DEPARTAMENTO DE TAQUIGRAFIA REVISÃO E REDAÇÃO

SESSÃO: 269.2.53.O

DATA: 07/11/08

TURNO: Vespertino

TIPO DA SESSÃO: Solene - CD

LOCAL: Plenário Principal - CD

INÍCIO: 15h09min

TÉRMINO: 15h48min

DISCURSOS RETIRADOS PELO ORADOR PARA REVISÃO

Hora Fase Orador

Obs.: CÂMARA DOS DEPUTADOS

Ata da 269ª Sessão, em 07 de novembro de 2008 Presidência dos Srs......

ÀS 15 HORAS E 9 MINUTOS COMPARECEM À CASA OS SRS.: Arlindo Chinaglia Narcio Rodrigues Inocêncio Oliveira Osmar Serraglio Ciro Nogueira Waldemir Moka José Carlos Machado Manato Arnon Bezerra Alexandre Silveira Deley CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 269.2.53.O Tipo: Solene - CD Data: 07/11/2008 Montagem: 4171

I - ABERTURA DA SESSÃO

O SR. PRESIDENTE ( Bessa) - Declaro aberta a sessão.

Sob a proteção de Deus e em nome do povo brasileiro iniciamos nossos trabalhos.

II - LEITURA DA ATA

O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Fica dispensada a leitura da ata da sessão anterior.

O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Passa-se à leitura do expediente.

O SR...... , servindo como 1° Secretário, procede à leitura do seguinte

III - EXPEDIENTE

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O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Finda a leitura do expediente, passa-se

à

IV - HOMENAGEM

O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - A presente sessão homenageia o radialista pela passagem de seu dia.

Convido para compor a Mesa: Sr. Carlos Alberto de Macedo Paes, Presidente do Sindicato dos Radialista do Distrito Federal; o Sr. Humberto Martins, Diretor da

Rádio Câmara, e o Sr. Ricardo Quirino, suplente de Deputado.

Convido os presentes para, de pé, ouvirem o Hino Nacional.

(É executado o Hino Nacional.)

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O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Convido para compor a Mesa o Diretor da Rádio Tupi FM de Brasília, Clodoaldo Andrade. (Pausa.)

Quero também convidar para a Mesa o diretor da Rádio Capital AM de

Brasília, Carlos José Quirino dos Santos. (Pausa.)

Registro a presença, em plenário, de alunos da Escola Municipal Hilda

Rabello Matta, de Belo Horizonte, que vieram nos apoiar neste evento.

Agradeço a todos a presença.

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O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Senhoras e senhores, a Lei nº 11.327, de 2006, instituiu a celebração do Dia do Radialista no dia 7 de novembro, data de nascimento de Ary Barroso, que desempenhou diversas atividades na radiodifusão, como as de locutor esportivo, apresentador, comentarista, redator, ator, humorista, músico, produtor e diretor.

Em 1922, por ocasião do primeiro centenário da Independência do Brasil, foi realizada a primeira transmissão radiofônica oficial, quando se levou ao ar o discurso do então Presidente Epitácio Pessoa, que falou, da Praia Vermelha, por meio de um transmissor instalado no alto do Corcovado.

No entanto, a primeira emissora brasileira — a Rádio Sociedade do Rio de

Janeiro — só seria fundada em 20 de abril de 1923, por Edgar Roquette-Pinto, na

Academia Brasileira de Ciências.

Na era do rádio, nos anos de 1940 a 1950, esse era o principal meio de divulgação, e seus profissionais, sobretudo os locutores, ganharam grande destaque, tendo em vista sua quase onipresença nos lares brasileiros, oferecendo músicas, humor, transmissão de eventos esportivos e notícias de interesse público.

Principal fonte de informação da época, o rádio construiu um público cativo e respeitoso, cioso em ouvir profissionais cuja face era uma incógnita, mas que conseguiam estabelecer fortes elos com os ouvintes, chegando a influenciar-lhes o comportamento.

Há algum tempo, os aparelhos não se fazem de móveis pesados, muitos rádios cabem da palma da mão. Contudo, o profissional radialista continua, de certa forma, como um ídolo, a quem todos devem ouvir e prestar toda a atenção possível.

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Atualmente, há milhares de emissoras espalhadas pelo País, responsáveis pela disseminação de informação e entretenimento a todos os públicos.

Sras. e Srs. Deputados, a profissão de radialista foi regulamentada em 1978, pela Lei nº 6.615, documento que exige dos trabalhadores registro profissional específico, emitido pela Delegacia Regional do Trabalho — DRT e que os habilita a desempenhar suas funções.

Além disso, para os radialistas de programas musicais, locução esportiva e outros tipos de entretenimento, exige-se o diploma de ensino médio. Já para os radialistas que exercem atividades de produção e divulgação de notícias, exige-se o diploma de nível superior em Jornalismo, com duração mínima de 4 anos.

Uma bela voz, uma boa dicção e expressão, agilidade, sensibilidade e criatividade são algumas das importantes características que o radialista deve apresentar. Além disso, deve se expressar de modo a que os ouvintes compreendam claramente a mensagem que está sendo transmitida.

Somente por esses aspectos, pode-se mensurar a grandeza da atuação no rádio, razão pela qual se justifica a realização desta sessão solene, em que se homenageiam os profissionais radialistas.

E, nos tempos pós-modernos, é importante lembrar a ampliação do mercado de trabalho das emissoras radiofônicas propriamente ditas para as empresas de web rádio, que, por meio da Internet, transmitem programas on-line e outros, conforme as formas de publicação de conteúdos de áudio, vídeo ou fotos.

Sras. e Srs. Deputados, senhoras e senhores presentes, as transformações tecnológicas se têm refletido na carreira do radialista, imprimindo-lhe caráter sempre

7 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 269.2.53.O Tipo: Solene - CD Data: 07/11/2008 Montagem: 4171 atualizado, intenso e desafiador. Celebremos, pois, o Dia do Radialista com toda a cerimônia, relevância e respeito que cada um desses profissionais merece.

Era o que tinha a dizer em nome da Presidência da Casa e também pelo

PMDB.

Muito obrigado. (Palmas.)

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O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Com a palavra o nobre Deputado

Uldurico Pinto, que falará pelo PMN.

O SR. ULDURICO PINTO (Bloco/PMN-BA. Sem revisão do orador.) - Sr.

Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Sr. Carlos Alberto de Macedo Paz, Presidente do Sindicato dos Radialistas do Distrito Federal; Sr. Humberto Martins, Diretor da

Rádio Câmara da Câmara dos Deputados; Sr. Clodoaldo Andrade, Diretor da Rádio

Tupi FM de Brasília; Sr. Carlos Quirino dos Santos, Diretor da Rádio Capital AM de

Brasília; Sr. Deputado Ricardo Quirino, esta é uma data importante para a categoria.

Posso dizer com bastante profundidade, porque também fiz o curso de radialista e trabalho na área de comunicação, que me sinto honrado em falar para todos os telespectadores da TV Câmara e para os senhores presentes a esta homenagem, bem como aos internautas do Brasil e de outros países que estejam nos assistindo.

A profissão de radialista é bastante complexa, às vezes espinhosa, mas também muito bonita. Por isso, presto aqui a minha homenagem a todos os radialistas do País, de forma clara e inequívoca, e trago um abraço a todos os senhores.

Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, é com grande satisfação que participo desta sessão solene dedicada ao Dia do Rádio e do Radialista, comemorados, respectivamente, em 25 de setembro e 7 de novembro, em homenagem a 2 nomes que marcaram a história desse veículo de comunicação no nosso País — Edgar

Roquette-Pinto e Ary Barroso.

Edgar Roquette-Pinto fundou a primeira emissora do País — a Rádio

Sociedade do — em 1923. A transmissão radiofônica inaugural no

9 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 269.2.53.O Tipo: Solene - CD Data: 07/11/2008 Montagem: 4171

Brasil havia ocorrido um ano antes, no Rio de Janeiro. O fato se deu durante as comemorações do primeiro centenário da Independência do Brasil, quando o País promoveu uma grande feira internacional de ciências. Empresários americanos que participaram da feira trouxeram a então revolucionária tecnologia de radiodifusão, que era o assunto da época nos Estados Unidos.

Roquette-Pinto, médico de formação, professor, antropólogo, etnólogo e ensaísta brasileiro, intelectual que devotou a vida às artes, à cultura e à ciência, vislumbrou imediatamente o fantástico potencial daquele novo veículo de comunicação. Convenceu, então, a Academia Brasileira de Ciências a comprar os equipamentos e fundou a rádio que, 13 anos depois, seria doada ao Ministério da

Educação e ainda funciona com a denominação de Rádio MEC.

Ao criar a Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, Roquette-Pinto tinha em mente contribuir para a educação e a cultura dos brasileiros, ideário seguido até hoje pela

Rádio MEC. O papel da radiodifusão na sociedade, entretanto, rapidamente extrapolou os horizontes vislumbrados inicialmente pelo pioneiro Roquette-Pinto.

Naquela época, o rádio era o meio mais rápido de acesso à informação e a principal fonte de entretenimento para a população. Sua importância era tanta, que as décadas de 40 e 50 ficaram conhecidas como a Era do Rádio.

Eram tempos românticos, em que o rádio, então um aparelho pesado e de grandes dimensões, ocupava lugar de destaque na sala de visitas, e as famílias se reuniam em torno dele não somente para acompanhar o noticiário, mas também atraídos pelas radionovelas e programas de auditório, que obtinham enorme audiência.

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Foi nesse ambiente que floresceu o talento de Ary Barroso, um dos nossos maiores compositores populares, imortalizado por dezenas de canções que se notabilizaram pela grande riqueza rítmica e melódica. Além da sua obra-prima,

Aquarela do Brasil, Ary Barroso pintou musicalmente muitos outros retratos do País, definitivamente incorporados ao que há de melhor em nosso patrimônio musical.

Ary Barroso foi um homem do rádio na acepção mais plena do termo. A par de suas belas canções popularizadas pelo veículo, ele também comandou um famoso programa de calouros e se destacou pelo estilo original de suas narrações e comentários de futebol, referência até hoje para os profissionais que se dedicam a essa tarefa.

Quando a televisão nasceu, houve quem profetizasse o fim do rádio, como já houvera quem anunciasse o fim do jornal impresso com o advento da radiodifusão.

Nenhuma das previsões, no entanto, se confirmou. Hoje, quando o surgimento de novas e sofisticadas mídias acontece num ritmo cada vez mais acelerado, sabemos que elas não se excluem, mas interagem entre si.

O rádio não desapareceu, ao contrário, houve enorme ampliação do número de emissoras, mas o conteúdo da programação transmitida foi profundamente modificado. Atualmente há especialização da programação, visando a determinados nichos de audiência, o que mantém o rádio não apenas atual como presente no cotidiano de enorme parcela da população, que nele busca informação, cultura e entretenimento.

Hoje, pois, quando esta Casa realiza tão significativa sessão em comemoração ao Dia do Rádio e do Radialista, quero, em meu nome pessoal e em nome do meu partido, o PMN, saudar todos os que se dedicam a tão nobre profissão

11 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 269.2.53.O Tipo: Solene - CD Data: 07/11/2008 Montagem: 4171 e reverenciar a memória daqueles cujo brilhantismo fez com que escrevessem seu nome de forma indelével na história do rádio do País.

Que os patronos do rádio brasileiro, Edgar Roquette-Pinto e Ary Barroso, sirvam de exemplo e inspiração para todos os nossos radialistas.

Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Obrigado e parabéns, nobre Deputado

Uldurico Pinto, representante da Bahia.

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O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Com a palavra o ex-Deputado e autor do requerimento desta sessão solene, nosso companheiro e amigo Ricardo Quirino.

(Palmas.)

O SR. RICARDO QUIRINO - Sr. Presidente, nobre Deputado Laerte Bessa, nosso companheiro de luta no Distrito Federal; nobre Deputado Uldurico Pinto, que nos presenteou com um belo discurso; Sr. Carlos Alberto de Macedo Paes,

Presidente do Sindicato dos Radialistas do Distrito Federal; Sr. Humberto Martins,

Diretor da Rádio Câmara, da Câmara dos Deputados; Sr. Clodoaldo Andrade,

Diretor da Rádio Tupi FM de Brasília; Sr. Carlos José Quirino dos Santos, Diretor da

Rádio Capital AM e da Antena 9 FM, de Brasília; cumprimento todos os presentes, os radialistas, os convidados e aqueles que estão nos assistindo pela TV Câmara.

Sr. Presidente, autoridades e representantes que integram a Mesa, senhoras e senhores radialistas, amigos presentes, começo saudando os autores de textos e imagens, diretores, produtores, intérpretes, dubladores, locutores e cenógrafos da radiodifusão brasileira que compõem a grande categoria dos radialistas.

Nesta data, não posso deixar de fazer uma reflexão sobre a história do rádio, o berço dessa categoria que hoje é homenageada. Uma história cujo capítulo no

Brasil se inicia em 1913, quando foi instalado o primeiro transmissor de ondas de rádio, passa pelo dia da Independência do Brasil em 1922, data em que ocorreu oficialmente a primeira transmissão de rádio, e avança até a 2ª Guerra Mundial, que fez surgir o radiojornalismo, cuja marca maior foi o famoso Repórter Esso, que todos recordamos, claro.

A partir dos anos 1940, o rádio passou a ser o palco inicial e principal de grandes nomes da nossa música, como Carmem Miranda, Silvio Caldas, ,

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Moreira da Silva, Orlando Silva, Emilinha Borba e Marlene, artistas brasileiros que, graças ao trabalho de conhecidos e anônimos radialistas, imortalizaram a carreira no cenário nacional.

Sr. Presidente, diretores que compõem a Mesa, convidados, amigos, senhoras e senhores, do rádio para o radialista, o grande motivo desta homenagem, rememoro os homens do passado que construíram a história do rádio brasileiro. Não podemos esquecer os nossos mestres. Seus exemplos e suas nuanças marcam os radialistas de hoje.

Eu mesmo, que trago no peito, na voz e na conduta o orgulho de ser radialista, sou grato a esses homens que construíram a história. Começo então saudando a memória de Edgar Roquette Pinto, o pai da radiodifusão no Brasil, fundador da primeira emissora de rádio, a Rádio Sociedade, homem cuja visão antecipava o uso do rádio como difusor de cultura popular, entre tantos outros que fizeram nossa história e merecem destaque. A Era do Rádio apresentou como grande astro Vital Fernandes da Silva, o Nhô Totico, que permaneceu no ar por 30 anos e chegou a apresentar, de modo improvisado, 2 programas ao vivo.

A importância do trabalho de todos se traduziu na necessidade da regulamentação dessa atividade, que ocorreu através da Lei nº 6.615, de 1978, e com o Decreto nº 84.134, de 1979, que a regulamentou, ampliando o conceito de radialista do mundo do rádio para todo o sistema de radiodifusão, que assim abrange também a televisão.

E assim como na tecnologia, no reconhecimento e na legislação, também houve avanço na formação do radialista, cujos cursos hoje primam pela ética, pela qualidade e pela técnica diante de um ouvinte cada vez mais exigente, de modo que

14 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 269.2.53.O Tipo: Solene - CD Data: 07/11/2008 Montagem: 4171 o Brasil de hoje pode se orgulhar dos seus milhares de bons radialistas.

Silvio Santos e — não precisamos fazer comentários, porque os mais velhos os conhecem e os mais novos conhecem pelo menos a história deles — são nomes que marcaram gerações e ocuparam espaços. O mundo da política também tem seus nomes nessa história da comunicação. Parlamentares e governantes trazem em seus currículos o fato de serem radialistas.

Eu, particularmente, comentava com o Diretor da Rádio Câmara e o

Presidente do Sindicato dos Radialistas que nosso maior radialista é o ilustríssimo

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, cujo programa Café com o Presidente é líder de audiência. Então, os Parlamentares, os políticos, todos estamos envolvidos nessa situação.

Muita coisa mudou ao longo desses 70 anos, muito se melhorou, mas, paralelamente, algo tem se perdido. Recentemente Francisco Djacyr Silva de Souza, no portal Observatório de Imprensa, trouxe uma reflexão sobre o destino dos radialistas das rádios AM, que sofrem com a falta de apoio dos órgãos de publicidade e o desprezo dos novos aparelhos de mídia, como Mp4, Ipod e Mp3, equipamentos de som desprovidos da faixa AM.

Diante desses fatos, fazemos questão de ressaltar que é o trabalho dos radialistas e das rádios AM que, pela amplitude, rompe o silêncio do nosso continental País e desbrava com suas vozes as matas, as florestas, os rios e os mares, levando informação a lugares onde a energia elétrica ainda não se faz presente em pleno século XXI.

Cumpre-me parabenizar todos os radialistas e todos os técnicos que fazem a radiodifusão e da radiodifusão um instrumento de comunicação sempre atual, além

15 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 269.2.53.O Tipo: Solene - CD Data: 07/11/2008 Montagem: 4171 de afirmar a nossa disposição de colaborar na concretização dos interesses da categoria, tanto no cenário político quanto no dia-a-dia do exercício do radialista.

Quero fazer um comentário. Tenho verdadeira paixão pelo rádio e muito respeito pelos radialistas, em todos os sentidos. Um dos primeiros presentes que recebi foi um rádio de pilha, que sempre me acompanhou. Até hoje — vou revelar uma particularidade — durmo ouvindo rádio. O rádio fica tocando, e eu adormeço.

Na adolescência, eu sempre dava um jeito de estar dentro de uma emissora de rádio, participando de programas, e ganhava muitos prêmios. Às vezes, eu estava ouvindo um programa de rádio, e o radialista ou locutor lançava um concurso ou prêmio: “Olha, ligue pra cá agora. Vou tocar o trecho de uma música e quem souber o nome da música e o nome do cantor e ligar pra cá vai ganhar uma camisa”. Eu já ficava perto do orelhão, numa padaria que havia perto de casa; quando tocava a música, eu pegava o orelhão: “Olha, o cantor é esse e a música é essa”. E ouvia:

“Ganhou o Ricardo!” Passava para outra rádio. “Vou tocar aqui a música”. Eu já estava lá com o radinho de pilha no orelhão. Eu acompanhava toda a programação.

A propósito, gostaria de lembrar que o rádio perdeu Haroldo de Andrade, um de seus maiores representantes, falecido, cujo programa na Rádio Globo é considerado o melhor na América Latina. Ele inventou o “Musifone”, que promovia a participação do ouvinte por meio do telefone. Nós não podemos esquecer personagens como esse.

Sr. Presidente, hoje estamos aqui, tendo em vista nossa paixão pelo rádio. O radialista é a radiodifusão pelo Brasil. O radialista é a radiodifusão para os brasileiros.

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Parabéns a todos os radialistas em todo o Brasil, a todos os que nos acompanham agora e a todos os que fazem parte, direta ou indiretamente, do rádio neste imenso País.

Muito obrigado. (Palmas.)

O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Parabéns, Deputado Ricardo Quirino, pela realização desta sessão solene em homenagem ao Dia do Radialista.

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O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Concedo a palavra ao Sr. Carlos

Alberto de Macedo Paes, Presidente do Sindicato dos Radialistas do Distrito

Federal, representando os radialistas do País. (Palmas.)

O SR. CARLOS ALBERTO DE MACEDO PAES - Sr. Presidente, é uma honra estar aqui, uma satisfação imensa representar os radialistas brasileiros.

Cumprimento os Parlamentares aqui presentes, as senhoras e os senhores que assistem a esta sessão solene.

O orgulho de representar a classe dos radialistas é muito maior, porque o faço com a satisfação de um radialista convicto. Trabalho em rádio há 34 anos. Sou jornalista, mas a minha paixão é o rádio — sou radialista por convicção. A história do rádio já foi mencionada pelos Srs. Deputados nos seus pronunciamentos. É claro que poderíamos falar muito mais de outras pessoas que fizeram a história do rádio como o maior veículo de comunicação e o mais democrático de todos eles.

Nós vivemos num país onde as pessoas, na maioria, ganham até 3 salários mínimos — talvez cerca de 90% da população. Essa população não tem o direito de ler jornais ou revistas, de assistir a televisão ou ter computador. Portanto, sem dúvida, o rádio é o maior veículo de comunicação, e também o mais democrático.

Com 10 reais, em qualquer esquina, qualquer brasileiro pode adquirir um pequeno rádio. E não é preciso ficar parado diante do rádio; ele dá à pessoa a liberdade de estar deitada, de caminhar pela cidade ou de fazer seu cooper. Ele traz a notícia no momento. Enfim, é um veículo fantástico.

Eu poderia ficar falando muito tempo sobre o rádio, pelo carinho e pelo amor que tenho pela profissão que exerço. Hoje, somos em torno de 150 mil radialistas no

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País. Na verdade, esse universo é muito maior, uma vez que muita gente trabalha sem registro e até mesmo de forma clandestina.

Sabemos das dificuldades que enfrentamos. Estamos fazendo um trabalho para que o radialista no Brasil tenha uma bagagem política que lhe passe a idéia exata de sua importância para o País. O rádio é tão importante que o Presidente da

República o escolheu para dar seu recado à população todas as manhãs de segundas-feiras. Ele sabe o tipo e a dimensão do público que está atingindo. O rádio

é um veículo de comunicação tão democrático que o pobre pode ter e o rico também. Ele é tão importante, que cada um de nós, certamente, possui de 2 a 3 rádios: o rádio do carro, o rádio-relógio, o radinho de pilha, o radinho da secretária que faz os afazeres de casa com ele ligado.

Por tudo isso, estou aqui dizendo de minha alegria e de minha satisfação em ser radialista. Por meio da Rádio Câmara e da TV Câmara, mando um abraço a todo o Brasil, a essa classe que precisa ser olhada com carinho, devido às inúmeras dificuldades que enfrenta.

Por exemplo, há quem pense que o radialista que é líder sindical tem garantia no emprego ou coisa parecida. Isso é balela, mentira. Se de fato fosse assim, nós não teríamos 2 sindicalistas, companheiros nossos, demitidos, como aconteceu ano passado em Brasília.

Sr. Presidente, serei breve.

Para não esquecer, anotei alguns tópicos que considero extremamente relevantes.

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Lutamos pela carteira nacional de radialista profissional. O projeto está na

Casa, e esperamos que, num futuro próximo, possamos exibir com orgulho nossa carteira de radialista.

Fala-se em radialista e pensa-se logo em rádio. Mas radialista não é apenas aquele que atua no rádio. Temos radialistas também na televisão. São 90 funções regulamentadas, entre elas a de locutor, operador de rádio e de câmara, produtor, sonoplasta, editor de imagem, técnico em manutenção de transmissores, comentarista, apresentador de TV.

Realizamos um trabalho de conscientização da importância do radialista para o País, desde o que trabalha na Capital Federal até o que atua no interior. Muitas vezes o radialista ajuda o Governo Federal e local na difusão de uma série de campanhas. Portanto, ele deve se conscientizar da sua força e do que representa e pode representar para a Nação.

Lutamos pela democratização dos meios de comunicação. Queremos participar das discussões a respeito das concessões. Defendemos a pulverização, para fugir do sistema monopolizado por algumas famílias. Queremos melhorar e diversificar a programação. As emissoras de rádio e TV podem, sem dúvida, prestar um grande serviço — elas já o prestam, mas podem melhorar — à medida que fizerem algo em benefício do povo, não apenas visando ao lucro, mas ao bem-estar e ao desenvolvimento da Nação.

Queremos difundir a cultura deste País. Temos enorme diversidade cultural e precisamos olhar com carinho esse fato, porque muita coisa que se faz em

Pernambuco não é divulgada, mas muita coisa feita em São Paulo é divulgada para

20 CÂMARA DOS DEPUTADOS - DETAQ REDAÇÃO FINAL Número Sessão: 269.2.53.O Tipo: Solene - CD Data: 07/11/2008 Montagem: 4171 o resto do País e, de repente, não é tão interessante naquele momento para a população pernambucana.

Enfim, temos muito o que fazer. Nesse contexto, consideramos importantíssima a criação da EBC, um sistema público de comunicação que tem de ser transparente, claro e voltado para o cidadão. Caso isso venha a acontecer, certamente, melhoraremos a condição de vida do trabalhador e levaremos a ele todo o conhecimento, para que, de fato, se sinta inserido no contexto político do País.

Obrigado, Sr. Presidente; obrigado, Deputado Ricardo Quirino, por ter lutado pela realização desta sessão solene; obrigado a você, radialista, que faz ou tenta fazer, por meio da comunicação, este um país melhor. E nós acreditamos que ele pode ser melhor, assim como acreditamos que o radialista pode dar essa contribuição.

Obrigado a todos. (Palmas.)

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O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Obrigado, Sr. Carlos Alberto de

Macedo Paes, Presidente do Sindicato dos Radialistas do Distrito Federal.

Anuncio a presença do amigo Ednewton Viana Araújo, Subsecretário de

Relações Institucionais do Governo do Distrito Federal, aqui representando o

Governador José Roberto Arruda. (Palmas.)

Agradeço ao Sr. Humberto Martins, Diretor da Rádio Câmara; ao Sr.

Clodoaldo Andrade, Diretor da Rádio Tupi FM, de Brasília; ao Sr. Carlos José

Quirino dos Santos, Diretor da Rádio Capital AM, de Brasília; e a todos que vieram até aqui prestigiar o evento, basicamente familiares dos radialistas.

Mais uma vez, agradeço ao companheiro Ricardo Quirino a iniciativa de propor esta homenagem.

Quero parabenizar o Presidente da Casa, Deputado Arlindo Chinaglia, que gentilmente nos proporcionou a realização desta justa solenidade.

Muito obrigado.

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V - ENCERRAMENTO

O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Nada mais havendo a tratar, vou encerrar a sessão.

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O SR. PRESIDENTE (Laerte Bessa) - Está encerrada a sessão.

(Encerra-se a sessão às 15h48min.)

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