UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE

O LIXO DO MUNICIPIO DO RIO VIRA ADUBO

Por: João Cláudio Jayme França

Orientador Prof. FRACISCO JOSÉ DE JESUS CARRERA

Rio de Janeiro 2010 2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” PROJETO A VEZ DO MESTRE

O LIXO DO MUNICIPIO DO RIO VIRA ADUBO

Apresentação de monografia à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Gestão Ambiental Por: João Cláudio Jayme França

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AGRADECIMENTOS

Em primeiro lugar a Deus. À minha Esposa Fátima pelo apoio incondicional nas horas mais difíceis. As minhas filhas Rayssa e Thais pela compreensão e carinho, desejando que o meu desafio sirva de exemplo para as suas conquistas futuras. Ao meu amigo e Pastor Ricardo. Aos demais familiares, em especial a minha mãe Célia e aos meus irmãos rose, Tânia, Andre e patrícia e aos meus amigos Ubirajara, Wagner, Djalma e a José Emidio a quem tenho profunda admiração.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho aos meus três amores da minha vida: a amada esposa e as duas filhas que sempre estiveram orando para que Deus pudesse me dar forças para prosseguir.

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RESUMO

A destinação final dos resíduos sólidos urbanos tornou-se um grande problema para as administrações municipais. A cada dia aumenta a geração de resíduos e, com a expansão urbana, diminuem as áreas disponíveis e adequadas para implantar aterros sanitários, aumentando, assim, os custos de transportes e a degradação ambiental pela existência dos lixões. A implantação de usinas de segregação e compostagem surge como alternativa de tratamento do lixo urbano. Esta alternativa é apresentada para solucionar o problema de escassez de áreas no município do destinadas aos aterros sanitários. Buscou-se, por meio de pesquisa bibliográfica, conhecer os processos de compostagem, dos resíduos sólidos Urbanos. Fez-se um levantamento teórico sobre sistemas de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos, objetivo de um programa de gerenciamento de resíduo socialmente integrado, visando mudar padrões de consumo e produção, pode ser alcançado utilizando-se a Educação Ambiental como instrumento para sensibilizar e conscientizar a população para uma mudança de comportamento. Conclui-se que a criação de usinas de segregação e a utilização da matéria orgânica na forma de composto poderá minimizar a emissão de resíduos para os aterros sanitários, emissão de gases nocivos a atmosfera e a inibição na criação de lixões e conseqüentemente o fortalecimento na agricultura.

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METODOLOGIA O presente trabalho consistiu na caracterização dos resíduos sólidos coletados pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana na cidade do Rio de Janeiro e teve por objetivo subsidiar a discussão com relação à importância da Usina do Caju na seletividade dos resíduos e utilização do composto na agricultura proveniente a transformação da matéria orgânica presente no lixo domiciliar. A metodologia utilizada no desenvolvimento do trabalho consiste essencialmente: 1) Revisão da literatura, dos autores, Pereira Neto, Vilhena e a realização de entrevistas com pessoal técnico da área de resíduos sólidos, compilação do banco de dados sobre o assunto e atividades de campo. 2) Nas amostras do composto orgânico pronto para distribuição, conforme determina a Portaria n0 1 de 04/03/83 do Ministério da Agricultura (KIEHL, 1985). Foram realizadas análises físicas - químicas do composto, CDR e rejeito no laboratório do Centro de Pesquisas da COMLURB em Jacarepaguá dos resíduos sólidos urbanos da Usina do Caju, do Município do Rio de Janeiro.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 10

CAPÍTULO I - OBJETIVOS 14

CAPÍTULO II – BASE TEÓRICA 14 2.1.Resíduos sólidos 14 2.2.Métodos de tratamento e disposição final 18 2.3.Aterros sanitários e lixões 18 2.4.Problemas causados pelos lixões 18 2.5 Fontes de poluição nos aterros 21 2.6 Recuperação ambiental dos lixões 22 2.7 Aterros sanitários 23 2.7.1Seleção da área para implantação do aterro 23 2.7.2 Licenciamento 25 2.8 Incineradores 26 2.9 Usinas de compostagem 28 2.9.1 Emprego do composto orgânico 28 2.9.2 Compostagem 30 2.9.2.1 Tipos de compostagem 33 2.9.3 Sistemas de compostagem 33 2.9.4 Sistemas de leiras revolvidas 34 2.9.5 Sistema de leiras aeradas 36 2.10 Parâmetros físico-quimico 37 2.11 Aeração 37 2.12 Temperatura 37 2.13 Umidade 38 2.14 Relação C/N 38 2.15 Tamanho das partículas 39 2.16 Ph 39 2.17 Contaminante do composto 39 2.17.1 Metais pesados 39 2.17.2 Microorganismos patogênicos 41 2.17.3 Composto tóxicos

CAPÍTULO III – USINA DO CAJU 41

3.1 Estação de transferência 43 3.2 Usina de reciclagem e compostagem. 44 3.3 Compostagem e peneiramento 47 3.4 Estação de tratamento de efluente 48 3.5 Sistema de operação da ETE 49

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CAPÍTULO IV – CONCLUSÃO 50 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 51

ANEXOS 52

ÍNDICE 62

FOLHA DE AVALIAÇÃO 63

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INTRODUÇÃO

Toda atividade humana produz sobras, resíduos materiais desnecessários, que são genericamente denominados Lixo. Sob o ponto de vista econômico, definimos lixo como tudo aquilo que não têm mais valor. O lixo acompanha o homem em seu progresso. É algo que surge automaticamente, sempre que existir alguma coisa inútil ou imprestável ao seu proprietário e, que ele não só deseja como precisa desfazer-se dele e abrir espaço a outras utilidades que atendam de imediato, as suas necessidades de subsistência, conforto, segurança ou, simplesmente, estética. Acontece, porém, que a nossa preocupação com o lixo tem uma existência muito recente. Porque o lixo é central na cultura industrial, começa-se a pensar em torno da angústia que ele nos provoca: angústia que não é outra coisa senão da nossa própria morte! Nossa maior preocupação com o lixo não decorre do fato de que seja preciso fazer algo com as coisas, inúteis - que morreram! - mas do fato de que é preciso nos livrar delas como de cadáveres. Morrer é como ir para o lixo. Assim, é compreensível que queiramos nos livrar do lixo, como queremos nos livrar também da morte. Acontece que o lixo é uma instituição fundamental na sociedade industrial. Tão fundamental como a fábrica e o lucro. O lixo é irmão tão gêmeo destes, que já pensamos muito mais longe: Lixo gera Lucro ou Lucro gera lixo. A natureza do lixo domiciliar e dos estabelecimentos comerciais e industriais tem mudado drasticamente nas últimas décadas. A quantidade gerada também vem crescendo dia-a-dia, tornando a questão da destinação do lixo um dos mais difíceis problemas ambientais da nossa época nos centros urbanos. Boa parte dos orçamentos municipais vai para o lixo: se somados os gastos com varrição, coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos nas cidades brasileiras, as despesas de uma prefeitura com a limpeza urbana ultrapassam 10%

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do seu orçamento, e podem atingir até 20% nas mais populosas - uma conta que prefeito algum pode deixar de pagar. A crise do lixo deixa bem aparente o lado sombrio do crescimento econômico. A noção de crescimento econômico e tecnológico adotadas até hoje não incluem a noção de qualquer limitação. Acreditamos que todo crescimento é bom, sem reconhecermos que, num meio ambiente finito, tem que existir um equilíbrio dinâmico entre crescimento e consumo de matérias-primas, entre crescimento e preservação ambiental e, entre crescimento, distribuição de riquezas e combate à miséria. As conseqüências do contínuo e predatório crescimento econômico é o esgotamento dos recursos e intensa degradação ambiental. A sociedade de consumo foi planejada segundo três obscenidades básicas: a obsolescência planejada, as embalagens descartáveis e as campanhas de publicidade que induzem ao consumo de produtos de necessidade discutível, que contribuem de maneira decisiva para dilapidar ainda mais o meio ambiente e aumentar os problemas com o lixo urbano: É o desperdício. Lixo e desperdício parecem faces da mesma moeda. Segundo Darling & Dasmann (1972) as cidades tendem a ocupar o mesmo nicho global dentro da Biosfera e a explorar os mesmos recursos, da mesma maneira. Dessa forma, fomenta-se uma competição cada vez mais intensa, entre os ecossistemas naturais e urbanos, gerando pressões ambientais cada vez mais fortes que vão, por sua vez, comprometer ainda mais a qualidade dos seus cidadãos, principalmente do terceiro mundo. Como disse o Sr. José Lutzemberger, a insensatez do desperdício nos leva a supor que o nosso pequeno e frágil planeta tem de um lado um buraco infinito do qual extraímos infinitamente os recursos e, do outro lado um segundo buraco, no qual atiramos inesgotavelmente a poluição e o lixo que produzimos. Recentemente, no entanto, o tema passou a receber um novo tratamento. Reduzir, reutilizar e reciclar tornaram-se conceitos, sinais de modernidade que ecoam pelos quatro cantos do mundo. Talvez se fale tanto em lixo na atualidade pela própria impossibilidade de continuar a escondê-lo ou ignora-lo. O orgulhoso criador tornado refém da sua própria obra.

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Preocupadas com um problema que só tende a crescer com o passar do tempo, as cidades buscam todos os tipos de soluções: crian-se sistemas de coleta seletiva; constroen-se novos aterros ou recuperam os antigos e já sub- dimensionados; destroen-se áreas de florestas ou manguezais para criação de lixões; instalan-se usinas ou incineradores; busca-se parcerias com indústrias recicladoras para tentar vencer as montanhas diárias de lixo atacando-as por todos os lados. Inclusive, algumas poucas conseguem traçar políticas globais de limpeza urbana. Compra-se lixo, troca-se lixo, criam-se empregos no lixo na tentativa de dar algum fim a ele. Algumas comunidades mobilizam-se para que os aterros sejam transferidos para longe delas, enquanto outros grupos populacionais vão morar nos lixões em busca de sua subsistência. Discute-se calorosamente a incineração, especialmente dos resíduos hospitalares, defendida por alguns como solução tecnologicamente moderna e eficaz e, condenada por outros como oportunista e de um imediatismo criminoso. Recentemente, por lei municipal, foi proibida em Vitória (ES) a incineração de lixo, enquanto Porto Alegre (RS) se prepara para adquirir um. A cidade de Curitiba (PR) estuda a possibilidade de passar a usar um e Brasília (DF) quer desestimular o uso daquele que tem. Como podemos observar, cada cidade tenta, a sua maneira, lidar com um problema que só tende a se agravar. Existem muitas controvérsias e discussões a respeito de como tratar o problema do lixo. Cada administração terá que ter criatividade e, principalmente recursos para investir em programas que lidem com o problema como realmente ele deve ser tratado. As questões do lixo em nossos dias envolve, também, aspectos do intenso crescimento populacional e dos centros urbanos e de novas práticas e políticas de desenvolvimento econômico e erradicação da pobreza. Estas, por sua vez, vão incidir sobre a necessidade de redução do consumo de matérias-primas e energia, na mudança em relação à produção de bens de consumo e de mentalidade, no combate ao desperdício e, principalmente do papel da sociedade organizada e dos governos na elaboração e fiscalização de políticas ambientais mais aceitáveis, visando à melhoria da qualidade de vida da nossa população. A disposição final de resíduos sólidos urbanos, em aterros ou lixões, é um problema crescente para as administrações municipais, tendo em vista os elevados

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custos e a escassez de áreas disponíveis e adequadas, destinadas à implantação de projetos de aterros sanitários, além da degradação ambiental. Portanto, a busca de novas tecnologias para o tratamento e disposição final dos resíduos sólidos urbanos faz-se necessária e urgente.

Um estudo efetuado ano de 2008 pelas Gerências de Limpeza da COMLURB recolheram em média 8.667 toneladas/dia de resíduos urbanos de resíduos urbanos para uma população de aproximadamente 6.2 milhões de pessoas. Para se ter uma idéia da dimensão do problema, se todo esse volume recolhido fosse disposto em aterro, à área ocupada por dia corresponderia a 1,4 campos de futebol iguais ao do Maracanã cheio de lixo até a altura de 1 metro. Na tentativa de minimizar e estudando uma série de medidas que visam minimizar o impacto da disposição final do lixo, buscando Dentre as medidas possíveis no sentido de diminuir a quantidade de lixo que vai para os Aterros da cidade, podemos destacar, a criação de cooperativas de catadores e a utilização de Usinas de Reciclagem para a segregação do material a ser comercializado e o percentual orgânico desse resíduo será compostado que é processo de decomposição dos resíduos orgânicos para utilização na agricultura. Este projeto visa estimular e promover, ao máximo, o reaproveitamento do lixo gerado no município do Rio de Janeiro com a criação de postos de trabalho e a utilização do composto na revitalização do solo favorecendo a agricultura.

A criação de cooperativas de catadores (hoje são 15), além de resgatar a dignidade de uma antiga profissão, é um passo firme na direção da coleta seletiva, ou seja, dar destinação adequada aos recicláveis já na fonte geradora, antes de serem misturados com o lixo geral. Nas usinas, o papel/papelão, o vidro, o plástico e o metal são separados do lixo, sendo posteriormente vendidos. O produto dessa venda é dividido entre os catadores cooperativados que participaram da catação, gerando renda para várias famílias carentes. Devido à compactação e a mistura sofridas pelo lixo durante o transporte (o vidro se fragmenta, o papel molhado vira uma papa suja etc...) a eficiência de recuperação nas usinas não passa de 6% ou seja para cada tonelada que entra menos de 60 kg saem na forma de produtos recicláveis.

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Do que restou após a catação, 20% é material inerte (pedra, areia, restos de demolição, etc...), que é encaminhado para os aterros, e 80% é matéria orgânica, nas suas variadas formas (restos de comida, folhas, madeira...) que é transformada em composto orgânico utilizado na agricultura.

CAPÍTULO I OBJETIVOS

Este projeto visa diminuir um dos maiores problemas que é a grande quantidade de resíduos enviados para os aterros existentes a fim de proporcioná-los com maior vida útil. A preocupação com a preservação do meio ambiente tem levado técnicos do mundo inteiro, a estudar formas economicamente viáveis de aproveitamento do lixo gerado, principalmente nas grandes metrópoles. Na tentativa de minimizar e estudando uma série de medidas que visam minimizar o impacto da disposição final do lixo, buscando Dentre as medidas possíveis financeiramente no sentido de diminuir a quantidade de lixo que vai para os Aterros da cidade, podemos destacar, a criação de cooperativas de catadores e a utilização de Usinas de Reciclagem para a segregação do material a ser comercializado e o percentual orgânico desse resíduo será compostado que é processo de decomposição dos resíduos orgânicos para utilização na agricultura e outras aplicações.

CAPÍTULO II BASE TEÓRICA

2.1 Lixo, rejeito ou resíduo sólidos.

As terminologias lixo e resíduos sólidos, normalmente, são utilizadas como sinônimo. De acordo com o dicionário Aurélio lixo significa "aquilo que se varre da casa, do jardim, da rua e se joga fora; entulho; tudo o que não presta e se joga fora". A palavra resíduo originasse do latim residiu, que significa aquilo que resta de qualquer substância e o termo "sólido”. Foi incorporado para diferenciá-lo dos resíduos líquidos (esgotos) e das emissões gasosas (GRIPP, 1998).

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Por outro lado, Mandarino (2000, p.8) cita que “lixo está associado à noção da inutilidade de determinado objeto, diferentemente de resíduo, que permite pensar em nova utilização, quer como matéria prima para a produção de outros bens de consumo, quer como composto orgânico para o solo”, independentemente de resíduo sólido e lixo serem comumente usados como sinônimo, tanto na linguagem técnica e legal, quanto na coloquial. Para ambos conceitos de lixo ou resíduo, pode-se inferir que tudo o que se joga fora por alguém, ou o que restou de um produto, pode ter serventia ou ser utilizado de outra forma ou se tornar matéria prima em outro processo. Grimberg et. Blauth (1998, p.18) vão mais além e recomendam que "dentro do possível, na busca por uma reconceituação didática dos resíduos, convém também evitar-se a palavra lixo – “tudo o que não presta e se joga fora' (conforme verbete do dicionário Aurélio)”. Para as autoras, “partindo-se do princípio que os materiais descartados "prestam", cada categoria deve ser denominada de acordo com sua destinação tais como: recicláveis, utilizáveis, compostáveis etc.”. A Norma Técnica NBR - 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2004), define resíduos sólidos "como sendo aqueles no estado sólido e semi-sólido”, que resultam de atividades da comunidade, de origem industrial, doméstica, hospitalar, comercial, de serviços, de varrição e agrícola “. Esta norma classifica os resíduos sólidos quanto as suas características de periculosidade, toxidade, reatividade, dentre outras, em três classes: • Classe I (perigosos) • Classe II (não-inertes) • Classe III (inertes) Os resíduos sólidos domiciliares são Classe II, uma vez que podem ter propriedades como combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade, porém não se enquadram nem como Classe I nem como Classe III. Os resíduos sólidos também podem ser classificados quanto à origem, à natureza e aos potenciais riscos de contaminação. Mansur (1993) agrupou os resíduos sólidos em quatro classes a partir de suas origens:

1) lixo residencial - Lixo gerado nas residências em geral, composto basicamente de restos de alimentos, embalagens e outros resíduos domésticos. Também é conhecido como Lixo Domiciliar Ordinário

2) lixo comercial - Gerado exclusivamente em imóveis não residenciais

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(estabelecimentos comerciais, de serviço, instituições públicas em geral), cuja produção diária exceda o volume de 120 (cento e vinte) litros ou peso de 60 (sessenta) kg. Também é conhecido como Lixo Domiciliar Extraordinário.

3) lixo público - Resíduos sólidos provenientes de serviços de varrição, raspagem, capina e outros que se façam necessários para a conservação e limpeza de logradouros e demais áreas de uso público. 4) lixo de fontes especiais, que em função de determinadas características peculiares requerem cuidados especiais em seu acondicionamento, manipulação e disposição final, tais como: • Lixo hospitalar proveniente de unidades de serviço de saúde, como estabelecimentos hospitalares, clínicas, casas de saúde, prontos-socorros, ambulatórios, postos de saúde, laboratórios e farmácias. • Lixo industrial gerado e transportado por indústrias. Esta categoria necessita da autorização da FEEMA, através do Manifesto de Resíduos, garantindo que os resíduos são inertes e não apresentam riscos ambientais. • Lixo radioativo. é formado por resíduos com elementos químicos radioativos que não têm ou deixaram de ter utilidade. É usualmente o produto resultante de um processo de fissão nuclear, do material utilizado como combustível nos reatores, do uso armas nucleares ou ainda de laboratórios médicos ou de pesquisas. Em síntese, os Resíduos Sólidos Urbanos (RSU) são aqueles oriundos das atividades de limpeza pública e podem ser subdivididos em Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) englobando o lixo residencial, comercial e público e em Resíduos Sólidos dos Serviços de Saúde (RSSS) que são gerados em hospitais, farmácias, clínicas médicas e odontológicas, laboratórios etc. No gerenciamento dos resíduos sólidos urbanos pode-se conceituar rejeitos como tudo aquilo que não se aproveita e necessita de uma destinação final ou ser disposto em algum local. Em todas as atividades de um sistema de gerenciamento haverá rejeitos. Nas unidades de haverá os materiais que, tecnologicamente ou comercialmente, não são passíveis de reciclagem como embalagens compostas de vários materiais, tecidos, isopor, fraldas descartáveis etc.; nos processos de tratamento térmico haverá geração de escórias e cinzas, e, na compostagem poderá, após o peneiramento, haver rejeitos ou até mesmo o próprio composto que não atende às especificações necessárias, devendo, portanto serem encaminhados para aterros sanitários. Com os novos padrões de consumo da sociedade, refletindo visivelmente na quantidade e nas características dos resíduos gerados, o lixo deixou de ser

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predominantemente orgânico e biodegradável passando a ser constituído de materiais com pouca ou nenhuma degradabilidade como plásticos, metais, vidros etc. Nos aglomerados urbanos, o lixo deixou de ser visto apenas como uma atividade dos serviços públicos de limpeza urbana, que o afastava da fonte geradora, mas também tornou-se um agravante aos problemas de saúde pública e ambiental, com elevado grau de complexidade. A geração, a coleta, o tratamento e a destinação final dos resíduos sólidos urbanos tornou-se um dos problemas mais graves dos tempos atuais para as administrações municipais. As diretrizes para uma gestão socialmente integrada de resíduos deve contemplar programas que visam à implementação dos 3Rs (redução, reutilização e reciclagem) por meio de programas de Coleta Seletiva/Reciclagem e de Educação Ambiental, os quais promovam a efetiva participação e conscientização da sociedade na solução dos problemas. Conforme relatado por Grimberg e Blauth (1998, p.58), a coleta seletiva "fundamentada num consistente programa de educação ambiental, pautado nos 3 Rs, é, antes de tudo, um ponto de partida, ou suporte, para o desencadeamento de mudanças de comportamento".

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2.2 Métodos de tratamento e disposição final. 2.3 Aterros sanitários e lixões.

É um local onde as prefeituras lançam o lixo coletado sobre o solo, sem qualquer cuidado operacional, causando uma série de problemas para o meio ambiente e a saúde humana (ver Foto 1).

Foto 1 – Lixão de Cardoso Moreira - RJ, 2010.

2.4 – Problemas Causados Pelos Lixões

Dentre os problemas mais importantes causados pelos “lixões“, podemos citar: ü Poluição do lençol freático e dos rios próximos pelo chorume. ü Contaminação dos cursos d’água próximos pelos materiais leves levados pelos ventos; ü Incêndios provocados pela combustão espontânea ou provocados pela intervenção humana no lixo (ver Foto 2); ü Risco de explosões provocadas pelo acúmulo de biogás; ü Emissão de poeira e fumaça negra, provocada pelo tráfego de veículos pesados e pela queima do lixo, respectivamente; ü Disseminação de doenças através da ingestão da carne de animais que se alimentam nos lixões; ü Disseminação de doenças transmitidas por insetos, ratos e aves que se abrigam e se alimentam nos lixões; ü Risco de acidentes aéreos, provocados pela grande quantidade de aves (garças e urubus); ü Desvalorização dos terrenos nas imediações do lixão (ver Foto 3);

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ü Acidentes com pessoas que vivem da catação do lixo; ü Risco de desastres causados por deslizamentos do lixo, podendo provocar o soterramento de pessoas e de suas residências; ü Risco de asfixia e morte de bois, porcos e cavalos, provocadas pela ingestão de sacos plásticos. Outro grave problema encontrado nos lixões é a presença de catadores; pessoas que, por falta de alternativa, sobrevivem da catação de materiais recicláveis (ver Foto 4). ü

Foto 2 – Incêndio no Lixão de São Fidelis - RJ. 2010

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Foto 3 – Reclamação de um morador da rua Comandante Vergueiro da Cruz, na Penha, Zona Norte – Estado do Rio, no jornal o dia _ 03/03/2010.

Foto 4 – Aterro de São Gonçalo – Estado do Rio, presença de catadores na área operacional.

2.5 - Fontes de Poluição no Aterro

A decomposição da matéria orgânica (restos de comida) que vem no lixo produz duas substâncias que são consideradas poluidoras: o chorume, líquido escuro e viscoso, e o biogás, responsável pelo mau cheiro do lixo em decomposição.

Quando o lixo é depositado sobre o solo, sem cuidados especiais, as águas da chuva se infiltram através do lixo (percolam), arrastando com elas o chorume e conduzindo este líquido até o lençol freático ou até o rio mais próximo.

Por sua vez, quando o chorume entra em contato com a água, ele consome grande parte do oxigênio dissolvido na água, provocando a morte de boa parte da vida aquática.

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A Figura 1, a seguir, ilustra o processo de poluição das águas subterrâneas e superficiais pelo chorume.

Figura 1 – Poluição das Águas pelo Chorume

Já o biogás, quando entra em contato com o ar, propaga o mau cheiro do lixo decomposto e pode provocar explosões.

Porque um “lixão” polui e um Aterro Sanitário não polui?

Um “lixão” polui porque deixa que o chorume entre em contato com as águas subterrâneas e superficiais e deixa que o biogás entre em contato com o ar.

O Aterro Sanitário não polui porque coleta e trata o chorume, impedindo que ele entre em contato com as águas externas, e drena e queima (ou reaproveita) o biogás, impedindo que ele entre em contato com a atmosfera.

2.6 – Recuperação Ambiental de Lixões

Como se mostrou no item anterior, um “lixão” é uma forma inadequada de se dar destino ao lixo porque polui e, portanto, deve ser recuperado para que os problemas ambientais desapareçam.

Teoricamente, a maneira correta de se recuperar uma área degradada por um lixão seria proceder à remoção completa de todo o lixo depositado, colocando-o num aterro sanitário e recuperando a área escavada com solo natural da região.

Entretanto, os custos envolvidos com tais procedimentos são muito altos, o que inviabiliza este processo.

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Uma forma mais simples e econômica de se recuperar uma área degradada por um lixão segue os procedimentos descritos abaixo: a) Identificar com a precisão possível, a extensão da área que recebeu lixo. Essa identificação pode ser feita, buscando informações com funcionários antigos ou moradores da região. b) Delimitar a área, no campo, cercando-a completamente; c) Efetuar sondagens a trado para definir a espessura da camada de lixo ao longo da área degradada; d) Remover o lixo com espessura menor que 1 metro, empilhando-o sobre a zona mais espessa com declividade de 1.3 (V:H); e) Dar um caimento mínimo de 2%, na direção das bordas do platô superior; f) Cobrir a pilha de lixo exposto com uma camada mínima de 50 cm de argila de boa qualidade, inclusive nos taludes laterais; g) Recuperar a área escavada com solo natural da região; h) Executar valetas retangulares de pé de talude, escavadas no solo, ao longo de todo o perímetro da pilha de lixo; i) Executar um ou mais poços de reunião para acumulação do chorume coletado pelas valetas; j) Construir poços verticais para drenagem de gases. k) Espalhar uma camada de solo vegetal, com 60 cm de espessura, sobre a camada de argila e plantar grama; l) Aproveitar três furos da sondagem realizada e implantar poços de monitoramento, sendo 1 a montante do lixão recuperado e 2 a jusante.

Porém, a recuperação do lixão não acaba com a execução destas obras. Além disto, é preciso que: • O chorume acumulado nos poços de reunião seja recirculado para dentro da massa de lixo periodicamente, através do uso de aspersores (iguais aos usados para irrigar gramados) • Os poços de gás sejam vistoriados periodicamente, acendendo-se aqueles que foram apagados pelo vento ou pelas chuvas; e • A qualidade da água subterrânea seja controlada através dos poços de monitoramento implantados, assim como as águas superficiais dos corpos hídricos próximos.

Porém, como é difícil se encontrar lugares adequados para a implantação de aterros sanitários, às vezes vale a pena continuar a operar na área recuperada.

Neste caso, os procedimentos se modificam a partir do passo f, ficando do seguinte jeito: f) Cobrir a pilha de lixo exposto com uma camada mínima de 50 cm de argila de boa qualidade, inclusive nos taludes laterais, com exceção do talude lateral que será usado como futura frente de trabalho;

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g) Preparar a área escavada para receber mais lixo, fazendo a sua impermeabilização com argila de boa qualidade (e > 50 cm) e executando drenos subterrâneos para a coleta de chorume; h) Executar valetas retangulares de pé de talude, escavadas no solo, ao longo da pilha de lixo, com exceção do lado que será usado como futura frente de trabalho; i) Executar um ou mais poços de reunião para acumulação do chorume coletado pelas valetas; j) Construir poços verticais para drenagem de gás; k) Passar a operar o lixão recuperado como aterro sanitário; l) Implantar poços de monitoramento, sendo 1 a montante do lixão recuperado e 2 a jusante da futura área operacional.

2.7 – ATERROS SANITÁRIOS É um método para disposição final dos resíduos sólidos urbanos, sobre terreno natural, através do seu confinamento em camadas cobertas com material inerte, geralmente solo, segundo normas operacionais específicas, de modo a evitar danos ao meio ambiente, em particular à saúde e à segurança pública.

2.7.1 - Seleção de Áreas para a Implantação de Aterros Sanitários

É difícil escolher um local para a implantação de um aterro sanitário.

A urbanização das cidades, com a expansão cada vez maior das áreas residenciais, limita a disponibilidade de áreas próximas aos locais de geração de lixo.

Além deste aspecto, há que se levar em consideração outros fatores, como: • As normas técnicas e as diretrizes federais, estaduais e municipais; • A legislação ambiental federal, estadual e municipal; • O plano diretor da cidade; • Os pólos de desenvolvimento locais e regionais; • As distâncias de transporte; • As vias de acesso e, principalmente; • Os aspectos político-sociais relacionados com a aceitação do empreendimento pela comunidade, pelos políticos e pela imprensa.

Por outro lado, não se pode esquecer do aspecto econômico, uma vez que os recursos das Prefeituras são sempre limitados.

Por isto, os critérios para se escolher um lugar para o aterro sanitário são muito severos, havendo necessidade de se estabelecer prioridades para os mesmos.

Existem muitos tipos de critérios que devem ser atendidos pela nova área do Aterro Sanitário. Os principais são: a) Critérios Técnicos

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• Uso do solo • Proximidade de cursos d’água relevantes • Proximidade de núcleos residenciais urbanos • Proximidade a aeroportos • Distância do lençol freático • Vida útil mínima • Facilidade de acesso de veículos pesados • Disponibilidade de material de cobertura b) Critérios Econômicos • Distância ao centro de coleta • Custo de aquisição do terreno • Custo de investimento em construção e infra-estrutura • Custos com a manutenção c) Critérios Político-Sociais • Distância de núcleos urbanos de baixa renda • Inexistência de problemas com a comunidade local

A melhor forma de se escolher a área do novo aterro consiste é seguir os passos: • Estimar1 a área total necessária à implantação do aterro; • Delimitar os perímetros das regiões rurais e industriais existentes no município; • Levantar as áreas disponíveis, dentro dos perímetros delimitados anteriormente, com dimensões compatíveis com a estimativa realizada, com prioridade para as áreas que já pertencem ao município; • Delimitar o perímetro das Áreas de Proteção Ambiental existentes no município, com o objetivo de preservá-las da utilização como aterro; • Estabelecer o conjunto de critérios de seleção; • Definir as prioridades para o atendimento aos critérios estabelecidos; • Analisar cada uma das áreas levantadas, frente aos critérios estabelecidos e priorizados, selecionando-se aquela que atenda à maior parte das restrições através de seus atributos naturais.

Observação A existência ou não de comunidades nas proximidades da área escolhida para o aterro é bastante relevante, pois esse fator pode vir a ser determinante na implantação ou não do empreendimento. Em geral, quando se inicia a formação de um lixão, a comunidade não toma conhecimento do mesmo. No entanto, para a implantação de um aterro, torna-se necessária à realização de audiências públicas para a discussão sobre o modelo a ser implantado, a forma de operação, a vida útil do mesmo e o movimento de veículos que o mesmo vai gerar, entre outras questões. Nesse momento, as

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comunidades se informam dos inconvenientes que este tipo de instalação traz e começam a se mobilizar, na maioria das vezes, contra o mesmo. Essa atitude tem feito com que governos de alguns países desenvolvidos tratem a questão com o cuidado com que a mesma merece. O bairro, ou a região da cidade que receberá o lixo deve receber em troca benfeitorias ou melhorias (áreas de lazer e de esportes, pavimentação das vias de acesso, drenagem de águas de chuva e iluminação pública, entre outras necessidades). Em geral, além das informações recebidas por parte do poder público, as comunidades buscam as opiniões de ambientalistas e professores no assunto, e muitas vezes de políticos da oposição, que passam a negociar os desejos, as vontades e os interesses de ambos os lados. Nesse sentido torna-se necessário, por parte do agente público responsável pela implantação do aterro, uma discussão com os diversos segmentos sociais, buscando esclarecê-los sobre a importância da implantação do aterro sanitário e apresentando as inovações para melhorar a sua performance. Observe-se ainda que, tão logo se escolha a área para a implantação do Aterro Sanitário, a Prefeitura deve proceder imediatamente à compra ou desapropriação do imóvel e contratar o seu levantamento topográfico, realizando ainda, pelo menos 4 furos de sondagens, com o objetivo de se conhecer as características do terreno natural.

2.7.2 - Licenciamento

O licenciamento da área escolhida para a implantação do Aterro também não é fácil, devendo seguir um ritual longo e demorado. As diferentes etapas do licenciamento estão resumidas a seguir. a) Pedido de Licença Prévia - LP b) Elaboração do Estudo de Impacto Ambiental – EIA e do Relatório de Impacto Ambiental – RIMA c) Audiência Pública d) Obtenção da Licença Prévia - LP e) Elaboração do Projeto Executivo f) Pedido de Licença de Instalação - LI g) Obtenção da Licença de Instalação - LI h) Implantação do Aterro Sanitário i) Pedido de Licença de Operação - LO j) Obtenção da Licença de Operação - LO

A tabela abaixo relaciona as principais vantagens e desvantagens dos aterros sanitários.

Vantagens Desvantagens ■ Elimina o problema da catação ■ Necessidade de grandes áreas livres para a sua implantação ■ Impedem a proliferação de seres ■ Solução temporária, em função da

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transmissores e causadores doenças capacidade de recebimento de lixo. ■ Permite a recuperação limitada de ■ Rigoroso controle operacional para áreas para uso público manter os padrões sanitários ■ Custos de implantação, operação e ■ Gastos decorrentes da poluição e manutenção relativamente baixos contaminação pelo chorume ■ Permite a recuperação de gás ■ Desperdício de matérias-primas que metano poderiam ser recicladas

2.8 - Incineradores:

A incineração é um processo de combustão do lixo com significativa redução do peso, volume e recuperação energética e com produção de gases e cinzas altamente tóxicos ou poluentes, onde a temperatura (para que haja a queima completa), a turbulência (para que haja um maior contato das partículas com o oxigênio) e o tempo de permanência (para que se efetive o processo como um todo) são fatores determinantes. Alguns tipos de resíduos exigem a sua utilização, como a queima de dinheiro fora de circulação, remédios com prazo de validade vencidos ou contaminados, alimentos deteriorados, materiais tóxicos e drogas e, material gráfico apreendido pela polícia, dentre outros. A incineração, mesmo se levarmos em conta os métodos rudimentares empregados, é um método de disposição final já bastante antigo. Porém, foi só a partir do início do século XX que os incineradores passaram a ser largamente empregados. Já na década de 20, existiam em operação mais de 150 incineradores nos EUA e 280 na Europa. No Brasil, o primeiro incinerador foi instalado na cidade de Manaus, em 1896 pelos ingleses, com capacidade para processamento de 60 t/dia de resíduos. Em 1958 o incinerador foi desativado devido aos altos custos de manutenção e por não atender mais a demanda local. Em 1913, foi inaugurado o incinerador do Araçá - na cidade de São Paulo - também com tecnologia inglesa e capacidade de processamento de 40 toneladas/dia, que funcionou até 1948. Em 1948, foi inaugurado o incinerador de Pinheiros, já com tecnologia americana. Outros dois incineradores da cidade de São Paulo - Ponte Pequena e Vergueiro - estão operando com problemas técnicos. Pesquisas recentes mostram que diversos governos estão investindo na construção de incineradores com recuperação energética. Nos últimos anos, mais de 300 novos incineradores foram construídos em todo os EUA, como forma de solucionar os problemas do lixo urbano. Este programa contava, inclusive, com o apoio oficial das autoridades americanas. Diversas prefeituras de cidades americanas estão agora enfrentando um sério problema: a falta de lixo para queimar nos seus incineradores. Depois de investirem bilhões de dólares na construção de incineradores com recuperação energética, não conseguem lixo suficiente para manter seus fornos funcionando a plena capacidade. Como o custo da incineração é mais alto que a disposição em aterros, somada ao fato da recessão econômica nos EUA, levaram a redução da geração de lixo. Além disso, existe uma controvérsia muito grande à respeito das cinzas provenientes da incineração. A legislação de alguns estados consideram as cinzas como resíduos perigosos e exigem tratamento

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especializado. Por outro lado, outros estados não as consideram como tal e dispensam este procedimento.

A tabela abaixo relaciona as principais vantagens e desvantagens da incineração.

Vantagens Desvantagens

■ Redução significativa do peso e do ■ Requer custos elevados para a sua volume que vão para os aterros manutenção, implantação e operação. sanitários ■ Possibilidade de reaproveitar a ■ Necessidade de dispor as cinzas tóxicas em energia do lixo incinerado aterros sanitários ■ Pode receber todos os tipos de ■ Necessidade de pessoal especializado para a resíduos/lixo operação e manutenção ■ Não há contato direto dos ■ Pode se constituir numa perigosa fonte de operadores com o lixo poluição do ar, das águas e do solo principalmente se não dispor de equipamentos de controle e monitoramento.

2.9 – Usinas de compostagem

A usina de compostagem é um complexo eletro-mecânico formado por diversos eventos destinados a preparar cientificamente o composto orgânico. Que é definida como ato ou ação de transformar os resíduos orgânicos, através de processos físicos, químicos e biológicos, em uma matéria biogênica mais estável e resistente à ação das espécies consumidoras.

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Fotos das usinas de lixo de Jacarepaguá e caju no Rio de Janeiro: 1992

2.9.1 Empregos do composto orgânico

De acordo com o CEMPRE (1998), já no ano 43 da era Cristã, o filósofo Virgílio relatava em seu livro “As Geórgias”, os procedimentos de transformação de restos de culturas e estercos animais amontoados se transformavam em material para ser aplicado nas terras de cultura e aumentar as colheitas. Na China e na Índia, a compostagem é uma prática ”agro-sanitária” milenar. LINDENBERG (1991), revela que a Holanda recolhia todo resíduo sólido gerado no país a uma usina de compostagem, com a finalidade de recuperar uma região de dunas de areia. Ainda segundo o autor, atualmente, podem ser encontrados neste local florestas, pastos e plantações, provenientes da utilização do composto orgânico. Vários autores (PEIXOTO, 1988; COSTA, 1994; PEREIRA NETO, 1996) relatam que os compostos orgânicos de resíduos sólidos urbanos em nosso país vêm sendo empregados na fruticultura, horticultura, parques e jardins, projetos paisagísticos, reflorestamento, hortos e produção de mudas, controle da erosão, proteção de encostas e taludes, recuperação de solos esgotados e coberturas de aterros.

Composto é a denominação genérica dada ao fertilizante orgânico resultante do processo da compostagem. A prática de fazer adubo ou composto orgânico a partir do lixo é uma atividade antiga que, atualmente, está ressurgindo em face do aumento dos resíduos orgânicos gerados pelo homem das modernas sociedades industrializadas. Este composto não representa, necessariamente, uma solução final para os problemas decorrentes do lixo, mas pode contribuir decisivamente para a redução dos impactos sobre o meio ambiente causados pela disposição inadequada dos resíduos urbanos. O processo de compostagem pode ser resumido do seguinte modo, segundo E. J. Kiehl.

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No processo de compostagem a matéria orgânica atinge dois estágios importantes: a digestão, que ocorre em primeiro lugar, correspondendo à fase de fermentação na qual a matéria alcança a bio-estabilização. O segundo estágio é a maturação, no qual a matéria atinge a humificação. O Brasil perde 30% de sua safra agrícola, totalizando um desperdício anual de 14 milhões de toneladas de alimentos. Esse fator, aliado aos hábitos de consumo da população, levam ao desperdício e às formas inadequadas de conservação dos alimentos nas residências, faz o lixo urbano brasileiro conter entre 40% e 50% de matéria orgânica. Nos países desenvolvidos este número é inferior a 20%.

O composto orgânico pode ter outros tipos de utilização, além da agricultura. Dentre alguns desses usos, podemos destacar:

■ É útil na fabricação de tijolos e pode servir também de insumo da composição de concreto para construção civil; ■ É capaz ainda de fornecer gás para gerar calor e energia elétrica e, em alguns países como Canadá e China, é matéria-prima para a síntese de óleo combustível; ■ No Rio de Janeiro, a Comlurb chegou a desenvolver processo para utilizar o produto na contenção de encostas, prevenindo a erosão e desmoronamento. Usado em obras de contenção da auto-estrada Grajaú-Jacarepaguá - zona norte do Rio - o composto devolveu ao solo desmatado sua capacidade de reter líquidos, proporcionando o crescimento de nova vegetação que ajuda a sustentar a encosta; ■ No tratamento paisagístico, o produto tem outra aplicação: pode compor a formulação das soluções de hidro-semeadura - líquido contendo sementes de gramíneas, nutrientes, emulsões e aglutinantes, lançado nas encostas para recompor a vegetação; ■ Conter manchas de óleo derramado no mar é outra utilidade do composto orgânico que começou a ser estudada pela Comlurb. As primeiras experiências na Refinaria de Duque de Caxias revelaram que o composto na fase inicial de maturação foi capaz de reagir com o óleo, aglutinando-o.

2.9.2 Compostagem A compostagem é praticada desde a História antiga, porém até recentemente, de forma empírica. Gregos, romanos, e povos orientais já sabiam que resíduos orgânicos podiam ser retornados ao solo, contribuindo para sua fertilidade. No entanto, só a partir de 1.920, com Albert Howard, é que o processo passou a ser pesquisado cientificamente e realizado de forma racional. Nas décadas seguintes, muitos trabalhos científicos lançaram as bases para o desenvolvimento desta técnica , que hoje pode ser utilizada em escala industrial.

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A compostagem pode ser definida como uma bioxidação aeróbia exotérmica de um substrato orgânico heterogêneo, no estado sólido , caracterizado pela produção de CO2, água, liberação de substâncias minerais e formação de matéria orgânica estável. Na prática, isto significa que a partir de resíduos orgânicos com características desagradáveis (odor, aspecto, contaminação por microrganismos patogênicos...), o processo transforma estes resíduos em composto, que é um insumo agrícola, de odor agradável, fácil de manipular e livre de microrganismos patogênicos. Os componentes orgânicos biodegradáveis passam por etapas sucessivas de transformação sob a ação de diversos grupos de microrganismos, resultando num processo bioquímico altamente complexo. Sendo um processo biológico, os fatores, mais importantes, que influem na degradação da matéria orgânica são a aeração, os nutrientes e a umidade. A temperatura também é um fator importante, principalmente no que diz respeito à rapidez do processo de biodegração e à eliminação de patógenos, porém é resultado da atividade biológica. Os nutrientes, principalmente carbono e nitrogênio, são fundamentais ao crescimento. Bacteriano. O carbono é a principal fonte de energia e o nitrogênio é necessário para a síntese celular. Fósforo e enxofre também são importantes, porem seu papel no processo é menos conhecido. Os microrganismos têm necessidade dos mesmos micro nutrientes requeridos pelas plantas: Cu, Ni, Mo, Fe, Mg, Zn e Na são utilizados nas reações enzimáticas, porém os detalhes deste processo são pouco conhecidos. À medida que o processo de compostagem se inicia, há proliferação de populações complexas de diversos grupos de microrganismos ( bactérias, fungos , actinomicetos), que vão se sucedendo de acordo com as características do meio. De acordo com suas temperaturas ótimas, estes microrganismos são classificados em psicrófilos (0 – 20ºC), mesófilos (15 – 43ºC) e termófilos (40 – 85ºC). Na verdade estes limites não são rígidos e representam muito mais os intervalos ótimos para cada classe de microrganismo do que divisões estanques demonstrados na tabela abaixo.

Temperatura Temperatura Temperatura Bactérias mínima ótima máxima Mesófilas 15 a 25ºC 25 a 40ºC 43ºC Termófilas 25 a 45ºC 50 a 55ºC 85ºC Fonte: Institute for solid wastes of American Public Works Association , 1970

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No início do processo há um forte crescimento dos microrganismos mesófilos. Com a elevação gradativa da temperatura, resultante do processo de biodegradação, a população de mesófilos diminui e os microrganismos termófilos proliferam com mais intensidade. A população termófila é extremamente ativa, provocando intensa e rápida degradação da matéria orgânica e maior elevação da temperatura , o que elimina os microrganismos patogênicos. Quando o substrato orgânico for em sua maior parte transformado, a temperatura diminui, a população termófila se restringe, a atividade biológica global se reduz de maneira significativa e os mesófilos se instalam novamente . Nesta fase, a maioria das moléculas facilmente biodegradáveis foram transformadas, o composto apresenta odor agradável e já teve início o processo de humificação, típico da segunda etapa do processo, denominada maturação.

, Fonte: D’Almeida e Vilhena (2000) Estas duas fases distintas do processo de compostagem são bastante diferentes entre si. Na fase de degradação rápida, também chamada de bioestabilização, há intensa atividade microbiológica e rápida transformação da matéria orgânica. Portanto, há grande consumo de O2 pelos microrganismos, elevação da temperatura e mudanças visíveis na massa de resíduos em compostagem, pois ela se torna escura e não apresenta odor agressivo. Mesmo com tantos sinais de transformação o composto não está pronto para ser utilizado. Ele só estará apto a ser disposto no solo após a fase seguinte, chamada de maturação.

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Na fase de maturação a atividade biológica é pequena, portanto a necessidade de aeração também diminui. O processo ocorre à temperatura ambiente e com predominância de transformações de ordem química: polimerização de moléculas orgânicas estáveis no processo conhecido como humificação. Estes conceitos são importantes, pois eles se refletem na própria concepção das usinas de compostagem. Como na fase de biodegradação rápida ocorre uma redução de volume do material compostado, conseqüentemente a área necessária para a fase de maturação é menor. Durante a maturação, alguns testes simples permitem definir o grau de maturação do composto e, portanto a liberação para seu uso. Ele pode então, se houver interesse, ser peneirado e acondicionado adequadamente para ser mais facilmente vendido e transportado. Mas para que o processo de compostagem se desenvolva de maneira satisfatória, é necessário que alguns parâmetros físico-químicos sejam respeitados permitindo que os microrganismos encontrem condições favoráveis para se desenvolverem e transformarem a matéria orgânica.

2.9.2.1 Tipos de compostagem

a) Compostagem aeróbia

Matéria orgânica + microrganismos (bactérias, patogênicos, fungos e actinomicetos)+ O2 CO2 + H2O + produtos finais oxigenados (NO3, SO4, etc.) + microrganismos

b) Compostagem anaeróbia:

Matéria orgânica + microrganismos (bactérias, patogênicos, fungos e actinomicetos) CO2 + H2O + CH4 +NH3 produtos finais reduzidos (H2S, ácidos graxos, aldeídos, álcoois, ácido sulfídrico, etc.) + microrganismos

2.9.3 Sistemas de compostagem

Sendo um processo biológico de tratamento de resíduos, a compostagem obedece a princípios básicos, porém, as tecnologias de implantação do processo admitem alternativas que podem variar de sistemas simples e manuais, até sistemas

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complexos, altamente tecnificados, onde todos os parâmetros do processo são monitorados e controlados com precisão. O interessante da compostagem é que um bom composto pode ser obtido tanto por tecnologias simples como por tecnologias complexas, desde que os resíduos sejam adequados e o processo biológico ocorra em boas condições. A questão realmente importante a ser colocada é que a alternativa escolhida deve ser adequada á situação, do ponto de vista técnico e sócio-econômico. Os processos de compostagem podem ser dividos em três grandes grupos: • Sistema de leiras revolvidas (windrow), onde a mistura de resíduos é disposta em leiras , sendo a aeração fornecida pelo revolvimento dos resíduos e pela convecção e difusão do ar na massa do composto. Uma variante deste sistema, além do revolvimento, utiliza a insuflação de ar sob pressão nas leiras. • Sistema de leiras estáticas aeradas (static pile), onde a mistura a ser compostada é colocada sobre uma tubulação perfurada que injeta ou aspira o ar na massa do composto, não havendo revolvimento mecânico das leiras. • Sistemas fechados ou reatores biológicos (In-vessel), onde os resíduos são colocados dentro de sistemas fechados, que permitem o controle de todos os parâmetros do processo de compostagem. Os dois primeiros sistemas geralmente são realizados ao ar livre, sendo em alguns casos realizados em áreas cobertas. A compostagem em reatores biológicos apresenta várias alternativas de reatores e níveis de automação. No sentido de facilitar a compreensão do tema, para cada sistema foi colocado sua designação entre parênteses, em inglês, pois muitas pesquisas e tecnologias foram geradas nos Estados Unidos, o que faz com que vários veículos de comunicação utilizem a nomenclatura em inglês.

2.9.4 - Sistema de leiras revolvidas (windrow) Dos três sistemas de compostagem apresentados, o de leiras revolvidas é o mais simples. A mistura de lodo e resíduo estruturante é disposta em longas leiras que são periodicamente revolvidas. A aeração é feita pela difusão e convecção do ar na massa do composto. No momento em que é feito o revolvimento, o composto entra em contato com a atmosfera rica em O2, o que permite suprir momentaneamente as necessidades de aeração do processo biológico. O efeito do revolvimento é limitado, pois alguns estudos mostraram que cerca de uma hora depois, o nível de oxigênio da leira se aproxima de zero. Nos Estados Unidos, em alguns casos, a leira é montada sobre tubos perfurados que injetam ar na massa do composto. Esta alternativa é chamada de leiras revolvidas aeradas, pois combinam a técnica do revolvimento com a aeração forçada. A compostagem pelo sistema de leiras revolvidas segue o fluxo mostrado na figura abaixo

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Revolvimento Compostagem pelo sistema de leiras revolvidas

Disposição em Maturação Peneiramento Distribuição leiras

O reviramento das leiras pode ser feita por um misturador específico ou então na própria àrea de compostagem, quando existe a possibilidade de utilização de um equipamento mecânico eficiente. Existem máquinas específicas para misturar e revolver o composto, sendo estas máquinas de dois tipos básicos: • Implementos tracionados por tratores agrícolas, sendo alguns já fabricados no Brasil. • Equipamentos auto-propelidos, como mostrado na Figura 02, que se deslocam sobre a leira de composto e realizam o revolvimento, deixando as leiras com dimensões padrão, fixadas pelo modelo do equipamento.

Figura 02;fonte catalogo backhus – eco engineers.2010

• Pás carregadeiras convencionais, cuja eficiência é menor, porém podem ser usadas com bons resultados.

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Foto da pá carregadeira; fonte Comlurb;2010

A altura e seção das leiras dependem do resíduo estruturante e do método de construção da leira, sendo que as de seção triangular com 1,50m a 1,80m de altura e 4,0m a 4,5m de base são as mais comuns e que apresentam resultados comprovados. Porém é possível variar as dimensões, como mostra a Tabela abaixo.

Parâmetro Baixo Médio Alto Altura (m) 0,9 1,4 2,1 Base (m) 3,7 4,3 7,0 Volume por comprimento 2,3 3,1 8,8 (m3/m) Relação Superfície/Volume 2,6 1,6 0,8 (m2/m3)

Fonte: Hay et al., 1985.

Exemplo de sistema de leiras revolvidas

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1,5 - 1,8m

Variável 4,0 a 4,5m

Equipamento de revolvimento

2.9.5 - Sistema de leiras estáticas aeradas. Neste sistema a mistura do resíduo estruturante é colocada sobre uma tubulação perfurada, conectada a um soprador industrial. A aeração necessária será fornecida por este sistema de injeção de ar sob pressão ou por sucção.

Aeração forçada Compostagem pelo sistema de leiras estáticas aeradas.

Disposição em Maturação Peneiramento Distribuição leiras

Exemplo de sistema de leiras aeradas

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Fonte Comlurb 2008

2.10. Parâmetros físico–químicos fundamentais no processo de compostagem.

2.11 Aeração. Sendo a compostagem um processo aeróbio, o fornecimento de ar é vital à atividade microbiana, pois os microrganismos aeróbios têm necessidade de O2 para oxidar a matéria orgânica que lhes serve de alimento. Durante a compostagem, a demanda por O2 pode ser bastante elevada e a falta deste elemento pode se tornar em fator limitante para a atividade microbiana e prolongar o ciclo de compostagem. A circulação de ar na massa do composto é, portanto, de importância primordial para a compostagem rápida e eficiente. Esta circulação depende da estrutura e umidade da massa e também da tecnologia de compostagem utilizada. A aeração também influi na velocidade de oxidação do material orgânico e na diminuição da emanação de odores, pois quando há falta de aeração o sistem pode tornasse anaeróbio. Seja qual for à tecnologia utilizada, a aeração da mistura é fundamental no período inicial da compostagem, na fase de degradação rápida, onde a atividade microbiana é intensa. Na fase seguinte, a maturação, a atividade microbiana é pouco intensa, logo a necessidade de aeração é bem menor.

2.12. Temperatura. A compostagem aeróbia pode ocorrer tanto em regiões de temperatura termofílica (45 a 85ºC) como mesofílica (25a 43ºC). Embora a elevação da temperatura seja necessária e interessante para a eliminação de microrganismos patogênicos, alguns pesquisadores observaram que a ação dos micorganismos sobre a matéria orgânica aumenta com a elevação da temperatura

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até 65ºC e que acima deste valor o calor limita as populações aptas, havendo um decréscimo da atividade biológica. A temperatura é um fator indicativo do equilíbrio biológico, de fácil monitoramento e que reflete a eficiência do processo. Se a leira, em compostagem, registrar temperatura da ordem de 40-60ºC no segundo ou terceiro dia é sinal que o ecossistema está bem equilibrado e que a compostagem tem todas as chances de ser bem sucedida. Caso contrário, é sinal de que algum ou alguns parâmetros físico- químicos (pH, relação C/N, umidade) não estão sendo respeitados, limitando assim a atividade microbiana. Depois de iniciada a fase termófila (em torno de 45ºC), o ideal é controlar a temperatura entre 55 e 65 ºC. Esta é a faixa que permite a máxima intensidade de atividade microbiológica. Acima de 65ºC a atividade microbiológica cai e o ciclo de compostagem fica mais longo. Atualmente, a aeração também é usada como meio de controlar a temperatura. Em certos casos o insuflamento de ar comprimido na massa do composto pode ser de 5 a 10 vezes maior do que o estritamente necessário à respiração microbiana, tendo assim a função de dissipar o calor liberado no processo.

2.13 Umidade A água é fundamental para a vida microbiana. No composto, o teor ótimo de umidade, de modo geral, situa-se entre 50 e 60%. O ajuste da umidade pode ser feito pela criteriosa mistura de componentes ou pela adição de água. Na prática se verifica que o teor de umidade depende também da eficácia da aeração, das características físicas dos resíduos (estrutura, porosidade). Elevados teores de umidade (>65%) fazem com que a água ocupe os espaços vazios do meio, impedindo a livre passagem do oxigênio, o que poderá provocar aparecimento de zonas de anaerobiose. Se o teor de umidade de uma mistura é inferior a 40% a atividade biológica é inibida, bem como a velocidade de biodegradação. Porém, como há perdas de água devido à aeração, em geral, o teor de umidade do composto tende a diminuir ao longo do processo. O teor de umidade é um dos parâmetros que devem ser monitorados durante a compostagem para que o processo se desenvolva satisfatoriamente.

2.14. Relação C/N Os microrganismos necessitam de carbono, como fonte de energia, e de nitrogênio para síntese de proteínas. É por esta razão que a relação C/N é considerada como fator que melhor caracteriza o equilíbrio dos substratos. Teoricamente, a relação C/N inicial ótima do substrato deve se situar em torno de 30. Na realidade, constata-se que ela pode variar de 20 a 70 de acordo com a maior ou menor biodegradabilidade do substrato. Tanto a falta de nitrogênio quanto a falta de carbono limita a atividade microbiológica. Se a relação C/N for muito baixa pode ocorrer grande perda de nitrogênio pela volatização da amônia. Se a relacão C/N for muito elevada os microrganismos não encontrarão N suficiente para a síntese de proteínas e terão seu desenvolvimento limitado. Como resultado, o processo de compostagem será mais lento.

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Independentemente da relação C/N inicial, no final da compostagem a relação C/N converge para um mesmo valor, entre 10 e 20, devido a perdas maiores de carbono que de nitrogênio, no desenvolvimento do processo.

2.15. Tamanho das partículas Quanto mais fina é a granulometria, maior será a área exposta à atividade microbiana, o que promove o aumento das reações bioquímicas, visto que aumenta a área superficial em contato com o oxigênio. Alguns autores obtiveram condições ótimas de compostagem com substratos apresentando de 30 a 36% de porosidade. De modo geral, o tamanho das partículas deverá estar entre 25 e 75 mm, para ótimos resultados.

2.16. PH É fato conhecido que níveis de pH muito baixos ou muito altos reduzem ou até inibem a atividade microbiana. Quando são utilizadas misturas com pH próximo da neutralidade, o início da compostagem (fase mesófila) é marcado por uma queda sensível de pH, variando de 5,5 a 6,0 , devido à produção de ácidos orgânicos. Quando a mistura apresentar pH próximo de 5,0 ou ligeiramente inferior há uma diminuição drástica da atividade microbiológica e o composto pode não passar para a fase termófila. A passagem à fase termófila é acompanhada de rápida elevação do pH, que se explica pela hidrólise das proteínas e liberação de amônia. Assim, normalmente o pH se mantém alcalino (7,5-9,0), durante a fase termófila. De qualquer forma, e principalmente se a relação C/N da mistura for conveniente, o pH geralmente não é um fator crítico da compostagem.

2.17.Contaminantes do composto.

2.17.1. Metais pesados São considerados como metais pesados os elementos que possuem massa específica maior que 6,0 g/cm3. No entanto, o termo “metal pesado” é, às vezes, utilizado indiscriminadamente para os elementos químicos que contaminam o meio ambiente e podem provocar diferentes níveis de dano à biota. Os principais elementos químicos enquadrados neste conceito são: Ag, As, Cd, Co, Cr, Cu, Hg, Ni, Pb, Sb, Se e Zn. Estes elementos são encontrados naturalmente no solo em concentrações que variam de µg a mg.kg-1, as quais são inferiores àquelas consideradas tóxicas para diferentes organismos vivos. Dentre eles As, Co, Cr, Cu, Se e Zn são essenciais aos organismos vivos. Os teores de metais pesados solúveis no solo são geralmente baixos. Entretanto, o emprego de fungicidas, fertilizantes minerais e esterco de animais na agricultura e o descarte de resíduos urbanos, tais como lixo e lodo de esgoto e industriais no solo, podem elevar a concentração de metais pesados no solo a níveis capazes de causar danos à biota.

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Das fontes potenciais de contaminação do solo, os resíduos urbanos e industriais apresentam grande variação nos teores de metais pesados, os quais estão intimamente relacionados à atividade econômica regional. A possibilidade de contaminação das plantas e do lençol freático, devido a utilização de resíduos orgânicos contendo metais pesados, é uma das principais preocupações da humanidade. Por isso, há intensa investigação sobre a complexação e precipitação de metais pesados no solo, visando minimizar a sua movimentação através do perfil do solo. O comportamento químico dos metais no solo é bastante complexo e influenciado por diferentes tipos de reações, tais como adsorção, complexação, precipitação, oxidação e redução, que definem a biodisponibilidade desses elementos para as plantas, a solubilidade e lixiviação nos solos e, consequentemente, o seu potencial de risco para a saúde humana e para o meio ambiente (EPA, 1995). Os metais pesados podem também interferir na dinâmica e ecologia geral dos microrganismos em habitantes naturais. O risco associado aos metais pesados do lodo está principalmente ligado ao fato do solo ser capaz de armazenar estes metais. Embora os metais pesados sejam cumulativos no solo, diversos fatores interferem na dinâmica da sua disponibilidade tais como o pH, a capacidade de troca catiônica (CTC), a textura e o teor de matéria orgânica. Desta forma, dependendo das condições ambientais, os metais podem estar presentes no solo em formas não disponíveis para as plantas. Neste caso, a transferência dos metais, para a cadeia alimentar, dependerá das características de cada solo e do tipo de planta, visto que as espécies vegetais têm capacidades variáveis de absorção de metais. Todos os metais pesados, nutrientes ou não, formam compostos pouco solúveis com uma série de ânions facilmente encontrados no solo, tais como: carbonato, fosfato e silicaro, Entretanto, o fator principal de imobilização desses metais é a formação de complexos polidentados (quelatos) com os componentes húmicos do solo. Alguns autores, inclusive, classificam as zonas poluídas por metais pesados com base no teor de matéria orgânica das mesmas. Segundo eles, um solo é considerado poluído quando o teor de metais pesados do mesmo atinge níveis 3 a 5 vezes superiores aos teores originais, para solos onde o teor de húmus está entre 1 a 1,5%; e 5 a 20 vezes superiores aos teores originais, quando o teor de húmus está entre 3 e 4%. A compostagem realizada com lodo de esgoto favorece o controle da toxicidade dos metais pesados, pois na fase de maturação ocorre a formação de húmus. De modo geral, os critérios para a definição de uma legislação que limite os teores de metais pesados no composto devem considerar a qualidade do composto produzido, o uso que se pretende dar ao composto, além de levar em conta o tipo de solo, cultura, clima e todas as relações e equilíbrios dinâmicos envolvidos, a curto, médio e longo prazo, o que ainda precisa ser melhor estudado. O manejo dos solos que promovam alterações de pH, como por exemplo a adição de calcário, e alterações no teor de matéria orgânica, pela adição de estercos de animais ou adubação verde, podem alterar a disponibilidade de metais para as plantas, tornando os metais pouco solúveis ou induzindo a formação de complexos metálicos estáveis de baixa solubilidade. O teor de metais pesados no lodo deve ser monitorado na estação de compostagem. O Brasil ainda não tem uma normatização a este respeito, e na sua

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falta, o monitoramento da qualidade do lodo pode considerar, como referência, os limites fixados pela proposta de Norma Técnica da Sanepar

2.17.2. Microrganismos patogênicos

Os organismos patogênicos, normalmente presentes, podem ser divididos em quatro grupos: fungos, vírus, bactérias e parasitos (stricto sensu). Normalmente, nos sistemas de tratamento de esgoto, os microrganismos ficam adsorvidos às partículas sólidas. O conhecimento dos agentes patogênicos e da sua viabilidade permite avaliar o potencial de risco de infecção a que o homem e outros animais estão expostos. Dentre os agentes patogênicos presentes a maior preocupação é com os parasitas intestinais (ovos de helmintos e cistos de protozoários), devido à alta freqüência de helmintos na população, longo tempo de sobrevivência dos ovos de helmintos no meio externo e sua baixa dose infectante (um ovo ou cisto é suficiente para infectar o hospedeiro). Se a operação de compostagem não for conduzida adequadamente há fortes probabilidades de os organismos patogênicos sobreviverem ao processo. A ausência de microrganismos patogênicos no composto final.

2.17.3. Compostos orgânicos tóxicos

Compostos orgânicos tóxicos podem estar presentes no lodo devido às seguintes fontes de contaminação: • Doméstica: restos de solventes, pinturas, detergentes; • Efluentes industriais: indústrias químicas em geral; • Águas pluviais: infiltram-se na rêde coletora de esgoto carreando resíduos de produtos utilizados em veículos automotores, pesticidas, etc. Os biossólidos podem conter compostos orgânicos como um resultado da disposição de águas residuárias industriais, comerciais, esgotos domésticos além de substâncias químicas provenientes da deposição atmosférica. Pesticidas podem ser encontrados em resíduos de jardinagem e alimentícios. Fitalatos são encontrados em plásticos junto com tintas orgânicas e outros compostos. Papel pode conter compostos orgânicos tóxicos provenientes da tinta de impressão e as cinzas descartadas de incineradores podem conter dioxinas. O impacto dos compostos orgânicos sobre a saúde e meio ambiente é função do nível de contaminação, da taxa em que são acumulados nos grãos e plantas e da biodisponibilidade.

CAPÍTULO III USINA DO CAJU

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A Unidade do Caju (Usina de Reciclagem e Compostagem mais a Estação de Transferência) está situada no Bairro do Caju no município do Rio de Janeiro próximo ao início da Avenida Brasil, tendo uma boa condição de acesso para o tráfego de veículos com resíduos a serem recebidos e posteriormente transferidos para o Aterro Metropolitano de Gramacho. A Unidade recebe cerca de 3200 ton/dia de RSU (Resíduo Sólido Urbano) e seu projeto inclui compostagem, segregação de recicláveis e captação e tratamento de chorume.

Fluxo do lixo no município do Rio de Janeiro

Fonte Comlurb 2007

Fluxograma da Unidade do Caju

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Comercio Recicláveis Unidade de Combustível (CDR) Segregação

Orgânico

Compostagem

Combustível do rejeito

Peneiramento Composto Agricultura

Rejeito

Resíduos Estação de sólidos transferência urbanos

Aterro

3.1.Estação de Transferência . Dos 3.200 toneladas recebidos diariamente vindos da Zona Sul, Centro, Região Portuária e Parte da Zona Norte, dos quais 250 a 300 ton/dia de RSD (Resíduo Sólido Domiciliar), oriundos principalmente da Zona Sul, são encaminhados a Usina de Reciclagem e Compostagem, sendo todo o restante armazenado na Estação de Transferência para posterior disposição no Aterro Metropolitano de Gramacho.

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Estação de transferência do Caju fonte Comlurb 2009

3.2. – Usina de Reciclagem e Compostagem

Usina de Reciclagem e Compostagem do Caju

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Produção de CDR (Combustível Derivado de Resíduo) e Substrato

Substrato

CDR

Figura 3 – Fluxograma da produção de CDR e Substrato

• O processo de reciclagem e compostagem começa com os caminhões descarregando o lixo no fosso. O lixo é transportado, através de uma garra hidráulica, para a esteira de catação de garrafas e, em seguida, encaminhado, através de esteiras transportadoras, para o interior da peneira primária. (Fosso anexo 1) • A primeira seção da peneira primária é composta de furos de 30 mm de diâmetro que permitem a passagem da matéria orgânica (grãos de feijão, arroz, pó de café, etc), que será encaminhada para produção do composto. (peneira primaria anexo 2): • As três seções seguintes são compostas de furos que variam de 6x10 cm a 20x30 cm. Nestes furos passarão materiais rolantes (pilhas, laranja, coco, etc) e aderentes (papel, plásticos, trapos e restos de comida), que serão separados pelos transportadores balísticos (esteiras transportadoras inclinadas, que permitem que os materiais rolantes caiam na parte inferior e os materiais aderentes na superior). • Os materiais rolantes caem numa esteira de catação e os materiais aderentes em outra esteira. Na esteira de catação dos materiais rolantes e aderentes estão instalados eletroímãs que retiram os materiais ferrosos (latas, pilhas e tampas de garrafa), encaminhando-os para a prensa (equipamento para redução de volume em pequenos fardos). • Após os eletroímãs, estão posicionados os catadores que retiram plásticos, papéis, cacos de vidro, papelão e alumínio que são encaminhados ao 1o

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andar da usina, onde serão armazenados. Em seguida ficam na área de estocagem de materiais recicláveis para comercialização • Os materiais que não passaram nos furos da peneira primária são levados para a esteira de catação onde são retirados papéis, papelões e plásticos.(esteira de catação anexo 2) • Os materiais oriundos da esteira de rolantes e aderentes são transportados para o interior do moinho de fragmentação e em seguida para a peneira secundária para a retirada da matéria orgânica que será encaminhada para a produção de composto.(terminal do substrato anexo 5) • O material que não passou na peneira secundária é transportado através da esteira para o triturador autógeno (TA), também chamado de peneira terciária. O triturador autógeno (TA) é um equipamento cilíndrico com facas internas, que através do movimento de rotação, trituram a matéria orgânica, permitindo sua passagem pelos furos de 50 mm ao final do triturador. A matéria orgânica que passou será encaminhada para a compostagem. • Os materiais que não passaram pelos furos do triturador autógeno são encaminhados por esteiras transportadoras para caminhões com destino a Usina Verde do Fundão. Tais materiais, principalmente plásticos, trapos, papéis e madeiras, são chamados de CDR. (terminal do cdr anexo 5 e o laudo do cdr anexo 7) • A matéria orgânica que passou nos furos das peneiras primárias, secundárias e pelo triturador autógeno é encaminhada, através de esteiras para carretas que a conduzirão ao pátio de compostagem. Essa matéria orgânica recebe o nome de Substrato Fino. (substrato anexo 3) • A catação é realizada por pessoas da própria comunidade, ligados à cooperativa Transformando, também da mesma localidade. A cooperativa conta com aproximadamente 120 a 140 participantes, onde cada catador recebe em média R$650,00 mensais.

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3.3. Compostagem e Peneiramento

Substrato

Figura 4 – Fluxograma da produção de composto e rejeito

• O substrato fino é encaminhado para o caminhão e pesado, sendo em seguida colocado no pátio de maturação, sob forma de leiras, com placas de identificação onde constam a data de formação da leira e o peso da mesma. • A temperatura da leira é medida diariamente às 7h da manhã. Se a temperatura medida ultrapassar os 60 oC, a leira será revirada no mesmo dia, no horário noturno, em caso contrário será revirada de três em três dias. • A leira permanece no pátio de maturação 60 dias, é o chamado tempo de cura do composto. • Ao final do tempo de cura ou num intervalo de tempo maior, que dependerá da demanda, a leira é colocada em caminhão e novamente pesada, sendo logo depois encaminhada para o terminal de peneiramento. • Realizam-se dois tipos de peneiramento: somente em peneira de 22 mm e em 22 mm seguido de peneiramento em peneira de 10 mm. • O material que não passou nas peneiras de 22 mm e 10 mm recebe o nome de Rejeito. O rejeito das peneiras de 22 mm é depositado em caminhão e encaminhado para o aterro e o das peneiras de 10 mm é usado como cobertura para novas leiras. • A matéria orgânica que passou pelos furos das peneiras de 22 mm e 10 mm recebe o nome de Composto. No final do processo têm-se dois tipos de composto com granulometrias de 22 e 10 mm. (fotos do peneiramento no anexo 6) • No ano de 2008 foram produzidas cerca de 1.811 toneladas de composto, que foram distribuídos gratuitamente a agricultores e interessados.

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• O rejeito do peneiramento do composto possui um grande percentual de material com alto poder calorífico (laudo do centro de pesquisa no anexo 8). Esses rejeitos são somados ao CDR para o aumento da quantidade de combustível produzido pela usina.

3.4. Estação de Tratamento de Efluentes do Caju (ETE do Caju).

Estação de Tratamento de Esgoto Industrial do Caju_2008

• O sistema existente na estação de tratamento é o de lodo ativado, por batelada, em dois estágios. Dessa maneira consegue–se a remoção da matéria orgânica no primeiro estágio e a de micronutrientes (fósforo e nitrogênio) no segundo estágio.

• Neste tratamento, o lixiviado é submetido a um contato íntimo com o lodo, sendo esta mistura intensamente aerada, a matéria orgânica presente no afluente é consumida pelos microorganismos (lodo ativado) e transformada em gás carbônico, água e biomassa. A biomassa é separada do efluente tratado no decantador, através de decantação e sedimentação

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3.5 – Sistema de Operação da ETE

Recirculação de lodo

Reator 1 Reator 2 Decantador

Irrigação para o jardim e de umidificação das leiras acumulação

Fluxograma da ETEI do Caju

• O sistema de captação e tratamento de chorume é constituído de canaletas que circundam as unidades (pátio de maturação, estação de transferência, etc.) e pela estação de tratamento, que é formada por um tanque de equalização, dois reatores de lodo ativado em série e um decantador, com recirculação de lodo para o primeiro reator (figura 3). • O pátio de maturação e o pátio em frente à estação de transferência possuem canaletas que conduzem o chorume para caixas de acumulação, que é posteriormente transferido, com o uso de pequenos tanques de transporte, para o tanque de equalização. • O chorume oriundo da estação de transferência é conduzido diretamente para o tanque de equalização. • O chorume da Usina de Reciclagem vai para uma caixa de acumulação e mais tarde é bombeado para o tanque de equalização. • Com o tanque de equalização cheio alimenta-se o sistema da ETEI por aproximadamente 15 minutos ou até alcançar-se o ponto de extravasamento do segundo reator. • O sobrenadante do decantador é utilizado para a irrigação dos jardins e o lodo é recirculado para o primeiro reator do sistema. • O processo de lodos ativados é um processo convencionalmente utilizado no tratamento de efluentes. Percolados oriundos de leiras de compostagem e de RSD novos se caracterizam por elevados valores de biodegradabilidade,

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tornando-se necessário sua captação e tratamento. As unidades exigem acompanhamento operacional diário e monitoramento periódico mensal. No caso de efluentes que apresentem grau de complexidade, tal qual o chorume, esse procedimento é imprescindível.

CAPÍTULO IV CONCLUSÃO

Em decorrência do crescimento da sociedade de consumo a exploração dos recursos naturais tem aumentado paulatinamente, acarretando fortes impactos no meio ambiente. Dentro de uma sociedade sustentável os sistemas artificiais que visam equilibrar o consumo dos recursos naturais são de fundamental importância fato este que viabiliza com muitas vantagens a implantação das usinas de reciclagem e compostagem do lixo. Como: • A diminuição do consumo de matérias primas virgens (muitas delas não são renováveis e podem apresentar ainda exploração dispendiosa). • Contribui para diminuir a poluição do solo, água e ar; Melhora a limpeza da cidade e a qualidade de vida da população. • Prolonga a vida útil de aterros sanitários. • Produz compostos orgânicos para varias aplicações. • Gera empregos para a população não qualificada e receita para os pequeno e micro empresário. • Gera receita com a comercialização dos recicláveis. • Estimula a concorrência, uma vez que os produtos gerados a partir dos reciclados são comercializados em paralelo àqueles gerados a partir de matérias-primas virgens; • Contribui para a valorização da limpeza pública e para formar uma consciência ecológica.

A solução para o problema do lixo não é uma só. A ciência colabora também através de pesquisas e estudos que nos revelam novas formas de aproveitamento dos materiais, indicando novos processos de reciclagem - especialmente os de maior escala, que podem ser aplicados nas indústrias, uma das principais responsáveis pela poluição no meio ambiente. O objetivo é manter o nosso município mais limpo. Imensas quantidades de lixo são produzidas atualmente pela sociedade moderna, sendo desperdiçados milhões de toneladas de materiais potencialmente valiosos. Este fato também contribui para aumentar os problemas de caráter ambiental, através da poluição que é causada a partir dos "lixões" e aterros sanitários e a diminuição crescente dos recursos naturais. Com isso aumentar totalmente as condições de vida no planeta, visando o homem em primeiro lugar.

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BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

1. RODRIGUES, J.C. A Cultura do Lixo e suas Angústias. In: Falas em Torno do Lixo. Rio de Janeiro, Co-Edição Nova – ISER – Pólis. 1992. 2. MARINI, P. Lixo: uma montanha de problemas. D.M. Março. 1992. 3. AMAZONAS, P.; DROLSHAGEM, M. de S.P. & SEBILIA, A.S.C. Nossa Vida e o Lixo. Documento Interno da Fundação Brasileira para Conservação da Natureza – FBCN. 1992. 4. MARINI, P. Lixo: uma montanha de problemas. D.M. Março. 1992 5. Revista Aspergillus. Ano I, n05. Março/Abril. 1993. 6. ACSELRAD, H.; VIEIRA, L. & GUARANY, R. Ecologia, direito do cidadão: uma coletânea de textos. Rio de Janeiro, Jornal do Brasil. 1993 7. LIMA, L.M.Q. Tratamento de Lixo. São Paulo, Editora Hemus. 1988. 8. CEMPRE Informa. n018. Outubro. 1994. 9. D’Almeida e Vilhena (2000) 10. KIEHL, E. J. . Fertilizantes Orgânicos . São Paulo: Agronômica Ceres, 1985.pg 42. 11. KIEHL, E.J. Manual de Compostagem: maturação e qualidade do composto. Piracicaba. E.J.Kiehl, 3 ed. 2002. 171p. 12. PEIXOTO, 1988; COSTA, 1994; PEREIRA NETO, 1996 13. Revista Aspergillus. Ano I, n05. Março/Abril. 1993 14. ACSELRAD, H.; VIEIRA, L. & GUARANY, R. Ecologia, direito do cidadão: uma coletânea de textos. Rio de Janeiro, Jornal do Brasil. 1993. 15. COMLUB a, acessado em fevereiro de 2010.

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ANEXOS Índice de anexos

Anexo 1 >> Fotos do vazamento no fosso e garra hidráulica;

Anexo 2 >> Fotos da Linha de segregação e peneira primaria;

Anexo 3 >> Fotos do moinho fragmentador e substrato;

Anexo 4 >> Fotos da prensagem dos reciclados;

Anexo 5 >> Fotos .dos terminais de substrato e CDR;

Anexo 6 >> Fotos .do peneiramento;

Anexo 7 >> Resultado da analise do CDR;

Anexo 8 >> Resultado da analise do rejeito do composto;

Anexo 9>> Resultado da analise composto.

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ANEXO 1 GARRA HIDRÁULICA E VAZAMENTO NO FOSSO DE RECEPÇÃO

Fonte: Comlurb 2009

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ANEXO 2 PENEIRA PRIMÁRIA E A LINHA DE SEGREGAÇÃO.

Fonte COMLURB 2009.

54

ANEXO 3 MOINHO FRAGMENTADOR E SUBSTRATO

.

Fonte COMLURB 2009.

55

ANEXO 4 PRENSAGEM DOS RECICLAVEIS

Fonte comlurb 2009.

56

ANEXO 5

TERMINAIS DO SUBSTRATO E CDR

Fonte comlurb 2009.

57

ANEXO 6

TERMINAL DO PENEIRAMENTO

Fonte comlurb 2009.

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ANEXO 7

ANALISE DO CDR

DIRETORIA TÉCNICA E INDUSTRIAL - DIN GERENCIA DE PESQUISAS APLICADAS – IGP GERÊNCIA DE ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS - IPF

N o Análise IPF: 4 0 4 Descrição da Amostra: C D R Origem da Amostra: USINA DO CAJU Data de Formação da Leira: 26/05/2008 Data de Retirada da Amostra: 03/09/2008 Solicitante: ADILSON Setor de Origem: IG C

PARÂMETROS

Peso Específico (kg/m 3 o u g /L ) 46,88

Teor de Umidade (%) 40,97

PCS ( Poder Calorífico Superior ) kgcal/kg 4499,64

PCI ( Poder Calorífico Inferior ) kgcal/kg 4253,82

ANÁLISE GRAVIMÉTRICA (BASE SECA) COMPOSIÇÃO (%) VIDRO 0,00 METAL 3,43 PEDRA / LOUÇA 0,00 PLÁSTICO FILME 37,46 PLÁSTICO DURO 8,05 MATERIA ORGÂNICA 2,82 MADEIRA 4,10 PAPEL E PAPELÃO 40,29 TECIDO 3,85 BORRACHA 0,00 COURO 0,00 OSSO 0,00 CASCA DE COCO 0,00 OUTROS (Material de difícil identificação ) 0,00 TOTAL 100,00

IMPORTANTE: OS RESULTADOS DESTA ANÁLISE SE APLICAM SOMENTE À AMOSTRA ENVIADA PELO INTERESSADO.

Adair M otta Teixeira Ubiratan Amorim da Silva Gerente de Departamento IGP Gerente de Divisão IPF

Fonte: Comlurb 2008

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ANEXO 8

ANALISE DO REJEIRO DO COMPOSTO

DIRETORIA TÉCNICA E INDUSTRIAL - DIN GERENCIA DE PESQUISAS APLICADAS – IGP GERÊNCIA DE ANÁLISES FÍSICO-QUÍMICAS - IPF

N o Análise IPF: 4 0 5 Descrição da Amostra: REJEITO Origem da Amostra: USINA DO CAJU Data de Formação da Leira: 27/09/2008 Data de Retirada da Amostra: 03/09/2008 Solicitante: Adilson Setor de Origem: IG C PARÂMETROS Peso Específico (kg/m 3 o u g /L ) 74,63

Teor de Umidade (%) 22,12

PCS ( Poder Calorífico Superior ) kgcal/kg 6035,53

PCI ( Poder Calorífico Inferior ) kgcal/kg 5902,81

ANÁLISE GRAVIMÉTRICA (BASE SECA) COMPOSIÇÃO (%) VIDRO 1,14 METAL 0,00 PEDRA / LOUÇA 0,43 PLÁSTICO FILME 52,39 PLÁSTICO DURO 7,27 MATERIA ORGÂNICA ( RESTO DE COMIDA ) 4,99 MADEIRA 0,61 PAPEL E PAPELÃO 29,48 TECIDO 3,69 BORRACHA 0,00 COURO 0,00 CERA 0,00 OSSO 0,00

OUTROS ( M aterial de difícil identificação ) 0,00 TOTAL 100,00

IMPORTANTE: OS RESULTADOS DESTA ANÁLISE SE APLICAM SOMENTE À AMOSTRA ENVIADA PELO INTERESSADO.

Adair M otta Teixeira Ubiratan Amorim

Gerente de Departamento IGP Gerente de Divisão IPF

fonte comlurb 2008

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ANEXO 8

ANALISE DO REJEIRO DO COMPOSTO

Número Setor de Nome do Descrição da Amostra Data Entrada Data Saída Amostra Origem Solicitante Usina do 402 COMPOSTO PENEIRADO Valdecir 03/09/2008 Caju

Análises Físico-Químicas Amostra no 402 Limites para Composto Orgânico Parâmetros *Instrução COMPOSTO PENEIRADO Instrução Normativa nº 23 de Normativa nº27 de 31/08/05 Ministério da 05/06/2006 Agricultura Tempo de compostagem (dias) Tempo de Cura: 100 dias **U.S.EPA Part 503 pH (em solução CaCl2 0,01 M) 8,23 Mínimo 6,50 - Peso Específico (kg/m3 ou g/L) 433,25 - - Teor de Umidade (%) 25,82 Máximo 50% - Matéria Orgânica Total ( % base seca- Sem inertes) 51,26 Mínimo 40 % Resíduo Mineral Total (% base seca) 48,74 - - Resíduo Mineral Insolúvel (% base seca) 16,41 - - Resíduo Mineral Solúvel (% base seca) 32,33 - - Nitrogênio Total (% N, base seca) 1,30 Mínimo 1% - Carbono Total (% base seca ) 28,48 - - Relação C/N 22/1 Máximo 18/1 - Cálcio (% CaO, base seca ) 5,64 - -

Potássio (% k2O, base seca ) NR - - Ferro Total (mg Fe/kg, base seca ) NR - - Cromo Total (mg Cr/kg, base seca ) NR - *Máximo 500 Chumbo Total (mg Pb/kg, base seca ) NR - *Máximo 300 Zinco Total (mg Zn/kg, base seca) NR - **Máximo 2.800 Cádmio Total (mg Cd/kg, base seca ) NR - *Máximo 8 Cobre Total (mg Cu/kg, base seca ) NR - **Máximo 1.500 Níquel Total (mg Ni/kg, base seca ) NR - *Máximo 175 SódioTotal (mg Na/kg, base seca ) NR - - Carbono Orgânico (% base seca ) 21,91 - - Matéria Orgânica Compostável ( % base seca) NR - - D.Q.O ( mg / g ) NR - - *Inertes (% base seca) 3,59 NR - Não Realizada

Análise Granulométrica (% de material retido na peneira, base seca) Composição dos Inertes Abertura da peneira (mm) Amostra no 402 *Inerte % 1 1/2 - (38,1 mm ) 0,00% Vidro 58,40% 1 - ( 25,4 mm ) 0,00% Metal 5,21% 3/4 - ( 19,1 mm ) 0,00% Pedra / louça 32,41% 1/2 - (12,7 mm ) 0,00% Plástico Filme 0,29% 3/8 - ( 9,52 mm ) 0,80% Plástico Duro 3,63% 4 - ( 4,76 mm ) 27,90% Tecido 0,06% 8 - ( 2,38 mm ) 21,63% Borracha 0,00% FUNDO 49,67% Couro 0,00% TOTAL 100,00% Total 100,00%

IMPORTANTE: OS RESULTADOS DESTA ANÁLISE SE APLICAM SOMENTE À AMOSTRA ENVIADA PELO INTERESSADO.

Adair Motta Teixeira Ubiratan Amorim Gerente de Departamento IGP Gerente de Divisão IPF fonte comlurb 2008

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ÍNDICE

FOLHA DE ROSTO 2 AGRADECIMENTO 3 DEDICATÓRIA 4 RESUMO 5 METODOLOGIA 6 SUMÁRIO 7 INTRODUÇÃO 8

CAPÍTULO I (TÍTULO) 11 1.1 - A Busca do Saber 12 1.2 – O prazer de pesquisar 15 1.2.1 - Fator psicológico 15 1.2.2 - Estímulo e Resposta 17

CONCLUSÃO 48 ANEXOS 49 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 52 BIBLIOGRAFIA CITADA 54 ÍNDICE 55

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição:

Título da Monografia:

Autor:

Data da entrega:

Avaliado por: Conceito: