REVISTA MENSAL DO • DEZEMBRO 2008 POR PEDRO CARDOSO

REVISTA MENSAL DO JAZZ Músicos, Nascimentos, Músicas, Fatos, Curiosidades

A HISTÓRIA DOS “ALL STARS” DE

2ª parte

Em 13 de agosto de 1947 e por iniciativa, principalmente, de seu empresário Joe Glaser, LOUIS ARMSTRONG montou seu primeiro “All Stars”. Os holofotes da mídia estavam sobre ele, até porque o filme “New Orleans” no qual ele participou (e também Billie Holiday) havia sido lançado em “premiere” em 09/junho seguido por concerto de 01 hora no “Winter Garden Theatre”, com farta promoção antecipada. Armstrong se apresentou no filme e no concerto com uma formação que já projetava os “All Stars”.

Nos meses que antecederam à “premiere” a publicidade em torno de Armstrong intensificou-se e sua imagem foi muito bem fixada para o público.

A estréia dos “All Stars” foi na boate “Billy Berg” em Los Angeles e a temporada inicial prolongou-se por muitas semanas mais, sempre com casa lotada noite após noite.

Na noite de estréia estiveram presentes, entre outros, , Woody Herman, Hoagy Carmichael e Johnny Mercer. O empresário Joe Glaser vendeu o show pela fabulosa quantia, para a época, de US$ 4,000.00 por semana (algo como + US$ 300,000.00 atuais ! ! !).

A cobertura da imprensa chegou a uma coluna no “Time”, com os dizeres: “Louis Armstrong deixou os caminhos da ganância e retornou ao Jazz”.

A formação dos “All Stars” em sua estréia contou com Louis Armstrong (trumpete), Barney Bigard (clarinete), (trombone), Dick Cary (piano), Morty Corb (baixo), “Big Sid” Catlett (bateria) e o vocal de Velma Middleton. No mês seguinte Morty Corb foi substituído no contrabaixo por Arvell Shaw (quem não se lembra do simpático Arvell Shaw com os “All Stars” de Armstrong no filme “Alta Sociedade”, sucesso da MGM com Frank Sinatra, Bing Crosby e Grace Kelly???...).

Essa formação permaneceu constante até maio de 1949, ocasião em que o excepcional baterista Cozy Cole substituiu o não menos importante “Big Sid” Catlett. Dois anos após e em julho de 1951 Dale Jones substituiu Arvell Shaw no contrabaixo.

Durante 1951 ocorreram mais 02 alterações: em agosto o trombone foi assumido por Russ Phillips (saiu Jack Teagarden) e em dezembro foi a vez de Dick Cary dar lugar a Joe Sullivan no piano. Este, por sua vez e em Estátua “futurista” homenageando fevereiro do ano seguinte (1952), foi substituído por Marty Napoleon. Louis Armstrong, - Chicago

PÁGINA 1 DE 2

REVISTA MENSAL DO JAZZ • AGOSTO 2008 POR PEDRO CARDOSO

Ainda em 1952 diversas alterações ocorreram nos “All Stars”: em setembro foram 03 as mudanças, com Barney Bigard cedendo espaço no clarinete para Bob McCracken, Trummy Young entrando no lugar de Russ Phillips no trombone e Arvel Shaw retornando no contrabaixo. Em dezembro desse ano de 1952 o

Capas dos LP’s de Louis Armstrong com pelo selo VERVE do empresário Norman Granz. Estes álbuns foram sucesso de crítica e de vendas quando de seus lançamentos na década de 50 do século passado e até hoje constam da galeria dos clássicos do JAZZ. São álbuns “recheados” de clássicos do populário americano, aquilo que denominamos de “standards”.

Durante o ano de 1953 sómente 02 alterações nos “All Stars”: em janeiro retornou Barney Bigard ao clarinete e em outubro Kenny John entrou como bateria-titular no lugar de Cozy Cole. A estadia de Kenny nos “All Stars” foi curta, já que em maio do ano seguinte foi a vez de Barrett Deems assumir a bateria.

1955 assinalou apenas 01 alteração, já que Edmund Hall passou a ser o clarinetista.

De março até novembro de 1956 tivemos nada menos que 05 alterações e todas elas no posto de contrabaixista dos “All Stars”, a saber: em março Jack Lesberg substituiu Arvel Shaw, em maio retornou Dale Jones, em junho novamente Arvel

Shaw assumiu o posto, em julho mais uma vez Dale Jones e em novembro foi o turno de Squire Gersh. Com essa formação (Louis Armstrong ao trumpete, Edmund Hall no clarinete, Trummy Young no trombone, Billy Kyle ao piano, Squire Gersh no contrabaixo, Barrett Deems na bateria e Velma Middleton no vocal) os “All Stars” se apresentaram no Brasil, quando tive a oportunidade de assisti-los nos dias 25 (récita de gala) e 26 (02 apresentações) de novembro de 1957, no Teatro Municipal do Rio de Janeiro, então ainda a capital federal e uma “Cidade maravilhosa”.

***

Sobre os “All Stars” seguiremos discorrendo na próxima “Revista Mensal do Jazz” (janeiro / 2009).

PÁGINA 2 DE 2