O caso de estudo da bacia hidrográfica do AVE Experiência adquirida e desafios futuros

Novembro 2015 SOBRE A ÁGUAS DO NORTE, S.A.

Área 19.687 km2

92,5% da Região Norte

22,1% de

População 3.689.609 hab

93,9% da Região Norte

34,5% de Portugal SOBRE A ÁGUAS DO NORTE, S.A.

 Água e Saneamento

Alfândega da Fé • Alijó • Amarante • Arcos de Valdevez • Armamar • Arouca • Baião • Boticas Bragança • Caminha • Castelo de Paiva • • Chaves • Cinfães • Felgueiras • Freixo de Espada à Cinta • Lamego • Lousada • Macedo de Cavaleiros • Melgaço Mesão Frio • Mirandela • Mogadouro • Moimenta da Beira • Monção • Mondim de Basto Montalegre • Murça • Paços de Ferreira • Paredes • Paredes de Coura • Peso da Régua Ponte da Barca • Ponte de Lima • Póvoa de Lanhoso • Póvoa de Varzim • Resende • Ribeira de Pena Sabrosa • Santa Marta de Penaguião • Santo Tirso • São João da Madeira • São João da Pesqueira Sernancelhe •Tabuaço •Tarouca • Torre de Moncorvo •Trofa • Valença • Valpaços • Viana do Castelo • Vila do Conde • Vila Flor • Vila Nova de Cerveira • Vila Nova de Famalicão Vila Nova de Foz Côa • Vila Nova de Gaia • Vila Pouca de Aguiar • Vila Real • Vinhais

 Água  Saneamento Barcelos • Espinho • Gondomar • Maia • • Guimarães Matosinhos • Oliveira de Azeméis • Ovar • Paços Penafiel • Terras de Bouro • • de Ferreira • Porto • Santa Maria da Feira • Valongo SOBRE A ÁGUAS DO NORTE, S.A.

Volume Negócios 2015 122,621 (milhões €) Qualidade Água 2015 100 (%) Investimento 2015 Agua Faturada 2015 89,167 (milhões €) Conformidade Efluente 158,322 (milhões m3) Tratado 2015 97,9% (%) Efluente Faturado 2015 88,659 (milhões m3) SOBRE A ÁGUAS DO NORTE, S.A.

Tipo 2015 Subsistemas 223

ETAR 220 Infraestruturas (2011 vs. 2025) Intercetores (km) 1.460

Condutas Elevatórias (km) 229

Estações Elevatórias 359 O ESTADO DA BACIA – MEDIO AVE - (1960-1997)

A área do Medio Ave foi considerada “a zona mais poluída da bacia“, corresponde à zona de maior densidade indústrial e abrange os municípios de Guimarães,Vizela, Santo Tirso,Vila Nova de Famalicão e Trofa , A indústria têxtil foi muito importante para o desenvolvimento económico e social da região, contudo, o cresimento da indústria não foi acompanhado pelo desenvolvimento de infraestruturas de tratamento, levando à degradação progressiva dos recursos hídricos da região. Múltiplas descargas de esgotos conduziram: • elevadas cargas orgânicas, • elevada mineralização, • elevado espetro de pH, • cor concentrada, • metais pesados, e • elevada carga bateriana, tornando a água imprópria ou de fraca qualidade para abastecimento público, para suporte de vida aquática, assim como para irrigação e usos recreativos com contacto direto. O ESTADO DA BACIA – MEDIO AVE - (1960-1997)

Ave River– Ronfe, Guimarães Vizela River- Regilde Vizela River

Ave River

Ave River– Vila do Conde

Ave River– Vila do Conde O CASO DE ESTUDO DA BACIA DO AVE

Em 1975 foi criado um o grupo de trabalho constituído pelo GAT do AVE, Municípios e CCRN, que propôs o Ave como bacia piloto para testar um modelo de gestão integrada de bacia.

Em 1983, no âmbito do programa NATO PO-WATERS “Metodologias para Avaliação das Políticas de Recursos Hídricos“ - estudo exaustivo que permitiu um conhecimento dos problemas de poluição na bacia.

Em 1985 foi criada a CGIBHA - missão desenvolver todas as ações e medidas necessárias à gestão dos recursos hídricos da bacia congregando o envolvimento dos Municípios, das entidades estatais, dos operadores económicos e dos industriais.

A CGIBHA - formada pelos Municípios de Guimarães e Vizela, Famalicão, Santo Tirso e Trofa , pela AMAVE, GAT do AVE, Universidades, Governo central, CCRN, e representantes da indústria.

Foi contratada uma equipa de projeto que desenvolveu uma solução regional “Plano de gestão da água da bacia do Ave", para a “zona mais poluída", materializada no "SIDVA", aprovada em 1990, integrando os Municípios referidos.

GAT do AVE – Gabinete de Apoio Técnico do Ave CCRN – Comissão de Coordenação da Região Norte CGIBHA – Comissão de Gestão Intergada da Bacia Hidrográfica do Ave SIDVA – Sistema Integrado de Despoluição do Vale do Ave AMAVE – Asociação de Municípios do Vale do Ave FD – Frentes de Drenagem O CASO DE ESTUDO DA BACIA DO AVE

A solução regional foi desenvolvida tendo por base as seguintes premissas:

• Solução definida à escala de bacia e não de acordo com limites administrativos;

• Tratamento conjunto de efluentes domésticos e industriais; zona mais poluída • Implementação da solução em várias fases:

Fase I – Desenho e construção de 3 FD na zona mais poluída - Médio Ave;

Fase 2 – Expansão do Sistema de drenagem na zona mais poluída - Médio Ave;

Fase 3 – Desenho e construção de outras frentes de drenagem de forma a atender toda a bacia;

• Depuração exigente em cada infraestrutura de tratamento de forma a recuperar a qualidade da água da bacia;

• Tratamento terciário com etapa de remoção da cor - remoção de cor da indústria têxtil;

• Criação de Regulamento de descargas de águas residuais e tarifas que considerassem o princípio do poluidor - pagador. A CONCRETIZAÇÃO DA SOLUÇÃO

• (1993 – 1997) - Fase 1 - Médio Ave: Fase 1 FD 5 - ETAR de Serzedelo I + respetivo sistema de drenagem; 3 ETAR FD 6 - ETAR de Rabada + respetivo sistema de drenagem; 35,2 km intercetores FD 9 - ETAR de Agra + respetivo sistema de drenagem;

• (1997) – arranque da operação da Fase I; Fase 2 • (1999) - Fase 2 - expansão dos sistemas de drenagem; 94,5 km intercetores • (2000) – arranque da operação da Fase 2; • (2003 – 2010) - Fase 3 extensão dos subsistemas a toda a bacia do Ave: Fase 3 FD 1 - ETAR de Mosteiro + respetivo sistema de drenagem; 9 ETAR FD 2 - ETAR de Santo Emilião + respetivo sistema de drenagem; 376,3 km intercetores FD 3 - ETAR de Serzedo + respetivo sistema de drenagem;

FD 4 - ETAR de Lordelo + parte sistema de drenagem;

FD5 e FD9 – ETAR de Serzedelo II e ETAR de Agra II;

FD 7 - ETAR de Água Longa + respetivo sistema de drenagem;

FD 8 - ETAR de Penices + respetivo sistema de drenagem;

FD 10 - ETAR de Ave + respetivo sistema de drenagem;

• (2011) Fase 1, Fase 2 e Fase 3 operacionais. A SOLUÇÃO À ESCALA DE BACIA

Capacidade Total Instalada FD - ETAR ≈ dimensão - localização – meio recetor: 160.969 m3/dia • FD1– ETAR de Mosteiro ≈ 5.679 eq. pop. – 824 m3/dia - Viera do Minho – rio Ave; • FD2 – ETAR de Santo Emilião ≈ 22.684 eq. pop. – 3.182 m3/dia – Póvoa de Lanhoso – rio Ave; Capacidade Total Potencial • FD3 – ETAR de Serzedo ≈ 97.000 eq. pop. – 13.772 m3/dia – Fafe – rioVizela; 215.916 m3/dia • FD4 – ETAR de Lordelo ≈ 143.484 eq. pop. – 28.063 m3/dia – Guimarães – rioVizela; • FD4 – ETAR de Lordelo ≈ 143.484 eq. pop. – 28.063 m3/dia Guimarães – rioVizela – 2 linhas; • FD5 – ETAR de Serzedelo I e Serzedelo II ≈ 270.822 eq. pop. – 38.365 m3/dia Guimarães – rio Selho e rio Ave; • FD5 – ETAR de Serzedelo II ≈ 90.274 eq. pop. – 12.788 m3/dia Guimarães – rio Selho e rio Ave – 1 linha; • FD6 – ETAR de Rabada ≈ 167.776 eq. pop. – 24.881 m3/dia – Santo Tirso – rio Ave; • FD7 – ETAR de Penices ≈ 32.404 eq. pop. – 6.214 m3/dia – Vila nova de Famalicão – rio Ave; FD1 - ETAR Macrófitas integradas: • FD8 – ETAR de Água Longa ≈ 22.244 eq. pop. – 3.338 m3/dia – Santo Tirso – rio Ave; • ETAR de Ruivães ≈ 400 eq. pop. – Viera do Minho – rio Ave; • FD9 – ETAR de Agra I e Agra II ≈ 268.304 eq. pop. – 42.287 m3/dia – Vila nova de Famalicão – rio Ave; • ETAR de Rossas ≈ 445 eq. pop. – Viera do Minho – rio Ave; • ETAR de Salamonde I ≈ 198 eq. pop. – Viera do Minho – rio Ave; • FD9 – ETAR de Agra II ≈ 89.435 eq. pop. – 14.096 m3/dia - Vila nova de Famalicão – rio Ave – 1 linha; • ETAR de Salamonde II ≈ 200 eq. pop. – Viera do Minho – rio Ave; • ETAR de Anissó ≈ 400 eq. pop. – Viera do Minho – rio Ave; • FD10 – ETAR do Ave ≈ 257.000 eq. pop. – 42.935 m3/dia – Vila do Conde – rio Ave; • ETAR de Campos ≈ 200 eq. pop. – Viera do Minho – rio Ave; A SOLUÇÃO – FASE 1 e FASE 2

FASE 1 (1993 – 1997)

FASE 2 (1999) A ARQUITETURA DA SOLUÇÃO

Vieira do Minho

Póvoa de Lanhoso A solução envolve:

1 bacia hidrográfica

1390 km2 de área

10 Municípios Fafe Guimarães 12 ETAR + 6 ETAR plantas

25 E.E. P. Varzim V.N. de Famalicão 506 Km intercetores

Vizela 215 milhões euros invest.

218.598.224 m3 tratados V. Conde Santo Tirso (2011 – 2015) Trofa NOVA DINÂMICA NA REGIÃO

Consequentemente, tem-se assistido na região:

• Recuperação por parte dos municípios das margens ribeirinhas e desenvolvimento das cidades viradas para o rio;

• Melhoria da qualidade de vida das pessoas associada ao usufruto das margens, às atividades de lazer e desportivas ligadas ao rio;

• Atribuição de bandeiras azuis nas praias dos municípios do litoral - Póvoa deVarzim eVila do Conde;

• Candidatura do município de Guimarães a cidade verde europeia em 2020;

• Desenvolvimento de novas oportunidades económicas ligadas ao rio (bares, restaurantes, cafés, canoagem e pesca);

• Diminuição das queixas da indústria sobre a qualidade da água do rio;

• Diminuição das reclamações da sociedade civil sobre a qualidade da água do rio; NOVA DINÂMICA DOS MUNICÍPIOS

Alguns projetos alavancados pela melhoria da qualidade da água do rio Ave:

• Santo Tirso  novo parque da Rabada e um percurso pedonal ao longo do rio que liga o parque à cidade; • Santo Tirso  novo parque do Matadouro nas margens da ribeira do Matadouro; • Santo Tirso  recuperação do passeio dos Frades junto ao rio Ave; • Santo Tirso  atividades recentes de canoagem e competições de pesca desportiva; • Santo Tirso -Vila das Aves  novo parque do Amieiro Galego ao longo do rio Ave; • Famalicão  novo parque da Devesas ao longo do rio Pelhe; • Trofa  novo parque da Trofa ao longo do rio Ave; • Guimarães – Taipas  parque ao longo do rio Ave; • Vizela  recuperação da margem ribeirinha e sequente desenvolvimento de infraestruturas de lazer. NOVA DINÂMICA DOS MUNICÍPIOS

Vila das Aves Park town - july 2012 Santo Tirso - canoeing on river Ave - 2012 River Vizela Park - 2014

Santo Tirso - Pedestrian promenade 2012

Trofa Park town at night - 2012

Famalicão Park tonw 2012 Pelhe River Santo Tirso Park town - 2012 Ave River

Santo Tirso - Pedestrian promenade 2012

Trofa Park town - 2012 Ave River DESAFIOS FUTUROS

• Publicitar a solução de despoluição no sentido de recuperar a imagem da região (as noticias da poluição do ave tiveram ecos nacionais e internacionais);

• Divulgar a solução na região e no País contribuindo para a promoção e para o desenvolvimento económico e social da região;

• Melhorar a performance da solução e das infraestruturas investindo na telegestão e em ID&I;

• Melhorar a performance da solução investindo na sensibilização dos utilizadores e da sociedade civil, definindo estratégias para os envolver fazendo-os sentir parte da solução;

• Prosseguir com os trabalhos de sensibilização nas escolas;

• Continuação do trabalho de cooperação com as autoridades competentes com vista à melhoria da qualidade dos recursos hídricos. O CASO DE ESTUDO DA BACIA DO AVE

Primeiros estudos datam de 1983 Obras iniciaram em 1993 e finalizaram em 2011

Por outras palavras:

• 28 anos desde o primeiro estudo oficial até à conclusão do solução; • 18 anos desde o início das obras até à conclusão do solução; • 215 milhões de euros investidos; • 45,476 milhões m3 tratados na bacia do Ave  46% do caudal tratado na Águas do Norte (2015). Levou o seu tempo… ainda há caminho a percorrer… mas sempre acreditamos!

OBRIGADA PELA VOSSA ATENÇÃO

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