f"llf I N.• 40 d WA ?.(;\0 LISBOA, 25 DE OUTUBRO OE 1926 ANO II

Director Assinaturas Veloso de Castre Serie de 12 numeros: Editor GAZETA Continente e ilhas. 20$00 Joaquim Araujo Africa Ocidental .. 26$00

Propriedade da Empreza DAS Africa Oriental ••• 30$00 de Pablicldade Coloaial, L.ª Estrangeiro •...•. 50fOO

Composto e Impresso Publica-se nos 10 e 25 Rua de Seculo, 150 COLONIAS de cada mês QUINZENARIO DE PROPAGANDA E DEFEZA DAS COLONIAS REDACÇÃO E ADMINISTRAÇÃO: RUA DO GREMIO LUSITANO, 40, 1.°

ANGOLA- A VIDA INDIGENA

Como se curam das pneumonias na região do Llbol Companhia de Moçambique Comunicações Ferro-V iarias - BEIRA Porto dos territorios da Companhia de Moçambique e o principal da Rhodesia do Norte e do Sul-K atanga Belga. - Protectorado da Niassalandia e vale do Zambeze

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Exportação de milho da B eir a Durante o ano de 1923 foram exportados pelo porto da Beira ·1 .250.000 sacas de milho. Desse numero 797 .ooo sacos provinham da Rhodesia e 387 .ooo do territorio da Companhia de Moçambique. Estes importantes embarques indi­ ::am que a Beira está mantendo a sua posição de segundo porto cerealífero da Africa meridional e oriental !BaBl3J~~~~~~~iegi~1 ~~ieg~iegjlBC111Bale9lBC111e9 1 Santos Machado & e.ª, l.dª 1 ~ Comissões e Consignações ~ ~ Imuortadoros o Exuortadoros uara Africa o BraZil. Bourosontantos dos urinciuais contros 1 ~ ranrts, nacionais o oxtranooiros ~ ~ Rua do Bomjardim, 345 -- P6"RTO ~ (P6"RTUGA) ~ 1 Endereço telegrafico: SAMALI - Telefone, 2482 1 m Agencias em : CABO VERDE- Praia, S. Vicente e Ilha do Fogo.-GUINÉ--Bissau e ~ Bl oi ama. -- S. THOMÉ E PRIN CIPE- S. Thomé. -ANGOLA--loanda, Ambriz, Malange, Benguella, Mos- ~ ~ samedes e Sá da Bandeira (Lubango). -AFRICA ORIENTAL-LOURENÇO MARQUES - Man]acaze. ~

~ Aceitam agentes onde nao os tiverem. ~

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~ ~ 1 PABCBRIA DOS VAPORES LISBONBNSBS li s"'''° ...~!!~d~~á~~ .,~~~.. !i~~~... ~. ofi~:~~~ !.~."~~~~.. ~~ . ~~~.~ . •· "'•'•'"~ de navios e transportes ffuviais de passageiros, ba- de branco e de machado, de calafetos, etc. gagons o carga; Montagens e reparações de instalações electri- Aluguel do cábreas e outros aparelhos de cao a bordo. força. Obras hydraulicas. Trabalhos do sondagens e de mergulhado- Fornecem-se: ros. a) Indicações técnicas, orçamentos e planos. Reparações de navios; limpezas, picagens (ma- b) Materiais para todas as obraa e trabalhos nual e a ar comprimido) o pinturas interiores. de referidos. costados e de fundos. c) Dispositivos especiais para embarcações des- 1 Pequenas construções navais (rebocadores, lao- tioadas ao serviço colonial. . cbas, "!>atelões, salva-vidas, etc.). d) Tintas próprias para climas o ágoas tropi- Demais trabalhos navais de todas as especiali- li cais. A~lllinistra~ão Contrai: - Cais o Sodré - LISBOA e . 19 2 6 ::T::!:::;:: e serviço Endereço tele,&raflco: Telefones e. 2992 1 Oficinas, doeu e obras 1 1e. 1588 "DRVDOCl(S,, ~[~~~~~~~~~~~~ Ano Il 25 Numero 40 1 Gazeta das Colon_ia_s_ _ ·p92_t6br_º

SUMÁRIO - 1 - O estado da questão do Zaire• 2 - Déscentrallsação administrativa. 3- Problemas eoonomlcos . •• • • . . • . • • • • . . Alcino Vasconcelcs 4 - Fomento agrlcola colonial.. • •.•.•. •• , , . Melo 'Geraldes 5 - As nossas gravuras. 6 - Organlsação militar de Moçambique . . • • Pereira Cabral. 7 - O futuro da Moçambique .• .•.••• , . . • . • . Mariano de Carvalho 8-O futuro das Novas Conqulstu • . • • . . • . Alvaro Viegas • 9 - Angola e os caminhos de ferro do Congo Veloso de Castro

As relações lu so -be l g~s e o estado da questão do Zaire

noesa opinião sobro a qnea­ que não afetarem a nossa soberania doe negocios estran6eiros faloo de lão doe portos do Zaire e do uacional no Congo. Isto porqoe não ama evoloção possível do direito in· caminho de ferro belga do nos convém o odioso papel de empa· ternacional, êle queria, por certo, A 10- Baixo Congo eetá formada ha tas (passe o pleb('fsmo, pois não en· referir-se a fotnros entendimentos muito com a consciencia que resulta contramos ootro termo mais expres­ bre otilisação das linhas ferreas ou do conhecimento dos territórios e todo das conveniencias económi­ ses dos visinhos, como aliás sempre mem superiormente inteligente e sabe cas das duas colónias; todo presidido osnram para comnosco, pelo menos encarar as questões á disHtucia ne- por um espírito nacional quo jámais afronxou, nem na teorfa das conce­ Aspectos de L oanda ções nacionalistas nem na prálica do 1>xercicio efetivo, maie pt'rigoso, dos direitos de solieranfa. E', portanto, oma opinião, não di­ remos de valor, mas para considerar sobretudo porque ela está abs<>luta. mente liberta dêese espírito teimoso, de rotina, que amarra muitos a prin cipios insustentaveis, se considerar­ mos que, com único fondamento num egoísmo Oco e sem finalidade, se pó• dem opor ao progresso real e ás con­ veniencias recíproca ~ de países aber­ tos á civilização. Essa nossa opinião está drfinida com toda a clareza e precisão nas páginas 529-540 do livro Angola que a livra· r:a J, Rodrigoes & e.• mandou im­ primir nos primeiros moses dêste ano. Nilo é, portanto, uma opiuião recen· te, e foi provocada pt•lo inqoerito que um jornalista ilostrr, infatigavel e portuf!Uês, o sr. P ..L ulo Oaorio, fez "m Bruxelas entro os h1 mens emi· 1 - Praça Salvados Correia na cidade alta nontes daq olilt> país ácôrca das rela­ <;õ"s loso·bAlgas. antes da guerra, ·os nossos amigos cessflria, para as abranger em toda a Resultando dêsse inquérito afirma­ belgas. amplitude; que êle foi om dos ções catt>góricas d" amieade, om es­ De entre os depoimentos dêsse in­ primeiros belgas qoe compreenderam pírito CJociliador ácôrca da questão quérito passaram por nós, como no­ qoanto seria improdente entabolar do Zaire. <•firmações indobitaveis de vem negra, as declarações do proprio negociações co:u Portugal sobre a respeito pela nossa sobl'ranla e o de­ ministro dos negocios estrangeiros, base de uma transação de territó· s1>jo de oma mutua coop t> r ~ çio eco· a quem aliás jà era atribofda uma rios, etc. nómica das nossas colónias com o frase infeliz qoe lhe aliénara a sim· Não podemo11 por em dóvida as Congo belga, o q oe eerá o primeiro pa1!a dos portogoeses. O sr. Paolo afirmações do sr. Paulo Osorio, qoe passo a dar para a sua defesa comum; Osorio teve ocasião ha poucos dias aceitamos com tanto maior prazer , nós não poderíamos deixar de cor­ (Oiario de Noticias n.0 21.801} de es· qoanto é certo qoe entre o sr. Van· respond<'r á boa vontadf\ extranha, clarccer as palavras daqoêle estadista, dervelde e o ar. dr. Betencoort Ro­ com oma boa vontade igoal nos casos declarando qoe cqoando o ministro drigues foram concertadaa na óltima ~7 ' P. Santos Gil, Litnitada Imvortadores de Matertal Tele[rafico e Material Ferro-Viário de toda a esvécie: LOCOMOTIVAS, ZORRAS AUTOMOVEIS, CARRUAGENS, TRACTORES AGRICOLAS, ETC. Conserva stocks permanentes para entrega imediata

F AERICANTlts 1:J{oppe[ 9nJustrla[ ear Ô' equipmenl eo., ~tJ. 2ennsyloania ear and :M.anuJacturing e omp. Secçao de construções 5ecçao de Productos Ladrilhos e Azulejos em lindos desenhos e cores Compramos e exportamos toda a qoalidade de Muralo «.M.nrite», presorvativos de madeiras em prodoctos da Provincia, tais como: Milho, M11pira, variadas coros, tolhas o chapas de asbestos, etc., Copra, Amendoim, otc. das melhores marcas. Estancias o Armazene Alfandegados ao Kilo­ 5ecçao de Madeiras metro 1 para Deposito do Mercadorias. Posao1moa um armazem, para entrega imediata, Oficinas de Sorraçl\o, Fabrica de Mobilias, madeiras da Provincia das melhores qoalidades, em Portas, Janelas, Aros, etc. movidas a Electricidade. pranchões, barrotes e taboas, assim como travessas 1 TELEFONES 1E sorltorlo 400 para caminhos de ferro, paus para minas, etc. Eatanola 493 LOURENÇO MARQUES

l:CilEMJGE~)OOOEJEM~~ilOEJOE)OGE.oEM•)GEilOEJ!t)OEJOEl=( 45 1sA LHITAa &e A LDA R. DA ~~~~L;N:· . I.' s 1 1 !) J - Taleg.: " MO N DEGO" - Lisboa - l i Importação e Exporta ção ~ * directa das suas casas em AFRICA de todos os produtos de ANGOLA (Afrlca Ocidental Poftuguesa ~ • eafé, ·eacau, - l~ eoconote, Gleo de palma, Urzela , Borracha, eera de i abelha. Goma )K capai, Marfim etc. J( Em deposito para fornecimentos: Fazendas, Quinquilharias, 1W Géner<>s alimenticiqs, Fer­ "' ramentas, Vihos, Oleos e ariadissimos artigos da in· ustria nacional e estran· geira ~)EilEi!EM~~

DEPENDENCIAS OE LOJ\NOA 6 GAZE1'A DAS COLO~Tt.S

interossar os nossos visinhos no pro­ jecto de rectificação da linha ferrea Leo-àlatadi, e que nGste momento se procura para o traçado ama variante que não esteja na dependencia da boa vontade portngue~a. Segando o Mundele, ao engenheiro Bailleox, que embarcon no último paquête (23 de setembro) terá sido incumbida a mis· são de procurar para ôste problema técnico uma soluçiio definitiva. «Nem por is"o continuaremos me­ nos partidarios clnm entendimento económico e moral coJll a Africa por­ tuguesa. Só a união das nossas duas fraquezas poderá suspender certo pro­ jecto mais poderoso que nós. Cooc!­ liabalos recentes urdidos nos bastido­ res de Genebra são a êste respeito fartos de ensinamentos.> Eis um novo tuma que teremos de versar em breve: A defeza territorial 2 - Estação do caminno de ferro de Malange das colónias de Africa, para o qaal é de novo chamada a nossa atenção e, como no comGço do ano, oferecida assembleia de Genebra, negociações outros que milita um no campo opos­ ama leal cooperação. que permitam a delegados dos dois to, defendendo ingenuamente o pro­ E pc.r último, podemos acrescentar países estudarem as conveniencias de jecto Dryepont), êle'i foram os in­ que a arrumação da questão do Zaire ama mútua cooperação económica nas conscientes das questões coloniais por parte da Belgica, parece atingir snas colónias de Africa e concretisar que situam o vale do rio Pozo na foz a soa fase definitiva com os projectos os objectivos essenciais á soa realisa­ do Zaire ou preferem as encostas de transformação d o:-; portos de Ma­ ção imediata. Isto será importante e aridas e escalvadas dos montes Pôzo, tadi e Boro a, êste na margem direita: decisivo, como convém ao intereswo de qoe ninguem faz caso, aos terrr­ sito do periodico já citado, em data colonial, coj11s questões de caracter nos de diamantes do Cae :111.i, onde já de 30 de getembro, as seguintes in­ interoacional têm de ser resolvidas em 18ilõ · perdemo:< a margem direita formaçõtis : com urgeuci.a e prodencia. por chegarmos tarde. • a promessa da nos ocuparmos Boma, llatadi e Qoincba::s~a á altnra servadas sobre a soa opinião ou pen­ d

bora sem valor para nós, sem que temos s9mpre praticado essa coopera­ ge. Não o poderá prejudicar o do a 1égoem qualquer motivo além do tei­ ção necessaria. Baixo Congo, visto que a soa concor· moso «porque não,.. O caminho de ferro belga do Baixo rencia na Catanga é necessaria e será Nem só ácêrca das colónias frutifi­ Congo, onde vai ser integrada a li­ solicitada; quanto á acçl!.o económica ca esta categoria de casmurros que nha de Matadi, parte de Elisabt>thvil­ que a linha de Malange terá de exer­ nada fazem nem, talvez por isso mes­ le, na Catanga, para Bncama e Ilebo; cer dentro do nosso proprio territó• mo, nada deixam fazer aos outros. E daq oi sego e as margen~ do Cassai e rio, essa estará perfeHamente afastada foi assi:n que ficaram até hoje sem Zaire até Leopoldville e Matadi. Per· ie toda a concorrencia da linha 11elga, aproveitimento (caso consideravel pa· curdo total 1900 quilometros. A nossa mesmo qoando se tenha de aproximar ra a ecónomia nacional) as quedas d" linha do Lobito ligará com aquela na da fronteira norte da Lnnda como Rodam cuja concessão foi patrocinada Catanga ontro Bocama e Elisabethvil· parece qne acontecerá. Basta analisar por um estadista que ningoem pode le. Porcur ~ o total 1400 qoilometros. a carta para nos convencermos; só acusar de anti.patriótico; foi sssim As duas linhas são com efeito coa· uma péssima administra~ão da linha que deixaram de construir-se os ca­ corrento'I - para o traf,•go da Ca­ de Malange poderia fazer desviar para si nos e hoteis projectados no Castelo taoga e da Rodosia - tanto m ai~ qoe a li nha do Baixo Congo o trafego da de S. Jorge e em S. Pedro de Alcan­ todo o &istema de caminhos de ferro região nordeste da Lnnda, e com tara - factores consideraveis do pro· da Africa central e soas ligações com isso não temos que contar. gresso da capital; é por isso que ·Se os oceanos Indico e Atlantico, obede­ Restb. a fatora linha de penetração conservam em estado de charneca, no cem a um plaao de ordem estratégica do Congo. coração da cidade, os terrenos do pla­ e de ordem economica. Mas a linha neado parqneEduardo VII; é por isso do Baixo Congo a.anca poderá bater • q no faltam mercados nos bairr"s no· a do Lobito, dada a ecónom!a de qai. * • vos e se têm conservado sem higiene as nhentos quilometras de percurso que barracas indecorosas da Ribeira Nova; a nossa oferece, ecónomia que estllrá Com efeito, os parecereR que em talvez S(lja por is ~ o qne, considera­ muito longe de ser compensada para abril dêHe ano a comissão do enge­ das as facilidades modernas da loco­ os belgas pelas cento e vinte milhas uharia e comunicações da nossa So· 0 moção, alienatorias das grandes dis­ de percorso marítimo entre Benguela ciedade de Geografia formolou : 1. - tâacias, ninguem ainda se lembrou de e o %aire. acêrca doa cA.cordos e convenções estabelecf'r nas regia11 residoncias da Os nossos visiohos contam com inter coloniais» propostos pela co­ .Aj uda o Palacio de Justiça; nem ni&· essas vantagens, do nosso lado, mas missão africana com o fim de permi· guetll se lembrou de, ealvando·o de nada se incomodam porqoe sabem tirem uma motoa cooporação no cam­ uma ro!oa C(lrta, transformar o pala­ muito bem qoe a soper-produção e as po económico tdia sete de abril); lacio e jardins de Queluz em Museu necessidades do abastecimento da re­ 2.o -em resposta á consulta do gre­ Colonial que teria ali magestosas ins­ gião mi neira - a mais rica do mundo mio dos e5tudos do %aire sobre o talacões para todas as suas divisões: em cobre, ouro, diamantes, ferro e problema do pôr to e caminho do ferr o 1 geográfica, historica, industrial, agri­ carvão - abrangendo na Africa Cen­ do Zaire ( desasete de abril), pre­ cola, comercial, bo1 âuica e zoologica. tral. a oeste dos lagos, nada menos do so põem a convorgencia (talvez con­ .ti note-se que seria justamente o pra­ 1.800 quilometres de norte a sol, hão correncia ... ) d11s liuha11 portngue•a zer do passeio, a forma onica de ver de oferecer trafego que farte para a belga: «qoe o traçado dR nossa linha concorrido de visitantes n'.1cionais o ôssel! dois caminhos de ferro e mais do Congo deve, diz aquela comissão, nosso Museu Colonial. algons, sem contar com o trafego da ser orientado no sentido de ama pos· Deixemos portanto em paz os que Rodesia que hoje se faz pelas linhas sivel ligacão com a rede dos cami· nada alégam para fundamentarem a da Africa Oriental e ha-de necessa­ nhos dG ferro do Bilixo Congo e que soa recosa á. cedE>ncia dos terrenos do riamente procurar aquelas, pelo con· deve oferecer possibi.Udades de bem POzo e consideremos as razões sórias sideravel encartamento das distancias servir os interesses <ÜJ Congo belga e que o sr. Paulo Osorio, na comunica­ maritimas no caminho da Europa. até par-te do Congo francês.• ção ao cDiario de Noticias• acima Portanto, já. se conta com mais nm A'parte a conetroção do porto, no citado, ouviu de pessoas de vulto em caminho de ferro nosso, o de Malan- delta do Zaire, que pode servir bem assuntos coloniais. cNão devemos ceder aos belgas nada que facilite a construção dos sens caminhos d11 ferro concorrentes dos nossos.» e Embora a nossa recosa não impe· ça a reconstrução da linha belga, nada devemos ceder, porque nos fica asa­ tisfação de não ter concorrido para ela,,. Como se vê, o argumento sério, em úl 1ima análise, cai na forma Oca dos teimosos: cnl!.o, porque não11, apenas para satisfação da vaidade de recasar. Podiamas deixar de conti­ nuar; mas aquelas declarações não po· dem pass r em julgado, porqne elas estão em contradição com a verdade dos factos e com o espirito da coope­ ração mutua com os nossos visinhos qo11 deve presidirá acção colon!dadora. em A!rica, para q oe resulte eficaz. E nós mesmo, com a .Africa do Sol que pode vir a ser a nossa inimiga, 3 - Paço episcopal, futura direção das Missões 8 GAZETA DAS COLONI AS

o Congo belga se nós construirmos da linha do Baixo Congo. Então a do Maqoella e do Cuiio-Ouango esta­ tambem ama linha ml\rginal desde No­ soa natural ligação estaria na nossa belooidos ao longo da fronteira norte, qoi, não deacc;rtinamos interesse al· linha de Malange, passando primeiro têm até hoje utilisado o cam;nbo do gom para a colónia belga com a nos janto das grandes quedas do Coango ferro belga por não haver ootro e sa linha de penetração no Congo, por· (serviço do trafego dêste rio e apro· por isso estabeleceram sólidas rela­ qoe 11la não irá, certamente, correr ao veitamento da força hidraolica para a ções comerciais em Matadi, este co· longo da fronteira, nas proximidades soa traçi o electrica). mareio nem por isso deixoo de ser da linha belga. Considerar esta linha de peaetra­ menos portogoês, pode utilisar em Tambem parece inadmissível a saa ção do Congo ama linha concorrente Matadi a navegação nacional qoe fre­ ligação com a do Baixo Congo, por­ da belga do Baixo Congo, é destem· quenta regularmente o porto e o Es­ q oe devendo o sea primeiro objectivo pero ; procorar reconduzi la á frou· tado nada perde dss soas ta.xaa fis­ económico ser, necessariamente, as tf'lra para a povoação de .Maqoela, cais porque eão igoais ás de Noqoi minas de cobre do Bembe, esta cir­ seria insensato. as que se cobram nos postos das fron­ cunstância torna-a desde o inicio di­ A ningoem convirá destruir as con· teiras interiore~. vergente da linha belga, como convi­ venções comerciais derivadas da con· Portan o a nossa linha de penetra­ ria aliás mesmo sem essa raaão con· ferencia de Berlin para os países co· ção no Congo nada iria fazer, a zig· sideravel. Uma vez no Bembe só ama loniais da bacia do Congo, qoe vi­ zaguear para a fronteira, para servir directriz lhe convém - Damba e Co­ vem em regime de comercio livre, com om comércio limitado, deixando ao gho, para valorisar estas riqoissimas ignaldade de taxas aduaneiras muito abandono a11 melhores regiões do regiões, afastando-se cada vez mais limitadas ; se os nossos comerciantes nosso Congo; se êle não vai, pela fronteira, levar beneficio algom aos nossoo, com o trafego doa belgas ainda menos poderia contar. Qaanto ao Congo francês, êsse está fora de discussão porqoe a soa i;nha Braza· ville-Ponta Negra estará concloida dentro do trGs a qoatro anos. Nestas circonslfLocias, onde está no baixo Congo a linha concorrente das nossas ? Vê-se, pelo contrário, qoe, suposta a ideia de ligar a nossa linha do Congo á rede belga do baixo Congo, nós é qoe po1eriamo~ levará colónia belga ama concorrencia inn· til, realisando simultaneamente para o nosso Congo om irreparavel desas­ tre económico. Não tendo nós nada a recear da concorrencia da li nha belga do Baixo Congo, nem lhes interessando a nossa, onde arranj aremos «possibili­ dade do bem servir os interesses do Congo beli!a ?11 Digam-no os mestres. 4 - Observatorio meteorologico

A descentralisação administrativa em Angola e Moçambique

ABEMOS que está decretada a Esse agrupamento faz.se por di ~ ­ embora nós preconisassemos para os carta orgnnica da administra· tritos, do seguinte modo : distritos do hioterland om grupo for· ção de Angola e qoe ela não mado por Londa, Mochico e Locha­ S 0 preceitua os principios de des· 1. - Congo e Zaire. ze, com aéde no Mochico. Lembre­ centralisação defendidos varias vezes 2.• - Malange, Cuanza-Norte e mo-nos qoe foi pelo comércio de Ben­ nesta Revista, Talvez seja ainda Londa. guela, partindo do Mochico, qoe se 0 cGdo. Entretanto, a verdadeira doo· 3. - Loanda e Cuanza-Sol. fez a primeira peneiração comer· 0 trina impõe-se e~mpre, apesar das ra. 4. - Benguela, Bié, Mochico e cial da Londa, e que o caminho sistencias da rotina oo dos interesse~ Luchaze. de ferro do Lobito do tardará a che· 0 contrariádos, e assim encontramos na 5. - Mossamedes, Baila e Cu­ gar ao Mochico emqoanto qoe o de nova carta de Angola o germe da bango. Malange só muito mais tarde poderá. fatora descentralisação, pelo agrupa· seguir e certamente será desviado monto doa distritos para a eleição Como se vê, é ainda o interesse re­ para a região do extremo nordeste doa vogais representantes dos interes­ gional, presidido por caracteristic11s da Lunda. ses economicos no Col'.lselho de Go· de ordem económica e geográfica, (Continúa na pag. 12). •Gto da colónia. que predomina nêste agrupamento, PROBLEMAS ECONOMICOS Pautas de Cabo Verde: o valor agrícola e industrial desta colónia e necessidade da sua valorisação

O ultimo artigo expuzemos, a As causas da decadencia do Porto queça daquilo que essa isolada pro­ traços rapidos os motivos por­ Grande bem como os remédios a apli­ víncia pode vir a sêr desde que a não N que julgamos que a legisla­ car fôram cuidadosamente estudados esqueçamos. lação colonial e especialmen­ e expostos pelo distincto tecnico e Cuidemos dos seus males e procu­ te a legislação aduaneira era um grande colonial senhor coronel João remos remediá-los, que num futuro amontuado de disposições que, con­ d' Almeida no seu magnifico relatorio, bem proximo o arquipelago poderá tradizendo-se muitas vezes, constituia feito em 1924, e ao qual a imprensa viver por si não necessitando para um conjuncto de disposições difícil fez os ~ mais rasgados elogios. coisa alguma das ajudas da metró· de sêr estudado e criticado na sua Nesse completo relatorio são pelo pole. minucia. insigne colonial tratados desenvolvi­ Para isso, e tendo em linha decon· Consultada a legislação pautal dos damente e um a um todos os proble· ta que se encontra muito mais perto ultimas anos, contamos por centenas mas respeitantes ao Porto Grande da metrópole do que a maioria das o numero de diplomas feitos e orien­ bem como as respectfras soluções outras colónias e por consequencia, tados mais pelo criterio do oportunis­ pelo que me abstenho de a eles me em muito melhores condições de efec­ mo do que pela vontade tirme e acer­ referir. tuar as suas transacções comerciaes, tada de resolver as dificuldades da Mas (.para que o regime pautal a éinecessário que o cabo-verdiano se província de Cabo Verde. De resto, para que as pautas fos ­ sem beneficas e propicias ao desen­ volvimento de Cabo Verde, precisa· vam de corresponder aos complexos problemas desta província e deveriam tender para a resolução dos seus inu­ meros e até hoje irresoluveis proble­ mas. Obedece, porventura, a citada le­ gislação a este pensamento? Seria pueril afirmá-lo. A provinda de Cabo Verde continua debatendo-se numa horrivel agonia sem que o le­ gislador pautal tenha procurado com suas medidas combater o mal nas suas origens. A decadencia de Cabo Verde é, to­ dos o sentimos, manifesta e alarman­ te sendo o resultado de um conjunto de circunstancias que bem podem sêr encabeçadas na desorientação admi­ nistrativa, na falta de competencia, na instabilidade governante e no desejo 5 - Avenida do Alto das Cruzes do prazêr e da ganancia de que se deixaram apossár todas as classes so­ ciaes, levando á quasi der-,mcia es­ que está sugeito Cabo Verde possa sêr persuada de que tem necessidade de píritos que, por nature1a, deviam ser considerado bom e o mais convenien­ se dedicar à cultura das plantas ali­ superiores. te, será preciso apenas que ele atente mentares mais apropriadas ao clima Mas é preciso reagir, porque Cabo e esteja de harmonia com o desenvol­ das ilhas, afim não só de se bastar a Verde tem condições de vida propria vimento do Porto Grande e com as si proprio como até de exportar o ex· que, bem aproveitadas, lhe poderão medidas apontadas pelo senhor co­ cedente para a metrópole e colónias proporcionar um risonho futuro. ronel João d' Almeida? visinhas, para o que a situação da Toda a vida economica de Cabo Não, rcertamente. sua colónia lhe oferece inumeras e Verde gira á volta do desenvolvimen­ O regime pautal da província deve enormes vantagens. to do Porto Grande de S. Vicente que, ter em consideração tudo que diga Como principais causas do atrazo nestes ultimos tempos, tem perdido respeito e que interesse ao desenvol­ da agricultura nesta província teem muito da sua importando, a ponto de, vimento e economia do arquipelago; sido apontadas a falta de chuvas e a em 1824, tendo cruzado os mares de e esse desenvolviment > embora de­ ignorancia e o caracter indolente deste Cabo Verde 17:000 vapõres, apenas penda, sem dúvida, muito particular· povo. 1: 145 o demandaram, afim de tomar mente do desenvolvimento do Porto Nestas circunstancias, necessário combustível. de S. Vicente tem, contudo, muitos se torna estudar atentamente o regí• Varias razões e motivos variados outros aspectos resultantes de condi­ men da propriedade rural afim de se contribuem para explicar e até justi­ ções que permitem à província aspirar poder avaliar se a indolencia não tem fi,ar um facto de si tão evidente e in­ a sêr tratada com carinho e que lhe causas que, até certo ponto, a justifi­ contestavel. dão jus a que a metrópole se não es· quem e que precisem, porventura, sêr 10 GAZETA DAS COLONIAS

seus terrenos e, ao mesmo tempo, regulamente se a pastagem do gado. Tributem se os terrenos incultos. porquanto a esterilidade em que se encontram grandes areas de terrenos é um factor que muito contribue no atraso da produção da província e na diminuição da arborisação. · De principio poderíamos lançar mão de uma especie de acacia espi­ nhosa, conhecida por acacia Martins que forneceria excelentes forragens tanto na folhagem como nas vagens que são um magnífico alimento para o gadtJ, a qual abundantemente se reproduz. Preparemos e eduquemos os nati· vos em escolas-granjas, a crear, afim de valorisarmos o seu trabalho ensi­ nuando-os nos processos simples e economicos de transformação dos pro­ dutos naturais ou no seu aproveita· mento e preparação industrial, que melhor os valorisa, mencionadamente 6 - A esplanada da fortaleza de S. Miguel no que respeita a frutas proprias da· quela região e em geral a produtos destruídas com firmesa por medidas meiramente pagarem a renda cujo pa· que tenham colocação em mercados governamentaes. gamento deve ser satisfeito na epoca exteriores. Analisando a vida deste pôvo ime· da colheita. Nestes termos, cuidemos da valo· diatamente se constata que ele pro· Uma das principais causas do atra· risação da laranja que todos os anos cura trabalho fóra da terra que lhe foi zo em que se encontra a agricultura é exportada em pessimas condições berço quando, porventura, o não en­ é resultante deste sistema, porque se para Dakar, onde é vendida a desba· contra na sua terra em condições que o arrendatario, porventura, faz me­ rato ; tratemos egualmente da expor· lhe permitam viver desafogadamente. lhoramentos na propridade, como o tação de bananas, goiabas e outros Quando tal sucede, o cabo-verdia· arrendamento é anual, o proprietario, frutos que, não podendo ser exporta no emigra para a America ou S. To­ no fim do ano, eleva-lhe a renda, dos em fresco o podem ser em dôce, mé, procurando á custa de inumeras alêm do que é obrigado a vender na sêcos, e mesmo a banana em estado canceiras alcançar algumas economias época da colheita, por baixo preço, de farinha, dado o seu crescente con­ que religiosamente envia para a fa­ os generos, afim de poder pagar a sumo na Europa. milia para, no regresso ao lár que lhe renda. Para isto precisavamos que fosse foi berço poder comprar um pouco de Nestas circunstancias, impõe-se a decretado um regime pautal favora­ terra, o que constitue a sua maior obrigação moral de, por meio de uma vel na metrópole ás frutas de Cabo· ambição. legislação adequada e de tribunais Verde egual áquele que é concedido Olhando para as ilhas do Fôgo e arbitraes, tomar os prazos dos arren· ás frutas da .Madeira e Açôres, afim Brava, nós vêmos a propriedade es· damentos mais longos e equitativos de que se déssem garantias ás des tar sofrendo uma grande transforma­ e dar áqueles atribuições que lhes pesas preparatórias duma tal indus· ção tendendo a passar das mãos dos permitam julgar rapida e económica tria. Simultaneamente teríamos de descendentes dos antigos donatarios mente as questões entre os proprie· tratar dum maior desenvolvimento da para as dos emigrantes regressados tarios e rendeiros. · cultura da cana do assucar, de forma da America. Necessario se torna lambem acabar a facilitar a exportação deste produ· E' já hoje relativamente grande o com um certo numero de creaturas cto. numero de pequenas propriedades que vivem da exploração feita na tro· Intimamente ligado a este proble­ pertencentes àqueles emigrantes, pelo ca das cambiaes enviadas pelos emi ma está o do alcool cujo consumo que a propriedade nestas ilhas tende grantes ás suas familias, explorações tem de ser regrado, não só porque a valorisar-se cada vez mais. estas que, por vezes, se prestam a Portugal a isso se obrigou por con· Nestas circunstancias póde concluir· verdadeiros abusos tocando as raias venção internacional mas tambem se que a emigração é um desmentido da usura e da ganancia e que com pelo dever moral e pelas responsabi· formal á apregoada indolencia deste facilidade se remediariam com a r.rea­ !idades tutelares que tem a exercêr pôvo pois se ele emigra é para pro· ção de filiaes da Caixa Geral dos De como nação colonial. curar trabalho remunerador, que não positos, ou do B. N. U. Uma dasou­ Positivamente que a produção da encontra na sua terra. tras causas de atraso do desenvolvi· cana para aguardente. bem como de Um dos maiores males desta pro· mento agrícola, que variadíssimas ve­ tudo susceptivel de produzir akool, vinda é o regirnen da propriedade zes tem originado crises graves, é a deve ser tributada de forma a fazer rural. falta de chuvas. derivar grande parte para a produção Os propríetarios, não exploram di­ Varias vezes se tem tentado corri· de assucar, destinado á indu::tria da retamente as suas propriedades, li· gir este estado de coisas por meio de conserva de fruta~. mitando·se a dividi-las em parcelas uma intensa e adequada arborisação ; Quanto ao alcool produzido em que arrendam, amavelmente, por uma mas, devido á inconsciencia do povo Cabo Verde, poder-se ia empregar quantia combinada ou por metade dos e aos estragos do gado, taes esforços economicamente como produto a con · produtos colhidos. teem sido inuteis. sumir na iluminação e nos motores Os rendeiros, regra geral pobres, Obriguem-se os particulares a arbo­ de explosão, sempre que o seu custo, não podem retirar a colheita sem pri· risarem na medida do possivel os na localidade de consumo, esteja GAZETA DAS COI.,ONIAS 11

I gbaíxo do da gasolina uns 30 º'o, se­ Com o emprego de prensas enfar­ pelo comércio e ter-se-á dado um undo o aconselhado em publicações dadeiras, na exploração dos fenos e, grande passo no levantamento desta 4 utorizadas. em geral, de muitas outras plantas mdustria. Aproveitem se as forças naturais a expontaneas, próprias para forragens, Bem sei que a preparação dum sal que o homem pode recorrer nestas ter-se-á dado um consideravel desen­ limpo e fino ob iga ao emprego dum ilhas como elementos de força mo volvimento e valor comercial a Cabo combustível que, não existindo no ar. triz, a fim de se tirar deles o máximo Verde, desde que se oriente e faça quipélago, torna a situação economica rendimento de trabalho útil, isto é, de modo prático e scientifico o tra­ um pouco desfavoravel embora me­ as energias do vento e o calor so1ar. balho das colheitas. lhor aproveitados os recursos de va­ Ha muito tempo já que pela mão A industria dos couros merece ser lorização das ilhas salineiras, como da sciencia entrou no campo prático tratada por fórma diferente daquela são os elementos de energia vento e a utilização da força das correntes por que o tem sido até aqui, devendo calor solar, se possa, eru parte, resol­ aereas, que no arquipélago se cha­ estar directa e intimamente ligada à ver este problema. mam brisas e que se mantêm duran­ industria da criação de gados. .l\las visto que Cabo Verde tem te nove meses do ano, na elevação Na ilha da Boa Vista ha valiosos condições de produção de sal em de aguas, na moagem, como geradora jazigos de matérias primas que se vastas salinas naturaes, de um enor­ de energia electrica, uma vez que se prestam para um largo e variadíssi• me valor, procure-se entrar definitiva lhe aplique o correctivo de illterru­ mo fabrico de telha, tijolo, bem como e vantajosamente no comércio exte · fr,res que regularizem a captação da de todos os artefactos em que se em­ rior do sal, ligando-se esta industria força e evitem a descarga ou esvai· prega o grês, sendo mesmo possível á da pesca que, em grande abundan­ mento das correntes pela reversão do a produção de um bom cimento, co­ cia, possuí nos seus mares. como próprio aparelho, quando o vento es­ mo provaram as analises feitas em provou, em 1906, o ilustre oficial da casseia. Paris. armada sr. Caudido Correia, encon­ Além destas aplicações, outras ha Propositadamente deixei para o fim trando naquelas aguas 37 especies próprias para trabalhos de oficinas, duas das mais importantes industrias: diferentes que, em Lisboa, na Liga em que o ar comprimido transmite a do sal e a da pesca, que estão in­ Naval, expôs. movimento a ferramentas manuais timamente ligadas entre si, que são E', sem duvida, a industria da que os operários guiam sem o menor por assim dizer gemeas, e cujas so­ pesca, a primeira de recursos natu­ esforço. luções têm sempre de ser considera­ rais estáveis, que com maior segu­ Isto tem incontestavelmente utili­ das em conjunto. rança se pode iniciar naquela pro­ zação numa região onde o trabalho Antigamente, o Brasil consumia víncia. braçal é penoso e debilitante. grande quantidade de sal ordinario e Jllas havemos de concordar que é Aproveitem esta energia e a solar sujo no adubo das suas terras e salga uma industria que demanda muito no que a engenharia industrial indi­ de couros, sendo um grande freguês capital e que ninguem lá o empre­ car e proceda-se às necessárias pes­ do sal de Cabo Verde; mas, em 1884, g'lrá sem que lhe sejam dadas garan­ qui?as, sondagens e captações de agua o Brasil elevou as tarifas de impor­ tias que, ntste caso, entendo pode­ que tão útil e necessária é para o tação dêste produto, e a exploração rem ser o monopólio dado a uma desenvolvimento da colónia. salineira, passando a definhar, aca­ grande companhia ou, então. a explo­ Proceda·se a uma selecção rigorosa bou por decair. O cabo-verdeaoo não ração feita, em grande, por conta da no gado existente, a fim de que se olhou para a Alrica, que, sendo mais própria província. regenerarem as especies que estão próxima, poderia constituir com van­ Para tal se conseguir, entendo de­ abastardadas a tal pont'l que o seu tagem um novo mercado e acabou ver fazer-se nm acôrdo comercial com definhamento se acentua cada vez por se desinteressar desta industria. a França, permitindo-nos ela a pesca mais. Fabrique-se um produto aceitavel no banco de Arguim e cedendo nós Adquiram-se exemplares de selec­ ção próprios para a procriação neste clima, devendo os tecnicos indicarem Vi da d o indígen a nos acam pam en tos nesta materia o que entenderem. E' preciso tratar das pastagens, aproveitando algumas boas especies que lá existem; regre·se o disfruto dos pastos, promovendo o córte dês­ tes em época de maturação, e o en­ fardamento scientifico de umalimpor­ tante reserva, que deve sempre ser guardada. Desenvolva-se uma especie arbó• ria, chamada parciminia, que se adapb. admiravelmente ao terreno daquelas ilhas e que, propagando-se por si. é susceptivel de, em poucos anos, formar mata continua, a qual, sendo muito boa para a ali meutação do gado, que a come com avidez, é, em tempo de fome, tambem. um re­ curso de subsistencia para as classes pobres. Esta acacia está, pois, indicada como um útil recurso da arborização do arquipélago e das subsistencias do gado. 1 - Manejam a: enxada 12 GAZETA DAS COLONIAS o sal e o terreno das ilhas do .Maio e Sal para campos de secagem, me­ diante certas compensações. Expostos, rapidamente, alguns dos principais problemas que devem ser conhecidos por quem, conscienciosa· mente, sobre pautas, tenha de legis· lar para Cabo Verde, resalta imediata­ mente que para se resolverem os pro· blemas indicados é necessario muito capihl, que a provinda não possui. A isto objetarei que a província, devido á sua situação geográfica, es­ tava ha muito em condições de con· trair um grande emprestímo que lhe permitisse transformar o Porto Gran­ de de S. Vicente e resolver os pro­ blemas indicados e a cujos encargos podia, plenamente, satisfazer. Nós v~mos que na província, no Porto Grande, amarram dez cabos subma­ rinos (nove ingleses e um italiano), rendendo sómente os ingleses uma mMia de 500.000 francos (ouro) tri· 2 - Transportam~troncos mestralmente. Injustamente, ao abrigo da carta or· Reduzamos os direitos sobre os te· das regiões que formam os actoais ganíca. a metrópole ficava com 50 % cidos baratos que são o vestuairo de distritos. Qnando isto se reconhecer desta ímportancia, devendo os restan uma população que vive ainda na a descentralisação será am facto. tes 50 °lo reverter a favor da provin· idade do algodão, e que não pode pa­ EntreU.nto, não resistimos á tenta­ ci;:. Mas a politica fazia com que d~­ gar cara a , a saia e os de­ ção de lembrar o qoe a França con­ tes 50 °'o, pertencentes á província, mais artigos, geralmente feitos de tinental, estado unitário onde até a administração geral dos correios se pano crú, riscados, chitas, cotins de todos os juristas iam beber a pagasse do deficit das taxas telegra­ algodão e outros tecidos análogos. sciencia dos códigos democraticos, ficas das restantes colónias. Resumindo, o nosso criterio e o acaba de fazer com a sua reforma Nestes termos, a colónia era des­ fim deste artigo é acentuar que em­ administrativa e judiciária. falcada nas suas receitas, anualmen­ quanto se não possam modificar as Impeliàa pela necessidade de reali· te, em perto de 4.000 contos. condições de vida de Cabo Verde, de­ sar economias e proclamando, peran. Era uma situação insustentavel. vemos aliviar o custo da vida e de te as cirt.!onstancias da vida moderna, Felizmente, o grande colonial e vestuário aos menos abastados, áque· o anacronismo de organisações velhas actual ministro das colónias, sr. João les que habitualmente vivem do mais de cem anos, foram suprimidas, den­ Belo, cuja acção sabedora e ínteli· barato que ha no mercado. tre 274, cento e seis sob-perfeitoras; gente será lembrada por muitos anos, Lisboa, 18 de Outubro de 1926. e de 359 tribanais ao·rimiram-se du­ ordenou, por decreto de 29 de setem­ ALCINO DE VASCONCELOS zentos vinte e oito. bro de 1926, que os 50 º 'o da receita Falta-nos a competencia e não é fôssem entregues dírectamente no Tenente. êstE' o logar para tratar êstes asson· ministerio das colónias, acabando-se tos; nem por isso terminaremos sem assim com uma tão grande injustiça Descentralisação citar os seguintes poriodos, revelado­ que tanto estava prejudicando a eco­ res do espirito que presidiu ás refor· nomia de Cabo Verde. administra tiva mas francesas : No dia em que a esta colónia seja dada toda a importancia por ela co­ (Continuado da pagina 8) «A ôste novo estado do coisas deve brada nas taxas telegraficas, ter-se·á Emfim, êsses agrupamentos econó. corresponder am estado de espírito conseguido que esta provinda possa micos são esboçados no mais impor­ novo. A compressão das despesas contrair um emprestimo que lhe per­ tante documento que deve regular não é o onico fim: propomo-nos, do mita entrar afoitamente no campo de a administração da colónia, distincto mesmo golpe, diminuir o desenvolvi· realizações práticas que, por comple· entre tantos qoe o sr. com. João meato desmesurado das formalidades to, a transformem. Belo, ajudado por colaboradores ilus­ administrativas e o rouceirismo exage· Emquanto tal não fizermas, modi· tres, tem consegoido decretar, no ele· rado da màqoina burocrática.O antigo fiquemos as pautas, a fim de desafo· vado empenho de realisar uma refor­ sob·perfeito era um foncionario an· garmos o custo da vida da população, ma da ad.ministração colonial que se quilosado pelo formali11mo e pela tra­ reduzindo os direitos dos generos ali· imponha ao interesse nacional e á con­ dição, abafado pelo parasilismo da pa· mentidos de primeira necessidade, sideração dos estranhos. pelosa. Será de bojo em diante liberto, que entram muito consideravelmente Isto é bastante por agora. o mais possivel, do trabalho de se­ na alimentação das classes pobres, Dentro em pouco se reconhecerá cretaria, obtendo ama maior iniciativa essencialmente o arroz e o milho. qae êsses grupos de distritos devem e tornando·se, de corto modo, o im· Desafoguemos a vida agrícola da ser dirigidos por ama unidade admi­ palsionador do pais qoe administra. província, dando·lhe maiores facili· nistrativa forte, dispondo de poderes Dêste modo, doma reforma utili­ dades comerciais para países com os mais !atos e de toda a iniciativa no tária surgirá o maior beoeffcio para quais as suas relações sejam mais campo da colonisação e fomento eco­ ama descentralisação racional, a coa· íntimas, e onde possa tomar-se mais nómico, sendo suficiente para aoxi­ danação da rotina e do formalismo, extenso o tráfego de produtos a ven· liar os novos governadores om ios­ assim como o desenvolvimento da der ou a trocar. pector administratiyo em cada ama vida local.» FOMENTO AGRICOLA COLONIAL A organisação dos serviços agronómicos, segundo a tese do sr. engenheiro C. de Melo Geraldes,

agrcnomia, assim como a como por exemplo, os Estados Uni­ ca~; ou s~ja de laboratorios e de m~d · cma veterinar1a, são sei· do$. E por isao, Proschowsky poude campos de experiencias in loco, con· A eflcias essencialmente experi· com verdade exarar n'um recente e ven ente apetrechados, ou então pos­ mentaes e a prime1n1, alem interesante 11rtigo, as seguintes pala­ l'am obter dados seguros em estabe­ di~so, tem um caracter acentuada· vras: lecimentos de investigação e experi­ mente poli-st.lentijico e local, isto é, cA l'henre actoelle, les Estais-Unis mentução, existentes na propria co­ comporta um grande numero de ra­ sont á la tête de tont les pays ponr lonia. mos que se basdam em sc1cncias pu­ les progrés réalisés en agricnltore. Ora, como é sabido, nas colonias ras muito diferentes (botanica, zoolo· Ce résaltat a été obteno, grace á l'ini­ a agricultura é exercida pelos nidige­ gia, quimica, fJsica, rr.atematicas, tiative da goovernement fédéral, n'hé· naa directamente e por colonos ou mecanica, geologia, mineralogia e sitant pas i1 promolgoer des lois har· em prezas, com o auxilio da mão d'o­ economia política) e os seus princi· dies et dotant le Departement á'agri· bra indigena. pios têm que se adaptar, tanto quan· cultare de puissants rnoyens á action, E' evidente, só alguns colonos e to possivel, ás exigencias do meio em ayant toujours leur point de départ as empr ezas, e que podem manter que é exercida a agricultura. E, é incontenavelmente esta par­ ticularidade, que mais concorre para complicar o problema do fomento agricota e embaraçar a efectivação da assistencia tecn1ca, porquanto esta exige. como ~e vê, o concurso de um grande numero de tecnicos especiah· sados nos variados ramos da agrono­ mia e a experimentação in loco. Os seus métodos de trabalho são poi~, e têm que forçosamente ser, a observação e investiga(,ào directas e a experimentação, ex1gmdo a a~rono· mia, na ma1vria dos casos, a experi· mentaçào local. Por isso, como moito bem diz Chevalier: (1) cEn agricnltore, la méthode ecien• tifiqoe exige la connaissauce appro· fondie du pays, climatologie, de ses rt'esoursee naturoJIP.s, par conee­ quent de eon mi, desa faone et desa flore, dee animanx et dee plantes oti· 3 - Removem penedos lee et noieibles. Cela eoppose donc on travai! d'obeervation et d'inventaire dans l'étude et /'expérimentation scim· ao seu serviço tecnicos; e lamentavel trée complete, une docomentation éten­ tifique, appliquée á toutes les cultures é que 11té hoje, só alguthas empre· doe enr toot ce qoi a'eet fait snr lee propres á ce pays. zas o tenham feito, pois que certa· mêmee questione dane lea paya étran· Lee lois votées poor protéger lea mente teriam poupado muito dinhei­ gere. foréts contre la destroction intempes­ ro e evitado muitos prejuizos. n faut, en ontre, mettre les divereee tive, et contre l'introdoction des ma­ Porem, é preciso não esquecer que eepéces et variétés de plantes á cnlti­ ladies et parasites de tootes sortes a principal missão dos tecnicos, ª" ver á l'eeeai, dans des champa d'ex­ qni attt'ignent les plaut.. s, ont ilté serviço ,privativo de colonos ou em­ périencee et faire en même tel.llpe dee établies á la suite de rechenhes tabo· prezas, e aplicvr convenientemente os observatione et des mesures precises rieuses de ce Departement." (!) pritztipi.os já anteriormente bem esta· et incessantes dos factenre mis en oen­ Do que fica exposto, logicamente· belecidos, por aturadas investigações vre, poor constater et mesnrer lee ré­ se infere pois, que a asststencia te· e repetidas experiencias, is10 é, orga· snltate obteona. La science agricole cnica, assim como a propaganda agri­ mzar a exploração da terra, segrmdo a donc beeoin, pour progresser, de re­ cola, ~ó podem assentar em base os processos scientificos mats aàap· cherches snr le terraio et en ootre de solida e merecer toda a confiança, e, taveis á regiãu, aconselhar a aquisi­ laboratoires et de cbamps d'expérien­ assim, produzirem o maximo do seu ção das melhores variedades de plan · cas.> efeito, desde que os seus agentes - tas e das raças de animaes mais ad­ São estes os principios em que se os tecnicos- possam dispôr dos quadas, dirigir os trabalhos de prc­ têm inspirado os paizes e colonias, aecessarios meios para a execução f,laxia e de combate ás doenças, in· em qoe a agrkultura é mais prosper::, de invesugações scientificas e tecni- troduzir os melhores métodos tecnc· 14 GAZETA DAS COLONIAS

car a esse rim uma parto dos seus capitaes. E' o que a partir de certa data, começaram a fazer, por exemplo, as omprezas que exploram o açucar e a borracha nos colonias holandesas do Oriente. Mas, não o esqueçamos, multo an­ tes, o governo holandez, tinlza creado cm Java, es~a modelar e •nconfun­ divel in~1itu1ção ele fomento agricoia colonilll, conhecida e adrrirada em todo o mundo - O jardim botauico de Buitenzorg com os set:s inumeros estabelecimentos anexos (hoje trans­ formado em u Departamento da Agri­ cultura das lnd1as Neerlandezas»). E foi devido ao valioso auxilio deste poderoso foco de progresso agrícola, que as referidas emprezas poderam prosperar e tomar então para si, o encargo de reali~ar uma só 4 - En'retêm-se desgranando e fiando o algodão parte d11 dif1cil tarefa, atl! então executada pelo j~rdim botanico de Buitenzorg e pelas suas estacõds logicos para a preparação dos pro­ Mas todos e~tes resultados, são o anexas e isto apenas com o fim, dutos, etc. Qne o mesmo é dizer, fruto do trabalho de muitos anos, de note-se bem, de lhe atargar a sua que os tecnicos servem, em tal caso, avultados capitaes empatados e de esfera de acção, atenta a grande para evitar as 11apalpadelas11 e, assim, muita energia e coragem tambem! lmportantia que em agronomia têem. colocar as explJrações agricolas, em A isso têm sido forcadas as em· as investigações experimentaes in condições de poderem produzir o prezas que nas nossas' colonias pre­ loco. maximo em quantidade e qualidade, lendem, com base solida, fazer pro­ A execução de taes trabalhos e o mais economicamente possível. gredir a agricultura; mas, é clr.ro que compete portanto especialmente ao O que implica, é claro, a existencia se elas, assim como os colonos, en­ Estado, por intermed10 dos seus ser· de organismos em que esses princi­ contrassem ao iniciar as suas explo­ viços oficiaes de agricultura. pios sejam estabelecidos, onde se rações, a necessnria assistencia te­ E' o que, de uma forma bem clara, seleccionem plantas e se apurem ra• cnica, poderiam mais rapidamente ex.primem as seguintes pa.lavras prQ· ças, onde se criem novas varit:dades contribuir para o seu desenvolvimen­ feridas pelo ~overnador da Cochin­ de plantas com caracteristicas mais to ai:tricole, visto que seria a~sim su­ china, o sr. i\Iaspero, num discurso v:tntajosas e se estudem os processos primido, ou pelo menos muito abre­ pronunciado perante a respectiva C'i· de combater as doenças, se preparem viado, o /.ongo e dispendioso per1odo mara de agricultura: vacinas, se determinem com rigor as de experimentação. que acarreta «D'autre part, comme il manqoait regras tecnologicas a seguir na pre­ sempre o estabelecimento de novas on plan d'action général á vos efforls, paração doa produtos, etc., etc. explorações, podendo portanto apli­ M. Sarraut s'est appliqué á voos le Não ha duvida que nas nossas co­ car logo todos os seus capitais á pro­ donner par la création de l'lostitot lonias, algumas companhias têm, por dução em larga escala. scientifiqoe. iotermedto de seus tecnicos, feito Portamo, a investigação e a ex­ L'Etal, en effet, a un riJl essen!iel trabalhos de investigação· e sobretu­ perimentação agronom1cas podem, á remplir en matiére de colonisation do de experimentação. Entre outras agricole. /l doit f a ire les ót!!des et é certo1 natgu11s tasos e até certo podem citar-se: a C.ª do Borôr, a fOlliO, ser levadas a efeito por par­ los expérionces destinées á goide1 quem se deve, alem doutros serviços, ticulares ou emprezas que, para tal l'eífor1 du colon, celoi·ci n'ayont pas o de ter introduzido a cultura do si­ fim, contratem tecnicos de reconhe­ les moyens de les faire á ses frais sai em .Moçambique; (3) a C.ª da cida competencfr.. parce qo'oxige11nt de trop longs of Zambesia que ao desenvolvimento da forts et des dépenses au dessas de sei. cultura do algodoeiro na Zambesia, Porem taes trabalhos, Já porque mo vens. tem dedicado especial cuidado; (') a por sua natureza são de resultados Lo goavornement fr~nçais n'igno· morosos, já porque tendo de acom­ C.ª de Moçambique, (5) que em seus rait pas l'importance de co rôle et 1\1 territorios tem feito experiencias mui­ panhar a evolução das scienciai>, 1ém Simon, alors ministre des colonies, que ter grande constancia e coDli­ to nteressantes, sobre a cultura elo declarait ll la tribuno de la Chambrc: algodoeiro, do milho, do tabaco,etc. nuidade de acção e, por outro lado, c.C'est ao s'appoyant sor la sciéace. mais modernamente a Sociedade Fo­ implicam taes despezas com o pos­ par la fondation de laboratoires et dh mento Geral de Angola, a quem se soa I tecnico e o indispensavel mate­ champs d'experionces que les colon:ei< deve já a resolução do problema da rial 9ue C

S deste numero são ainda ce­ nossos visinhos, incansaveis em nos didas pela Secção Fotografi. serem agradaveis e procurando sem­ A ca do Exercito e escolhidas AS GRAVURAS pre auxiliar-nos quanto podem. nas coleções do major Veloso Em 1914, antes da declaração da de Castro. A' direita, no plano mais distante As nossas gravuras representam, guerra alemã, declaração com que a Aspectos de Loanda. Esta cidade, marcando a entrada da barra, está a desses aspectos, uma serie dos que se coluna rlo governador sr. com. Jayme capital da Província de Angola, tem fortaleza de S. Pedro, e para cá desta observam durante as otupaçbes dos de Morais foi surpreendida proximo sido sempre considerada como a me­ vê-se a ponta Izabel onde está situado indígenas em descanso. Descanso é de S. Salvador, no final das opera­ lhor fundação da colonisação euro­ o fortim chamado do Penedo. Entre tudo quanto seja parar sem carga. ções. os belgas tinham redobrado de peia na costa ocidental do continente este e a parte mais consideravel da A inter . ssante gravura da capa atenções para comnosco pondo á nos­ Africano e deverá esforçar-se por con­ cidad ~ . é a praia da Nazaré onde se mostra como eles curam entre si uma sa disposição a linha ferrea entre Ma­ servar esta posição, constituindo com efetuou o desembarque das tropas de pneumonia, dessas que tão facilmen­ tadi e Songololo, e chegando a esta Lourenço Marques, na costa oriental Salvador Correia. te adquirem durante as viagens na belecer se a nossa base de étapes em e Captown na ponta do sul, a base Na ilha de Loanda vive uma colo­ estação seca em que, nas rigiões Matadi, eficazmente coadjuvados os triangular da colonisação africana pa­ nia consideravel de pescadores indi­ montanhosas, o termometro desce pe­ serviços pelas autoridades belgas den­ ra baixo do equador. Não lhe faltam genas que pretendem manter as tra­ la madrugada a quatro e dois grau_s tro do seu territorio. condições para manter esse logar. dições do antigo reino do Congo, que centígrados e ás vezes a zero. Duas das gravuras representam a E' certo que o trafego comercial da para ali os destacara como afirmação E como, para acampar uma só noi­ gare de Songololo por essa ocasião, Africa Central ba-de dar i cremento de soberania, mas na verdade para te, não se constroem abrigos e os in­ e outra distraidamente tomada da car­ a um colossal desenvolvimento do explorarem a valiosa industria da pes­ dígenas preterem dormir ao lado de ruagem da cauda dum comboio des· pôrto d<> Lobito; mas Loanda, pelo ca dessas paragens, que é considera­ fogueiras que conservam latentes to­ cendente, á sua passagem pelo vale seul·caminho de ferro de penetração vel e de valiosas especies, e o co­ da a noite, segue-se a pneumonia. A do Pôzo, havia de fixar para sempre que hoje atinge J\1alange, não será mercio das conchas que então cons­ cura costuma ser rapida e segura : um aspecto desses ho1e tão discutidos menos solicitada pelo trafego da Ca­ tituíam uo interior os mais preciosos algumas ventosas que, como repre­ terrenos, que não valem um pataco, tanga e poderá desenvolver-se para· adornos e funcionavam como moe­ senta a gravura, eles improvisam com mas podem muito bem servir para !elamente ao Lobito, tanto mais que da. pontas de chifres; límpa·se a pele, animar os sentimentos patrioticos de as suas condições climatericas são ex­ A ilha de Loanda, plantada de uti­ 6 - Tecendo esteiras golpeia-se a epiderme, aolica·se a ven­ quem não .conhece a Africa, nem as celentes para a vida dos europeus em líssimos coqueiros, conserva a antiga navaes, serralharias e carpintarias, da vida nacional, mantida e sustenta­ tosa, aspira-se o ar pela parte supe· atenções que devemos aos nossos vi· familia, (ha-os que se conservam ali fisionomia, com a sua egreja e nume· artes graficas etc. da atravez dos seculos só pelo amor rior que é , tapa-se o orifício sinhos. anos sem conhecerem as febres palus­ rosas povoações de pescadores nati­ Dispõe de comodos boteis, bars, ao trabalho e culto pela Patria. com um bocado de cera e deixa-se E' certo. e não é a primeira vez tres) e as condições naturais da sua vos. Estão ali instaladas as constru­ casas de espetaculo, casinos que, co­ Vida dos lndlgenas.- Estas gravu­ actuar. Ao fim de alguns minutos le­ que o declaramos, que nós já tive­ ampla baia são facilmente adaptaveis ções da divisão naval, caes acostaveis mo o do Club Naval, cultivam com ras alegres representam a vida dos vanta se o aparelho e limpa-se a san­ mos ocasião de corresponder áquela ás exigencias de um grande pôrto co· para abastecimento de carvão e o la­ carinho os desportos; casas de bene­ indígenas do sertão quando adstritos gria abundante. Uma tisana quente, amisade procurando abastecer, tanto mercíal moderno. zareto que na grande guerra serviu ficencia como o Asilo D. Pedro V, ao serviço dos colonisadores que os o agasalho de um cobertor e dois ou quanto podémos, a colonia belga. Os belgas da colonia visinha que para deposito dos alemães expulsos modelarmente administrado, e o im­ empregavam nas grandes viagens co­ tres dias de desca1tso a valer e o hc­ que logo após a declaração da guerra residem no Congo inferior procuram de Angola e do Congo. portante Hospital D. Maria Pia, vas­ mo condutores de car~as quando ou­ mem está curado. Priveligiados orga­ ficou com as suas comunicações cor· habitualmente esta cidade, a que con Na cidade, com 20.000 habitantes, to e ainda moderno que tem sido jus­ tros meios não havia, o que ainda ho· nismos! tadas com a metropole; abastecemo­ servam o nome tradicional de S. Pau­ agita se hoje uma vida europeia de tamente considerado como o melhor je ha-de acontecer de vez em quando. Relaçlies luso belgas. Nas nossas co­ la de Angola, emquanto os primeiros lo para espairecerem ou retempera comercio intenso e o movimento das de toda a Africa Ocidental. Tem, fi­ Nos movimentos milita.res, nas via­ leções do Congo encontramos algu­ recursos lhe não chegaram da America. rem a saude abalada pelo clima es­ repartições publicas a que estão li­ nalmente, muitas escolas de instru­ gens das grandes comitivas comerci­ mas gravuras dignas de figurarem Mas isto não salda as contas; an· gotante das margens do Zaire: quin gadas as regiões mais distantes de ção primaria, algumas de ensino pro­ ais, ou nas marchas das grandes ex­ neste numero da Gazeta que se ocu· tes elas devem ficar em aberto para ze dias em S. Paulo e a viagem ma­ toda a colonia (catorze vezes a super fissional e um liceu para instrução se­ pedições scientificas que vagarosa­ pa muito das relações luso-belgas no sempre, que é a unica forma de radi rítima na ida e volta de dois paque­ ficie de Portugal metropolitano) com cundaria ao lado do seminario que, mente teem de percorrer regiões des­ Zaire car a amisade e realisar no futuro tes. são o suficiente para refazer os comunicações marítimas forçadas e á custa de incríveis façanhas finan conhecidas, os acampamentos de cen­ A quando das operações militares esse mutuo acordo económico que globulos vermelhos do sangue decom­ muitas vezes demoradas. ceiras e esforços pessoaes dos prela­ tenas de carregadores leem um as­ no nosso Congo em 1913-1914, e aliás convem ao interesse das duas colon1as. postos pelo bacilo das febres. Ha industrias muito importantes dos tem sido sustentado pelo Cabido peto típico e curioso cuja fisionomia sempre que se tem tratado de movi­ Nós assistimos em Boma e J\latadi As nossas gravuras representam como a da moagem e massas alimen da Sé de Loanda. oferece fartos motivos de analise fi. mento de forças ou de indivíduos mi­ ao desespero e á indignação que se alguns aspectos da cidade alta onde tidas, oleos e sabões, tabacos com E, acima de tudo, é uma terra por­ siologica e psíquica para quem se litares, nós sempre temos encontrado apoderou da colonia belga ao conhe funcionam as repartições do estado e notavel desenvolvimento, construções tuguesa colll todas as características quiser dar ao estudo destes povos. as maiores facilidades por parte dos cer, hora a hora, o progresso da invasão onde existem ale- e o furor da destrui gres e as mais sau· ção germanica. Es­ daveis vivendas; e ses momentos dolo· um panorama da ci- rosos sofridos por um dade baixa, abran- p_ovo .irmão e amigo gendo lambem toda 1ama1s esquecem ; a baia, limitada ao mais tarde nós os fundo pela restinga acompanhamos na que hoje forma a ilha desgraça. Duplo mo­ de Loanda. tivo para que, afasta­ Nesse panorama ..... ~----~---_.., ...... ,..-- das de bem longe as tem logar, sobre o horas do perigo, nós morro á esquerda a pensemos, no re­ fortaleza de S. Mi· manso da paz qne é guel onde foram a hora das realisa combatidos os holan­ ções, em afastar, de deses, após a usur­ comum acordo, os pação, pelas tropas perigos futuros pelo de Salvador Correia fortalecimento eco­ que uma importante nomico das nossas esquadra transpor­ colonias e pela de· tara de Pernambu· fesa dos seus terri- co. LOANOA. - Panorama da cidade baixa, que é a parte comercial, e vista da bahia torios. GAZETA DAS COLONTAS 15 des entreprises agricoles de quelque un corps de spécialistes appelés á met· tencia que o assunto requer, adaptar importance, il faut qu'au préaJable le tro leurs services et leor science, á o melhor possivel taes modelos ás goovernement ait rempli son devoir. la dispoaition· des interets agricoles condições de cada uma das nossas 11Si l'on vout savoir qoel est, en la do pays. colonia!'>. matiére, lo devoir d'un gouvernement Le dópartement de l'agricoltoro 11e Não é possivel, evidentemente, et qoel service, ce devoir rempli, il doit cepe!lda1zt pas trop embrasser. num trabalho de tão reduz;do nu· p11ut rendre à l'eutreprenneur, il jaut C'oat au gouvernemont loi·méwo, qo'il mero de paginas, apresentar com alter ou aux Etats Unis, á \Yashing· appartient de faire converger losefforta seus pormenores a organização que ton ou á Jáva, á Buitenzorg. de toua les départements róunis vers convém adotar para cada colonia. Un capitaliste qoi s'engagera dans le progrés agricole, soit pour ce qui Indicarei poi~, tão sórnenu, e nas uce entrrprise de cnlture aox colooi1>e, concerno le sol, los routes, los draiu~, ~uas linhas geraes, as bases em que c'est wz être rare et précieux. II faut soit la finance,l'edoc:1tioc et ll·~ aotres convém que das assentem. lo s ·iiguer. S'ilp.artà l 'ave1ztur~,aan.s matióres essentielle~ . Les attribotiona Pond ~ rada a dou•rina anterio· men •avoir , aaus gu1de. ~ans soutu•n, il do dópartembot de l'agricultore doi· te exposta, uma boa organisação de sa roioe Vl'nt se est ruiné d'avanu. Et va dé­ limiter au progrés tecllnique serviços de agricultora, tem forço!'>a· courager tout on monde autoor de !ui. á d1:. agricole et l'étude critique lrl•· mente de ter por bâse, estações agro ~ devoir d'on gouvernement est vaux eff.,ctoés par d'autres organisa· nonzicas e postos experime!ltaes de donc de protéger les capitaux qui tions. agricultura. estaçôes zootec11iças e osent et óo ne pas laisser compromei­ Un départem1>nt de se genm de· postos de cobriçãr;. e pelo m tnos um tre, par des ühecs évitables, le bon mando à etre Ull dírijé par llonzme com um et hospital vetermario labora­ re11om des tolonies. llabitué aux métlzodes scimtiftques anexo. Si co capitalista aodacieox va á Ja· qui possede les connail!sancos tochni. torfo bactereologico va, voici ce qu'il y troovora, D'abord q nos n6cossaires.» (s) Continua. (au moine thóoriqoemf'nt, car la torre A assistencia tecnica e a propa· libre commeoce á s'y faire rarc1 do ganda agrícola, em materia de agri· la torre reconnuo, analysée, expéri­ cultura colonial, exige pois, ainda 1 mentée, propre á la cultora de tel ( ) Loc. cit. p :!90. mais do que na metropole, como já (?) Dr. A. FroschoWdky. Le Oeparte· produit dóterminé; des plantation~ et foi justificado anteriormente, uma ment d'Agriculture des Etets·Unis in Re· pópiniéres, ou des botamstes ém éri~es modelar organização de serviço• ofi · vue de Bote nique appliquée et d' Agricul· ont raesemblé des espéces l!élecllo· ture coloniate. J .• année, Butletin n·º 27, ciais de agricultura. . 1923. P&g. 1í 1. nées, et ópronveés ; de~ ~aboratoir~s E, ponderada a grande dispersão (S) Ernesto de Vilhena-Memoria sobre !-!pécialisés, ou de:i chlm1stes, bact6· das nossas colonias e a coo,equente os trabalhos a~ricota~ efectuado>< pela e.• riologistei;, eatomologistes, etc., ont diversidade de condições mesologi­ do Borôr, nos prazos de Zambésia, in poursoivi lea onnemis des diversas cas, cada colonia tem forço~amcnte C.• do Borôr. Relatorio do exercicio de plantes cnltiveéa (lesquels pallulont 1911-1912. de ter uma organização de serviços (1) C. de Melo Geraldes. Contribution soo~ los tropiques) et découvert los de :il$ricuhura privativa, embora su. à l'étude des cotons des colonies portu· moyens do ~·e n déÍaire (c'est le ré~u l­ bordinada, para toias elas, aos mes­ gaises. 1914 p. 23·30. tat d'une longue et savante organ1sa· (>) Johnson-Report on Zimbfti Experi· mos princípios basilares. mental Station-19 9. tion, appoyóe aur des cródits que Devendo notar-se, que não se tor· {") Exploration scientiflque de la Co­ d'abord le goovornement assara senl n1m necess&rias longas e laboriosas chinchine·in·lnstitut Colonial de Marsail· et qa'aujour d'hoi fournissent sortoot lucubrações, para se elaborarem taes le-Les cahiers colonieux·N·23·19'20 p. 1. les planteur~ ) ; enfin,-point capital­ (') J. Challey·Un essei sur ta prope· organizações, porquanto os bons gande à feire en faveur des colonies fran· de la maio d'oeovre. Car toutea coa modelos não faltam nas colonias ho­ çaises. in-Société Belge d'études et d'ex· cultores: café, thé, cacao, etc., oxi· landezas, inglezas e nos Estadrs pention·Bul. N.• 42·1 923·p. 145. gent le concoors d'ont> populatioo Unidos. (S) j. \Villis. Manuel d'Agriculture Tro· nombreuse et stable, ot cotte popula­ picale. Trad. francesa de Montépin 1912·p O que ha portanto a fazer é, com 275. Foi publicada ha pouco uma 3.ª ed1· tion le gouvernement hollandais l'a o necessario bom senso e a compe- ção em inglês. dóv~loppóe par l'effort d'ono higiéne viligante ot do services sanitaires trés bien orgallisés,» (i) E' q ue. como muito judici oa1me~te adve1 te Willi~, o eminente anugo director dos 11Reaes Jardina Botani· cos11 do C eylã", no seu notavel «Ma· nual de Agricultur'f Tropical•, h~ro que seria pdr,1 deseiar que fosse l:do e meditado por todos os nos:os ~o­ lonia i ~, pois que apezar do seu utu· lo tal obra é antes, especialmente, u~ precioso guia do que poderemos, com propried1de, chamar: orga11isa· t-ão scie!lttjica da agricultura e poli· tica agraria. «l'agrtculture est devenue si tethlll· que, des essais stientijiques rigoureux portant sor la cnlture, l:i. multiplica tion des plantes, etc., sont devemlS si !lécessaires au pro grés dans la plupart des cofltrées tropicales, qu' il est im· possible de nos jours, de se passer d'u11 dipartemeflt scie!ltifique ou d

{Concluslo)

m geral o indígena africano mas a verdade é que não se enco i· Para se chegar aos resultados não tem nenhuma inclinação tra outro sistema melhor e assim a que se cheg-ou não valia a pena Epa ra a arte da guerra e se numa sucederá aind'i por muitos anos. terem-se sacrificado tantas vi das e ou noutra região se tornou Resta me ainda referi r·me á possi gasto tanto dinheiro, que aplicado belicoso foi isso devido a causas bilidade de organisar um exercito p ' r nutra fo rma. te• ia dado muito acidentaes de curta duração desti· em moldes de entrar em operações maior proveito t'rn benefici o de to· nadas a desaparecer totalmente com de larga envergadura. dos. a mesma ocupaçfo. Em relação ao soldado indigena, L'sboe, 14-10-926. Num livro, meu recentemente já sabemos com o que contar. publicado, escrevi o seguinte àcer• Com a cooperação da população A. AUGUSTO P. CABRAL. ca dos indigenas do sul de Mo· europeia, nada ha a esperar no sen· Sei!'· Neg. lnd. çambique: tido de obter colectivamente um - «Obrigados a torr.ar parte nas esforço fisico periodico com a agra · l:'or falta de 1:.sp.iço retira­ aventuras belicósas dos invasores vante da sua obrigatoriedade. Deus mos deste n.0 da e Gazeta> os pela incorporação forçada nas s as sabe quanta boa vontade tem sido artigos cEducaçâo e ensino> e impis adquiriram qualídades guer­ necessario para manter alguns gr u­ reiras que antes não possuíam; pos de sport em Lourenço Marques cCampanhas Coloniais» que igual fenomeno se dava ao norte e Beira! c.:>ntinuarâo no numero imr - com a invasão dos arimbas. Inde­ Todos os oficiais e sargentos de diato. pendentemente deste facto haviam Von Letow tinham sido antes mili­ ainda as violencias originadas pelo tares e como alemães não lhes fal­ Pedimos a todos quantos se trafico da escravatura. tava o aspecto e educação militar, interessam pelo futuro das Co­ Obrigados os indigenas a defen· no que a Alemanha trabalhou du­ der-se das investidas dos mercado· rante muitos anos. lónias que nos auxiliem com os res de escravos, tornaram-se descon­ Aparte porém, os brilhantes fei­ seus anuncios e com a.s suas fiaaos e agressivos; as lutas entre tos do exercito da Africa Oriental assinaturas, tanto como com os varios chefes i ndigenas tam bem con­ alemã, não se veem quais os resul­ coneelbos da sua cdabo1·ação. correram bastante para modificar a tados praticos por ele obtidcs. índole notavelmente docil do indi­ Vencedora a Alemanha na Euro­ 111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111111! g-ena. Desaparecidas estas causas por pa, quer Von Letow tivesse si do motivo da nossa ocupação, volta­ vencido, quer tivesse saldo vence Todos os que se inte­ ram a seguir a principal feição do dor, ficar lhe·ia a colonia da mesma ressam pelo desenvolvi­ seu caracter, devendo tal doutrina torma em seu poder. generalisar-se a todos os indígenas Vencidaa Alemanha, de nada lhe mento e o lo n ial de\'em da proviocia." serviram as vi torias alcançadas pelo as s 1 na r a • Gazeta das Nestas circunstaocias não nos seu general, perdendo como perdeu deve supreender a relutancia que a sua colonia. Colonias. • os indigenas de Moçambique teem pela vida da caserna, . que evitam por todas as formas dificultando o seu recrutamento.

* * * Varias tentativas teem sido ensaia­ das para obter o rtcrutamento vo­ luntario mas sem sucesso. A sua pou­ ca simpatia pela vida militar é tão grande que uma vez livres do ser­ viço militar, perdem por completo os habitos que adquiriram no quartel. !:>ob o ponto de vista militar não ha pois que contar C('lm o valor te­ cnico dos soldados cc,locados na reserva, alem das dificuldades que oferece uma mobilisação num territorio com 756.11 2 quilometros quadra1os e com uma população to· tal de 3:800.000 habitantes. Em conc1usão: o recrutamento dos soldados indigenas tal como ele é feito presentemente, oferece de facto grandes inconvenientes, 7 -E descansam acampado!. O FUTURO DESTA COLONIA.

0 O jornal 11A TardN> n. 896 que hoje cocti.nua a defender e a acoo· doe \"aios do LiWj>l•flO. ou d.widv torr.· vamos transcrever a carta que selhar. 1o . Afigura-se, portanto, ao signatario D ha dias ali publi~ou o sr. en· O problema do caminho de ferro que está nos tnmos de poder expref­ de quo, ou lle re­ genheiro ~fariano de Carvalho, diri· Lourenço Marques, sar as auas opiniões (não dizemos sol\'e 11gor11 ou nunc11 mais. gida ao alto comissar:o de Moçnmbi­ <'om autoridadP, pois nos tempos pre­ O estrettame11to de relações com que sobre a administração superior sentes todos j ulgam possui-la), c.om a União Sul-Africalla, pvlttica quo desta colónia. O nome aotorieado que a consciencia edir louvoi·<'s ou brnolsus - não ó p >siciviimente um 11nonimo, oom um füliz arrivista dll política portuguesa. Representou durante 1tlguns anos a pruas do l'X11me do atlas colonial ; como depntndo visitou a pro· ducia. tanto DO norte cvmo no sul; relatou os pr<>jectos de l,.i sobro Ili! obras d o pvrto do Lonronço Marques, caminho de ferro dP SwazilaDdia. ca­ minho df' fPrro da Zambezia; dt'fon· deu no Diario Popular a poli1icll descentralizadoru, iu1c1ada brilbao11 • mente (o que oiio quE>re dizer que não tivesse defeúos que DeSllO tempo acl•n· toámos), por Aires de Orneliu; em 1907; apoiou no mPsmo joru11l Ot< 11en­ satos e previdentes plaoos de l<'reirn de Andrade e trabalhou sAro dE>scao­ so pela divisão dii província em dois Estados com a nccessaria autonomia administrativa e financE>ira , medida 8 - Preparando a comida

I 20 GAZETA DAS COLONIAS

a franqueza habitual, quem nada de· sejando para si, e pugnando apenas pela grandeza de Moçambique. se so· bscreve cam:irada att.º e obg.0 MARIANO DE CARVALHO Os acasos e surpresas da política já afastaram do governo de Moçam• biqoe o sr. dr. Alvaro de Castro, a quem esta carta era dHgida. Nem por i~so Pia é menos cabida e digna de ser ponderada por qoem houv~r do substituir aquele ilustre estadista no governo da colónia, Dr. Alberto Torres Garcia

No «Diario do Governo• vae sf'r 9 - Comendo tranquilamente publicado, pela pasta das Colónias, o decreto a qoe ha dias se faz refe· 011 proprios para o clima, navegação to ufo Enes, Mousinho de Albuquer­ rencia, nomeando o br. dr. Antonio no Capal e embarcações convenientes que, Frei~e de Andrade, foi proficoa; Alberto Torres Garcia para exercer, para o policiamento dos rios. mas a maior parte dos eeos projectos em comissão, o cargo de secretario Haveria ainda a acrescentar o pro· e concepções ou foram postos de par­ provincial de agricoltora na província blema monetarto, circolação, transfe· te, ou foram mal copiados, ou se per· de Angola, pela exoneração do te­ rencias, etc. Mas essejámais se pode· deram pelos escaninhos, escaparates non tt\·coronel do Estado Maior sr. rá resolver eficazmente se a Provin· e gavetas do Ministerio das Colónias. Joaquim dos Santos Correia. eia continoar em estagnaçii.o e se nii.o Sobre a sito ação monetaria, por e:tem. A nomeaçii.o daquele antigo minis­ €1fectivarem, com largueza de vistas, plo, e fórma de a resolver em Mo­ tro foi foita sob proposta do alto co­ 11s medidas expostas. çambiqoe, onde param os relatorios missário sr. Vicente Ferreira, qoe de Mariano de Carvalho ? procura rodear-se de colaboradores • .dotes do fim do ano, e natoralmen­ competentes para poder levar a cabo • • te após certas conferencias que se da­ a difícil missão que lhe foi confiad11. Todavia se V. Ex.• qoizer rôr em rão em Lisboa, se o general Hertzog de governar, no ma hora difícil e de pratica certos planos, ha-de forçosa• por cá passar, aceitando o convite do grave crise, a província de Angola. mente sofrer a critica de moita gente governo port.ogoês, V. Ex.• sego irá E' interessante recordar qoe, quan· e os alvitres condenatorios, contradf. para Moçambique. Nessas conferenci­ do o governo da presideocia do sr. torioe oo preferenciai". tia-de sentir as, se se chegarem a realizar, poder­ Antonio Maria da Silva tratou da es­ as agruras do quem quere jazer al­ se-ha dar um grande passo no senti­ colha do novo alto comissário, foi in­ guma coisa nesta terra de empatas e do da política de aproxima~ão e ali­ dicado pelo então ministro das Coló• sabios. lla·de vêr qualquer erro qae ança, conCAdendo-se o que se possa nias sr. genel'al Vieira da Rocha o por ventara pratique - pois niogaem concederá União Sol-Africana eobten· nome do sr. dr. Torres Garcia, que é perfeito neste mondo, nem profeta do para Lourenço Marques nítidas e no gabinete referido sobraçava a pasta na soa terra - tomar proporções de positivas vantagens que desfaçam das Finanças. Pnormidade insanavel, ficando no os· doma vez para sempre todos os mal­ O sr. dr. Torres Garcia, nessa oca- quecimento todos os serviçosrelevan• entendidos e duvidas, consolidando­ 11ião, ao rejeitar a indicação do seu tes qae tenha prestado e todas as se a harmonia e bOa amizade qoe con­ nome, jantou a declaração de que es­ obras que tenha conaegoido levar, in· veniente é, reine entre viflinhoa hon· tava diepoeto a ir para aquela coló• teligentemente, ao fim desejado. São rados, trabalhadores e pacíficos ... nia em qualquer ootra situação em os ossos do oficio, Ex.mo Sr. 1 Mas Por onde começará o governo por­ qae os seos serviços pudessem ser V. Ex.', experimentado nos trabalhos togoês ?. Por onde começará o gene· aproveitados como auxiliar do alto governativos, tendo dado tantas pro­ ral Hertzog? Iamoe apostar dobrado comissário. vas de energia, firmeza e serenidade, contra singelo qne o general agitará, E é nessa situação qoe vai para revestindo a couraça da impenetrabi­ logo de entrada, a questão do cami­ Angola, embora o'om lugar de menor lidade, consciente de que sabe o que nho de ferro de Lourenço Marques, deataq oe mas de grandes responsabi­ vale e de que sabe o que quere, não do porto e. . . dos indígenas. Se o lidades. arripiará caminho. pois a Verdade e governo de Moçambique tiver avan· a Justiça acabam sempre por triunfar, çado já nesse terreno, para o qoe por mais que as queiram torcer. deve ter os necessarioa elementos e ~ompanhia Nacional A sitoação da província de Moçam· mesmo vantajosas propostas, o gene· DE biqae, onde enormes interesses se ral terá nesse capitoo de bater em manifestam, onde iocalcolaveis rique­ retirada e de meter na algibeira o fa. PROTIUTOS COLONIAIS, L.DA zas agrícolas, iodostriais e mineiras moso aventesma de Kosi-bay oo San· ostão ha seculos por explorar, reqoe· ta Locia . . . desde os templos bibli­ Rua dos Fanqueiros, 15 - LISBOÁ re co1dados especiais no momento cos do gran1le Kroa:er, em acena. critico qoe estamos atravessando. A E aqoi tem, Ex.ª º Sr. Alto Comia· Elransaç(Jes sobre cacau, acção de Mariano do Carvalho, An- sario, o que tinha para lhe dizer com ctlfé, cera, coconote e couros O futuro das Novas Conquistas

IRÃO talvez que não é novo passaram definitivamente -para o lós, que se não cansavam de in fes­ o tema. Mas, a quem assim domínio português em 1788, pelo tar as velhas fronteiras, cessou afi­ Dmo disser, não me furtarei tratado de 29 de janeiro, entre o nal. E, do Tiracol ao Galgibaga, do a observar : não é tanto por govêrno deste Estado e o referido Indico aos Gates, tanto se estendeu falta de novidades como por falta Bounssuló de Savantvarim, capital o território português. Em breve duma vulgarização metódica das do rajado; as de leste e sul, que se formaram : Novas e Velhas Con­ coisas sabidas que a nossa terra se são as restantes das N. Conquistas, quistas. eNão vêem os leitores que enc· ntra no seu actual estado, nada ficaram anexadas pelo tratado de nestas alturas ocorre preguntar qual recomendável, nada satisfatório ... 1 17 de janeiro de 1791, entre o seu foi o resultado ; e qual devia e po­ Uma notável abundância de recur­ até então legítimo senhor Savai dia ter sido? sos naturais, espalhados por tôda Bassava Linga, rei de Sundém, e o Creio que não há duas opiniões a província, protestando solene­ govêroo deste Estado. Escusado é sôbre êste ponto. Verdades palpi- mente contra a nossa deplorável carência de iniciativa ! E' quando se verifica que essa mesma caréncia vem de tempos distantes, quando se sabe que há nada menos do que um século e meio que o território português de Goa se apossou de mais terras quá­ si virgens e quási virgens as dei­ xou até hoje, fácilmente se compre­ ende o grau da nossa indiferença perante o problema do futuro eco­ nómico desta terra 1 E' hoje um facto sobejamente conhecido. Estão af nada menos de 10 províncias constituindo o que se chamam as Novas Conquistas: Per­ ném, Bicholim e Satari. ao norte e leste; Pondá, Embarbacém, ­ g-ar, Bali, Cacorà, Chondrovadi e Caoácona, ao leste e sul. eQua l é a melhoria económica que a domi­ nação portuguêsa tem podido in­ troduzir nesses vastos terrenos, desde que os adquiriu aos seus an­ 10. - Tosquiando-se mutuamente tigos dominantes?

E consola-me a certeza de que nos, não foi ainda combatida com «Isto só para falar das Velhas Con­ esta minha afirmação não é absolu­ vantagem esta perversa direcção quistas, que estendendo a nossa tamente sem fundamento, pois com dos hábitos e dos costumes? A cau­ acção social pua as Novas . • . é prazer verifico a todo o momento sa é simples. Se v. ex.• ler os tra­ o infinito que se abre para a acti­ que á minha frente se levanta tôda balhos publicados acerca da nossa vidade universaii<. - Roque Correia uma muralha de depoimentos auto­ lndia pelos homens entendidos, al­ Afonso. Memória para o 2.• Con. rizados, de homens de estado e de guns dêles filhos da metrópole, se Prov. homens de estudos. . O que êles ler as participações oficiais, saberá •Aqui há muita pobreza, treva teem dito sôbre o nosso futuro, re­ que nas Novas Conouístas, país e miséria, e resta tudo por fazer, ferindo se ás nossas regiões das mais ou menos montanhoso, não hà porque mesmo fronteiras a dentro Novas Conquistas! Não podemos, agricultura, não !tá traballw regular, temos um campo vasto onde em­ não devemos deixá· las abandona­ não há estradas; ltà matas, liá flo ­ pregar a nossa actividadP. - ora vo­ das á sorte, antes pelo contràrio, o restas, liá terrenos por desbravar•. tado ao esqueçimento e abandono. dever c:le nós todos é procurar de­ foi isso em 1871. 'Nós para novas conquistas temos senvolvê las em todos os sentidos, Porém, mais tarde, já nos tem­ as nossas Novas Conquistas, que social, económica e moralmente. E pos mais próximos, pensou-se em economicamente ainda não foram quem o diz, são homen~ de tôda a dar impulso á India Portuguesa por conquistadas». - L. M. Condorcet ordem social e de todos os tempos. meio de congressos provinciais. Pereira. Memória para o 2.° Cong. Ormonstram êles como isto é do E, de todos os lados, de cada vez Prov. nosso dever. que era anunciado um congresso, surgiam alvitres apontando para as * * • * terras matosas do interior. Reite­ * * rando a necessidade, apareceram Ora estes e muitos outros teste­ Um dia, o ministro Jaime Monis, uml sem·numero de opinioes, entre munhos, que também apareceram, que referendara o decreto respecti· outras as seguintes que importa fizeram, naturalmenle, despertar o vo, foi interpelado no parlamento recordar: interêsse público e particular, le­ pelo deputado Lobo de Ávila sôbre "lmpresdndivel e impreterível vando-os a indagar sôbre as possi · a reforma militar da lndia, dtcre­ disse eu que era a obra do fomen­ bilidades de exploração, sendo ain­ tada em novembro de 1871. E o to agrícola nas Novas~Conquistas, da neste ponto bastante animado malogrado estadista, tomando ime­ por que assim o exige a situação ras as opiniões dos entendidos. diatamente a palavra, justificou-se económica do paiz•. - F. R. Sócra• Isto, porém, nao quere dizer que num longo e brilhante discurso, tes da Cr uz. (1) não haja quem oponha um ce to frisando como era indispensável Em Goa, encontram-se desapro­ limite ás nossas aspirações, encur­ introduzir melhoramentos nas No­ veitados extensos campos suscepti­ tando o indice das referidas po:­ vas Conquistas nos seguintes ter· veis de cultura, sobretudo nas No­ sibilidades. (2) mos: •Os povos das Novas Con­ vas Conquistas, e que já de há muito Mas, sempre é certo que susten­ quistas não pr ofessam o cristianis­ estariam aproveitados, dada e den­ tando a possibilidade de vários me­ mo, nem receberam ainda os bene­ sidade da população das Velhas lhoramentos, de incalculável im­ ficios da civilização. Desde muito Conquistas, que é das• maiores e portância económica, nas Novas que se entregam ao roubo, acom­ que podia parcialmente estabelecer­ Conquistas, temos ai não poucos panhado de crueldadts. Roubar, se acolá e arroteá-los,~desconges­ depoimentos de pessoas competen· ou tolerar que os outros roubem, tionando as Velhas Conquistas e tes: é dos seus hábitos e costumes, atenuando o asrnstador êxodo que Lopes Mendes, no seu livro «A lndia Portuguesa•, tomo 1 I, pag-. como se pode Vf r de todas as in­ há para o estrangeiro». - F. X. Teo­ formações que lhes dizem respei­ doro Miranda. Memória para o 2.º 26, escreve que «tudo se obteria do to. Porém, c:po rque motivo, ao me- Cong. Prov. excelente solo das Novas Conquis­ tas, se as águas fossem suficiente· mente aproveitadas para exerce· rem a sua influência combinada com a do sol abrasador, que ali se respira nos meses de abril e maio». Referindo-se ás matas da lodia, diz no mesmo livro, pág-. 130, que elas 11são muito valiosas e prometem no espaço de poucos anos atingir um valor muito maior, se forem trata­ das, cultivadas e exploradas como merecem». Num livro da especialidade, que ainda há três anos se publicou nes­ ta terra, lêem se as seguintes pala· vras com respeito aos ttrrenos das Novas Conquistas: «Pertence ao Estado a maior parte destes terre· nos de valor latente ; parecem es· perar por um braço salvador qu ! os redima do profundo esqueci· mento a que estão abandonados, fazendo ai surgir a actividade agrí• cola que, desbravando, arroteando, amanhando, adubando, os conver­ 11 - Lavando roupa e lavando-se ta em esplêndidos ca r.pos de cul· GAZETA DAS COLONlAS 23 turas económicas - josé Anto11io da P. Miranda- «Excelencia da Vida Agricola•, pág. 9. Uma outra opinião autorizada que não largo a oportunidade de transcrever neste lugar é a seguin­ te, que admite também uma rendo­ sa cultura por aquelas paragens: 11Quando os terrenos desta natu­ reza (moll 1s lateriticas) sejam sus­ ceptiveis de irrigaç.ão - é possivel e rendosa a cultura da cana ,saca­ rina, de bananeiras, de hortaliças e arvores frutiferas .. · O ccquei· ro também cresce bt m nas mollas das Novas Conquistas · · . » - Pe­ dro Correia ·Afonso - Suplemento do 11H eral lo», vol. 1, pag . 59 e 60. Finalmente, um exemplo p rático que eu qui~esse apontar em favor das possibilidades económicas, nas Novas Conquistas, seria a florescen· te Sociedade Patriotica dos Baldi­ os, que é, a um tempo, uma lição 12. - Para dormirem ao relento entre fogueiras viva do esp rito cooperativo e pro­ va flag rante de quanto pode a per· a)-'Quese promovanas terras sistência numa • mpresa começada. - R.oberto Bruto da Costa. Memória Que mais é precis,.. ? para o 2.° Cong. Prov. d.as Novas Co11qulslas o sanea­ e) -«O fundo da Colonização, cr ia­ mento, a segurança_a facilidade do pelo decreto de 30 de dezem­ de comuniu.çJes e outras wndi­ • • bro de 1852. seja destinado exclu­ sivamente para o fomento e coloni­ (-Ôes, de maneira a fomentar a Era precisa a apresentação de zação das Novas Conquistas•. - L. derivação de -agricultores para meios práticos ou a indicação de M . Condorcet Pereira. Memória para essa parte da nossa provtneta, alvitres viáveis. Pois, está bem de o 2.° Cong. Prov. - (1 ° C lllg., Concl V 11, n.º J}·-«Proponho o restabelecimen· ver que simples afirmação de pos­ 3.º). sibilidades oão era bastante para to das comunidades em Satarie Em­ o fim em vista, motivo por que as barbacém nas aldeias não compre­ b}-Vota pelo saneamento das afirmações vieram sempre acompa­ endidas nos mocassós dos actuais Novas

R el aç6es luso•bel gas resposta é faci l. Sem dinheiro, que é a mola real de todo o empreen­ dimento económico, não ha efecti­ vação possível de coisa nenhuma. A causa da rui na dessas terras que o autor do livro A lndia Portugue­ sa fazia consistir na falta de capi­ tais, ainda hoje subsiste. Nem tão pouco, aquela importancia 300.000 rupias que devia sair do fundo do f omento para a referida coloniza­ ção, existe hoje, visto o mesmo fun­ do ter sofrido, posteriormente, modificaçoes varias . . . E o Crédi­ to Agrícola? l O Crédito, cuja ins­ tituição se dizia que "havia de sa­ tisfazer cabalmente a necessidade do dinheiro»? Nem ele me parece que se dispõe, por ora. a arriscar o seu rico dinheirinho . .. Mas, seja como for, é minha fé que. um dia, tomando o Crédito Agrícola sobre si o eocargo de em­ presrar capitais para a instalação de colonos nas provincias do inte­ rior - e em meu fraco entender não 1 - A gare de Songololo à dlspQslção das forças portuguezas no Congo (1914) ha solução diferente, pelo menos na actual situação do pais - um do Governo discutiu e votou um brança da Comissão d.e Estudos largo futuro esta destinado para as projecto de Colonização Interior, sobre a acção do clero" acrescen­ nossas Novas Conquistas, e, então revisto e alterado mais tarde pelo tando «que se deve dar maior am­ ninguem duvide que o futuro das Conselho Legislativo em 1922. plitude a essa idea, deixando de Novas Conquistas será o futuro da E deixem estar que um dos mais parte sectarismos, e pedindo que, lndia Portuguesa! si mpaticos projectos de fome o to pelo menos neste pai•, que não económico e agrícola desta terra )hes tem antipatia. se;am introdu· ALVARO VIEGAS era esse da Colonização Interior. zidas missDes religiosas que, pouco (Do Heraido de Nova Goa, suplemento Mas, também era certo que, se a pedindo ao Estado, estão fazendo ao n.• 9). colonização não viesse acompanha­ milagres de educação a~ricola e i n­ ( 1) V. Conpesso Provincial, por A. M. da de auxilio tisico, espiritual e dustrial na nossa vizinhança.,, da Cunha, vol. 1. pág. 74. moral, seria apenas mais uma ten­ Ora depois disto, quere-me pa· (2) V. Cong. Prov. por A. M. da Cuuha tativa inutil. E, os senhores sabem recer que a missão mais bem in· -vol. 11, pág. 127 e segts.-Confr. cone!. J que para desbravar uma inteligen· dicada para o nosso caso era natu­ l do 4.• Congr. Prov. (3) /aime de Morais - V. Reiatório ao eia ou um mato nada como uma ralmente a dos pedres salesianos, ProJecto da Col. lnt. missão religiosa. Claro está, pois, visto que a eficácia das suas mis­ (4) V. Boletim Salesiano, vol. XXII , n. 0 6 que, quando pensarmos devéras em sões encheu hoje de tal modo os colonizar as nossas terras do inte­ países do mundo, inclusivé Portu­ rior, teremos forçosamente de en­ gal, que, segundo ficou rhgistado Anunciar na Gazeta tregá- l ~s a uma missão religiosa. na ocasiio do seu cincoentenário, Não imaginem que a idca é ... ana· que passou ainda ha pouco, em no­ crónica. Já o 2 ° Cong. Prov. na sua vembro do ultimo ano, já em 1910 das Colonias, é contribuir concl. XXXJV. alínea c) admite a possuia 341 estabelecimentos espa­ necessidade duma tal medida, como lhados por numerosos palses, entre p a r a o p r ogresso e também o distinto magistrado dr. oufros Portugal, Macau, Moçambi• Bragança Pereira, numa das suas que e India, coi;tinuando, ainda propaganda dos nos­ Memórias para o dito Cong ., apre­ depois da grande guerra, a fundar· conizava nos seguintes ter mos : se novas casas salesiaoas, sobretu sos domínios ultra­ 11As Novas Co11quistas não estão do na Alemanha, Hungria e Jugo· cristianizadas. Dir se-ia que o sô• slavia, que abrem as suas frootei­ marinos, animando e pro da civilização por lá não pas­ ras aos filhos de D. Bocco. (4) sou . . . Nas Novas Conquistas tem o padre sroês vasto campo para a * * * difundindo as limita­ sua actividade bemfazeja. i Porque Mas antes de concluir, natural­ é que o Estado não introduz ai mente, hão-de os meus leitores das tentativas de pu­ missDesreliglosas que levem um raio querer saber do destino do nosso de luz á treva em que se debatem proiecto da colooização. i Porque blicações coloniais os pobres roltos e satarienses ?• foi que ele encalhou, ele que era Abundando na mesma ordem de digno da melhor sorte e cuja efe­ que entre nós existem. ideas, ainda oo ano passado, numa ctivação nos daria desde logo a das sessões do 6.° Cong. Prov., o instalação de 500 casais agrícolas ilustre professor sa. Francisco Cor­ correspondendo a 2.000 pessoas e reia Afonso frisou, judiciosamente, em 20 anos o número de 1 .200 ou que «era muito bem avisada a tem- sejam mais de 5 .000 colonos ? A A fronteira Norte e os caminhos de ferro do Congo

(Transcrito do jornal «O Seculo»)

IMOS no artigo precedente o pela Alemanha e apoiada pela Ame­ ros que se congregaram á roda das interesse que a União Sul­ rica, com o fim de impedir ctue os iniciativas do rei Leopoldo da Belgica, Africa pode ter em nos pri· países já com interes!.es radicados no não existia, estando os portos do lito­ V grande continente - a saber : Ingla­ ral e a parte navegavel do Zaire em var das populações do baixo Cunene, as mtrigas; que se movem terra, França e Portugal alargassem nosso poder,'bem afirmado: pelas nu· com essa orientação e a necessidade e firmassem a sua influencia na Aíri• ros •s feitorias que retinham o comer· que temos de repelir as pretensões ca Central e designadamenfe na ba cio das duas margens do grande rio boers acêrca das tribus do Ovampo eia do rio Cop.go ou Zaire, que esten· e o do sertão ; pela nossa soberania sobre quem exercemos jurisdição. de as malhas da sua enorme rêde fer­ exercida eficazmente em todo o clas­ conquistada com enormes sacrifícios. tilisaote a toda a região equatorial. sico «reino do Congo»; pela acção ci­ Era natural que nos ocupassemos em Estes territorios de incalculaveis ri­ vilizadora das muitas missões religio­ se1!uida de outra questão territorial quezas, hoje em via de pleno desen­ sas que nesse velho reino exerceram que está em jogo perante os interes­ volvimento. Hcaram constituindo uma a catequese e ensinaram as «artes e ses dos nossos vizinhos, e essa exis· zona de comercio livre, regime que ofícios», e finalmente pela difusão da te na margem do Zaire, limite norte ainda hoje se matém, com portas aber­ língua portuguesa, quasi geral entre de Angola. tas a todo o mundo por um adequado os nativos. Os padrões que Diogo Cão Justamente o Seculo acaba de dar sistema aduaneiro que exclui pautas deixára na foz do Zaire e nas primei­ o alarme sobre este negocio , por in­ diferenciais. ras pedras que interromperam a sua termedio do seu correspondente em Mas uma saída para o Atlantatico, navegação rio acima, inscrição inde­ Bruxelas, que teve o cuidado de ou­ desses países de tão valioso futuro level que ainda hoje é admirada, não vir o sr. Vandervelde, ministro dos como os que ficaram constituindo o tinham sido plantados esterilmente. negocios estrangeiros da Belgica, de novo Estado Independente, aliás im­ Contudo, havia que atender ás no regresso de Genebra. Ocasião exce­ pulsionado pelos organismos financei- vas necessidades da civilização para lente para serem definidas idéas cla­ ras ; mas o sr. Vandervelde prefere manter reservas calculadas que, não estando em harmonia com as amisto· sas- afirmações de muitos dos seus compatriotas ilustres que, nos ultimos tempos, têm proclamado aos quatro ventos da publicidade que se sentem animados oas melhores intensões para que se realize um reciproco entendi­ mento comnosco, revelam portanto que o ministro belga das relações ex­ ternas.. não abandona aquele espinto sagaz que o levou a confiar numa .evolução do direito internacionaln, derivaaa das"assembléas de Genebra, para a conquista de um belo pôrto marítimo com que possa~se r dotada a colónia belga do Congo. Convém, porísso, examinar este pro­ blema. Da acta geral da Conferencia de Berlim, assinada! eml1885 pelas po­ tencias interessadas nos territórios da Atrica,lsaíu a organização de um Es­ tado Independente. do Congo_(hoje co· lónia belga) organização fomentada 2 - Chegada de um comboio a Songololo 26 GAZETA DAS COLONIAB o aproveitamento da Alrica Central e a concluir até 1930; provavelmente a dr. Lacerda e Almeida, governador assim foram atribuídos ao novo Es­ de Malange; a inglesa, da Rodesia, de Tete, para que «sem perda de tado Independente os direitos de so­ já construida até Bucama; e o pro· tempo faça todas as tentativas ima· berania sobre a margem norte do longamento desta para llebo, Leopol· ginaveis para vêr se no centro de Zaire, com os portos de Banana na dville, Matadi, constituindo a cha­ Africa ha montes que sirvam de ver­ foz e de Boroa no verlice do Delta, mada Bécéca (c. f. do Baixo-Congo· tentes ao grande rio Cunene, quedes· emquanto que na margem sul se lhe Catanga), que só poderá estar con­ peja suas aguas no mar pe a costa reservava, dentro dos limites territo· cluída em 1935, tendo, aliá~, sido ocidental de Africa; para vêr a possi· riais atribuídos ao mesmo Estado, o decretada recentemente pelo govêrao bilidade da facil comunicação de Por· pôrto de ftlatadi, proximo do termo belga a paralização das obras no tro­ tugal com aqueles rios de Sena, e da navegação do Zaire, pôrto que ço J\latadi-Leopoldville, por falta de poder-se tirar do centro da mesma constitue ainda hoje o principal es­ mão de obra indígena. Africa, por meio do comercio com os goto comercial da colónia belga. Podemos calcular, por esta activi seus habitantes, as utilidades que o Nós, acedendo a estas combina­ dade ferro-viária e pela quantidade terreno e a industria po3em dar, além \'.Ões em 1885, cumprimos o nosso de trabalhadores que já hoje se em da prindpal causa que move Sua dever, porque não estamos em Africa pregam ás dezen.as de milhares naque· Magestade a faz~r tão grande despe· para embaraçar ninguem; á nova or- las três explorações mineiras, que se za, qual vem a ser a redução daque les infleis ao gremio da Igreja». (*) Dos trabalhos do dr. Lacerda e Almeida, que a morte colheu junto ao lago Moero, em plena actividade dos seus trabalhos de investigação geo· grafica, utilizaram-se muito mais os inglezes do que nós : comtudo, uma nova expedição, de que fez parte o major Gamíto, foi mandada ao Muata Cazembe em 1732, e uma ultima ten · tativa aliás frustrada pelos indígenas que habilmente impediram a sua pas­ sagem naquela direcção, foi feita, já nas vesperas da Conferencia de Ber · lim, pelos nossos gloriosos oficiais de marinha, B. Capelo e R. lvens, quan· do realizaram a travessia de Angcla á contra-costa. Apezar dos esforços que se fizeram foi um seculo perdido para a nos ~a expa.nsão colonia~ em Africa, o que terminou com a Conferencia de Ber­ lim ; Angola foi definitivamente sepa­ rada de Moçambique, e a Africa cen­ tral, com todas as suas riquezas pre· vistas e imprevistas, foi dividida en­ 3 - O discutido vale do rio Põzo, fotografado do comboio em andamento. Ao tre a Inglaterra e a Belgica, ( ... ter­ fundo as vertentes do monte onde ficam situados os tres quilometros quadrado:; pedidos pelos belgas titts gaudetJ; nós, com o muito com que, ainda assim, ficámos, conservá­ mos as portas. E' necessário saber ganização colonial foi, assim, assegu· estendem ao ocidente da região dos guardá-las. Vejamos como isto se con­ rada cabalmente uma saida muitissi· lagos, desde o Moero ao lago Alberto, ~egue, em relação ao Zaire, que é o mo independente ; e os nossos colo­ qual será, num luturo proximo, a ple· que está na tela da discussão. nos do baixo Congo, mudando de so­ tora de produção da Africa Central e berania, nem por isso deixaram de consequente abastecimento; junte-se trabalhar. quanto puderam, em favor a este tráfego o que resultará, para A colónia belga apoiava até há pou­ da Patria, antes continuaram ali ra os citados caminhos, do desvio para co tempo todo o seu sistema de co· dicando cada vez mais o nome portu­ os portos atlanlicos da maior parle municações na navegação fluvial. On­ guês e a obra da colonização portu­ do tráfego da Rodesia, que hoje se de quer que os rios não pudessem guesa, porquanto eles se encontram faz pelo nosso porto da Beira e pelos ser utilizados por embarcações de ca­ boje no comercio do Congo belga es· portos da Africa do Sul, e, evidente· pacidade adequada, lançava-se um palhados em cons•deravel proporção, mente, procurará as vantagens de troço de linha férrea. Destls linhas, aumentada cada mês com novos imi­ uma menor travessia marítima, a ca· a mais importante e a que ainda liga grantes portugueses que os navios minho da Europa; e teremos assim Matadi (cgare» maritima) com Leo· deixam no Zaire. patente o quadro do brilhante e pros­ poldville (base da navegação fluvial) • • • pero futuro que aguarda os nossos são uns quatrocentos quilómetros de . Hoje, as circunstancias mudaram. portos do Lobito, Loanda e Zaire, se via reduzida, de om,60 de bitola. Com o desenvolvimento prodigioso da soubermos sto de parle, mais tarde mundo (cobre ouro, diamantes) está tudo isto está distante, mais em tem· ou mais cMo. Esse momento chegou, em via de execução uma importante po do que em concepções, daquelas derivado do excepcional desenvolvi· rêde de caminhos de ferro. de que ordens que o Govêrno de Sua Mages· mento economico da Catanga, de on­ fazem parte a nossa linha do Lobito, tade Fide lissima dava em 1791 ao de já desce o prolongamento da linha 27

da Rodesía, a que acima nos referi· zer as necessidades internacionais, e 3.0-Prolongar, desde Noqui até mos, com destino ao baixo Congo. Es· o da nossa linha ferrea de penetração esse pôrto, por meio de uma linha te caminho de ferro tem a bitola de DO Congo, indispensavel à exploração 1Wssa, o caminho de ferro belga do 1, "'-067 que é a de todos os caminhos das minas de cobre do Bembe e ao Baixo Congo. de ferro da Africa Central e do Sul. desenvolvimento economico de todo 4.0-Coostruír a nosi:a linha ferrea A colónia belga vai integrar nesta li· o distrito, onde ha interesses comçr· de penetração no Congo, com a sua nha a sua via reduzida, que liga Ma· ciais e agricolas importantíssimos. O cgare• marítima no mesmo porto e tadi e Leopoldville. Isto exige moài· insucesso financeiro que interrompeu de modo a servir as minas do Bembe ficações no traçado e a necessidade a obra do sr. Norton de Matos não e a região da Damba, em direcção de entrar em alguns quilometros qua ­ permitiu que esses projectos passas­ às quedas do rio Cuaogo. drados no nosso territorio, no vale do sem de simples estudos preliminares. Os reconhecimentos tecnícos indís· r·o Põzo. Por isso mesmo, ainda ha bem pouco pensaveis ao estudo do pôrto e do Por ou 1ro lado. a ~ gare ,, maritima tempo foi rentJvada, embora com o caminho de ferro de penetração estão de Matadi será insuliciente ao novo aspecto de amistosos entendimentos, sao derealiz;s ideias sobre estas obras trafego, não póde ser alargada, e dah esta questão, que readquiriu, assim, de interesse mundial estão assentes até ao mar. ~êrca de oitenta milhas, um grande interesse, preocupando a de uma fórma quasi defmitiva. Resta 1l'e o rio Zaire permite a navegação imprensa periodica e não periodica, actuar. e sem demora, procurando os de alto bordo (vinte pés de calado), ela não deixa de estar sujeita a ai· guns inconvenientes ou riscos ; asso· reamentos, deslocações do « talweg • principal, estiagem e a passagem do Caldeirão, logo á saída de .M.atadi; portanto, ressalta a necessidade que a colónia tem de procurar um melhor pôrto marítimo. Poderia transportar-se a linha fér· rea para a margem norte, dentro do território belga, e utilizarem· se os portos de Boma ou Banana; mas es· tes são ainda considerados insuhcien· tes e, portanto. a Belgica lançou as suas vistas para os portos da margem sul, no nosso ter1itorio. que são. na zona do Delta, Congoiala. Quiombo, Quissanga, Porto Rico e Santo Anto· nio; qualquer deles podendo vir a reu nir condições de praticabilidade su· periores ás de Soma ou Banama. Para alcançar qualquer daqueles portos, a colónia belga não precisaria mais que prolongar na margem por· tuguesa o caminho de ferro de Mata· 4 - Gare maritima do Matadi. Ao fundo, à direita, uma nesga do Zaire e as cons­ di. Mas um projecto, encerrando mais truções belgas do Ango-Ango na fronteira portugueza largas ambições foi concebido. e esse consistia em desviar a linha belga, e chamando as atenções do nosso meios financeiros onde quer que eles desde Songololo, dos terrenos difice s «Gremio dos Estudos do Zaire• e as se encontrem, sem o risco de com· do vale do Pôzo, atravessar franca­ da 11Secção de Engenharia e Comuni· prometer a nossa soberania, e de fór· mente o nosso territorio para alcan· caçõ~s,,, da Sociedade de Geografia ma que as obras a realizar nos nos­ çar o porto de Quissanga. que era o de Lisboa. sos territorios (intangiveis! - deixem preferido nos projectos belgas, com· E' u'ma questão nacional, que tem passar o desabafo), sejam nossas e quanto esteja hoje veriCicado pelos de ser resolvida, sem desrespeito apenas nossas. nossos engenheiros que não é esse o pela nossa soberania, dentro das ne· Mãos á obra, e quanto antes. E' melhor. Este projecto desapossava· cessidades gerais da obra de coloni · esta uma questão primacial para An· nos da margem norte do Zaire. zação e valorização dos territorios gola e para a parte que nos resta do E' assim mesmo que foi posta a africanos. E isto só se conseguirá Congo, onde não podemos pensar em questão, logo após a guerra. e du­ pela seguinte fórma: servir exclusivamente os nossos inte­ rante a Conferencia da Paz, alegando 1.º - Cedencía, ao Congo belga, resses. Só assim poderemos afastar do espírito reservado do sr. Vander· os belgas que nós n ~ o precísavamos dos terrenos da margem do Pôzo que para nada da margem sul do Zaire. sejam indispeDsaveis (alguns quilo velde aquelas esperanças que o do· Felizmente que estas propostas foram metros quadrados) à modificação do minam duma evoluçào da aireito in repelidas com exito, cumprindo-nos, traçado da sua actual linha ferrea no ternacional, favoravel aos seus desi· como nos cumpre, manter integra a troço compreendido entre Matadi e gDios absorventes, que, felizmente, posse da margem sul do Zaire, por· Soogololo. Isto em nada afectará a não são perlilhados pela g1ande mas· que dela exclusivamente deriva a nossa soberania no Congo, nem os sa dos nossos amigos belgas, que nossa soberania em todo o territorio nossos interesses economicos. sempre foram bons vizinhos no Congo. que ainda conservamos do Congo. 2.º-Construir. quanto antes, DO VELOSO DE CASTRO Assim o comprehendeu o primeiro delta do Zaire um pôrto comercial, alto comissário da Republica em Ao· nosso, capaz de satisfazer às necessi· gola, que se preocupou desde logo dades do tráfego marítimo, não só do (°) •Instru ções• e •Diario de 11iagem" do dr Lacerda e Almeida, publicados pelo com os projectos de construção de Congo português, mas tambem do sr. almiraute Gago Coutinho no •Boletim um pôrto no Zaire, capaz de satisfa- Congo belga. da Agencia das ColoniaR•, n.• 15. RIGA~D6 Pl~ES & e.A LISBOA .AFRICA l(Utt Df1 CilORltt, 7 l , l.6 D.to L oanda-Calxa postal 538 0 End. tel. - A 1nendoense End.00 tel.00 Cnbncoto1- ilYnres

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Operações bancarias de toda a especie no continente, ilhas adjacentes, Colónias, Brasil e restantes países estrangeiros COMPANHIA DE PETROLEO DE ANGOLA (ANGOLA) Sociedade Anonima de Responsabilidade Limitada eom o capital de Esc. 4.675.365$00 (ouro) Pe!~Uilal e exploratão de petrol~o na Provioria de nnoola, por rnnrenão do reioerlivo 6overno 8Bao social BID LISBOA: RUA DOS FANOUEIROS, 12·2.º Telr[rain~s: ANGOIL Comité técnico em Nova York -- Escritorio em Bruxelas Presidente do onselho de Administração li Administrad or-delegado Banco Na cional Ultramarino Ernesto de Vilhena. Direcção técnica: " Sinclair eonsolidated Oil Gorpqration" 45, N a lõõsau Street, Ne-w-York REPRESENTAÇÃO E DIREC ÇÃO TÉCNICA EM AFRICA Repr esentante D irector técnico Coromzl t:dua rdo Marques O administrador Mr. CHESTER NARAMORE 1 Cai:xa Postal SS~ Tel e 1:.: ANGOJ:L Caf x;a Postal 315 T e l eg-.: SJ:NGOLA LO/\ND1' LO /\ ND/\

COMPANHIA DE DIAMANTES DE ANG~LA (DIAMANG) SOCIEDADE ANONIMA DE RESPONSABILIDADE LIMITADA Com o capital de Esc. 9.000:000://>oo (ouro) Direito exclusivo de pesquiza e extracção de diamantes na Província de Angola, por concessão do respectivo Governo Séde social: Rua dos Fanqueiros, 12-2.º- LISBOA Teleg·r amas: DIAMANG Escritorio em Bruxelas, Londres e Nova York Presidente do Con selho de Administração • Presidente dos Grupos Estrangeiro s Banco Nacional Ultramarino Mr. Jean Jadot Ad ministrador-delegado: ERNESTO DE VILHENA Repres.zntação ~ d irecção técnica em 1'frica Representante Director técnico Tenente-coronel Antonio Bran dão de Melo Caixa Postal 347 Teleg.: DIAMANG Mr. H. T. Dickinson L01'ND/\ DUNDO LUND/\