UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAÍBA – UNIVAP FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS E COMUNICAÇÃO – FCSAC

HELEN DE ALENCAR MARTINS

A LUTA DE UM GUERREIRO

São José dos Campos, SP 2013

Helen de Alencar Martins

A LUTA DE UM GUERREIRO

Relatório apresentado como parte das exigências da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso, do curso de Comunicação Social, com habilitação em Jornalismo, da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Comunicação, da Universidade do Vale do Paraíba.

Orientador: Celso Antônio Meneguetti

São José dos Campos, SP 2013

HELEN DE ALENCAR MARTINS

A LUTA DE UM GUERREIRO

Relatório Final apresentado como parte das exigências da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso à Banca Avaliadora da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Comunicação da Universidade do Vale do Paraíba.

Orientador (a): Celso Antônio Meneguetti

Nota: ______

Banca Examinadora:

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Prof. Dr. Manoel Otelino da Cunha Peixoto Diretor da Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas e Comunicação

São José dos Campos, _____ de ______de 2013.

Lista de Tabelas

Tabela 1 - Lutadores por município do Vale do Paraíba...... 27 Tabela 2 - Atletas de Taubaté...... 28 Tabela 3 - Atletas de São José dos Campos...... 30 Tabela 4 - Características do documentário...... 39

SUMÁRIO

Introdução...... 7 1. O que é o MMA?...... 10 2. A origem do MMA no mundo e no Brasil...... 10 3. Os tipos de luta que compõem o MMA...... 11 4. O crescimento do esporte no Brasil - O BOOM...... 15 5. Os personagens...... 20 6. Metodologia...... 21 6.1 Pesquisa bibliográfica...... 21 6.2 Pesquisa documental...... 22 6.3 Pesquisa exploratória...... 22 6.4 Entrevista...... 23 6.5 Entrevista informal...... 24 6.6 Entrevista focalizada...... 24 6.7 Entrevista por pautas...... 24 6.8 Entrevista estruturada...... 25 6.9 Metodologia aplicada no trabalho...... 25 7. Modalidade - Vídeo-documentário: A luta de um Guerreiro...... 33 8. Vídeografismo...... 40 8.1 Pré-produção...... 40 8.2 Produção...... 40 8.3 Pós-produção...... 41 9. Conclusão...... 42 10. Roteiro...... 44 11. Cronograma...... 50 12. Referências Bibliográficas...... 52 13. Anexos...... 55 Anexo A:Questionário...... 55 Anexo B:Pré-projeto...... 57 Anexo C:Lutadores Taubaté e São José do Campos (Sherdog)...... 60 Anexo D: Mapa número de atletas por cidade...... 80 Anexo E:Pesquisa Delloite...... 82 Anexo F: Autorização de imagens e voz dos entrevistados...... 84

AGRADECIMENTOS

Produzir e concluir esse trabalho foi um grande desafio e uma excelente conquista, mas só foi possível graças a todo esforço de meus pais, Jose Raimundo e Maria Isabel. Não há palavras que possam descrever minha gratidão diante das inúmeras vezes que vocês abdicaram de si mesmo pelo meu bem estar e de minhas irmãs. Orgulho eterno, agradeço a Deus por tudo e por essa família linda que tenho. A produção deste projeto também contou com grande apoio de meu namorado Sergio Luiz Miranda, inclusive financeiro. Ele, amante do MMA, colaborou fortemente em minha decisão de produzir um vídeo-documentário sobre esse universo das Artes Marciais Mistas, me ajudou no direcionamento com suas constantes criticas e me aturou nesta fase de stress e pressão. Obrigada! Tanto na pesquisa como na produção do projeto e vídeo documentário muitas pessoas colaboraram, cada uma a sua forma, deixaram sua marca e conquistaram minha eterna admiração, gratidão e amizade: Carlão Barreto, comentarista canal combate, Diego David, professor de artes marciais e dono de academia, professora Elizabete Kobayashi, professor Fredy Cunha, professor Celso Menegueti, Kalindra Faria, lutadora de MMA, Marcio Keske, organizador do RealFight, Marcelo Colat, lutador de MMA, Cristian Nogueira e Caca, treinadores de artes marciais, Fabio Santos, empresário e patrocinador, Rafaela Camargo e Thiago Bueno, editores, Luiz Eugênio, Renan Rosa e Jéssica Aureliano.

RESUMO

Este trabalho científico tem como objetivo mostrar as maiores dificuldades enfrentadas por dois atletas de MMA (Mixed Martial Arts), Artes Marciais Mistas, que almejam entrar, de fato, no circuito do MMA em âmbito nacional. Para isso, a documentarista deste projeto acompanhou e registrou a rotina da lutadora Kalindra Faria, de Taubaté e apresenta os relatos feitos por ela e pelo lutador Marcelo Toledo Colat, de São José dos Campos durante entrevista. Ambos irão compõe o vídeo-documentário. Embora eles já participem de campeonatos de MMA, acredita-se que a falta de patrocínio ao esporte na região do Vale do Paraíba e, consequentemente, a dupla jornada de trabalho prejudiquem o desempenho e ascensão desses lutadores ao UFC (Ultimate Fighting Championship), maior evento mundial deste esporte, hipóteses que esse documentário responderá.

Palavras-chave: MMA. Lutadores. São José dos Campos. Taubaté. UFC. Jornalismo Esportivo. Documentário.

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INTRODUÇÃO

Decidir se tornar um atleta é saber que irá enfrentar, além dos desafios inerentes às competições, muitas barreiras. Decidir se tornar um lutador de MMA (Mixed Martial Arts ou Artes Marciais Mistas) é bater e apanhar nos ringues e enfrentar uma batalha fora deles. E é justamente esta batalha que este trabalho científico de conclusão de curso pretende registrar por meio de um vídeo- documentário. O objetivo central é mostrar a rotina e as principais dificuldades enfrentadas por lutadores de MMA de Taubaté e São José dos Campos, cidades que não têm tradição no esporte, como o (berço do MMA, que foi disseminado na cidade inicialmente pela família brasileira Gracie). Os atletas escolhidos para compor o documentário foram Kalindra Faria, de Taubaté, e Marcelo Toledo Colat, de São José dos Campos, que embora já tenham experiência no esporte ainda não alcançaram o ápice do MMA, que é o UFC, Ultimate Fighting Championship, maior evento mundial. O despertar para a produção de um documentário sobre atletas do Vale do Paraíba surgiu a partir de observações de situações do dia a dia. Por isso, sem critérios científicos ou formais, mas apenas para explanar sobre o tema e o surgimento do desejo de produzir o vídeo-documentário, podemos destacar alguns aspectos. Enquanto telespectadora do canal por assinatura “Combate”, especializado em lutas, a autora deste trabalho ouviu, por vezes, profissionais da emissora falando o famoso bordão: “MMA, o esporte que mais cresce no mundo”. Também se observou que amigos jornalistas, no intervalo do expediente, começaram a perguntar sobre o resultado de lutas recentes e discutir o assunto (como sempre aconteceu entre os brasileiros sobre o futebol), inclusive o público feminino. Outro ponto observado paralelamente às pesquisas foram os bares de São Jose dos Campos e Taubaté que passaram a retransmitir lutas de MMA em dias de casa cheia (em locais que antes exibiam aos clientes apenas futebol ou esportes mais tradicionais, como o vôlei). No próprio apartamento, onde a autora deste trabalho reside, grupos de amigos formados por engenheiros, jornalistas, entre outros, passaram a se reunir unicamente para assistir as lutas de MMA em

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que brasileiros competem (também como acontece com o futebol, considerado paixão nacional). A decisão de fazer um trabalho sobre lutadores de MMA se deu primeiramente pelo fato de este esporte ser um fenômeno de crescimento no Brasil e no mundo. As lutas têm apresentado números recordes de assinantes e vendas de PPV (pay-per-view), no Canal Combate (canal especializado em lutas), em especial nos dias que são exibidos eventos do UFC, evento mais importante da modalidade no mundo. A mídia e o mercado publicitário também perceberam o interesse da população e de novos atletas pelo esporte, por isso, tem usado vários lutadores de destaque em suas propagandas. O aumento do número de atletas praticantes de artes marciais no MMA também pôde ser notado nas duas principais cidades da região do Vale do Paraíba, Taubaté e São José dos Campos. A constatação ocorreu por meio da verificação do crescimento de lutadores cadastrados no site Sherdog1, portal que mantém uma espécie de ranking de atletas e outras diversas informações sobre o MMA mundial. Na pesquisa Taubaté apresentou aumento de 11% e São José dos Campos 75% no período entre seis de abril 2013 e 30 de maio do mesmo ano. Outra questão detectada na região é o aumento do interesse da população pelo esporte, que segundo Marcio Keske (colocar trecho da entrevista) tem reflexos no crescimento da bilheteria do evento de MMA que ele organiza o Real Fight, realizado em São José dos Campos desde 2005. A partir da observação deste cenário de expansão do esporte também na região do Vale do Paraíba é importante que trabalhos como este procurem conhecer, se aprofundar e gerar mais informação sobre os atletas que compõe está realidade a fim de gerar conteúdo que contribua para estudos futuros, além de ser um registro histórico. Neste sentido este trabalho de conclusão de curso poderá mostrar como é a realidade atual destes atletas, que estão em busca de competir no UFC.

1 Sherdog e o maior site de MMA existente, responsável entre outras coisas, em computar resultados, tempo, local e outras informações das lutas e lutadores de MMA, além de manter e ter produzido um ranking de atletas de Artes Marciais Mistas, usado como referência por lutadores, imprensa, eventos entre outros... Informação disponível em: . Acesso em 08 maio 2013.

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Com todas essas verificações surgiu então o intrigante desejo de saber como era a realidade de quem realmente vive este esporte, os lutadores. Por isso, para o desenvolvimento deste projeto científico foram realizados diversos estilos de pesquisas como: bibliográfica, exploratória, entrevistas, entre outros. As principais fontes usadas como critério para seleção das cidades e lutadores foram; o site Sherdog e entrevista com donos de academia. O critério usado na seleção dos lutadores foi o número de lutas de MMA realizadas e no caso de empate a indicação de donos de academias. A escolha de lutadores de MMA das cidades de Taubaté e São José ocorreu, primeiramente, pela proximidade da pesquisadora com a região do Vale do Paraíba e por estes municípios conterem o maior número de lutadores de MMA na região citada no período da pesquisa. Taubaté está em primeiro lugar com dez lutadores cadastrados no Sherdog e São José dos Campos em segundo com sete lutadores. A modalidade “documentário” foi escolhida porque possibilita um maior aprofundamento sobre o tema e dispõe de mais tempo de duração. O documentário tem características audíveis e visíveis que conseguem levar a cena vivida pelos personagens da vida real até o telespectador.

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1. O QUE É O MMA?

MMA (Mixed Martial Arts) em português, artes marciais mistas, é um esporte formado por vários estilos de artes marciais, que juntos formam um único esporte. O MMA é um esporte de combate desarmado complexo que uni técnicas de boxe, wrestling, jiu-jitsu, muay thai, karatê e várias outras lutas. Consequentemente são utilizados, o agarramento, chutes, ataques efetivos e golpes de finalização (Regras e Regulamentos). Devido a essa característica, os atletas são submetidos a treinos intensos e extremos, para as lutas que são travadas em ringues ou cages. (MATOS, 2012)

2. A ORIGEM DO MMA NO MUNDO E NO BRASIL

Ao explicar a origem do MMA alguns autores optam por fazer um resgate histórico do tema desde os começos dos tempos, como é o caso de Mickey Dimic (2011), autor do livro Artes Marciais Mistas – Os Segredos do MMA, que afirma que “os primeiros registros de um evento de MMA são datados de 648 a.C, no pancrácio2, nos jogos Olímpicos”. O pancrácio também é considerado o “tataravô do MMA” (MATOS, 2012, p.16).

Lutas que promovem o combate entre estilos diferentes têm acontecido desde tempos muito remotos, com cada geração pensando que foi a primeira a ter essa ideia: Wrestlers versus boxers; boxers ingleses (tradicional) versus franceses (Kicking); espadistas italianos adeptos da esgrima versus esgrimistas alemães; lutadores de sumô versus judocas e assim por diante. Alexandre o Grande, até contrapôs um soldado completamente armado contra um atleta de MMA de alta qualidade (o atleta ganhou). Depois de milhares de anos, agora temos uma boa ideia do que funciona melhor em competições de MMA. (DIMIC, 2011, p.14-15)

2 Pancrácio – “A origem do pancrácio o credencia como o “tataravô do MMA”. Suas regras foram desenvolvidas a partir do wrestling e do pugilato (antecedente do boxe), acrescidas de outras ferramentas que lhe deram um tom mais agressivo e menos elegante que suas artes de origem. (Informações disponíveis em: http://esportes.discoverybrasil.uol.com.br/pancracio-o-mma-da-era- antiga-e-a-sua-historia/>. Acesso em 29 abr. 2013.

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Outros autores adotam uma linha histórica mais recente para explicar a origem do MMA no mundo, como é o caso de Fellipe Awi (2012), autor do livro Filho Teu Não Foge à Luta, que diz que o MMA foi criado no último século (1920) nos Estados Unidos, pela família Gracie (brasileira), derivado do Vale Tudo, que promovia combates entre lutadores de diferentes artes marciais. O objetivo dos Gracie era provar a superioridade do jiu-jítsu brasileiro (arte marcial japonesa reinventada pela família) perante as demais artes marciais. Posteriormente os próprios “Gracie” trataram de trazer o esporte para o Brasil disseminando-o inicialmente na região do norte e sudeste do país (DIMIC, 2011, p.17).

O MMA – mixed martial arts, ou artes marciais mistas, em português – tem milhões de fãs espalhados pelo mundo. Esse esporte, no entanto, possui uma relação singular com o Brasil: foi graças a um grupo de lutadores nascidos aqui que ele surgiu, se aprimorou e se tornou uma febre que movimenta cifras milionárias e conquista um número cada vez maior de admiradores. (AWI, 2012, p.contra capa)

Atualmente o jiu-jítsu está presente em muitos municípios brasileiros, incluindo a região do Vale do Paraíba.

3. OS TIPOS DE LUTA QUE COMPÕEM O MMA

O MMA é composto de diferentes técnicas de lutas ou artes marciais (DIMIC, 2011, p.14). Todas as artes marciais têm lições importantes para oferecer aos lutadores de MMA. Pelo fato de o MMA envolver fases distintas de combate e muitos grupos diferentes de técnicas, as artes marciais que focam em aspectos mais específicos da luta têm muito a oferecer ao lutador de artes marciais mistas em suas áreas de especialização (DIMIC, 2011, P.14).

Jiu-jítsu brasileiro e japonês, Karatê, Taekwondo, Kung fu, Judô, Sambô, Aikidô, Taekyon, hapkido, Wrestling (Luta Olímpica), Boxe, Muay Thai, Kendô, Capoeira, Sumô e Kickboxing, são algumas entre as tantas artes marciais utilizadas no MMA. (AWI, 2012, p.17; DIMIC, 2011, p.14-15).

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Entretanto, neste capitulo, por este não ser o foco principal do trabalho, vamos explanar e nos ater apenas as modalidades destacadas por Dimic, no quadro de Histórias e Origens do MMA. O autor abordou cinco modalidades de artes marciais, Wrestling, Boxe, Muay Thai, Judô e Jiu-Jítsu Brasileiro, como sendo as principais na composição do MMA e que continuam fazendo parte do esporte até os dias atuais.

Por causa da natureza perigosa das lutas de artes marciais mistas, apenas certos lugares, em horas determinadas, permitiam ou promoviam a prática do esporte, por isso nosso tratamento está centrado neles (DIMIC, 2011, p.16).

O wrestling, do inglês antigo significa “luta” e é uma arte marcial. Ela utiliza técnicas de queda, clinch, chaves e outros movimentos de luta agarrada (MATOS, 2012). Segundo o artigo de Alexandre Matos esta é considerada a mais antiga forma de combate entre as demais artes marciais. No período Grego e Romano, a vitória no wrestling antigo era conquistada com o toque das costas do oponente no solo ou por finalização. Entre as diversas modalidades de artes marciais esta é uma das principais, que servem como base ao novo esporte chamado MMA, “Mixed Martial Arts” ou em português “Artes Marciais Mistas” (MATOS, 2012). O wrestling foi praticado por todo o mundo e suas regras apresentam pouca variação de um país para outro. Ele era considerado uma preparação para o campo de batalha. Neste estilo de luta, o principal objetivo é derrubar o oponente no chão e ficar em cima dele, porque assim, na guerra, seria impossível a pessoa que está no chão desferir golpes com arma na pessoa que está em cima ou em pessoas que estivessem perto (DIMIC, 2011, p.20).

No contexto do MMA, se treinados devidamente, os punhos, ombros, joelhos, “canelas” e pés podem se tornar armas mortais, e a mesma lógica se aplica a estilos de wrestling no campo de batalha. As finalizações podem ou não ser permitidas, dependendo do estilo de Wrestling. Como as finalizações em pé, mesmo o estrangulamento guilhotina em pé, são difíceis de aplicar em um adverário habilidoso, elas tendem a ter importância secundária em relação às técnicas de queda. No solo é mais fácil executar as finalizações, mas elas

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tendem a aparecer depoisdas estabilizações no solo naqueles estilos de Wrestling cujas regras permitem luta no chão (DIMIC, 2011, p. 20).

O Wrestling tem ampla participação na história antiga, como no suicídio do imperador Nero, que pediu que seu instrutor pessoal de Wrestling o matasse, utilizando uma técnica de estrangulamento dessa arte marcial, os imperadores chineses que selecionavam seus guarda-costas entre os vencedores de torneios de Wrestling, e até sua participação em contos antigos como no épico nacional inglês Beowulf. Segundo o autor “o épico descreve o Wrestling como um elemento crucial do combate e uma habilidade que todo guerreiro deve possuir (DIMIC, 2011).” Outra arte marcial que representa o início da história das lutas e está ligado à raiz do MMA é o boxe, do latim de pugilatio ou pugilismo, muito apreciado pelos romanos (DIMIC, 2011, p.22-23). Segundo Mickey Dimic (2011) o boxe foi descoberto muito antes dos registros escritos existentes e sobreviveu pelos séculos. O boxe é composto basicamente de técnicas ou golpes com o punho em várias regiões do corpo do adversário, sendo o alvo mais comum a cabeça do oponente. Esta modalidade de combate foi utilizada no treinamento dos gladiadores, escravos que eram obrigados a lutar até a morte e também para o treinamento das legiões do exército romano. Até mesmo os cidadãos livres praticavam esta luta. Nesta época a virilha era o alvo comum, e golpes nesta região constantemente resultavam em uma finalização, ou seja, uma técnica aplicada pelo lutador que deixava o adversário sem possibilidade de se safar sem algum dano, resultando no fim da luta. Entretanto nesse mesmo período não havia golpes ilegais tanto em Roma como na Grécia. “A vitória era conseguida por finalização pelo cansaço, surras muito severas ou quando o juiz parava o jogo (DIMIC, 2011, p.22-23)”. Segundo Dimic (2011), “o maior responsável por promover o boxe pelos séculos foi o épico nacional romano, que posteriormente se tornou o épico Pan- Europeu, a Eneida. Durante toda a idade média o boxe já era muito popular (DIMIC, 2011, p.23-24)”.

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Uma característica do Boxe desde os primórdios são os punhos cobertos. Naquela época punhos e antebraços eram enfaixados com tiras de couro duro feitas de pele de boi para proteger a pessoa que as usava e permitir que ela pudesse dar golpes mais devastadores; algo muito parecido com as luvas usadas nas modernas artes marciais mistas (DIMIC, 2011. p.22).

Muitos aspectos do MMA são derivados da cultura do Boxe, entre elas está à divisão das lutas de artes marciais mistas em rounds. (DIMIC, 2011. p.25) O Muay Thai, originário da Tailândia também é uma arte marcial muito utilizada no MMA desde os tempos dos primeiros registros. “Enquanto se pode dizer que o Boxe é o esporte de combate nacional do mundo de língua inglesa, o Muay Thai é, sem dúvida, o esporte nacional da Tailândia”, (DIMIC, 2011. p.25). Contudo a Tailândia não era a única a praticar esta arte marcial, países vizinhos também há praticavam, mas em muitos casos utilizavam outros nomes. (2011, p.25). “O Kickboxing moderno e o estilo de boxe em pé das artes marciais mistas que tiveram origem no Japão do século XX se inspiraram nele” (DIMIC, 2011, p.25). De acordo com o autor Dimic (2011) esta arte marcial permitia projetar golpes com qualquer parte do corpo, o que significa que punhos, cotovelos, joelhos, tornozelos (canela), pés e cabeça podiam ser usados na luta. No inicio era permitido no Muay Thai o grappling (luta agarrada) para segurar, golpear e jogar o oponente no chão. Os chutes costumavam ser direcionados para os joelhos do adversário com o propósito de quebra-lo. Naquela época os punhos eram enfaixados com uma corda dura e em alguns momentos materiais afiados eram presos às cordas. Com a evolução do Muay Thai, assim como no Wrestling, a luta no chão foi proibida. O fim da luta acontecia quando o lutador que mais apanhou não conseguisse continuar o combate (DIMIC, 2011. p.26). O Muay Thai tem características que o posicionam como o único esporte de contato pleno histórico, os responsáveis são a popularidade alcançada por milênios, a flexibilidade de suas regras e pelo tempo que é praticado, (DIMIC, 2011, p.25). “Ao contrário do pancrácio romano, o Muay Thai não perdeu sua popularidade para outros eventos, ele se manteve forte até hoje‟‟, (DIMIC, 2011, p.25)”.

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Finalmente deve ser destacado o Judô e o Jiu-Jítsu brasileiro.

4. O CRESCIMENTO DO ESPORTE NO BRASIL - O BOOM

O polêmico MMA (Mixed Martial Arts), Artes Marciais Mistas, caiu no gosto de muitos brasileiros. Prova disso, é o fato da maior emissora aberta brasileira, Rede Globo de Televisão, ter travado uma “guerra” pelos direitos de transmissão exclusiva do UFC (Ultimate Fighting Championship - Maior evento de MMA mundial) contra rivais, como Rede Record e RedeTV.

A Globo venceu a disputa com a Record e fechou contrato pelos direitos de transmissão de TV aberta do UFC (Ultimate Fighting Championship) em 2012, informou um executivo da empresa promotora de lutas para a Folha que pediu anonimato. Além dos combates, a emissora carioca também comprou os direitos para transmitir o reality show de MMA (artes marciais mistas) "Ultimate Fighter Brasil". O ganhador deste programa dará um contrato com o UFC (OHATA, 2011).

Segundo MIOTO (2011), na matéria sobre o sucesso do MMA no jornal virtual Folha de São Paulo, no ano de 2011 já se podia notar o boom do esporte no Brasil, devido a atletas brasileiros de destaque terem conseguido ser campeões no UFC e o aumento no numero de jovens procurando por MMA nas academias.

De dez academias procuradas pelo "Folhateen", seis criaram aulas de MMA desde 2010. O boom tem motivo. Há agora três brasileiros entre os campeões do UFC, competição que reúne a elite global do MMA. O peso-pena José Aldo é dono do cinturão há um ano. Júnior Cigano, peso-pesado, tornou-se campeão há duas semanas, com direito a narração de Galvão Bueno na Globo. Anderson Silva, campeão peso-médio desde 2006, conhecido pelo chute forte e pela voz fina, virou garoto-propaganda na TV e dividiu o palco com Justin Bieber em um dos seus shows no Brasil. O número de assinantes do

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canal de pay-per-view Combate, que transmite o UFC, aumentou 89% em um ano. UFC (MIOTO, 2013).

Outro fenômeno que demonstra o aumento da popularidade do MMA e o interesse dos brasileiros por assuntos ligados ao esporte é o crescimento do numero de assinantes do Canal Combate (canal televisivo por assinatura, especializado em lutas).

(...) o Combate teve 85% mais assinantes em 2012 em relação ao ano anterior e tem contrato com o UFC para transmitir os torneios até 2022, com possibilidade de prorrogação até 2027 (FERNANDO, 2003)

Em entrevista ao site do SPORTV.COM, Pedro Garcia, diretor-geral do Combate, destacou dados recentes que chegam a até 100% de crescimento no número de assinantes do canal brasileiro de lutas.

Levando em conta nossas duas maiores vendas, o UFC, com a luta entre Anderson Silva e Vitor Belfort, em 2011, que foi nosso segundo melhor desempenho, alcançou 105 mil vendas entre assinaturas fixas e avulsas. Neste ano, fechamos com um crescimento de quase 100% na base de assinantes. Já na segunda luta entre Anderson e Chael Sonnen, conseguimos 150 mil novas vendas e fechamos o ano com um crescimento de aproximadamente 60%. A cada grande edição conseguimos fidelizar novos assinantes. Nos dois primeiros meses de 2013 já alcançamos um crescimento de 50% em relação ao mesmo período do ano anterior (RUSSIO, 20013) . Mas as manifestações sociais e culturais que apontam o interesse pelo esporte não param por aí. Embora sem rigor ou critérios estatístico, mas apenas para explanar sobre o tema, podemos citar que durante a produção deste trabalho, pudemos notar, em caráter observativo, que bares de São José dos Campos e Taubaté, que antes exibiam jogos de futebol, passaram a transmitir também para os clientes, em seus televisores, lutas de MMA. Fato que também é citado por Daniel Quiroga, gerente de negócios do canal Combate em entrevista ao site do jornal ZERO HORA. “A gente está passando por uma fase de massificação do produto, pois, hoje, o MMA é discutido até no bar (FERNANDO, 2013)”.

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Até mesmo o governo federal brasileiro se atentou para o crescimento do interesse popular pelo MMA no país e utilizou a imagem de lutadores de renome como Anderson Silva, Wanderley Silva e Junior Cigano para promover a Campanha Conte Até 10 em vídeos para a televisão:

A campanha de valorização à vida "Conte até 10" foi fruto da Estratégia Nacional de Justiça e Segurança Pública (Enasp), que teve o objetivo de reverter a situação trágica da violência no Brasil. O nosso país ocupa a primeira posição mundial em homicídios. Só em 2010, 49.932 pessoas foram mortas. É como se houvesse um massacre do Carandiru todos os dias, durante um ano inteiro. Nesse cenário, grande parte dos assassinatos são cometidos por pessoas que nunca mataram antes. A campanha trouxe lutadores mundialmente reconhecidos e promoveu a reflexão, motivando o cidadão a contar até 10 antes de praticar qualquer ato de violência por impulso. Afinal, a raiva passa, a vida fica. (NACIONAL, 2012).

De acordo com uma pesquisa3 realizada pela DELOITTE4 (2011), empresa de Auditoria e Consultoria, as artes marciais aparecem em segundo lugar, com 16%, “como o esporte que mais vai crescer no Brasil nos próximos anos”, atrás apenas do Rugby, em uma lista de dez modalidades de esporte. Ainda segundo o levantamento, em uma lista de 20 tipos de esportes, as artes marciais aparecem em 11º, entre os esportes mais praticados no Brasil e na 8º posição, entre os esportes favoritos no país. Diante de todos estes aspectos foi pensado explorar e mostrar como é o dia-a-dia dos atletas de MMA das cidades de Taubaté e São José dos Campos, que segundo o site SHERDOG tem respectivamente oito e cinco atletas com lutas oficiais de MMA. O intuito deste trabalho foi apresentar por meio de um vídeo-documentário a rotina dos atletas destas cidades, que na

3 Pesquisa disponível em anexo neste trabalho.

4 A “Deloitte” é a marca sob a qual dezenas de milhares de profissionais dedicados de firmas independentes de todo o mundo colaboram para oferecer serviços de auditoria, consultoria tributária, consultoria, corporate finance e outsourcing para clientes selecionados. Essas firmas são membros da Deloitte Touche Tohmatsu Limited (DTTL), uma sociedade limitada estabelecida no Reino Unido. Informação disponível em: . Acesso em 08 maio 2013.

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região do Vale do Paraíba, são as que têm o maior número5 de lutadores desse esporte.

(...) podemos afirmar que o documentário é uma narrativa basicamente composta por imagens-câmera, acompanhadas muitas vezes de imagens de animação, carregadas de ruídos, música e fala (mas, no início de sua história, mudas), para as quais olhamos (nós, espectadores) em busca de asserções sobre o mundo que nos é exterior, seja esse mundo coisa ou pessoa. Em poucas palavras, documentário é uma narrativa com imagens-câmera que estabelece asserções sobre o mundo, na medida em que haja um espectador que receba essa narrativa como asserção sobre o mundo (...) (RAMOS, 2008, p. 22)

Na geração do conteúdo para o trabalho áudio visual buscamos contrariar o dito popular brasileiro que diz: “Você vê as pingas que eu bebo, mas não vê os tombos que eu levo” e; apresentar além do que apenas o lado glamour, que existe na vida de alguns lutadores de MMA, que já alcançaram o sucesso na carreira. Esse aspecto que está fora dos holofotes, ou neste caso, mais apropriadamente além dos ringues também foi citado pelo treinador de MMA, André Pederneiras:

O número de brasileiros contratados no UFC gira em torno de 50. De americanos é cinco vezes maior, cento e cinquenta e tantos. E a gente tem o mesmo número de campeões que os caras, e aí se você parar para pensar, foram pessoas que vieram de uma classe baixa e chegaram aonde chegaram. O cara nunca fez suplementação, o cara não treinava desde criança, o cara nunca fez um treinamento de alto nível durante a vida inteira e chega aqui espanca todo mundo, como é que pode meu irmão? É Brasil! (PEDERNEIRAS, 2012)

A reflexão sobre esse “boom” do MMA é clara principalmente se forem avaliadas a repercussão que o esporte teve após a maior emissora de televisão aberta brasileira, Rede Globo de Televisão, ter passado a exibir lutas de MMA do evento UFC. O que levou o esporte a ter mais torcedores vibrando e torcendo, algo similar ao que foi o boxe nos anos 90. Mas hoje ao invés de esperarem por

5 Atletas que estão devidamente cadastrados no site Sherdog. A afirmação foi feita com base nas pesquisas realizada no portal até a segunda semana de maio de 2013, referente aos registros e dados computados até aquele momento.

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uma luta de Maguila, chovem pedidos para que seja realizado um combate como o dos mais esperados na atualidade entre o brasileiro Anderson Silva versus o americano Jon Jones. O foco deste trabalho científico junto ao documentário que será produzido é mostrar como é a luta de quem vive deste esporte, principalmente a dos atletas que ainda não atingiram o estrelato. Por este motivo tomou-se como base os assuntos: principais dificuldades destes lutadores e dupla jornada de trabalho. Contudo caso a documentarista perceba uma “abertura” por parte dos personagens, durante as gravações e entrevistas, também serão abordados aspectos como preconceito, apoio da família, desgaste físico, pressão por resultados, falta de patrocínio, alimentação entre outros.

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5. OS PERSONAGENS

Kalindra Faria, 27 anos, nasceu em Taubaté, cidade que reside atualmente. Teve sua primeira luta no MMA em 2009. A estreia aconteceu com vitória no terceiro round no evento Okinawa Fight, contra a atleta Elaine Leite. Após quase quatro anos, Kalindra vem ganhando destaque entre os lutadores de MMA. Atualmente tem 13 lutas em seu cartel sendo nove vitórias, três derrotas e um empate. Já passou por eventos como Pink Fight, Jungle Fight, Real Fight, Strikeforce entre outros. Sua paixão pelas artes marciais começou cedo entre os doze e dezesseis anos quando começou a praticar Kung-Fu. Desde então não largou mais os esportes de combate, onde também conheceu seu esposo o lutador e professor de Muay Thay, Cristian Nogueira com quem tem uma filha. Kalindra tem uma academia em Taubaté onde também da aulas de lutas. A atleta também treina na academia Vale Top Team. Marcelo Toledo Colat, 29 anos, é lutador de MMA pela cidade de São José dos Campos. Tem familiaridade com as artes marciais desde criança, época em que praticava judô. Atualmente ele compete em eventos de MMA e é professor deste estilo de luta na academia Calasans Camargo em São José dos Campos, onde também treina jiu jitsu na hora do almoço para complementar sua preparação para competições de MMA. Tem atualmente três lutas de MMA em seu cartel, sendo duas vitórias e uma derrota. Sua primeira luta neste esporte ocorreu em 2006 no Real Fight 3. Suas lutas seguintes foram: Santos Fight Festival 2008 e Real Fight 9 em 2013, realizado na cidade de São José dos Campos. Como os personagens selecionados ainda não têm reconhecimento nacional no esporte e o MMA não tem tradição na mídia regional do Vale do Paraíba há pouca informação disponível sobre os lutadores destas cidades. No entanto, durante as filmagens de imagens, sonoras e entrevistas com os atletas serão colhidas novas informações sobre os personagens Kalindra Faria e Marcelo Toledo Colat, que serão apresentadas no vídeo-documentário.

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6. METODOLOGIA

Os estudos, de maneira geral, geram conhecimento. Entretanto, uma das características do conhecimento científico é a possibilidade de verificação do conhecimento produzido. Ou seja, para um conhecimento ser considerado científico é necessário que se possa detectar os métodos utilizados (GIL, 1999, p.26). Conforme Antônio Carlos Gil, “pode-se definir método como caminho para se chegar a determinado fim. E método científico como o conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos adotados para se atingir o conhecimento” (GIL, 1999, p. 26). Desta forma, para a realização deste Trabalho de Conclusão de Curso foram realizadas pesquisas bibliográficas, documentais, exploratórias e entrevistas. Abaixo segue uma breve descrição das mesmas.

6.1 PESQUISA BIBLIOGRÁFICA

Este tipo de pesquisa de acordo com Gil (1999) consiste em estudo realizado a partir de material já produzido como artigos científicos e livros. A pesquisa bibliográfica é amplamente utilizada em estudos onde seria impossível o pesquisador percorrer um imenso território físico para coletar informação e esta é a principal vantagem deste tipo de pesquisa. Ela também é fundamental na realização de estudos históricos, há, inclusive, pesquisas feitas apenas por meio de fontes bibliográficas. Um ponto negativo para a pesquisa bibliografica é o fato de ela ser uma fonte secundária, que pode conter erros, que serão mantidos pelo pesquisador que a usar como única fonte de referência (GIL, 1999, p.65)

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6.2 PESQUISA DOCUMENTAL

É semelhante à pesquisa bibliográfica, mas oriunda de fontes/materiais que ainda não passaram por um procedimento analítico. O conteúdo pode ser estruturado e utilizado de acordo com o interesse do pesquisador (GIL, 1999) Segundo Gil, as fontes documentais podem ser de primeira ou segunda mão.

Existem, de um lado, os documentos de primeira mão, que não receberam qualquer tratamento analítico, tais como: documentos oficiais, reportagens de jornal, cartas, contratos, diários, filmes, fotografias, gravações etc. De outro lado, existem os documentos de segunda mão, que de alguma forma já foram analisados, tais como: relatórios de pesquisa, relatórios de empresas, tabelas estatísticas etc (GIL, 1999, p.66).

6.3 PESQUISA EXPLORATÓRIA

Envolve desde estudo de caso e entrevista não padronizada a pesquisas bibliográficas e documentais. Apresenta planejamento menos rígido que os demais tipos de pesquisa. É usada principalmente em casos onde o tema foi pouco explorado ou é muito genérico. O principal objetivo da pesquisa exploratória é “desenvolver, esclarecer e modificar conceitos de ideias, tendo em vista, a formulação de problemas mais precisos ou hipóteses pesquisáveis para estudos posteriores” (GIL, 1999, p.43). Segundo Gil, a pesquisa exploratória comumente se trata da parte inicial de uma “investigação mais ampla” e é desenvolvida principalmente “com o objetivo de proporcionar visão geral, de tipo aproximativo, acerca de determinado fato” (GIL, 1999, p.43).

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6.4 ENTREVISTA

É a técnica onde o entrevistador obtém informações gerais e do comportamento humano, coleta dados e adquire conhecimento sobre variados aspectos da vida social por meio de perguntas feitas a um entrevistado. É um dos métodos mais usados no levantamento de dados das ciências sociais. Tem como principal ponto forte a flexibilidade, entretanto o sucesso da entrevista está diretamente ligado ao traquejo e relação construída pelo entrevistador entre ele e o entrevistado (GIL, 1999, p.117-118).

Enquanto técnica de coleta de dados, a entrevista é bastante adequada para a obtenção de informações acerca do que as pessoas sabem, creem, esperam, sentem ou desejam, pretendem fazer, fazem ou fizeram, bem como acerca das suas explicações ou razões a respeito das coisas precedentes (GIL, 1999, p. 117)

Em relação ao questionário, a entrevista tem algumas vantagens como: não ser necessário ao entrevistado saber ler ou escrever, possibilitar o maior número de perguntas e permitir que o entrevistador questione uma resposta ou solicite alguma informação adicional para completar a informação desejada. Na entrevista, o entrevistador também pode reexplicar uma pergunta mal compreendida pelo entrevistado. A entrevista ainda proporciona a observação das reações corporais do entrevistado, e todos aspetos relacionados à expressão humana que contribuem com informações ao entrevistador (GIL, 1999, p.118) O nível da estrutura da entrevista corresponde ao resultado que se espera.

As entrevistas mais estruturadas são aquelas que predeterminam em maior grau as respostas a serem obtidas, ao passo que as menos estruturadas são desenvolvidas de forma mais espontânea, sem que estejam sujeitas a um modelo preestabelecido de interrogação (GIL, 1999, p.119)

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De acordo com Gil (1999), há quatro classificações de entrevistas:

6.5 ENTREVISTA INFORMAL

É parecida com uma conversa. Não segue regras ou um padrão específico. É muito utilizada para temas em que o pesquisador não tem muita informação ou para gerar uma aproximação do público com o tema. É ideal para pesquisa exploratória. A ideia é que o entrevistado se sinta à vontade para falar tudo que acha relevante. (GIL, 1999)

6.6 ENTREVISTA FOCALIZADA

É semelhante a pesquisa informal, mas apesar de também ser livre de estruturas e padrões, a entrevista focalizada, como o próprio nome sugere, é focada em um “tema específico”. Constuma ser usada em situações onde se busca explorar mais a fundo vivências e experiências. No documentário, por exemplo, ela será utilizada na entrevista com Carlão Barreto, ex-lutador do UFC, comentarista do canal Combate, Juiz e membro da Comissão Atlética Brasileira de MMA (CABMMA). Para que ele tenha liberdade para contar como foram suas experiências e desafios enquanto era lutador do UFC. (GIL, 1999)

6.7 ENTREVISTA POR PAUTAS

É em parte estruturada e tem perguntas que de certa forma são interligadas. O entrevistador guia a entrevista pela pauta, mas “faz poucas perguntas diretas e deixa o entrevistado falar livremente”. Segundo Gil, quando o entrevistado foge um pouco da pauta, o entrevistador trata de trazê-lo de volta ao assunto de maneira “sutil”. Este tipo de entrevista é indicada principalmente para situações em que o

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entrevistado não se sinta à vontade para responder a indagações formuladas com maior rigidez.” (GIL, 1999, p.120)

6.8 ENTREVISTA ESTRUTURADA

Neste tipo de entrevista as perguntas e as ordens delas são as mesmas para todos os entrevistados. Elas são formuladas com antecedência e geram pouco gasto. Segundo Gil, “esta lista de perguntas frequentemente chamada de questionário ou formulário”. Como as mesmas perguntas são passadas para vários entrevistados é possível comparar as respostas e obter levantamentos sociais”, mas não proporciona uma “análise mais aprofundada dos fatos”. (GIL, 1999, p.121)

6.9 METODOLOGIA APLICADA NO TRABALHO

Para a construção deste trabalho partiu-se inicialmente de uma pesquisa exploratória na internet para buscar mais informações sobre o tema MMA. Em paralelo realizou-se também pesquisas bibliográficas em livros especializados em MMA como os dos autores Mickey Dimic (2011) e Felipe Awi (2012). Algumas conversas que se assemelham a entrevista informal descrita por Gil (1999) ajudaram a dar “direcionamento” e continuidade às pesquisas. Pessoas influentes em esporte de combate na região do Vale do Paraíba e com conhecimento sobre o MMA como: Claudio Calasans (professor de luta, ex- lutador e dono de academia tradicional em São Jose dos Campos), Sergio Cobra (professor e mestre de várias academias “Cobras” no Vale), Diego David (professor de lutas, lutador de hard-kick e dono de academia em São Jose dos Campos), Carlos Machuca (professor de luta, ex lutador, dono de academia em Jacareí), e Carlos Barreto, conhecido como Carlão, (ex lutador de MMA no antigo Vale Tudo e UFC, cometarista no canal de tv por assinatura Combate, juiz em eventos de MMA, radialista e membro da Comissão atlética, CBMMA,

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(Confederação Brasileira de Mixed Martial Art), que regulariza o MMA no Brasil participaram do levantamento. Durante as pesquisas observou-se um “boom” do MMA no Brasil e no mundo. De acordo com o próprio Barreto, o esporte ainda carece de estrutura no país. As comissões atléticas e informações oficiais sobre atletas, ranking e eventos estão em processo organização e coleta. Por este motivo, qualquer trabalho relacionado a números e nomes de atletas do MMA é mais dificultoso e contribui para a organização do esporte. Diante destes obstáculos se fez muito vantajosa a pesquisa bibliografica, que de acordo com Antônio Carlos Gil (1999) é ideal para situações onde as informações ou dados a serem coletados estão “espalhados” por diversas regiões. “[...] seria impossível a um pesquisador percorrer todo o território brasileiro em busca de dados sobre a população ou renda per capita; todavia se tem à sua disposição uma bibliografia adequada [...].” (GIL, 1999, p.65). Com a orientação de Barreto a pesquisadora tomou conhecimento do site Sherdog6, uma espécie de banco de dados mundial de lutadores, eventos e assuntos ligados ao MMA. Embora não seja exatamente igual, a coleta de informações realizada pela autora neste portal se assemelha ao que Gil (1999) coloca como “Fontes de Papel”.

As fontes de “papel” muitas vezes são capazes de proporcionar ao pesquisador dados suficientemente ricos para evitar a perda de tempo com levantamentos de campo, sem contar que em muitos casos so se torna possivel a investigacao social a partir de documentos. (GIL, 1999, p.65).

6 “[...] O Sherdog é o maior site de MMA do mundo e parceiro oficial do PVT, e se tornou uma ferramenta imprescindível para lutadores e promotores especialmente pelo “Fight Finder”, ferramenta que computa resultados de lutas, e duração e forma como terminam […]”. “[...] É muito importante entender que o Sherdog só possui o Fight Finder mais respeitado do mundo porque há uma série de regras para cadastrar lutas. Se a notícia do evento não foi publicada nos sites que o Sherdog considera como referência no Brasil (PVT, Tatame e Gracie Mag), não adianta o cara querer mandar um e-mail com resultados sem comprovação, que eles não vão cadastrar”, explica Gleidson, editor do portal do vale tudo,” informação disponível em: http://portaldovaletudo.uol.com.br/br/noticias/item/3547-saiba-como-incluir-lutas-ou-corrigir-resultados- no-sherdogcom. Acessado em: 31-05-2013

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Com o levantamento no site observou-se, que em aproximadamente dois meses, a região do Vale do Paraíba teve um aumento de 37% no número de lutadores de MMA inscritos no Sherdog. O número inicial pesquisado pela autora deste projeto no portal em seis de abril de 2013 era de 24 lutadores registrados. Já em 30 de maio do mesmo ano o número de atletas cadastrados subiu para 33. Entre as 39 cidades que compõe o Vale do Paraíba e litoral norte apenas 10 tem algum lutador de MMA que já competiu e está cadastrado no Sherdog, sendo:

TABELA 1 – LUTADORES POR MUNICÍPIO DO VALE DO PARAÍBA

CIDADES DATA INICIAL 06/04/13 DATA FINAL 30/05/13

- Taubaté NOVE Subiu para DEZ

- São Jose Dos Campos QUATRO Subiu para SETE

- Guaratingueta DOIS Subiu para TRÊS

- Ubatuba DOIS Subiu para TRÊS

Jacareí UM Subiu para TRÊS

Caçapava NENHUM Subiu para UM

Campos Do Jordão DOIS Manteve-se com DOIS

Aparecida DOIS Manteve-se em DOIS

Tremembé UM Manteve-se em UM

Pinda UM Manteve-se em UM

TOTAL 24 33

FONTE: SITE SHERDOG

Com o resultado desta pesquisa optou-se focar o trabalho nas duas cidades com maior número de atletas de MMA na região cadastrados no site Sherdog, que são respectivamente Taubaté, com dez, e São José dos Campos, com sete.

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Devido a limitações de tempo e financeiras foi escolhido entre esta gama apenas dois atletas de MMA para compor o documentário.

Como critério para a seleção dos lutadores foi analisado e levado em consideração o cartel (número de lutas, número de vitórias e derrotas), experiência e relevância dos atletas no esporte. Na escolha optou-se por atletas em situações semelhantes no esporte e que juntos pudessem somar a maior riqueza de conteúdo e diversidade para o documentário. Segue abaixo duas tabelas explicativas, onde o nome dos atletas selecionados está em negrito:

TABELA 2 – ATLETAS DE TAUBATÉ

DEZ ATLETAS DE TAUBATÉ

LUTADORES LUTAS VITÓRIAS DERROTAS EMPATES PERÍODO

- Kalindra TREZE NOVE TRÊS UM 2009 À Faria 2013

Johnny DEZ SETE DUAS UM 2009 À (kabeça) 2012

Francisco SEIS QUATRO DUAS ------2009 À Pinheiro 2012 (Caiçara)

Rafael SETE TRÊS TRÊS UM 2007 À Rodrigues 2012 (Wilsinho)

Isaias Simões UM UM ------2013 (Carcaça)

Thiago SETE SEIS UM ------2008 À Candido 2012

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Machado Silva

- Carlos Prates QUATRO TRÊS UM ------2012 À (Carlão) 2013

Rodrigo Boss NOVE TRÊS SEIS ------2009 À (Do 2012 presídio/Hugo)

- Onis Miranda UM ------UM ------2009 (Ninja)

- Wanderley UM UM ------2012 Carvalho Leite

FONTE: SITE SHERDOG

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TABELA 3 – ATLETAS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

SETE ATLETAS DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

LUTADORES LUTAS VITÓRIAS DERROTAS EMPATES PERÍODO

Bruno Paiva UM UM ------2013 (Bruninho)

Aline TRÊS DOIS UM ------2012 À Sattelmayer 2013

- Diego Oliveira UM ------UM ------2013 (Pesadelo)

- Sandro Vie ira DOZE CINCO SETE ------2006 À da Silva 2012 (Doido)

- Fernando UM UM ------2009 Leibur

- Fernando TRÊS DUAS UM ------2009 À Gabriel Fazolo 2013 (Carnica)

- Adilson Mota UM ------UM ------2013 (Ceara)

- Marcelo TRÊS DUAS UMA ------2006 À Colat (Colat) 2013

OBS: O lutador Marcelo Colat foi indicado junto com Carlos Galvão por donos de academia de artes marciais de São José dos Campos como o atleta de MMA que melhor representa hoje a cidade, entretanto está cadastrado no Sherdog apenas como lutador do Brasil.

FONTE: SITE SHERDOG E DONOS DE ACADEMIA DE SÃO JOSÉ DOS CAMPOS

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Irão compor o documentário a atleta de Taubaté, Kalindra Faria e Marcelo Colat, o Colat de São José dos Campos. A pesquisa no site Sherdog revelou dez lutadores de Taubaté e entre eles a lutadora Kalindra Faria foi a que apresentou o maior número de lutas (dez) e o maior número de vitórias (nove). Além destes destaques, Kalindra também é a única lutadora da cidade e da região com esse potencial no esporte. Na cidade de São José dos Campos a pesquisa apontou sete lutadores cadastrados no site Sherdog e o que apresentou maior número de lutas foi Sandro Vieira da Silva, conhecido como “Doido”, com doze lutas e cinco vitórias, entretanto após insistentes tentativas de contato, sem retorno com o atleta, sua esposa informou que ele não luta mais, que está em outra profissão e recusou o convite para participar do documentário. Os demais atletas que apareceram na pesquisa tinham no máximo três lutas, por isso para conseguir definir qual atleta poderia representar São José dos Campos no documentário, tendo experiência no esporte semelhante a da lutadora Kalindra, foi necessário aplicar um questionário, ou segundo GIL (1999) uma pesquisa estruturada aos donos de academias da cidade. Inicialmente foi definida uma academia que a pesquisadora tomou conhecimento durante a pesquisa de campo, o Centro de Treinamento Hard Kick ou Hard Kick Fight Team, depois foi feita uma pesquisa simples no portal de pesquisa Google para levantar as academias de artes marciais da cidade. Foram identificadas treze academias sendo elas: Lotus Academia, Grupo Projetar - Evolução Pessoal e Artes Marciais, Academia Calasans Camargo, Instituto Brasil Korea, Associação Hirakawa de Judô, Bujinkan Mugen Dojo, You Man Kung Fu - Artes Marciais, Long Teh, Academia Corpus, Dragons Brasil - Artes Marcais, Instituto Niten. Entre as quatorze academias apenas quatro aceitaram responder ao questionário e apenas duas responderam efetivamente, a Academia Calasans Camargo e o Hard Kick Fight Team. A curiosidade foi que ambas indicaram lutadores que não estavam no filtro feito pela autora deste projeto. O motivo é que embora os lutadores apontados por eles sejam atletas de São José dos Campos, os mesmos não tem especificado no cadastro no Sherdog o nome da cidade São José dos Campos, mas, apenas “Brasil”. Desta forma eles não

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apareciam na pesquisa (filtro) feita pela autora deste projeto nas cidades do Vale do Paraíba por meio do site. Assim como a família Grace no Rio de Janeiro, a família Calasans é tradicional nas artes marciais de São José dos Campos e região. A academia foi fundada em novembro de 1986 e em 2013 completa 27 anos. Segundo o proprietário da academia Cláudio Calasans Camargo a história dele com as artes marciais vêm desde muito novo. “Formei-me faixa preta em 1982 e faixa vermelha e branca, 6° dan (do 1° ao 5° dan a faixa é preta ) com 38 anos , o mais novo do país de todos os tempos a atingir esta graduação, denominada kodansha no judô, em 2001.” De acordo com Claudio Calasans existe hoje na academia diversos estilos de artes marciais: judô, aikido, karatê, capoeira, jiu jitsu, muay - thai , boxe, luta olímpica, sandá (boxe chinês), hapkido e nin jutsu. Ele indicou os atletas Carlos Galvão e Marcelo Colat como lutadores de MMA para representar São José dos Campos e explicou que Marcelo Colat treina artes marciais desde criança.

Na atualidade, o lutador mais experiente da cidade, com o melhor cartel, é o Carlos Galvão, conhecido como Caiçara e o Marcelo de Toledo Cortelasse, o Colat. Ambos lutaram neste ano no Real Fight, evento de MMA da cidade e venceram. Ambos fazem complementação de jiu jitsu aqui na hora do almoço e o Marcelo Colat é nosso professor de MMA. Os dois citados começaram desde crianças aqui no judô da academia, mas atualmente o Carlos é professor da academia K2 no Vale Sul Shopping.

A academia Hard Kick Fight Team também existe há muitos anos em São José dos Campos. Segundo o proprietário Diego David Alves são 13 anos e hoje a academia tem aulas de Kick Boxe, MMA, Jiu Jitsu. O atleta indicado por Diego para representar São José dos Campos também fora os dois nomes Carlos Galvão e Marcelo Colat.

Me formei faixa preta em 2000, pela WAKO, Associação Mundial de Kick Boxe. Hoje na minha academia, estamos formando um plantel de atletas para lutarem MMA, não tenho ninguém pra lutar hoje. Mas de São José, um atleta que vem representando bem, é o Carlos Galvão, em segundo lugar o Marcelo Colat. Estou dentro do ginásio, esperando pra ser chamado pra lutar e lembrei-me de responder pra você agora. (DAVID, 2013)

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O lutador Marcelo Toledo Colat, conhecido como Marcelo Colat aceitou dar entrevista para a autora deste projeto que irá compor o comentário. Marcelo Colat tem três lutas de MMA registradas no site Sherdog

7. MODALIDADE - VÍDEO-DOCUMENTÁRIO: “A LUTA DE UM GUERREIRO”

Há vários veículos para se comunicar, contar histórias ou documentar acontecimentos. São diversas as opções utilizadas na comunicação social como; sites, grandes reportagens, documentário, livro, revista impressa e digital entre outras. No entanto para a parte prática deste trabalho científico decidiu-se produzir um vídeo-documentário, que irá mostrar como é a rotina e as dificuldades enfrentadas pelos dois lutadores de MMA, Kalindra Faria de Taubaté e Marcelo Toledo Colat, de São José dos Campos. O nome escolhido para o documentário foi “A luta de um Guerreiro”.

Documentário é uma representação narrativa que estabelece asserções com imagens e sons, ou com o auxílio de imagens e sons, utilizando-se das formas habituais da linguagem falada ou escrita (a fala da locução, ou a fala dos homens e mulheres no mundo, ou ainda entrevistas e depoimentos), ruídos ou músicas. As imagens predominantes na narrativa documentária possuem a mediação da câmera, fazendo assim que as asserções faladas sejam flexionadas pelo peso do mundo. Essa é a graça e o âmago da fruição espectatorial do documentário, e compõe o núcleo motriz de sua tradição longeva: asserções que trazem ao fundo a intensidade do mundo, de modo dramático, trágico, cômico, poético, íntimo, etc. (RAMOS, 2008, p.81)

Esta modalidade foi eleita por ter uma gama de características que facilitam a compreensão do espectador além de aproximá-lo da realidade dos fatos. O vídeo-documentário possibilita que o produto final tenha um maior tempo de duração em comparação, por exemplo, com a grande reportagem. Essa característica resulta em um maior aprofundamento do tema, do problema e possibilita penetrar com mais profundidade na pesquisa. Com este conjunto de especificidades o espectador tem mais condições de envolver-se com o tema.

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O vídeo-documentário também é capaz de abrir espaço para uma maior reflexão sobre o assunto abordado. (RAMOS, 2008) Segundo Ramos (2008), a filmagem, de forma geral, é transparente e reflete algo ocorrido, assim o espectador pode receber a informação, digeri-la e interpreta-la ou compreendê-la como quiser, tirando suas próprias conclusões sobre a tomada.

A tomada da imagem documentária define-se pela presença de um sujeito sustentando uma câmera/gravador na circustância de mundo, em que formas e volumes deixam seu traço em um suporte que “corre” (trans-corre) na câmera/gravador, seja esse suporte digital, videográfico ou película. (RAMOS, 2008, p.82)

O fato da filmagem ou imagem-câmera, assim chamada por Ramos (2008), levar o espectador ao momento de um fato e possibilita-lo ver como tudo ocorreu, não implica que aquele vídeo corresponda exatamente a verdade, pois esse tipo de produção também está sujeito a manipulação.

Com o surgimento da imagem digital, muito se falou sobre a perda da referêncialidade da imagem-câmera, em função da existência de uma janela maior para a manipulação. A imagem construída por pixels, e não mais analogicamente, perderia a dimensão indicial de sua composição por sais químicos. Na realidade, pouco importa se o suporte da imagem-câmera é digital,videográfico ou fotográfico (...). Se contarmos mentiras, ou manipularmos com má-fé a imagem digital, também podemos, na mesma medida, fazê-lo com a imagem fotografica. A particularidade da imagem-câmera, para o espectador está em sua capacidade de lança-lo a circunstância da tomada. (RAMOS, 2008, p.85)

No entanto, o vídeo-documentário produzido como parte deste projeto científico buscará transparecer a realidade e rotina vivida pelos dois atletas no formato descrito pelo autor Bill Nichols(2005) em “Introdução ao documentário” como documentário de representação social. Esse tipo de produção audiovisual visa apresentar a realidade do mundo da forma mais íntegra possível e não encenada por atores por exemplo.

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Os documentários de representação social são o que chamamos de não ficção. Esses filmes representam de forma tangível aspectos de um mundo que já ocupamos e compartilhamos. Tornam visível e audível, de maneira distinta, a matéria de que é feita a realidade social, de acordo com a seleção e a organização realizadas pelo cineasta. Expressam nossa compreensão sobre o que a realidade foi, é e o que poderá vir a ser. (NICHOLS, 2005, p.26-27)

Para isto os lutadores Kalindra Faria e Marcelo Toledo Colat, serão “personagens” da vida real, que terão seus depoimentos obtidos com entrevistas e registrados para compor o documentário. Serão registrados também pelas filmagens momentos da rotina da lutadora Kalindra Faria, nada muito formal, como em uma conversa sobre seu dia a dia e dificuldades ligadas ao trabalho que desenvolve enquanto atleta de MMA de Taubaté.

(...)“porque as questões éticas são fundamentais para o cinema documentário?”, que também poderia ser expressa como “o que fazemos com as pessoas quando filmamos um documentário?”.(...) No caso da não-ficção, a resposta não é tão simples. As “pessoas” são tratadas como atores sociais: continuam a levar a vida mais ou menos como fariam sem a presença da câmera. Continuam a ser atores culturais e não artistas teatrais. Seu valor para o cineasta consiste não no que promete uma relação contratual, mas no que a própria vida dessa pessoas incorpora. Seu valor reside não nas formas pelas quais disfarçam ou transformam comportamento e personalidade habituais, mas nas formas pelas quais comportamento e personalidade habituais servem às necessidades do cineasta. (NICHOLS, 2005, p.31)

Este documentário buscará mostrar a realidade vivida pelos lutadores previamente selecionados e pretende apresentar apenas a verdade, por meio dos fatos passados verbalmente pelos personagens e por meio de imagens de arquivo concedidas pelos próprios atletas. No entanto, apesar da autora deste trabalho fazer uma pesquisa prévia sobre as informações e fatos acerca da vida destes lutadores, alguns aspectos inevitavelmente fogem ao controle, como o questionamento; tudo o que está sendo dito por ele é real? Sobre este ponto, a documentarista seguirá a mesma postura adotada pelo documentarista brasileiro Eduardo Coutinho.

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(...) O que é verdade eu digo, se estive lá um certo dia, estive lá e gravei, isso aconteceu, o resto eu não sei. Isto teve uma inscrição de um corpo na frente da câmera, ou uma voz atrás da minha câmera, ou de equipe, e aquilo é real. Isso é um elemento do meu filme, por exemplo, é real. O que é verdade? Por exemplo, quando eu faço um filme como "Edifício Master", é o seguinte: eu estive lá num certo dia de 2001 e filmei uma certa pessoa, aquilo aconteceu. É verdade! O resto eu não sei. A gente está lá, chega lá e fala: "vamos conversar?" É um diretor de cinema, e uma pessoa que mora lá ou em outro lugar, e você tem uma conversa. Nessa conversa, a pessoa fala da vida dela. A gente não fala de História do Brasil, ou depoimento sobre Pedro II, nem Napoleão... Eles falam da vida. E aí você não tem mais como diferenciar o que é verdade e mentira. O que significa falar dos sentimentos? Sentimentos são coisas que você não tem noção do que são. O que é verdade hoje, amanhã não é! O que você fala da França hoje, não é o que se falará amanhã; você não tem como aferir isso. Você vai na pesquisa documental e busca as coisas, mas elas escapam. Quando você trabalha com um fato real, como eu fiz em "Peões": a greve – eu tinha que eventualmente checar se o 'cara' era um metalúrgico que fez a greve ou não, se tinha uma ligação... E eu não trabalho com mitômano. No mundo todo existe isso: as pessoas dizem fatos obscuros, como por exemplo, que têm 8 filhos, e ao buscar, não tem filho nenhum. Esse 'cara' eu não vou botar no filme, porque ele é mitômano.(...) (COLTINHO, 2008).

A proposta inicial do documentário que será produzido é seguir a linha do cinema verdade onde o enquadramento e formato de gravações e entrevistas costumam fugir do padrão clássico “quadrado”. Podendo gravar então aspectos que muitas vezes passam despercebidos ou não seriam utilizados em um documentário convencional; como uma conversa entre documentarista e personagem ou, por exemplo, o câmera correndo para gravar um acontecimento inesperado. O Cinema Verdade baseia-se na intervenção sobre o que é filmado e preconiza a atuação do cineasta com todos os envolvidos na cena, para isso utiliza recursos como as entrevistas e até mesmo conversas entre diretores e personagens, mostrando muitas vezes a equipe e os aparelhos usados na filmagem ao espectador. Outro exemplo é o filme Tiros em Columbine3 (Bowling for Columbine), em que o diretor Michel Moore interage o tempo todo com os entrevistados direcionando o andamento do documentário de acordo com sua tese pré-concebida antes da criação do roteiro. O cineasta, durante o filme, tenta achar uma resposta sobre a violência nos Estados Unidos e para obter isso conversa com autoridades ligadas à fabricação de armas e professores que lecionam em escolas que sofreram com este tipo de problema. (CHIOQUETTA, 2008)

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Segundo Nichols (2005), existem cinco estilos de documentários: “poético, expositivo, participativo, observativo, reflexivo, e performático”.(p.135) Contudo, um único documentário pode conter vários modos em sua composição. O documentário que fará parte deste projeto científico terá os subgêneros expositivo, participativo e observativo em alguns momentos. O modo expositivo tem como ponto principal o aspecto argumentativo. Nichols (2005) aponta que este modelo utiliza meios como: “Voz de Deus” (pessoa que fala e não é vista pelo espectador) e legendas com o objetivo de “propor uma perspectiva, expor um argumento ou recontar a história.” (NICHOLS, 2005) A imagem, por exemplo, é colocada em segundo plano e utilizada mais para ilustrar o que se fala. De acordo com o autor no modo expositivo as imagens podem não seguir uma “continuidade espacial ou temporal”. Isso porque podem ser montadas de acordo com o argumento e assim ajudar a “sustentar” ou reforçar as afirmações. Outro modo a ser utilizado no documentário “A luta de um guerreiro” será o participativo. Para isso a cineasta realizará entrevistas e conversas para explorar a rotina dos atletas e conhecer as principais dificuldades enfrentadas por eles. Estas entrevistas devem acontecer no próprio ambiente onde os personagens vivem ou em locais que eles frequentam no seu dia-a-dia habitual. O objetivo é ir a campo, porém interferir nada ou o mínimo possível na rotina destes lutadores e mostrar com imagens, ações, diálogos e entrevistas a realidade vivida por eles.

(...) O documentário participativo dá-nos uma ideia do que é, para o cineasta, estar numa determinada situção e como aquela situação se altera. (...) Nem todo os documentários participativos enfatizam a experiência ativa e aberta do cineasta ou a intenção de cineasta e participantes do filme. O cineasta pode querer apresentar uma perspectiva mais ampla, frequentemente histórica em sua natureza. Como isso pode ser feito? A resposta mais comum inclui a entrevista. A intrevista permite que o cineasta se dirija formalmente às pessoas que aparecem no filme em vez de dirigir-se ao público por comentário com voz-over. No documentário participativo, a entrevista representa umas das formas mais comuns de encontro entre cineasta e tema. (NICHOLS, 2005, p.153-159)

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A ideia é também usar imagem/vídeo de arquivo dos próprios lutadores para ilustrar suas histórias e trajetórias anteriores às gravações do documentário. A voz-over será utilizada apenas quando muito necessário.

Filmes que compilam imagens de arquivo, (...) remontam aos primórdios do documentário expositivo. Os documentários acrescentam o engajamento ativo do cineasta com os participantes de seus filmes, ou com seus informantes, e evitam a exposição com voz-over anônima. Isto situa o filme mais honestamente num momento dado e nima perspectiva distinta; enriquece o comentário com a textura de vozes individuais. (NICHOLS, 2005, p.160)

O modo observativo, segundo o autor, consiste em apenas filmar a tomada que acontece em frente a câmera sem interferir nas ações naturais dos personagens. (2005, p.146) Este estilo será utilizado no documentário deste trabalho científico em vários momentos, uma vez que um dos principais objetivos é mostrar justamente a rotina dos lutadores por meio de filmagens do dia-a-dia deles e de entrevistas. A partir disso poderá ser observado como é a realidade de vida destes atletas e as principais dificuldades entrentadas por eles como competidores de MMA.

A presença da câmera “na cena” atesta sua presença no mundo histórico. Isso confirma a sensação de comprometimento ou engajamento com o imediato, o íntimo, o pessoal, no momento em que ele ocorre. Essa presença também confirma a sensação de fidelidade ao que acontece e que pode nos ser trasmitida pelos acontecimentos. (...) (NICHOLS, 2005, p.150)

Abaixo segue uma tabela que apresenta os pontos “fortes” e “fracos” de cada estilo escolhido para compor o documentário que será produzido neste projeto científico.

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TABELA 4 – CARACTERISTICAS DO DOCUMENTÁRIO

PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS MODOS DO DOCUMENTÁRIO (NICHOLS, 2005, p.177), QUE SERÃO UTILIZADOS NA PARTE PRÁTICA DESTE TRABALHO CIENTÍFICO CARACTERÍSTICAS DEFICIÊNCIAS

DOCUMENTÁRIO (Anos 20): Trata diretamente Excessivamente didático EXPOSITIVO de questões do mundo histórico (Anos 60): Evita o Falta de história, de DOCUMENTÁRIO comentário e a encenação; contexto OBSERVATIVO observa as coisas conforme elas acontecem (Anos 60): Entrevista os Fé excessiva em DOCUMENTÁRIO participantes ou interage testemunhas, história PARTICIPATIVO com eles; usa imagens de ingênua, invasivo demais arquivo para recuperar a história

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8. VIDEOGRAFISMO – PRODUÇÃO ÁUDIO VISUAL

8.1 PRÉ-PRODUÇÃO

Na pré-produção do vídeo-documentário foram realizadas diversas pesquisas de vídeos na internet sobre os lutadores selecionados para compor esta produção. Também foram selecionados junto aos lutadores vídeos de arquivo pessoal, que contassem algo sobre a história deles. Para definir uma linha a seguir, buscou-se assistir alguns documentários e os principais foram do documentarista brasileiro Eduardo Coutinho e do americano Michael Moore. O contato com os lutadores e demais entrevistados para o acordo de gravação foi feito por meio de ligações telefônicas, a rede social Facebook, e-mail e recado por meio dos profissionais que se conhecem. Todo o custo relacionado foi arcado pela própria documentarista, assim como os meios de transporte de uma cidade a outra ou até a academia e residência dos entrevistados. Os honorários para o profissional que auxiliou nas filmagens também foram custeados pela documentarista. A seleção de equipamentos a serem usados nas gravações foram definidos respeitando as restrições de recursos da documentarista e da universidade. Foram utilizados uma câmera digital Canon 40D e uma câmera digital Canon EOS T3I. Um microfone lapela e um gravador Tascam, todos equipamentos adquiridos ou alugados pela autora deste trabalho.

8.2 PRODUÇÃO

A produção deste documentário de uma hora e oito minutos passou por diversas dificuldades técnicas, por diversas vezes o áudio apresentou problemas devido à qualidade do equipamento ou imperícia do profissional contratado. Por este motivo algumas gravações precisaram ser refeitas e outras não puderam ser

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aproveitadas no vídeo-documentário. A gravação e a edição dos vídeos foram inspiradas no formato “simplista” adotado pelo documentarista Eduardo Coutinho em suas obras, onde ele aparece raramente, mas sempre se ouve sua voz nas entrevistas. As quais ele desenvolve como se fosse uma conversa. Em muitos de seus vídeos sua voz fica em um volume muito mais baixo do que a do entrevistado, como se o ênfase precisasse ser dado apenas aquele que ele entrevista. Outro aspecto inspirado em sua proposta foi permitir certos “erros” de gravação como deixar a entrevista seguir sem interferência e com a espontaneidade nas ações dos entrevistados. Alguns traços da linha de videografismo adotadas por Michael Moore também foram utilizadas como, recurso de arte para ilustrar alguns pontos, trilhas, duração mais extensa, aprofundamento do tema e abordagem de vários ângulos do problema.

8.3 PÓS-PRODUÇÃO

Nesta fase do processo foi feita a edição dos vídeos, que foi dificultada devido ao conhecimento básico da documentarista nesta área e a disponibilidade de tempo da colaboradora. Foi decidido utilizar muitas trilhas em todo o vídeo- documentário para deixar o longa mais dinâmico e menos cansativo. Foram escolhidas trilhas de rock ou semelhantes por este ser o ritmo mais utilizado em produções ligadas a luta e principalmente em vídeos de lutas e lutadores de MMA. O vídeo-documentário ficou dividido em blocos com a sonora de vários entrevistados, com ênfase para os personagens lutadores, em especial Kalindra Faria, que é de fato a personagem principal, pois teve sua rotina de um dia inteira acompanhada pela documentarista e as lentes da câmera. No inicio do vídeo- documentário foi utilizado um highlight (vídeo dinâmico com uma compilação dos melhores momentos do lutador nos diferentes eventos), formato muito usado em produções ligadas ao MMA.

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9. CONCLUSÃO

Para a criação deste projeto científico levantou-se o questionamento sobre quais seriam as principais dificuldades enfrentadas por dois lutadores de MMA de Taubaté e São José dos Campos para alcançarem um sonho entre os lutadores: sobreviver apenas como lutador de MMA. O problema ficou aparente após observação do aumento no número lutadores de MMA na região cadastrados no site sherdog, especializado em lutas, e existência de várias academias com a modalidade sendo praticada, mas sem relatos de lutadores do Vale do Paraíba em grandes eventos como o UFC (o maior evento internacional da atualidade) ou Jungle Fight (maior evento nacional). Para a produção desse trabalho foram realizadas diversas entrevistas com profissionais ligados ao esporte; lutadores, organizador de evento de MMA, comentarista, ex-lutadores, patrocinador, donos de academia e treinadores. Para a coleta de dados também foram realizadas outras metodologias como: pesquisa bibliográfica, documental e um questionário. Buscando possíveis respostas para o problema foram levantadas algumas hipóteses como: a falta de patrocínio e estrutura pode dificultar o ingresso desses atletas no mercado brasileiro, uma vez que a preparação para as lutas, treinos e viagens geram altos gastos financeiros, o que pode impedi-los de participar de várias competições. Esta suposição foi confirmada verificando-se que os dois lutadores, Kalindra Faria e Marcelo Colat, não tinham, até o termino deste trabalho, patrocinadores que arcassem com esses custos. Outra hipótese confirmada é que há pouco evento de MMA na região, o que diminui a visualização dos atletas do Vale do Paraíba, inclusive na região e os obriga a fazer muitas viagens para aumentar seu número de lutas. Somente com um número considerável de lutas e vitórias é possível conseguir alguma chance de entrar na elite do esporte e alcançar o reconhecimento ou interesse por parte dos grandes eventos. Na região do Vale do Paraíba, foi verificado que há apenas o evento Real Fight. A última hipótese levantada e confirmada foi que a dupla jornada de trabalho prejudica o desempenho desses atletas, que não podem se dedicar integralmente ao esporte. A impossibilidade de focar a rotina exclusivamente no

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esporte dificulta muito a esses atletas atingirem o seu ápice e pode impedi-los de desenvolver todo seu potencial. Kalindra Faria e Marcelo Colat precisam dar aulas de artes marciais em Taubaté e São José dos Campos para conseguirem sobreviver e se manterem no esporte. Kalindra mantém uma academia, da qual é proprietária junto com seu esposo. As funções de dar aulas, administrar a academia e cuidar de sua filha comprometem principalmente seu horário de descanso, essencial a atletas de combate. Colat dá várias aulas de artes marciais por dia em academias e para alunos particulares, além de estar estudando faculdade de Educação Física à noite, o que também compromete seu horário de descanso e treinos. Este trabalho de conclusão de curso teve como intuito apresentar a atual realidade do MMA na região do Vale do Paraíba. Acredita-se que este objetivo foi atingido. Entretanto, sabe-se que ainda há muitos aspectos a serem pesquisados, pois um estudo acadêmico é um trabalho inacabado por definição. Assim, o objetivo final deste trabalho é servir como uma pequena contribuição, servindo como fonte de informação para futuras pesquisas, e, se servir de ajuda para apenas uma pessoa, já valeu a pena.

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10. ROTEIRO

A LUTA DE UM GUERREIRO 00‟15- ABERTURA - ARTE “LADIES AND GENTLEMEN, IT‟S TIME”…

00‟21 ABERTURA CLIPE HIGHT LIGHT (SEQUÊNCIA DE IMAGENS DE GOLPES DA KALINDRA) 01‟34 SONORA - KALINDRA SOU KALINDRA DE CARVALHO FARIA FARIA, LUTADORA DE SOU KALINDRA WALKIRIA DE CARVALHO FARIA. MMA/ TTÉ – SP. 01‟46 CG EM ARTE COM LUTADORA DE MMA, MAS PRATÍCO VARIAS DESCRIÇÃO (“FICHA MODALIDADES DE ARTES MARCIAIS PRA TA TÉCNICA DA LUTADORA) COMPLEMENTANDO O MMA. EU COMEÇEI NA ARTE MARCIAL MESMO FOI EM 2000, COMECEI A TREINAR INSERT KUNG FU, EM 2000, MAS ANTES EU JA TINHA TREINADO CAPOEIRA, JA FEITO DANÇA, FUTEBOL... EU SEMPRE FUI ESPORTISTA, ATLETICA, JOGA, FICA NA RUA BRINCANDO, JOGANDO BOLA E EM 2000 EU COMEÇEI A PRATICAR KUNG FU E EU GOSTEI, COMEÇEI PRATICA, FUI VER UMA PESSOA FAZENDO AULA, GOSTEI. EM 2004 EU COMEÇEI A COMPETIR, AI EU JA FUI PRA COMPETIÇÃO, VIM TREINAR AQUI EM TAUBATE, ANTES EU TREINAVA EM PINDA, 2000, 2004 VIM PRA TAUBATÉ, COMEÇEI A TREINAR, TREINAVA COM O MESTRE BENÊ, QUE FOI MEU PRIMEIRO MESTRE ASSIM, QUE FALA, ELE QUE ME ENSINOU, ELE QUE ME PÔS PRA LUTA, NA VERDADE NÉ, E É MUITO ENGRAÇADO QUE QUANDO EU CHEGUEI LÁ EU FALEI ASSIM, “BENÊ EU QUERO LUTAR”, “MENINA FAZ UM MES QUE VOCE ENTROU AQUI”, “NÃO MAS EU QUERO LUTAR”, ELE FALOU, VOCÊ É MUTO BOA EM FAZER “KATI”, ELE MANDOU EU FAZER KATI, “NÃO EU QUERO LUTAR TAMBEM”, MAS VOCE PODE SER CAMPEA NO KATI, NAO SEI, VOCE TEM A POSTURA BOA, NAO SEI QUE. “POE NO KATI E POE NA LUTA”, FUI LUTEI PERDI.. FIZ KATI E FIZ LUTA NO MESMO DIA, AÍ FUI PERDI A LUTA PORQUE NAO SABIA REGRA, NAO SABIA NADA NÉ, FUI ENTREI DE TOPETUDA. FUI E PERDI. AI ISSO ERA O CAMPEONATO REGIONAL, AI TEVE O PAULISTA, SO QUE FUI CLASSIFICADO DO REGIONAL PRO PAULISTA, FALO QUE EU TINHA PERDIDO, MAS JA ERA CAMPEÃ PAULISTA, FUI CLASSIFICA NO PAULISTA, FUI TREINEI IGUAL UMA DOIDA, TINHA DOIS MESES PRA TREINAR, FUI GANHEI DA MESMA MENINA QUE EU PERDI E FUI CAMPEÃ PAULISTA.

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03‟14 SONORA – CRISTIAN A KALINDRA ELA TEM UM BERÇO NAS ARTES NOGUEIRA – ESPOSO E MARCIAIS TREINADOR 03‟26‟ SONORA – CRISTIAN TEM MENINA QUE COMEÇOU AI HÁ TRÊS ANOS, NOGUEIRA – ESPOSO E QUATRO ANOS E JÁ TA LUTANDO AI, A KALINDRA TREINADOR TEM, SE EU NAO ME ENGANO, SO QUE ELA TREINA COMIGO, UNS OITO ANOS, UNS OITO ANOS QUE ELA TREINA COMIGO E ELA JÁ TREINAVA ANTES UNS QUATRO ANOS ANTES ELA JA TREINAVA TAMBEM, SE EU NAO ME ENGANO KUNG FU, ENTAO DESDE OS 15 ANO DE IDADE SE EU NAO ME ENGANO, TREINANDO LUTA. 03‟50‟ SONORA - KALINDRA AI FOI AI QUE EU COMECEI, PEGUEI GOSTO, EU FARIA, LUTADORA DE ESTUDAVA, AI EU DIVIDIA OS TREINOS, ESTUDO E MMA/ TTÉ – SP. TREINO POR HOBBY, SO TINHA POR HOBBY, 2004 COMECEI A COMPETIR, MAS ERA HOBBY, NAO ERA AQUELA COISA, “AH EU VOU SEGUIR ISSO”... NAO PRA MIM EU IA SER PROFESSO DE EDUCAÇÃO FISICA, IA DA AULA EM ESCOLA, ACADEMIA DE MUSCULAÇÃO, ALGUMA COISA ASSIM. DEPOIS EU COMECEI A COMPETIR E COMECOU A TER RESULTADO SABE, TIPO EU FALEI NOSSA, EU NEM ASSIM IA IMAGINAR QUE EU IA COMECAR A COMPETIR, HOJE IA TA NO MMA, TODO MUNDO ME CONHECENDO. 04‟17‟ SONORA – CARLOS CARA, EU CONHECO A KALINDRA TEM UNS 10 ANOS.. MENDES LIMA (CACÁ) – TREINADOR DE MMA – ELA TREINAVA BOX CHINES, JA COM O MARIDO DELA TAUBATÉ SP. NÉ, AI EU VI UM TALENTO NELA, AI EU FALEI “MENINA, VAMOS NO MMA, ERA VALE TUDO NA ÉPOCA, VAMO FAZE VALE TUDO? ELA FALOU „VOCE ACHA MESMO? ELA TIROU UMA SEMANA COMIGO, AI A GENTE FOI LA EM SAO LOURENCO, ELA ESTREIOU COM UMA FAIXA PRETA EM JUIJTSU, A ELAINE, ACABOU VENCENDO, NOCAUTEOU ELA, DEPOIS DISSO NÃO PAROU MAIS 04’50’’ SONORA - KALINDRA EM 2005 A GENTE JA COMECO A PRATICAR O MUI TAI FARIA, LUTADORA DE PRATICAMENTE, EM 2006 EU FIQUEI GRAVIDA, EM MMA/ TTÉ – SP. 2007 EU TIVE MINHA FILHA, DEPOIS QUE EU TIVE MINHA FILHA EU VOLTEI A TREINAR QUE NEM UMA DOIDA NO MUI TAI, ME DESTAQUEI NO MUI TAI, COMECEI A GANHAR DE TODOS OS MENINOS NO MUI TAI, AI O KAKA FALOU NOSSA MEU, NAO SEI O QUE NAO SEI QUE LA, VOCE É BOA, ME DEU IDEIA, FALOU QUE IA TER UM EVENTO DE MUI TAI EM SÃO LORENÇO, AI ELE FALOU, CARACA, VAI LA QUE VOCE VAI SE DAR BEM. TREINEI UMA SEMANA, FUI PEGA UMA FAIXA PRETA DE JUI JITSU, MAS A MENINA ERA UM POUCO MAIS VELHA, ELA EU BATI 60 ELA BATEU 52, SABE ENTÃO OUVE VANTAGEM NISSO, PORQUE SE ELA TIVESSE MEU PESO ACHO QUE ELA IA SOBRESAIR. MAS EU CONSEGUI GANHAR DELA, EM

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TRES ROUNDS SUPER DIFICEIS NÉ?! AI O QUE ACONTECEU, EU GANHEI DELA, NOSSA QUANDO EU GANHEI EU FALEI ASSIM 'PRONTO', AGORA EU VOU COMEÇAR A TREINAR O MMA, GOSTEI DISSO, PORQUE FOI UM SHOW PRATICAMENTE, EU TINHA EU LUTAVA EVENTO AMADOR, ERA POUCO "VELO", TINHA MMA, TINHA MUSICA TOCANDO, ERA GENTE APLAUDINDO, NOSSA, ISSO EH UM SHOW QUE DELICIA. AI EU COMECÉI A TREINAR. AI COMECEI A TREINAR, E AGORA É ELE QUE ME TREINA MMAL, MEU MARIDO CRIS TREINA MUI TAI, O ABC QUE ME TREINA JUI JITSU. A GOLD TEAM É GRANDE, A EQUIPE QUE REPRESENTO É GRANDE, ENTÃO A GENTE PODE ESCOLHER UM DIA, EM SÃO PAULO TEM MUITA GOLD TEAM, TEM MUITO ATÉ TAVÃOS, O CHARLES DO BROX PRINCIPAIS DO UFC TA INDO LA. MINEIRO TAMBÉM DESCULPA TA INDO LÁ, ENTÃO A GENTE SEMPRE TA INDO COM PESSOAS, A GENTE PROCURA PESSOAS QUE ESTÃO NO MEIO DA LUTA, NÉ A GENTE NÃO VAI TREINAR COM QUALQUER UM.

CONTINUA... 14‟55 SONORA - KALINDRA DE 15 DIAS DE MÊS PARA MIM TRABALHAR... FARIA, LUTADORA DE MMA/ TTÉ – SP. 15:00 SONORA - KALINDRA PORQUE TODO ESSE TEMPO QUE EU TIVE, EU FARIA, LUTADORA DE RECOMPENSO JUNTO, PORQUE A GENTE FICA O DIA MMA/ TTÉ – SP. INTEIRO JUNTO. SONORA – CARLOS A KALINDRA É MUITO FÁCIL FALAR DELA, NÉ? ELA É MENDES LIMA (CACÁ) – UMA PESSOA QUE É MUITO FÁCIL DE TREINAR, ELA É TREINADOR DE MMA – MUITO DEDICADA, ELA NÃO FALTA AO TREINO E SE TAUBATÉ SP. VOCÊ FALAR ASSIM: “KARINA, CORRE 10 MINUTOS, ELA CORRE, BATE SACO 10 MINUTOS, ELA BATE, FAZ SPA ELA FAZ”. ELA NÃO FOGE DO TREINO, VOCÊ CHEGOU NA ACADEMIA ELA ESTÁ TREINANDO. EU ACHO ELA É UM FENÔMENO, EU JÁ FALEI ISSO VÁRIAS VEZES E REPITO. ENTÃO, ELA É UMA PESSOA MUITO DEDICADA, É MUITO RESPONSÁVEL. INSERT (CONVERSA SE NÃO PAGAR... KALINDRA E HELEN) INSERT (CONVERSA SE NÃO PAGAR JÁ ERA. A GENTE TEM QUE FAZER AS KALINDRA E HELEN) COISAS QUE TEM QUE FAZER, SABE? AS COISAS DE CASA, ACADEMIA, TAIANE, CONTA. TUDO ISSO EU QUE TENHO QUE FAZER. E EU GOSTO MAIS DE FAZER ESSAS PARTES DE CONTA, NÃO GOSTO DE DEIXAR PRO CRIS NÃO. AI O CRIS FICA DANDO AULA É MELHOR. EU GOSTO DE TREINAR E RESOLVER OS PEPINOS NA RUA. EU GOSTO DE TREINAR E FICAR RESOLVENDO AS COISAS.

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MAS EU PENSO QUE DEPOIS QUE EU APOSENTAR DE LUTA EU SÓ VOU DAR AULA, SÓ EM ACADEMIA. SONORA - LUTADOR E A SUA FAMÍLIA, O PESSOAL TE APOIOU QUANDO MACELO COLAT – SÃO VOCÊ DECIDIU LUTAR MMA? JOSÉ DOS CAMPOS A MINHA MÃE FICOU UM POUCO DESESPERADA ASSIM NO COMEÇO. É QUE FOI QUANDO EU RESOLVI LUTAR, FOI MEIO QUE DE REPENTE, NÉ. EU FUI CONVIDADO DA EQUIPE DE ÚLTIMA HORA, ENTÃO NÃO TEVE NENHUMA OBJEÇÃO, MAS ELES COMEÇARAM A FICAR MEIO PREOCUPADOS. MAS HOJE EM DIA JÁ É MAIS TRANQÜILO. SONORA - KALINDRA A MINHA MÃE TAMBÉM DESACREDITA, ELA FALA “EU FARIA, LUTADORA DE NÃO ACREDITO”. ELES ME APOIAM, NO COMEÇO É MMA/ TTÉ – SP. MEDO, COMO EU FALO MEU PAI TEM MEDO, MAS HOJE EM DIA É UM ORGULHO. ESSES DIAS EU LUTEI COM A KARINA DAN, AI QUANDO EU CHEGUEI LÁ, O MEU PAI ESTAVA COM UMA CARTA SEPARADA PARA MIM. ELE FALOU LEIA EM VOZ ALTA E EU NEM SABIA, FOI UMA CARTA DE UNS OITO OU DEZ ANOS ATRÁS, EU FALANDO PARA ELE QUE EU ERA MEIO DOIDA SIM, MAS, QUE ELE IA TER MUITO ORGULHO DE MIM E IA OUVIR MUITO FALAR DE KALINDRA FARIA, ESTAVA ASSIM NA CARTA. E NOSSA EU LI ISSO E COMECEI A CHORAR, EU LEMBREI DA CARTA QUE EU FIZ PARA ELE E LEMBREI DA ÉPOCA QUE EU PASSEI DE TER FICADO GRÁVIDA E ESCOLHIDO A LUTA. MAS, HOJE EM DIA É A FONTE DE ORGULHO, ELES FALAM COM ORGULHO DISSO. ELE SEMPRE ME FALOU QUE SEMPRE FOI O MEU PAITROCÍNIO E ELE SEMPRE APOIOU, ENTÃO NO COMEÇO ELE FICOU ASSUSTADO, MAS ELE SEMPRE APOIOU. QUANDO EU FUI PARA O CAMPEONATO BRASILEIRO ELE ME LEVOU, POIS FOI EM FORTALEZA E ELE JÁ APROVEITOU PARA PASSEAR, NÉ? ELE, A MINHA MÃE E A MINHA IRMÃ. ELE ME DEU O CARRO QUE FOI NA VERDADE, ACHO QUE FOI A HORA CERTA, PORQUE TEM PAI QUE TEM CONDIÇÕES DE DAR UM CARRO PARA O FILHO, PORQUE A GENTE TEM CONDIÇÕES. ATÉ QUE ELE DEU NA HORA CERTA, QUANDO EU ERA JOVEM EU ERA INCONSEQÜENTE, EU SAÍA PARA A BALADA E BEBIA, ENTENDEU? MAS, EU ACHO QUE FOI A MELHOR COISA QUE ELE ME DEU. PORQUE EU TENHO FILHO, EU TENHO COISAS PARA FAZER, JÁ PEGUEI MUITA CHUVA DE BICICLETA. JÁ ESTOUROU PNEU INDO PARA LUGAR E EU TIVE QUE VOLTAR, MEU MARIDO EMPURRANDO EU E A BICICLETA, SABE. ISSO DÁ INDEPENDÊNCIA. OLHA PARA VOCÊ TER UMA IDEIA, VOCÊ JÁ MOROU PARA CÁ, NÉ? EU IA DA INDEPENDÊNCIA DAR AULA LÁ PERTO DO BEVIRÁ, DE

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BICICLETA. BATI DE BICICLETA IDA E VOLTA E, DAQUI DA INDEPENDÊNCIA QUATRO VEZES POR DIA, DAR AULA LÁ PERTO DO JARDIM DAS NAÇÕES, EU E MEU MARIDO DE BIKE, IA E VOLTAVA. FORA OS TREINOS QUE EU FAZIA LÁ. BATIA E VOLTAVA, PEGAVA MINHA FILHA NA ESCOLA, LEVAVA NA CASA DA MINHA TIA, VOLTAVA, PEGAVA NA CASA DA MINHA TIA 11H OU 10H DA NOITE DORMINDO. INSERT (CONVERSA TODO MUNDO USA A INTERNET LÁ, SÓ QUE TEM UNS KALINDRA E HELEN) TONTOS QUE DEIXA O FACEBOOK ABERTO. E EU ADORO ZOAR O FACEBOOK DELE. AÍ, A CRIS, MULHER DO QUE DÁ AULA DE VÍDEO DEIXOU O FACEBOOK ABERTO, AÍ EU ZOEI. INSERT (CONVERSA PEGAR A PENTELHA NA ESCOLA, OLHA A CARA DE KALINDRA E KAYLANE, BRAVA DELA, RISOS. FILHA DA KALINDRA) CADÊ A BLUSA? O QUE ELES ESTÃO FAZENDO? É UM DOCUMENTÁRIO. SONORA - KALINDRA HOJE EM DIA JÁ ESTÁ UM POUCO MAIS FÁCIL PELO FARIA, LUTADORA DE ESPORTE ESTAR SENDO RECONHECIDO E TEM MMA/ TTÉ – SP. BASTANTE GENTE QUE AJUDA, NÉ?! QUE DÁ PATROCÍNIOS, MAS EU AINDA TENHO QUE CORRER ATRÁS, TIPO HOJE, ALMOÇAR EM RESTAURANTE... KAYLANE (FILHA) CADÊ O PAI? INSERT (CONVERSA O PAI FICOU LÁ, ELE ESTAVA ATRASADO. KALINDRA E KAYLANE, COMEU BEM? O QUE VOCÊ COMEU? SEU PAI VAI FILHA DA KALINDRA) FAZER VOCÊ COMER.... AGORA VOCÊ VAI COMER E DORMIR UM POUCO. INSERT - KAYLANE E ELES? (FILHA DA KALINDRA) INSERT – LUTADORA ELES VÃO ALMOÇAR TAMBÉM. KALINDRA FARIA FABIO SANTOS – HOJE O MERCADO DE MMA PEGA TODAS AS IDADES. PATROCINADOR DE PEGA DESDE A CRIANÇINHA DESSE TAMANHO, ATÉ O ATLETAS DE MMA/SJC SENHOR DE IDADE. TEM GENTE QUE ADORA E TEM GENTE QUE ODEIA.. ENTÃO EU VOU TER QUE TRABALHAR COM ESSA DUALIDADE. VOU TER QUE ENTENDER ENQUANTO EMPRESÁRIO QUE TEM PESSOAS QUE GOSTAM E VÃO ADORAR VEM A MINHA MARCA LIGADA AQUELE ESPORTE E TEM GENTE QUE NÃO GOSTA, É MUITO VIOLENTO.. TEM QUEBRA DE PARADIGMA AÍ MUITO FORTE. SONORA - KALINDRA AGENTE TEM FOCO, TEM OBJETIVO. EU ACHO QUE FARIA, LUTADORA DE COMO TODA PROFISSÃO O MMA TEM O SEU VALOR. MMA/ TTÉ – SP. TODA PESSOA TEM O SEU VALOR, ENTÃO NÃO ADIANTA VOCÊ JULGAR. AS PESSOAS TEM QUE TER RECONHECIMENTO E SER VALORIZADAS. E SE FOR LUTADOR É DEDICAÇÃO E MUITO ESFORÇO.

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SONORA – MARCELO PARA SER LUTADOR TEM QUE SER UM GUERREIRO? COLAT - LUTADOR DE AH SIM NÉ, PARA SER BRASILEIRO TEM QUE SER MMA - SÃO JOSÉ DOS GUERREIRO, PORQUE POUCAS PESSOAS TEM TUDO CAMPOS DE MAO BEIJADA. JÁ É, VALEU (HELEN) ERROS DE GRAVAÇÃO TRILHA E CRÉDITOS FINAIS/ INSERT

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11. CRONOGRAMA

ATIVIDADES JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL DESENVOLVIDAS PESQUISA, PRÉ- X X X X X PROJETO CONSEGUIR X X X X MATERIAL

PRODUÇÃO COLETA DE X X X X X X X DADOS

PRODUÇÃO CAPTAÇÃO DE X X X IMAGENS SONORAS X X X DECUPAGEM E X ROTEIRO

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ATIVIDADES AGO SET OUT NOV DEZ DESENVOLVIDAS PESQUISA DE X X CAMPO CONSEGUIR X X MATERIAL PRODUÇÃO

COLETA DE X X

UÇÃO DADOS CAPTAÇÃO DE X X X

PROD IMAGENS SONORAS X X X DECUPAGEM E X X X ROTEIRO EDIÇÃO X X X X PRODUTO FINAL X X ENTREGA X

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AWI, Fellipe. Filho teu não foge à luta. Rio de Janeiro: Intrínsica, 2012. DIMIC, Mickey. Artes Marciais Mistas – Os segredos do MMA. São Paulo: Madras, 2011. GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999. NICHOLS, Bill. Introdução ao Documentário. Campinas: Papirus, 2005. RAMOS, Fernão Pessoa. Mas afinal... o que é mesmo documentário? São Paulo: Editora Senac São Paulo, 2008.

NACIONAL, Conselho do Ministério Público. Campanha Conte Até 10. 14 dez 2012. Disponível em . Acessado em 08 mai 2013.

RUSSIO, Marcelo. Combate projeta crescimento e revela fidelização após cada evento ao vivo. 12 abr 2013. Disponível em < http://sportv.globo.com/site/eventos/combate/noticia/2013/04/combate-projeta- crescimento-e-revela-fidelizacao-apos-cada-evento-ao-vivo.html>. Acessado em 08 mai 2013.

FERNANDO, João. Canal pago Combate cresce graças à popularização do MMA. 17 jan 2013. Disponível em < http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/cultura-e- lazer/segundo-caderno/noticia/2013/01/canal-pago-combate-cresce-gracas-a- popularizacao-do-mma-4013851.html>.Acessado em 08 mai 2013.

MIOTO, Ricardo. Sucesso do MMA leva jovens às academias em busca da luta. 28 de novembro de 2011. Disponível em Acessado em 08 mai 2013

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OHATA, Eduardo. Globo vence disputa com Record e transmitirá UFC em 2012. 27 out 2011. Disponível em < http://www1.folha.uol.com.br/esporte/997711-globo- vence-disputa-com-record-e-transmitira-ufc-em-2012.shtml>. Acessado em 08 mai 2013.

MATOS, Alexandre. Wrestling, luta livre ou telecatch? Qual a diferença das lutas de contato. 14 set 2012. Disponível em Acessado em 22 set 2013.

MATOS, Alexandre. Pancrácio: O MMA da era antiga e a sua história. 08 nov 2012. Disponível em . Acessado em 29 abr. 2013.

MATOS, Alexandre. Octógono e ringue: as diferenças das áreas de lutas. 25 jul 2012. Disponível em < http://esportes.discoverybrasil.uol.com.br/octogono-as- diferencas-e-curiosidades-dos-ringues/>. Acessado em 29 abr. 2013.

Regras e regulamentos. Disponível em < http://br.ufc.com/discover/sport/rules-and- regulations#1>. Acessado em 06 mai 2013.

PEDERNEIRAS, André. Lutando para vencer. Teaser do documentário, 2012. Entrevista concedida para o teaser do documentário sobre sua história. Disponível em < http://shelby.tv/video/vimeo/52259414/lutando-para-vencer-teaser-261012/>. Acessado em 10 nov. 2013.

SHERDOG. Maior site especializado em MMA, que funciona como uma espécie de banco de dados. Disponível em < http://www.sherdog.com/> Acessado em 23 maio 2013.

CHIOQUETTA, Daiane Suelyn Celso. Do cinema verdade a vídeo reportagem: modos participativos de linguagem audiovisual. Disponível em

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1/Do%20cinema%20verdade%20a%20videoreportagem.pdf/> Acessado em: 03 junho 2013)

COLTINHO, Eduardo. Cinema Documentário e Educação. TV Escola, 21 de ago. 2008. Entrevista concedida ao programa Salto para o Futuro. Disponível em Acessado em: 02 junho 2013. TV BRASIL, Salto para o Futuro, 2008

DAVID, Diego. O sonho de um Guerreiro, 06 de set. 2013. Entrevista concedida para este projeto. Disponível em anexo

CAMARGO, Calasans. A luta de um Guerreiro, 06 de set. 2013. Entrevista concedida para este projeto. Disponível em anexo.

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ANEXOS

ANEXO A

Questionário usado para levantar o nome do lutador de maior representatividade em São Jose dos Campos. Feito para complementar a pesquisa feita no Sherdog, que não apresentou lutadores com número de lutas semelhantes ao da lutadora Kalindra Faria, de Taubaté.

1- Nome completo:

Cláudio Calasans Camargo

2- Nome da academia:

Academia Calasans Camargo

3- Endereço da academia:

R. Estefânia do Nascimento , 29, Jd das Indústrias , S J Campos

4- Há quanto tempo a academia existe em São Jose dos Campos?

Inauguramos em novembro de 1986. Neste ano completaremos 27 anos

5- Quais artes marciais existem na academia?

Temos : judo, aikido, karate, capoeira, jiu jitsu, muay- thai , boxe, luta olímpica, sandá ( boxe chinês ), hapkido e nin jutsu

6- Há quanto tempo é mestre de artes marciais?

Me formei faixa preta em 1982 e faixa vermelha e branca, 6° dan ( do 1° ao 5° dan a faixa é preta ) com 38 anos , o mais novo do país de todos os tempos a atingir esta graduação, denominada kodansha no judo, em 2001.

7- Em sua opinião hoje qual lutador(a) representa São Jose dos Campos no MMA, pode ser algum lutador da sua própria academia?

Na atualidade, o lutador mais experiente da cidade, com o melhor cartel, é o Carlos Galvão, conhecido como Caiçara e o Marcelo de Toledo Cortelasse, o Colat . ambos lutaram neste ano no Real Fight, evento de MMA da cidade e venceram.

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8- Qual lutador representaria bem São Jose dos Campos no MMA entre os atletas que não são da sua academia?

Ambos fazem complementação de jiu jitsu aqui na hora do almoço e o Colat é nosso professor de MMA. Os dois citados começaram desde crianças aqui no judô da academia, mas atualmente o Carlos é professor da academia K2 no Vale Sul Shopping.

1- Nome completo:

Diego David Alves

2- Nome da academia:

Hard Kick Fight Team

3- Endereço da academia:

Rua Palmares, 816, Pq. Industrial

4- Há quanto tempo a academia existe em São Jose dos Campos?

13 anos

5- Quais artes marciais existem na academia?

Kick Boxe, MMA, Jiu Jitsu

6- Há quanto tempo é mestre de artes marciais?

Me formei faixa preta em 2000, pela WAKO, Associação Mundial de Kick Boxe.

7- Em sua opinião hoje qual lutador(a) representa São Jose dos Campos no MMA, pode ser algum lutador da sua própria academia?

Hoje na minha academia, estamos formando um plantel de atletas para lutarem MMA, não tenho ninguém pra lutar hoje. Mas de São José, um atleta que vem representando bem, é o Carlos Galvão, em segundo lugar o Marcelo Colat. Estou dentro do ginásio, esperando pra ser chamado pra lutar, e lembrei de responder pra você agora.

8- Qual lutador representaria bem São Jose dos Campos no MMA entre os atletas que não são da sua academia?

Idem a 7

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ANEXO B – PRÉ PROJETO

Objeto

Lutadores de MMA, Kalindra Faria, da cidade de Taubaté e Marcelo Toledo Colat, conhecido como Marcelo Colat do município de São José dos Campos.

Objetivo Geral:

Conhecer o dia-a-dia dos dois lutadores de MMA das cidades de Taubaté e São José dos Campos e relatar a luta diária que enfrentam principalmente fora do octógono, para seu crescimento e sobrevivência.

Objetivo Específico:

Detectar e registrar as situações enfrentadas por eles e retratar por meio de um vídeo-documentário.

Problema

Quais são as rotinas e as maiores dificuldades enfrentadas por dois atletas de MMA – um de São José dos Campos e um de Taubaté –, que vislumbram a possibilidade de entrar, de fato, no circuito do MMA em âmbito nacional?

Hipótese

Acredita-se que a falta de patrocínio e devida estrutura dificultam o ingresso dos dois lutadores de MMA de São José dos Campos e Taubaté no mercado brasileiro. A dupla jornada de trabalho prejudica o desempenho desses atletas, que não podem se dedicar integralmente ao esporte.

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Justificativa

A decisão de fazer um trabalho sobre os lutadores de MMA de Taubaté e São José dos Campos se deu primeiramente pelo fato de este esporte ser um fenômeno de crescimento no Brasil e no mundo. As lutas têm apresentado números recordes de assinantes e vendas de PPV (pay-per-view), no Canal Combate (canal especializado em lutas), em especial nos dias que são exibidos eventos do UFC (Ultimate Fighting Championship), uma espécie de Copa do Mundo da modalidade, ou seja, o evento mais importante da modalidade no âmbito mundial. A mídia e o mercado publicitário também perceberam o interesse da população e de novos atletas pelo esporte, por isso, têm usado vários lutadores de destaque em suas propagandas. O aumento do número de atletas praticantes de artes marciais no MMA também pôde ser notado nas duas principais cidades da região do Vale do Paraíba, Taubaté e São José dos Campos. A constatação ocorreu por meio da verificação do crescimento de lutadores cadastrados no site Sherdog, onde Taubaté apresentou aumento de 11% e São José dos Campos 75% no período entre 06-04- 13 e 30-05-13. Outra questão detectada na região é o aumento do interesse da população pelo esporte, que segundo Marcio Keske (colocar trecho da entrevista) tem reflexos no crescimento da bilheteria do evento de MMA que ele organiza o Real Fight, realizado em São Jose dos Campos desde 2005. A partir da observação deste cenário de expansão do esporte também na região do Vale do Paraíba é importante que trabalhos como este procurem conhecer, se aprofundar e gerar mais informação sobre os atletas que compõe está realidade a fim de gerar conteúdo que contribua para estudos futuros, além de ser um registro histórico. Este trabalho poderá mostrar como é a realidade destes atletas, que mesmo tendo experiência no esporte ainda não alcançaram o ápice do MMA. . A escolha de lutadores de MMA de Taubaté e São José ocorreu, primeiramente, pela proximidade da pesquisadora com a região do Vale do Paraíba. Estes municípios também foram escolhidos por conter o maior número de lutadores de

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MMA7 na região citada no período da pesquisa. Taubaté está em primeiro lugar com dez lutadores cadastrados no Sherdog e São José dos Campos em segundo com sete lutadores.

7 Segundo o site www. Sherdog.com. Acesso: 23 maio 2013.

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ANEXOS C

Lutadores de Taubaté e São José do Campos (Fonte site Sherdog)

TAUBATÉ

KALINDRA FARIA

BIRTHDAY: 1986-07-23

AGE: 26 TAUBATE, SAO PAULO

HEIGHT 5'5" 165.1 CMWEIGHT 121 LBS 54.88 KG ASSOCIATION: VALE TOP TEAM/MACACO GOLD TEAM

61

JOHNNY GONCALVES "KABECA"

BIRTHDAY: 1989-02-10

AGE: 24 TAUBATE, SAO PAULO BRAZIL HEIGHT 5'7" 170.18 CMWEIGHT 145 LBS 65.77 KG ASSOCIATION: TSUNAMI COMBAT

RAFAEL RODRIGUES "WILSINHO"

62

BIRTHDAY: N/A

AGE: N/A TAUBATE, SAO PAULO BRAZIL HEIGHT 0'0" 0 CMWEIGHT 154 LBS 69.85 KG ASSOCIATION: PITBULL FIGHT TEAM

ISAIAS SIMOES "CARCACA"

63

BIRTHDAY: 1995-12-15

AGE: 17 TAUBATE, SAO PAULO BRAZIL HEIGHT 5'6" 167.64 CMWEIGHT 139 LBS 63.05 KG ASSOCIATION: TSUNAMI COMBAT

64

FRANCISCO PINHEIRO DOS SANTOS NETO "CAICARA"

BIRTHDAY: 1970-12-31

AGE: 42 TAUBATE, SAO PAULO BRAZIL HEIGHT 0'0" 0 CMWEIGHT 145 LBS 65.77 KG ASSOCIATION: NAJA TEAM

65

TIAGO CANDIDO MACHADO SILVA

BIRTHDAY: N/A

AGE: N/A TAUBATE, SAO PAULO BRAZIL HEIGHT 0'0" 0 CMWEIGHT 154 LBS 69.85 KG ASSOCIATION: VALE TOP TEAM

66

CARLOS PRATES "CARLAO"

BIRTHDAY: 1993-08-17

AGE: 19 TAUBATE, SAO PAULO BRAZIL

HEIGHT 6'0" 182.88 CMWEIGHT 145 LBS 65.77 KG ASSOCIATION: VALE TOP TEAM/MACACO GOLD TEAM

67

RODRIGO BOSS "DO PRESIDIO / HUGO"

BIRTHDAY: N/A

AGE: N/A TAUBATE, SAO PAULO BRAZIL HEIGHT 0'0" 0 CMWEIGHT 130 LBS 58.97 KG ASSOCIATION: CACA GOLD TEAM

68

ONIS MIRANDA "NINJA"

BIRTHDAY: N/A

AGE: N/A TAUBATE, SAO PAULO BRAZIL HEIGHT 0'0" 0 CMWEIGHT 165 LBS 74.84 KG ASSOCIATION: URSO TEAM MASTER

69

WANDERLEY CARVALHO LEITE

BIRTHDAY: N/A

AGE: N/A TAUBATE, SAO PAULO BRAZIL

HEIGHT 0'0" 0 CMWEIGHT 130 LBS 58.97 KG ASSOCIATION: VALE TOP TEAM

70

SÃO JOSE DOS CAMPOS

(Indicado pelos proprietários de academias de SJC – Selecionado para a gravação do documentário) MARCELO COLAT

BIRTHDAY: N/A

AGE: N/A BRAZIL

HEIGHT 0'0" 0 CMWEIGHT 170 LBS 77.11 KG

ASSOCIATION: CALAZANS BJJ / KUMAKURA TEAM

CLASS: WELTERWEIGHT

WINS20 KO/TKO (0%)1 SUBMISSIONS (50%)1 DECISIONS (50%)

LOSSES10 KO/TKO (0%)1 SUBMISSIONS (100%)0 DECISIONS (0%)

SHARE FIGHT HISTORY

71

ESULT FIGHTER EVENT METHOD/REFEREE R TIME

RF 9 - Real Fight 9 Submission (Armbar)

WIN Carlos Eduardo 1 0:00 Jun / 15 / 2013 N/A

SFF - Santos Fight Submission (Rear Naked Choke) LOSS Alexandre Carvalho Festival 2 3:25 N/A Dec / 06 / 2008

Sebastiao Soares de Azevedo RF 3 - Real Fight 3 Decision (Unanimous) WIN 3 5:00

Neto Oct / 21 / 2006 N/A

72

(Primeiro indicado pelos proprietários de academias de SJC – Não pode participar do documentário) CARLOS GALVAO "CAICARA"

BIRTHDAY: N/A

AGE: N/A BRAZIL

HEIGHT 0'0" 0 CMWEIGHT 170 LBS 77.11 KG

ASSOCIATION: ATOS JIU-JITSU

73

BRUNO PAIVA "BRUNINHO"

BIRTHDAY: 1990-03-29

AGE: 23 SAO JOSE DOS CAMPOS, SAO PAULO BRAZIL

HEIGHT 5'7" 170.18 CMWEIGHT 135 LBS 61.23 KG ASSOCIATION: SATTELMAYER TEAM

74

ALINE SATTELMAYER

BIRTHDAY: N/A

AGE: N/A SAO JOSE DOS CAMPOS, SAO PAULO BRAZIL HEIGHT 0'0" 0 CMWEIGHT 115 LBS 52.16 KG ASSOCIATION: SATTELMAYER TEAM

75

DIEGO OLIVEIRA "O PESADELO"

BIRTHDAY: 1988-03-16

AGE: 25 SAO JOSE DOS CAMPOS, SAO PAULO BRAZIL HEIGHT 5'10" 177.8 CMWEIGHT 155 LBS 70.31 KG ASSOCIATION: SATTELMAYER TEAM

76

SANDRO VIEIRA DA SILVA "DOIDO"

BIRTHDAY: N/A

AGE: N/A SAO JOSE DOS CAMPOS, SAO PAULO BRAZIL HEIGHT 6'1" 185.42 CMWEIGHT 205 LBS 92.99 KG ASSOCIATION: MIND ASTRAY

77

FERNANDO LEIBUR

BIRTHDAY: N/A

AGE: N/A SAO JOSE DOS CAMPOS, SAO PAULO BRAZIL HEIGHT 0'0" 0 CMWEIGHT 185 LBS 83.91 KG ASSOCIATION: UNDERGROUND FIGHT

78

FERNANDO GABRIEL FAZOLO "CARNICA"

BIRTHDAY: 1987-08-07

AGE: 25 SAO JOSE DOS CAMPOS, SAO PAULO BRAZIL

HEIGHT 5'10" 177.8 CMWEIGHT 185 LBS 83.91 KG

ASSOCIATION: SATTELMAYER TEAM

79

ADAILSON MOTA "CEARA"

BIRTHDAY: 1974-11-25

AGE: 38 SAO JOSE DOS CAMPOS, SAO PAULO BRAZIL

HEIGHT 5'7" 170.18 CMWEIGHT 155 LBS 70.31 KG ASSOCIATION: SATTELMAYER TEAM/DIDA JIU-JITSU

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Anexo D

Mapa número de atletas por cidade

IMPORTANTE: - PRIMEIRA PESQUISA PARA RANKING MMA NO VALE FOI REALIZADA EM: 06-04-13 ÀS 17:18

- SEGUNDA PESQUISA PARA RANKING MMA NO VALE FOI REALIZADA EM: 30-05-13 ÀS 17:30

Em aproximadamente dois meses a região do Vale do Paraíba teve um aumento de 37% no numero de lutadores de MMA. O numero inicial pesquisado pela autora deste projeto no site Sherdog em 06-04-13 era de 24 lutadores registrados no portal. Em 30-05-13 o numero de atletas cadastrados subiu para 33. Entre as 39 cidades que compõe o Vale do Paraíba e litoral norte apenas 10 tem algum lutador de MMA que já competiu e está cadastrado no Sherdog, sendo:

- TAUBATÉ (9) SUBIU PARA (10) / 1

- SÃO JOSE DOS CAMPOS (4) - SUBIU PARA (7) / 3

- GUARATINGUETA (2) - SUBIU PARA (3) / 1

- UBATUBA (2) SUBIU PARA (3) / 1

- JACAREÍ (1) SUBIU PARA (3) / 2

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- CAÇAPAVA (0) SUBIU PARA (1) / 1

- CAMPOS DO JORDÃO (2)

- APARECIDA (2)

- TREMEMBÉ (1)

- PINDA (1)

- IGARATÁ (0)

- SANTA BRANCA (0)

- PARAIBUNA (0)

- JAMBEIRO (0)

- MONTEIRO LOBATO (0)

- SANTO ANTONIO DO PINHAL (0)

- SÃO BENTO DO SAPUCAÍ (0)

- REDENÇÃO DA SERRA (0)

- SÃO LUÍZ DO PARAITINGA (0)

- NATIVIDADE DA SERRA (0)

- LAGOINHA (0)

- ROSEIRA (0)

- POTIM (0)

- CUNHA (0)

- CANAS (0)

- LORENA (0)

- PIQUETE (0)

- CACHOEIRA PAULISTA (0)

- CRUZEIRO (0)

- SILVEIRAS (0)

- LAVRINHAS (0)

82

- AREAIS (0)

- QUELUZ (0)

- SÃO JOSE DO BARREIRO (0)

- ARAPEÍ (0)

- BANANAL (0)

- SÃO SEBASTIÃO (0)

- CARAGUATATUBA (0)

- ILHA BELA (0)

Anexo E:

Pesquisa Delloite

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