Valor Econômico 29/08/17 BRASIL

Congresso receberá medidas de corte de gasto até amanhã

Por Edna Simão | De Brasília que, no caso, do congelamento dos salários dos servidores, a medida já foi encaminhada para Casa Civil. No O governo vai encaminhar até caso da reestruturação de carreiras, quarta-feira ao Congresso Nacional a proposta ainda está sendo todas as medidas anunciadas para trabalhada no Ministério do contenção de gastos, porque os seus Planejamento. "A reestruturação das efeitos serão considerados na carreiras será enviada ao Congresso elaboração do proposta nas semanas seguintes", informou orçamentária de 2018, que precisa oficialmente o ministério. ser enviada aos parlamentares até o fim do mês. Além disso, será encaminhada a redução de ajuda de custo para No dia 15, a equipe econômica servidores que são transferidos para anunciou um aumento da meta de outros Estados e definição de primário do governo central que será critérios mais restritivos para de R$ 159 bilhões em 2017 e 2018. liberação do auxílio-moradia. Além disso, anunciou uma série de Também será enviado até o fim do medidas para reduzir as despesas e mês o aumento da alíquota de melhorar as receitas do governo. contribuição previdenciária dos servidores públicos de 11% para Até amanhã, segundo 14%. informações divulgadas pelo Ministério do Planejamento, serão A decisão de enviar as medidas enviados os "instrumentos de por projeto de lei ou medida alteração legal" para o adiamento por provisória é do presidente Michel um ano do reajuste dos servidores Temer. Sobre o teto de remuneração públicos; cancelamento do aumento dos servidores públicos, a ideia do de cargos em comissão, funções de governo, por enquanto, é apoiar um confiança, gratificações e funções projeto que já está em tramitação no comissionadas. Somente o Congresso Nacional. adiamento do aumento do funcionalismo federal vai gerar uma A ideia é fazer um "pacote", ou economia de R$ 5,1 bilhões em seja, encaminhar até amanhã todas 2018. as medidas - seja de redução de gasto como também para aumento Uma fonte informou ao Valor de receitas. Valor Econômico 29/08/17 POLÍTICA

Réus no STF, Gleisi e Paulo Bernardo negam ter cometido corrupção Por Luísa Martins | De Brasília opinião pública, o que é um erro. demonstrar que a acusação não é Tenho que ser julgada pelo devido verdadeira, que não tem elementos A senadora Gleisi Hoffmann (PT- processo legal", criticou a para se sustentar", afirmou. PR) e seu marido, o ex-ministro parlamentar. Paulo Bernardo, prestaram Gleisi e Paulo Bernardo viraram depoimento, ontem, no Supremo De acordo com as investigações, réus em fevereiro, quando o STF Tribunal Federal (STF), e negaram Paulo Bernardo, na condição de recebeu denúncia do MPF, oferecida terem sido beneficiados do esquema ministro do Planejamento do governo com base nas delações premiadas de de corrupção da Petrobras , pediu R$ 1 milhão Costa e Youssef. investigado pela Operação Lava- para o então diretor da Petrobras Jato. Eles são réus perante a Corte Paulo Roberto Costa com o objetivo O ex-presidente Lula também em um processo que apura se a de financiar a campanha eleitoral de prestou depoimento no âmbito desse campanha da petista ao Senado, em Gleisi. Em troca, o petista garantiria processo. Na condição de 2010, foi financiada com dinheiro a manutenção de Costa no cargo. O testemunha de defesa, negou que a ilegal. dinheiro teria sido operado pelo senadora e o marido tivessem doleiro Alberto Youssef. influência na indicação de cargos à Presidente do partido, Gleisi Petrobras. voltou a dizer a acusação não Na audiência de ontem, Paulo demonstra que ela tenha praticado Bernardo disse que nunca pediu A ação penal, uma das mais irregularidades. "Estou há três anos dinheiro a Costa ou participou de adiantadas da Lava-Jato, agora parte apanhando nesse processo e não há reuniões particulares com o para as alegações finais das partes provas de que eu tenha cometido empresário. "Eu o encontrava apenas (Gleisi, Paulo Bernardo e MP). ilícitos ou crimes. Estou sendo em reuniões de trabalho no Palácio Cumprida essa fase, o caso deve ir condenada antecipadamente", do Planalto. Ele nunca me pediu a julgamento pela Segunda Turma da declarou a petista a jornalistas na apoio para ser diretor da Petrobras Corte - o colegiado deve decidir saída do depoimento, prestado a um e eu também nunca movi uma palha sobre a condenação ou absolvição juiz auxiliar do ministro Edson para isso", disse aos repórteres. dos réus. Votam, além de Fachin, os Fachin, relator do caso no Supremo. ministros Dias Toffoli, Ricardo Ao contrário da mulher, que se Lewandowski, Gilmar Mendes e Ela afirmou, ainda, que o disse "vítima de perseguição política", Celso de Mello. Ministério Público Federal (MPF) os o ex-ministro dos governos de Luiz denunciou com o único propósito de Inácio Lula da Silva e Dilma afirmou A expectativa é de que o atender aos apelos da sociedade. que prefere "não fazer esse juízo". julgamento ocorra ainda neste ano. "Tem um alto grau de politização e "Acho que [a denúncia] se trata de Gleisi ainda é alvo de outros dois muita influência do Judiciário pela um equívoco. Estou procurando inquéritos na Corte. Valor Econômico 29/08/17 POLÍTICA

Relator rejeita emendas ao projeto que muda metas fiscais Por Ribamar Oliveira, Cristiane do projeto de mudanças das metas evitando-se aumento de impostos", Bonfanti e Bruno Peres | De Brasília pelo Congresso. disse.

O projeto eleva a meta de déficit Em seu parecer, o deputado primário do governo central Marcus Pestana diz que a mudança (Tesouro, Previdência e Banco das metas "é necessária diante do Central) de R$ 139 bilhões para R$ cenário fiscal adverso por que passa 159 bilhões em 2017 e de R$ 129 o país". Ele observa que "as bilhões para R$ 159 bilhões em perspectivas para as finanças do 2018. A aprovação do projeto é governo central no mais curto prazo indispensável para que o governo são desanimadoras" e que a baixa consiga elaborar a proposta atividade econômica vem orçamentária para 2018, já com prejudicando a arrecadação desde Pestana: para relator, mudança é base na nova meta fiscal. O prazo 2012. Por causa disso, o governo necessária diante do "cenário fiscal constitucional para que o governo está cada vez mais dependente da adverso" e por conta de perspectivas envie a proposta orçamentária ao facilitação do pagamento de valores desanimadoras para as finanças do Congresso é 31 de agosto. em atraso e de receitas patrimoniais governo. ou extraordinárias. O ministro da Fazenda, Henrique O relator do projeto de lei que Meirelles, disse ontem que, se não O relator disse que a revisão dos muda as metas fiscais para 2017 e for aprovada a proposta de revisão parâmetros econômicos de 2017 2018, deputado Marcus Pestana das metas fiscais, a equipe (menores crescimento, inflação, taxa (PSDB-MG), rejeitou todas as 67 econômica terá de trabalhar com de juros e taxa de câmbio) explica emendas que foram apresentadas restrições "muito severas de parte importante da queda de pelos parlamentares e manteve a despesas" em relação ao Orçamento arrecadação neste ano. No parecer, integra da proposta encaminhada e "talvez com outras medidas na área Pestana chama a atenção para a pelo governo. da receita". frustração superior a R$ 14 bilhões em 2017 na previsão da receita, O parecer de Pestana, favorável Meirelles ressaltou que a equipe depois da divulgação do relatório de ao projeto, foi divulgado ontem e econômica anunciou um Orçamento avaliação de receitas e despesas deverá ser votado hoje pela "realista e factível" e que será relativo ao terceiro bimestre, ocorrida Comissão Mista de Orçamento do cumprido. "Propusemos um no dia 22 de julho e que serviu de Congresso Nacional (CMO). No Orçamento que permitirá melhor base para a mudança das metas. mesmo dia, está prevista a votação funcionamento da máquina pública e O GLOBO 29/08/17 MERVAL PEREIRA

Pactos e pactos

No dia 25 de agosto de 1992, servi-los em hora difícil e em apropriados, “sem pôr em risco, em portanto, há 25 anos, alguns dos circunstâncias adversas”. A decisão nenhum momento, os interesses ministros do governo do então lembra a atitude tomada maiores e as necessidades presentes presidente Fernando Collor, entre recentemente pelo PSDB na da nação brasileira”. eles Marcílio Marques Moreira reafirmação do apoio às reformas (Economia, Fazenda e estruturais, com a permanência de Ele conta ainda que, depois do Planejamento), Celso Lafer seus ministros no governo Temer, desfecho do processo de (Relações Exteriores), Célio Borja mas com uma diferença fundamental. impeachment, ouviu do ministro da (Justiça) e Jorge Bornhausen Economia Marcílio Marques (Governo), emitiram comunicado em Naquela ocasião, os ministros de Moreira o relato de viagem que defesa da governabilidade, Collor assumiram uma posição acabara de fazer a Washington, onde comprometendo-se a permanecer inequívoca, que foi compreendida colhera “frases de admiração pelo em seus cargos até o fim do eventual pelo próprio presidente Fernando fato de uma democracia emergente, processo de impeachment. Collor, que, como muito bem lembra como era a brasileira, ter conseguido Pedro Luís Rodrigues, poderia não conduzir uma séria crise política de Com o título “Um pacto de aceitar a atitude de seus ministros. forma absolutamente constitucional, governabilidade bem-sucedido”, o sem que a economia tivesse sofrido diplomata e jornalista Pedro Luís Já o PSDB debateu-se durante abalos extraordinários, sem que as Rodrigues, que exercera a função de meses em crise interna que chegou a reservas internacionais precisassem secretário de Imprensa do Palácio ser a mais grave dos últimos tempos ser tocadas, sem o colapso das do Planalto até poucos dias antes dentro do partido, pois se dividiu bolsas”. dessa data, fez um relato daqueles entre os que queriam a saída de momentos no blog Diário do Poder. Temer — quase metade da bancada A diferença de clima político votou a favor do prosseguimento do também ajudou muito. Há 25 anos, O significado político daquela processo — e os que viam na havia quase uma unanimidade a favor decisão, relembra , “era o de manutenção dos ministros tucanos do impeachment do presidente assegurar aos públicos interno e uma maneira de garantir a Collor, e a demissão maciça do externo que a esperada continuidade do programa de Ministério não influiria no resultado intensificação das tensões políticas reformas estruturais do país. final e nem a permanência foi nos meses seguintes não abalaria, em considerada uma prova de força do seus fundamentos essenciais, a Como lembra Pedro Luís presidente da República. gestão dos assuntos do Estado Rodrigues, “estando o bem comum brasileiro”. acima dos partidos, dos interesses Os ministros, em sua maioria, não eleitorais e corporativos, das faziam parte de partidos políticos, No comunicado os ministros rivalidades políticas e de facção, de integravam o que se chamou de observaram que, “seguros da antipatias políticas e pessoais, os “Ministério de notáveis”, uma última honradez de suas vidas”, não temiam signatários manifestaram sua tentativa de Collor de manter-se no a ameaça de perderem o respeito de confiança de que a crise seria poder montando um Ministério pelos seus concidadãos, “exatamente por resolvida nos foros constitucionais critérios meritocráticos, e não políticos. 29/08/17

Na nossa experiência atual, vemos ministros de diversos partidos, inclusive do PSDB, negociando diretamente com o Congresso a favor do presidente Temer, e vários deles retornando a seus mandatos na Câmara para votar pela permanência do presidente. Provavelmente essa relação direta entre os partidos e o presidente da República foi o que faltou a Collor, e sobrou a Temer.

O que não quer dizer que esta tenha sido uma solução melhor para o país do que a de 25 anos atrás. A diferença é que, naquela ocasião, “os ministros consideravam seu dever prosseguir trabalhando, com serenidade, para assegurar a indispensável continuidade da administração pública, da atividade privada e da tranquilidade dos cidadãos.” Sem interferir na atuação do Congresso. O GLOBO 29/08/17 ECONOMIA

Proposta orçamentária de 2018 pode ter receitas infladas Se Congresso não aprovar Segundo técnicos da área PIB: "CRESCIMENTO mudanças, governo terá de fazer econômica, depois de aprovada a BAIXO" "restrições severas de despesas", diz revisão das metas, o texto seria Meirelles ajustado para estimativas mais Meirelles estimou, ainda, que o realistas. Eles explicam que, como o resultado do PIB, que será divulgado Martha Beck, Manoel Ventura, governo tem pouca margem para pelo IBGE na sexta-feira, deve Letícia Fernandes e Eduardo rever projeções de arrecadação de mostrar um crescimento baixo da Barretto impostos e contribuições federais economia brasileira ou mesmo (calculadas com base em parâmetros "próximo do equilíbrio. -Brasília- Diante da dificuldade como crescimento do Produto de aprovar a revisão das metas Interno Bruto e inflação) e de Já o ministro da Casa Civil, Eliseu fiscais no Congresso ainda esta despesas (a maior parte é composta Padilha, negou que eventual nova semana, a equipe econômica pode por gastos obrigatórios), a saída denúncia contra o presidente Michel acabar apresentando o projeto de normalmente é inflar as projeções Temer possa atingir a reforma da lei orçamentária (Ploa) de 2018 com com recursos extraordinários de Previdência e os demais índices receitas infladas. Por lei, a proposta concessões e vendas de ativos. econômicos. Numa fala otimista, o tem de ser apresentada até dia 31 ministro disse que questões políticas deste mês e ser compatível com o Ontem, o ministro da Fazenda, estão "absolutamente desvinculadas compromisso fiscal em vigor, hoje um , disse que o da economia. Padilha afirmou déficit primário de R$ 129 bilhões. governo espera aprovar as novas também que, junto com Meirelles, metas "o mais rápido possível"! conversará com deputados para Embora o governo já tenha Segundo ele, se o Congresso não construir um texto consensual. proposto aumentar o rombo para R$ aprovar, o governo precisará fazer 159 bilhões, o Ploa só poderá ser "restrições severas de despesas ou Já Temer pediu que os ministros ajustado a essa meta após receber adotar outras medidas para aumentar concentrem esforços e conversem sinal verde do Legislativo. Como a as receitas: — O Orçamento será com deputados de seus partidos para oposição promete dificultar a enviado na data prevista pela lei. A aprovar o aumento das metas fiscais, votação da mudança das metas de meta está sendo discutida. Nós a TLP e o novo Refis. E disse que 2017 e 2018 (o governo também esperamos que seja aprovada o mais não abandonará a mudança da quer aumentar o rombo deste ano rápido possível. Mas vamos supor Previdência: — Não vamos de R$ 139 bilhões para R$ 159 que não seja aprovada a revisão da abandonar a reforma da Previdência. bilhões), é provável que o meta, vamos ter que trabalhar com Orçamento de 2018 tenha de vir restrições muito severas de despesas Colaboraram Cristiane Jungblute com projeção de receitas mais e talvez outras medidas na área das Bárbara Nascimento otimista. receitas. FOLHA DE SÃO PAULO 29/08/17 MERCADO

De olho em R$ 50 bi, governo pode conceder áreas de petróleo

JULIO WIZIACK União decidiu autorizar a estatal a contas devido à variação drástica do MARIANA CARNEIRO explorar diversos blocos no pré-sal, preço do petróleo desde 2010. DE BRASÍLIA limitando-se a 5 bilhões de barris de óleo e gás por ano e assumindo As duas partes estão perto de um Para fazer caixa, o governo custos e riscos de produção –modelo entendimento. estuda conceder para a iniciativa conhecido como cessão onerosa. privada o direito de exploração de PRIVATIZAÇÃO até 7 bilhões de barris de petróleo e Mas, diante da reestruturação por gás em blocos vizinhos àqueles hoje que passa a Petrobras, dificilmente As conversas sobre o modelo de em produção pela Petrobras. haverá uma renegociação do venda da participação da União na contrato. Por isso, a equipe Eletrobras também avançaram. A medida deverá trazer mais R$ econômica e os técnicos de Minas e Neste momento, está em avaliação 50 bilhões ao caixa da União no Energia trabalham em um novo a forma como seria feita a operação próximo ano. A equipe econômica e modelo de concessão para blocos financeira que levará à diluição da o Ministério de Minas e Energia vizinhos àqueles já em exploração. participação federal na estatal e como preveem que a decisão seja tomada São eles: Franco, Florim, Nordeste suas ações serão convertidas em uma com a privatização da Eletrobras, de Tupi, Sul de Tupi, Sul de Guará, "super-ação", que dará poderes de que deve movimentar R$ 13 bilhões. Entorno de Iara e Peroba. veto em assuntos estratégicos.

As duas iniciativas estão entre as Segundo técnicos do Ministério Outra questão a ser superada é principais apostas do governo para de Minas e Energia, nessa área já está jurídica. A lei que criou a Eletrobras cumprir a meta de deficit de R$ 159 comprovado que existe muito mais como estatal determina que a União bilhões do próximo ano. Nenhuma petróleo do que se imaginava. Por acompanhe qualquer movimento de delas está prevista no Orçamento e, isso, o governo agora quer liberar a capitalização da companhia. Mas a segundo técnicos que participam dos exploração. lei que define o programa de estudos, existem outras em análise. desestatização afirma o contrário. A Não está completamente AGU (Advocacia-Geral da União) Inicialmente, o governo pensou descartada a revisão do contrato de está estudando o caso e ainda não em ampliar o contrato firmado em cessão onerosa. Isso porque, União se posicionou. 2010 com a Petrobras. Por ele, a e Petrobras discutem o acerto de FOLHA DE SÃO PAULO 29/08/17 MERCADO

PIB crescerá 'ao redor de 3%' em 2018, diz Meirelles O ESTADO DE S. PAULO 29/08/17 ECONOMIA

Entrevista : Paulo Caffarelli, presidente do Banco do Brasil BB vai liberar até R$ 50 bi para concessões

Segundo presidente do banco, Eles falaram que só voltariam novo modelo de financiamento se acabasse com o empréstimo- para infraestrutura vai destravar ponte. Além disso, fizemos (o projetos governo) outras alterações: mudamos o prazo do edital, Murilo Rodrigues Alves e demos um prazo maior para que Adriana Fernandes / Brasília as empresas possam analisar o processo. O leilão vai acontecer Uma semana depois do anúncio num prazo mais definido. O do novo programa de contrato começa a correr a partir privatizações do governo Michel do momento em que a emissão Temer, que incluiu Eletrobrás e das debêntures (títulos de crédito outras estatais, o presidente do emitidos por empresas para Banco do Brasil, Paulo Caffarelli, captar recursos) começarem a disse ao Estadão/Broadcast que o O Banco do Brasil fez um gerar o ingresso de recursos para banco analisa liberar até R$ 50 trabalho muito importante, que foi a construção definitiva. Nesse bilhões em crédito para 18 projetos trazer de volta para os período, que é o mais delicado, os de infraestrutura. A avaliação dele financiamentos de infraestrutura os bancos vão dar fiança. Quem vai é que esse setor será o principal bancos privados. Existia um comprar as debêntures? O BNDES, indutor de uma retomada mais descontentamento muito grande o FI-FGTS ou um investidor sólida do crescimento econômico. dos bancos em relação aos externo. Nesse primeiro período, O Banco do Brasil liderou um empréstimos-ponte os bancos vão dar a garantia que, novo desenho de financiamentos (financiamentos que eram se acontecer alguma coisa, para as concessões que agrada contratados num primeiro momento assumem essa responsabilidade. mais ao mercado, diferente do da concessão até que o crédito de Em seguida, os bancos saem da adotado na gestão da ex-presidente longo prazo, cuja análise é mais operação e vão dar fiança para Dilma Rousseff, quando houve demorada, fosse aprovado) que outro projeto. forte concentração no papel do eles fizeram. Se olharmos, ficaram BNDES nos projetos. Como o para trás algumas operações que • O sr. mapeou o interesse dos banco de fomento não honrou foram feitas de empréstimos-ponte bancos nesse modelo? empréstimos de longo prazo que na expectativa de que o BNDES tinham sido acertados, muitos fizesse a operação de longo prazo, Com esse modelo, sim. Vai ser projetos acabaram naufragando. o que não aconteceu. Eu fui bater por meio de um sindicato de Agora, segundo Caffarelli, o setor na porta dos bancos para falar bancos. Não vai ter o BB fazendo deve ter um novo impulso. como a gente desenha um modelo sozinho. Faz um sindicato, o que de financiamento para dura em média quatro ou cinco • O governo anunciou um infraestrutura. anos, e depois sai fora e vai fazer programa vasto de privatizações. com outro. O bom é que, como no De que forma o BB vai entrar • E qual a reação dos bancos? Brasil os bancos ainda não têm nesses financiamentos? funding (fonte de recursos) de 29/08/17 longo prazo, deixa o funding para infraestrutura de R$ 103 bilhões. quem quer investir no longo prazo, Dessa carteira, R$ 85,2 bilhões como o BNDES, o FI-FGTS ou são de recursos próprios. Hoje, investidores institucionais (como estamos analisando 18 projetos, o fundos de pensão). que dá R$ 50 bilhões em investimento. • O mercado olhou a carteira de concessões meio ressabiado... • Esses R$ 50 bilhões são crédito novo? Vão ajudar a dar Tem muita gente que não vai uma movimentada... precisar de financiamento. Virá com recursos próprios. Outros, que Ajuda muito. Eu acredito muito vão precisar de financiamento, que o grande estímulo à retomada terão um desenho com um avanço (da atividade econômica) mais significativo. intensa sejam os processos de infraestrutura. Não tem nenhum • O BB vai emprestar quanto outro segmento que vá mobilizar com recursos próprios? de uma forma tão forte como a retomada dos projetos de Temos uma carteira de infraestrutura. O ESTADO DE S. PAULO 29/08/17 ECONOMIA

Administração federal pode ter ‘apagão’

Dados do Ministério do públicos. em medidas para conter o avanço Planejamento apontam que sem nos gastos obrigatórios, o que reformas, fatia no Orçamento para Em tese, a fatia de despesas que inclui a detecção de fraudes nos gastos não obrigatórios vai cair podem ser cortadas em caso de benefícios e iniciativas para rapidamente necessidade ficará no nível pouco segurar as despesas com a folha superior a 5% em 2020 se não de pessoal e administração Idiana Tomazelli forem bem-sucedidos os esforços pública. Adriana Fernandes / do governo na revisão BRASÍLIA previdenciária e do funcionalismo Foi criado em maio do ano público. Mas, mesmo dentro desse passado o Comitê de O risco de um "apagão" na grupo, há gastos essenciais, como Monitoramento e Avaliação de administração federal deve conta de luz e serviços de Políticas Públicas (CMAP), que crescer nos próximos anos caso o informática, que garantem a reúne Fazenda, Casa Civil, CGU Congresso Nacional demore para operação dos sistemas do governo. e Planejamento, para tentar aprovar a reforma da Previdência implementar soluções de curto e a reestruturação das carreiras de Nessa trajetória, o mais prazo e melhorar o gasto com servidores do Executivo seja provável é que o sufocamento na programas sociais. também adiada. oferta de serviços já percebido neste ano (com a interrupção de Os primeiros resultados já Sem essas mudanças, o espaço emissão de passaportes, por foram sentidos neste ano a partir no Orçamento para gastos não exemplo) se intensifique e afete da reavaliação de benefícios pagos obrigatórios, como investimentos cada vez mais atividades como em auxílio-doença, Bolsa Família, e custeio da administração, cairá atendimento em agências do INSS, Benefício de Prestação Continuada rapidamente de 8,2% este ano para fiscalizações e a manutenção dos (BPC) e Fies, que rendeu o 5,3% em 2020, segundo dados do gastos com militares. "Se com impacto positivo de R$ 5,6 bilhões. Ministério do Planejamento 8,2% já está difícil, imagina com obtidos pelo "Estadão/Broadcast". 5,3%. A avaliação é de que esse número pode crescer ainda mais. A área econômica tem investido Por isso falamos que não há "Todos os programas tiveram na revisão de programas sociais alternativa à reforma da crescimento real do gasto nos para detectar pagamentos Previdência. Isso vai permitir o últimos anos, enquanto passamos indevidos e tentar conter o avanço gerenciamento mais adequado da a ter queda real de receitas. dos gastos obrigatórios, o que já nossa política orçamentária e Identificamos os principais ralos trouxe um impacto positivo de R$ financeira", diz o assessor especial do gasto público e começamos a 5,6 bilhões para este ano. Mas a do Ministério do Planejamento, atacar", diz o secretário executivo avaliação é de que essa agenda Arnaldo Lima Junior. Fraudes. adjunto do Ministério do sozinha não será capaz de evitar Planejamento, Rodrigo Toledo um colapso do Orçamento e, Enquanto a reforma não sai do Cota, um dos fundadores do consequentemente, nos serviços papel, o governo tem trabalhado comitê. 29/08/17

Até agora, a maior fonte de redução de custos para o governo tem sido a revisão dos benefícios pagos em auxílio-doença, com ganho de R$ 2,6 bilhões, segundo o CMAP. O Ministério do Desenvolvimento Social (MDS) prevê uma economia acumulada de R$ 17 bilhões desde o início do pente-fino no ano passado até o fim de 2018, como mostrou o Estadão/Broadcast.

E ainda está no plano a revisão das aposentadorias por invalidez. No caso do Bolsa Família, o governo detectou um gasto indevido de R$ 1,4 bilhão e cancelou esses benefícios, mas a revisão serviu para que esse dinheiro fosse destinado a outras famílias que estavam na fila pela ajuda financeira.

"Para não aumentar carga tributária, que os contribuintes já reclamam tanto, é preciso ter governança adequada dos programas sociais", afirma Lima Junior, atual coordenador do CMAP. "O objetivo é fazer uma avaliação permanente para propor redesenho de políticas e não ter tanta rigidez do gasto." CORREIO BRAZILIENSE 29/08/17 POLÍTICA REPÚBLICA EM TRANSE » Hora de punir os "infiéis"

da cobrança, principalmente, dos partidos do Centrão, o PSDB ficou fora da retaliação, já que o governo espera recuperar o apoio da metade da bancada que votou pelo afastamento de Temer.

A notícia aparece no momento em que o Planalto precisa de apoio em votações estratégicas no Congresso, como a medida provisória do Refis e a revisão da meta fiscal para 2017 e 2018 (veja quadro). E a semana será atípica. Com a ausência de Temer até 6 de setembro, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia Temer passou a segunda-feira reunido com aliados para discutir (DEM-RJ), assume interinamente a a prioridade da pauta de votações no Congresso Presidência da República e, por causa da ausência também do vice- presidente da Casa, Fábio Ramalho Planalto exonera pelo plenário. Com o recado, o (PMDB-MG), quem assumirá os apadrinhados de deputados que presidente embarca na manhã de polêmicos debates em plenário é o votaram a favor da denúncia da hoje para a China, onde participará segundo vice-presidente da Câmara, PGR contra Temer. Demissões já de um encontro com a cúpula do André Fufuca (PP-MA), de 28 somam mais de 140 Brics, bloco que reúne Brasil, Rússia, anos. A expectativa da maioria dos Índia, China e África do Sul (leia mais líderes é que as votações se » NATÁLIA LAMBERT na página 4). concentrem nas medidas provisórias, » ROSANA HESSEL já que a reforma política está longe “É a mensagem que ele está de um consenso. Diante da expectativa de a dando aos rebeldes para eles se Procuradoria-Geral da República comportarem durante a ausência Apesar de já ter criticado enviar ao Supremo Tribunal Federal dele. O exemplo de como o governo anteriormente a demora do governo uma nova denúncia contra o age com quem o trai”, comenta um em exonerar os infiéis, o líder do presidente ainda nesta aliado que prefere não se identificar. PSD, Marcos Montes (MG), semana, o governo começou a De acordo com informações de aplaudiu a decisão de Temer. “É a cumprir o prometido aos aliados e assessores palacianos, são mais de ação de um governo que quer exonerou mais de uma centena de 140 exonerações pensadas e trabalhar com a base aliada. funcionários nos terceiro e quarto calculadas a partir do mapa dos Qualquer governo tem de fazer isso escalões ligados a deputados que votos da primeira denúncia para ter certeza de quem está ao seu votaram a favor da primeira apresentada pelo procurador-geral lado. Não adianta ter uma maioria acusação, enterrada em 2 de agosto da República, Rodrigo Janot. Apesar fictícia, irreal. Quem está ao lado tem 29/08/17 que ser privilegiado. Não é questão com os líderes aliados para tratar das aumentando o deficit das contas de cargo, mas de justiça, de respeitar prioridades da agenda. públicas deste ano em a quem é leal”, comenta Montes, que R$ 20 bilhões, passando a ser R$ deixa claro que buscará no governo Padilha não comentou se há risco 159 bilhões. O deficit da meta fiscal espaços caso algum deputado da de uma nova derrota de Temer no de 2018 também seria ampliado legenda requisite. Congresso durante a viagem, como para o mesmo valor — antes era de ocorreu quando o presidente esteve R$ 129 bilhões. A intenção no Entre os partidos retaliados está na Europa na votação da reforma Planalto é que o Congresso o Solidariedade, em que seis dos 14 trabalhista no Senado. Ele pretende referende o novo valor até 31 de deputados votaram pela abertura do ficar no Brasil para coordenar as agosto, quando tem de enviar o processo de investigação contra articulações para que as pautas Projeto de Lei Orçamentária Anual Temer. Apadrinhados dos deputados prioritárias do governo avancem no (PLOA) de 2018 à Comissão Mista Delegado Francischini (PR), Carlos Legislativo. O ministro da Fazenda, de Orçamento com os novos Manato (ES) e Laércio Oliveira (SE) Henrique Meirelles, também não vai parâmetros. foram demitidos do Ministério do para o país asiático participar da Desenvolvimento Agrário. O líder da cúpula dos países do Brics. Taxa de Longo Prazo (TLP) legenda, Aureo (RJ), afirma que O Congresso precisa aprovar a perguntará ao governo o motivo das Semana atribulada Taxa de Longo Prazo (TLP), a nova exonerações. “Acredito que o taxa de juros do BNDES, até 6 de Planalto está compondo a sua base. Além da expectativa com a setembro. A medida perde a validade Vamos aprofundar isso. O governo chegada de uma nova denúncia da no próximo dia 9. A Câmara tem suas estratégias, mas isso não Procuradoria-Geral da República aprovou o texto-base na semana garante voto nem tira voto. Isso não contra o presidente Michel Temer, o passada e falta a discussão de três muda o cenário. O voto não pode Congresso se debruça sobre temas destaques. estar atrelado a cargo”, afirma. essenciais para o governo e para os parlamentares. Confira: MP do Refis Otimismo O Planalto precisa chegar a um Reforma política acordo com os congressistas nesta O ministro-chefe da Casa Civil, Sem consenso na maioria dos semana sobre a medida provisória Eliseu Padilha, minimizou o risco de temas, deputados e senadores do novo Refis. O prazo para adesão uma segunda denúncia de Janot ser precisam aprovar a reforma política ao novo programa vence em 31 de apresentada enquanto Temer estiver até o início de outubro para que as agosto e o governo já cogita uma na China. “As possibilidades são as novas regras passem a valer a partir nova prorrogação. As negociações maiores do mundo em todos os tipos do ano que vem. As principais do governo são para o envio de um de aspectos. Há possibilidade de polêmicas envolvem a criação de um substitutivo ao relatório do deputado aprovação das nossas regras e há fundo de financiamento público de Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG), possibilidade de surgir uma nova campanha e a mudança do sistema que concedeu perdão para 90% das denúncia e, naturalmente, ela tem que eleitoral majoritário. multas e dos juros, reduzindo a ser fundamentada”, disse Padilha. De previsão de arrecadação de R$ 13 acordo com o ministro, o governo Meta fiscal bilhões para menos de R$ 500 está otimista para a aprovação das O governo precisa aprovar a milhões neste ano. pautas econômicas. Na véspera da revisão da meta fiscal na Lei de viagem, Temer passou o dia reunido Diretrizes Orçamentárias (LDO), CORREIO BRAZILIENSE 29/08/17 POLÍTICA

Retomada da economia em pauta

» ROSANA HESSEL recentemente uma revisão na previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2018, O presidente Michel Temer reduzindo a taxa de 2,5% para 2%. convocou todos os ministros para Segundo ele, na média, ficará em participar de uma reunião no Palácio 2% porque é um “número mais do Planalto na tarde de ontem com sólido e responsável”. “É um o intuito de aparar as arestas, afinar crescimento com viés de alta, mas o discurso e tratar de um que não deve ser incorporado ao cronograma para acelerar os Orçamento, mas devemos estar investimentos e projetos de preparados ao ritmo do último concessão em cada pasta do trimestre deste ano e que vai primeiro escalão. A ideia é que, acontecer durante o ano todo de quando retornar ao país, em 6 de 2018”, afirmou o titular da Fazenda. setembro, as autoridades apresentem dados concretos para Padilha, que inicialmente integrava estimular a economia, segundo a comitiva rumo à China, ficará no fontes palacianas. país com a responsabilidade de comandar as negociações do Planalto Após a reunião, os ministros com os congressistas para garantir Eliseu Padilha (Casa Civil) e aprovação das pautas econômicas, Henrique Meirelles (Fazenda) foram como a MP da TLP (nova taxa do escalados por Temer para comentar BNDES) e a mudança da meta fiscal. a pauta. Eles tentaram mostrar “Vou usar uma expressão que eu otimismo com a retomada da tenho ouvido muito. A economia economia brasileira ainda neste ano. descolou da política e está andando Meirelles voltou a afirmar que será com suas próprias pernas. E vamos possível registrar avanço do PIB dar o mesmo tratamento no caso, se superior a 2,5% no ano que vem, merecido, no Congresso”, afirmou. apesar de ter anunciado CORREIO BRAZILIENSE 29/08/17 POLÍTICA REPÚBLICA EM TRANSE » Viagem à China em busca de parcerias

Temer embarca hoje para uma O primeiro encontro oficial Macroplan, disse que existe um viagem ao país asiático para vender ocorrerá na sexta-feira. Temer realiza grande interesse no mercado e que a imagem do Brasil e estimular a uma visita a Pequim a convite do deve ser um bom negócio para o economia. O presidente também presidente da China, Xi Jinping. Brasil e a China. “Para o Brasil, que participará da reunião de cúpula do Temer também se reunirá com o não tem capacidade financeira de Brics primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, gerenciar mais estes ativos. E para a com o qual está prevista a assinatura China que vai adquirir um pacote de atos bilaterais em áreas como valioso, bem regulado e com infraestrutura, saúde, cultura e perspectiva de crescimento forte”, » HAMILTON FERRARI tecnologia. A China é o principal destacou. ESPECIAL PARA O CORREIO parceiro comercial do Brasil. O » ROSANA HESSEL Planalto está otimista com a retomada Entre 3 e 5 de setembro, Temer da economia e de um novo recorde participará da 9ª Cúpula do Brics, na balança comercial com dados de na cidade de Xiamen, a pouco mais O presidente Michel Temer agosto. de 2 mil km da capital chinesa. embarca hoje para a China para “Brasil e China compartilham uma série de reuniões com os De acordo com o porta-voz da prioridades sobre temas como a integrantes do Brics (Brasil, Rússia, República, Alexandre Parola, Temer defesa do multilateralismo, a Índia, China e África do Sul). O país tem como objetivo mostrar aos resistência ao protecionismo e o asiático foi o primeiro a ser visitado investidores chineses que o Brasil é combate ao aquecimento global”, pelo peemedebista como efetivo no uma boa opção para aplicar o capital. destacou o porta-voz da Presidência. cargo, logo após o impeachment de “Brasil e China mantêm parceria Dilma Rousseff, há praticamente um estratégica global. São duas grandes O Novo Banco de ano. De olho em votações economias fortemente interligadas. O Desenvolvimento (NDB), criado importantes no Congresso e no Brasil é destino seguro para pelo Brics, também será pauta. Ele estímulo da economia, Temer investimentos chineses e importante foi feito para financiar projetos deixará no Brasil o chefe da Casa provedor de alimentos e insumos aliados à sustentabilidade. O gerente Civil, Eliseu Padilha, o ministro da para a China, nosso principal de comércio exterior da Fazenda, Henrique Meirelles, e o parceiro comercial”, afirmou o porta- Confederação Nacional da Indústria, secretário-geral da Presidência, voz. Diego Bonomo, quer que a instituição . O ministro do tenha um escritório regional no Brasil Planejamento, Dyogo Oliveira, deve Avaliações para aproximar o setor empresarial embarcar só depois da análise da do país do banco. meta fiscal. Cláudio Porto, presidente da 29/08/17 CORREIO BRAZILIENSE 29/08/17 CORREIO ECONÔMICO

Seja o que Deus quiser

Governo vai para o tudo ou elas serão positivas. O recado nessa o poder de compra dos nada e tenta se apegar aos bons direção foi explicitado pelo ministro trabalhadores, abriu espaço para a indicadores da economia para da Fazenda, Henrique Meirelles. Ele queda dos juros e forçou a redução rebater as novas denúncias contra já fala em crescimento de 3% para o do endividamento. A vida real falou Michel Temer Produto Interno Bruto (PIB) em mais alto. 2018. por Vicente Nunes Bandalheira [email protected] Não custa lembrar que o mesmo Resta torcer para que a política Meirelles foi o primeiro a dizer, logo dê uma mãozinha. Há questões O governo está preparado para após a posse de Temer, que o país importantes que precisam ser o tudo ou nada. Na expectativa de sairia rapidamente da recessão, aprovadas no Congresso o mais uma nova denúncia contra o puxado pela política econômica rapidamente possível, a começar pela presidente Michel Temer pela responsável que passaria a ser mudança das metas fiscais deste ano Procuradoria-Geral da República executada a partir daquele momento. e de 2018. Até quinta-feira, o (PGR) ainda nesta semana, a ordem Muitos acreditaram no discurso governo terá que enviar ao do Palácio do Planalto é unificar o ufanista, que foi mostrando-se vazio Legislativo a proposta de Orçamento discurso e se apegar, o quanto for a cada número tornado público. para o ano que vem. Sem as novas possível, às notícias boas que vêm Descobriu-se que a equipe técnica metas, tudo ficará capenga. Temer da economia. Na próxima sexta- apresentada como a salvadora da acredita que, mesmo de longe, será feira, o Instituto Brasileiro de pátria não foi capaz de arrumar as capaz de evitar o pior. Para isso, Geografia e Estatística (IBGE) contas públicas. Preferiu continuar remanejou pelo menos 140 cargos divulgará o resultado do Produto tapando buraco e deixar o serviço de segundo e terceiro escalões. Interno Bruto (PIB), e tudo o que para o próximo governo. Amaciou a ala mais fisiológica da Temer quer é um número positivo. base aliada. Desta vez, contudo, é possível Na China, para onde embarca que não haja frustração. Mas não “Faz parte do roteiro o governo hoje, o peemedebista tentará porque o governo tenha feito a parte mostrar confiança. Para nós, no mostrar que, mesmo com toda a sua dele. Na verdade, famílias e entanto, o que realmente importa é fragilidade política, é a opção menos empresas preferiram se descolar da que a economia real se mantenha tortuosa para que o país chegue ao política e tocar a vida. A recessão descolada de Brasília. Cansamos de fim de 2018 de pé. O governo gravíssima na qual o Brasil mergulhou tanta bandalheira”, diz um colheu, nos últimos dias, indicadores fez o trabalho sujo e corrigiu parte empresário. “Se a inflação a fim de reforçar o discurso de que dos erros cometidos pela permanecer baixa, o que a economia saiu efetivamente da administração de Dilma Rousseff. acreditamos, e os juros continuarem recessão e que, se houver surpresas, Derrubou a inflação, o que melhorou baixando, já será um ótimo negócio. 29/08/17

De confusão política, estamos cheios. Queremos ver o consumo e a produção crescendo”, acrescenta. Para o empresário, certamente a nova denúncia da PGR contra Temer tenderá a ser pesada. “Isso, porém, já está no preço. Vida que segue.”

Mais do que a nova denúncia contra Temer, o que realmente importa para os donos do dinheiro é o resultado das eleições de 2018. “O atual governo é de curto prazo, vai acabar logo. O que precisamos é de uma visão de longo prazo. A incapacidade de vislumbrar o que sairá das urnas, sim, é um grande problema”, reforça o mesmo executivo. Como bem ele ressalta, nunca é demais lembrar que tudo pode piorar.