Junho De 2016 – BOLETIM DO CLIMA SÍNTESE CLIMÁTICA
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Vol. 04 - Nº 6 Junho de 2016 – www.apac.pe.gov.br BOLETIM DO CLIMA SÍNTESE CLIMÁTICA GOVERNO DO ESTADO DE PERNAMBUCO Paulo Henrique Saraiva Câmara – Governador SECRETARIA DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO DE PERNAMBUCO Thiago Arraes de Alencar Norões - Secretário SECRETARIA EXECUTIVA DE RECURSOS HÍDRICOS José Almir Cirilo - Secretário Executivo AGÊNCIA PERNAMBUCANA DE ÁGUAS E CLIMA Marcelo Cauás Asfora - Diretor-Presidente DIRETORIA DE REGULAÇÃO E MONITORAMENTO Maria Crystianne Fonseca Rosal - Diretora DIRETORIA DE GESTÃO DE RECURSOS HÍDRICOS Gustavo Henrique Ferreira Gonçalves de Abreu - Diretor DIRETORIA ADMINISTRATIVA E FINANCEIRA Alexandre Lima Diniz de Oliveira - Diretor BOLETIM DO CLIMA SÍNTESE CLIMÁTICA B. Clima: sínt. climática Recife v.4 n. 6 p. 34 junho de 2016 © 2016 Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) Todos os direitos reservados. É permitida a reprodução de dados ou informações contidas nesta publicação, desde que citada a fonte. Disponível também em: < http://www.apac.pe.gov.br/> EQUIPE TÉCNICA Coordenação Geral Patrice Rolando da Silva Oliveira Gerente de Meteorologia e Mudanças Climáticas AUTOR Vinícius Gomes Costa Júnior Analista de Meteorologia CO-AUTORES Carlos Alexandre Wanderley da Silva Técnico em Hidrometeorologia Edvânia Pereira dos Santos Analista de Meteorologia Fabiano Prestrelo de Oliveira Analista de Meteorologia Hailton Dias da Silva Junior Analista de Meteorologia Josafá Henrique Gomes Técnico em Hidrometeorologia Maria Aparecida Fernandes Ferreira Analista de Meteorologia Roberto Carlos Gomes Pereira Analista de Meteorologia Roni Valter de Souza Guedes Analista de Meteorologia Romilson Ferreira da Silva Analista de Meteorologia Thiago Luiz do Vale Silva Analista de Meteorologia Zilurdes Fonseca Lopes Analista de Meteorologia Coordenação de Edição José de Calazans Neto - DRT 3262/PE Gerente de Articulação e Comunicação Normalização Bibliográfica Tarciana Santana Oliveira Analista de Biblioteconomia Agência Pernambucana de Águas e Clima – APAC Avenida Cruz Cabugá, nº 1111, Santo Amaro, Recife/PE - CEP: 50040-000 Fone: (81) 3183-1060 / 1061 e Fax: (81) 3183-1058 www.apac.pe.gov.br Sumário Apresentação 06 1. Introdução 07 2. Precipitação Acumulada 08 3. Monitoramento da seca 14 4. Condições Oceânicas 21 5. Temperatura 23 6. Anexos 27 Apresentação A criação, pelo Governo de Pernambuco, da Agência Pernambucana de Águas e Clima - APAC, uma autarquia especial integrante da administração pública estadual indireta, foi um fato de grande relevância para o fortalecimento da meteorologia em Pernambuco. A Lei Ordinária nº 14.028, de 26 de março de 2010, que criou a APAC, também incorporou legalmente à estrutura administrativa do Estado as competências e responsabilidades relacionadas ao monitoramento e à previsão do tempo e clima no Estado. O estabelecimento do marco legal e institucional tornou possível a formação de um quadro permanente de meteorologistas, contratados através de concurso público, para formar a Gerência de Meteorologia e Mudanças Climáticas da APAC; bem como a realização de um programa consistente de investimentos para a modernização, ampliação e automatização do processo de coleta de dados meteorológicos e climatológicos no Estado. Esses investimentos têm aumentado significativamente a frequência das observações e a quantidade de pontos e de variáveis monitoradas no território pernambucano. A partir desses dados, consistidos e analisados, são geradas informações para as diferentes áreas do governo, bem como são desenvolvidos estudos para identificar e melhor definir os sistemas e os fenômenos meteorológicos que atuam sobre Pernambuco. Contudo, a missão desta Agência estaria incompleta se os dados e as informações produzidos não fossem postos ao alcance de toda a sociedade de forma transparente e democrática. Assim, desde a sua criação, a APAC, através do seu site eletrônico, tem disponibilizado o acesso aos dados climatológicos observados no Estado, bem como aos informativos e boletins sobre o tempo e o clima em Pernambuco. A elaboração e publicação mensal da Síntese Climática é mais um esforço desta Agência no sentido de compartilhar com a sociedade e as entidades congêneres dados, informações e conhecimento. Neste boletim mensal, que a partir de 2013 passou a ser publicado e distribuído em impressos, busca-se apresentar, com um maior aprofundamento técnico, a análise dos parâmetros atmosféricos e dos eventos meteorológicos ocorridos no estado de Pernambuco a cada mês. Todos que operam esta Agência acreditam que o compartilhamento dos dados e das informações é um instrumento essencial à construção do conhecimento. É com esta crença que disponibilizamos esta publicação e que nos colocamos à disposição para receber as sugestões e críticas que tenham por objetivo a melhoria deste produto. Marcelo Cauas Asfora Diretor-Presidente 1. Introdução O presente boletim é uma síntese climática do mês de junho de 2016 para o estado de Pernambuco, constando informações sobre o comportamento das variáveis meteorológicas mensurados nas estações, como chuva, temperatura e umidade relativa do ar, bem como análises dos parâmetros oceânicos e atmosféricos globais. Na mesorregião do Sertão, a chuva ficou 40% abaixo do que é esperado para o mês de junho, que tem uma média de 31 mm. No Agreste, a média mensal histórica é de 112 mm e a precipitação média em junho foi 46 mm, gerando um desvio negativo de 53%. Na Região Metropolitana do Recife (RMR), choveu em média 134 mm, o que representa chuva em abaixo da normal climatológica (337 mm). Na Zona da Mata, onde a média é de 226 mm, choveu 108 mm, o que corresponde a um déficit de 51% em relação média. A temperatura máxima do ar atingiu 35,9°C no Sertão, enquanto que no Agreste, devido a sua orografia, apresenta grande variação espacial, apresentando valores de temperatura compreendidos entre 17°C e 29°C, atingindo uma temperatura mínima de 12,9°C em Brejão. Na Zona da Mata e Região Metropolitana do Recife a média da temperatura máxima ficou em torno de 30°C e a mínima em torno de 22°C A umidade relativa mínima, em grande parte do mês, manteve-se abaixo dos 40% no Sertão do estado. No Agreste, Zona da Mata e RMR a umidade mínima manteve-se acima de 50%. O menor valor diário registrado no estado ocorreu em Serra Talhada, cujo valor foi 14%. O resfriamento no oceano Pacífico equatorial continuou no decorrer do mês de junho e a anomalia positiva de Temperatura da Superfície do Mar (TSM) ficou entre 0ºC e -0,5ºC, o que caracterizou o fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS) como neutro. A faixa de águas mais aquecidas, observada no litoral norte e leste do Nordeste do Brasil (NEB) auxilia no transporte da umidade para o continente e consequentemente na ocorrência da precipitação no leste do Nordeste, apesar da configuração do EL Niño. 2. Precipitação Acumulada 2.1. ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO ACUMULADA EM JUNHO A distribuição espacial da precipitação observada no mês de junho, em milímetros (mm), e o desvio em relação à média histórica, em percentual (%), estão apresentados nas Figuras 1 e 2, respectivamente. Neste mês, os acumulados acima de 100 mm ocorreram nas regiões da Região Metropolitana do Recife e da Zona da Mata. As chuvas ocorridas no estado se concentraram durante o período de 03 a 07 de junho e entre 17 e 28 de junho. Os municípios com os maiores acumulados de precipitação na RMR foram Itamaracá (211,6 mm), Olinda (204,0 mm) e Cabo (165,2 mm). Na Zona da Mata os maiores acumulados foram: 239,5 mm em Escada; 232,6 mm em Barreiros; 223 mm em Amaraji. O evento pluviométrico mais intenso ocorreu no dia 06 de junho em Escada, onde foi registrado 140 mm. No Agreste os maiores acumulados foram em Palmeirinha (135,9 mm) e em Brejo da Madre de Deus (126,5 mm), no entanto a maioria dos municípios teve um acumulado abaixo de 50 mm. A distribuição das chuvas na RMR e no Agreste, diferentemente da Zona da Mata, foi mais uniforme, com apenas 3 e 2 eventos, respectivamente, de chuvas acima de 50 mm. Já na região do Sertão, os registros se mantiveram majoritariamente abaixo de 30 mm, excetuando os maiores acumulados, que foram pontuais, registrados em: Tacaratu (90,5 mm), Exu (55 mm) e Manari (54 mm). Em termos de desvio relativo da precipitação climatológica no mês de junho (Figura 2), no Sertão choveu em média 40% abaixo do esperado. Ressalta-se que a média de precipitação deste mês para o Sertão é de apenas 31 mm, assim houve um déficit médio de 19 mm na região. Percebe-se ainda que as mesorregiões do Sertão do Pajeú e do São Francisco foram as mesorregiões com os menores registros de chuva do estado, onde alguns municípios não registraram sequer alguma chuva. No Agreste choveu 53% abaixo da média climatológica da região (112 mm), ou seja, 66 mm abaixo do esperado. Assim como no Agreste, na Zona da Mata e RMR os desvios também foram negativos, 60% e 51% abaixo das médias históricas (337 mm e 226 mm) respectivamente, demonstrando um comportamento bem atípico, visto que esta época se insere na quadra chuvosa destas regiões. As chuvas ocorridas durante este mês nas três regiões foram registradas na maioria dos postos, demonstrando a que os eventos de chuvas se estenderam de forma ampla. Figura 1 – Distribuição espacial da precipitação acumulada (mm) em junho no estado de Pernambuco. Figura 2 – Desvio relativo (%) da precipitação acumulada em junho no estado de Pernambuco. 2.2. ANÁLISE DA PRECIPITAÇÃO ACUMULADA DE JANEIRO A JUNHO DE 2016 A Figura 3 expõe o acumulado médio de precipitação de janeiro a junho de 2016. Enquanto a quadra chuvosa do Sertão compreende os primeiros meses do ano, a da RMR, Zona da Mata e Agreste compreende abril a julho. Assim, a grande parte do volume de chuvas esperado para este ano no estado já ocorreram. No Sertão as chuvas no primeiro semestre deste ano ficaram entre 148 mm a 667 mm, com uma média de 378 mm, o que corresponde a um desvio padrão médio de -21,4% (Figura 2) em relação ao esperado.