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GOVERNO DO ESTADO DE SECRETARIA ESTADUAL DE SAÚDE SECRETARIA EXECUTIVA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

2013

Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde Diretoria Geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Vigilância em Saúde Gerência de Monitoramento e Avaliação da Vigilância em Saúde

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Pernambuco 2013 Governador de Pernambuco Eduardo Henrique Accioly Campos

Vice- governador João Soares Lyra Neto

Secretário Estadual de Saúde Antônio Carlos dos Santos Figueira

Chefe de Gabinete Humberto Antunes Assessora do Gabinete Joanna Freire Secretária Executiva de Coordenação Geral Ana Paula Menezes Soter Secretário Executivo de Vigilância em Saúde Eronildo Felisberto Secretária Executiva de Atenção à Saúde Tereza de Jesus Campos Neta Secretária Executiva de Regulação em Saúde Adelaide Caldas Cabral Secretária Executiva de Gestão de Pessoas e Educação em Saúde Cinthia Kalyne de Almeida Alves Secretário Executivo de Administração e Finanças Jorge Antonio Dias Correia de Araújo Superintendência de Comunicação Thiago Nunes

Secretário Executivo de Vigilância em Saúde Eronildo Felisberto Assessoria do Gabinete SEVS Ana Cláudia Simões Cardoso Ana Coelho de Albuquerque Diretora Geral de Informações e Ações Estratégicas da Vigilância Epidemiológica Patrícia Ismael de Carvalho Gerência de Informações Estratégicas Romildo Siqueira de Assunção Coordenação do Sinan Andréa Barbosa Coordenação do Cievs Patrícia Lima Coordenação de Vigilância Epidemiológica em Âmbito Hospitalar Maria do Carmo Rocha Gerência de Monitoramento e Vigilância de Eventos Vitais Cândida Correia Coordenação do Sinasc Idalacy Barreto Coordenação do SIM Bárbara Figueiroa Gerência da Rede SVO Bárbara Araújo Diretora Geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Vigilância em Saúde Luciana Caroline Albuquerque Bezerra Gerência de Monitoramento e Avaliação em Saúde Juliana Martins Coordenação de Monitoramento e Avaliação da Vigilância em Saúde Monik Duarte Coordenação de Análise e Disseminação da Informação em Saúde Tereza Farias Gerência de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção à Saúde Marcella Abath Coordenação de Mobilização Comunitária e Promoção de Modos de Vida Saudáveis Isabella Paes Coordenação de Vigilância de Acidentes e Violência Sandra Luzia Souza Gerência de Atenção à Saúde do Trabalhador Denise Timóteo Diretora Geral de Controle de Doenças e Agravos Roselene Hans Santos Assessoria da Diretora Geral de Controle de Doenças e Agravos Sílvia Cabral Gerência de Prevenção e Controle da Aids e outras DST François Figueiroa Coordenação de Prevenção de DST Djair Sena

Coordenação de Prevenção e Controle da Aids Khaled Almahnoud Coordenação de Prevenção das Hepatites Adriana Cavalcante Coordenação de Vigilância Ambiental de Riscos Ambientais Danielle Ferreira Gerência de Doenças Transmitidas por Micobactérias Ana Lúcia Souza Coordenação do Programa de Controle da Tuberculose Nadianara Araújo Coordenação do Programa de Controle da Hanseníase Raíssa Alencar Gerência de Prevenção e Controle das Zoonoses, Endemias e Riscos Ambientais Bárbara Morgana Coordenação de Prevenção da Leishmaniose, Raiva e Peste Francisco Duarte Coordenação de Prevenção da Esquistossomose Gabriella Murakami Coordenação de Vigilância de Chagas, Tracoma e Malária Gênova Azevedo Coordenação de Prevenção da Dengue e Febre Amarela Claudenice Pontes Gerência de Prevenção e Controle dos Agravos Agudos Nara Melo Coordenação de Doenças Imunopreveníveis Ana Antunes Fonseca Coordenação de Doença de Veiculação Hídrica e Alimentar Camila Vasconcelos Diretor Geral do Laboratório Central de Saúde Pública - LACEN Ovídio Araripe Diretor da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária - APEVISA Jaime Brito

Apoio Administrativo Camila Moura José Everaldo Bezerra Júnior Marta Ximenes Ricardo Alex de Lima Sóstenes Marcelino da Silva Junior Wanessa Cristina de Souza

Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco, Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde. Diretoria Geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Vigilância em Saúde. Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco. Pernambuco, maio de 2013.

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco:

Elaboração: Tereza Ignês da Silva Farias, Isabela Maciel de Sousa Silva, Juliana Martins B. S. Costa.

Colaboração: Equipes técnicas da Diretora Geral de Informações e Ações Estratégicas em Vigilância Epidemiológica, Diretoria Geral de Controle de Doenças e Agravos, Diretoria Geral de Promoção, Monitoramento e Avaliação da Vigilância em Saúde. Revisão: Luciana Caroline Albuquerque Bezerra, Juliana Martins B. S. Costa, Paula R. Luna de Araújo Jácome. Diagramação: Rafael Azevedo de Oliveira. LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

ANS - Agência Nacional de Saúde ARV - Antirretrovirais ATT - Acidentes de Transporte Terrestre AZT - Azidotimidina BPN - Baixo peso ao nascer Cerest - Centros Regiões de Saúde do Trabalhador CI - Coeficientes de Incidência CMG - Coeficiente de Mortalidade Geral CMI - Coeficiente de Mortalidade Infantil Compesa - Companhia Pernambucana de Saneamento DAC - Doenças do Aparelho Circulatório DAD - Doenças do Aparelho Digestivo DAGU - Doenças do Aparelho Geniturinário DANT - Doenças e Agravos Não Transmissíveis DAR – Doenças do Aparelho Respiratório DC - Dengue clássico DCC - Dengue com complicação DCNT - Doenças Crônicas Não Transmissíveis DETRAN-PE - Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco DIP - Doenças Infecciosas e Parasitárias DM - Doença Meningocócica DN - Declaração de Nascido Vivo DO - Declaração de Óbito DORT - Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho DSOH - Doenças do Sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos e alguns Transtornos Imunitários DTA - Doenças Transmitidas por Alimentos FHD - Febre hemorrágica da dengue GPP - Gravidez, Parto e Puerpério GT - Grupos Técnicos HIV - Vírus da Imunodeficiência Humana HV - Hepatites Virais IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IDB - Indicadores e Dados Básicos para a Saúde no Brasil INCA - Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva Lacen - Laboratórios Centrais de Saúde Pública LER - Lesão por Esforço Repetitivo LTA - Leishmaniose tegumentar americana LV - Leishmaniose visceral MIF - Mulheres em Idade Fértil MBP - Muito Baixo Peso MS - Ministério da Saúde NV - Nascidos Vivos OMS - Organização Mundial de Saúde PAIR - Perda Auditiva Induzida por Ruído PFA - Paralisia Flácida Aguda PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios RIPSA - Rede Interagencial de Informações para a Saúde RMM - Razão de Mortalidade Materna RMR - Região Metropolitana do SCD - Síndrome do choque da dengue SES-PE - Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco SIB - Sistema de Informações de Beneficiários SIH - Sistemas de Informação Hospitalar SIM - Sistemas de Informação sobre Mortalidade Sinan - Sistemas de Informação de Agravos de Notificação Sinasc - Sistemas de Informação sobre Nascidos Vivos SINATT - Sistemas de Informação e de Notificação de Acidentes de Transporte Terrestre SI-PNI - Sistemas de Informação do Programa Nacional de Imunização SISAGUA - Sistemas de Informação de Análise da Qualidade da Água para Consumo Humano SISPCE - Sistemas de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose SISSOLO - Sistemas de Informação de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Solo Contaminado SRAG - Síndrome Respiratória Aguda Grave SRC - Síndrome da Rubéola Congênita TB - Tuberculose TBN - Taxa Bruta de Natalidade TMC - Transtornos Mentais e Comportamentais TDO - Tratamento Diretamente Observado TV - Transmissão vertical USIATT - Unidades Sentinelas de Informações sobre Acidentes de Transporte Terrestre

LISTA DE QUADROS E TABELAS

Quadro 1 – Eixo, período analisado e fonte de informação utilizado para elaboração do perfil sociodemográfico e epidemiológico de Pernambuco ...... 10 Quadro 2 – Municípios e Distrito de Pernambuco segundo Regiões de Saúde ...... 13 Tabela 1 – Número, proporção e densidade demográfica da população residente segundo Regiões de Saúde. Pernambuco, 2010 ...... 14 Tabela 2 – População e número de municípios segundo porte populacional. Pernambuco, 2010 ...... 15 Tabela 3 – Condições dos domicílios particulares permanentes. Pernambuco, 2009 e 2011 ...... 22 Tabela 4 – Número de áreas cadastradas no Sissolo. Pernambuco, 2006 a 2012 ...... 29 Tabela 5 – Número de nascidos vivos, percentual e taxa bruta de natalidade segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 ...... 31 Tabela 6 – Proporção de nascidos vivos segundo peso ao nascer. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 32 Tabela 7 – Proporção de nascidos vivos segundo duração da gestação. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 32 Tabela 8 – Proporção de nascidos vivos segundo idade da mãe. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 33 Tabela 9 – Parâmetros de endemicidade para o coeficiente de detecção anual de casos novos na população geral em em menores de 15 anos ...... 39 Tabela 10 – Coeficiente de detecção geral e em < de 15 anos (por 100.000 habitantes) e parâmetros de endemicidade da OMS segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 ...... 40 Tabela 11 – Número de casos novos, taxa de incidência (por 100.000 habitantes) e percentual de casos com abandono de tratamento de tuberculose segundo Região de saúde. Pernambuco, 2010 ...... 44 Tabela 12 – Número de casos novos de aids em maiores de 13 anos por sexo segundo o ano de diagnóstico. Pernambuco, 2001 a 2011* ...... 46 Tabela 13 – Número de casos de gestantes HIV positivas e taxa de detecção (por 1.000 nascidos vivos) segundo Região de Saúde de notificação. Pernambuco, 2007 a 2011 ...... 49 Tabela 14 – Número de casos notificados de sífilis congênita em menores de 1 ano, taxa de incidência (por 1.000 nascidos vivos) e número de casos notificados em gestantes segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2007 a 2011 ...... 50 Tabela 15 – Número e percentual de casos notificados e confirmados de hepatites virais segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 ...... 52 Tabela 16 – Número de surtos por DTA e doentes segundo Região de Saúde de ocorrência. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 56 Tabela 17 – Número de casos confirmados e óbitos por influenza A H1N1 segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2009 a 2011 ...... 60 Tabela 18 – Número de escolares examinados e positivos para tracoma e prevalência, segundo município. Pernambuco, 2011 e 2012* ...... 69 Tabela 19 – Número de internações hospitalares por esquistossomose segundo faixa etária. Pernambuco, 2000 a 2010 ...... 72 Tabela 20 – Número de casos notificados e confirmados de dengue, taxa de detecção (por 100.000 habitantes), percentual de casos confirmados em menores de 15 anos, número de casos confirmados por formas graves e número de óbitos segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011* ...... 75 Tabela 21 – Número de casos confirmados, taxa de incidência (por 100.000 habitantes), número de óbitos, taxa de letalidade (%) e número e percentual de tratamentos realizados para leishmaniose visceral segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 ...... 77 Tabela 22 – Número de casos notificados, confirmados e tratamentos realizados por leishmaniose tegumentar segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 ...... 79 Tabela 23 – Número de tratamentos profiláticos realizados para raiva e percentual de cobertura vacinal canina segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 ...... 80 Tabela 24 – Número e proporção de internações e coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por hipertensão arterial segundo Região de Saúde de residência do paciente. Pernambuco, 2011 ...... 83 Tabela 25 – Número de internações e coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por diabetes mellitus segundo Região de Saúde de residência. Pernambuco, 2011 ...... 85 Tabela 26 – Coeficiente de Mortalidade Geral (por 1.000 habitantes) segundo Região de Saúde de residência. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 98 Tabela 27 – Classificação das principais causas básicas de óbito segundo faixa etária. Pernambuco, 2002 ...... 104 Tabela 28 – Classificação das principais causas básicas de óbito segundo faixa etária. Pernambuco, 2011 ...... 104 Tabela 29 – Classificação das principais causas de óbitos infantil segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2002 e 2011* ...... 107 Tabela 30 – Número e proporção de óbitos infantis segundo principais grupos de causa definida. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* ...... 108 Tabela 31 – Número e proporção de óbitos infantis segundo principais grupos de causas evitáveis. Pernambuco, 2011* ...... 108 Tabela 32 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 e 2011* ...... 111 Tabela 33 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* ...... 112 Tabela 34 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*...... 112 Tabela 35 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 e 2011* ...... 115 Tabela 36 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* ...... 116 Tabela 37 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*...... 116 Tabela 38 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 e 2011* ...... 119 Tabela 39 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* ...... 120 Tabela 40 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*...... 120 Tabela 42 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* ...... 124 Tabela 43 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011*...... 124 Tabela 44 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 e 2011* ...... 127 Tabela 45 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* ...... 128 Tabela 46 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* ...... 128

LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Regiões e Macrorregiões de Saúde de Pernambuco...... 12 Figura 2 – Municípios segundo porte populacional. Pernambuco, 2010 ...... 15 Figura 3 – Proporção da população residente em área urbana e rural. Pernambuco, 1980, 1991, 2000, 2010 ...... 15 Figura 4 – Pirâmide etária. Pernambuco, 1980 ...... 16 Figura 5 – Pirâmide etária. Pernambuco, 2010 ...... 16 Figura 6 – População da população residente segundo sexo. Pernambuco, 1980, 1990, 200 e 2010 ...... 16 Figura 7 – Proporção da população residente segundo sexo e Região de Saúde. Pernambuco, 2010 .... 11 Figura 8 – Proporção da população residente segundo faixa etária. Pernambuco, 1980, 1990, 2000 e 2010 ...... 12 Figura 9 – Número de idosos (60 anos e mais) para cada grupo de 10 crianças de até 5 anos na população residente. Pernambuco, 1980, 1990, 2000 e 2010 ...... 12 Figura 10 – Razão de dependência*. Pernambuco, 1980, 1990, 2000 e 2010 ...... 13 Figura 11 – Proporção da população residente segundo faixa etária e Região de Saúde. Pernambuco, 2010 ...... 14 Figura 12 – Número de idosos (60 anos e mais) para cada grupo de 10 crianças de até 5 anos segundo Região de Saúde de residência. Pernambuco, 2010 ...... 15 Figura 13 – Esperança de vida ao nascer segundo sexo. Pernambuco, 1991, 2000 e 2010 ...... 15 Figura 14 – Esperança de vida aos 60 anos de idade segundo sexo. Pernambuco, 1991, 2000 e 2010 .. 16 Figura 15 – Taxa de fecundidade total*. Pernambuco, 1991 a 2010 ...... 16 Figura 16 – Taxa de analfabetismo (por 100 habitantes) em maiores de 15 anos. Pernambuco, 1991 a 2010 ...... 18 Figura 17 – Níveis de escolaridade* na população de 15 anos e mais. Pernambuco, 1992 a 1993, 1995 a 1999 e 2001 a 2009 ...... 19 Figura 18 – Proporção da população com baixa renda. Pernambuco, 1992 a 2010 ...... 20 Figura 19 – Índice de Gini da renda domiciliar per capita. Pernambuco, 1991 a 2010 ...... 20 Figura 20 – Proporção de cobertura de planos de saúde. Brasil e Pernambuco, 2000 a 2012 ...... 21 Figura 21 – Domicílios com sistema de abastecimento de água por rede geral. Pernambuco, 2010 ...... 23 Figura 22 – Domicílios com abastecimento de água por poço ou nascente. Pernambuco, 2010 ...... 24 Figura 23 – Número de amostras analisadas e proporção de amostras insatisfatórias para o parâmetro turbidez. Pernambuco, 2007 a 2012 ...... 25 Figura 24 – Número de amostras analisadas e proporção de amostras insatisfatórias para o parâmetro cloro residual livre. Pernambuco, 2007 a 2012 ...... 25 Figura 25 – Número de amostras analisadas e proporção de amostras insatisfatórias para o parâmetro coliformes totais. Pernambuco, 2007 a 2012 ...... 26 Figura 26 – Frota veicular de Pernambuco e Região Metropolitana do Recife. Pernambuco, 2008 a 2012 ...... 27 Figura 27 – Coeficiente de Morbidade Hospitalar por doenças respiratórias segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2008 e 2011 ...... 27 Figura 28 – Coeficiente de Morbidade Hospitalar por asma, bronquite, enfisema e outras DPOC segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 ...... 28 Figura 29 – Coeficiente de Mortalidade por doenças respiratórias segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2008 e 2011 ...... 28 Figura 30 – Coeficiente de Mortalidade por asma, bronquite, enfisema e outras DPOC segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 ...... 29 Figura 31 – Número de nascidos vivos e da taxa bruta de natalidade. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 30 Figura 32 – Proporção de nascidos vivos segundo duração da gestação e Região de Saúde. Pernambuco, 2010 ...... 33 Figura 33 – Proporção de nascidos vivos segundo idade da mãe e Região de Saúde. Pernambuco, 2011 ...... 34 Figura 34 – Proporção de nascidos vivos segundo escolaridade materna. Pernambuco, 2002 a 2011 .... 34 Figura 35 – Proporção de nascidos vivos segundo escolaridade materna e Região de Saúde. Pernambuco, 2011 ...... 35 Figura 36 – Proporção de nascidos vivos segundo número de consultas de pré-natal. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 36 Figura 37 – Proporção de nascidos vivos segundo número de consultas de pré-natal e Região de Saúde. Pernambuco, 2011 ...... 36 Figura 38 – Proporção de nascidos vivos segundo tipo de parto. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 37 Figura 39 – Proporção de nascidos vivos segundo tipo de parto e Região de Saúde. Pernambuco, 2011 ...... 37 Figura 40 – Proporção de contatos intradomiciliares registrados, dentre os esperados, e de contatos examinados, dentre os casos novos de hanseníase registrados. Pernambuco, 2007 a 2011 ...... 40 Figura 41 – Proporção de cura na coorte de casos novos de hanseníase. Pernambuco, 2007 a 2011 ... 41 Figura 42 – Proporção de casos em possíveis abandonos de tratamento de hanseníase no registro ativo. Pernambuco, 2007 a 2011 ...... 41 Figura 43 – Proporção de casos de incapacidade física segundo grau (I e II) no momento do diagnóstico de hanseníase e proporção de avaliados. Pernambuco, 2007 a 2011 ...... 42 Figura 44 – Proporção de casos de incapacidade física segundo grau (I e II) no momento da cura por hanseníase e proporção de avaliados. Pernambuco, 2007 a 2011 ...... 43 Figura 45 – Número de casos novos e taxa de incidência (por 100.000 habitantes) de tuberculose. Pernambuco, 2007 a 2011 ...... 44 Figura 46 – Percentual de abandono dos casos novos de tuberculose. Pernambuco, 2006 a 2010 ...... 45 Figura 47 – Taxa de Incidência de aids (por 100.000 habitantes) em indivíduos maiores de 13 anos segundo sexo e ano do diagnóstico. Pernambuco, 2001 a 2011* ...... 46 Figura 48 – Distribuição do número de casos acumulados de aids segundo município de residência. Pernambuco, 1983 a 2012* ...... 47 Figura 49 – Proporção de casos de aids em indivíduos com 13 anos e mais segundo categoria de exposição e ano de diagnóstico. Pernambuco, 1983 a 2011 ...... 47 Figura 50 – Proporção de casos de aids em menores de 13 anos segundo categoria de exposição e ano de diagnóstico. Pernambuco, 1987 a 2011* ...... 48 Figura 51 – Número de casos de sífilis congênita em menores de 1 ano e taxa de incidência (por 1.000 nascidos vivos) segundo ano do diagnóstico. Pernambuco, 2001 a 2011 ...... 50 Figura 52 – Número de casos notificados e confirmados de hepatites virais e taxa de detecção (por 100.000 habitantes). Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 51 Figura 53 – Número de casos e óbitos confirmados de cólera, taxa de detecção (por 100.000 habitantes) e letalidade (100 habitantes). Pernambuco, 1992 a 2011 ...... 53 Figura 54 – Número de casos e óbitos e taxa de letalidade (por 100.000 habitantes) por febre tifóide. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 54 Figura 55 – Número de casos confirmados de febre tifóide segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 55 Figura 56 – Número de casos confirmados de febre tifóide segundo a faixa etária. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 55 Figura 57 – Número de surtos de DTA segundo alimento contaminado envolvido. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 57 Figura 58 – Número de surtos de DTA segundo local de ocorrência. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 57 Figura 59 – Número de surtos de DTA segundo agente etiológico envolvido. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 58 Figura 60 – Número de casos confirmados de influenza A H1N1 segundo faixa etária. Pernambuco, 2009 a 2011 ...... 59 Figura 61 – Proporção de casos confirmados de influenza A H1N1 segundo fator de risco. Pernambuco, 2009 a 2011 ...... 59 Figura 62 – Número de casos confirmados e taxa de letalidade (por 100 habitantes) por coqueluche. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 61 Figura 63 – Coeficiente de Incidência de coqueluche (por 100.000 habitantes) segundo Região de Saúde de residência. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 61 Figura 64 – Número de casos confirmados de coqueluche segundo faixa etária. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 62 Figura 65 – Número de casos de poliomielite e cobertura vacinal. Pernambuco, 1980 a 2011 ...... 63 Figura 66 – Taxa de notificação (por 100.000 habitantes) de Paralisia Flácida Aguda. Pernambuco, 2005 a 2011 ...... 63 Figura 67 – Número de casos de sarampo e cobertura vacinal. Pernambuco, 1980 a 2011 ...... 64 Figura 68 – Número de casos de rubéola e cobertura vacinal. Pernambuco, 2000 a 2011 ...... 65 Figura 69 – Coeficiente de Incidência das meningites (por 100.000 habitantes) segundo etiologia. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 66 Figura 70 – Número de óbitos e taxa de letalidade (por 100 habitantes) por doença meningocócica. Pernambuco, 2000 a 2011 ...... 67 Figura 71 – Municípios prioritários para o Tracoma no Programa SANAR ...... 68 Figura 72 – Distribuição dos caramujos transmissores da esquistossomose segundo espécie. Pernambuco, 2012 ...... 70 Figura 73 – Distribuição da esquistossomose segundo endemicidade. Pernambuco, 2012 ...... 71 Figura 74 – Número de pessoas positivas e tratadas segundo Região de Saúde no Programa de Controle da Esquistossomose (PCE). Pernambuco, 2008 a 2011 ...... 72 Figura 75 – Número de casos novos e taxa de detecção de dengue (por 100.000 habitantes). Pernambuco, 2001 a 2011* ...... 73 Figura 76 – Percentual de casos confirmados de dengue em menores de 15 anos. Pernambuco, 2001 a 2011* ...... 74 Figura 77 – Número de casos confirmados por formas graves da dengue (DCC, FHD e SCD) e taxa de letalidade (por 100 habitantes). Pernambuco, 2001 a 2011* ...... 75 Figura 78 – Número de casos notificados, confirmados e tratamentos realizados para leishmaniose visceral. Pernambuco, 2001 a 2011 ...... 77 Figura 79 – Número de casos notificados, confirmados e tratamentos realizados para leishmaniose tegumentar americana. Pernambuco, 2001 a 2011 ...... 78 Figura 80 – Número de tratamentos profiláticos realizados para raiva e percentual de cobertura vacinal canina. Pernambuco, 2001 a 2011 ...... 80 Figura 81 – Coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por doenças hipertensivas, isquemias do coração e cerebrovasculares segundo sexo do paciente. Pernambuco, 2002 e 2011 ...... 82 Figura 82 – Número de internações e coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por hipertensão essencial. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 82 Figura 83 – Proporção de internações hospitalares por hipertensão arterial segundo faixa etária e sexo do paciente. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 83 Figura 84 – Número de internações e coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por diabetes mellitus segundo sexo do paciente. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 84 Figura 85 – Proporção de internações hospitalares por diabetes mellitus segundo faixa etária e sexo do paciente. Pernambuco, 2002 a 2011 ...... 84 Figura 86 – Estimativas das taxas brutas de incidência (por 100.000 habitantes) por neoplasia maligna em homens segundo localização primária do tumor. Pernambuco, 2003 e 2012 ...... 86 Figura 87 – Estimativas das taxas brutas de incidência (por 100.000 habitantes) por neoplasia maligna em mulheres segundo localização primária do tumor. Pernambuco, 2003 e 2012...... 86 Figura 88 – Coeficiente de Morbidade Hospitalar (por 100.000 habitantes) por neoplasia maligna no sexo masculino segundo localização primária do tumor. Pernambuco, 2002 e 2011 ...... 87 Figura 89 – Coeficiente de Morbidade Hospitalar (por 100.000 habitantes) de neoplasia maligna no sexo feminino segundo localização primária do tumor. Pernambuco, 2002 e 2011 ...... 87 Figura 90 – Proporção de casos notificados de violência segundo faixa etária e sexo da vítima. Pernambuco, 2011 ...... 88 Figura 91 – Proporção de casos notificados de violência segundo tipo* e sexo da vítima. Pernambuco, 2011 ...... 89 Figura 92 – Proporção de casos de violência segundo Região de Saúde de notificação. Pernambuco, 2011 ...... 89 Figura 93 – Proporção de atendimentos por acidentes de transportes terrestre nas USIATT segundo faixa etária e sexo da pessoa atendida. Pernambuco, 2011 ...... 90 Figura 94 – Proporção de atendimentos por acidentes de transportes terrestre nas USIATT segundo sexo e meio de locomoção da vítima no momento do acidente. Pernambuco, 2011 ...... 91 Figura 95 – Proporção de atendimentos por acidentes de transportes terrestre nas USIATT segundo Região de Saúde de notificação. Pernambuco, 2011 ...... 91 Figura 96 – Regiões de Desenvolvimento de Pernambuco ...... 92 Figura 97 – Área de cobertura dos Cerest em Pernambuco ...... 93 Figura 98 – Proporção de casos de intoxicação exógena por agrotóxicos relacionada ao trabalho, acidentes de trabalho grave e acidente de trabalho com material biológico segundo Regiões de Desenvolvimento. Pernambuco, 2011 ...... 94 Figura 99 – Proporção notificações por intoxicação exógena segundo agente tóxico. Pernambuco, 2011 ...... 96 Figura 100 – Proporção notificações por intoxicação exógena segundo ocupação. Pernambuco, 2011 ... 96 Figura 101 – Número de óbitos e coeficiente de mortalidade geral (por 1.000 habitantes). Pernambuco, 2002 a 2011*...... 97 Figura 102 – Proporção de óbitos com causa mal definida. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 98 Figura 103 – Proporção dos óbitos local de ocorrência. Pernambuco, 2002, 2007 e 2011* ...... 99 Figura 104 – Proporção de óbito segundo raça/cor. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 100 Figura 105 – Proporção de óbito dos principais grupos de causa segundo raça/cor. Pernambuco, 2011* ...... 100 Figura 106 – Proporção de óbitos segundo sexo. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 101 Figura 107 – Número de óbitos e coeficiente de mortalidade geral (CMG) (por 1.000 habitantes) segundo sexo. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 101 Figura 108 – Proporção dos óbitos segundo faixa etária. Pernambuco, 2002 a 2011*...... 102 Figura 109 – Proporção dos óbitos segundo faixa etária e Região de Saúde de residência. Pernambuco, 2011* ...... 102 Figura 110 – Proporção dos óbitos segundo principais causas básicas e Regiões de Saúde de residência. Pernambuco, 2011* ...... 103 Figura 111 – Número de óbitos de menores de 1 ano e Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) (por 1.000 nascidos vivos). Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 105 Figura 112 – Distribuição do Coeficiente de Mortalidade Infantil, segundo componentes da mortalidade infantil (por 1.000 nascidos vivos). Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 106 Figura 113 – Coeficiente de mortalidade infantil (por 1.000 nascidos vivos) segundo principais grupos de causa. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 107 Figura 114 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*...... 109 Figura 115 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 109 Figura 116 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 110 Figura 117 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 113 Figura 118 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 114 Figura 119 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 114 Figura 120 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 117 Figura 121 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 118 Figura 122 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 118 Figura 123 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 121 Figura 124 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 121 Figura 125 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 122 Figura 126 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 125 Figura 127 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 126 Figura 128 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2011*...... 126 Figura 129 – Número de óbitos maternos e Razão de Mortalidade Materna (RMM) (por 100.000 nascidos vivos). Pernambuco, 2002 a 2011* ...... 129 Figura 130 – Proporção de óbitos maternos segundo principais grupos de causa. Pernambuco, 2002 e 2011* ...... 130

SUMÁRIO APRESENTAÇÃO ...... 5 1. INTRODUÇÃO ...... 7 2. NOTAS METODOLÓGICAS ...... 10 3. CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO DE PERNAMBUCO ...... 12 3.1. Divisão Político-Administrativa ...... 12 3.2. Estrutura Populacional ...... 14 3.3. Aspectos Socioeconômicos ...... 18 3.3.1. Educação ...... 18 3.3.2. Renda ...... 19 3.3.3. Situação dos domicílios particulares permanentes ...... 21 4. CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS ...... 23 5. NATALIDADE...... 30 5.1. Características Gerais do Recém-Nascido ...... 31 5.2. Características Gerais Maternas ...... 33 5.3. Características Gerais da Gestação e Parto ...... 35 6. MORBIDADE ...... 39 6.1. Doenças e agravos transmissíveis ...... 39 6.1.1. Hanseníase ...... 39 6.1.2. Tuberculose ...... 43 6.1.3. HIV/Aids ...... 45 6.1.4. Sífilis congênita ...... 49 6.1.5. Hepatites virais ...... 51 6.1.6. Cólera ...... 52 6.1.7. Febre tifóide ...... 54 6.1.8. Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) ...... 56 6.1.9. Influenza...... 58 6.1.10. Coqueluche ...... 60 6.1.11. Poliomielite ...... 62 6.1.12. Sarampo...... 64 6.1.13. Rubéola ...... 65 6.1.14. Meningites ...... 65 6.1.15. Tracoma ...... 67 6.1.16. Esquistossomose mansônica ...... 70 6.1.17. Dengue ...... 73 6.1.18. Leishmaniose Visceral ...... 76 6.1.19. Leishmaniose Tegumentar Americana ...... 78 6.1.20. Raiva ...... 79 6.2. Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT) ...... 81 6.2.1. Doenças do Aparelho Circulatório (DAC) ...... 81 6.2.2. Diabetes mellitus ...... 84 6.2.3. Neolpasias malignas ...... 85 6.2.4. Violências ...... 88 6.2.5. Acidentes de Transporte Terrestre (ATT)...... 90 6.2.6. Doenças e agravos relacionados ao Trabalho ...... 92 6.2.7. Intoxicações Exógenas ...... 95 7. MORTALIDADE ...... 97 7.1. Mortalidade Geral ...... 97 7.2. Análise da mortalidade segundo ciclo de vida ...... 105 7.2.1. Mortalidade em menores de 1 ano ...... 105 7.2.2. Mortalidade entre 1 a 9 anos...... 109 7.2.3. Mortalidade entre 10 a 19 anos...... 113 7.2.4. Mortalidade entre 20 a 39 anos...... 117 7.2.5. Mortalidade entre 40 a 59 anos...... 121 7.2.6. Mortalidade entre 60 anos e mais ...... 125 7.3. Mortalidade Materna ...... 129 4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ...... 131

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APRESENTAÇÃO

A informação é uma ferramenta estratégica para a gestão do Sistema Único de Saúde (SUS). A necessidade de informação para (re)orientação das ações e para tomada de decisão permeia todos os níveis do sistema de saúde, desde as salas de consulta nas unidades básicas de saúde até a mesa de negociação dos gestores, seja no âmbito federal, estadual ou municipal. É por meio de um conjunto de informações que se dá o processo de definição de prioridades, o planejamento, o monitoramento e avaliação de ações em saúde além de nortearem a prestação de contas com a sociedade. Nesse processo, as informações geradas pelos Sistemas de Informação da Vigilância em Saúde são indispensáveis, uma vez que permitem uma reflexão sobre a situação de saúde, utilizando variáveis de tempo, espaço e pessoa. O presente documento é a tradução do esforço das áreas gerenciadas pela Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde no processo de produção da informação oportuna e de qualidade. Essa envolve a coleta de dados, representados pela notificação de agravos, captação de nascimentos e de óbitos; o processamento e a análise dos dados gerados e sua transformação em informação; e a sua disseminação. Neste sentido, o Perfil Sociodemográfico e Epidemiológico de Pernambuco traz informações que subsidiem a tomada de decisão nos âmbitos de atuação do SUS em Pernambuco.

Eronildo Felisberto Secretário Executivo de Vigilância em Saúde

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1. INTRODUÇÃO

O Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco traz uma análise da situação de saúde do estado a partir da exploração de cinco eixos: Características Socioeconômicas e Demográficas; Situação Ambiental; Natalidade; Morbidade; e Mortalidade. No primeiro eixo consta a caracterização de Pernambuco, onde inicialmente é discutido o território, seus limites e composição por municípios, Regiões e Macrorregiões de Saúde. Segue- se com a análise da estrutura demográfica do estado e Regiões de Saúde e sua mudança ao longo dos últimos 32 anos, na perspectiva de contextualizar o processo de transição demográfica e descrever a evolução de algumas características socioeconômicas do estado, analisado por variáveis como educação, renda e situação dos domicílios particulares permanentes. No eixo Características Ambientais abordam-se os fatores ambientais que interferem na saúde do homem, como o abastecimento e qualidade da água quanto aos parâmetros turbidez, cloro residual livre e coliformes totais, contaminação do solo, contaminação do ar urbano, aumento da frota veicular e a situação das doenças respiratórias nas Regiões de Saúde. Desta forma, é possível observar que as modificações ambientais e sua interação com o homem, além das mudanças na estrutura populacional do estado, como aumento na proporção de pessoas com mais de 60 anos e da esperança de vida ao nascer e redução da taxa bruta de natalidade, interferem na forma de adoecimento e morte dos indivíduos. A análise da Natalidade é aqui abordada por meio da evolução do número de nascimentos no estado e Regiões de Saúde, as características do recém-nascido, das gestantes, da gestação e do parto, permitindo o cálculo de indicadores que podem subsidiar gestores de saúde no planejamento e execução de políticas públicas materno infantil. Em relação ao eixo Morbidade, foram selecionadas as doenças transmissíveis: tracoma, esquistossomose mansônica, hanseníase, tuberculose, dengue, doenças transmitidas por alimentos (DTA), cólera, febre tifóide, influenza, poliomielite, sarampo, rubéola, meningites, leishmaniose visceral, raiva, coqueluche, HIV/Aids, sífilis congênita e hepatites virais. Nas doenças relacionadas ao trabalho englobou as intoxicações exógenas; e, entre as doenças e agravos não transmissíveis, foram analisadas as doenças do aparelho circulatório, diabetes mellitus, neoplasias malignas, violências e acidentes de transporte terrestre. Por fim, discute-se a Mortalidade, para o estado e Regiões de Saúde, subdividida em mortalidade geral e por grupamento etário, sendo identificados os principais capítulos e causas específicas de óbito por sexo. Também foi dado enfoque à mortalidade materna devido às causas especificas associadas à gestação ao parto e ao puerpério. Espera-se com esta publicação contribuir para o planejamento e influenciar a tomada de decisão dos gestores voltada às atuais necessidades da população, desde o nascimento perpassando pela prevenção dos principais agravos que levam ao adoecimento e óbito.

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2. NOTAS METODOLÓGICAS

A análise do Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco foi realizada por meio de informações contidas nos Sistemas de Informação sobre Mortalidade (SIM), sobre Nascidos Vivos (Sinasc), de agravos de Notificação (Sinan), de Análise da Qualidade da Água para Consumo Humano (SISAGUA), de Vigilância em Saúde de Populações Expostas a Solo Contaminado (SISSOLO), Hospitalar (SIH), do Programa Nacional de Imunização (SI-PNI), do Programa de Controle da Esquistossomose (SISPCE) e de Notificação de Acidentes de Transporte Terrestre (SINATT) da Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES-PE). Além desses sistemas, foram utilizadas informações do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA), Rede Interagencial de Informações para a Saúde (RIPSA), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Agência Nacional de Saúde (ANS) e Departamento Estadual de Trânsito de Pernambuco (DETRAN-PE). Os dados foram agrupados em cinco eixos (Características Socioeconômicas e Demográficas; Características Ambientais; Natalidade; Morbidade; e Mortalidade) e analisados para o estado e Regiões de Saúde. Para tanto, foram calculadas razões, proporções e coeficientes. O período utilizado foi de 1980 a 2012 na dependência da variável estudada, conforme pode ser visualizada no quadro 1. Com relação à morbidade, os agravos foram priorizados por sua magnitude e transcendência. Após serem agrupados em três categorias (doenças e agravos transmissíveis, relacionados ao trabalho e não transmissíveis). Na mortalidade, procedeu-se a análise por ciclo vital: menores de 1 ano, 1 a 9 anos, 10 a 19 anos, 20 a 39 anos, 40 a 59 anos e 60 anos ou mais. Também foi dado enfoque à mortalidade materna devido às causas especificas associadas à gestação, ao parto e puerpério.

Quadro 1 – Eixo, período analisado e fonte de informação utilizado para elaboração do perfil sociodemográfico e epidemiológico de Pernambuco

Eixo Período analisado Fonte de informação IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias Estrutura 1980 a 2010 RIPSA – Indicadores e Dados Básicos para a Saúde no Brasil populacional (IDB)

1991 a 2010 IBGE – Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD Aspectos IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias Socioeconômicos 2000 a 2012 ANS – Sistema de Informações de Beneficiários (SIB) 2010 IBGE – Censo 2010 2007 a 2012 SISAGUA/SES-PE Características 2008 a 2012 DETRAN-PE Ambientais SIH/SES-PE 2008 e 2011 SIM/SES-PE 2006 a 2012 SISSOLO/SES-PE

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Eixo Período analisado Fonte de informação Sinasc/SES-PE Natalidade 2002 a 2011 IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias 2011 e 2012 Tracoma: Relatórios de atividades de campo – SANAR/SES-PE 2008 a 2011 Esquistossomose: SISPCE/SES-PE 2003 e 2012 Neoplasias: INCA – Registro de Câncer de Base Populacional 2011 Acidentes de Transporte Terrestre: SINATT/SES-PE Morbidade 2000 a 2011* SIH/SES-PE 2001 a 2011* Sífilis e HIV/Aids: Sinasc/SES-PE Raiva, sarampo e poliomielite: SI-PNI/SES-PE 1980 a 2011* Sinan/SES–PE IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias SIM/SES-PE** Mortalidade 2002 a 2011 Sinasc/SES-PE IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias * O período analisado varia de acordo com o agravo ** Dados atualizados em 14/09/2012

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3. CARACTERIZAÇÃO DO ESTADO DE PERNAMBUCO 3.1. Divisão Político-Administrativa O estado de Pernambuco possui 98.146,315 km² e localiza-se no centro leste da Região Nordeste do Brasil. Limita-se ao Norte com os estados da Paraíba e Ceará; a Leste com o Oceano Atlântico; ao Oeste e ao Sul com os estados da Bahia e Piauí; e ao Sul com o estado de Alagoas. No total, são 184 municípios e o Distrito Estadual de , localizado a 500 km da costa. Atualmente, Pernambuco está subdividido em 12 Regiões de Saúde, que têm a finalidade de integrar a organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde. Cada Região de Saúde é constituída por agrupamentos de municípios limítrofes, delimitadas a partir de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados. O número de municípios em cada Região de Saúde varia de 7 (VII e VIII Regiões) a 32 (IV Região) (Quadro 2). Com o objetivo de organizar ações e serviços de média complexidade (procedimentos/ações que requerem maior tecnologia, que apresentam oferta escassa no estado e cuja demanda requer agregação) e alta complexidade, foram agregadas as Regiões de Saúde, originando as 04 Macrorregiões de Saúde: Metropolitana (I, II, III e XII Regiões de Saúde); Agreste (IV e V Regiões de Saúde); Sertão (VI, X e XI Regiões de Saúde); e Vale do São Francisco e Araripe (VII, VIII e IX Regiões de Saúde) (Figura 1).

Figura 1 – Regiões e Macrorregiões de Saúde de Pernambuco

Fonte: Secretaria Estadual de Saúde-PE

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Quadro 2 – Municípios e Distrito de Pernambuco segundo Regiões de Saúde

I Região de Saúde (20) IX Região de Saúde (11) Abreu e Lima Araçoiaba Joaquim Nabuco Brejão Bodocó Caetés Exu Calçado Chã de Alegria Palmares Chã Grande Primavera Moreilândia Fernando de Noronha Quipapá Correntes Glória do Goitá Ribeirão Garanhuns Parnamirim Igarassu Iati Santa Cruz Ilha de Itamaracá São Benedito do Sul Itaíba Santa Filomena São José da Coroa Grande Trindade Sirinhaém X Região de Saúde (12) Jaboatão dos Guararapes Tamandaré Afogados da Moreno Xexéu Lajedo IV Região de Saúde (32) Carnaíba Saloá Ingazeira Recife Altinho São João São Lourenço da Mata Vitória de Santo Antão VI Região de Saúde (13) Santa Terezinha II Região de Saúde (20) São José do Egito Bom Jardim Bonito Buíque Solidão Buenos Aires Custódia Tabira Cachoeirinha Camocim de São Félix Inajá XI Região de Saúde (10) Jatobá Betânia Feira Nova Cupira Manari João Alfredo Pedra Gravatá Petrolândia Flores Sertânia Floresta Jataúba Jurema Santa Cruz da Baixa Verde Nazaré da Mata São José do Belmonte Orobó Pesqueira VII Região de Saúde (7) Poção Belém de São Francisco Triunfo Cedro XII Região de Saúde (10) Salgadinho Sairé Aliança Sanharó Tracunhaém Condado Vertente do Lério Santa Maria do Cambucá Terra Nova Ferreiros Vicência São Bento do Una III Região de Saúde (22) São Caitano VIII Região de Saúde (7) Itambé Água Preta São Joaquim do Monte Afrânio Tacaimbó Cabrobó Barreiros São Vicente Ferrer Belém de Maria Lagoa Grande Timbaúba Orocó Cortês V Região de Saúde (21) Escada Águas Belas

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3.2. Estrutura Populacional De acordo com o Censo Demográfico realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2010, o estado contabilizou uma população de 8.796.448 habitantes distribuídos numa área de 98.146,315 Km2, resultando numa densidade demográfica de 89,6 habitantes/Km2. A I Região de Saúde concentra 44,4% da população de Pernambuco (3.908.757 habitantes) e apresenta a maior densidade demográfica do estado (1.047,4 habitantes/Km2). Embora a XI Região tenha a menor densidade demográfica (18,3 habitantes/Km2), é na VII Região onde está a menor proporção da população, apenas 1,6% (Tabela 1).

Tabela 1 – Número, proporção e densidade demográfica da população residente segundo Regiões de Saúde. Pernambuco, 2010 Densidade demográfica Região de Saúde Número de habitantes % de habitantes 2 (Hab./Km ) I-Recife 3.908.757 44,4 1.047,4 II-Limoeiro 566.331 6,4 175,5 III-Palmares 574.905 6,5 121,3 IV-Caruaru 1.241.469 14,1 109,3 V-Garanhuns 513.660 5,8 70,0 VI-Arcoverde 382.602 4,3 28,0 VII-Salgueiro 138.719 1,6 20,3 VIII-Petrolina 434.713 4,9 29,7 IX-Ouricuri 327.866 3,7 23,2 X- 180.780 2,1 42,0 XI-Serra Talhada 223.879 2,5 18,3 XII-Goiana 302.767 3,4 158,2 Pernambuco 8.796.448 100,0 89,6

Fonte: IBGE, 2010 – Censo Demográfico

Dos 184 municípios e o Distrito Estadual de Fernando de Noronha, 150 (81,1%) são de pequeno porte (até 50.000 habitantes). Os 12 municípios com mais de 100.000 habitantes concentram 48,5% da população pernambucana, sendo 24,8% em apenas dois municípios – Recife e Jaboatão dos Guararapes (Figura 2 e Tabela 2).

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Figura 2 – Municípios segundo porte populacional. Pernambuco, 2010

Fonte: IBGE, 2010 – Censo Demográfico

Tabela 2 – População e número de municípios segundo porte populacional. Pernambuco, 2010

Porte populacional dos Municípios População (2010) municípios n % n % Menos de 20.000 hab. 83 44,9 1.060.514 12,1

20.000 -| 50.000 hab. 67 36,2 1.938.527 22,0

50.000 -| 100.000 hab. 23 12,4 1.534.175 17,4

100.000 -| 500.000 hab. 10 5,4 2.080.908 23,7

500.000 hab. e mais 2 1,1 2.182.324 24,8

Total 185 100,0 8.796.448 100,0

Fonte: IBGE, 2010 – Censo Demográfico

Em 1980, 61,6% da população pernambucana viviam em área urbana, passando para 80,2% em 2010, o que representa um aumento de 30% no grau de urbanização no período analisado (Figura 3).

Figura 3 – Proporção da população residente em área urbana e rural. Pernambuco, 1980, 1991, 2000, 2010

% 100 90 80,2 76,5 80 70,9 70 61,6 60 50 38,4 40 29,1 23,5 30 19,8 20 10 0 1980 1991 2000 2010

Urbana Rural

Fonte: IBGE – Censos Demográficos

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Ao comparar-se a estrutura populacional do estado nos anos de 1980 e 2010, verificam-se mudanças na pirâmide etária. No início da década de 80, a pirâmide possuía base mais alargada (predomínio de crianças e adolescentes) e ápice mais estreito (baixa proporção de idosos) (Figura 4). No ano de 2010, a pirâmide encontra-se com a base menos alargada, o que está relacionada à redução na taxa de natalidade, e o ápice mais menos estreito, demonstrando envelhecimento da população (Figura 5).

Figura 4 – Pirâmide etária. Pernambuco, 1980 Figura 5 – Pirâmide etária. Pernambuco, 2010

80 e + 80 e +

70 a 79 70 a 79

60 a 69 60 a 69

50 a 59 50 a 59

40 a 49 40 a 49

30 a 39 30 a 39 Faixa etária (anos) etária Faixa 20 a 29 (anos) etária Faixa 20 a 29

10 a 19 10 a 19

0 a 9 0 a 9

-30,0 -20,0 -10,0 0,0 10,0 20,0 30,0 -30,0 -20,0 -10,0 0,0 10,0 20,0 30,0

Masculino Feminino Masculino Feminino

Fonte: IBGE, 1980 – Censo Demográfico Fonte: IBGE, 2010 – Censo Demográfico

Em relação ao sexo, em 2010, 51,9% da população era composta de mulheres (4.565.767) e 48,1% por homens (4.230.681), com uma razão de, aproximadamente, 93 homens para cada grupo de 100 mulheres, não havendo mudanças significativas desde a década de 80 (Figuras 6). Esse perfil surge como reflexo da sobremortalidade masculina, sobretudo nas faixas etárias jovens e adultas, decorrentes da alta prevalência de óbitos por causas externas e violência.

Figura 6 – População da população residente segundo sexo. Pernambuco, 1980, 1990, 200 e 2010 100% 90% 80% 51,7 51,7 51,7 51,9 70% 60% 50% 40% 30% 48,3 48,3 48,3 48,1 20% 10% 0% 1980 1990 2000 2010

Masculino Feminino Fonte: IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Entre as Regiões de Saúde, a proporção da população segundo sexo apresentou semelhança com o perfil do estado, onde se verifica um predomínio da população feminina. Obteve destaque a I Região por apresentar percentual de mulheres superior a média estadual (52,7%) e uma razão de 89 homens para cada 100 mulheres (Figura 7).

Figura 7 – Proporção da população residente segundo sexo e Região de Saúde. Pernambuco, 2010

I-Recife 47,1 52,9

II-Limoeiro 48,5 51,5

III-Palmares 49,5 50,5

IV-Caruaru 48,4 51,6

V-Garanhuns 48,6 51,4

VI-Arcoverde 49,0 51,0

VII-Salgueiro 49,4 50,6

VIII-Petrolina 49,1 50,9

IX-Ouricuri 49,5 50,5

X-Afogados da Ingazeira 49,0 51,0

XI-Serra Talhada 48,8 51,2

XII-Goiana 48,9 51,1

0% 20% 40% 60% 80% 100%

Masculino Feminino

Fonte: IBGE, 2010 – Censo Demográfico

Quanto às faixas etárias, os adultos jovens (20 a 39 anos) e os adultos (40 a 59 anos) foram os predominantes em todo o período analisado. Entretanto, entre os anos de 1980 e 2010, houve variação no perfil da população, com redução de 43,6% da proporção de crianças (0 a 9 anos) e de 24,3% na de adolescentes (10 a 19 anos) e incremento na participação das demais faixas etárias, com destaque na proporção de idosos (mais de 60 anos), cujo crescimento foi de 59,7% (Figura 8).

11

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 8 – Proporção da população residente segundo faixa etária. Pernambuco, 1980, 1990, 2000 e 2010 100% 6,7 7,7 8,9 10,7 90% 14,2 14,8 17,1 80% 20,9 70% 25,8 28,8 60% 31,8 50% 33,5

40% 24,7 23,8 30% 22,0 18,7 20% 28,7 24,8 10% 20,2 16,2 0% 1980 1990 2000 2010

0 a 9 10 a 19 20 a 39 40 a 59 60 e + Relação 1980/2010 43,6% 24,3% 29,8% 47,2% 59,7 % Fonte: IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

A figura 9 trata da razão entre o número de idosos para cada grupo de 10 crianças de até 5 anos entre os anos de 1980 e 2010. Observa-se que em 1980 havia, em média, 4 idosos para cada 10 crianças de até 5 anos. Com o aumento da expectativa de vida da população, em 2010 o número de idosos superou o de crianças com até 5 anos (Figura 9).

Figura 9 – Número de idosos (60 anos e mais) para cada grupo de 10 crianças de até 5 anos na população residente. Pernambuco, 1980, 1990, 2000 e 2010 14

12 11,4

10

8 7,3 6,4 6

3,8 4

2

0 1980 1990 2000 2010

Fonte: IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

12

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Ao analisar-se a razão de dependência total (divisão da população de 0 a 14 anos e 65 ou mais anos sobre a população de 15 a 64 anos de idade) entre os anos de 1980 e 2010, verifica-se tendência de redução, passando de 86,5 em 1980 para 49,3 em 2010. Este decréscimo está relacionado à redução da população de 0 a 14 anos, observado na razão de dependência específica desta população, que passou de 78,0 para 38,3 no mesmo período. Porém, o mesmo não foi observado na população de 65 anos e mais, cuja razão de dependência, antes de 8,4 (1980), chegou a 11,0 (2010), devido ao aumento da participação relativa dos idosos na população (Figura 10).

Figura 10 – Razão de dependência*. Pernambuco, 1980, 1990, 2000 e 2010

100 90 86,5 78,0 80 74,3 70 65,0 59,4 60 49,6 49,3 50 38,3 40 30

Razão de dependênciade Razão 20 8,4 9,3 9,8 11,0 10 0 1980 1990 2000 2010 RD* total RD* (0 a 14 anos) RD* (65 anos e mais)

Fonte: IBGE – Censos demográficos e estimativas intercencitárias * Razão de dependência: Número de pessoas consideradas inativas (0 a 14 anos e/ou 65 anos e mais de idade) para cada 100 pessoas potencialmente ativas (15 a 64 anos de idade)

Ainda em relação à estrutura etária da população, em 2010, verificou-se predomínio da população jovem e adulta em todas as Regiões de Saúde. Entretanto, houve particularidades ao comparar cada grupo etário entre as Regiões: as VI e IX Regiões destacaram-se com as maiores proporções de crianças e adolescentes (0 a 19 anos); a I Região apresentou a maior percentual de adultos (20 a 59 anos); já a X Região foi a que contou com maior participação de idosos (Figura 11).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 11 – Proporção da população residente segundo faixa etária e Região de Saúde. Pernambuco, 2010

I-Recife 14,3 17,0 34,8 23,4 10,5

II-Limoeiro 15,9 19,3 33,0 20,3 11,5

III-Palmares 18,3 21,3 32,8 18,4 9,2

IV-Caruaru 16,7 19,5 33,1 19,4 11,4

V-Garanhuns 18,2 20,5 30,9 18,5 11,9

VI-Arcoverde 19,3 20,7 30,9 18,3 10,7

VII-Salgueiro 18,6 20,3 32,4 18,2 10,4

VIII-Petrolina 18,7 20,5 35,2 18,0 7,6

IX-Ouricuri 19,9 21,4 30,9 17,3 10,4

X-Afogados da Ingazeira 16,4 19,3 30,6 20,3 13,4

XI-Serra Talhada 17,6 19,8 31,9 18,8 11,8

XII-Goiana 16,8 19,9 32,5 19,9 10,9

0 20 40 60 80 100 % 0 a 9 10 a 19 20 a 39 40 a 59 60e+

Fonte: IBGE, 2010 – Censo demográfico

A figura 12 apresenta o número de idosos para cada grupo de 10 crianças de até 5 anos, segundo Região de Saúde, sendo observado que nas Regiões X, I e II estão as maiores razões do estado (14,2; 12,7 e 12,7, respectivamente). Enquanto que as Regiões VIII, III e IX apresentaram as menores razões entre o número de idosos e de crianças (6,9; 8,8 e 9,0, respectivamente).

14

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 12 – Número de idosos (60 anos e mais) para cada grupo de 10 crianças de até 5 anos segundo Região de Saúde de residência. Pernambuco, 2010

I-Recife 12,7

II-Limoeiro 12,7

III-Palmares 8,8

IV-Caruaru 11,9

V-Garanhuns 11,4

VI-Arcoverde 9,6

VII-Salgueiro 9,6

VIII-Petrolina 6,9

IX-Ouricuri 9,0

X-Afogados da Ingazeira 14,2

XI-Serra Talhada 11,5

XII-Goiana 11,2

0,0 2,0 4,0 6,0 8,0 10,0 12,0 14,0 16,0

Fonte: IBGE, 2010 – Censo demográfico

No que se refere à esperança de vida ao nascer (número médio de anos de vida esperados para um recém-nascido), observa-se que esta vem aumentando em ambos os sexos. Em 1991, a esperança de vida ao nascer das mulheres era de 64,2 anos, passando para 73,0 anos em 2010, o que representa um aumento de 8,8 anos e um crescimento de 14% no período. Nos homens, a expectativa de vida passou de 57,4 anos em 1991 para 66,0 em 2010, representando um aumento de 8,6 anos e um incremento de 15% (Figura 13).

Figura 13 – Esperança de vida ao nascer segundo sexo. Pernambuco, 1991, 2000 e 2010 80 73,0 69,0 70 64,2 66,0 62,2 60 57,4

50

40

30

20

10 Número de anos de vida esperados vida de anos de Número 0 1991 2000 2010 Masculino Feminino

Fonte: IBGE – Indicadores e Dados Básicos - IDB

15

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

A esperança de vida aos 60 anos de idade (número médio de anos de vida esperados para uma pessoa ao completar 60 anos de idade) também apresentou importante incremento, passando de 17,2 em mulheres e 17,0 em homens no ano de 1991, para 20,4 e 19,6, respectivamente, no ano de 2010 (Figura 14).

Figura 14 – Esperança de vida aos 60 anos de idade segundo sexo. Pernambuco, 1991, 2000 e 2010 21 20,4

20 19,6

18,9 18,9 19

18 17,2 17,0 17

16 Número de anos de vida esperados vida de anos de Número 15 1991 2000 2010 Masculino Feminino

Fonte: IBGE – Indicadores e Dados Básicos - IDB

No que se refere à taxa de fecundidade total, indicador que expressa a situação reprodutiva das mulheres, verifica-se no estado de Pernambuco uma redução de 33%, passando de 2,8 filhos para cada mulher em 1991 para 1,9 em 2010 (Figura 15).

Figura 15 – Taxa de fecundidade total*. Pernambuco, 1991 a 2010

3 2,8 2,7 2,6 2,5 2,5 2,5 2,4 2,3 2,3 2,3 2,2 2,0 2,0 1,9 1,9 1,9 2,0 2 1,9 1,8 1,9

1 Taxa de fecundidadetotalde Taxa

0

1991 1992 1993 1994 1995 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2009 2010 1996 1997 1998 2005 2006 2007 2008

* Taxa de fecuncidade total: Número médio de filhos nascidos vivos, tidos por uma mulher ao final do seu período reprodutivo. Fonte: IBGE – Indicadores e Dados Básicos - IDB

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

O decréscimo da taxa de fecundidade no estado pode estar associado à: urbanização crescente, melhoria do nível educacional das mulheres, ampliação do uso de métodos contraceptivos, maior participação da mulher na força de trabalho e instabilidade de emprego (RIPSA, 2013).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

3.3. Aspectos Socioeconômicos

3.3.1. Educação

A taxa de analfabetismo em maiores de 15 anos representa o percentual de pessoas com 15 anos de idade ou mais que não sabem ler e escrever pelo menos um bilhete simples, no idioma que conhecem, na população total residente da mesma faixa etária. Entre os anos de 1991 e 2010, observa-se uma redução de 47,0% na taxa de analfabetismo em maiores de 15 anos em Pernambuco, passando de 32,9% para 17,4% (Figura 16).

Figura 16 – Taxa de analfabetismo (por 100 habitantes) em maiores de 15 anos. Pernambuco, 1991 a 2010

35

30

32,9

30,9 29,8

25 29,1

26,4

26,2 24,8

20 24,4

22,0 22,0

21,8

21,5

21,3 20,5

15

18,5 18,5

17,9

17,6 17,4

10

5

Taxa de analfabetismo (por 100 habitantes) 100 analfabetismo(por de Taxa 0

1991 1992 1993 1995 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009

Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD

Na figura 17 verifica-se um importante aumento nos níveis de escolaridade da população pernambucana com mais de 15 anos. O nível de escolaridade inferior a quatro anos de estudo tem sido utilizado como aproximação (proxy) do analfabetismo funcional, embora o significado deste conceito seja mais amplo (RIPSA, 2012a). Baseado neste conceito aproximado, o número de analfabetos funcionais do estado vem decrescendo, porém ainda se mantém em patamares elevados, mais de 28% em 2009 (Figura 17). Ao comparar os anos extremos da série analisada (1992 a 2009) observa-se uma redução de 10% na população maior de 15 anos com 4 a 7 anos de estudo, passando de 28,3% em 1992 para 25,6% em 2009. Destaca-se aumento de 43% no percentual da população com 8 a 10 anos de estudo, passando de 10,7 em 1992 para 15,3 em 2009, e aumento de 133% na população com

18

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

mais de 11 anos de estudo, que correspondia a 13,4% em 1992 e em 2009 já superava 31% (Figura 17).

Figura 17 – Níveis de escolaridade* na população de 15 anos e mais. Pernambuco, 1992 a 1993, 1995 a 1999 e 2001 a 2009 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10%

0%

1993 1996 1998 1999 2002 2004 2006 2007 2009 1992 1995 1997 2001 2003 2005 2008

0 a 3 anos 4 a 7 anos 8 a 10 anos 11 e mais

* Nível de escolaridade em anos Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD

3.3.2. Renda

A figura 18 trata da proporção de pessoas de baixa renda (renda domiciliar mensal per capita de até meio salário mínimo) em Pernambuco que expressa a proporção da população considerada em situação de pobreza (RIPSA, 2012b). Entre 1992 e 2009, observa-se redução de 43% na proporção de pessoas que vivem com rendimento domiciliar mensal de até um quarto de salário mínimo e de 28% com até meio salário mínimo (considerando como valor de referência para todos os anos o salário mínimo de 2010, de R$ 510,00).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 18 – Proporção da população com baixa renda. Pernambuco, 1992 a 2010

% 100 90 74,6 74,8 80 70,0 67,3 67,9 68,4 66,3 67,1 68,3 67,8 67,4 67,7 70 63,9 60,0 58,5 60 54,9 52,7 53,5 47,3 48,8 50 43,7 43,3 40,0 39,7 39,3 41,0 38,9 36,2 37,5 38,4 40 33,7 29,9 28,5 25,8 27,1 30 23,6 20 10 0 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

% Pop renda < 1/2 SM* % Pop renda < 1/4 SM*

* SM – Salário Mínimo Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD

O índice de Gini mede o grau de concentração da distribuição de renda domiciliar per capita. Quando o índice tem valor igual a um (1), existe perfeita desigualdade, isto é, a renda domiciliar per capita é totalmente apropriada por um único indivíduo. Quando ele tem valor igual à zero (0), tem-se perfeita igualdade, isto é, a renda é distribuída na mesma proporção para todos os domicílios. (RIPSA, 2012c). Em Pernambuco, os anos de 1991 e 2000 foram os com maior desigualdade de renda no período de análise. Entretanto, 2007 e 2009 foram os anos com menor índice, representando menor desigualdade de renda domiciliar (Figura 19).

Figura 19 – Índice de Gini da renda domiciliar per capita. Pernambuco, 1991 a 2010

1,0

0,9

per capita per 0,8

0,7

0,6 0,6706

0,5 0,6606

0,6366

0,605

0,6186

0,6176

0,587

0,6088

0,6069

0,6045

0,5993

0,5928

0,5891

0,5864

0,5809

0,5752

0,5651 0,5591

0,4 0,5526

0,3

0,2

Índice de Gini da renda domiciliar domiciliar renda da Gini de Índice 0,1

0,0 1991 1992 1993 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Em março de 2012, 25,1% da população brasileira encontravam-se coberta por planos de saúde, com crescimento proporcional de 41,0% quando comparado ao ano 2000. O estado de Pernambuco, no último ano, apresentou uma cobertura menor que a média nacional, 17,0%, com aumento proporcional de 66,7% para o mesmo período. Contudo, destaca-se que a taxa de cobertura dos planos foi calculada a partir do número de vínculos aos planos de saúde presente no cadastro de beneficiários da ANS. Desta forma, um indivíduo pode ter sido contabilizado mais de uma vez, caso esteja vinculado a mais de um plano de saúde (Figura 20).

Figura 20 – Proporção de cobertura de planos de saúde. Brasil e Pernambuco, 2000 a 2012

%100 90 80 70 60 50 40 24,6 25,1 30 20,7 21,4 22,5 17,8 18 17,8 17,6 17,9 18,2 18,9 19,6 20 10 17,0 14,1 15,0 16,3 10,9 11,6 12,1 11,6 11,7 13,0 0 10,2 10,0 10,3 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012

Brasil Pernambuco

Fonte: SIB/ANS/MS; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

3.3.3. Situação dos domicílios particulares permanentes

Os indicadores do estado em relação à situação dos domicílios particulares permanentes de acordo com dados da PNAD – 2009 e 2011 estão sintetizados na tabela 3. Os domicílios particulares permanentes são assim definidos quando são construídos para servir, exclusivamente, à habitação e, têm a finalidade de servir de moradia a uma ou mais pessoas cujo relacionamento é ditado por laços de parentesco, de dependência doméstica ou por normas de convivência (IBGE, 2011). Em 2009, 63,7% das famílias residentes nos domicílios particulares permanentes do estado tinham como pessoa de referência um homem. Essa participação reduziu 8% no ano de 2011. Também houve redução na proporção de chefes de família economicamente ativos, chegando a 63,4% em 2011, e 65,1% estavam ocupados na semana de referência da pesquisa (Tabela 3). Quanto à cobertura dos serviços, no ano de 2011, 82,4% destes domicílios estavam ligados à rede geral de abastecimento de água com canalização interna, 50,7% estavam ligados à rede coletadora de esgoto, 85,9% possuiam coleta de lixo e 99,9% possuiam iluminação elétrica. Chama

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

atenção o incremento na proporção de fossas séptica ligada à rede coletora, embora sua participação em 2011 do estado tenha sido inferior a média nacional de 7,7% (Tabela 3). No que se refere à existência de bens duráveis nos domicílios,observa-se que fogão, televisão e geladeira foram os bens mais encontrados em 2011. Filtro de água, freezer e microcomputador foram os ítens que apresentaram maior incremento nos domicílios no período (Tabela 3).

Tabela 3 – Condições dos domicílios particulares permanentes. Pernambuco, 2009 e 2011

Categorias 2009 2011 Relação 2009/2011 Sexo da pessoa de referência da família Homens 63,7% 58,6% -8% Mulheres 36,3% 41,4% 14% Condição de atividade na semana de referência da pessoa de referência da família Economicamente ativas 70,2% 63,4% -10% Economicamente ativas - ocupadas 65,1% 59,9% -8% Não economicamente ativas 29,8% 36,6% 23% Disponibilidade de serviços

Rede geral de abastecimento de água 77,3% 82,4% 7% Rede coletora de esgoto 39,6% 50,7% 28% Fossa séptica ligada à rede coletora 0,8% 5,5% 588% Coleta de lixo 80,9% 85,9% 6% Iluminação elétrica 99,5% 99,9% 0% Telefone 76,4% 84,9% 11% Existência de alguns bens duráveis

Fogão 96,6% 98,7% 2% Filtro de água 33,9% 53,6% 58% Geladeira 87,8% 93,6% 7% Freezer 5,7% 8,5% 49% Máquina de lavar roupas 20,4% 26,7% 31% Rádio 87,2% 85,7% -2% Televisão 95,4% 97,7% 2% DVD 74,7% 80,4% 8% Microcomputador 19,7% 29,0% 47% Carro 18,0% 21,4% 19% Motocicleta 13,4% 17,5% 31% Fonte: IBGE - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios - PNAD 2009; 2011

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

4. CARACTERÍSTICAS AMBIENTAIS

A estruturação da vigilância em saúde ambiental constitui-se uma das respostas do setor saúde na busca de um desenvolvimento sustentável, passando a ser interlocutor junto a outros setores. O acompanhamento contínuo dos fatores de risco ambientais permite verificar as mudanças que porventura venham a ocorrer no meio ambiente ao longo do tempo e determinar se as projeções destas modificações poderão implicar em algum impacto na saúde da população. Segundo dados IBGE, em 2010, cerca de 76,0% da população pernambucana era coberta por sistemas de abastecimento de água. A Região Metropolitana foi a que registrou a maior concentração (Figura 21), bem como o maior número de poços ou nascentes (Figura 22). O esgotamento sanitário advindo da rede geral e/ou fossa séptica ainda é um serviço precário com uma cobertura de 43,6% dos domicílios.

Figura 21 – Domicílios com sistema de abastecimento de água por rede geral. Pernambuco, 2010

Fonte: IBGE – Censo 2010

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 22 – Domicílios com abastecimento de água por poço ou nascente. Pernambuco, 2010

Fonte: IBGE – Censo 2010

O acesso à rede de abastecimento de água não garante a qualidade da água recebida. A intermitência no abastecimento, principalmente nas áreas periféricas das grandes cidades, obriga a população a recorrer a formas alternativas de armazenamento que geram potenciais riscos para a saúde, incluindo a proliferação do vetor da dengue. O monitoramento da água de consumo humano é o instrumento utilizado para verificar se a água está de acordo com o padrão de potabilidade, estabelecido na legislação vigente (Portaria MS nº 2914/2011) (BRASIL, 2011a). Tem como objetivo avaliar a qualidade da água consumida pela população ao longo do tempo, bem como a eficiência do tratamento. No estado existem 10 laboratórios regionais de análise da qualidade da água, localizados nas sedes das Regiões de Saúde, com exceção da III e XII. O diagnóstico de forma descentralizada visa fortalecer as ações nas Regiões e municípios. Das amostras de água analisadas em Pernambuco, no período de 2007 a 2012, para o parâmetro turbidez, apresentou aumento no número de amostras analisadas no decorrer dos anos, com exceção de 2012, quando houve redução de 9% em relação ao ano anterior. Quanto ao percentual de amostras insatisfatórias, observa-se incremento de 261% no período, com maior valor em 2012 (Figura 23).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 23 – Número de amostras analisadas e proporção de amostras insatisfatórias para o parâmetro turbidez. Pernambuco, 2007 a 2012

14.000 100 % 90 12.000 80

10.000 70 11.559

60 10.537

8.000 9.922

9.022 50 6.000

40

7.218 6.593

4.000 30 Número de amostras de Número 20 2.000 12,4 8,9 10 5,7 3,4 3,2 4,1 0 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Nº amostras realizadas para Turbidez % amostras insatisfatórias para Turbidez

Fonte: SISAGUA/SES-PE

No período de 2007 a 2012, o estado realizou 54.851 análises de cloro residual livre presente na água fornecida pela Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa). Houve aumento gradativo no número de análises no período. A maior proporção de amostras insatisfatórias ocorreu em 2008, com 14,9% (Figura 24).

Figura 24 – Número de amostras analisadas e proporção de amostras insatisfatórias para o parâmetro cloro residual livre. Pernambuco, 2007 a 2012

20.000 100 % 90 16.000 80

70 16.220 12.000 15.804 60

13.846 50

8.000 40 9.684

30

8.641 Número de amostras de Número 4.000 7.405 20 13,0 14,9 13,7 10,4 10 8,9 6,8 0 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Nº amostras realizadas para Cloro Residual Livre % amostras insatisfatórias para Cloro Residual Livre

Fonte: SISAGUA/SES-PE

25

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Quanto aos indicadores de contaminação da água por coliformes totais, em Pernambuco foram analisadas 24.471 amostras de água de consumo humano, com aumento de 750% no período de 2007 a 2012. Destas, 23,6% estavam insatisfatórias para este parâmetro. Observa-se declínio do percentual de amostras insatisfatórias no período de 2007 a 2010 e aumento nos anos de 2011 a 2012. Contudo, quando comparados os anos de 2007 a 2012, verificou-se redução de 22,3% na proporção de amostras insatisfatórias para o parâmetro coliformes totais (Figura 25).

Figura 25 – Número de amostras analisadas e proporção de amostras insatisfatórias para o parâmetro coliformes totais. Pernambuco, 2007 a 2012

10.000 100%

90

8.000 80 8.730 70

6.000 60 6.975 50

4.000 40 34,1

30 Número de amostras de Número 25,0 26,5 23,5 21,6 2.000 3.341 20 15,6

2.336 10 1.932

0 1.157 0 2007 2008 2009 2010 2011 2012 Nº amostras realizadas para Coliformes totais % amostras insatisfatórias para Coliformes totais

Fonte: SISAGUA/SES-PE

As indústrias e os veículos automotores constituem as duas principais fontes de emissão e contaminação do ar urbano. O tráfego pesado, devido a uma frota de veículos superior a sua capacidade, juntamente com as indústrias, liberam uma grande quantidade de poluentes atmosféricos, que acabam causando problemas localizados de poluição do ar (BRAGA, et al., 2007; BUENO, et al., 2010). Eles estão associados ao aumento de doenças respiratórias, principalmente em crianças, ao baixo peso ao nascer e à mortalidade infantil (NASCIMENTO, 2006). Segundo o Departamento de Trânsito de Pernambuco (DETRAN-PE), a frota do estado em 2012 era de 2.279.075 veículos automotores, sendo a maior concentração na Região Metropolitana do Recife (RMR), com 1.109.081 veículos (48,7%) (Figura 26).

26

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 26 – Frota veicular de Pernambuco e Região Metropolitana do Recife. Pernambuco, 2008 a 2012

2.500.000

2.000.000

1.500.000 2.279.075

2.074.599 1.857.540

1.000.000 1.657.531

1.497.822 Número de veículos de Número

500.000

1.109.081

934.881

1.027.563

846.535 779.450 0 2008 2009 2010 2011 2012 Pernambuco Região Metropolitana do Recife

Fonte: DETRAN-PE

Em Pernambuco, no ano de 2011, o coeficiente de morbidade hospitalar por doenças respiratórias foi de 550,6/100.000 habitantes, 1,7% maior que o registrado em 2008. Entre as Regiões de Saúde, destacaram-se a XI, X e VII Regiões com maior coeficiente em 2011, porém, o maior incremento em relação ao ano de 2008 ocorreu na VI Região, na ordem de 71,7%. (Figura 27). Figura 27 – Coeficiente de Morbidade Hospitalar por doenças respiratórias segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2008 e 2011

1800

1600

1400

1200

1000

800

600 (por 100.000 habitantes) (por 100.000 400

Coeficiente de Morbidade Hospitalar Morbidade de Coeficiente 200

0 I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE 2008 533,6 562,9 627,0 443,1 355,7 412,3 1002,4 490,1 596,8 1003,5 1139,3 378,8 541,4 2011 491,0 480,1 659,5 399,8 336,0 707,9 1126,4 528,9 786,3 1138,8 1581,6 430,4 550,6

Fonte: SIH/SES-PE

Dentre as principais doenças deste grupo, estão a asma, com 102,9 internações/100.000 habitantes, e a bronquite, enfisema e outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas, com 45,8 internações/100.000 habitantes em Pernambuco no ano de 2011. A X Região de Saúde foi a que mais se destacou quanto ao coeficiente de morbidade hospitalar destes agravos no ano investigado (Figura 28).

27

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 28 – Coeficiente de Morbidade Hospitalar por asma, bronquite, enfisema e outras DPOC segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011

600

500

400

300

200 (por 100.000 habitantes)(por 100.000

100 Coeficiente de Morbidade Hospitalar Morbidade deCoeficiente

0 I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE Asma 66,2 98,4 208,7 48,9 37,8 247,0 111,9 94,8 81,7 493,9 484,9 49,8 102,9 Bronquite, enfisema e outras DPOC 46,4 37,4 53,9 37,7 33,7 28,7 40,9 14,9 94,8 149,4 70,6 27,4 45,8

Legenda: DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Fonte: SIH/SES-PE

Com relação aos óbitos acorridos em 2008 e 2011, o estado registrou aumento de 27,8% no coeficiente de mortalidade por doenças respiratórias, que passou de 24,1 para 30,8 óbitos/100.000 habitantes. A I Região de Saúde apresentou os maiores coeficientes nos dois anos estudados, encontrando-se aumento da mortalidade em todas as Regiões, sendo maior na II Região, com 116,2% (Figura 29).

Figura 29 – Coeficiente de Mortalidade por doenças respiratórias segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2008 e 2011

40

35

30

25

20

15

10

(por 100.000 habitantes) (por 100.000 Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente 5

0 I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE 2008 29,5 15,4 23,0 27,7 11,8 17,4 18,7 21,6 13,0 15,8 15,8 16,4 24,1 2011 35,5 33,3 28,8 29,2 19,6 20,2 31,5 28,3 19,7 24,8 24,4 32,6 30,8

Fonte: SIM/SES-PE

Em 2011, o coeficiente de mortalidade por asma e por bronquite, enfisema e outras doenças pulmonares obstrutivas crônicas foi de 1,0 e 3,1 óbitos/100.000 habitantes, respectivamente. Assim como nas internações, a X Região de Saúde destacou-se com os maiores coeficientes (Figura 30).

28

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 30 – Coeficiente de Mortalidade por asma, bronquite, enfisema e outras DPOC segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011

7

6

5

4

3

2

(por 100.000 habitantes)(por 100.000 Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente 1

0 I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE Asma 0,2 0,4 6,3 0,8 0,4 3,7 0,0 0,5 0,3 6,5 0,4 0,3 1,0 Bronquite, enfisema e outras DPOC 2,9 5,1 4,5 3,3 2,5 1,3 5,0 1,4 2,7 5,5 1,3 2,3 3,1

Legenda: DPOC – Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica Fonte: SIM/SES-PE

Outra questão que impacta no Ambiental é a emissão de efluentes e resíduos sólidos pelas indústrias. O controle da emissão de efluentes está previsto em legislações específicas, como a Instrução Normativa n. 96 de 30 de março de 2006 e na NBR 9800 (1987) (SANTOS et al., 2012). Em Pernambuco, no período de 2006 a 2012, foram identificadas e cadastradas 211 áreas com população em solo com suspeita de contaminação por efluente e/ou resíduos sólidos industriais. A maioria destas áreas encontra-se na I Região de Saúde, por abranger o Complexo Industrial e Portuário do Estado (Tabela 4).

Tabela 4 – Número de áreas cadastradas no Sissolo. Pernambuco, 2006 a 2012 Região de Saúde 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 I-Recife 13 7 6 10 9 22 57 II-Limoeiro 0 0 0 0 0 0 0 III-Palmares 0 0 0 0 4 0 0 IV-Caruaru 17 9 8 4 6 10 11 V-Garanhuns 0 1 1 0 0 1 1 VI-Arcoverde 0 0 0 0 0 0 1 VII-Salgueiro 0 0 0 0 0 0 0 VIII-Petrolina 11 0 0 0 0 1 0 IX-Ouricuri 0 0 0 0 0 1 0 X-Afogados da Ingazeira 0 0 0 0 0 0 0 XI-Serra Talhada 0 0 0 0 0 0 0 XII-Goiana 0 0 0 0 0 0 0 Pernambuco 41 17 15 14 19 35 70

Fonte: SISSOLO/SES-PE

29

Situação de Saúde

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

5. NATALIDADE

As informações sobre natalidade são provenientes do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc), cujo instrumento base para coleta de dados é a Declaração de Nascido Vivo (DN), padronizada pelo Ministério da Saúde (MS), e que também serve de base para lavratura da Certidão de Nascimento pelo Cartório de Registro Civil (BRASIL, 2009a). O número de nascidos vivos (NV) é utilizado para construção de alguns indicadores de saúde, tais como coeficiente de mortalidade infantil, razão de morte materna e cobertura vacinal, além de subsidiar a elaboração de perfis epidemiológicos para o conhecimento das condições de nascimento das crianças e informações sócio-demográficas da mãe (MELLO-JORGE, 1993). No período de 2002 a 2011 nasceram 146.513 crianças por ano, em média, de mães residentes em Pernambuco. No decênio analisado houve redução de 6,6% no número de NV no Estado, passando de 152.496 (2002) para 142.384 (2011) (Figura 31). A Taxa Bruta de Natalidade (TBN) expressa a frequência anual de NV no total da população e, quando apresenta valores elevados, está relacionado à baixa condição socioeconômica. A TBN é influenciada pela estrutura etária e sexo da população (RIPSA, 2008). Em Pernambuco, a TBN passou de 18,9 para 16,1 NV/1.000 habitantes no período entre 2002 e 2011, representando uma redução de 14,8% (Figura 31). Entre as Regiões de Saúde, no ano de 2011, 41,0% do número de NV de mães residentes no Estado pertenciam a I Região de Saúde. Contudo, esta Região apresentou a menor TBN (14,8 NV/1.000 habitantes), enquanto a IX Região apresentou a maior (19,7 NV/1.000 habitantes) (Tabela 5).

Figura 31 – Número de nascidos vivos e da taxa bruta de natalidade. Pernambuco, 2002 a 2011

160.000 25

140.000 18,9 19,2 18,1 20 17,7 17,2 120.000 16,9 16,6 16,1 15,6 16,1 100.000 15

80.000

156.936 152.496

152.160 10

147.324

146.362

145.325

143.230 142.384

60.000 142.037

136.874 (porhabitantes) 1.000 Número de nascidos vivos nascidos de Número 40.000

5 Natalidade de Bruta Taxa 20.000

0 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Nº nascidos vivos TBN

Fontes: Sinasc/SES-PE; IBGE - Censos e estimativas Intercensitárias

30

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Tabela 5 – Número de nascidos vivos, percentual e taxa bruta de natalidade segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 Taxa Bruta de Natalidade Região de Saúde Nº de nascidos vivos (1.000 habitantes) I-Recife 58.376 14,8 II-Limoeiro 8.618 15,1 III-Palmares 9.648 16,7 IV-Caruaru 20.189 16,1 V-Garanhuns 9.175 17,8 VI-Arcoverde 6.939 17,9 VII-Salgueiro 2.643 19,0 VIII-Petrolina 8.360 18,9 IX-Ouricuri 6.514 19,7 X-Afogados da 2.912 16,1 Ingazeira XI-Serra Talhada 4.205 18,7 XII-Goiana 4.805 15,8 Pernambuco 142.384 16,1

Fontes: Sinasc/SES-PE; IBGE - Censos e estimativas Intercensitárias

5.1. Características Gerais do Recém-Nascido O peso ao nascer é uma das variáveis da DN, relacionadas ao recém-nascido, tomado até a quinta hora de vida após o nascimento. Nesta análise, realizou-se uma adaptação da classificação da Organização Mundial de Saúde (OMS), com a junção das categorias extremo baixo peso (<1.000g) e muito baixo peso, resultando nos seguintes parâmetros: . Muito baixo peso (MBP): <1.500g; . Baixo peso (BPN): 1.500-2.499g; . Insuficiente: 2.500-2.999g; . Adequado: 3.000-3.999g; . Excesso de peso: ≥ 4.000g. Entre 2002 e 2011, em Pernambuco, a proporção de NV com peso adequado apresentou média de 64,8%; peso insuficiente, média de 21,2%; e BPN, média de 6,5%. O peso ao nascer inferior a 2.500g é considerado importante fator de risco para mortalidade infantil. Embora esteja relacionado a algumas variáveis maternas, sua frequência é resultado direto de uma condição socioeconômica desfavorável, podendo ser considerado um bom indicador de qualidade de vida. O BPN também pode estar relacionado à prematuridade, ao parto cesárea e à gravidez na adolescência e em mulheres acima de 35 anos. Como será apresentado posteriormente, todos estes fatores apresentaram aumento em Pernambuco no período estudado (Tabela 6).

31

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Tabela 6 – Proporção de nascidos vivos segundo peso ao nascer. Pernambuco, 2002 a 2011 Peso ao Biênio Variação da Média proporção nascer 2002-2003 2004-2005 2006-2007 2008-2009 2010-2011 2002-2011 2010-2011/2002-2003 MBP 1,1% 1,1% 1,2% 1,2% 1,3% 1,2% 18,2% BPN 6,5% 6,5% 6,4% 6,4% 6,5% 6,5% 0,0% Insuficiente 21,1% 21,2% 20,9% 21,0% 21,6% 21,2% 2,4% Adequado 64,5% 64,7% 64,8% 65,1% 64,9% 64,8% 0,6% Excesso 6,2% 6,2% 6,5% 6,2% 5,8% 6,2% -6,5% Ignorado 0,5% 0,3% 0,1% 0,1% 0,1% 0,2% -80,0%

Fontes: Sinasc/SES-PE

A análise da idade gestacional é utilizada para avaliar o risco de morbimortalidade do recém-nascido e, assim, proporcionar assistência adequada com tecnologias específicas de atenção à gestante e ao recém-nascido. Considerando a idade gestacional, o recém-nascido é classificado em: . Prematuro: <37 semanas; . A termo: 37 a 41 semanas; . Pós-termo: 42 semanas e mais. A prematuridade é um importante fator que contribui tanto para a mortalidade infantil quanto para o comprometimento do crescimento e desenvolvimento da criança. Em virtude da mudança na variável duração da gestação no formulário da DN a partir de 2011, que passou a ser preenchida com a data da última menstruação discriminada, houve aumento da proporção de NV com duração da gestação ignorada/não informada. Em virtude disso, optou-se por retirar o ano de 2011 da análise. Ao analisar os triênios compreendidos no período de 2002 a 2010, observa-se aumento na proporção de NV prematuros (11,9%), redução proporcional de NV pós-termo (75,0%), e predomínio de NV a termo, com média de 93,1% (Tabela 7).

Tabela 7 – Proporção de nascidos vivos segundo duração da gestação. Pernambuco, 2002 a 2011

Duração da Triênio Média Variação da proporção gestação 2002-2004 2005-2007 2008-2010 2002-2010 2008-2010/2002-2004 Prematuro 5,2% 5,5% 5,9% 5,5% 11,9% A termo 93,2% 92,9% 93,1% 93,1% -0,1% Pós-termo 1,4% 1,5% 0,8% 1,2% -75,0% Ignorado 0,2% 0,1% 0,3% 0,2% 33,3%

Fontes: Sinasc/SES-PE

Ao analisar a duração da gestação entre as Regiões de Saúde, utilizou-se o ano de 2010, tendo em vista que este foi o último ano antes da mudança no preenchimento da variável duração da gestação. Nesse ano, verificou-se que a maior concentração de NV pré-termo ocorreu na I Região (7,5%) e pós-termo na VIII Região (2,0%). A proporção de NV a termo se manteve acima de 90% em todas as Regiões (Figura 32).

32

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 32 – Proporção de nascidos vivos segundo duração da gestação e Região de Saúde. Pernambuco, 2010 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE Ignorado 0,2 0,4 1,9 0,4 0,7 0,3 1,0 0,5 0,3 0,2 0,4 0,2 0,4 Pós-termo 0,5 0,7 0,9 0,5 1,4 0,4 0,8 2,0 0,8 1,1 2,6 0,7 0,8 A termo 91,9 94,2 91,5 93,4 93,1 95,4 92,3 90,5 94,8 94,4 92,9 93,4 92,7 Prematuro 7,5 4,7 5,7 5,7 4,8 3,9 5,9 7,0 4,1 4,2 4,0 5,6 6,1

Fonte: Sinasc/SES-PE

5.2. Características Gerais Maternas A idade materna é um importante fator de risco para o BPN, particularmente entre as adolescentes (NASCIMENTO; GOTLIEB, 2001). Ao analisar os NV de Pernambuco entre os anos 2002 e 2011, identificou-se aumento de 20,0% na proporção de NV de mães com 10-14 anos e redução de 11,0% de mães com idade entre 15-19 anos. A proporção de NV de mães com idade entre 20 a 34 anos foi a maior entre os grupos etários, apresentando média de 68,7% no período. Quanto à proporção de NV de mães com idade de 35 anos e mais, observa-se aumento de 15,0%, passando de 8,0% no biênio 2002-2003 para 9,2% em 2010-2011 (Tabela 8).

Tabela 8 – Proporção de nascidos vivos segundo idade da mãe. Pernambuco, 2002 a 2011 Idade da Biênio Variação da Média proporção mãe 2002-2003 2004-2005 2006-2007 2008-2009 2010-2011 2002-2011 2010-2011/2002-2003 10 a 14 1,0% 1,0% 1,0% 1,0% 1,2% 1,0% 20,0% 15 a 19 22,8% 22,9% 22,3% 21,2% 20,3% 21,9% -11,0% 20 a 34 68,1% 68,2% 68,4% 69,2% 69,4% 68,7% 1,9% ≥ 35 8,0% 7,9% 8,3% 8,5% 9,2% 8,4% 15,0% Ignorado 0,1% 0,1% 0,0% 0,0% 0,0% 0,0% -100,0% Fontes: Sinasc/SES-PE

Em 2011, as Regiões de Saúde que apresentaram as maiores proporções de mães adolescentes (10 a 19 anos) no estado foram a III (28,1%), IX (24,9%) e XII (23,9%). Com relação às mães com idade igual ou superior a 35 anos destacaram-se as Regiões V (10,4%) e I (10,2%) (Figura 33).

33

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 33 – Proporção de nascidos vivos segundo idade da mãe e Região de Saúde. Pernambuco, 2011 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE ≥ 35 10,2 8,7 6,5 9,1 10,4 9,7 9,2 9,5 9,3 7,6 8,3 8,7 9,4 20 a 34 70,5 70,6 65,4 68,2 68,9 67,1 69,2 68,2 65,8 71,2 69,7 67,5 69,1 15 a 19 18,3 19,5 26,0 21,3 19,6 21,9 20,5 20,9 23,6 20,3 20,9 22,6 20,3 10 a 14 1,0 1,3 2,1 1,5 1,2 1,3 1,1 1,4 1,3 1,0 1,2 1,3 1,2

Fonte: Sinasc/SES-PE

O grau de instrução materno, única variável da DN que permite avaliar a situação socioeconômica do recém-nascido, está associado com o resultado da gestação e sobrevivência no primeiro ano de vida (MELLO-JORGE et al., 1993). A baixa escolaridade materna pode predispor ao aparecimento de situações de risco para a mãe e o recém-nascido, pois está associada ao baixo peso ao nascer, à mortalidade perinatal, neonatal e infantil, assim como ao aumento do número de partos (HAIDDAR; OLIVEIRA; NASCIMENTO, 2001). Em Pernambuco, a proporção de mães sem escolaridade variou de 9,0% (2002) para 1,8% (2011), com redução de 80,0%, e acréscimo de 82,4% de nascidos vivos cujas mães possuem oito ou mais anos de estudo, variando de 31,9% (2002) a 58,2% (2011) (Figura 34).

Figura 34 – Proporção de nascidos vivos segundo escolaridade materna. Pernambuco, 2002 a 2011

% 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Nenhuma 9,0 7,3 6,2 5,3 4,4 3,8 3,0 2,6 2,2 1,8 1 a 3 19,7 18,2 16,8 15,6 14,1 13,0 11,2 9,7 9,1 8,3 4 a 7 37,4 37,7 38,0 38,1 37,2 36,7 35,9 34,4 32,7 30,4 8 a 11 23,3 25,4 27,8 30,0 32,4 33,7 35,6 38,6 41,0 48,2 ≥ 12 8,6 9,5 9,4 9,5 10,7 12,0 13,2 13,4 14,1 10,0

Fonte: Sinasc/SES-PE

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

A análise por Região de Saúde, no ano de 2011, revelou que a VI Região possui a maior proporção de NV de mães sem escolaridade (4,1%) e a I Região a menor (0,7%). Em contrapartida, mais de 50% dos NV das I, II, VII e XI Regiões são de mães com escolaridade entre 8 a 11 anos. A I e VIII Regiões destacaram-se por apresentar proporções de nascidos vivos de mães com escolaridade igual ou superior a 12 anos, maior que a média estadual, com 14,7% e 10,6%, respectivamente (Figura 35).

Figura 35 – Proporção de nascidos vivos segundo escolaridade materna e Região de Saúde. Pernambuco, 2011 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE Ignorado 0,5 1,3 1,2 1,5 1,2 6,7 1,1 1,0 0,8 1,5 2,0 0,9 1,2 ≥ 12 14,7 6,5 4,2 6,6 7,0 5,6 9,0 10,6 6,0 6,8 6,8 6,2 10,0 8 a 11 56,3 50,7 38,7 40,7 36,0 37,0 52,7 48,8 41,3 41,2 50,0 44,0 48,2 4 a 7 23,6 30,3 39,1 37,2 37,5 33,2 29,0 31,6 36,0 39,6 31,3 34,8 30,4 1 a 3 4,1 9,5 13,5 11,5 14,4 13,3 6,4 6,8 13,2 9,8 8,3 11,2 8,3 Nenhuma 0,7 1,6 3,3 2,4 3,8 4,1 1,8 1,3 2,7 1,1 1,6 2,9 1,8 Fonte: Sinasc/SES-PE

5.3. Características Gerais da Gestação e Parto A não realização de consultas de pré-natal pode contribuir para a mortalidade infantil (TREVISAN et al., 2002) e materna. A assistência pré-natal adequada possibilita a identificação precoce de situações de risco, previne complicações e assegura a evolução normal da gravidez, preparando a mãe para o parto, puerpério e os cuidados com o recém-nascido. Desta forma, ampliar o acesso à consulta de pré-natal foi contemplado em um dos objetivos do Pacto pela Vida (BRASIL, 2009b). Em Pernambuco, observa-se importante redução na proporção de NV de mães sem consultas de pré-natal (72,1%), variando de 6,1% em 2002 para 1,7% em 2011. Ao mesmo tempo identificou-se aumento de 39,9% para 54,3% na proporção de NV de mães com 7 ou mais consultas de pré-natal (Figura 36), representando um aumento proporcional de 36,1%. Isto pode estar relacionado ao aumento da cobertura da Estratégia Saúde da Família em Pernambuco, que passou de uma cobertura de 49,3% em 2002, para 68,2% em 2011 (BRASIL, 2002; BRASIL, 2011b).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 36 – Proporção de nascidos vivos segundo número de consultas de pré-natal. Pernambuco, 2002 a 2011

% 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Nenhuma 6,1 4,8 3,8 3,4 2,6 2,1 1,8 1,8 1,5 1,7 1 a 3 11,6 10,5 10,5 10,9 9,5 8,6 7,9 7,5 6,9 8,1 4 a 6 41,3 42,9 43,8 45,5 44,6 44,3 43,2 41,2 38,8 34,2 ≥ 7 39,9 40,7 40,9 39,2 42,5 44,4 46,2 48,6 52,0 54,3

Fonte: Sinasc/SES-PE

A análise de 2011 revelou que as Regiões de Saúde, exceto a III, apresentaram mais de 50% dos NV cujas mães realizaram 7 ou mais consultas de pré-natal, sendo a X Região a que apresentou a maior proporção (64,7%), e a XI a segunda menor (50,6%) (Figura 37).

Figura 37 – Proporção de nascidos vivos segundo número de consultas de pré-natal e Região de Saúde. Pernambuco, 2011 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE Ignorado 2,8 0,7 1,0 0,6 1,2 0,4 0,8 1,1 0,4 0,1 0,2 1,1 1,6 ≥ 7 53,6 55,3 42,4 55,7 58,9 59,6 57,7 56,8 55,7 64,7 50,6 50,9 54,3 4 a 6 32,8 36,2 42,3 34,8 32,1 31,2 33,6 33,2 36,2 29,5 38,4 37,5 34,2 1 a 3 9,1 6,4 11,1 7,4 6,2 6,5 7,3 8,1 6,5 4,0 7,8 8,1 8,1 Nenhuma 1,7 1,4 3,2 1,5 1,6 2,3 0,7 0,8 1,1 1,6 3,0 2,4 1,7

Fonte: Sinasc/SES-PE

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

O parto cesárea é uma alternativa cirúrgica quando a vida da gestante e/ou do feto está em risco (BARBOSA et al., 2003). Apesar disso, observa-se aumento progressivo de partos cesáreos no Brasil e no mundo, superando os 15% preconizados pela Organização Mundial de Saúde. Estudo realizado por Haiddar, Oliveira e Nascimento (2001) identificou que mães com maior escolaridade apresentam maior chance de terem partos cesáreos. Além disso, a ocorrência de NV prematuros é maior nesse tipo de parto (ZIMMERMMANN et al., 2009). No início do período predominaram os partos vaginais, que foram reduzindo gradativamente chegando a ser superados pelos partos cesáreos no ano de 2010 (Figura 38).

Figura 38 – Proporção de nascidos vivos segundo tipo de parto. Pernambuco, 2002 a 2011

% 100 90

80

70

60

50

40

30

20

10

0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Vaginal 68,7 66,5 65,7 64,3 61,0 59,4 55,0 52,9 49,9 48,7 Cesárea 31,1 33,4 34,2 35,6 38,9 40,6 45,0 47,0 50,0 51,1

Fonte: Sinasc/SES-PE

Quanto às Regiões de Saúde, a VI Região destacou-se por apresentar a maior proporção de partos vaginais (61,8%) e a X Região de partos cesáreas (64,3%), em 2011 (Figura 38). Figura 39 – Proporção de nascidos vivos segundo tipo de parto e Região de Saúde. Pernambuco, 2011 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE Ignorados 0,1 0,3 0,2 0,2 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 1,8 0,1 0,2 Cesárea 56,0 57,4 50,1 52,3 42,5 38,0 44,8 40,7 39,9 64,3 46,4 44,5 51,1 Vaginal 43,9 42,3 49,7 47,5 57,1 61,8 55,0 59,1 59,9 35,6 51,8 55,4 48,7

Fonte: Sinasc/SES-PE

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

O local de ocorrência do parto é determinado pelo modelo assistencial vivenciado na localidade (PROGIANTI, 2004). De acordo com o Manual de Orientações para Preenchimento da DN (BRASIL, 2011c), as opções disponíveis para preenchimento são: . Hospitalar, quando o nascimento ocorre em estabelecimento de saúde com funcionamento 24 horas por dia e que disponha de um profissional médico de plantão; . Domiciliar, quando o nascimento ocorre em domicílio, seja este o de residência da mãe ou não; . Outros Estabelecimentos de Saúde, quando o nascimento ocorre em qualquer estabelecimento de saúde que não se enquadra na definição para o Hospital; . Outros, quando o nascimento não ocorre nos locais especificados nas outras opções. No decênio analisado, observa-se que em média 98,5% dos NV de Pernambuco ocorreram em Hospitais. A proporção de NV de parto domiciliar representou apenas 0,9% no período, com redução de cerca de 80%, entre 2002 e 2011.

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

6. MORBIDADE

6.1. Doenças e agravos transmissíveis

6.1.1. Hanseníase

A Hanseníase é transmitida através do Mycobacterium leprae (bacilo de Hansen) e é considerada um importante problema de saúde pública em alguns países em desenvolvimento, entre eles o Brasil. A doença é caracterizada por manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo com alteração da sensibilidade térmica, dolorosa e tátil. Os sintomas estão relacionados ao comprometimento do nervo, podendo afetar a força muscular, a marcha, entre outros, e até provocar deformidades físicas. O controle da hanseníase é baseado no diagnóstico precoce de casos, tratamento e cura oportunos, visando à eliminação das fontes de infecção e prevenção das possíveis sequelas (Brasil, 2010b). Em Pernambuco, apesar do coeficiente de detecção de casos novos vir decrescendo anualmente, o estado continua classificado como de endemicidade muito alta na detecção geral e hiperendêmico em menores de 15 anos, segundo os critérios preconizados pela OMS e estabelecidos na Portaria nº 3.125 (Tabela 9). Isso demonstra a presença de fontes de transmissão ativa da doença e provável endemia oculta. O estado é responsável por 7,8% dos casos novos do Brasil na população geral e 11,8% dos casos em menores de 15 anos. Ocupa a 9ª e 5ª colocação em coeficiente de detecção geral e em menores de 15 anos, respectivamente, em relação às demais Unidades Federadas do país.

Tabela 9 – Parâmetros de endemicidade para o coeficiente de detecção anual de casos novos na população geral em em menores de 15 anos Classificação Coeficiente geral Coeficiente <15 anos Hiperendêmico ≥40,00/100.000 hab. ≥10,00/100.000 hab. Muito alto 20,00 a 39,99/100.000 hab. 5,00 a 9,99/100.000 hab. Alto 10,00 a 19,99/100.000 hab. 2,50 a 4,99/100.000 hab. Médio 2,00 a 9,99/100.000 hab. 0,50 a 2,49/100.000 hab. Baixo <2,00/100.000 hab. <0,50/100.000 hab. Fonte: BRASIL, 2010b

A RMR é responsável, em média, por 60% dos casos diagnosticados na população geral do estado, e 80% dos casos em menores de 15 anos. A capital pernambucana responde por aproximadamente 30% do total de casos diagnosticados ao ano. Ao se observar a distribuição de casos por Região de Saúde (Tabela 10), percebe-se, na detecção geral, que as áreas variam entre a hiperendemicidade e média endemicidade, e, na população menor de 15 anos, entre os parâmetros da hiperendemicidade e não endemicidade.

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Provavelmente essas variações estão relacionadas a questões operacionais e não epidemiológicas, merecendo destaque a concentração de casos na I Região de Saúde, dando à endemia um aspecto urbanicista.

Tabela 10 – Coeficiente de detecção geral e em < de 15 anos (por 100.000 habitantes) e parâmetros de endemicidade da OMS segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 População geral Menores de 15 anos Região de Saúde Coeficiente de Parâmetros Coeficiente de Parâmetros

detecção (endemicidade) detecção (endemicidade) I-Recife 44,5 Hiperendêmico 26,2 Hiperendêmico II-Limoeiro 15,0 Alto 4,8 Alto III-Palmares 13,0 Alto 5,9 Muito Alto IV-Caruaru 11,5 Alto 2,4 Médio V-Garanhuns 7,6 Médio 0,0 Baixo VI-Arcoverde 14,1 Alto 3,5 Alto VII-Salgueiro 30,3 Muito Alto 0,0 Baixo VIII-Petrolina 47,2 Hiperendêmico 11,0 Hiperendêmico IX-Ouricuri 39,0 Muito Alto 5,8 Muito Alto X-Afogados da Ingazeira 13,3 Alto 0,0 Baixo XI-Serra Talhada 15,6 Alto 3,2 Alto XII-Goiana 26,4 Muito Alto 2,5 Alto Pernambuco 29,9 Muito Alto 12,7 Hiperendêmico

Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

No período de 2007 a 2011 observa-se uma baixa proporção de contatos examinados dentre os registrados, sempre abaixo do preconizado pelo MS (75%) (Figura 40). É evidente a necessidade de se intensificar ações que melhorem a busca ativa de contatos, pois contribuirá para a redução na incidência e/ou aumento do diagnóstico oportuno.

Figura 40 – Proporção de contatos intradomiciliares registrados, dentre os esperados, e de contatos examinados, dentre os casos novos de hanseníase registrados. Pernambuco, 2007 a 2011

% 100 90 93,5 93,0 91,0 90,0 80 89,0 70 72,0 68,0 60 65,0 50 58,0 53,0 40 30 20 10 0 2007 2008 2009 2010 2011 Contatos registrados entre os esperados Contatos examinados

Fonte: Sinan/SES–PE

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

No mesmo período analisado, a proporção de cura na coorte dos casos novos foi em média 82,2% (Figura 41). Esse indicador avalia a qualidade da atenção e do acompanhamento dos casos novos diagnosticados até a completitude do tratamento. O resultado do indicador representado na série histórica demonstra a necessidade de se intensificar ações que favoreçam um efetivo acompanhamento das pessoas acometidas pela hanseníase no estado.

Figura 41 – Proporção de cura na coorte de casos novos de hanseníase. Pernambuco, 2007 a 2011

% 100 90

80 84,7 82,2 83,4 80,8 70 80,1 60 50 40 30 20 10 0 2007 2008 2009 2010 2011

Fonte: Sinan/SES–PE

A figura 42 demonstra que a proporção de casos em possíveis abandonos de tratamento apresentou oscilação nos últimos cinco anos. Em 2009 houve redução de 66,0% em relação ao ano de 2008, porém, nos anos subsequentes houve um expressivo aumento, com acréscimo de 40,0% e 122,2% entre os anos de 2009 a 2010 e 2010 a 2011, respectivamente.

Figura 42 – Proporção de casos em possíveis abandonos de tratamento de hanseníase no registro ativo. Pernambuco, 2007 a 2011

% 100 90 80 70 60 50 40 30 20

10 18,0 15,9 16,8 12,0 0 5,4 2007 2008 2009 2010 2011

Fonte: Sinan/SES–PE

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

A proporção de casos com o grau de incapacidade física avaliado no momento do diagnóstico e da cura tem como utilidade medir a qualidade do atendimento dos serviços de saúde, mostrando a efetividade ou não do serviço em relação à detecção precoce dos casos novos. A figura 43 demonstra que nos últimos cinco anos, em média, 90,1% dos casos foram avaliados no momento do diagnóstico, resultado satisfatório pelos parâmetros OMS, e que os casos detectados com algum grau de incapacidade instalado (I e II) apresentam declínio nos percentuais no mesmo período avaliado.

Figura 43 – Proporção de casos de incapacidade física segundo grau (I e II) no momento do diagnóstico de hanseníase e proporção de avaliados. Pernambuco, 2007 a 2011

% 100 90,6 92,0 90,0 90,0 88,0 90 80 70 60 50 40 27,6 30 20,0 21,0 19,0 20,5 20 7,9 10 7,0 6,0 6,0 5,6 0 2007 2008 2009 2010 2011 % GI I % GI II % Avaliado

Legenda: GI I – Grau de incapacidade física I; GI II – Grau de incapacidade física II Fonte: Sinan/SES-PE

Quanto aos casos com o grau de incapacidade física avaliado na cura (Figura 44), observa-se que, em média, 60,2% dos casos foram avaliados em todo período, parâmetro considerado precário, pelos parâmetros do MS o qual recomenda que 90,0% dos casos sejam avaliados no momento da cura. Os percentuais dos casos com incapacidades instaladas (I e II) se mantiveram com pequenas oscilações, apresentando declínio do grau I e grau II entre os anos de 2010 e 2011.

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 44 – Proporção de casos de incapacidade física segundo grau (I e II) no momento da cura por hanseníase e proporção de avaliados. Pernambuco, 2007 a 2011

%100 90 80 70 63,0 65,0 63,1 60,0 60 50,0 50 40 30 16,0 16,0 20 13,0 14,0 13,4 10 5,0 5,0 5,0 5,0 4,7 0 2007 2008 2009 2010 2011 GIF I GIF II Avaliados

Legenda: GI I – Grau de incapacidade física I; GI II – Grau de incapacidade física II Fonte: Sinan/SES-PE

6.1.2. Tuberculose

Nos países em desenvolvimento, estima-se que ocorram 7,5 milhões de casos novos e mais de 2,8 milhões de mortes por tuberculose (TB). A prevalência no sexo masculino é duas vezes maior que no feminino e atinge todos os grupos etários, com maior predomínio nos indivíduos economicamente ativos (15 a 54 anos). O Brasil apresenta aproximadamente 85 mil casos novos por ano e cerca de 5 a 6 mil mortes pela doença (BRASIL, 2005). Em Pernambuco, no período entre 2007 a 2011, foram registrados, em média, 4.124,4 novos casos de tuberculose por ano. Neste período, houve uma pequena oscilação nas taxas de incidência da tuberculose pulmonar bacilífero, com valor máximo no ano de 2009 (48,1 casos por 100.000 habitantes) e valor mínimo no ano de 2011 (47,1/100.000 habitantes), observando-se estabilização nos patamares (Figura 45).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 45 – Número de casos novos e taxa de incidência (por 100.000 habitantes) de tuberculose. Pernambuco, 2007 a 2011 5000 47,5 47,4 48,1 47,3 47,1 50

4000 40

4202

4168

4147 4070 3000 4035 30

2000 20

Número de casos de Número 1000 10

Taxa de incidência de Taxa (por 100.000 habitantes)(por 100.000 0 0 2007 2008 2009 2010 2011 Nº de casos Taxa de Incidência

Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

No ano de 2010, das 12 Regiões de Saúde de Pernambuco, a I Região notificou o maior número de casos novos (3.051), com uma taxa de incidência de 78,1/100.000 habitantes, devido à grande concentração da populacional em áreas de cluster e em Unidades Prisionais. Entre os percentuais de abandono, o maior foi observado na VIII Região, com 13,9%, o que favorece a manutenção da cadeia de transmissão da doença e risco de resistência ao medicamento anti-TB (Tabela 11).

Tabela 11 – Número de casos novos, taxa de incidência (por 100.000 habitantes) e percentual de casos com abandono de tratamento de tuberculose segundo Região de saúde. Pernambuco, 2010 % de casos com Nº de casos Taxa de Incidência Região de Saúde abandono de novo (por 100.000 hab.) tratamento I-Recife 3.051 78,1 11,4 II-Limoeiro 166 29,3 7,8 III-Palmares 184 32 9,8 IV-Caruaru 244 19,7 11,5 V-Garanhuns 80 15,6 2,5 VI-Arcoverde 58 15,2 10,3 VII-Salgueiro 49 35,3 6,1 VIII-Petrolina 101 23,2 13,9 IX-Ouricuri 63 19,1 9,5 X-Afogados da Ingazeira 25 13,8 12,0 XI-Serra Talhada 28 12,5 0,0 XII-Goiana 98 32,4 8,0 Pernambuco 4147 47,1 10,7 Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Uma das estratégias para o controle da tuberculose é o exame dos contatos intradomiciliares de pacientes TB pulmonar bacilífero, forma esta que transmite a doença. Em 2010, a meta pactuada para o Brasil foi de 70% dos contatos intradomiciliares examinados e de 65% para Pernambuco. Nesse período, o estado alcançou 56,5%. O tratamento é a principal ação para romper a cadeia de transmissão e, para aumentar sua efetividade, foi instituído o Tratamento Diretamente Observado (TDO) e implementadas estratégias para aumentar a adesão. A figura 46 dispõe o percentual de abandono do tratamento dos casos de TB, onde mostra uma tendência crescente entre os anos de 2006 a 2008 e um leve decréscimo entre os anos de 2009 e 2010. Contudo, o indicador ainda permanece em patamares elevados, de acordo com o que preconiza a OMS, cujo valor não deve ultrapassar 5%.

Figura 46 – Percentual de abandono dos casos novos de tuberculose. Pernambuco, 2006 a 2010

% 100 90 80 70 60 50 40 30 20 11,6 10,9 8,2 9,3 10,7 10 0 2006 2007 2008 2009 2010

Fonte: Sinan/SES–PE

6.1.3. HIV/Aids

A aids é uma doença causada pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Devido a sua gravidade e caráter pandêmico, constitui-se, mundialmente, como um grave problema à saúde. O indivíduo infectado com o HIV que não realiza tratamento com antirretrovirais pode evoluir para uma grave disfunção imunológica, reduzindo os linfócitos T-CD4+, consideradas as principais células de defesa do organismo humano (BRASIL, 2010c). Com a defesa do organismo comprometida, o indivíduo torna-se vulnerável a infecções e doenças oportunistas. Por outro lado, desde 1996, os antirretrovirais têm se mostrado reconstrutores do sistema imunológico, aumentando, portanto, as chances de defesa do organismo, bem como estendendo a sobrevida das pessoas que vivem com HIV/aids (BRASIL, 2010c). No período de 2001 a 2011, Pernambuco registrou um total de 11.485 casos novos de aids, com uma média de 1.044 novos casos por ano. Os casos, que no início da pandemia

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

predominavam no sexo masculino, apresentam hoje uma razão de sexo de 1,6 homens para cada mulher, caracterizando uma tendência a feminização (Tabela 12).

Tabela 12 – Número de casos novos de aids em maiores de 13 anos por sexo segundo o ano de diagnóstico. Pernambuco, 2001 a 2011* Ano Masculino Feminino Razão de Total Diagnóstico Nº % Nº % sexos 2001 508 65,0 273 35,0 1,9 781 2002 672 62,7 399 37,3 1,7 1.071 2003 608 60,6 395 39,4 1,5 1.003 2004 620 61,6 387 38,4 1,6 1.007 2005 678 59,9 453 40,1 1,5 1.131 2006 591 59,2 408 40,8 1,4 999 2007 569 60,8 367 39,2 1,6 936 2008 618 61,1 394 38,9 1,6 1.012 2009 672 63,9 380 36,1 1,8 1.052 2010 784 60,4 514 39,6 1,5 1.298 2011 758 63,4 437 36,6 1,7 1.195 Total 7.078 61,6 4.407 38,4 1,6 11.485

Nota: *Notificações até Setembro/2012 Fonte: Sinan/SES–PE

Analisando-se as taxas de incidência de aids em indivíduos com 13 anos e mais no referido período (Figura 47), verifica-se uma discreta tendência de estabilização, porém, em patamares elevados em ambos os sexos. Observa-se também a interiorização da distribuição geográfica dos casos, apenas 10 municípios ainda não têm pelo menos um caso notificado (Figura 48).

Figura 47 – Taxa de Incidência de aids (por 100.000 habitantes) em indivíduos maiores de 13 anos segundo sexo e ano do diagnóstico. Pernambuco, 2001 a 2011*

20 18,5 17,8 17,2 18 16,7 15,4 15,6 15,7 16 14,4 14,6 14,8 13,7 13,1 13,2 13,4 13,5 14 12,3 12,2 11,7 11,6 11,9 10,9 11,3 12 10,4 9,8 9,6 9,5 9,4 9,1 10 9,3 8,7 8,3 8,4 8 6,6 6 4 2 0

Taxa de incidência (por 100.000 habitantes) 100.000 (por incidência de Taxa 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Masculino Feminino Total

*Notificações até Setembro/2012 Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 48 – Distribuição do número de casos acumulados de aids segundo município de residência. Pernambuco, 1983 a 2012*

*Notificações até Setembro/2012 Fonte: Sinan/SES–PE

No início da epidemia de aids, verifica-se que os homossexuais e bissexuais representavam o maior percentual de categoria de exposição ao HIV. Tal situação pode ter influenciado uma falsa ideia de que outros grupos populacionais não estivessem expostos à infecção. Atualmente, nota-se uma forte tendência da heterossexualização (Figura 49).

Figura 49 – Proporção de casos de aids em indivíduos com 13 anos e mais segundo categoria de exposição e ano de diagnóstico. Pernambuco, 1983 a 2011 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10%

0%

1983 1984 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2010 2011 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Homossexual Bissexual Heterossexual UDI Hemofílico Transfusão Acid.Mat.Biológico Perinatal

*Notificações até Setembro/2012 Fonte: Sinan/SES–PE

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Observando-se os casos de aids em menores de 13 anos, verifica-se que desde o ano de 1995, a totalidade dos casos em Pernambuco nesta faixa etária, possui como categoria de exposição ao HIV, a transmissão vertical (TV) (Figura 50). Este fato poderia ser evitado seguindo-se todo o protocolo para a prevenção de TV de HIV: AZT e terapia combinada para a mãe na gestação e parto; parto cesáreo eletivo; AZT xarope para a criança nos primeiros dias de vida, quando a mãe fez uso de antirretrovirais (ARV) na gestação e, associado à Nevirapina quando não fez uso de ARV na gestação; e inibição da lactação associada ao fornecimento de formula láctea infantil até os 6 meses. Estas medidas reduzem as chances de TV a menos de 2% (BRASIL, 2008a;BRASIL, 2009c; BRASIL, 2010c).

Figura 50 – Proporção de casos de aids em menores de 13 anos segundo categoria de exposição e ano de diagnóstico. Pernambuco, 1987 a 2011* 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10%

0%

1988 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1997 1999 2001 2003 2005 2007 2009 2011 1987 1989 1996 1998 2000 2002 2004 2006 2008 2010 Hemofílico Transfusão Perinatal

*Notificações até Setembro/2012 Fonte: Sinan/SES–PE

Analisando-se as notificações de gestantes HIV+ por Região de Saúde, pode-se perceber que a I Região apresenta, em média, 80% das notificações e as maiores taxas de detecção do estado (Tabela 13).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Tabela 13 – Número de casos de gestantes HIV positivas e taxa de detecção (por 1.000 nascidos vivos) segundo Região de Saúde de notificação. Pernambuco, 2007 a 2011 Ano de Notificação Região de Saúde 2007 2008 2009 2010 2011 Nº Taxa Nº Taxa Nº Taxa Nº Taxa Nº Taxa I-Recife 173 3,0 186 3,2 125 2,2 205 3,6 201 3,4 II-Limoeiro 4 0,5 14 1,5 5 0,6 9 1,1 14 1,6 III-Palmares 10 1,0 12 1,1 7 0,7 10 1,2 9 0,9 IV-Caruaru 2 0,1 2 0,1 4 0,2 9 0,5 12 0,6 V-Garanhuns 0 0,0 6 0,6 1 0,1 2 0,2 8 0,9 VI-Arcoverde 1 0,1 1 0,1 1 0,1 3 0,4 3 0,4 VII-Salgueiro 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 0 0,0 VIII-Petrolina 1 0,1 1 0,1 0 0,0 4 0,5 6 0,7 IX-Ouricuri 1 0,1 1 0,1 0 0,0 3 0,5 7 1,1 X-Afogados da Ingazeira 1 0,3 2 0,7 2 0,7 1 0,4 2 0,7 XI-Serra Talhada 1 0,2 1 0,3 1 0,3 0 0,0 1 0,2 XII-Goiana 3 0,6 3 0,6 3 0,6 12 2,6 14 2,9 Pernambuco 197 1,4 229 1,6 149 1,0 258 1,9 277 1,9

*Notificações até Setembro/2012 Fonte: Sinan/Sinasc/SES–PE

6.1.4. Sífilis congênita

A Sífilis congênita é resultado de uma infecção bacteriana causada pelo Treponema pallidum e é transmitida ao bebê por via transplacentária de uma mãe infectada não tratada ou tratada inadequadamente. Pode provocar aborto, natimorto, má formação do feto, ou morte do recém-nato. É uma doença que pode ser evitada se o tratamento da mãe e parceiro sexual ocorrer em tempo hábil (BRASIL, 2010d). Em casos de sífilis congênita notificados, mais de 50% são assintomáticos. Considerando que a taxa de transmissão vertical da sífilis em mulheres sem tratamento é de 70% na fase primária, 100% na fase secundária e de 30% nas fases tardias da doença, a rotina da triagem de sífilis nas gestantes no início da gestação, 3º trimestre gestacional e também na hora do parto torna-se ainda mais importante (BRASIL, 2006a). Analisando-se as taxas de incidência de sífilis congênita entre os anos de 2001 e 2011 (Figura 51), verifica-se um comportamento instável, com patamares elevados (média de 3,7/1.000 nascidos vivos) e bem além da meta do MS, que é menor de 0,5 caso para cada 1.000 nascidos vivos (BRASIL, 2011d). As altas taxas de incidência apresentadas no estado podem estar refletindo falhas dos serviços de saúde, principalmente no que concerne à detecção precoce de casos de gestantes com sífilis e tratamento adequado no pré-natal, incluindo os parceiros.

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 51 – Número de casos de sífilis congênita em menores de 1 ano e taxa de incidência (por 1.000 nascidos vivos) segundo ano do diagnóstico. Pernambuco, 2001 a 2011 800 5

700 4 600

500 3 400

Número de casos de Número 300 2 Taxa de Incidência de Taxa 200 1 vivos) nascidos(por 1.000 100

0 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Número de casos 490 419 654 574 715 666 558 405 427 477 669 Taxa de Incidência 3,1 2,8 4,2 4,0 4,6 4,3 3,9 2,8 3,0 3,5 4,7

Fonte: Sinan/Sinasc/SES–PE

Observando-se as notificações de sífilis congênita por Região de Saúde de Pernambuco, no período de 2007 a 2011, verifica-se que a I Região apresentou o maior número de notificações, bem como as mais elevadas taxas de detecção. Percebe-se, ainda, que o número de notificações de sífilis em gestantes, corresponde, em média, a 40% do total das notificações de sífilis congênita (Tabela 14).

Tabela 14 – Número de casos notificados de sífilis congênita em menores de 1 ano, taxa de incidência (por 1.000 nascidos vivos) e número de casos notificados em gestantes segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2007 a 2011 Ano do diagnóstico Região de 2007 2008 2009 2010 2011 Saúde Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Nº Taxa Taxa Taxa Taxa Taxa <1 ano Gest. <1 ano Gest. <1 ano Gest. <1 ano Gest. <1 ano Gest. I-Recife 444 7,8 172 322 5,5 190 355 6,1 193 395 7,0 247 548 9,4 302

II-Limoeiro 18 1,9 29 11 1,2 27 4 0,5 25 13 1,6 19 22 2,6 12

III-Palmares 22 2,1 13 11 1,0 18 12 1,2 21 16 1,9 20 11 1,1 13

IV-Caruaru 38 1,8 57 37 1,8 55 23 1,2 39 20 1,0 28 41 2,0 67

V-Garanhuns 4 0,4 45 3 0,3 24 5 0,5 14 4 0,4 5 5 0,5 5

VI-Arcoverde 5 0,7 9 - - 10 7 1,0 7 - - 8 6 0,9 25

VII-Salgueiro 1 0,4 6 2 0,8 5 5 1,8 14 4 1,5 4 5 1,9 8

VIII-Petrolina 12 0,1 3 8 0,2 4 8 - 7 9 0,2 11 9 0,4 22

IX-Ouricuri 1 - 8 2 - 2 - - 9 2 0,0 10 3 0,0 8

X-Afogados 1 0,3 5 - - 2 - - 5 2 0,7 3 2 0,7 5 da Ingazeira XI-Serra 1 0,2 7 1 0,3 8 - - 6 1 0,3 2 - - 7 Talhada XII-Goiana 14 3,0 16 8 1,5 15 11 2,0 11 13 2,8 22 18 3,7 22

Pernambuco 561 3,9 370 405 2,8 360 430 3,0 351 479 3,5 379 670 4,7 496

Fonte: Sinan/Sinasc/SES–PE

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Esses dados apontam a necessidade de ampliar o acesso ao diagnóstico e tratamento da sífilis no pré-natal, tanto da gestante quanto do seu parceiro sexual. Desta forma, espera-se evitar a transmissão vertical, reduzindo-se os casos de sífilis congênita no estado.

6.1.5. Hepatites virais

As Hepatites Virais (HV) são doenças infecciosas de etiologias virais diversas e características clínico-epidemiológicas também distintas. São de notificação compulsória e têm na Vigilância Epidemiológica um instrumento com a capacidade de descrever seu comportamento e identificar seus fatores de risco (BRASIL, 2008b). As HV constituem um problema de saúde pública no Brasil e no mundo, devido sua elevada incidência e prevalência e pela possibilidade de complicações das formas agudas e crônicas. Segundo a OMS, cerca de dois bilhões de pessoas já tiveram contato com o vírus da hepatite B em todo o mundo e cerca de 325 milhões encontram-se na condição de portadores crônicos. Estimativas apontam que no Brasil pelo menos 1% da população já teve contato com o vírus e desconhece seu estado de portador, o que favorece o elo na cadeia de transmissão dos vírus da hepatite B (BRASIL, 2008b). No período de 2002 a 2011, observa-se que houve aumento gradativo dos casos confirmados das hepatites até 2005, com diminuição da taxa de detecção a partir de 2006 e queda expressiva no ano de 2010 (Figura 52). Isto se deve à elevada subnotificação de casos de hepatite em Pernambuco, com proporção considerável de casos assintomáticos que permanecem desconhecidos do sistema de vigilância. Somam-se a esse fato, ainda, as diferentes capacidades de captação de casos pela vigilância epidemiológica dos municípios, bem como o encerramento destes de acordo com os critérios laboratorial e clínico epidemiológico.

Figura 52 – Número de casos notificados e confirmados de hepatites virais e taxa de detecção (por 100.000 habitantes). Pernambuco, 2002 a 2011*

3.000 30

2.500 25

2.000 20

1.500 15

Número (por 100.000 habitantes) (por 100.000 1.000 10

500 5

0 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Nº casos confirmados 225 658 1.027 1.403 981 984 961 798 480 731 detecção de Taxa Nº casos notificados 1.297 1.681 2.285 2.804 1.880 1.264 1.258 1.065 664 1.030 Taxa de detecção 2,8 8,1 12,5 16,7 11,5 11,5 11,0 9,1 5,5 8,2

Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

A análise por Região de Saúde no ano de 2011 demonstra que a I Região apresentou o maior número de notificações (572 casos), assim como o percentual de casos confirmados, correspondendo a 84,6% (Tabela 15). Esses dados apontam a necessidade de implementação e descentralização no acesso ao diagnóstico e tratamento das hepatites virais. Desta forma, espera- se aumentar a suspeita no número de casos e confirmação dos mesmos quebrando a cadeia de transmissão.

Tabela 15 – Número e percentual de casos notificados e confirmados de hepatites virais segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 Região de Saúde Notificados Confirmados % confirmados I-Recife 572 484 84,6 II-Limoeiro 15 10 66,7 III-Palmares 31 25 80,6 IV-Caruaru 85 44 51,8 V-Garanhuns 30 25 83,3 VI-Arcoverde 41 26 63,4 VII-Salgueiro 16 7 43,8 VIII-Petrolina 122 24 19,7 IX-Ouricuri 12 9 75,0 X-Afogados da Ingazeira 62 47 75,8 XI-Serra Talhada 27 21 77,8 XII-Goiana 15 9 60,0 Pernambuco 1.028 731 71,1

Fonte: Sinan/SES–PE

6.1.6. Cólera

A cólera é uma doença infecciosa intestinal aguda, causada pela enterotoxina do Vibrio cholerae, e tem o homem como principal reservatório. Os sintomas mais frequentes são diarreia e vômito, e podem surgir num período de algumas horas até cinco dias. Os casos leves (90%) manifestam-se com infecções inaparentes, sem distinção das diarreias comuns. Os graves apresentam diarreia intensa, incoercível e com inúmeras dejeções diárias, levando a desidratação rápida que, se não tratada adequadamente, pode evoluir para óbito. O diagnóstico de preferência é o laboratorial, com o isolamento do V. cholerae na cultura das fezes e/ou vômitos do doente ou portador assintomático. Entretanto, em áreas onde já ocorreu confirmação da circulação do V. cholerae, casos de diarreia aguda com manifestações clínicas e epidemiológicas compatíveis com a doença poderão ser definidos como cólera pelo diagnóstico clínico epidemiológico. A cólera é uma doença endêmica em países da Ásia e África, e tem se manifestado de forma epidêmica em várias partes do mundo. Desde 1817 até os dias atuais, a doença já causou sete pandemias no mundo. A última delas foi introduzida na América Latina pelo Peru, atingindo o

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Brasil em janeiro de 1991. No período entre 1991 a 2005, foram registrados 168.625 casos e 2.035 óbitos no país, havendo maior concentração de casos (92,2%) e de óbitos (84,1%) na região Nordeste. O último caso no país ocorreu em 2010, em São Paulo, procedente da Costa Rica. Em Pernambuco, entre os anos de 1992 e 2005, foram notificados 31.247 casos e 390 óbitos. A partir de então, nenhum caso foi notificado no estado. No início da epidemia de cólera (1992-1994) foram registradas as mais altas taxas de incidência e expansão territorial, seguidos por períodos de declínio progressivo (1995 e 1997). Posteriormente foram observadas fases de recrudescimento de casos (1998-2000) e de período silencioso (2001-2003). A maior taxa de detecção ocorreu em 1993 (135/100.000 habitantes) e a de letalidade ocorreu em 1996 (2,9%) (Figuras 53).

Figura 53 – Número de casos e óbitos confirmados de cólera, taxa de detecção (por 100.000 habitantes) e letalidade (100 habitantes). Pernambuco, 1992 a 2011

12.000 140

10.500 120

9.000 100 7.500 80

Número 6.000

60 (por100.000habitantes)

4.500 habitantes)(por100 40 3.000

1.500 20 e letalidade letalidade e 0 0

1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 detecção de Taxa Nº casos 9.0799.8126.374 908 238 562 1.1612.445 456 1 0 0 21 5 0 0 0 0 0 0 Nº óbitos 82 137 80 9 7 7 7 55 8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 Taxa detecção 126,0135,0 86,0 12,0 3,1 7,6 14,9 30,3 6,2 1,0 0 0 2,6 0,6 0 0 0 0 0 0 Taxa letalidade 0,9 1,4 1,3 1,0 2,9 1,2 0,6 0,6 1,8 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

Nos anos de 2004 e 2005, foram registrados dois surtos veiculados pela água no município de São Bento do Uma (IV Região de Saúde), com registro de 21 e 4 casos, respectivamente. No Recife, ainda em 2005, foi detectado um caso isolado da doença. Embora desde 2006 não haja registros de casos de cólera em Pernambuco, a vigilância permanece ativa, pois o risco de sua reintrodução ainda é provável devido à possibilidade da chegada de brasileiros e imigrantes de áreas afetadas pela cólera e de condições ambientais favoráveis para disseminação dessa doença no estado.

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

6.1.7. Febre tifóide

A febre tifóide é uma doença bacteriana aguda de distribuição mundial, transmitida de forma direta pelo contato com as mãos do doente ou portador e, principalmente, de forma indireta pela ingestão de água e alimentos contaminados por fezes ou urina do doente ou portador. O agente etiológico é a Salmonella typhi, bactéria de alta infectividade e virulência e de baixa patogenicidade (Brasil, 2009b). A maior prevalência da doença é observada em populações que vivem em precárias condições socioeconômicas, geralmente em áreas da periferia da cidade, sem saneamento, higiene ambiental e pessoal. Em Pernambuco, nos últimos dez anos (2002 a 2011), foram registrados 150 casos, havendo, ao longo desse período, um declínio acentuado no número de casos notificados, com mediana de sete casos por ano, o que sugere subdiagnóstico e subnotificação da doença no estado. A maior concentração de casos foi registrada no ano de 2002 (60 casos), decrescendo para 45 casos em 2003 e 15 casos em 2004. Nos anos seguintes, foram notificados menos de oito casos, não ocorrendo notificação em 2011. A maior letalidade ocorreu em 2005 (Figura 54).

Figura 54 – Número de casos e óbitos e taxa de letalidade (por 100.000 habitantes) por febre tifóide. Pernambuco, 2002 a 2011 60 20

45 15

30 10

(por 100 habitantes)(por 100 Número

15 5

0 0

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Taxa de letalidade de Taxa Nº casos 60 45 15 5 7 7 7 1 3 0 Nº óbitos 2 1 2 1 0 0 0 0 0 0 Taxa letalidade 3,3 2,2 13,3 20,0 0 0 0 0 0 0

Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

Em relação ao local de ocorrência, observa-se uma maior concentração de casos da doença na IV (30,7%) e VII (12,0%) Regiões de Saúde (Figura 55). O grupo etário mais atingido foi o de 20 a 49 anos (34%), seguido da faixa etária de 10 a 19 anos (26,7%) (Figura 56), não havendo predominância entre os sexos. Quanto ao critério de confirmação do diagnóstico, ressalta-se que 79,2% dos casos tiveram o diagnóstico definido por laboratório.

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 55 – Número de casos confirmados de febre tifóide segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2002 a 2011

50 46 45 40 35 30 25

20 17 18 Número de casos de Número 15 11 10 6 5 3 5 1 2 2 2 1 0 I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII

Nota: excluídos 36 casos de residência ignorada Fonte: Sinan/SES–PE

Figura 56 – Número de casos confirmados de febre tifóide segundo a faixa etária. Pernambuco, 2002 a 2011 25

20

15

10 Número de casos de Número

5

0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

<1 ano 1 a 4 5 a 9 10 a 19 20 a 49 50 e + Ign.

Fonte: Sinan/SES–PE

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

6.1.8. Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA)

A incidência de doenças relacionadas ao consumo de alimentos cresce anualmente no mundo inteiro. As doenças transmitidas por alimentos (DTA) são consideradas problemas de saúde pública e atingem diversos países, até os mais desenvolvidos, manifestando-se de várias formas, desde ligeiras indisposições até situações mais graves, que podem necessitar de cuidados hospitalares ou mesmo causar óbito. No entanto, a maioria dos casos de DTA não é notificada, pois muitos microorganismos patogênicos presentes nos alimentos causam apenas sintomas brandos, fazendo com que as vítimas não busquem assistência médica (PASSOS et al., 2008; MARCHI et al., 2011). As DTA podem dar origem a surtos, que são episódios nos quais duas ou mais pessoas apresentam, em um mesmo período de tempo, sinais e sintomas semelhantes após a ingestão de um determinado alimento de mesma origem, considerado contaminado por evidência clínica, epidemiológica e/ou laboratorial (CÂMARA, 2002). No estado de Pernambuco, de 2002 a 2011, foram registrados 551 surtos de DTA. Em 2006, ocorreu o maior número de notificações, seguido do ano de 2011. Nota-se que na I Região de Saúde está concentrada a maior proporção dos surtos de DTA do estado, sendo esta responsável por 81,7% deles. Também se verifica oscilação na ocorrência de surtos de DTA nos anos de 2002 a 2007, mas que de 2008 a 2011 tem-se uma tendência crescente no número de notificações (Tabela 16). Quanto ao número de pessoas doentes, 2011 foi o ano em que mais pessoas foram acometidas por DTA, seguido de 2008. Em 2011, observa-se a maior proporção de doentes por surto, 37,8 (Tabela 16).

Tabela 16 – Número de surtos por DTA e doentes segundo Região de Saúde de ocorrência. Pernambuco, 2002 a 2011 Região de Saúde 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Total I-Recife 28 45 56 38 58 50 44 42 44 45 450 II-Limoeiro 0 0 0 2 3 1 0 2 0 3 11 III-Palmares 1 1 1 1 4 0 2 0 4 2 16 IV-Caruaru 0 2 0 0 3 0 2 3 1 6 17 V-Garanhuns 0 0 0 0 0 0 0 3 0 1 4 VI-Arcoverde 0 1 0 2 6 3 0 1 0 0 13 VII-Salgueiro 0 0 0 0 0 0 2 0 1 0 3 VIII-Petrolina 0 0 0 1 2 1 0 2 2 1 9 IX-Ouricuri 0 1 0 0 0 1 0 0 1 0 3 X-Afogados da 0 0 0 1 1 0 0 1 1 5 9 Ingazeira XI-Serra Talhada 0 1 1 0 0 0 1 1 1 0 5 XII-Goiana 0 0 0 0 0 1 2 1 3 4 11 Nº de surtos 29 51 58 45 77 57 53 56 58 67 551 Nº de doentes 434 849 630 588 1.251 805 1.468 608 865 2.531 10.029 Fonte: Sinan/SES–PE

56

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

A água é o alimento mais envolvido nos surtos de DTA (n=101; 18,3%), seguido das preparações mistas (alimentos que contêm a mistura de gêneros, tais como produtos de origem animal e vegetal), com 14,8% (n=82). Ressalta-se ainda o elevado número de surtos com o alimento causador indeterminado (n=117; 21,2%), o que demonstra uma fragilidade na investigação (Figura 57).

Figura 57 – Número de surtos de DTA segundo alimento contaminado envolvido. Pernambuco, 2002 a 2011

140

117 120 101 100 82 80 62 60 44 40 32 Número de surtos de Número 27 25 20 13 12 20 8 2 2 2 2

0

Água

Outros

Hortaliças

Pescados e

Frutas e e Frutas

frutosdomar

Indeterminado

e miúdos e

e miúdos e

e miúdos e

e prep.mistas e

a base de ovosde base a

Produtoquímico

Ovosprodutos e

Alimentosmistos

Leite e derivados e Leite

produtosfrutas de

Suíno,processados

Bovino,processados

Doces e sobremesas Doces e Frango,processados Cereais e farináceos Cereaise Bebidas não alcóolicas Bebidasnão Fonte: Sinan/SES–PE

A maior proporção de surtos de DTA no período de 2002 a 2011 foi em restaurantes, lanchonetes e bares (n=187; 33,9%), seguidos do domicílio (n=155; 28,1%) (Figura 58).

Figura 58 – Número de surtos de DTA segundo local de ocorrência. Pernambuco, 2002 a 2011

Canteiro de Obras 4

Embarcação 6

Hotel 9

Indeterminado 10

Padaria 13

Evento 17

Outros 22

Unidade Saúde 23

Refeitório Industrial 51

Escola/Creche 54

Residência 155

Restaurante/lanchonete/bar 187

0 50 100 150 200 Número de surtos

Fonte: Sinan/SES–PE

57

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Com relação ao agente etiológico causador do surto, observa-se que em Pernambuco o mais prevalente foi a Escherichia coli (n=96; 17,4%), seguida do Staphylococcus aureus (n=72; 13,1%). Destaca-se, também, o elevado percentual de surtos de DTA com o agente etiológico indeterminado (n=238; 43,2%) (Figura 59).

Figura 59 – Número de surtos de DTA segundo agente etiológico envolvido. Pernambuco, 2002 a 2011

250 238

200

150

96 100

72 Número de surtos de Número 50 41 24 20 13 14 11 8 5 6 3

0

E. Coli E.

Outros

S. aureus S.

positiva

HepatiteA

Enterovírus

Aeromonas

Shigellaspp

S. coagulase S.

Indeterminado

Bacilluscereus

Salmonellaspp

Clostridiumspp Agentequimico

Fonte: Sinan/SES–PE

6.1.9. Influenza

A influenza é uma infecção viral que afeta principalmente nariz, garganta, brônquios e, ocasionalmente, pulmão. São conhecidos três tipos de vírus influenza: A, B e C. Esses vírus são altamente transmissíveis e podem sofrer mutações (transformações em sua estrutura genética). O tipo A é o mais mutável dentre os três e o que causa mais epidemias e pandemias. A transmissão da influenza ocorre através das secreções das vias respiratórias do indivíduo de forma direta ao falar, tossir ou espirrar. Também pode ocorrer a transmissão indireta quando as mãos do individuo sadio entram em contato com superfícies contaminadas, levando o vírus para a boca, nariz e olhos. A infecção pelo vírus da influenza é caracterizada por início repentino dos sintomas que permanecem de uma a duas semanas. São eles: febre alta, dor muscular, dor de cabeça, mal-estar, tosse e coriza. A maioria das pessoas evolui de forma benigna. Entretanto, alguns indivíduos, principalmente as crianças menores de dois anos, imunodeprimidos ou com doenças crônicas, podem apresentar formas graves da doença e evoluir para óbito.

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Em 24 de abril de 2009, a OMS notificou aos países membros a ocorrência de casos humanos de influenza A (H1N1). Em 11 de junho, foi declarada pandemia (fase 6), com identificação de casos em diferentes continentes. Em Pernambuco, no ano de 2009, foram confirmados para influenza A (H1N1) 200 casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), sendo a maior ocorrência na faixa etária de 15 a 24 anos. No ano seguinte, ocorreram doze casos com predomínio na faixa etária de 25 a 29 anos e, em 2011, foi confirmado um único caso em um indivíduo maior de 60 anos (Figura 60).

Figura 60 – Número de casos confirmados de influenza A H1N1 segundo faixa etária. Pernambuco, 2009 a 2011 60

50

40

30

20

10 Número de casos confirmados casos de Número

0 < 2anos 3 a 4 5 a 14 15 a 24 25 a 29 30 a 49 50 a 59 60 e + 2009 2010 2011

Fonte: Sinan/SES–PE

Nos anos de 2009 a 2011, o fator de risco para a infecção do vírus da influenza A H1N1 foram os indivíduos com pneumopatia crônica (27,3%), seguido das gestantes (16,8%) e dos portadores de cardiopatia crônica (6,2%) (Figura 61).

Figura 61 – Proporção de casos confirmados de influenza A H1N1 segundo fator de risco. Pernambuco, 2009 a 2011

Tabagismo 5,6% Gestante 16,8% Cardiopatia crônica Outras 6,2% comorbidade 34,2% Pneumopatia crônica 27,3%

Doença Metabólica 3,1% Renal Crônico Imunodeprimido Hemoglobinopatia 0,6% 4,3% 1,9%

Fonte: Sinan/SES–PE

59

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Entre as Regiões de Saúde de Pernambuco, a I Região concentrou o maior número de casos confirmados nos anos de 2009 (91,5%) e 2010 (66,7%). Em 2011, o único caso confirmado ocorreu na IV Região (Figura 3). Quanto aos óbitos, ocorreram nove em 2009, com maior letalidade na IV Região (60%), quatro em 2010, sendo um em cada Região (I, III, IV e V) e, no ano seguinte, um óbito na IV Região de Saúde (Tabela 17).

Tabela 17 – Número de casos confirmados e óbitos por influenza A H1N1 segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2009 a 2011 2009 2010 2011 Região de Saúde Casos Óbitos Casos Óbitos Casos Óbitos I-Recife 183 1 8 1 0 0 II-Limoeiro 0 0 0 0 0 0 III-Palmares 1 0 1 1 0 0 IV-Caruaru 10 6 1 1 1 1 V-Garanhuns 3 1 2 1 0 0 VI-Arcoverde 1 0 0 0 0 0 VII-Salgueiro 0 0 0 0 0 0 VIII-Petrolina 0 0 0 0 0 0 IX-Ouricuri 0 0 0 0 0 0 X-Afogados da Ingazeira 0 0 0 0 0 0 XI-Serra Talhada 0 0 0 0 0 0 XII-Goiana 2 1 0 0 0 0 Pernambuco 200 9 12 4 1 1

Fonte: Sinan/SES–PE

6.1.10. Coqueluche

A coqueluche é uma doença infecciosa aguda, de transmissão respiratória e distribuição universal. Compromete traqueias e brônquios e se caracteriza por paroxismos de tosse seca, podendo resultar em número elevado de complicações e até em morte em lactentes (BRASIL, 2010b). Em Pernambuco, no período entre 2002 e 2011, a coqueluche vem ocorrendo de forma endêmica e epidêmica, com aumento no número de casos confirmados a cada três anos (Figura 62). Nesse período, a I Região de Saúde apresentou o maior coeficiente de incidência (1,7 casos/100.000 habitantes). É importante ressaltar que em 2011 houve ampliação da rede sentinela nessa Região, passando de uma para cinco unidades. Isso resultou numa maior captação de casos nessa localidade (Figura 63).

60

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 62 – Número de casos confirmados e taxa de letalidade (por 100 habitantes) por coqueluche. Pernambuco, 2002 a 2011

250 4

200 3

150

2 (porhabitantes) 100

100 Número de casos de Número

1 50

0 0 letalidade de Taxa 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Casos confirmados 60 227 130 94 79 82 128 38 30 79 Taxa letalidade 0 3,1 2,3 0 2,5 2,4 2,3 0 0 2,5

Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

Figura 63 – Coeficiente de Incidência de coqueluche (por 100.000 habitantes) segundo Região de Saúde de residência. Pernambuco, 2002 a 2011

1,8

1,6 1,7

1,4

1,2 1,2 1,1 1,1 (por 100.000 babitantes) babitantes) 100.000 (por 1,0

0,8 0,8 0,6 0,7 0,6 0,4 0,4 0,3 0,2 0,3 0,3 Coeficiente de Incidência de Coeficiente 0,3 0,1 0,0 I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII PE

Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

No período analisado, observa-se elevado número de casos em crianças menores de seis meses, faixa etária que ainda não possui o esquema vacinal completo (Figura 64). Como a imunidade conferida pela vacina ou doença não permanece por toda a vida, mantendo-se por cerca de 5 a 10 anos após a última dose, os adolescentes e/ou adultos acabam transmitindo a doença para crianças menores de um ano. Ressalta-se que em menores de seis meses há um maior risco de agravamento e evolução para óbito.

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 64 – Número de casos confirmados de coqueluche segundo faixa etária. Pernambuco, 2002 a 2011

450 426 400 350 300 249 Nº casos 250 Nº óbitos 200 150 109 100 71 37 36 50 12 20 11 0 0 0 0 0 0 <2 meses 2 a 6 6 meses 1 a 4anos 5 a 9 anos 10 a 19 anos 20 anos e+ meses a 1 ano

Fonte: Sinan/SES–PE

Em 2011, foi intensificada a vigilância desta doença com a ampliação para 15 unidades sentinelas, fortalecendo integração das ações com o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen). Como resultado, foram notificados 305 casos suspeitos e, destes, 82 confirmados, sendo 28 por critério laboratorial (cultura positiva para Bordetella pertussis). A partir do segundo semestre de 2011, a Secretaria de Saúde intensificou as ações de vigilância para o agravo. Em 2012, através da Portaria Estadual Nº104, incluiu a coqueluche na lista de doenças de notificação imediata, com o objetivo de aumentar a sensibilidade para captação dos casos e sua confirmação por critério laboratorial.

6.1.11. Poliomielite

A poliomielite é uma doença infectocontagiosa causada pelo poliovírus. É comumente conhecida como paralisia infantil por ser mais frequente em crianças menores de 15 anos. Sua transmissão ocorre de pessoa a pessoa por via fecal-oral (a principal), através da contaminação fecal de água e alimentos, ou oral-oral, através de partículas de saliva expelidas ao falar, tossir ou espirrar. Devido à intensificação da vigilância epidemiológica da doença e a elevadas coberturas vacinais (rotina e campanhas), o último caso notificado da doença em Pernambuco foi no ano de 1988 (Figura 65). Em 1994, o Brasil recebeu o Certificado de Erradicação da Poliomielite. Desde então, a vigilância permanece atenta porque ainda há circulação do poliovírus selvagem em outros países e, devido a sua elevada transmissibilidade, é facilmente exportado de um país para o outro, permanecendo o risco de sua reintrodução.

62

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 65 – Número de casos de poliomielite e cobertura vacinal. Pernambuco, 1980 a 2011

120 CASOS 120 COBERTURA VACINAL 100 100

80 80

60 60

40 40 (%) Vacinal Cobertura Número de casos notificados casos de Número

20 20

0 0

1980 1981 1983 1984 1986 1989 1992 1995 1998 2000 2001 2003 2004 2006 2007 2009 2010 1982 1985 1987 1988 1990 1991 1993 1994 1996 1997 1999 2002 2005 2008 2011

Fonte: Sinan/SES–PE; SI-PNI/SES–PE

Diante da situação atual, o país monitora essa doença através da vigilância de todos os casos de Paralisia Flácida Aguda (PFA). Desde 2005, o estado vem atingindo a meta da taxa de notificação para essa doença, que é de no mínimo 1 caso por 100.000 habitantes em menores de 15 anos, com exceção do ano de 2009 (0,85 casos/100.000 habitantes) (Figura 66).

Figura 66 – Taxa de notificação (por 100.000 habitantes) de Paralisia Flácida Aguda. Pernambuco, 2005 a 2011 1,4

1,2

1,0

0,8 Casos

0,6 Meta

1,19 1,19

1,15 1,15 1,07

0,4 1,04

0,85 Taxa de notificação de Taxa

(por 100.000 habitantes)(por 100.000 0,2

0,0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

63

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

6.1.12. Sarampo

O sarampo é uma doença infecciosa aguda, de natureza viral, grave, transmissível pelo vírus morbilivírus e extremamente contagiosa. Sua transmissão ocorre diretamente de pessoa a pessoa, através das secreções nasofaríngeas, expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar. Essa forma de contaminação é responsável pela fácil disseminação da doença. Tem sido descrito, também, a transmissão por dispersão de gotículas com partículas virais no ar em ambientes fechados, como em escolas, creches e clínicas (BRASIL, 2010b). No Brasil, desde 2000, não há transmissão autóctone de sarampo. Em Pernambuco, o aumento da cobertura vacinal em crianças menores de 12 meses contribuiu para ausência de casos confirmados de sarampo desde esse ano (Figura 67). Vale ressaltar que o sarampo vem ocorrendo de forma endêmica e mesmo epidêmica em alguns países do mundo. Por esse motivo, é fundamental a manutenção de elevadas coberturas vacinais nos diversos municípios do estado, além da intensificação da vigilância diante de casos suspeitos da doença, especialmente em viajantes procedentes desses países.

Figura 67 – Número de casos de sarampo e cobertura vacinal. Pernambuco, 1980 a 2011

6.000 140

5.000 120

100 4.000 80 3.000

60 Número de casos de Número 2.000

40 Cobertura vacinal (%) vacinal Cobertura

1.000 20

0 0

1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Nº de Casos Cobertura vacinal

Fonte: Sinan/SES–PE; SI-PNI/SES–PE

64

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

6.1.13. Rubéola

É uma doença exantemática aguda que apresenta alta transmissibilidade, acometendo principalmente crianças, causada pelo vírus rubivírus. A rubéola tem curso benigno e sua importância epidemiológica está relacionada ao risco de abortos, natimortos, e malformações congênitas, denominada de Síndrome da Rubéola Congênita (SRC) que se caracteriza por cardiopatias, catarata e surdez (BRASIL, 2010b). Desde 2000, as campanhas vacinais auxiliaram na redução da incidência da rubéola entre crianças de 1 a 11 anos e entre mulheres em idade fértil. Contudo, o país enfrentou surto de rubéola em meados de 2006. O problema atingiu o estado de Pernambuco em junho de 2007, porém, não houve casos de síndrome da rubéola congênita. Em 2008, o estado registrou sete casos confirmados de rubéola e, desde 2009, não há casos confirmados (Figura 68).

Figura 68 – Número de casos de rubéola e cobertura vacinal. Pernambuco, 2000 a 2011 1800 140 1600 120 1400 100 1200 1000 80

800 60 600 40

400 (%) vacinal Cobertura Número de casos confirmados casos de Número 20 200 0 0 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 Casos Confirmados Cobertura vacinal

Fonte: Sinan/SES–PE; SI-PNI/SES–PE

6.1.14. Meningites

Denomina-se meningite o processo inflamatório das membranas que envolvem o cérebro e as meninges, cuja causa está associada a diversos agentes etiológicos. Dentre eles, as bactérias e os vírus têm maior importância do ponto de vista da saúde pública (BRASIL, 2010b). As meningites têm distribuição mundial, apresentando-se de forma endêmica. No entanto, algumas bactérias e vírus podem causar surtos de meningite. A sazonalidade da doença caracteriza-se, de forma geral, pelo predomínio no inverno das meningites bacterianas e, no verão, das meningites virais. Ao se analisar os anos de 2002 a 2011, observa-se que houve estabilidade ou diminuição dos coeficientes de incidência (CI) das meningites em Pernambuco nos últimos anos, com exceção

65

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

da meningite viral que apresentou evolução epidêmica em 2002 (13,3 casos por 100.000 habitantes) e nos anos de 2007 e 2008, com 32,5 e 20,6 casos por 100.000 habitantes respectivamente (Figura 69).

Figura 69 – Coeficiente de Incidência das meningites (por 100.000 habitantes) segundo etiologia. Pernambuco, 2002 a 2011 45 40 35 30 25 20 15

10 (por 100.000 habitantes)(por 100.000 Coeficiente de incidência de Coeficiente 5 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 MGT por Pneumococos 0,4 0,9 0,5 0,5 0,4 0,5 0,4 0,3 0,1 0,2 MGT por Hemófilo 0,1 0,1 0,1 0,0 0,1 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0 MGT de outra etiologia 1,4 1,0 1,0 0,6 0,4 0,5 0,3 0,5 0,3 0,4 MGT Viral 13,3 7,9 6,7 8,9 5,9 32,5 20,6 5,8 6,2 8,6 MGT não especificada 1,7 1,3 1,0 0,8 0,7 2,7 2,7 1,9 1,9 1,0 MGT por outras bactérias 7,6 5,7 6,0 6,7 4,4 5,0 3,6 2,4 1,9 2,8 MGT Tuberculosa 0,3 0,3 0,3 0,4 0,3 0,2 0,3 0,2 0,2 0,2 Doença Meningocócica 3,4 2,1 2,0 1,8 1,3 1,3 1,1 1,1 0,9 1,2

Legenda: MGT – Meningite Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

Dentre as meningites bacterianas, destaca-se a doença meningocócica (DM), causada pela Neisseria meningitides, cuja vigilância é de grande importância para a saúde pública devido tanto à magnitude e gravidade da enfermidade, como ao potencial de causar epidemias (BRASIL, 2010b). Em Pernambuco, a incidência anual da doença vem decrescendo no período estudado e, desde 2005, registra-se menos que 2 casos por 100.000 habitantes. Quanto à distribuição espacial, como era esperado, observa-se que a I Região de Saúde apresentou o maior coeficiente de incidência. Entre 2000 e 2011, a faixa etária de maior risco para a DM foi a dos menores de um ano, apresentando CI médio para o período de 12,1/100.000, seguida das crianças entre um e quatro anos e entre cinco e nove anos, com CI médio de 6,0 e 4,0/100.000 respectivamente. Os sorogrupos de meningococo predominantes no estado são o B, mais frequente até 2007, e o C, que passou a ser o mais presente a partir de 2008 até os dias atuais. Há registros de ocorrência esporádica dos sorogrupos A, D e W135. Apesar da baixa ocorrência da doença e da redução do número de óbitos em 54,2% no período, chamou atenção sua elevada letalidade, com picos em 2005 (27,2%) e 2011 (25,5%) (Figura 70).

66

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 70 – Número de óbitos e taxa de letalidade (por 100 habitantes) por doença meningocócica. Pernambuco, 2000 a 2011

70 30

60 25

50 20 40 15 (porhabitantes) 100

30 Número de casos de Número 10 20

10 5 Taxa de letalidade de Taxa 0 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Nº óbitos 59 47 64 23 34 41 25 20 17 11 15 27 Taxa de letalidade 18,9 15,7 23,4 13,4 20,6 27,2 23,4 17,7 18,3 11,1 19,2 25,5

Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

Uma das medidas para controle da meningite por algumas etiologias é a vacinação. A cobertura da vacina DTP+Hib, que previne contra difteria, tétano, coqueluche e infecções pelo Haemophilus influenzae (incluindo meningite), vem atingindo mais de 100% da população alvo desde 2003. De 2002 a 2011, a incidência da meningite por essa bactéria não ultrapassou 0,1 caso para cada 100.000 habitantes, provavelmente como resposta à introdução dessa vacina no Calendário Básico de Vacinação da Criança adotado no Brasil. Em outubro de 2010 foi introduzida a vacina contra o meningococo C em Pernambuco, que protege os menores de dois anos de idade. No entanto, ainda não é possível a análise do impacto na incidência da doença.

6.1.15. Tracoma

O tracoma é uma doença ocular causada pela bactéria Chlamydia trachomatis, e se não tratada, pode evoluir à cegueira. Acomete crianças e adultos, sendo as crianças mais susceptíveis. A transmissão se dá de forma direta - de olho para olho, e/ou de forma indireta, através de objetos contaminados e de vetores mecânicos (especialmente a mosca doméstica (Musca domestica) e/ou a lambe-olhos (Hippelate ssp) (BRASIL, 2001a). O tracoma integra o Programa SANAR, que tem o objetivo de reduzir ou eliminar sete doenças negligenciadas no estado de Pernambuco. Como estratégia de atuação, este programa elegeu 22 municípios como prioritários para o tracoma (Figura 71), baseado na sua elevada prevalência (igual ou maior que 4,7%), de acordo com o último inquérito realizado em 2006.

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 71 – Municípios prioritários para o Tracoma no Programa SANAR

Fonte: SANAR/SES-PE

A meta do Programa SANAR para o controle do tracoma é reduzir a prevalência a menos de 5% em crianças de 1 e 15 anos, matriculadas nas escolas da rede pública dos municípios prioritários até o ano de 2014. Para tanto, é realizado o diagnóstico e o tratamento através de inquéritos em escolares da rede pública de ensino. A partir do segundo semestre de 2011 e no decorrer de 2012 foram realizados inquéritos em 784 instituições de ensino representando 100% das escolas da rede pública dos 22 municípios prioritários resultando em 79.280 escolares examinados. Grande parte das escolas (74%) está situada nas áreas rurais. Foram detectados 2.402 escolares com tracoma e que receberam tratamento com Azitromicina (20 mg/kg), de acordo com recomendação da Portaria GM/MS Nº 67 de 22 de dezembro de 2005. Todos os contatos e professores dos escolares diagnosticados com tracoma foram avaliados e os que foram diagnosticados positivos também foram tratados. Observa-se no Estado que a prevalência da doença na zona urbana era de 3,0% e na zona rural de 3,1%. Os casos positivos foram notificados no Sinan. A prevalência estadual foi de 3,0%, contudo observaram-se diferenças interurbanas importantes variando entre 0,8% e 11,9%. Seis municípios permaneceram com prevalência acima de 5,0% e um (Saloá) foi considerado em estado de alerta devido a prevalência aproximada (4,7%) do limite estabelecido para elevada prevalência (Tabela 18).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Tabela 18 – Número de escolares examinados e positivos para tracoma e prevalência, segundo município. Pernambuco, 2011 e 2012* Município Examinados Positivos Prevalência (%) Jurema 977 14 1,4 Moreno 5.001 65 1,3 Pesqueira 5.458 59 1,0 São Joaquim do Monte 2.447 21 0,8 Sertânia 3.494 50 1,4 Lajedo 4.037 132 3,3 Ferreiros 1.396 87 6,2 Agrestina 3.543 65 1,8 Arcoverde 8.651 244 2,8 B. de Guabiraba 1.392 165 11,9 Canhotinho 3.490 89 2,6 Cumaru 2.490 111 4,5 Cupira 3.629 65 1,8 Palmares 5.638 195 3,4 Poção 2.196 83 3,8 Bonito 5.815 326 5,6 Vertentes 2.976 39 1,3 Saloá 2.504 118 4,7 Paranatama 2.659 203 7,6 Bodocó 5.934 92 1,6 Iguaraci 2.022 126 6,2 Betânia 1.880 23 1,2 Ferreiros* 1.651 29 1,8 Total 79.280 2.401 3,0 Legenda: *No município de Ferreiros foram realizados dois inquéritos (2011 e 2012) Fonte: Inquérito Tracoma 2011-2012 – SANAR/SEVS/SES-PE

Em 2013 será realizado um novo inquérito nos municípios que apresentaram prevalência acima de 5,0%. O município de Ferreiros, que obteve prevalência de 6,2% no inquérito de 2011 realizou outro inquérito em 2012.1, obtendo como resultado a prevalência de 1,8%.

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

6.1.16. Esquistossomose mansônica

A esquistossomose mansônica é uma doença parasitária causada pelo trematódeo digenético Schistosoma mansoni e tem o homem como principal hospedeiro. É uma doença de veiculação hídrica, onde se faz necessária a presença do hospedeiro intermediário, caramujos do gênero Biomphalaria (REY, 2008). No Brasil, as espécies naturalmente envolvidas na transmissão são: Biomphalaria tenagophila, B. glabrata e B. straminea (BRASIL, 2010d), porém nos municípios de Pernambuco estão presentes as duas últimas espécies (Figura 72). Figura 72 – Distribuição dos caramujos transmissores da esquistossomose segundo espécie. Pernambuco, 2012

Fonte: SEVS/ SES-PE

A transmissão da doença ocorre quando o indivíduo suscetível entra em contato com águas superficiais onde existam caramujos (hospedeiros intermediários) liberando cercárias. O período de incubação varia entre 1 a 2 meses e o portador elimina seus ovos a partir de 5 semanas após a infecção, por um período de 6 a 10 anos (2009d). A doença, em sua fase aguda, pode ser assintomática ou apresentar-se como dermatite urticariforme, acompanhada de erupção papular e prurido até cinco dias após a infecção. Com cerca de três a sete semanas de exposição, pode ocorrer a forma esquistossomose aguda ou febre de katayama, caracterizada por febre, anorexia, dor abdominal e cefaleia. Após seis meses da infecção, o quadro clínico pode evoluir para a forma crônica, cujas formas clínicas podem ser: intestinal, hepatointestinal, hepatoesplênica, neurológica, vasculopulmonar, entre outras (BRASIL, 2010d). O diagnóstico é feito por meio do quadro clínico-epidemiológico associado ao exame parasitológico de fezes, preferencialmente utilizando a técnica quantitativa (método Kato Katz) e, dependendo da forma clínica, pode ser utilizado o diagnóstico por imagem (BRASIL, 2010b).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

A detecção precoce e o tratamento oportuno é um dos objetivos da vigilância epidemiológica para controle da doença, que nas áreas endêmicas também visam prevenir as formas graves, reduzir os óbitos, diminuir a prevalência e evitar a dispersão da endemia. Nessas áreas, a notificação dos casos diagnosticados, nos inquéritos epidemiológicos e demanda espontânea, é realizada no Sistema de Informação do Programa de Controle da Esquistossomose – SISPCE, enquanto que as formas graves são notificadas no Sinan, conforme Portaria Estadual Nº 104/2012 e Nota técnica nº 04/2012 – DGCDA/SES-PE. Em Pernambuco a doença é endêmica, apresentando casos em 102 municípios, que estão na abrangência das Regiões de Saúde I, II, III, IV, V e XII, com distribuição desigual segundo a faixa de endemicidade (Figura 73).

Figura 73 – Distribuição da esquistossomose segundo endemicidade. Pernambuco, 2012

Fonte: SEVS/ SES-PE

Entre os anos de 2008 e 2011, foram diagnosticados 10.518 casos positivos em média por ano e, destes, 8.230 pessoas ao ano foram tratadas (Figura 74).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 74 – Número de pessoas positivas e tratadas segundo Região de Saúde no Programa de Controle da Esquistossomose (PCE). Pernambuco, 2008 a 2011

4.000

3.500

3.000

2.500

2.000 Número 1.500

1.000

500

0 Positivos Tratados Positivos Tratados Positivos Tratados Positivos Tratados Positivos Tratados Positivos Tratados I II III IV V XII 2008 3.658 2.867 2.363 1.769 2.047 1.725 304 259 1.057 854 2.465 2.065 2009 2.806 2.022 1.257 961 3.298 2.881 275 205 1.029 993 2.168 1.701 2010 2.573 1.692 1.741 1.195 2.121 1.814 386 271 1.186 1.046 2.882 2.364 2011 1.847 1.285 1.600 1.206 2.511 2.130 426 381 1.007 837 1.954 1.479 2012 1.437 750 1.251 641 804 677 479 392 705 389 1.350 1.031

Fonte: SISPCE/SES-PE

No período de 2000 a 2010, a média anual de internamentos em Pernambuco foi de 189, com maior ocorrência na faixa etária de 50 anos e mais, correspondendo a 53,2% dos internamentos (Tabela 19).

Tabela 19 – Número de internações hospitalares por esquistossomose segundo faixa etária. Pernambuco, 2000 a 2010 Ano Faixa etária (anos) 0 a 19 20 a 49 50 e + Total 2000 93 126 130 349 2001 43 89 147 279 2002 35 65 112 212 2003 27 65 117 209 2004 21 84 121 226 2005 24 65 143 232 2006 16 51 99 166 2007 13 52 64 129 2008 10 28 71 109 2009 8 30 51 89 2010 4 22 48 74 Total 294 677 1.103 2.074

Fonte: MS/SIH/SUS

72

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

6.1.17. Dengue

A dengue é considerada um dos principais problemas de saúde pública no mundo. Ocorre principalmente em áreas tropicais e subtropicais, inclusive no Brasil (BRASIL, 2009d). As epidemias geralmente ocorrem no verão, durante ou imediatamente após períodos chuvosos (BRASIL, 2005). Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença está presente em mais de 100 países de todos os continentes, exceto a Europa. Estima-se que entre 50 a 100 milhões de pessoas se infectem anualmente, 550 mil necessitem de hospitalização e 20 mil morrem em consequência da doença. É uma doença infecciosa aguda transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti quando infectado por um vírus, que possui quatro sorotipos (DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4). O quadro clínico é amplo, apresentando desde uma síndrome febril inespecífica (dengue clássico – DC), até quadros graves (dengue com complicação – DCC, febre hemorrágica da dengue – FHD, ou síndrome do choque da dengue – SCD) e, às vezes, óbito (BRASIL, 2009d). O quadro epidemiológico atual da dengue em Pernambuco caracteriza-se pela ampla circulação dos quatro sorotipos virais. No período de 2001 a 2011, observa-se uma instabilidade na incidência do agravo, alcançando seu pico em 2002, reconhecidamente ano epidêmico no estado (Figura 75).

Figura 75 – Número de casos novos e taxa de detecção de dengue (por 100.000 habitantes). Pernambuco, 2001 a 2011*

120.000 1400

100.000 1200

1000 80.000 800 60.000

600 habitantes) (por 100.000 40.000 Número de casos novos casos de Número 400

20.000 200

0 0

2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 detecção de Taxa Casos Confirnados 12.820 96.960 14.279 2.072 5.105 7.867 14.965 15.878 1.926 29.493 17.385 Taxa de Detecção 160,1 1199,3 174,9 25,1 60,7 92,5 174,2 181,8 21,9 335,3 196,1

*Dados sujeitos a alterações Fonte: Sinan/SES–PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

Quanto ao percentual de casos de dengue confirmados em menores de 15 anos entre os anos de 2001 a 2011, observa-se uma tendência de aumento no estado, passando de 18,2% para 30,0%, um incremento de mais de 64%, quando comparados os anos extremos da série (Figura 76).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 76 – Percentual de casos confirmados de dengue em menores de 15 anos. Pernambuco, 2001 a 2011*

% 100 90 80 70 60 50 34,6 40 30,5 32,0 30,0 23,0 23,9 23,7 30 18,2 18,4 18,6 19,2 20 10 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

*Dados sujeitos a alterações Fonte: Sinan/SES–PE

Por conta das sucessivas infecções por diferentes tipos virais, a população, de forma geral, vem adquirindo imunidade, razão pela qual os casos costumam aparecer em maior número entre os mais jovens. Em Pernambuco, observa-se a reintrodução do DENV-1, em 2009, e a introdução do DENV-4, em 2011, nos municípios de Serrita e Serra Talhada. A ocorrência da doença por um novo subtipo em pessoas que já apresentaram a doença pode favorecer a ocorrência de formas graves. A figura 77 demonstra o número de casos confirmados por formas graves da dengue e a taxa de letalidade por dengue em Pernambuco, entre os anos de 2001 a 2011, destacando-se os anos de 2002, 2010 e 2011 por apresentarem maior ocorrência das formas graves. Com relação à taxa de letalidade, observa-se maior valor em 2003 (11,6 óbitos/100 habitantes), e menor em 2010 (2,37 óbitos/100 habitantes). A Vigilância em Saúde, juntamente com a Atenção à Saúde, a partir do segundo semestre de 2011, intensificaram as ações no atendimento aos pacientes com suspeita de dengue, com objetivo de reduzir a letalidade para menos de 1%, valor preconizado pelo MS.

74

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 77 – Número de casos confirmados por formas graves da dengue (DCC, FHD e SCD) e taxa de letalidade (por 100 habitantes). Pernambuco, 2001 a 2011*

1.200 14

1.000 12

10 800 8

600 (porhabitantes) 100 6 400

Número de casos graves casos de Número 4

200 2

0 0 letalidade de Taxa 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Nº casos graves 50 698 95 32 60 106 373 385 34 1.095 692 Taxa letalidade 6,0 3,2 11,6 3,1 3,3 2,8 4,0 8,1 5,9 2,4 8,1

*Dados sujeitos a alterações Fonte: Sinan/SES–PE

Quanto às Regiões de Saúde, no ano de 2011, a I Região apresentou o maior número de notificações (21.758 casos e 10.061 confirmados), formas graves (n=509; 73,6%) e óbitos (n=39; 69,6%). A X Região teve a maior taxa de detecção da dengue (755,2/100.000 habitantes), aproximadamente quatro vezes maior do que a taxa de detecção do estado. O percentual de casos confirmados em menores de 15 anos foi maior nas II e XII Regiões de Saúde (42,5% e 42,2%, respectivamente). Foram registrados 56 óbitos por dengue no estado que ocorreram entre residentes das I, II, III, IV, VIII e XII Regiões (Tabela 20).

Tabela 20 – Número de casos notificados e confirmados de dengue, taxa de detecção (por 100.000 habitantes), percentual de casos confirmados em menores de 15 anos, número de casos confirmados por formas graves e número de óbitos segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011* % casos Nº casos Nº de casos Nº de casos Taxa Nº de óbitos Região de Saúde confirmados em confirmados por notificados confirmados detecção confirmados <15 anos formas graves I – Recife 21.758 10.061 255,5 28,2 509 39 II – Limoeiro 3.550 1.276 223,9 42,5 53 4 III – Palmares 1.368 458 79,1 32,3 43 5 IV – Caruaru 3.028 431 34,4 27,6 13 5 V – Garanhuns 1.248 902 174,8 32,2 10 0 VI – Arcoverde 506 128 33,1 35,9 7 0 VII – Salgueiro 1.164 453 324,8 15,7 3 0 VIII – Petrolina 1.754 517 117,0 19,5 1 1 IX – Ouricuri 1.353 427 129,3 25,8 2 0 X – Afogados da 2.687 1.370 755,2 34,8 18 0 Ingazeira XI – Serra Talhada 918 608 270,0 24,7 3 0 XII – Goiana 2.187 754 248,5 42,2 30 2 Pernambuco 41.521 17.385 196,1 30,0 692 56

*Dados sujeitos a alterações Fonte: Sinan/SES–PE

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

6.1.18. Leishmaniose Visceral

A leishmaniose visceral (LV) foi classificada, primariamente, como uma zoonose, caracterizada como doença de caráter eminentemente rural. Mais recentemente, expandiu-se para áreas urbanas de médio e grande porte e tornou-se crescente problema de saúde pública no país e em outras áreas do continente americano, sendo uma endemia em franca expansão geográfica. É uma doença crônica, sistêmica, e apresenta, dentre outras manifestações, febre de longa duração, perda de peso, astenia, adinamia e anemia. Quando não tratada, pode evoluir para óbito em mais de 90% dos casos (BRASIL, 2010d). A LV é historicamente endêmica em Pernambuco, apresentando uma ampla distribuição no estado. Os casos humanos estão frequentemente associados à pressão antrópica sobre o meio ambiente, sendo as crianças mais afetadas pela doença. No estado, entre os anos de 2001 e 2011, foram notificados, em média, 254,7 casos de leishmaniose visceral por ano, dos quais, foram confirmados, em média, 113,3 casos anuais, 44,5% dos casos notificados (Figura 78). A LV tem apresentado comportamento estável com discreta tendência decrescente no período analisado. No mesmo período 9,7% dos casos confirmados evoluíram para óbito. Entretanto, ainda há necessidade de melhorar o diagnóstico e tratamento precoces, considerando ser a leishmaniose uma doença passível de tratamento e cura em 100% dos casos (Figura 78).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 78 – Número de casos notificados, confirmados e tratamentos realizados para leishmaniose visceral. Pernambuco, 2001 a 2011

500 25 450 400 20 350 300 15 250

200 10 Número 150

100 5 óbitosde Número 50 0 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Casos notificados 459 194 182 192 175 321 213 419 296 180 171 Casos confirmados 327 108 93 102 105 94 85 92 84 71 85 Tratamentos realizados 214 80 75 88 89 76 73 80 69 61 70 Nº de óbitos 22 11 18 13 13 13 8 6 8 6 3

Fonte: Sinan/SES–PE

No ano de 2011, as Regiões de Saúde mais afetadas pela incidência da leishmaniose visceral foram a VII (9,4/100.000 habitantes), e X (7,0/100.000 habitantes) Região. Nesse ano, a taxa de letalidade de LV do estado foi de 3,5%, com a ocorrência de três óbitos, dois desses de residentes da II Região de Saúde. Do total de confirmados, foram tratados 70 casos (82,4% dos confirmados), sendo a XI a Região de Saúde que tratou menos da metade dos casos confirmados (Tabela 21).

Tabela 21 – Número de casos confirmados, taxa de incidência (por 100.000 habitantes), número de óbitos, taxa de letalidade (%) e número e percentual de tratamentos realizados para leishmaniose visceral segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 Tratamentos Casos Confirmados Óbitos Realizados Região de Saúde Taxa de Taxa de Taxa de Nº Incidência Nº letalidade Nº tratamento (/100.000 hab.) (%) (%) I – Recife 8 0,30 - - 7 87,5 II – Limoeiro 8 3,60 2 25,0 7 87,5 III – Palmares 1 2,20 - - 1 100,0 IV – Caruaru 13 1,70 - - 11 84,6 V – Garanhuns 7 4,30 - - 7 100,0 VI – Arcoverde 1 0,80 - - 1 100,0 VII – Salgueiro 9 9,40 - - 9 100,0 VIII – Petrolina 19 4,70 1 5,3 15 78,9 IX – Ouricuri 6 2,30 - - 5 83,3 X – Afogados da 4 7,00 - - 2 50,0 Ingazeira XI – Serra Talhada 6 5,98 - - 2 33,3 XII – Goiana 3 3,00 - - 3 100,0 Pernambuco 85 0,96 3 3,5 70 82,4 Fonte: Sinan/SES–PE

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

6.1.19. Leishmaniose Tegumentar Americana

A leishmaniose tegumentar americana (LTA) é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por protozoário do gênero Leishmania, de transmissão vetorial e que acomete pele e mucosas. É primariamente uma infecção zoonótica, afetando outros animais que não o homem, o qual pode ser envolvido secundariamente (BRASIL, 2010d). Analisando a LTA em Pernambuco, no período de 2001 a 2011, verificou-se uma média anual de 2.554 casos notificados e confirmados, tratando-se, em média, 2.517 casos (98,5%) (Figura 79). Vale destacar o declínio desse agravo a partir do ano de 2007, e, quando comparamos os anos de 2001 e 2011, observa-se uma redução de 90,2%.

Figura 79 – Número de casos notificados, confirmados e tratamentos realizados para leishmaniose tegumentar americana. Pernambuco, 2001 a 2011

6.000

5.467 5.467

5.460

4.900 4.900

4.753

4.732 4.732

5.000 4.732

4.564 4.564 4.550

4.000

3.220 3.220

3.206

2.723 2.723

3.000 2.716 Número

2.000

1.000

579 579

526

520 520

479 479 479

467 467

458 458

431

423 420

0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Casos notificados Casos confirmados Tratamentos realizados

Fonte: Sinan/SES–PE

Entre as Regiões de Saúde, a I Região foi a que concentrou o maior número de casos notificados e confirmados de LTA, seguida da III Região. Não houve registro de casos de LTA na VII e X Regiões em 2011 (Tabela 22).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Tabela 22 – Número de casos notificados, confirmados e tratamentos realizados por leishmaniose tegumentar segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 Nº casos Nº tratamentos Região de Saúde Nº casos notificados confirmados realizados I-Recife 189 189 166 II-Limoeiro 24 24 13 III-Palmares 160 160 154 IV-Caruaru 51 51 40 V-Garanhuns 4 4 1 VI-Arcoverde 2 2 2 VII-Salgueiro 0 0 0 VIII-Petrolina 3 3 3 IX-Ouricuri 12 12 10 X-Afogados da Ingazeira 0 0 0 XI-Serra Talhada 3 3 3 XII-Goiana 31 31 28 Pernambuco 479 479 420 Fonte: Sinan/SES–PE

6.1.20. Raiva

A raiva consiste numa encefalite viral aguda transmitida por mamíferos e apresenta dois ciclos principais de transmissão: urbano e silvestre. Reveste-se de grande importância epidemiológica por apresentar letalidade de 100%, além de ser uma doença passível de eliminação no seu ciclo urbano, pois dispõe de medidas eficientes de prevenção, tanto em relação ao ser humano quanto à fonte de infecção (BRASIL, 2010d). Em Pernambuco a vigilância à saúde tem centrado esforços nas medidas de prevenção da raiva. No período de 2001 a 2011, realizaram-se, em média, 30.367 tratamentos profiláticos em humanos por ano, sendo 32.307 em 2011. A cobertura vacinal canina apresentou média de 77,0% durante o período analisado (Figura 80).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 80 – Número de tratamentos profiláticos realizados para raiva e percentual de cobertura vacinal canina. Pernambuco, 2001 a 2011

35.000 100 % 92,8 85,6 82,3 88,7 85,7 86,7 30.000 93,8 75,9 81,0 74,4 80 25.000

60 20.000

Número 15.000 32.383

32.307 40

31.779

31.153

31.133

31.008

29.887

29.826

28.923 28.813 10.000 26.828 20 5.000 0,0 0 0 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010* 2011 Nº tratamentos profiláticos realizados % cobertura vacinal canina

* No ano de 2010 não houve campanha de vacinação antirrábica animal devido a problemas na composição da vacina. Fonte: Sinan/SES–PE; SI-PNI/SES–PE

Entre os anos de 2001 e 2009, foram confirmados quatro casos de raiva humana em Pernambuco, sendo três óbitos registrados nos anos de 2003, 2006 e 2009. Em 2008, a Unidade de Terapia Intensiva do Serviço de Doenças Infecciosas do Hospital Oswaldo Cruz relatou o primeiro caso de cura da raiva humana no Brasil, em um paciente de 15 anos mordido por morcego hematófago. Analisando as medidas de prevenção e controle da doença por Regiões de Saúde no ano de 2011, observa-se que a VII Região apresentou a maior cobertura vacinal canina (91,2%), seguida pela V Região (88,3%) (Tabela 23).

Tabela 23 – Número de tratamentos profiláticos realizados para raiva e percentual de cobertura vacinal canina segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2011 % cobertura vacina Nº tratamentos profiláticos Região de Saúde canina realizados I-Recife 64,5 16.501 II-Limoeiro 78,9 1.882 III-Palmares 84,6 1.801 IV-Caruaru 81,1 3.594 V-Garanhuns 88,3 1.108 VI-Arcoverde 85,2 1.293 VII-Salgueiro 91,2 847 VIII-Petrolina 86,2 2.243 IX-Ouricuri 81,1 907 X-Afogados da Ingazeira 85,5 708 XI-Serra Talhada 77,0 602 XII-Goiana 74,0 821 Pernambuco 74,32 32.307 Fonte: Sinan/SES–PE; SI-PNI/SES–PE

80

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

6.2. Doenças e Agravos Não Transmissíveis (DANT)

As DANT caracterizam-se por múltiplas causas, ausência de infecção e de transmissão, longo tempo de evolução ou acontecimentos pontuais (acidentes, violência, acidente vascular encefálico). Contemplam as Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) e os acidentes e violências. As DCNT constituem sério problema de saúde pública, tanto em países ricos, quanto de baixa renda. Em 2008, cerca de 68% das mortes ocorridas no mundo estavam relacionadas a estas doenças. Geralmente, as DCNT estão associadas a múltiplos fatores de risco modificáveis (tabagismo, consumo nocivo de bebida alcoólica, inatividade física e alimentação inadequada) e ao longo tempo de exposição a esses fatores (MALTA et al, 2008). As violências e os acidentes, dentre os quais se destacam os de transporte terrestre, também são responsáveis por grande número de mortes e de adoecimento em todo o mundo. Esses agravos causam incapacidades e sequelas físicas e psicológicas que ocasionam elevados custos familiares e sociais (MINAYO, 2006). A seguir, serão abordadas as principais DANT em Pernambuco: doenças do aparelho circulatório, diabetes mellitus e neoplasias, acidentes de transporte terrestre e violências.

6.2.1. Doenças do Aparelho Circulatório (DAC)

As DAC constituem a principal causa de morbimortalidade no mundo. Entre as DAC, destacam-se três grandes grupos: doenças hipertensivas, isquêmicas do coração e cerebrovasculares. No primeiro grupo encontra-se a hipertensão arterial (primária), que é a causa mais frequente das demais doenças do aparelho circulatório, além de estar associada ao diabetes e demais DCNT. Entre as doenças isquêmicas, destaca-se o infarto agudo do miocárdio, responsável por 6% das internações hospitalares por DAC em 2011, e, entre as cerebrovasculares, o acidente vascular cerebral, cada uma foi responsável por 6% das internações por DAC no ano de 2011. Entre os três grupos referidos, apenas as doenças hipertensivas apresentaram redução do coeficiente de morbidade hospitalar, para ambos os sexos, entre os anos de 2002 e 2011. O aumento no coeficiente de morbidade hospitalar para as doenças isquêmicas foi na ordem de 66,6% para o sexo masculino e 63,3% para o feminino. Destaca-se o comportamento das doenças cerebrovasculares, cujo incremento entre as mulheres foi de 12,0% e apenas 0,6% entre os homens (Figura 81). Em 2011, somente as doenças isquêmicas do coração continuaram com maior coeficiente no sexo masculino.

81

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 81 – Coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por doenças hipertensivas, isquemias do coração e cerebrovasculares segundo sexo do paciente. Pernambuco, 2002 e 2011

140

120

100

114,7

111,2

110,8 110,1

80 102,4 88,8

60 77,0 70,2

40 62,7

53,3

(por 100.000 habitantes) (por 100.000 43,0 20 42,6

Coeficiente de Morbidade Hospitalar Morbidade deCoeficiente 0 2002 2011 2002 2011 Masculino Feminino

Doenças hipertensivas Doenças isquêmicas do coração Doenças cerebrovasculares

Fonte: MS/SIH/SUS; IBGE – Estimativas Intercensitárias

Em relação à hipertensão essencial, observa-se na figura 82 que o número de internações do sexo feminino foi superior ao masculino em todo o decênio. Verifica-se. Ainda, queda de 42% para o total de internações por hipertensão arterial no período. O coeficiente médio de morbidade hospitalar foi de 50,5/100.000 habitantes para o sexo masculino, e de 76,0/100.000 habitantes para o feminino.

Figura 82 – Número de internações e coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por hipertensão essencial. Pernambuco, 2002 a 2011

4.500 120 4.000 100 3.500 3.000 80 2.500 60 2.000 Hospitalares 1.500 40

1.000 Número de Internações de Número

20 habitantes) (por 100.000 500 0 0

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Hospitalar Morbidade de Coeficiente Nº masculino 2.729 2.290 2.107 2.133 2.105 2.069 2.081 1.916 1.817 1.526 Nº feminino 4.260 3.534 3.515 3.578 3.467 3.342 3.132 3.156 2.958 2.540 CMH masculino 69,8 58,1 52,9 52,5 51,2 49,7 49,2 44,9 42,9 35,8 CMH feminino 102,0 83,8 82,6 82,3 78,9 75,4 69,5 69,5 64,8 55,2

Fonte: MS/SIH/SUS; IBGE – Estimativas Intercensitárias

82

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

A maior concentração de internações por hipertensão essencial, entre os anos de 2002 e 2011, foi na faixa etária entre 60 e 79 anos, seguida da de 40 a 59 anos, para ambos os sexos (Figura 83).

Figura 83 – Proporção de internações hospitalares por hipertensão arterial segundo faixa etária e sexo do paciente. Pernambuco, 2002 a 2011

% 100 90 80 70 60 46,4 50 43,4 40 29,9 30,5 30 20 13,3 13,3 8,5 10,7 10 0,8 0,5 1,1 1,5 0 0 a 9 10 a 19 20 a 39 40 a 59 60 a 79 80 e + Faixa etária (anos) Masculino Feminino

Fonte: MS/SIH/SUS

Entre as Regiões de Saúde, em 2011, as internações hospitalares por hipertensão arterial concentraram-se na I Região de Saúde (25,5% das internações do estado), o que pode ser explicado pelo grande contingente populacional e de rede assistencial local. Para os coeficientes de morbidade, destacaram-se a IX e X Regiões (Tabela 24).

Tabela 24 – Número e proporção de internações e coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por hipertensão arterial segundo Região de Saúde de residência do paciente. Pernambuco, 2011 Região de Saúde Nº % Coeficiente de Morbidade Hospitalar I-Recife 1.037 25,5 26,3 II-Limoeiro 277 6,8 48,5 III-Palmares 256 6,3 44,2 IV-Caruaru 684 16,8 54,7 V-Garanhuns 160 3,9 30,9 VI-Arcoverde 260 6,4 67,4 VII-Salgueiro 87 2,1 62,2 VIII-Petrolina 75 1,8 17,1 IX-Ouricuri 430 10,6 130,1 X-Afogados da Ingazeira 432 10,6 237,1 XI-Serra Talhada 243 6,0 107,7 XII-Goiana 125 3,1 41,0 Pernambuco 4.066 100,0 45,9 Fonte: MS/SIH/SUS; IBGE – Estimativas Intercensitárias

83

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6.2.2. Diabetes mellitus

O diabetes mellitus é uma doença metabólica cujas principais complicações são as doenças cardiovasculares, a insuficiência renal crônica e as amputações de membros inferiores (BRASIL, 2006b). Entre 2002 e 2011, foram registradas, em média, 2.525 internações por diabetes mellitus no sexo masculino e 3.967 no feminino, com maior incremento entre os homens, na ordem de 28% (Figura 84).

Figura 84 – Número de internações e coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por diabetes mellitus segundo sexo do paciente. Pernambuco, 2002 a 2011

5.000 120 4.500 100 4.000 3.500 80 3.000 2.500 60 2.000 Hospitalares 40 1.500

Número de Internações de Número 1.000

20 habitantes) (por 100.000 500 0 0

2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Hospitalar Morbidade de Coeficiente Nº masculino 2.475 1.990 2.161 2.388 2.264 2.320 2.626 2.806 3.041 3.174 Nº feminino 4.007 3.392 3.677 3.854 4.039 3.804 3.770 4.042 4.512 4.574 CMH masculino 63,3 50,5 54,3 58,7 55,1 55,8 62,1 65,8 71,9 74,4 CMH feminino 95,9 80,4 86,4 88,6 91,9 85,9 83,7 89,0 98,8 99,4

Fonte: MS/SIH/SUS; IBGE – Estimativas Intercensitárias

As maiores proporções de internações por diabetes melittus foram na faixa etária de 60 a 79 anos, seguida do grupo de 40 a 59 anos, em ambos os sexos (Figura 85).

Figura 85 – Proporção de internações hospitalares por diabetes mellitus segundo faixa etária e sexo do paciente. Pernambuco, 2002 a 2011

% 100 90 80 70 60 47,2 50 42,6 40 29,7 26,8 30 20 12,6 9,9 8,8 11,4 10 2,6 1,5 3,9 3,2 0 0 a 9 10 a 19 20 a 39 40 a 59 60 a 79 80 e + Faixa etária (anos) Masculino Feminino

Fonte: MS/SIH/SUS

84

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Em 2011, das 7.748 internações por diabetes mellitus em Pernambuco, 35,1% foram entre residentes da I Região de Saúde. O coeficiente de morbidade estadual no mesmo ano foi de 87,4/100.000 habitantes, chegando a 209,1/100.000 habitantes na X Região, e 168,9/100.000 habitantes na XI Região (Tabela 25).

Tabela 25 – Número de internações e coeficiente de morbidade hospitalar (por 100.000 habitantes) por diabetes mellitus segundo Região de Saúde de residência. Pernambuco, 2011 Região de Saúde Nº % Coeficiente de Morbidade Hospitalar I-Recife 2.723 35,1 69,1 II-Limoeiro 496 6,4 86,9 III-Palmares 787 10,2 135,8 IV-Caruaru 1.166 15,0 93,2 V-Garanhuns 403 5,2 77,9 VI-Arcoverde 435 5,6 112,8 VII-Salgueiro 176 2,3 125,9 VIII-Petrolina 156 2,0 35,6 IX-Ouricuri 339 4,4 102,6 X-Afogados da Ingazeira 381 4,9 209,1 XI-Serra Talhada 381 4,9 168,9 XII-Goiana 305 3,9 100,0 Pernambuco 7.748 100,0 87,4 Fonte: MS/SIH/SUS; IBGE – Estimativas Intercensitárias

6.2.3. Neolpasias malignas

As neoplasias encontram-se subdivididas em benignas e malignas (cânceres) e, embora as primeiras representem a maioria dos casos e internações, são os tumores malignos os grandes responsáveis pelos danos sociais. No presente estudo, optou-se por analisar as neoplasias malignas por sexo, em virtude da heterogeneidade dos tipos mais prevalentes. De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA), para o ano de 2012 eram esperados 6.530 casos novos de câncer para o sexo masculino em Pernambuco, e 7.680 para o feminino. Entre os homens, as maiores taxas de incidência tem por localização primária a próstata, com aumento de 102,7% comparado a 2003, seguido de traqueia, brônquio e pulmão (Figura 86).

85

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 86 – Estimativas das taxas brutas de incidência (por 100.000 habitantes) por neoplasia maligna em homens segundo localização primária do tumor. Pernambuco, 2003 e 2012

Próstata 26,3 53,3

Traqueia, Brônquio e Pulmão 8,0 11,2

Estômago 6,7 9,6

Cavidade Oral 5,3 7,9

Cólon e Reto 3,1 6,4

Esôfago 2,6 4,6

Leucemias 2,7 3,6

Pele Melanoma 0,6 1,5 0 10 20 30 40 50 60 2003 2012 Taxa Bruta de Incidência (por 100.000 habitantes)

Fonte: Instituto Nacional de Câncer – INCA/MS

Para as mulheres, os cânceres de mama e colo do útero lideraram com as maiores taxas de incidência, entretanto, o segundo apresentou decréscimo de 7,2% em relação ao ano de 2003 (Figura 87).

Figura 87 – Estimativas das taxas brutas de incidência (por 100.000 habitantes) por neoplasia maligna em mulheres segundo localização primária do tumor. Pernambuco, 2003 e 2012

Mama Feminina 34,7 46,9

Colo do Útero 22,3 20,7

Cólon e Reto 6,6 9,3

Traqueia, Brônquio e Pulmão 4,7 7,4

Estômago 3,5 6,1

Cavidade Oral 3,0 3,9

Leucemias 2,2 3,7

Esôfago 1,0 2,2 0 10 20 30 40 50

2003 2012 Taxa Bruta de Incidência (por 100.000 habitantes)

Fonte: Instituto Nacional de Câncer – INCA/MS

86

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Em Pernambuco, entre os dez cânceres com maior coeficiente de morbidade hospitalar no estado em 2002, no sexo masculino predominam os de lábio, cavidade oral e faringe e leucemia (Figura 88). Para o sexo feminino, destacaram-se as neoplasias malignas de mama e colo do útero, com ênfase para o incremento de 169,1% nas internações por câncer de mama e de 221,7% por câncer de colo de útero entre 2002 e 2011 (Figura 89). O perfil das neoplasias malignas foi semelhante nos dois anos avaliados em ambos os sexos, porém, os coeficientes foram maiores em 2012, para todas as causas (Figuras 88 e 89).

Figura 88 – Coeficiente de Morbidade Hospitalar (por 100.000 habitantes) por neoplasia maligna no sexo masculino segundo localização primária do tumor. Pernambuco, 2002 e 2011

7,9 Lábio, cavidade oral e faringe 45,0 10,8 Leucemia 19,6 3,3 Próstata 14,9 5,4 Cólon, reto e ânus 11,9 3,6 Estômago 10,4 1,2 Pele 8,8 3,3 Meninges,encéfalo e outras partes do SNC 7,5 1,3 Esôfago 5,8 0,9 Linfoma não-Hodgkin 4,3 1,6 Bexiga 4,2 0 20 40 60 Coeficiente de Morbidade Hospitalar 2002 2011 (por 100.000 habitantes)

Fonte: MS/SIH/SUS; IBGE – Estimativas Intercensitárias

Figura 89 – Coeficiente de Morbidade Hospitalar (por 100.000 habitantes) de neoplasia maligna no sexo feminino segundo localização primária do tumor. Pernambuco, 2002 e 2011

18,8 Mama 50,6 12,0 Colo do útero 38,6 6,5 Lábio, cavidade oral e faringe 33,4 4,4 Cólon, reto e ânus 14,0 7,9 Leucemia 12,2 2,2 Meninges,encéfalo e outras partes do SNC 7,6 1,9 Ovário 7,2 2,1 Estômago 6,8 Corpo e partes não especificadas do útero 12,5 5,7 0,9 Pele 5,6 0 20 40 60 Coeficiente de Morbidade Hospitalar 2002 2011 (por 100.000 habitantes)

Fonte: MS/SIH/SUS; IBGE – Estimativas Intercensitárias

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6.2.4. Violências

As violências consistem no “uso intencional da força física ou do poder, real ou em ameaça, contra si próprio, contra outra pessoa, ou contra um grupo ou uma comunidade, que resulte ou tenha possibilidade de resultar em lesão, morte, dano psicológico, deficiência de desenvolvimento ou privação” (OMS, 2002). Entre os casos de violência notificados em Pernambuco no ano de 2011 observa-se, na figura 90, a predominância nas faixas etárias mais jovens. Nos indivíduos do sexo masculino a faixa etária entre 1 e 39 anos concentrou aproximadamente 84,4% das notificações. Entre as mulheres, destaca-se a proporção de casos ocorridos na faixa etária de 20 e 39 anos (47,6%).

Figura 90 – Proporção de casos notificados de violência segundo faixa etária e sexo da vítima. Pernambuco, 2011

% 100 90 80 70 60 47,6 50 40 29,7 28,1 26,6 30 21,5 20 14,3 12,8 9,7 10 5,9 3,8 0 1 a 9 10 a 19 20 a 39 40 a 59 60 e + Faixa etária (anos) Masculino Feminino

Fonte: Sinan/SES-PE

Dos tipos de violência notificados, a física apresentou maior participação em ambos os sexos. No sexo feminino, as outras violências mais frequentes foram: psicológica/moral e sexual, com 36,3% e 19,0%, respectivamente. No sexo masculino, foram: negligência/abandono e psicológica/moral, com 24,9% e 9,3%, respectivamente (Figura 91).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 91 – Proporção de casos notificados de violência segundo tipo* e sexo da vítima. Pernambuco, 2011

% 100 90 80 67,0 70 60,8 60 50 36,3 40 30 24,9 19,0 20 9,3 10,4 10 1,3 2,4 4,3 0 Tortura Sexual Psicológica/ Negligência/ Física Moral Abandono

Masculino Feminino

* Para cada caso pode ser notificado mais de um tipo de violência Fonte: Sinan/SES-PE

Entre as Regiões de Saúde que mais notificaram casos de violência em 2011 no estado, destacam-se a I, VIII e IV, com 67,8%, 12,5% e 6,7%, respectivamente (Figura 92).

Figura 92 – Proporção de casos de violência segundo Região de Saúde de notificação. Pernambuco, 2011

% 100 90 80 67,8 70 60 50 40 30

20 12,5 6,7 10 3,5 2,9 3,2 0,1 0,1 1,1 1,4 0,6 0,2 0 I II III IV V VI VII VIII IX X XI XII

Fonte: Sinan/SES-PE

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

6.2.5. Acidentes de Transporte Terrestre (ATT)

Os acidentes de transporte são todos aqueles que envolvem um veículo destinado ou usado, no momento do acidente, principalmente, para o transporte de pessoas ou de mercadorias de um lugar para o outro. Inseridos nos acidentes de transporte, encontram-se classificados os acidentes de transporte terrestre (ATT) (OMS, 2008). Para caracterizar as vítimas de ATT em Pernambuco, foram analisados os atendimentos de 2011 provenientes das 21 Unidades Sentinelas de Informações sobre Acidentes de Transporte Terrestre (USIATT), implantas em hospitais de referência em trauma, localizados em todas as Regiões de Saúde do estado. A caracterização dos casos atendidos nas USIATT constitui-se um importante instrumento para subsidiar a definição de intervenções que contribuam para a modificação do perfil desses acidentes no estado. A faixa etária de 20 a 39 foi a que apresentou maior proporção de atendimentos por ATT em 2011, em ambos os sexos (Figura 93).

Figura 93 – Proporção de atendimentos por acidentes de transportes terrestre nas USIATT segundo faixa etária e sexo da pessoa atendida. Pernambuco, 2011

% 100 90 80 70 57,4 60 47,5 50 40 30 19,2 20 14,5 14,6 14,9 6,9 8,5 10 3,1 5,6 3,6 4,3 0 0 a 9 10 a 19 20 a 39 40 a 59 60 e+ Ignorado/ Em branco Faixa etária (anos) Masculino Feminino Dados sujeitos à alteração Fonte: SINATT/SES-PE

A maioria das vítimas tinha a motocicleta como meio de locomoção no momento do acidente, seguido do automóvel. A proporção de acidentes de motocicleta no sexo masculino é maior que no feminino, por sua vez, a situação se inverte quando se trata de acidentes envolvendo automóvel e nos atropelamentos (Figura 94).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 94 – Proporção de atendimentos por acidentes de transportes terrestre nas USIATT segundo sexo e meio de locomoção da vítima no momento do acidente. Pernambuco, 2011

% 100 90 80 72,9

70 60,7 60 50 40 30 20 13,2 14,6 8,7 6,3 7,0 5,5 10 0,6 1,8 0,8 0,7 2,3 1,8 1,6 1,6 0 A pé Automóvel Motocicleta Bicicleta Coletivo Veículo Outro Ignorado/ pesado Em branco Masculino Feminino Dados sujeitos à alteração Fonte: SINATT/SES-PE

Aproximadamente 25% das notificações de ATT ocorreram na I Região de Saúde, seguidas da V e IX Regiões (Figura 95). O maior percentual de notificações na I Região pode ser explicado pelo fato de esta contemplar 9 Unidades Sentinelas no período analisado. As demais Regiões contém apenas uma USIATT cada.

Figura 95 – Proporção de atendimentos por acidentes de transportes terrestre nas USIATT segundo Região de Saúde de notificação. Pernambuco, 2011

% 100 90 80 70 60 50 40 30 24,8

20 11,6 12,5 12,0 8,3 9,4 10 3,7 4,0 5,9 5,6 1,6 0,6 0 I* II III IV V VI VII VIII IX X XI XII

Dados sujeitos à alteração * I Região de Saúde apresenta 09 Unidades notificadoras de ATT em 2011

Fonte: SINATT/SES-PE

91

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

6.2.6. Doenças e agravos relacionados ao Trabalho

O ambiente de trabalho é o local onde vive, durante boa parte da vida, a maioria da população. Nos diversos locais de trabalho o indivíduo encontra-se exposto a fatores de risco que vão desde os transtornos mentais até as doenças transmissíveis (BRASIL, 2001b). A configuração da cadeia produtiva dentro das Regiões de Desenvolvimento (Figura 96) pode influenciar na distribuição dos agravos relacionados ao trabalho, a partir dos riscos e vulnerabilidades dele provenientes.

Figura 96 – Regiões de Desenvolvimento de Pernambuco

Fonte: Fundação de Desenvolvimento Municipal - CONDEPE/FIDEM-PE

Para a Vigilância em Saúde desta temática optou-se por descentralizar as ações de Saúde do Trabalhador. Pernambuco aderiu à proposta do MS de implantar Centros de Referência em Saúde do Trabalhador (Cerest), que estão distribuídos em oito regiões, de acordo com o critério populacional (Figura 97).

92

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 97 – Área de cobertura dos Cerest em Pernambuco

Fonte: Secretaria Estadual de Saúde/Sinan

Além dos Cerest Pernambuco conta com 36 Unidades Sentinelas em Saúde do Trabalhador e 05 Centros de Referencia Especializados em Saúde do Trabalhador - CRESAT que notificam compulsoriamente nove agravos relacionados ao trabalho, de acordo com o anexo III da portaria GM/MS Nº 104 de 25 de janeiro de 2011, que traz:

1- Acidentes graves ou fatais (aqueles que resultam em morte ou mutilações, ou ainda que ocorreram em menores de 18 anos); 2- Acidentes com material biológico (envolvendo sangue e outros fluidos orgânicos ocorridos com os profissionais da área da saúde durante o desenvolvimento do seu trabalho); 3- Câncer relacionado ao trabalho; 4- Dermatoses ocupacionais (Compreendem as alterações da pele, mucosas e anexos, direta ou indiretamente causadas, mantidas ou agravadas pelo trabalho); 5- Intoxicações exógenas (por substâncias químicas, incluindo agrotóxicos, gases tóxicos e metais pesados); 6- LER/DORT (Lesão por Esforço Repetitivo/ Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho), 7- PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído); 8- Pneumoconioses (Conjunto de doenças pulmonares causadas pelo acúmulo de poeira nos pulmões); 9- Transtornos mentais relacionados ao trabalho.

Os agravos de maior frequência de notificação em nosso território são as intoxicações exógenas, os acidentes graves ou fatais e os com material biológico (Sinan/SES-PE). Com relação às intoxicações exógenas relacionadas ao trabalho, a Região Metropolitana apresentou a maior proporção de casos em 2011, seguida pela Região da Mata Norte, regiões

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reconhecidas como produtoras de cana-de-açúcar que envolve no seu manejo a utilização de agrotóxico (Figura 98). Quanto aos acidentes de trabalho graves notificados pela rede, observa-se que o Sertão do Pajeú e Região Metropolitana respondem juntos por aproximadamente 50% dos casos (Figura 98). Sabe-se que o Sertão do Pajeú tem sofrido intensas transformações em decorrência das obras de Transposição do Rio São Francisco e da construção da Ferrovia Transnordestina. Para a Vigilância em Saúde, os Acidentes de Trabalho graves ou fatais são eventos sentinela que devem alertar toda a rede para que sejam desencadeadas ações de promoção da saúde e prevenção de acidentes. Já para os acidentes com material biológico, foi registrada maior frequência na Região Metropolitana e no Sertão do São Francisco (Figura 98). Sabe-se que nesses locais estão importantes polos médicos do estado nos quais há grande concentração de serviços de saúde.

Figura 98 – Proporção de casos de intoxicação exógena por agrotóxicos relacionada ao trabalho, acidentes de trabalho grave e acidente de trabalho com material biológico segundo Regiões de Desenvolvimento. Pernambuco, 2011

% 100 90 80 70 60

50 39,2

40 35,4 29,6

30

23,1

18,1 17,9

20 14,5

12,5

11,1

10,4

9,4 9,4

7,7

7,5

6,0

5,1

4,7

4,5

4,1 3,4

10 3,4

2,8 2,8

2,5

2,0

1,7 1,7

1,6 1,6

1,6

1,5

0,9 0,9

0,6

0,3 0,3

0

Pajeú

Araripe

Moxotó

Central

Agreste

Mata Sul Mata

Itaparica

Agreste

Meridional

Agreste

Mata Norte Mata

Setentrional

Metropolitana

São FranciscoSão Sertão CentralSertão

Intoxicação exógena Acidente grave Material biológico

Fonte: Sinan/SES-PE

Ainda em relação às doenças e agravos de notificação relacionados ao trabalho, destacam- se as lesões por esforço repetitivo. Essa doença pode ocorrer em diversas profissões, dentro de diferentes cadeias produtivas, a exemplo do agricultor que trabalha na colheita da uva, em Petrolina, ou do digitador/atendente de telemarketing relacionados ao polo de serviços da Região Metropolitana, cuja Região é responsável por 94,8% das notificações por esse agravo no Estado (Sinan/SES-PE). O MS estima que trata-se de um agravo subnotificado devido às dificuldades dos profissionais de saúde associarem os sinais e sintomas ao trabalho do paciente, estabelecendo assim o nexo causal.

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No contexto atual, as condições de trabalho exercem influências negativas na saúde mental dos trabalhadores. Contudo, estudos apontam que há subnotificação. Isso pode estar relacionado ao não reconhecimento clínico de determinadas patologias laborais relacionadas aos transtornos mentais (CARLOTTO, 2011). Na Região Metropolitana estão registradas todas as ocorrências para esse agravo. Os municípios de Recife e Jaboatão dos Guararapes concentraram 86% dos casos.

6.2.7. Intoxicações Exógenas

A intoxicação é um problema de saúde pública de importância global. Segundo estimativas da OMS, em 2004, cerca de 346.000 pessoas morreriam em todo o mundo devido à intoxicação não intencional (OMS, 1990). A OMS aponta, ainda, que quase um milhão de pessoas morrem a cada ano devido ao suicídio, e as substâncias químicas são responsáveis por um número significativo dessas mortes. De acordo com a ficha de investigação do Sinan para intoxicação exógena, o caso suspeito é definido como “todo aquele indivíduo que, tendo sido exposto a substâncias químicas (agrotóxicos, medicamentos, produtos de uso doméstico, cosméticos e higiene pessoal, produtos químicos de uso industrial, drogas, plantas e alimentos e bebidas), apresente sinais e sintomas clínicos de intoxicação e/ou alterações laboratoriais provavelmente ou possivelmente compatíveis”. No Brasil, a dimensão da distribuição das intoxicações ainda não é plenamente conhecida, uma vez que os dados epidemiológicos disponíveis são parciais e, em sua maioria proveniente dos centros de informação e assistência toxicológica. O MS estima que para cada caso registrado no Sinan existam outros 50 não notificados (BRASIL, 1996). As intoxicações por medicamentos correspondem a principal causa de notificaçao de intoxicação exógena em Pernambuco. Entretanto, ainda há grande participação de ingnorados/ em branco (Figura 99). Com relação à ocupação, cerca de 30% dos casos notificados foram de indivíduos que exerciam algum trabalho agropecuário, o que pode demonstrar a vulnerabilidade destes trabalhadores aos produtos utilizados no ambiente de trabalho (Figura 100).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 99 – Proporção notificações por intoxicação exógena segundo agente tóxico. Pernambuco, 2011

% 100 90 80 70 60 50 40 27,6 30 23,1

20 14,2 12,4 12,4 10 4,6 2,3 3,4 0 Medicamento Alimento/ Agrotóxicos Drogas de Prod. Uso Prod. Outros Ignorado/ Bebida abuso domiciliar químico Em branco

Fonte: Sinan/SES-PE

Figura 100 – Proporção notificações por intoxicação exógena segundo ocupação. Pernambuco, 2011

% 100 90 80 70 60 50 40 30,2 30 26,0 16,9 20 9,4 6,4 10 4,4 4,0 2,7 0 Trabalho Estudante Dona de Aposentado Trab. volante Pedreiro Outras Ignorada agropecuário casa Pensionista agricultura

Fonte: Sinan/SES-PE

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7. MORTALIDADE

7.1. Mortalidade Geral As informações sobre mortalidade são provenientes do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), cujo instrumento base para coleta de dados é a Declaração de Óbito (DO), padronizada pelo MS, e que também serve de base para lavratura da Certidão de Óbito pelo Cartório de Registro Civil (BRASIL, 2009a). A análise da mortalidade permite acompanhar mudanças no perfil epidemiológico para subsidiar no planejamento de ações e na organização de serviços de saúde de acordo com as necessidades da população (BRASIL, 2004). O padrão de mortalidade pode sofrer alterações de acordo com a interação de fatores interdependentes, tais como, mudança na estrutura demográfica da população e do padrão de morbidade, fatores ambientais e socioculturais (CARMO; BARRETO; SILVA JR, 2003). O Coeficiente de Mortalidade Geral (CMG) expressa a intensidade com a qual a mortalidade atua sobre uma população. É influenciado pela estrutura populacional quanto à idade e sexo, e, quando elevado, pode relacionar-se a baixa condição de vida ou maior número de idosos. A observação do CMG também permite acompanhar a captação de óbitos no SIM (BRASIL, 2009a). Entre os anos de 2002 e 2011, Pernambuco apresentou incremento de 8% no número total de óbitos, com média de 55.669 óbitos no decênio. Entretanto, o CMG de 2011 foi muito próximo ao do início do período (Figura 101).

Figura 101 – Número de óbitos e coeficiente de mortalidade geral (por 1.000 habitantes). Pernambuco, 2002 a 2011* 70.000 8 6,7 6,8 6,7 6,5 6,6 60.000 6,3 6,4 6,5 6,4 6,4 7

6 50.000 5 40.000 4 30.000

3

58.810

56.489

56.341

56.222

55.446

55.356

55.349

54.434

54.263

53.979 (por 1.000 habitantes) (por 1.000 Número de óbitosde Número 20.000

2 Coeficiente de Mortalidade Geral Mortalidade deCoeficiente 10.000 1

0 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Nº óbitos CMG

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM/ SEVS/ SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

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A IV Região de Saúde apresentou a maior média do CMG (7,09/1.000 habitantes) no período analisado em relação as demais, embora a III Região tenha apresentado CMG mais elevados em quatro anos do decênio analisado. A VIII Região apresentou baixo CMG no período, com média de 4,99/1.000 habitantes, indicando reduzida captação de óbitos e, consequentemente, baixa cobertura do SIM (Tabela 26).

Tabela 26 – Coeficiente de Mortalidade Geral (por 1.000 habitantes) segundo Região de Saúde de residência. Pernambuco, 2002 a 2011* Região de Saúde 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 I - Recife 6,6 6,6 6,7 6,4 6,3 6,2 6,3 6,3 6,5 6,7 II - Limoeiro 6,6 6,6 6,6 6,1 6,1 6,3 6,7 6,6 6,4 6,8 III - Palmares 7,5 7,9 7,4 7,1 6,7 7,1 6,8 6,3 6,3 6,5 IV - Caruaru 7,3 7,4 7,5 7,0 6,8 7,0 7,0 7,0 6,8 7,1 V - Garanhuns 6,8 7,0 7,0 6,6 6,5 7,0 6,8 6,8 6,7 6,7 VI - Arcoverde 6,5 6,9 6,8 6,7 6,3 6,8 6,2 6,0 5,8 5,9 VII - Salgueiro 5,4 5,8 5,2 5,4 5,4 5,6 5,5 5,5 5,4 5,9 VIII - Petrolina 5,1 5,3 4,9 5,1 5,2 4,9 5,2 4,8 4,6 4,8 IX - Ouricuri 5,4 5,9 5,6 5,7 5,5 5,6 5,7 5,5 5,4 5,6 X - Afogados da Ingazeira 6,6 6,6 6,6 6,6 7,0 6,9 6,9 6,7 7,2 7,2 XI - Serra Talhada 6,8 6,6 6,4 6,2 6,8 6,8 6,3 6,7 6,4 6,9 XII - Goiana 6,9 7,2 7,1 7,0 6,3 6,7 6,6 6,9 6,6 6,8

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

Em Pernambuco, a proporção de óbitos com causas mal definidas diminuiu 71,6% entre 2002 a 2011, passando de 18,2% para 5,2%, respectivamente. Essa redução foi mais evidente entre os anos de 2005 e 2006 (40,6%), período em que foi implantado o projeto para redução da causa de óbito por causa mal definida (Figura 102).

Figura 102 – Proporção de óbitos com causa mal definida. Pernambuco, 2002 a 2011*

% 100

90

80

70

60

50

40

30 18,2 20 17,1 15,2 9,7 10 5,7 4,9 5,1 5,2 5,2 5,2

0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

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Nos anos de 2002, 2007 e 2011 mais de 50% dos óbitos ocorreram em hospitais, com incremento de 10,3% em todo o período, demonstrando que uma maior parcela da população recebeu assistência hospitalar no momento da morte em 2011. Os óbitos domiciliares ocupam o segundo lugar em relação as demais ocorrências, observando-se uma redução de 21,8% (Figura 103).

Figura 103 – Proporção dos óbitos local de ocorrência. Pernambuco, 2002, 2007 e 2011* 0,6 0,5 0,3 100% 3,1 3,2 4,3 90% 7,3 7,9 7,4

80% 24,7 31,6 26,3 70%

60%

50%

40%

62,0 63,3 30% 57,4 20%

10%

0% 2002 2007 2011 Hospital Domicílio Via pública Outros locais Ignorado Relação 2002 / 2011 10,3 21,8 1,4 38,7 50,0 % % % % % * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

No decênio analisado, a variável raça/cor na DO passou a ser melhor preenchida, observavando-se uma redução de 51,2% de informação ignorada. Os óbitos cuja classificação da raça/cor foi parda apresentaram maior incremento (19,5%) e representou em 54,5% do total de óbitos de 2011. Em todos os anos da série, a raça/cor branca foi a segunda categoria com maior número de óbitos, seguidos dos óbitos classificados na raça/cor preta (Figura 104). Dentre os principais agravos, destacam-se os óbitos classificados como raça/cor parda com predomínio das causas externas com 79,0% (Figura 105).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 104 – Proporção de óbito segundo raça/cor. Pernambuco, 2002 a 2011* % 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Parda 45,6 49,3 51,8 52,3 54,1 54,9 55,0 52,5 54,0 54,5 Branca 32,3 32,6 33,2 32,5 32,1 31,4 31,5 31,6 32,0 31,2 Preta 5,4 5,3 5,4 5,3 5,5 5,5 5,4 5,0 5,6 5,9 Amarela 0,3 0,3 0,2 0,3 0,3 0,3 0,3 0,2 0,3 0,3 Indígena 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 0,2 Não informado 16,2 12,4 9,1 9,4 7,8 7,6 7,6 10,5 7,9 7,9

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

Figura 105 – Proporção de óbito dos principais grupos de causa segundo raça/cor. Pernambuco, 2011*

100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% Aparelho Aparelho Causas externas Neoplasias Endócrinas circulatório respiratório Não informado 4,0 6,7 5,5 4,6 4,9 Indígena 0,3 0,2 0,2 0,2 0,2 Amarela 0,3 0,1 0,5 0,3 0,4 Preta 7,3 2,2 6,3 6,3 7,7 Branca 34,5 11,9 38,1 40,7 36,9 Parda 53,6 79,0 49,3 48,0 49,8

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

No período de 2002 a 2011, observa-se maior proporção de óbitos do sexo masculino, com média de 56,8% em relação ao sexo feminino (Figura 106). Quando observado o CMG por sexo, verificou-se que para o sexo masculino houve uma redução de 2,5% e para o sexo feminino um incremento de 1,8% no período analisado (Figura 107).

100

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 106 – Proporção de óbitos segundo sexo. Pernambuco, 2002 a 2011*

100%

90%

80% 42,2 42,8 43,3 43,4 43,0 42,8 43,4 43,6 43,6 43,7 70%

60%

50%

40%

30% 57,8 57,2 56,7 56,6 57,0 57,2 56,6 56,4 56,4 56,3 20%

10%

0% 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Masculino Feminino

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

Figura 107 – Número de óbitos e coeficiente de mortalidade geral (CMG) (por 1.000 habitantes) segundo sexo. Pernambuco, 2002 a 2011*

35.000 9

30.000 8 7 25.000 6 20.000 5 15.000 4 3

Número de óbitosde Número 10.000

2 (por 1.000 habitantes) (por 1.000 5.000 1

0 0 Geral Mortalidade deCoeficiente 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Nº masculino 31.290 31.604 31.407 30.794 30.741 31.626 31.841 31.798 31.618 33.062 N° feminino 22.888 23.667 23.968 23.579 23.190 23.627 24.376 24.563 24.488 25.620 CMG masculino 8,0 8,0 7,9 7,6 7,5 7,6 7,5 7,5 7,5 7,8 CMG feminino 5,5 5,6 5,6 5,4 5,3 5,3 5,4 5,4 5,4 5,6

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

Com relação às faixas etárias, observa-se maior proporção de óbitos entre os idosos em todos os anos analisados, com incremento de 11,4%. Isso pode estar relacionado ao aumento da expectativa de vida ao nascer, refletindo no processo de envelhecimento da população e, consequentemente, no aumento contínuo da população de idosos. Também verrificou-se incremento de 7,8% dos óbitos ocorridos na faixa etária de 40 a 59 anos. Para as demais faixas etárias, verificou-se redução nos óbitos, destacando-se os infantis (<1 ano), com redução de 55,8%. As Regiões de Saúde também acompanham o perfil estadual, observando-se uma maior diferença nas VI, VII, VIII e IX Região, onde a proporção de óbitos de menores de 1 ano e adultos jovens é maior do que o padrão estadual (Figuras 108 e 109).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 108 – Proporção dos óbitos segundo faixa etária. Pernambuco, 2002 a 2011* 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 60 e + 55,9 56,6 57,9 57,3 57,7 58,2 58,9 59,7 61,3 62,3 40 a 59 18,0 18,2 18,7 19,0 19,4 19,2 19,3 19,4 19,4 19,4 20 a 39 13,4 13,1 12,3 12,9 13,1 13,1 13,1 12,6 12,1 11,5 10 a 19 3,1 2,8 3,2 3,1 3,2 3,1 3,0 2,6 2,5 2,4 1 a 9 1,8 1,7 1,5 1,4 1,4 1,3 1,2 1,2 1,0 1,0 <1 ano 7,7 7,5 6,3 6,3 5,3 5,0 4,5 4,5 3,8 3,4

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

Figura 109 – Proporção dos óbitos segundo faixa etária e Região de Saúde de residência. Pernambuco, 2011*

XII-Goiana XI-Serra Talhada X-Afogados da Ingazeira IX-Ouricuri VIII-Petrolina VII-Salgueiro VI-Arcoverde V-Garanhuns IV-Caruaru III-Palmares II-Limoeiro I-Recife PERNAMBUCO

0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%

<1 ano 1 a 9 10 a 19 20 a 39 40 a 59 60 e +

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Quanto as principais causas de óbito, observa-se que no ano de 2011 o padrão de mortalidade nas Regiões de Saúde acompanha o perfil estadual, apresentando maior proporção de óbitos por Doenças do Aparelho Circulatório (DAC) em relação aos demais agravos. As causas externas e neoplasias alternam entre a segunda e terceira causa de óbito entre as Regiões de Saúde. Esse perfil acompanha o padrão epidemiológico do país e traz implicações na estrutura demográfica. As causas de óbito mal definidas destacaram-se pela proporção elevada, em especial, as V, VI e VIII Região de Saúde que apresentaram acima de 10% (Figura 110).

Figura 110 – Proporção dos óbitos segundo principais causas básicas e Regiões de Saúde de residência. Pernambuco, 2011*

XII-Goiana 33,9 12,3 9,9 9,2 12,0 5,4 4,2 13,0

XI-Serra Talhada 33,2 12,7 13,0 8,6 7,0 3,5 5,8 16,2

X-Afogados da Ingazeira 34,9 7,2 14,5 8,1 10,1 5,3 4,3 15,8

IX-Ouricuri 27,7 16,8 12,0 6,8 7,0 2,6 8,5 18,7

VIII-Petrolina 20,4 17,1 10,9 6,8 4,9 3,5 19,0 17,3

VII-Salgueiro 26,4 10,9 15,9 9,1 5,1 4,6 9,2 18,8

VI-Arcoverde 25,2 13,4 10,4 7,6 8,3 3,3 16,2 15,7

V-Garanhuns 29,5 10,0 9,9 9,4 9,0 4,3 14,0 13,8

IV-Caruaru 30,2 12,2 11,5 9,4 10,9 5,1 6,8 13,8

III-Palmares 31,2 11,4 10,0 10,8 11,2 6,0 3,9 15,5

II-Limoeiro 34,7 11,5 12,2 9,2 9,1 6,2 3,1 14,0

I-Recife 28,5 13,7 14,7 13,3 6,6 5,7 1,6 15,9

PERNAMBUCO 29,3 13,1 12,8 10,9 8,1 5,2 5,2 15,4

0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 %

D. ap. circulatório Causas externas Neoplasias D. ap. respiratório

D. endócrinas nutricionais D. aparelho digestivo Mal definidas e desconhecidas Demais causas e metabólicas * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

Em 2002, Pernambuco apresentou como principal causa de óbito as DAC, seguida das causas mal definidas, causas externas e neoplasia (Tabela 27). No ano de 2011, as DAC permaneceram em primeiro lugar, e as causas mal definidas caíram para sétimo lugar, isto reflete a melhoria na qualificação na causa básica de óbito (Tabela 28). Ao analisar as principais causas segundo faixa etária, nos anos de 2002 e 2011, observa-se que em menores de 1 ano as principais causas foram as afecções perinatais, já na faixa etária de 1 a 39 anos, as causas que predominaram foram as externas, e nas demais foram as doenças do aparelho circulatório (Tabela 27 e 28).

103

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Tabela 27 – Classificação das principais causas básicas de óbito segundo faixa etária. Pernambuco, 2002

Grupos etários (anos) Ranking 60 anos e Pernambuco < 1 ano 1-9 10-19 20-39 40-59 mais Afecções Causas Causas Causas 1º DAC DAC DAC Perinatais Externas Externas Externas Mal 2º Mal Definidas DAR Mal Definidas Mal Definidas Neoplasia Mal Definidas Definidas Causas Causas 3º DIP Mal Definidas Neoplasia DAC Neoplasia Externas Externas Anomalia 4º DIP DAC DIP Mal Definidas DAR Neoplasia Congênita Aparelho 5º DAR Neoplasia DIP Neoplasia Endócrina DAR Digestivo Aparelho Aparelho Afecções 6º Endócrina Endócrina DAR DIP Digestivo Digestivo Perinatais Causas Anomalia Sistema 7º DAR DAR DIP Endócrina Externas Congênita; nervoso Sistema Causas 8º DSHI Endócrina Endócrina Endócrina DIP Nervoso Externas Sistema Sistema Aparelho 9º DAC GPP DAGU DAGU nervoso Nervoso Digestivo Aparelho Anomalia Sistema 10º DSHI TMC TMC DAGU Digestivo Congênita Nervoso Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAGU – Doenças do Aparelho Geniturinário; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório; TMC – Transtornos Mentais e Comportamentais; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias; DSOH – Doenças do Sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos e alguns Transtornos Imunitários; GPP – Gravidez Parto e Puerpério * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

Tabela 28 – Classificação das principais causas básicas de óbito segundo faixa etária. Pernambuco, 2011

Grupos etários (anos) Ranking 60 anos e Pernambuco < 1 ano 1-9 10-19 20-39 40-59 mais Afecções Causas Causas Causas 1º DAC DAC DAC Perinatais Externas Externas Externas Anomalia Anomalia Causas 2º Neoplasia DAC Neoplasia DAR Congênita Congênita Externas Causas 3º DIP DAR DAC DIP Neoplasia Neoplasia Externas Aparelho 4º DAR DIP Mal Definidas Neoplasia Endócrina DAR Digestivo Causas Aparelho Mal 5º Neoplasia DIP DAR Endócrina Externas Digestivo Definidas Sistema Aparelho Aparelho 6º Mal Definidas DAR Mal Definidas Endócrina Nervoso Digestivo Digestivo Sistema 7º Endócrina Endócrina DAR DIP DIP Mal Definidas Nervoso Sistema Anomalia Sistema Causas Afecções 8º Mal Definidas Mal Definidas Nervoso Congênita Nervoso Externas Perinatais 9º DAC Endócrina Endócrina TMC DAGU DIP DSHI; DSHI; Aparelho Aparelho Sistema 10º Aparelho Digestivo; TMC DAGU DAGU Digestivo Nervoso Digestivo DAGU Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAGU – Doenças do Aparelho Geniturinário; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório; TMC – Transtornos Mentais e Comportamentais; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias; DSOH – Doenças do Sangue e dos Órgãos Hematopoiéticos e alguns Transtornos Imunitários; GPP – Gravidez Parto e Puerpério * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

104

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

7.2. Análise da mortalidade segundo ciclo de vida

7.2.1. Mortalidade em menores de 1 ano

O Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) expressa o risco de morte dos Nascidos Vivos (NV) no primeiro ano de vida e reflete, de maneira geral, as condições de desenvolvimento socioeconômico e infraestrutura ambiental, bem como o acesso e a qualidade dos recursos disponíveis para atenção à saúde materna e da população infantil. Este indicador é utilizado para subsidiar no planejamento das políticas e ações de saúde voltadas para a atenção pré-natal, parto e proteção da saúde infantil. Para tanto, os dados precisam ser confiáveis, de qualidade e com cobertura adequada. A análise da mortalidade infantil em Pernambuco no período de 2002 a 2011 aponta para a redução no risco de morrer antes do primeiro ano de vida, visto que o CMI passou de 26,3/1.000 NV em 2002, para 13,7/1.000 NV no ano de 2011. Desde 2006, o estado obteve a classificação de baixa mortalidade infantil (< 20 por mil), segundo os critérios da OMS (Figura 111).

Figura 111 – Número de óbitos de menores de 1 ano e Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) (por 1.000 nascidos vivos). Pernambuco, 2002 a 2011* 4.500 30 26,3 25,5 4.000 22,7 25 3.500 21,5 18,8 18,8 3.000 17,0 17,2 20 15,2 2.500 13,7 15

2.000

4.017 4.000

1.500 3.348 10

3.271

Número de óbitosde Número

2.748

2.690

(por 1.000 nascidos vivos) nascidos (por 1.000 2.470

1.000 2.438 2.078

1.950 5 500 Infantil Mortalidade deCoeficiente

0 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Nº de óbitos Nascidos vivos

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; Sinasc / SEVS / SES-PE

Entretanto, é preciso considerar que, apesar dos avanços, a cobertura do SIM em Pernambuco ainda não atingiu o parâmetro mínimo de 90% para os óbitos menores de 1 ano, e o cálculo dos indicadores com os dados diretos do sistema pode gerar algumas imprecisões, devendo ser realizada com cautela.

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

A pesquisa “Busca Ativa de Nascidos Vivos e Óbitos no Nordeste e Amazônia Legal” coordenada pela Fiocruz e MS observou as subnotificações destes eventos vitais para as Unidades Federativas e aplicou fatores de correção para recalcular os CMI (SZWARCWALD et al., 2010). Em Pernambuco, no ano de 2008, a pesquisa supracitada verificou uma cobertura dos óbitos infantis no SIM de 83,3%, e o CMI corrigido de 19,3/1.000 NV. Entre os subcomponentes do CMI, o Coeficiente de Mortalidade Neonatal Precoce (<7 dias) foi o mais elevado em todo o período analisado, apesar de apresentar uma redução de 40,0% quando comparados os anos de 2002 e 2011 (Figura 112).

Figura 112 – Distribuição do Coeficiente de Mortalidade Infantil, segundo componentes da mortalidade infantil (por 1.000 nascidos vivos). Pernambuco, 2002 a 2011*

14

12

10

8

6

4

(por 1.000 nascidos vivos) nascidos (por 1.000 2

Coeficiente de Mortalidade Infantil Infantil Mortalidade de Coeficiente 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Neonatal precoce (<7 dias) 12,0 11,4 11,0 10,9 9,9 9,7 8,7 9,0 8,4 7,2 Neonatal tardio (7 a 27 dias) 3,2 3,1 2,5 2,6 2,2 2,4 2,3 2,6 2,2 2,1 Pós-neonatal (28 dias a <1ano) 11,1 10,8 9,1 7,9 6,6 6,6 5,9 5,5 4,5 4,4

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; Sinasc / SEVS / SES-PE

Entre as causa de morte, as afecções perinatais apresentaram maior risco, durante o período de 2002 a 2011. Em 2002, o CMI para esse grupo foi de 12,5/1.000 NV e diminuiu para 7,7/1.000 NV em 2011. Nesse mesmo período, as anomalias congênitas, que ocupavam o terceiro grupo de causa, em 2011 tornaram-se o segundo grupo (Figura 113).

106

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 113 – Coeficiente de mortalidade infantil (por 1.000 nascidos vivos) segundo principais grupos de causa. Pernambuco, 2002 a 2011*

14

12

10

8

6

4

(por 1.000 nascidos vivos) nascidos (por 1.000 2 Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Afecções Perinatais 12,5 12,2 11,6 11,6 10,7 10,3 9,5 10,1 9,0 7,7 Anomalia Congênita 2,6 2,6 2,6 2,7 2,8 3,1 2,9 3,0 3,0 3,0 DIP 3,0 3,1 2,7 2,1 1,6 1,6 1,2 1,0 0,9 0,9 DAR 1,7 1,4 1,3 1,4 1,1 1,0 1,1 0,9 0,7 0,8 Causas Externas 0,3 0,3 0,3 0,3 0,4 0,4 0,4 0,5 0,3 0,5

Legenda: DAR - Doenças do Aparelho Respiratório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; Sinasc / SEVS / SES-PE

Nas Regiões de Saúde, as afecções perinatais permaneceram como principal causa nos ano de 2002 e 2011, exceto na VI Região de Saúde, que, em 2002, apresentou as causas mal definidas como primeiro grupo de causas (Tabela 29).

Tabela 29 – Classificação das principais causas de óbitos infantil segundo Região de Saúde. Pernambuco, 2002 e 2011* 2002 2011 Região de Saúde 1º 2º 3º 1º 2º 3º Afecções Anomalia Afecções Anomalia I-Recife DAR DIP Perinatais Congênita Perinatais Congênita Afecções Anomalia Afecções Anomalia DIP; II-Limoeiro DIP Perinatais Congênita Perinatais Congênita Causas Externas Afecções Afecções Anomalia III-Palmares Mal Definidas DIP DIP Perinatais Perinatais Congênita Afecções Afecções Anomalia IV-Caruaru Mal Definidas DIP DAR Perinatais Perinatais Congênita Afecções Afecções Anomalia V-Garanhuns Mal Definidas DIP DAR Perinatais Perinatais Congênita Afecções Afecções Anomalia VI-Arcoverde Mal Definidas DIP DIP Perinatais Perinatais Congênita Afecções Anomalia Afecções Anomalia Congênita; VII-Salgueiro DIP Perinatais Congênita Perinatais Mal Definidas Afecções Anomalia Afecções Anomalia VIII-Petrolina Mal Definidas DAR Perinatais Congênita Perinatais Congênita Afecções Afecções Anomalia IX-Ouricuri Mal Definidas DIP DIP Perinatais Perinatais Congênita X-Afogados da Afecções Afecções Anomalia DIP Mal Definidas DIP; DAR Ingazeira Perinatais Perinatais Congênita Afecções Anomalia Afecções Anomalia XI-Serra Talhada DIP DAR Perinatais Congênita Perinatais Congênita Afecções Afecções Anomalia DIP; DAR; XII-Goiana DIP Mal Definidas Perinatais Perinatais Congênita Causas Externas Legenda: DAR - Doenças do Aparelho Respiratório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Dentre as principais causas dentro do grupo das afecções perinatais, no triênio de 2002 a 2004, destacou-se os transtornos respiratórios e cardiovasculares específicos, com 51,2% dos óbitos. Já no triênio de 2009 a 2011, predominou o feto e recém-nascido afetados por fatores maternos e por complicações da gravidez, do trabalho de parto e do parto, com 35,1% (Tabela 30).

Tabela 30 – Número e proporção de óbitos infantis segundo principais grupos de causa definida. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* 2002 a 2004 2009 a 2011 Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº % Afecções Perinatais 5.526 100,0 Afecções Perinatais 3.756 100,0 Feto e recém-nascido afetados por Transtornos respiratórios e cardiovasculares 2.830 51,2 fatores maternos e por complicações da 1.318 35,1 específicos gravidez, do trabalho de parto e do parto Feto e recém-nascido afetados por fatores Transtornos respiratórios e maternos e por complicações da gravidez, 1.037 18,8 1.272 33,9 cardiovasculares específicos do trabalho de parto e do parto Outras afecções perinatais 1.659 30,0 Outras afecções perinatais 1.166 31,0 DIP 1.338 100,0 Anomalia Congênita 1.269 100,0 Malformações congênitas do aparelho Doenças infecciosas intestinais 1.042 77,9 478 37,7 circulatório Malformações congênitas do sistema Outras doenças bacterianas 241 18,0 205 16,2 nervoso Outras DIP 55 4,1 Outras anomalias congênitas 586 46,2 Anomalia Congênita 1.185 100,0 DIP 387 100,0 Malformações congênitas do aparelho 408 34,4 Doenças infecciosas intestinais 242 62,5 circulatório Malformações congênitas do sistema 251 21,2 Outras doenças bacterianas 87 22,5 nervoso Outras anomalias congênitas 526 44,4 Outras DIP 58 15,0 * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

Do grupo de causas evitáveis, que totaliza 70,6% dos óbitos infantis em 2011, 27,1% foram redutíveis por atenção à mulher na gestação (Tabela 31).

Tabela 31 – Número e proporção de óbitos infantis segundo principais grupos de causas evitáveis. Pernambuco, 2011* Grupos de causas Nº % Causas evitáveis 1.376 70,6 Reduzíveis por ações de imunização 6 0,3 Reduzíveis por atenção à mulher na gestação 528 27,1 Reduzíveis por adequada atenção à mulher no parto 200 10,3 Reduzíveis por adequada atenção ao recém-nascido 326 16,7 Reduzíveis por ações diagnóstico e tratamento adequado 152 7,8 Reduzíveis por ações de promoção à saúde vinculadas a ações da atenção primária 164 8,4 Causas mal definidas 19 1,0 Demais causas (não claramente evitáveis) 555 28,5 Total 1.950 100,0

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

7.2.2. Mortalidade entre 1 a 9 anos

Na faixa etária de 1 a 9 anos, o coeficiente de mortalidade no sexo masculino foi mais elevado do que o feminino, no período de 2002 a 2011. Ambos apresentaram decréscimo, com maior redução no masculino (36,8%) do que no feminino (23,3%) (Figura 114).

Figura 114 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*

80

70

60

50

40

30

20 (por 100.000 habitantes)(por 100.000

Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente 10

0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Masculino 69,6 68,2 60,4 51,7 52,4 56,4 49,2 50,8 42,7 44,0 Feminino 54,1 53,3 49,1 47,3 40,1 40,0 42,4 40,5 37,8 41,5

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias Entre os grupos de causas de óbitos para o sexo masculino na faixa etária de 1 a 9 anos, destacam-se as causas externas, com um coeficiente de mortalidade de 19,1/100.000 habitantes em 2002, e de 13,5/100.000 habitantes em 2011 (redução de 29,3%) (Figura 115).

Figura 115 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*

25

20

15

10

5

(por 100.000 habitantes) (por 100.000 Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Causas Externas 19,1 18,9 15,0 15,0 14,4 17,0 15,3 15,8 14,6 13,5 DIP 9,3 6,8 7,3 6,5 4,2 6,8 5,8 6,5 4,7 5,0 Anomalias Congênitas 3,1 3,3 3,3 3,6 4,3 5,5 4,3 5,4 4,3 4,8 DAR 9,4 9,1 9,2 6,6 9,6 8,1 6,3 5,8 4,9 4,5 Neoplasias 5,0 3,3 4,4 2,7 5,1 5,7 4,0 5,1 3,2 4,4

Legenda: DAR - Doenças do Aparelho Respiratório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

O sexo feminino, na faixa etária de 1 a 9 anos, apresentou as causas externas com maior risco de morte no período de 2003 a 2011. O coeficiente de mortalidade foi 10,2/100.000 habitantes em 2003, e 8,4/100.000 habitantes em 2011. Apenas no ano de 2002 as doenças do aparelho respiratório foram a principal causa de morte, com 11,8 óbitos/100.000 habitantes (Figura 116).

Figura 116 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*

14

12

10

8

6

4

(por 100.000 habitantes) (por 100.000 2 Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Causas Externas 9,0 10,2 8,9 10,1 8,4 6,8 9,2 9,4 7,7 8,4 Anomalias Congênitas 2,8 4,5 3,5 4,2 4,5 4,4 6,2 4,6 3,8 6,6 DAR 11,8 9,1 6,9 7,3 6,7 6,1 6,4 6,0 4,4 5,9 DIP 7,9 6,1 7,2 6,8 5,5 5,1 4,8 5,3 5,8 4,5 Neoplasias 2,6 4,2 3,5 3,6 3,4 3,7 4,1 4,1 3,9 4,4

Legenda: DAR – Doenças do Aparelho Respiratório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias. * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

Em 2002, as Regiões de Saúde de I, II, IV, VII, VIII apresentaram as causas externas como principal causa de óbito, na faixa etária de 1 a 9 anos. Já em 2011, somente a V, VI, e VII Regiões não apresentaram as causas externas como primeiro grupo de causa (Tabela 32).

110

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Tabela 32 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 e 2011* 2002 2011 Região de Saúde 1º 2º 3º 1º 2º 3º Causas Causas Anomalia I-Recife DIP DAR DAR Externas Externas Congênita Neoplasia; Causas Endócrina; Causas Anomalia Sistema II-Limoeiro DAR Externas Anomalia Externas Congênita Nervoso Congênita Causas Anomalia Congênita; III-Palmares Mal Definidas DAR Causas Externas Externas Sistema Nervoso; DIP Causas Causas Anomalia IV-Caruaru Mal Definidas DAR DAR Externas Externas Congênita Causas Causas Externas; Externas; V-Garanhuns Mal Definidas DAR; Neoplasia DAR Sistema Nervoso Causas Externas; VI-Arcoverde Mal Definidas DIP Mal Definidas Endócrina DAR Causas DIP; VII-Salgueiro Mal Definidas DAR; Causas Externas Externas Aparelho Digestivo Causas Causas Anomalia VIII-Petrolina DAR DIP; Mal Definidas Mal Definidas Externas Externas Congênita Causas Anomalia IX-Ouricuri Mal Definidas DIP DAR DIP Externas Congênita DIP; DAR; Causas externas; X-Afogados da Endócrinas; DAC; DAGU; Causas Externas; Mal Definidas Neoplasia Ingazeira Anomalia Congênita; Sistema Sistema Nervoso Nervoso Causas XI-Serra Talhada DIP DAR Causas Externas DAR Neoplasia Externas DAR; Causas Externas; XII-Goiana DAR Mal Definidas DIP Neoplasia; DIP Endócrina Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAGU – Doenças do Aparelho Geniturinário; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

Nos triênios de 2002 a 2004 e de 2009 a 2011, no grupo das causas externas, para o sexo masculino, os afogamentos e submersões acidentais foram as principais causas de óbito, com 29,6% e 32,1%, respectivamente (Tabela 33). Já no feminino, dentro do grupo das causas externas, os acidentes de transporte (30,1%) foram a primeira causa de morte no triênio 2002 a 2004 (Tabela 34).

111

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Tabela 33 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* 2002 a 2004 2009 a 2011 Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº % Causas externas 398 100,0 Causas externas 299 100,0 Afogamento e submersão acidentais 118 29,6 Afogamento e submersão acidentais 96 32,1 Acidentes de transporte 110 27,6 Acidentes de transporte 87 29,1 Outras causas externas 170 42,7 Outras causas externas 116 38,8 DAR 208 100,0 DIP 111 100,0 Influenza e pneumonia 131 63,0 Doenças infecciosas intestinais 43 38,7 Doenças crônicas das vias aéreas 28 13,5 Outras doenças bacterianas 31 27,9 inferiores Outras DAR 49 23,6 Outras DIP 37 33,3 DIP 175 100,0 DAR 104 100,0 Doenças infecciosas intestinais 78 44,6 Influenza e pneumonia 55 52,9 Outras doenças bacterianas 56 32,0 Doenças crônicas das vias aéreas inferiores 18 17,3 Outras DIP 41 23,4 Outras DAR 31 29,8 Legenda: DAR – Doenças do Aparelho Respiratório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

Tabela 34 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária de 1 a 9 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* 2002 a 2004 2009 a 2011 Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº % Causas externas 206 100,0 Causas externas 169 100,0 Acidentes de transporte 62 30,1 Afogamento e submersão acidentais 48 28,4 Afogamento e submersão acidentais 52 25,2 Acidentes de transporte 38 22,5 Outras causas externas 92 44,7 Outras causas externas 83 49,1 DAR 204 100,0 DAR 108 100,0 Influenza e pneumonia 128 62,7 Influenza e pneumonia 73 67,6 Doenças crônicas das vias aéreas Doenças crônicas das vias aéreas inferiores 24 11,8 14 13,0 inferiores Outras DAR 52 25,5 Outras DAR 21 19,4 DIP 155 100,0 DIP 103 100,0 Doenças infecciosas intestinais 70 45,2 Doenças infecciosas intestinais 41 39,8 Outras doenças bacterianas 60 38,7 Outras doenças bacterianas 29 28,2 Outras DIP 25 16,1 Outras DIP 33 32,0 Legenda: DAR – Doenças do Aparelho Respiratório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

112

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

7.2.3. Mortalidade entre 10 a 19 anos

Na faixa etária de 10 a 19 anos, o sexo masculino apresentou, em 2002, coeficiente de mortalidade de 140,4/100.000 habitantes, e de 126,2/100.000 habitantes, em 2011. Esse resultado foi superior ao encontrado no sexo feminino, que obteve coeficiente de mortalidade de 40,2/100.000 habitantes, em 2002, e de 38,7/100.000 habitantes, em 2011 (Figura 117).

Figura 117 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* 180 160 140 120 100 80 60

40 (por 100.000 habitantes) (por 100.000

Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente 20 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Masculino 140,4 129,3 148,0 137,2 137,1 162,3 151,1 136,5 126,5 126,2 Feminino 40,2 36,1 41,2 37,3 40,3 42,7 46,1 41,2 37,8 38,7

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

O risco de morte por causas externas para o sexo masculino na faixa etária de 10 a 19 anos foi de 109,8 óbitos/100.000 habitantes em 2002 e manteve-se como principal causa até 2011, destacando-se entre as demais causas. Observa-se um decréscimo de 11,6% no coeficiente, quando comparados o primeiro e o último ano analisados (Figura 118).

113

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 118 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*

180 160 140 120 100 80 60

40 (por 100.000 habitantes)(por 100.000

Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente 20 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Causas Externas 109,8 100,9 118,8 109,3 111,2 129,8 123,0 109,8 98,5 97,1 Mal Definidas 8,3 6,4 5,7 4,6 3,3 3,7 2,8 3,0 4,1 5,3 Neoplasias 3,4 4,0 5,3 5,4 4,1 6,3 4,1 6,1 6,0 4,9 DAC 5,1 4,0 3,6 3,3 3,5 4,7 5,2 3,3 3,6 4,8 DIP 4,2 2,7 3,4 3,9 3,5 4,6 3,2 2,1 2,3 3,5

Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

No sexo feminino, as causas externas permaneceram como primeiro grupo de causa com maior risco de morte, com coeficiente de mortalidade de 17,2/100.000 habitantes em 2002, e 13,9/100.000 habitantes em 2011. As neoplasias foram a segunda causa durante todo o período analisado (Figura 119).

Figura 119 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*

25

20

15

10

(por 100.000 habitantes)(por 100.000 5 Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente

0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Causas Externas 17,2 15,5 17,2 16,0 16,2 17,9 20,0 18,1 17,6 13,9 Neoplasias 4,2 3,4 4,2 4,2 3,5 4,2 3,7 5,0 4,0 5,5 DAC 1,9 2,5 2,8 2,1 2,1 3,2 3,5 2,8 1,7 3,0 DIP 1,6 1,2 1,8 2,2 2,4 2,4 2,7 1,9 2,3 2,9 Sistema Nervoso 1,7 1,3 2,8 2,1 2,6 2,1 2,5 1,6 2,9 2,3

Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias. * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

114

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Ao estratificar por Regiões de Saúde, as causas externas permanecem como a primeira causa de óbito na faixa etária de 10 a 19 anos em todas as Regiões de Saúde, tanto no ano de 2002 quanto no de 2011 (Tabela 35).

Tabela 35 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 e 2011* 2002 2011 Região de Saúde 1º 2º 3º 1º 2º 3º Causas Causas I-Recife Neoplasias; DAC Neoplasias DIP Externas Externas Causas Causas II-Limoeiro Neoplasias DIP DAC; Neoplasias Externas Externas Causas Causas III-Palmares Mal Definidas Neoplasias Neoplasias DAC Externas Externas Causas Causas IV-Caruaru Mal Definidas DAC Neoplasias DAR Externas Externas Causas Causas DAC; V-Garanhuns Mal Definidas DAC; DIP Mal Definidas Externas Externas DSOTC Anomalia Congênita; Causas Aparelho Causas VI-Arcoverde Mal Definidas Mal Definidas DAC Externas Digestivo; Externas DAR; Endócrinas Anomalia DAR; DIP; Causas Causas Congênita; VII-Salgueiro Mal Definidas DSOH; Mal Definidas Externas Externas DAR; Endócrinas Neoplasias Causas Causas VIII-Petrolina Mal Definidas DAR Mal Definidas DAC Externas Externas Causas DAC; DIP; Causas IX-Ouricuri Mal Definidas Mal Definidas Neoplasias Externas Neoplasias Externas Anomalia Congênita; Aparelho Digestivo; X-Afogados da Causas Causas DAC; DAR Neoplasias DAC; Ingazeira Externas Externas Endócrinas; Mal Definidas; TMC Causas DAC; Causas XI-Serra Talhada Mal Definidas DIP; Neoplasias Externas Neoplasias Externas Causas Causas Mal Definidas; Sistema XII-Goiana Neoplasias DAR Externas Externas Nervoso Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DSOH – Doenças do sangue e dos órgãos hematopoiéticos e alguns transtornos imunitários; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório; TMC - Transtornos Mentais e Comportamentais; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

Para o sexo masculino, as agressões representaram 72,3% das causas externas, e essa foi a principal causa de óbito nos dois triênios analisados. Quando se comparam os dois triênios, observa- se uma redução de 5,8% nas agressões e um aumento de 24,8% nos acidentes de transporte (Tabela 36).

115

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Tabela 36 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* 2002 a 2004 2009 a 2011 Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº % Causas Externas 2.976 100,0 Causas Externas 2.525 100,0 Agressões 2.151 72,3 Agressões 1.720 68,1 Acidentes de transporte 384 12,9 Acidentes de transporte 407 16,1 Outras causas externas 441 14,8 Outras causas externas 398 15,8 DAC 115 100,0 Neoplasias 141 100,0 Neoplasias malignas primárias, dos tecidos Doenças cerebrovasculares 27 23,5 61 43,3 linfático, hematopoético e correlatos Neoplasias malignas dos olhos, encéfalo e Doenças reumáticas crônicas do coração 22 19,1 20 14,2 outras partes do sistema nervoso central Outras DAC 66 57,4 Outras neoplasias 60 42,6 Neoplasias 114 100,0 DAC 97 100,0 Neoplasias malignas primárias, dos tecidos linfático, hematopoético e 48 42,1 Doenças cerebrovasculares 26 26,8 correlatos Neoplasias malignas dos olhos, encéfalo 26 22,8 Doenças isquêmicas do coração 21 21,6 e outras partes do sistema nervoso central Outras neoplasias 40 35,1 Outras DAC 50 51,5 Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

No sexo feminino, considerando o triênio de 2009 a 2011, os acidentes de transporte (34,2%) obtiveram maior proporção entre as causas externas, seguida das agressões (32,5%) (Tabela 37).

Tabela 37 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária de 10 a 19 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* 2002 a 2004 2009 a 2011 Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº % Causas Externas 446 100,0 Causas Externas 403 100,0 Agressões 177 39,7 Acidentes de transporte 138 34,2 Acidentes de transporte 111 24,9 Agressões 131 32,5 Outras causas externas 158 35,4 Outras causas externas 134 33,3 Neoplasias 105 100,0 Neoplasias 118 100,0 Neoplasias malignas primárias, dos tecidos Neoplasias malignas primárias, dos tecidos 35 33,3 43 36,4 linfático, hematopoético e correlatos linfático, hematopoético e correlatos Neoplasias malignas dos olhos, encéfalo e Neoplasias malignas dos olhos, encéfalo e 15 14,3 28 23,7 outras partes do sistema nervoso central outras partes do sistema nervoso central Outras neoplasias 55 52,4 Outras neoplasias 47 39,8 DAC 64 100,0 DAC 61 100,0 Doenças cerebrovasculares 19 29,7 Doenças cerebrovasculares 13 21,3 Doenças reumáticas crônicas do coração 17 26,6 Doenças reumáticas crônicas do coração 10 16,4 Outras DAC 28 43,8 Outras DAC 38 62,3 Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

116

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

7.2.4. Mortalidade entre 20 a 39 anos

Analisando a faixa etária de 20 a 39 anos, observa-se que o sexo masculino apresentou um coeficiente de mortalidade variando de 455,8 a 355,1/100.000 habitantes, no período de 2002 a 2011, representando uma redução de 22,1%. Já o sexo feminino, obteve uma menor redução (7,1%), com coeficiente de 101,3 óbitos/100.000 habitantes em 2002, e de 94,1 óbitos/100.000 habitantes em 2011 (Figura 120).

Figura 120 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*

500 450 400 350 300 250 200 150

100 (por 100.000 habitantes)(por 100.000 Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente 50 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Masculino 455,8 452,5 415,0 419,6 415,3 403,3 396,8 375,1 362,5 355,1 Feminino 101,3 98,4 99,8 96,4 98,5 89,9 94,7 93,0 93,3 94,1

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

O sexo masculino apresentou maior risco de morte para as causas externas, com coeficiente de mortalidade de 303,7/100.000 habitantes em 2002 e 235,0/100.000 habitantes em 2011, resultando no decréscimo de 22,6%. Apesar da redução, as causas externas refletem a maior exposição a riscos do sexo masculino nesta faixa etária. As demais causas, como as doenças do aparelho circulatório, infecto-parasitárias e do aparelho digestivo, representaram menor coeficiente de mortalidade quando comparadas às causas externas (Figura 121).

117

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 121 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*

350

300

250

200

150

100

(por 100.000 habitantes) (por 100.000 50 Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente

0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Causas Externas 303,7 311,5 282,9 289,4 289,8 279,3 273,0 254,2 241,9 235,0 DAC 22,9 23,4 23,7 27,5 27,2 28,9 25,2 23,6 25,8 25,8 DIP 23,8 22,3 22,2 20,7 22,7 20,1 18,2 23,1 20,4 21,9 Aparelho Digestivo 22,5 21,4 19,7 18,8 18,0 17,2 19,8 18,3 16,2 17,5 Mal Definidas 33,5 27,1 24,9 20,2 11,1 11,1 13,7 12,9 13,9 13,0

Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

As causas externas também assumiram o maior risco de morte para o sexo feminino, cujo coeficiente variou de 21,8 óbitos/100.000 habitantes em 2002 para 24,1 óbitos/100.000 habitantes em 2011, registrando maior valor no ano de 2009. Porém, diferentemente do sexo masculino, os valores do coeficiente de mortalidade por causas externas apresentaram-se mais próximos das neoplasias e doenças do aparelho circulatório nesta faixa etária (Figura 122).

Figura 122 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*

30

25

20

15

10

(por 100.000 habitantes)(por 100.000 5 Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente

0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Causas Externas 21,8 20,7 21,5 22,0 23,6 22,9 24,9 25,2 23,2 24,1 Neoplasias 15,6 16,1 16,6 18,2 18,5 15,7 17,0 17,1 17,2 15,3 DAC 14,4 13,8 15,8 14,8 14,7 13,9 14,7 13,7 14,4 14,2 DIP 11,8 9,9 10,1 10,8 11,5 8,7 10,4 8,9 9,0 9,6 DAR 7,0 5,1 4,6 4,7 4,3 4,1 4,4 5,2 5,3 6,0

Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias. * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

118

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

As causas externas permanecem como a principal causa de óbito em todas as Regiões de Saúde, tanto no ano de 2002 quanto no de 2011 para a faixa etária de 20 a 39 anos (Tabela 38).

Tabela 38 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 e 2011* 2002 2011 Região de Saúde 1º 2º 3º 1º 2º 3º Causas Causas I-Recife DIP DAC DIP DAC Externas Externas Causas DAC; Mal Causas II-Limoeiro DAC Neoplasias Externas Definidas Externas Causas Causas III-Palmares Mal Definidas DAC Neoplasias DAC Externas Externas Causas Causas IV-Caruaru Mal Definidas DAC DAC Neoplasias Externas Externas Causas Causas V-Garanhuns Mal Definidas DAC DAC Mal Definidas Externas Externas Causas DAC; Causas VI-Arcoverde Mal Definidas DAC Mal Definidas Externas Neoplasias Externas Mal Definidas; Causas Causas VII-Salgueiro Mal Definidas DAC; DIP Neoplasias Aparelho Externas Externas Digestivo Causas Causas VIII-Petrolina Mal Definidas Neoplasias DAC Mal Definidas Externas Externas Causas Causas IX-Ouricuri Mal Definidas DAC DAC Mal Definidas Externas Externas Aparelho Causas Causas X-Afogados da Ingazeira Mal Definidas DAC DAC Digestivo; Externas Externas Neoplasias Causas Aparelho Causas XI-Serra Talhada Mal Definidas DAC DIP Externas Digestivo Externas Causas Causas XII-Goiana Mal Definidas DAR DAC DIP Externas Externas Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

Dentro do grupo das causas externas, as agressões destacaram-se, tanto no sexo masculino como no feminino. No sexo masculino foi responsável por 71,4% dos óbitos, no triênio de 2002 a 2004, e por 60,3% no triênio de 2009 a 2011. Já no sexo feminino, obtive-se 48,5% e 41,3%, respectivamente (Tabela 39 e 40).

119

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Tabela 39 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* 2002 a 2004 2009 a 2011 Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº % Causas Externas 11.218 100,0 Causas Externas 10.554 100,0 Agressões 8.015 71,4 Agressões 6.406 60,3 Acidentes de transporte 1.745 15,6 Acidentes de transporte 2.559 19,4 Outras causas externas 1.458 13,0 Outras causas externas 1.589 20,3 DAC 874 100,0 DAC 1.085 100,0 Doenças isquêmicas do coração 253 28,9 Doenças isquêmicas do coração 449 41,4 Outras formas de doença do coração 237 27,1 Outras formas de doença do coração 233 21,5 Outras DAC 384 43,9 Outras DAC 403 37,1 DIP 852 100,0 DIP 943 100,0 Doença pelo vírus da imunodeficiência Doença pelo vírus da imunodeficiência 456 53,5 523 55,5 humana [HIV] humana [HIV] Tuberculose 181 21,2 Tuberculose 174 18,5 Outras DIP 215 25,2 Outras DIP 246 26,1 Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

Tabela 40 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária de 20 a 39 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* 2002 a 2004 2009 a 2011 Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº % Causas Externas 862 100,0 Causas Externas 1.108 100,0 Agressões 418 48,5 Agressões 458 41,3 Acidentes de transporte 223 25,9 Acidentes de transporte 355 32,0 Outras causas externas 221 25,6 Outras causas externas 295 26,6 Neoplasias 651 100,0 Neoplasias 756 100,0 Neoplasias malignas dos órgãos genitais Neoplasias malignas dos órgãos genitais 171 26,3 191 25,3 femininos femininos Neoplasias malignas da mama 114 17,5 Neoplasias malignas dos órgãos digestivos 140 18,5 Outras neoplasias 366 56,2 Outras neoplasias 425 56,2 DAC 593 100,0 DAC 646 100,0 Doenças cerebrovasculares 186 31,4 Doenças cerebrovasculares 183 28,3 Outras formas de doença do coração 122 20,6 Doenças isquêmicas do coração 153 23,7 Outras DAC 285 48,1 Outras DAC 310 48,0 Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

120

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

7.2.5. Mortalidade entre 40 a 59 anos

No período de 2002 a 2011, na faixa etária de 40 a 59 anos, o coeficiente de mortalidade masculino foi quase o dobro do feminino. O sexo masculino apresentou um decréscimo de 9,9%, enquanto o feminino obteve uma redução equivalente a 15,7% (Figura 123).

Figura 123 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2011* 1000 900 800 700 600 500 400 300

200 (por 100.000 habitantes)(por 100.000 Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente 100 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Masculino 914,6 937,5 951,1 927,5 942,3 843,2 826,7 822,0 786,9 824,3 Feminino 476,8 486,2 502,4 489,2 482,9 424,2 426,1 418,4 393,3 401,7

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

No sexo masculino, o maior risco de morte foi por doenças do aparelho circulatório, com coeficiente de mortalidade em 2002 de 226,4/100.000 habitantes e de 219,8/100.000 habitantes em 2011, seguidas das causas externas (Figura 124).

Figura 124 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*

300

250

200

150

100

(por 100.000 habitantes)(por 100.000 50 Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 DAC 226,4 239,6 253,3 253,0 258,2 228,2 228,9 226,6 219,0 219,8 Causas Externas 180,9 190,1 176,5 179,6 192,1 174,8 167,2 165,1 159,4 166,7 Neoplasias 89,3 97,6 106,1 108,9 115,1 107,3 103,1 95,0 95,7 99,2 Aparelho Digestivo 104,4 107,0 107,3 103,3 107,9 105,1 97,6 95,8 94,5 94,7 DIP 61,4 61,1 61,3 64,3 62,8 52,6 51,4 55,3 49,6 54,4

Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DIP – Doenças Infecciosas e Parasitárias * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

121

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

O maior risco de morte no sexo feminino, também foi por doenças do aparelho circulatório, porém este grupo teve redução de 12,4%, enquanto o de neoplasias apresentou acréscimo de 5,0%, se comparados os anos de 2002 e 2011 (Figura 125).

Figura 125 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2011*

180 160 140 120 100 80 60 40

(por 100.000 habitantes)(por 100.000 20 Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 DAC 147,9 159,4 166,1 164,9 161,9 144,1 142,3 139,3 126,0 129,6 Neoplasias 107,7 110,6 116,1 124,2 132,2 109,7 113,2 114,2 106,9 113,0 Endócrinas 35,3 36,0 43,4 39,7 40,9 37,2 36,7 33,1 30,9 33,3 DAR 29,8 30,2 23,6 22,6 26,7 24,8 27,5 28,7 27,8 29,4 Aparelho Digestivo 26,1 24,2 25,1 29,3 27,3 24,2 21,1 23,4 21,2 22,4

Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

Em 2011, as doenças do aparelho circulatório em todas as Regiões de Saúde, exceto na VIII Região, na qual as causas externas foram o principal grupo e causa de óbito. Lembrando que as Regiões que apresentaram como primeiro grupo as causas mal definidas, no ano de 2002, mudaram seu perfil em 2011, consequência da melhoria no preenchimento das causas de óbito durante o período analisado. (Tabela 41).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Tabela 41 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 e 2011*

Região de 2002 2011 Saúde 1º 2º 3º 1º 2º 3º Causas Causas I-Recife DAC Neoplasias DAC Neoplasias Externas Externas Causas Causas II-Limoeiro DAC Mal Definidas DAC Neoplasias Externas Externas Causas Causas III-Palmares DAC; Mal Definidas DAC Neoplasias Externas Externas Causas Causas IV-Caruaru Mal Definidas DAC DAC Neoplasias Externas Externas Causas Causas V-Garanhuns Mal Definidas DAC DAC Neoplasias Externas Externas Causas Causas VI-Arcoverde Mal Definidas DAC DAC Neoplasias Externas Externas Causas VII-Salgueiro DAC Mal Definidas Externas; DAC Causas Externas; Neoplasias Neoplasias Causas Causas VIII-Petrolina Mal Definidas DAC DAC; Neoplasias Externas Externas Causas Causas IX-Ouricuri Mal Definidas DAC DAC Neoplasias Externas Externas X-Afogados da DAC Mal Definidas Neoplasias DAC Neoplasias Causas Externas Ingazeira XI-Serra Causas DAC Mal Definidas Neoplasias DAC Neoplasias Talhada Externas Aparelho Causas XII-Goiana DAC Mal Definidas DAC Neoplasias Digestivo Externas

Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

As doenças isquêmicas do coração foram as principais causas para o sexo masculino no grupo de doenças do aparelho circulatório, com 42,9% no triênio de 2002 a 2004, e 48,5% no triênio de 2009 a 2011, seguidas das doenças cerebrovasculares (Tabela 42). Já no sexo feminino, o primeiro triênio apresentou as doenças cerebrovasculares como a primeira causa (34,6%), e no segundo triênio, as doenças isquêmicas do coração obtiveram a maior proporção (Tabela 43).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Tabela 42 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* 2002 a 2004 2009 a 2011 Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº % DAC 4.615 100,0 DAC 5.572 100,0 Doenças isquêmicas do coração 1.979 42,9 Doenças isquêmicas do coração 2.700 48,5 Doenças cerebrovasculares 1.203 26,1 Doenças cerebrovasculares 1.258 22,6 Outras DAC 1.433 31,1 Outras DAC 1.614 29,0 Causas Externas 3.511 100,0 Causas Externas 4.114 100,0 Agressões 1.701 48,4 Agressões 1.583 38,5 Acidentes de transporte 904 25,7 Acidentes de transporte 1.237 30,1 Outras causas externas 906 25,8 Outras causas externas 1.294 31,5 Aparelho digestivo 2.044 100,0 Neoplasias 2.428 100,0 Neoplasias malignas dos órgãos Doenças do fígado 1.650 80,7 836 34,4 digestivos Doenças do esôfago, do estômago e do Neoplasias malignas do aparelho 86 4,2 485 20,0 duodeno respiratório e dos órgãos intratorácicos Outras doenças do aparelho digestivo 308 15,1 Outras neoplasias 1.107 45,6 Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

Tabela 43 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária de 40 a 59 anos. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* 2002 a 2004 2009 a 2011 Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº % DAC 3.576 100,0 DAC 3.869 100,0 Doenças cerebrovasculares 1.238 34,6 Doenças isquêmicas do coração 1.591 41,1 Doenças isquêmicas do coração 1.210 33,8 Doenças cerebrovasculares 1.108 28,6 Outras DAC 1.128 31,5 Outras DAC 1.170 30,2 Neoplasias 2.526 100,0 Neoplasias 3.275 100,0 Neoplasias malignas dos órgãos 552 21,9 Neoplasias malignas dos órgãos digestivos 738 22,5 digestivos Neoplasias malignas dos órgãos genitais 546 21,6 Neoplasias malignas da mama 736 22,5 femininos Outras neoplasias 1.428 56,5 Outras neoplasias 1.801 55,0 Endócrinas, nutricionais e metabólicas 867 100,0 Endócrinas, nutricionais e metabólicas 954 100,0 Diabetes mellitus 722 83,3 Diabetes mellitus 769 80,6 Desnutrição 65 7,5 Desnutrição 65 6,8 Outras endócrinas, nutricionais e 80 9,2 Outras endócrinas, nutricionais e metabólicas 120 12,6 metabólicas Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

7.2.6. Mortalidade entre 60 anos e mais

No período de 2002 a 2011, na faixa etária de 60 anos e mais, o sexo masculino obteve maior coeficiente de mortalidade, com 4.631,5/100.000 habitantes em 2002, e 4.342,6/100.000 habitantes em 2011, resultado em uma redução de 6,2%. Já o sexo feminino obteve decréscimo de 7,5% no período citado (Figura 126).

Figura 126 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo sexo na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2011*

5000 4500 4000 3500 3000 2500 2000 1500

(por 100.000 habitantes)(por 100.000 1000 Coeficiente de Mortalidade deCoeficiente 500 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Masculino 4.631,5 4.686,2 4.760,1 4.457,5 4.486,7 4.230,2 4.186,7 4.131,7 4.090,4 4.342,6 Feminino 3.594,0 3.751,2 3.824,0 3.683,3 3.618,5 3.449,2 3.430,7 3.415,0 3.177,3 3.325,9

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

No sexo masculino, as doenças do aparelho circulatório, representaram o maior coeficiente de mortalidade, variando de 1.539,4/100.000 habitantes em 2002, para 1.630,6/100.000 habitantes em 2011. Em 2002, o grupo de causas mal definidas ocupava a segunda posição (1.166,4 óbitos/100.000 habitantes), porém, em 2011, houve redução de 77,3%, que passou a ocupar o quinto grupo de causa, com 264,5 óbitos/100.000 habitantes (Figura 127).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 127 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo masculino na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2011*

2000 1800 1600 1400 1200 1000 800 600 400

(por 100.000 habitantes) (por 100.000 200 Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 DAC 1.539,4 1.577,1 1.716,6 1.742,5 1.845,0 1.742,8 1.683,7 1.645,6 1.571,9 1.630,6 Neoplasias 519,9 533,2 570,1 613,2 664,5 628,0 619,6 628,6 620,8 658,7 DAR 430,3 438,1 394,9 401,3 470,1 483,5 470,1 475,0 511,8 608,9 Endócrinas 300,6 341,7 367,3 382,0 398,5 368,8 401,0 389,7 383,3 399,0 Mal Definidas 1.166,4 1.115,0 974,7 560,9 325,4 258,6 262,4 261,0 243,7 264,5

Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

No sexo feminino, observou comportamento semelhante ao masculino, já que as doenças do aparelho circulatório representaram o maior coeficiente de mortalidade, durante o período analisado, variando de 1.206,5/100.000 habitantes em 2002, para 1.254,8/100.000 habitantes em 2011. Entre 2002 e 2011, também chamou atenção a redução de 76,7% nos óbitos por causas mal definidas (Figura 128).

Figura 128 – Coeficiente de mortalidade (por 100.000 habitantes) segundo principais grupos de causa para o sexo feminino na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2011*

1600 1400 1200 1000 800 600 400

(por 100.000 habitantes) (por 100.000 200 Coeficiente de Mortalidade de Coeficiente 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 DAC 1.206,5 1.313,0 1.400,4 1.476,3 1.515,4 1.416,8 1.420,7 1.351,3 1.243,8 1.254,8 DAR 390,8 400,9 339,7 355,1 409,8 428,0 402,7 449,6 429,7 500,5 Neoplasias 365,8 381,0 409,2 442,4 487,9 436,2 451,1 453,7 422,7 430,9 Endócrinas 355,2 376,9 433,7 438,8 448,0 443,4 439,8 434,3 402,8 421,1 Mal Definidas 872,3 846,6 779,7 468,3 274,5 219,1 218,3 224,9 198,8 203,3

Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; IBGE – Censos e estimativas Intercensitárias

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Ao analisar por Regiões de Saúde, no ano de 2002 apenas a I, II, VII, e XII Regiões de Saúde apresentavam as doenças do aparelho circulatório como o primeiro grupo de causa de óbito, enquanto as demais Regiões foram representadas pelas causas mal definidas. Entretanto, em 2011, as doenças do aparelho circulatório foram consideradas as principais causas de óbito em todas as Regiões (Tabela 44).

Tabela 44 – Classificação das principais causas de óbitos segundo Região de Saúde na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 e 2011* 2002 2011 Região de Saúde 1º 2º 3º 1º 2º 3º

I-Recife DAC DAR Neoplasias DAC DAR Neoplasias

II-Limoeiro DAC Mal Definidas Neoplasias DAC Neoplasias DAR

III-Palmares Mal Definidas DAC Endócrinas DAC Endócrinas DAR

IV-Caruaru Mal Definidas DAC Neoplasias DAC Endócrinas Neoplasias

V-Garanhuns Mal Definidas DAC DAR DAC Mal Definidas DAR

VI-Arcoverde Mal Definidas DAC Neoplasias DAC Mal Definidas Neoplasias

VII-Salgueiro DAC Mal Definidas Neoplasias DAC Neoplasias DAR

VIII-Petrolina Mal Definidas DAC Neoplasias DAC Mal Definidas Neoplasias

IX-Ouricuri Mal Definidas DAC Neoplasias DAC Neoplasias Mal Definidas

X-Afogados da Ingazeira Mal Definidas DAC Neoplasias DAC Neoplasias Endócrinas

XI-Serra Talhada Mal Definidas DAC Neoplasias DAC Neoplasias DAR

XII-Goiana DAC Mal Definidas Endócrinas DAC Endócrinas DAR

Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

No triênio de 2002 a 2004, as doenças cerebrovasculares, com 33,6%, representaram a principal causa de óbito para o sexo masculino no grupo das doenças do aparelho circulatório. Já no triênio de 2009 a 2011, as doenças isquêmicas do coração apresentaram maior proporção (38,2%), seguidas das doenças cerebrovasculares (30,5%) (Tabela 45).

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Tabela 45 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo masculino na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* 2002 a 2004 2009 a 2011 Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº % DAC 15.296 100,0 DAC 19.192 100,0 Doenças cerebrovasculares 5.134 33,6 Doenças isquêmicas do coração 7.325 38,2 Doenças isquêmicas do coração 5.006 32,7 Doenças cerebrovasculares 5.844 30,5 Outras DAC 5.156 33,7 Outras DAC 6.023 31,4 Neoplasias 5.137 100,0 Neoplasias 7.557 100,0 Neoplasias malignas dos órgãos 1.537 29,9 Neoplasias malignas dos órgãos digestivos 2.272 30,1 digestivos Neoplasias malignas dos órgãos genitais Neoplasias malignas dos órgãos genitais 1.257 24,5 1.889 25,0 masculinos masculinos Outras neoplasias 2.343 45,6 Outras neoplasias 3.396 44,9 DAR 3.996 100,0 DAR 6.329 100,0 Doenças crônicas das vias aéreas 1.587 39,7 Doenças crônicas das vias aéreas inferiores 2.422 38,3 inferiores Influenza [gripe] e pneumonia 890 22,3 Influenza [gripe] e pneumonia 1.843 29,1 Outras DAR 1.519 38,0 Outras DAR 2.064 32,6 Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

Para o sexo feminino, observa-se comportamento semelhante ao masculino, já que no triênio de 2002 a 2004, as doenças cerebrovasculares, obtiveram 34,3% das causas do grupo das doenças do aparelho circulatório, e no triênio de 2009 a 2011, as doenças isquêmicas do coração, com 33,6% (Tabela 46).

Tabela 46 – Número e proporção de óbitos segundo principais grupos de causa definida para o sexo feminino na faixa etária de 60 anos e mais. Pernambuco, 2002 a 2004 e 2009 e 2011* 2002 a 2004 2009 a 2011 Grupo de causa Nº % Grupo de causa Nº % DAC 16.003 100,0 DAC 20.112 100,0 Doenças cerebrovasculares 5.492 34,3 Doenças isquêmicas do coração 6.762 33,6 Doenças isquêmicas do coração 4.767 29,8 Doenças cerebrovasculares 6.328 31,5 Outras DAC 5.744 35,9 Outras DAC 7.022 34,9 Endócrinas, nutricionais e metabólicas 4.760 100,0 DAR 7.227 100,0 Diabetes mellitus 3.831 80,5 Influenza [gripe] e pneumonia 2.232 30,9 Desnutrição 669 14,1 Doenças crônicas das vias aéreas inferiores 2.144 29,7 Outras endócrinas, nutricionais e 260 5,5 Outras DAR 2.851 39,4 metabólicas Neoplasias 4.719 100,0 Neoplasias 6.832 100,0 Neoplasias malignas dos órgãos 1.658 35,1 Neoplasias malignas dos órgãos digestivos 2.251 32,9 digestivos Neoplasias malignas dos órgãos genitais Neoplasias dos órgãos genitais femininos 732 15,5 961 14,1 femininos Outras neoplasias 2.329 49,4 Outras neoplasias 3.620 53,0 Legenda: DAC – Doenças do Aparelho Circulatório; DAR – Doenças do Aparelho Respiratório * Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

128

Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

7.3. Mortalidade Materna A Razão de Mortalidade Materna (RMM) estima a frequência de mortes de mulheres ocorridas durante a gravidez, aborto, parto ou até 42 dias após o parto, atribuídas a causas relacionadas ou agravadas pela gravidez, parto, aborto e puerpério, ou por medidas tomadas em relação a ela, tendo como denominador o total de nascidos vivos (NV). A RMM de Pernambuco foi calculada com os óbitos até 1 ano após o parto e apresentou 74,8 óbitos/100.000 NV em 2002, e 79,6 óbitos/100.000 NV em 2009, resultando em um incremento de 6,4% (Figura 129). Os anos de 2010 e 2011 apresentam-se com número baixo de óbitos maternos, em relação a anos anteriores, resultado da subnotificação desse tipo de óbito. Isto significa que as causas maternas, em muitos óbitos, não foram inseridas nas DO.

Figura 129 – Número de óbitos maternos e Razão de Mortalidade Materna (RMM) (por 100.000 nascidos vivos). Pernambuco, 2002 a 2011*

140 90

120 75

100 60 80 45 60 Número de óbitosde Número 30

40 (por 100.000 nascidosvivos) (por 100.000 20 15 Materna Mortaliade de Razão

0 0 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Nº óbitos 114 123 121 107 114 112 112 113 90 82 RMM 74,8 78,4 82,1 70,3 77,9 78,2 77,1 79,6 65,7 57,5

* Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE; Sinasc / SEVS / SES-PE

Com relação às principais causas de óbito materno, as hipertensões e as hemorragias destacaram nos anos de 2002 e 2011. Entretanto, as infecções puerperais aparecem como a terceira causa no ano de 2011, diferentemente do período anterior, onde as Doenças do Aparelho Circulatório destacaram-se (Figura 130). É importante destacar que os casos de óbito materno ocorridos em 2011 ainda estão no processo de investigação de dos óbitos de Mulheres em Idade Fértil (MIF) e a qualificação das causas de óbito após a discussão nos Grupos Técnicos (GT), o que justifica a provável alteração do perfil da mortalidade nessa população.

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

Figura 130 – Proporção de óbitos maternos segundo principais grupos de causa. Pernambuco, 2002 e 2011*

%100

90

80

70

60

50 38,6 40

30 26,3 19,3 20 15,7 16,7 14,5 12,3 8,4 8,8 7,9 9,6 10 4,8 5,3 6,0 2,4 3,5 0 Hipertensões Hemorragias DAC Morte Outras Infecção Aborto Demais obstrétrica doenças puerperal causas de causa não e afecções especificada especificadas

2002 2011

Legenda: DAC – Doenças do aparelho circulatório Nota 1. Hipertensões: Pré-eclâmpsia, eclâmpsia e hipertensões maternas Nota 2. Hemorragias: Hemorragia pós-parto, descolamento de placenta, placenta prévia, atonia uterina e laceração do períneo *Dados sujeitos à alteração Fonte: SIM / SEVS / SES-PE

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Perfil Socioeconômico, Demográfico e Epidemiológico de Pernambuco

4. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

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