno e 2 projetos para o externo, além de atividades em comemorativas, comum aos dois públicos.

8.2. Conexão entre Saúde, Saneamento e Educação

É importante na concepção, desenvolvimento e implantação de projetos, programas e ações em EDA, articular não apenas os profissionais da educação, como também, da saúde, viabilizando a conexão entre estas duas áreas.

Para auxiliar o planejamento de ações em educação ambiental (prognóstico) este diagnóstico salienta o número de equipes e agentes que estão atuando em Programas de Saúde da Família, Programas de Agentes Comunitários de Saúde, além daqueles envolvidos em controle de endemias e vigilância sanitária.

123

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

Vazante possui, em termos de Atenção Primária à Saúde7 (APS), equipes em 7 (sete) Unidades Básicas de Saúde, conforme caracterizado no Quadro 3.

Quadro 3. Equipe de cada Unidade Básica de Saúde

Item UBS Equipe em Cada UBS 1 UBS Central ⋅ 1 Médico ⋅ 1 Enfermeiro Chefe 2 UBS Serra Dourada ⋅ 2 Técnicos em Enfermagem 3 UBS Novo Horizonte ⋅ 6 Agentes Comunitários de Saúde (em média) (*) ⋅ 1 Dentista 4 UBS Cidade Nova 2 ⋅ 1 Técnico em Odontologia 5 UBS Vazante Sul ⋅ 1 Fisioterapeuta (não em todos) 6 UBS Nova Esperança ⋅ 1 Agente Epidemiológico (entretanto, há 14 profissionais, indicando que pode haver mais de 1 por UBS) 7 UBS Claro de Minas (*) Há 59 Agentes Comunitários de Saúde

Fonte. Secretaria Municipal de Saúde

8.3. Carências e Deficiências Apontadas pela População

A compreensão deste diagnóstico é a de que os projetos em educação ambiental devem também considerar (em suas abordagens) as carências e deficiências apontadas pela população ao longo das reuniões comunitárias.

Entre as 25 categorias de problemas apontados nas reuniões comunitárias (ver Capítulo I, Gráfico 15, o quesito (informação, orientação, motivação, fiscalização, educação) a 1ª categoria mais citada. As principais carências e deficiências são:

Como os projetos em EDA poderão contribuir para minimizar essas carências (que poderão ser verificadas no Capítulo III deste diagnóstico), entre elas:

• Mau uso das caçambas públicas; • Ausência de separação na fonte de secos, úmidos e rejeitos; • Ausência de compostagem;

7 A atenção básica ou atenção primária em saúde é conhecida como a "porta de entrada" dos usuários nos sistemas de saúde. É o atendimento inicial. Seu objetivo é orientar sobre a prevenção de doenças, solucionar os possíveis casos de agravos e direcionar os mais graves para níveis de atendimento superiores em complexidade. Disponível em https://pensesus.fiocruz.br/atencao-basica.

124

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

• Deposição de lixo em locais inadequados como cursos d´água, estradas rurais, vias públicas, terrenos particulares; • Má conservação dos terrenos particulares; • Ausência da devolução de reversos; • Ausência de apoio ao catador;

125

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

9. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

AGÊNCIA NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES – ANATEL. Cobertura de Telefonia nos Municípios Brasileiros. Disponível em:. Acesso em: maio de 2018.

BANCO CENTRAL DO BRASIL. Calculadora do Cidadão: IGP – M (FGV) para ano 2012. Brasília, 2016. Disponível em . Acesso em: maio de 2018.

BRASIL. Lei nº 12.651 de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa; altera as Leis n. º 6.938, de 31 de agosto de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro de 2006; revoga as Leis n. º 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de 14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166 – 67, de 24 de agosto de 2001; e dá outras providências. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011 – 2014/2012/lei/l12651.htm>. Acesso em maio de 2018.

BRASIL. Portal de Transparência da União. Disponível em http://www.portaldatransparencia.gov.br/. Acesso em maio de 2018.

Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climático – CPTEC/INPE (http://www.cptec.inpe.br/) – Consulta em maio de 2018.

COMITÊ BACIA HIDROGÁFICA DO RIO SÃO FRANCISCO – CBHSF. Plano de Recursos Hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. Minas Gerais, 2016.

CPRM – Mapa Geológico de Minas Gerais (geobank.cprm.gov.br) – Consulta em maio de 2018.

FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES. Certidões Expedidas às Comunidades Remanescentes de Quilombos. Disponível em . Acesso em: maio de 2018.

FUNDAÇÃO NACIONAL DO ÍNDIO – FUNAI. Terras Indígenas. Disponível em . Acesso em maio de 2018.

FUNDO VALE. Áreas protegidas. 2º Edição. Rio de Janeiro, 2012.

GUERRA, J.T., Geomorfologia e Meio Ambiente 11ª Edição, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2012.

HASUI, Y., Geologia do Brasil, São Paulo, Beca, 2012.

INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Base de dados das Cidades. Disponível em: http://www.ibge.gov.br. Acesso em: maio de 2018.

______. Censo Demográfico: 1980, 1991, 2000 e 2010. Disponível em: . Acesso em: maio de 2018.

126

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

______. Estimativas populacionais para os municípios brasileiros. Disponível em . Acesso em maio de 2018.

______. Perfil dos Municípios Brasileiros, 2015. Disponível em: . Acesso em: maio de 2018.

______. PIB dos Municípios 2000-2015. Disponível em: . Acesso em: maio de 2018.

______. Produção Agrícola Municipal 2014, 2015 e 2016. Disponível em: . Acesso em: maio de 2018.

______. Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura, 2016. Disponível em: . Acesso em: maio de 2018.

______. Região de Influência de Cidades, 2007. Rio de Janeiro: 2008.

IPEA – Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas. Estimativas do déficit habitacional brasileiro por municípios, 2013. Disponível em: . Acesso em: maio de 2018.

INSTITUTO NACIONA DE METEOROLOGIA – INMET (www.inmet.gov.br) – Consulta em maio de 2018.

MINAS GERAIS. Portal de Transparência do Estado. Disponível em http://transparencia.mg.gov.br/. Acesso em maio de 2016.

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais – INEP: Censo Educacional, 2015. Brasília, 2016.

MINISTÉRIO DA SAÚDE. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS. Informações Básicas de Saúde. Disponível em: . Acesso em: maio de 2018.

______. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS. Caderno de Informações sobre Saúde. Disponível em: . Acesso em: maio de 2018.

______. Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS /CNES. Situação da base de dados nacional. Disponível em: . Acesso em: maio de 2018.

MINISTÉRIO DAS CIDADES. Déficit habitacional no Brasil 2007. Brasília, 2009.

MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO SOCIAL. Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico). Disponível em: . Acesso em: maio de 2018.

127

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE

______. Folha de Pagamentos do Programa Bolsa Família (PBF). Disponível em: . Acesso em: maio de 2018.

MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE – MMA. Áreas prioritárias para conservação, Uso sustentável e Repartição de Benefícios da biodiversidade brasileira: Atualização – Portaria MMA nº 9, 23 de janeiro de 2007/ Ministério do Meio Ambiente, Secretaria da Biodiversidade e Florestas – Brasília, 2007.

______Áreas de Preservação Permanente Urbanas. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/cidades – sustentáveis/áreas – verdes – urbanas/item/8050>. Acesso em maio de 2018.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Programa de Disseminação de Estatísticas do Trabalho – RAIS. Disponível em: . Acesso em: maio de 2018.

PNUD – Programa Das Nações Unidas Para O Desenvolvimento. Atlas do Desenvolvimento Humano dos Municípios, 2013. Disponível em: . Acesso em: maio de 2018.

PREFEITURA MUNICIPAL DE VAZANTE. Plano Diretor do Município. Vazante, 2011.

______. Plano Plurianual (PPA) 2014 – 2017. Vazante 2013.

PROGRAMA DE ACELERAÇÃO DO CRESCIMENTO – PAC. 2º Balanço do PAC 2015 – 2018 – Ano I. Disponível em: . Acesso em: maio de 2018.

SECRETARIA DO DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO. Sistema de Abastecimento. Disponível em http://sistemas2.sda.ce.gov.br//. Acesso em maio de 2018.

SECRETARIA DO TESOURO NACIONAL – STN. FINBRA: Finanças Municipais do Brasil, 2012. Disponível em: . Acesso em: maio de 2018

SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE – SUS. Informações Estratégicas. Disponível em http://bvsms.saude.gov.br/bvs/sus/perguntas_respostas.php. Acesso em maio de 2018.

TEIXEIRA, W., Decifrando a Terra, 2ª Edição, São Paulo, Companhia Editora Nacional, 2009.

128