Luque, 2 de junho de 2021 Senhores FIFPRO

Prezados Senhores,

Dirijo-me aos Senhores em nome e representação da CONFEDERAÇÃO SUL-AMERICANA DE FUTEBOL, a fim de manifestar o seguinte:

Tomamos conhecimento, através de diversos meios de comunicação, de seu comunicado datado de 1 de junho de 2021, intitulado COMUNICADO DA FIFPRO: COPA AMÉRICA. Antes de prosseguir é importante ressaltar que não recebemos nenhum tipo de consulta ou requerimento similar em nossa instituição com relação ao que está exposto nesse documento.

Em primeiro lugar, o conteúdo do comunicado é muito marcante, pois é evidente que os seguintes pontos não foram levados em consideração:

• A CONMEBOL foi a primeira Confederação em suspender seus torneios no início da pandemia, priorizando a saúde dos jogadores e da família do futebol sul-americano. Ao retomá-los, nossos protocolos sanitários têm sido 99% eficazes em sua aplicação. Aproveitamos a oportunidade para convidá-los a ler e se informar mais sobre os mesmos.

• Somos a única confederação que conseguiu obter vacinas para 100% dos jogadores profissionais de todos os países membro, bem como para toda a comunidade futebolística, tais como corpo técnico, assistentes, delegados, árbitros etc. Até o momento imunizamos mais de 70% da população futebolística, o que inclui jogadores e jogadoras profissionais e já começamos a vacinar as delegações de outras categorias.

• Conseguimos adiantar prêmios quando as competições estavam suspensas, a fim de garantir a permanência dos clubes sul-americanos. Em anexo, algumas informações.

Até hoje, realizamos aproximadamente 500 partidas, com voos por toda a América do Sul, pagamos milhões de dólares em prêmios que garantem o trabalho dos associados da FIFPRO. Do total de partidas, 20% foram realizadas no Brasil.

Entendemos que a FIFPRO, com seus escritórios na Holanda, deve ter pouco conhecimento do comportamento na região quando afirma que "o curto prazo em que a iniciativa foi confirmada pode ter sérias consequências para a saúde dos futebolistas profissionais, do pessoal e do público em geral".

Consideramos desrespeitoso que a FIFPRO não se tenha dado ao trabalho de consultar os protocolos, estatísticas e considerações expostas, e ainda assim elabore e divulgue comunicados sem basear-se em dados e informação objetiva, de fácil acesso. Em anexo, as estatísticas da região.

Cabe indicar que a Copa América será disputada sem público, em estrita observância aos protocolos sanitários tanto da CONMEBOL como do Brasil, que incluem uma bolha sanitária estrita, de modo que nossos jogadores, pessoal operacional e muito menos o público em geral poderiam estar em risco.

Consideramos injusto e discriminatório o tratamento recebido por parte da FIFPRO, sendo que a única coisa que a CONMEBOL tem feito durante esta pandemia é CUIDAR DA SAÚDE DOS JOGADORES e GARANTIR O TRABALHO DOS MESMOS, fato que deveria ser do máximo interesse do sindicato de jogadores.

Não recebemos nenhum tipo de comunicado sobre a realização das Eliminatórias na mesma zona, algo que resulta extremamente chamativo considerando que aqueles que participam dessa competição são as mesmas delegações sul-americanas que jogarão na COPA AMÉRICA, na mesma região.

Durante os mais de 15 meses em que a pandemia vem ocorrendo, pagamos o salário dos jogadores de nossas associações membro, através de adiantamentos de prêmios. Também fizemos esforços econômicos enormes para preservar o futebol na região para garantir o trabalho de futebolistas, corpo técnico e pessoal operacional, e em nenhum caso recebemos qualquer ajuda ou mesmo qualquer tipo de reconhecimento por parte da FIFPRO.

Propomos, uma vez mais, que se informem cabalmente antes de proceder à emissão de qualquer tipo de comunicado, pois não é a primeira vez que divulgam este tipo de documentos carentes de fundamentos e que mostram uma clara discriminação em relação à região.

Sem mais delongas, envio-lhes meus melhores cumprimentos;

Alejandro Domínguez W-S

CC . , Presidente FIFA Claudio Tapia, Presidente AFA Fernando Costa, Presidente FBF Rogério Caboclo, Presidente CBF Ramón Jesurún, Presidente FCF Francisco Egas, Presidente FEF Robert Harrison, Presidente APF Agustín Lozano, Presidente FPF Ignacio Alonso, Presidente AUF Laureano González, Presidente FVF Sindicatos de Jogadores da América do Sul