Caracterização U/Pb de zircão detrítico e geoquímica isotópica (Sm/Nd) em rocha-total dos UFRGS metassedimentos de Arroio Grande-RS GEOCIÊNCIAS BELONI, Matheus S.¹ PORCHER, Carla C.²
¹ Graduando em Geologia e bolsista BIC UFRGS - REUNI [email protected] ² Professora e orientadora do IGEO [email protected]
Os Xistos e Quartzitos de Arroio Grande (XQAG) pertencem ao Complexo As imagens de MEV em lâmina e em mounts dos zircões definem seu Ofiolítico de Arroio Grande (COAG) (Ramos & Koester, 2014), ocorrendo padrão detrítico. Grãos arredondados, em alguns casos, bem esféricos ates- intercalados com rochas metamáficas e metaultramáficas. O objetivo da tam o transporte sofrido pelos mesmos. As linhas de crescimento interrom- pesquisa é auxiliar na obtenção de dados que atestem o ambiente geotecto- pidas por quebra também é um fator determinante. nico proposto. Esses dados serão de idade de zircões detríticos através do decaimento radioativo (U/Pb) e de geoquímica isotópica de Sm/Nd em ro- B 1049 cha-total das amostras coletas, além dos dados de campo e descrições pe- A 1048 cps/eV trográficas em lâmina delgada. 1048 90
80
Musc 70 1050 1051 60 Legenda 50 40 Zr O Si Zr Montevidéu - URU Qtz 30 Porto Alegre - RS 20
10
0 1 2 3 4 5 6 7 keV Arroio Grande - RS 70 1048 Date:8/11/2015 4:02:07 PM HV:15.0kV Puls th.:40.46kcps
Rio Arroio Grande RS El AN Series unn. C norm. C Atom. C Error (1 Sigma) [wt.%] [wt.%] [at.%] [wt.%] BR - 116 ------76 O 8 K-series 27.06 32.91 64.45 2.99 75 N Si 14 K-series 13.32 16.20 18.07 0.58 Zr 40 L-series 41.85 50.89 17.48 1.58 75 65 Estradas pavimentadas / 74 ------de chão Total: 82.23 100.00 100.00
85
Afloramentos
68 Cobertura Sedimentar Cenozóica Fig. 6. Imagem (geral [A] + detalhe [B]) e gráfico fornecidos a partir do MEV-EDS em lâmina delgada (xisto PF-56), onde Uruguai Granito Três Figueiras fornece a composição química do cristal de zircão observado em lâmina. Musc = Muscovita; Qtz = Quartzo. Granito Chasqueiro
Complexo Pinheiro Machado
10 Km Complexo Ofiolítico Arroio Grande B A Fig. 1. Mapa geológico esquemático do extremo sul do Escudo Sul-rio-grandense, onde mostra a relação do COAG com as rochas intrusivas formadoras do Batólito Pelotas. Modificado de Ramos & Koester, 2014.
Em campo pode-se detalhar e chegar a uma classificação macroscópica das litologias e também a obtenção de dados estruturais (como foliação e linea- ção principalmente).
Fig. 7. Imagem de CL (geral [A]+ detalhe [B]) referente ao mount de zircão do afloramento PU-34 (xisto). A imagem detalha a morfologia dos zircões apresentando formas arredontadas e também esféricas em alguns casos. A terminação abrupta das linhas de crescimento dos zircões, além da morfologia, atestam um possível transporte dos grãos.
Fig. 3. Imagem de afloramento de xisto intercalado com quartzito. A descrição macroscópica de detalhamento e ca- racterização estrutural dos afloramentos de xistos e quart- Em trabalhos anteriores, o XQAG eram mencionados como pertencentes zitos foram prejudicados pelo intenso intemperismo sofri- ao Complexo Metamórfico Porongos (CMP) ( Fragoso-César et al. 1986) Fig. 2. Estereograma representando a orientação da foliação do pelas mesmas, como é observado na imagem. dos xistos de Arroio Grande. Como observado, a foliação devido as suas semelhanças de grau metamórfico e aspecto morfológico. tem uma orientação resultante para nordeste, com mergulho para noroeste. Ramos & Koester (2014) propõem então, que os xistos e quartzitos perten- cem a outra unidade, o COAG, sendo associadas as rochas metamáficas-ul- 1 mm 500 µm tramáficas. Com os dados adquiridos de U/Pb em zircão detrítico e geoquí- C mica em rocha-total (Sm/Nd), será possível testar a ideia de que os XQAG tenham idades de deposição final condizentes com a idade de fechamento A do paleo-oceano Adamastor (Neoproterozóico).
B REFERÊNCIAS Corfu F, et al. 2003. Atlas of zircon textures. Zircon. Reviews in Mineralogy & Geochemistry. Faure, G. Principles of isotope geology. New York. Fedo, C. M., et al., 2003. Detrital zircon analysis of the sedimentary record; Zircon: Reviews in mineralogy & geochemistry. Gruber, L. et al. 2011. Proveniência de metassedimentos das sequências Arroio Areião, Cerro Cambará e Quartzo Milonitos no Fig. 4. Imagem geral da lâmina PQX-04. A lâmina refere- Fig. 5. Imagem geral da lâmina PF-29. Essencialmente -se ao Quartzo-Muscovita -Xisto, onde o quartzo (A) apre- Complexo Metamórfico Porongos, Santana da Boa Vista, RS. Pesquisas em Geociências, formada por mineirais de quartzo (Quartzito), onde, pela Holz, M. et al. 2000. Geologia do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: CIGO/IGeo/UFRGS. senta textura em fita (ribbon quartz) e a muscovita (B) imagem, percebe-se um sutil estiramento dos mesmos con- com textura lepidoblástica. Apresenta também, como Philipp, R.P. et al. 2002. Ocorrência e significado dos septos do embasamento encontrados nas suítes graníticas do Batólito Pe- tidos no plano da foliação. Apresenta uma quantidade pe- lotas, RS, Brasil. Pesquisas em Geociências. constituinte da rocha, em menor quantidade, plagioclásio quena de muscovitas (estiradas) entre grãos de quartzo, (C), além de apatita, monazita e xenotima como minerais Ramos, R.C. 2011. Geologia da associação metamáfica-ultramáfica da região de Arroio Grande. UFRGS. além dos minerais acessórios como zircão e apatita, por Ramos, R. et al. 2014 Complexo Ofiolítico Arroio Grande, sudeste do Escudo Sul-rio-grandense: caracterização e discussões acessórios. Em destaque na figura, o padrão S-C observa- exemplo. do pela mudança de orientação dos minerais de quartzo e das unidades ortoderivadas. GEO/UFRGS. muscovita em relação a foliação horizontal na imagem. UFRGS. 1972. Geologia das Folhas Arroio Grande, Herval, Basílio e Cêrro Chato. Porto Alegre. Instituto de Geociências, UFRGS.
LABORATÓRIO DE GEOLOGIA ISOTÓPICA IG-UFRGS Pró-Reitoria de Pesquisa - UFRGS