PUB Edition nº 296 | Série II, du 08 février 2017 Hebdomadaire Franco-Portugais GRATUIT O jornal das Comunidades lusófonas de França, editado por CCIFP Editions, da Câmara de Comércio e Indústria Franco Portuguesa Morreu Joaquim Pires, professor de língua e cultura portuguesa na associação APCS de 05 Pontault-Combault

Edition FRANCE Fr Joaquim Pires

04 Nantes. A Mairie de Nantes promete dis - 09 Música. Tony Carreira vai lançar esta ponibilizar um outro local para instalar a antena semana o terceiro álbum para o mercado do Consulado Geral de Portugal em . francês intitulado “Le coeur des femmes”.

20 CFA. O Lusitanos de Saint Maur ganhou 21 PSG. O internacional português, ex-Benfica, ao Boulogne-Billancourt e isola-se no co - Gonçalo Guedes, joga agora no PSD e espera mando do Campeonato CFA de futebol. ter o apoio dos Portugueses de França.

Marco Martins Quintet edita álbum “Roadbook” 07 Quinteto formado pelo músico algarvio radicado em Paris Júlia Rodriguez B U P 02 OPINIÃO Le 08 février 2017

Opinião de José Luís Carneiro, Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas Viajar mais seguro

Desde que o XXI Governo assumiu cia Consular), recebem diariamente sular e diplomáticos, na devida arti - funções pude trabalhar, juntamente pedidos de informação e de apoio de culação com as autoridades locais. com a Direção Geral dos Assuntos grande diversidade e complexidade, A aplicação é gratuita e a segurança Consulares e das Comunidades Portu - provenientes de todo o mundo. Esta - e confidencialidade dos dados pes - guesas (DGACCP) e o Gabinete de mos a falar de uma média mensal de soais encontra-se devidamente prote - Emergência Consular (GEC), no acom - mil pedidos de apoio/esclarecimento, gida pela Direção Geral dos Assuntos panhamento próximo dos Portugueses via telefone e e-mail, sobre o paradeiro Consulares e Comunidades Portugue - que têm vivido situações de grave pe - de familiares, perda e/ou roubo de do - sas (DGACCP). É complementar a rigo e sentido ter as suas vidas amea - cumentos de identificação e de via - todo o trabalho desenvolvido nos pos - çadas por acontecimentos de caráter gem, até à falta de recursos para poder tos consulares e diplomáticos. Per - extraordinário. Nestes acontecimentos garantir o regresso seguro a Portugal. mite aceder e receber um vasto estão os atentados terroristas, os aci - Este é um trabalho quotidiano de uma conjunto de informações de caráter dentes rodoviários, ferroviários, de equipa de funcionários que, todos os geral relativos aos cuidados que há aviação, homicídios, raptos, sismos, dias, 24 sobre 24 horas, se entrega ao que ter na preparação da viagem e no naufrágios, tiroteios, vandalismo, apoio e proteção consulares e a quem país de destino. Em casos excecio - doenças ou mortes súbitas, explosões, é merecido público reconhecimento. nais permite ativar um SOS com ondas de violência, tentativas ou gol - Ao longo deste último ano pude ser envio de breve mensagem possibili - pes de Estado. Em 2016 tivemos 85 confrontado com duas questões muito tando a identificação e a localização ocorrências desta natureza em 39 paí - práticas: a de saber se há Portugueses dos portugueses em perigo. É tam - ses de todos os continentes. Destes nessas regiões onde ocorrem os acon - tes e cidadãos com dupla-nacionali- nistério dos Negócios Estrangeiros, a bém devido um agradecimento à RTP acontecimentos com caráter extraordi - tecimentos de caráter extraordinários dade, têm hoje uma vida em mobili - desenvolver uma aplicação para tele - e à TAP, bem como aos outros órgãos nário resultaram 40 Portugueses mor - e sobre o modo mais eficaz de lhes dade, por razões de estudo, de inves - móvel que permite corresponder a de comunicação social, por terem de - tos, 31 feridos graves e 3 detidos. prestar o apoio das autoridades nacio - tigação, de trabalho ou turismo. estes dois principais obj etivos: deter - monstrado disponibilidade para se Contudo, além dessas ocorrências ex - nais e/ou mobilizar o apoio das autori - Muitos deles, pela natureza da sua minar a existência de Portugueses associarem à divulgação desta impor - traordinárias, os serviços consulares, dades dos países de acolhimento. deslocação, não promovem a sua ins - nos locais onde ocorrem essas cir - tante ferramenta tecnológica de su - diplomáticos e, muito particular - Ora, como é do domínio público, mui - crição nos serviços consulares. Foram cunstâncias de emergência e mobili - porte e apoio aos portugueses no mente, o GEC (Gabinete de Emergên - tos dos Portugueses, lusodescenden - estas as razões que nos levaram, Mi - zar mais eficazmente o apoio con- mundo.

Opinião de José Marreiros, Artiste peintre La senteur de la rose n’a d’égale que le mordant de ses piquants

Après la parution du LusoJornal de si on connait un tant soit peu l’his - Spinola et les «autres» pour tout ce boires d’un Portugal lancé dans une pagne (peut-être un peu plus intelli - la semaine dernière, j’ai eu une toire de ces deux nations, on ne peut que vous avez fait pour le pays, les course au maillot jaune de l’Europe gente que nous autres, car pour avoir agréable surprise où les paradoxes s’empêcher de faire le parallèle vrais héros sont vite oubliés, on le sait «en vieux vélo», d’un Monsieur travaillé avec eux, je peux vous dire s’entremêlaient joyeusement, sans entre «ces deux pays et ses deux bien. «plus» qui donnait le treizième qu’il y a de l’industrie lourde et pas pour cela être antinomiques, je vous roses». Il ne parle pas d’histoires parasites mois, voir le quatorzième, puis d’au - que du soleil) et les autres pays… l’accorde. Et pourtant… Et à tous ceux qui connaissent un ou folkloriques, non! Ce sont là des tres les retiraient et ce, de façon in - Sans commentaires. Les vélos sont (Entre nous, ils font exactement la peu d’histoire, dans l’article de Mr faits, rien que des faits, sauf que constitutionnelle. De ces retraites encore plus vieux… même chose en France, ce qui est Pedro da Nóbrega, ils ne peuvent notre histoire, on nous la vole, tout non financées (depuis quand avons- Faire comme en France, Mr Giscard drôle cette fois, c’est qu’ils sont de qu’approuver, ou alors on a perdu comme pour le reste d’ailleurs. Nous nous cotisé?), il ne fallait pas pren - d’Estaing, «un bon Président», Mr la même couleur, pour ce qui est des quelque chose en route, c’est sûr!? restons toujours et encore dans cette dre la législation et le Code civil Chirac un bon Président, Mr…. odeurs?) Leurs finalités restant la Ha! Cette mémoire collective… passivité et cet engouement pour le français. Un bon Président… Mitterrand. même… Le pouvoir… Je viens donc, en toute objectivité et «bouche à oreille» et à nous de De ces crédits accessibles à tous et Il y avait une vraie parallèle entre ces Une certaine presse française, fusti - sans aprioris aucune, appuyer cet ar - croire tout ce que l’on dit, comme si à tout, même à la grand-mère qui deux hommes là, sauf que la petite geant un homme politique comme ticle, qui me paraît plein de bon c’était parole d’évangile. n’avait pas de revenus, il faut vous «droite rosacée», c’était lui, et il faut notre ami François, il y a quelque sens et va certainement déchainer En tant que Portugais dit moyen, dire que maintenant, elle n’en a tou - bien nous l’avouer… je ne sais pas temps et tous ces articles au jour le les foudres d’une foule et d’un pays voire d’un «François», moyen soit-il, jours pas. Elle doit de l’argent tout par contre, si il en était conscient. jour sur Mr Soares, plus encomias - bien trop statique et ne sachant que dans les deux cas, «le degré de mé - simplement… «Et pour finir et coller un peu à l’ac - tiques les uns que les autres et qui mettre des sparadraps là où il faut connaissances générales s’ap - Depuis quand fallait-il distribuer des tualité française d’aujourd’hui, juste me laissent comme un goût amer au de vrais remèdes. plique» faut-il encore se remettre en gourmandises si ce n’est pour mieux un petit mot «au nom de la liberté, fond de la gorge. Juste une chose, si je puis en aparté question… nous les reprendre? Etions-nous de l’égalité, de la fraternité et retire J’avoue que je ne voulais pas être a l’intention du héros: Légion Verde Est-il le seul à avoir une vue holis - prêts pour le déferlement? On peut les doigts de ton nez». Je revendique l’élément perturbateur de ces hom - intégrée à la Légion Azul (couleur des tique, un certain sens de l’analyse et sérieusement se poser la question, pour chacun d’entre nous, la possi - mages panégyriques, aussi élogieux chemises falange Espagnol 250ème de ces faits et méfaits? peut-ont se prévaloir de cela? bilité d’embaucher des employeurs soient-ils, mais il faut bien l’avouer, régiment pour les premiers). Merci Mr Pourtant nous avons tous vu les dé - J’en ai pour preuve, la Grèce, l’Es - fictifs… Surtout à ces prix-là.

PUB

LusoJornal. Le seul hebdomadaire franco-portugais d’information | Édité par: CCIFP Editions SAS , une société d’édition de la Chambre de commerce et d’industrie franco-portugaise. N°siret: 52538833600014 | Represéntée par : Carlos Vinhas Pereira | Directeur : Carlos Pereira | Collaboration : Alfredo Cadete, Angélique David-Quinton, António Marrucho, Céline Pires, Clara Teixeira, Cindy Peixoto (Strasbourg), Conceição Martins, Cristina Branco, Dominique Stoenesco, Eric Mendes, Gracianne Bancon, Henri de Carvalho, Inês Vaz (Nantes), Jean-Luc Gonneau (Fado), Joaquim Pereira, Jorge Campos (Lyon), José Paiva (Orléans), Manuel André (Albi) , Manuel Martins, Manuel do Nascimento, Marco Martins, Maria Fernanda Pinto, Mário Cantarinha, Mickaël Fernandes, Nathalie de Oliveira, Garcia, Padre Carlos Caetano, Ricardo Vieira, Rui Ribeiro Barata (Strasbourg), Susana Alexandre | Les auteurs d’articles d’opinion prennent la responsabilité de leurs écrits | Agence de presse : Lusa | Photos : António Borga, Luís Gonçalves, Mário Cantarinha, Tony Inácio | Design graphique : Jorge Vilela Design | Impression : Corelio Printing (Belgique) | LusoJornal. 7 avenue de la porte de Vanves, 75014 Paris. Tel.: 01.79.35.10.10 . | Distribution gratuite | 10.000 exemplaires | Dépôt légal: février 2017 | ISSN 2109-0173 | [email protected] | lusojornal.com Le 08 février 2017 POLÍTICA 03

Augusto Santos Silva e Luís Filipe Castro Mendes Aprender Governo lança política comum de divulgação português pela cultural no estrangeiro internet: apresentação da Plataforma “Português Mais Perto”

O Ministro dos Negócios Estrangei - ros, Augusto Santos Silva, e o Secre - tário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, es - tiveram presentes na sessão de apre - Ministros da Cultura e dos Negócios Estrangeiros sentação da Plataforma “Português Mais Perto”, que decorreu no dia 7 Lusa / Tiago Petinga de fevereiro, já depois do fecho desta edição do LusoJornal, no Auditório Os Ministérios da Cultura e dos Negó - disse o Ministro da Cultura, Luís Filipe em Banguecoque, e as que realizam que 44 deles estão fora da Europa e do Instituto Camões. cios Estrangeiros vão coordenar em Castro Mendes, durante a apresenta - as suas próprias atividades de inter - estão no Magrebe e no Médio Oriente, A Plataforma “Português Mais Perto” conjunto a política estratégica de pro - ção pública do programa. nacionalização, caso de uma digres - estão na África Subsariana, estão na constitui uma nova ferramenta para o moção da cultura portuguesa no es - O governante adiantou ainda que ha - são do Teatro de São Carlos, ou de América Latina, estão na América do ensino e a aprendizagem da língua trangeiro, tendo previstas já para este verá uma reserva financeira consti - uma digressão internacional do Teatro Norte, estão na Ásia Central, estão na portuguesa, reunindo dezenas de ano cerca de 1.300 iniciativas em 75 tuída por 10% do orçamento da D. Maria II, por exemplo, que estará Ásia Pacífica, porque é essa dimensão aulas interativas. países, foi anunciado na semana pas - totalidade dos organismos envolvidos. no Festival de Avignon”. global da língua portuguesa que se Concebida como um apoio às famí - sada. “A globalidade dos organismos tem Segundo o Ministro dos Negócios Es - constata e é a dimensão global das lias, na sua esfera educativa, esta Pla - A ação cultural externa vai envolver que dar 10% para a internacionaliza - trangeiros, Augusto Santos Silva, culturas que se exprimem em portu - taforma permite uma experiência de todos os organismos e serviços públi - ção e é isto que chamamos reserva fi - passa a haver também a obrigação de guês que nós devemos também valo - estudo orientada para a aprendiza - cos com atuação internacional nas nanceira constituída para a ação vários outros serviços, alguns de pro - rizar”, afirmou. gem individual e autónoma do aluno, áreas da cultura e será coordenada cultural externa”, explicou o Ministro moção da economia portuguesa e do O programa de ação externa 2017 vai e será complementada, numa se - pelo Instituto Camões, na alçada do da Cultura. turismo português, de incluírem nas permitir incentivos financeiros para gunda modalidade, com a possibili - Ministério dos Negócios Estrangeiros, Luís Filipe Castro Mendes especificou suas atividades a dimensão cultural apoiar, por exemplo, atividades de tra - dade de apoio de um tutor. e pelo Gabinete de Estratégia, Planea - que isto “não quer dizer que cada en - de promoção da cultura portuguesa. dução e ilustração de autores portu - A Plataforma destina-se, sobretudo, a mento e Avaliação Culturais, do Minis - tidade seja obrigada a dar 10%, umas Para Augusto Santos Silva, mais do gueses no estrangeiro, bem como a auxiliar as crianças e os jovens que tério da Cultura. podem dar mais, outras podem dar que as iniciativas previstas, “o que é tradução de obras portuguesas. iniciaram o percurso educativo em “Trata-se de integrar, articular e coor - menos”, mas o bolo final terá que per - mais relevante é o seu alcance geo - No âmbito dos incentivos estão con - Portugal e que, em virtude da emigra - denar, e pôr sob uma estratégia fazer aquele valor. gráfico”, porque é “praticamente em templados os prémios instituídos por ção temporária dos seus pais, resi - comum as ações que o Estado portu - Entre estas entidades, o governante todo o mundo que se realizarão em Portugal, como o Prémio Camões e o dem no estrangeiro, mas que ainda guês ou agentes culturais, com o distinguiu “dois tipos de entidades: as 2017 ações de promoção da cultura Prémio Luso-Espanhol de Arte e Cul - têm no seu horizonte o regresso ao apoio do Estado, realizam no estran - que apoiam agentes culturais - como portuguesa”. tura, a que se acrescenta o novo Pré - sistema escolar português. As crian - geiro com vista à promoção, divulga - a Direção-Geral das Artes - a fazer ini - “Nós temos 75 países cobertos, 31 mio Luso-Brasileiro de Literatura ças e os jovens de origem portuguesa ção, difusão da cultura portuguesa”, ciativas no estrangeiro, o caso de Vhils dos quais na Europa, o que quer dizer Infanto-Juvenil. escolarizados no estrangeiro, para os quais foi criada a oferta de Português Língua de Herança, constituem, tam - bém, um alvo desta nova ferramenta PSD interroga Governo sobre repercussões de aprendizagem. “Trata-se, assim, de mais um instru - do acordo para a troca automática mento, flexível e adaptado aos con - textos familiares e pessoais, que visa garantir que a língua portuguesa e, de informações financeiras portanto, a identidade nacional per - Os deputados do PSD eleitos pelos ção dos mecanismos de cooperação texto do P SD. dar os esclarecimentos necessários a maneçam vivas entre todos os portu - círculos da emigração apresentaram internacional e de combate à evasão Para o PSD, as normas que entraram todos os Portugueses que residem no gueses, onde quer que estejam” diz uma pergunta ao Governo sobre as fiscal. em vigou no dia 1 de janeiro “irão estrangeiro e que terão este ano de uma nota do MNE enviada às reda - repercussões para as Comunidades Ao mesmo tempo foram, definidas também abranger os muitos milhares declarar ao fisco os bens que pos - ções. portuguesas do acordo para a troca também novas regras sobre a obriga - de Portugueses que residem no es - suem no estrangeiro. Até ao mo - Esta não é a primeira plataforma de automática de informações financei - toriedade de cumprimento de nor - trangeiro, nomeadamente, aqueles mento não houve qualquer avanço ensino à distância que o Governo ras que entrou em vigor no passado mas de comunicação e diligência que estão radicados na Suíça e nou - neste sentido não sendo conhecida apresenta. Aliás já uma plataforma dia 1 de janeiro no espaço europeu devida em relação a contas finan - tros países europeus, sendo funda - qualquer iniciativa do Governo portu - criada com a mesma Porto Editora foi demonstrando a sua preocupação ceiras qualificáveis como sujeitas mental que estejam plenamente guês que vá no sentido de informar apresentada com pompa e circuns - pela falta de informação que existe a comunicação de titulares ou be - cientes das novas regras e daquilo os nossos compatriotas que residem tância pelo então Secretário de Es - sobre o mesmo e apelando, como neficiários residentes noutros Esta - que elas implicam para o futuro em fora de Portugal”. tado, também Socialista, António tal, para que o Governo possa levar dos-Membros da União Europeia termos de fiscalidade”. Os Deputados do PSD eleitos pela Braga. Nos primeiros meses chega - a cabo uma campanha de informa - ou em outras jurisdições partici - No caso concreto da Suíça, os dados emigração - Carlos Gonçalves, Carlos ram mesmo a ser anunciadas milha - ção para todos os Portugueses que pantes. bancários poderão ser recolhidos a já Páscoa e José Cesário perguntam ao res de inscrições (anunciaram-se residem no estrangeiro sobre os efei - “Com estes novos procedimentos, em 2017 e, a partir de 2018, as au - Governo: “Está o Ministério dos Ne - cerca de 4.000 inscritos), mas o pro - tos fiscais d este novo acordo. pretende-se promover um maior alar - toridades fiscais suíças irão receber, gócios Estrangeiros a acompanhar jeto acabou por ser esquecido dois O Decreto-Lei nº 64/2016, de 11 de gamento no acesso e troca automá - automaticamente, dos países da esta situação tendo em conta os inte - anos depois. outubro, veio estabelecer novas re - tica de informações para finalidades União Europeia informações sobre as resses das Comunidades portuguesas A Plataforma “Português Mais Perto” gras sobre o regime de acesso e troca fiscais sobre dados de contas finan - contas dos clientes de bancos euro - residentes no estrangeiro?” e “Nesse resulta da colaboração entre uma edi - automática de informações financei - ceiras, tomando como base a norma peus que vivam no país. Por isso, sentido, está a preparar alguma cam - tora nacional, a Porto Editora, e o Ca - ras no domínio da fiscalidade, defi - mundial única desenvolvida pela Or - para os Deputados do PSD, “é impor - panha de informação sobre este tema mões, IP. nindo, por um lado, as regras ganização para a Cooperação e De - tante que se possa fazer uma cam - que permita esclarecer as dúvidas complementares para a implementa - senvolvimento Económico” diz o panha de informação que permita que possam surgir sobre este tema?” lusojornal.com 04 COMUNIDADE Le 08 février 2017

Comunidade não aprecia atuais instalações Lusodescendente António A Mairie de Nantes vai propor espaço alternativo Castelbranco para serviços consulares portugueses é candidato à Câmara de Abrantes

Lusa / Tiago Petinga

O arq uiteto António Castelbranco, A Mairie de Nantes vai propor espaços des Portuguesas, José Luís Carneiro, Governo a admitir a colocação, no fu - gueses daquela região tiveram de se nascido em Paris há 53 anos, é o alternativos para o Posto consular por - reuniu-se com a autarca de Nantes, Jo - turo, de uma mesa eleitoral. deslocar 400 quilómetros para votar, candidato do PSD à Câmara de tuguês naquela cidade, com dois fun - hanna Rolland, e disse à Lusa ter rece - “Com a qualificação das condições fí - em Paris. Abrantes nas eleições autárquicas cionários, que deverá sair até ao final bido a garantia de que as autoridades sicas do Consulado e com a garantia de O posto consular de Nantes foi encer - a realizar este ano, propondo-se do ano das instalações atuais, disse o locais francesas irão propor dois ou três que todos os Partidos políticos têm con - rado em 2014 e, desde então, funciona “abrir Abrantes ao Mundo”. Secretário de Estado das Comunidades espaços alternativos para a colocação dições para integrar a mesa eleitoral, há naquela cidade uma presença consular Em declarações à Lusa, o arqui - Portuguesas. dos serviços consulares, cabendo de - toda a disponibilidade do Governo para com dois funcionários que, no ano pas - teto de Abrantes e professor na Os serviços consulares de Portugal em pois ao Estado português escolher o que seja um local a receber uma mesa sado, realizaram 4.000 atos consula - Faculdade de Arquitetura de Lis - Nantes, que servem uma população de local. eleitoral”, no futuro, acrescentou José res. boa, disse que, com esta candida - 10 mil portugueses, já funcionam num Portugal paga “uma pequena renda” ao Luís Carneiro que foi a Nantes com o Durante a deslocação a Nantes, o Se - tura, defende para Abrantes “uma espaço do município francês, que será município de Nantes pelas instalações Cônsul Geral António Moniz. cretário de Estado reuniu-se também maior abertura para o mundo, sujeito a obras até ao final deste ano. atuais e o objetivo é que o próximo es - Até aqui, depois do encerramento do com representantes de associações de para as oportunidades que nos es - O Secretário de Estado das Comunida - paço tenha melhores condições, com o Vice-Consulado de Nantes, os Portu - emigrantes e de empresas. peram quando temos coragem, vontade e imaginação”, tendo lembrado que “Abrantes já foi assim”. António Castelbranco, que as - Gabinete de Apoio ao Emigrante começou sume-se como “uma pessoa forte - mente ligada às problemáticas a funcionar na Lousã ambientais e à necessidade de se O Gabinete de Apoio ao Emigrante e In - dando-o na resolução dos diferentes cado a Câmara da Lousã, presidida pelo utilizadores”. pensar no planeta de uma forma vestidor da Diáspora começou a funcio - problemas com que se depare e pres - socialista Luís Antunes. “Sempre que Quem tiver necessidade, pode recorrer global”, fez notar que, “no pas - nar este mês, na Lousã, ao abrigo de tando ainda apoio no seu regresso e necessário, o Gabinete de Apoio ao à plataforma Skype (utilizador: Gabi - sado, Abrantes deu grandes ho - um Protocolo firmado entre a Câmara reinserção” na sociedade portuguesa. Emigrante e Investidor da Diáspora pro - nete de Apoio ao Emigrante - Lousã) ou mens ao mundo e, talvez um dos Municipal e a Direção-Geral dos Assun - Será prestado “um serviço gratuito, efi - move o encaminhamento dos utentes à página no Facebook “Lousanenses seus maiores nomes, tenha sido tos Consulares e Comunidades Portu - ciente, atencioso e de proximidade aos para outras entidades e instituições que pelo Mundo - Gabinete de Apoio ao aquele que, de facto, deu início à guesas (DGACCP). cidadãos” que desejem emigrar e possam auxiliar na resolução de assun - Emigrante - Lousã”. globalização: Francisco de Al - Instalado pela autarquia, na sequência àqueles “que já regressaram ou que tos da sua competência”, adianta. "Foi também disponibilizado um for - meida, o primeiro Vice-Rei da do acordo assinado em setembro, o Ga - estão a pensar regressar definitiva - Pretendendo que o serviço prestado mulário que permite o registo dos Índia”. binete “prestará serviço gratuito ao emi - mente ao país de origem, ajudando-os “seja ágil e eficiente”, a Câmara Muni - utentes e o agendamento de atendi - “Nos últimos anos, o concelho de grante, residente ou não em Portugal, na sua reintegração e informando-os cipal disponibilizou “diversas ferramen - mentos presenciais ou ‘online’”, se - Abrantes perdeu dezenas de mi - bem como aos seus familiares, aju - dos seus direitos”, refere em comuni - tas para facilitar o atendimento dos gundo a nota. lhares de habitantes mas, o que é mais grave, é que temos perdido jovens. Jovens que foram para Lis - boa e para o estrangeiro e nós pre - cisamos deles em Abrantes. Lei da Nacionalidade para netos de Todavia, estes jovens só voltarão se lhes dermos oportunidades, se lhes dermos apoio e se lhes der - Portugueses emigrados volta a ser debate mos esperança. E, é exatamente A finalização do processo de regula - cionais”, afirmou José Luís Carneiro. PSD e BE para que os projetos aguarda regulamentação, que deve - isto que tem faltado no nosso con - mentação da Lei da Nacionalidade Segundo o Secretário de Estado, a sejam discutidos na comissão parla - ria ter sido apresentada em finais de celho”, vincou. vai permitir aos Portugueses no Brasil possibilidade de ser atribuída nacio - mentar de Assuntos Constitucionais, agosto passado. “É muito impor - Natural de Paris e com 53 anos de verem reconhecido o direito à nacio - nalidade portuguesa aos netos é um Direitos, Liberdades e Garantias tante que esta matéria seja tão con - idade, António Castelbranco é o nalidade dos netos de cidadãos na - “objetivo de sde há muito desejado foram aprovados por unanimidade. sensual quanto possível, porque é nome em quem os sociais-demo - cionais, disse à Lusa o Secretário de por parte dos Portugueses que vivem No debate das iniciativas, ambas as uma matéria de grande importância cratas de Abrantes apostam para Estado das Comunidades Portugue - e têm as suas vidas hoje estabeleci - propostas mereceram críticas dos e sensibilidade”, afirmou José Luís “conquistar a Câmara Municipal”, sas. “Como prometeu e como assu - das no estrangeiro”. grupos parlamentares do PS, PCP e Carneiro. gerida, quase sempre, por execu - miu este compromisso desde o início No entanto, o Parlamento iniciou na CDS-PP, apesar de, em alguns aspe - O Secretário de Estado disse tam - tivos de maioria socialista. das suas funções o Governo e, no - semana passada o debate para alte - tos, haver abertura dos Partidos para bém estar convencido que todos vão A apresentação oficial do candi - meadamente, o Ministério da Justiça rações à Lei da Nacionalidade, com aprofundar a discussão, que será contribuir para que a “iniciativa do dato do PSD à Câmara Municipal está a finalizar o processo de regula - o PSD a propor a eliminação da agora feita na primeira comissão. Ministério da Justiça seja colocada de Abrantes vai decorrer no sá - mentação da Lei da Nacionalidade “efetiva ligação à Comunidade” Em maio de 2015, PSD/CDS-PP e o mais rapidamente possível em bado, às 11:00, na sede do par - que vai permitir aos portugueses das para netos de Portugueses, e o PS aprovaram um diploma que alar - prática e possa responder às legíti - tido. Comunidades, nomeadamente à co - Bloco de Esquerda a sugerir cidada - gou a possibilidade de aqu isição da mas expetativas daquele que tendo munidade do Brasil, ver reconhecido nia portuguesa para crianças nasci - nacionalidade portugue sa originária ascendentes portugueses esperam o legítimo direito à nacionalidade por - das em Portugal. aos netos de Portugueses nascidos ver reconhecida também a sua na - tuguesa dos netos de cidadãos já na - Os requerimentos apresentados por no estrangeiro. No entanto, a lei cionalidade”. lusojornal.com Le 08 février 2017 COMUNIDADE 05

Vítima de cancro Peça de Morreu Joaquim Pires, professor de língua e cultura teatro vai portuguesa na APCS de Pontault-Combault apresentar Por Carlos Pereira mento de Portugal, até ao 25 de abril. touradas “Utilizávamos uma espécie de metá - e cante Morreu na semana passada, em Lis - fora. O espetáculo começava com os boa, o antigo professor de português alunos mais pequeninos e depois, à alentejano da Associação Portuguesa Cultural e medida que Portugal crescia, os ato - em Paris Social de Pontault-Combault (77) e res/alunos também iam crescendo” cofundador do Instituto Lusófono, explicava o professor. Joaquim Pires. Morreu vítima de Joaquim Pires também esteve impli - doença prolongada. cado no grupo coral da associação. Desde 1981 que Joaquim Pires - o “É importante dar a conhecer as Quim, como era conhecido - ensi - canções de intervenção, com men - nava a língua, a história e a litera - sagens” dizia. tura portuguesa na APCS de E era uma das peças da Festa Pontault-Combault e na MJC de Franco-Portuguesa que a associação Torcy. organiza todos os anos. Joaquim Pires era animador socio - A doença tinha-o afastado das APCS cultural e organizou durante alguns e das aulas de português, tendo sido anos, intercâmbios juvenís e cam - substituído por Débora Arruda, a A companhia Rêves Lucides vai apre - pos de férias em Portugal. É fre - atual professora-coordenadora da sentar “La Dernière Corrida”, uma criação teatral com cante alentejano, quente encontrar jovens adultos que LusoJornal / Carlos Pereira associação. dizem ter descoberto Portugal gra - Apesar de o saberem doente, os di - no teatro La Croisée des Chemins, em ças aos campos de férias que Joa - sitânia, Minha Terra”, “Histórias Ver - tante mostrar a história de Portugal rigentes e os membros da associa - Paris, de 23 de fevereiro a 7 de abril. quim Pires enquadrou. dadeiras para Bisnetos” e “Resistên - do que ensinar a história de Portugal” ção ficaram consternados com a O espetáculo pretende transmitir “a Também se destacou enquanto pe - cia” são apenas algumas das peças dizia Joaquim Pires. A primeira peça notícia da morte de Joaquim Pires e alma do Alentejo” através de cantos dagogo. Utilizou o teatro como su - que escreveu e que depois encenou que escreveu e encenou chamava-se alguns dos seus dirigentes, como o como “Não quero que vás à monda” porte pedagógico para o en sino da com os alunos. “Um Povo, Uma História”. A peça co - Presidente Mário Castilho e o Vice- ou “É tão grande o Alentejo” e de língua e da cultura portuguesa. “Lu - “Eu achei que era muito mais impor - meçava no século 12, com o nasci - Presidente Cipriano Soares. uma “tourada simbólica”, disse à Lusa o encenador, Carlos Balbino. “Cantamos mais sobre a vida do Alentejo e as músicas mais emble - Opinião de Helena Batista (AMELP) máticas porque é a alma do Alentejo que nós estamos a apresentar através Carta Aberta aos nossos Governantes da tourada, porque a tourada, final - mente, nunca a chegamos a ver. Vemos é a vida à volta da tourada, Emigrantes Lesados do BES/Novo o pão que o país que os viu nascer Recentemente, um grupo de Lesa - pedido de mediação entre a AMELP mas sempre com um olhar alente - Banco, enganados por Cavaco, Pas - lhes negou. Muitos deles vieram a dos que se autoproclama o “ELI” e o Novo Banco endereçado pela en - jano que é um olhar um bocado es - sos e Portas, não queremos ser en - salto, fugindo do fascismo, salaza - acaba de ser criado em Paris, com tidade mediadora CMVM, pedido pecífico”, explicou o também ator e ganados por Marcelo e Costa. rismo, mas sobretudo da miséria. Vi - objetivo de organizar ações de luta que entrou no Novo Banco no dia cantor. Onde estão as promessas do dia 11 veram em condições precárias e para atrair a atenção dos nossos go - 11 de janeiro e que até hoje se en - Carlos Balbino, que veio para Paris de junho de 2016, no antigo bairro indignas! Eram os “refugiados de vernantes. Mesmo se a AMELP se contra sem resposta! em 2011 para terminar os estudos de de lata em Champigny-sur- Marne? outrora” e hoje sentem-se discrimi - desmarca de todo o tipo de violên - Devolvam a dignidade a estas famí - teatro na École International de Théâ - Onde está a justiça? Três anos, nados, roubados e quando a socie - cia, temos de admitir que estas pes - lias, apaguem esta mancha negra na tre de Jacques Le Coq, quis levar ao desde a resolução do BES, no dia 3 dade fala deles é quase como se soas têm razão. emigração, antes que seja tarde de - palco o cante alentejano e o tema das de agosto de 2014, que as pessoas fossem pestiferados! Quando são Os dirigentes da AMELP têm vindo mais. touradas depois de o primeiro espe - esperam. Neste intervalo de tempo eles as vítimas que confiaram no a alertar as entidades envolvidas e o Façam a vossa parte, não se trata só táculo da companhia, “L’Architecte mais 6.000 famílias voltaram a ser país e foram levados por gestores e Representante nomeado pelo Go - de fazer justiça por e para alguns, des Rêves”, em 2013, ter recorrido enganadas sem que ninguém fi - banqueiros desonestos. verno, o Doutor Diogo Lacerda Ma - mas trata-se também de dar uma ao canto polifónico russo numa peça zesse nada senão deixar-se enga - Senhores Deputados, Senhor Secre - chado, para o facto de não nova confiança a todo um sistema sobre a sociedade russa durante a nar… outra vez! tário de Estado das Comunidades, podermos conter o desespero das fa - financeiro e banqueiro completa - construção dos Jogos Olímpicos de E até hoje nada foi feito pelas 2.000 Senhor Presidente da República, mílias por muito mais tempo. mente descredibilizado com os Inverno. outras famílias que recusaram ser Senhor Primeiro Ministro, Senhores O Governo e o Presidente da Repú - acontecimentos dos últimos anos. E “A Última Tourada” foi escrita pelo enganadas uma segunda vez. Governantes de uma forma geral, blica devem pressionar o Novo esta confiança passará sempre por francês Xan Reinosa, a partir da ideia Ninguém fez nada por estas pessoas devolvam a dignidade a estas famí - Banco para que este aceite vir à ações, decisões e medidas tomadas do encenador português que se ins - honestas que sofreram para procurar lias antes que seja tarde demais. mesa das negociações. Foi feito um pelos poderes governativos. pirou na demolição da arena de Cas - cais, onde viveu, porque, “mesmo não sendo um aficionado de toura - PUB PUB das, foi duro assistir à destruição de um edifício simbólico”. Em palco, há apenas três atores-can - tores, Carlos Balbino, Aline Boucraut e Clémentine Savine, que falam em francês e cantam em português, fa - zendo “um teatro mais do imaginário, mais físico” e uma “recriação do canto alentejano”. A companhia de teatro quer levar “A Última Tourada” a Portugal e “dar a volta a França”, enquanto o grupo de cante alentejano vai ser acompa - nhado, nos próximos 10 dias, em atuações “em frente ao Sacré Coeur, à Torre Eiffel” para a criação de um documentário do realizador Tiago Pe - reira, fundador do projeto “A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria” que, desde 2011, se tem dedicado à recolha e gravação de música popu - lar e tradicional em Portugal.

lusojornal.com 06 EMPRESAS Le 08 février 2017

À Cournon d’Auvergne SIRHA confirmou Les Saveurs du Portugal au salon ViniDôme crescimento da Balanças Marques em França

LusoJornal / Céline Pires

Par Céline Pires impossible de se tromper, José, Nico - licieuses dégustations, conquise je nomique de la ville d’Orcet (63). «La A Balanças Marques faz um exce - las et Pierre, des jeunes qui depuis 10 suis repartie avec une bouteille. carte des vins des côtes d’Auvergne lente balanço da sua participação Le 26 ème Salon ViniDôme a eu lieu à ans font découvrir des produits portu - Contrairement aux idées reçues, une marche très bien», me dit-elle. na SIRHA, que se realizou de 21 a la Grande Halle d’Auvergne à Cournon gais, des vins régionaux, blanc, rosé, des premières appellations d’origine Dans les montagnes volcaniques, il y 25 de janeiro, em Lyon. d’Auvergne, du 3 au 6 février, un ren - rouge, le Porto et de l’huile d’olive. est portugaise (DOC au Portugal) est a le Boudes, le Chanturgue, le Châ - A SIRHA não podia ter corrido me - dez-vous attendu par tous les Auver - «Madame, Monsieur, venez déguster celle du Porto. Elle date de 1756! Il teauguay, le Corent, les cépages uti - lhor para a empresa do Grupo gnats. Avec quatre jours et plus de nos vins portugais» dit Pierre. «Ah! Du ne s’agissait, à l’époque, que d’une lisés sont le Chardonnay pour le José Pimenta Marques. Durante 360 exposants, il attire plus de Porto»! s’exclame un amateur de vin. délimitation géographique des vignes blanc, le Gamay pour le rosé, mais os cinco dias de duração desta 50.000 visiteurs chaque année. Pierre m’explique que le vin de Porto pouvant produire le vin de Porto. aussi le Pinot noir. Dans le Bourbon - que é uma das maiores e mais im - C’est le 6ème événement viticole vient directement du propriétaire ré - Au Terroir du Portugal, on y découvre nais, on peut apprécier le Saint-Pour - portantes feiras mundiais dedica - grand public de France qui a ouvert coltant de Quinta de Santa Eufémia. aussi des vins de la vallée du Douro, çain rouge, cépage Gamay et Pinot das à restauração e hotelaria, o ses portes pour le plus grand plaisir C’est une exploitation familiale cente - de la Coopérative de viticulteurs et noir, rosé Gamay et blanc Chardon - stand da Balanças Marques rece - des visiteurs venus de toute la région naire dans le cœur du Haut Douro. d’oléiculture de Freixo de Numão, du nay, Sauvignon et Tressallier, un cé - beu inúmeros visitantes, tendo renouveler leur cave, découvrir de Les chalands découvrent le vin de district de Guarda (au nord du Portu - page local. sido estabelecidos diversos con - nouveaux produits de la gastronomie, Porto Ruby pour la première fois, par - gal), ainsi que l’huile de Trás-os- Tandis que le producteur se dit ravi tactos promissores com potenciais les fromages et passer un moment fois méconnu du grand public, ce vin Montes. de pouvoir vendre ses vins sur un novos clientes. agréable autour des plaisirs de la est jeune, fruité, riche, intense, porté A ViniDôme on peut trouver des viti - circuit court. ViniDôme c’est un “A SIRHA correu muito bem, table. sur les fruits rouges et noirs, avec des culteurs venus de toutes les régions salon plein de rencontres, qui rap - tendo ultrapassado mesmo as Pas besoin de faire le tour du salon, notes d’épices contrairement au Porto de l’Hexagone, proposant leurs pro - pelle que la viticulture au Portugal nossas melhores expectativas”, re - je découvre une échoppe sur l’allée A Tawny, plus patiné, évolué, avec des ductions. Dans les allées des vins ré - est riche par son histoire et ses va - vela Rafael Barbosa, Diretor Co - «Terroir du Portugal». Drapeau portu - notes boisées, épicées et des arômes gionaux d’Auvergne, j’y rencontre riétés, et que le vin Auvergnat qui mercial da empresa em França. gais affiché, saucisse de salpicão, dé - de fruits séchés prenant le pas au fil une sommelière venue étoffer la est en pleine expansion, a beau - “Fizemos imensos contactos extre - gustation d’huile d’olive sur du pain, du vieillissement du vin. Après ces dé - carte des vins d’un restaurant gastro - coup d’avenir devant lui . mamente interessantes, de poten - ciais novos revendedores, o que nos abre ótimas perspectivas de continuarmos a crescer num mer - La CCILF organise un séminaire sur cado tão fundamental como o francês”. De facto, uma das ideias resultantes da presença na SIRHA «Investir au Portugal: quelles opportunités é a de que a empresa e os seus produtos estão a conquistar es - pour les entreprises françaises» paço neste mercado tão apetecível quanto difícil. “Temos sentido, de A l’occasion des 130 ans de la Cham - avec plus de 750 entreprises implan - que la CCILF organise cet atelier qui Commerce et d’Industrie Luso-Fran - feira para feira, um interesse cada bre de Commerce et d’Industrie Luso- tées qui réalisent un chiffre d’affaires permettra aux participants «d’avoir les çaise (CCILF), Laurent Marionnet, vez maior pelos nossos equipa - Française (CCILF) basée au Portugal, de 9,5 milliards d’euros et emploient clés d’accès au marché» à travers des Directeur Général de la CCILF, Phi - mentos e o feedback que nos é l’association organise à Paris, une ac - près de 60.000 salariés. thèmes suivants: «Les atouts pour un lomène Dias, Directrice Adjointe de transmitido nestes momentos tion de promotion du Portugal, intitu - Selon la CCILF, le Portugal offre de investisseur», «Les démarches et la rè - la Direction Commerciale et Corpo - pelos nossos atuais revendedores lée «Investir au Portugal: quelles nombreux atouts, parmi lesquels la glementation» et «Le partage d’expé - rate de l’AICEP Portugal, José e os seus clientes tem sido o me - opportunités pour les entreprises fran - proximité géographique et culturelle, riences d’entrepreneurs français». Duarte, PDG de Effigest - Stratégie lhor”, acrescenta Rafael Barbosa. çaises», suivie d’un déjeuner entre une main-d’œuvre qualifiée, une fis - Un déjeuner clôturera la matinée et et Expertise Comptable, Manuel da De forma esperada, a balança chefs d’entreprises. calité attractive, des infrastructures permettra un échange entre chefs Silva Gomes, Associé Senior de BM5 XS, um dos mais recentes L’évènement aura lieu le jeudi 2 de qualité, un contexte politique et d’entreprises français et portugais. Il PLMJ - Sociedade de Advogados, equipamentos da Balanças Mar - mars, dans les locaux de la CCI Paris, économique stable. Le Portugal est sera présidé par Pierre Debourdeau, RL, Abdelkader Mouloudji, Direc - ques a chegar a França, centrou place de la Bourse. Y seront présents également reconnu pour son savoir membre de la CCILF, et Président des teur de Développement de IAD Por - as principais atenções dos visitan - des experts du marché, des chefs faire industriel dans les secteurs tradi - Conseillers du Commerce Extérieur, tugal, Hélio Pereira, Directeur tes de entre as várias soluções de d’entreprises français ayant déjà in - tionnels (maroquinerie et chaussure, et par l’Ambassadeur du Portugal en Régional et du Négoce International pesagem e sistemas de POS apre - vesti au Portugal, ainsi que des repré - textile, céramique et métallo-méca - France, José Filipe Moraes Cabral. de CGD France, Géraldine Dussau - sentadas pela empresa. sentants de la CCILF. nique) et certains secteurs de pointe Selon le programme de l’évènement, bat, Responsable de la Délégation La France est le premier investisseur (moules, plasturgie, aéronautique, vont intervenir, le Président de la de la CCILF à Porto, ainsi que San - au Portugal. La présence française au électronique). CCI Paris Ile de France, Carlos tiago Fornaguera, Gérant de Delia - Portugal ne cesse de se renforcer C’est dans ce «contexte favorable», Aguiar, Président de la Chambre de Pack, Lda. lusojornal.com Le 08 février 2017 CULTURA 07

Músico algarvio mora em Paris desde 2012 Jazz: Marco Martins Quintet acaba de editar o primeiro álbum “Roadbook” Por Carlos Pereira

Acaba de ser editado em Paris o álbum “Roadbook” do Quinteto de Jazz Marco Martins, que, para além do músico algarvio agora radicado em Paris, integra também Pierre Bernier no saxofone, Florent Souchet na gui - tarra, Benjamin Thiebault no piano, e Simon Bernier na bateria. Antes de chegar a Paris, Marco Mar - tins começou por tocar em grupos de rock e de funk, até que conheceu José Eduardo, o professor que o levou a in - teressar-se pelo jazz. Teve aulas na Fi - larmónica de Faro e continuou a estudar até que surgiu a oportunidade de integrar o Curso de Jazz da Univer - sidade de Évora que concluiu em 2012. “Quando acabei o meu curso, tinha a ideia de sair do país e tinha vontade de conhecer outras coisas. Paris foi Carlos Pinto uma opção muito bonita que se apre - sentou”. A companheira de Marco pausa de um concerto que começa - assim como em Paris, no Sunset e Le do LusoJornal e conheceu o pianista definido, “mas queremos encontrar Martins é a atriz Carolina Santos que ram a tocar jazz. “Ele começou a tocar Disquaires. Júlio Resende na Casa de Portugal alguém que nos represente e tentar foi convidada para fazer uma tourné um standard, eu alinhei com ele, de - Quando o grupo começou a ficar ro - André de Gouveia. “A Casa de Portu - uma tourné em França e na Noruega, de 3 anos com uma companhia fran - pois passou para outro tema, o pú - dado decidiu entrar em estúdio, em gal tem ajudado muito os artistas, onde temos alguns contactos de inte - cesa. “Acabei por vir para Paris com blico começou a interessar-se pelo março do ano passado, mas o disco só acho bom”. Mas não encontrou mui - ressados” disse ao LusoJornal. ela, mesmo se à partida pensava ir que faziamos e ele, surpreendido por acabou por sair no fim do ano. tos artistas portugueses de jazz aqui. Mas continua sempre com “um olho” para Londres, já que conhecia melhor eu tocar jazz, convidou-me a casa dele Desde que deixou o seu Algarve natal “Curiosamente o primeiro concerto em Portugal. “Vou lá sempre que pos - a língua. Mas finalmente foi Paris, e foi assim que tudo começou”. - é de Loulé - em 2012, até hoje, que vi em Paris foi o do Mário Lagi - sível. Ainda este mês de fevereiro vou onde tive que aprender a falar fran - Algum tempo depois, Marco Martins Marco Martins passou por uma fase nha”, sorri. tocar com o José Eduardo e levo um cês” diz a sorrir. mostrou a Florent Souchet alguns dos de adaptação e descoberta da cidade, “Há todo um mar de músicos que baterista francês. Vou matar sauda - “Paris sendo uma cidade cara, temas que tinha composto em Paris. em 2014 dedicou-se ao trabalho de chegam a Paris e os clubes estão com des”. apercebi-me rapidamente que as “O Florent gostou das minhas compo - composição e em meados de 2015, programação cheia. Eu tenho a sorte Reconhecendo que teve “muita minhas economias iam ser poucas sições, mas aconselhou-me a dar-lhes criou o seu próprio quinteto, para lan - de estar cá e de trabalhar com músi - sorte”, diz que encontrou “pessoas e tive que procurar trabalho e pa - mais força”. Em 2014 começou a çar agora o álbum. “Quando começou cos franceses, mas se tivesse que ir e que me apoiaram” como a Casa de ralelamente dar a conhecer a procurar músicos para dar corpo ao a escrever os temas do álbum, sentia- vir, pagar viagens e alojamento, seria Portugal André de Gouveia, o Instituto minha música” explica ao LusoJor - projeto. “Curiosamente, o baterista e se “perdido, à procura de referen - muito complicado” confessa. Camões ou ainda a Municipalidade de nal. Mas na capital francesa não o saxofonista são irmãos, que já co - ciais”. Mas agora diz que, “o que Sobre o olhar dos Franceses, Marco Loulé para a gravação do álbum. faltam músicos de grande quali - nheciam o Florent e muito natural - passou para a música foi outra coisa, Martins confirma que “há ainda uma Com o álbum queria fazer “a ponte” dade. Também há muitos eventos mente nos reunimos, assim como o inspirei-me nas histórias, nas situa - série de clichés dos anos 70 e 80 que entre Portugal e a França. “Não con - artísticos, “o que me obrigou a es - pianista que também veio da parte ções e nas pessoas que fui encon - vão perdurando, mas estamos a lutar segui com os músicos porque são tudar ainda mais e aplicar-me bas - dele”. trando por aqui e há uma música que contra isso, e já há outro olhar sobre Franceses, nem com a equipa téc - tante”. Nasceu assim o Marco Martins Quin - fala do Algarve”. os artistas portugueses”. Diz que por nica, em termos de estúdio, mas Depois... a vida é feita de encontros. teto, em abril 2015. “Primeiro come - Diz que está “muito ligado” ao Al - vezes se admiram de verem um Por - consegui com o trabalho de ima - Conheceu o guitarrista Florent Sou - çámos por criar o repertório, deixar a garve, mas “neste momento não tuguês a tocar jazz, “mas a situação gem”. A companheira Carolina San - chet, que acabou por ser uma peça música amadurecer um pouco, e aliás penso em regressar a Portugal. Há está a mudar muito, até porque há tos tornou-se videasta e fotógrafa, central no seu projeto pessoal. “En - os temas continuam a evoluir, a mú - toda a nostalgia da família e dos ami - muitos lusodescendentes a tocar mú - trabalhou também com um fotógrafo contrei-o num projeto que não tinha sica continua a mudar ainda hoje”. gos, mas por outro lado há a expeta - sica”. português e um designer de Faro e nada a ver com jazz, eles procuravam Seguiu-se uma residência artística no tiva de poder desenvolver trabalho”. Marco Martins trabalhar atualmente “consegui juntar assim duas equi - um baixista, passei a audição e fiquei CAPA, no Algarve, alguns concertos Tenta acompanhar o “mundo portu - na preparação de uma tourné para o pas, porque não esqueço de onde no projeto”. Curiosamente foi numa por ali “para testar o repertório”, guês” em Paris. Diz-se leitor assíduo quinteto. Por enquanto não está nada venho”. Raquel Camarinha ultrapassada por Léa Desandre nos “Victoires de La Musique Classique” A soprano portuguesa Raquel Cama - instrumental, Adelaïde Ferrière ga - vive em Paris desde 2009, onde in - A cantora lírica estreou, entre outras, ao palco em “A Paixão segundo São rinha, que estava nomeada para o nhou na categoria revelação solista terpretou quatro óperas no Théâtre du duas óperas do compositor português João”, de Bach, com a Orquestra XXI, prémio “Victoires de La Musique instrumental, o francês Thierry Es - Châtelet - “Orlando Paladino”, de contemporâneo Luís Tinoco, “Evil de 27 a 29 de abril, na Sé Catedral Classique”, na categoria “Revelação caich venceu o prémio de compositor Haydn, “O Rei Pastor”, de Mozart, Machines” (2008) e “Paint Me” de Viseu, no Teatro Aveirense, em Artista Lírica”, foi ultrapassada pela do ano e o prémio de gravação foi “La Pietra del Paragone”, de Rossini, (2010), “La Passion de Simone”, da Aveiro, e no Centro Cultural de Belém, cantora francesa Léa Desandre. para o disco “Burning Bright”, de Hu - e “Carmen La Cubana” - tinha dito à finlandesa Kaija Saariaho (2014), e em Lisboa. Raquel Camarinha interpretou, na gues Dufour com Les Percussions de Lusa, dias antes do prémio, que, estar “Giordano Bruno”, do italiano Fran - Em França, Raquel Camarinha esteve noite das Victoires, “Giuditta” de Strasbourg. nomeada, constituia “uma honra” e cesco Filidei (2015). no Festival de música clássica Folles Franz Lehár, na cerimónia de entrega Os prémios “Victoires de la Musique” permitia “uma grande visibilidade”. Raquel Camarinha começou os estu - Journées de Nantes na quinta-feira da dos prémios, em Paris, transmitida foram criados em 1986, com o obje - Ainda que esteja “mais especializada dos musicais no Conservatório da semana passada, em Nîmes, dia 23 em direto no canal televisivo France tivo de distinguir os melhores intér - em ópera, no repertório barroco e Póvoa de Varzim, tirou uma licencia - de fevereiro, na Villa Medicis, em 3 e na estação de rádio France Musi - pretes, em França. A área da música clássico”, nomeadamente em Han - tura em Canto na Universidade de Roma, dia 2 de março, na Cathédrale que, tendo sido comparada, pela clássica tem uma cerimónia própria del, Bach, Mozart, Rossini, Donizetti, Aveiro e, em 2009, veio para Paris des Invalides, em Paris, no dia 12 de apresentadora, a Maria Callas. desde 1994, tendo sido premiados Raquel Camarinha também faz reci - onde tirou dois mestrados em Canto abril, e no Thêatre des Champs Ely - O maestro francês Frédéric Lodéon e intérpretes como as sopranos Barbara tais de canção de câmara, com reper - e em Música de Câmara, no Conser - sées, também na capital francesa, em o cantor alemão Jonas Kaufman rece - Hendricks e Natalie Dessay, o tenor tório de ‘mélodie française’ de vatório Nacional Superior de Música junho. beram um Victoire d’Honneur de la Roberto Alagna ou o contratenor Phi - Debussy, Fauré e Poulenc e de ‘lied’ e Dança de Paris, e obteve os Diplo - A cantora está, ainda, a preparar, com Musique, a francesa Marianne Cre - lippe Jaroussky. alemão de Schubert, Schumann, mas de “Artista Intérprete em Canto” o pianista francês Yoan Héreau, um bassa foi distinguida como a artista lí - Raquel Camarinha foi a primeira por - Wolf, Brahms, gostando também de e “Artista Intérprete em Repertório projeto de gravação de um CD com a rica do ano, o pianista Adam Laloum tuguesa candidata ao prémio. participar em criações contemporâ - Contemporâneo e Criação”. integral das melodias de Chopin para venceu na categoria de melhor solista A cantora da Póvoa de Varzim, que neas. Para Portugal está agendada a subida ser editado em França. lusojornal.com 08 CULTURA Le 08 février 2017

“Association Severienne des Portugais” ASP levou fadistas portugueses a Sèvres

Por Luís Rocha Mónica Cunha foi a segunda fadista de Oliveira proporcionou-os sendo em palco e “Sou do fado” trouxe-nos disso evidência a forma como, sem Foi de novo com grande ambiente que memórias de Carlos do Carmo. Ani - esforço, silenciou a sala durante as a sala Brimborion acolheu no passado mou depois com “Lisboa antiga”, suas atuações. É um grande fadista sábado 4 de fevereiro, aquela que foi prosseguiu com “Zanguei-me com o de Coimbra da nossa Comunidade. já a 14ª noite de fado da “Association meu amor” também de Amália Rodri - Com a boa disposição e sentimento de Sèvrienne des Portugais” (ASP). Sem - gues, vindo depois o popular “Fadinho dever cumprido patente nos rostos de pre no primeiro fim de semana de fe - Serrano” que antecedeu o final de todos os organizadores do evento, a vereiro, tornou-se ao longo dos anos série com “Aí Maria”, fado antigo, noite chegou ao fim. A Presidente Cé - numa data tradicional do panorama ainda que, recentemente revisitado line Marcos congratulou-se com o fadista da região de Paris e viu assim por Kátia Guerreiro. êxito ainda que lamentando a coinci - reforçado esse estatuto. Alves de Oliveira era o cabeça de car - dência do início de férias escolares Com um elenco composto pelo con - taz e foi o 3º a atuar. Muito ligado ao deste ano com o primeiro fim de se - sagrado Alves de Oliveira que regres - fado de Coimbra, iniciou com “Do mana de fevereiro que afastou alguns sava a Sèvres após alguns anos, por choupal até à Lapa” que nos recordou dos espetadores habituais. Por outro Mónica Cunha que é já uma habitué José Afonso, seguindo depois com a lado, José Ferreira - Tesoureiro da ASP da sala e pela estreante Tereza Carva - “Canção da emigração” que, não obs - - transmitiu-nos o seu ânimo para lho, foram acompanhados à guitarra tante ser normalmente associada ao continuar face aos resultados que têm portuguesa por Lino Ribeiro e à viola fado de Coimbra, é uma canção ga - alcançado, nomeadamente ao nível por Casimiro Silva tendo a “soirée” lega que foi popularizada por Adriano Tereza Carvalho regressou e recordou- constante, sem faltas e de alto nível a emocional, pelo retorno que obtêm iniciado, precisamente, com um ins - Correia de Oliveira. Terminou a série nos de novo Amália Rodrigues can - que a artista já habituou o público de por proporcionarem uma noite agra - trumental que antecedeu os fados com “Oh Nostalgia”, uma balada tando “Carmencita”, terminando a Paris, sendo por ele acarinhada. Foi dável de convívio e de cultura portu - cantados. igualmente muito popular de Arlindo sua atuação com chave d’oiro inter - premiada com forte aplauso. guesa. Adiantou ainda que o próximo E Tereza Carvalho abriu com “Estra - de Carvalho. pretando “Xaile de minha mãe”. Foi Alves de Oliveira encerrou a noite com evento será na mesma sala a 26 de nha forma de vida” e “Só à noitinha”, O jantar foi servido, as iguarias agra - um dos momentos altos da noite “A minha mãe” de José Afonso e nos - março em que se comemorará o 35º ambos popularizados pela grande daram e com a noite a seguir animada numa atuação que veio em crescendo talgicamente com a popular “Balada aniversário da ASP com almoço e Amália Rodrigues, prosseguindo de - surgiram, fora do programa, Teresa e que deixou no final um bom am - da saudade” de Fernando Machado tarde dançante com animação pre - pois com “Procuro e não te encontro” Rodrigues que interpretou “Barco biente e portas abertas para um futuro de Castro que antecedeu a apoteose vista pelo conjunto “100 Limite”, pre - que nos recordou o saudoso Tony de Negro” - nova referência a Amália - e regresso. final com todos os artistas em palco. tendendo assim agradar a outro tipo Matos, “À janela do meu peito” que Arminda Vaz que surpreendeu com a Mónica Cunha terminou a sua atua - O fado de Coimbra, mais denso, por de público. Em 3 e 4 de junho o já revisitou de novo Amália terminando sua capacidade vocal interpretando ção evocando uma vez mais Amália, ventura mais triste, não é tão popular tradicional Torneio de futebol de a primeira série com “Saudade de si - “Rapsódia do fidalgo” que teve exce - com a marcha “Cheira bem cheira a como o de Lisboa ou do Ribatejo. Mas Pente Costes e Festival de Folclore lêncio e sombra”, fado celebrizado por lente recetividade tendo escutado no Lisboa” e com o fado “Vou dar de se bem cantado proporciona momen - terão lugar de novo no estádio Jean Teresa Tarouca. final um caloroso aplauso. beber à dor”. Foi uma atuação segura, tos de elevado nível artístico e Alves Wagner também em Sèvres. Fado na Maison de l’Université de Saint Etienne A Maison de l’Université de Saint Etienne, vai acolher a 5ª edição da Noite de Fado na próxima quinta-feira, dia 16 de fevereiro, a partir das 20h00. Com um elenco bastante atrativo, abor - dar-se-ão musicalidades africanas e brasileiras com repercussões da morna e do folclore brasileiro. Assim, o espe - táculo de 16 de fevereiro vai dividir-se essencialmente em duas partes: uma destinada à música lusófona e a outra, e mais importante, dedicada ao Fado. Na primeira parte, o público vai poder assistir a duas intervenções musicais lusófonas: Gerson Fonseca e Luís Bap - tista, com música caboverdiana, e Phi - lippe Pastour e Giovanni Mazzuca com música brasileira. Gerson Fonseca, originário de São Vi - cente, Cabo Verde, é cantor, composi - tor, guitarrista e luthier de profissão. Inspirado nos ritmos de Cesária Évora, Gerson não só interpreta canções ca - boverdianas, como também músicas da sua autoria. Philippe Pastour é um de Fado Vadio da cidade de Olhão e vá - como Património Imaterial da Huma - dia 15 de fevereiro. patente na Biblioteca Universitária a cantor, compositor e guitarrista de na - rias competições de Fado em Loulé e nidade, não só é um género musical e Uma conferência foi organizada pela exposição “Guitarras Clássicas e Cava - cionalidade francesa com vários álbuns Portimão, que a tornaram rapidamente um símbolo de Portugal, como tam - Association Culturelle des Monts du quinhos”, com alguns exemplares de originais publicados. Philippe Pastour famosa entre o meio da música portu - bém é património de todos. Por isso, a Matin, ligada à ‘Université Pour Tous’ instrumentos de corda e trabalhos de toca musicalidades do Brasil, como o guesa. Atuou em diversas casas de Universidade Jean Monet de Saint da Universidade Jean Monnet, sobre a pesquisa realizados pelos alunos de Forró, o Samba e a Bossa Nova. Fado em Lisboa, em eventos privados, Etienne pretende partilhá-lo e pro - história do Fado e sobre o Fado de Lis - Estudos Portugueses sobre a história, A segunda parte contará com a parti - em espetáculos na região do Algarve, movê-lo, junto dos alunos, da comuni - boa e de Coimbra. Esta será uma con - origens e importância do fado e dos cipação dos fadistas Sara Paixão e no Ribatejo e no estrangeiro - Suíça, dade académica e do público em geral. ferência a duas vozes proferida por instrumentos musicais nele utilizados. César Matoso, acompanhados à gui - Espanha e Holanda. Além de ser um evento de elevada di - Rosa Maria Fréjaville e por Andreia Por fim, no átrio da Biblioteca Univer - tarra por Ricardo Martins e Paulo Fei - Quanto a César Matoso, nasceu em mensão que apela à valorização da cul - Silva, teve lugar no dia 3 de fevereiro, sitária haverá, a 16 de fevereiro, um teira - os quatro artistas portugueses agosto de 1991, em Alte, no Algarve. tura portuguesa, é de referir que em Saint Martin en Haut, no Cinema workshop onde o artista caboverdiano foram escolhidos por Michel Costa, um A sua paixão pela música, em particu - envolve também a participação dos Paradiso. Luís Baptista, luthier de profissão, ani - dos maiores promotores do Fado na re - lar pelo Fado, acompanhou-o desde a alunos de Estudos Portugueses da Uni - Também o Deputado Paulo Pisco vai mará uma sessão sobre vários instru - gião de Lyon. sua infância. César Matoso desde versidade Jean Monnet, nomeada - proferir uma conferência dedicada ao mentos de corda: guitarra clássica, Sara Paixão é natural de Lisboa, onde muito novo começou a participar em mente, na comparência nas atividades, Fado, no dia 16 de fevereiro, na Biblio - guitarra portuguesa, cavaquinho, etc. nasceu em dezembro de 1991. Apai - concursos e programas televisivos de na venda de bilhetes para o espetá - teca Universitária da Universidade xonou-se pelo Fado durante a adoles - canto e rapidamente se tornou num culo, na realização de trabalhos para Jean Monnet e terá como tema “Ele - Maison de l’Université cência graças à fadista Amália cantor profissional muito apreciado em exposição e na visualização do filme mentos de Filosofia Portuguesa - Con - 10 rue Tréfilerie Rodrigues e a partir daí não cessou de Portugal. “Fados” de Carlos Saura, que será pro - ceitos de Diáspora, Saudade e Fado”. Saint Etienne cantar. Venceu em 2011 o Concurso O Fado, reconhecido pela UNESCO jetado, um dia antes do concerto, no Entre os dias 6 e 17 de fevereiro está Infos: 04.77.42.18.45 lusojornal.com Le 08 février 2017 CULTURA 09

“Le coeur des femmes” Paphos2017: Tony Carreira lança terceiro disco em francês Musicorba Por Carlos Pereira Duo na Capital O novo disco de Tony Carreira, em Europeia da francês, sai já esta sexta-feira, dia 10 de fevereiro e chama-se “Le coeur des Cultura femmes”. O “cantor roântico” apre - sentou o seu trabalho na semana pas - sada, no L’Arc, um estabelecimento na praça do Etoile, em Paris, perante um mar de jornalistas franceses, mas tam - bém algumas das fãs do artista. “No fundo, canto neste disco aquilo que eu sempre fiz: cantar canções de amor” disse nessa noite. Escolheu as “mais bonitas canções francesas” neste género, por vezes reinterpretadas por outros artistas e edita agora 11 duetos com Lara Fabian, Chico & The Gypsies, Daniel Guichard, Mickaël dos Bruno Tocaben Santos, Julie Zenatti, David Gategno, Ishtar, Didier Barbelivien, Michel Fu - tante, conhecido, mas tirando isso, Goldman, com Julie Zenatti e “La ten - dia, embora não seja o mesmo, tem gain, Ricky Martin e com o filho, David quando acabámos de cantar, é um dresse” com Daniel Guichard, “que eu muitos temas em comum. Em Portu - Carreira. homem normal e simpático, com me h abituei a ver na televisão quando gal chama-se ‘Sempre mais’ porque é “Queria reunir num disco só canções quem nos podemos divertir e isso era pequeno” atreveu-se a dizer Tony a minha forma de estar na vida, acho de amor. Uma vez que era para França aprecio bastante”. Carreira. O público retomou o referão que parar é morrer, nunca nada é ad - quis fazer uma recolha de canções e Tony Carreira e Michel Fugain can - da canção em coro. quirido para sempre, e quis sempre O duo Musicorba vai participar, no que tivessem sido cantadas em dueto. tam juntos “Une belle histoire”. Por fim, cantou “Vous les femmes”, mais, é este o meu lema de vida”. Chipre, na programação da Capital Ou por quem as criou ou por quem as “Aqui temos a impressão que ele é com Mickaël dos Santos, o finalista Em 2009 Tony Carreira entrou para o Europeia da Cultura Paphos2017. cantou e através desses cantores, as Português, mas também é Francês. do concurso televisivo “La France a Guiness Book com o número de Desde a chegada dos primeiros Por - canções guardaram o seu sucesso. É uma bela história que começou há un incroyable talent”. aplausos que teve num concerto em tugueses às costas do Japão, no início Quando não foi possível, quis cantá- alguns meses. É uma pessoa que “Contaram-me a história dele e já que Lisboa, perante 700 mil pessoas. do século XVI, que se criaram laços las com outros artistas” disse o cantor quando se conhece, sabemos que é havia este tema para este disco, achei “Mas não teve grande significado, de uma profunda curiosidade e ad - aos jornalistas. nosso amigo”. E Michel Fugain já bonito convidar um português para não é relevante, é a minha ligação miração entre Japão e Portugal. Alguns destes cantores passaram pelo percebeu que o público de Tony Car - participar” explica Tony Carreira. “De - com o público em global que me im - Uniam-se os extremos da Eurásia. “L’Arc” para cantar com Tony Carreira, reira é essencialmente feminino. sejo-lhe o melhor do mundo e a his - porta e que as pessoas gostem de me Cerca de cinco séculos depois, em como foi o caso de Miguel Fugain, “o “Aqui dirigimo-nos essencialmente tória dele é tão triste que acaba por ouvir cantar” diz o artista aos nossos Paris, dois talentosíssimos pianistas mais português dos cantores france - às mulheres” ri. ser uma força para ele, para aquilo colegas da Rádio Alfa e da Luso - repetem o feito. O Português Ricardo ses” anunciou Tony Carreira perante o Apesar de cantar há mais de 50 anos, que ele quer, que é a música, e tem Press. Vieira e o Japonês Tomohiro Hatta sorriso contagiante de Fugain. “Sem - Michel Fugain diz que “nunca tive a de facto muito talento”. A tournée começa só em finais de se - vêm contribuir mais uma vez para pre que convidei um artista, a resposta oportunidade de cantar em Portugal. “Espero que tenhas muita sorte com tembro, em França, mas em Portugal este encontro, recorrendo à mais foi rápida e objetiva: tiveram muito Quem sabe quando for muito velhi - as mulheres” lançou-lhe Tony Carreira começa já em fevereiro. “Espero que universal das linguagens que é a prazer em gravar comigo e agradeço- nho...”. E, referindo-se aos 51 anos de no fim do dueto, enquanto os jorna - tenha muito sucesso” diz Tony Car - música, capaz de unir culturas, lhes, claro, por esta homenagem ao carreira, diz que “não me arrependo listas se apressavam para tirar foto - reira. povos e países, independente - amor e à mulher”. de nada, tive muita sorte, fiz o que grafias. Em França, a digressão vai começar mente das suas raízes, do seu “Foi uma honra cantar com o Tony queria fazer, parei quando quis e reto - Com 5 milhões de discos vendidos, no Grand Rex, em finais de setembro idioma e das suas tradições, num Carreira. Nem sequer pensei em recu - mei também quando quis”. muitos de platina, grandes sucessos e depois vai passar por toda a França, exercício de tornar próximo e fami - sar fazê-lo” disse Michel Fugain. Na apresentação do álbum, Tony Car - por todo o mundo, Tony Carreira diz antes de regressar a Paris para con - liar o que é aparentemente tão dis - “Cantar com ele é, para mim, uma reira cantou “Histoire d’un amour” que nunca pára. “O disco também sai cluir nos finais de dezembro ou em tante. grande honra. Ele é um artista impor - com Ishtar, “Là-bas”, de Jean-Jacques em Portugal, como aqui, no mesmo janeiro. O resultado é o projecto MusicOrba, em que se pode ouvir Tomohiro Hatta a tocar o portuguesíssimo “Fado Bur - nay” ou Ricardo Vieira a juntar-se à interpretação de duas peças do japo - Note d’écoute par Patrice Perron nês Yoshinao Nakada. Ainda nesta viagem através da música pode - CD «Canto» de Carminho mos encontrar outros olhares sobre Portugal com a “Balada” de Dès le premier morceau («A ponte») d’instrumentiste et de producteur. António Victorino d’Almeida e a de ce deuxième disque, Carminho Ce disque respecte une alternance homenagem às terras entre Douro met les points sur les i’s: sa voix est entre morceaux relativement lents e Vouga, composta pelo argentino encore au rendez-vous, à la fois pré - ou calmes et ceux plus rapides qui Daniel Schvetz. A inspiração ita - cise, puissante et maîtrisée. Point donnent vie et rythme au disque. liana chega-lhes através da mú - besoin de la forcer pour faire passer Outre «Na ribeira deste rio» et «Es - sica de Joly Braga Santos, sem le chant. Une vraie chanteuse. Et en pera», j’aime tout particulièrement dúvida um dos compositores por - plus de son trio de base - Angelo «Saia Rodada» (pour le rythme et tugueses mais importantes do sé - Freire à la guitarra portuguesa, les percussions de Vicky Marques), culo XX. A França, país que uniu Diogo Clemente à la viola et en gé - «A Ponte» (pour le chant), «Chuva estes dois pianistas, surge através néral Marino de Freitas à la Baixo - no mar» (pour le duo avec Marisa da música para quatro mãos de l’artiste se fait accompagner par de Monte), «Contra a maré» (pour le Maurice Ravel. nombreux musiciens dont quelques chant et l’accompagnement), «Des - Considerados por muitos artistas pointures: Jaques Morelenbaum vio - tino» (pour le rythme et la mélodie como um dos melhores duos para loncelliste et chef d’orchestre brési - de Diogo Clemente) et «Vem» (pour piano do planeta, e tendo pisado o lien (ayant accompagné entre autres le texte de Maria do Rosário Pedreira palco com nomes nacionais como Gal Costa), Javier Limon à la guitarra et l’interprétation). Misia ou Katia Guerreiro, Ricardo flamenca et António Serrano à l’har - Avec «Canto», Carminho nous offre Vieira e Tomohiro Hatta apresen - monica sur «Na ribeira deste rio» (ce plusieurs morceaux. une musique de Casimiro Ramos un excellent disque, puissant, varié, tar-se-ão dia 8 de fevereiro na - dernier a participé récemment au Pour les textes, outre deux chansons pour «Espera», Maria do Rosário Pe - rythmé et servi par des auteurs et quele que é considerado o mais concert en hommage à Paco de d’elle, Carminho fait appel à quel - dreira avec une musique de José musiciens de qualité. Le prochain importante evento cultural da Eu - Lucia), Ruben Alves au piano, João ques poètes et compositeurs connus António Sabrosa pour «Vem», pour disque sera une épreuve, car il fau - ropa, Capital Europeia da Cultura Frade à l’acordéon et la participation et pas les moindres: Fernando Pes - citer les plus célèbres. La qualité dra faire fort pour maintenir le ni - Paphos2017. de la chanteuse brésilienne Marisa soa avec une musique de Mário Pa - des textes est un de ses soucis ma - veau des deux premiers. Residentes em Paris, e depois de Monte sur «Chuva no mar». Sans checo pour «Na ribeiro deste rio» nifestes. Diego Clemente intervient Chipre, o duo tomará rumo até à négliger Bernardo Couto, Luís Guer - (l’un des meilleurs morceaux de l’al - aussi beaucoup dans l’écriture des “Canto”, CD de Carminho. Warner Turquia, Estados Unidos e Japão. reiro et Vicky Marques jouant sur bum), Pedro Homem de Melo avec chansons en plus de son travail Music Portugal. 2014. lusojornal.com 10 CULTURA Le 08 février 2017

Journée d’Études à la Fondation Gulbenkian de Paris Dominique Stoenesco Guimarães Rosa: une œuvre plurielle, un auteur insaisissable Un livre par semaine

«La Pérégrination», de Fernão Mendes Pinto

LusoJornal / Dominique Stoenesco

Par Dominique Stoenesco biographiques de Guimarães Rosa, a aussi «une dimension créative et poé - de Guimarães Rosa «peut être tra - Le titre complet de ce livre est «La Pé - fait une brève analyse de «Grande tique». De son côté, Fernanda Vilar, duite sous différents angles, soit dans régrination - La Chine et le Japon au Il y a cinquante ans, décédait l’un des Sertão: Veredas». S’appuyant sur ce partant d’un texte «très énigmatique», un parler rural, soit dans un langage XVIe siècle vus par un Portugais - Fer - plus grands écrivains brésiliens du roman et sur sa «poétique de l’incer - celui du discours inaugural de Guima - plus académique, car il y a dans sa não Mendes Pinto» (éd. Calmann- XXe siècle, João Guimarães Rosa. titude», la communication de Marcelo rães Rosa à l’Académie Brésilienne langue une double culture». Pour Ca - Lévy, 1980, présentation de António Dans le cadre des commémorations Marinho («Entre l’indicible et l’innom - des Lettres, durant lequel celui-ci ne mila Moreira César, professeur à la José Saraiva). Il ne s’agit donc pas du liées à cet événement, une Journée mable: la disparition autofictionnelle put retenir sa peur de mourir, se pro - Sorbonne Nouvelle - Paris 3, «l’œuvre texte intégral de la première édition por - internationale d’études intitulée «D’un de Guimarães Rosa») avait pour fina - posait d’analyser l’art de Guimarães de Guimarães Rosa est aussi com - tugaise («Peregrinação») publiée en Sertão à l’Autre: Guimarães Rosa 50 lité d’évoquer les diverses interpréta - Rosa de parler de soi-même en par - plexe que sa biographie». Dans son 1614, après la mort de son auteur, Fer - ans après» était organisée, le 31 jan - tions, rationnelles et irrationnelles, de lant d’un autre. Rappelons que les exposé intitulé «Médias et fictions não Mendes Pinto. La présente édition vier dernier, à la Gulbenkian de Paris, la mort énigmatique de Guimarães personnages cités par Guimarães biographiques: trois articles fonda - reproduit les chapitres 71 à 142 de en collaboration avec l’Université de Rosa. Rosa dans ce texte avaient tous eu mentaux sur la mort énigmatique de l’ouvrage original qui en contient 226, la Sorbonne Nouvelle - Paris 3. La table ronde da la matinée a été ani - une mort brutale ou inattendue. Pré - Guimarães Rosa», elle a notamment traduit en 1628 par Bernard Figuier, un L’irruption de Guimarães Rosa (1908- mée par Michel Riaudel, professeur à sentant d’abord le contexte littéraire abordé la question du rapport entre Portugais exilé à Paris. Par ailleurs, ce 1967) dans le monde des lettres eut l’Université de Poitiers («De quelques de l’époque, Alberto da Silva, quant à journalisme et littérature, ou comment texte a été «modernisé» afin d’être plus lieu en 1946 avec la publication de mystères d’un petit âne: Sete-de- lui, a offert au public un panorama la presse est tentée d’expliquer l’inex - accessible à un lecteur contemporain. son livre de contes “Sagarana”. Puis, Ouros»), Fernanda Vilar, chercheuse, assez complet des adaptations ciné - plicable. Le récit de Fernão Mendes Pinto est un autre de ses livres, publié en traductrice et stagiaire à la Commis - matographiques de l’œuvre de Guima - Enfin, pour clôturer cette commémo - l’une des premières relations sur la 1956, bouleversa le panorama litté - sion Européenne («Entre le ‘fortleben’ rães Rosa (des extraits de films ont été ration littéraire, Daniel-Henri Pageaux, Chine et le Japon au XVIe siècle. Il offre raire brésilien, le roman «Grande Ser - benjaminien et Guimarães Rosa ‘ad projetés), soulignant qu’il est «l’un professeur émérite à la Sorbonne le double intérêt d’un témoignage et tão: Veredas» (édité en français sous immortalitatem’: le Verbe et le des écrivains brésiliens les plus adap - Nouvelle - Paris 3, a prononcé une d’une expérience vécue par «un le titre de «Diadorim»). Tant par la Logos») et Alberto da Silva, professeur tés au cinéma, avec des thématiques conférence sous le titre «Espace et Ulysse portugais au temps de la Re - qualité des récits que par le traite - à l’Université de Paris - Sorbonne toujours à la frontière entre le local et écriture dans ‘Grande Sertão: Vere - naissance», selon António José Sa - ment innovateur des thèmes liés au («Guimarães Rosa au cinéma»). l’universel, le merveilleux et le fantas - das’. De la géopoétique à la géosym - raiva. Après une jeunesse où l’esprit sertão et, surtout, par leur style inven - Pour Michel Riaudel, les pistes de lec - tique». bolique». Il a souligné, entre autres d’aventure commençait à naître en lui, tif concernant le langage, ces livres ture de Guimarães Rosa sont nom - En deuxième partie de cette Journée aspects, le fait que dans son roman, et après avoir servi dans les flottes du eurent un grand retentissement dans breuses et parfois contradictoires. d’études, Gabriel Borowski, professeur Guimarães Rosa «met en valeur la di - roi, Fernão Mendes Pinto (1509-1583) les milieux littéraires de l’époque. S’appuyant sur sa propre expérience à l’Université Jagellone de Cracovie, a mension symbolique de l’espace» et accomplit une longue pérégrination en En prélude à cette Journée d’études, de traduction (il vient de traduire «O abordé la question de la traduction et que «cet espace, pour le conteur, est Extrême-Orient, de 1537 à 1558. Au le public a pu assister à une perfor - Burrinho Pedrês» - premier texte de de la réception de Guimarães Rosa mythique». Par ailleurs, la lutte entre cours de ses voyages mouvementés, mance théâtrale de Mariana Camargo «Sagarana» - en français, sous le titre dans la presse polonaise, soulignant Dieu et le diable, soit entre les person - sur mer et sur terre, il fut - comme il le (Compagnie Amaü) autour d’un texte de «Sept-de-Carreau», éd. Chan - notamment les divergences d’appré - nages Riobaldo et Diadorim, «est la rapporte lui-même - «treize fois esclave, d’Aleilton Fonseca, tiré de son roman deigne) et aussi sur la correspondance ciation de son œuvre en Pologne. Ma - métaphorisation de l’art d’écrire». dix-sept fois vendu, aux Indes, en écrit en hommage à Guimarães Rosa, entre Guimarães Rosa et la traductrice thieu Dosse, traducteur, dans sa D’une façon générale, conclut Daniel- Afrique heureuse, en Chine, en Tarta - «Nhô Guimarães». Puis, en session Harriet de Onis, il évoque la question communication intitulée «Le Sertão Henri Pageaux, «le sertão règne dans rie, à Madagascar, en Sumatra et en d’ouverture, Marcelo Marinho, profes - du régionalisme et de l’aspect docu - est partout: Guimarães Rosa en tout le texte de ‘Grande Sertão: Vere - plusieurs autres royaumes et provinces seur à la Sorbonne Nouvelle - Paris 3, mentaire dans l’œuvre de Guimarães quinze langues», a expliqué, à partir das’, gagnant ainsi une dimension de cet archipel des confins de l’Asie après avoir donné quelques éléments Rosa, et souligne que «Sagarana» a de quelques exemples, que la langue poétique insaisissable». que les auteurs chinois, siamois, guéos, léquiens, nomment avec raison, les cils du monde». Fernão Mendes Pinto est un anti- Peça sobre Sarah Bernhardt no S. Luiz héros et se présente comme tel sous Um itinerário pela memória de uma maio do ano passado, com interpreta - da invasão de Paris pela forças nazis, “Porque Sarah não se limitava a inter - les traits du principal personnage de atriz e de um teatro através de uma ção de Astrid Bas -, e tem por objetivo na II Guerra Mundial, a peça come - pretar. Para ela, o teatro era a vida e son livre, qui n’est autre que lui- representação quase fantasmagórica ser um itinerário sobre a figura que çava num espaço que terá sido o ca - ela levava-o para vida”, observou. même. «Il excelle - affirme António é como o encenador Miguel Loureiro muitos consideraram “a atriz mais im - marim da atriz e desenrolava-se por Com participação especial e coorde - José Saraiva - dans la description des define a peça “Paris >Sara >Lisboa” portante da história”, disse à Lusa Mi - vários locais do teatro. nação de figurinos de Vera Kalantrup - coutumes dont il sait voir le pitto - que se estreou na semana passada, guel Loureiro. No S. Luiz, o espetáculo desenvolve- mann e desenho de luz de Daniel resque et le surprenant. L’anecdote, no S. Luiz, em Lisboa. A peça surgiu de um desafio que o se a partir do ‘foyer’, passando depois Worm d’Assumpção, a peça está em qu’il s’agisse de naufrage, d’emprison - Com texto, encenação e espaço cé - Teatro S. Luiz e Tiago Bartolomeu para o janelão junto ao jardim de in - cena até 11 de fevereiro. nement ou d’intrigues de cour, fleurit nico de Miguel Loureiro, a peça, inter - Costa fizeram ao autor e encenador, verno, seguindo para junto de um bio - Miguel Loureiro foi artista residente do sous sa plume avec un charme qui pretada por Beatriz Batarda, é uma que acabou por criar um espetáculo mbo próximo do primeiro balcão, 7º Chantiers d’Europe, onde desenvol - annonce le XVIIIe siècle». Outre une “efabulação com base documental” para o teatro onde a atriz representou terminando mais tarde no jardim de veu uma primeira versão do texto brève bibliographie sur Fernão sobre a atriz Sarah Bernhardt, que se pela primeira vez em Lisboa, em inverno de novo, disse o autor. “Mais “Paris > Sarah > Lisboa”. A peça é Mendes Pinto et des notes, le présent desenvolve como se, numa noite, esta 1899, das cinco vezes em que atuou do que uma peça, é como se aquela uma produção executiva da Culturpro - ouvrage contient aussi une vingtaine voltasse ao teatro. em Portugal, acrescentou Miguel Lou - mulher fantástica, que rompia con - ject, por encomenda e com coprodu - d’illustrations (cartes, bateaux, villes, A peça centra-se na atriz que também reiro. venções sem nunca se ter intitulado ção do Thêatre de la Ville/Chantiers personnages, etc.). dirigiu o Théâtre de La Ville, em Paris No Théâtre de la Ville, que chegou a feminista, fosse um fantasma e vol - d’Europe e do São Luiz Teatro Muni - - onde o espetáculo se estreou em ter o nome de Sarah Bernhardt antes tasse a habitar o teatro”, frisou. cipal. lusojornal.com LusEodJiotiorn anºl 1le | 0Sé8r ief éIIvI, rdieu rm 2e0rc1re7d i | 0C5 aJadneerirnoo 2 0e1s1p ecial Este cHadeebrndoo famz apdarateir ien teFgrraantceo d-oP LourstouJgoarnias l Edition nº 296 | Série II ESPECIAL I GUERRA MUNDIAL

Le Portugal dans la Grande Guerre I Guerra Mundial Primeiros soldados portugueses chegaram à Flandres há 100 anos Os primeiros soldados do contingente que Por - com a designação Corpo Expedicionário Portu - chefe do CEP, o General Tamagnini de Abreu e tugal enviou para combater em França na I guês. Esta força passaria mais tarde a duas di - Silva, escreveu no seu diário o que realmente Guerra Mundial chegaram à Flandres fez visões, num total de 55 mil homens. se passou: “Chegou a comunicação oficial dos quinta-feira da semana passada, dia 2 de feve - Em todo o conflito (de 1914 a 1918), Portugal ingleses da morte do soldado e dos ferimentos En 1916, le Portugal est rentré en guerre. reiro, 100 anos, numa participação sem brilho destacou pouco mais de 105 mil homens (55 dos outros. Afinal, não foram estilhaços da gra - Le Corps Expéditionnaire Portugais (CEP), e que culminou no desastre da Batalha de La mil para o teatro europeu e os restantes para nada que o mataram. Caiu sobre o abrigo em constitué de 55.000 soldats a participé, Lys. África, sobretudo Angola). que os homens estavam uma granada que fez aux cotés des Français et des Anglais, à la A chegada dos militares portugueses a França, A 2 de fevereiro de 1917 os primeiros soldados abater o tecto e o soldado ficou com a cabeça Première Guerre Mondiale, en Flandres em janeiro de 1917, marca o início do grande portugueses desembarcaram em Brest, sendo esmigalhada e os outros, feridos. (…) Aquele française. Ils sont arrivés en 1917 par ba - esforço militar português durante a I Guerra depois levados de comboio para o vale do Lys, pobre soldado que estava abrigado à retaguarda teaux et ont débarqué à Brest. Mundial. para cobrir um setor entre Armantières e La morre esmagado por um desabamento! C’est la La Bataille de La Lys, le 9 avril 1918, a Apesar de Portugal ter combatido os alemães Bassée, Merville e Béthune. A frente a cargo guerre!”. été la plus grande défaite militaire portu - em África, em defesa dos territórios das antigas dos portugueses oscilou entre os quatro e os 11 O episódio acabaria por ilustrar a participação gaise après Alcacer Quibir au Maroc. colónias - sobretudo Angola, mas também Mo - quilómetros, consoante a evolução dos comba - portuguesa no teatro europeu da I Guerra Mun - Mais, de la participation du Portugal dans çambique - as imagens mais impactantes para tes. dial: um desmoronamento com pouco brilho e cette guerre on ne parle pratiquement ja - a sociedade portuguesa de então chegaram da Seguindo o procedimento típico da guerra de nenhuma glória. mais, en France. guerra no teatro de operações da Europa, da trincheiras, a frente portuguesa estava organi - A 09 de abril de 1918 - com Portugal em ebu - Néanmoins, l’avenue des Portugais, près chuva, do frio e da lama num pequeno troço de zada em três linhas de defesa: uma perto da lição com um novo Governo em Lisboa, o de Si - de l’Étoile, à Paris, a ainsi été baptisé en trincheiras na Flandres francesa. terra de ninguém, com duas linhas de trinchei - dónio Pais, na sequência de um golpe de honneur des soldats portugais. Le blason O governo português insistiu na participação ras, uma intermédia e uma última linha com Estado - os alemães lançaram uma ofensiva de la Mairie de Lille porte les armes portu - militar na Frente Ocidental - apesar de contar, fortificações de campanha de maior enverga - sobre la Lys que rompeu as linhas e obrigou ao gaises pour remercier les Portugais d’avoir inclusivamente, com a oposição inicial da dura e com vias de comunicação para a reta - recuo das forças aliadas para a retaguarda. aidé à libérer la ville. aliada Inglaterra - para consolidar a posição da guarda. Com material danificado pelo inverno de 1917, Reste également un Cimetière Militaire (ainda) jovem República Portuguesa perante as As tropas portuguesas combateram ali de feve - desmoralizados e sem reforços enviados de Lis - Portugais avec 1.831 tombes, à Riche - grandes nações da Europa (em contraste com reiro de 1917 a abril de 1918, sofrendo (e re - boa, o contingente português foi submetido a bourg, où tous les ans a lieu une cérémonie a vizinha Espanha, que tinha optado pela neu - pelindo) cerca de 60 assaltos e 20 uma forte barragem de artilharia e “atropelado” commémorative avec les autorités portu - tralidade). bombardeamentos de artilharia dos alemães. Já pelas divisões alemãs. Na Batalha de La Lys gaises et françaises. Dans la ville voisine No entanto, o objetivo estratégico último do go - o lado português lançou dez ofensivas (infrutí - morreram mais de 1.300 portugueses, outros de La Couture, il y a un imposant Monu - verno português de então era salvar a integri - feras) para tentar romper as linhas alemãs. 4.600 ficaram feridos, 1.900 foram dados ment aux Soldats Portugais, créé par un ar - dade colonial em África, quer por receio de Nestes meses, as forças portuguesas terão so - como desaparecidos e mais de 7.700 foram fei - tiste portugais et offert par le Portugal. ataques diretos dos alemães ou por temer que, frido mais de 600 baixas (pouco mais de 100 tos prisioneiros. A la fin de la Guerre, plusieurs jeunes sol - sem Portugal sentado à mesa dos vencedores, mortos, 350 feridos e 160 prisioneiros). Uma derrota humilhante (apesar da forte resis - dats portugais ont décidé de rester en as colónias portuguesas fossem usadas como O soldado de infantaria António Gonçalves Cu - tência dos portugueses e de algumas histórias France. Jeunes, travailleurs, rudes, issus moeda de troca pelos ingleses no final do con - rado foi o primeiro militar português a morrer individuais de heroísmo) que marcou o início des zones rurales les plus pauvres du pays, flito. na sequência de combates na Flandres. A ficha do fim da participação portuguesa na I Guerra ils ont saisi les opportunités d’une France Portugal não quis deixar dúvidas de que estava do CEP indica que “faleceu na primeira linha Mundial. Os efetivos ainda aptos do CEP foram à reconstruire, pratiquement sans jeunes empenhado em lutar ao lado dos aliados e para em 04 de abril de 1917, por virtude de feri - posteriormente formados em três batalhões de hommes. Environ 2.000 d’entre eux se - isso treinou e mobilizou para França uma divi - mentos recebidos em combate, ficando sepul - infantaria, e integrados no exército inglês, no raient restés en France. são reforçada de 35 mil homens, sobretudo in - tado no Cemitério inglês de Laventie”. qual lutaram até ao armistício, em novembro de fantaria apoiada por artilharia de campanha, No entanto, quatro dias depois, o Comandante- 1918). lusojornal.com 12 I GUERRA MUNDIAL Le 08 février 2017

Em Vierzon Emigrante tem coleção de quatro mil objetos da Grande Guerra

Carina Branco

Por Carina Branco, Lusa glesas que o levaram para as tropas trincheiras francesas nasceu em “Tenho um museu com mais de qua - soas da família enterradas cá. Havia portuguesas”. 1963, na “última vez” que esteve tro mil peças, 170 metros quadrados o Brigas Alfredo que esteve na Infan - Entre armas, uniformes, capacetes, O avô participou na Batalha de La com ele, aos 17 anos, quando o avô e o espaço não chega. Acho que aqui taria número 12, soldado número cartucheiras e cartas de amor, são Lys, a 9 de abril de 1918, tendo fi - lhe contou a história que até aí tinha em França, mesmo na Europa, sou 18.424; o Manuel Rodrigues Carola, cerca de quatro mil os objetos da cado ferido nas pernas por uma gra - guardado em silêncio. “Fui com ele um dos maiores colecionadores sobre soldado 16.626 da Infantaria 9 e o Primeira Guerra Mundial que Álvaro nada e sido repatriado em fevereiro ao monumento aos mortos da Grande o material português. Tenho peças de António Gonçalves Curado, soldado Simões Rodrigues juntou “em home - de 1919 para Portugal, sem nunca Guerra a Lisboa e foi aí que ele me todas as tropas que se bateram na da Infantaria, que foi transladado nagem ao avô e a todos os soldados” ter recebido um apoio para veteranos falou da guerra dele, porque nunca frente. Tenho, desde o pincel da para Portugal”, descreveu. que participaram na Grande Guerra. de guerra. falava disso. Para ele, aquilo era um barba, à metralhadora e de material No ano passado, a 11 de junho, O avô, o pescador de bacalhau Álvaro A ferida acompanhou-o toda a vida e passado. Nunca me tinha falado da português tenho armas, roupas, selas aquando da visita ao cemitério por - Rodrigues, foi feito prisioneiro pelos em 1965 foi amputado de ambas as guerra dele. Ele tinha uma lem - de cavalaria, capacetes”, descreveu. tuguês pelo Presidente da República, alemães em 1917, mas viria a inte - pernas, acabando por morrer a 31 de brança alemã na gaveta: um revólver Este ano, Álvaro pretende criar uma Marcelo Rebelo de Sousa, e pelo Pri - grar o Corpo Expedicionário Português dezembro de 1965, sem que o neto alemão. Quando ele morreu, eu es - petição para angariar fundos junto meiro-Ministro, António Costa, Álvaro como soldado auxiliar. “O barco de se pudesse despedir por ter fugido da tava cá em França e não pude ir a dos Portugueses que vivem em Rodrigues chamou o Chefe de Go - pesca de bacalhau onde ele estava ditadura para França, em 1964. “Fiz Portugal para recuperar a arma, mas, França para reparar as lápides do ce - verno e foi mostrar-lhe o estado das chamava-se Loanda e foi fundeado a minha coleção pelo meu avô, um em França, consegui arranjar uma mitério de Richebourg-L’Avoué, um lápides de granito, muitas delas apa - em 1917 por um submarino alemão homem de quem eu gostava muito, igual e gravei o nome do meu avô”, cemitério militar português da Pri - gadas, pedindo-lhe para intervir na ao largo da costa portuguesa”, cont ou que era muito especial. O meu contou. meira Guerra Mundial, 230 quilóme - reparação. o neto. “Foi feito prisioneiro e fugiu museu é uma homenagem ao meu A arma com o nome do avô foi a pri - tros a norte de Paris, onde foram De galochas calçadas, visto que o ce - do barco alemão a nado porque, avô e a todos os combatentes que se meira da coleção do neto e hoje a sua enterrados 1.831 soldados lusos, in - mitério estava ligeiramente alagado, como era pescador de bacalhau e le - bateram nesta guerra, seja soldado casa, em Châteauneuf-sur-Cher, a cluindo três familiares seus, nomea - António Costa seguiu o português vava muito bacalhau para a Noruega, alemão, inglês, francês ou português cerca de 250 km de Paris, transfor - damente António Gonçalves Curado, pelas filas de lápides e ouviu-o aten - conhecia muito bem a costa fran - porque todos tinham mãe, pai, mu - mou-se num “museu” onde Álvaro o primeiro soldado do Corpo Expedi - tamente, afirmando “sim, sim”, em cesa. Quando passou ao largo de lher, filhos e morreram todos por Simões Rodrigues quer expor o espó - cionário Português morto em com - sinal de compreensão do pedido, Dunquerque mandou-se à água, à culpa de alguns políticos”, lançou. lio no centenário da Batalha de La bate a 4 de abril de 1917. mas sem avançar se ia ou não tratar noite. Foi apanhado pelas tropas in - O interesse pela história do avô nas Lys, a 09 de abril de 2018. “O meu avô disse-me que tinha pes - do assunto.

Participação portuguesa constitui “um vazio” na historiografia francesa Por Carina Branco, Lusa chegada à Flandres dos primeiros sol - portuguesas à escala da guerra é tar - nos ingleses - que eram os principais ferência de Paz” e porque “Portugal dados portugueses que participaram dia e ocorre pouco tempo antes do fa - aliados - e nos Estados Unidos”, con - está longe do teatro da guerra”. A presença de soldados portugueses na I Guerra Mundial, Georges Viaud lhanço da Ofensiva Nivelle de 16 de siderando que “as outras nações que O tema também não merece destaque nas trincheiras da Flandres durante a destacou que “há muitos documentos abril de 1917, a qual vai provocar mo - ajudaram França, como Portugal, são no universo editorial francês, o que I Guerra Mundial constitui “um vazio” de época que falam disso”, exempli - tins no exército francês e é um evento um pouco esquecidas”. levou o historiador Manuel do Nasci - na historiografia francesa, disse à ficando com a edição de 10 de abril que passa por cima de tudo o resto”, “No conjunto dos soldados, os 50 mil mento a publicar dois livros sobre o Lusa o historiador Georges Viaud, su - de 1918 do jornal Le Figaro, que fala explicou. enviados por Portugal não fizeram tema, “A Batalha de La Lys” e “Pri - blinhando que há um século essa pre - da Batalha de La Lys, e as edições de A segunda hipótese prende-se com a uma diferença maior (…). Por outro meira Guerra Mundial: Os soldados sença era “bem conhecida”. 15 de julho de 1918 do Le Matin e determinação de França “em insistir lado, como Portugal não participou na portugueses das trincheiras da Flan - “A presença portuguesa na Grande do l’Express du Midi que mencionam na participação do conjunto da II Guerra Mundial e nas grandes guer - dres e a mão-de-obra portuguesa a pe - Guerra era bem conhecida naquela os Portugueses no desfile de vitória nação”, ou seja, nas “regiões até aqui ras do século XX, há muitas vezes a dido do Estado francês”. época. O Le Figaro, o Le Matin, o dos Aliados em Paris a 14 de julho. consideradas como periféricas - como ideia de que Portugal sempre esteve “Quando apresentei o primeiro livro à L’Express du Midi de Toulouse são jor - Para o historiador francês Emmanuel o oeste da Bretanha, a Córsega, algu - fora dos assuntos europeus”, expli - editora disseram-me que os Franceses nais que falaram da presença portu - Saint-Fuscien, professor na Escola de mas partes do Midi e as colónias - o cou. desconheciam o tema. Sempre que guesa na guerra. Mais tarde há um Altos Estudos em Ciências Sociais de que apaga algumas participações es - Jean Yves Lenaour, especialista fran - vou a palestras, todos os Franceses vazio que se instala porque deixa de Paris, a participação de Portugal na trangeiras”, concluiu Emmanuel cês da Grande Guerra, também admi - ficam de boca aberta porque desco - se falar da presença portuguesa e Primeira Guerra Mundial é, simples - Saint-Fuscien. tiu que “os Franceses ignoram nhecem a participação portuguesa”, agora os historiadores franceses não mente, “um ângulo morto da historio - Victor Pereira, historiador e professor geralmente a participação de uma afirmou Manuel do Nascimento que estudaram essa presença”, indicou o grafia europeia”, sobretudo francesa. na Universidade de Pau, no sul de unidade portuguesa na Frente Oci - tem agendadas conferências sobre a Presidente da Sociedade de História “A participação portuguesa é pouco França, sublinhou à Lusa que dental” porque “a participação de primeira Guerra Mundial a 18 e 23 de e Arqueologia do 14° bairro de Paris. conhecida e pouco desenvolvida. Por “quando se fala nos não franceses Portugal é, acima de tudo, simbólica março em Viroflay e Marly-le-Roi, nos Quando se assinala o centenário da um lado, a participação das unidades que participaram na guerra pensa-se e garante-lhe um bom lugar na Con - arredores de Paris. lusojornal.com Le 08 février 2017 I GUERRA MUNDIAL 13

Resposta em julho de 2018 Confirmada candidatura de cemitério português a património da UNESCO Por Carina Branco, Lusa de povos que estiveram implicados neste conflito mundial, com uma di - A delegação francesa da UNESCO mensão nunca então alcançada. Eles confirmou na semana passada à compõem uma paisagem evocativa Lusa que foi apresentada uma can - representativa da extensão geográfica didatura a Património Mundial da da frente (mais de 700 km), dos UNESCO de “locais funerários e me - grandes momentos da sua história e moriais da I Guerra Mundial (Frente das suas evoluções ao longo da Ocidental)”, na qual se inclui o Ce - guerra”, descreve o documento. mitério Militar Português de Riche - “Todos estes elementos refletem, bourg. também, o caráter internacional do O cemitério português, no norte de conflito, seja através de cemitérios França, com 1.831 campas de sol - explicitamente associados a um dos dados lusos da I Guerra Mundial, es - beligerantes ou ao homenagear sol - tava, desde abril de 2014, na “lista dados oriundos do mundo inteiro”, indicativa” de França para futuras continua o documento, lembrando, candidaturas a património da Orga - ainda que “os memoriais são monu - nização das Nações Unidas para a mentos totalmente novos em relação Educação, a Ciência e a Cultura a guerras anteriores”. (UNESCO). A recordar a presença portuguesa na Na “lista indicativa”, uma versão pré - Primeira Guerra Mundial em França via à candidatura final, havia um há, ainda, o monumento de La Cou - conjunto de 80 locais referentes à ture, do escultor português António Grande Guerra e o cemitério de Ri - Teixeira Lopes e inaugurado a 10 de chebourg L’Avoué aparecia em sé - novembro de 1928, e o Cemitério timo lugar, assim como a Capela de Militar Britânico de Boulogne, onde Nossa Senhora de Fátima, em Lor - há um talhão português com 44 gies, mesmo em frente do cemitério. campas. Em décimo lugar, aparecia a necró - O Cemitério Militar de Richebourg, a pole nacional de Notre-Dame-de-Lo - LusoJornal / Luís Gonçalves capela Nossa Senhora de Fátima e o rette, um cemitério militar junto ao monumento aos mortos de La Cou - qual se encontra o Memorial Interna - de uma candidatura conjunta franco- O Cemitério de Richebourg é um ce - “listas indicativas” - explica que, ture são palco, todos os anos, em cional de Notre-Dame-de-Lorette, belga. mitério militar exclusivamente portu - com a Grande Guerra, “uma nova abril, de uma cerimónia evocativa da uma escultura monumental em Além dos “locais funerários e memo - guês, no qual, entre 1924 e 1938, memória funerária exprime-se atra - Batalha de La Lys. forma de círculo - “Anneau de la Mé - riais da I Guerra Mundial (Frente Oci - se sepultaram 1.831 soldados, dos vés de cemitérios constituídos por Os primeiros soldados do contingente moire” - onde estão inscritos os dental)”, a França apresentou outra quais 238 são desconhecidos, prove - campas individuais que se repetem que Portugal enviou para combater nomes de 579.606 soldados de 40 candidatura a Património Mundial da nientes de outros cemitérios france - em grande número”, marcados pela em França na I Guerra Mundial che - nacionalidades mortos na Grande UNESCO, intitulada “Nîmes, l’Anti - ses de Le Touret, Ambleteuse e “homogeneidade”, e através da “ins - garam à Flandres faz quinta-feira Guerra, incluindo 2.266 nomes por - quité au présent”. Brest, de Tournai, na Bélgica, e tam - crição de nomes nos mausoléus e 100 anos, numa participação sem tugueses. A delegação francesa da UNESCO bém os corpos de prisioneiros de memoriais que responde à vontade brilho e que culminou no desastre da A candidatura final, de acordo com o explicou à Lusa que, ainda que a guerra mortos na Alemanha. de guardar a memória de combaten - Batalha de La Lys. comunicado do Ministério da Cul - candidatura tenha sido apresentada Como “justificação para o valor uni - tes cujos corpos não foram encontra - A chegada dos militares portugueses tura, apresenta “139 locais” - 96 em este ano, só vai ser avaliada no Co - versal excecional”, a versão inicial do dos ou identificados”. a França, em janeiro de 1917, marca França, 27 na Flandres e 16 na Va - mité do Património Mundial em julho projeto - ainda disponível na página “Estes elementos são representativos o início do grande esforço militar por - lónia, na Bélgica, visto que se trata de 2018. internet da UNESCO na secção das da enorme diversidade de nações e tuguês durante a I Guerra Mundial.

Adriano de Sousa Lopes, o pintor-soldado dos Portugueses na Grande Guerra Por Carina Branco, Lusa “Adriano de Sousa Lopes - Um Pintor bem a função dele e ele era arregi - que era aquela guerra”. que”, morrendo em 1944, precisou na Grande Guerra” deverá ser publi - mentado para outras funções que não “Vê-se um pelotão a sair das trinchei - Carlos Silveira. Nem só de armas viviam os soldados cada este ano. a pintura oficial”, acrescentou o inves - ras, as figuras são pintadas ao tama - De acordo com o investigador, algu - portugueses na Primeira Guerra Mun - Adriano de Sousa Lopes chegou ao tigador, lembrando que às vezes o pin - nho natural, vê-se a exaustão e o mas obras de Sousa Lopes vão inte - dial, houve quem tivesse levado o ca - setor português no norte de França em tor era confundido com o oficial do abatimento psicológico que era estar grar uma exposição sobre os impactos valete de pintura e travasse uma outra setembro de 1917 e, apesar de um serviço postal e outras com o capelão uma semana ou mais quase sem dor - sociais e culturais da Grande Guerra batalha: a de “salvar” as imagens dos período inicial de grande frustração militar. mir naquelas trincheiras”, descreveu que se vai realizar, este ano, na Fun - homens das trincheiras e o lado menos por não estar na primeira linha, aca - A vontade de ir para a batalha foi des - Carlos Silveira. dação Calouste Gulbenkian, em Lis - heroico da guerra. bou por conseguir ir para as trincheiras pertada logo no início da guerra por - Ainda no museu militar, pode ver-se boa. Adriano de Sousa Lopes (1879-1944) e ser homenageado com um “baca - que o pintor vivia em Paris desde “Remuniciamento de Artilharia” que Entre julho e novembro de 2015, o foi o pintor oficial do Corpo Expedicio - lhau à Sousa Lopes”, descrito em 1903 - chegando a expor com regula - foi apresentado apenas em 1932 e Museu Nacional de Arte Contemporâ - nário Português, depois de ter pedido “Memórias da Grande Guerra” de ridade no “Salon de Paris” e no Grand tem “uma visão diferente dos que ele nea-Museu do Chiado apresentou ao Ministro da Guerra para o enviar Jaime Cortesão. “Ele convivia com Palais - e viu muitos dos companheiros tinha conseguido dez anos antes, uma retrospetiva intitulada “Sousa para a frente da Flandres, tendo reali - todos os oficiais que eram escritores e do mundo da arte a alistarem-se no sendo o mais sombrio, o mais apoca - Lopes 1879-1944. Efeitos de luz”, zado nas trincheiras desenhos, gravu - pessoas da cultura, como Jaime Cor - exército. Nessa altura, Adriano de líptico, com uma visão mais distan - com cerca de 100 obras, incluindo ras a água-forte e, aparentemente, tesão, Augusto Casimiro, André Brun, Sousa Lopes era desconhecido no ciada e mais crítica do conflito”. três quadros pertencentes ao Musée telas. Hernâni Cidade. Eles combinam fazer meio artístico português, mas depois Dividido entre França e Portugal, de l’Armée de Paris, numa exposição “Não há dúvida que ele pintava nas um almoço de homenagem àquele do sucesso da primeira exposição in - Adriano de Sousa Lopes regressou ao comissariada por Carlos Silveira e trincheiras. Alguns relatos de comba - pintor que se tinha voluntariado para dividual em Lisboa, em 1917, pediu país-natal em 1927 para uma grande Maria de Aires Silveira. tentes indicam que Sousa Lopes mon - estar junto dos soldados - o que era ao Ministro da Guerra que o enviasse exposição e foi, depois, nomeado para A 17 de janeiro celebrou-se o cente - tava o cavalete nas trincheiras e uma coisa invulgar na época - e con - para a frente como oficial artista, à suceder a Columbano Bordalo Pi - nário da publicação, no Diário do Go - pintava com a maior das calmas com fecionam um bacalhau que denomi - imagem do que já tinha feito a França nheiro na Direção do Museu Nacional verno, do decreto nº 2938 que publica as bombas a explodirem por perto. nam ‘Bacalhau à Sousa Lopes’, com ao contratar artistas de guerra. de Arte Contemporânea. um “Relatório acerca da participação Numa entrevista, ele conta um episó - ingredientes que encontraram na Depois da guerra, o Governo encomen - A história portuguesa voltaria a estar de Portugal na Guerra Europeia” e dio em que estava com o Capitão frente”, contou Carlos Silveira. dou-lhe uma série de pinturas monu - nas suas mãos quando foi convidado manda “proceder à concentração de Américo Olavo e ambos são detetados No entanto, os primeiros tempos na mentais que hoje decoram as salas da para executar pinturas a fresco para o um corpo expedicionário destinado a pelo inimigo e têm que fugir da arti - frente não foram fáceis porque “os ofi - Grande Guerra do Museu Militar de Salão Nobre do Palácio de São Bento, combater em França contra a Alema - lharia”, referiu Carlos Silveira, cuja ciais do Estado-Maior e os oficiais do Lisboa, como “A Rendição” que “mas só consegue terminar o primeiro nha, ao lado dos exércitos das nações tese de doutoramento intitulada quartel-general não percebiam muito “mostra bem a degradação humana painel relativo ao Infante D. Henri - aliadas”. lusojornal.com 14 I GUERRA MUNDIAL Le 08 février 2017

Vai ter uma exposição na Gulbenkian em Lisboa Poesia: Campos de Arnaldo Garcez, o fotógrafo que fez da vida e morte Guerra a sua obra-prima Por Carlos Manuel de Azevedo Candeias Por Carina Branco, Lusa Mais do que um simples alferes equi - parado, Arnaldo Garcez (1885-1964) era o fotógrafo oficial das tropas por - tuguesas que foram enviadas para as trincheiras da Flandres e foi a maior testemunha da participação lusa na I Guerra Mundial. “O Garcês foi fundamental para docu - mentar para o futuro toda a máquina do Corpo Expedicionário Português no terreno, os seus serviços, os diferentes batalhões, os diferentes locais onde estavam concentradas as tropas”, descreveu à Lusa o historiador de arte Nos campos de vida e morte Carlos Silveira, a propósito do cente - Milhões de homens perderam a vida nário da chegada à Flandres, dos pri - Pais e filhos tiveram a mesma sorte meiros soldados portugueses que Vitimas de uma bala perdida participaram na I Guerra Mundial. Quando as tropas chegaram a França, Não foi o arado que lavrou a terra em fevereiro de 1917, enquadradas Mas sim a loucura da guerra no Corpo Expedicionário Português Que rasgou sulcos de destruição (CEP), Arnaldo Garcez acompanhou- Temos uma lente mais próxima do As fotografias foram “muito utilizadas “para dar uma imagem internacional Sem piedade e sem perdão as, a convite do Ministro da Guerra, o quotidiano de combate nessas ima - pela propaganda e informação do da participação portuguesa na guerra” General Norton de Matos, que já o gens do Garcez”, contou Carlos Sil - CEP”, nomeadamente através da re - e “não há qualquer exposição ou obra Eram simples homens do povo tinha mandatado para realizar a co - veira. vista Portugal na Grande Guerra, que sobre a Grande Guerra que não apre - Esses soldados de um momento bertura fotográfica dos exercícios de Para o historiador, há outra imagem foi o órgão oficial do exército, assim sente estas imagens”. Para eles a guerra era algo de novo preparação militar, em 1916, no icónica da participação portuguesa na como, em 1918, na generalidade da O fotógrafo retratou a vida nas trin - Num presente triste e violento campo de manobras de Tancos. Grande Guerra que é “uma fotografia imprensa, sobretudo na Ilustração cheiras, cobriu as festas da vitória em Na frente ocidental, Arnaldo Garcez na qual um soldado sai daquela pose Portuguesa. Paris, Londres e Bruxelas, onde as tro - Noites e dias de bombardeamento produziu “milhares de fotografias”, quotidiana de estar a desempenhar Outro momento marcante da carreira pas portuguesas também desfilaram Foram longos anos de sofrimento uma das quais mostra um pequeno tarefas rotineiras, tira o capacete, do atípico “alferes” foi a exposição fo - em julho de 1919, casou com uma Nas trincheiras e no arame farpado grupo de soldados a olhar para a ob - ergue-o ao alto e está a gritar”, num tográfica inter-aliada no Museu Jeu de francesa e só regressou a Portugal em Viveram, lutaram e morreram lado jetiva, dentro de uma trincheira, com gesto interpretado como sinal de vitó - Paume, em Paris, em novembro de 1921, documentando as cerimónias a lado tábuas a sustentarem a terra de um ria, ainda que não se saiba quando foi 1917, na qual mostrou “77 amplia - fúnebres dos soldados desconhecidos lado e mais tábuas a servirem de captada a imagem. ções fotográficas que fez todas sozi - da Europa e da África, em Lisboa e na Foi o sacrificio de Gerações mesa para meia dúzia de bolas de Nas fotografias de Arnaldo Garcez, a nho”, uma exposição “paradigmática Batalha, a 9 e 10 de abril desse ano. Desses jovens de várias Nações pão, quase tantas quantos os soldados guerra é retratada a preto e branco, da importância que os aliados e os be - Pouco depois, abriu uma loja de foto - França, Alemanha, Inglaterra, que posam. “Há uma fotografia de não há feridos, nem cadáveres, não há ligerantes devam à fotografia que grafia em Lisboa e deixou o fotojorna - Portugal que eu gosto muito que mostra um “situações que pudessem ser consi - ganha uma visibilidade enorme na lismo. Todos vitimas desta guerra mundial grupo de soldados na trincheira a deradas como desmoralizantes” por - Grande Guerra”, acrescentou Carlos De acordo com Carlos Silveira, as fo - comer pão e queijo na sua refeição que o fotógrafo foi usado como a Silveira. tografias de Garcez deverão fazer Foi há mais de cem anos diária. Uns sorriem, outros com ar principal arma de propaganda do Arnaldo Garcez também publicou, em parte de uma exposição sobre os im - Que a grande guerra começou mais triste e o fotógrafo tem ali um exército português e “não era propria - Paris - na época áurea do postal ilus - pactos sociais e culturais da Grande Hoje com tristeza recordamos instantâneo da vida quotidiana do sol - mente uma testemunha indepen - trado - três conjuntos de 24 postais Guerra na Fundação Gulbenkian, em Todos aqueles que a morte ceifou dado português nas trincheiras. dente”, continuou Carlos Silveira. bilingues, em português e francês, Lisboa, este ano. Não podemos ignorar nem esquecer É esse o nosso grande dever Pois o tempo nada mudou Christiano Cruz, o tenente médico

Câmara de que pintou as trincheiras Por Carina Branco, Lusa dade de Letras da Universidade de junto com os postais que pretendiam catura e do desenho. Moura Lisboa. descansar a família e que se calhar Almada Negreiros chegou a classificar homenageia Os contornos negros e o traçado ex - “Ele pinta quase como se fosse um não correspondiam tanto à realidade Christiano Cruz como um dos melho - pressionista de Christiano Cruz mosaico, quase como se fosse um que ele tinha no dia-a-dia. Ele dese - res da sua geração e apontou o slogan seis militares (1892-1951) ganharam uma nova vidro que se estilhaçasse (…) É uma nhava os postais com as barracas do artista - “guerra à bota-de-elástico!” do concelho dimensão e simbolismo nas trinchei - imagem apontada como um trabalho onde estavam alojados, com as trin - - como o grito de uma geração inteira ras do norte de França, onde o artista pop antes do tempo. No momento cheiras, os soldados, os cavalos”, contra a opinião dominante, mas a retratou a tragédia da Grande Guerra em que está a explodir, o soldado é acrescentou Carlos Morgado. carreira de Cruz terminaria pouco de - A Câmara Municipal de Moura, no junto dos soldados portugueses. projetado nos ares. Isto foi pintado As obras realizadas pelo artista nas pois do fim da I Guerra Mundial devido distrito de Beja, homenageou seis mi - Christiano Cruz tinha o posto de 60 anos antes da arte pop em que trincheiras, incluindo um álbum com a várias deceções no mundo da arte. litares do concelho que morreram na Tenente médico no primeiro Corpo havia as onomatopeias das explosões esboços de situações quotidianas, “No pós-guerra, ele ainda tentou I Guerra Mundial, com o descerrar de Expedicionário Português que de - de Lichtenstein”, descreveu, a pro - exigiam poucos meios logísticos e fazer vida como artista plástico, mas uma placa evocativa na biblioteca sembarcou em França em fevereiro pósito do centenário da chegada à eram de pequeno formato: “De 15 a sociedade estava a mudar de uma municipal da cidade. de 1917, mas nunca abandonou Flandres dos primeiros soldados por - por 20, 20 por 20, ele não usava forma que não lhe agradou. Os artis - Segundo o município, a placa evoca os pincéis e os lápis na linha da tugueses, a 02 de fevereiro de 1917. telas, pintava sobre cartão”, acres - tas que ele tinha conhecido no pe - e inclui os nomes, as naturalidades e frente. A “cena de guerra” mostra a explo - centou o autor de “Christiano Cruz. ríodo anterior à guerra morreram, as datas de falecimento dos militares Nas trincheiras, o artista produziu são de uma granada, com pincela - O outro lado do espelho”, publicado outros tinham emigrado e ele acabou António Prata, António Valério, Fran - autorretratos e imagens de um quo - das de vermelho no solo e um na revista Artis, do Instituto de His - por emigrar para as colónias onde fez cisco Carolino, José António Gonçal - tidiano marcado pela tensão e pela soldado com uma farda azul, de mo - tória de Arte da Faculdade de Letras um trabalho ao nível da agropecuária ves, José Serrano Fachina e Narciso morte, como “Rebentar de uma Gra - chila nas costas, em primeiro plano, de Lisboa, em 2006. e veterinária. Nem os filhos sabiam Cadeirinhas Serrano. nada”, “Soldados à mesa de um mas Christiano Cruz também dese - As obras criadas, mesmo em palco que ele tinha sido um grande motor A homenagem decorreu no âmbito café” e “Cena de Guerra”, uma pin - nhou cartas para a família a mostrar de guerra, testemunham a vitalidade do primeiro modernismo em Portu - dos 100 anos da partida do Corpo Ex - tura a guache sobre cartão, de for - “uma imagem de bonomia da artística deste veterinário de forma - gal”, acrescentou Carlos Morgado. pedicionário Português para França, mato reduzido, exposta no Museu do guerra”. ção que, entre 1909 e 1913, foi Christiano Cruz regressou a Portugal a principal força militar que Portugal Chiado, que “faz lembrar uma pin - “Nas horas vagas, o que ele fazia era considerado como um dos pioneiros depois do Armistício, em novembro enviou para este país durante a I tura pop dos anos 60”, afirmou à pintar, desenhar. Conhece-se a obra do primeiro modernismo português de 1918, e partiu para Lourenço Guerra Mundial. Lusa Carlos Morgado, que fez uma dele no período da guerra, desenhos por ter rompido com os convenciona - Marques (Moçambique), no outono monografia sobre o pintor pela Facul - que ele fazia para enviar à família, lismos oitocentistas pela via da cari - de 1919. lusojornal.com Le 08 février 2017 CULTURA 15

«Voyage dans la mémoire d’un fou» Théâtre: Pour Lionel Cecílio le voyage continue Par António Marrucho

Et oui «Voyage dans la mémoire d’un fou» contenue sa route. La pièce de théâtre a un seul acteur… mais quel acteur! Lionel Cecílio. Ce fut très émouvant d’assister le jeudi 2 février à la première d’un nouveau voyage. Après deux passages au Festival d’Avignon et une saison à Paris, Lio - nel Cecílio a choisi de faire revivre la pièce dans la capitale. Un spec - tacle à ne pas manquer. C’est une pièce sur la vie, vie semée d’embuches, de rencontres. L’artiste joue à la fois plusieurs personnages, Lionel Cecílio avec ses parents: ses premiers fans s’amuse et nous amuse avec trois LusoJornal / António Marrucho langues: le français, le portugais et… le frantugais! silence de la salle, les plus sensibles bol d’air salutaire dans notre monde au plus». Cher bachelier, entrainez- s’il est dur par d’autres aspects. Au début de la pièce vous avez sentiront la goute humide sur le vi - un peu trop pollué. vous, en voilà des sujets de philoso - Mais rien que pour ça, il est si beau. l’homme… se suivent, le professeur sage, l’émotion, émotions partagées Lionel Cecílio nous prévient et phie pour le bac. Comme disait Emily Dickinson, ‘le d’école, l’élève, le docteur, le jeune par la proximité entre l’artiste et son conseille de nous «appliquer dans Lionel Cecílio est heureux sur scène: rivage est plus sûr mais j’aime me homme, la femme bourgeoise, la public. nos erreurs, les gens ne se souvien - «sur scène on ne meurt pas». battre avec les flots’. Hier, au mo - bonne portugaise, le frère, le prê - On n’en sort pas indemne d’une nent que de nos faux-pas», les ré - Terminant par les mots de Lionel ment des saluts, je pensais à vous tre… Albert Einstein et même Dieu. pièce comme celle que Lionel Cecí - ponses que nous donnons «sont les Cecílio, au lendemain de cette nou - tous et je mesurais combien je suis Lionel Cecílio se raconte. Raconte lio nous propose. bonnes, puisqu’elles sont les nô - velle première du 2 février nous dit: chanceux de faire ce métier, dans quelques uns de ses souvenirs, Et quel exploit! Seul sur scène, tres…». De quoi nous faire réfléchir, «Nous avons tous notre lot de souf - ces conditions et combien je vous quelques uns de nos souvenirs. On c’est une performance d’athlète. Le non? frances. Les miennes ne valent ni dois cette chance!» s’y retrouve une peu tous à un mo - titre de la pièce évoque la «mé - Vous en voulez d’autres? «Nos plus plus ni moins que celles de tout un ment de notre vie. N’attendons pas moire». Lionel, chapeau… quelle beaux tableaux s ont nos fenêtres, chacun. Mais moi j’ai cette chance Voyage dans la mémoire d’un fou d’avoir mal pour apprécier la vie, vi - mémoire. mais personne ne les regarde jamais inouïe de pouvoir les fuir en partant Les jeudis, vendredis et samedis vons la vie tous les jours. Il y a, dans «Voyage dans les mé - vraiment», «rien n’existe si on n’y dans ce Voyage et de les faire ou - Au Théâtre l’Archipel Attendez-vous à sourire, voir à rire, moires d’un fou», des appels, des croit pas», «le bonheur c’est la bonne blier aussi à ceux qui partent avec 17 boulevard de Strasbourg mais aussi attendez-vous à vivre le alertes, mais c’est aussi surtout un heure, c’est une heure d’osmose tout moi. Ce métier permet ça, même 75010 Paris

PUB 16 CULTURA Le 08 février 2017

Diplômée d’art-thérapeute par la Faculté Libre de Médecine de Lille Gilda Martins: la thérapie par l’art Par António Marrucho dant 17 ans, avant de devenir la Pré - sentant la femme. Je projette beau - sidente de son association en 2001. coup de mes ressentis dans mes ta - Est-ce un phénomène de notre temps, Son besoin d’expression artistique l’a bleaux. C’est d’ailleurs en les revoyant est-ce une mode… l’engouement ac - poussée à suivre des cours d’arts-plas - que j’ai vu la fracture qui se produisait tuel pour les médecines dites paral - tiques. S’exprimer en exposant ses dans ma vie. Je suis convaincue que lèles ou n’assistons-nous pas à un œuvres tant collectivement, qu’indivi - dans toute expression artistique, il y a certain retour à un passé bien loin - duellement a été pour elle l’aboutis - le révélateur de ce que nous sommes tain? A l’exemple de médecine chi - sement d’un travail, la reconnaissance au plus profond de nous et que nous noise, d’autres médecines, prennent et le retour à une certaine paix, grâce exprimons sans nous en rendre racine dans la nuit des temps. au partage de ses connaissances et de compte. Les maux de notre civilisation, tels son art. que: le stress, la déprime, le monde A la suite d’une maladie, en 2007, Des projets? qui bouge à une trop grande vitesse, Gilda Martins fait un bilan de compé - Je vais participer à quelques manifes - ne conduisent-ils pas, à que de plus tences qui lui révèle d’indéniables tations dont j’ai déjà les dates: le en plus d’hommes et de femmes qualités artistiques et d’écoute envers Salon de la femme et du bien être à cherchent dans cette médecine, sou - les autres. Elle fait alors le choix d’al - la salle Monet à Dourges, le samedi lagement aux douleurs physiques lier sa passion artistique à un métier 11 mars, la Journée de la femme à 17 mais aussi aux douleurs psychiques? qui vient en aide à la personne en mars à Courrières, le Printemps des LusoJornal est allé à la rencontre de souffrance. artistes à la Salle Polyvalente de Wa - Gilda Martins, une femme qui n’était Gilda Martins entreprend des études française? Le métier d'art-thérapeute m’était in - vrin le lundi 8 mai, l’Exposition des pas prédestinée à priori à soigner et d’art-thérapie en 2010 et obtient le Je me sens européenne, puisque je connu jusqu’à mon bilan de compé - peintres e par l’Office du Tourisme des soulager quelques uns des maux de diplôme universitaire d’art-thérapeute suis considérée comme portugaise en tences. J’y ai eu recours pendant ma Weppes à Aubers, les 13 et 14 mai… notre temps… soulagement par l’art. à la Faculté Libre de Médecine de France et française au Portugal. maladie. La thérapie par l’art, je l’ai Gilda Martins est née en 1959, dans Lille en 2012. vécue et je m’étais promis si je sortais Avez-vous une réflexion sur le «de - un petit village du Portugal, pas très Cela conduit Gilda Martins vers une Être d’origine portugaise est pour vous de ma dépression d’aider les autres, main», sur l’avenir de notre monde? loin de Fátima et a émigrée en France nouvelle carrière en tant qu’entrepre - une richesse ou un handicap? d’aller vers les autres. J’ai un regard assez partagé sur notre avec sa famille en 1964. Elle habite neuse en 2013. Elle anime, depuis, Je l’ai toujours ressenti comme une ri - temps. J’ai une profonde confiance en actuellement à Annoeullin, on appelle des ateliers à l’épicerie sociale de sa chesse, ne serait-ce la possibilité de Vous intervenez dans quels milieux? l’homme car je suis croyante. Je ce coin du Nord, les Weppes. Ses pa - commune et aide les personnes en pouvoir m’exprimer dans plusieurs J’interviens dans un milieu social, le pense que tous les mouvements idéo - rents et grands-parents avaient des difficulté sociale à reprendre langues. CCAS d’Annœullin et dans un milieu logiques, religieux, fascistes, sont per - qualités artistiques: ils étaient coutu - confiance en elles, en leur faisant dé - associatif: l’Association Loisirs et Cul - vertis par le pouvoir, que certains riers. couvrir le potentiel artistique qu’ils ont Quel art arts pratiquez-vous? ture de Phalempin. s’octroient des droits, des avantages, Pour sa part, sa passion pour les en eux, grâce au dessin et la peinture. Je me suis inscrite dans une associa - alors même qu'ils ne pensent pas au langues étrangères l’a amenée à faire Depuis l’an dernier, elle anime égale - tion artistique en 2000. J’y pratique Au niveau de la peinture, la femme bien de tous, mais oui à leur propre des études de lettres puis en Com - ment des ateliers d’arts-plastiques le dessin, la peinture et le chant en est souvent le sujet de vos tableaux, ambition. Par ailleurs je déplore tous merce International. Elle a exercé le pour enfants et adultes dans une as - chorale. y-a-t il une raison? les retours en arrière sur les droits des métier d’assistante de direction pen - sociation à Phalempin. En me penchant sur mon parcours ar - femmes. Je souhaite que les hommes dant 30 ans. Vous exercez vos dons également à tistique, je me suis aperçue que retiennent les leçons du passé et ne Gilda Martins a pratiqué le yoga pen - Vous vous sentez plutôt portugaise ou travers la thérapie. Pourquoi? j’avais beaucoup de tableaux repré - mènent pas notre monde à sa perte.

«Biotiful Planète»: quand Jéromine Pasteur filme le Mozambique Par Gracianne Bancon Pour compléter ce documentaire, quelques images proches du paradis Produite en France en 2009, et diffu - sur terre, d’écotourisme durable mis sée de nouveau le jeudi 2 février sur en place par Amy Carter-James depuis France Ô, l’émission relative au Parc une quinzaine d’années au Guludo National des Quirimbas, au Mozambi - Beach Lodge sur les bords de l’océan que, fait partie intégrante du pro - indien au nord du Parc National des gramme «Biotiful planète» dirigé par Quirimbas. Les 9 suites ont chacune Jéromine Pasteur. était construite le long de la plage, La petite fille de Louis Pasteur, explo - avec des matériaux locaux: carrelages ratrice et aventurière de longue date, de terre cuite, bambous, casiers de a publié moult ouvrages et récits de pêche en fibres végétales tressées, ré - ses voyages. cupérés en guise de claustras, feuilles En compagnie de Mozambicains en - de manguier pour la décoration florale gagés dans la défense de la biodiver - réalisée par les femmes du village, sité, Jéromine Pasteur nous fait vastes salles de douche rudimentaires découvrir à travers le petit écran, dans et «raisonnées» à ciel ouvert: l’eau est un premier temps le Parc National des rare… Le tout sans électricité. Cette Quirimbas, situé tout au nord du Mo - économie tournée vers le tourisme zambique à la frontière de la Tanzanie. de luxe permet à Amy Carter-James Puis en seconde partie d’émission, l’île de donner du travail aux Mozambi - Ibo, attenante au Parc, pour ses sanc - cains habitant à proximité mais aussi tuaires marins sur l’océan indien. Sans de financer la scolarité et les soins oublier l’activité humaine, économi - médicaux de leurs enfants. Par l’in - que, sociale et culturelle encouragée termédiaire de la NEMA association et développée au profit des popula - caritative qu’elle a créée, en accord tions qui y séjournent. différents occupants: Populations lo - teurs à l’alternance des aires d’utilisa - permettre la sauvegarde des certaines avec les autorités gouvernementales. Ce vaste programme unique au monde cales, 11.000 éléphants, 449 espè - tion, sur le principe de la jachère, et espèces menacées, mais aussi autori - De quoi offrir aux touristes des safaris en son genre, se fait avec l’aide de ces d’oiseaux, 375 de poissons, et 52 éviter ainsi la pratique difficilement ser les pêcheurs à subvenir à leurs be - photo dans le Parc, de la plongée l’AFD (Agence Française de Dévelop - de coraux, sans négliger la protection contrôlable du brulis. soins tout en leur inculquant le sous-marine à partir d’embarcations pement) et la WWF. des forêts pour la préserver de ses cou - Et surtout donner accès à l’eau potable principe du rejet à la mer des espèces traditionnelles à voile latine, des sor - Ce Parc créé à la demande des com - pes sauvages de bois précieux, et gérer à tous les êtres vivants répartis sur ces trop petites, comme les poissons na - ties ornithologiques dès l’aube. munautés locales en juin 2002, d’une au mieux les surfaces cultivées par les 7.500 km2. poléon, et maintenir le registre comp - Pour le plus grand plaisir des uns superficie de 7 500 km2 a pour ob - agriculteurs. Le même principe est applicable en table, astreignant certes, des quantités venus de si loin et pour l’immense es - jectif la mise en place d’un cadre de Pas moins de 300 gardes communau - mer en délimitant des sanctuaires ma - prises, par espèces, pour satisfaire à poir de progression sociale, économi - gestion concertée pour une cohabita - taires, 40 Rangers, arrivent à traquer rins, les uns en permanents et les au - court et long terme, aux besoins des que et financière des Mozambicains tion intelligente et durable entre les les braconniers et inciter les cultiva - tres en temporaires. A la fois pour populations. tout en les incitant à rester au pays. lusojornal.com Le 08 février 2017 CULTURA 17

Jornada Portas Abertas tenta inscrever mais alunos Liceu Camille Jullian de Bordeaux tem uma Secção europeia de português Por Clara Teixeira com Martine Frágoas, de acolher os alunos do colégio Edouard Vaillant a Para além das aulas de português nor - norte da cidade. “Este colégio que mais, em LV1 ou LV2, o liceu Camille tem menos boa reputação, permite Jullian em Bordeaux (33) distingue- automaticamente aos alunos de ma - se dos outros estabelecimentos com a tricularem-se neste liceu e poderem Secção europeia de português na qual beneficiar da Secção europeia. Depa - os alunos podem ter aulas de história ramo-nos assim com alunos de meios ou geografia em língua portuguesa. sociais diferentes, aqui no liceu, mas Uma jornada portas abertas teve lugar que se dão muito bem uns com os ou - no sábado passado para apresentar a tros”. Secção europeia de português que Tanto Martine Frágoas como Cristina atualmente sofre de “fracas inscri - Silva “puxam muito pelos alunos” ções”. para irem o mais longe possível. “A Martine Frágoas, professora de portu - Secção de português acolhe na maio - guês no liceu, explicou que há uma ria lusófonos, mas também franceses hora semanal na Secção europeia de e malgaxes. Contudo precisamos de português. “Não se trata de uma Sec - dar mais visibilidade à Secção de por - ção internacional, esta Secção já tuguês para atrair mais alunos”. A existe desde os anos 90 e trata-se de professora acrescentou ainda que uma disciplina não linguística (DNL) lhor para depois do Bac. “Com o es - será uma real vantagem”. dado das culturas lusófonas e da lín - muitos alunos temiam a sobrecarga dada por um professor nativo. Neste tudo aprofundado da língua e das cul - A Secção europeia de português pro - gua portuguesa, que não devemos es - de trabalho com opções facultativas, caso a professora que dá essas aulas turas lusófonas, o aluno poderá põe vários projetos culturais abertos quecer é a 3ª língua europeia mais daí a importância de bem aconselhar é brasileira, Cristina Silva, e dá aulas continuar os seus estudos de portu - ao mundo lusófono, através de encon - falada no mundo”, apontou ao Luso - à partida os alunos para motivá-los a de história e geografia de Portugal ou guês na Universidade Michel de Mon - tros com escritores e artistas, demons - Jornal. inscreverem-se na Secção. “Temos do Brasil em português”. taigne ou no Instituto de Siences trações de Capoeira no âmbito da O liceu Camille Jullian, situado no bons argumentos e casos de exemplos Para poder frequentar a Secção euro - Politiques no curso integrado Bor - história do Brasil, ou ainda viagens centro da cidade de Bordeaux, tem de alunos bem sucedidos”, concluiu. peia de português tem que estar ma - deaux-Coimbra”. linguísticas e culturais a Portugal. Os excelente reputação e é solicitado por A Secção europeia de português no triculado obrigatoriamente no liceu e No contexto atual, a escolha de uma alunos passam os exames do BAC em muitos alunos. Esta oferta da Secção liceu Camille Julian proporciona todas ter um bom conhecimento em língua língua como o Português pode reve - LV2 ou LV1 e têm uma prova oral em europeia que também propõe aulas as vantagens e argumentos para con - portuguesa. Segundo a professora, o lar-se como uma boa estratégia para a português sobre o programa dado em de alemão e de russo, é uma mais- vencer todos aqueles que possam ter ensino da Secção europeia é um ró - mobilidade e inserção profissional história e geografia. Ter uma menção valia para o estabelecimento. Mas não algumas dúvidas. tulo de qualidade que vai selecionar porque “em situação de concorrência, ‘Português classe europeia’ é um sinal só atrai os melhores alunos como tam - os melhores alunos e prepará-los me - permite distinguir-se e a diferença de terem um conhecimento aprofun - bém dá a possibilidade, de acordo www.camillejullian.com

Maria Ivone Frutuoso anima há quase 10 anos o blogue “Aldeia de Gralhas” Por Carlos Pereira Nasceu há 9 anos. Foi após uma via - sempre o cuidado de retocar as foto - gem que fiz com os meus pais à al - garfias, de reler os textos, e o blogue Mesmo se vive em Paris, Maria Ivone deia, e durante esse tempo o meu pai tem dado a conhecer muitas pessoas Frutuoso anima há quase 10 anos, o falou-me da aldeia, encontrámos pes - com grande riqueza e isso é um dos blogue “Aldeia de Gralhas”. No início soas e juntamente com as recorda - maiores presentes para mim. Toda a tratou-se de um blogue destinado a ções que tinha do meu lado, quis a aprendizagem com as pesquisas e a falar da aldeia dos pais, mas pouco- partir dessa viagem fazer qualquer partilha das informações é muito en - a-pouco foi-se transformando num coisa. Era uma maneira de recolher riquecedor. blogue cultural, vitrina de vários pro - informações do passado, da aldeia, jetos culturais portugueses, mostras das vivências da minha família, como O blogue ocupa-lhe muito tempo? de fotografias e de outros projetos ar - uma memória no fundo. Era uma es - Faço muitas pesquisas. As pesquisas tísticos, que apaixonam a autora. pécie de homenagem aos meus pais, é algo que faço por exemplo ao dia-a- Maria Ivone Frutuoso é lusodescen - aos meus antepassados. dia. É uma procura constante. Estou dente, nasceu em Paris, e trabalha sempre a vigiar o que se passa, se numa instituição bancária. E como evoluiu? gosto ou não, todos os dias vejo o que Pouco a pouco foi evoluindo porque há, o que posso partilhar, quando leio Onde é esta aldeia de Gralhas? realmente falar sempre do mesmo as - o jornal, quando vejo a televisão, Gralhas é em Trás-os-Montes, do con - sunto pode ser aborrecido. Depois, quando vou na rua, quando os outros celho de Montalegre. Os meus pais, acabou por se aproximar daquilo que também me dão ideias sobre uma avós e bisavós são de lá. É uma aldeia eu sou, do que eu gosto. Com temas festa ou um evento qualquer. Vou pequena, dizem que é fria, perto da mais ligados à arte, sem esquecer as sempre procurar informações, é um Galiza. tradições, os antigos, de Trás-os-Mon - trabalho diário, quando tenho ideias tes. Quis que se tornasse mais virado LusoJornal / Carlos Pereira mais formatadas, ao fim de semana Nasceu lá? para a lusofonia, o que me corres - tenho mais tempo para estar tranquila Os meus pais vieram para França nos ponde mais. As minhas pesquisas na daqueles que é mais proposto. Nas arte contemporânea, de ilustração, e dedico mais tempo ao blogue. Posso finais dos anos 60. Eu já nasci cá, internet levaram-me a conhecer várias redes sociais, tenho algumas pessoas adoro banda desenhada, posso falar passar 4 ou 5 horas seguidas a traba - mas vivi dos 8 aos 12 anos em Portu - pessoas em diferentes domínios, fotó - que me acompanham, mas não são de tradições, de música diversa, mas lhar. gal. Conheci o dia-a-dia transmontano grafos, artistas variados e comecei a assim tantos, também não quero ter não falo de futebol nem de religião, a durante esse tempo. Senão, eu ia a interessar-me por novos temas e a di - Portugal inteiro atrás (risos). Para tra - não ser que a fotografia fale disso. Porquê ter mantido o nome Aldeia de Gralhas quando era miúda, como vulgar o máximo de informações que zer mais pessoas era preciso abordar Gralhas se entretanto o projeto evoluiu muitos emigrantes faziam, iam para a eu tinha. Provavelmente não interassa outros temas e eu não sei desenvolver Ao criar o blogue esperava este im - para áreas culturais? aldeia no mês de agosto, mas nós cu - muita gente, mas são temas e ideias certos temas, como o futebol ou a re - pacto? Porque é complicado mudar o nome riosamente íamos sempre em julho. que me correspondem e o meu blogue ligião. Quero mostrar o que gosto. Não, no início não pensava que ia ter do blogue, porque a aldeia também é Pouco a pouco deixei de ir a Gralhas. reflete o que eu sou. tanto sucesso. Não contava que gos - o lugar onde o povo se exprime. Gra - Os meus pais acabaram por comprar O que se pode ver no blogue? tassem tanto. É uma satisfação para lhas também é um pássaro, também casa em Braga e durante anos acabei O blogue é seguido por muita gente? Nestes últimos tempos tenho falado mim. No fundo, o que eu quero é sa - é um erro ortográfico. Mas penso que por passar mais tempo no Minho do O blogue é dinâmico e alimentado re - muito em fotografias, porque tenho tisfazer, e que as pessoas tenham o o nome ‘aldeia’ vai bem finalmente que em Trás-os-Montes. gularmente. Algumas pessoas procu - encontrado vários fotógrafos portugue - seu interesse em consultar o meu blo - com o blogue, um lugar onde toda a ram temas ligados a Portugal ou à ses e franceses que têm fotos lindas gue. A parte estética também é im - gente pode exprimir-se e partilhar Como surgiu o blogue? tradição e o meu blogue pode ser um de Portugal. Também posso falar de portante, o visual é importante, tenho ideias. lusojornal.com 18 RELIGIÃO Le 08 février 2017

Responsáveis notam “desinteresse” da Comunidade portuguesa Pastoral portuguesa de Lyon prepara para a Crisma Por Jorge Campos se’ muito da vida da igreja e da reli - gião, ou até esqueceu, que ao desejar A Pastoral portuguesa da Diocese de seguir uma vida no seio da igreja ca - Lyon (69) iniciou o seu ciclo de for - tólica, isto é ser cristão, tem que viver mação e de preparação ao sacramento os Sacramentos, e seguir as forma - do Crisma no passado dia 19 de ja - ções adequadas para esses fins, que neiro, nos locais da Paróquia de S. é o adquirir os ensinamentos, que lhe Nome de Jesus. A cerimónia do dão a riqueza espiritual e a cultura re - “Crisma”, vai ter lugar no decorrer do ligiosa. Por vezes descobrem com sur - encerramento dos festejos do cente - presa, que para casar têm que ser nário das Aparições de Nossa Senhora crismados, ter feito a primeira comu - em Fátima, no domingo 15 de outu - nhão, e estarem batizados, e que têm bro. um problema a resolver se isso não Quatorze jovens adultos, vindos de di - aconteceu. O mesmo caso de exigên - versos pontos da região da cidade de cias, será para quem desejar ter a res - Lyon, fazem esta preparação sob a ponsabilidade de ser Padrinho de responsabilidade do padre Eric Bes - Batismo ou de Casamento. Ao nível son, novo Capelão da Comunidade das leis da igreja, estas exigências, portuguesa, nomeado em setembro são postas em Portugal, como tam - passado, em substituição do Padre bém em França e não poderá haver José Luís de Almeida, de partida para compromissos”. uma nova missão na região de Paris. Hoje a Pastoral portuguesa de Lyon “Neste ano de 2017, é já a quarta vez propõe aos jovens e aos adultos que o que fazemos a preparação ao Crisma desejarem de participarem nestas for - para jovens adultos da Comunidade mações, que levam cerca de um ano, portuguesa. Estamos a somar cerca com dez encontros de duas horas, e de noventa rapazes e raparigas que no final haverá a cerimónia do Crisma. mostraram o seu desejo de construí - Para outubro de 2017, o Cardeal Phi - rem nas suas vidas de cristãos, algo lippe Barbarin de Lyon, presidirá às que os enriquece e faz crescer ao nível LusoJornal / Jorge Campos cerimónias do Crisma na Basílica de espiritual”, explica Georgina Santos, Fourviere, a partir das 14h30. membro da Pastoral. “Na nossa Co - mentos, é quase inexistente e tem pa - resse da parte deles e das famílias, e uma realidade negativa e comum a munidade, aqui na região do grande rado, segundo vários testemunhos, ao também falta de estruturas ao nível da muitos”, concluiu a Georgina Santos Pastoral Portuguesa de Lyon Lyon, infelizmente o percurso dos jo - nível do Batismo ou da Primeira Co - Diocese, que lhes façam propostas, ao LusoJornal. Infos: 04.78.87.86.72 vens portugueses ao nível dos Sacra - munhão. Falta de vontade ou de inte - fazem com que esta situação seja “A Comunidade portuguesa ‘afastou- Paroisse de S. Luc S. Foy-les-Lyon

PUB PUB 20 DESPORTO Le 08 février 2017

Football / CFA Ahmed Hassan, um Les Lusitanos: seule équipe au niveau national bracarense invaincue depuis le début du Championnat no CAN Por Marco Martins

O Egit o acabou por ser derrotado na final do CAN pelos Camarões por 2-1, deixando assim escapar a conquista do título continental. Lusitanos de Saint Maur / EM Nesta equipa egípcia, há um joga - dor que atua em Portugal, no Par Eric Mendes périal Revelino Anastase. Et c’est inscrit son 9ème but de la saison (0- tion au Stade Marcel Bec de Meudon. Sporting de Braga: Ahmed Has - Saint Maur qui allait prendre les com - 2, 61ème). Un sérieux coup dur pour «Cette victoire est avant tout celle de san. O LusoJornal falou com o jo - En disposant de l’AC de Boulogne-Bil - mandes logiquement. Sur l’un de ses les Boulonnais qui ne s’en remettront tout un groupe. On a joué tous ensem - gador antes das meias-finais, que lancourt (ACBB), 3 buts à 0, les Lusi - premiers corners, Jony Ramos profite pas et qui verront même Kevin Farade ble les uns pour les autres. C’est notre o Egito venceu frente ao Burkina tanos de Saint Maur n’ont pas d’un léger cafouillage pour tromper le toucher le poteau. grande force. Quand on défend, ça Faso de Paulo Duarte. manqué leurs débuts officiels, en portier de l’ACBB, Nicolas Caraux, qui Saint Maur finira pour accentuer son commence de notre attaquant 2017, accentuant au passage leurs ne peut que constater les dégâts (0- avantage grâce à Sitou Ayi, à la jusqu’au gardien. On se bat tous en - Quais eram os objetivos do Egito? avances en tête de Championnat. 1, 16ème minute). 89ème, d’une frappe en pivot chirur - semble sur chaque ballon. On ne lâ - O Egito sempre pensa em vencer Si les Lusitanos étaient frustrés par le Derrière, l’ACBB tentera bien de réagir gicale (0-3). chera rien jusqu’au bout». Avec 36 a Taça. O Egito é o país que ga - report successivement de ses pre - mais sans succès. Le meilleur buteur Pour Carlos Secretário, la victoire était points au classement, les Lusitanos nhou mais vezes a Taça Africana miers matchs de l’année, l’ACBB peut boulonnais, Mohamed Chalali, pen - plus que méritée. «On a fait une belle prennent le large et prouvent qu’ils ne das Nações e toda a gente co - désormais témoigner que cela était sera égaliser en fin de première pé - partie. On a su se montrer plus fort calent pas sur le terrain avec 5 points nhece o Egito. Temos uma certa vraiment le cas. A l’occasion du choc riode mais Kévin Diaz suppléera à que notre adversaire dans tous les d’avance sur l’ACBB et 7 points sur pressão porque temos de ir à final. de la 18ème journée entre Saint-Maur merveille son gardien, pour une fois, compartiments du jeu. On a su répon - l’Entente SSG. La première bonne et Boulogne-Billancourt, c’est une battu. Dès la reprise, l’ACBB optera dre sur le terrain face à une belle nouvelle étant que Saint Maur a déjà Até à meia-final, não tinham so- partie de haute volée que se sont li - pour un jeu plus physique et plus di - équipe de Boulogne. On continue sur fait un grand pas vers le maintien. frido golos… vrés le leader invaincu du Groupe B rect qui n’empêchera pas les Lusita - notre lancée. On ne va pas se prendre Mais est-ce vraiment là l’essentiel? É algo muito importante e muito de CFA et son dauphin au classement. nos de continuer sur leur lancée. A pour des autres. Le plus important Surtout que les Lusitanos restent la bom para a equipa não sofrer Pourtant, le club du 92 savait qu’il l’heure de jeu, Jony Ramos prouvera étant de valider notre premier objectif seule équipe invaincue dans son golos. Estamos a defender muito n’avait pas le droit à l’erreur et ne que le stage au Portugal avait permis qui est le maintien avant de prendre Championnat. Une performance re - bem. Acreditamos sempre que manquait pas sa volonté de mettre de bien recharger les batteries en ins - ce qu’il y aura à prendre en fin de sai - marquable au niveau national, de la não vamos sofrer golos e é o que sous pression les Lusitanos d’entrée crivant son deuxième but de la partie. son». Ligue 1 au CFA2, personne ne fait fazemos. Ainda por cima, conse - de jeu. Toutefois, les rares offensives Bien lancé en profondeur, Kevin Diaz Pour Ousmane Kanté, c’est avant tout mieux. La preuve que tous les rêves guimos marcar. boulonnaises n’étaient pas assez pro - adresse un ballon parfait au second une grande performance collective qui sont aujourd’hui permis du côté de noncées pour mettre en danger un im - poteau pour le buteur portugais qui a permis de réussir une belle opéra - Saint Maur. Foi o seu primeiro CAN, como foi essa experiência? Este é o primeiro CAN na Seleção Futebol principal, mas já joguei duas Taças Africanas com os sub-20. Claro que este é diferente com os senio - Paulo Duarte terminou no terceiro lugar res, porque é um outro nível. É um sentimento muito bom, entrar, jogar e ajudar a equipa. É um com o Burkina Faso sonho de criança chegar à final Por Marco Martins fácil frente ao Gana recuperar a con - Egipto que venceu. Parabéns ao Trei - toda a gente pensa que vai falhar, desta prova. fiança. Aliás sentimos isso visto que nador, grande profissional. Parabéns ninguém vai rematar. Até os melho - O Treinador português Paulo Duarte, na primeira parte o Gana foi muito aos meus jogadores que fizeram res do mundo falham”. Não foi uma opção principal du- acabou no terceiro lugar do Campeo - superior, até porque refrescou a grandes jogos com uma grande qua - Paulo Duarte relembrou que agora o rante o Torneio, antes de se lesio- nato Africano das Nações (CAN), ele equipa com sete jogadores novos, en - lidade. E dar os parabéns à arbitra - objetivo da equipa vai passar pelo nar, como viveu essa situação? que comanda a Seleção do Burkina quanto o Burkina manteve a mesma gem, que nos proibiu de vencer. apuramento para o Mundial de 2018 São as opções do Treinador. Estou Faso. No entanto o percurso não foi base. No intervalo corrigimos o que Ninguém nos derrotou. Um egípcio que vai decorrer na Rússia. “O Bur - sempre disponível quando ele pre - fácil. estava mal. Os jogadores percebe - cortou a mão perto da área, e nem kina soube compreender o sistema cisar. Eu respeito todos os colegas O Burkina Faso venceu na cidade de ram. Ganhámos, o Gana também deu cartão amarelo, e apitou porque de jogo do Egipto. O estilo de jogo é que jogam na minha posição e o Port-Gentil, o Gana por 1-0, golo de podia ter ganho. Criamos muitas o auxiliar insistiu. Houve ainda um muito calculista. Nós fizemos um meu Treinador. Quando tenho a Alain Traoré, na luta pelo terceiro oportunidades e concretizámos uma penálti claro a nosso favor. Durante o jogo inteligente. Acelerámos quando oportunidade de jogar, tenho de lugar. Um resultado que deixou Paulo de maneira soberba. O terceiro lugar jogo jogado, o Burkina Faso merece podíamos. Obrigámos a defesa a ficar dar o máximo para mostrar a Duarte satisfeito. “Penso que foi um é merecido. O balanço é extraordiná - vencer. O Egipto merece vencer nas atrás. Estou feliz pela postura e o ca - minha qualidade. terceiro lugar merecido, mas penso rio para o Burkina, que até agora só grandes penalidades, tem um grande minho que fizemos. Sempre acreditei que se alguém devia estar na final fez uma final e é o primeiro terceiro guarda-redes”. que podíamos trazer a taça para o Ahmed Hassan terminou a prova era o Burkina Faso. Ninguém nos ga - lugar que alcança, mas sempre com Quanto aos jogadores que falharam Burkina. Agora vamos pensar no apu - com a medalha de prata após a nhou. Ganhámos três jogos, empatá - um sabor amargo na boca”, subli - nas grandes penalidades, Paulo ramento para o Mundial. Temos de derrota na final frente aos Cama - mos três. O melhor jogo que fizemos nhou Paulo Duarte. Duarte não culpa ninguém. “Não é valorizar o facto de não termos sido roneses. Agora o avançado vai re - foi frente ao Egipto onde tivemos Paulo Duarte ainda estava algo ma - justo falar daqueles que marcaram as derrotados neste CAN”. gressar ao Sporting de Braga, ele 65% de posse de bola. Sempre acre - goado com a derrota da sua equipa grandes penalidades. Trabalhámos Paulo Duarte arrecadou pela pri - que também já representou em ditei que a Taça ia para o Burkina” frente ao Egipto por 4-3 na marcação um mês, e sabíamos quais eram os meira vez uma medalha no CAN, Portugal, o Rio Ave. disse ao LusoJornal. das grandes penalidades, após o em - melhores jogadores para marcar após duas participações anteriores O Treinador admitiu que o jogo foi pate a uma bola no tempo regulamen - essas grandes penalidades. Escolhe - nas quais tinha sido eliminado na complicado frente ao Gana. “Não foi tar e no prolongamento. “Parabéns ao mos simplesmente os melhores. Se fase de grupos. lusojornal.com Le 08 février 2017 DESPORTO 21

Novo jogador do PSG Sporting Gonçalo Guedes espera contar com apoio de Braga dos Portugueses em Paris empresta Por Carina Branco, Lusa que tem muita exigência, tem muita Xeka ao Lille pressão, porque luta sempre para ga - O futebolista português Gonçalo Gue - nhar todos os títulos”, mas que “em des disse que espera contar com o Paris também é a mesma coisa, ape - apoio dos Portugueses quando jogar sar de ter um nível de jogadores com - ao serviço do Paris Saint-Germain. pletamente diferente”. Gonçalo Guedes foi apresentado à im - “É um sítio onde posso evoluir cada prensa, em Paris, ao lado dos jogado - vez mais”, concluiu, em referência ao res alemão Julian Draxler e argentino Campeão em título em França, lan - Giovani Lo Celso, no auditório do Par - çando, em francês: “Paris est magi - que dos Príncipes, tendo agradecido que!” O médio Xeka vai jogar até ao final da “a confiança que depositaram” nele O extremo, de 20 anos, tinha oficiali - temporada nos Franceses do Lille, “o Presidente, o Clube e o Treinador”. zado a sua transferência do Benfica, por empréstimo do Sporting de “Uma coisa que pesou muito foi haver que rendeu aos ‘encarnados’ 30 mi - Braga, informou fonte do clube da I muitos Portugueses em Paris, cerca lhões de euros. Liga de futebol. de um milhão. É muito importante Gonçalo Guedes vai vestir a camisola O médio, de 22 anos, começou a para mim. Como já tiveram cá outros número 15 e é o 11º jogador portu - época na equipa B dos bracarenses, jogadores portugueses em França e as guês do PSG, depois de Fernando tendo sido chamado à formação prin - coisas correram da melhor forma, eu Cruz (1970-1971), Humberto Coelho cipal por José Peseiro pela primeira acreditei que também possa aconte - (1975-1977), João Alves (1979- vez à oitava jornada, na receção ao cer comigo. O clube tem grandes jo - 1980), Daniel Kenedy (1996-1997), Desportivo de Chaves. gadores, tem um grande Treinador Manuel Hélder (1998-1999), Joa - Xeka veio encontrar no Lille - 11º clas - [Unai Emeri], é um bom clube para quim Agostinho (2001-2002), Hugo sificado do Campeonato gaulês - os eu evoluir cada vez mais porque sou Leal (2001-2004), Felipe Teixeira portugueses Rony Lopes e Éder. O um jogador jovem”, referiu o antigo jo - (2002-2005), Marino Hélder (2004- Lille fica com opção de compra sobre gador do Benfica. 2005) e Pedro Pauleta (2003-2008). o jogador no final do empréstimo. O jogador estreou-se no PSG frente ao Lusa / Carina Branco O avançado, natural de Benavente, Entretanto, o avançado sul-africano Mónaco, entrando aos 86 minutos, assinou pelo Paris Saint-Germain até Luther Singh é reforço da equipa B numa partida que se saldou a um em - dio, há muitos Portugueses nas ban - muito pela equipa” e que “pode jogar 2021, após ter cumprido toda a sua dos ‘arsenalistas’, transação confir - pate a um golo. Os escassos minutos cadas e isso é muito importante. Es - em três posições de avançado”. formação no Benfica, clube no qual mada pela Liga de clubes. Luther em campo foram suficientes para pero que me ajudem e espero que “Seguimos o Gonçalo há alguns se estreou na equipa principal na Singh tem 19 anos e alinhava no Gonçalo Guedes se “sentir muito bem gostem do meu trabalho”, reiterou. meses. Estamos muito felizes por ter época 2014/15, sob o comando de Gais, da segunda divisão da Suécia. num Parque dos Príncipes cheio” e O extremo de 20 anos disse que vai o Gonçalo aqui porque é um dos joga - Jorge Jesus. com apoio português nas bancadas. jogar “onde o ‘mister’ mandar”, subli - dores mais talentosos do futebol por - Já sob a orientação de Rui Vitória, ga - “Escolhi Paris não só por ser um nhando que joga “nas três posições tuguês. O clube tem uma longa nhou espaço no ‘onze’, tendo mar - grande clube, mas também por ser da frente”, ainda que até agora tenha história com o futebol português e cado 11 golos em 68 presenças, e Ténis de uma grande cidade, por a claque e os jogado “mais à ala”, insistindo estar tenho a certeza que o público no Par - chegou à Seleção portuguesa, con - Mesa: AS adeptos parisienses, muitos deles, “pronto para jogar em qualquer uma que dos Príncipes vai gostar do seu tando duas internacionalizações. serem portugueses e isso também me das posições”. estilo de jogo”, justificou Patrick Klui - Em abril de 2015, Gonçalo Guedes Pontoise na vai ajudar muito e teve muito peso na Patrick Kluivert, Diretor para o futebol vert. tinha prolongado o seu contrato com frente da minha decisão vir para o Paris. É mais do PSG, avançou que Gonçalo Gue - Quando questionado sobre a transfe - o Benfica, até junho de 2021, acor - fácil para a minha adaptação ter mui - des é “um jogador muito vertical, com rência do Benfica para o PSG, o joga - dando uma cláusula de 60 milhões de eliminatória tos Portugueses e como já vi no está - um muito bom drible, que trabalha dor disse que “o Benfica é um clube euros. da Liga dos Campeões FC Porto empresta Sérgio Oliveira Realiza-se na próxima sexta-feira, dia 10 de fevereiro, a 2ª mão dos Quartos de final da Liga dos Campeões de ao Nantes até ao final da época ténis de mesa, definindo-se aqui O FC Porto, segundo classificado da I ceição na Ligue 1, depois de no FC acabando por ser dispensado dos tra - e com o facto de conhecer o novo téc - quais as quatro semi-finalistas desta Liga de futebol, emprestou Sérgio Oli - Porto não ter convencido o Treinador balhos do plantel principal pelo téc - nico “desde menino, primeiro como edição do evento. veira ao Nantes até ao final da época. Nuno Espírito Santo. nico dos ‘dragões’ juntamente com jogador e depois como Treinador”. A equipa do AS Pontoise-Cergy, com O médio, de 24 anos, vai representar Esta época, Sérgio Oliveira jogou ape - Adrián López e Evandro. “Sei que é um clube histórico, um dos o atleta Marcos Freitas e companhia, a equipa comandada por Sérgio Con - nas 54 minutos em jogos oficiais, O brasileiro foi entretanto vendido aos mais titulados de França. Os adeptos recebe a formação do GV Henne - ingleses do Hull City, de Marco Silva, apoiam muito o clube, o que é impor - bont, pelas 19h00 horas, tendo con - PUB enquanto Adrián López foi empres - tante para os jogadores”, disse o seguido uma importante vantagem tado aos espanhóis do Villarreal. médio, que admitiu que “não é fácil na eliminatória, depois da brilhante vi - O contrato de empréstimo do interna - não jogar”, mas que continuou “a dar tória por 3-0, alcançada na casa do cional português sub-21 será até ao o máximo nos treinos e a respeitar as opositor. final desta época e não contempla opções do Treinador” dos ‘dragões’, Deste modo, Marcos Freitas está en - opção de compra. Nuno Espírito Santo. caminhado para alcançar as semi-fi - Já em França, Sérgio Oliveira disse Sérgio Conceição mostrou-se satis - nais da Liga dos Campeões, que pretende “ajudar a equipa” e pro - feito pela chegada do compatriota, competição na qual o AS Pontoise é meteu “trabalho, trabalho, trabalho” que ajuda a criar “um grupo mais o atual detentor do título e onde o ma - no clube francês. forte que vai conseguir atingir os ob - deirense tem brilhado ao longo dos Apresentado ao lado do Treinador, jetivos do clube”. últimos anos. O internacional madei - Sérgio Conceição, e do Diretor dele - “É um jogador tecnicamente dotado. rense alcançou um determinante gado do clube, Franck Kita, o atleta, Vem de uma boa escola, do FC Porto. triunfo sobre o Chen Chien-An, no de 24 anos, prometeu “trabalhar e Traz qualidade técnica, construção de primeiro encontro, esperando-se que ajudar a equipa”, garantindo estar “fi - jogo e vai continuar a evoluir con - se consiga novamente impor neste sicamente preparado” e com vontade nosco. É um pouco diferente dos ou - segundo confronto entre as duas de trabalhar. tros médios do clube”, acrescentou o equipas francesas. “Não tenho medo de trabalhar. Sinto- Técnico. Nesta fase da competição estão inte - me fisicamente preparado e, quando Esta época, Sérgio Oliveira cumpriu gradas três formações francesas, ou - tiver a confiança do Treinador, estarei apenas 54 minutos em jogos oficiais, tras tantas alemães, uma equipa pronto para jogar ao máximo”, acres - sendo dispensado dos trabalhos do russa e outra oriunda da Suécia, centou. plantel principal. O contrato de em - sendo que apenas a eliminatória do O internacional sub-21 português préstimo do internacional português Pontoise se evidenciou menos equili - mostrou-se ainda agradado com o sub-21 será até ao final desta época brada na primeira mão, relevando-se “clube histórico” que vai representar e não contempla opção de compra. um equilíbrio nas restantes.

lusojornal.com 22 TEMPO LIVRE Le 08 février 2017

SORTEZ DE CHEZ VOUS Boa une Lettre d'amour d’Inez (chant et Le vendredi 10 février notícia EXPOSITIONS CONFÉRENCES piano), danse par Isabelle Dufau et Concert de Katia Guerreiro au Théâtre Lidia Martinez. En partenariat avec la Municipal de Grenoble, 4 rue Hector Jusqu’au 12 février Le mercredi 8 février, 19h00 Chaire Lindley Cintra de l’Université Berlioz, à Grenoble (38) . Exposition de 40 œuvres de l’artiste Conférence de Régis Debray et Michel Paris Nanterre et le Lectorat de Paris Infos: 04.76.44.03.44. portugais Miguel Blanco dans le cadre Crépu sur «Culture et civilisation». 8. Maison du Portugal André de Gou - «Não vim de «Black Deer - Résonances, Enlève - Cycle Carte blanche proposé par l’Ins - veia, Cité Universitaire Internationale, Le vendredi 10 février, 20h00 ments, interférences», au Musée de la titut Aspen France. Fondation Calouste 7P boulevard Jourdan, à Paris 14 . Dîner fado avec Conceição Guadalupe, revogar, mas Chasse et de la Nature, 62 rue des Ar - Gulbenkian, Délégation en France, 39 Infos: 01.70.08.76.40. accompagnée par Manuel Miranda completar» chives, à Paris 3 . Du mardi à dimanche, boulevard de La Tour Maubourg, à Paris (guitarra) et Flaviano Ramos (viola). de 11h00 à 18h00. Le mercredi 07 . Infos: 01.53.85.93.93. THÉÂTRE Restaurant O Forno, 28 rue Léon jusqu’à 21h30. Fermé le lundi. Blum, à Epernay (51) . No Evangelho do próximo domingo, Le mardi 14 février, 19h00 Jusqu’au 11 mars, 21h00 Infos: 03.26.32.03.68. dia 12, Jesus recorda-nos que a Lei Jusqu’au 18 février C onférence par Alexis Nuselovici «La tour de pise» de Diasteme, mise en de Moisés proíbe o homicídio e o Exposition «Dialogue avec un Crom - (Nouss) sur «Exil et migrations au - scène et interprétation de Suzana Joa - Les 10 et 11 février adultério; prevê a possibilidade de di - lech» (un cromlech est un alignement jourd’hui», en partenariat avec le Col - quim Maudslay, Cie Le Ruban Boréal. L’Académie de Fado présente Sophie vórcio e obriga que sejam respeitados de menhirs...), de Susana Machado, à lège d’études mondiales - Fondation Théâtre de Ménilmontant, 15 rue du Paula accompagnée par Diogo Arsénio apenas os compromissos selados la Galerie Le Génie de la Bastille, 126 Maison des sciences de l’homme. Fon - retrait, à Paris 20 . à la guitare portugaise et Dominique com um juramento. rue de Charonne, à Paris 11 . dation Calouste Gulbenkian, Déléga - Infos: 01.46.36.98.60. Oguic à la guitare classique. Au Théâ - Matar, trair, repudiar, jurar… «Eu, De 14h00 à 20h00 (fermé le 13 fé - tion en France, 39 boulevard de La tre en Bord d’Ô, 25 quai de Marne, à porém, digo-vos!» Com esta expres - vrier). Tour Maubourg, à Paris 07 . Jusqu’au 25 mars Thorigny-sur-Marne (77) . são Jesus introduz quatro novos ensi - Infos: 01.53.85.93.93. Spectacle musical «On Henri encore!», Infos 01.72.84.82.03. Jusqu’au 26 février avec Stéphane Lébé et Dan Inger, en namentos que completam a antiga Lei «Dépenses», premier volet de «La tra - Le lundi 27 février, 18h30 hommage à Henri Salvador. Tous les Le samedi 11 février e que podemos muito brevemente versée des inquiétudes», une trilogie Conférence d’Euridice Monteiro sur samedis à 16h30, et pendant les va - Concert de Katia Guerreiro au Centre sintetizar da seguinte maneira: d’expositions librement inspirée de la «Les deux mains de Eurydice: autour cances scolaires de la zone C, du lundi Culturel Léo Lagrange, Quartier Esca - 1) Não basta “não matar”: é necessá - pensée de Georges Bataille. Participa - de son roman A ponte de Kayetona au vendredi à 10h00. Théâtre Clavel, naux, place Flora Tristan, à Bagnols-sur- rio cultivar o respeito absoluto pela tion des artistes portugais Julião Sar - (2016) et de sa réflexion sur les pro - 3 rue Clavel, à Paris 19 . Cèze (30) . vida e pela dignidade de cada pessoa. mento et Marco Godinho. Labanque, blématiques de genre dans la société Infos: 09.75.45.60.56. 2) Não basta uma fidelidade sexual, 44 place Georges Clemenceau, à capverdienne» dans le cadre du cycle Le samedi 11 février, 19h30 mas devemos também esforçarmo- Béthune (62) . d’études interdisciplinaires sur l’Afri- Du 23 février au 7 avril, 21h30 Soirée Fado suivie de bal, avec Tereza nos por purificar o nosso coração e os que lusophone organisé par Maria-Be - «La Dernière corrida», spectacle sur les Carvalho, accompagnée par Lino Ri - nossos pensamentos. Jusqu’au 26 février nedita Basto et Agnès Levécot. «forcados» portugais, par la compagnie beiro et Vítor do Carmo, organisée par 3) Apesar dos nossos limites e fragili - Exposition Archéologie(s) d’Inez de Fondation Calouste Gulbenkian, Délé - des Rêves Lucides. Une pièce avec un l’association Mogadouro no Coração. dades, é preciso continuar a acreditar Castro - exposition d’œuvres plastiques gation en France, 39 boulevard de La concept original sur les «corridas» por - Salle des Fêtes, Place de la Libération, et chorégraphiques de Lídia Martinez, Tour Maubourg, à Paris 07 . tugaises, l’Alentejo et le chant de à Goslay (95) . Infos: 06.50.11.32.01. no matrimónio cristão: não nos pode - autour du personnage de la Reine Infos: 01.53.85.93.93. l’Alentejo. Tous les jeudis et vendredis, mos simplesmente render à “solu - Morte. Maison du Portugal André de au Théâtre La Croisée des Chemins, 43 Le jeudi 16 février, 20h00 ção” do divórcio. Gouveia, Cité Universitaire Internatio - DANSE rue Mathurin Régnier, à Paris 15 . 5ème Soirée Fado avec Sara Paixão et 4) A necessidade de jurar implica a nale, 7P boulevard Jourdan, à Paris 14 . César Matoso. En première partie G. existência de um clima de descon - Infos: 01.70.08.76.40. Le jeudi 9 février, 19h00 FADO Fonseca (Cap Vert) et P. Pastour (Bré - fiança que é incompatível com o Rencontre-performance autour des Let - sil). Maison de l’université, 10 rue Tré - “Reino”. Entre os discípulos deve Jusqu’au 16 avril tres d’amour de Pedro et Inez, dans le Le jeudi 9 février, 19h45 f i lerie, à Saint Etienne (42) . haver um tal clima de sinceridade e Ângelo de Sousa «La couleur et le grain cadre de l’exposition «Archéologie(s) Apéro fado avec Tereza Carvalho, ac - confiança que os simples “sim” e noir des choses». Commissaire: Jacinto d’Inez de Castro», mise en espace et compagnée par Filipe de Sousa (gui - Le samedi 18 février, 19h30 “não” são suficientes. Lageira. Fondation Calouste Gulben - lectures par Eliane Béranger, Graça dos tarra) et Nuno Estevens (viola). La Dîner et spectacle de fado avec Concei - kian, Délégation en France, 39 boule - Santos, Clermont Pithan, Egídia Souto, Chapelle des Lombards, 19 rue de ção Guadalupe et Arnaldo Santos ac - São quatro ensinamentos que concre - vard de La Tour Maubourg, à Paris 07 . José Manuel Esteves. Composition ori - Lappe, à Paris 11 . compagnés des musiciens José tizam e revelam a lição mais impor - Infos: 01.53.85.93.93. ginale de João Costa Lourenço pour Infos: 01.43.57.24.24. Rodrigues et Casimiro Silva, organisé tante: um verdadeiro caminho de fé não pode reduzir-se à observância de PUB PUB algumas regras, mas implica uma au - têntica conversão do coração! Mas se estes mandamentos indicam o Cami - nho que conduz à vida plena, não po - demos no entanto aplicá-los fanaticamente (tal como faziam os es - cribas e fariseus) e nem condenar ce - gamente quem os quebra, pois isso seria trair o espírito cristão que deve animar a nossa doutrina. A lei não é um ídolo e a justiça de Deus não é cega, pois Ele vê e ama cada um de nós.

P. Carlos Caetano padrecarloscaetano.blogspot.com

Sugestão de missa em português: Paroisse de St. Joseph des Nations 161 bis rue Saint Maur 75011 Paris Domingo às 9h30

lusojornal.com Le 08 février 2017 TEMPO LIVRE 23 par L’Amicale des Travailleurs sans Le jeudi 9 mars avec la Chaire Lindley Cintra de l'Uni - Sports, boulevard Ducher, à St Ouen Carnot, à Drancy (93) . Frontières de Bezons, Salle Gavroche, Concert de Misia à l’Auditorium Jean versité Paris Nanterre et le Lectorat de l’Aumône (95) . Infos: 06.09.30.10.77. 35 rue des Barentins, à Bezons (95) . Cocteau, 34 cours des Roches, à Nois - Paris 8. Maison du Portugal André de Infos: 01.34.21.85.59. Réservations: 06.11.19.43.70. iel (77) . Gouveia, Cité Universitaire Internatio - Le dimanche 26 février, 15h00 nale, 7P boulevard Jourdan, à Paris Le samedi 18 février, 20h00 Spectacle de Sandra Helena avec son Le samedi 18 février, 19h30 Le jeudi 9 mars, 19h45 14 . Infos: 01.70.08.76.40. Folklorique avec les groupes Estrela orchestre, Fernando Correia Marques, Soirée Fado avec Tereza Carvalho, Isa Apéro fado avec Lúcia Araújo, accom - Dourada et AFP Saudades de Portu - Dj Rico et Big Tom, organisé par l’as - de Castro et Luís Fortunato, accompa - pagnée par Filipe de Sousa (guitarra) Le dimanche 26 février gal, la chanteuse Tita et Trio Novo sociation Agora. Salle Jean Vilar, 9 gnés par Lino Ribeiro et Vítor do et Nuno Estevens (viola). La Chapelle Concert de Aurélie & Verioca (musique Som de Paris. Salle St Urbain, rue de boulevard Héloïse, à Argenteuil (95) . Carmo, organisée par l’Association Es - des Lombards, 19 rue de Lappe, à brésilienne), à l’Auditorium des Ate - Liepvre, à Neudorf (67) . trelas do Mar. Salle Emile Zola, 28 rue Paris 11 . Infos: 01.43.57.24.24. liers du Jour, à Montceau-les-Mines Infos: 06.73.15.19.18. Le samedi 4 mars Emile Zola, à Nogent-sur-Marne (94) . (71) . 10ème anniversaire de l’Académie du Infos: 06.09.65.00.43. Le vendredi 10 mars Le samedi 18 février, 20h00 B acalhau de Lyon, avec les groupes Concert de Misia au Théâtre Munici - Le dimanche 26 février, 16h00 Dîner-dansant avec José Cunha. Co - Sangre Ibérico et Nova Imagem. Es - Le jeudi 23 février, 19h45 p al, 6 rue Guy le Lan, à Rezé (44) . Concert de la pianiste Olesya Kyba. zido à portuguesa, Organisé par l’As - pace Ecully, 7 rue Jean Rigaud, à Apéro fado avec Eunice Ferreira, ac - Oeuvres de Chopin, Schumann et Fra - sociation Centre Pastoral Portugais Ecully (69) . Infos: 06.82.80.52.75. compagnée par Filipe de Sousa (gui - Le samedi 11 mars g oso. En partenariat avec la Chaire d’Argenteuil. Salle Jean Vilar n°2, 9 tarra) et Nuno Estevens (viola). La Concert de Misia au Le Vingt-Sept, Lindley Cintra de l'Université Paris boulevard Héloïse, à Argenteuil (95) . Le samedi 11 mars, 19h00 Chapelle des Lombards, 19 rue de boulevard d’Encamp, à Rouillac (16) . Nanterre et le Lectorat de Paris 8. Infos: 06.72.26.23.44. 14ème anniversaire de l’émission de Lappe, à Paris 11 . Maison du Portugal André de Gouveia, radio Bomdia Portugal, avec Hugo Ma - Infos: 01.43.57.24.24. Le samedi 18 mars, 20h00 Cité Universitaire Internationale, 7P Le samedi 18 février, 20h00 n uel, Felizardo, Carlos Pires, Sandra Dîner fado avec Conceição Guadalupe boulevard Jourdan, à Paris 14 . Soirée dansante avec la chanteuse Helena, Nelson Costa, José Gipsy Fu - Le vendredi 24 février, 19h30 et Maria da Saudade, accompagnées Infos: 01.70.08.76.40. Sylvia - menu de St. Valentin - orga - sion, présentés par Carlos Tavares. Soirée Fado avec Tereza Carvalho, ac - par Manuel Corgas (guitarra) et Fla - nisé par l’Association Raízes de Por - Avec dîner. Salle Georges Brassens, à compagnée par Lino Ribeiro et Vítor do viano Ramos (viola). Restaurant Vila SPECTACLES tugal d’Ablon-sur-Seine. 81 rue du Villeneuve Saint Germain (02) . Carmo. Restaurant Patrízia, 72 ter Nova, 53 rue Maurice Sarraut, à Tour - Générale de Gaulle, à Villeneuve-le-Roi Infos: 06.84.78.28.53. route de la reine, à Boulogne (92) . coing (59) . Infos: 03.20.25.02.80. Le samedi 11 février, 19h30 (94) . Infos: 06.72.15.82.54. Infos: 01.49.09.17.40. Dîner dansant animé par Tony do Le samedi 11 mars, 20h00 Le samedi 29 avril Porto, Daniel Marques, José Cunha, Le samedi 18 février, 21h30 S oirée spéciale pour la Journée de la Le samedi 25 février, 20h00 Concert de Mariza au Palais des Leticia Risto et Diane Santos, accom - Baile das Rifas avec le groupe folklo - Femme, avec Némanus, Morgane, Dîner fado avec Conceição Guadalupe Congrès de Paris, 2 place de la Porte pagnée par Manuel Corgas et Flaviano rique Saudades et le duo Tony & Paulo Madeira et Serge & Alzira, orga - et Arnaldo Santos, accompagnés par Maillot, à Paris 17 . Ramos. Organisé par l’association Sonia. Organisé par le Groupe Sau - nisé par l’Association Lusophone. Manuel Corgas (guitarra) et Flaviano Agora, au profit de la Santa Casa da dades de Montpellier, Maison pour Salle des Fêtes Jean Ferrat, rue de la Ramos (viola). Restaurant La Mendi - CONCERTS Misericórdia de Paris. Salle Jean Vilar, Tours Marcel Pagnol, 64 route de La - Fontaine des Noues, à Varennes-sur- gote, 60 avenue du Général Leclerc, à 9 boulevard Héloïse, à Argenteuil (95) . vérune, à Montpellier (34) . Seine (77) . Saint Prix (95) . Le mercredi 8 février, 20h00 Infos: 06.24.25.79.27. Infos: 06.34.56.65.12. Infos: 01.34.16.25.75. Enregistrement concert privé de Bé - Le samedi 18 février, 21h00 vinda «Mes Suds», accompagnée par Le samedi 11 février, 19h30 Festival Lusophone, à la Salle de FOLKLORE Le samedi 25 février, 20h00 P ierre- Michel Sivadier (piano, Dîner dansant avec Tony do Porto, Da - Fêtes de Montmagny, à Montmagny Café-concert avec Mónica Cunha, orga - chœurs, arrangements et direction niel Marques, José Cunha, Leticia (95) . Le dimanche 12 février, 14h00 nisé par l’Association Portugaise Cul - musicale), Benoît Dunoyer de Segon - Risto e Diane Santos accompagnée Festival de folklore organisé par l’As - turelle et Sociale, 62 rue Lucien zac (contrebasse), Mimi Sunnerstam par Manuel Corgas e Flaviano Ramos. Le dimanche 19 février, 14h00 sociation Franco-Portugaise d’As - Brunet, à Pontault-Combault (77) . (violoncelle), Marco Thèves (violon), Organisé par l’association AGORA et Spectacle avec Nelson Costa et Leti - nières, avec les groupes Danças e Infos: 01.70.10.41.26. au Studio Davout, 73 boulevard Da - en collaboration avec la Santa Casa de cia Risto (tous les profits seront rever - Cantares de Almeirim de Levallois, vout, à Paris 20 . M° Porte de Mon - Misericórida. Salle Jean Vilar, 9 bou - sés à la Fondation Delta Plus, afin de Romarias do Minho de Drancy, Estre - Le jeudi 2 mars, 20h00 treuil. levard Héloïse, à Argenteuil (95) . financer un voyage au Portugal), orga - las do Norte de Mitry-Mory, Estrelas Concert de Ricardo Ribeiro pour pré - Infos: 06.24.25.79.27. nisé par la Fondation Delta Plus et Douradas de Versailles, Minhotos Uni - sentation de son nouvel album “Hoje é Les 9 et 10 février l’émission de radio RTF «Le Top du dos de Noisy-le-Sec et Flores do assim, amanhã não sei”. Café de la Concert de Aurélie & Verioca (musique Le samedi 11 février, 21h00 P ortugal». Salle des Fêtes, Place de la Minho d’Asnières. Espace Concorde Danse, 5 passage Louis-Philippe, à brésilienne) dans le cadre du Festival Bal animé par Trio Hexagone, Nelson République Centre Bourg, à Panazol Francis Delage, 27 rue de la Paris 11 . Jeunesses Musicales JMFrance, à Costa et Augusto Canário, organisé par (87) . Concorde, à Asnières-sur-Seine (92) . Pithiviers (45) . l’Amicale Franco-Portugaise de Cla - Le vendredi 3 mars, 21h00 mart. Salle des Fêtes, Place Jules Hu - Le dimanche 19 février DIVERS 6ème Grande Soirée de Fado de Paris, Le dimanche 12 février, 16h00 nebelle, à Clamart (92) . Repas dansant avec Arroz de Sarra - avec Júlia Silva, Tony Gama, Tereza Concert de chant et piano avec Alma Infos: 06.25.06.22.89. bulho (avec la Confraria do Sarrabulho Le dimanche 19 février, 15h00 Carvalho, Manuel Miranda, Isilda Mi - Ibérica, avec Inês Simões (soprano) et de Ponte de Lima), animé par Lau - Tournoi de Sueca organisé par l’Asso - randa et Lauriano, accompagnés par Daniel Godinho (piano). Œuvres de Le samedi 18 février, 19h30 rence et le groupe Romarias do Minho ciation Folklorique Juventude Portu - Manuel Miranda, Flaviano Ramos et compositeurs ibériques: Jesus Guridi, Dîner dansant avec les chanteurs Nelo de Drancy, organisé par l’Association guesa de Paris 7. Salle C3B, 54 rue Tony Correia. Salle Vasco da Gama, 1 Pedro Blanco, Eurico Carrapatoso e & Varzia, organisé par l’association Dranceènne des Amis du Portugal. Es - Emeriau, à Paris 15 . rue Vasco da Gama, à Valenton (94) . Frederico de Freitas. En partenariat ‘Portugal em Festa’, Salle Parc des pace Culturel du Parc, 120 rue Sadi Infos: 06.08.68.52.32.

PUB

ABONNEMENT

o Oui, je veux recevoir chez moi, PUB 20 numéros de LusoJornal (30 euros) 50 numéros de LusoJornal (75 euros). ! Participation aux frais

Mon nom et adresse complète (j’écris bien lisible)

Prénom + Nom

Adresse PUB Code Postal Ville

Tel.

Ma date de naissance

J’envoie ce coupon-réponse avec un chèque à l’ordre de LusoJornal, à l’adresse suivante : LusoJornal: 7 avenue de la Porte de Vanves 75014 Paris LJ 296-II PUB