Maria Manuela Neves Casinha Nova

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Maria Manuela Neves Casinha Nova UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE LITERATURA AS LENDAS DO SOBRENATURAL DA REGIÃO DO ALGARVE vol. I Maria Manuela Neves Casinha Nova RAMO DE DOUTORAMENTO EM ESTUDOS DE LITERATURA E DE CULTURA (LITERATURA ORAL E TRADICIONAL) 2012 UNIVERSIDADE DE LISBOA FACULDADE DE LETRAS DEPARTAMENTO DE LITERATURA AS LENDAS DO SOBRENATURAL DA REGIÃO DO ALGARVE vol. I Tese orientada pelo Professor Doutor João David Pinto-Correia Maria Manuela Neves Casinha Nova RAMO DE DOUTORAMENTO EM ESTUDOS DE LITERATURA E DE CULTURA (LITERATURA ORAL E TRADICIONAL) 2012 1 Dêem-me a vossa opinião, peço-vos, em breves palavras, mas, se possível, na linguagem dos homens. Porque, pobre filho da terra que sou, Não sou capaz de entender a linguagem dos deuses Que é a linguagem da razão intuitiva E. Kant 2 ÍNDICE NOTA PRÉVIA 6 RESUMO 8 RESUMÉ 9 PALAVRAS-CHAVE 10 MOTS-CLEFS 11 INTRODUÇÃO 12 I PARTE – ALGARVE E MISTICISMO 15 1.ALGARVE E MISTICISMO 16 1.1. O PROMONTÓRIO SACRO, AS FINISTERRAS E O RIO LETHES 19 2. LENDA, MITO E LITERATURA ORAL TRADICIONAL 23 2.1.LENDAS, “ENCANTAMENTOS” E APARIÇÕES 28 2.2. A DESIGNAÇÃO “LENDA MÍTICA” 32 3.A RECOLHA DO CORPUS ESTUDADO 34 3.1.APRESENTAÇÃO DO CORPUS 35 3.2. PROVENIÊNCIA DAS VERSÕES 37 3.2. 1.VERSÕES RECOLHIDAS 38 3.2.2. VERSÕES INÉDITAS 39 3.2.3. VERSÕES EDITADAS 40 4. UMA CARACTERÍSTICA PRINCIPAL DAS LENDAS MÍTICAS ALGARVIAS: A NATUREZA MÍTICA DOS AGENTES-PERSONAGENS 44 4.1. A MOURA ENCANTADA 48 4.1.1. PROBLEMÁTICA DA CLASSIFICAÇÃO DAS LENDAS DE MOURAS ENCANTADAS 57 4.1.2. ENCANTAMENTO / DESENCANTAMENTO 59 3 4.2. O LOBISOMEM 63 4.3. A SEREIA 70 4.4. A MORTE 81 4.5. OS “MEDOS” OU ALMAS PENADAS 84 4.6. AS BRUXAS OU FEITICEIRAS 92 4.7. O DIABO E AS FORÇAS DO MAL 100 4.8. “AS SANTAS CABEÇAS” 106 4.9. AS “GENS” OU “JENS” 109 4.10. A ZORRA BERRADEIRA 111 5. EXCURSO SOBRE PERSONAGENS SOBRENATURAIS RELIGIOSAS / CRISTÃS 114 5.1. CICLO DE JESUS CRISTO 118 5.2. CICLO DA VIRGEM MARIA 128 5.3. CICLO DOS “SANTOS” 136 II PARTE – CONTRIBUTO PARA A ANÁLISE E A INTERPRETAÇÃO DAS LENDAS SOBRENATURAIS ALGARVIAS 145 1. A ACÇÃO E OS AGENTES NARRATIVOS 146 1.1. O NARRADOR 147 1.1.1. A Presença do Narrador 150 1.1.2. A Ciência do Narrador 151 1.2. CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS DA ACÇÃO 152 1.3. AS PERSONAGENS 154 1.3.1. Características das Personagens 154 1.3.2. Funções das Personagens 163 1.3.3. As Relações entre as Personagens 169 4 2. 1.4. O TRATAMENTO DO TEMPO 177 1.4.1. A Localização no Tempo Histórico 177 1.4.2.O Tempo Físico – Localização e Caracterização 180 1.4.3.O Passar do Tempo 181 1.4.4.O Tempo Psicológico 199 1.4.5.Tempo da História / Tempo do Discurso 203 1.4.6.Supervivências ou “ecos” na Época da Recolha 210 1.5.O ESPAÇO 213 1.5.1. A Localização Espacial 214 1.5.2.A Caracterização do Espaço 221 1.5.3.O Espaço Social 225 1.5.4.O Espaço Psicológico 230 2. PRINCIPAIS MOTIVOS E RESPECTIVA INTERPRETAÇÃO 235 2.1. Os Quatro Elementos 236 2.2. Outros Motivos 270 2.3. As Artes Mágicas e os Desencantadores de Tesouros 355 CONCLUSÃO 362 BIBLIOGRAFIA 366 ANEXOS: NUMERAÇÃO DAS LENDAS 379 5 NOTA PRÉVIA Se já foi com alguma apreensão que iniciei o Mestrado Interdisciplinar em Estudos Portugueses, na Universidade Aberta, como disse na “Nota Prévia” dessa minha dissertação, “pois nada melhor para percebermos quão pouco sabemos do que tentar aprender um pouco mais”, não é possível descrever como me senti reticente em iniciar o curso de Doutoramento. Para mim, Doutores tinham sido os meus Pr ofessores ao longo de todo o percurso (iniciado na Faculdade de Letras e à qual voltei) – Lindley Cintra, Maria de Lurdes Belchior, Maria de Lurdes Flor de Oliveira, Elsa Gonçalves, Luísa Azuaga, Alzira Seixo, Fátima Morna, Manuela Bettencourt, Leonor Bues cu (e outros que não esqueci, mas cujos nomes não me ocorrem com a mesma precisão) e, posteriormente, João David Pinto -Correia, Maria José Ferro Tavares, Hanna Battorëo (e outros) – como me atrevia a tentar sequer alcançar o título dos Grandes Mestres? Percebi, entretanto, que o Doutoramento é apenas mais um degrau académico e que, tal como “o hábito não faz o monge”, também o Doutoramento não é senão mais um passo no caminho da aquisição de conhecimento e que, apenas aliado a outras grandes qualidades, pode conferir a mestria que eu reconheço nas grandes figuras que me acompanharam e que, felizmente, ainda me acompanham – nunca consegui imaginar -me, sequer, a trabalhar com outro orientador que não fosse o meu professor e orientador de há já doze anos, o Professor Doutor João David Pinto -Correia, cujo apoio não dispenso e de quem me considero já discípula, apesar da distância a que me encontro do Mestre. Pelas razões de abrangência e complementaridade entre a História, a Literatura e a Linguística, e pela atr acção pessoal pela Literatura Oral Tradicional, já por mim evocadas anteriormente (talvez, também, por se tratar das “forças” a que o Professor Pinto - 6 Correia diz “que podemos chamar «marginalizadas»”… 1), continuei a trabalhar o tema da mitologia popular, alargando-o a todos os tipos de aparições registadas no Algarve. Por tudo isto, iniciar esta dissertação foi um desafio, produzi - la, um prazer e, concluí-la, uma felicidade. Devo referir que, tendo começado a escrever esta tese há alguns anos, usei sempre a ortografia do Antigo Acordo. Uma vez que ainda nos encontramos num período em que são aceites, geralmente em alternativa, as duas grafias, optei por não alterar, concluindo com o mesmo registo. 1 João David Pinto - C o r r e i a , R e p e n s a r A Nossa Identidade Cultural , Lisboa, Apenas Livros Lda., 2005, p. 3. 7 RESUMO Este trabalho pretende fazer um levantamento e uma análise cultural e literária de todas as lendas do sobrenatural existentes no Algarve, editadas e inéditas. É constituído por duas partes. A primeira pretende descrever todas as personagens das lendas de aparições (e desaparições) no Algarve, de origem míticas ou religiosa, reportando-nos, sempre que possível, ao início da sua tradição e, também, à forma como fazem parte dos costumes e/ou rituais dos habitantes desta região, pois nem sempre são os mesmos por todo o país, como são os casos, por exemplo, da bruxa e da feiticeira, ou mesmo da moura encantada. Por este motivo, é também apresentada uma proposta de classificação das lendas de mouras encantadas do Algarve, visto não poderem ser agrupadas nas classificações existentes, d e José Leite de Vasconcellos e de Consiglieri Pedroso. Apresentamos, ainda o corpus de lendas estudado, que é constituído, maioritariamente, por lendas editadas por variadíssimos colectores – Ataíde de Oliveira, Fernanda Frazão, Gentil Marques, José Leite de Vasconcellos, Margarida Tengarrinha , de entre outros; algumas lendas inéditas, recolhidas por um nosso familiar que, entretanto, as tinha passado a escrito, mas não as publicou; e, finalmente, por dez lendas recolhidas por nós em Portimão, Casais e Querença (embora algumas se reportem a outras povoações) . Na segunda parte, é analisada a estrutura narrativa das lendas, com base nas suas categorias fundamentais, bem como a simbologia dos diversos motivos presentes, tentando interpretá -los. Em anexo, é apresentada a numeração das lendas citadas neste trabalho, cujos textos, constituintes do corpus analisado, são apresentados também em anexo, mas num segundo volume. 8 RÉSUMÉ Ce travail a le but de recueillir et de faire une analyse culturelle et littéraire de toutes les légendes du surnaturel existantes en Algarve, soit déjà éditées, soit encore inédites. Il est constitué par deux parties. La première essaie de décrire tous les personnages des légendes concernant des apparitions (et des disparitions) en Algarve, d’origine mythique ou religieuse, en nous référant, quand c’est possible, au début de sa tradition, aussi bien qu’ à leur façon de faire partie de s mœurs et/ou des rites des habitants de cette région, puisque cela ne se passe pas de la même manière dans tout le pays, comme en sont des exemples la sorcière et le féticheur, ou même la maure enchantée. Pour cette raison, une proposition de classification des légendes de maures enchantées de l’Algarve est aussi présentée, puisqu’elles ne peuvent pas être groupées dans les classifications existantes, de José Leite de Vasconcellos et de Consiglieri Pedroso. Nous présentons, encore, le corpus des légendes étudiées, qui est constitué pour la plupart par des légendes éditées par de plusieurs collecteurs – Ataíde de Oliveira, Fernanda Frazão, Gentil Marques, José Leite de Vasconcellos, Margarida Tengarrinha , parmi d’autres; qualques légendes inédites, recueillies par un notre familier qui les avait passées à l’écrit au fil du temps, mais qui ne les avait jamais publiées; et, finalement, dix légendes recueillies par nous-mêmes à Portimão, à Casais et à Querença. Dans la seconde partie, la structure narrative des légendes est analysée, basée sur ses catégories fondamentales, aussi bien que la symbologie des différents motifs présents, en essayant de les interpréter. La numérotation des légendes citées dans ce travail est présentée en anexe, bien que les textes composant le c o r p u s de légendes analysé, mais ceux - ci dans un second volume. 9 PALAVRAS-CHAVE Mito Lenda Narrativa Tradição Algarve Simbologia 10 MOTS-CLEFS Mythe Légende Narrative Tradition Algarve Symbologie 11 INTRODUÇÃO Criança quando o Homem pisou a Lua e adolescente em 25 de Abril de 1974, pertenço a uma geração cujas palavras-chave são “mudança”, “transformação” e “evolução”.
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