Informativo Epidemiológico Dengue, Chikungunya, Zika Vírus e Microcefalia Maio de 2016 Semana Epidemiológica 22 (29/05 a 04/06)*

A Secretaria Estadual de Saúde do (SES/RS), por meio do Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS/RS) registrou, até a Semana Epidemiológica (SE) 22, 7.085 casos suspeitos de Dengue, dos quais 1.822 foram confirmados. Dentre os confirmados, 349 são casos importados (contraídos fora do Estado) e 1.473 são autóctones (contraídos no RS).

Os municípios que apresentam autoctonia são e (1ª CRS), , Viamão, Guaíba, Gravataí, , e (2ª CRS), e (6ª CRS), Ibirubá, Selbach e Tupanciretã (9ª CRS), Santo Ângelo (12ª CRS), São Paulo das Missões, , Santa Rosa, Três de Maio e (14ª CRS), Chapada, Boa Vista das Missões, Sarandi e Rondinha (15ª CRS), , , Condor e Ijuí (17ª CRS), Torres (18ª CRS) e Alpestre, , e (19ª CRS).

No ano de 2015 foram notificados 4.067 casos suspeitos de Dengue, dos quais 1.305 foram confirmados. Dentre os confirmados, 246 (18,8%) são importados (contraído fora do Estado) e 1.059 (81,1%) são autóctones (contraído no RS).

O sorotipo circulante no ano de 2015 foi o DENV1.

Em 2016 ocorreu o primeiro óbito importado de Dengue no Estado. Trata-se de uma mulher residente no município de , 11ª CRS, cuja local de infecção o município de Chapecó em Santa Catarina. Em 2015, ocorreram dois óbitos por Dengue. O primeiro em março, no município de Santo Ângelo, cujo paciente teve início

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 22 de 2016 (03/01 a 04/06/16) dos sintomas na SE11 (15 a 21/03). O segundo óbito ocorreu em abril, com início de sintomas na SE16 (19 a 25/04), no município de Panambi.

Tabela 1: Casos notificados e confirmados de dengue segundo CRS de residência, RS, 2015 -2016*

2015 2016

Regional de Residencia Notificados Confirmados Notificados Confirmados 1ª CRS - Porto Alegre 139 21 732 109 2ª CRS - Porto Alegre 528 75 2208 391 3ª CRS - 33 10 75 12 4ª CRS - Santa Maria 17 4 123 11 5ª CRS - 102 25 213 21 6ª CRS - Passo Fundo 137 23 191 13 7ª CRS - Bagé 7 1 14 1 8ª CRS - 7 1 13 0 9ª CRS - Cruz Alta 76 14 216 86 10ª CRS - 24 5 36 1 11ª CRS - 24 7 34 7 12ª CRS - Santo Ângelo 968 545 275 15 13ª CRS - 11 2 27 3 14ª CRS - Santa Rosa 129 24 607 169 15ª CRS - Palmeira das Missões 71 29 370 207 16ª CRS - Lajeado 20 3 64 3 17ª CRS - Ijuí 671 235 1005 330 18ª CRS - Osório 55 6 90 5 19ª CRS - Frederico Westphalen 296 197 792 438 Total 3315 1227 7085 1822 Fonte: SINAN Online-RS (dados preliminares até 01/06/2016) *Casos até SE 22

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 22 de 2016 (03/01 a 04/06/16) Dos 1.822 casos confirmados, 1.473 são casos autóctones contraídos no Estado. No estado 207 municípios são infestados pelo Aedes aegypti. (Tabela 2 e figura1).

Tabela 2: Número de casos confirmados por município de residência, CRS, RS, 2016*

Casos Confirmados Município de Residência / RS Autóctones Importados Total

Canoas 75 16 91 1 1 Dois Irmãos*** 1 1 2 ******** 1 1 2 1ª CRS - Porto Alegre Montenegro 4 4 Novo Hamburgo 2 1 3 3 3 São Leopoldo 2 2 Portão 1 1 Alvorada 13 2 15 Barra do Ribeiro 1 1 Cachoeirinha 1 2 3 2 2 2ª CRS - Porto Alegre Guaíba 3 3 Gravataí 10 2 12 Porto Alegre 249 42 291 Viamão 60 4 64 Pelotas 7 7 3ª CRS - Pelotas Rio Grande 5 5 1 1 4ª CRS - Santa Maria 1 1 Santa Maria** 1 8 9 Antônio Prado 1 1 Bento Gonçalves 5 5 Bom Jesus 1 1 1 1 5ª CRS - Caxias do Caxias do Sul 6 6 Sul Cotiporã 1 1 Garibaldi 2 2 1 1 Vacaria 2 2 Veranópolis 1 1 Espumoso 1 1 4 4 6ª CRS - Passo Fundo Passo Fundo 2 4 6 1 1 1 1

7ª CRS - Bagé 1 1 Cruz Alta 2 2 Ibirubá 1 1 9ª CRS - Cruz Alta Selbach 77 5 82 Tupanciretã 1 1 10ª CRS - Alegrete São Gabriel 1 1 1 1 Erechim 3 3 11ª CRS - Erechim Faxinalzinho 1 1 Paulo Bento 1 1 1 1 Cerro Largo 1 1 Roque Gonzales 2 2 12ª CRS - Santo ** 1 1 Ângelo São Borja 1 1 Santo Ângelo 6 4 10 Santa Cruz do Sul 1 1 13ª CRS - S. Cruz do Venâncio Aires 1 1 Sul Vera Cruz 1 1 ********** 1 1 Campina das Missões******* 2 2 Giruá 1 1 Horizontina 7 1 8 Porto Mauá 1 1 14ª CRS - Santa Rosa Santa Rosa 98 3 101 1 1 São Paulo das Missões 2 2 Três de Maio 2 1 3 Tucunduva 1 1 Tuparendi 44 4 48 Boa Vista das Missões 8 8 Chapada 177 4 181 Constantina 3 3 1 1 15ª CRS - Palmeira ***** 1 1 das Missões Palmeira das Missões 1 1 ** 1 1 Rondinha 1 1 Sarandi 9 1 10 1 1 16ª CRS - Lajeado Teutônia 2 2 Augusto Pestana 8 8 Condor 3 3 Ijuí 264 6 270 17ª CRS - Ijuí Panambi 40 5 45 Pejuçara 1 1 2 2 São Valério do Sul 1 1 Osório 1 1 Tramandaí********* 1 1 2 18ª CRS - Osório Três Forquilhas 1 1 Torres 1 1 Alpestre 28 93 121 Frederico Westphalen 262 47 309 ***** 1 1 19ª CRS Frederico Taquaruçu do Sul***** 2 2 Westphalen Tiradentes do Sul 3 3 Vicente Dutra 1 1 Vista Alegre 1 1 Total 1473 349 1822 *Casos Confirmados SE 01 a 22 Fonte: SINAN ONLINE-RS (dados preliminares até 01/06/2016) **Caso Contraído no Município de Ijuí ***Caso Contraído no Município de Chapada *****Caso Contraído no Município de Frederico Westphalen *******Caso Contraído no Município de Tuparendi ********Caso Contraído no Município de Canoas *********Caso Contraído no Município de Porto Alegre **********Caso Contraído no Município de Santa Rosa

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 22 de 2016 (03/01 a 04/06/16) Figura 1: Mapa dos municípios infestados e com casos de Dengue Importados e Autóctones, RS, 2016.

Fonte: SINAN Online-RS (dados preliminares até 01/06/2016)

Analisando o histograma (Gráfico 1) dos casos notificados de Dengue em 2015 (até a 26ª Semana Epidemiológica) e os casos até a 22ª semana epidemiológica (SE) de 2016, observa-se que, nas primeiras SE deste ano, houve um aumento de notificações de 2,14 vezes a mais quando comparado a o ano anterior . Esse cenário nos indica possivelmente uma maior sensibilidade da rede de atenção para notificação do agravo e/ou uma maior circulação viral.

Gráfico 1. Casos notificados de Dengue por Semana Epidemiológica de início de sintomas, RS, 2015 e 2016 (até SE22)

700 600 578 595 573 600 529 490 499 500 436 456 448 429 405 400 333 316 306 300 255 256 273 251 202 209197 174 171 189 200 149 157 153 142 108 89 66 53 61 63 100 31 29 30 31 45 26 33 27 23 18 18 0 21 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 Notificado 2015 Notificado 2016

Fonte: SINAN Online-RS (dados preliminares até 01/06/2016)

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 22 de 2016 (03/01 a 04/06/16) No histograma a seguir (Gráfico 2) referente aos casos confirmados, observa-se que, desde as primeiras semanas epidemiológicas há registro de casos em ambos os anos de 2015 e 2016, porém a proporção de casos em 2016 é significativamente maior neste período. A curva de casos confirmados em 2015 teve início crescente a partir da 8ª SE, registrando o pico máximo de casos na 14ª SE, em 2016 o pico máximo de casos confirmados aconteceu na 12ª SE mostrando um declínio nas semanas subseqüentes. O total de casos confirmados, em 2016, até o momento, é de 1.822 casos.

Gráfico 2. Casos confirmados de Dengue por Semana Epidemiológica de início de sintomas, RS, 2015 e 2016 (até SE22)

250

203 194 200 191 164 155 151 144 141145 150 134 133 129 126 114 113 110 90 88 100 81 60 43 50 37 35 40 23 26 25 28 28 24 18 19 15 8 8 9 7 9 8 0 1 4 0 2 2 0 6 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26

Confirmado 2015 Confirmado 2016

Fonte: SINAN Online–RS (dados preliminares até 01/06/2016)

No Rio Grande do Sul, a faixa etária com maior número de casos confirmados foi dos 20 aos 59 anos (63,9%) e o sexo feminino foi o que obteve o maior numero de casos confirmados (53,7%), como mostra a Tabela 3.

Tabela 3. Distribuição dos casos confirmados de Dengue por Semana Epidemiológica de início de sintomas, RS, por faixa etária e sexo (até SE22). Masculino Feminino Total Menor de 1 ano 4 6 10 1 a 4 anos 10 14 24 5 a 9 anos 24 23 47 10 a 14 anos 56 43 99 15 a 19 anos 89 79 168 20 a 29 anos 153 148 301 30 a 39 anos 142 191 333 40 a 49 anos 120 147 267 50 a 59 anos 115 148 263 60 a 69 anos 79 121 200 70 a 79 anos 39 47 86 80 anos e mais 12 12 24 Total 843 979 1822 Fonte: SINAN Online–RS (dados preliminares até 01/06/2016)

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 22 de 2016 (03/01 a 04/06/16) Segundo o Ministério da Saúde, em uma análise das incidências (número de casos/100 mil hab.) dos casos de Dengue por região, demonstra-se um incremento em 2015 em todas as regiões do país. Os números de casos de Dengue no RS parecem acompanhar essa tendência. Numa série histórica de 2011 a 2016, da SE1 até a SE22 de cada ano, observa-se maior número de casos notificados em 2016, seguido dos anos de 2015 e 2013 (Gráfico 3). Em relação ao número de casos confirmados, o ano de 2016 apresenta o maior número de confirmações, seguido dos anos de 2015 e 2013. Destes 7.085 notificados, 1.822 casos confirmados, 2.986 descartados e 1.356 aguardam investigação diagnóstica.

Gráfico 3. Comparativo dos casos de Dengue segundo classificação, RS, 2011 a 2016 (até SE22)

7085 7100 6100 Tendênciacrescente de casos notificados

5100 Notificados 4100 3315 Confirmados 3100 Autóctones 2026 1822 Linear (Notificados) 2100 1395 1473 12271037 1100 469 405 559 294 199 110 41 238 80 45 100 -900 2011 2012 2013 2014 2015 2016

Fonte: SINAN Online-RS (dados preliminares até 01/06/2016)

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 22 de 2016 (03/01 a 04/06/16) Febre Chikungunya

A Febre Chikungunya (CHIKV) é uma doença viral transmitida a partir da picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado. Pode causar doença aguda, subaguda e crônica.

A fase aguda é caracterizada por febre de início repentino (acima de 39°C) e dor articular intensa. Pode ainda incluir: cefaleia, dor difusa nas costas, mialgia, náusea, vômito, poliartrite, erupção cutânea e conjuntivite com duração de 3-10 dias.

A fase subaguda é caracterizada pela recaída dos sinais e sintomas ocorridos na fase aguda (após os primeiros 10 dias), incluindo poliartrite distal, exacerbação da dor nas articulações e ossos e tenossinovite hipertrófica subaguda nos punhos e tornozelos. Em alguns casos desenvolvem-se distúrbios vasculares periféricos (síndrome de Raynaud), sintomas depressivos, cansaço geral e fraqueza. Em geral, esse quadro tem duração entre dois e três meses após o início da doença.

Já a fase crônica possui as mesmas características da fase subaguda, com persistência dos sinais e sintomas por mais de três meses e que pode se estender, com menor frequência, por anos. Em geral, mantém-se a artralgia inflamatória nas mesmas articulações afetadas anteriormente.

Em 2013, teve início a transmissão autóctone da Febre Chikungunya em vários países do Caribe. Em 2014, foram confirmados os primeiros casos autóctones no Brasil e, atualmente, já ocorre nas Américas, África, Europa, Ásia e Oceania.

Em 2016, até a SE 16 foram notificados 64.349 casos suspeitos da doença, destes 11.182 foram confirmados. Foram confirmados laboratorialmente 15 óbitos no Brasil (Paraíba, Rio de Janeiro, Piauí, Rio Grande do Norte e Pernambuco) todos com idade média de 57 anos (dados do Boletim Epidemiológico - Volume 47 - nº 20 - 2016 - Monitoramento dos casos de dengue, febre de chikungunya e febre pelo vírus Zika até a Semana Epidemiológica 16, 2016). O Rio Grande do Sul ainda não apresenta autoctonia de Febre Chikungunya. Em 2015, foram notificados 82 casos suspeitos. Desses, seis casos foram confirmados por critério clínico-laboratorial, sendo esses de Bento Gonçalves, Erechim, Novo Hamburgo e Rio Grande, todos os casos importados, com histórico recente de viagem para Bahia, Pernambuco e Maranhão.

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 22 de 2016 (03/01 a 04/06/16) Em 2016, já foram notificados 370 casos de suspeitos de Febre Chikungunya e 21 casos confirmados importados, estes residentes em Porto Alegre, Santa Maria, Estância Velha, Passo Fundo, Caxias do Sul, , São Borja e Rio Grande, com viagem para os estados da Bahia, Pernambuco, Minas Gerais e São Paulo, totalizando 452 casos notificados entre 2015 e 2016 no Rio Grande do Sul.

Quadro 1. Distribuição dos casos de Febre de Chikungunya notificados por município de residência, RS, no ano de 2016* (até a 22ª Semana Epidemiológica)

Casos Confirmados Município de Residência / RS Em Notificados Autóctones Importados Descartados Investigação Canoas 93 6 87 Campo Bom 4 2 2 Barão 1 1 Estância Velha 4 1 1 2 5 5 0 1ª CRS - Porto Alegre Novo Hamburgo 32 10 22 Portão 1 1 Sapucaia do Sul 6 6 0 São Leopoldo 1 1 1 1 0 Triunfo 1 1 Alvorada 3 1 2 Cachoeirinha 2 2 1 1 2ª CRS - Porto Alegre Gravataí 9 3 6 Porto Alegre 47 14 22 11 Viamão 2 1 1 Rio Grande 1 1 0 3ª CRS - Pelotas Pelotas 2 2 0 Santa Vitória do Palmar 1 1 2 2 4ª CRS - Santa Maria Santa Maria 4 1 2 1 Caxias do Sul 15 1 10 4 Farroupilha 3 1 2 1 1 0 5ª CRS - Caxias do Garibaldi 2 2 Sul Guaporé 2 2 0 1 1 Vacaria 1 1 0 1 1 0 Casca 1 1 Cacique Doble 1 1 0 6ª CRS - Passo Fundo Marau 2 1 1 Passo Fundo 9 1 5 3 10ª CRS - Alegrete 2 2 0 Barão do Cotegipe 1 1 11ª CRS - Erechim Erechim 5 2 3 Pirapó 1 1 12ª CRS - Santo São Borja 17 1 6 10 Ângelo Sete de Setembro 1 1 Venancio Aires 2 1 1 13ª CRS - Santa Cruz Vera Cruz 1 1 0 Boa Vista do Burica 1 1 0 14ª CRS Santa Rosa Santa Rosa 8 1 7 Braga 1 1 15ª CRS - Palmeira Chapada 3 2 1 das Missões Redentora 3 3 Rondinha 11 2 9 1 1 Estrela 1 1 0 16ª - Lajeado Lajeado 7 3 4 Serio 1 1 0 Teutonia 7 7 0 4 2 2 17ª CRS - Ijuí Ijuí 8 3 5 Panambi 1 1 1 1 3 3 18ª CRS - Osório Torres 3 2 1 Xangri-lá 1 1 0 19ª CRS - Frederico Taquaruçu do Sul 1 1 Westphalen Total 358 0 21 122 214

Casos Confirmados Município de Residência de outro Estado / Em Município Ignorado Notificados Autóctones Importados Descartados Investigação Amazonas Manaus 1 1 Alagoas Maceio 1 1 Minas Gerais Montes Claros 1 1 0 Pará Castanhal 1 1 Pernambuco Recife 1 1 Nova Iguaçu 1 1 Rio de Janeiro Rio de Janeiro 3 3 Santa Catarina Salete 1 1 Município Ignorado 2 2 0 Total 12 0 3 9 *Casos Confirmados SE 01 a 22 Fonte: SINAN ONLINE-RS (dados preliminares até 01/06/2016)

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 22 de 2016 (03/01 a 04/06/16) Febre do Zika Vírus

A Febre do Zika Vírus (ZIKAV) é uma doença viral aguda, transmitida por vetores, tais como Aedes aegypti, semelhante ao vírus da Dengue e da Febre Chikungunya.

É caracterizada por exantema maculopapular pruriginoso, febre intermitente, hiperemia conjuntival não purulenta e sem prurido, artralgia, mialgia e dor de cabeça. Apresenta, na maioria dos casos, evolução benigna, autolimitada e os sintomas geralmente desaparecem espontaneamente após 3-7 dias.

O Ministério da Saúde confirmou a relação entre o Zika Vírus e a microcefalia baseada em inúmeras evidências como: investigação epidemiológica e laboratorial dos casos com identificação da presença do vírus Zika em amostras de sangue e tecidos; confirmação da alteração no padrão clínico e radiológico com comprometimento do Sistema Nervoso Central, similar às infecções congênitas por arbovírus em animais; identificação do RNA viral do Zika em casos graves e óbitos; identificação do vírus Zika em líquido amniótico de duas gestantes cujo feto apresentava microcefalia, entre outros relatos. Quanto a relação entre a infecção do ZIKAV e síndrome de Guillain-Barré (SGB), há uma possibilidade epidemiológica real de associação, porém estudos são necessários para que se estabeleça a relação causal.

Em decorrência da situação epidemiológica, o Ministério da Saúde declarou Situação de Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional no país.

O ZIKAV foi identificado desde 1968, mas em 2007 foi registrado um surto pela doença na Ilha Yap (Micronésia) e entre 2013-2014 na Polinésia Francesa. Somente a partir de 2007 que a Organização Mundial da Saúde reconhece o potencial epidêmico do Zika Vírus.

No Brasil, desde outubro de 2014 estão sendo notificados casos de síndrome febril exantemática nos estados nordestinos, descartados para dengue, sarampo e rubéola. Foi confirmada transmissão autóctone de febre pelo vírus Zika no país a partir de abril de 2015.

Em março de 2016 o Brasil confirmou laboratorialmente autoctonia da doença em todo o país. Na SE 05/2016, a Organização Pan Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde confirmou a circulação do vírus Zika em 33 países de três Continentes. Segundo a OMS, além dos 33 países com casos autóctones já reportados no período entre 2015 e 2016, há indicação de circulação viral em outras seis nações: Gabão, na África, Indonésia, Tailândia, Cambodja, Filipinas e Malásia, na Ásia. Ainda

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 22 de 2016 (03/01 a 04/06/16) ressalta que pelo menos cinco países das Américas já registraram aumento de casos de Síndrome de Guillain-Barré (SGB) desde o início do surto de zika: Brasil, Colômbia, El Salvador, Suriname e Venezuela.

Em 2015, no RS, foram notificados 32 casos suspeitos de Febre do Zika Vírus e um caso confirmado importado. Entre os casos suspeitos, três ocorreram em gestantes e foram descartados laboratorialmente.

No Brasil, até a SE 16/2016 foram notificados 120.162 casos suspeitos da doença, destes 39.993 foram confirmados. Entre as gestantes foram notificadas 9.892 casos suspeitos, destes 3.598 casos foram confirmados laboratorialmente ou pelo critério clinico epidemiológico. Ocorreram 03 óbitos confirmados laboratorialmente nos estados do Maranhão, Rio Grande do Norte e Pará com idade média de 20 anos (dados do Boletim Epidemiológico - Volume 47 - nº 20 - 2016 - Monitoramento dos casos de dengue, febre de chikungunya e febre pelo vírus Zika até a Semana Epidemiológica 16, 2016

No RS, até a 22ª SE de 2016, foram notificados 587 casos suspeitos de Febre pelo Zika Vírus. Destes, 42 casos foram confirmados sendo 14 autóctones, residentes em Frederico Westphalen, Santa Maria, Ivoti, Rondinha, Novo Hamburgo, Canoas, Porto Alegre e Ijuí. Três casos foram em gestantes, uma infectada no 1º trimestre de gestação, uma no 2º trimestre e a outra no 3º trimestre, sendo o RN desta gestante não apresentou, até o momento, nenhuma alteração no SNC. Ainda se encontram 02 casos confirmados que estão aguardando investigação do local provável de infecção.

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 22 de 2016 (03/01 a 04/06/16) Quadro 2. Distribuição dos casos de Febre de Zika Vírus notificados por município de residência, RS, no ano de 2016 (até a 22ª SE).

Casos Confirmados Município de Residência / RS Em Notificados Autóctones Importados Descartados Investigação Canoas 94 4 90 Campo Bom 7 3 4 Dois Irmãos 1 1 0 Estância Velha 5 3 2 Esteio 5 5 Ivoti 12 1 6 5 Montenegro 2 1 1 1ª CRS - Porto Alegre Novo Hamburgo 68 3 15 50 Portão 1 1 2 2 0 São Leopoldo 7 7 1 1 Sapucaia do Sul 4 4 0 Taquara 2 2 0 Alvorada 7 5 2 Cachoeirinha 1 1 Eldorado do Sul 1 1 2ª CRS - Porto Alegre Guaíba 2 1 1 Gravataí 5 3 2 Porto Alegre** 124 6 13 78 27 Viamão 6 6 3ª CRS - Pelotas Rio Grande 1 1 0 Cacequi 1 1 4ª CRS - Santa Maria Jaguari 1 1 0 Santa Maria 8 1 5 2 Bento Gonçalves 3 1 2 0 Bom Jesus 1 1 0 Carlos Barbosa 1 1 5ª CRS - Caxias do Caxias do Sul 5 5 0 Sul Farroupilha*** 7 7 Garibaldi 1 1 0 Guaporé 1 1 Vila Flores 1 1 3 2 1 6ª CRS - Passo Fundo Tio Hugo 1 1 0 Bagé 1 1 0 7ª CRS - Bagé Dom Pedrito 1 1 0 8ª CRS - Cachoeira 2 2 do Sul 0 Cruz Alta 4 4 9ª CRS - Cruz Alta Selbach 2 2 Alegrete 6 6 0 2 2 10ª CRS - Alegrete Santana do Livramento 1 1 0 1 1 Barão do Cotegipe 1 1 11ª CRS - Erechim 1 1 0 Erechim 2 1 1 2 2 Guarani das Missões 10 1 9 12ª CRS - Santo 1 1 Ângelo São Borja 12 7 5 Santo Ângelo 6 2 3 1 Sete de Setembro 3 3 Santa Cruz do Sul 1 1 13ª CRS - S. Cruz do Sul Venancio Aires 2 2 Vera Cruz 2 1 1 Alegria 2 2 0 Santa Rosa 22 9 13 14ª CRS - Santa Rosa Três de Maio 2 2 Santo Cristo 4 4 0 Braga 1 1 0 Chapada 3 2 1 Engenho Velho 3 3 15ª CRS - Palmeira Miraguai 1 1 das Missões Palmeira das Missões 2 1 1 Rondinha 15 1 4 10 Sarandi 1 1 Bom Retiro do Sul 1 1 Estrela 1 1 0 16ª - Lajeado Lajeado 7 6 1 Serio 1 1 Teutônia 2 1 1 0 Ajuricaba 3 2 1 Condor 2 2 17ª CRS - Ijuí São Martinho 1 1 Ijuí 14 1 2 11 Cidreira 4 4 Dom Pedro de Alcantara 1 1 Sto. Antônio da Patrulha 1 1 0 1 1 18ª CRS - Osório Torres 3 1 2 Tramandaí 2 1 1 0 Três Cachoeiras 1 1 Xangri-lá 3 3 0 Alpestre 1 1 2 2 19ª CRS Frederico Frederico Westphalen 2 1 1 0 Westphalen 4 1 3 Vicente Dutra 1 1 0 Total 569 14 24 210 321

Casos Confirmados Município de Residência de outro Estado / Em Município Ignorado Notificados Autóctones Importados Descartados Investigação Amazonas Manaus 1 1 Bahia Guiratinga 1 1 0 Ceará Fortaleza 1 1 Maranhão São Luis 1 1 Mato Grosso Nova Mutum 1 1 Belo Horizonte 2 2 Minas Gerais Montes Claros 1 1 Uberlândia 1 1 Paraná Curitiba 1 1 Pernambuco Recife 1 1 Campos do Goytacazes 1 1 Rio de Janeiro Niterói 1 1 0 Rio de Janeiro 3 1 2 Sumaré 1 1 0 São Paulo Ribeirão Preto 1 1 0 Tocantins Gurupi 1 1 Município Ignorado 2 2 0 Total 21 0 2 5 13 *Casos Confirmados SE 01 a 22 Fonte: SINAN ONLINE-RS (dados preliminares até 01/06/2016) **Caso com Local Provável de Infecção no Município de Canoas ***Casos Confirmados Aguardando Investigação Epidemiológicas (02)

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 22 de 2016 (03/01 a 04/06/16) Importante ressaltar que a partir da publicação da Portaria GM nº 204, de 17 de fevereiro de 2016, foi estabelecida a notificação compulsória de todos os casos suspeitos de febre do Zika vírus em todo o território nacional.

Tendo em vista a grande circulação de doenças com transmissão relacionada ao vetor Aedes aegypti e sua alta infestação no país, orienta-se para as pessoas que apresentaram alguns dos sinais e sintomas sugestivos de Dengue, Febre Chikungunya ou Febre do Zika Vírus e que viajaram recentemente para áreas endêmicas, que procurem atendimento médico em uma unidade de saúde mais próxima de sua residência. Como medidas preventivas, recomendam-se o uso de repelentes e a Vigilância em Saúde do Rio Grande do Sul conta com a mobilização e participação de cada pessoa combate ao mosquito transmissor destas doenças.

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 22 de 2016 (03/01 a 04/06/16) VIGILÂNCIA DE MICROCEFALIAS E/OU ALTERAÇÕES DO SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC)

Em decorrência do aumento do numero de casos de microcefalia no país e da situação epidemiológica, o Ministério da Saúde declarou, em 11 de novembro de 2015, Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional (ESPIN). Em 01 de fevereiro de 2016 a Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou Emergência em Saúde Pú- blica de Importância Internacional (ESPII).

No Brasil, até a SE21, foram notificados 7.723 casos segundo as definições do Protocolo de Vigilância (recém-nascido, natimorto, abortamento ou feto). Desses, 3.162 (41%) casos permanecem em investigação e 4.561 casos foram investigados e classifi- cados, sendo 1.489 confirmados para microcefalia e/ou alteração do SNC sugestivo de infecção congênita e 3.072 descartados.

Neste boletim constam as informações epidemiológicas referentes à microcefalia e/ou alterações do SNC, previstas nas definições vigentes no “Protocolo de Vigilância e Resposta à Ocorrência de Microcefalia e/ou Alterações do Sistema Nervoso Central (SNC) – Versão 2.1/2016”, disponível no site www.saude.gov.br/svs. O objetivo geral desta vigilância é descrever o padrão epidemiológico de ocorrência de microcefalias re- lacionadas às infecções congênitas no território nacional. Todos os casos são investi- gados buscando uma possível relação com o vírus Zika e infecções congênitas como sífilis, toxoplasmose, citomegalovírus e herpes (STORCH).

Desde a implantação da vigilância de microcefalia e/ou alterações do SNC, o Rio Grande do Sul vem fomentando, junto aos profissionais de saúde o registro/notificação dos casos que atendem os protocolos vigentes, bem como a investigação epidemiológi- ca dos casos, conforme Nota Técnica sobre Microcefalia disponível no site www.sau- de.rs.gov.br

Foram notificados no sistema de registro de eventos de saúde pública (RESP- Microcefalia), desde o final de outubro de 2015 até a SE 22 de 2016 no RS, 84 casos e destes 9 evoluíram para óbito. Do total de casos notificados, 71 são Recém Nascidos (RN) com microcefalia, 01 aborto espontâneo (gestante com exantema) e 12 fetos com Alterações no SNC.

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 22 de 2016 (03/01 a 04/06/16) Tabela 1. Distribuição dos casos notificados de microcefalia e/ou alterações do SNC de acordo com Protocolo da Microcefalia segundo a classificação, RS, 2015/2016 (até a SE22).

Confirmados Infecção congênita Classificação Notificados Descartados Em investigação STORCH ZIKA Recem Nascido 71 3 2 48 18 Feto 12 0 0 4 8 Aborto 1 0 0 1 0 Total 84 3 2 53 26

Fonte: RESP-Microcefalia (dados preliminares até 01/06/2016)

Dos 53 recém nascidos que já concluíram a investigação diagnóstica 5 são in- fecção congênita (5) e 48 foram descartados Dos 5 casos de infecção congênita, 02 casos estão associados ao Zika vírus, cuja a investigação demonstrou que ambas as mães apresentaram quadro de doença compatível com infecção por Zika Vírus no 1º trimestre da gestação por ocasião de viagem a locais com circulação da doença, além de resultados de imagens do RN apresentando alterações radiológicas associadas a embriopatia por Zika. E outros 03 casos de infecção congênita apresentavam diagnós- tico laboratorial positivo para STORCH.

Apresentam microcefalia em estão sendo acompanhados pela rede de atenção básica em serviços especializados para estimulação 8 casos (5 infecções congênitas e 3 casos descartados por síndrome genética).

No histograma a seguir (Gráfico 1) mostra os 84 casos notificados na RESP sendo 63% destes descartados. O primeiro caso notificado ocorreu na 48ª SE de 2015. O Rio Grande do Sul confirmou na 12ª SE autoctonia por Zika vírus. Nenhum dos casos que já concluíram a investigação diagnóstica tem, até o momento, relação com a circulação do vírus no estado.

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 22 de 2016 (03/01 a 04/06/16) Gráfico 1. Casos registrados na RESP, por data de notificação conforme a Semana Epidemiológica, RS, 2015 e 2016 (até SE22)

10 9 8 7 Autoctonia ZIka 6 5 4 3 2 1 0 4849505152 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10111213141516171819202122

Confirmados Infecção congênita Descartados Em Investigação

Fonte: RESP-Microcefalia (dados preliminares até 01/06/2016)

Importante ressaltar que a microcefalia não é de notificação compulsória, sendo anteriormente captada apenas no Sistema de Informação dos Nascidos Vivos (SI- NASC) por ocasião do nascimento.

*Dados cumulativos da Semana Epidemiológica 1 até 22 de 2016 (03/01 a 04/06/16)