KVISION

We are building the future

Nesta edição: > KPMG inaugura nova sede em Lisboa

> Especial Global CEO Outlook : Entrevistas: António Rios de Amorim CEO da Corticeira Amorim João Manso Neto CEO da EDP Renováveis Miguel Maya CEO do Millennium bcp Paulo Macedo CEO da Caixa Geral de Depósitos

> Novos acordos entre Portugal e Angola em matérias fiscais

> O Auditor 4.0 e o futuro da profissão

kpmg.pt | Abril 2019 Mensagem do Presidente

Esta edição da KVISION é muito especial.

Este exercício económico será absolutamente marcante na história da nossa firma. No segundo trimestre de 2019 inauguramos a nova sede da KPMG Portugal, em Lisboa, num novo edifício, bem perto do Edifício Monumental, que acolheu ao longo dos últimos 25 anos na Praça Duque de Saldanha.

Ao longo destas duas décadas e meia temos vindo a crescer em todas as dimensões. Após a aquisição da SAFIRA, à época sedeada em Carnaxide; da mudança de escritório no , para o Edifício Burgo na Avenida da Boavista; e da abertura de um escritório em Miraflores, chega ao fim um ciclo de -ex pansão das nossas instalações, que materializa o desenvolvimento da firma, em particular nos últimos dez anos.

Esta trajectória de crescimento só é possível porque o mercado reconhece a qualidade do nosso trabalho e a competência dos nossos profissionais. Só assim conseguimos reunir um grupo de gestores de excelência, que gentil- mente aceitaram o nosso convite para ilustrar a primeira edição portuguesa do Global CEO Outlook da KPMG, um estudo que compara o pensamento dos gestores portugueses aos seus pares internacionais e cuja síntese vos trazemos nesta edição.

Porque esta é uma oportunidade única de partilhar as ideias dos grandes líderes nacionais, decidimos publicar nesta edição a versão integral das entre- vistas a António Rios de Amorim (Corticeira Amorim); João Manso Neto (EDP Renováveis); Miguel Maya (Millennium bcp) e Paulo Macedo (Caixa Geral de Depósitos), concedidas no âmbito deste trabalho.

A capa desta edição da KVISION segue a linha de comunicação que temos usado internamente: “we are building the future”. Porque nunca, como agora, sentimos de forma tão vincada que estamos a construir um novo futuro, do qual a nova sede será a face mais visível.

O mundo, as empresas e os negócios estão diferentes. Por isso o que nos trouxe até aqui não é necessariamente o que nos levará daqui para a frente. Sabendo disso, estamos a evoluir na forma como trabalhamos, esbatendo diferenças entre áreas, em torno de uma ideia simples: reunir as melhores pessoas – independentemente da sua função ou área de origem – em torno de uma necessidade de um cliente específico. Foi esta a ideia subjacente à construção do nosso novo escritório, quebrando a lógica de silos entre áreas.

A evolução tecnológica terá um impacto significativo na forma como trabalha- mos e nos perfis de talento que procuramos - à medida que inovações em áreas como Inteligência Artificial e automação estão cada vez mais presentes no nosso quotidiano. No entanto, na KPMG, acreditamos que continuarão a ser os seres humanos a fazer a diferença, em cada equipa, em cada projecto, em cada cliente.

Por último, e por falar em pessoas, expresso um agradecimento especial à nossa equipa de Corporate Affairs & Communications, responsável pelo de- senvolvimento da KVISION, bem como a todos os que tornaram esta edição possível.

Chairman, Europe, Middle East & Africa Nesta edição

16 18 22 Futuro Auditoria Especial KPMG inaugura nova sede Entrevista: Vitor Ribeirinho Global CEO Outlook - Portugal em Portugal

KPeople ACI in the news Fintech 04 14 58 Nova Director de People, Performance Global ACI Pulse Survey 2019 Capital crescente & Culture Year End reminders Reforços de Inverno KClub Alumni: o ponto de encontro Tendências de antigos colaboradores Futuro 60 Colaboradora da KPMG sagra-se 16 O imperativo da experiência campeã do mundo de muay thai We are building the future de cliente conectada KPMG nomeia Chief Information Officer A KPMG cada vez mais próxima Auditoria Responsabilidade Social do melhor talento universitário 18 66 Angola Novos Associate Partners e reforço da O Auditor 4.0 e o futuro da profissão Lar de Nazaré operação no Norte Constrói esta mochila Class of 2018 – Portugal e Angola 67 Portugal A firma de serviços profissionais Especial Global CEO Outlook - Portugal “Constrói esta ceia” + atractiva para os estudantes Corrida “Sempre Mulher” de Gestão em Portugal 22 Apoios solidários Desafios do crescimento New joiners comprometidos com as Miguel Maya comunidades News CEO do Millennium bcp 10 Paulo Moita de Macedo KPMG bate recordes nas redes sociais CEO da Caixa Geral de Depósitos Eventos António Rios de Amorim e chega ao Instagram 68 Rugby do Técnico com apoio da KPMG CEO da Corticeira Amorim Tie off Barómetro Europeu de Empresas João Manso Neto Trabalhamos juntos, celebramos Familiares CEO da EDP Renováveis juntos KPMG no Tier 1 do ranking do ITR - Encontro com a História World Tax para 2019 We are building the future 2º Congresso dos Gestores Portugueses Fiscalidade Tradição e inovação SAS Fórum 2018 Bem-vindos a bordo KPMG integra Conselho 52 Novos acordos entre Portugal de Fundadores de Serralves e Angola em matérias fiscais The European Champions Report 2019 Insights APD e KPMG debatem temas relevantes para as empresas 75 Metal 4.0 Tecnologia Balance for Better – 54 Dia Internacional da Mulher Enabling the next wave Líderes na assessoria de M&A of disruption and innovation em middle-market KPeople Nova Director de People, Performance & Culture

Inês Pina Pereira é a nova Director de People, Per- formance & Culture da KPMG Portugal. No anúncio aos colaboradores, Sílvia Gomes, Partner e Head of People, Performance & Culture sublinhou que esta contratação “dá continuidade ao trabalho de desen- volvimento das nossas políticas e procedimentos de Recursos Humanos, num contexto de inovação, mudança e de novos desafios”. A Inês iniciou o seu percurso na consultora Jason Associates, onde teve oportunidade de trabalhar com diferentes sectores, especializando-se em projectos de transformação organizacional e Employer Branding. Ingressou na Sonae IM (holding tecnológica da SONAE) para se juntar à equipa que daria origem à nova área de People & Culture (RH) para suportar as empresas da holding, assumindo o papel de HRBusiness Partner para algumas geografias da WeDo Technologies e da empresa Bizdirect. Em 2016, foi convidada para liderar a área de People & Culture da WeDo Technologies a nível global. Reforços para a KPMG Colaboradora da KPMG sagra-se Três dezenas de jovens recém-mestrados iniciaram funções na KPMG em Fevereiro, no âmbito de um processo de recruta- campeã do mundo de muay thai. mento e selecção adicional, com vista a responder às necessi- Andreia Costa, Assistant de IT Support da KPMG, sagrou- dades de crescimento da firma. se campeã mundial no Campeonato do Mundo de Muay Thai da World Muay Thai Federation (WMF) na Tailândia. Os jovens contratados reforçaram as diferentes áreas de Con- No comunicado aos colaboradores, onde a firma partilhou sultoria. Nasser Sattar, Head of Advisory da firma, referiu que a notícia e felicitou a colaboradora, o Vice-Presidente da “A KPMG tem vindo a crescer nas diferentes áreas de Consul- KPMG em Portugal, Vitor Ribeirinho, salientou: “A Andreia toria, pelo que este reforço complementar é uma consequência é a prova viva que viver a cultura KPMG é dedicarmo-nos natural do desenvolvimento da nossa actividade, em particular apaixonadamente a tudo o que fazemos. Para além de uma na área de Tecnologia”. profissional dedicada, a Andreia é uma atleta de excelên- cia, algo que nos orgulha particularmente e que motivou o A firma salienta que este reforço foi complementar ao processo apoio que prestámos no último ano à sua preparação”. de recrutamento e selecção que integrou 150 novos colabora- dores (recém-licenciados e recém-mestres) em Setembro de 2018, remetendo para breve o anúncio de um número massivo de vagas, no âmbito do processo de Graduates 2019, direccio- nado para estudantes que terminam este ano a sua formação, nas áreas Económico-financeiras, Tecnologia, Direito e Enge- nharias, entre outras. KClub Alumni: o ponto de encontro de antigos colaboradores Um pouco por todo o mundo, as pessoas que fizeram parte da KPMG nunca deixam de estar em contacto com a nossa organização. Desta forma asseguram a ligação aos antigos colegas, mantendo importantes contactos profissionais, através do KClub Alumni da KPMG. Saiba mais sobre o clube de alumni da KPMG através do site www.kpmg.pt, ou do endereço de e-mail [email protected].

4 | KVision KPeople

KPMG nomeia Chief Information Officer

A Comissão Executiva da KPMG Portugal anunciou a nomeação de Duarte Nóbrega para a função de Chief Information Officer, com efeitos a 1 de Janeiro de 2019. Trata-se de um regresso à KPMG, onde esteve durante 11 anos na área de IT Advisory, até assumir funções de IT Director numa outra organização, em 2017.

Duarte Nóbrega é licenciado em Engenharia Informática pelo Instituto Superior Técnico e fez carreira como consul- tor, com experiências profissionais, para além da KPMG, em empresas como SAFIRA ou Grupo ProCME.

Em comunicado aos colaboradores, a Comissão Executiva manifestou a cer- teza que “a sua competência técnica, aliada ao conhecimento da cultura e da história da KPMG, será determinante para continuar a consolidar a trajec- tória de transformação da área de IT Support”. A KPMG cada vez mais próxima do melhor

talento universitário Clínicas Fiscais Em parceria com a Universidade Católica, a KPMG inaugurou este ano as suas Clínicas Fiscais. O objectivo da iniciativa passa por proporcionar um trabalho acompanhado de iniciação à Programa de Embaixadores actividade profissional qualificada, que proporcione aos alunos Em 2018/2019 a KPMG continua com o seu programa de embai- a oportunidade para aplicar na prática e aprofundar os seus co- xadores, no âmbito do qual selecciona estudantes com elevado nhecimentos de Direito. A realizar em Maio, nos escritórios da potencial para representarem a firma junto das principais insti- KPMG, os alunos assumirão um compromisso de cinco horas tuições de ensino do país, através da divulgação das iniciativas semanais, ao longo das quais serão orientados por profissionais de atracção de talento, em particular o programa de Graduates. das diferentes linhas de negócio da área de Tax da KPMG. Este ano, a equipa de embaixadores da KPMG é constituída por 25 representantes em 15 das principais instituições de ensino Spring Week superior de Portugal. A decorrer em Abril, a Spring week da KPMG é um programa direccionado a estudantes universitários, que visa aproximar a KPMG dos melhores talentos universitários. Durante uma semana os estudantes seleccionados integram uma das Func- tions da KPMG, experimentando o dia-a-dia de trabalho de uma grande organização.

Mais informações sobre estes e outros programas de aproxima- ção da KPMG às universidades através do e-mail [email protected]

KVision | 5 KPeople Novos Associate Partners e reforço da operação no Norte

A KPMG Portugal anunciou seis promoções a Associate Partner, com efeitos a 1 de Outubro de 2018. A área de Audit & Assurance passou a contar com quatro novos Associate Partners: José Nunes, Rui Lopes, Luís Silva e Pedro Costa, os dois últimos passarão a liderar aquela área no escritório do Porto. Já na área de Tax, Ricardo Girão é o novo Associate José Nunes Inês Dourado Partner, enquanto na área de Advisory Inês Doura- Associate Partner, Associate Partner, Deal Advisory do assume funções de Associate Partner para Deal Audit & Assurance Advisory. Licenciada em Organização e Licenciado em Economia pelo Gestão de Empresas pelo Instituto Instituto Superior de Economia e Superior de Ciências do Trabalho Gestão, ingressou na KPMG em Em nota interna, o Presidente do Conselho de e Empresa, complementou a sua 1999, na área de Financial Services, formação com um curso de Private onde foi responsável pela coorde- Administração da KPMG Portugal, Sikander Sattar, Equity & Venture Capital pela Har- nação de projectos de auditoria vard School. Ingressou a grandes bancos e pela área de salienta que “estas nomeações estão alinhadas no departamento de Corporate crédito especializado. É igualmente com a estratégia definida pela Comissão Executi- Finance da KPMG em 2007, Revisor Oficial de Contas. Geriu tendo liderado diversos projectos diversos projectos de levantamento va e implementada pelos Head of Functions, em de avaliações de empresas e e revisão dos sistemas de controlo negócios, restruturações financei- interno e trabalhos no âmbito de particular ao nível da aposta na transformação de ras, levantamento de dívida, due emissão de dívida de entidades co- Auditoria com enfoque no tema de public trust, ao diligences e fusões e aquisições. tadas e operações de securitização. Conta com uma extensa experiên- Foi responsável pela coordenação investimento do Tax em áreas de elevado potencial cia de avaliações de empresas e de acções especiais de inspecção negócios no âmbito de IFRS, bem a grandes bancos no âmbito de para a firma e no reforço das competências noDeal como de revisão e análise de fair programas desenvolvidos pelo Advisory face à dinâmica do mercado”. Em comum value e testes de imparidade e pur- Banco de Portugal e Banco Central chase price allocations no âmbito Europeu entre 2011 e 2014, e todos estes profissionais apresentam um percurso do IFRS3/NCRF14, inclusivamente Project Manager da implementação para fundos de investimento e de legislação europeia ao nível do profissional maioritariamente construído na KPMG, de capitais de risco, bem como reporte contabilístico e pruden- tendo passado, ao longo dos anos de carreira, por fundos imobiliários. Mais recente- cial para instituições financeiras. mente tem liderado projectos de Enquanto formador participa em diferentes etapas e níveis profissionais. restruturações financeiras, Proces- inúmeras iniciativas sobre temas sos Especiais de Revitalização e relacionados com as Normas Levantamento de Dívida, incluindo Internacionais de Contabilidade, emissão de obrigações. SNC e normas e procedimentos de auditoria. É um dos rostos da campanha “What’s your thing?”, através da qual a KPMG reformulou a comunicação com estudantes universitários. Class of 2018 – Portugal A KPMG Portugal orgulha-se de apresentar o grupo de new joiners seleccionados no âmbito do seu programa Graduates de 2018.

–– Adriano Machado –– Ariana Maravilha –– Daniel Ricardo –– Fernanda Maria Alves –– Inês Soares Pinto –– João Campaniço –– Afonso Soveral –– Beatriz de Sá e Sousa –– Daniel Santos –– Filipa Duarte –– Inês Sofia Abrantes Martins –– Alexandra Calisto –– Beatriz Burgos –– Daniela Dias –– Filipa Pinhão –– Jéssica Godinho –– João Duarte Gonçalves –– Ana Adrega –– Beatriz Galveias de –– David Torrado –– Filipe Roma Cardoso –– Jéssica Serra Lucas –– João Miguel Figueiredo –– Ana Alexandra Correia Sousa –– Débora Vaz Baptista –– Francisco Rui Chaves –– Joana Rita Baleira –– João Simões Cordeiro –– Ana Carolina Monte –– Beatriz Palma –– Diana Cruz –– Francisco Garcia –– Joana Mazarelo –– João Dias Oliveira –– Ana Carolina Silva –– Beatriz Koehler –– Diogo Gonçalves –– Francisco Palminha –– Joana Gonçalves –– João Cruz Almeida –– Ana Rodrigues Araújo –– Bernardo Andrade Cruz –– Diogo Correia –– Gonçalo Sousa Branco –– João Leite Fernandes –– João Neves da Silva –– Ana Isabel Vaz Marques –– Carolina Araújo –– Diogo Pinho –– Gonçalo Cabral Serrão –– João Álvaro Malta –– João Pereira Dias –– Ana Santos Ferreira –– Carolina Fonseca –– Diogo Pinto –– Gonçalo Neves –– João Santos Alves –– João Varandas –– Ana Sofia Medeiros Barbosa –– Diogo Folque Gouveia –– Guilherme Romão –– João Boavida –– João Seabra –– Ana Raquel Ovelheiro –– Carolina Moreira Maia –– Diogo Pereira –– Hugo Oliveira –– João Brito –– Jorge Sandiães –– Ana Rita Santos –– Carolina Telles Ferreira –– Edgar Duarte Ramos –– Hugo Raimundo –– João Camões Pereira –– José dos Santos –– André Pinto Biléu –– Catarina Cavaco –– Edna Moreira –– Inês Costa Fernandes –– João de Almeida Pereira –– Andreia Patrícia –– Catarina Marques –– Eduardo Boavida –– Inês Cardoso dos –– João Feijão –– José Constantino Rodrigues –– Catarina Lopes de Mata –– Eduardo Matos Santos –– João Imaginário –– José Pedro Alves –– António Rebordão –– Daniel Bento de Sousa –– Fábio Gonçalves –– Inês Garrido –– José Silva Geraldo

6 | KVision Kpeople

Luís Silva Pedro Costa Rui Lopes Ricardo Girão Associate Partner, Associate Partner, Associate Partner, Associate Partner, Tax Audit & Assurance (Porto) Audit & Assurance (Porto) Audit & Assurance

Ingressou na KPMG em 2001 Licenciado em Economia pela Integra a KPMG desde 2001, na Revisor Oficial de Contas e Licen- após se licenciar em Economia Faculdade de Economia da Univer- equipa de impostos indirectos (In- ciado em Economia pelo Instituto pela Faculdade de Economia da sidade do Porto. É Revisor Oficial direct Tax). Conta com mais de 17 Superior de Economia e Gestão. Universidade do Porto. Tem sido de Contas desde 2011 e possui anos de experiência em consultoria Juntou-se à KPMG em 2002, responsável pelo trabalho de audi- certificado em competências fiscal centrada na criação de estru- integrando o Departamento de Au- toria de vários grupos nacionais e LEAN pela Universidade de Cardiff. turas adaptadas a estratégias de ditoria especializado em Industry internacionais em diversas áreas. Ingressou no escritório do Porto eficiência fiscal em matéria do IVA and Consumer Markets. Ao longo Nos últimos anos, esteve dedicado da KPMG em Setembro de 2001. e de tributação sobre o património da sua carreira especializou-se no à linha de negócio de Infra-estrutu- Desde então tem estado envolvido imobiliário. Tem trabalhado regular- sector energético, com especial in- ras, Comunicações, Entretenimen- em trabalhos de auditoria a um mente na prestação de serviços cidência nas áreas de Power & Uti- to, Governo e Saúde. No decurso vasto leque de clientes, de negó- de assessoria fiscal no âmbito de lities e Oil & Gas. A sua experiência da sua actividade liderou projectos cios familiares a Grupos cotados, diversas transacções relaciona- em auditoria inclui trabalhos com de Assurance de conversão de passando por empresas públicas, das com aquisição, lease back, empresas cotadas e grupos nacio- demonstrações financeiras em de sectores como transportes, arrendamento e outras formas de nais e internacionais. Desenvolveu IFRS, USGAAP, SNC e PGC, energia, saúde, entre outros. A exploração e de desenvolvimento ainda experiência em trabalhos de avaliação do controlo interno sobre sua experiência profissional inclui de projectos imobiliários promo- natureza especial tais como prepa- o relato financeiro e de assessoria trabalhos de accounting advisory, vidas por entidades nacionais e ração e revisão de demonstrações contabilística. Entre 2008 e 2010 due diligence, avaliações de siste- internacionais. Dedica-se especial- financeiras consolidadas, avaliação esteve no Global Services Centre mas de controlo interno, avaliação mente à prestação de serviços de de sistemas de controlo interno e da KPMG nos Estados Unidos e in- do cumprimento dos requisitos da optimização fiscal no âmbito de revisão de informação financeira tegrou o Methodology Compliance Lei Sarbanes-Oxley, entre outros. É processos de reestruturação de para diferentes reguladores. Parti- Group, onde adquiriu um profundo regularmente formador em acções portefólios imobiliários de grupos cipou em projectos de conversão e conhecimento sobre as Normas internas e externas sobre auditoria e de empresas nacionais e multi- adopção de diferentes normativos Internacionais de Auditoria. Em e contabilidade, tendo sido forma- nacionais. A sua experiência inclui contabilísticos, como IFRS e SNC, 2010, ingressou no Departamento dor na área de Auditoria em cursos ainda o acompanhamento a vários programas de emissão de dívida e de Prática Profissional no escritório de Pós-Graduação da Universidade processos de due diligence fiscal em Ofertas Públicas de Venda. de Lisboa. Participa regularmente Católica Portuguesa. na área do IVA e dos Impostos enquanto formador em acções de sobre o Património. É Licenciado formação sobre auditoria e contabi- em Direito pela Faculdade de lidade, sendo orador em seminá- Direito da Universidade Católica rios em Portugal e no estrangeiro. Portuguesa de Lisboa e conta com É Revisor Oficial de Contas e cer- uma especialização em Fiscalidade tificado em competências LEAN no Overgest/ISCTE. pela Universidade de Cardiff.

–– Luís da Costa Oliveira –– Martim Diogo Martinho –– Ricardo Viegas Pinto Class of 2018 – Angola –– Luís Salazar Braga –– Miguel Bento –– Rodrigo Silvão Este são os novos colaboradores recrutados –– Luís Torgal Ferreira –– Nuno Gonçalves –– Rodrigo Gama Prole –– Madalena Pessanha –– Nuno Gomes –– Rodrigo Duarte pela KPMG Angola, no âmbito do seu –– Mafalda Romão –– Nuno Galhofo –– Rogério Coimbra Dias programa Graduates de 2018. –– Manuel Queiroz –– Nuno Tirapicos –– Salvador Freire –– Maria Clara Leal –– Patrícia Ferreira –– Sandra Duarte da Silva –– Constantino Tchiyaka –– Maria Vasconcelos –– Patrícia Martins –– Sara Ashley Buys –– David Kuntima –– Maria Lima Ferreira –– Pedro Lameiras dos Santos –– Sara Mendes de Sá –– Deusa Constantino –– Mariana Graça –– Pedro Eduardo Carvalho –– Telmo Marinho –– Edna Pacheco –– Mariana Medeiros –– Pedro José Fernandes –– Tiago Pimentel –– Eduardo Emanuel –– Mariana Costa Cabral –– Pedro Pereira de Sousa –– Tiago Pereira –– Edwiges Pascoal –– Mariana Fonseca –– Pedro Machado –– Viviana Almeida –– Fábio de Oliveira –– Mariana Nóbrega –– Rafael Gomes Ferreira –– Joaquim Rocha –– Mariana de Sousa –– Raquel Cabrita –– Kevin Bonga –– Mariana Sabino –– Ricardo Jorge Duarte –– Leila Coelho –– Mário Antão –– Ricardo José Pereira –– Marcos Fernando –– Marta Lopes –– Ricardo Peres Amaral –– Marta Malta Dias –– Ricardo Duarte Ramos –– Marta de Sá e Almeida –– Ricardo Soares

KVision | 7 KPeople A firma de serviços profissionais + atractiva para os estudantes de Gestão em Portugal

A edição de 2018 do estudo “As Empre- sas Mais Atrativas de Portugal”, realizado pela Spark Agency em parceria com a Escola de Economia e Gestão da Uni- versidade do Minho, posiciona a KPMG como a firma de serviços profissionais mais atractiva para os estudantes de Gestão em Portugal.

Este estudo avalia, pelo quarto ano consecutivo, as preferên- cias dos alunos portugueses, identificando os 20 recrutadores de eleição e, consequentemente, o valor da employer brand das empresas nesta população.

Com uma amostra de 3.316 alunos, distribuídos entre as áreas de Gestão (1.564 alunos) e Tecnologia (1.752 alunos), a investi- gação foi realizada em 15 universidades, em instituições como a Católica Lisbon, Nova SBE, ISEG, ISCTE-IUL, Faculdade de Economia do Porto, o Instituto Superior de Engenharia do Porto e a Escola de Engenharia do Minho, entre outras.

Além dos resultados de 2018, a KPMG apresenta uma evolução positiva nos indicadores de atractividade. Desde 2015, a KPMG subiu nove posições no ranking geral, sendo a única firma entre as denominadas big four a registar uma evolução positiva des- de 2015. Na área da Gestão subiu quatro posições e na área da Tecnologia 33 posições, o que a coloca como a consultora com a melhor performance em atractividade no período 2015-2018.

Para Vitor Ribeirinho, Deputy Chairman da KPMG “estes indica- dores são o resultado do trabalho de comunicação que temos levado a cabo ao longo dos últimos anos e que implicou uma reestruturação completa da forma como comunicávamos com os estudantes. Todos nós na KPMG, a começar pelos membros da Comissão Executiva, estamos comprometidos com a visão de ser a clear choice para o melhor talento em Portugal”.

Mais informações em www.empresasmaisatrativas.pt

8 | KVision Solidez, confiança e dedicação

Com paixão e propósito trabalhamos lado-a-lado com os clientes, combinando abordagens inovadoras e experiência, de forma a entregar resultados reais. Esta é a nossa promessa.

Anticipate tomorrow. Deliver today.

© 2019 KPMG Portugal – Sociedade Gestora de Participações Sociais, S.A., a firma portuguesa membro da rede KPMG, composta por firmas independentes afiliadas da KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. News

KPMG bate recordes nas redes sociais de celebração do acordo, que contou com a presença do plantel sénior e equipa técnica do CRT, o Vice-Presidente da KPMG e chega ao Instagram Portugal, Vitor Ribeirinho, salientou que “a firma fez questão de manter este apoio por mais uma época. Temos, nos nossos A presença da KPMG Portugal nas redes sociais tem vindo a ser quadros e até na nossa Partnership, diversos praticantes da reforçada ao longo dos últimos anos. Já em 2019, a página da modalidade, alguns dos quais jogam ou jogaram no Clube de firma no LinkedIn ultrapassou os 30.000 seguidores, manten- Rugby do Técnico”. do a trajectória de crescimento acentuado, tendo conquistado cerca de 10.000 seguidores no último ano. Pedro Lucas, Presidente da Direcção do clube, ressalvou a im- portância deste patrocínio: “para nós é fundamental contarmos No segundo semestre de 2018 a KPMG Portugal inaugurou a com o apoio de empresas fortes. Estamos muito orgulhosos sua presença no Instagram, pensando nos estudantes universi- por continuar a merecer a confiança da KPMG. Este acordo tários e nos colaboradores mais jovens. “Encaramos o Instra- permite-nos encarar a época com mais optimismo”. gram como uma ferramenta da nossa estratégia de employer branding e foi nessa perspectiva que inaugurámos este canal. A nossa estratégia de redes sociais é clara e gerimos as plata- Barómetro Europeu formas com base em objectivos de comunicação claros e não como um fim em si mesmo”, refere Diogo Madeira,Head of de Empresas Familiares Communications da KPMG. As empresas A KPMG Portugal está ainda presente no YouTube, através de familiares da Europa um canal próprio, disponível em continuam a apro- www.youtube.com/kpmgportugal. veitar o impulso do crescimento económico do passado e estão confiantes quanto ao futuro, mas precisam de se tornar mais ágeis, inovar mais rapida- mente e atrair os melhores talentos para se manterem competitivas. Estas são as conclusões do European Family Business Barometer da KPMG, que entrevistou 1.576 executivos de empresas familiares em 26 países euro- peus, incluindo Portugal. O presidente da Associação Portuguesa de Empresas Familiares, Peter Villax, chama a atenção para a necessidade de as empresas familiares Rugby do Técnico com apoio da KPMG contratarem profissionais não familiares para cargos de chefia. “A um certo ponto, a empresa familiar só consegue crescer mais se enriquecer a capacidade de gestão. Isto não quer dizer que a família perde poder, antes pelo contrário, ganha dimensão e permite obter colaborações e conselhos de grande valor. Não será para todas, mas se a ambição é tornarem-se empresas da dimensão da Sonae, ou Jerónimo Martins, então é seguir o exemplo destas empresas, que se distinguem por terem executivos de muito talento ao lado de membros da família.” KPMG no Tier 1 do ranking do ITR -

A KPMG renovou o acordo de patrocínio ao Clube de Rugby do World Tax para 2019 Técnico para a época 2018/2019. No âmbito deste patrocínio, as equipas seniores do clube envergarão o logótipo da KPMG nas Foram divulgados os resultados do World Tax para 2019 (Interna- camisolas. A imagem da KPMG estará ainda presente no cam- tional Tax Review) e a KPMG Portugal foi, uma vez mais, classifi- po e nas plataformas de comunicação do Clube de Rugby do cada na categoria mais restrita do ranking (Tier 1) das entidades Técnico (CRT), como, por exemplo, no site oficial. Na cerimónia que prestam consultoria fiscal em Portugal.

10 | KVision News

A propósito desta distinção, Luís Magalhães, Head of Tax da Fundação Serralves é uma instituição relevante no domínio das KPMG Portugal referiu: “Esta foi mais uma ocasião em que artes e da paisagem, cujas iniciativas têm um forte impacto na o mercado reconheceu o nosso trabalho assente no compro- comunidade. misso de trabalharmos com espírito de equipa e lado-a-lado com os clientes, combinando experiência e inovação para A firma portuguesa membro da rede global da KPMG esteve re- entregarmos resultados reais. É, por isso, muito gratificante presentada na cerimónia de integração dos novos Fundadores, ver que fazemos a diferença e que essa diferenciação é reco- que decorreu a 5 de Dezembro, no Porto, por Vitor Ribeirinho, nhecida pelos nossos clientes e pelo mercado em geral. Esta Vice-Presidente e por Luís Magalhães, Head of Tax, que assina- é uma excelente notícia, que nos motiva para concretizarmos ram o protocolo com a Fundação. com entusiasmo e determinação os planos de forte cresci- mento que já estão em curso.” “A KPMG reconhece o papel de Serralves enquanto pólo de co- nhecimento único. Os valores da Fundação incorporam aspec- tos nos quais nos revemos, como independência, excelência, 2º Congresso dos Gestores Portugueses cooperação e rigor. Temos vindo a investir e a crescer no Porto e esta associação é também uma forma de sublinhar o nosso A segunda edição do Congresso dos Gestores Portugueses compromisso para o futuro da região, das suas instituições, decorreu a 30 de Novembro de 2018 na Culturgest, contando, empresas e gestores”, afirma Vitor Ribeirinho. uma vez mais, com o patrocínio da KPMG. O contributo dos Fundadores tem-se revelado fundamental para O evento contou com a presença de algumas das personali- a Fundação Serralves poder enfrentar o significativo esforço dades mais reconhecidas da Gestão a nível nacional, que se financeiro decorrente da concretização das inúmeras activida- reuniram para discutir e partilhar conhecimento em torno do des e projectos, assegurando uma programação de reconhecida tema “Rupturas e Desafios na Gestão de Empresas”. qualidade e uma acção pedagógica de largo alcance social.

O Congresso contou com a intervenção do Presidente da Luís Magalhães complementa: “A KPMG está no Porto desde República, Marcelo Rebelo de Sousa, que discursou sobre os há várias décadas mas o reforço da nossa presença tem sido principais desafios a nível nacional e internacional. particularmente forte nos últimos anos, conquistando de forma sistemática a confiança dos responsáveis pelo tecido empre- sarial da zona Norte. Enquanto portuense é com orgulho que SAS Fórum 2018 vejo a associação entre a nossa firma e uma instituição com a relevância social e cultural da Fundação Serralves.” A KPMG foi gold sponsor do SAS Fórum 2018, o maior evento nacional de Business Analytics, que decorreu a 29 de Maio de 2018, no Centro de Congressos de Lisboa. Pedro Inês, Director The European Champions Report 2019 de Financial Services - Risk Consulting, e Nelson Bicho, Mana- ger de IT Advisory, foram dois dos oradores do evento, dirigindo Um trabalho da Global uma sessão sobre IFRS 17 para mais de 1000 pessoas. Sports Advisory Practice da KPMG, divulgado em Janeiro deste ano, mostra KPMG integra Conselho que os clubes das ligas com menor visibilidade de Fundadores de Serralves internacional – e com um mercado de transmissões televisivas local menor – dependem mais dos montantes provenientes dos grandes torneios da UEFA, em particular da Liga dos Campeões. Para estes clubes, a participa- ção nestas competições é fundamental para aumen- tar as receitas de curto e médio prazo.

Estas são algumas das conclusões da terceira edição do “The European Champions Report 2019”. O estudo analisou e compa- A KPMG integrou o Conselho de Fundadores de Serralves, pas- rou os indicadores de desempenho dos clubes campeões nas sando assim a participar num projecto de objectivos ambicio- oito principais ligas europeias de futebol. Foram ainda obser- sos, cuja acção é reconhecida nacional e internacionalmente. A vados os parâmetros financeiros, o desempenho nas redes

KVision | 11 News

sociais e o valor de mercado dos jogadores mais relevantes membro de todo o mundo prestaram homenagem às mulheres dos campeões das oito principais ligas europeias da temporada e às suas conquistas, apelando à construção de um futuro mais 2017/2018: FC Barcelona, FC Bayern München, FC Porto, Gala- inclusivo, justo e menos desigual. No âmbito da campanha tasaray SK, Juventus FC, Manchester City FC, Paris Saint-Ger- interna foi desenvolvida uma plataforma tecnológica onde os main FC e PSV Eindhoven. www.footballbenchmark.com colaboradores puderam acompanhar as celebrações em todo o mundo da KPMG. APD e KPMG debatem temas relevantes para as empresas

A APD, Associação para o Progresso da Direcção de Empresas, pretende proporcionar a administradores e directores acesso a redes de contacto, conhecimento, formação e informação nacional e internacional contribuindo para o desenvolvimento da qualidade do tecido empresarial. A KPMG, enquanto integrante da APD, associou-se a esta entidade na promoção de um con- junto de eventos sobre os temas na agenda para as empresas e os gestores. Entre o programa de encontros para 2019 encon- tram-se eventos sobre ciber-segurança, fundos comunitários e incentivos fiscais e o Acordo de Dupla Tributação assinado entre Portugal e Angola. www.apd.pt. Metal 4.0

A Associação dos Industriais Metalúrgicos e Metalomecânicos e Afins de Portugal (AIMMAP) e o jornal Expresso promoveram, em Maio de 2018, na Fundação Serralves, no Porto, a conferên- cia “Metal 4.0 – Sustentabilidade, crescimento e inovação”, com o apoio da KPMG.

Após a sessão de abertura, assinada pelo Presidente da Direc- ção da AIMMAP, a primeira intervenção da conferência esteve a cargo de Luís Magalhães, Head of Tax da KPMG, que salientou que o sector Metalúrgico e Metalomecânico não tem recebi- do a devida atenção, considerando a sua importância para a economia nacional [18% do PIB português]. O responsável da KPMG indicou no entanto que, apesar de ser maioritariamente constituído por pequenas empresas, o sector tem tudo para conseguir mais relevância no exterior.

O painel de oradores contou com intervenções de Vítor Neves, CEO da COLEP Portugal; Francisca Guedes de Oliveira, Dean da Católica Business School; Bernardo Trindade, Fundador da Portugal In; e do Embaixador Francisco Seixas da Costa.

Os trabalhos foram encerrados pelo Primeiro-Ministro de Por- tugal, António Costa, que referiu que “É justo e devido prestar homenagem ao primeiro sector exportador português”. Líderes na assessoria de M&A www.metalportugal.pt em middle-market

Balance for Better – A rede global da KPMG foi classificada como líder mundial na prestação de serviços de M&A Advisory a middle-market. De Dia Internacional da Mulher acordo com o ranking Thomson Reuters SDC, referente a 2018, baseado no número de transacções de M&A concluídas nesse A 8 de Março a rede global da KPMG celebrou o Dia Inter- ano, a KPMG foi, pelo terceiro ano consecutivo, o principal pres- nacional da Mulher. Este ano, para assinalar a data, a KPMG tador de serviços nesta área a médias empresas, continuando a escolheu o tema “Balance for Better”, através do qual as firmas ser a clear choice do mercado.

12 | KVision Uma ideia não é nada sem uma boa execução

Num contexto de inovação e disrupção a diferença entre o sucesso e o fracasso está na capacidade de fazer acontecer. É por isso que trabalhamos com paixão e propósito, lado-a-lado com os clientes, combinando abordagens inovadoras com uma vasta experiência, de forma a entregar resultados reais.

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2019 Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. ACI in the news

O ano de 2019 teve início com mais um encontro de membros do Audit Committee Institute em Portugal. Mais de duas dezenas de responsáveis de audit committees de empresas portuguesas reuniram-se em Lisboa, numa sessão que, para além de dar a conhecer o primeiro Global CEO Outlook – Edição Portugal, serviu para apre- sentar o Global Audit Committee Pulse Survey de 2019 e ainda para um conjunto de year-end reminders, fundamentais para os membros.

Global ACI Pulse Survey 2019

O Audit Committee Institute promove mais uma edição do seu survey global a membros de audit committees. A edição de 2019 inclui os 42 países onde o ACI está presente e será publi- cada no primeiro semestre deste ano.

Para Miguel Afonso, Partner da KPMG que apresentou o survey aos membros, “este trabalho consiste num desafio de auto-a- valiação por parte dos membros do ACI sobre a sua actividade, composição, agenda das reuniões, prioridades, desafios, entre outros”. Torne-se membro

O survey inclui 18 questões com enfoque em áreas como Tec- O Audit Committee Institute em Portugal está reservado a nologia, Cibersegurança, Data Privacy ou indicadores non-Gaap, membros de audit committees de organizações a operar no sendo a participação totalmente anónima. país. Caso pretenda fazer parte deste Instituto, contacte-nos através do e-mail [email protected]. Mais informações em www.aci.kpmg.pt ou através do e-mail [email protected].

14 | KVision ACI in the news Year-End reminders

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1. As comissões de auditoria –– Calendário de disponibilização de in- –– Importância significativa das opções As comissões de auditoria têm responsa- formação ao mercado e accionistas. tomadas na transição; bilidade no âmbito do processo de fecho –– Reforço da qualidade das divulga- de contas por monitorizar o processo de ções para garantir um level playing reporte e avaliar a forma como a institui- 5. Discussão dos aspectos críticos com field. ção responde às alterações na regulação o órgão de gestão e expectativas. De forma a poder efectuar uma avaliação robusta do processo e das demonstra- 8. Pensar o futuro ções financeiras, será necessário garantir Garantir que os AC estão preparados para 2. Foco a identificação correcta dos riscos e situa- analisar e discutir os temas e desafios A expectativa do audit committee (AC) ção da instituição, através de: emergentes – particularmente na área do é a de que as comunicações com este reporte financeiro: órgão forneçam uma visão global sobre –– Análise da evolução do negócio; os temas, focando-se nos assuntos mais –– Perspectivas de futuro, incluindo –– IFRS 9 Instrumentos financeiros; relevantes. tratamento de riscos emergentes; –– IFRS 15 Rédito de contratos com –– Estimativas e pressupostos utiliza- clientes; dos; –– IFRS 16 Leasing. 3. Principais aspectos a considerar –– Avaliação das imparidades e impac- No final do ano é muito relevante ter em tos registados; e consideração um conjunto de aspectos –– Relação com os reguladores. 9. Divulgações que são chave para o sucesso do proces- Ano após ano a relevância e enfoque so, tanto em termos de qualidade como dos diversos stakeholders, em particular de timing: 6. Comunicação com os auditores dos reguladores, nas divulgações tanto A interacção entre os AC e os auditores numa perspectiva de extensão como de –– Calendário de fecho; externos assume grande relevância face qualidade: –– Discussão dos aspectos críticos com ao input relativamente aos grandes te- o órgão de gestão; mas da indústria, benchmark, visão sobre –– Para as entidades cotadas cumpri- –– Comunicação com os auditores; a instituição, aspectos chave a discutir mento das circulares da CMVM; –– Adopção das novas normas con- com a equipa de gestão: –– Verificação dasdisclosures checklists tabilísticas (transição e estudo de preparadas pelos auditores; e impacto); e –– Resultados do trabalho realizado, –– Cumprimento das divulgações de –– Divulgações. incluindo áreas de foco de auditoria, transição e adopção pela primeira KAM, Certificação Legal de Contas, vez das normas (e.g. coexistência divulgações, entre outros; IAS 39 e IFRS 9). 4. Calendário de fecho –– Principais estimativas contabilísticas; De forma a poder planear e desenvolver –– Auditoria das subsidiárias; as tarefas necessárias para concluir o –– Deficiências de controlo e diferenças 10. Visão externa processo de monitorização com quali- de auditoria; e Os reguladores do mercado estão cada dade será necessário um planeamento –– Aspectos pendentes. vez mais atentos ao trabalho e documen- atempado sobre: tação dos audit committees. É funda- mental actuar com a extensão e tempes- –– Apresentação das demonstrações 7. Adopção das normas contabilísticas tividade adequada: financeiras e relatórios associados; O exercício de 2018 apresenta desafios –– Aprovação dos documentos pelo relevantes para as instituições, face às –– Documentação das diversas iterac- órgão de gestão; alterações de normas estruturantes, ções; –– Reuniões com as equipas da institui- relacionadas com o reconhecimento do –– Desafio da gestão nas matérias mais ção e auditores; rédito e imparidade de contas a receber: relevantes; e –– Análise da Certificação Legal das –– Qualidade e abrangência da informa- Contas e Key Audit Matters (KAM); e –– Normas baseadas em princípios; ção recebida.

KVision | 15 Futuro

A KPMG inaugura já durante o mês de Abril uma nova sede em Lisboa. O novo escritório assinala uma nova forma de trabalhar, ajustada às expectativas dos melhores talentos e às exigências de projectos cada vez mais multidisciplinares.

FPM41: é este o nome de código do edifício que Lisboa viu erguer ao longo dos últimos meses e que já se transformou numa referência da capital portuguesa.

O edifício, com quase 70 metros de altura, reconfigurou o skyline de Lisboa, não deixando ninguém indiferente. Em entrevista ao jornal Público, em Novembro de 2018, Patrícia Barbas, responsável do atelier Barbas Lopes – que venceu o concurso de ideias de arquitectura promovido para o local – referiu: “Olho para o nosso edifício como parte daquela trindade que inclui o Sheraton e o Imaviz, que depois também se amplia às outras peças do xadrez. Eu gosto dos números ímpares, gosto dessa trindade”.

Um projecto único A propósito da escolha deste edifício para estabelecer a nova sede da KPMG, Sílvia Gomes, Sócia e Administradora We are da firma em Portugal, que coordenou todo o processo “We are building the future”, refere: “Já há algum tempo que procurávamos um local onde pudéssemos estabelecer uma nova sede. No entanto, não encontrámos muitas opções em Lisboa que reunissem todas as condições que pretendíamos: building um edifício flexível, com uma área grande, numa localização privilegiada e dotado de uma infra-estrutura moderna, adap- tada ao século XXI e para onde nos conseguíssemos mudar com uma perspectiva de futuro”.

A KPMG ocupará oito pisos do edifício, numa lógica dife- the future rente ao nível da ocupação de espaços. “Os trabalhos que desenvolvemos com os nossos clientes são, cada vez mais, multidisciplinares. A nossa forma de trabalhar e de nos organizarmos tem evoluído nesse sentido, pelo que o espaço físico dos nossos escritórios deve acompanhar essa ten- dência. No novo edifício, deixamos de estar organizados por function. Isto quer dizer que deixamos de ter pisos separados para Audit & Assurance, outros para Tax e outros para Advi- sory. Passamos a seguir uma abordagem por indústria, que potencia o trabalho conjunto de especialistas com diferentes backgrounds e competências – em auditoria, fiscalidade e Raio-X

–– Localização: Picoas, Lisboa –– Pisos ocupados: 8 –– 10.000 m2 –– Coffee points em todos os pisos –– Plug & Work rooms –– Connect Rooms –– Phone Booths –– Creativity Rooms

16 | KVision Futuro

Como os valores da KPMG se reflectem no novo local Building the future, de trabalho –– Inovação: espaço inovador, acesso a tecnologia; since day one –– Especialização: qualidade, atenção ao detalhe, pensamento de liderança; –– Orientação para resultados: open space, tra- balho lado-a-lado e em equipa, facilidade em 1982 comunicar, criação de laços; Av. do Brasil, nº 1 –– Compromisso: envolvimento dos colaboradores; Lisboa –– Pensar global: respeito pelo Ambiente. 1985 Edifício Dallas, Porto

1987 consultoria – reunidos em torno de desafios concretos de um Rua Castilho, cliente, seja ele da área financeira oucorporate . 1988 nº 65 Lisboa Edifício Aviz, Uma despedida Monumental Porto Para trás ficará o Edifício Monumental, que acolheu o escri- tório de Lisboa da KPMG ao longo dos últimos 25 anos. “O 1991 Av. da República, Monumental será sempre uma parte importante da nossa nº 24 história, tendo sido, até ao momento, o escritório que mais Lisboa tempo acolheu a KPMG em Portugal. Ao longo dos anos fo- 1994 mos expandindo esse escritório, mas chegámos a um ponto Edifício onde precisamos de uma nova casa, que projecte a empresa Monumental, para o futuro que ambicionamos”, refere Vitor Ribeirinho, Lisboa Deputy Chairman da KPMG Portugal. 1998 Edifício Península, Já Sikander Sattar, Chairman da KPMG Portugal, refere: “Após 1999 Porto mais de uma década a liderar os destinos da KPMG Portu- Edifício Marina gal, ao longo dos quais desenvolvemos fortemente a nossa Fórum, actividade e dimensão, é impossível esconder o orgulho que Funchal sinto por ver esse crescimento materializado num edifício que deixa a firma ainda mais preparada para os desafios do futuro.

2014 “Enquanto Sócios e membros 2014 Edifício Parque Suécia, Ramazzotti, da Comissão Executiva, Carnaxide Carnaxide temos a obrigação de deixar 2015 Edifício Premium, a firma melhor do que recebemos. Miraflores 2016 Edifício Burgo, Estas novas instalações mostram Porto que continuamos a cumprir 2019 Edifício FPM41, com esse desígnio”. Lisboa

KVision | 17 Auditoria

“O futuro da profissão passa pelo perfil do Auditor 4.0” Vitor Ribeirinho Deputy Chairman da KPMG Portugal

18 | KVision Auditoria

Quais os principais desafios para as to em inovação está a revolucionar a Isto permitirá estender as capacidades empresas de auditoria? forma como trabalhamos e os perfis de análise, obter evidências de audito- que procuramos. Hoje não procuramos ria aperfeiçoadas e ter uma visão mais perfis clássicos, focados essencialmente transversal dos riscos da actividade e Na KPMG estamos empenhados em no conhecimento técnico das normas, do reporte financeiro dos clientes. Estas implementar medidas que fortaleçam procuramos o que designamos Auditores inovações serão grandes contributos para o princípio de sermos a clear choice 4.0. a confiança do mercado em relação ao das nossas pessoas, dos clientes e do papel dos auditores em geral e especifi- “O futuro mercado. Atentos a este objectivo, os camente sobre a KPMG. maiores desafios assentam no reforço da O que é um Auditor 4.0? confiança e na transformação digital. Que outras iniciativas na KPMG foram da profissão O futuro da profissão passa também pela determinadas pelas novas regras em A questão da confiança é fundamental. O transformação das pessoas e por isso Auditoria? princípio de public trust, que analistas e um novo perfil requer uma designação mercado tanto debatem, não só tem que diferente. O nosso trabalho está, cada estar no topo das nossas prioridades, vez mais, suportado em sistemas de Com a Reforma da profissão tornou-se passa pelo perfil como tem que ser visível em tudo o que Data & Analytics, automação e Inteli- necessário redefinirmos a estratégia e o fazemos com os clientes e reguladores. gência Artificial. Estas novas dimensões posicionamento no mercado. Mas este Este compromisso tem vindo a ser con- requerem novos perfis de talento. desafio foi uma oportunidade de trans- solidado através da melhoria da qualidade Consideramos que Auditor 4.0 traduz o formar a relação com os clientes e com do Auditor 4.0” do trabalho, do esforço permanente de perfil que nos levará daqui para a frente, o mercado. Partimos para este processo adequação das equipas à dimensão dos em linha com os desenvolvimentos da com uma posição privilegiada em termos clientes, bem como de um forte investi- 4ª Revolução Industrial. É um perfil de de quota de mercado em Auditoria, o que mento na revisão da nossa metodologia talento sofisticado, com conhecimentos podia não ser uma vantagem. Mas este e nas ferramentas disponibilizadas aos contabilísticos e financeiros sólidos, mas novo dinamismo também nos permitiu nossos profissionais. digital native, apaixonado por inovação e ganhar novos clientes em Auditoria e, em com uma apurada curiosidade intelectual. paralelo, desenvolver a área de Assu- No século XXI, não podemos trabalhar rance, o que alargou a base de clientes, Como definem a qualidade? com a mentalidade do século XX. bem como o desenvolvimento de novos produtos que juntam as nossas melhores competências multidisciplinares de Audi- Para nós, qualidade é o resultado de audi- O que destaca na transformação da toria, Fiscalidade e Consultoria. torias executadas de forma consistente, Auditoria que está a acontecer na Eu- alinhadas com os requisitos e padrões ropa e particularmente em Portugal? aplicáveis à profissão, num contexto O sector onde esta transformação da de sistemas de controlo de qualidade oferta é mais evidente e bem-sucedida robustos. Adicionalmente, procuramos A KPMG Portugal não se limita a recolher é no sector financeiro, em que a rotação que todas as actividades relacionadas da rede global os produtos ou activos obrigatória de auditores, embora tenha que levamos a cabo sejam executadas que vão sendo disponibilizados. A nossa diminuído o número e dimensão de em linha com os mais elevados níveis dimensão não inibe a nossa ambição. bancos que auditamos, foi compensada de objectividade, independência, ética Estamos, naturalmente, alinhados com com a prestação de serviços pelas outras e integridade. Esta mensagem é clara e a rede global nos grandes investimentos áreas de negócio. partilhada por todos internamente. que estão a transformar a função, mas somos parte activa do processo, quer ao nível do desenvolvimento da nossa nova O sector ganhou de facto mais segu- Quais os desafios associados à trans- metodologia de auditoria, cuja implemen- rança com a Reforma Europeia? formação digital? tação se inicia este ano, quer de ferra- mentas específicas de automatização e Data & Analytics. A Reforma trouxe uma nova dinâmica ao A KPMG Portugal é hoje uma referência mercado e clarificou o papel dos inter- na rede global em matéria de inovação. venientes: conselhos de administração, Através dos activos em que as nossas Esta nova metodologia de auditoria repre- órgãos de supervisão, auditores, regula- equipas têm vindo a trabalhar, somos senta um salto qualitativo e de inovação, dores, entre outros. Há mais escrutínio e reconhecidos pelo nosso contributo em resultado da centralização, numa isso é positivo. As alterações à estrutura para transformar a profissão e com isso única plataforma tecnológica, de todos os dos relatórios de auditoria também intro- torná-la mais atractiva. Este investimen- componentes do workflow de auditoria. duziram melhorias. A notoriedade que a

KVision | 19 Auditoria

“Qualidade é o resultado de auditorias executadas de forma consistente, alinhadas com os requisitos e padrões da profissão, num contexto de sistemas de controlo de qualidade robustos.”

profissão adquiriu é uma oportunidade para clarificar o papel 1. Redesenho e implementação de um sistema global- do auditor e para um aumento da importância conferida ao mente consistente de controlo de qualidade em toda a que está escrito nos relatórios. Há ainda um caminho a per- rede, alinhado com o International Standard of Quality correr, em conjunto com os reguladores. Se não trabalhar- Management (ISQM 1); mos em conjunto, nunca conseguiremos melhorar de forma 2. Implementação, em todas as firmas membro, doswork - significativa os níveis de confiança no sistema. flows e da nova metodologia de auditoria; 3. Introdução de um framework mandatório de accountabi- lity, globalmente consistente; O que há a fazer para melhorar o processo de auditoria? 4. Centralização e reforço dos recursos das áreas técnicas Quais as prioridades para a KPMG? e de controlo, melhorando a consistência global; 5. Definição de padrões deperformance , globalmente consistentes, para os nossos controlos de qualidade; A KPMG está a implementar um programa diferenciador, 6. Redesenho da função de suporte de IT Compliance, atendendo à sua amplitude e ambição, denominado ‘Trans- de forma a assegurar consistência global em todas as formação Global da Qualidade da Auditoria’. O caminho de auditorias a Entidades de Interesse Público de alto risco; melhoria é contínuo, mas sinto-me encorajado pelo reco- 7. Desenho e implementação de uma segunda linha de nhecimento que o mercado faz do nosso trabalho. Estamos defesa e de um programa de coaching globalmente seguros do trabalho desenvolvido e confiantes em relação ao consistente; futuro. 8. Implementação de um conjunto globalmente consisten- te de indicadores de qualidade da auditoria (Audit Quality Indicators); Em que consiste o Programa Global de Transformação da 9. Redesenho da abordagem global de programas de Qualidade de Auditoria? formação em auditoria, de forma a assegurar maior con- sistência; e 10. Fortalecimento da monitorização da eficácia dos siste- Em traços gerais, o programa assenta em dez pontos: mas de controlo de qualidade e performance das firmas membro.

Global Audit A estratégia da KPMG para Auditoria Quality Transformation Con ança Crescimento A qualidade é o resultado de auditorias exe- cutadas de forma consistente, alinhadas com os requisitos e padrões aplicáveis à profis- são, num contexto de sistemas de controlo Stakeholders de qualidade robustos. Todas as actividades relacionadas que levamos a cabo, são execu- tadas em linha com os mais elevados níveis Colaboradores Inovação de objectividade, indepêndencia, ética e integridade.

20 | KVision Secção Inteligência real

A tecnologia está a transformar a forma como trabalhamos e os negócios dos nossos clientes. Mas continuarão a ser as nossas pessoas – e a sua capacidade de associar à tecnologia o conhecimento, a experiência e a sensibilidade necessárias – a fazer a diferença.

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© 2019 KPMG Portugal – S.G.P.S., S.A., a rma portuguesa membro da rede KPMG, composta por rmas independentes a liadas da KPMG International Cooperative (“KPMG International”), uma entidade suíça. Todos os direitos reservados. KVision | 21 Especial Global CEO Outlook - Portugal

Desafios do crescimento Global CEO Outlook 2018 – Edição Portugal

Pela primeira vez, Portugal participou no ras e não financeiras a operar no país, Desafios ao crescimento – Temas estra- Global CEO Outlook da KPMG, através cruzando os seus inputs com os resulta- tégicos enfrentados pelos gestores de uma edição própria. Este estudo é a dos globais. Os CEOs operam num mundo conecta- principal referência de thought leadership do, onde qualquer evento pode rapida- na rede global da KPMG, merecendo Os líderes mostram-se optimistas mas mente ganhar uma escala considerável grande atenção a nível internacional. A prudentes relativamente ao futuro. Este e a agenda de riscos muda constante- edição global deste ano, que envolveu é um equilíbrio delicado que se susten- mente. Uma abordagem de “esperar para cerca de 1.300 gestores das principais ta nos sinais positivos que a economia ver” não é opção. Os gestores precisam economias mundiais, não foi excepção. apresenta, mas que não esquece a mul- de desempenhar um papel de lideran- tiplicidade de incertezas e interrogações ça nas questões de cibersegurança, Partindo desse estudo, a KPMG Portugal que um gestor deve incorporar nas suas particularmente em termos de vulnerabi- auscultou um conjunto de gestores de reflexões e no seu processo de decisão. lidade no ecossistema de fornecedores referência, líderes de entidades financei- e parceiros. Apesar de não se poderem

22 | KVision Especial Global CEO Outlook - Portugal

assumir como actores políticos, os Para maximizar o crescimento, é também as suas prioridades e valores. Os CEOs líderes precisam de colocar a geopolítica necessário estar em sintonia com as mu- desempenham um papel essencial na na agenda de forma a entenderem as danças geracionais. A geração crítica dos promoção das suas organizações junto implicações dos seus riscos nos modelos consumidores de amanhã, os millennials, dos consumidores de amanhã. financeiros, comerciais e operacionais. espera que as organizações entendam

CIBER-RISCOS MUDANÇAS GERACIONAIS GEOPOLÍTICA NO BOARD

49% dos inquiridos a nível global referem Cerca de um terço indicam que será O regresso do proteccionismo/territo- que ser vítima de um ciberataque não é necessário reposicionar o negócio, rialismo como principal ameaça ao mais uma questão de “se”, mas de de forma a responder às necessidades crescimento, quer em Portugal quer “quando”. Os gestores portugueses dos millennials (28% em Portugal a nível global. mostram-se mais optimistas: apenas e 38% a nível global). 28% concorda com esta visão.

KVision | 23 Especial Global CEO Outlook - Portugal

Crescimento realista – Optimismo jogo de paciência, privilegiando uma ser substituídas. Os executivos desem- temperado com pragmatismo visão pragmática e não excessivamente penham um papel fundamental na condu- Os gestores sentem-se bem com o optimista. Os CEOs reconhecem que, ção do crescimento e da inovação do ambiente macroeconómico: estão numa era digital, as suas organizações modelo de negócio, devendo desafiar o confiantes sobre as perspectivas de ainda dependem das fontes de receita status quo das organizações, com vista a crescimento global e sectorial. Contudo, tradicionais. À medida que procuram estimular um novo pensamento e alterar isso não significa que estejam a esta- substituí-las por novos mecanismos de a equação da inovação. belecer metas agressivas em termos crescimento, os líderes reconhecem que de resultados. Na verdade, estão num as fontes tradicionais vão necessitar de

PERSPECTIVAS MACROECONÓMICAS OPTIMISTAS UMA DOSE SAUDÁVEL DE PRAGMATISMO 90% estão con antes relativamente às perspectivas de 55% prevêem um crescimento cauteloso das receitas crescimento da sua empresa (84% em Portugal) e 67% estão inferior a 2% (64% em Portugal) e 52% indicam que só depois con antes nas perspectivas de crescimento da economia de atingirem as metas de crescimento é que avançam para a global. Os CEOs inquiridos em Portugal mostram-se mais contratação de novas competências con antes na evolução da economia global (92%). (48% em Portugal).

O digital torna-se pessoal – Os CEOs Trabalhando com os conselhos de admi- também olham para os seus gestores assumem a responsabilidade de pro- nistração e outros agentes, é possível como orientadores num mundo onde mover a transformação digital mapear diferentes cenários para o futuro a Inteligência Artificial e a automação Ao tentarem impulsionar o crescimento do negócio e definir novos KPIs. Capita- substituirão tanto funções manuais como na era digital, os CEOs estão a liderar lizar e alavancar os dados dos clientes especializadas. Os CEOs precisam de a agenda da transformação. Mas, para será um elemento crítico da estratégia de liderar a transição da força de trabalho e garantir que a estratégia digital de longo- crescimento e, com a confiança pública criar uma narrativa convincente e sincera -prazo não é prejudicada pela pressão por nas instituições em declínio, os CEOs para os seus colaboradores sobre o que resultados de curto-prazo, é necessário assumem responsabilidade pessoal pela o futuro lhes reserva. gerir as expectativas dos stakeholders. protecção dos dados. Os colaboradores

LIDERAR A TRANSFORMAÇÃO O CEO COMO DATA PROTECTOR ROBÔS GERADORES DE EMPREGO

71% estão pessoalmente preparados Para 59% a protecção dos dados 62% acreditam que a Inteligência para liderar uma transformação dos clientes é uma responsabilidade Arti cial irá criar mais empregos organizacional radical (64% em pessoal e crítica (48% em Portugal). do que aqueles que destruirá (em Portugal). Portugal existe maior optimismo, com este valor a atingir 84%).

24 | KVision Especial Global CEO Outlook - Portugal

Intuição vs dados – Os CEOs referem colaborar com startups. No entanto, nem aqueles que conseguirem combinar a sua que intuição e agilidade são funda- sempre materializam os resultados desse experiência e intuição com os insights ba- mentais para transformar a disrupção investimento. Os CEOs precisam de se seados em dados. Com os CEOs a valori- em oportunidades concentrar em gerar valor a partir das zarem mais a sua intuição em detrimento Num mundo onde as exigências dos suas redes de colaboração e desempe- da informação extraída a partir de dados, clientes estão em constante mudança e nhar um papel de liderança na superação os líderes precisam de trabalhar com as em que emergem novas tecnologias e de barreiras críticas, como os desafios suas equipas com o objectivo de garantir ameaças, actuar com agilidade tornou- culturais. Agilidade significa também ser que os esforços de Data & Analytics es- -se na moeda dominante do negócio. capaz de identificar novas oportunidades tão dirigidos para as oportunidades mais Para alcançar essa agilidade e avançar à e a utilização de ferramentas sofistica- valiosas e que os dados que sustentam velocidade digital, muitas organizações das de análise de dados será essencial. os seus modelos são confiáveis. estão a investir em redes de inovação e a Os CEOs de alto desempenho serão

Para 59% dos líderes globais, a agilidade Nos últimos três anos, 67% colocaram a sua própria é a nova moeda dos negócios (64% em Portugal). intuição acima de insights baseados em dados (número ainda mais expressivo em Portugal – 80%).

A versão integral do estudo está disponível em www.kpmg.pt/CEOoutlook.

KVision | 25 Especial Global CEO Outlook

“Num mundo que funciona cada vez mais em rede, a colaboração aberta já não é uma opção, é um imperativo de sobrevivência.”

Miguel Maya CEO do Millennium bcp

26 | KVision Especial Global CEO Outlook

Está confiante quanto às perspecti- agentes económicos; (ii) efeitos do Brexit mento da procura doméstica das maiores vas de crescimento para a economia no comércio mundial e nos equilíbrios economias emergentes, nomeadamente global? Que oportunidades e desafios políticos entre os diversos blocos geopo- a China e a Índia, nas quais é expectável antevê? líticos; e (iii) desenvolvimentos políticos um expressivo investimento em infra-es- A economia mundial está a crescer a bom em Itália e integridade do projecto da zona truturas; e (iii) do contributo das novas ritmo, ainda que com diferenças materiais Euro, potencialmente exacerbados ante a gerações, com jovens que, em termos de entre os principais blocos económicos. proximidade de processos eleitorais que educação, estão melhor preparados do Não obstante esta evolução positiva, não se avizinham. Dito isto, considero que há que as gerações anteriores e aparentam podemos deixar de ter presente um con- razões para estar optimista quanto à pro- ter maiores preocupações quer com a junto de riscos que podem condicionar a gressão da economia global, que deverá sustentabilidade ambiental quer com a sustentabilidade das perspectivas optimis- beneficiar: (i) do potencial das transforma- ética nos negócios. tas, dos quais destacaria três: (i) tensões ções tecnológicas em curso (nanotecno- comerciais e geopolíticas, manifestan- logias, IA, blockchain, biologia molecular, O crescimento da sua organização nos do-se na volatilidade da confiança dos energia); (ii) do processo de desenvolvi- próximos três anos será mais difícil do que no passado? Crescer num ambiente maduro, com- petitivo e aberto nunca é tarefa fácil. A inovação e a capacidade para nos diferen- ciarmos no serviço que prestamos aos clientes serão os elementos decisivos. Será mais fácil porque estamos mais sólidos, mas será mais difícil porque, felizmente, o sector financeiro é aberto e as possibilidades de comparação e es- colha por parte dos clientes são cada vez maiores. É um desafio fantástico competir pela preferência dos clientes. O contexto actual do sector é de profunda transfor- mação em consequência da mudança de paradigma no consumo e nas formas de interacção dos clientes. Esta realidade exige inovação, competências acrescidas por parte das empresas e incorporação das novas tecnologias nos processos de negócio. No Millennium bcp estamos bem posi- cionados para enfrentar estes desafios, após termos culminado com sucesso um importante ciclo estratégico que reafirmou a capacidade de resiliência do banco, no qual reembolsámos o apoio do Estado e estabilizámos a base accionista. Estamos em condições de aproveitar as oportunida- des que os desafios acarretam, reafirman- do o espírito inovador e de vanguarda que caracteriza o Millennium bcp, em Portugal e nas geografias onde estamos presen- tes. Somos ambiciosos, determinados na preocupação de alcançar a excelência no serviço aos clientes.

Prevê expandir para outras geogra- fias? O que impulsiona essa expansão e qual a maior prioridade: mercados desenvolvidos ou emergentes? O cariz internacional do Millennium bcp caracteriza o banco praticamente desde a sua fundação. Detemos uma carteira de operações em diversas geografias nas quais foram conquistadas posições rele- vantes que contribuem para a rendibilida- de do grupo, levando para esses merca- dos a proposta de valor do banco. Esta

KVision | 27 Especial Global CEO Outlook

carteira tem vindo a registar ajustamentos emprego e é o crescimento do banco, das Que outras hipóteses (e.g., parce- pontuais ao longo dos anos, em reacção nossas relações com os clientes, que nos rias ou alianças) consideram para o às oportunidades e ao dinamismo das mobiliza neste ciclo. Para além do empe- futuro? condições de cada mercado em concreto. nho que o banco dedicará à requalificação O Millennium bcp tem uma forte cultura Para além de Portugal, mantemos hoje e formação, para valorização e adaptação e tradição de parcerias como instru- operações com uma oferta completa de do talento interno a novas formas de mento para a criação e partilha de valor, banca comercial na Polónia, em Moçam- prestar serviços bancários e de interagir fomentando relações mutuamente bené- bique e em Angola, esta última através de com os clientes, será necessário colmatar ficas, nomeadamente com os accio- uma importante parceria na qual detemos eventuais insuficiências em competências nistas de referência ou com relevantes 22,5% do BMA, bem como operações específicas que tenham que ser internali- agentes económicos nas geografias em complementares em segmentos especí- zadas, e.g. de cariz mais tecnológico, de- que operamos. ficos, nomeadamente na Suíça –private senvolvendo e incorporando talento com No futuro próximo, as parcerias, apesar banking – e na China, mercado que tem as valências que se identificarem como porventura com uma configuração distin- conquistado uma relevância acrescida e necessárias para transformar o banco do ta da tradicional, assumirão um protago- no qual, para além de uma longa presen- presente no banco do futuro. nismo reforçado no desenvolvimento do ça através de uma sucursal em Macau, banco. consideramos haver oportunidades a A vossa estratégia equaciona movi- aprofundar ao nível das parcerias no apoio mentos de fusões e aquisições nos Que desafios enfrenta quando procura a empresários e investidores com fluxos próximos três anos? parceiros e alianças? As experiências de negócios bilaterais. O sector financeiro em Portugal tem-se anteriores levam-no a fazer algo de Sem descurar eventuais oportunidades destacado pela vitalidade e capacidade forma diferente no futuro? que possam surgir, sobretudo se comple- de adaptação, com um longo percurso O desafio consiste em corresponder e mentares à actual carteira de operações, de consolidação realizado sobretudo nas aproveitar as oportunidades associadas o enfoque incidirá no reforço e na gestão décadas de 1990 e 2000, tendo o BCP ao ciclo transformacional que foi iniciado rentável e sustentável dessa carteira, pro- sido um importante protagonista desse em reacção a uma conjugação de exi- curando servir ainda melhor e expandir a movimento. gências, por um lado dos clientes, nas base de mais de cinco milhões de clientes Mais recentemente assistimos a novos quais se verifica uma profunda alteração com que actualmente já trabalhamos. episódios de consolidação, mas por mo- nas formas de interacção e de consumo Modelos de negócio que têm na base re- tivos diversos, fruto da crise e que levou de produtos e serviços financeiros, e por lações equilibradas e de longo prazo com ao desaparecimento de instituições que outro lado, do papel reforçado de novos os clientes, rigor, rendibilidade, controlo representavam uma expressiva quota de protagonistas com ofertas não-tradicio- apertado dos riscos e enorme disciplina mercado. nais, fintech, preparados para disponibili- na análise de eventuais investimentos são O sector enfrenta agora, também em zar soluções ágeis, acessíveis e inovado- condições que temos por indispensáveis Portugal, um novo paradigma, de conver- ras a uma base alargada de clientes. para construirmos o futuro que projecta- são digital e redesenho da sua oferta em Neste contexto, a par do investimen- mos para o Millennium bcp. resposta e antecipação à evolução das to na adaptação e na transformação necessidades dos clientes. interna, também as parcerias com novos players/fintech são uma alternativa estratégica a aprofundar como forma de aumentar a oferta e abrangência de solu- “O crescimento é a única ções, sobretudo em áreas nas quais seja benéfico adicionar parceiros tecnológi- cos na implementação de soluções cujo forma sustentável desenvolvimento interno seria impraticá- vel ou de rendibilidade questionável. de preservar e gerar emprego.” Num mundo que funciona cada vez mais em rede, a colaboração aberta já não é uma opção, é um imperativo de sobrevi- vência. A questão que se coloca hoje já A nível global, que alterações são O Millennium bcp está posicionado para não é “se colaboramos” mas sim “como expectáveis em termos de número de liderar esse ciclo de mudança, no qual se colaboramos”. colaboradores do banco, nos próximos privilegiará o investimento nos processos três anos? de transformação organizacional e de ino- Face aos desenvolvimentos políticos A transformação que o sector enfrenta vação tecnológica, motores fulcrais para o – e.g. Brexit, alterações nas políticas provocará alterações nos próximos anos, crescimento orgânico e sustentabilidade e compromissos assumidos pelos mas a redução do quadro de colabora- do banco. Estados Unidos – crê que nos estamos dores não é em si mesmo um objectivo Atingimos em Portugal, pelas razões a afastar da globalização rumo ao terri- para este ciclo da vida do banco. A nossa expostas, um patamar que torna menos torialismo? Isto é uma preocupação quota de mercado, a geração de negócio prováveis no imediato oportunidades de para o seu negócio? que formos capazes de potenciar, será consolidação. Mas acreditamos que vão Os desequilíbrios macroeconómicos determinante para a evolução do quadro ainda surgir, mais cedo do que tarde, globais constituem sempre um risco de colaboradores. O crescimento é a úni- oportunidades de consolidação às quais potencial para a economia mundial. O con- ca forma sustentável de preservar e gerar estamos atentos. traste na posição da balança de pagamen-

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tos de algumas das principais economias partir de qualquer geografia), mas sobretu- mente, do adequado equilíbrio na distribui- mundiais presta-se a tensões, tal como do na captação e retenção do talento com ção de dividendos aos accionistas. grandes diferenças nos índices de desen- as competências requeridas para servir volvimento e de bem-estar dos cidadãos os clientes e para implementar e gerir os A vossa equipa de gestão tem as nos diversos blocos. A possibilidade de novos modelos de negócio. competências certas para impulsionar uma escalada proteccionista representa É assim essencial interpretar correcta- a transformação digital? um risco sobre a interligação geográfica mente as novas necessidades e padrões Sem dúvida. O Millennium bcp conta com das cadeias de valor, e por ligação, ao de comportamento dos clientes para uma equipa de profissionais e gestores de negócio bancário. Há, no momento que poder liderar em antecipação na inovação excelência, liderados por uma Comissão estamos a viver, riscos relevantes para as e na implementação de funcionalidades Executiva experiente, diversificada, com- democracias liberais e para um mundo e serviços apoiados nas plataformas petente e coesa, totalmente disponível e assente num conjunto de valores em que digitais. comprometida em enfrentar os desafios a liberdade, a livre iniciativa, o comércio Sendo uma etapa que agora se inicia, com e promover a mudança exigida pelo ciclo justo e as preocupações com a susten- riscos e desafios mais complexos, é tam- que agora se inicia, pronta para aproveitar tabilidade ambiental constituam denomi- bém uma etapa fascinante, que apresenta as oportunidades. A recente composição nadores entendidos globalmente como oportunidades desafiantes na consolida- da Comissão Executiva para o novo man- desejados pela generalidade dos cidadãos ção de liderança e na criação de valor, para dato integrou um novo membro que veio dos diversos blocos. a qual o Millennium bcp se prepara com reforçar significativamente as competên- O crescimento económico global está determinação. cias na área de inovação e tecnologia. muito dependente da confiança entre os agentes económicos e a solidez do sector Sente mais pressão dos stakehol- Ao investir em novas tecnologias e financeiro está muito dependente do cres- ders, com expectativas de resultados inovação digital, consegue medir o ROI? A avaliação da eficácia e do retorno dos investimentos assume uma relevância central na concepção e selecção das “Temos excelentes profissionais e uma infra- opções estratégicas, e o investimento num plano de transformação digital não é excepção. estrutura robusta, que, obviamente, está em É essencial investir na preparação. No Millennium bcp fizemo-lo e delineámos permanente evolução para dar resposta à um plano, que implica um investimento significativo em novas tecnologias e com uma importante componente de inovação crescente sofisticação dos ciberataques.” digital, mas com objectivos concretos que lhe estão associados, pelo que a sua implementação terá resultados financeira- mente monitorizáveis e aferíveis. cimento económico sustentável. rápidos do que tipicamente seriam iniciativas de longo prazo? Quais os principais desafios na realiza- Que impactos tem a inovação tecno- Não só é natural como é saudável a ção de investimentos digitais? Exis- lógica e a disrupção digital no Millen- pressão por resultados por parte de tem receios de apostar na tecnologia nium bcp em particular e no sector stakeholders, sobretudo considerando “errada”? bancário em geral? o longo e difícil período de resiliência à Não é desprezível o risco de desactuali- O ritmo crescente na utilização e integra- crise financeira, durante o qual foram zação tecnológica associado a fases de ção de plataformas tecnológicas é um exigidos enormes esforços a todos, desde mudança tal como aquelas a que o sector fenómeno global. Essa integração atingiu accionistas a colaboradores. O que há financeiro está exposto. um patamar que torna indispensável que que incorporar de forma indelével nessa A gestão desse risco exige preparação também as empresas, em particular os preocupação é a palavra “sustentáveis”, e reunir as melhores competências e ta- bancos, redesenhem os modelos de ne- “resultados sustentáveis”. lento, recorrendo se necessário à contra- gócio com base em concepções evoluti- No Millennium bcp contamos com tação externa sobretudo nos estágios de vas ao nível digital que permitam antecipar accionistas que têm apoiado o banco e concepção do plano e nas fases iniciais de as necessidades e superar as expectativas que acreditam no projecto e nas pessoas, implementação, privilegiando a utilização dos clientes. valorizando o potencial do banco para de novas tecnologias que, sendo inovado- A inovação tecnológica está há muito no se distinguir no mercado nacional e nas ras, tenham resultados comprovados. centro da evolução da banca, contudo o operações internacionais. A segurança da nossa infra-estrutura de IT novo contexto acarreta maior complexi- Temos no BCP um modelo de governo so- e dos dados dos clientes é uma preocu- dade face à anterior realidade, com riscos cietário robusto e exigente, o que permite pação permanente, também no momento acrescidos a diversos níveis, com desta- perspectivar uma adequada monitorização de tomar opções de investimento em tec- que para os domínios cibernéticos, e de dos riscos que corremos, do desempenho nologia, sendo matérias de sensibilidade compliance com a regulação de protecção que alcançamos, da solidez e qualidade crítica em que não nos podemos permitir de clientes (há que ter presente que os das demonstrações financeiras e, natural- falhar, razão pela qual somos por vezes clientes são servidos no mundo digital a vistos como conservadores. Diria mesmo

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que somos obstinados com a defesa da confiança dos clientes.

Dada a crescente ameaça de ciberata- ques, considera que a sua organização é um alvo e que sofrer um ataque é hoje inevitável? A segurança da informação em geral, e a cibersegurança em particular, constitui uma preocupação constante e um factor diferenciador dos bancos, aspecto vital ao qual damos uma importância extrema. Temos consciência e preparamo-nos diariamente na convicção de que não havendo sistemas infalíveis ou a salvo de ciberataques, num mundo global que prima pela facilidade de acesso remoto e pela interligação, importa manter os mais elevados padrões de segurança e de vigilância na preservação do activo mais valioso do banco: a confiança dos clientes e do mercado.

Quão preparada está a sua organiza- ção para um ciberataque? Enquanto CEO sente-se pessoalmente responsá- vel pela resiliência cibernética? Como já referi, esta área é de sensibili- dade crítica e merece máxima atenção por parte das equipas do banco. Temos excelentes profissionais e uma infra-es- trutura robusta, que, obviamente, está em permanente evolução para dar resposta à crescente sofisticação dos ciberataques. Se algo falhar (tudo fazemos para que tal não aconteça) sentir-me-ei sempre como o principal responsável. Enquanto institui- ção preparámo-nos, investimos e dotá- mos as equipas operacionais e de gestão das melhores ferramentas, cuja adequa- ção é alvo de monitorização permanente, ao mesmo tempo que criámos estruturas internas para gerir este risco de forma transversal, culminando num comité espe- cífico da Comissão Executiva, composto por vários administradores e gestores de topo de diversas áreas do banco relevan- tes na gestão deste risco.

Num mundo cada vez mais conectado, os clientes esperam experiências cada vez mais personalizadas. É possível responder a estas expectativas e garantir retorno para o negócio ao mesmo tempo? O Millennium bcp tem-se distinguido por “Acreditamos que vão ainda surgir, mais cedo liderar a inovação do sector no desenho de oferta customizada de produtos e serviços dirigidos a clientes, definindo do que tarde, oportunidades de consolidação segmentos e abordagens específicas e disponibilizando diversos canais de às quais estamos atentos.” interacção que permitem uma experiência de excelência, regularmente comprovada

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pelos reduzidos índices de reclamações dutos e serviços financeiros aos clientes mento, controlo e reacção continuarão a e elevadas distinções pela qualidade de (existentes ou potenciais). não poder ser dispensadas. serviço. A preservação de relações de confiança, Os modelos não desresponsabilizam as Estamos, contudo, convictos de que estáveis e duradouras está no cerne da pessoas, pois são estas que os escolhem, o mercado exigirá mais inovação para actividade bancária, sendo uma premissa validam, monitorizam e definem o âmbito permitir experiência com um grau de per- incompatível com estratégias que reme- de utilização; ou seja, sem profissionais sonalização ainda maior e antecipação de tam os clientes existentes para um plano competentes nunca teremos boas deci- expectativas dos clientes, apenas possível secundário. sões suportadas em modelos. com uma nova abordagem de fazer banca, A captação de novos clientes baseada em recorrendo a tecnologia de última geração soluções e abordagens inovadoras, que Ignoraria um insight baseado em e incorporando ferramentas de data analy- permitam antecipar as suas necessidades modelos de dados se a sua intuição ou tics e automação. de produtos e serviços é importante, mas experiência lhe dissesse para seguir São valências incorporadas na estratégia uma base de clientes satisfeita, conquista- outro caminho? de mudança em curso no Millennium da e mantida com produtos e serviços de Os modelos de dados podem fornecer bcp, com objectivos concretos e retorno excelência, assume uma relevância crítica insights relevantes para o processo de quantificado. na atracção de novos clientes. decisão, mas não são infalíveis. É neces- Esta abordagem tem-se revelado ga- sário, como tal, um adequado processo de Considera que o Millennium bcp é nhadora. O Millennium bcp em Portugal controlo e de avaliação crítica. bem-sucedido na resposta às necessi- evidencia um bom ritmo de crescimento O conhecimento adquirido e as experiên- dades dos millennials? na captação de clientes e o ActivoBank cias vivenciadas e partilhadas são essen- Os millennials representam um core tem superado recordes atrás de recordes ciais para formar opiniões válidas que market para qualquer empresa, em parti- cular no sector dos serviços financeiros, por serem um público jovem, com níveis de qualificação elevados, privilegiando “O cariz internacional canais digitais, predispostos a experimen- tar novos métodos e novas abordagens para solucionar problemas e ultrapassar do Millennium bcp caracteriza desafios. No caso português, é uma geração nasci- o banco praticamente da e educada num sistema democrático consolidado, habituada a não ter restrições na expressão de opinião, na liberdade de desde a sua fundação.” movimentos nem nas escolhas que faz. É uma geração exigente, que tende a impul- sionar a inovação em variadíssimos secto- na captação de clientes. contribuem para o processo de decisão, res, essenciais à dinâmica de crescimento nomeadamente para contestar argumen- económico e à progressão social. No Sente-se confiante ao tomar decisões tos e pressupostos que permitam validar Millennium bcp sabemos quão importante de negócio com base em modelos e um processo de decisão adequadamente é servir bem estes clientes, que represen- soluções de inteligência preditiva? fundamentado. tam o futuro, e também a importância de A inteligência preditiva assumirá um Não podemos condicionar o futuro com os ouvir e de aprender como responder protagonismo acrescido em determinadas base na intuição pessoal, mas temos a melhor às suas necessidades. áreas, como por exemplo no apoio a deci- obrigação de testar e questionar os in- Este trabalho está a ser feito com suces- sões expeditas de concessão de crédito sights dos modelos, em especial quando so, com produtos e serviços vocacionados personalizado. o resultado desafiar o nosso suposto para este segmento, com reflexo no cres- Permite reduzir de forma expressiva o conhecimento dos factos. cimento da base de clientes – no Millen- tempo de resposta na oferta de produtos nium bcp, no ActivoBank e nas operações e serviços financeiros e corresponder O banco tem as competências neces- internacionais. às exigências de níveis de serviço dos sárias para implementar a sua estra- clientes. A sua utilização requer, contudo, tégia? Como preenchem as lacunas Investem mais tempo a atrair novos que a organização reúna conhecimento, existentes? clientes ou a reter os clientes actuais? talento e níveis adequados de prepara- O Millennium bcp conta com profissionais Considera que as empresas tendem a ção, que permitam desenhar modelos de de elevadíssima qualidade, com experiên- negligenciar os clientes existentes? decisão incorporando a tecnologia, com cia e conhecimento acumulados que nos Não encaramos a atracção de novos um adequado controlo dos riscos e uma permite reunir a maior parte das compe- clientes ou a retenção de clientes exis- eficaz capacidade de monitorização. tências e do talento necessário à prosse- tentes como abordagens antagónicas Um modelo de negócio que utilize esta cução da estratégia. ou ambivalentes que requeiram tempos tecnologia poderá beneficiar da resolução Sendo este um momento de início de um separados, mas antes dedicando a ambas automática de métricas, dentro de parâ- ciclo de transformação, de transição para uma actuação consistente e complemen- metros pré-determinados e monitorizados um modelo de negócio mais digital, há tar, procurando a superação em termos de por decisores humanos, cujas experiên- um esforço de formação que terá que ser qualidade de serviço e de oferta de pro- cias singulares e capacidades de discerni- efectuado, complementado com contra-

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“A transição para uma economia digital é um processo abrangente e que não se circunscreve apenas ao Millennium bcp.”

tação de talento, sobretudo em matérias e de inovação, viabilizando oportunidades específicas que conquistarão uma relevân- que eram inimagináveis há alguns anos. cia acrescida. Essas lacunas pontuais serão colmata- Considera que a IA criará mais empre- das de forma diversa, nomeadamente gos do que destruirá? recorrendo a outsourcing de prestadores A História diz-nos que a introdução de de serviços, parcerias com empresas novas ferramentas e formas de traba- especializadas e novos colaboradores lhar disruptivas tem tido repercussão no com os skills adequados para reforçar as aumento da produtividade e impacto nos competências internas em matérias mais índices de qualidade de vida. críticas para o negócio. O aumento de produtividade resulta numa A KPMG é uma das empresas com quem utilização diferente do tempo, que apesar trabalhamos regularmente, há muitos de poder não ser sinónimo de mais tempo anos, em diversos projectos. livre ou de ócio, é seguramente tempo direccionado para questões de cariz mais No curto prazo, existem competências intelectual e mais desafiantes. difíceis de recrutar? Não obstante eventuais flutuações pon- A transição para uma economia digital é tuais, julgo que o mercado de trabalho in- um processo abrangente e que não se corporará a médio prazo os ajustamentos circunscreve apenas ao Millennium bcp, para se adaptar às exigências da transição pelo que nos deparamos com um merca- para uma economia digital, na qual o tem- do concorrencial na captação de talento po disponível será motor de necessidades tecnológico, que é escasso, sobretudo à actualmente inexistentes e em que novos escala nacional. empregos progressivamente substituirão Estou contudo certo que a modernidade funções que irão inevitavelmente cair em do projecto, a reputação e a perenida- desuso. de do Millennium bcp, são elementos A tecnologia a prazo tem um efeito positi- diferenciadores na captação de interesse vo quer na criação quer na qualificação do nesse recrutamento – temos registado emprego. No curto prazo e para determi- muito interesse de pessoas qualificadas nadas indústrias, nem sempre assim é e em fazer parte da nossa equipa, neste mo- isso constitui um problema sério ao qual mento tão estimulante da vida do banco. não podemos ser indiferentes. Temos de encontrar soluções adequadas e justas Que impacto vê na Inteligência Arti- para as pessoas que, por motivos diver- ficial (IA) em termos da sua força de sos, enfrentarão dificuldades acrescidas trabalho? na integração no mercado de trabalho. A IA já é, em alguns processos, uma componente essencial dos modelos de O banco colabora com startups para negócio das empresas que fizeram a impulsionar a inovação digital? transição para a economia digital. O Millennium bcp já colabora com várias A capacidade analítica para processar, empresas com soluções inovadoras, A interacção de empresas com dimensão interpretar, relacionar e retirar conclu- algumas delas ainda no início da sua vida e culturas distintas traduz-se em benefício sões de enormes quantidades de dados empresarial, modelo que será certamen- mútuo e mudança para ambas as partes. – big data – só é optimizada recorrendo te impulsionado como instrumento para A convergência de interesses e a partilha a ferramentas de IA e automação que acelerar o aprofundamento da transição de valor dessas parcerias induz adapta- complementem e suportem o uso que digital. ções nas formas de trabalhar que poten- as pessoas do banco podem fazer dessa ciam o crescimento conjunto. informação. O que pode correr mal quando uma O importante é que os parceiros se É uma mudança de paradigma que requer empresa grande e tradicional faz mantenham alinhados nos objectivos e novas competências e talento específico, parcerias com startups? Os choques que cada um contribua naquilo que sabe dinamizando uma cultura de transformação culturais são inevitáveis? fazer melhor. Se houver alinhamento nos

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“O crescimento económico global está muito dependente da confiança entre os agentes económicos e a solidez do sector financeiro objectivos, os pequenos diferendos são parte de um processo de aprendizagem está muito dependente do crescimento e valorização conjunta. Uma empresa de maior dimensão ganha com a disrupção e económico sustentável.” ousadia de gestores inovadores, enquanto uma startup beneficia com a experiência, escala e maturidade de uma empresa já estabelecida. O conhecimento prévio e o entendimento dos valores e da cultura dos parceiros são também muito relevantes.

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“A queda da rentabilidade da banca portuguesa nos últimos 10 anos terá, necessariamente, de ser invertida.” Paulo Moita de Macedo CEO da Caixa Geral de Depósitos

Sente-se confiante sobre as perspectivas de crescimento para a economia glo- bal? Que oportunidades e desafios antevê? Ainda que a um ritmo mais moderado, perspectiva-se que a economia mundial deverá continuar em expansão em 2019 e durante os próximos. Mas como sempre, terão que ser considerados elementos de risco, os quais po- dem reduzir o grau de confiança sobre a evolução futura:

–– As tensões e incertezas de natureza política na Europa. Subsistem os riscos de movimentos populistas e antagonistas ao projecto europeu continuarem a ganhar crescente apoio. Os casos italiano e espanhol, bem como a situação regional na Catalunha ou o processo do Brexit, são exemplos desse tipo de tensões e incertezas; –– Os factores de risco geopolítico, incluindo as tensões entre a Arábia Saudita e o Irão, a par dos conflitos na Síria, no Iémen e entre Israel e os territórios palesti- nianos, sem esquecer a tensão entre os EUA e a Coreia do Norte, que parece por agora sob controlo; –– Os receios de uma escalada de barreiras comerciais em todo o mundo na se- quência das actuações proteccionistas dos governos norte-americano e chinês; –– A crescente incerteza associada à alteração do ciclo de política monetária por parte da Reserva Federal norte-americana, ligada à possível necessidade da auto- ridade monetária norte-americana ter que aumentar o ritmo de subida de taxas de juro.

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Nos próximos três anos o crescimen- Nos próximos três anos a Caixa não proteccionismo é uma expressão disso to da Caixa Geral de Depósitos será participará nestes investimentos, de mesmo e não se encontra directamen- mais difícil do que no passado? acordo com o seu plano de estabiliza- te relacionado com a globalização, mas A Caixa viveu no passado recente um ção. sim com o tema do cumprimento das período especial em que levou a cabo regras de competitividade. o desenho e aprovação de um Plano Que outras hipóteses consideram A globalização beneficia o sector ban- de Recapitalização, juntamente com (e.g., parcerias e alianças)? cário, como beneficiam muitos outros um Plano Estratégico que cobre os A nossa presença em Angola, Moçam- sectores através, por exemplo, dos anos de 2017 a 2020. Estes planos bique, Cabo Verde e São Tomé é feita ganhos de eficiência. No segmento de foram desenhados com o Estado com parceiros locais e essa é a forma mercados financeiros, em particular, Português, accionista único da CGD, como devemos estar nesses mercados, permite colocar em contacto um con- e aprovados pela Comissão Europeia vendo no entanto com bons olhos o junto alargado de entidades exceden- (DG Concorrência), e permitirão, com acolhimento de parceiros institucionais tárias e deficitárias, possibilitando diver- a sua implementação já em curso, um multilaterais que possam aportar valor sificar a desintermediação bancária. período de crescimento de proveitos, às operações, em forma de negócio, Para além disso, permitiu aumentar as apesar do quadro actual de taxas de governance, etc. oportunidades de negócio das institui- juro em níveis mínimos históricos, ções, pelo que a reversão da globaliza- redução de custos e, portanto, de Face aos desenvolvimentos políticos ção seria um retrocesso significativo no implementação de níveis de eficiência à escala global, crê que nos estamos aumento das oportunidades. sem par no passado recente. Por essa a afastar da globalização rumo ao terri- Contudo, também exigiu e continuará razão, os próximos três anos serão torialismo? a exigir alterações significativas dos métodos de funcionamento e actuação, não só numa perspectiva internacional, mas também doméstica, da regula- “Cerca de 83% mentação e das tecnologias. Para além disso, os riscos sistémicos a que os bancos passaram a estar expostos dos nossos colaboradores aumentaram consideravelmente.

Quais as principais consequências são early adopters da inovação tecnológica e disrupção digital para a CGD? O envelhecimento da base de clientes de novas tecnologias.” e da população portuguesa em geral, a par da desmaterialização dos processos num contexto de hiper-conectividade, está a colocar pressão sobre a digitali- para a Caixa um período especial, em O fenómeno da globalização tem vindo zação do negócio core e, paralelamen- que a implementação do seu exigente a acentuar-se nas últimas décadas à te, a transformá-lo. Plano Estratégico conduzirá a um pla- medida que os sistemas de informação A simplificação da oferta actual de no de rentabilidade e eficiência clara- e os meios de transporte colocam, produtos e serviços core, suportada mente superior ao vivido no passado. em contacto cada vez mais próximo, por processos mais digitais, associada sociedades geograficamente dispersas. à introdução de melhorias significativas A nível global, prevê que o seu Tais sistemas e meios permitem aceder na experiência do cliente e dos colabo- número de colaboradores diminua a informação de forma mais fácil e radores, conduz a uma redução efectiva ou cresça nos próximos três anos? estabelecer laços comerciais, reduzindo dos custos e ao aumento da rentabili- Porquê? barreiras de intermediação e tempos dade. De acordo com o plano estratégico de espera. Acreditar que nos estamos Por outro lado, a transformação do aprovado, que prevê um ajustamen- a afastar da globalização seria crer no negócio, o desenvolvimento de novas to no número de balcões face às retrocesso destes meios, o que não capacidades e competências internas, alterações existentes no modelo de parece ser a realidade. a oferta de novos produtos e serviços, negócio e à crescente digitalização, o Realidades como o Brexit e outras que bem como a implementação de novas número de colaboradores vai diminuir se lhe assemelham estarão sempre soluções tecnológicas criadoras de no- até 2020, embora os seus skills mé- presentes, nomeadamente quando vas fontes de receita potenciais, geram dios devam aumentar. existem, por parte das populações, novas oportunidades. percepções negativas pontuais da Qual o papel das fusões e aquisições governação supranacional. Estas cisões Verifica-se um aumento da pressão na sua estratégia para os próximos não colocam em causa o contacto entre dos stakeholders, com expectativas de três anos e qual o objectivo destes culturas e sistemas económicos, mas resultados rápidos do que são, tipica- investimentos? antes os processos de governação mente, iniciativas de longo prazo? supranacionais nos moldes actuais. O

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A actividade bancária vive um contexto vez estão associadas a objectivos de O que está a Caixa Geral de Depósitos de transformação fortemente impacta- evolução da rentabilidade de clientes e a fazer para endereçar as necessidades do pela tecnologia, regulamentação e a ganhos de eficiência e, consequente- e expectativas dos millennials? alteração da expectativa dos clientes. mente, permitem monitorizar o ROI. Os A Caixa está a adaptar a sua estratégia Neste contexto, existindo um conjunto desafios para garantir o retorno estão para incluir estes clientes e garantir uma de drivers de mudança de diferentes assim associados ao compromisso da maior adequação dos seus produtos e naturezas tais como, comportamentos/ organização na execução das iniciativas, serviços às expectativas dos mesmos. expectativas do cliente, crescimentos a par de um adequado planeamento das Exemplo desta estratégia é o processo exponenciais na penetração de smart- iniciativas digitais estruturantes. de abertura de conta dos universitários, phones, novas tecnologias, bem como que é totalmente digital. Mais de 40 mil a API economy (DPS2), tal induzirá, Quais os principais desafios na realiza- contas abertas a universitários anual- necessariamente, um aumento da pres- ção de investimentos digitais? mente ao longo de duas décadas. são dos stakeholders. As tecnologias estão a acelerar a Acresce a queda da rentabilidade da captura de informação (OCR, image Investe mais tempo na atracção de banca portuguesa nos últimos 10 anos recognition, voice…), facilitando o novos clientes ou na retenção dos que terá, necessariamente, de ser processamento da informação (RPA, AI, clientes actuais? invertida. Blockchain..) e desenvolvendo novas Para a Caixa ambos são importan- formas de trabalho (devOps, Agile...) tes, daí que o leque de soluções que A sua equipa de gestão tem as com- O desenvolvimento da oferta digital disponibilizamos, que abarcam desde o petências certas para impulsionar a (produtos e jornadas de cliente) a par segmento jovem até aos seniores. Um transformação digital? de um serviço omni-canal, de forma a bom exemplo é a app Caderneta. De acordo com uma análise interna, facilitar uma experiência digital diferen- cerca de 83% dos nossos colaborado- ciadora, é uma prioridade do processo Sente-se confiante em tomar decisões res são early adopters de novas tecno- de transformação digital. Estamos de negócio com base em modelos e logias ou adoptam novas tecnologias perante uma oportunidade primordial soluções de inteligência preditiva? quando demonstrada a sua utilidade. para melhorar a experiência do cliente As decisões de negócio têm em conside- Quando questionados sobre a impor- e aumentar a eficácia da força de venda ração vários factores. Entre os mesmos, tância de um processo de transforma- bem como a eficiência operacional. os modelos analíticos podem ser um ção digital, assumem que o mesmo bom aliado para modelar a experiência terá impactos a nível da rentabilidade A sua organização está preparada para passada (através de modelos preditivos e celeridade na resposta ao mercado, um ciberataque? de médio e longo prazo) e para formular bem como maior agilidade nos proces- A Caixa está preparada para responder e apreender o contexto actual, nos quais sos. a ciberataques, quer em termos tecno- os modelos de real-time são um exemplo Estamos, assim, perante uma popula- lógicos, quer humanos. disso. ção com uma postura activa na adopção Não obstante, a decisão deve ter em de novas tecnologias, o que nos leva Os clientes esperam experiências cada consideração outros factores que não a acreditar que as nossas equipas têm vez mais personalizadas. Como res- são 100% replicáveis através de modelos as competências necessárias para o ponde a CGD a estas expectativas? preditivos. A título de exemplo, refiro o processo de transformação digital. A estratégia da Caixa passa pela abor- ambiente e o posicionamento competi- dagem ao mundo digital, que inclui a tivo que se vive e se perspectiva. Como Como medem o retorno do investi- personalização e adaptação da expe- sabemos, o histórico pode não ser o mento em novas tecnologias e inova- riência de utilização a cada cliente. Os melhor descritor do futuro e tal é parti- ção digital? canais digitais são considerados como cularmente verdade em ambientes de O processo de transformação digital mais uma forma de fazer negócio, grande mudança ou quando um gestor está suportado em métricas quantitati- disponibilizando aos clientes o canal quer mudar o paradigma do seu negócio vas definidas, e.g.( número de utilizado- que lhe for mais conveniente em cada ou do seu mercado. res de canais digitais, vendas no canais momento. Desta forma, as decisões de negócio digitais, cost to serve), que por sua devem ser, cada vez mais, tomadas tendo por base informação analítica (conjugando médio prazo e informação de curto prazo, tipicamente de contex- to) e complementadas com a experiên- “A estratégia da Caixa passa pela aborda- cia não modelável do gestor.

Ignoraria um insight baseado em gem ao mundo digital, que inclui a perso- modelos de dados se a sua intuição ou experiência lhe dissesse para seguir nalização e adaptação da experiência de outro caminho? A informação estatística é fundamental para apoio à tomada de decisão, pelo utilização a cada cliente.” que não se pode ignorar a informação estatística nessas circunstâncias. Quan-

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“A Caixa está preparada para responder a ciberataques, quer em termos tecnológicos, quer humanos.”

do os dados nos “dizem” algo diferente Num contexto competitivo em que se Por outro lado, a disrupção digital da ac- do que a nossa intuição ou experiência exige maior eficiência e eficácia, “fazer tividade bancária vem introduzir novos nos aconselha, é fundamental sermos mais com menos” é um desafio perma- modelos de distribuição, novos players autocríticos. Aí, podemos considerar nente. Exemplo disso é o estabelecido e novas formas de acesso a serviços e que existem razões objectivas para os no nosso Plano Estratégico, em que se aconselhamento financeiro. A transfor- quais os dados nos apontam para um prevê manter o volume de negócio e mação digital requer novas formas de caminho diferente (e.g. alterações de aumentar a receita, optimizando a sua organização e de desenvolvimento da contexto) ou temos que voltar a ques- plataforma operacional (rede física e re- actividade, requerendo o fomento práti- tionar a nossa intuição. cursos humanos). Nesta vertente, tem co de uma cultura ágil e flexível e meca- sido promovida a retenção dos melho- nismos de internalização e consolidação Considera que a Caixa tem as compe- res através de programas de desenvol- de novas competências. tências necessárias para implementar vimento focalizados e gestão selectiva As lacunas em áreas críticas têm passa- a estratégia? Como tem preenchido as e a libertação de capacidade através da do pela identificação interna ou externa lacunas existentes? optimização e automação de processos. e desenvolvimento dos recursos mais

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habilitados e de maior potencial para a transformação pretendida, bem como “A Caixa Capital tem sido pela atracção de talento para posições estratégicas e indutoras de mudança um investidor de referência pela incorporação de novas visões, práticas e formas de trabalho. a nível nacional em startups No curto prazo, existem algumas com- petências difíceis de recrutar? No âmbito da evolução digital, para de base tecnológica.” além das competências técnicas nomeadamente em tecnologias da sing, big data analytics, internet of e maduros, com modelos de negócio informação, programação e gestão things, social media,…), já está a trans- e benchmarks de rentabilidade estabe- de sistemas, que naturalmente são formar estruturalmente a economia e o lecidos e um enquadramento regula- essenciais, julgamos que a sua conjuga- mercado de trabalho. mentar que muitas vezes condiciona os ção com soft skills, como o trabalho de Os empregos associados a actividades limites da sua actividade. equipa e colaboração, a criatividade e rotineiras e com potencial de automa- As startups de base tecnológica, por capacidade de resolução de problemas, ção irão muito certamente diminuir, sua vez, procuram explorar oportunida- bem como a resiliência e pensamento dando lugar ao surgimento de outros des em novos mercados que se encon- out of the box, serão determinantes no de maior complexidade e exigência de tram em forte crescimento, mas que caminho que pretendemos percorrer competências e conhecimentos diferen- devido à sua incipiência ainda carecem nos próximos anos. ciados. Estima-se que cerca de metade de escala e modelos de negócio com- Os desafios da digitalização são trans- das actividades que actualmente conhe- provados que permitam assegurar a sua versais a toda a estrutura, pelo impacto cemos são susceptíveis de ficarem sustentabilidade a curto/médio prazo. que têm na organização do trabalho, automatizadas até 2025, o que hoje me Por outro lado, é importante que a gran- nos processos, na relação entre as parece demasiado optimista, mas será de empresa tradicional que procura tra- pessoas e na própria cultura, que terá uma questão de poucos anos. balhar com startups esteja consciente de incorporar novos paradigmas. Assim, Por outro lado, estas tecnologias dina- das diferenças e implemente mecanis- estes desafios não se restringem mizam o surgimento de novas áreas de mos para mitigar o seu impacto. Caso apenas ao recrutamento externo, mas negócio e promovem o cruzamento de não o faça, o risco de choque cultural, implicam o desenvolvimento interno de sinergias entre sectores de actividade, pelo menos no início da relação, é competências, nomeadamente digitais, criando novas oportunidades e novas elevado. no sentido de fazer progredir esta trans- ocupações. formação. Ao nível de cada país e, à sua escala Que outros desafios podem impedir as em cada empresa, o balanço entre organizações de obter retorno destes Que impacto vê na Inteligência Arti- criação e destruição de empregos será investimentos? ficial (IA) em termos da sua força de distinto em função da sua dinâmica Outros desafios que possam surgir trabalho? demográfica e dependerá da capacida- incluem: Começam a observar-se sinais do de instalada de aquisição e desenvol- advento do trabalho digital, potenciado vimento de conhecimentos e compe- –– Resistência interna à mudança por pela automatização cognitiva. Para os tências que permita, à sua população parte da empresa tradicional à adop- processos mais simples e com regras activa, se adaptar a esta nova realidade ção dos novos modelos de negócio de actuação padronizadas, as soluções em tempo e velocidade. promovidos pela startup por serem de RPA - Robotic Process Automation “pouco ortodoxos” em relação aos permitem assegurar, só por si e com A Caixa colabora com startups para tradicionais (“that’s not the way we sucesso, a automatização das activida- impulsionar a inovação digital? do things here”); des. Para processos de maior complexi- A Caixa Capital tem sido um investidor –– Falta de preparação a nível de es- dade, a capacidade cognitiva potencia o de referência a nível nacional em startups truturas internas e de recursos para grau de automatização dos processos. de base tecnológica ao longo dos últi- cumprir com o grau de formalidade, As soluções RPA e IA permitem mos anos, tendo igualmente promovido exigências regulamentares e níveis automatizar processos repetitivos, investimentos cross-border com VC’s de segurança necessários por parte centrados em aplicações informáticas internacionais a fim de promover a da startup para trabalhar com uma e dados, com o objectivo de capturar globalização do ecossistema. grande empresa; ganhos de eficiência realocando os –– Fricção na relação resultante da Recursos Humanos a tarefas de maior Que desafios associa à colaboração “cautela” da empresa tradicional vs. valor acrescentado. entre grandes instituições e startups? o sentido de urgência e necessidade Os choques culturais são inevitáveis? de mexer “rápido” da startup; Considera que a IA criará mais em- As grandes empresas tradicionais e as –– Diferença relativa, em termos de pregos do que destruirá, ou destruirá startups operam em contextos e está- capacidade financeira, entre a grande mais do que criará? dios de desenvolvimento radicalmente empresa e a startup, o que pode A Inteligência Artificial, a par com as diferentes. levar a startup a ficar “esmagada” na demais tecnologias potenciadoras do As grandes empresas tradicionais ope- relação. trabalho digital (mobile, cloud proces- ram em mercados claramente definidos

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António Rios de Amorim CEO da Corticeira Amorim “Estamos a percorrer um caminho em que os níveis de robotização, de recolha de informação no chão de fábrica e de análise de informação preditiva são cada vez mais elevados.”

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Quais as suas perspectivas para o crescimento da economia global? Que oportuni- dades e desafios antevê? Em 2018 atingiu-se um pico no crescimento mundial. Isso mesmo é apontado pelo FMI, pela OCDE e pelos Bancos de Investimento, nas suas previsões mais recentes. Há, a par desta evolução antecipada, um processo de normalização de política monetária a ocorrer nos Estados Unidos e que se traduz em custos de financiamento mais elevados em USD. Esta alteração, sobretudo a partir do momento em que não é disputada, tem um impacto generalizado na economia mundial, mas especial nas economias emer- gentes; há a intenção de seguir com processo de normalização similar na UEM. É um regresso natural a condições monetárias mais consentâneas com o ciclo económico, mas tem o seu impacto até porque as medidas extraordinárias de política monetária, aplicadas em reacção à Grande Crise Financeira, pautaram-se por uma dose de experi- mentalismo elevado e criaram forte dependência e alocação subóptima de recursos. É relevante ainda mencionar o impacto das alterações fiscais propostas pela Adminis- tração Trump, que se estima que seja positivo em 2018 e 2019. Assume-se que tais alterações irão garantir uma evolução positiva na economia norte-americana. O processo de globalização terá seguido o seu curso e atingido o auge. Estamos agora em presença de um reposicionamento estratégico e também de desafios à forma como a economia mundial e o comércio internacional têm operado nos últimos anos. Há ainda que reflectir sobre a gestão da relação de poder entre a economia líder e a economia em ascensão. O crítico, como sempre, é a instabilidade, o inesperado, a dificuldade em saber quais a “regras do jogo”. Sem estabilidade, o risco e a incerteza aumentam… Não obstante as mutações constantes do contexto mundial, existem sempre oportuni- dades para uma empresa internacionalizada.

O crescimento da sua empresa nos próximos três anos será mais difícil do que no passado? No que se baseia? O que mudou? O crescimento da Corticeira Amorim é um facto indesmentível mesmo em períodos onde os motivos conjunturais fizeram com que o passo pudesse ser mais lento. Para os próximos três anos mantemos o nosso guidance de crescer acima dos nossos mercado alvo, nomeadamente nas rolhas, onde o referencial é o mercado dos vinhos. As dificul- dades de crescimento que existiram no passado vão continuar a existir, o nosso papel é procurar as alternativas para ultrapassar essas dificuldades.

Prevê expandir para outras geografias? Se sim, o que impulsiona essa expansão e qual a maior prioridade: mercados desenvolvidos ou emergentes? A Corticeira Amorim já tem uma estrutura abrangente (através de distribuição directa ou através de representantes), que nos permite vender em mais de 120 países. Todos os mercados desenvolvidos ou emergentes que sejam relevantes para o mundo da cortiça já estão cobertos pela nossa rede de distribuição. A alteração da forma como efectua- mos a distribuição em determinadas geografias poderá ser justificável, mas acima de tudo, por uma perspectiva de serviço ao cliente, um dos factores diferenciadores da Corticeira Amorim.

A nível global, prevê que o seu número de colaboradores cresça nos próximos três anos? Alicerçados na vontade de crescer, a perspectiva será de aumentar o número de cola- boradores. Contudo, a automação dos processos produtivos é uma realidade da qual não nos podemos alhear para nos mantermos competitivos, principalmente perante produtos alternativos à cortiça, onde essa automação já foi feita e poderá alterar essa perspectiva. O importante é garantir o futuro e isso só é possível mantendo os nossos níveis de competitividade.

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A Corticeira Amorim tem-se pautado por ser bastante acessível a todos os investi- dores e restantes stakeholders sobre as perspectivas e principais temas do seu “Os modelos de inteligência negócio. O alargamento da base accio- nista da Corticeira Amorim tem sido feita preditiva apontam caminhos através desta categoria de accionistas – os que valorizam resultados sustentados. Adicionalmente, e devido à presença dos que não podemos ignorar.” accionistas mais relevantes no Conselho de Administração, não sentimos exces- sivamente essa pressão de apresentar Qual o papel das fusões e aquisições que a “má política” actual decorre de “má resultados de curto prazo em detrimento na sua estratégia a três anos e qual o economia” nos últimos anos e do facto de investir no médio prazo. Consideramos objectivo destes investimentos? das “maiorias silenciosas” terem sido esse factor positivo porque evita decisões No último ano fizemos três aquisições preteridas. com objectivo de curto prazo que pode- que complementaram o portfolio de pro- É um desafio sobretudo para a Europa, riam comprometer o futuro do grupo. dutos que disponibilizamos no mercado. pressionada entre dois blocos, um em Caso surjam oportunidades interessantes, perda e o outro em ascensão. E, aparen- A vossa equipa de gestão tem as que façam sentido dentro da cortiça e/ou temente, não estão reunidas as condições competências certas para impulsionar aproveitando a estrutura produtiva/de dis- para maior integração na Europa ou para a transformação digital? tribuição que está montada, analisaremos uma liderança de referência. À euforia A equipa de gestão foi adquirindo as essas possibilidades com todo o cuidado. pós-vitória de Macron, contrapõem-se competências necessárias para dar agora algumas dúvidas decorrentes da resposta a esse desafio. A integração dos Além de aquisições, que outras hipó- evolução social e política em Itália e em novos colaboradores na equipa de gestão, teses, e.g., parcerias e alianças, consi- membros da UE na Europa de Leste. complemento com formação aos que já dera? O equilíbrio entre aquisições e Para uma empresa multinacional, isso tra- estavam na organização, teve em atenção parcerias/alianças alterou-se? duzir-se-á sempre em entraves, em custos as valências da transformação digital, cada Não fechamos a porta a nenhum cenário, acrescidos, adaptações e limites ao livre vez mais necessárias para dar resposta aos até porque existem alguns casos na Cor- estabelecimento e à exploração de mer- desafios dos dias de hoje. ticeira Amorim em que optamos por este cados, oportunidades e parceiros. Exigirá tipo de estratégia. Mesmos nas aquisi- enfrentar obstáculos, limites ao investi- Quais os desafios que enfrenta para ga- ções temos mantido os anteriores proprie- mento e às trocas comerciais e implicará rantir o retorno dos investimentos em tários com participações nas empresas, lidar com concorrentes locais benefician- tecnologia e inovação digital? Como se para que se mantenham comprometidos do de protecção e vantagens acrescidas e mede o retorno? com os seus objectivos e para que pos- com limitações à livre circulação do factor Ao investir em novas tecnologias e ino- sam beneficiar com o seu crescimento, Trabalho – mesmo que mais visível nos vação digital não alterámos as métricas quando tiverem de sair. As experiências Serviços, as limitações afectarão também que tínhamos para medir a rentabilidade anteriores têm sido bem-sucedidas, não a Indústria e impedirão contar com os dos investimentos. Os paybacks espera- alterando em nada a forma como encara- melhores. dos não são alterados por falarmos em mos esta possibilidade. situações que podem ser disruptivas para Qual o impacto da inovação tecnológi- os processos actuais. Produzimos informa- Face aos desenvolvimentos políticos ca e da disrupção digital no seu sector? ção necessária para mensurar o ROI. Os – e.g. Brexit, alterações nas políticas e São realidades que nos entram pela porta desafios materializam-se mais na fase de compromissos internacionais assumi- dentro e que têm tido um impacto signifi- teste do que propriamente quando se en- dos pelos EUA – crê que nos estamos a cativo na nossa organização. A Corticeira tra em produtivo. Conforme já foi referido, afastar da globalização rumo ao territo- Amorim está a percorrer um caminho em a indústria da cortiça tem especificidades rialismo? Isto é uma preocupação para que os níveis de robotização, de recolha que obrigam a procurar alternativas que o seu negócio? de informação no chão de fábrica e de ainda não existem. A escolha da alternativa Sim, necessariamente o proteccionismo, análise de informação preditiva são cada adequada é que é o maior desafio que nos a actuação individual e avessa à coope- vez mais elevados. As maiores dificulda- é colocado. ração, seja como mote próprio ou como des e riscos com que nos deparamos são reacção à actuação de outros, tem sido a procura de competências e soluções Está preocupado em apostar na tecnolo- observável e parece querer tornar-se refe- para uma indústria com muitas especi- gia “errada”? rência. É um retrocesso na globalização, ficidades, nomeadamente ao nível da O importante é não entrar por um cami- a base da expansão extraordinária a que matéria-prima. nho que implique um investimento de tal a economia global assistiu nas últimas maneira relevante, que implique um ponto décadas e que garantiu a saída da pobreza Existe um aumento da pressão dos de não retorno, com perdas significativas extrema para muitos e muitos milhões de stakeholders (e.g. conselho de admi- para a organização. pessoas. Mas também é verdade que o nistração e investidores), com expec- crescimento dos últimos anos traduziu- tativas de resultados rápidos do que Dada a crescente ameaça de ciberata- se por um agravamento acentuado das tipicamente seriam iniciativas de longo ques, considera que a sua organização desigualdades. Há mesmo quem refira prazo? é um alvo e que a possibilidade de

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sofrer um ataque é uma inevitabilidade para as empresas? Considero que a Corticeira Amorim, como grupo industrial que é, não está na “primeira linha” dos potenciais alvos do ciberataque. As empresas de grande consumo, com impacto imediato no con- sumidor, são os primeiros alvos para este tipo de ameaça. Contudo, esta ameaça não deve ser negligenciada até porque, podendo não ser alvos directos, podemos ser afectados de forma indirecta através dos nossos parceiros.

Quão preparados estão para um cibe- rataque? Sente-se pessoalmente res- ponsável pela resiliência cibernética? Em primeiro lugar, sinto-me responsável por tudo o que se passa dentro da orga- nização. O tema da resiliência informática tem sido uma preocupação da Corticeira Amorim. Os planos de contingência e redundância estão criados e são testados de forma regular, de forma a minimizar os efeitos dos eventuais ataques.

Num mundo repleto de dados, os clien- tes esperam experiências personaliza- das. Como respondem a estas expec- tativas e ao mesmo tempo garantem o retorno do negócio? Conforme referido anteriormente, a Corticeira Amorim é um grupo industrial. Mas não deixamos de estar atentos aos clientes finais dos nossos produtos. Em ligação com os nossos clientes e com a APCOR, participamos em experiências sensoriais para demonstrar as vantagens da cortiça. A resposta a estas expectativas vê-se, por exemplo, na nossa rolha Helix, que lançámos devido às necessidades de conveniência dos clientes da indústria do vinho.

O que estão a fazer para endereçar as novas gerações de consumidores, em particular os millennials? A geração dos millennials entronca em áreas como a tecnologia, digitalização e

“Os planos de contingência e redundância estão criados e são testados de forma regular, de forma a minimizar os efeitos dos eventuais ataques.“

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globalização. É uma geração que ques- Que impacto vê na Inteligência Artificial Na minha opinião, a IA destruirá mais tiona, dispõe de ferramentas para aferir (IA) em termos da sua força de traba- empregos do que criará. Contudo, não a verdade do que lhes é transmitido lho? será ao nível tão elevado que alguns e procura soluções autênticas. Neste Da mesma forma que a automação, a podem antecipar. As pessoas é que terão último aspecto salienta-se a preocupação Inteligência Artificial poderá ter um papel de procurar formação noutras áreas, por ambiental, área onde a cortiça, desde relevante nas organizações. A que nível? exemplo, ao nível da transformação digital, sempre, dispôs dos argumentos neces- Ainda é difícil de antecipar. Mas a evolução em que serão necessários colaboradores sários para lhes dar resposta aos seus previsível faz pensar que terá um papel com competências específicas para dar anseios. Comunicamos as vantagens da relevante nas organizações, libertando a resposta às necessidades das organiza- cortiça, através da APCOR e dos meios força de trabalho para outras tarefas. ções. que estão ao nosso dispor. Salientamos a publicação recente do nosso relatório de Em toda a economia, a IA criará mais A sua empresa colabora com startups sustentabilidade, que demonstra as vanta- empregos do que destruirá? para impulsionar a inovação digital? gens da cortiça para o meio ambiente em que vivemos.

Investem mais tempo na atracção de novos clientes ou na retenção dos clientes actuais? Para a Corticeira Amorim todos os clientes são importantes. Dispomos de métricas para aferir a taxa de retenção dos clien- tes e consideramos que fazemos um bom trabalho no que diz respeito a esta matéria. Algumas empresas podem negli- genciar os clientes, o que não é o nosso caso. Contudo, o custo necessário para fazer com que esses clientes retornem é incomensuravelmente superior ao custo necessário para os manter.

Sente-se confiante ao tomar decisões de negócio com base em modelos e “A Amorim Ventures foi um passo natural soluções de inteligência preditiva? Os modelos de inteligência preditiva apontam caminhos que não podemos para apoiar empreendedores que se queiram ignorar. A capacidade de um ser humano em processar dados, não se compara ao juntar à empresa na sua missão de acrescen- de modelos preditivos, automatizados e com algoritmos sofisticados que nos indicam tendências e comportamentos tar valor à cortiça.” dos consumidores.

A sua empresa tem as competên- cias necessárias para implementar a estratégia? Como tem preenchido as lacunas identificadas? As competências têm sido acrescentadas à organização e consideramos que não temos dificuldades na implementação da nossa estratégia. As lacunas têm sido preenchidas através do recrutamento e da formação dos nossos colaboradores.

No curto prazo, existem algumas com- petências difíceis de recrutar? Algumas das competências que se pro- curam são comportamentais. Felizmente, a Corticeira Amorim é atractiva para o mercado de trabalho, o que nos facilita no objectivo de recrutar alguma dessas competências.

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A Amorim Cork Ventures foi um passo No modelo que seguimos, em que existe natural na evolução da Corticeira Amorim uma separação entre a actividade tradicional que, como líder mundial, tem uma posição do grupo e as startups, isso não acontece. privilegiada para apoiar empreendedores Mas admito que existiria esse choque cul- que se queiram juntar à empresa na sua tural caso as actividades funcionassem de missão de acrescentar valor à cortiça. O forma integrada. acrescentar valor pode ser em áreas tradi- cionais mas também na inovação digital. Que outros desafios podem impedir o retorno destes investimentos? O que pode correr mal quando uma Falta de competências de gestão, planos empresa grande e tradicional faz parce- de marketing mal desenhados, desco- rias com startups? O choque cultural é nhecimento de clientes e expectativas inevitável? irrealistas.

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João Manso Neto CEO da EDP Renováveis “Não tenho a pretensão de ser líder na tecnologia, onde tenho que ser líder é na capacidade de aproveitar as tecnologias.”

“O conceito fundamental é a inovação. Hoje é mais importante do que antes, mas não é um conceito novo. Schumpeter nos anos 30 do século passado já escrevia sobre isso.”

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Sente-se confiante sobre as perspec- rendimento, diria que as perspectivas são inovadores e a recriar o nosso modelo de tivas de crescimento para a economia positivas. negócio. global? Que oportunidades e desafios antevê? O crescimento da sua empresa nos Prevê expandir a sua empresa para As indicações apontam para que a próximos três anos será mais difícil do outras geografias? Se sim, o que im- economia continue a crescer em termos que no passado? pulsiona essa expansão e qual a maior globais. Há sempre alguns riscos, como Somos líderes de mercado a nível mundial prioridade: mercados desenvolvidos os riscos políticos, mas penso que os em termos de vento onshore e o mercado ou emergentes? económicos são fortes e a subida do continuará a crescer bastante. A questão Estamos na maior parte dos mercados preço das matérias está a mostrar isso. O é ser capaz de continuar a crescer de importantes da OCDE. Não excluo que aumento da procura que possa existir nos forma rentável, num mercado em que a possa haver mais um ou outro mercado, países emergentes tornará mais sólida a concorrência é cada vez maior. O nosso mas o objectivo é solidificar o crescimento recuperação. Com uma política monetária objectivo é no sentido de crescimento nos países onde estamos e onde pensa- que continuará a ser, presumo, benigna adicional mas sempre preservando a ren- mos em ser mais flexíveis, no sentido de em termos de taxas de juro e com a tabilidade. O desafio é esse, o que obriga não estar dependente só de uma tecnolo- manutenção de um nível de abertura de a que tenhamos que ser cada vez mais gia. Neste momento estamos 99,5% no mercados e uma maior distribuição de vento onshore, temos que ir para o vento

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offshore e para o solar, como já estamos a Que outras hipóteses (e.g., parcerias conseguir reciprocidade. As conversações ir. Ou seja, temos que continuar a crescer, e alianças) considera? Que desafios entre a China e os EUA têm muito a ver a explorar os mercados onde estamos, enfrenta quando procura parceiros e com qual a contrapartida que os chine- mas numa óptica cada vez mais multi-tec- alianças? ses dão, designadamente em termos de nologia, escolhendo em cada sítio aquela Depende das situações. Por exemplo no abertura do mercado, porque o mercado com mais vantagens comparativas, quer onshore a cadeia de valor é relativamente chinês é extremamente fechado. por custo, quer por facilidade de utilização. larga: desde encontrar o projecto, a obter A globalização tem permitido um aumento as autorizações, optimizá-lo, construir, fi- do nível de vida e redução dos excluídos a Quando diz que não exclui a entrada nanciar e operar. Em projectos onshore ou nível mundial, traduzindo-se num benefí- em novos mercados, antevê que isso solar, que são de dimensão relativamente cio para todos. Há coisas que têm mais a possa acontecer em mercados desen- reduzida, não precisamos de partilhar, ver com questões tácticas de negociação volvidos ou em mercados emergen- temos as competências. do que propriamente com o end of the tes? A parceria surge depois de construir e game. A nossa vocação está nos mercados mais contratar, vendendo participações a sócios No nosso caso não nos sentimos, em lado maduros da OCDE, mas não escondo que financeiros que tenham um custo de nenhum, descriminados por ter capital os mercados emergentes terão um papel capital mais baixo que o nosso. Ou seja, estrangeiro. Os governos podem gostar importante. A questão passa por saber parcerias sim, mas nesta fase da cadeia mais ou menos do vento, disto ou daquilo, qual o veículo adequado para investir nes- de valor. mas não descriminam entre capitalistas ses mercados com risco limitado. No offshore é diferente porque são projec- nacionais e estrangeiros. A nossa indústria é de capital intensivo, tos de grande dimensão, onde é sensato o que significa que para uma empresa ir e faz sentido que haja associações, quer Que impactos a inovação tecnológica para o mercado sozinha tem que estar com outros industriais do nosso sector, e a disrupção digital têm na sua em- disposta a fazer investimentos de grande quer com parceiros financeiros. presa e no seu sector? dimensão, e o mercado emergente, por A estratégia tem que ser ajustada em Não somos uma empresa de I&D, mas tamanho e por risco, dificilmente justifica função do que está em questão. Por somos uma empresa sujeita a grande con- fazer esse tipo de investimento sozinho. exemplo, num projecto offshore com 1000 corrência e temos sistematicamente que Temos que ter respostas claras de como MW, falamos de algo na ordem dos 6.000 melhorar. A digitalização vai permitir actuar vamos actuar nesses mercados. Uma milhões de euros. Faz sentido repartir o de maneira diferente, quer em termos de delas é fazendo alguns pilotos nas áreas risco, sem prejuízo de mais tarde também gestão de energia, quer em termos de de geração e consumo distribuído. Temos poder vender uma parte. Se falamos de manutenção. biliões de pessoas sem acesso a ener- um projecto de 100 MW, estamos a falar Temos que estar preparados para utilizar gia, portanto esse mercado existe e as de 100 milhões. Aí faz sentido criar o valor essas tecnologias como enabler de uma renováveis são uma solução. Temos que e só depois, quando já é um activo sem inovação crescente e vemos isso como encontrar o modelo de negócio para che- risco, vender e beneficiar de outros terem uma oportunidade. Trabalhamos com tri- gar a esses mercados com risco limitado. um custo de capital mais baixo que o liões de dados – são muitas turbinas, cada O foco do crescimento nos próximos três meu. uma com vários sinais – pelo que o nosso anos será nos mercados maduros, mas desafio de transformar dados em informa- espero, no princípio do próximo período, Face aos desenvolvimentos políticos ção sempre existiu. As novas tecnologias começar a ter uma ideia clara de como – e.g. Brexit, alterações nas políticas permitem que isso seja feito de forma se podem atingir os mercados emergen- assumidas pelos Estados Unidos – crê mais eficiente. tes mantendo o baixo perfil de risco da que nos estamos a afastar da globali- companhia. zação rumo ao territorialismo? Isto é Antevê algum risco? uma preocupação para o seu negócio? É preciso ter objectivos bem definidos e Qual o papel das fusões e aquisições Vamos ver como isto acaba. O Brexit não não pensar em digitalização só porque é na sua estratégia para os próximos é um tema de globalização, os ingleses uma coisa moderna. Não tenho a pre- três anos e qual o objectivo destes querem continuar num mercado aberto, o tensão de ser líder na tecnologia, onde investimentos? que não quererão é perder certos elemen- tenho que ser líder é na capacidade de Somos uma empresa com grande capa- tos de soberania e culturais. Nos Estados aproveitar as tecnologias. O que teria risco cidade de actuar em todos os pontos da Unidos há algum proteccionismo, mas seria apostar na tecnologia XPTO e fazer cadeia de valor. Não somos uma empresa é mais uma questão táctica, de forma a um grande investimento. Tenho é que ter que cresce por aquisições. Sabemos fazer tudo, desde a identificação da oportu- nidade de mercado, até à construção e contratação. Portanto, o nosso crescimen- to vai continuar a ser fundamentalmente “A globalização tem permitido um aumento orgânico. O M&A para nós é algo muito oportunístico, sobretudo em pequenas do nível de vida e redução dos excluídos a transacções em que possamos criar valor sobre elas. O crescimento para onde vamos é sobretudo orgânico. nível mundial, traduzindo-se num benefício para todos.”

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uma estrutura e depois saber utilizar as novas tecnologias, algoritmos, capacidade “Estamos 99,5% no vento de extrair e utilizar dados de forma flexível, permitindo utilizar o que faz mais sentido onshore, temos que ir para o em cada momento.

Existe um aumento da pressão dos vento offshore e para o solar.” stakeholders, com expectativas de resultados rápidos do que tipicamente seriam iniciativas de longo prazo? É um trade off que sempre existiu e não são feitas numa óptica de risco-retorno. Sente-se confiante em tomar decisões vejo que se tenha alterado em substância. Mas não penso comprar, nem é nossa de negócio com base em modelos e No nosso caso não somos uma empresa vocação comprar, uma empresa líder soluções de inteligência preditiva? de dividendos neste momento, somos de mercado a fazer algo em termos Há muitas coisas que o cérebro humano uma empresa de crescimento, portanto é tecnológicos, até porque em tecnologia, não consegue ver. A inteligência artificial preciso ter uma história e essa história é a obsolescência é brutal, se fosse por aí permite ver relações que o humano não importante. No entanto, não se pode ter tinha um risco muito grande. se apercebe pelas técnicas tradicionais. uma história e só apresentar resultados Mas dito isto, se a máquina gera um daqui a não sei quantos anos. Por outro Quais os principais desafios na reali- determinado movimento, uma relação que lado, apenas o curto prazo, sem uma zação de investimentos digitais? Te- não estabelecemos, temos que perceber história, nunca serviu e continua a não mem apostar na tecnologia “errada”? porque é que isto acontece e perceber a servir. Tem que se ter as duas coisas: uma Tem que haver uma base, de dados. lógica. Tenho dificuldade em aceitar uma história, que diz o que vamos fazer, mas Uma das grandes vantagens da digi- coisa e actuar com base em algo que não depois é preciso mostrar que está a fazer. talização é o facto de ser modular, o percebo. que permite ser flexível,agile . Não são Sempre fui contra caixas pretas. Só As equipas de gestão no geral, e a sua monstros, pelo que só faz um investi- podemos utilizar como boa a informação em particular, têm as competências mento brutal numa coisa se quiser. A depois de perceber porque há aquela certas para impulsionar a transforma- vantagem da digitalização é que falamos correlação. Pode ser uma lógica que não ção digital? de coisas mais rápidas, mais potentes e fazemos ideia, mas depois de ver que isto As equipas têm que ter é capacidade de muito modulares, muito client oriented e dá aquilo, vamos lá pensar e explicar por- inovação, de permanente insatisfação. As isso não são investimentos brutais. quê. Caso contrário, pode ser um erro. O pessoas não se podem acomodar, têm mundo financeiro tem vários casos onde que inovar e a todo o momento pensar se Considera que a sua organização pode se perdeu imenso porque um modelo estão a fazer as coisas bem. Não se pode ser alvo de ciberataques? dava resultados que ninguém entendia. pensar: “Vou por aqui, isto está a correr Tenho que estar preparado para minimi- mal, é o mercado que está errado”. zar isso e, por outro lado, ter os planos Ignoraria um insight baseado em É preciso capacidade de inovar e isso é de contingência. A nossa integração no modelos de dados se a sua intuição ou uma característica humana. Uma empresa Grupo EDP torna menos difícil a situação. experiência lhe dissesse para seguir que tenha capacidade de inovar, de ser De qualquer forma, há áreas específicas outro caminho? insatisfeita consigo própria no sentido que nos obrigam a ter os sistemas o mais Tinha que perceber porque é que isso de melhorar, tem é que saber utilizar as seguros possível no sentido de minimizar acontece. E das duas uma: ou havia um ferramentas existentes. os riscos e ter planos de contingência no erro, ou eu não estava a ver qualquer coi- O conceito fundamental é a inovação. caso de algo acontecer. sa. As coisas têm que ter uma lógica. Hoje é mais importante do que antes, mas não é um conceito novo. Schumpeter Está confortável com o nível de prepa- Em que fontes de informação tem nos anos 30 do século passado já escrevia ração? mais confiança? sobre isso. Não, não estou, mas isso tem a ver com O fundamental é ter confiança nas pes- a tal insatisfação. Sobretudo num campo soas que trabalham consigo, confiando Ao investir em novas tecnologias e destes, em que, aí sim, a inovação é tão que lhe apresentam não só o resultado, inovação digital, consegue medir o rápida, nunca posso estar confortável. mas também os pressupostos. Podemos ROI? Quais os desafios que enfrenta Estamos neste momento a reformular a discutir, mas não vou questionar a bonda- para atingir o retorno esperado? política de cibersegurança. Nunca pode- de das coisas objectivas. Tenho que acre- Nós investimos um bilião de euros por mos estar descansados. ditar nas pessoas que trabalham comigo. ano na nossa actividade, portanto, um Se uma pessoa tiver que discutir do zero investimento para ter uma infra-estrutura Sente-se pessoalmente responsável tudo o que aparece e colocar tudo em cau- é uma coisa relativamente menor. Um pela cibersegurança, independente- sa, não é CEO de coisíssima nenhuma. exemplo: um investimento afundado mente de ser ou não um pelouro seu? num modelo de tratamento de dados É um assunto que por acaso depende de A sua empresa tem as competên- que seja trabalhável… Em primeiro lugar mim, mas mesmo que não dependesse, cias necessárias para implementar a não é nada de especial, segundo, eu sinto-me responsável por tudo. estratégia? Como tem preenchido as tenho que fazer, se não fizer vou aplicar lacunas existentes? a analítica em quê? Tenho que ter os Temos uma filosofia que passa por dados organizados. A partir daí as coisas explorar e desenvolver as competências

KVision | 49 Especial Global CEO Outlook

das pessoas que cá estão. O que não procura, não é só substituir aquilo que se nováveis, somos uma empresa que pega quer dizer que num caso ou noutro não faz. em tecnologias já maduras ou em zonas precisemos. intermédias. Um exemplo: começámos a fazer offsho- A sua empresa colabora com startups Embora não seja o core da EDP Renová- re. De aspectos relacionados com turbinas para impulsionar a inovação digital? veis, uma vez que temos este tratamento e afins sabemos tudo, mas relativamente No Grupo EDP temos uma empresa, a de dados massivo, que é importante para a áreas que têm a ver com a subestrutura, EDP Inovação, que tem uma vocação a manutenção ou para escolhas de inves- onde não temos gente, vamos buscar particular para essas áreas. Nós, EDP Re- timento, é possível abrir a startups e criar quem faça. Ou em novas técnicas como machine learning, se calhar não tenho pessoas preparadas e então tenho que ir buscar, cirurgicamente. Mas o objec- tivo fundamental é desenvolver e dar oportunidades às pessoas que cá estão, sem prejuízo de pontualmente fazer os reforços necessários. A qualidade interna é o mais importante.

No curto prazo, existem algumas competências difíceis de recrutar? Neste momento onde tenho mais difi- culdade é na parte operativa das coisas que não fiz, como nooffshore , onde o mercado é muito pequeno. No digital, por exemplo, tenho pessoas capazes, que têm evoluído, porque apesar das técnicas diferentes isto não é uma coisa do outro mundo.

Que impacto vê na Inteligência Arti- ficial (IA) em termos da sua força de trabalho? A IA e a robotização terão algum impacto. Não somos uma empresa com backoffi- ces gigantes, portanto algum efeito terá, mas não será como se fosse uma em- presa de grande processamento. Somos uma empresa de mão-de-obra especiali- zada e de pessoas de terreno. Amanhã os drones podem fazer alguma coisa, mas vamos ver isto naturalmente. Esta não é uma empresa onde 30% das pessoas possam vir a ser afectadas.

Em toda a economia, considera que a IA criará mais empregos do que destruirá ou o contrário? Temos que olhar para a história. A Revolução Industrial começou a subs- tituir homens por máquinas e depois a economia foi desenvolvendo outro tipo de valências. Diria que em termos de números de empregos, o número vai subir, o que acontece é que estão-se a criar muitos empregos de relativa baixa qualidade. Os empregos vão-se criar, mas pode haver, numa primeira fase, alguma deterioração da qualidade do emprego, porém será temporário. As necessidades vão-se criando. Há 10 anos o telemóvel era para telefonar, hoje há programadores de conteúdos… A inovação também cria

50 | KVision Especial Global CEO Outlook

ambientes controlados, que não afectem Em termos genéricos, e isto é válido para destruir a seguir. Quando se compra tem o ambiente produtivo. Estamos a preparar uma startup ou para outra coisa qualquer, que se perceber que há ali valências que um ambiente desse género. uma empresa faz uma aquisição porque não podemos destruir. considera que há ali valências que não No princípio crescemos por aquisições, o O que pode correr mal quando uma tem. Portanto, a pior coisa que pode fazer grande salto foi com os Estados Unidos. empresa grande e tradicional faz par- é chegar a um sítio e querer que seja Se tivéssemos chegado aos EUA a dizer cerias com startups? O choque cultural um clone. Normalmente é um disparate, “os senhores agora são iguais aos ibéri- é inevitável? porque paga um prémio por algo que vai cos” não tínhamos nada.

KVision | 51 Fiscalidade

Novos acordos entre Portugal e Angola em matérias fiscais Foi assinada no passado mês de Setembro de 2018 a Convenção para Eliminar a Dupla Tributação (CDT) entre a República Portuguesa e a República de Angola.

Esta CDT foi a segunda a ser assinada da fonte”) e o Estado da residência do tado da fonte do rendimento. Em resul- por Angola e teve lugar após a assinatura beneficiário do rendimento (“Estado da tado disto, as relações económicas entre da CDT com os Emirados Árabes Unidos residência”). os dois Países passarão a desenvolver-se em Fevereiro de 2018, sendo que, mais num clima fiscal muito mais interessante recentemente (em Outubro de 2018), Em concreto, existe dupla tributação in- e favorável aos interesses de todas as Angola assinou, também, uma CDT com ternacional quando uma pessoa singular partes envolvidas (os privados e ambos a República Popular da China. ou colectiva residente fiscal de um de- os Estados). terminado Estado – Estado da residência A CDT Angola-Portugal entrará em vigor – obtém rendimentos num outro Estado Estas limitações à tributação passam em 1 de Janeiro de 2020 por um período – Estado da fonte – e esse rendimento pela atribuição do direito a tributar a de oito anos, renováveis automaticamen- é tributado em ambos os Estados de apenas um dos Estados Contratantes te por iguais e sucessivos períodos, salvo acordo com as respectivas legislações ou pela imposição de taxas reduzidas denúncia por qualquer um dos Estados. fiscais internas. de tributação através do mecanismo de retenção na fonte. Estas taxas reduzidas Paralelamente, Portugal e Angola assina- O que vai mudar com a CDT entre de tributação são, regra geral, inferiores ram também um Acordo sobre Assistên- Angola e Portugal? às taxas de tributação constantes da cia Administrativa Mútua e Cooperação Com a CDT Angola-Portugal, as situações legislação fiscal interna desse Estado. em Matéria Fiscal, a qual assume particu- de dupla tributação internacional tende- lar relevância na cooperação administrati- rão a ser eliminadas ou mitigadas por via Por forma a determinar o que mudará va entre os dois Estados relativamente a da restrição do direito à tributação do Es- com a produção de efeitos da CDT entre matérias fiscais. Tipologia de rendimento Legislação interna CDT Angola-Portugal O que são, afinal, as CDT? As CDT são um importante instrumento Prestação de outros serviços 6,5% Isenção de política fiscal dos Estados, sendo um (*1) dos factores determinantes na atracção Prestação de serviços técnicos 6,5% 5% de investimento directo estrangeiro e Dividendos 10% 8% / 15% (*2) um relevante estímulo ao incremento do comércio internacional. Juros 15% / 10% / 5% (*3) 10%

As CDT consubstanciam acordos cele- Royalties 10% 8% brados entre dois Estados soberanos, através dos quais são definidas as regras (*1) Correspondem às retribuições por qualquer serviço de natureza técnica, de gestão ou de consultoria, destinadas a eliminar ou mitigar situa- excepto quando o serviço seja pago a (i) um empregado da pessoa que faz o pagamento, a (ii) um pro- fessor numa instituição de ensino ou a uma instituição de ensino, por leccionar, ou a (iii) um indivíduo por ções em que há lugar a dupla tributação serviços pessoais prestados a outro indivíduo. internacional de um mesmo rendimento. (*2) A taxa de 8% é aplicável se o beneficiário efectivo for uma sociedade que detenha, directamente, pelo menos 25% do capital da sociedade que paga os dividendos durante um período de 365 dias que inclua o dia do pagamento dos dividendos. A taxa de 15% aplica-se nos restantes casos. A dupla tributação internacional ocorre (*3) A taxa de 15% é aplicável aos juros de capitais mutuados (rendimentos da Secção A) e a taxa de 5% é quando existe sobreposição da sobera- aplicável relativamente a juros de títulos admitidos à negociação em mercado regulamentado e a sua nia tributária de dois Estados: o Estado emissão apresente uma maturidade igual ou superior a três anos. onde o rendimento é obtido (“Estado

52 | KVision Fiscalidade

Angola e Portugal, importa identificar as benefícios nela previstos não se aplicam diferenças entre as taxas de tributação a rendimentos relativamente aos quais previstas na legislação interna e o que se seja razoável concluir, tendo em conta encontra prescrito na CDT. todos os factos e circunstâncias relevan- tes, que a obtenção desses benefícios A matriz resume as taxas de tributação era um dos principais objectivos de de acordo com a legislação fiscal interna uma construção ou transacção da qual – na perspectiva de Angola enquanto resultem, directa ou indirectamente, os Estado da fonte dos rendimentos – e as referidos benefícios. taxas de tributação reduzidas previstas Luís Reis Director, Tax – Corporate na CDT Angola-Portugal. O Acordo de Assistência Mútua e Coo- peração em Matérias Fiscais Que outros aspectos da CDT entre An- Conscientes dos efeitos nefastos que o Estados angolano e português tenham gola e Portugal merecem destaque? incumprimento fiscal tem para as respec- um interesse comum ou complemen- A CDT Angola-Portugal tem por base a tivas economias, os Estados português e tar. Por sua vez, os controlos fiscais no mais recente versão (2017) da Convenção angolano assinaram no final de 2018 um estrangeiro possibilitam a presença de Modelo da Organização para a Coope- Acordo Sobre Assistência Administrativa representantes de um dos Estados num ração e Desenvolvimento Económico Mútua e Cooperação em Matéria Fiscal. controlo fiscal que tenha lugar no outro (OCDE) e, nessa medida, encerra alguns Este Acordo visa promover uma nova era Estado, exigindo-se, porém, que quais- aspectos de significativa sofisticação de cooperação entre os Estados signa- quer situações objecto de controlo sejam técnica. tários no domínio fiscal, disciplinando o relevantes para a administração tributária quadro jurídico de assistência e coope- ou execução da legislação interna res- O primeiro aspecto que merece desta- ração tributárias entre Angola e Portugal, peitante aos impostos abrangidos pelo que está relacionado com a definição nas seguintes matérias: Acordo. de “estabelecimento estável”, a qual é significativamente diferente da prevista –– Controlos fiscais simultâneos e Cobrança de Créditos Tributários na legislação interna, nomeadamente ao participação em controlos fiscais no A par dos controlos fiscais, o Acordo em nível do período mínimo de “permanên- outro Estado Contratante; causa disciplina também a assistência na cia” da entidade não residente em Ango- –– Assistência na cobrança de crédi- cobrança de créditos tributários de um la para que se conclua pela existência de tos tributários e em providências Estado junto da outra parte signatária. estabelecimento estável, bem como uma cautelares; Assim que a Convenção entrar em vigor, definição mais completa e complexa do –– Notificação de documentos. tanto Angola como Portugal poderão conceito de agente dependente. cobrar os créditos tributários do Estado em que os mesmos têm origem, como Outro aspecto relevante consiste no Entre as formas de assistência adminis- se fossem os seus próprios. Exige-se, estabelecimento de uma regra que trativa previstas no âmbito do Acordo contudo, que o crédito tributário respeite determina o direito de um Estado a cumpre destacar os Controlos Fiscais e a um dos impostos abrangidos pelo Acor- tributar as mais-valias auferidas por um a Assistência na Cobrança de Créditos do e que se encontre materializado num residente no outro Estado na alienação Tributários pelas implicações práticas que título executivo. de partes de capital ou direitos simila- poderão ter para os sujeitos passivos res (independentemente da residência residentes ou nacionais dos Estados Importa, pois, reter que assim que o da entidade), sempre que em qualquer signatários. Acordo Sobre Assistência Administrativa momento durante os 365 dias anteriores Mútua e Cooperação em Matéria Fiscal à alienação o respectivo valor das partes Controlos Fiscais simultâneos ou no entrar em vigor, a Autoridade Tributária de capital ou direitos similares resulte, estrangeiro portuguesa terá os mecanismos que lhe directa ou indirectamente, em mais de Os controlos fiscais simultâneos vão per- permitirão solicitar à sua congénere an- 50% de bens imobiliários situados nesse mitir que as Autoridades Tributárias dos golana o auxílio na obtenção de informa- outro Estado. dois países troquem informações entre ção e/ou cobrança de impostos relativa- elas em matérias fiscais relativamente mente a sujeitos passivos residentes em Neste âmbito, importa destacar que a à situação de uma ou mais pessoas Portugal ou que possuam a nacionalidade CDT Angola-Portugal determina que os (singulares ou colectivas) nas quais os portuguesa.

KVision | 53 Tecnologia

Enabling the next wave of disruption and innovation

A parceria entre a KPMG e o Web Summit data dos primórdios daquela que é hoje a maior conferência único, de pivot que interliga os diferentes players, permite aproximar empreende- de tecnologia e empreendedorismo da Europa. A dores de investidores; talento a carreiras; associação da firma ao evento tem uma ideia central: empresas maduras e de grande dimen- são a startups inovadoras; promovemos Enabling the next wave of disruption and innovation. o encontro entre oferta e procura, em todas as vertentes do ecossistema. A presença no Web Summit materializa O que faz a KPMG no Web Summit? A essa ideia de interligação. pergunta tem uma resposta simples: a KPMG actua no ecossistema como A propósito deste investimento, Nasser enabler da disrupção e inovação. Esse Sattar, Head of Advisory da KPMG papel, que deriva do seu posicionamento Portugal refere: “o Web Summit é um

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excelente exemplo das capacidades a crescer, escalar ou reformular os portuguesas, investidores e empreende- da KPMG ao nível da identificação de seus planos de negócio. Ao longo dores, num jantar privado e de acesso potencial. Quando, na Irlanda, a KPMG dos três dias do evento mais de 100 reservado. Paddy Cosgrave, CEO do se associou à iniciativa, esta era ainda profissionais da rede global da KPMG Web Summit, e o Ministro da Economia uma ideia, com um potencial tremendo, marcaram presença na FIL, incluindo de Portugal, Pedro Siza Vieira, marcaram mas sem provas dadas. Orgulhamo-nos uma delegação de várias dezenas de presença no evento e partilharam com os desta parceria”. profissionais e membros da Partner- convidados a sua visão sobre o ecossiste- ship da KPMG Portugal. ma de empreendedorismo em Portugal. Após o sucesso das edições anteriores, o Web Summit voltou a Lisboa em Novem- Oradores KPMG Durante o jantar foi ainda feita uma apre- bro de 2018 e a KPMG renovou a sua sentação por Jonas De Cooman, convida- presença no certame. –– 6 de Novembro: 10:30 | PITCH Com- do belga da KPMG, fundador da Spott.Ai, petition | Jules Walker uma spin-off da Universidade de Louven, KPMG Networking Lounge –– 6 de Novembro: 14:00 | Auto/Tech & que torna todos os produtos que apare- TalkRobot | Shivani Sopory cem numa foto facilmente compráveis. Situado no Pavilhão 2 da FIL (stand E –– 7 de Novembro: 10:45 | MoneyConf | Na geração aficionada por plataformas 262), o KPMG Networking Lounge foi Anna Scally visuais e influenciadores de Instagram, um ponto de encontro e um verdadeiro –– 8 de Novembro: 11:00 | CryptoConf | os convidados da KPMG reconheceram o hub do ecossistema: jovens à procura Anna Scally potencial da plataforma. de carreiras inspiradoras, empreen- dedores à procura de capital, grandes KPMG Web Summit Networking Demo Day BGI powered by KPMG empresas à procura de identificar Dinner novas competências para incorporar, As sete startups da 9ª edição do programa projectos à procura de incentivos, Em linha com a tradição de anos anterio- de aceleração BGI, fizeram o Demo Day a curiosos que pesquisam novas ten- res, a KPMG promoveu um networking 7 de Novembro, em pleno Web Summit, dências, ou startups que precisam dinner por ocasião do Web Summit, onde no stand da KPMG. de apoio para se organizar com vista juntou gestores de grandes empresas

KVision | 55 Tecnologia

A BGI, aceleradora oriunda do programa gerada em edifícios, providenciando que é autónoma e inteligente e que MIT Portugal, foca-se em startups de base recomendações de gestão dos mes- se auto-adapta a diferentes contex- tecnológica com menos de cinco anos, mos, reduzindo até 40% a energia tos para ajustar a temperatura de com elevado potencial de escalabilidade e consumida, melhorando o conforto espaços. alto nível de diferenciação. Até à data mais dos seus ocupantes. –– Olyst: plataforma SaaS desenhada de 182 milhões de euros foram levanta- –– HolmCare: plataforma que facilita para interligar informação de dife- dos pela aceleradora, tornando-a numa a ligação entre assistentes sociais/ rentes bases de dados (estruturada referência a nível nacional e europeu. enfermeiros com idosos. ou não) que ajuda especialistas Durante a 9ª edição do programa de acele- –– Letos: prevê estados emocionais de médias no tratamento de pacientes ração BGI, as sete startups seleccionadas indivíduos usando um acelerómetro que sofrem de doenças crónicas estiveram presentes em dois bootcamps baseado em contacto, enviando ou relacionadas com perda de de formação intensiva na sede da acelera- informação-chave aos veículos de autonomia. dora, ISCTE. mobilidade pública (e.g autocarros, aviões). No Demo Day estas startups puderam Estas empresas foram submetidas a um –– Shiptimize: software que facilita fazer uma apresentação da sua tecnolo- programa de mentoria de dois meses os envios às empresas de comércio gia no stand da KPMG, em pleno Web com especialistas da rede Boston - MIT e electrónico (e-commerce) aumentan- Summit. Mais de 20 potenciais investi- EIT (European Institute of Innovation and do a rapidez e diminuindo os custos. dores estiveram presentes, bem como Technology). O resultado? Um plano de –– Lipowise: consiste na leitura da elementos da Partnership da KPMG, modelo de negócio e investimento, mais espessura das pregas cutâneas, que levantaram questões aos empreen- de 50 introduções a pessoas-chave para o enviando a informação via blue- dedores. crescimento das startups e materiais de tooth para uma aplicação móvel, marketing. Os projectos apresentados no retornando em dados-chave para Em aberto ficou a possibilidade de colabo- stand da KPMG foram os seguintes: nutricionistas e treinadores melho- ração mais estreita entre as duas entida- rando a performance dos utentes. des, KPMG e BGI, que tencionam unir –– Bandora: plataforma de inteligência –– Techwelf: desenvolveu uma tec- forças para potenciar a inovação tecnológi- artificial que correlaciona informação nologia de sistema de climatização ca no ecossistema empreendedor.

56 | KVision Tecnologia

Microsoft promove “Building the Future - Ativar Portugal” com apoio da KPMG

Nos dias 29 e 30 de Janeiro de 2019, Portugal discutiu a transformação digital do país com o apoio da KPMG.

A primeira edição do “Building the Future – Ativar Portugal” foi uma iniciativa da Microsoft, que contou com a KPMG como um dos principais patrocinadores. O evento realizou-se no Pavilhão Carlos Lopes, em Lisboa, e contou com 3.000 participantes e mais de 60 sessões de partilha de conhecimento.

A associação ao evento enquadra-se na lógica de actuação da KPMG como enabler da disrupção e inovação, seja através das suas competências de IT Advisory no apoio à transformação digital das empresas, ou do seu papel de pivot no ecossistema de empreendedorismo e inovação.

Entre os mais de 100 oradores, destacaram-se dois speakers da KPMG, que se deslocaram propositadamente a Portugal para participar no evento. Matteo Colombo, Principal da KPMG nos Estados Unidos, foi um dos keynote speakers do primeiro dia do evento, com uma apresentação subordinada ao tema “The AI driven enterprise”, onde mostrou o potencial transformador que a aplicação da Inteligência Artificial pode assumir para as empresas.

Philip Oberacker, Data Scientist da KPMG na Alemanha, partilhou a sua visão sobre machine learning numa apresentação que começou com um enquadra- mento da evolução do tema, abordando as metodologias e tecnologias mais actuais, incluindo alguns casos práticos, deixando de seguida algumas pistas sobre as tendências para o futuro. www.buildingthefuture.pt

KVision | 57 Fintech Capital crescente O investimento global em fintech conti- nua a aumentar e atingiu novos recordes “Assistimos a uma maturidade crescente deste sector à escala em 2018. Um movimento impulsionado global. É natural que os players que conseguem estabelecer-se com maior sucesso e escalar as suas operações, comecem por grandes negócios, num contexto de eles próprios a olhar para oportunidades de crescimento inor- maturidade gradual. gânico”, refere Vitor Ribeirinho, Deputy Chairman e responsá- vel pela área de Financial Services da KPMG Portugal.

O investimento global em fintech atingiu os 111,8 mil milhões Ian Pollari, Global Co-Lead da KPMG para fintech, acrescen- de dólares em 2018, uma variação de 120% face a 2017, ano ta: “O crescente volume de transacções, os níveis elevados em que as fintech atraíram um valor de 50,8 mil milhões de de fusões e aquisições (M&A) e a expansão geográfica dos dólares. Este recorde foi impulsionado por um conjunto de negócios destacam a maturação do sector de fintech à escala grandes transacções e acordos, de acordo com o relatório global. As startups de mercados tão diversos quanto Alema- “Pulse of Fintech”, divulgado pela KPMG. nha e Brasil estão a atrair rondas de investimento maiores e mais tardias, enquanto os líderes em fintech em geografias O maior negócio do último semestre de 2018 foi o investimen- como Estados Unidos, Reino Unido e Ásia estão a realizar os to da Blackstone na Refinitiv, que ascendeu a 17 mil milhões seus próprios investimentos e aquisições, de modo a expandi- de dólares, seguido pela aquisição da Blackhawk Network rem os seus produtos e alcance geográfico.” por parte da Silver Lake e P2 Capital Partners (3.5 mil mi- lhões), pela compra da VeriFone pela Francisco Partners (3.4 Principais destaques de 2018: mil milhões) e pelos 2.2 mil milhões que a Paypal investiu na aquisição da iZettle. Na primeira metade do ano, o destaque –– Grandes negócios impulsionam investimento global vai para a aquisição, no valor de 12.86 mil milhões de dólares, recorde de 111.8 mil milhões de dólares em fintech, em do WorldPay pela Vantiv. 2018, liderados por três negócios de valor superior a 10 mil milhões de dólares, além de 14 acordos de M&A de O volume de investimentos em fintech diminuiu acentuada- valor superior a mil milhões. No total, 2018 foi um ano de mente no segundo semestre de 2018, mas superou o período múltiplos recordes de investimento em fintech, incluindo homólogo (2018: 2196 negócios vs. 2017: 2165). A crescente Capital de Risco (venture capital), Capital de Risco Cor- diversidade geográfica do financiamento de capital de risco porativo (corporate venture capital), Fusões e Aquisições em fintech continua a impulsionar o volume de negócios, (M&A) e Private Equity. mesmo num contexto em que os hubs de fintech assistem –– Na Europa, o investimento em fintech aumentou para a uma concentração do investimento em negócios de maior 34.2 mil milhões de dólares (2017: 12.2 mil milhões) em dimensão. 2018, devido à actividade de M&A e acordos de buyout,

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incluindo as operações da WorldPay (12.8 mil milhões de Investimento atinge máximos na Europa dólares), Nets (5.5 mil milhões), iZettle (2.2 mil milhões), Fidessa Group (2.1 mil milhões) e IRIS Software Group Na Europa foram realizados 536 negócios, com um volume (1.75 mil milhões). global recorde de 34.2 mil milhões de dólares transaccionados –– Em 2018 o investimento em regtech subiu para 3.7 mil em 2008 (2017: 12.2 mil milhões). Grande parte da actividade milhões de dólares (2017: 1.2 mil milhões), enquanto o in- ocorreu durante a primeira metade do ano. A maior fatia de vestimento em blockchain permaneceu forte, com 4.5 mil investimentos está concentrada no Reino Unido (20.7 mil milhões movimentados em 2018 (2017: 4.8 mil milhões). milhões de dólares), em parte devido à aquisição da WorldPay, na primeira metade do ano, por um valor de 12.8 mil milhões “Além dos novos modelos de negócio, as crescentes obri- de dólares. Os investimentos no terceiro e quarto trimestre gações regulatórias e legais que emanam do PSD2, GDPR e desceram significativamente, sugerindo que os investidores outras regulamentações, estão a impactar tanto os players em fintech no Reino Unido podem ter recuado devido às incer- estabelecidos quanto as fintech emergentes”, disse Anton tezas do Brexit. Ruddenklau, Global Co-Lead da KPMG para fintech. “Como re- sultado, existe um interesse crescente em tecnologias como Alemanha e França registam uma queda do investimento em Inteligência Artificial e machine learning, que podem ajudar a fintech em 2018. Na Alemanha, mil milhões foram movimenta- gerir temas de compliance de forma mais eficaz”. dos em 57 transacções (2017: 1.7 mil milhões em 88 transac- ções), enquanto em França movimentaram-se 294 milhões de Estados Unidos registam recordes. América Latina e Brasil dólares em 34 negócios em 2018 (2017: 733 milhões em 50 em destaque. negócios).

O investimento em fintech dos Estados Unidos em 2018 mais Boas expectativas para 2019 do que duplicou face ao ano anterior (2018: 52.5 mil milhões de dólares; 2017: 24 mil milhões), atingindo um recorde de Embora a volatilidade geopolítica e as preocupações comerciais 1061 negócios. A actividade de M&A e os acordos de buyout possam prejudicar o investimento em fintech ao longo deste foram responsáveis pela maior parte destes investimentos, ano, a diversidade de hubs globais de fintech e o fortalecimento mas o financiamento de Capital de Risco emfintech também de sub-sectores, como regtech e insurtech, devem contribuir aumentou significativamente no país. para manter o ritmo de crescimento. Nasser Sattar, Head of Advisory da KPMG Portugal considera que “as áreas de Inteli- A América Latina revelou-se um alvo apetecível para os inves- gência Artificial e automação devem continuar a merecer grande tidores em 2018, com o Brasil a alcançar um recorde de 556 atenção por parte dos investidores ao longo de 2019”. milhões de dólares movimentados em 28 negócios.

KVision | 59 Tendências O imperativo da experiência de cliente conectada

Customer Experience Excellence Report Portugal 2018

A KPMG apresenta a primeira edição do em tornar a experiência de cliente uma iii. Gestão rigorosa da execução, assegu- Customer Experience Excellence Report, fonte de valor para o negócio. Existem, rando que o desenho das experiências que analisa a forma como os clientes no entanto, organizações que progridem é entregue do princípio ao fim, desde portugueses avaliam a sua experiência na nessa transformação e elevam a expe- a venda à operação; relação com as empresas. riência dos clientes. Em Portugal, casos iv. Encarar o processo de transformação como o Activo Bank, Nespresso ou Vila de forma autêntica (e não baseado Será que as empresas criam as ligações Galé, a par de soluções como o MB Way, em melhorias incrementais), mostran- internas necessárias para permitir uma mostram que o cliente valoriza uma com- do um entendimento claro sobre a experiência consistente em todos os binação de inovação e desmaterialização, economia que sustenta a experiência touch points? através de propostas completas, íntegras de cliente. e entregues de forma personalizada. As organizações estão a deixar de olhar A experiência do cliente deve evoluir para os clientes como números, integran- para uma gestão coerente com as Os dados deste estudo mostram que do-os na sua cultura como motores do expectativas criadas. A inconsistência estas organizações constroem uma cus- processo de inovação. As fronteiras entre é o inimigo natural das expectativas do tomer experience de sucesso, cultivando front e backoffice estão a desaparecer cliente. Não cumprir a promessa gerada quatro capacidades: e as marcas estão cada vez mais perto promove consequências ao nível da dos seus clientes, sendo alimentadas fidelização, retenção elifetime value i. Excelência em todos os níveis da pelos insights obtidos. Neste contexto de dos clientes. organização e adopção das melhores mudança organizacional, a importância práticas; de estabelecer e cumprir expectativas Observamos que apenas um reduzido ii. Envolver, capacitar e apoiar as suas tornou-se um impulsionador dos níveis número de empresas são bem-sucedidas pessoas; de recomendação e lealdade.

60 | KVision Tendências

As marcas líderes definem o ponto de re- a experiência do cliente flui entre canais, Performance global ferência para as restantes e as empresas indústrias e tipos de empresa. Empresas Para analisar a avaliação dos clientes face são apanhadas numa espiral de expecta- líderes são excelentes em todos estes à performance das marcas em cada um tivas continuamente elevadas por parte pilares: dos Seis Pilares, a KPMG desenvolveu o dos clientes. Competir neste mundo Índice de Customer Experience Excellen- repleto de expectativas exige capacidade i. Personalização: utilizar a atenção in- ce (CEE), que varia entre 0 e 10. de inovação e conexão dos negócios, de dividual para impulsionar uma ligação forma a oferecer uma experiência inte- emocional; Em Portugal o índice foi de 7,05 em 2018. grada. Chamamos a isto “o imperativo da ii. Integridade: transmitir confiança e A maioria das organizações oferece experiência de cliente conectada”. garantir a entrega da promessa; uma experiência razoável, 14 empresas iii. Tempo e esforço: minimizar o esfor- apresentam índices superiores a 7,5 e Os seis pilares de uma experiência ço do cliente, através de processos apenas uma cumpre os critérios para ser excepcional simples; considerada uma marca de topo a nível As pesquisas da KPMG mostram que as iv. Expectativas: gerir, cumprir e exceder mundial (pontuação igual ou superior a 8). relações excepcionais com clientes têm as expectativas do cliente; em comum um conjunto de seis carac- v. Empatia: demonstrar compreensão Os consumidores portugueses deram terísticas. O modelo dos Seis Pilares de sobre as circunstâncias especiais de às suas marcas uma classificação geral excelência foi desenvolvido para orien- cada cliente; inferior à de Reino Unido em 2018 (7,13) ou tar uma definição precisa do resultado vi. Resolução: converter uma situação Holanda (7,14) e consideravelmente inferior emocional que uma experiência deve negativa numa grande experiência. à dos consumidores norte-americanos oferecer. Esta metodologia permite aju- (7,65), o que sugere que em Portugal existe dar as organizações a entenderem como um espaço significativo de melhoria.

KVision | 61 Tendências

Avaliação do Índice CEE Portugal 2018 por Pilar

Personalização 7,24

Integridade 7, 1 8

Tempo e Esforço 7,28

Expectativas 6,64

Empatia 6,98

Resolução 6,78

Índice CE PT’18 7,05

Avaliação do Índice CEE Portugal 2018 por Indústria

Retalho não alimentar 7,26

Retalho alimentar 7,24

Restauração 7, 1 9

Serviços Financeiros 7,04

Entretenimento e lazer 6,84

Viagens e alojamento 6,79

Telecomunicações 6,65

Utilities 6,12

Personalização e integridade na van- Expectativas defraudadas e frequente com os clientes. A transfor- guarda de uma melhor experiência Os portugueses não estão satisfeitos mação digital e o self-service proporcio- Em Portugal, o pilar mais destacado é a com o cumprimento das suas expectati- nado nos serviços financeiros permite Personalização, com uma pontuação de vas. A avaliação deste indicador é a mais uma classificação elevada a algumas 7,24. Os líderes em excelência oferecem baixa entre todas, com 6,64 pontos. É marcas na área da banca e meios de experiências personalizadas, aproveitan- verdade que as expectativas dos clientes pagamento. Telecomunicações e utilities do a inovação tecnológica e o poder do são sempre muito altas e virtualmente apresentam pontuações mais discretas, Data & Analytics para descobrir (e até impossíveis de atender. Mas os dados onde apesar da forte concorrência em prever) tendências, desejos, necessida- revelam frustração com as organizações contexto de concentração sectorial, a des e comportamentos dos consumi- que prometem em demasia. Empre- relação com o cliente parece depender dores, criando jornadas cada vez mais sas que definem cuidadosamente as de processos complexos, burocráticos e personalizadas e ofertas customizadas. expectativas e entregam em excesso nos pouco ágeis. Para os portugueses a Integridade é ou- momentos certos da jornada do cliente tro pilar fundamental (avaliação de 7,18). apresentam melhores resultados. Os Customer Experience Champions – Os temas de ética e sustentabilidade Portugal 2018 assumem uma importância crescente na A preferência pelo Retalho As empresas aqui referidas foram des- sociedade e influenciam a forma como O Retalho (alimentar e não alimentar) tacadas pelos clientes, apresentando os clientes encaram as organizações e lidera o ranking de CEE. Estes sectores excelentes resultados globalmente e nos avaliam a entrega das suas promessas. usufruem de um relacionamento próximo seus sectores. Em comum, têm o facto

62 | KVision Tendências

de obterem uma classificação elevada proporcionar uma experiência única queremos simpatia de guião, quere- em cada um dos Seis Pilares, demons- e diferenciada. “O nosso posiciona- mos ser genuínos”, acrescenta. trando consistência na relação com o mento é premium, mas queremos –– MB Way: Tiago Bianchi de Aguiar, Personalização 7,24 cliente e uma preocupação holística com ser acessíveis a todos os segmen- Director de Estratégia Corporativa a experiência proporcionada. Fomos ouvir tos. Apostamos numa atmosfera da SIBS, comenta os resultados do Integridade 7, 1 8 o que estas marcas têm a dizer: de loja e de serviço que permite estudo: “Esta avaliação evidencia a oferecer uma proposta de valor forma com o MB Way responde de –– Activo Bank: O banco procura con- .” O responsável consi- Tempo e Esforço 7,28 end-to-end uma forma simples e próxima às ne- cretizar a sua promessa através da dera que uma alavanca essencial do cessidades do cliente. Exemplo disto simplicidade, transparência e rapidez modelo de negócio é a qualidade do é o facto das transferências apenas Expectativas 6,64 dos canais digitais. “A captação de produto, que permite assegurar o precisarem do número de telemóvel clientes está ligada à afinidade com pilar da Integridade, tão importante do destinatário, e de forma imediata Empatia 6,98 a marca e o momento da abertura de no mercado português. “Os nossos os fundos serem disponibilizados e o conta é o mais importante da jorna- colaboradores são formados para se- destinatário notificado”. Factor igual- Resolução 6,78 da, porque se correr bem seremos rem coffee specialists. Esse conheci- mente importante, evidenciado na recomendados”, refere o Executive mento permite oferecer experiências avaliação da experiência de clientes, Board Member Ricardo Campos. personalizadas e empáticas a cada é a segurança e confiança. Bianchi Índice CE PT’18 7,05 O Activo Bank permite realizar o cliente”. de Aguiar reforça que “a segurança processo de adesão de forma digital. –– Vila Galé: “No Turismo, por mais é uma preocupação primordial da Aparentemente esse equilíbrio de que falemos de transformação SIBS, presente desde a concepção tempo e esforço é valorizado pelos digital, é na componente do contac- do produto, e este estudo permitiu clientes. Ricardo Campos sublinha a to humano com o cliente que nos confirmar que a ligação à marca SIBS aposta num CRM que permite apre- diferenciamos. É onde podemos reforça essa confiança”. sentar propostas adequadas ao perfil acrescentar valor”, comenta Gonçalo –– IKEA: “A nossa identidade está na Retalho não alimentar 7,26 de cada cliente, destacando ainda a Rebelo de Almeida, Administrador do capacidade de termos uma gama de importância da Integridade. “Temos Grupo Vila Galé. O gestor refere que artigos para a maioria das pessoas”, Retalho alimentar 7,24 que fazer por merecer a confiança a empatia com o cliente é natural e refere Ashley Hamilton, Customer dos clientes. Ao sermos um banco um comportamento transversal à Service Manager da empresa. A transparente e simples nos proces- empresa, onde a própria employee IKEA consubstancia a ideia de perso- Restauração 7, 1 9 sos estamos ao lado do cliente, a experience é importante. “No sector nalização massificada, onde apesar ajudá-lo a atingir os seus objectivos”. do alojamento, não é apenas o de- da escala associada ao seu catálogo Serviços Financeiros 7,04 –– Nespresso: André Moura, Direc- partamento comercial que contacta de produtos, o cliente encontra res- tor de Marketing da Nespresso, com o cliente, somos todos. Não posta às suas necessidades específi- Entretenimento e lazer 6,84 refere que a marca se empenhou em cas. José Rodrigues, Strategy,

Viagens e alojamento 6,79

Telecomunicações 6,65

Utilities 6,12

KVision | 63 Tendências

Planning & Insights Manager, reforça é fácil comprar, trocar, gerir. Tudo isto grupos focados nas necessidades do a importância da empatia na relação. está presente no nosso dia-a-dia”. cliente. Cada colaborador dedica o seu “A empresa sempre se empenhou A responsável destaca a relevância conhecimento e experiência ao entendi- em entender como as pessoas vi- do pilar do Tempo e Esforço nesta mento das necessidades e respectivas vem nas suas casas, os seus hábitos indústria. “A rapidez do processo soluções. e o que lhes faz falta. É assim que de compra é essencial. Temos a conseguimos continuar a inovar. preocupação de adaptar a proposta Globalmente, a pesquisa da KPMG e Cultivamos a importância de todos de valor a cada loja e a cada cliente. o trabalho realizado com empresas os colaboradores passarem pela loja Fazemo-lo através de modelos analí- empenhadas em customer experience e interagirem com clientes. Só assim ticos avançados. A nossa actividade mostra que o pensamento de conexão conseguimos entender o cliente e promocional é uma referência mun- cria empresas interligadas, o que resulta proporcionar-lhe uma experiência ex- dial”, explica. em experiências conectadas. É este o traordinária”. Os responsáveis abor- princípio da abordagem de Connected dam a necessidade de adaptação Enterprise. na era digital. “O comércio on-line Um pouco mais além: pensamento de está a impactar a venda e o serviço, conexão No âmago de um negócio centrado no mas as pessoas não deixarão de No centro do problema está a forma cliente está uma empresa com proces- vir às lojas. Estamos a testar novos como as empresas estão organizadas, o sos de front, middle e backoffice interli- conceitos de showroom, que melhor que promove a inconsistência nas expe- gados. Onde parceiros e intermediários se adeqúem aos clientes phygital. riências dos clientes. Os processos para começam com o cliente e fazem o per- Temos que saber abraçar a mudan- pensar sobre o cliente são tão importan- curso inverso da cadeia de valor. Adoptar ça”, refere Ashley Hamilton. tes quanto os processos comerciais ou esta visão é essencial para o sucesso –– Fnac: Na origem da Fnac está um de transacção subjacentes. A qualidade dos processos de transformação digital e conceito de experiência e experi- das ideias geradas por uma empresa é a promoção de experiências verdadeira- mentação. Margarida Silva, Mar- uma função da sua proximidade com o mente omnichannel. keting Manager da Fnac Portugal, cliente, da qualidade do seu pensamento refere que a Personalização é um e de conversas informais. dos pilares onde a marca mais se reflecte. “Trabalhamos produtos Os cérebros trabalham a partir de cone- de massas mas também nichos de xões: conectar ideias e conceitos para Autores: clientes, que decorrem das tendên- formar novas ideias e conceitos. A vida Nasser Sattar cias e dos produtos de culto. Somos organizacional moderna gerou pensa- Head of Advisory apaixonados pelos produtos que mentos mecanizados, orientandos por vendemos. Trabalhamos a nossa hábitos, associações departamentais e Gonçalo Traquina vertente de expertise e a capacida- respostas automáticas. Estar preso a Partner – Management Consulting de de fazer recomendações, quase padrões de pensamento faz com que como numa boutique”. A responsável façamos cada vez menos associações Rui Gonçalves salienta que “a Fnac quer propor- e, em resultado, as empresas ficam Partner – Digital Transformation cionar uma experiência cada vez para trás em relação a startups livres do mais digital, através da inovação passado. Raquel Santos que diminui pain points na customer Senior Manager – Management journey em loja ou no site, mas sem Poucas empresas estão estruturadas de Consulting perder o lado humano. O cliente que modo a facilitar um pensamento holístico nos procura tem geralmente uma sobre o cliente. As organizações reutili- relação com algum colaborador – zam o que funcionou no passado porque perguntam-lhes até que livro devem é mais seguro. Mas esta segurança é ler a seguir”. Os resultados deste ilusória: com as expectativas crescentes, estudo mostram que a hospitalidade o que funcionou no passado já não é das lojas – a possibilidade de folhear suficiente. um livro ou ouvir um artista enquan- to se toma um café – é a expressão Hierarquias são a antítese do percur- perfeita de back to basics. so dos clientes. As hierarquias estão –– Continente: As alterações no mo- desenhadas para gerir situações estáveis delo de loja e no atendimento – e as e para que as coisas corram dentro do vendas on-line cada vez mais signifi- previsto. Assiste-se à consciencialização, cativas – mostram a capacidade de entre as empresas que se focaram no adaptação de um negócio de massas mapeamento das jornadas do cliente, de que se quer mais pessoal e persona- que a estrutura funcional e os percursos lizado. Marta Cunha, responsável da multifuncionais são uma combinação Direcção de Clientes da Sonae MC, que gera repetições e ineficiências. Nas refere que a estrutura sempre se empresas customer centric, os cola- adaptou ao cliente. “No Continente boradores passam de hierarquias para

64 | KVision Tendências

Sobre o Customer Experience Excellence Report – Portugal

Este estudo realizou-se em Maio de para o ranking final, cada marca alcançou 2018, através de um survey on-line junto um mínimo de 100 respostas válidas. 100 de 2.500 clientes em Portugal, tendo sido marcas estão incluídas na avaliação deste obtidas 27.852 avaliações da experiência Customer Experience Excellence Report, do cliente. Inicialmente foram selec- que analisou oito indústrias: serviços Este trabalho, bem como um conjunto de cionadas 126 marcas, tendo por base financeiros, retalho alimentar, retalho não materiais de suporte, pode ser encontra- uma avaliação qualitativa de dimensão, alimentar, viagens e hotelaria, restaura- do em www.kpmg.pt/cx ou através do exposição, visibilidade e notoriedade no ção, entretenimento e lazer, telecomuni- QR Code. mercado. Como critério de elegibilidade cações e utilities.

KVision | 65 Responsabilidade Social Responsabilidade Social

ANGOLA

Lar de Nazaré A 12 de Outubro de 2018 decorreu mais uma acção do projecto K2C dirigida aos new joiners da KPMG Angola. Os novos colaboradores da firma angolana visitaram o Centro de Acolhimento do Lar de Nazaré, que acolhe crianças órfãs, onde prepararam um lanche e realizaram actividades lúdicas e desportivas.

Constrói esta mochila A KPMG Angola ofereceu 550 mochilas a crianças e adoles- centes do Lar de Nazaré, em Cacuaco, Luanda. Em parale- lo, a firma angolana desenvolveu uma campanha onde os colaboradores da rede KPMG puderam contribuir individual- mente, compondo um kit para colocar em cada mochila que incluía: cadernos, lápis, borrachas, afias, canetas, lápis de cor e réguas. No total, foram angariados 565 kits.

66 | KVision Responsabilidade Social

Corrida “Sempre Mulher” A KPMG Portugal contou com a participação de 40 colabora- dores dos escritórios de Lisboa, Miraflores, Carnaxide e Porto na última corrida Solidária Sempre Mulher. O valor integral das inscrições reverteu a favor da Associação Portuguesa de Apoio à Mulher com Cancro da Mama.

“Constrói esta ceia” Em linha com a tradição de anos anteriores, os colaboradores da KPMG foram desafiados a contribuir para a construção de cabazes de Natal, que posteriormente foram entregues a famílias carenciadas residentes em Lisboa e Porto. Com o contributo de todos foi possível distribuir 254 cabazes de natal de produtos alimentares, que assim melhoraram o Natal de algumas famílias de zonas adjacentes aos escritórios da KPMG.

PORTUGAL

Apoios solidários Em 2018 a KPMG marcou presença em diversos eventos solidários. Em Outubro e Dezembro, equipas compostas por colaboradores da firma participaram nos torneios “Futebol por uma Causa”, promovidos pela Make-a-Wish, onde cada golo marcado foi convertido em 1kg de alimentos entregues à Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome. Em Novembro, a firma marcou presença no jantar de 15º Aniversário da Associação Salvador, cuja receita reverteu para apoiar sete pessoas com mobilidade reduzida.

New joiners comprometidos com as comunidades Com a entrada de novos colaboradores, em Setembro, realizou-se o evento K2C – KPMG 2 Communities – dedicado aos new joiners de 2018/2019. Cerca de 160 colaboradores participaram no projecto “Restolho”, na Golegã, onde foram recolhidas 2,7 toneladas de batatas, posteriormente doadas ao Banco Alimen- tar de Abrantes.

O projecto Restolho, tem como mote “uma segunda colheita para que nada se perca” e foi lançado em 2013, pela Agromais, Agrotejo, Fundação Portuguesa dos Bancos Alimentares contra a Fome e Entrajuda. O projecto visa a colheita de produtos hortícolas que de outra forma ficariam nos campos, sendo posteriormente entregues a famílias carenciadas.

KVision | 67 Eventos Tie off O ano que passou ficou marcado pela primeira festa de Verão da KPMG em Portugal.

A 6 de Julho de 2018 todos os colabo- radores trocaram o traje profissional por indumentária mais descontraída e rumaram a Castanheira do Ribatejo, para uma tarde de celebração antes das férias. DJs, bandas, jogos tradicionais, touro mecânico, transmissão dos jogos do Campeonato do Mundo de Futebol, entre outros, asseguraram uma tarde diferente e validaram um novo conceito de celebração.

68 | KVision Eventos

Trabalhamos juntos, celebramos juntos

A segunda Reunião Geral e o habitual Convívio Anual da KPMG Angola tiveram lugar a 23 de Novembro de 2018, no Palmeiras Club, em Luanda. Durante um dia, todos os colaboradores reuniram-se para celebrar mais um ano de união e trabalho em equipa, naquele que é o principal evento da firma angolana.

O evento de convívio anual, que é já uma das grandes tradições da KPMG Angola, foi antecedido este ano pela reunião geral da firma, onde os colaboradores foram convidados a reflectir sobre o ano que passou, bem como discutir as pers- pectivas para o futuro.

Na mensagem inicial aos colaboradores, Inês Filipe, Presidente da Comissão Executiva da KPMG Angola, transmitiu a vontade de continuar a ser uma referên- cia no mercado angolano, que reconhece a KPMG como clear choice na prestação de serviços profissionais.

A reunião terminou com o arranque das celebrações de mais um ano de activida- de da firma angolana, num almoço que se estendeu pela tarde, num ambiente descontraído e informal.

KVision | 69 Eventos

Encontro com a História

Realizou-se a 26 de Outubro, no Res- taurante Eleven, em Lisboa, mais uma edição do KClub Alumni Cocktail. Este evento reuniu mais de 100 profissionais que contam no seu percurso com uma passagem pela KPMG.

Todos os que fizeram parte da história da KPMG podem aceder ao KClub Alumni através do e-mail [email protected] e do grupo KPMG Portugal Alumni Network do LinkedIn.

70 | KVision Eventos We are building the future

“Estamos a construir o futuro”. Foi esta a ideia em torno da qual se realizou a última Reunião Geral da KPMG Portugal, que ocor- reu a 30 de Novembro de 2018, na Sala Tejo, do Altice Arena, em Lisboa, com a presença de todos os colaboradores.

O início do evento ficou marcado pela presença em palco dos embaixadores da KPMG Portugal, que representam a firma num conjunto de universidades portuguesas, antecedendo a intervenção do Presidente do Conselho de Adminis- tração, Sikander Sattar.

Seguiu-se uma talk, com Vitor Ribeirinho (Deputy Chairman e Head of Audit & As- surance), Luís Magalhães (Head of Tax), Nasser Sattar (Head of Advisory) e Diogo Madeira (Head of Communications) onde os responsáveis por cada uma das func- tions partilharam uma síntese do ano que passou, perspectivando o futuro próximo da empresa e a declinação da estratégia em cada uma das áreas.

O evento terminou com a apresentação dos detalhes do novo escritório de Lis- boa, onde todos ficaram a conhecer em detalhe aquela que será a nova sede da firma, já a partir deste ano.

KVision | 71 Eventos

Tradição e inovação

Com um conceito que une a tradição da época ao contexto de inovação que vivemos todos os dias, a Festa de Natal de 2018 da KPMG ocorreu em Dezembro, no Pátio da Galé, em Lisboa.

Cerca de mil colaboradores reuniram-se em Lisboa, num evento que contou com a participação especial dos HMB, que proporcionaram um concerto exclusivo para os colaboradores da firma.

72 | KVision Eventos

Foram ainda distinguidos os colaboradores que em 2018 completaram 20 anos de dedicação à KPMG: Ana Rodrigues, Carla Neves, Cátia Carvalho, Edgar Torrão, João Dias, Paulo Ascenção, Pedro Guerreiro, Rui Marçal, Rute Ramos e Sofia Martins.

KVision | 73 Eventos

Bem-vindos a bordo

Um cruzeiro no rio Tejo, ao pôr-do-sol. Foi desta forma que a KPMG recebeu os seus new joiners de 2018, num encontro que assinalou o fim da etapa de formação inicial dos cerca de 150 jovens recém-licenciados e recém-mestrados que em Setembro se juntaram à firma. Sócios e elementos doManagement Group da firma aproveitaram a ocasião para iniciar a integração dos novos membros das equipas, que chegam à KPMG após um exigente processo de recrutamento e selecção que contou com cerca de 6.000 candidatos.

74 | KVision Insights Estas e outras publicações em www.kpmg.pt

Me, my life, my wallet Global Automotive Na segunda edição de Me, my life, Executive Survey my wallet, continuámos a explorar o consumidor multidimensional – o que influencia o seu comportamento e 2019 escolhas, com vista a descobrir como será o consumidor de amanhã. Uma A 20ª edição do Global Auto- pesquisa apoiada em novos insights motive Executive Survey ouviu cerca de provenientes da rede KPMG que 2.000 consumidores e 1.000 executivos ampliam os resultados anteriores, englo- do sector automóvel de todo o mundo, bando mais de 25.000 questionários a analisando as suas perspectivas sobre o consumidores do Brasil, Canadá, China, sector automóvel global. França, Índia, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Estados Unidos.

The Pulse of Fintech

As fintech estão a transformar a indús- Risco e Resiliência tria dos serviços financeiros, no que toca a operações, regulamentação, O Estudo da Continuidade do Negócio experiência do cliente e muito mais. em Portugal apresenta uma análise Nesta série de publicações, a KPMG detalhada sobre os riscos relacionados analisa o impulso dos investimentos com eventos disruptivos e os meca- em fintech em todo o mundo, desta- nismos de resiliência implementados cando os principais negócios e desafios em Organizações representativas à escala global, bem como as principais de sectores-chave para a economia tendências na área. portuguesa. Este trabalho analisa os aspectos fundamentais para assegurar a resiliência das organizações aos riscos relacionados com eventos disruptivos.

Emerging Trends in Consumer Currents Infrastructure 2019 Nesta revista internacional especifi- camente direccionada para a área de O sector incorporará inovação ao Consumo, os profissionais da rede nível de data & analytics e as organiza- global da KPMG analisam os temas ções descobrirão novos insights, que mais prementes da indústria, as ten- fundamentarão novas escolhas. Muitas dências e as estratégias de negócios, das oportunidades que se perfilam no com a participação de líderes do sector. horizonte das autoridades influenciarão a ordem mundial nas próximas décadas.

KVision | 75 A publicação está disponível para download em www.kpmg.pt

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