BALDUINIA. n. 22, p. 09-14, 15-V-2010

ANATOMIA DA MADEIRA DE FARNESIANA (L.) WIGHT & ARN.I

JOSÉ NEWTON CARDOSO MARCHIORF

RESUMO A madeira de Vachelliafarnesiana (L.) Wight & Arn. é anatomicamente descrita, com base em amostras procedentes do Rio Grande do Sul. A estrutura anatômica assemelha-se ao descrito para Vachelia caven e V ibirocayensis, aliando fibras não septadas e de paredes espessas, contrastantes com o parênquima axial, a séries parenquimáticas de 2, raro 3 células. A identificação de Vachellia farnesiana requer o exame de caracteres quantitativos, salientando-se o comprimento de elementos vasculares, o diâmetro dos cristais no parênquima axial e a freqüência de raios. Palavras-chave: Vachelliafarnesiana, Acaciafarnesiana, , Leguminosae , anatomia da madeira.

SUMMARY [ anatomy of Vachelliafarnesiana (L.) Wight & Am.]. The wood anatomy of Vachellia farnesiana (L.) Wight & Am. is furnished, based on samples from Rio Grande do Sul state, Brazil. The anatomical structure agrees with literature references to the of Vachellia caven and V ibirocayensis, joining thick walled non-septate fibres with axial parenchyma series composed by 2, rarely 3 cells. The identification of Vachellia farnesiana also requires the exarnination of some quantitative features, including vascular elements lenght, chrystals size and frequency of rays. Key words: Vachelliafarnesiana, Acaciafarnesiana, Fabaceae, Leguminosae Mimosoideae, wood anatomy.

INTRODUÇÃO Galasso, 2008), O nome científico válido para a Descrita inicialmente por Linnaeus (Mimo- espécie passa a ser Vachellia farnesiana (L.) sa farnesiana L.), a espécie em estudo figura Wight & Am. A respeito do epíteto específico, em importantes monografias botânicas como cabe informar que ele presta homenagem ao Acacia farnesiana (L.) Willd. (Burkart, 1979; Cardeal Famese, introdutor da espécie na Itá- Cialdella, 1984; Izaguirre & Beyhaut, 2003; lia, no ano de 1611 (Black, 1964). Lorenzi, 1998), binômio amplamente utilizado Originária das Antilhas e norte da América ao longo do século XX, mesmo após a criação do Sul (Burkart, 1979), Vachellia farnesiana do gênero Vachellia (Wight & Am., 1834), do também ocorre naturalmente em formações qual é a espécie tipo. semidecíduas de terrenos calcários e pedrego- Recentemente, com a segregação do gênero sos no Pantanal Matogrossense (Lorenzi, 1998), Acacia (Toum.) Miller e conseqüente reabilita- bem como no Paraguai, e Uruguai ção de Vachellia (Seigler & Ebinger, 2006), tra- (Izaguirre & Beyhaut, 2003). No Rio Grande tamento seguido por diversos autores contem- do Sul, a espécie parece não ocorrer natural- porâneos (Kodela & Wilson, 2006; Banfi & mente, posto que Sobral et aI. (2006) não a in- cluem em sua robusta obra sobre a flora arbórea e arborescente do Estado; o gênero Vachellia, deste modo, abrangeria apenas duas espécies I Recebido em 12-V-2009 e aceito para publicação em 23-X-2009. nativas na flora gaúcha: Vachellia caven (MoI.) 2 Engenheiro Florestal, Dr., bolsista de Produtividade em Seigler & Ebinger, o popular espinilho, e V. Pesquisa (CNPq - Brasil), Professor Titular do Depar- ibirocayensis (Marchiori) Deble & Marchiori, tamento de Ciências Florestais, Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, RS, Brasil. mar- de ocorrência restrita à região do Ibirocai, no [email protected] Planalto da Campanha.

9 Muito ornamental, por sua vistosa floração, -Marchiori n. 962, 30-I1I-1989; Jaguari, RS Vachelliafarnesiana é cultivada em muitas par- (cultivada); xiloteca UFPR, n. 1505. tes do mundo e, no sul da França (Cote d' Azur) Das amostras de madeira foram extraídos 3 e Argélia, para a obtenção de "farnesol", óleo corpos-de-prova da parte mais externa do lenho, essencial de aroma idêntico ao da violeta, com orientados para a obtenção de cortes nos três largo emprego na perfuraria (Pio Corrêa, 1984). planos anatômicos. Do mesmo material também Cultivada em regiões tropicais e subtropicais do se obteve outro corpo-de-prova, destinado à mundo, a planta é conhecida por rica sinonímia maceração. popular, destacando-se, no Brasil e região pla- Os corpos-de-prova foram amolecidos por tina, os seguintes nomes: esponjeira (Burkart, fervura em água e seccionados em micrótomo 1979); coroa-christi, coronacris, esponja (Pio de deslizamento, regulado para a obtenção de Corrêa, 1984); espinillo (Burkart, 1978); tusca, cortes com espessura nominal de 20 !!m. Usou- aromita e aromo (Cialdella, 1984). se coloração com acridina-vermelha, crisoidina Árvore pequena (até 7m) e espinhenta, de e azul-de-astra, desidratação em série alcoólica tronco curto e tortuoso, a espécie em estudo pro- crescente (25%, 50%, 75%, 90%, 95%, duas duz madeira dura, muito pesada (1,04 g/cm3) e vezes álcool absoluto), passagem dos cortes em de odor agradável (Lorenzi, 1998), com alburno xilol e montagem permanente, com Entellan. No branco-amarelado e cerne castanho-aver- caso do macerado, seguiu-se o método de Jeffrey melhado, com veios longitudinais escuros. De (Burger & Richter, 1991); para coloração, usou- boa durabilidade natural, contém de 7 - 13 % se apenas safranina 1% e, na montagem de lâ- de tanino, sendo comumente utilizada para le- minas, a mesma resina anteriormente citada. nha, carvão e cabo de ferramentas; troncos de As descrições anatômicas seguem a norma dimensões adequadas, todavia, servem para Copant (1973), com as alterações propostas por dormentes, construção civil, esteios e corroçaria Burger (1979). (Pio Corrêa, 1984). As fotografias de detalhes anatômicos (Fi- Para o gênero Vachellia, a literatura guras 1 e 2) foram tomadas em aparelho Carl anatômica dispõe de referências e/ou descrições Zeiss, no Laboratório de Anatomia da Madeira, das madeiras de V caven (Cozzo, 1951; Mar- da Universidade Federal do Paraná. Usou-se fil- chiori, 1980, 1992; Tortorelli, 1956; me Neopan, ASA 100; as ampliações foram fei- Wiedenbrug, 1948) e V ibirocayensis (Mar- tas em papel fotográfico Kodabromid F-3 bri- chiori, 1993), tratadas, ambas as madeiras, como lhante. pertencentes ao gênero Acacia. Ainda não estu- dada, a partir de amostras da região, o presente DESCRIÇÃO DA MADEIRA trabalho visa a descrever os caracteres gerais, Caracteres gerais: macroscópicos e microscópicos da madeira de Cerne e alburno distintos; alburno estreito, Vachellia farnesiana, bem como comparar sua amarelo-palha (RUE 2.5 Y 8/4) e cerne mar- estrutura anatômica com a de espécies afms. rom-avermelhado claro (RUE 5 YR 6/4). Ma- deira macia ao corte transversal manual, de tex- MATERIAL E MÉTODOS tura fina, grã inclinada a revessa, sem odor ca- O material estudado consiste de duas amos- racterístico; figura resultante do arranjo do tras de madeira, coletadas pessoalmente pelo parênquima axial e fibras, em faixas tangenciais. autor e anexadas a coleções, com os seguintes registros: Caracteres macroscópicos: - Marchiori, s/n, 28-IX-1985; pátio da Igre- Parênquima axial: visível a olho nu, abun- ja São José (cultivada), Santa Maria, RS; RDCF dante e paratraqueal zonado, compondo faixas 1835. irregulares de orientação predominantemente

10 tangencial, menos tipicamente paratraqueal 14 - 20 - 30 !!m de largura. Séries paren- vasicêntrico, aliforme e confluente. quimáticas de 193 - 252 - 313 !!m de altura e Raios: visíveis a olho nu em plano transver- 13 - 25 - 50 !!m de largura, geralmente com 2, sal, finos, pouco numerosos. Em plano menos comumente 3 ou 4 células. Cristais tangencial, visíveis sem dificuldade sob lente, romboédricos de oxalato de cálcio de aproxi- baixos, não estratificados. Espelhado pouco madamente 25 !!m de comprimento, em séries contrastado. de numerosas câmaras, presentes tanto na peri- Poros: invisíveis a olho nu, pouco numero- feria das faixas de parênquima axial, como dis- sos, de diâmetro pequeno, em múltiplos radiais persas no tecido fibroso; cristais romboédricos e em cachos. Linhas vasculares irregulares, por maiores (até 80 !!m), em séries de 2 - 6 vezes obstruídas por conteúdo vermelho-escu- idioblastos, dispostos em posição semelhante ro, no cerne. (Figuras lB, C; 2A, B). Camadas de crescimento: indistintas. Raios: numerosos a muito numerosos (6 - 9 Outros caracteres: canais secretores axiais, - 11/mm), compondo 17,3% do volume da ma- máculas medulares, líber incluso, listrado de deira. Tecido radial homogêneo, composto in- estratificação e canais secretores horizontais, teiramente de células horizontais (Figura 2A, ausentes. B). Raios de relacionamento normal; raios agre- gados e fusionados, ausentes (Figura 2C, D). Caracteres microscópicos: Raios unisseriados, pouco freqüentes (15,7% do Vasos: muito numerosos (17 - 32 - 56/mm2), total); extremamente finos (5 - 8,6 - 14 !!m), ocupando aproximadamente 14% da seção muito baixos (20 - 76 - 155 !!m), com 1 - 6 - transversal da madeira. Poros pequenos (55 - 13 células de altura. Os multisseriados, em sua 94 - 128 !!m), de seção oval e paredes finas (2,5 maioria com mais de 4 células de largura - 3 - 4,5 !!m), em distribuição difusa, não uni- (35,8%), menos comumente bi (17,5%), tri forme. Poros solitários e em numerosos múlti- (16%) e tetrasseriados (14%); muito baixos a plos radiais e cachos (Figura IA). Elementos baixos (95 - 258 - 543 !!m), com 9 - 19 - 40 vasculares muito curtos (140 - 221 - 280 !!m), células de altura, e de finos a estreitos (14 - 42 com placas de perfuração simples, tendentes a -75 !!m), com até 8 células de largura. Células transversais. Apêndices ausentes ou curtos (12 cristalíferas, envolventes, eretas, esclerosadas, - 34 - 78 !!m),em uma (Figura lD) ou em ambas latericuliformes, oleíferas e quadradas, ausen- as extremidades. Espessamentos espiralados, tes. ausentes. Ponto ações intervasculares alternas, Fibras: ocupando cerca de 42% do volume ovais ou poligonais, pequenas a médias (6,5 - 7 da madeira, distribuídas em faixas irregulares, - 8 !!m), ornamentadas; abertura lenticular, ho- alternadas com o parênquima axial. Fibras rizontal ou oblíqua, geralmente coalescente a libriformes, não septadas, frequentemente ge- numerosas pontoações. Pontoações raio- latinosas e com pontoações simples, diminutas; vasculares e parênquimo-vasculares, pequenas muito curtas até curtas (740 - 953 - 1170 !!m), e arredondadas, semelhantes às intervasculares. estreitas (11 - 14 - 20 !!m) e de paredes delga- Goma, presente em numerosos vasos, no cerne; das (1,8 - 3,4 - 4,4 !!m). tilos, ausentes. Outros caracteres: canais secretores, tubos Parênquima axial: abundante, representan- laticíferos e taniníferos, líber incluso, máculas do cerca de 27% do volume da madeira; medulares e estratificação, ausentes. Anéis de paratraqueal, em faixas tangenciais e, com me- crescimento demarcados por ligeira redução no nor importância, nos arranjos vasicêntrico, diâmetro radial de fibras, parênquima axial e aliforme e confluente (Figua IA, B). Células elementos vasculares, em estreita linha termi- fusiformes, de 178 - 226 - 270 !!m de altura e nal (Figura IA).

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FIGURA 1 - Aspectos anatômicos da madeira de Vachellia jamesiana. A - Limite de anel de crescimento (setas), porosidade difusa e poros solitários ou em curtos múltiplos (seção transversal). B - Vaso (V), parênquima axial (PA), fibras (F) e macrocristal (C) em idioblasto (seção transversal). C - Fibras e macrocristal (seta), em detalhe (seção transversal). D - Elemento vascular com placas de perfuração simples e apêndice em uma das extremidades (macerado). Escalas = 16 f.l.m(C, D); 40 f.l.m(B); 125 f.l.m(A).

12 FIGURA 2 - Aspectos anatômicos da madeira de Vachelliafarnesiana. A - Raios homogêneos e idioblastos com grandes cristais de oxalato de cálcio (seta) no parênquima axial (seção longitudinal radial). B - Raios homogêneos e séries axiais de idioblastos cristalíferos (seta), em seção longitudinal radial. C - Aspecto geral da madeira, em seção longitudinal tangencial. D - Raios multisseriados largos, vasos (V) e parênquima axial (PA), em seção longitudinal tangencial. Escalas = 40 Ilm (B); 54 flm (D); 125 Ilm (A, C).

13 ANÁLISE DA ESTRUTURA ANATÔMICA COPANT. Comissão Panamericana de Normas Téc- A presença de fibras não septadas e de pare- nicas. Descrição macroscópica, microscópica e des espessas, aliado a parênquima axial abun- geral da madeira - Esquema I de recomenda- dante e de paredes contrastantemente finas, com- ção. Colômbia, 1973. 19 p. (COPANT 30). posto por séries de 2, raro 3 células, são deta- COZZO, D. Anatomia deI leoo secundario de las lhes comuns a Vachellia farnesiana, V. caven e leguminosas mimosoideas y caesalpinoideas ar- V. ibirocayensis. Este conjunto de caracteres gentinas silvestres y cultivadas. Rev. Inst.Nac. Invest. Ci. Nat. C. Bot., v.2, n.2, p. 63-290, 1951. anatômicos, de alto valor diagnóstico, permite IZAGUIRRE, P.; BEYHAUT, R. Las Leguminosas uma fácil identificação de Vachellia, distinguin- en y regiones vecinas. Montevideo: do suas espécies de todas as outras do antigo Editorial Hemisfério Sur, 2003. 301 p. gênero Acacia, nativas no Rio Grande do Sul. KODELA, P.J.; WILSON, P.G.New combinations in De Vachelia caven, a espécie em estudo se- the genus Vachellia (Fabaceae: Mimosoideae) para-se por ter elementos vasculares mais lon- fromAustralia. Telopea,v. 11,n. 2, p. 233-244, 2006. gos (221 f-Lm;167 f-Lmem V.caven) e raios mais LORENZI, H. Árvores brasileiras. Manual de iden- numerosos (9/mm; 6/mm em V. caven); em tificação e cultivo de plantas arbóreas do Brasil. ambas as espécies, todavia, predominam raios Nova Odessa: Editora Plantarum, 1998. p. 158. com mais de 4 células de largura e cristais MARCHIORI, J.N.C. Estudo anatômico do xilema romboédricos grandes no parênquima axial (até secundário e da casca de algumas espécies dos 80 f-Lm).Vachellia ibirocayensis, por sua vez, gêneros Acacia e Mimosa, nativas no Estado distingue-se das outras duas pelos raios predo- do Rio Grande do Sul. Curitiba: Universidade minantemente unisseriados e por ter apenas cris- Federal do Paraná, 1980. 225 p. Dissertação de tais romboédricos pequenos no parênquima Mestrado (Curso de Pós-Graduação em Enge- axial (cerca de 25 f-Lm). nharia Florestal). MARCHIORI, J.N.C. Anatomia da madeira e casca do espinilho, Acacia caven (MoI.) MoI. Ciência REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Florestal, Santa Maria, v. 2, n. 1, p. 27-47,1992. BANH, E; GALASSO, G. New combinations in MARCHIORI, J.N.C. Estudo anatômico do xilema Vachellia Wight & Am., formerly Acacia Mill. secundário de Acacia ibirocayensis Marchiori s.s. (Fabaceae). Atti SocoIt. Sci. Nat. Museo Civ. (Leguminosae Mimosoideae). Ciência e Natura, Stor. Nat. Milano, v. 149, n. 1, p. 149-150,2008. Santa Maria, n. 15, p. 149-159, 1993. BLACK, J.M. Flora of South Australia. Adelaide: PIO CORRÊA, M. Dicionário das plantas úteis do Government Printer, 1964.683 p. Brasil e das exóticas cultivadas. Rio de Janei- BURGER, L.M. Estudo anatômico do xilema secun- ro: Imprensa Nacional, 1984. v. 2. 707 p. dário de sete espécies do gênero Dalbergia - SEIGLER, D.S.; EBINGER, J.E. New combinations Leguminosae Faboideae. Curitiba, Universida- in the genus Vachellia (Fabaceae: Mimosoideae) de Federal do Paraná, 1979. 184 p. Dissertação from the New World. Phytologia, n. 87, p. 139- de Mestrado (Curso de Pós-Graduação em En- 178,2006. genharia Florestal). SOBRAL, M.; JARENKOW, J.A; BRACK, P.; BURGER, L.M.; RICHTER, H.G. Anatomia da ma- IRGANG, B.; LAROCCA, J.; RODRIGUES, deira. São Paulo: Editora Nobel, 1991. 154 p. R.S. Flora arbórea e arborescente do Rio Gran- BURKART, A. Leguminosas. In: DIMITRI, M.J. de do Sul, Brasil. São Carlos: RiMa: Novo Am- Enciclopedia argentina de Agricultura y biente, 2006. 350 p. Jardineria. Buenos Aires: ACME, 1978. v. 1. TORTORELLI, L. A Maderas y bosques argenti- p.467-538. nos. Buenos Aires: ACME, 1956. 91Op. BURKART, A. Leguminosas Mimosóideas. In: WIEDENBRUG, W. Maderas chilenas. Contri- REITZ, P.R. Flora Ilustrada Catarinense. Itajaí: buición a su anatomia y identificación. Lilloa, Herbário Barbosa Rodrigues, 1979.299 p. Tucumán, n. 16, p. 262-375, 1948. CIALDELLA, AM. E1géneroAcacia en la Argenti- WIGHT, R.; ARNOTT, G. Prodromus Florae na. Darwiniana, San Isidro, v. 25, n. 1-2, p. 59- Peninsulae Indiae Orientalis. London, 1834. 111,1984. p.272.

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