Universidade De São Paulo
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1 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada Programa de Pós-graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada MIRIAN GADO FERNANDES COSTA Tempo e Memória em Julian Barnes Uma leitura de The Sense of an Ending e Levels of Life São Paulo 2019 2 UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO FACULDADE DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada Programa de Pós-graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada Tempo e Memória em Julian Barnes Uma leitura de The Sense of an Ending e Levels of Life Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Teoria Literária e Literatura Comparada da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo como requisito parcial para obtenção do título de Doutora em Letras. Área de Concentração: Teoria Literária e Literatura Comparada Orientador: Dr. Marcelo Pen Parreira São Paulo 2019 Autorizo a reprodução e divulgação total ou parcial deste trabalho, por qualquer meio convencional ou eletrônico, para fins de estudo e pesquisa, desde que citada a fonte. Catalogação na Publicação Serviço de Biblioteca e Documentação Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo Costa, Mirian Gado Fernandes C834t Tempo e memória em Julian Barnes Uma leitura de The Sense of an Ending e Levels of Life / Mirian Gado Fernandes Costa ; orientador Marcelo Pen Parreira. - São Paulo, 2019. 205 f. Tese (Doutorado)- Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo. Departamento de Teoria Literária e Literatura Comparada. Área de concentração: Teoria Literária e Literatura Comparada. 1. : Julian Barnes. 2. literatura contemporânea. 3. tempo. 4. memória. I. Parreira, Marcelo Pen, orient. II. Título. Scanned with CamScanner 3 Esta pesquisa foi realizada com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) - Brasil 4 Para Henrique Seu amor e generosidade me constituem. Sempre haverá um presente em nosso tempo. 5 Agradecimentos Agradeço aos que vieram antes de mim e se tornaram passado. Agradeço aos meus que vieram antes de mim, mas ainda estão presentes, em especial, meus queridos pais, Elda e João. E, agradeço aos que vieram de mim, meus amores, Marina e João, que também serão um pouco de mim no futuro. Ao meu orientador, Marcelo Pen Parreira, pelo acompanhamento em todo o persurso, suas leituras e considerações foram muito importantes. Aos professores da banca de qualificação, Maria Elisa Cevasco e Hélio Salles Gentil, e aos professores da banca de defesa. À professora Marlise, minha amiga, cuja companhia e leituras foram abraços no passado, no presente e no futuro. À minha querida Janete, um presente de uma vida. Às amigas Ana Cristina Bonchristiano, Suzana Boxwell, Fabiane Bicalho, Márcia Kinjo, Patrícia Freitas, Ana Carolina Mesquita e Mayara Freitas. Aos colegas do grupo de estudos Sequências Brasileiras, em especial, Ivo Paulino Soares, e aos colegas do GELAF, todos sempre presentes dentro e fora da FFLCH. Lembro com carinho da longa e afável amizade com Marcos Ribeiro de Moraes. Que prazer conviver com vocês todos! Aos psicanalistas, que fizeram e sempre farão parte da minha história, em especial à generosidade de Fabiane Secches, pela leitura parcial desta tese. Aos muitos colegas cujas defesas eu assisti, as quais serviram de motivação para um dia chegar lá também! Por fim, relembro com tristeza, que ao longo da elaboração deste trabalho, as amigas Renata e Rosana perderam subitamente seus companheiros de décadas, Eduardo e João; também menciono meu primo Valter, que escolheu a única questão filosófica verdadeira. Suas ausências, de alguma forma, fizeram eu me agarrar ainda mais às palavras de Barnes. 6 COSTA, MIRIAN GADO FERNANDES. Tempo e Memória em Julian Barnes. The Sense of an Ending e Levels of Life. 2019. 202 p. Tese de Doutorado – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019. Resumo Esta tese apresenta uma leitura crítica de duas obras contemporâneas da literatura inglesa The Sense of an Ending e Levels of Life, do escritor Julian Barnes. Considerando que as narrativas ficcionais trazem à linguagem certas dimensões da experiência humana, o estudo das representações do tempo e da memória nestas obras tem o intuito de investigar as ressignificações das trajetórias dos narradores, que se dão em meio a um intenso diálogo entre o passado e o presente, no qual também se exploram as possibilidades do resgate das memórias, da elaboração da polissemia dos afetos e da investigação das formas de se lidar com a passagem do tempo diante da imposição incontornável da finitude humana. A pespectiva teórica para a elaboração desta pesquisa foi inspirada na filosofia hermenêutica de Paul Ricoeur, e outros teóricos afins, com atenção especial à sua obra monumental Temps et Récit. Palavras-chaves: Julian Barnes, literatura contemporânea, tempo, memória. 7 COSTA, MIRIAN GADO FERNANDES. Time and Memory in Julian Barnes. The Sense of an Ending e Levels of Life. 2019. 202 p. Tese de Doutorado – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2019. Abstract This doctoral dissertation presents a critical reading of two contemporary works of English literature, The Sense of an Ending and Levels of Life, by Julian Barnes. Taking into account that fictional narratives bring certain dimensions of human experience to language, the study of the representations of time and memory in these two works intends to investigate the resignifying of the narrators’ trajectories that occur in the midst of an intense discussion of past and present, which encompass the possibility of recalling memories, of elaborating on the polysemy of affections and the investigation of how to deal with the passage of time when faced with the unavoidable reality of human finiteness. The critical perspective for this work is based on the philosophical hermeneutics of Paul Ricoeur, especially on his monumental work Temps et Récit, and other theorists of a similar point of view. Keywords: Julian Barnes, contemporary literature, time, memory. 8 Tempo e memória em Julian Barnes Uma leitura de The Sense of an Ending e Levels of Life SUMÁRIO 1 “Most of us have only one story to tell.” 2 “There’s a different authenticity to memory, and not an inferior one.” Tempo e Memória em The Sense of an Ending 3 “Every love story is a potential grief story... so why do we aspire to love?” Tempo e Memória em Levels of Life 4 “Where’ve you been all my life?” Encerramento Bibliografia Anexo 9 Tempo e memória em Julian Barnes Uma leitura de The Sense of an Ending e Levels of Life SUMÁRIO 1 “Most of us have only one story to tell.” Motivações e escolhas..........................................................................................12 Olhares relevantes Primeiras palavras Por que Julian Barnes? O corpus do estudo: as obras escolhidas Perspectiva teórica 2 “There’s a different authenticity to memory, and not an inferior one.” Tempo e Memória em The Sense of an Ending.................................................52 Molhando os pés no rio do romance Mergulhando na estrutura formal de The Sense of an Ending O rio do tempo ganha opulência O tempo envelhece depressa À velocidade da luz O tempo só se torna humano pela narrativa O imenso edifício da memória 10 3 “Every love story is a potential grief story... so why do we aspire to love?” Tempo e Memória em Levels of Life................................................................132 A direção do olhar Examinando a construção de Levels of Life O amor inspira o desejo por discursos verdadeiros Notre propos est de saisir le sens d’un geste O tempo, a memória e suas representações Ainda há tempo? 4 “Where’ve you been all my life?” Encerramento.................................................................................................175 Ressignificações Frozen rivers flow Bibliografia........................................................................................................188 Anexo.................................................................................................................203 11 And indeed there will be time For the yellow smoke that slides along the street, Rubbing its back upon the window-panes; There will be time, there will be time To prepare a face to meet the faces that you meet… “The Love Song of J. Alfred Prufrock” T. S. Eliot 12 1 “Most of us have only one story to tell.”1 Motivações e escolhas Olhares Relevantes Primeiras palavras Por que Julian Barnes? O corpus do estudo: as obras escolhidas Perspectiva teórica 1 BARNES, The Only Story, (2018), p. 03. 13 Motivações e escolhas A única coisa que importa na arte é o que não pode ser explicado... Aqueles que têm olhos sabem o quanto as palavras são irrelevantes em relação ao que eles veem. Georges Braque2 A obra de Julian Barnes procura responder a algumas perguntas persistentes que fazem de sua literatura um elo de mediação entre o pensamento, o vivido e o mundo ao nosso redor. Sua narrativa límpida e direta, mas igualmente profunda e lírica, propõe discutir questões capitais e significativas que espelham preocupações e problemas contemporâneos. Estas questões não se inauguram no presente, tampouco com a obra do escritor inglês, mas preenchem corações e mentes de filósofos, pensadores e escritores há séculos, constituindo um repertório colossal de dúvidas e conhecimento que, desenvolvido em cada tempo histórico, vem sendo transmitido pela cultura. Questionamentos como:“Do you know who I am ?”3 “How do you know you want it?”4 “And has his immersion in philosophy reconciled him to the brevity of life, and its inevitable ending for him?”5 “Is death-awareness connected to my being a writer?”6 “Is it splendid, or stupid, to take life seriously?”7 estão formulados direta ou indiretamente na obra de Barnes, e se transformam em potentes reflexões em sua literatura. Suas análises dizem respeito principalmente à vida e à finitude, ao tempo dado a cada um e como o vivemos, conciliando-se com meditações sobre a potência da memória, dos afetos e dos desejos, conferindo relevo à necessidade do conhecimento de si.