1 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

RELATÓRIO DE FISCALIZAÇÃO

TC n. 008.067/2019-8 Fiscalização n. 79/2019

Relator: Walton Alencar Rodrigues

DA FISCALIZAÇÃO Modalidade: Conformidade Ato originário: Acórdão 835/2019 - Plenário Objeto da fiscalização: Duplicação BR-116/RS - - Pelotas - Lote 8 Funcional programática: 26.782.2087.7L04.0043/2019 - Adequação de Trecho Rodoviário - Porto Alegre - Pelotas - na BR-116/RS No Estado do Tipo da Obra: Rodovia - Duplicação Período abrangido pela fiscalização: De 06/05/2019 a 28/06/2019 DO ÓRGÃO/ENTIDADE FISCALIZADO Órgão/entidade fiscalizado: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes Vinculação (ministério): Ministério da Infraestrutura Vinculação TCU (unidade técnica): Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil Responsável pelo órgão/entidade: nome: Antonio Leite dos Santos Filho cargo: Diretor-Geral do DNIT período: A partir de 14/01/2019

Outros responsáveis: vide peça: “Rol de responsáveis”

PROCESSOS DE INTERESSE - TC 003.063/2012-7 - TC 017.210/2017-8 - TC 008.057/2019-2 - TC 008.059/2019-5 - TC 008.060/2019-3 - TC 008.061/2019-0 - TC 008.064/2019-9 - TC 008.065/2019-5 - TC 008.066/2019-1 - TC 008.068/2019-4

2 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

Resumo Trata-se de auditoria realizada no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes - MT, no período compreendido entre 8/5/2019 e 19/7/2019. A presente auditoria teve por objetivo fiscalizar o contrato 464/2012, correspondente ao Lote 8 (segmento do km 470,1 ao km 489,0), do Edital 342/2010-00 do DNIT, cujo objeto é a execução das obras de melhorias de capacidade, incluindo duplicação, na rodovia BR-116 no Estado do Rio Grande do Sul, entre os Municípios de Porto Alegre e Pelotas. Fizeram parte do exame desta auditoria os relatórios de supervisão, produzidos no âmbito do Contrato de supervisão 637/2012, que serviram de suporte para a fiscalização. Notadamente, o escopo da auditoria foi o de atender ao determinado no subitem 9.3, do Acórdão 2.082/2018-TCU-Plenário (Relator: Ministro Benjamin Zymler). A partir do objetivo do trabalho e a fim de avaliar em que medida os recursos estão sendo aplicados de acordo com a legislação pertinente, formularam-se as questões adiante indicadas: a) questão 1: os preços dos serviços definidos no orçamento da obra são compatíveis com os valores de mercado? b) questão 2: os aditivos decorrentes das revisões de projeto em fase de obras afetaram o equilíbrio econômico-financeiro do contrato em desfavor da Administração? c) questão 3: na execução dos serviços identificam-se situações manifestamente antieconômicas? Os trabalhos foram realizados em conformidade com as Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da União e com observância aos Padrões de Auditoria de Conformidade estabelecidos pelo TCU. Nenhuma restrição foi imposta aos exames. Para a obtenção das informações requeridas, foram empregadas as técnicas de exame documental, inspeção física, revisão analítica e conferência de cálculos. Também foram utilizadas as matrizes de planejamento, de procedimentos e de achados. Neste trabalho constatou-se atraso na execução do empreendimento. O volume de recursos fiscalizados alcançou o montante de R$ 120.766.832,39 (preços iniciais+aditivos+reajustes). Esse valor corresponde ao somatório dos empenhos em favor do Contrato 464/2012 Entre os benefícios estimados desta fiscalização, pode-se mencionar a manutenção da expectativa de controle decorrente da atuação do TCU. Por não conter achados de alta complexidade ou de grande impacto, considerou-se desnecessário o envio do relatório preliminar para comentários dos gestores. As propostas de encaminhamento para a constatação desta ação de controle consistem em oitiva do DNIT e da empresa SBS Engenharia e Construções Ltda. e na adoção de providências internas ao TCU. Com relação ao Relator do processo, seguindo o critério da Resolução - TCU 280/2016, artigo 10, selecionou-se o Ministro Walton Alencar Rodrigues, relator prevento das obras de duplicação da BR-116/RS.

3 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

Sumário

I. Apresentação ...... 4 I.1. Importância socioeconômica ...... 7 II. Introdução ...... 7 II.1. Deliberação que originou o trabalho ...... 7 II.2. Visão geral do objeto ...... 8 II.3. Objetivo e questões de auditoria ...... 9 II.4. Metodologia utilizada ...... 10 II.5. Limitações inerentes à auditoria ...... 10 II.6. Volume de recursos fiscalizados ...... 10 II.7. Benefícios estimados da fiscalização ...... 10 III. Achados de auditoria ...... 10 III.1. O atraso na execução da obra constitui fato antieconômico e ineficiente...... 10 III.1.1 Tipificação ...... 10 III.1.2 Justificativa do enquadramento (ou não) no conceito de IGP da LDO...... 10 III.1.3 Situação encontrada ...... 10 III.1.4 Conclusão e proposta de encaminhamento ...... 12 IV. Análise dos comentários dos gestores ...... 13 V. Conclusão ...... 13 VI. Proposta de encaminhamento ...... 14 APÊNDICE A - Matriz de Achados ...... 16 APÊNDICE B - Fotos...... 17 APÊNDICE C - Dados da obra ...... 20 APÊNDICE D - Achados reclassificados após a conclusão da fiscalização ...... 22 APÊNDICE E - Despachos ...... 23

4 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

I. Apresentação 1. A presente fiscalização, determinada pelo Acórdão 835/2019-TCU-Plenário (Relator: Ministro José Múcio Monteiro), tem por objetivo fiscalizar o contrato 464/2012, correspondente ao Lote 8 (segmento do km 470,1 ao km 489,0), do Edital 342/2010-00 do DNIT, cujo objeto é a execução das obras de melhorias de capacidade, incluindo duplicação, na rodovia BR-116 no Estado do Rio Grande do Sul, entre os Municípios de Porto Alegre e Pelotas. Fizeram parte do exame desta auditoria os relatórios de supervisão, produzidos no âmbito do Contrato de supervisão 637/2012, que serviram de suporte para a fiscalização. 2. Esta auditoria é parte das nove fiscalizações na BR-116/RS, resultantes do Acórdão 2.082/2018-TCU-Plenário, de 5/9/2018, o qual estabeleceu: 9.2. autorizar, com fundamento no art. 233 do Regimento Interno do TCU, c/c o art. 14, inciso II, da Resolução-TCU 215/2008, a imediata inclusão no próximo Plano de Fiscalizações de Obras Públicas, das obras de adequação de capacidade e duplicação da BR-116/RS, entre os Municípios de Porto Alegre e Pelotas. 3. Trata-se de auditoria para verificação da economicidade da obra e da ocorrência ou não de sobrepreço na mesma, assunto em discussão desde o Fiscobras 2010. Nesta fiscalização levou-se em consideração que a análise de economicidade não se esgota na avaliação de preços. Por isso, foram aplicados procedimentos que visam identificar situações antieconômicas vinculadas à qualidade e ao prazo, também. 4. A licitação que deu origem aos contratos das obras da BR-116/RS, no total de nove, foi objeto de fiscalização pretérita que remonta 2010. Assim, com o fito de contextualizar a presente fiscalização, importa traçar uma linha cronológica dos acontecimentos, desde a primeira fiscalização. 5. Inicialmente, o TCU, por meio do Acórdão 1.596/2011-Plenário, de relatoria do Ministro Walton Alencar Rodrigues, proferido no âmbito do TC 030.105/2010-2 (Fiscobras/2010), manifestou- se pela suspensão cautelar da licitação da obra. Naquela ocasião, os achados: projeto básico/executivo sub ou superdimensionado; sobrepreço decorrente de preços excessivos frente ao mercado; e projeto básico deficiente ou desatualizado, foram tipificados como irregularidades graves com indicativo de paralisação (IGP). Em termos financeiros, as irregularidades atingiram o montante de R$ 93,3 milhões (ref. set./2009), aproximadamente 10% do valor previsto pela administração para o empreendimento em licitação (nove lotes). 6. O Acórdão 1.596/2011-TCU-Plenário trouxe uma série de medidas que o DNIT deveria adotar para dar continuidade ao processo licitatório, quais sejam: 9.1. condicionar a revogação da medida cautelar determinada pelo relator, ministro Walton Alencar Rodrigues, em 2/2/2011 (peça 123), ao efetivo cumprimento das determinações que se seguem; 9.2. autorizar o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes a dar prosseguimento à Concorrência Pública 342/2010-00, destinada a contratar as obras de melhoria da capacidade da BR 116/RS, incluindo sua duplicação, desde que atendidas, cumulativamente, as seguintes condições: 9.2.1. alterar, nos orçamentos dos nove lotes, para o item “indenização de jazida”, previsto em diversos serviços, em especial no de “escavação e carga de material de jazida”, o custo de referência, sem BDI, para R$ 1,04 (um real e quatro centavos) por metro cúbico de material escavado; 9.2.2. alterar, nos orçamentos dos nove lotes, a composição do serviço “escavação e carga de material de jazida”, de forma que ela preveja apenas os custos com “escavadeira hidráulica”, “ferramentas”, “encarregado de turma”, “servente” e “indenização de jazida”, observados os parâmetros da composição contida na peça 131 (fls. 13/14); 9.2.3. substituir, nos orçamentos dos nove lotes, conforme o caso, as composições dos serviços de “sub-base” e de “base” executados com “macadame seco” pelas composições de referência do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Sul (DAER/RS) para o serviço 5 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

de “macadame seco” (peça 150); 9.2.4. substituir as composições dos serviços de “escavação carga e transporte de solos inadequados”, previstas nos orçamentos dos lotes de 4 a 9, pela composição “escavação carga e transporte de material de 1ª categoria”, constante do Sicro 2; 9.2.5. substituir as composições de restauração rodoviária dos serviços “concreto betuminoso usinado a quente”, “base de brita graduada”, “compactação de aterros a 95%”, “compactação de aterros a 100%”, “enleivamento”, “hidrossemeadura, escavação carga e transporte de material de 1ª categoria”, e “escavação carga e transporte de material de 3ª categoria”, nos orçamentos dos nove lotes da obra, pelas respectivas composições de construção, admitindo-se, nesses casos, a redução da velocidade de ida e de volta dos caminhões basculantes nos serviços de “escavação carga e transporte”, desde que devidamente fundamentada; 9.2.6. realizar sondagens a percussão, em conformidade com a norma de procedimento DNER PRO 381-9, de forma a avaliar o real volume de solo mole projetado para as obras dos lotes 1 a 3, e providenciar, conforme o caso, os ajustes dos quantitativos previstos para o serviço de “escavação, carga e transporte de solos moles”, nos orçamentos respectivos; 9.3. determinar ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes que, na hipótese de não serem atendidas as determinações contidas nos subitens anteriores ou de os licitantes habilitados não aceitarem as modificações de composições e preços, anule a Concorrência Pública 342/2010-00; (...) 7. Em sede de apreciação dos embargos de declaração opostos pelo DNIT ao Acórdão 1.596/2011-Plenário, o TCU prolatou o Acórdão 2.736/2011-Plenário, de relatoria do Ministro Walton Alencar Rodrigues, que tornou insubsistente o subitem 9.2.5 do Acórdão anterior (1.596/2011-TCU-P), além de: 9.3. determinar ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes que, em adição às medidas indicadas no Acórdão 1.596/2011, Plenário, condicione a homologação e adjudicação da Concorrência 342/2010 e a assinatura dos contratos respectivos à expressa anuência da licitante classificada em primeiro lugar, em cada lote, aos seguintes termos: 9.3.1. retenção das parcelas correspondentes à diferença entre os preços avaliados pelo Tribunal e pela autarquia para os serviços “concreto betuminoso usinado a quente”, “base de brita graduada”, “compactação de aterros a 95%”, “compactação de aterros a 100%”, “enleivamento”, “hidrossemeadura, escavação carga e transporte de material de 1ª categoria”, e “escavação carga e transporte de material de 3ª categoria”, até a efetiva comprovação da redução de produtividade alegada pela autarquia; 9.3.2. renúncia, em caráter irretratável, à percepção das parcelas relativas à diferença de preços de que trata o subitem anterior, na hipótese de o Tribunal não acolher as conclusões do DNIT; (...) 8. Após as audiências públicas realizadas pelo Congresso Nacional em 2011, o Comitê de Avaliação das Informações Sobre Obras e Serviços com Indícios de Irregularidades Graves (COI) votou, considerando as informações prestadas pelo gestor de que iria cumprir integralmente as medidas indicadas nos Acórdãos 1.596/2011 e 2.736/2011, ambos do Plenário do TCU, pela não inclusão do Edital 342/2010-00 sob o enfoque do Anexo VI da PLOA 2012. 9. A mesma proposta foi efetuada pelo COI quando do Relatório de 2012, tendo como fundamentação “a importância socioeconômica das obras de melhoria de capacidade incluindo duplicação da BR-116/RS e as informações prestadas pelo gestor no sentido de que vai realizar as correções indicadas pelo TCU, inclusive já tendo formalizado repactuação contratual da qual resultou redução de R$ 66.863.681,44 do valor contratado”. 10. O Acórdão 93/2013-TCU-Plenário, de relatoria do Ministro Walton Alencar Rodrigues, proferido no âmbito do TC 003.063/2012-7 (monitoramento), além de considerar como não cumpridas as determinações encerradas nos subitens 9.2.3, 9.2.4 e 9.2.6 do Acórdão 1.596/2011-Plenário e 9.3.1 e 6 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

9.3.2 do Acórdão 2.736/2011-Plenário e descumprida a medida cautelar, todos exarados no TC 030.105/2010-2, determinou ainda, cautelarmente, a limitação de pagamentos (item 9.4). 11. Neste contexto foi informado à Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização do Congresso Nacional, por esta Corte de Contas, que persistiam os indícios de irregularidade classificados como graves com recomendação de paralisação (IGP) pelos Acórdãos 1.596/2011 e 2.736/2011, ambos do Plenário. 12. Posteriormente, ainda no âmbito do TC 003.063/2012-7 (monitoramento), foi prolatado o Acórdão 1.845/2015-TCU-Plenário, de relatoria do Ministro Walton Alencar Rodrigues, que: a) acolheu as razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis, relativamente aos indícios de descumprimento da medida cautelar exarada no TC 030.105/2010-2 e das determinações encerradas nos subitens 9.2.3, 9.2.4 e 9.2.6 do Acórdão 1.596/2011 e 9.3.1 e 9.3.2 do Acórdão 2.736/2011, ambos do Plenário, objeto das audiências determinadas no subitem 9.5.3 do Acórdão 93/2013-Plenário; b) tornou insubsistentes os subitens 9.2 e 9.3 do Acórdão 93/2013-Plenário; c) revogou a medida cautelar veiculada no subitem 9.4.1 do Acórdão 93/2013-TCU- Plenário, que limitava o pagamento dos serviços sub-base e base executados com macadame seco, em todos os lotes da obra fiscalizada, ao preço do serviço de referência indicado no subitem 9.2.3 do Acórdão 1.596/2011-TCU-Plenário; e d) assinou o prazo de 90 dias para que o DNIT adotasse as providências necessárias ao exato cumprimento dos arts. 62 e 63 da Lei 4.320/1964, 40, inciso X, da Lei 8.666/1993, e 112, caput e § 2º, da Lei 12.017/2009, quais sejam: 9.4.1. caracterizar adequadamente os solos integrantes do serviço “escavação, carga e transporte de solos inadequados”, no âmbito dos contratos relativos aos lotes 5, 6, 7, 8 e 9 da Concorrência 342/2010-00, de forma que somente sejam enquadrados neste serviço solos cujos índices de resistência à penetração (nSPT) os qualifiquem como fofos, moles ou muito moles, nos termos da norma ABNT–NBR6484, adotando, ainda, as providências que forem cabíveis para ajustar os termos de contrato e as medições já realizadas ao que preceitua a parte inicial deste subitem; 9.4.2. repactuar os preços contratuais dos serviços “concreto betuminoso usinado a quente”, “base de brita graduada”, “compactação de aterros a 95%”, “compactação de aterros a 100%”, “enleivamento”, “hidrossemeadura”, “escavação carga e transporte de material de 1ª categoria” e “escavação carga e transporte de material de 3ª categoria”, nos contratos oriundos da Concorrência 342/2010-00, de modo a limitar os preços contratuais aos obtidos a partir das composições de construção rodoviária do Sicro, ajustando-se as produtividades dos equipamentos de transporte aos fatores de eficiência previstos para as composições de restauração rodoviária, nos termos do item 2.1.2 do Volume 7 do Manual de Custos Rodoviários do DNIT; 13. Além disso, o item 9.5 do Acórdão 1.845/2015-TCU-Plenário ainda determinou à Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária que: 9.5. (...) colha as informações necessárias à avaliação da correção dos preços praticados pelas contratadas, para os serviços “sub-base e base executados com macadame seco”, em todos os lotes da obra fiscalizada, com vistas a oferecer proposta de encaminhamento aderente à real situação de execução do empreendimento; 14. Por fim, o Acórdão 2.082/2018-TCU-Plenário (Relator: Ministro Benjamin Zymler), também proferido no processo de monitoramento TC 003.063/2012-7, acolheu as razões de justificativa apresentadas pelos responsáveis e concluiu por: 9.1. conhecer dos pedidos de reexame para, no mérito, dar-lhes provimento, de modo a tornar a insubsistentes os subitens 9.4.2 e 9.5 do Acórdão 1845/2015-Plenário, revogando as medidas cautelares pertinentes; 9.2. autorizar, com fundamento no art. 233 do Regimento Interno do TCU, c/c o art. 14, inciso II, da Resolução-TCU 215/2008, a imediata inclusão no próximo Plano de 7 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

Fiscalizações de Obras Públicas, as obras de adequação de capacidade e duplicação da BR-116/RS, entre os Municípios de Porto Alegre e Pelotas; 9.3. determinar à Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil que promova a análise global da economicidade dos contratos do empreendimento indicado no subitem anterior e avalie a manutenção da diferença percentual entre o valor global dos contratos e os preços globais de referência, após eventuais aditivos, nos termos do art. 14 do Decreto 7.983/2013; (...) 15. Diante de tudo isso, importa repetir que a primeira ação de controle nas obras de duplicação da BR-116/RS foi realizada na fase de edital, levada a efeito no Relatório de Auditoria elaborado no âmbito do Fiscobras/2010 (TC 030.105/2010-2). Assim, naquela oportunidade, foram inquinados os serviços com sobrepreço, independentemente da análise global do orçamento, pois, em se tratando de edital, qualquer discrepância poderia ser corrigida antes da formalização dos contratos. Na presente auditoria, tendo em vista que a análise recai sobre os nove contratos em execução e, por força do item 9.3 do Acórdão 2.082/2018-TCU-Plenário, a análise da economicidade é global, envolvendo tanto o contrato inicial quanto seus aditivos. I.1. Importância socioeconômica 16. A BR-116 é a principal rodovia brasileira que intercepta o país na direção norte-sul. Tem seu início em Fortaleza, capital do Ceará, e chega até Jaguarão, cidade gaúcha que faz fronteira com o Uruguai. Com extensão total de 4.566,5 km, passa por dez estados ligando cidades estratégicas do território nacional. 17. No Rio Grande do Sul a rodovia tem uma extensão de 656 km entre a divisa com o Estado de Santa Catarina e a cidade de Jaguarão, passando pela Região Metropolitana de Porto Alegre. 18. A rodovia se reveste de vital importância socioeconômica por propiciar o fluxo de usuários e de bens entre a Capital do Estado e o interior, além de ser via de ligação, juntamente com a BR-101, entre o Rio Grande do Sul e os demais Estados brasileiros. De fato, ao passar pela cidade de Pelotas, a rodovia permite acesso ao Porto de Rio Grande, no município de mesmo nome, por onde é escoada a maior parcela da produção agropastoril e industrial entre o Brasil e o Mercosul. 19. Segundo informações constantes no sítio do gerenciamento ambiental do empreendimento (http://www.br116rs.com.br/empreendimento, acesso em 26/6/2019), no Rio Grande do Sul, a BR-116 é a principal via de acesso ao sul do estado e ao Porto do Rio Grande – corredor de escoamento de produção entre o Brasil e o Mercosul. A extensão total da obra, dividida em nove lotes, vai beneficiar doze municípios de forma direta: Guaíba, , , Tapes, , Arambaré, Camaquã, Cristal, São Lourenço do Sul, Turuçu, e Pelotas. 20. Ademais, o sítio mencionado destaca que o principal objetivo da duplicação é aumentar a capacidade de veículos, trazendo melhorias para a rodovia que atualmente está saturada pelo volume de tráfego, principalmente de caminhões. Desta forma, além de prevenir acidentes com prejuízos materiais e riscos à vida, a realização do empreendimento justifica-se pela importância socioeconômica para a região, uma vez que proporcionará locomoção rápida e segura de pessoas e bens entre as cidades envolvidas. Mais do que uma nova pista, o projeto inclui melhorias como travessias urbanas, ruas laterais, retornos operacionais, pontes, e passarelas. Ou seja, além de desenvolvimento, a obra trará mais segurança e organização ao tráfego interno das comunidades. II. Introdução II.1. Deliberação que originou o trabalho 21. Em cumprimento ao Acórdão 835/2019-Plenário, realizou-se a auditoria Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, no período compreendido entre 8/5/2019 e 19/7/2019. 22. A presente ação de controle surge na sequência das auditorias e monitoramentos de acórdãos relacionados ao Edital 342/2010, que abrange nove contratos para execução de obras de duplicação e 8 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil melhoria da capacidade em 210 km da BR-116/RS, no trecho de Guaíba a Pelotas. 23. As razões que motivaram esta auditoria foram a realização de análise global da economicidade dos contratos do empreendimento, bem como a averiguação do equilíbrio econômico- financeiro representado pela manutenção do desconto inicialmente obtido após eventuais aditivos, nos termos do Acórdão 2082/2018-Plenário, além de sua materialidade e relevância para a região. 24. Nesse quadro, as conclusões desta auditoria podem subsidiar as análises em curso no TC 003.063/2012-7: monitoramento de que trata o subitem 9.4 dos acórdãos 1596/2011 e 2736/2011- TCU-Plenário, exarados no TC 030.105/2010-2. E no caso do TC 017.210/2017-8: monitoramento da medida cautelar determinada no item 9.4 do Acórdão 93/2013-TCU-Plenário, apostilada pelo Acórdão 1845/2015-TCU-Plenário, pode impactar nas contas do então Superintendente da Superintendência Regional do estado do Rio Grande do Sul, Hiratan Pinheiro da Silva. Por isso, a proposta de encaminhamento contemplará determinação para a juntada de cópias do presente relatório de auditoria, bem como do relatório, do voto e do acórdão que vier a ser prolatado, aos processos ora mencionados. II.2. Visão geral do objeto 25. O objeto da presente fiscalização é o Contrato 464/2012, resultante da concorrência pública conduzida pelo DNIT (Edital 342/2010-00) que visou à seleção de empresas para a realização das obras de melhorias de capacidade, incluindo duplicação, na rodovia BR-116, no Estado do Rio Grande do Sul, que compreendeu nove lotes: a) Informações gerais do empreendimento: Trecho: divisa SC/RS (Rio Pelotas) até o município de Jaguarão (fronteira Brasil/Uruguai) Subtrecho: entroncamento RS-703 (p/Guaíba) ao acesso a Pelotas, km 511,8. Jurisdição: Superintendência Regional DNIT no Estado do Rio Grande do Sul b) Informações particulares do Lote 8: Contrato: 00 0464/2012 Segmento: km 470,10 ao km 489,00 Extensão: 18,9 km Código PNV: 116BRS3340, 116BRS3350 Valor da obra (edital): R$ 96.867.096,51 (ref.: set/2009) Contratada: SBS Engenharia e Construções Ltda. (CNPJ 88.348.024/0001-87) Valor do Contrato: R$ 93.461.371,25 (ref.: set/2009) Aditamentos: R$ 19.405.807,23 (ref.: set/2009) Valor total: R$ 112.867.178,48 Valores medidos até a 62ª medição (maio/2019): R$ 89.284.001,84 (ref.: set/2009)

9 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

Figura 1: Infográfico do empreendimento

Fonte: http://www.br116rs.com.br/empreendimento, acesso em 26/6/2019. 26. A pista existente é objeto de Contrato de Outorga de Concessão à empresa Concessionária de Rodovias do Sul S.A. – ECOSUL. 27. O Lote 8 em questão inicia na cabeceira norte da ponte sobre o Arroio Passo do Pinto (km 470+100) e termina no km 489+000. 28. A plataforma da via existente possui duas faixas de rolamento com 3,60 m e acostamentos com 2,50 m, totalizando 12,20 m. O traçado da duplicação desenvolve-se em paralelo à rodovia existente, pelo lado esquerdo. O projeto geométrico busca dotar a rodovia de características técnicas compatíveis com a velocidade diretriz de 100 km/h. A pista terá duas faixas de rolamento com 3,60 m, canteiro central com 13,20 m, e acostamentos externos e internos com 2,50m e 1,00 m de largura, respectivamente. 29. Além disso, o projeto contempla a execução de retornos-tipo, acesso a localidades, travessias urbanas, paradas de ônibus e quatro obras de arte especiais (ponte sobre o Arroio Viúva Tereza, ponte sobre o Arroio Passo das Pedras, ponte sobre o e viaduto de acesso a Turuçu). II.3. Objetivo e questões de auditoria 30. Tendo em vista o subitem 9.3 do Acórdão 2.082/2018-TCU-Plenário, a presente auditoria teve por objetivo a análise global da economicidade do Contrato 464/2012, bem como a avaliação da manutenção da diferença percentual entre o valor global do contrato e os preços globais de referência, após eventuais aditivos. 31. A partir do objetivo do trabalho e a fim de avaliar em que medida os recursos estão sendo aplicados de acordo com a legislação pertinente, formularam-se as questões adiante indicadas: a) Questão 1: os preços dos serviços definidos no orçamento da obra são compatíveis com os valores de mercado? b) Questão 2: os aditivos decorrentes das revisões de projeto em fase de obras afetaram o equilíbrio econômico-financeiro do contrato em desfavor da Administração? c) Questão 3: na execução dos serviços, identificam-se situações manifestamente antieconômicas? 10 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

32. Na formulação das questões levou-se em consideração que a análise de economicidade não se esgota na avaliação de preços. Por isso, a Questão 3 apresenta procedimentos que visam identificar situações antieconômicas vinculadas à qualidade e ao prazo da obra. II.4. Metodologia utilizada 33. Os trabalhos foram realizados em conformidade com as Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da União (Portaria-TCU 280, de 8 de dezembro de 2010, alterada pela Portaria-TCU 168, de 30 de junho de 2011) e com observância aos Padrões de Auditoria de Conformidade estabelecidos pelo TCU (Portaria-Segecex 26, de19 de outubro de 2009). 34. Consoante a matriz de planejamento, foram definidos sete procedimentos para responder de forma satisfatória às questões de auditoria. Os papéis de trabalho albergam, essencialmente, os processos administrativos da execução contratual, as medições mensais, os projetos de engenharia, relatórios da empresa supervisora e composições de preços unitários. As técnicas de auditoria utilizadas foram o exame documental, a inspeção física, a conferência de cálculos e procedimentos de revisão analítica. II.5. Limitações inerentes à auditoria 35. Não foram impostas restrições à execução dos trabalhos. II.6. Volume de recursos fiscalizados 36. O volume de recursos fiscalizados alcançou o montante de R$ 120.766.832,39 (preços iniciais+aditivos+reajustes). Esse valor corresponde ao somatório dos empenhos em favor do Contrato 464/2012 II.7. Benefícios estimados da fiscalização 37. Entre os benefícios estimados desta fiscalização, pode-se mencionar a manutenção da expectativa de controle decorrente da atuação do TCU. III. Achados de auditoria III.1. O atraso na execução da obra constitui fato antieconômico e ineficiente. III.1.1 Tipificação 38. Indício de irregularidade grave que não prejudique a continuidade (IGC). III.1.2 Justificativa do enquadramento (ou não) no conceito de IGP da LDO. 39. O achado implica dano ao erário, mas não caracteriza hipótese de recomendação de paralisação, dado que também não enseja a nulidade de contrato, que se enquadre no disposto no art. 118, § 1º, inciso VI, da Lei 13.707 de 14/8/2018 (Dispõe sobre as diretrizes para a elaboração e execução da Lei Orçamentária de 2019 e dá outras providências). III.1.3 Situação encontrada 40. O Contrato 464/2012 foi assinado em 12/7/2012 e teve sua ordem de início emitida em 16/7/2012. Uma vez que o prazo de execução era de 720 dias, o término inicialmente previsto para a conclusão das obras era o dia 6/7/2014. 41. Ocorre que, até junho de 2019, devido a uma série de fatores, o contrato ainda não foi concluído, tendo sido medidos R$ 109.452.785,90 (preços iniciais+aditivos+reajuste), montante equivalente a 78,56% do valor total do empreendimento, e que, até o presente momento, nenhuma parcela da obra foi entregue ao uso da população. 42. Esse atraso (em torno de cinco anos à época da fiscalização) não se alinha aos princípios da eficiência e da economicidade aludidos nos arts. 37 e 70 da CF/1988. Até agora, as necessidades que justificaram a obra não foram atendidas e os recursos aplicados representam elevado custo de 11 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil oportunidade, pois, no cenário de escassez de recursos, outras demandas deixaram de ser atendidas. 43. Logo após a ordem de início dos serviços, o contrato foi paralisado, em 20/7/2012. Essa interrupção teve como causa a negativa do órgão ambiental em emitir a Licença de Instalação. Superado tal entrave, os trabalhos reiniciaram em 13/8/2012, ficando a data de término postergada para 29/7/2014 (evidência 1 – relatório do Sistema de Supervisão Rodoviária Avançada – SUPRA, p.3). 44. A fim de adequar o contrato ao Projeto Executivo, foi assinado aditivo contratual com reflexo financeiro, em 17/4/2014. Com isso, o valor contratado, a preços iniciais, passou de R$ 93.461.371,25 para R$ 114.175.202,35, ambos ref.: set. /2009 (evidência 4 – termos aditivos ao Contrato 464/2012, p. 4-6). 45. Conforme registrado nos relatórios do SUPRA (evidência 1 – relatório do SUPRA, p. 3), em 18/7/2014, o prazo contratual foi prorrogado por 300 dias consecutivos, transferindo-se a data de término de 29/7/2014 para 25/5/2015 (evidência 4 – termos aditivos ao Contrato 464/2012, p, 7-9). A dilação foi motivada pelo atraso na liberação de Licenças Ambientais, pela não conclusão de desapropriações e pela ocorrência de dias chuvosos e impraticáveis. Naquele momento (jul. /2014), o contrato encontrava-se com 36,81% de execução (evidência 3 – relatório histórico das medições). 46. Em 13/5/2015, o prazo contratual foi novamente aditivado em 300 dias, postergando a data de término do contrato de 25/5/2015 para 20/3/2016 (evidência 4 – termos aditivos ao contrato 464/2012, p. 10-12). Os motivos declarados para o feito foram a aprovação da 1ª Revisão de Projeto em Fase de Obras (RPFO), o atraso das liberações das Licenças Ambientais, as desapropriações e as ocorrências de dias chuvosos e impraticáveis (evidência 1 – relatório do SUPRA, p. 3). 47. Em consulta aos relatórios da supervisora sobre o empreendimento, identificam-se os seguintes registros com possível impacto na gestão do prazo contratual (evidência 9 – Relatórios/2015, p. 19 e 43): a) maio/2015: a construtora paralisou os serviços de CBUQ, pois o reajustamento apresentado pelo DNIT seria incompatível com os valores praticados no mercado; e b) dezembro/2015: o DNIT solicitou (Of. 247/2015 – DNIT) que a Construtora retomasse o ritmo de execução dos serviços de duplicação em consonância com o cronograma vigente, alertando que, caso não fossem retomadas as atividades ou apresentadas as justificativas, poderiam ser aplicadas as penalidades previstas em contrato. 48. Com idêntica motivação da dilação anterior, novamente em 17/3/2016, foi assinado aditivo prorrogando o prazo do contrato por mais 300 dias, por conseguinte o termo contratual foi diferido de 20/3/2016 para 14/1/2017 (evidência 4 – termos aditivos ao Contrato 464/2012, p, 13-15). Nesse ínterim, em 14/7/2016, foi aprovada a 2ª Revisão de Projeto em Fase de Obras com reflexo financeiro e inclusão de preços novos e adequação de quantitativos, passando o valor contratual para R$ 112.867.178,48 (ref.: set. /2009) (evidência 4 – termos aditivos ao Contrato 464/2012, p. 16-18). 49. Nova prorrogação de prazo por mais 180 dias consecutivos, foi formalizada em 12/1/2017, transferindo-se a data de término do contrato de 14/1/2017 para 13/7/2017, em decorrência da aprovação da 2ª RPFO, do atraso das liberações das Licenças Ambientais, das desapropriações e de ocorrências de dias chuvosos e impraticáveis (evidência 4 – termos aditivos ao Contrato 464/2012, p. 22-24). 50. Consoante os registros do SUPRA (evidência 1 – relatório do SUPRA, p. 3), em 7/7/2017, a Construtora solicitou ao DNIT, com urgência, a nova revisão de projeto bem como a prorrogação do prazo contratual até a aprovação da aludida revisão de maneira a viabilizar conclusão do contrato. Desta forma, a ordem de paralisação foi emitida em 12/7/2017, pelo DNIT, tendo em vista o encerramento do contrato em 13/7/2017 (evidência 4 – termos aditivos ao Contrato 464/2012, p. 26-28). 51. Sem que houvesse a aprovação da 3ª RPFO, na data recente de 1º/3/2019, foi emitida ordem de reinício e o prazo contratual prorrogado, desta vez por 360 dias, de sorte que o término do contrato 12 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil está previsto para 25/2/2020 (evidência 1 – relatório do SUPRA, p. 3). Assim, na ausência de novos atrasos a obra restará concluída em, aproximadamente, com cinco anos e sete meses de atraso em relação à data inicialmente prevista para seu término. Tabela 2- Resumo de aditivos de prazo – Contrato 464/2012 Termo aditivo (TA) Dias aditados/ Nova data de Medição - data suspensos vigência acumulada 1º TA - 20/7/2012 24 29/7/2014 0,00% 3º TA - 18/07/2014 300 25/5/2015 49,20% 4º TA - 13/5/2015 300 20/3/2016 67,24% 5º TA - 17/3/2016 300 14/1/2017 71,31% 7º TA - 12/1/2017 180 13/7/2017 77,25% 8º TA - 12/7/2017 597 13/7/2017 78,50% 9º TA - 1/3/2019 360 25/2/2020 78,50% TOTAL 2061 – – Fonte: Elaboração própria com dados obtidos do SIAC, SUPRA e TA fornecidos pelo DNIT 52. Até jun./2019, o percentual executado alcançou 78,56%. Assim, no período aproximado de cinco anos, desde jul./2014, foram realizados serviços correspondentes a apenas 29,93% do valor do contrato (78,56%-49,20%=29,36%). 53. Assim supondo-se que o prazo inicial estava correto, não se pode admitir uma prorrogação de mais de cinco anos para a conclusão das obras, mesmo ao se considerar as aventadas questões ambientais. Tal atraso é atribuído pelo DNIT a diversas questões, conforme relatado neste achado, sem, no entanto, individualizar períodos com os motivos correspondentes, detalhando se o atraso contemplou o trecho todo, ou partes, situação em que se poderia realocar frentes de serviço. Igualmente, deixou-se de identificar as respectivas responsabilidades. 54. A despeito do interregno de sete anos, contados da ordem de inícios dos serviços do contrato até a realização da vistoria in loco no referido lote, nenhuma parcela da obra foi disponibilizada para utilização até o presente momento, caracterizando, destarte, inobservância dos princípios da Eficiência e da Economicidade referidos nos artigos 37 e 70 da Constituição Federal. 55. Importa frisar que tal atraso não se limita e este contrato, mas estende-se aos demais (oito) que fazem parte do empreendimento de duplicação e melhorias na BR-116/RS. III.1.4 Conclusão e proposta de encaminhamento 56. A delonga na entrega do empreendimento traz consigo situação antieconômica na execução do contrato. Sob a ótica dos usuários, foram aplicados significativos recursos financeiros que, após sete anos da ordem de início dos serviços, não geraram, sequer parcialmente, os benefícios esperados da duplicação da rodovia. Tal fato implica elevado custo de oportunidade, pois, no cenário de escassez de recursos, outras demandas poderiam ter sido atendidas. 57. Ocorre que os motivos para as sucessivas paralisações não se encontram devidamente justificados nos relatórios e nos termos aditivos acessados pela equipe de auditoria. Falou-se muito acerca dos atrasos na emissão das licenças ambientais, porém não estão especificadas quais são essas licenças, a que etapas ou locais se referem e, muito menos, quem deu causa a tais atrasos. Além disso, a 2ª RPFO figurou como motivo em duas das diversas prorrogações do prazo contratual sem que fosse apontada responsabilidade por tal demora. Também não foi constatado qualquer registro de apuração de responsabilidade pela paralisação ou redução do ritmo dos trabalhos. 58. Nesse cenário, avalia-se que os motivos ensejadores das sucessivas prorrogações de prazo na execução do Contrato 464/2012 não estão suficientemente delimitados nos 3º, 4º, 5º, 7º, 8º e 9º Termos Aditivos, por isso entende-se mais prudente, antes da propositura de audiências, que se chame o DNIT e a contratada em oitiva para esclarecer os fatos, de forma fundamentada e documentada e, se 13 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil for o caso, então se promover as devidas audiências, com propriedade. 59. Diante do exposto, a proposta de encaminhamento é, com fundamento no inc. V do art. 250 do RI/ TCU, promover a oitiva do DNIT e da empresa SBS Engenharia e Construções Ltda. acerca dos motivos que resultaram no atraso demasiado em relação à data inicialmente prevista para a execução do Contrato 464/2012 – Lote 8, uma vez que foram afrontados os princípios da eficiência e da economicidade dispostos nos artigos 37 e 70 da CF/1988. IV. Análise dos comentários dos gestores 60. Por não conter achados de alta complexidade ou de grande impacto, considerou-se desnecessário o envio do relatório preliminar para comentários dos gestores. Tal análise encontra amparo no item 145 das Normas de Auditoria do Tribunal de Contas da União - NAT (Anexo Único da Portaria- TCU 168, de 30 de junho de 2011). V. Conclusão 61. A fiscalização foi estruturada com a finalidade de responder três questões de auditoria. 62. A primeira questão remete à compatibilidade dos preços contratados aos preços mercado. Para tanto, com a utilização do Sistema de Análise de Orçamento (SAO), foram analisados os preços de 40 itens, que representam 80,30% do orçamento, e o resultado apurado foi um desconto 0,49% (evidência 5 – relatório do SAO – contrato). Tabela 3 – Resumo análise do contrato Item Expressão Valor Total (R$) Orçamento (Curva ABC) [A] R$ 93.461.371,25 Amostra - Orçamento [B] R$ 75.052.142,49 Amostra – Referência [C] R$ 75.508.537,02 Representatividade da Amostra [B]/[A] 80,30% Sobrepreço/Subpreço [D]=[B]-[C] R$ -456.394,53 Orçamento referencial [E]=[A]-[D] R$ 93.917.765,78 Sobrepreço em relação à Amostra [D]/[C] -0,60% Sobrepreço em relação ao Total [D]/[E] -0,49% Fonte: elaboração própria no Sistema de Análise de Orçamento 63. A segunda questão buscou avaliar se o equilíbrio econômico-financeiro do contrato foi alterado desfavoravelmente à Administração após os aditivos decorrentes da 1ª e da 2ª Revisão de Projeto em Fase Obras (RPFO). 64. Em relação ao aditivo da 1ª RPFO, tal como na primeira questão, por meio do SAO, foram avaliados os preços de 49 itens, que representam 80,12% do valor do orçamento após aditivo, e o resultado apurado foi um desconto 1,25% (evidência 6 – relatório do SAO – 1ª RPFO). Tabela 4 – Resumo análise do aditivo da 1ª RPFO Item Expressão Valor Total (R$) Orçamento (Curva ABC) [A] R$ 114.175.209,38 Amostra - Orçamento [B] R$ 91.479.952,38 Amostra – Referência [C] R$ 92.921.947,695 Representatividade da Amostra [B]/[A] 80,12% Sobrepreço/Subpreço [D]=[B]-[C] R$ -1.441.995,31 Orçamento referencial [E]=[A]-[D] R$ 15.617.204,69 Sobrepreço em relação à Amostra [D]/[C] -1,55 % Sobrepreço em relação ao Total [D]/[E] -1,25% Fonte: elaboração própria no Sistema de Análise de Orçamento 65. Idêntica análise recaiu sobre os preços atuais do contrato que decorrem da 2ª RPFO. Foram avaliados os preços de 49 itens que representam 80,17% do valor do contrato após aditivos e o resultado 14 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

é um desconto de 2,38% (evidência 7 – relatório do SAO – 2ª RPFO). Tabela 5 – Resumo análise do aditivo da 2ª RPFO Item Expressão Valor Total (R$) Orçamento (Curva ABC) [A] R$ 112.867.178,69 Amostra - Orçamento [B] R$ 90.488.037,87 Amostra – Referência [C] R$ 93.241.484,16 Representatividade da Amostra [B]/[A] 80,17% Sobrepreço/Subpreço [D]=[B]-[C] R$ -2.753.446,29 Orçamento referencial [E]=[A]-[D] R$ 115.620.624,98 Sobrepreço em relação à Amostra [D]/[C] -2,95 % Sobrepreço em relação ao Total [D]/[E] -2,38% Fonte: elaboração própria no Sistema de Análise de Orçamento 66. Assim, tanto os preços inicias do contrato quanto os preços decorrentes dos aditivos estão de acordo com os de mercado. Além disso, os aditivos não alteraram o equilíbrio econômico-financeiro desfavoravelmente à Administração. 67. Tendo em vista que economicidade não se limita a análise de preços, a terceira questão mirou identificar situações antieconômicas relacionadas ao prazo de realização da obra e à qualidade de execução. 68. Quanto ao aspecto de prazo, verificou-se que as obras da BR-116/RS estão consideravelmente atrasadas. Após transcorridos quase sete anos, não foi entregue nenhum trecho concluído. Tal situação implica, além do encarecimento das obras em si, a ausência da entrega de um produto para a sociedade, que representaria não só melhoria de conforto e economia de tempo, mas, principalmente, aumento da segurança para os usuários. (Item III.1). 69. Nesse cenário, o encaminhamento proposto é, com fundamento no inc. V do art. 250 do RI/ TCU, promover a oitiva do DNIT e da empresa SBS Engenharia e Construções Ltda. sobre o atraso nas obras objeto do Contrato 464/2012 – Lote 8, bem como sobre os fatos que ensejaram as sucessivas prorrogações e suspensões de prazo – 3º, 4º, 5º, 7º, 8º e 9º Termos Aditivos, acerca dos motivos que resultaram no atraso demasiado em relação à data inicialmente prevista para a execução do Contrato 464/2012 – Lote 8, uma vez que foram afrontados os princípios da eficiência e da economicidade dispostos no artigo 37 da CF/1988. 70. No que se refere à qualidade, os testes substantivos realizados não detectaram irregularidade (evidência 8 - ensaios). VI. Proposta de encaminhamento 71. Ante todo o exposto, submetem-se os autos à consideração superior, propondo: 71.1. determinar, nos termos do art. 250, inciso V, do Regimento Interno/TCU, a oitiva: 71.1.1. do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte Rodoviário (DNIT) para, no prazo de 15 dias úteis, manifestar-se sobre o atraso nas obras objeto do Contrato 464/2012 – Lote 8, e esclarecer, de forma fundamentada e documentada, os fatos que ensejaram as sucessivas prorrogações e suspensões de prazo (3º, 4º, 5º, 7º, 8º e 9º Termos Aditivos), apontando as respectivas responsabilidades (Item III.1); 71.1.2. da empresa SBS Engenharia e Construções Ltda. (CNPJ 88.348.024/0001-87), na qualidade de executora, para, no prazo de 15 dias úteis, querendo, manifestar-se sobre o atraso nas obras objeto do Contrato 464/2012 – Lote 8, bem como sobre os fatos que ensejaram as sucessivas prorrogações e suspensões de prazo (3º, 4º, 5º, 7º, 8º e 9º Termos Aditivos), pois existe a possibilidade de o Tribunal vir a determinar providências que tenham reflexo no referido contrato em desfavor da contratada, caso não seja apresentada manifestação ou esta não seja acolhida (Item III.1); 15 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

71.2. juntar cópia do Relatório desta auditoria bem como, do Relatório, do Voto e do Acórdão da presente fiscalização aos processos de monitoramento TC 003.063/2012-7 e TC 017.210/2017-8.

SeinfraRodoviaAviação, 23 de setembro de 2019.

16 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

APÊNDICE A - Matriz de Achados

DESCRIÇÃO DO SITUAÇÃO OBJETOS CRITÉRIO EVIDÊNCIA CAUSA EFEITO ENCAMINHAMENTO ACHADO ENCONTRADA IGC - O atraso na Devido a uma série de fatores Contrato - Constituição Evidência 1 - Diversas, por Execução Oitiva execução da obra o Contrato 464/2012 – Duplicação na Federal, art. Relatório de exemplo: a contratual constitui fato assinado em 12/7/2012, Rodovia BR- 37; art. 70 Supervisão limitação no antieconômica e antieconômico e ordem de início em 116/RS (Lote 8) Rodoviária fluxo ineficiente em ineficiente. 16/7/2012, prazo de execução Avançada - orçamentário e razão do atraso no 720 dias, logo término SUPRA / financeiro, o andamento das previsto para 6/7/2014 – até DNIT, folha 3 tempo para as obras junho de 2019, teve medido Evidência 4 - liberações R$ 109.452.785,90 Termos ambientais, a (PI+A+R), equivalente a Aditivos ao necessidade de 78,56% do valor total do Contrato revisão de empreendimento (PI+A+R), e 464/2012 projeto em fase nenhuma parcela da obra foi de obras. entregue ao uso da população. Esse atraso (em torno de cinco anos a época da fiscalização) não se alinha aos princípios da eficiência e da economicidade aludidos nos arts.37 e 70 da CF/1988. Até agora as necessidades que justificaram a obra não foram atendidas e os recursos aplicados representam elevado custo e oportunidade, pois, no cenário de escassez de recursos, outras demandas deixaram de ser atendidas.

17 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

APÊNDICE B - Fotos

Pedreira do Lote 8 – Km 474

18 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

Viaduto travessia urbana de Turuçu – km 483

19 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

Corpo de prova da Camada “ binder” e=10cm (km 474)

Trecho com a camada de base e imprimação (km 487)

20 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

APÊNDICE C - Dados da obra

1. Dados Cadastrais

Obra bloqueada na LOA deste ano: Não

1.1. Execução física, orçamentária e financeira

1.1.1. Execução física

Data de vistoria: 28/05/2019 Percentual executado: 68,26% Data do início da obra: 16/07/2012 Data prevista para conclusão: 18/01/2021 Situação na data da vistoria: Em andamento Descrição da execução realizada até a data da vistoria: Terraplenagem: 176,98 km; Sub-base: 148,41 km; Base: 143,97 km; Revestimento: 57,41 km; e OAE concluídas: 9

Observações: Os quantitativos indicados na descrição resultam dos somatórios dos serviços executados em cada um dos nove lotes da Duplicação da BR-116/RS. Percentual executado é média aritmética dos noves lotes. A data de conclusão é do Lote 6, o último a ser concluído, segundo a previsão atual.

1.1.2. Execução orçamentária e financeira

Valor estimado para conclusão: R$ 39.909.222,08 Valor estimado global da obra: R$ 112.902.044,17 Data base da estimativa: 01/09/2009

Funcional programática: 26.782.2087.7L04.0043/2019 - Adequação de Trecho Rodoviário - Porto Alegre - Pelotas - na BR-116/RS No Estado do Rio Grande do Sul

Origem Ano Lei Valores Valores Pagamento de Percentual Orçamentária empenhados liquidados despesas execução financeira União 2019 101.113.236,00 62.922.587,00 16.896.380,00 16.399.042,00 16,22% União 2018 42.756.825,00 38.750.000,00 19.500.000,00 15.350.000,00 35,90% União 2017 61.053.000,00 59.076.400,00 20.061.906,00 18.408.576,00 30,15% União 2016 47.940.074,00 9.488.916,00 7.579.972,00 7.084.603,00 14,78% União 2015 180.000.000,00 134.415.954,00 68.660.015,00 30.924.023,00 17,18% União 2014 467.369.930,00 451.950.000,00 256.921.963,00 215.636.771,00 46,14% União 2013 363.000.000,00 363.000.000,00 130.141.009,00 124.955.528,00 34,42% União 2012 292.480.000,00 292.480.000,00 40.033.975,00 40.030.399,00 13,69% Valores em reais Observações:

1.2. Contratos principais

Nº contrato: 464/2012 Objeto do contrato: Execução dos serviços necessários a execução das Obras de Melhorias de Capacidade, incluindo Duplicação na Rodovia BR-116/RS, Trecho: Div. SC/RS (Rio Pelotas) – Jaguarão (Front. Brasil/Uruguai) Subtrecho: Entr. RS-354 (p/) – Acesso a Pelotas; Segmento: Km. 470,10 ao Km. 489,00; Extensão: Km. 18,90. Data da assinatura: 12/07/2012 Mod. licitação: Concorrência SIASG: 393003-464-464 Código interno do SIASG: 464 CNPJ contratada: 88.348.024/0001-87 Razão social: Sbs - Engenharia e Construções Ltda. 21 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

CNPJ contratante: 04.892.707/0001-00 Razão social: Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

Situação inicial Situação atual Vigência: 16/07/2012 a 05/07/2014 Vigência: 16/07/2012 a 25/02/2020 Valor: R$ 93.461.371,25 Valor: R$ 112.867.178,48 Data-base: 01/09/2009 Data-base: 01/09/2009 Volume de serviço: 19 km Volume de serviço: 19 km Custo unitário: R$ 4.919.019,53 Custo unitário: R$ 5.940.377,81 BDI: 27.84% BDI: 27.84% Nº/Data aditivoAtual: 9 01/03/2019 Situação do contrato: Em andamento.

Alterações do objeto: Revisões de projeto em fase de obras e prorrogações de prazo

Observações:

Execução física e financeira: Data da coleta de dados / vistoria: 28/05/2019 Situação: Em andamento Percentual de execução física: 79,11% Descrição da execução realizada até a data da vistoria:

Valores medidos: R$ 89.284.001,84 Valores pagos: R$ 89.284.001,84 Percentual de execução financeira: 79,11% Observações acerca da execução física e financeira do contrato: .Conforme informação obtida no Supra, a Construtora apresentou suas dificuldades solicitando ao DNIT que aprove urgentemente a sua Revisão de Projeto antes do término do contrato. Dentro deste documento, a construtora solicitou prorrogação de prazo obrigatoriamente acompanhado a aprovação da 3ª Revisão de Projeto, podendo desta forma concluir todos os serviços necessários para a conclusão do contrato. Sendo assim, a paralisação foi emitida em 12/07/2017, pelo Dnit, tendo em vista o encerramento do contrato em 13/07/2017, para que o processo de análise da Revisão proposta seja concluída. O Contrato 00464/2012 teve ordem de início em 16/07/2012 e sofreu paralisação em 20/07/2012 devido a não emissão, pelo órgão ambiental, da Licença de Instalação, tendo recebido ordem de reinicio das atividades em 13/08/2012, restituindo o saldo de 716 dias consecutivos e transferindo a data de término do contrato para 29 de julho de 2014. Serviços executados: Terraplenagem: Limpeza e desmatamento área da travessia urbana de Turuçu Escavação de solo inadequado no Ramo A-Viaduto de Turuçu. Drenagem: Execução de dreno longitudinal no km 483+013 ao 483+020 e km 483+170 ao 483+215; Execução de dreno profundo km 0+168 ao 0+240 Ramo A-Viaduto Turuçu. Obras complementares: Execução de revestimento em lajes de concreto entre viadutos de Turuçu: entre km 483+020 ao 483+215. Outros serviços: Manutenção de caminhos de serviços no acesso à jazida alternativa e atendimento ambiental. Avanço físico: - Desmatamento = 18,90 km - Terraplenagem = 14,05 km - Sub-base = 14,05 km - Base = 13,49 km Atividades críticas: - Travessia Urbana de Turuçu - Rua Lateral Direita - Est. 58b, de propriedade de Mario Zanol, Cleia Maria Zanol, Ronei Angelo Zanol do km 483+211,04 ao km 483+374,53 : Participou do 2º mutirão de conciliação e não fechou acordo, sendo encaminhado para perícia judicial (processo em andamento na justiça federal). Cabe salientar que em nenhum dos três lotes de obra estão previstos reassentamentos. Com relação a DUP, conforme informações do programa Supra, este venceu em agosto de 2016, mas ressalva-se que todos os processos foram devidamente ajuizados antes do vencimento do Decreto. O seguro garantia deste contrato de supervisão encontra-se em conformidade, com vigência até 15 de maio de 2019. - Remanejamento de Redes = 100,00% Obras de arte especiais 3 pontes: - Ponte sobre o Arroio Viúva Tereza: 97% da superestrutura e 50 % do acabamento. - Ponte sobre o Arroio Passo das Pedras: 97% da superestrutura e 50% do acabamento. - Ponte sobre o Arroio Grande: concluída. 1 viaduto: Na BR-116 acesso Turuçu: concluído.

1.3. Histórico de fiscalizações

A classe da irregularidade listada é referente àquela vigente em 30 de novembro do ano da fiscalização. 22 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

2016 2017 2018 Obra já fiscalizada pelo TCU (no âmbito do Fiscobras)? Não Não Não Foram observados indícios de irregularidades graves? Não Não Não

2. Deliberações do TCU

A listagem poderá conter deliberações de processos já encerrados.

Processo de interesse (deliberações até a data de início da auditoria)

Processo Deliberação Data 003.063/2012-7 Despacho do Min. Walton Alencar 28/10/2012 Rodrigues 003.063/2012-7 AC-93-3/2013-PL 30/01/2013 003.063/2012-7 AC-631-10/2013-PL 27/03/2013 003.063/2012-7 AC-1565-23/2013-PL 26/06/2013 003.063/2012-7 AC-1845-30/2015-PL 29/07/2015 003.063/2012-7 Despacho do Min. Benjamin Zymler 13/04/2016 017.210/2017-8 Despacho do Min. Walton Alencar 05/10/2017 Rodrigues 003.063/2012-7 AC-2082-34/2018-PL 05/09/2018

Processo de interesse (deliberações após a data de início da auditoria)

Não há deliberações até a emissão desse relatório.

APÊNDICE D - Achados reclassificados após a conclusão da fiscalização

1. Achados desta fiscalização

1.1. Não há.

2. Achados de outras fiscalizações

2.1. Não há.

23 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

APÊNDICE E - Despachos

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

Processo: 008.067/2019-8 Fiscalização: 79/2019 Objetivo: fiscalizar as obras de Adequação De Trecho Rodoviário - Porto Alegre - Pelotas - na BR-116/RS - Lote 8

DESPACHO

De acordo com as propostas de encaminhamento da equipe de auditoria.

Em 25 de setembro de 2019. Encaminhe-se ao secretário.

24 TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria-Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO Secretaria Geral de Controle Externo Secretaria de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil

Processo: 008.067/2019-8 Fiscalização: 79/2019 Objetivo: fiscalizar as obras de Adequação De Trecho Rodoviário - Porto Alegre - Pelotas - na BR-116/RS - Lote 8

DESPACHO

Como não há achados de alta complexidade ou de grande impacto, não há necessidade de envio do relatório preliminar para comentários dos gestores.

De acordo

Em 30 de setembro de 2019. Encaminhe-se ao Gab. do Min. Walton Alencar Rodrigues.

______Luiz Fernando Ururahy de Souza Secretário de Fiscalização de Infraestrutura Rodoviária e de Aviação Civil