Revista Brasileira de Geociências 16(1): 106·1 18, m arço de 1986

A PRovíNCIAPEGMATíTICA ORIENTAL DO BRASILÀ LUZ DOS CONHECIMENTOS ATUAI S

JO S~ M. CORREIA NEVES', ANTONIO C. PEDROSA SOARES' e VITÓRIA ~GIA P.R.O. MARCIANO'

ABSTRACT Thís paper deals with the present know ledge levei about pegmatites from the huge braxilian eastern pegmatiti c province. Attention was given to: syste matíc and metam orphic contro l of pegmatites; metallogeneti c age and geo logical setting of the province; structure of the rocks governing the morpho logy of pegmatítcs; primary mineralogy and geochcmistry; and the geneti c links between granites and pcgma tit es. This was dared even having in mind the act ual size of the province and the scarcity of reliable evide nces at the prescnt time. The pegmatites throughout the Araçuaí district seem to have evolved from biotitic granites and forceful iniected their host metamorphic rccks. However not ali seem to paint to the same crustal depths of emp lacement and crystallization. So while the ltinga pcgmat ítcs, carrying pctali te and spadumen + quartz or spodumen only, were emplaced in andalusite an d cordierite schists of intermediate depths, the on cs, lacking in petalite, are found in kyanite schists from deeper crustal leveis. The genet ic Iinks among at least some granites and pegmat ltes, in the Galiléia region , seem to be like those of Coronel Murta. The same can not be said about the pegmatites from where up to the present time no one af the genetic links with granites, not even in the fie ld, could be traced. In the last two arcas, at least in the Marilac one , thc metamor phlsm graded up to the anatetic field. The metallogcnetic potential for Li, Rb, Cs and Ta can be increasingly arranged as follows : Marilac, Galiléia, Coronel Murta, and Itinga the last o ne being tbe best know and promising spot.

INTRODUÇÃO Desde os ano s 40 esta província se en­ estão enriquecidos em U, Th, TR (terras raras), Nb, Ti e Zr. contra delimit ada (Paiva 1946). Ocupa um a faixa enorme, 2. Pegmat ítos moscovíti cos - São carac ter ísticos das for­ com cerca de 800 km .de extensão por 100 a ISO km de mações com metamorfismo barrowiano de alta pressão e largura, estendendo-se, de NNE para SSW, ao longo da parte encaixados em micaxistos de fácies almandina-anfibclíto, oriental do Estado de Minas (F ig. I ). Em sua extremidade subfácies cianita + almandina, de Winkler (i967), essen­ NE, já no Estado da Bahia, situa-se a chamada Provín cia cialmente , fora da isógrada da estaurolita e abaixo da pri­ Pegmatítica de Itambé (Misi & Azevedo 1971, 1975) , ao meira is6grada da silimanita. Originam-se por anatexia ou passo que seu extremo sul foi denominad o Província Peg­ fracionamento restrito de granitos primitivos mais ou me­ matítica da Zona da Mata (Barbosa & Grossi Sad 1983). Os nos aut6c tones, de 4 a 6 kbar (13 a 20 km de profundida­ limites da Província, particularmente os oriental e meridio­ de) e con solidam- se pr6ximo do foco da geração magmáti­ nal, indicados por Put zer (1 976), têm de ser revisto s, pois ca. São depósitos de moscovita e feldspato pot ássico, e não englobam pegmatitos do Espí rito Santo (Orcioli et a/o apre sentam ocasionalmente conteúdos subordinados de Be, 1978) e da Serra dos Órgãos, no Estado do Rio de Janeiro Nb, TR, U e Th. (Siga Jr. et a/o 1982). Raramente tem havido, nos estudos desta província, uma 3. Pegmatitos com elementos-raros - São característicos de clara intenção que procure estabelecer as ligações entre as forma ções com metamorfismo tipo Abuku ma de baixa preso morfologia, mineralogia e geoquímica dos corpos pegmat ítl­ são, gerados por fracionamento de granit os al6ctones dife­ cos e seu enquadramento geológico, por isso estamos ainda rencia dos e consolidados entre 2 e 4 kbar (7 a 13 km de muito longe de sua correta caracterização (Corre ia Neves profundidade), sobretudo em rochas de fácies anfib olito 1981). com cordierita, na subfãcies and alusita + cordierita + mos­ covita, de WinkJer (i967). Em sua maior parte ocorrem SISTEMÁTICA DAS FORMAÇÕES PEGMATI'I'I· alêm das is6gradas da cordierita e da estaurolita, e abaixo da CAS No sentido de obter parâm etros que permitam vi­ primeira isógrada da silimanita. Umou mais dos elementos sualizar de um ponto de vista cientí fico os milhares de Li, Rb , Cs, Be, Sn, Nb, Ta, Zr, Hf, Ga, Bi e Mo, com ou sem pegmatitos ocorrendo nesta prov íncia tomar-se-à como re­ quantidades significativas de B, P e/o u F, estão enriquecidos ferência para reflexão a sistemá tica das formações pegmatf­ nesta classe que pod e ser subdividida em: ticas elaboradas por Rudenko et ai. (1975) e Ginsburg et a/o • Tip o rico em gadolinita (Be, Y, TR , Nb E: Ta, Ti, U, Th). ( 1979) , e divulgada no mundo ocidental por Cerny (1982a) • Tipo rico em -colurnbita (Be, Nb E:Ta ; ± Sn, TR , e Cerny & Burt (1 984). Esta sistemática é, em resumo, a P, B). seguinte: • Tipo de pegmatitos complexos zonados ou bandados (Li, I. Pegmatitos abissais - Estão encalxados em formações Rb, Cs, Be, Ta > Nb, Sn; ± B). metam órficas de fácies anfibolito alto a granulít ica. São • Tipo qu ase-hom ogêneo com espod umênio (Li, Be, Nb ;;. qu ase autóct ones e originados por fusão parcial dos met a­ Ta ; ± Sn) . morfitos de alto grau, que os encaixa m, sob pressões de 5 a • Tipo rico em lepidolit a (F , Li, Rb, Be, Ta > Nb ; ± Cs, 8 kbar (cercade 17 a 27 km de profundi dade). Localmente, Sn).

• Centro de Pesquisa Pro fessor Manoel Teixeira da Co sta, IGC-UFMG. Cx. Postal 26 08 ,CEP 30 161, Belo Ho rizon te, MG, Brasil Revista Brasileira de Geociências, Volum e 16 , 1986 107

.. Inform ações mais detalhadas sobre esta sistemática po­ dem ser obtidas em Cerni' ( 1982a e b, 1984) e Cerni' & Burt (1984).

IDADE DA PRovfNCIA PEGMATI'rICA ORI ENTAL DO BRASIL A idade das informações pegmalílicas da Pro­ víncia Orien tal parece ligar-se à das manifestações pós-tect õ­ nicas ta rdias da Oro genia Brasiliana. Localmente, isto já foi seguramente demonstrado. Dirac & Ebert (1967) dat aram, pelo método K-Ar , mos­ covitas de um pegmalito de Manhuaçu e obtiveram valores de 556 ± 16 e 505 ± 10 Ma. Esses autores apresenta ram ainda dados obtidos também pelo método K-Ar em duas moscovitas de um pegmatil o de , no' extremo sul da " Província Pegmatílica Oriental, que correspondem a 511 ± 14 e 483 ± 12 Ma, respectivamente. Amostra s de mica e feldsp ato provenientes da região de Eugen6polis-Capara6 (Cordani et ai. 1973, Cordani & Tei­ xeira 1979) deram idades Rb-Sr*de 452 ± 15 Ma (moscovi­ ta) e 49 2 ± 15 Ma (feldspato) e de 469 Ma (moscovita, K·Ar). Uma moscovita de um pegmatito ao norte de Galiléia (Gove rnador Valadares-MG) deu uma idade K·Ar de 408 ± 8 Ma (Cordani 1973 ). Na região de Araçuaí , Sá (1 977) enco ntrou, pelo mét odo " " Rb-Sr, idades de 673 Ma para o metamorfismo regional do s xist os e de 538 Ma para os granit6ides neles intrusivos. As relações 87Srj"6Sr dessas rochas granít icas são altas e per­ mitem pensar que, na região de Araçuaí, tenham origem anaté tica. Moscovitas de dois pegmat itos, datadas pelo mé­ todo K·Ar, dão idades em torno de 480 Ma A mesma idade é admitida para os pegrnatitos do sul da Bahia (And rade et ai. 1977, Pedreira et aI. 1978), para os da região de Galiléia (Moura et 01. 1978a) e mesmo nos do extremo sul, encaixados em formações do Grupo Paraíba, que sobreu reativação no decurso do Ciclo Brasiliano (Hasui et al. 1978). Siga Jr. et ai. (1982) apre sentam uma revisão dos dados geocronol ógicos da parte setentrional da Faixa Ribeira. Nes­ se trabalho, de amostra s coletadas em pegmatitos da Serra dos Órgãos (RJ), são referidas três datações K·Ar em micas .. ," (47 1 ± 14, 464 ± 25 e 408 ± II Ma) e uma Rb-Sr em •• feldspato (5 12 ± 19 Ma). Estes resultados permitem este n­ der, englobando a Serra dos Órgãos, o limite meridional da Figura 1 - Provincia Pegmatitica Oriental (traços verticais, Província Oriental. pegmatitos ricos em micas; traços inclinados, aluviões Au; Determinação de idade Rb-Sr em feldspato pot ássíco de ponteado, diamante; linhas cruzadas, aluviões Pt; A , berilo; um pegmat ilo aflora ndo na estrada de ferro, cerca de 5 km Sm , esmeralda; Mor, morganita; T, turmalina; To, topázio; a sul de João Montevade, forn eceu o valor de 545 Ma (Tei­ Sp, espodum ênio; Chr, crisoberilo; And andalusita Am xeira 1982). Em pegmatitos aflorando pou cos quilômetros a oeste de ametista; Eu, euclásio}, segundo Putzer 1976 " Governador Valadares, foram obt idas idades Rb-Sr, em 4. Pegmat itos miarolíticos - Estes estão confinados às cú­ moscovita e microclina, de 497 ± 13 e 50 1 ± 14 Ma , res­ pul as de granitos alóctones, epizonais a subvulcânicos, oca­ pectivamente (Marciano 1985). sionalmente de tipo hipersolvus, ou então nas vizinhanças Pode-se, pois, concluir, dos dados de geocron ologia imediatas desses granitos. Consolidaram-se a uma profundi­ obtidos nas porções setentrional, centro-oriental, oriental e dade entre cerca de 3 a 6 km ( I a 2 kbar). Aparecem em merid ional da prov íncia que houve geração de grande quan­ veios preenchendo fraturas ou em bolsões com o mesmo tidade de material pegmatítico no fim do Ciclo Brasiliano. modelo de enriquecimento em elementos-traços que o dos Isso permite afirmar que um grand e número dos pegmatitos pegmatitos com elementos raro s. Podem conter quartzo atlorantes na Província Oriental pertence a uma época me­ piezoel étri co e fluori ta óptica. taloge nética (Sta nto n 1972) desta mesma idade:

• Todas as idades Rb-Sr referidas neste trecho estão calculadas usando para À o valo r de 1,4 2 x 10-11 anos-I 108 Revista Brasilei~ de Ge.oci?ncifls!_Yoliiine 16,1986

ENQUADRAMENTO GEOLÓGICO DOS PEGMATlTOS tos geoquímicos dos pegmatitos por julgarmos possível a DA PRovfNCIA ORIENTAL Analisando a figura I, partir deles, caracterizar o grau de evolução da fusão pegma- . com extensas manchas de pegmatitos ricos em mica, pode­ títíca, mos suspeitar de que estes se originaram por anatexia ou PEGMATITOS DAS PORÇÕES SETENTRIONAL E CEN· por fracionamento restrito de granitos "aut6ctones" posi­ TRO·ORIENTAL DA PRovfNCIA PEGMATI'rICA cionados entre 13 e 20 km de profundidade no esquema de ORIENTAL Os pegmatítos mais bem conhecidos da sistematização das formações pegmatíticas desenvolvido pe­ província situam-se no médio Vale do Rio los geólogos russos (Cerny & Burt 1984). (Sá 1977, Sá & Ellert 1981, Correia Neves et ai. 1980a, No sentido de tentar definir melhor o enquadramento 1982a, 1982b, Correia Neves 1980, 1981, 1984, Pedrosa geol6gico dos pegmatitos da Província Oriental, projetamos Soares 1984); nas partes média e alta do Rio Doce; e ao seus limites no fundo geológíco de Schobbenhaus et aI. norte de Governador Valadares, até São José da Safira (Pé­ (1981, 1984), conforme se mostra na figura 2. Da análise da . cora et ai. 1950, Barbosa et ai. 1964, 1966, Moura et aI. figura, dã-se conta de que os pegmatitos da Província 1978a, 1978b, Fanton et ai. 1978, Issa Filho et ai. 1980, Oriental se posicionaram em formações cujas idades vão do Correia Neves et ai. 1980b, Wegner 1983; Marciano 1985). Arqueano ao, possivelmente, Proteroz6ico Superior. Uma Esses pegmatitos serão a .seguir analisados quanto à for­ grande concentração desses pegmatitos localíza-se, porém, ma, ao tamanho, à mineralogia* e ao condicionamento em grande mancha do chamado Pré-Cambriano indiviso, estrutural; à geoquímica de seus berilos, fe1dspatos e micas; constituída por granit6ides homôfanos ou orientados, meta­ às relações entre granitos e pegmatitos; e ao tipo do meta­ pelitos e metapsamitos. Os granítôídes do Proterozôico Suo morfismo de suas encaixantes. perior e/ou Eopaleoz6ico parecem estar relacionados com Os pegmatitos do médio Vale do Rio Jequitinhonha são muitos dos pegmatitos que ocorrem nesta Província (Sá normalmente tabulares ou lenticulares, têm estrutura zona­ 1977, Sá & Ellert 1981, Correia Neves 1980, 1981, Correia da, exceto os muito pequenos, e estão encaixados quer em Neves et ai. 1980a e 1980b, 1982a, 1982b, 1984, Pedrosa micaxistos e quartzitos, quer nos granítóídes parentes. Soares 1984, Barbosa et ai. 1964,1966). Quando íntrudídos nos metapelitos, normalmente concor­ 'Como estas formações de idade arquearia ou proterozôí• dam com o acamamento e/ou xístosídade, Mas os pegmati­ ca foram retrabalhadas pelo menos durante o Transamazõ­ tos encaixados em quartzitos, que formam o núlceo de anti­ nicó e/ou Brasiliano, pode ter-se gerado a partir delas mate­ formes, como acontece nos do Vieirão e Fecha-Fecha (Bar­ rial quartzo-feldspâtíco correspondente a pegmatitos duran­ ra do Salinas) e da Serra da Lagoa Nova (Coronel Murta), & te.quaisquer desses ciclos (Hasui et aI. 1976, Cordani Tei­ estão intrudidos segundo dois sistemas de díáclases verticais xeira 1979). (em E-W e outro N-S) e não segundo o acamamento e/ou Pegmatitos transamazõnícos, já fora da Província Orien­ tai, foram identificadas em Cláudio, a sudoeste de Belo Ho­ xistosidade (Correia Neves et ai. 1982a, Pedrosa Soares rizonte com idades de 2.078±78 Ma. (Teixera 1982), e pro­ 1984). Denunciando um posicionamento forçado, alguns ximo de (Pínson et al; 1967), estes com idades desenvolvem nos xistos encaixantes uma foliação local e incorporam xenólitos destes. Rb-Sr mais novas que os 2.100 Ma. correspondentes à isó• crona dos gnaisses e granitos seus encaixantes (Teixeira Distrito Pegmatltico de Araçuar (médio Vale do Jequitinho· 1982). nha) Nesta região, os pegmatitos estão sendo estudados Na Bahia, no Complexo Contendas-Mirante, são referi· pelos autores desde 1976. No decurso desse trabalho foi-se dos também pegmatitos transamazônicos com idade K-Ar tornando claro que no distrito pegmatítico de Araçuaí se determinada em moscovita de 1.892 ± 70 Ma. (Brito Neves poderiam individualizar dois campos distintos. Passar-se-á et ai. 1980). designar um por campo pegmatítico.de Coronel Murta-Vir­ Os pegmatitos, ricos em Li, de , São João gem da Lapa e outro por campo pegmatítico de Itinga. Este dei Rei, deram idades de 990 Ma, pelo método o-Pb (Costa último corresponde essencialmente à área estudada por Sá 1978) e de 1.186 ± 98 a 1.105 ± 39 Ma. em micas datadas (1977). pelos K-~r (Dirac & Ebert 1967). Isso os coloca fora da A visão integrada do distrito pegmatítico de Araçuaí po­ Província Metalogenética Oriental do Brasil. de ter-se da carta (Fíg, 2) que condensa informações geoló• Apesar de ter-se de levar em conta os fatos assinalados gicas disponíveis na área até o presente. anteriormente, os dados geocronol6gicos atualmente dispo­ níveis indicam que o Brasiliano foi particularmente eficien­ CAMPO PEGMATITICO DE CORONEL MURTA-VIRGEM te na geração de material granítico e pegmatítico, talvez por DA LAPA Nesta região, bs pegmatitos se encaixam ter envolvido anatexia de formações metassedimentares quer nos metamorfitos quer nos granit6ides, e estão geneti­ mais recentes que o Transamazônico. camente associados a estes últimos. A maior informação que existe refere-se às regiões Os granitôides, divididos em biotíta-moscovíta granitos de Araçuaí (Vale do Jequitinhonha), Governador Valadares ('YB), moscovita-biotita granitos ('YM) e granitos pegmatói• e Gaiiléia. Esta informação, ainda que incompleta em mui­ des, caem no domínio graníto-granodíoríto de Streõkeísen tos aspectos; .será analisada e interpretada no sentido de (1973), com tendência alcalina (Correia Neves et ai. 1982b, se começar a definir, dentro da enorme Província Pegmatí• Pedrosa Soares 1984). tica Oriental do Brasil, áreas com certa homogeneidade. Na Pegmatitos encaixados em metamorfitos e granitói• definição destas usar-se-á os seguintes parâmetros: 1) mine­ des Os pegmatitos encaixados em metamorfitos do pro­ ralogia acessória; 2) enquadramento geológico; e 3) atribu­ teroz6ico indiviso (Fíg, 2), na área de Coronei Murta, posi­ tos geoquímicos dos pegmatitos por se julgar possível, a cionaram-se nas unidades (Psq) e (Psx) (Pedrosa Soares

* A mineralogia supergênica, ainda que muito interessante, não será considerada, pois depende de processos superficiais de intemperismo físi• co-químico, sem ligação com a gênese e'evolução primária dos pegmatitos. RevistaBrasileira de Geociências, Volume 16, 1986 109

, ,

Delimitação da provfncia sequndo Paiva (1946) e Putzer (1976). Geologia segundo Schobbenhaus et at. (1981) simplificada, mcdl­ ficações na "Unidade Prcterozol­ ce gerada ou retrabalhada no cio , elo Brasiliano" segundo Pedrosa 18 1. Soares et al. (1984) e o presente , trabalho.

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MESOZOICO E CENOZOICO Formações Cretáceas Grupo Bar­ reiras, Formação São Domingos, Dep6sitos Quaternários.

PROTEROZt .CO SUPERIOR E EOPALEO- JICO G:;:;J Granitos f} Granodioritos r=-="l Grupos Macaúbas (M), Rio Pardo "-=-=' (RPJ, Bambui (B) e Complexo Embú (EI.

PROTEROZOICO M~DIO Super Grupo Espinhaço

PROTEROZOICO INFERIOR Granitos e Granodioritos

PROTEROZOICO INDIVISO "Unidade Proteroz6ica gerada ou retrabalhada no ciclo Brasiliano". GrupoSalinas (Sequência AraçuaO

ARQUEANO Complexos enereercc . Migmatr· CJ ticos, Grenulrticos, Granit6ides, "G reens tona-Belts".chamcokltos

PR~·CAMBRIANO INDIVISO Granit6ides hom6fanos ou orten­ tedoa, localmente com granada, cordlerlta, siltlmanlta, xistos e quartzitos indiferenciados.

LIMITE DA PROVINCIA ORIENTAL

...... FALHA DE EMPURRÃO

FALHA .'J.: CONTATO

Figura 2 - A Província Pegmatitica Oriental em seu contexto geológico. Delimitação da província segundo Paiva (1946) e Putzer (I976). Geologia segundo Schobbenhaus et aI. (I981), simplificada, modificações na "unidade proterozóica gerada ou retrabalhada no ciclo brasiliano ", segundo Pedrosa Soares et alo (J984) e o presentetrabalho 110 Revista Brasileira_de Geociências, Volume 16, 1986

1984). e schorl ita situadas na capa, o que mostra uma diferencia­ Os pegmatitos da unidade quartzítica (Psq) encaixam em ção causada pelo campo gravitacional. sistemas de diáclases de alto mergulho com orientações E-W Quando esses pegmatitos estão encaixados nos moscovi­ e N-S. Estes pegmatitos são pouco espessos (de I a 4 m), tas granitos, como resultado de um forte empobrecimento estão fortemente intemperizados, têm estrutura zonada e em Fe, neles chegam á se encontrar turmalinas verdes, e apre sentam corpos de substituição porvezes muito numero­ algumas com qualidade gemol6gica. sos. Nesses pegmat ítos, aos minerais essenciais das paragêne­ ses primárias juntam-se, como acessórios: turmalinas (pretas CAMPO PEGMATITICO DE ITINGA Nesta região, os e coradas); berilo prismático e tabular (raramente); ambligo­ pegmatitos encaixam-se também no s metamorfitos e nos nita ; cassiterita; e columbo-tantalita. granitos dominantemente biotíticos. Ao lado destes ocor­ Os pegmatitos encaixados na unidade metapelítica (Psx) rem ainda granitos pegmat6ide s. são divididos (Pedrosa Soares 1984) nos seguintes tipos: Os granitos, intrusivos nos xistos encaixantes, mostram L Pegmatitos simples, homogêneos ou com zoneamento xenólitos destes últimos com evidentes sinaisde metassoma-· difu so. tismo causado pelos granitos e que se traduz porum aumen­ 11. Pegmatitos zonados simples, com mineralogia acessória to con siderável dos teores em Li, Be, Cs, Rb (Sá & ElIert pouco diversificada. 1981) nos xen6litos. As mesmas relações geom étricas foram 111. Pegmatitos complexos com volumosos corpos de subs­ mostradas por Costa et ai. (i984) . tituição e diversificada min eralogia acess6ria. Os pegmatitos da região foram classificados, em função Os pegmatitos simples (I) apresentam-se com maior das associações minerais, em simples e complexos. Em seus abundância próximo dos contatos com os granitóides, exo contatos notam-se auréolas enriquecidas em Li, Rb, Zn , alguns deles encaixam nas duas litologias, raramente têm Cs e Sn relativamente ao teor médio destes elementos nos mais de 1 fi de espessura e por vezes discordam daxistosi­ xistos. As que circundam os pegmatitos complexos apre sen­ dade. Sua mineralogia acess6ria é constituída por moscovi­ tam teores mais altos nestes elementos e são muito mais ta, biotita e granada vermelha. largas do que as que envolvem os pegmatitos simples (Sá & Os pegmatitos zoriados simples (11) chegam a atingir ElIert 1981) . espe ssuras superiores a 15 rn, encaixam concordando com a Os pegmatitos simples formam corpos tabulares pouco xístosidade e possuem pequenos e raros corposde substitui­ espessos, com estrutura zonada, podendo atingir centenas ção. Sua mineralogia acess6ria é formada por schorlita, bio­ de metros em afloramento. Ao lado dos feldspato e tila, granada vermelha e berilo nas zonas primárias e por quartzo, que constituem mais de 90% do corpo, ocorrem buchos de micas claras de granulação fina com, às vezes, ainda moscovita , schorlita e berilo. Esses pegmatitos são os de turmalina corada. mais abundantes na área e encaixam nos metamorfitos e, Os pegmatitos complexos (1II) encaixam segundo a xis­ sobretudo, nas partes periféricas dos grariito s. Neles não tosidade, contêm caracteristicamente minerais de Li e che­ ocorrem minerais de Li. Neste tipo de pegmatitos e mesmo gam a atingir espessuras superiores a 25 m. Neste s corpos em veios de quartzo observa-se and aluzíta, que deve corre s­ são evidentes as unidades tardias de substituição constitu í• ponder à assimilação dos metapelitos encaixantes (Costa et das basicamente por cleavelandita e micas claras de granula­ ai. 1984). ção fina . Uma parte desses pegmatitos apresenta espodumê­ Os pegmatitos complexos são corpos de grandes dimen­ nio. A mineralogia acessória, nas zonas primárias dos cor­ sões com até dezena s de metros de largura e até 500 m de pos, é form ada por moscovita, schorlíta, berilo prismátíco, comprimento (lavra do Meio) . São normalmente lenticu1a­ biotita, almandina, columbita-tantalita e espodumênio, e a res . Apresentam estrutura zonada primária recortada por dos corpos tardios, dispersa na mineralogia básica, é consti­ grandes volumes de substituição. Estão intrudidos exclu siva­ tuída por cassiterita, ambligonita, morganita tabular, herde­ mente nos xistos encaixantes dos granitos, orientados pela rita, topázio, bismutinita, bismutita e diversos tipos de tur­ foliação dos xistos, ainda que, devido a seu grande volume e malinas coradas. Nos corpos de substituição desses pegmati­ posicionamento forçado, apresentem sinais de discordância tos ocorrem lepidolitas com teores em Li2 O que variam com as estruturas da encaixante. Dentro desses pegmatitos entre 4,63% e 6,59% (Pedrosa Soares 1984) . As micas tar­ ocorrem xen6litos turmalinizados do xisto. dias mostram acentuadas variações composicionais que se A mineralogia dos pegmatitos complexo s é qualitativa e traduzem até mesmo por zoneamento observável em amos­ quantitativamente muito mais diferenciada que a dos pegma­ tra de mão. titos simples. A mineralogia básica é form ada , nas zonas A ocorrência na lavra da Vereda, de crisoberilo pod e primárias, por microclina, quartzo e moscovita, e nos cor­ significar assimilação pelo pegmatito de mat erial metapelíti­ pos de substituição por cleavelandita e micas litiníferas (por co da encaixante (Heinrich & Buchi 1969, Correia Neves vezes lepidolitas) de granulação fina. Em algun s pegmatitos, 1984). . muito rico s em Li, a petalita e/ou espodumênio cristalizam Além dos pegmatitos enca ixados em metamorfitos, exis­ já durante o desenvolvimento das zonasprimárias. Minerais tem outros associados a granitos. Esses pegmatitos corres­ exploráveis nesses pegmatitos, tais como ambligonita, tur­ pondem quer a bol sões de contatos difu sos com os granit 6i­ malinas coradas, cassiterita, tantalita-columbita e polucita, des ricos em biotita, quer a corpos tabulares preenchendo são típicos dos corpos de substituição tardios. Acess6rios da fraturas dos mesmos granitóides. zona primária são turmalinas (preta, verde e azul-escuro), Além da mineralogia básica, apresentam, normalmente raramente, e berilo azulado prismático e tantalita-columbi­ como acessórios, schorlita, berilo prismático (muitas vezes ta. Acess6rios dos corpos de substituição são, por vezes, na variedade água-marinha), biotita e granada verm elha. Os litiofiiita-trifilita, o mineral novo whiteila (Moore & Ito corpos tabulares subhorizontais, tais como a da lavra da 1978), morganita, cassiterita e tantalitas. Serra, apresentam assimetria de zoneamento com moscovita É de assinalar que, nestes pegmatitos complexos, a ocor- RevistaBrasileira de Geoeténcias, Volume 16, 1986 111

rência de lepidolita não coincide com o aparecimento de outros, nas unidades metassomáticas tardias. espodumênio. Nos pegmatitos, nos quais ocorre petalita, o Um número relativamente pequeno de pegmatítos (cerca espodumênio é subordinado e pseudomorfo depois da peta­ de 12%), dos que têm interesse econômico, associa-se dire­ lita ou não existe. Há pegmatitos com espodumênio e sem tamente aos granitos, onde preenchem fraturas e formam petalita (Sá 1977, Sá & Ellert 1981). bolsões, estes de contatos difusos com o granito. São nor­ malmente pegmatitos simples, com mineralogia acessória Distrito Pegmatrtico de Governador Valadares Os muito pouco diversificada (Fanton et 01. 1978). pegmatitos aflorando ao longo do Vale do Rio Doce e entre Governador Valadares e São José da Safira são predomínan• CAMPO PEGMAT1'nco DE MARILAC Nesta região, temente tabulares, com razoável incidência dos lenticulares os pegmatitos estão encaixados num complexo gnáissíco• e pequena ocorrência de outras formas. Existem em muitos migmatítico (peCD) (Schobbenhaus et 01. 1978b) conside­ tamanhos, porém os mais bem mineralizados são os que têm rado do proterozóico inferior e não apresentam granitóides espessura acima de 10 m e chegam a atingir possanças supe­ isotrópicos em sua vizinhança imediata (Marciano 1985). riores a 50 rn. São corpos com zoneamento primário e uni­ Dos muitos pegmatitos deste campo, só dois deles '(Fer­ dades tardias no sentido de Cameron et 01. (1949). Seu reirinha e Olho de Gato) foram estudados em pormenor posicionamento nas rochas encaixantes está condicionado (Marciano 1985). Raramente se encontram minerais de Li, por estruturas desenvolvidas antes da geração do material ainda que o espodumênio, micas litiníferas e turmalinas pegmatítico. Cerca de 85% dos pegmatitos estudados por elbaíticas sejam assinaladas (Putzer 1976). . Issa Filho et 01. (1980) são concordantes quer com a folía• Nestes pegmatitos, os minerais acessórios das unidades ção das rochas xistosas, quer com sistemas de fraturas de de cristalização primária são: berilo prismático (às vezes granítóídes, gnaisses e quartzitos. água-marinha), almandina, biotita e columbo-tantalítas mui. Turmalinização e moscovitização são freqüentes nos exo­ to pobres em Ta2Os (Marciano 1985). Em muitos corpos, contatos dos pegmatitos. Denunciando um posicionamento as unidades metassomáticas, constituídas por cleavelandita forçado do material dos pegmatitos, aparece, nos xistos e micas claras de granulação fina, são pouco volumosas, encaixantes de pegmatitos de Galiléia, xistosidade secundá­ ainda que noutros sejam maiores e mais conspícuas. Nestes ria (Fanton et 01. 1978). casos, já se pode ter como acessórios dos corpos de substi­ Os trabalhos do pessoal de Metamig (Metais de Minas tuição turmalinas coradas, cassiterita e columbo-tantalitas Gerais), particularmente o de Issa Filho et 01. (1980), per­ com teores em Ta2O, mais altos que nas das unidades de mitem caracterizar neste distrito os importantes campos cristalização primária. pegmatíticos de I) Galíléía-Conselheíro Pena a leste de Go­ vernador Valadares, que ocupa uma faixa NW-SE desde GEOQUI"MICA DE BERILOS, FELDSPATOS E MICAS Aimorés até e 2) Marilac a oeste de Gover­ DA PROVllIICIA ORIENTAL Considerando a granula­ nador Valadares, que ocupa uma faixa N-S desde Baguari ção pegmatítica, é muito difícil amostrar estas rochas para até São José da Safira. A visão integrada desses campos estudos geoquímicos. Por isso, no pressuposto de que os pode ter-se pela carta (Fig. 2) que condensa informações minerais representam as condições de cristalização em ter­ geológicas disponíveis na área até o presente. mos de composição (X), pressão (P) e temperatura (T), usam-se estes muitas vezes para definir as características CAMPO PEGMATI'rICO DE GALILÉIA-CONSELHEIRO geoquímicas da evolução pegmatítica. PENA Na área, os pegmatitos encaixam quer nos mica­ Para efeitos comparativos, deve ter-se em conta que o xistos (peBCmx) colocados por Schobbenhaus et 01. material pegmatítico, uma vez posicionado no nível crustal (l978a) no topo do proterozóico inferior, que nos granítóí• de cristalização, sofre evolução interna que permite o apare­ des (peAI'2) do proterozóico superior (Schobbenhaus et 01. cimento de gerações distintas de um mesmo mineral. Ao (1978a). Estes últimos pegmatitos estão geneticamente as­ fazer comparações das características geoquímicas dos mio sociados aos granitóides. nerais, esta realidade é muitas vezes esquecida. Daqui decor­ Pegmatitos encaixados nos metamotfitos e nos grani­ re que só tem sentido fazer comparações utilizando mine· tos Neste campo pegmatitico, cerca de 88% dos pegma­ rais que tenham cristalizado em condições semelhantes. Isto titos com interesse econômico encaixam no micaxisto São implica que a coleta de material tem de levar em conta as Tomé (Barbosa et 01. 1964, 1966, Fanton et 01. 1978). São características estruturais dos corpos pegmatíticos e tam­ comuns xenólitos deste dentro dos pegmatitos. bém as de seu enquadramento geológico. Se isto se fizesse Em sua maioria, os pegmatitos estão encaixados seguín• sistematicamente, os estudos mineralógicos e geoquímicos do a xistosidade, predominantemente orientada N-S, ganhariam sua verdadeira dimensão petrológica e passariam embora varie entre N200E e N200W (Moura et 01. 1978a). a ser reaimente complementares dos dados obtidos por São corpos com estrutura zonada. Sua mineralogia básica é outras disciplinas. formada por quartzo e feldspato pertítíco, nas unidades de cristalização primária, e cleavelandita e mica clara de granu­ Geoqufmica de berilos e seu significado petrol6gico e me. lação fina, nas unidades metassomáticas tardias. A mineralo­ t.logenético O teor em álcalis nos berilos reflete não só gia acessória é constituída por I) biotita, moscovita, afrísí• as características geoquímícas do material pegmatítíco pa. ta, berilo prismático, columbita-tantalita, espodumênio e rente (Cerny 1975, Correia Neves et 01. 1984) mas também granada, nas unidades de cristalização primária e 2) trifílita, a ampla variação composicional dos berilos dentro do mes­ brazilianita, ambligonita e outros fosfatos primários, turma­ mo corpo pegmatítico e até mesmo cristal (Hurlbut Jr. & linas coradas, morganita tabular, topázio, sulfetos, Nb-tan­ Wenden 1951, Cerny & Simpson 1977, Correia Neves et al. talitas, fosfatos produtos da atividade hidrotermal (Correia 1984). Por isso, na figura 3, as amostras JJ5-A, JJ5.B, Neves et 01. 1980b, Lindberg 1958), cassiterita, stokesita e 279-A e 279·B ocupam pontos diferentes. Assim, a amostra 112 RevistaBrasileira de Geociências, Volume 16, 1986

279·B (Lavra Faria a oeste de Governador Valadares) corres­ GeoquImica de feldspatos pertlticos e seu significado petro­ ponde a um berilo levemente róseo associado a corpos de lógico e metalogenético Os teores em Rb e Ba nos substituição, enquanto que a 279·A corresponde a berilo feldspatos pertíticos, bem como as relações K/Rb e Rb/Ba, azulado prismático da cristalização inicial. Os berilos da desde há muito são utilizados não só para interpretar a Província Oriental estudados até o presente (Sampaio Filho, evolução interna dos corpos pegmatíticos (Correia Neves et ai. 1973, Correia Neves et ai. 1984, Marciano 1985), nas 1964, Correia Neves et al. 1980a) mas também, quando sistemáticas de Beus (1960) e Cerny (1975), situam-se no considerados regionalmente, para evidenciar as característi• grupo IV, com exceção dos berilos (1l5·A, 115·B, 391·C e cas metalogenéticas e a especialização dos pegmatitos em Maxixe) que caem no grupo V. Este últimos foram coleta­ elementos-raros, tais como Li, Cs, Ta, Hf, Sb, Bi, Sn e Rb dos em pegmatitos muito diferenciados e ricos em minerais (Correia Neves et aI. 1972, Lopes Nunes 1973, Shmakin de lítio em césio (Sá 1977, Sá & Ellert 1981). 1979). Para fundamentar as presentes interpretações relativas à NO/Li Província Oriental, foram usados dados de Sá(1977), Correia , Neves (1980), Correia Neves et aI. (1980a), Wegner (1983), :.n".. ."7 Pedrosa Soares (1984) e Marciano (1985). Esses dados mos­ '''': .'" tram uma clara distinção entre as gerações dos feldspatos no .1'·U interior do mesmo corpo. As amostras co1etadasnas unída• des estruturais mais exteriores estão normalmente enríque• .. "I: cidas em Ba e sempre empobrecidas em Rb, quando compa­ , 1 '-1 I .,1 J...c radas com as das unidades mais interiores. Essas relações têm sido interpretadas (Correia Neves 1964, 1980, Correia I:~~. .. , Neves et ai. 1972, 1980a) como significando que, no pro­ Olm'I III" • \ \ ."11 C ; 'fi I \, c\ , cesso da evolução interna dos pegmatitos, a cristalização \ \ o A : \,I' ~ I fracionada tem muita importãncia, embora não seja o único mecanismo atuante no decurso dessa evolução (Uebel 1977, Jahns 1982). 'i, illlmlUillmlffiITlm 11 IlllI ill'iill JIV \ IIU"['Ui.,ol O padrão regional das razões K/Rb e Rb/Ba é principal­ ••~TODOÇ'I ,"" ...,.... ) mente afetado pelos seguintes fatores: 1) composição do material pegmatítico parente; 2) composição do material granítico parente do qual o pegmatito se diferenciou; 3)

',lO I,' I.~ distãncia do corpo pegmatítico relativamente ao granito pa­ rente (os pegmatitos afastados do granito parente são geral­ Figura 3 Representação no diagrama de Trueman & mente intrusivos nas rochas metamórficas encaixantes dos Cerny (1982) de berilos brasileiros (berilos estudados: e granitos); 4) grau de metamorfismo da rocha encaixante dos Correia Neves et ai. 1984; "Marciano 1985). Pegmatitos (A, pegmatítos; 5) tamanho do corpo pegmatítico que favorece estéreis, portadores de Be, Nb e Ta e pobres em álcalis a diferenciação interna; 6) condições de P e T para os quais raros; R. com De e ricos em álcalis raros; c: com espodumê­ o material pegmatítico se separa do granito parente; e 7) nio;e D, mineralizados em Li, Rb, Cs, Be e Ta) natureza do material que, por anatexia direta, origina pegmatitos que ocorrem nos tertenos de alto grau de meta­ Nos berilos, à medida que o teor em Li aumenta, a razão morfismo sem ligação imediata com granitóides intrusivos. Na/Li cai drasticamente (Cêrny 1975, Trueman & C~rny Para facilitar a interpretação, as razões K/Rb foram re­ 1982). A maior parte dos berilos estudados com elevados presentadas graficamente considerando as seguintes associa­ valores da razão Na/U, projeta-se na fronteira entre os cam­ ções: 1) pegmatitos de Coronel Murta encaixados quer em pos A e B (fig. 3) do diagrama. Estes correspondem a granitóides quer em metamorfitos e pegmatitos de ltinga pegmatitos pouco diferenciados, estéreis e portadores de (Fíg, 4); 2) pegmatitos de Marilac (Fig. 5); e 3) pegmatitos Be, Nb e Ta, mas relativamente pobres em álcalis raros. Os de Galíléía-Conselheíro Pena (Fig. 6). resuitados obtidos mostram que dos pegmatitos estudados, No distrito pegmatítico de Araçuaí nota-se tendência pa­ só os de Itinga apresentam berilos cujo teor em álcalis é ra a razão K/Rb diminuir quando se passa dos pegmatitos compatível com concentrações razoáveis em Li e Cs nos encaixados em granitos para os'intrudidos nos metamorfí• corpos pegmatíticos correspondentes, como a mineralogia tos, sendo os de Itinga (mais diferenciados) os que apresen­ dos corpos aliás revelou (Sá 1977, Sá & Ellert 1981). tam menores valores (Fig. 4). . Os berilos do distrito pegmatítico de Itambé estudados No campo pegmatítico de Marilac, só as pertitas da por Sampaio Filho et ai. (1973) têm valores para a relação Lavra Faria apresentam teores em Rb que variam de cerca Na/U quase todos maiores que 3,43. Estes autores não de 800 a 4.500 ppm (Fig. 5). Em sua maior parte estes são, apresentam determinações quantitativas para o Cs, mas porém, inferiores a 1.800 ppm, Isso mostra a pouca evoluo admitem que os berilos estudados têm teores em Cs inferio­ ção sofrida pelo material pegmatítico que, nesta região, se res a 500 ppm. Isso permite colocar também os pegmatitos considera de origem anatética. Casos como os da Lavra Fa­ portadores destes berilos nos grupos A e B de Trueman & ria poderão ser explicados pela influência particular dos fa­ Cerny (1982), antes dos do grupo C dos pegmatitos porta­ tores 1,5 e 7 já referidos. dores de espodumênio (Fig. 3). Assim, a região é potencial­ No campo pegmatítico de Galíléía-, mente pouco interessante para minérios de Li e Cs. Esta onde os pegmatitos se consideram relacionados aos granitôí• conclusão parece ser corroborada pelo relatório técnico so­ des (Barbosa et ai. 1966), a faixa de variação do Rb vai de bre os pegmatitos de Itambé (Andrade et ai. 1977). 270 a 4.400 ppm (Fig. 6). Estes valores a colocam mais Revista Brasileira de Geociências, Volume 16, 1986 113

outro, o dos feldspatos dos pegmatitos de Coronel Murta encaixados em granitóides parentes, com teores altos em Ba e baixos « 1.000 ppm) em Rb; e 3) ainda outro, em que se destacam os feldspatos dos pegmatítos de !tinga com teores muito altos em Rb e baixos em Ba.

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,.10' ,..o' .,>0' 10' Rb ppm to ...• Rbwm ...... "TOI· •• U...... 01 "'" .lo ...... ""'.. 1""""'" Figura 4 - Distribuição dos K e Rb em pertitas e micas ...... " ~"""'...... "' "' .. pegmatiticas de Araçuaí , ,.. ""'TOI ~-'"''''TO'''''''''''''''''

.' ...... """'.. -.. ,,0$. .' ~ ...... r""'" ,_ _ . . . H"Ó'''' ",,0'.'1. "U'" K% .. "

.. _ PERTlTASl x· ~AVRA FARIA) ll:!J - MOSCOVITAS , " , , , . ,~ Rb ppm .' 80 ppm . . lO'. .. Figurá 5 - Distribuição dos K e Rb em pertitas e micas - pegmatíticas de Marilac Figura 7 - Distribuição dos Rb e Ba em pertitaspegmatiti­ casde Araçuaí, Marilac e Galiléia-Conselheiro Pena

Comparando os padrões de distribuição dos K/Rb e Rb/Ba, nos feldspatos da Província Oriental, com o da vai riação de Na/Lí-Cs nos berílos, novamente aparece destaca­ do o campo pegmatítico de !tinga notabilizado por sua pro­ dução em minérios de Li, Sn, Cs e Ta. Os pegmatitos da Província Oriental, cujos feldspatos, em termos de teores em Rb e Ba, mais se aproximarem dos

•• PERTITAS l X-PEGMAnTO GRAFICO .lCIO) de Itínga, serão os potencialmente mais ricos para os miné­ 1ZJil- MO$lXlVITAS rios atrás referidos.

Geoqulmica da micas claras a sau significado patrol6gico a Figura 6 - Distribuíção dos K e Rb em pertitas e micas matalogen6tico As micas, por sua estrutura cristalina e pegmattticas de Galiléia·Conselheiro Pena largo espectro de cristalização, do começo ao fim da evoluo ção dos pegmatítos, são fases minerais adequadas para analí• sar não só a evolução interna dos corpos mas também seu para a esquerda do que a dos pegmatitos de Coronel Murta, potencial metalogenético (Lopes Nunes 1973). encaixados em granitos, o que deve traduzir o fato de que Os elementos Rb e Cs em substituição do K e o Li na na região de Galiléia afloram rochas tonalíticas não encon­ camada octaédríca das micas são particularmente concentra­ tradas em Coronel Murta. Em seu limite superior, a faixa dos na estrutura desses minerais. não atinge também sequer os limites de variação observa­ Neste trabalho considera-se apenas as razões K/Rb nas dos nos pegmatitos de Coronel Murta encaixados em meta­ micas da Província Oriental (Fígs, 4, 5 e 6). A amostragem morfitos e muito menos os dos pegmatitos de Itínga. estudada não é ainda representativa e por isso são feitas as Para interpretar a distribuição do Ba utilizamos os dados seguintes ressalvas: analíticos de Correia Neves (1980) e de Wegner (1983). • No distrito de Araçuaí não foram estudadas lepidolitas Como seria de esperar existe uma correlação negativa na de !tinga. distribuição do Ba em função do Rb (Fig. 7), apesar de se • Dentro de um mesmo corpo pegmatítico o fracíonamen• observar uma forte dispersão dos dados. Da análise desta to em Rb pode ser muito grande, como acontece na região figura pode-se individualizar os seguintes domínios: I) um de Coronel Murta (Fig. 4). que contém praticamente todos os feldspatos de Marilac e • No distrito de Governador Valadares dominam as mosco­ muitos de Galíléia-Conselheiro Pena, caracterizado por teo­ vitas, o que é um sinal de pouco enriquecimento em Li e Cs res relativamente baixos em Ba e em Rb ( < 1.500 ppm); 2) neste distrito. 114 R evista Brasileira de Geociências, Volume 16, 1986

RELAÇÕES ENTRE PEGMATITOS E GRANITOS DA ..•....••" P.ROVfNCIA ORIEN TAL Analisando a Informação 101;-""... ® • 1. _ .. geológica existente no momento, consegue-se mostrar um estreit o relacionamento genético entre granitos e pegma­ tit os no distrito pegmalítico de Araçuaí e no campo pegma­ lítico de Galiléia-Conselheiro Pena. Não se pode afirmar o mesmo no caso do campo pegmatítico de Marilac, onde os '. pegrnati tos, encaixados em metam orfit os, encontram-se .. muit o afastados de granitos isot rópicos, dos quais poderiam ser diferenciados tardios. As relações de parentesco entre granit os e pegmatit os estão bem docum ent adas quer no distri to pegmat ítico de Araçuaí (Sá 1977, Sá & EUe rt 198 1, Correia Neves et ai. 1982a, 1982b, Pedrosa Soares 1984, Costa et ai. 1984), quer no campo pegmatítico de Galiléia-Conselheiro Pena (Barbosa et ai. 1964, 1966, Moura et ai. 1978a, 1978b, Figura 8 - Distribuição (A dos Mg e Li; B dos K e R b) em Fanton et ai. 1978, Correia Neves et ai. 1980 b). granitos de Araçuaí Em ambas as áreas encontram-se pegmatitos posiciona­ dos quer nos granit6 ides, ond e formam bolsões ou preen­ chem fraturas, quer nos met amorfitos encaixantes, onde tas cuja idade K-Ar é de cerca de 480 Ma (Sá 1977, Sá & formam corpos tabulares ou lenticulares. ElIert 1981). A existência de 1) deform ação est rutural caracteriz ada Distrito de Araçuaf Nesta região afloram biotita-mosco­ pelo aparecimento de anti- e sinfonn es aber tos sobrepon­ vila granitos (1B), rnoscovita-biotita granito s (1M) e grani­ do-se ao dobramento isoclinal desenvolvido durant e o me­ tos pegmat6ides. Como já vimos, esses granit 6ides são tamorfismo regional ; 2) freqüente verticalização da xístosi­ predominant emen te granitos e ocorrem também granodiori­ dade nas vizinhanças de mui tos corpos granit6id es; 3) faixas tos. de migmatitos de injeção ; 4) corpos granít icos com margem No conta to com os metamorfitos encaixantes encon­ de esfriamento rápido de fina granu lação; 5) xen6litos e tram-se granitos pegmat6ides, granit6ides turmalínícos e roof-pendants de micaxisto s, comuns no interior dos grani­ granil6ides muito ricos em moscovita e sem biotita (Sá t6ides; 6) características de melamorfi smo de conta to, que 1977, Sá & Eliert 1981, Pedro sa Soare s 1984). originou diversos tipos de "hornfelsitos" ; e 7) uma seqüên• Na região de Coronel Murta , os granit6 ides, met a- (1 B) a cia de idades Rb-Sr desde a do metamorfi smo regional (673 peralum inosos, são alcalinos e nonna1mente mais ricos em Ma.), passand o pela dos granitos (538 Ma ), até a do material K que em Na, e os granitos moscovíti cos têm teo res mais pegmatítico (480 Ma , K-Ar) evidenciam qu e os granil6 ides elevado s em SiO, que os biotíticos. Em term os de minerais de Araçuí são intru sivos, tardi- a p ôs-tectônicos, nos meta­ normativos, os granito s (1 B) não apresentam coríndo n, con­ morfitos encaixantes (Sá 1977, Sá & ElIerl 198 1, Correia têm díopsídio e alta s porcen tagens de hematita e i1menita. Neves et ai. 1982a, 1982b, Pedrosa Soares et ai. 1984). Os granit6 ides (1M) contêm coríndon, raramente díop sídio e baix as porcentagens de hematita e i1 menita. Os granit6id es Campo Pegmatftico de Galiléia-Conselhei ro Pena O co­ dos contatos semp re apresentam coríndon normativo. Os nhecimento petrogr áfico e geoqu imico dos granit6ides e biotitas granit6ides são, do ponto de vista petroquímico, pegmatítos é menos detalhado que o do distrito pegmatít i­ muito mais homogêneos qu e os moscovita granit6ides, que co de Araçuaí, exce tua ndo os est udos de minerais raros, mostram claros sinais de metassomatismo pot ássíco (Ped ro­ alguns novos para a ciência (Pough 1945, Lindberg 1949, sa Soares 1984), deutér ico ou não. Esses processos metas­ Pécora & Fahey 1949, Lindberg & Murata 1953, Lindberg somãtícos-magmãtícos são também evidencia dos pela acen­ et ai. 1953, Lindberg & Pécora 1955). tuad a diminuição dos conteúdos globais dos elementos de Ent re os granit 6ide s desta região foram descritos to nali­ terras-raras, segundo a seqüência biotita granito ~ moscoví­ tos , grano dioritos e granitos (Barbosa et ai. 1964). Destes, ta granito r- albita-tunnalina granito r- granito pegmat6ide os ton alitos e os granodio ritos for am considerados como (Dutra et ai. 1985). fácies diferentes dentro do mesmo material granítico Os granitos de ltinga são também biotíticos e tornam -se (Moura et ai. 1978a). Utilizando composições modais de mais moscovíticos na proximidade do contato com os meta­ Barbosa et ai. ( 1964), con struiu-se o diagrama Q-A-Pda figura morfit os encaix antes (Sá 1977, Sá & ElIert 198 1). Esta, 9, em que se nota distribuição dessas rochas pelos campos aliás, parece ser uma feição regional. tonalito, granodiorito e, com predom ínio, granito. Os tona­ O diagrama da figura 8A mostra qu e os bio titas granitos litos são praticamente desprovidos de moscovita e muito de ltinga tê m teo res em Mg entre os dos granitos (1B) e ricos em biotila com teores entre 13% e 20%. Mesmo no (rM) de Coro nel Murta. Os teores em Li caem na mesma granito Urucum, comumente, a biotita domina sobre a mo s­ faixa para os três granitos. covit a. São referidos, ainda que mais raramente, granit os em O diagrama da figura 8B mostra que os biotita grani tos que a moscovita dom ina relativamente à biotita (Barbosa et d e 1tinga apresentam razões K/Rb que evidenciam ai. 1964) . uma maior diferenciação quando comparados com os bio­ A idade da gênese dos granitos da região pode perce­ tita-moscovit a granit os (1B) de Coronel Murta. ber-se dos estudos de Gerken Sobrinho & Cordani (1 964) Os granitos de ltinga apresentam idades Rb-Sr de 538 sob re dat ações K-Ar em biotitas de qu atro tonalito s e dois Ma e os pegmatit os Iitinífero s da mesma área têm mo scovi- granodioritos. O valor médio da idade é nos tonalitos de Revista Brasileira de Geociências, Volume 16, 1986 115

• co e de baixa pressão. Os primeiros estão confinados em micaxistos com cianita e almandina, fora do campo de esta­ bilidade da estaurolita e abaixo das is6gradas da silimanita. Os pegmatitos mais fracionados, com berilo, situam-se em regra nas rochas com estaurolita enquanto os tipos cerâmi· cos estêreis tendem' a se lõcalizar no campo da silimanita (A . e C, Fig. 10). Os segundos, com elementos raros, restrin­ gem-se às rochas contendo andaluzita + cordierita + mo sco­ vita e s6 os membros estéreis se encontram já no campo de estabilidade da silimanita ( I a 4, Fig, 10). Algumas dessas áreas pegmatíticas localizam-se em terrenos de pressões mais altas marcadas pela presença de estaurolita e espodu­ mêrnio (I e m, Fig. 10). Os pegmatitos de Coronel Murta e ltinga posicionaram-se a pro fundidades co rrespondentes às do metamorfismo tér­ mico causado pelos granitos em ambas as áreas. Na região de Itinga é possível pensar-se, de acord o com os dados geo­ cronológicos existentes, que o metamorfismo térmico ocor­ reu cerca de 100 Ma, após o clímax do metamorfismo regional que atingiu a fácies anfibolito. Isto implica que, quando os metamorfitos sofreram a ação térmica dos graní­ tos intrusivos, não se puderam desenvolveras típicas auréo­ Figura 9 - R epresentação Q-A-P de granitóides de Galiléia las de contato descritas na literatura (Winkler 1979, Tumer 1981). Tal situação é particularmente evidenciada pela pre­ 450 ± 13,5 Ma e nosgranodíorítos, de 5 12 ± 15,3 Ma. servação de estruturas originadas dur ante o metamorfismo Estes valore s, que significam o esfriamento, são inferiores à regional mesmo quand o, como se observa em ]tinga, os me­ idade da cristalização das rochas. Em zirconitas do tonalito tapelitos ficam repletos de porfíroblastos de andaluzita e/ou Galiléia foi determinada uma idade a-Pb de 550 a 600 Ma cordierita (Costa et ai. 1984, Pedrosa Soares 1984). (Barbosa et ai. 1966). Pela existência de I) numero sas inclusões máficas, parti­ cularmente nos tonalitos, considerada s como aut6litos Kb,PI-PH.O (Barbosa et 01. 1964) e descritas como tendo a mesma mine­ ralogia dos xistos São Tomé (Mour a et ai. 1978a); 2) verda­ , deiros xen6litos de xisto São Tomé e mesmo de granodiorí­ to dentro do granito Urucum; 3) orientação das lamelas de I \ biotita nos tonalitos e granodioritos; 4) complexas relações •,_. ••.•.t· \, ;ii% I or;3 de cont ato entre diversos tipos de granit6ides; e 5) determi­ foi! ~ ',~ nações de idade em zirconitas e em biotitas do s tonalitos ,, """;,.';' 6\ Galilêia e granodiorilo Palmital e em moscovita de pegmatí­ qu~ I to, conclui-se na região afloram granitos sincinemáticos I e tarditectônicos (granito Urucum) de idade brasiliana, / / ~-- intru sivos nos xistosSãoTomé. ,/ ~~: ~. '!o\ 0" Os pegmatitos importantes da área de Galilêia relacio­ IAI nam-se com os granito Urucum e granod iorito Palmital ...... •...,.. (Barbosa et ai. 1966). Ao mesmo ciclo gran itogênico, caracterizado em Araçuaí e Galiléia, pertencem os granitos tarditectônícos intrusivos do Morr o (Governador Valadares), de Ecoporanga e de Umbur atib a, estes últimos situados a NE e SW de Teófilo Otôni, respectivament e. Os do Ibituruna deram um a Figura la - Localização do metamor[ismo regional dos gru- is6crona Rb-Sr de 560 Ma com (RI de 0,7108) e os doi s pos Macaúbas e Salinas () e t érmico das áreas de últimos definem outra de 460 Ma (RI de 0,71 8) (Besang et Coronel Murta (.... ) e ltinga ( ), e dos pegmatitos ai. 1977), típica de material crustal remobilizado. (setas) em faixas de evolução metam ór[ica (pontilhado). num diagrama P, T, modificado de Winkler (1 979), Turn er PEGMATlTOS DA PRovfNCIA ORIENTAL E META­ (1 981 ) e Cerny (J982b). (A) A bukuma; (B) Barrowiano; MORFISMO DE SUAS ENCAIXANTES Fundamenta­ polimorfos A I,SiO, {Holdaway 1971); ( 1) Hoschek (1969). dos na análise dos terrenos metamórficos encaixantes de Pegrnatitos de nivel intermediário (1. estéril; 2, com berilo; diversos tipos de campos pegmat ítícos, os geólogos soviéti­ 111 e 3. com espoduménio; 4. com petalita, Ta e Cs].Pegma­ cos (Ginsburg et ai. 1979) reconheceram que a gênese dos titos de nivel pro[undo (A, cerâmico; B, com moscovita; C. pegmatitos ricos em mica se restringia aos ambientes bar­ com berilo ). Asfaixa s pontilhadas de Ginsburg et ai. (1979) rowianos de moderados valores de P e gradiente t érmico e [oram deslocadas para as adequar à petrologia experimental que a formação dos pegmatitos ricos em elementos raros se e aos valores de pressão usados na delimitação das classes daria em ambientes tipo Abukuma de forte gradiente têrmi- pegmatiticas 116 RevistaBrasileira de Geociências, Volume 16,1986

. As paragêneses observadas em metapelitos de Itinga ção ao espodumênio (London & Burt 1982, Skvortsov (Costa et ai. 1984), em contato com os granitos, permitiram et ai. 1984). As características geoquímicas dos granitos de individualizar três áreascaracterizadaspelos seguintesmine­ Coronel Murta e Itinga (Figs. 8A e 8B) parecem também rais: 1) andaluzita-estaurolita, 2) andaluzita-cordierita e 3) estar de acordo com esta conclusão. silimanita-cordierita, a partir dos quais se localizou, na figu­ No campo pegmatítico de Marilac não sedispõem de estu­ ra 10, a evolução do metamorfismo têrmico. Os valores de P dos detalhados sobre o metamorfismo, porém àS rochas e T correspondentes são inferiores aos admitidos por aflorantes são predominantemente gnaisses, anfibolitos, Miyashiro (1973) para os campos de estabilidade dos mine­ migmatitos e mesmo charnoquitos .(Schobbenhaus et ai. rais referidos. No campo proposto considerou-se a instabili­ 1978a), o que permite, pelo menos tentativamente, colo­ dade da estaurolita face a andaluzita (Hoschek 1969) e car seus pegmatitos entre os de anatexia direta portadores atendeu-se que a presença desta implicavalores de P inferio­ de moscovita. .. res a 3,5 kb (Turner 1981). Na região de Galiléia-Conselheiro Pena, os pegmatitos Nas paragêneses observadas nas faixas de metamorfismo encaixam em granltóides e, sobretudo, em biotita xistos têrmico de Coronel Murta, não se caracterizaram andaluzita granatíferos, localmente enriquecidos em estaurolita e/ou e cordierita e, portanto, lá os granitos se posicionaram a silimanita, pertencentes ao Grupo Rio Doce. Os tipos mais maior profundidade que os de Itinga, como mostra a fi­ feldspátícos dos micaxistos São Tomé, passando a gnaisses, gura 10. De acordo com alguns autores (Holdaway 1971, contêm sílímanítatbarbosa et ai 1966, Mouraet ai 1978a). Richardson 1968, Turner 1981), pode-se ainda pensar que Considerando as relações entre granitóides e metamorfí• os metamorfitos de Coronel Murta estavam sujeitos a preso tos já analisadas anteriormente e as paragêneses acabadas de sões superiores a 3,5 kb quando foram intrudidos pelos refletir, o metamorfismo regional que afetou os xistos São granitos e, como não se caracterizou o aparecimento de Tomé deve ser Barrowiano do tipo do de Coronel Murta. silimanita.resultante da reação entre moscovita e quartzo, O afloramento em Galiléiade grandes extensões de tona­ que as temperaturas máximas durante o posicionamento litos sintectônicos, não caracterizados em Coronel Murta, e não devem ter ultrapassado os 650OC-700OC,consideradas o predomínio da silimanita no termo gnáíssico do Grupo pressõesde 3,5 a 6 kb (Pedrosa Soareset ai. 1984). Rio Doce levam-nos a pensar que nesta região se tenham As evidências atualmente disponíveis não permitem ca­ atingido níveis de anatexia. Isso faria com que, nela, os racterizar fenômenos de anatexia em Coronel Murta ou pegmatitos se tivessem gerado a maiores profundidades que Itinga (Pedrosa Soaresetal 1984, Costaet al 1984). os de Coronel Murta. A localização, na figura 10, das condições de metamor­ Finalmente, as relações entre granitóides e micaxistos fismo regional dos grupos Macaúbas e Salinas foi discutida observadas na área de Galiléia-Conselheiro Pena, o tipo de por Pedrosa Soareset ai. (1984). metamorfitos, as determinações de idade já existentes, Considerando o que foi referido acima, os granitos dos ainda que escassas, e o carácter sintectônico dos tonalitos e campos pegmatíticos de Araçuaí devem ter-se posicionado granidioritos permitem pensar que existe um paralelismo entre 13 e 20 km (Coronel Murta) e 7 e 10 km (Itinga), o estratigráfico entre os grupos Salinas e Rio Doce, o que que implica a existência de uma falha de orientação aliásé já admitido por Schobbenhaus et ai. 1978a. .SW-NE, de acordo com o padrão regional, que permitiu as relações topográficas atualmente existentes entre os dois tipos de granito. Agradecimentos A realização do presente trabalho foi Um outro argumento favorável ao posicionamento em possível graças a vários auxílios de pesquisa e bolsas conce­ nível crustal mais alto dos, ao menos em parte, corpos gra­ didas pelo Conselho Nacional de DesenvolvimentoCíentffí• níticos de Itinga relativamente aos de Coronel Murta reside co e Tecnológico (CNPq) e ainda a auxílios da Coordenação no fato de que em Itinga, num grande número de pegmati­ de Pesquisa da Universidade Federal de tos, ocorre petalita, o que não acontece em Coronel Murta, (CPq.UFMG), aos quais se agradecem. A datilografia é de onde os pegmatitos apresentam espodumênio. Como se sa- Katia MariaMoura Michue Bendezú e os desenhos são de . be, a petalíta é mineral estável a menores pressões em rela- Frederico Rosa e Silva. Aos dois, os nossos agradecimentos.

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