ANEXO 3 CONTEXTUALIZAÇÃO GEOGRÁFICA, SOCIAL E AMBIENTAL DA FLONA DO CREPORI E SEU ENTORNO

Sumário

1. Introdução ...... 3 2. Florestas incluídas no Plano Anual de Outorga Florestal (Paof) 2013 ...... 3 3. Caracterização de Florestas Nacionais ...... 4 4. A Floresta Nacional (Flona) do Crepori ...... 5 4.1. Caracterização Logística ...... 6 5. Plano de Manejo da Flona do Crepori...... 7 5.1. Zoneamento – Identificação e Conceituação das Zonas ...... 8 5.1.1. Zona de Preservação– Igarapé do Preto ...... 9 5.1.2. Zona Primitiva ...... 10 5.1.3. Zona de Uso Público – Igarapé do Cocho ...... 10 5.1.4. Zona de Manejo Florestal Comunitário ...... 11 5.1.5. Zona de Manejo Florestal Sustentável ...... 11 5.1.6. Zona de Uso Especial ...... 12 5.1.7. Zona de Experimentação ...... 12 5.2. Relevo ...... 13 5.3. Solos ...... 14 5.4. Hidrografia ...... 17 5.5. Tipologia Florestal ...... 19 5.5.1. Floresta Ombrófila Densa Submontana com Dossel Emergente (Dse) ...... 20 5.5.2. Floresta Ombrófila Densa Aluvial Dossel Uniforme (Da) ...... 20 5.5.3. Floresta Ombrófila Aberta Submontana com Palmeiras (Fsp) ...... 21 5.5.4. Floresta Ombrófila Aberta Submontana com Cipó (Asc) ...... 21 5.6. Espécies de interesse econômico ...... 22 5.7. Caracterização da população residente na região da Flona ...... 22 5.8. Atividades econômicas ...... 23 5.8.1. Extrativismo vegetal...... 23 5.8.2. Extrativismo Mineral ...... 23 5.8.3. Atividades agropecuárias ...... 23 6. Logística da Floresta Nacional do Crepori ...... 24 7. Caracterização da região de entorno da Flona do Crepori ...... 24 7.1. Municípios adjacentes à Flona do Crepori na região de influência da BR-230 ...... 24 7.1.1. /PA ...... 24

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 1 de 35 7.1.1.1. Distrito de Moraes Almeida ...... 27 7.1.1.2. Distrito do Creporizão ...... 28 7.1.2. Jacareacanga/PA ...... 29 7.1.3. Aveiro/PA ...... 31 7.3. Municípios da região da BR-163 que podem ser beneficiados pela concessão da Flona do Crepori...... 33

Lista de figuras

Figura 1 – Localização da Flona do Crepori e de seu entorno...... 7 Figura 2 – Zoneamento da Flona do Crepori...... 13 Figura 3 – Mapa geomorfológico da Flona do Crepori...... 14 Figura 4 – Mapa de solos da Floresta Nacional do Crepori...... 15 Figura 5 – Bacias hidrográficas da Floresta Nacional do Crepori...... 18 Figura 6 – Mapa de Vegetação da Flona do Crepori...... 22 Figura 7 – Áreas de Unidades de Conservação e Terras Indígenas nos municípios de Itaituba e Jacareacanga...... 32 Figura 8 – Mapa da divisão política da região do entorno da Flona do Crepori...... 35

Lista de quadro

Quadro 1 – Ficha técnica da Floresta Nacional do Crepori/PA...... 5

Lista de tabelas

Tabela 1 – Florestas Públicas Federais passíveis de concessão florestal no ano de 2013...... 4 Tabela 2 – Distribuição das áreas no Zoneamento na Flona do Crepori...... 9 Tabela 3 – Tipos de solos encontrados na Flona do Crepori...... 15 Tabela 4 – Área ocupada pelas tipologias vegetacionais na Flona do Crepori...... 19 Tabela 5 – Distribuição das formações vegetais nas UMFs da Flona do Crepori...... 19 Tabela 6 – Produto Interno Bruto do município de Itaituba no ano de 2009...... 26 Tabela 7 – Produto Interno Bruto do município de Jacareacanga no ano de 2009...... 29 Tabela 8 – Produto Interno Bruto do município de Aveiro no ano de 2009...... 31 Tabela 9 – UCs e TIs dos municípios de Itaituba e Jacareacanga...... 32 Tabela 10 – Produto Interno Bruto do município de Trairão no ano de 2009...... 33 Tabela 11 – Produto Interno Bruto do município de no ano de 2009...... 34

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 2 de 35 1. Introdução

Este documento atende à Instrução Normativa (IN) – TCU nº 50, publicada no Diário Oficial da União (DOU) de 6 de novembro de 2006, que dispõe sobre o controle exercido pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nas atividades de gestão de florestas públicas para produção sustentável.

O art. 5º da referida IN estabelece que o controle das concessões florestais será prévio e concomitante ao processo de licitação, à contratação e à sua implantação. Ademais, determina que sejam observados diversos estágios, o primeiro destinado a oferecer as informações relativas à viabilidade técnica, econômica, sociocultural e ambiental do processo de gestão florestal.

Além disso, estabelece a necessidade da conformidade dessas informações com os dispositivos legais, com o Plano Anual de Outorga Florestal (Paof) e com o Cadastro Geral de Florestas Públicas da União (CGFPU).

Para fornecer as informações adequadas aos interessados na licitação, o documento situa a Floresta Nacional (Flona) do Crepori no Paof 2013. Em seguida, há a destinação de uso estabelecida no Plano de Manejo da Unidade de Conservação (PMUC) e sua adequação às atividades de manejo florestal sustentável.

São apresentados os indicativos de gestão da Flona do Crepori, expressos em seu plano de manejo, no qual são ressalvadas as áreas destinadas ao uso comunitário e à conservação.

Este anexo também caracteriza a condição produtiva da floresta, suas restrições e oportunidades, assim como a estrutura de serviços públicos e privados presentes nos municípios adjacentes a esta Unidade de Conservação (UC).

2. Florestas incluídas no Plano Anual de Outorga Florestal (Paof) 2013

O processo de seleção de florestas públicas aptas para concessão é regido pela Lei 11.284/2006 e regulamentado pelo Decreto 6.063/2007. Um dos requisitos para a concessão florestal de determinada área é a presença da floresta pública a ser submetida a processo de concessão no ano em que vigorar o Paof.

O Paof identifica as florestas públicas passíveis de concessão e descreve o processo de outorga do direito de praticar manejo florestal sustentável e de explorar produtos e serviços nestas UCs de Uso Sustentável. O Paof apresenta também as ações e recursos necessários para a gestão das florestas públicas, especialmente as voltadas para seu monitoramento e fiscalização.

No Paof 2013 constam como passíveis de concessão florestal mais de 5,2 milhões de hectares de florestas públicas, distribuídos em 13 Flonas, conforme descrição na tabela 1. A Flona do Crepori está inserida no Paof 2013.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 3 de 35 Tabela 1 – Florestas Públicas Federais passíveis de concessão florestal no ano de 2013.

Área do Área Total Decreto de do Região Estado Nº Descrição da Floresta Pública criação1 Cadastro1 (em ha) (em ha)

1 Floresta Nacional do Macauã 173.475,001 176.644,93 AC 2 Floresta Nacional de São Francisco 21.600,00 21.269,62 3 Área destacada da Gleba Afluente - 155.119,69 AM 4 Área destacada da Gleba Curuquetê - 40.928,26 5 Floresta Nacional de Altamira 689.012,00 764.297,59 6 Floresta Nacional do Amana 540.417,17 543.080,50 7 Floresta Nacional de Caxiuanã 200.000,00 322.868,76 Norte 8 Floresta Nacional de Crepori 740.661,00 742.174,24 PA 9 Floresta Nacional de Itaituba I 220.034,20 222.682,74 10 Floresta Nacional de Itaituba II 440.500,00 428.373,90 11 Floresta Nacional do Jamanxim 1.301.120,00 1.302.353,05 12 Floresta Nacional Saracá-Taquera2 429.600,00 93.204,00 13 Floresta Nacional do Trairão 257.482,00 257.626,60 RO 14 Floresta Nacional de Jacundá 220.644,00 221.718,60 Total 5.234.545,37 5.292.342,49 Fonte: SFB (2012). Notas: 1 A diferença observada entre essas áreas decorre do fato de que as informações dos limites das UCs foram obtidas em períodos diferentes e a partir de documentações existentes ou levantamentos de campo com diferentes padrões de precisão. Atualmente, são utilizadas ferramentas de geoprocessamento que geram novos dados de área, distâncias e outros com maior precisão. 2 A Flona Saracá-Taquera apresenta uma área total de 441.711,16 ha no cadastro, composta por 48.857 ha de UMF já concedidas, 299.086 ha de áreas de conservação e outros usos, conforme Plano de Manejo da Unidade, e 93.204,00 ha de UMF disponíveis para concessão florestal.

Desta forma, a Flona do Crepori cumpre com todos os requisitos estabelecidos pelo Paof 2013 e pela legislação que rege a atividade das florestas públicas, para a realização do processo de concessão florestal.

3. Caracterização de Florestas Nacionais

A Lei 9.985/2000 (“Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação” – Snuc) define as Florestas Nacionais como unidades de conservação que possuem por “objetivo básico o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para exploração sustentável de florestas nativas” (art. 17, Lei nº 9.985/2000). São enquadradas na categoria das Unidades de Conservação de Uso Sustentável as que visam a compatibilizar a conservação da natureza com o uso sustentável de seus recursos naturais.

Para o alcance de tais objetivos, é necessária a elaboração de um Plano de Manejo da Unidade de Conservação (PMUC), conforme estabelece o Snuc, tecnicamente fundamentado em seus objetivos gerais, definidos em lei e nos decretos de criação, estabelecendo, entre outros aspectos importantes, o zoneamento e as normas que devem presidir o uso e o manejo dos recursos naturais da Flona.

Após a aprovação do PMUC, qualquer atividade produtiva (com exceção de

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 4 de 35 atividades tradicionais de pequena escala) deve ser fundamentada e licenciada pelo órgão ambiental federal, por meio de Plano de Manejo Florestal específico.

A lei prevê ainda que a Flona deve possuir um Conselho Consultivo constituído por representantes dos órgãos públicos, de organizações da sociedade civil e das populações tradicionais residentes (parágrafo 5°, do art. 17, Lei do Snuc).

4. A Floresta Nacional (Flona) do Crepori

A Floresta Nacional do Crepori é uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável, criada pelo Decreto Federal s/n, de 13 de fevereiro de 2006, com uma área estimada de 740.661 ha (setecentos e quarenta mil seiscentos e sessenta e um hectares), localizada no município de Jacareacanga, Estado do Pará, na margem direita do rio Tapajós.

A Flona do Crepori tem por objetivos básicos promover o manejo de uso múltiplo sustentável dos recursos florestais, a manutenção e a proteção dos recursos hídricos e da biodiversidade, bem como o apoio ao desenvolvimento de métodos de exploração sustentável dos recursos naturais O decreto contempla a possibilidade de realização de atividades minerárias.

A ficha técnica com informações resumidas da Flona do Crepori está no quadro 1.

Quadro 1 – Ficha técnica da Floresta Nacional do Crepori/PA.

Ficha técnica da Flona do Crepori Nome da Unidade de Conservação: Floresta Nacional do Crepori Coordenação Regional/Vinculação: CR3 – Itaituba (ICMBio) Av. Brigadeiro Haroldo Veloso, 975 – Boa Esperança – Itaituba/PA. Endereço da sede: CEP: 68.181-030 Telefones: (93) 3515-1798 E-mail: [email protected] Contato via Skype flonacrepori.pa Chefe da Flona Maitê Alves Guedes ([email protected]) Superfície da Unidade de Conservação: 740.661 ha Perímetro da Unidade de Conservação: 575,06 km Município que abrange: Jacareacanga Estado que abrange: Pará Situada entre as coordenadas UTM 9200000S 545000W e 9350000S Coordenadas geográficas: 440000W. Data de criação e número do Decreto: Decreto Federal s/n de 13 de fevereiro de 2006. Norte e Leste: rio Crepori e APA Tapajós; Sul e Oeste: rio das Tropas e Terra Indígena ; Centro e Oeste: Igarapé Marcos geográficos referenciais dos limites: Centrinho, rio Pacu e APA Tapajós (da Flona no sentido oeste, após aproximadamente 50 km encontra-se o rio Tapajós e mais 10 km a BR-230). Bioma amazônico. Predomínio da Floresta Ombrófila Densa com Biomas e ecossistemas: 92,43% e da Floresta Ombrófila Aberta Submontana com 7,49% da área total da Flona. Fonte: STCP/Plano de Manejo.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 5 de 35

4.1. Caracterização Logística

A Flona do Crepori, localizada no município de Jacareacanga, no Pará, possui área de 740.661 ha. Está limitada por vários cursos d’água, tais como o rio Crepori (N e L), das Tropas (S e O), Pacu e Igarapé Centrinho (Centro e O), além da vizinhança com a Área de Proteção Ambiental (APA) Tapajós (N, O e L) e Terra Indígena (TI) Munduruku (O). A Flona é relativamente próxima (±50/60 km), pelo lado Oeste, ao rio Tapajós e à Transamazônica. Os pontos de acesso mais próximos da Flona, via terrestre, são os distritos de São José e Porto Rico, no município de Jacareacanga, e o distrito de Creporizão, no município de Itaituba.

O acesso à Flona ocorre por via terrestre pela rodovia estadual Transgarimpeira e por via fluvial pelo rio Tapajós, e deste por três opções: rio das Tropas, rio Pacu e rio Crepori. Os centros urbanos mais próximos da UC são Itaituba, a 500 km, Novo Progresso a 347 km, e Jacareacanga, a 50 km, neste caso considerando a rota fluvial pelos rios Tapajós e das Tropas até atingir seu extremo oeste).

Via aérea há pistas de pouso precárias no interior e no entorno da Unidade de Conservação. Muitos garimpos possuem pistas que podem ser utilizadas para pousos de aviões pequenos (bimotores ou monomotores). Para isso, é necessário fretar um avião em Itaituba.

O acesso hidroviário para a Flona se faz por Jacareacanga, via rio Tapajós, com entradas nos rios das Tropas e Pacu e Crepori. A partir do Creporizão é só cruzar o rio Crepori ou descê-lo até sua foz no rio Tapajós, contornando a maior parte do lado leste e todo o lado norte da UC, ultrapassando trechos encachoeirados, com destaque para a cachoeira ao norte da pista Soberana.

O detalhamento das possibilidades logísticas é feito no Anexo 5 – Logística da Floresta Nacional do Crepori, deste edital.

A figura 1 a seguir apresenta a localização da Flona do Crepori no contexto municipal, estadual e nacional.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 6 de 35 Figura 1 – Localização da Flona do Crepori e de seu entorno.

Fonte: SFB 2012.

5. Plano de Manejo da Flona do Crepori

O Plano de Manejo da Flona do Crepori foi aprovado pela Portaria nº 29 do ICMBio, de 10 de março de 2010 e se constitui no principal instrumento de gestão da UC, pois estabelece, a partir de condicionantes físicas, biológicas, socioeconômicas e suas inter- relações, as ações de manejo a serem implementadas.

Segundo o PMUC, os objetivos básicos da Flona do Crepori são voltados para o uso sustentável e a conservação dos recursos floresta, entre os quais destacamos:

ofertar ao mercado regional produtos madeireiros produzidos de forma sustentável;

ofertar produtos florestais não madeireiros com potencial ornamental, paisagístico, para extração de óleos, resinas e aromas, como por exemplo, a andiroba, copaíba, bacaba, etc.;

promover o desenvolvimento e aperfeiçoamento de métodos de exploração florestal sustentável;

gerar oportunidade para o uso público nos rios das Tropas, Cocho e Pacu como apoio ao desenvolvimento regional;

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 7 de 35 fomentar a pesquisa científica e o monitoramento para ampliar o conhecimento sobre os recursos naturais da Flona;

apoiar projetos de uso sustentável dos recursos naturais com populações locais;

desenvolver a pesquisa e monitoramento do impacto das atividades produtivas sobre a fauna e flora;

proteger espécies raras, de pouco conhecimento científico e ameaçadas como: ararajuba (Guarouba guarouba), boto-rosa (Inia geoffrensis), anta (Tapirus terrestris), lontra (Lontra longicaudis), ariranha (Pteronura brasiliensis), onça-pintada (Panthera onça), Castanha do Brasil (Bertholetia excelsa), entre outras;

proteger espécies endêmicas do interflúvio Tapajós-Xingu, tais como: jacamim-de-costas-verdes (Psophis vir idis), saripoca-de-gould (Selenidera gouldii), araçari-miudinho-de-bico-riscado (Pteroglossus inscriptus inscr ipt us), mãe-de-taoca-de-cara-branca (Rhegmator hi na gymnops), mariasebinha (Hemitriccus minor minor) e cabeça-branca (Dixiphia pipra separabilis),

entre outras;

proteger a fauna aquática da bacia do rio das Tropas e do rio Pacu;

contribuir para a formação de um corredor ecológico e mosaico de Unidades de Conservação na região;

propiciar estudos da geodiversidade;

promover a revitalização da bacia do rio Crepori em parceria com a Apa Tapajós, realizando monitoramento físico, químico e biológico;

recuperar áreas degradadas por garimpos tanto em sistemas de terra firme, quanto em sistemas aluviais;

viabilizar programas de educação ambiental às comunidades próximas a Flona, incluindo os garimpeiros e os indígenas, para serem agentes ativos no processo de conservação;

conservar os ambientes de Floresta Ombrófila Densa Submontana, Floresta Ombrófila Densa Aluvial, Floresta Ombrófila Aberta com Palmeiras e com Cipó.

5.1. Zoneamento – Identificação e Conceituação das Zonas

A Lei 9.985/2000 conceitua zoneamento de uma Unidade de Conservação como a “definição de setores ou zonas em uma Unidade de Conservação com objetivos de manejo e normas específicas, com o propósito de proporcionar os meios e as condições para que todos os objetivos da unidade possam ser alcançados de forma

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 8 de 35 harmônica e eficaz”. Portanto, o Zoneamento é um instrumento utilizado para ordenar o uso e a ocupação do solo.

O Zoneamento da Flona do Crepori é resultado da sobreposição de informações geradas no diagnóstico da UC. Os critérios utilizados para a definição do zoneamento foram, além dos princípios legais: potencial para os diferentes usos; riqueza e diversidade de espécies e paisagens; fragilidade ambiental; usos atuais do solo; critérios físicos mensuráveis, como relevo e interflúvios; proximidade com Terra Indígena e comunidades;.

Para atender aos objetivos gerais das Flonas e aos objetivos específicos da Flona do Crepori, foram definidas sete zonas: Preservação, Primitiva, Uso Público, Uso Especial, Manejo Florestal Comunitário, Manejo Florestal Sustentável e Experimentação.

Estas zonas são representadas por uma ou mais áreas conforme demonstra a tabela 2, que apresenta a área de cada zona proposta e seu percentual em relação à área total da Unidade.

Tabela 2 – Distribuição das áreas no Zoneamento na Flona do Crepori.

% da Área da Zonas Área (em ha) Flona

Zona de Preservação – Igarapé do Preto 46.287,00 6,2% Zona Primitiva 17.296,00 2,4%

Zona de Uso Público – Igarapé do Cocho 9.039,00 1,2%

Zona de uso Especial – Foz do Igarapé do Preto 972,00 0,1% Zona de Manejo Florestal Comunitário

Área 1 – Serra Grande 54.077,00 7,3%

Área 2 – Igarapé Andorinha 16.859,00 2,4%

Área 3 – Rio das Tropas 60.793,00 8,2% Zona de Manejo Florestal Sustentável

Área 1 – Norte 25.987,00 3,5%

Área 2 – Central 321.576,00 43,4%

Área 3 – rio Crepori 133.223,00 18,0%

Área 4 – Sul 9.413,00 1,3% Zona de Experimentação 45.138,93 6,0% Total 740.660,93 100,00% Fonte: Plano de Manejo da Flona do Crepori.

De acordo com o PMUC, o zoneamento de cada área pode ser definido da seguinte forma:

5.1.1. Zona de Preservação– Igarapé do Preto

É aquela em que a primitividade da natureza permanece o mais intacta possível, motivo pelo qual não se tolera qualquer alteração humana. Representa o mais alto grau de preservação. Funciona como uma matriz de repovoamento de outras zonas nas quais são permitidas atividades humanas, desde que regulamentadas.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 9 de 35 Definição dos limites: está localizada a noroeste da Flona. O limite da zona é o divisor de água da bacia do igarapé do Preto e outros igarapés afluentes do rio Pacu com afluentes do rio Crepori.

O objetivo geral desta zona é o de proteger integral mente os ecossistemas e os recursos genéticos, de sorte a garantir a evolução natural dos ecossistemas. Os objetivos específicos são, entre outros: preservar os ecossistemas de Floresta Ombrófila Densa de Dossel Emergente, da Floresta Ombrófila Aluvial com Cipó e Emergentes; preservar espécies típicas da várzea, tais como as epífitas, a sumaúma, o tauari, o açaí, a andiroba e o ingá; proteger a bacia do Igarapé do Preto e sua biodiversidade.

5.1.2. Zona Primitiva

É aquela em que tenha ocorrido mínima ou pequena intervenção humana. Contém espécies da flora e da fauna e monumentos naturais de relevante interesse científico. Caracteriza-se como uma zona de transição entre a zona de preservação e as zonas de manejo (produção), razão pela qual proporciona uma gradiente entre as zonas de maior e menor intensidade de uso.

Definição dos limites: está localizada na porção noroeste da Flona, entre a Zona de Preservação, Igarapé do Preto e as Zonas de Manejo Florestal Sustentável e Manejo Florestal Comunitário.

O objetivo geral desta zona é o de conservar o ambiente natural e ao mesmo tempo facilitar atividades de pesquisa, educação ambiental, formas primitivas de recreação, bem como, servir como matriz de repovoamento de outras áreas alteradas pela ação antrópica. Os objetivos específicos são, entre outros: a necessidade de preservar os ecossistemas de Floresta Ombrófila Densa de Dossel Emergente, da Floresta Ombrófila Aluvial com Cipós e Emergentes; proteger as nascentes de tributários do igarapé Pacuzinho e dos rios Pacu e Crepori; facilitar a proteção da Zona de Preservação do Igarapé do Preto.

5.1.3. Zona de Uso Público – Igarapé do Cocho

É aquela constituída por áreas naturais ou alteradas pelo homem. O ambiente é mantido o mais próximo possível do natural e pode conter centro de visitantes, museus e outras facilidades e serviços.

Definição dos limites: está situada na porção sudeste da Flona, a noroeste do distrito do Creporizão. Inclui parte a bacia do Igarapé do Cocho e está localizada entre a Área 3 da Zona de Manejo Florestal Sustentável, a Zona de Experimentação e o limite da UC.

O objetivo geral desta zona é facilitar a recreação intensiva e a educação ambiental em harmonia com o meio ambiente. Os objetivos específicos são, entre outros: necessidade de proteger espécies de ocorrência nova e endêmica da região; proteger a bacia do igarapé do Cocho e as nascentes de tributários do rio Crepori; conservar enclave de afloramento rochoso com corredeiras e cachoeiras; promover a visitação pública e a educação ambiental.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 10 de 35 5.1.4. Zona de Manejo Florestal Comunitário

Zona de Manejo Florestal Comunitário é aquela constituída em sua maior parte por áreas naturais, podendo apresentar algumas alterações humanas. Caracteriza-se como uma transição entre a Zona Primitiva e a Zona de Manejo Florestal Empresarial. Esta Zona foi definida com a função de oportunizar o desenvolvimento das comunidades locais por meio do manejo florestal madeireiro e não madeireiro.

Está dividida em três áreas, a saber: Área 1 (Serra Grande) localizada na porção norte da Flona, compreendida entre o rio Crepori e as zonas de Manejo Florestal Comunitário (Área 2) e Manejo Florestal Sustentável (Áreas 1 e 3); Área 2 (Rio Pacu) localizada no limite noroeste da Flona, compreendida entre a Zona Primitiva, a Zona de Manejo Florestal Comunitário (Área 1) e Zona de Manejo Florestal Sustentável (Área 1); Área 3 (Rio das Tropas) localizada no limite sudoeste da Flona, compreendida entre o Rio das Tropas e a zona de Manejo Florestal Sustentável (Área 2).

O objetivo geral desta zona é manter um ambiente natural com um mínimo impacto humano por meio da exploração de recursos florestais madeireiros e não madeireiros, bem como garantir a integração da Flona na vida social e econômica da população do entorno.

5.1.5. Zona de Manejo Florestal Sustentável

Zona de Manejo Florestal Sustentável é aquela que compreende as áreas de floresta nativa com potencial econômico para o manejo sustentável dos recursos florestais.

Esta Zona está dividida em quatro áreas, a saber: Área 1 (Norte) localizada na porção norte da Flona, circundada pela Zona de Manejo Florestal Comunitário (Área 1), Zona de Manejo Florestal Sustentável (Área 3), Zona Primitiva e Zona de Manejo Florestal Comunitário (Área 2); Área 2 (Central) localizada na porção central da Flona, abrangendo os platôs do rio do Cocho e do rio Pacu. Circundada ao norte pela Zona Primitiva, a leste pela Zona de Manejo Florestal Sustentável (Área 3), a sudeste pelas Zonas de Uso Público e de Manejo Florestal Sustentável (Área 4) e a oeste pela Zona de Manejo Florestal Comunitário (Área 3); Área 3 (rio Crepori) localizada na porção leste da Flona, à margem esquerda do rio Crepori, na área compreendida pela intersecção do polígono da reserva garimpeira, definida no decreto de criação da Unidade como passível de ocorrência de atividade minerária, excluídas as áreas de intersecção com a Zona de Manejo Florestal Comunitário (Área 1) ao norte, com as Zonas Primitiva e de Preservação, à oeste e com a Zona de Uso Público, ao sul; Área 4 (Sul) localizada na porção Sul da Flona, abrangendo uma das microbacias do Igarapé Capaíba, na intersecção com o polígono da reserva garimpeira compreendida entre o limite da Flona e a Zona de Manejo Florestal Sustentável (Área 2).

O objetivo geral desta zona é o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais, geração de tecnologia e de modelos de manejo florestal sustentável.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 11 de 35 5.1.6. Zona de Uso Especial

É aquela que contém as áreas necessárias a administração, manutenção e serviços da Flona. Essas áreas serão escolhidas e a infraestrutura implantada de forma a não conflitar com o caráter natural da Unidade e devem localizar-se, sempre que possível, na periferia da UC.

Definição dos limites: está situada na porção noroeste da Flona, na foz do Igarapé do Preto, localizada entre as zonas Primitiva e de Preservação, e os limites da UC.

O objetivo geral desta zona é minimizar o impacto da implantação da infraestrutura, ou os efeitos das obras no ambiente natural ou cultural da Unidade. Dentre os objetivos específicos destaca-se a necessidade de se monitorar as atividades produtivas que ocorram nas zonas de manejo florestal comunitário e de manejo florestal sustentável.

5.1.7. Zona de Experimentação

É a que engloba parte da bacia do igarapé do Cocho, localizada no limite sudeste da Flona, próxima ao distrito de Creporizão. Faz limite com a Zona de Uso Público e a Zona de Manejo Florestal Sustentável (áreas 2 e 3).

Ela tem por objetivos principais: conservar a bacia do igarapé do Cocho, promover a instalação de unidades demonstrativas e apoiar o desenvolvimento de pesquisas que visem a aprimorar métodos e técnicas de manejo florestal, de manejo de fauna e de recuperação de áreas degradadas por garimpo e pastagem.

A figura 2 apresenta o zoneamento da Floresta Nacional do Crepori, com destaque para a área onde é permitida a atividade mineraria, desde que sejam obedecidas as normas do setor e a autorização do Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM).

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 12 de 35 Figura 2 – Zoneamento da Flona do Crepori.

Fonte: SFB 2012.

5.2. Relevo

A área da Flona apresenta a seguinte geomorfologia: Planalto do Tapajós, com 50,03%, refere-se a relevos muito dissecados em cristas e colinas, elaborados em rochas proterozóicas muito fraturadas e falhadas, com ocorrência de topos planos limitados por ressaltos, apresentando descontinuidade espacial; Planalto do Parauari-Tropas, com 39,51%, referente a conjunto de formas de relevo de topos convexos, em geral esculpidas em rochas cristalinas e, eventual mente, também em sedimentos, às vezes denotando controle estrutural; Planalto do Crepori, com 8,55%, composto por escarpas desdobradas direcionadas no sentido dos alinhamentos geológicos NW-SE, esculpidas principalmente pelo rio Crepori que se referem a escarpas monoclinais com reversos dissecados em interflúvios tabulares e colinas; Planície Amazônica, com 1,90%.

A figura 3 a seguir apresenta a geomorfologia da Flona do Crepori.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 13 de 35 Figura 3 – Mapa geomorfológico da Flona do Crepori.

Fonte: GECOF/SFB 2012.

5.3. Solos

Na Floresta Nacional do Crepori ocorre ampla predominância de argissolos vermelho amarelos (40,77% da área total), latossolos amarelos (32,89% da área total) e latossolos vermelho-amarelos (18,38% da área total). Os demais tipos de solos ocorrem de maneira reduzida, conforme apresentado na figura 4 a seguir:

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 14 de 35 Figura 4 – Mapa de solos da Floresta Nacional do Crepori.

Fonte: SFB 2012.

O grupo dos latossolos vermelho-amarelos corresponde à terceira maior área de solos da UC, com manchas localizadas no lado leste e centro-sul da Unidade.

Os neossolos litólicos ocorrem de maneira isolada sempre associada às áreas escarpadas (elevação aguda superior a 45°) com alta declividade e localizam-se ao extremo sul e extremo norte da Flona. A tabela 3 apresenta os variados tipos de solos que ocorrem na área da Flona.

Tabela 3 – Tipos de solos encontrados na Flona do Crepori.

% da área da Simbologia Tipo de solo Área (em km²) Flona PVA Argissolo Vermelho-amarelo 3.025 40,77 LA Latossolo Amarelo 2.441 32,89 LVA Latossolo Vemelho-amarelo 1.364 18,38 GX Gleissolo Háplico 376 5,06 PV Argissolo Vermelho 96 1,29 LV Latossolo Vermelho 72 0,97 RL Neossolos Litólicos 41 0,55 PA Argissolo Amarelo 6 0,08 Total 7.421 100,00 Fonte: PMFS da Unidade.

Argissolos Vermelho-amarelos: esses solos se desenvolveram a partir de material resultante da alteração física e química dos minerais componentes de rochas dos períodos Arqueano e Pré-cambriano, de material proveniente de rochas ricas em minerais com ferro, como basaltos e diabásios, sendo encontrados normalmente, nas áreas de

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 15 de 35 ocorrência dos Latossolos Vermelhos e Nitossolos Vermelhos.

A intensidade de intemperismo sofrido pelos minerais, e a intensa lixiviação das bases, refletem na ocorrência dominante na região de solos com baixa reserva de nutrientes essenciais às plantas. São encontrados em relevo “suave ondulado, ondulado e forte ondulado”. É nesse solo e nos gleissolos que estão ocorrendo as atividades de garimpagem.

Na UC esses solos se localizam nas drenagens das três bacias: Pacu, Tropas e Crepori, distribuídos de forma desuniforme. Estão assentados sobre a unidade geomorfológica do Planalto do Crepori, Planalto Parauari-Tropas e Planalto do Tapajós respectivamente.

Latossolos amarelos: São solos profundos com boa drenagem e, normal mente, com baixa fertilidade natural. Nas áreas menos deprimidas e com boa drenagem pode haver formação de latossolos amarelos de textura argilosa a muito argilosa.

Além da baixa fertilidade, apresentam problemas físicos com limitações quanto à permeabilidade restrita, uma vez que podem apresentar elevada coesão dos agregados, pois o solo é extremamente duro quando seco. Essa situação proporciona lenta infiltração de água. Os de textura mais argilosa têm certa tendência ao selamento superficial, condicionado pela ação das chuvas torrenciais próprias dos climas equatoriais e tropicais. Apresentam alta erodibilidade à proporção que permanecem desnudos.

Os Latossolos Amarelos encontrados em relevo plano a suavemente ondulado são recomendados para uso em manejo florestal sustentável. Aqueles que se localizam no interflúvio da bacia do Crepori com a do rio Pacu em região de nascentes e com áreas de declividades acentuadas são mais indicados para proteção.

Latossolos Vermelho-amarelos: São solos profundos, possuem boa drenagem e normalmente têm baixa fertilidade natural, sendo que todas as ocorrências mapeadas possuem distrofia. A consistência do solo varia de dura a muito dura, quando está seco, friável quando úmido e ligeiramente plástica a plástica e ligeiramente pegajosa a pegajosa quando molhado. A classe de grupamento textural varia de média a muito argilosa.

Na Flona, esses solos são localizados de forma esparsa em todas as bacias, porém com pequena representatividade. São encontrados em áreas com relevo suave ondulado a fortemente ondulado; desenvolvidos de material oriundo da alteração de rochas pertencentes aos Períodos Pré-cambriano e Terciário, podendo apresentar ou não grande quantidade de concreções lateríticas e de cascalhos em alguns perfis. Situam-se principalmente no Planalto do Tapajós e Parauari-Tropas.

Gleissolos Háplicos: São formados de materiais originários estratificados ou não, sujeitos a períodos de excesso de água. Desenvolvem-se de sedimentos recentes (no caso sobre Depósito Sedimentares Quaternários) nas proximidades dos cursos d’água e em materiais coluviais sujeitos a condições de hidromorfismo. Podem apresentar horizonte sulfúrico, cálcio, propriedade solódica, sódica ou caráter sálico.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 16 de 35 Esses solos estão localizados ao longo dos principais rios como o Crepori, Tropas entre outros. Ocorrem nas planícies aluviais dos cursos d’água que drenam a região, por isso estão permanente ou periodicamente saturados com água. Em condições naturais são de mal a muito mal drenados.

Argissolos Vermelhos: São solos em geral bem drenados, com profundidade variável, bastante lixiviados, de estrutura moderada a forte em blocos subangulares e angulares, de nível de fertilidade natural baixo a alto.

Na Flona do Crepori esses solos se localizam exclusivamente na área da Serra Grande, no extremo norte. Encontra-se em áreas de relevo forte ondulado, de textura média/argilosa e argilosa/muito argilosa, sob vegetação de floresta primária.

Latossolos Vermelhos: esses solos não apresentam restrição ao uso, porém é recomendada a utilização de práticas conservacionistas para o manuseio dos mesmos. Como sua camada superficial apresenta um maior conteúdo de matéria orgânica e, consequentemente, teores mais altos de nutrientes, deve-se atentar a essas camadas na hora de manejar.

Na Flona esses solos se localizam exclusivamente no extremo sul nas nascentes de afluentes do rio das Tropas, em áreas de relevo plano e suave ondulado com solos de textura argilosa e muito argilosa. Estão assentados no Planalto Parauari-Tropas, com padrão de drenagem dendrítico em topos de morro estreitos.

Neossolos Litólicos: se constituem por material de natureza mineral ou orgânica, pouco espesso, com baixa intensidade de alteração dos processos pedogenéticos, sem modificações expressivas das características do próprio material originário, ocasionado pela sua resistência ao intemperismo, composição química e relevo que podem impedir ou limitar a evolução desses solos. Na Flona esses solos ocorrem pontualmente no extremo sul, junto à divisa da Unidade, nas proximidades do igarapé Água-branca.

Os Neossolos Litólicos mapeados na área são rasos, ácidos, geralmente de baixo nível de fertilidade natural, desenvolvidos principalmente da alteração de granitos, migmatitos e outras rochas do Período Pré-cambriano, como as do Complexo Xingu e do grupo Uatumã - Formação Iriri. São normalmente encontrados em relevo ondulado a forte ondulado, com presença ou não de afloramentos rochosos.

Argissolos Amarelos: A classe desses solos ocorre normalmente nas áreas de ocorrências dos Latossolos Amarelos, desenvolvidos geralmente de material proveniente de rochas sedimentares e de rochas ígneas e metamórficas, em relevo suave ondulado a forte ondulado com presença ou não de concreções lateríticas e cascalhos.

Na Flona esses solos ocorrem pontualmente em um único polígono no extremo noroeste da Unidade, dentro da Zona de Manejo Florestal Comunitário.

5.4. Hidrografia

A Flona do Crepori está integralmente inserida no contexto da bacia hidrográfica do rio Tapajós e contém trechos de três sub-bacias que drenam para este rio, que são as bacias dos rios Crepori, das Tropas e Pacu, conforme demonstrado no mapa da figura 5.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 17 de 35 Figura 5 – Bacias hidrográficas da Floresta Nacional do Crepori.

Fonte: SFB 2012.

O rio Crepori possui suas nascentes nos contrafortes da Serra do Cachimbo, na cota de 450 m, divisa entre os municípios de Itaituba e Jacareacanga.

Seus principais contribuintes são os rios Marupá, afluente da margem esquerda que desemboca no rio Crepori, a cerca de 3 km em linha reta a montante da sede do Distrito do Creporizão, o rio Creporizinho, afluente da margem direita do Crepori, com nascentes na cota de 320 m e o rio Piranhas, afluente da margem direita do rio Crepori, com nascentes na cota de 335 m. Durante o período de cheias, a navegabilidade é possível em diferentes trechos, tendo como obstáculo apenas algumas poucas cachoeiras que ocorrem ao longo do rio.

As atividades econômicas mais representativas na bacia do rio Crepori são a extração mineral (principalmente de ouro) e a criação de gado, presente em locais de fácil acesso.

O rio das Tropas é um dos afluentes da margem direita do rio Tapajós e seu trajeto, na margem direita, constitui o limite sudeste da Flona. Em sua margem esquerda localiza- se a terra indígena Munduruku.

A bacia hidrográfica do rio Pacu está localizada entre as bacias dos rios das Tropas e Crepori. O rio Pacu tem suas nascentes dentro do perímetro da UC e sua foz no rio Tapajós.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 18 de 35 5.5. Tipologia Florestal

A Flona do Crepori reproduz em seu território as características ambientais do bioma em que está inserida, o amazônico. A cobertura vegetal é composta por várias tipologias, sendo a Floresta Ombrófila Densa a de maior representatividade. Ocorre também a Floresta Ombrófila Aberta, apresentando-se ora com cipó, ora com palmeiras.

As tipologias florestais encontradas na Floresta Nacional do Crepori são apresentadas na tabela 4, com suas respectivas áreas em hectares e percentuais em relação à área total da UC.

Tabela 4 – Área ocupada pelas tipologias vegetacionais na Flona do Crepori.

Tipologia Florestal Área (em ha) Percentual Floresta Ombrófila Densa 684.245,55 92,33% - Submontana Dossel Emergente (Dse) 669.978,38 90,41% - Aluvial Dossel Uniforme (Da) 14.267,17 1,93% Floresta Ombrófila Aberta Submontana 55.483,41 7,67% - com Palmeiras (Fsp) 13.757,58 1,86% - com Ci pó (Asc) 41.725,83 5,63% Outros 1.351,03 0,18% Total 741.079,99 100% Fonte: SFB 2011.

Após o zoneamento, com base em informações do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), foi identificada uma tipologia florestal dominante na Zona de Manejo Florestal Sustentável Empresarial, que é a Floresta Ombrófila Densa Dossel Emergente. A distribuição desta fitofisionomia e das outras de menor abrangência em cada U M F é apresentada na tabela 5.

Tabela 5 – Distribuição das formações vegetais nas UMFs da Flona do Crepori.

Tipologia Florestal - UMF Área (em ha) Percentual Total da UMF I 29.156,09 100% Floresta Ombrófila Aberta Submontana com Pal meiras 1.440,19 4,9% Floresta Ombrófila Densa Submontana Dossel Emergente 27.716,90 95,1% Total da UMF II 134.148,31 100% Floresta Ombrófila Densa Aluvial Dossel Uniforme 492,35 0,4 Floresta Ombrófila Densa Submontana Dossel Emergente 133.655,96 99,6 Total da UMF III 59.863,9 100% Floresta Ombrófila Densa Aluvial Dossel Uniforme 405,32 0,7% Floresta Ombrófila Densa Submontana Dossel Emergente 59.458,58 99,3% Total da UMF IV 219.219,35 100% Fl oresta Ombrófila Aberta Submontana com Cipós 263,84 0,1% Fl oresta Ombrófila A berta Submontana com Pal meiras 12.107,77 5,5% Floresta Ombrófila Densa Aluvial Dossel Uniforme 50,20 0,02% Floresta Ombrófila Densa Submontana Dossel Emergente 206.797,54 94,3% Total do lote de concessão 442.388,65 100% Fonte: SFB 2011 – Dados Sipam.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 19 de 35 5.5.1. Floresta Ombrófila Densa Submontana com Dossel Emergente (Dse)

Esta tipologia apresenta dossel contínuo e biomassa pesada. A altura do dossel fica em torno de 30 a 35 m. Árvores emergentes são comuns em florestas densas, podendo alcançar mais de 40 m de altura. Geralmente este tipo de vegetação produz em torno de 500 m3 de volume de madeira em pé e em torno de 40 m2 de área basal por hectare, considerando árvores com diâmetro à altura do peito (DAP), maior que 10 cm.

As principais árvores emergentes desta tipologia são: “castanheira” Bertholletia excelsa Bonpl. , “tauaris” Couratari sp e Cariniana sp, “ipê” Tabebuia sp, “jatobá” Hymenaea courbaril L. e “amapá” Brosimum sp, alcançando até 40 m de altura. O dossel apresenta altura entre 30 e 35 m, cujas espécies mais comuns são: “maçaranduba” Manilkara sp; “breu” Protium sp; “carapanaúba” Aspidosperma sp; “ingá” Inga sp; “faveira” Parkia sp, entre outras.

O sub-bosque é geralmente ralo com arbustos e herbácea esparsos. O estrato arbustivo é composto por palmeiras de porte baixo, Geonoma máxima (Poit.) Kunth e Bactris elegans Barb. Rodr. e regenerações de “babaçu” Attalea speciosa Mart. Ex Spreng., Piper sp; Hirtella sp, entre outras.

5.5.2. Floresta Ombrófila Densa Aluvial Dossel Uniforme (Da)

Esta tipologia é localizada em terrenos que são temporariamente inundados, sofrendo influência do nível dos rios. Em geral apresentam três estratos: o superior com árvores de 20 a 30 m; intermediário em torno de 5 a 10 m e o inferior rico em lianas, ervas e subarbustos. Nesta tipologia vegetal são destacadas duas subtipologias, que são a mata ciliar e o açaizal. A primeira é formada por uma vegetação bem especializada, com táxons comuns a todos os rios que a possuem.

Entre as espécies arbóreas encontram-se espécies típicas das várzeas amazônicas como: “sumaüma” Ceiba pentandra (L.) Gaertn.; “arapari” Macrolobium acaciifolium (Benth.) Benth., “tauari” Couratari multiflora (Sm.) Eyma; “jauari” Astrocaryum jauari Mart.; “ucuuba” Virola surinamensis (Rol. Ex Rottb.) Warb., “açai” Euterpe sp; “andiroba” Carapa guianensis Aubl., “gameleira” Ficus sp, “ingá” Inga sp e “taxi da várzea” Triplaris surinamensis Cham. As lianas são comuns e abundantes, cobrindo as árvores mais altas.

No sub-bosque predominam plantas arbustivas e arvoretas como: Gustavia augusta L. e várias espécies das famílias Annonaceae e Arecaceae (palmeiras do gênero Bactris). Os açaizais formam um tipo de vegetação dominada por “açaís” Euterpe oleracea Mart. e Euterpe precatoria Mart., associados a outras espécies típicas de área encharcada, inclusive outras palmeiras: “paxiuba” Socratea exorrhiza (Mart.) H. Wendl.; “paxiubão” Iriartea deltóidea Ruiz & Pav.; “patauá” Oenocarpus bataua Mart.

Situam-se nas vertentes e áreas de baixios das bacias dos rios principais que banham a área da Flona. Esta tipologia ocupa faixas estreitas entre serras, solo arenoso e perenemente encharcado. Não forma um dossel definido, havendo poucas espécies arbóreas de grande porte, as quais estão esparsas.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 20 de 35 5.5.3. Floresta Ombrófila Aberta Submontana com Palmeiras (Fsp)

É uma tipologia única, localizada na parte norte da UC, com características ambientais bem específicas: solos rasos, com uma camada espessa de matéria orgânica sobre rochas areníticas.

Ocorre em uma faixa estreita e longa na margem esquerda do rio Crepori a partir de uma grande curva, onde o seu curso é desviado da direção norte para oeste, seguindo até a confluência com o rio Tapajós. O limite sul desta tipologia são as escarpas rochosas com mais de 50m de altura.

Esta tipologia vegetal apresenta uma alta concentração de palmeiras da espécie “bacaba” Oenocarpus bacaba Mart. e “samambaia” Pteridium aquilinum (L.) Kuhn, esta última indicadora de clareira. Possui dossel muito irregular, semiaberto, com penetração de luz suficiente para o crescimento em vários estratos, é formado por espécies típicas desse tipo de ambiente: Humiria balsamifera Aubl., Ouratea sp., Coclospermum sp. e espécies da floresta circunvizinha, como: Anacardium giganteum W. Hancock ex Engl. e Tabebuia sp.

5.5.4. Floresta Ombrófila Aberta Submontana com Cipó (Asc)

As florestas com cipó podem estar parcial ou totalmente tomadas por lianas. A estrutura dessas florestas está di retamente associada à topografia do terreno. Nas partes mais planas a formação é mais aberta, de baixa altura (dificilmente ultrapassando 20 m) e completamente coberta por lianas; nas partes com declive mais acentuado as árvores são mais altas, acima de 25 m, e a floresta é mais densa. Na Unidade de Conservação esta tipologia vegetal situa-se na margem esquerda do rio Crepori sobre relevo de ondulação média e sobre solos profundos.

O dossel da floresta é irregular, alcançando 30 a 35 m de altura, com as seguintes espécies emergentes: Parkia sp., Peltogyne sp., Cariniana sp e Couratari sp. No estrato arbóreo são encontradas as espécies: Pourouma sp., Inga sp. e Xilopia sp. O sub-bosque é ralo com predominância de palmeiras entre as arbustivas, como: Astrocaryum gynacanthum Mart., Attalea speciosa Mart. Ex Spreng. e Attalea maripa (Aubl.) Mart. A parte herbácea é pouco densa com dominância de Pariana sp. e Heliconia acuminata Rich.

Todas as tipologias vegetais que são encontradas na Floresta Nacional do Crepori estão representadas na figura 6, a seguir.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 21 de 35 Figura 6 – Mapa de Vegetação da Flona do Crepori.

Fonte: SFB 2012.

5.6. Espécies de interesse econômico

São muito comuns em toda a província fitogeográfica as espécies com potencial de uso. Todas estão amplamente distribuídas na área da Unidade de Conservação.

As espécies com potencial madeireiro encontradas no lote de concessão florestal da Flona, de acordo com o inventário amostral realizado para a elaboração do Plano de Manejo da Unidade, encontram-se listadas no Anexo 17 deste edital.

5.7. Caracterização da população residente na região da Flona

A região oeste da UC data de uma ocupação mais antiga inicialmente com atividades voltadas para o extrativismo vegetal da seringa e depois, a partir de 1956- 1958, com extrativismo mineral do ouro.

As principais comunidades identificadas na região, a oeste da UC, são as vilas Mamãe Anã, Porto Rico e São José, todas pertencentes ao município de Jacareacanga. A população residente estimada, no entorno da unidade, nestas comunidades e nos garimpos, é de aproximadamente 3.325 habitantes.

Na região sudoeste da UC, a primeira ocupação mais significativa foi a da vila do Creporizinho que surgiu por volta de 1962, no início era um ponto de abastecimento alternativo ao Creporizão, comunidade que era acessível somente por via fluvial, até a construção da estrada Transgarimpeira na década de 80. Atualmente a vila do Creporizão é maior que a comunidade do Creporizinho.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 22 de 35 A população residente no entorno é de aproximadamente 3.850 habitantes, dos quais 1.300 estão nos garimpos, 2.000 na vila do Creporizão e 550 no Creporizinho. A população residente dentro da Flona é de aproximadamente 400 pessoas.

Não há infra-estrutura social de apoio à saúde, à educação ou qualquer outro suporte comunitário no interior da Flona. Em casos de necessidade são utilizadas as estruturas do posto de Saúde do Creporizão (residentes do lado leste) ou de São José (residentes do lado oeste).

As moradias são formadas por barracões divididos em quartos, cozinha comunitária e uma sala onde ficam aparelhos eletrônicos.

5.8. Atividades econômicas

Nas áreas do entorno e interior da Floresta Nacional do Crepori as atividades desenvolvidas são ligadas diretamente ao garimpo, à pecuária e à agricultura de subsistência, com pequeno excedente, principalmente farinha de mandioca, comercializado nos garimpos. O grande contingente de mão de obra, por sua vez, está alocado nos garimpos.

5.8.1. Extrativismo vegetal

Não há exploração de produtos madeireiros e não madeireiros de forma significativa no interior da Flona. A extração é apenas para a subsistência. Os indígenas da Reserva Munduruku, que se localiza na margem esquerda do rio das Tropas, usam o cipó-titica para confecção de cestarias e sementes para produção de ornamentos (colares, brincos, etc.).

5.8.2. Extrativismo Mineral

A extração de minérios é a base da economia da região.

A produção aurífera é resultado da extração de jazimentos aluvionares (em fase de exaustão) e primários (em fase de expansão). A produção de ouro resulta da atividade garimpeira mecanizada e empresarial, em que pequenos e médios grupos começam a ocupar seus espaços.

O minério extraído desta UC, segundo o DNPM, é o ouro (tanto fino como em pepita). A exploração é feita com o método manual e bico-de-jato.

5.8.3. Atividades agropecuárias

A pecuária extensiva é uma atividade incipiente na porção oeste e norte da UC, mas de grande importância na região leste, mais especificamente nas proximidades da vila de Creporizão. A porção da UC presente em frente à vila apresenta uma extensa

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 23 de 35 área desmatada para pastagens e ocupa cerca de 600 hectares. Trata-se da maior área ocupada pela atividade na UC.

6. Logística da Floresta Nacional do Crepori

A logística de escoamento da produção florestal oriunda das unidades a serem licitadas neste edital tem um viés intermodal, pois permite a utilização da hidrovia do rio Tapajós e alguns de seus afluentes e a utilização do modal terrestre.

Do lado oeste o concessionário encontrará, após passar pelo rio Tapajós, a BR- 230 (Transamazônica).

Do lado leste, após transpor o rio Crepori e utilizar ramais para chegar à rodovia estadual Transgarimpeira, deverá seguir por esta até a BR-163 (Cuiabá- Santarém), seguindo para os portos de Itaituba ou Santarém, no sentido norte ou para os polos madeireiros desta BR, no sentido sul, no estado do Pará e de Mato Grosso, seguindo depois para o mercado consumidor do centro-sul do Brasil.

O detalhamento das informações referentes à logística de acesso e escoamento desta UC encontra-se no Anexo 5 deste edital.

7. Caracterização da região de entorno da Flona do Crepori

7.1. Municípios adjacentes à Flona do Crepori na região de influência da BR-230

A BR-230 é a terceira maior rodovia do Brasil, com 4.000 km de comprimento, cortando os estados brasileiros do Piauí, Maranhão, Pará e Amazonas. Nasce na cidade de Cabedelo na Paraíba e termina no município de Lábrea, no Amazonas. Em grande parte a rodovia não é pavimentada, o que dificulta o tráfego no período de chuva na região (entre outubro e março).

Na região de influência da Floresta Nacional, dentro do raio econômico para a atividade madeireira, determinado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB), estão os municípios de Itaituba, Jacareacanga e Aveiro no estado do Pará.

7.1.1. Itaituba/PA

Município do oeste do estado do Pará. Está localizado entre as coordenadas 04º16'34"S e 5º59'01"W, na margem esquerda do rio Tapajós. Limita-se ao Norte com os municípios de Aveiro, a Leste com os municípios de Altamira, Rurópolis, Novo Progresso e Trairão, ao Sul com o município de Jacareacanga e a Oeste com o estado do Amazonas e município de Jacareacanga.

Segundo o IBGE (2010), o município possui 97.493 habitantes em uma área de 62.040 km2. Apresenta, portanto, uma densidade populacional de 1,57 hab./km2.

A cidade de Itaituba em meados da década de 1980 e início da década seguinte apresentava economia fortemente baseada na extração do ouro no Vale do Tapajós, maior região aurífera do oeste paraense. Este fato gerou um crescimento desordenado da

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 24 de 35 cidade, com um significativo aumento da pobreza em áreas periféricas, bem como uma grande degradação ambiental causada pelo mercúrio e o assoreamento dos rios pela lama da lavagem do cascalho.

Paralelo à decadência da exploração do ouro, começaram a surgir no município empreendi mentos ligados principal mente aos setores agropecuário e madeireiro.

O setor de serviços (ramo imobiliários, prestação de serviços terceirizados para empresas, locação de veículos, área de saúde, tecnologia da informação), possui uma significativa participação no PIB itaitubense, sendo um dos 10 maiores do Estado do Pará. A cidade representa um importante centro regional com uma condição de infra- estrutura superior aos dos municípios vizinhos, contando com 28 estabelecimentos de saúde, nove hotéis, quatro restaurantes, uma estação portuária com transporte de barco para Marabá e Santarém, e travessia de balsa para Miritituba.

Segundo o IBGE (2009) o município de Itaituba possui 34 escolas de Ensino Pré-Escolar, 151 do Ensino Fundamental e 11 do Ensino Médio. Possui também uma instituição de Ensino Técnico, o campus avançado do Instituto Federal do Pará (IFP).

Itaituba apresenta três instituições particulares de ensino superior: a Faculdade de Itaituba (FAI); a Universidade do Vale do Acaraú (UVA) e a Faculdade do Tapajós (FAT). O Governo Federal criou em 2009 a Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), com sede em Santarém e campi em várias cidades, entre elas Itaituba.

No município funcionam onze agências bancárias, das quais uma do Bradesco, quatro do Banco do Brasil, uma do Banco do Estado do Pará, duas do Banco da Amazônia e uma da Caixa Econômica Federal, além de casas lotéricas e agências dos Correios. A cidade possui aeroporto que opera voos regulares e que atualmente está passando por reformas. No município operam diversas empresas de taxi aéreo, sendo um dos poucos na região norte que conta com uma pista auxiliar para o taxiamento de aeronaves.

O município possui uma linha de transporte terrestre interestadual regular até Apuí/AM, passando por Jacareacanga e uma linha intermunicipal entre Jacareacanga e Itaituba que operam com veículos pequenos fretados e uma linha regular de microônibus.

O transporte fluvial é realizado por empresas que trabalham com navegação mercante, através de balsas, de Itaituba a Santarém, Belém, Manaus, Macapá e outras cidades o ano todo. A travessia do Tapajós entre Itaituba e o Distrito de Miritituba ocorre diariamente em intervalos de uma hora.

Os jornais cuja editoração é feita em Itaituba são Província do Tapajós e Jornal do Comércio. Além desses, outros jornais ci rculam diariamente na cidade. Entre os mais importantes estão O Liberal (Belém), O Impacto (Santarém) e O Estado do Tapajós (Santarém). Existem duas estações de rádio em frequência modulada, a Rádio Liberal FM (101.7 MHz) e a Rádio comunitária Alternativa FM (104.9 M Hz) e duas em amplitude modulada, a Rádio Itaituba AM (850 kHz) e a Rádio Clube de Itaituba (960 kHz). A cidade dispõe de um provedor de internet (ItbNet).

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 25 de 35

Os principais rios presentes no município são: rio Tapajós, importante eixo fluvial que dá acesso a centros regionais e locais como Manaus, Belém e Santarém; rio Jamanxim; rio Marupá (divide os municípios de Jacareacanga e Itaituba); rio Teles Pires/São Manoel (divide o município de Jacareacanga e o estado do Mato Grosso), que ao juntar-se com o rio Juruena, forma o Tapajós.

Em 1998, a cidade de Itaituba, juntamente com os municípios de Altamira, Uruará, Rurópolis e Santarém, passou a ser atendida pelo Projeto Tramoeste, uma linha de transmissão de 1.000 km de extensão, conhecida na região como “Linhão de Tucuruí”.

O abastecimento d’água, na cidade de Itaituba, é feito em duas formas principais. A primeira é de responsabilidade da Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa), que atinge 25% da população, nos bairros centrais da cidade. A segunda ocorre através de cacimbas rasas e poços a céu aberto tipo amazonas, que captam a água do primeiro lençol freático.

A economia do município é movimentada, em grande parte, pelas atividades de exploração madeireira, possuindo um parque industrial de beneficiamento, que utiliza a rota hidroviária para o escoamento de sua produção para Belém e para o mercado exterior. As outras atividades econômicas de maior relevância são: extração aurífera, agricultura familiar e a pecuária extensiva.

Na tabela 6, que apresenta os dados do IBGE referentes ao PIB do município de Itaituba no ano de 2009, com valores em Real, se verifica que o PIB per capta do município é de R$4.728,05, estando ligado principalmente à prestação de serviços e indústria.

Tabela 6 – Produto Interno Bruto do município de Itaituba no ano de 2009.

Referência Valor (em R$) Valor adicionado na Pecuária 56.608.000,00 Valor adicionado na Indústria 101 .625.000,00 Valor adicionado no Serviço 394.899.000,00 Impostos sobre produtos líquidos de subsídios 51.340.000,00 PIB a preço de mercado corrente 604.472.000,00 PIB per capita 4.728, 05 Fonte: IBGE Cidades – acessado em abril de 2012.

Existem no município 25 serrarias, três empresas que conciliam serraria e laminação, e treze empresas de extração madeireira que estão ativas. Na parte norte do município as empresas faqueadoras fornecem matéria-prima para o mercado interno, sendo 100% da produção é destinada ao estado do Paraná. As empresas madeireiras que fazem desdobro primário exportam a produção.

A obtenção da matéria-prima (madeira em tora) é realizada em 88,9% dos casos de forma terceirizada e o restante (11,1%) conjuntamente entre os terceirizados e os proprietários das empresas. Esse fato gera em torno de 22 empregos administrativos, 31 no campo e 272 na indústria.

A capacidade instalada de processamento das empresas é de 7.395 m3/tora/mês, no

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 26 de 35 entanto, estão operando apenas com 35% dessa capacidade, com média de 2.585 m3/tora/mês.

Em Itaituba sul (distrito de Moraes Almeida) as empresas operam tanto no mercado externo quanto no mercado interno. Do total, 52% da produção se destina ao mercado externo e 47% ao mercado interno. Os principais consumidores são os estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná.

A matéria-prima é obtida de forma terceirizada. Nesse contexto, são gerados dezesseis empregos na parte administrativa, 39 no campo e 171 na indústria.

A região sul do município apresenta a capacidade instalada de processamento de madeira maior que a parte norte, sendo de 8.730 m3/tora/mês. No entanto utiliza apenas cerca de 37% de sua capacidade de processamento, com média de 3.294 m3/tora/mês.

7.1.1.1. Distrito de Moraes Almeida

A vila de Moraes Almeida localiza-se na porção centro-leste do município de Itaituba. Sua população atual é de aproximadamente 6.000 habitantes (área urbana e rural). A ocupação inicial ocorreu em 1983 devido a projetos governamentais que facilitavam o acesso à terra por ocasião da construção da BR-163 e da exploração do ouro que provocou uma grande migração para a região. No governo Collor (1990-1992), a população local sofreu um declínio junto com a atividade garimpeira. A partir de 1996 houve novo cresci mento com a chegada do setor madeireiro à região. Em 1999 a vila foi elevada à categoria de distrito.

Moraes Almeida dista 290 km da sede do município (Itaituba). A cidade mais próxima à comunidade é Novo Progresso, distante cerca de 110 km.

O acesso ao distrito ocorre por via terrestre pelas rodovias Cuiabá-Santarém e Transgarimpeira. Também existe a opção da utilização da pista de pouso local, para o transporte aéreo, por meio de aeronaves de pequeno e médio porte.

É um ponto de referência para as comunidades garimpeiras de Jardim do Ouro, Garimpo Mamoal, Vila Nova, São Chico, Creporizinho e Creporizão, dentre outros. Suas principais atividades econômicas são a extração madeireira, o garimpo, a pecuária e o comércio.

A comunidade possui um centro comercial, comunicação via telefone convencional e internet, duas rádios comunitárias, um posto dos correios oferecendo como opção o atendimento bancário do Bradesco. O comércio local é diversificado. Existem quatro postos de combustíveis, duas lojas de autopeças, três supermercados, três churrascarias e pequenos restaurantes, quatro hotéis e algumas pousadas oferecendo apartamentos com ar-condicionado e banheiros internos. Este comércio atende principalmente ao eixo da rodovia Transgarimpeira. Funcionam cinco madeireiras e quatro marcenarias e movelarias. A única agroindústria estruturada para o beneficiamento de palmito, no final de 2010 encontrava-se fechada.

Há um posto médico que realiza serviços de atendimento emergencial, consulta de enfermagem e médicas, aviamento e administração de medicamentos. A vila tem uma

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 27 de 35 clínica médica particular e um consultório odontológico.

O ensino é atendido por uma creche particular e duas escolas públicas de ensino fundamental, que funcionam nos três períodos do dia, em dois núcleos separados. Nos períodos da manhã e da tarde, há apenas o ensino fundamental. No período noturno, há Educação de Jovens e Adultos (EJA). A comunidade não possui escolas de ensino médio, mas tem um curso de ensino superior ministrado por módulos.

A iluminação pública é precária. O serviço de energia, oferecido pelo “Linhão” da Usina do Curuá, interligada à central em Mato Grosso, é deficiente, devido à inexistência de uma subestação no distrito.

O lixo é coletado pela subprefeitura e todo o material é lançado em lixão a céu aberto, localizado próximo à vila, e que não atende aos parâmetros mínimos de segurança ecológica. Não há saneamento básico e os moradores têm poços particulares para abastecimento de água.

As organizações sociais existentes e com atuação na comunidade são: Associação das Indústrias Madeireiras de Moraes Almeida (Aimma), Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Moraes Almeida (STTR); Sindicato das Indústrias Madeireiras do Sudeste do Pará (Simaspa), Associação Comercial de Moraes Almeida (Acisma). Associação Comunitária e de Produtores Rurais de Moraes Almeida (Acopruma), Igreja Católica e Assembléia de Deus.

Existe um posto policial da Policia Militar e um da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Pará (Adepará).

7.1.1.2. Distrito do Creporizão

A vila do Creporizão foi fundada há 24 anos. Mas há vilarejos próximos com até 70 anos de fundação (Vila Marupá, por exemplo). Situa-se ao final da Rodovia Transgarimpeira e às margens do rio Crepori. Nesta vila está instalada, desde o ano de 2005, uma Subprefeitura de Itaituba.

A vila tem cerca de 3.000 pessoas, incluindo 1.563 votantes. Já em todo o distrito do Crepori habitam 10.124 pessoas (dados de 2010). Os moradores fundaram a Associação dos Moradores do Crepori (Amoc). Existe uma escola com ensino fundamental e médio e uma creche para 180 crianças. O posto de saúde tem um técnico em enfermagem permanente.

O abastecimento de energia é feito por motores particulares e por uma usina particular (PCH) instalada a 10 km da vila. Existe uma articulação para futuramente ocorrer a instalação de motores da Rede Celpa. No período chuvoso a distribuição de energia ocorre 24 horas por dia, enquanto que durante o período seco ocorre racionamento de 3 horas diárias. Há previsões de obras de pequenas hidroelétricas pela Empresa Brasil Energia ao longo do rio Crepori. Este projeto está sendo avaliado, quanto ao licenciamento, pela Chefia da Flona do Crepori.

O lixo é coletado na vila e lançado em lixão a céu aberto. O abastecimento de água encanada é proveniente de um açude próximo à vila. Para cozimento de alimentos e para uso humano a água é extraída de poços artesianos e convencionais. A inda não há rede

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 28 de 35 de esgoto. Firmou-se uma parceria da comunidade e a Prefeitura para a construção desta rede.

A economia local é movimentada pela extração de ouro. A atividade agrícola é limitada. A pesca não é realizada no rio Crepori porque os moradores temem o excesso de mercúrio nos rios.

No Creporizão há duas pistas de pouso, sendo uma comunitária e outra particular. No Distrito do Crepori há cerca de 30 pistas de pouso em atividade. O transporte coletivo é realizado em camionetes D-20 e microônibus. No período seco há transporte todos os dias e no período chuvoso é esporádico de acordo com as condições de trafegabilidade da estrada.

7.1.2. Jacareacanga/PA

Pertence à microrregião de Itaituba. Localiza-se nas coordenadas 6º13'20"S e 57º45'10"W, na margem esquerda do rio Tapajós. Limita-se ao norte com o município de Itaituba, ao sul com o estado do Mato Grosso, a leste com os municípios de Novo Progresso e Itaituba e a oeste com o estado do Amazonas. Possui vários núcleos populacionais de expressão: São José, Porto Rico, Sai Cinza, Mamãe Anã, São Martinho, Primavera e Missão Cururu.

Segundo o IBGE (2010), o município possui 14.103 habitantes em uma área aproximada de 53.303 km2. Apresenta, portanto, uma densidade populacional de 0,26 hab/km2.

A infraestrutura municipal é composta por um aeroporto, duas pousadas, um restaurante, cinco postos de combustíveis, uma empresa de extração madeireira ativa, treze estabelecimentos de saúde e saneamento básico em 60% das residências.

Há 25 escolas para o ensino pré-escolar, 52 para o ensino fundamental e uma para o ensino médio (IBGE 2009). Há previsão da Secretaria Estadual de Educação para implantação de faculdade na cidade.

O PIB per capita do município é de R$1.946,36, e está ligado principal mente à prestação de serviços (vide tabela 7).

Tabela 7 – Produto Interno Bruto do município de Jacareacanga no ano de 2009.

Referência Valor (em R$) Valor adicionado na Pecuária 8.977.000,00 Valor adicionado na Indústria 8.224.000,00 Valor adicionado no Serviço 62.024.000,00 Impostos sobre produtos líquidos de subsídios 1.523.000,00 PIB a preço de mercado corrente 80.749.000,00 PIB a preço de mercado corrente 1.946,36 Fonte: IBGE Cidades – Acessado em abril de 2012.

O município possui uma central de distribuição elétrica, de responsabilidade da empresa Centrais Elétricas do Pará (Celpa), que atende, segundo diagnóstico do Plano Diretor, a aproximadamente 700 residências. A usina termoelétrica (óleo diesel) tem

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 29 de 35 capacidade de geração de 1050 cv de energia.

O abastecimento de água em Jacareacanga é feito pela empresa Companhia de Saneamento de Jacareacanga (Cosanja) que atende a 480 residências. As demais residências utilizam os poços abertos ou captam água do lençol freático.

Nas áreas rurais e indígenas as populações são atendidas respectivamente pela Prefeitura Municipal e pela Fundação Nacional de Saúde (Funasa), com serviços de micro abastecimentos de água que são compostos pelos poços tubulares e moto bombas elétricas alimentadas por grupos geradores.

Os rios que passam pelo município são: São Benedito, que oferece várias corredeiras, baías, lagoas e pequenos afluentes; Teles Pires/São Manoel, que divide o município de Jacareacanga e o estado do Mato Grosso; Tapajós, que nasce na divisa dos estados do Pará, Amazonas e Mato Grosso; e o Marupá, que divide os municípios de Jacareacanga e Itaituba.

O acesso ao município é feito pela rodovia Transamazônica. O município dispõe de uma linha de transporte interestadual regular entre Jacareacanga e Apuí/AM, e linha intermunicipal entre Jacareacanga e Itaituba (D-20 e micro-ônibus).

Existe um aeroporto com uma pista asfaltada de 1.200 m, localizado na rodovia Transamazônica. Mas não há companhias aéreas com voos regulares para e deste terminal.

Não há terminal hidroviário estruturado no município. O acesso viário Tapajós é utilizado o ano todo por meio de balsas e ancoradouros rudimentares. O local onde ocorrem os desembarques varia de acordo com a época do ano, devido às enchentes.

Segundo a Amot (Associação dos Mineradores de Ouro do Tapajós), o acesso aos rios serve também para o escoamento do ouro e da madeira extraída na região. Isso garante que a economia do município se mantenha e os pequenos agricultores escoem a produção para os municípios vizinhos a um custo menos oneroso.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 30 de 35 7.1.3. Aveiro/PA

Pertence à mesorregião Sudoeste Paraense e à microrregião de Itaituba. Está constituído pelos distritos de Aveiro, Brasília Legal e Pinhel e localizado nas coordenadas 03º36’15"S e 55º19'15"W. Limita-se ao Norte com os municípios de Santarém, Juruti e Belterra, a Leste com os municípios de Santarém e Rurópolis, ao Sul com os municípios de Rurópolis e Itaituba e a Oeste com o estado do Amazonas.

Segundo o IBGE (2010), o município de Aveiro possui 15.849 habitantes em uma área aproximada de 17.074 km2. Apresenta, portanto, uma densidade populacional de 0,93 hab./km2.

A hidrografia no município de Aveiro é representada, prioritariamente, pelo rio Tapajós, que faz limite parcial ao sul com Rurópolis, em parte de seu médio e baixo curso. O rio Capuri, afluente da margem direita do Tapajós, serve de limite parcial a Sudoeste com o município de Rurópolis. Pela margem esquerda, o Tapajós recebe entre os quais: Parone, Açu, Arara e Furo do Custódio, limite com Itaituba. No centro e a oeste, destacam-se as nascentes dos rios Andirá, Mamurú e Arapiuns.

Existem três serrarias e vinte empresas de extração de toras no município. A energia elétrica fornecida aos consumidores do município é a termoeletricidade.

O PIB per capita do município é de R$2.683,99 e está ligado principalmente à prestação de serviços (vide tabela 8).

Tabela 8 – Produto Interno Bruto do município de Aveiro no ano de 2009.

Referência Valor (em R$) Valor adicionado na Pecuária 8.799.000,00 Valor adicionado na Indústria 6.363.000,00 Valor adicionado no Serviço 37.857.000,00 Impostos sobre produtos l íquidos de subsídios 1.375.000,00 PIB a preço de mercado corrente 54.394.000,00 PIB per capita 2.683, 99

Fonte: IBGE Cidades – acessado em abril de 2012.

7.2. Unidades de Conservação

Nos municípios de Itaituba e Jacareacanga existem onze áreas protegidas, das quais nove UCs e duas Terras Indígenas (TI), que estão listadas na tabela 9.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 31 de 35 Tabela 9 – UCs e TIs dos municípios de Itaituba e Jacareacanga.

Unidade de Conservação Localização: municípios Área de Proteção Ambiental do Tapajós Itaituba e Jacareacanga Flona de Itaituba I Itaituba Flona de Itaituba II Itaituba Flona do Amana Itaituba e Jacareacanga Flona do Crepori Jacareacanga Flona do Jamanxim Itaituba e Jacareacanga Parque Nacional da Amazônia Itaituba Parque Nacional do Jamanxim Itaituba Parque Nacional do Rio Novo Itaituba Terra Indígena do Cayabi Jacareacanga Terra Indígena do Munduruku Jacareacanga Fonte: SFB 2011.

As áreas podem ser visualizadas na figura 7 a seguir.

Figura 7 – Áreas de Unidades de Conservação e Terras Indígenas nos municípios de Itaituba e Jacareacanga.

Fonte: SFB 2012.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 32 de 35 7.3. Municípios da região da BR-163 que podem ser beneficiados pela concessão da Flona do Crepori.

7.3.1. Trairão/PA

Município criado pela Lei nº 5.695, de 13 de dezembro de 1991, pelo desmembramento de área do município de Itaituba.

Pertence à microrregião de Itaituba, mesorregião sudoeste paraense, com altitude de 105 m (sede). Dista de Belém, em linha reta, 906 km. Além do distrito-sede, existem ainda as seguintes localidades: Nova Esperança, Bela Vista do Caracol, Tucunaré, Jamanxim, Planalto, Santa Luzi a e Santa Rita.

Segundo o IBGE (2010), possui 16.875 habitantes em uma área aproximada de 11.991 km2. Apresenta, portanto, uma densidade populacional de 1,41 hab./km2.

Na sede municipal de Trairão, a infraestrutura disponível consta de: sete hotéis, dois postos de combustíveis, três supermercados, duas lojas de materiais de campo, uma loja de máquinas agrícolas, três oficinas de máquinas pesadas e uma rádio comunitária. Possui posto de atendimento dos Correios e casa lotérica. O serviço bancário é prestado por uma agência do Banco da Amazônia e por um “Banco Postal” do Bradesco.

Não há fornecimento de água encanada e saneamento básico. As residências possuem poços particulares para fornecimento de água. A distribuição de energia elétrica e feita pelo “Linhão” de Tucuruí. Esta energia abastece ainda o distrito de Bela Vista do Caracol e algumas comunidades ao longo da BR-163. A telefonia fixa atende poucas comunidades além da sede municipal.

O município possui 15 escolas do ensino pré-escolar, 32 escolas de ensino fundamental e uma do ensino médio (IBGE 2009). Existe também na cidade uma faculdade com aulas ministradas por módulos, um hospital municipal e postos de saúde. O transporte por via terrestre é servido por ônibus de duas empresas, que trafegam pela BR 163 regularmente. Existem diversas madeireiras e laminadoras instaladas no município.

O PIB per capita do município é de R$4.028,35 e está ligado principalmente à prestação de serviços e à pecuária (vide tabela 10).

Tabela 10 – Produto Interno Bruto do município de Trairão no ano de 2009.

Referência Valor (em R$) Valor adicionado na Pecuária 21.593.000,00 Valor adicionado na Indústria 5.066.000,00 Valor adicionado no Serviço 38.849.000,00 Impostos sobre produtos l íquidos de subsídios 2.513.000,00 PIB a preço de mercado corrente 69.022.000,00 PIB per capita 4.028,35 Fonte: IBGE Cidades – acessado em abril de 2012.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 33 de 35 7.3.2. Novo Progresso/PA

Novo Progresso foi criado em 1993 com o desmembramento de parte do município de Itaituba. A região teve sua ocupação no início da década de 70 do século XX, com a construção da BR-163.

Pertence à microrregião de Itaituba, mesorregião sudoeste paraense, com altitude de 240 m (sede). Dista de Belém, em linha reta, 990 km. O município é formado apenas pelo distrito-sede.

O município conta com 24 escolas para ensino pré-escolar, 26 para ensino fundamental e duas para o ensino médio (IBGE 2009). Menos de 10% das residências são servidas por água encanada; o restante é servido por cisternas ou nascentes nas propriedades. Em torno de 50% do lixo é coletado e depositado em lixão, e o restante é queimado ou lançado em lotes vazios ou áreas abertas.

Segundo o IBGE (2010), o município possui 25.124 habitantes em uma área aproximada de 38.1 62 km2. Apresenta, portanto, uma densidade populacional de 0,66 habikm2.

O PIB per capita do município é de R$6.992,83 e está ligado principalmente à prestação de serviços e à pecuária (ver tabela 11).

Tabela 11 – Produto Interno Bruto do município de Novo Progresso no ano de 2009.

Referência Valor (em R$) Valor adicionado na Pecuária 50.893.000,00 Valor adicionado na Indústria 10.409.000,00 Valor adicionado no Serviço 80.996.000,00 Impostos sobre produtos líquidos de subsídios 8.076.000,00 PIB a preço de mercado corrente 150.374.000,00 PIB per capita 6.992,83 Fonte: IBGE Cidades – acessado em abril de 2012.

A figura 8 apresenta a divisão municipal no entorno da Flona do Crepori, com os municípios de maior relevância para a concessão florestal na unidade.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 34 de 35 Figura 8 – Mapa da divisão política da região do entorno da Flona do Crepori.

Fonte: SFB 2012.

Edital da Concorrência nº 01/2013 – Anexo 3 – Página 35 de 35