Conservação de aves endêmicas e ameaçadas do centro de endemismo Pernambuco

Conservação de aves endêmicas e ameaçadas do centro de endemismo Pernambuco

Planos de conservação para: Glaucidium mooreorum . Philydor novaesi . Terenura sicki Myrmotherula snowi . Synallaxis infuscata . Phylloscartes ceciliae . Tangara fastuosa

Sônia Aline Roda . Glauco Alves Pereira . Ciro Albano

Recife, 2011.

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Projeto Gráfico Ana Farias Revisão os autores

Montagem e Impressão

Rua Acadêmico Hélio Ramos, 20 | Várzea | Recife - PE | CEP: 50.740-530

Fones: (0xx81) 2126.8397 | 2126.8930 | Fax: (0xx81) 2126.8395 www.ufpe.br/edufpe | [email protected] | [email protected]

Editora associada

Catalogação na fonte Catalogação na fonte: BibliotecáriaBibliotecária Joselly de Barros Joselly Gonçalves, de Barros CRB4-1748 Gonçalves, CRB4-1748 ______

R685c Roda, Sônia Aline. Conservação de aves endêmicas e ameaçadas do centro de endemismo Pernambuco / Sônia Aline Roda, Glauco Alves Pereira, Ciro Albano. – Recife : Ed. Universitária da UFPE, 2011. 79 p.

Planos de Conservação para: Glaucidium mooreorum . Philydor novaesi . Terenura sicki Myrmotherula snowi . Synallaxis infuscata . Phylloscartes ceciliae . Tangara fastuosa. Inclui referências bibliográficas. ISBN 978-85-7315-904-2 (broch.)

1. Ave – Proteção. 2. Espécies em extinção. 3. Vida selvagem – Conservação. 4. Planejamento político. I. Pereira, Glauco Alves. II. Albano, Ciro. III. Titulo.

598 CDD (22.ed.) UFPE (BC2011-083) ______

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, especialmente por sistemas gráficos, microfílmicos, fotográficos, reprográficos, fonográficos e videográficos. Vedada a memorização e/ou a recuperação total ou parcial em qualquer sistema de processamento de dados e a inclusão de qualquer parte da obra em qualquer programa juscibernético. Essas proibições aplicam-se também às características gráficas da obra e à sua editoração. Equipe executiva do convênio nº 026/2004 (MMA/CEPAN)

Projeto: Aves endêmicas do Centro Pernambuco, uma proposta para o manejo e conservação CEPAN – Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste Sônia Aline Roda Glauco Alves Pereira Marcio Ulisses UFPE – Universidade Federal de Pernambuco André Santos Marcelo Tabarelli BirdLife Brasil / SNE – Sociedade Nordestina de Ecologia Fábio Olmos

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

CEPAN Centro de Pesquisaas Ambientais do Nordeste

CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico

CPRH Companhia Pernambucana do Meio Ambiente

ESEC Estação Ecológica Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais IBAMA Renováveis ICMBIO Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade

IMA Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas

INCRA Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária

MCT Ministério da Ciência e Tecnologia

MMA Ministério do Meio Ambiente

MN Museu Nacional do Rio de janeiro

ONG Organização não Governamental

PDA Programas Demonstrativos do Ministério do meio Ambiente Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade PROBIO Biológica Brasileira RESEC Reserva Ecológica

REBIO Reserva Biológica

RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural

SAVE Associação para Proteção das Aves do Brasil

SECTMA Secretaria de Ciência, Tecnologia e Meio Ambiente

UC Unidade de Conservação

UFAL Universidade Federal de Alagoas

UFPE Universidade Federal de Pernambuco Sumário

Parte 1 | Informações gerais Introdução 11 Centro de endemismo pernambuco 13 História natural das espécies 19 Distribuição das espécies 49 Ameaças e conservação 53

Parte 2 | Recomendações para a conservação da espécie Objetivos 61 Objetivo geral 61 Objetivos específicos 61 Plano de ação 63 Políticas públicas e legislação 63 Proteção da espécie e seu habitat 65 Pesquisa 67

Referências 69 Apêndice 75

PARTE 1 Informações Gerais

INTRODUÇÃO

O Brasil está entre os países de maior diversidade de aves no mundo. Um total de 1.683 espécies já foi registrado. Essa riqueza está relacionada aos vários biomas encontrados no país (Sick 1997). Entre estes, está a Floresta Atlântica e seus ecossistemas associados. Reconhecida internacionalmente como prioritária para a conservação da biodiversidade em todo o continente americano devido à alta riqueza biológica, aliada aos endemismos da sua fauna e flora, a floresta Atlântica abriga, também, uma alta riqueza de espécies ameaçadas (Myers et al. 2000). Um total de 682 espécies de aves já foi registrado para a floresta Atlântica, das quais 200 são endêmicas (Stotz et al. 1996). Esta alta riqueza de espécies apresenta 88 espécies de aves ameaçadas, ou seja, 77,19% do total de espécies de aves ameaçadas no Brasil (cf. BirdLife International 2009). Sete espécies endêmicas (Glaucidium mooreorum, Philydor novaesi, Terenura sicki, Myrmotherula snowi, Synallaxis infuscata, Phylloscartes ceciliae e Tangara fastuosa.) são pouco conhecidas no que diz respeito aos seus requerimentos ecológicos, comportamentais, de distribuição e abundância. São necessárias pesquisas urgentes para promover esforços de conservação mais direcionados O objetivo do Plano de Ação aqui apresentado é, em curto prazo, evitar a extinção de sete espécies endêmicas e ameaçadas do Centro de Endemismo Pernambuco e, a médio e longo prazo, promover ações que assegurem a conservação e recuperação dos ambientes da área de ocorrência destas espécies, visando a ampliação de sua distribuição e incremento populacional.

Introdução 11

CENTRO DE ENDEMISMO PERNAMBUCO

A floresta Atlântica nordestina, situada ao norte do rio São Francisco ocupa uma estreita faixa de florestas litorâneas que abrange parte dos estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. Biogeograficamente, esta região é denominada um centro de endemismo pela quantidade de grupos de vertebrados terrestres (Müller 1972, 1973), plantas vasculares (Prance, 1987), borboletas (Brown, 1982) e aves (Cracraft 1985, Haffer 1985, Stattersfield et al. 1998) que ocorrem apenas nesta porção de floresta Atlântica. Estima-se que, originalmente, esta região apresentava uma área contínua de floresta de 56.400,88 km2, ou seja, 4,6% da extensão de toda a floresta Atlântica brasileira. Este componente biogeográfico da floresta Atlântica é o Centro de Endemismo Pernambuco (Figura 1), que inclui um total de 434 espécies de aves (excluindo-se as marinhas) (Roda 2003), o que corresponde a cerca de 2/3 das aves que ocorrem na floresta Atlântica. A avifauna do Centro de Endemismo Pernambuco representa uma parcela da avifauna ameaçada e endêmica da Floresta Atlântica brasileira. Um total de 40 táxons está incluído em alguma categoria de ameaça segundo os critérios do MMA (2003), 26 são endêmicos ao Centro de Endemismo Pernambuco e 28 espécies são endêmicas da floresta Atlântica em geral (Roda 2003) (Tabela 1). Entre elas, sete espécies biológicas apresentam suas áreas de distribuição restritas à floresta Atlântica do Centro de Endemismo Pernambuco (Stattersfield et al. 1998, Silva et al. 2002): Glaucidium mooreorum, Philydor novaesi, Terenura sicki, Myrmotherula snowi, Synallaxis infuscata, Phylloscartes ceciliae e Tangara fastuosa. Uma espécie, Pauxi mitu, é considerada extinta na natureza (BirdLife International 2009, MMA 2003, Silveira et al. 2004, Silveira et al. 2008). Estas espécies são, também, de importância chave do ponto de

Centro de endemismo Pernambuco 13 vista biogeográfico, pois permitem uma interpretação mais completa das relações do avifauna do Centro de Endemismo Pernambuco com dois outros grandes biomas, floresta Atlântica do sudeste e floresta amazônica. Atualmente, muitos trechos da floresta Atlântica nordestina estão descaracterizados, reduzido a arquipélagos de pequenos fragmentos florestais imersos em um mosaico de diferentes culturas agrícolas, principalmente cana-de-açúcar. Em 1990 restavam algo em torno de 6% da extensão original da floresta Atlântica (Silva & Tabarelli 2000, Tabarelli & Roda 2005) ao norte do rio São Francisco (Conservation International do Brasil et al. 1994), e alguns tipos florestais, como a Floresta Ombrófila Densa, foi severamente reduzida (Tabarelli et al. 2005). Uma análise posterior constatou que, entre 1989 e 2000, esta floresta perdeu 10% da cobertura florestal remanescente, sendo que 5% dos remanescentes florestais desapareceram e 11,4% perderam, em média, 35,7% de suas áreas (veja Tabarelli et al. 2006).

14 Parte 1 | Informações Gerais 14

FiguraFigura 1 - 1Localização Localização do Centro do Centrode Endemismo de Endemismo Pernambuco e seusPernambuco remanescentes e florestais.seus remanescentes florestais.

Centro de endemismo Pernambuco 15 Tabela 1 Aves endêmicas e ameaçadas de ocorrência no Centro de Endemismo Pernambuco. As categorias de ameaça seguem MMA (2003): VU = vulnerável, EP = em perigo; CR = criticamente em perigo; e, EX = extinto na natureza. As espécies endêmicas do bioma Floresta Atlântica (FA) e Centro de Endemismo Pernambuco (CP) seguem Stotz et al. (1996) e Roda (2003). Seqüência taxonômica segundo CBRO (2009).

Categoria Espécie Endemismo de ameaça

Tinamus solitarius - FA Crypturellus noctivagus - FA Ortalis guttata - FA Penelope superciliaris alagoensis EP CP Pauxi mitu EX CP Odontophorus capueira plumbeicollis EP FA Leptodon forbesi CR CP Leucopternis lacernulatus VU FA Leucopternis polionotus - FA Pyrrhura griseipectus CR FA Brotogeris tirica - FA Touit surdus - FA Amazona rhodocorytha EP FA Megascops atricapilla - FA Glaucidium mooreorum CR CP Phaethornis margarettae EP CP (P. ochraceiventris camargoi) Aphanthochroa cirrochloris - FA Florisuga fusca - FA Thalurania watertonii VU FA Momotus momota marcgraviana EP CP Picumnus exilis pernambucensis VU CP Thamnophilus caerulescens pernambucensis VU CP Thamnophilus aethiops distans EP CP Myrmotherula snowi CR CP Herpsilochmus pectoralis VU -

16 Parte 1 | Informações Gerais Continuação Categoria Espécie Endemismo de ameaça

Drymophila squamata - FA Terenura sicki EP CP Cercomacra laeta sabinoi VU CP Pyriglena leuconota pernambucensis VU CP Myrmeciza ruficauda soror EP CP Conopophaga lineata cearae VU FA Conopophaga melanops nigrifrons VU CP Sclerurus caudacutus caligineus EP CP Dendrocincla fuliginosa taunayi EP CP Dendrocolaptes certhia medius EP - Xiphorhynchus atlanticus VU FA Synallaxis infuscata EP CP Philydor novaesi CR CP Automolus lammi EP CP Xenops minutus alagoanus VU CP Phylloscartes ceciliae EP CP Hemitriccus mirandae EP FA Platyrinchus mystaceus niveigularis VU CP Carpornis melanocephala VU FA Procnias averano VU - Procnias nudicollis - FA Xipholena atropurpurea EP FA Schiffornis turdinus intermedius - CP Iodopleura pipra leucopygia EP CP Saltator fuliginosus - FA Ramphocelus bresilius - FA Tangara fastuosa VU CP Tangara cyanocephala corallina VU CP

Centro de endemismo Pernambuco 17 Continuação Categoria Espécie Endemismo de ameaça

Tangara cyanomelaena - FA Hemithraupis flavicollis melanoxantha - CP Caryothraustes canadensis frontalis VU FA Curaeus forbesi VU FA Sporagra yarrellii VU - Euphonia pectoralis - FA

1 Espécie não incluída na lista oficial do MMA (2003), os autores sugerem que seja incluída na categoria “criticamente em perigo” (cf. Silva et al. 2002).

18 Parte 1 | Informações Gerais HISTÓRIA NATURAL DAS ESPÉCIES

Glaucidium mooreorum

Nome popular: caburé-de-pernambuco, Pernambuco Pygmy-.

Nome científico: Glaucidium mooreorum Silva, Coelho & Gonzaga, 2002.

Família: Strigidae.

Status de Conservação:

MMA 2003: Não consta

IUCN 2009: Criticamente em perigo

CITES 2009: Não consta

O caburé-de-pernambuco, Glaucidium mooreorum, foi descrita no ano de 2002 com base em dois machos taxidermizados e depositados na Coleção Ornitológica da UFPE. Estes exemplares foram colecionados na REBIO Saltinho, em Tamandaré, estado de Pernambuco na década de 1980. Silva et al. (2002) associaram esta nova espécie ao complexo de espécies de G. minutissimum, e difere de seus representantes mais próximos G. hardyi (da Amazônia) e G. minutissimum (da região sudeste) pela coloração da plumagem, dados morfométricos e vocalização.

Morfologia

O caburé-de-pernambuco é uma pequena coruja da família Strigidae. Os dois machos taxidermizados na Coleção Ornitológica da UFPE medem 87 mm de asa, entre 50,6-51,2 mm de cauda e entre 10,2-11,2 mm, o comprimento do bico, com massa de 51g.

História natural das espécies 19 Apesar de não se conhecer bem a espécie, a plumagem, assim 18 como em outros caburés, não deve variar com o sexo. O caburé-de- pernambuco apresenta uma plumagem predominantemente castanha Apresenta um colar branco e partes inferiores brancas riscadas de cor (Figura 2). A cabeça acinzentada clara é salpicada de pontos brancos ferrugínea.conspícuos O dorso da coroa é castanho até o epescoço. a cauda éApresenta escura com um manchas colar brancas. branco e partes inferiores brancas riscadas de cor ferrugínea. O dorso é castanho e a cauda é escura com manchas brancas.

Figura 2 - Figura da descrição da espécie segundo Silva et al. (2002). Figura 2 Figura da descrição da espécie segundo Silva et al. (2002).

Comportamento, Dieta, Reprodução

Pouco se conhece sobre a ecologia da espécie, podendo-se fazer analogias

20comParte espécies 1 | Informações do mesmo Gerais gênero. As corujas do gênero Glaucidium são diurnas ou crepusculares e se alimentam de insetos e pequenos vertebrados (del Hoyo et al. 1999). Sua atividade noturna é pouco conhecida. Provavelmente sua dieta deva incluir uma importante quantidade de aves, como observada em G. brasilianum por Mota Junior (2007). Caçam suas presas nas árvores de modo Comportamento, Dieta, Reprodução

Pouco se conhece sobre a ecologia da espécie, podendo-se fazer analogias com espécies do mesmo gênero. As corujas do gênero Glaucidium são diurnas ou crepusculares e se alimentam de insetos e pequenos vertebrados (del Hoyo et al. 1999). Sua atividade noturna é pouco conhecida. Provavelmente sua dieta deva incluir uma importante quantidade de aves, como observada em G. brasilianum por Mota Junior (2007). Caçam suas presas nas árvores de modo semelhante a outras corujas, batendo rapidamente suas asas em vôos curtos e diretos. As espécies do gênero Glaucidium são residentes e geralmente vivem sozinhos ou aos pares, durante o período reprodutivo. Nidificam em ocos de árvores ou ninhos de térmitas (cupinzeiros). Geralmente o casal é responsável pelo cuidado da prole, como observado em G. gnoma (Holman 1926). Os ovos, geralmente 2 a 5, são brancos. A voz principal de G. mooreorum é curta com 5-7 notas com uma freqüência média de 1,28 kHz (Silva et al. 2002). Há registros não publicados que G. mooreorum vocaliza nos meses chuvosos (abril a maio). Apesar de intensos trabalhos de campo na região, a espécie não foi registrada na localidade-tipo e também em outros fragmentos de florestas de baixada das proximidades. Embora muitas espécies de aves tenham reconhecido sua vocalização através de playback e reagido agonísticamente a ele (denotando a presença do predador) em algumas destas localidades (REBIO Saltinho, vários fragmentos nas Usinas Trapiche e Cucaú, Fazenda Morim e Engenho Cachoeira Linda), a presença do caburé-de-Pernambuco permanece desconhecida (Roda & Pereira 2006).

Distribuição e Habitat

Glaucidium mooreorum foi descrita no ano de 2002, tendo como localidade tipo a REBIO Saltinho localizada no Município de Tamandaré, uma área de floresta úmida de baixada do litoral pernambucano (Silva

História natural das espécies 21 et al. 2002). Também foi registrada para a Mata de Xanguá, na Usina Trapiche (L. P. Gonzaga, in litt. 2001), distante pouco mais de 20 km da localidade-tipo (em linha reta). Veja o Apêndice 1. Ocupa uma área muito pequena e drasticamente fragmentada - maioria dos fragmentos apresenta entre 10 a 100 ha - representada pelas superfícies retrabalhadas que antecedem a Chapada da Borborema, os chamados Mares de Morros do litoral pernambucano. A provável área de ocorrência da espécie não deve ultrapassar 600 ha. A distribuição potencial da espécie, baseada em tipos vegetacionais indicou que a espécie pode ocorrer em dois tipos vegetacionais: Floresta Ombrófila Densa e nas Áreas de Tensão Ecológica. Estas áreas representam apenas 995,21km2. Desde o ano de 2004 uma equipe de ornitólogos do CEPAN tem procurado a espécie nas florestas de baixada dos estados de Pernambuco e de Alagoas através do uso de playback, infelizmente sem sucesso, inclusive nas localidades de registro da espécie. Sua população não pode ser estimada exatamente, no entanto supõe-se que seja muito pequena baseada na falta dos registros e atual estado de conservação dos fragmentos florestais na provável área de ocorrência.

22 Parte 1 | Informações Gerais Philydor novaesi

Nome Popular: vira-folhas-do-nordeste, Alagoas Foliage-gleaner

Nome científico: Philydor novaesi Teixeira & Gonzaga, 1983

Família: Furnariidae

Status de Conservação:

MMA 2003: Criticamente ameaçado

IUCN 2009: Criticamente ameaçado

CITES 2009: Não consta

Morfologia

Descrito na década de 1980 por Teixeira & Gonzaga (1983a) o vira-folhas- do-nordeste apresenta uma plumagem marrom-avermelhado e com o píleo marrom-escuro (Figura 3). Não apresenta dimorfismo sexual. A testa e loro são de cor ocrácea opaca, além de uma estreita faixa superciliar e uma estria subocular amarelada. Na cabeça possui outra faixa, que passa entre os olhos, de cor castanha. Também há uma estria escura que passa da região mandibular até a auricular. A cauda e o uropígio são marrom-avermelhados. A nuca e o restante da parte superior são de cores marrom-oliváceos. A parte inferior é de um avermelhado mais pálido, com os lados da barriga e o criso tingido de oliva.

Comportamento, Dieta, Reprodução, Vocalização

Habita o dossel da mata, além do sub-bosque médio e alto, onde se alimenta de artrópodes capturados nas folhas secas enroladas assim como em troncos (Roda, 2008). Ao forragear, examinam o limbo das folhas verdes e reviram as secas. Um comportamento interessante e realizado com bastante entusiasmo é desfazer folhas secas “emboladas”. Examina cuidadosamente a superfície dos troncos (os quais escalam

História natural das espécies 23 21 um avermelhado mais pálido, com os lados da barriga e o criso tingido de oliva.

Comportamento, Dieta, Reprodução, Vocalização

Habita o dossel da mata, além do sub-bosque médio e alto, onde se alimenta de artrópodes capturados nas folhas secas enroladas assim como em troncos (Roda, 2008). Ao forragear, examinam o limbo das folhas verdes e reviram as secas. Um comportamento interessante e realizado com bastante entusiasmo é desfazer folhas secas “emboladas”. Examina cuidadosamente a superfície dos troncos (os quais escalam com habilidade) em busca de alimento sobre as cascas,com revirando-as habilidade) sempre em busca que denecessário. alimento Estes sobre comportamentos as cascas, revirando-as são similaressempre ao seu que congênere necessário. Philydor Estes atricapillum comportamentos (Ridgely & Tudor são 1994).similares ao seu congênere Philydor atricapillum (Ridgely & Tudor 1994). Com um comportamento típico de uma espécie nuclear, Philydor novaesi agrega, Com um comportamento típico de uma espécie nuclear, Philydor acompanhanovaesi e agrega, orienta bandosacompanha mistos e deorienta aves nobandos sobosque mistos médio de avesa alto no e dosselsobosque (Ridgelymédio & Tudor a alto 1994, e dossel Mazart (Ridgely Barnett & et Tudor al. 2005, 1994, Roda Mazart 2008). Barnett et al. 2005, Roda 2008).

Figura 3 Philydor novaesi (foto Ciro Albano). Figura 3 – Philydor novaesi (foto Ciro Albano).

Apresenta um comportamento agitado, vive pulando entre as ramarias das árvores ou realizando vôos curtos. Quando excitado ou emitindo vocalização, movimenta fortemente a cauda que permanece aberta em forma de leque, a coloração rufa da sua cauda contra ou a favor da luz denuncia sua presença, tornando-o fácil de ser encontrado entre as ramarias. Apresenta particular habilidade escansoriais ao assumir diferentes posições, seja de cabeça para baixo, de barriga para cima

24 Parte 1 | Informações Gerais agarrado sobre galhos, pousado de lado ou literalmente pendurado (Teixeira & Gonzaga 1983a). Na RPPN Frei Caneca foi observado formando bando misto com Lophornis magnificus, Veniliornis affinis, Thamnophilus caerulescens, Dysithamnus mentalis, Drymophila squamata, Phylloscartes ceciliae, Tolmomyias flaviventris, Ramphocaenus melanurus, Parula pitiayumi e Tangara cyanocephala (Mazart Barnett et al. 2005). Em duas ocasiões estava associado apenas com Xiphorhynchus atlanticus e Venilliornis affins. Quando P. novaesi era atraído por playback, algumas espécies o acompanhavam. A vocalização do vira-folhas-do-nordeste é, segundo Teixeira & Gonzaga (1983a) uma série decrescente de assovios mais ou menos monótonos e de pouco alcance (uü- uü- uü- uü- uü) (sendo o ü soando como uma vogal anterior alta); um chamado de alerta (thürr- thürr) e uma seqüência curta de breves apelos (uüarr- uüarr- uüarr). A espécie mantém a cauda aberta em leque sempre que emite alguma vocalização (Teixeira & Gonzaga 1983a). Alimenta-se de artrópodos, principalmente insetos, capturados na copa das árvores, em troncos e folhas secas enroladas de bromélias e outras epífitas (Teixeira & Gonzaga 1983a). Não há informações sobre o período reprodutivo desta espécie; no entanto, um indivíduo imaturo foi coletado em janeiro (Teixeira & Gonzaga 1983a). O período reprodutivo pode ser semelhante à maioria das espécies da região, de outubro a março, período este que coincide com a estação seca.

Distribuição e Habitat

Em situação bastante crítica, Philydor novaesi é considerado uma das aves mais ameaçadas da Região Neotropical. Foi registrada apenas em três localidades: ESEC Murici (Alagoas), RPPN Frei Caneca e Fazenda Pedra Dantas (Pernambuco) (Roda 2008a). Veja o Apêndice 1. A falta de informações sobre a presença desta espécie em Murici (localidade

História natural das espécies 25 tipo desta espécie) é preocupante, no entanto na RPPN Frei Caneca é vista com relativa freqüência, tanto solitário, como em bandos com várias outras espécies, no entanto são vistos regularmente apenas dois indivíduos (C. Albano, com. pess.; S. A. Roda, obs. pess.). Em Murici não se conhece o tamanho nem o status desta população. Na RPPN Frei Caneca apresenta uma população estimada em cerca de dez indivíduos, ou até menos (Roda 2006). A IUCN (2009) estima uma população de 1.2-4.2 indivíduos/km2 x 36 km2 para esta espécie. A simulação da sua distribuição potencial para as Unidades de Paisagens da região indica que a espécie pode utilizar 18.076,67 km2, podendo ser encontrada tanto nas Superfícies Retrabalhadas como em áreas serranas do Planalto da Borborema mais ao norte do Estado de Pernambuco, como a Mata do Estado (Município de São Vicente Férrer) e Engenho Água Azul (Município de Timbaúba), ambos em Pernambuco). O vira-folhas-do-nordeste habita o dossel da mata, além do sub- bosque médio e alto não necessariamente em florestas maduras como também capoeiras relativamente pobres (Teixeira & Gonzaga, 1983a). Apesar da Mata do Estado apresentar características estruturais de uma floresta madura similar a Murici e Frei Caneca, depois de várias tentativas utilizando a técnica de playback, esta espécie não foi detectada. No entanto, a presença de algumas espécies típicas de bandos mistos que se aproximaram durante o playback com o chamado do P. novaesi nos leva a crer que esta espécie possa ter ocorrido ali em um passado recente.

26 Parte 1 | Informações Gerais Terenura sicki

Nome Popular: zidedê-de-barriga-laranja, zidedê-do-nordeste, Orange- bellied Antwren, Alagoas Antwren.

Nome científico: Terenura sicki Teixeira & Gonzaga, 1983.

Família: Thamnophilidae

Status de Conservação:

MMA 2003: Em perigo

IUCN 2009: Em perigo

CITES 2009: Não consta

Morfologia

A plumagem do macho é distinta da fêmea (Figura 4), apresenta como cor predominante o preto por cima, píleo e nuca rapidamente estriados de branco, e com algumas estrias brancas no dorso. Asas negras com duas barras brancas. Ventre branco. A fêmea também possui o píleo negro estriado com branco, as costas e o uropígio são avermelhados. As asas são de coloração similar as dos machos. Possuem a garganta esbranquiçada. Veja Teixeira & Gonzaga, 1983b.

Comportamento, Dieta, Reprodução, Vocalização

Apesar de registrada para poucas localidades é uma espécie relativamente comum e fácil de ser detectada através do canto, peculiar desta espécie. No entanto não se tem informações do tamanho populacional desta espécie devido à sua difícil visualização nos estratos mais altos da floresta, pouco se aventura nos extratos mais baixos das florestas, no entanto parecem ser abundantes em praticamente todas as localidades de registro.

História natural das espécies 27 25

aventura nos extratos mais baixos das florestas, no entanto parecem ser abundantes em praticamente todas as localidades de registro.

Bastante agitada, movimenta-se em pequenos saltos por toda a ramaria, examinando o limbo das folhas em busca de alimento. Freqüentam cipós e Bastante agitada, movimenta-se em pequenos saltos por toda bromélias arborícolas em busca de pequenos artrópodes, seu principal a ramaria, examinando o limbo das folhas em busca de alimento. alimento.Freqüentam cipós e bromélias arborícolas em busca de pequenos artrópodes, seu principal alimento.

A

B

Figura 4Figura - (A) Macho4 (A) Machode Terenura de Terenura sicki (foto sicki Ciro (fotoAlbano). Ciro (B) Albano). Fêmea (B)de TerenuraFêmea desicki Terenura (foto sicki Arthur Grosset).(foto Arthur Grosset).

28 Parte 1 | Informações Gerais É uma das espécies mais encontrada em bandos mistos nas localidades onde habitam. Formam bandos mistos com espécies que vivem no dossel das florestas, como: Herpsilochmus rufimarginatus, Picumnus exilis, Sittasomus griseicapillus, Xenops rutilans, Tangara cyanocephala, Hemithraupis flavicollis, Tachyphonus rufus, Tolmomyias sulphurescens, Myrmotherula axillaris, Euphonia violacea, Ramphocaenus melanurus, Coereba flaveola e Xiphorhynchus atlanticus. Teixeira (1987) cita que T. sicki já foi observado com mais de 50 táxons diferentes. Seu período reprodutivo parece coincidir com o da maioria da avifauna da região, nos períodos secos, entre os meses de outubro a março (Teixeira, 1985). Confecciona o ninho na copa densa em forma de cesta alongada composta de crina vegetal (Marasmius sp) e algumas briófitas, é pouco profunda e de paredes ralas, geralmente em forquilhas. Um ninho já foi achado a 11 m de altura no mês de novembro (Teixeira 1987a). O ninho é construído pela fêmea, embora o macho permaneça por perto, apenas poucas vezes foi observado o macho levar algum material ao ninho (Teixeira 1895). Segundo Teixeira (1985) Terenura sicki parece não freqüentar bandos mistos no período de construção dos ninhos, postura, choco e alimentação dos filhotes. A voz é uma seqüência rápida de th-th-th, thzu, thzü, thzü ou thzü-th, th-th, th-th (sendo o ü soando como uma vogal anterior alta) repetido várias vezes. Costuma vocalizar fora do período reprodutivo. Ao vocalizar, tanto o macho quanto a fêmea, assumem uma postura mais ou menos oblíqua, com a cabeça e a metade anterior do corpo algo alterados, peito bem visível e as flocosas plumas dos flancos bem nítidas (Teixeira 1985).

Distribuição e Habitat

Ocorre em catorze fragmentos de florestas em dez localidades (Roda 2008b). Veja o Apêndice 1. Estas áreas ocupam superfícies elevadas do Planalto da Borborema (300-700 m de altitude). No entanto,

História natural das espécies 29 recentemente (janeiro/2009) um macho da espécie foi registrado duas vezes na floresta de baixada, na Usina Trapiche (Mata de Xanguá), a menos de 100 m de altitude (Albano 2009). A altitude mínima de registro é de 300m (Novo Lino) e a máxima de 700m (RPPN Frei Caneca). A distribuição potencial por tipo de vegetação onde foi assinalada (excetuando-se o registro mais recente para a Usina Trapiche) indica que esta espécie pode ocorrer em 3.224,90 km2 no Centro de Endemismo Pernambuco. Desta forma, provavelmente pode ocorrer em áreas de brejos de altitude no Estado da Paraíba. Habita áreas de vegetação tardia, raramente em áreas de crescimento secundário, geralmente no dossel das florestas, o que dificulta sua observação.

Myrmotherula snowi

Nome Popular: choquinha-de-alagoas, Alagoas Antwren. Nome científico: Myrmotherula snowi Teixeira e Gonzaga, 1985. Família: Thamnophilidae Status de Conservação:

MMA 2003: Criticamente ameaçado.

IUCN 2009: Criticamente ameaçado.

CITES 2009: Não consta

Descrita na década de 1980 como uma subespécie de M. unicolor (Teixeira & Gonzaga 1985), foi considerada uma espécie distinta por Collar et al. (2000) baseado em relatos de pesquisadores indicando que haviam diferenciações de vocalização entre unicolor e snowi. Estas evidências e outros detalhes da espécie foram publicados posteriormente em Whitney & Pacheco (1995, 1997). Ridgely & Tudor (1994) a diferenciam unicolor/snowi pelo bico ligeiramente mais alongado e cauda mais curta, além das fêmeas apresentarem a plumagem mais ferrugínea (avermelhada) em M. snowi.

30 Parte 1 | Informações Gerais 29

As fêmeas apresentam na plumagem da cabeça uma tonalidade cinza-oliváceo, brancacentos na face e na região auricular. A região dorsal é castanha, as rêmiges e as coberteiras inferiores das asas são anegradas com franjas externas Morfologia acastanhadas e uma orla interna ocráceo-brancacento. A cauda apresenta uma Os machos apresentam uma coloraçãocoloração castanhacinza plúmbeo, denegrida. Regiãosendo ve maisntral arruivada, com penas brancas na claro nas partes inferiores. Uma máculagarganta, negra mais escuras quase eimperceptível rufas no crisso estáe no baixo flanco. A íris é marrom. localizada na garganta. As coberteiras(Figura 5C).primárias e retrizes são cinza escuro, assim como nas rêmiges. Esta apresenta uma orla29 branca ao

longo das bordas internas. As coberteiras internas das asas são brancas. AsA fêmeas íris é marrom,apresentam ona bico plumagem tem uma da cabeça tonalidade uma tonalidade marrom cinza-oliváceo, anegrado e os tarsos

brancacentossão marcadamente na face e naplúmbeos região auricular. (Figura A 5A).região Machos dorsal é imaturos castanha, asapresentam rêmigesplumagem e as coberteiras intermediária, inferiores apresentandodas asas são anegradas no dorso com umfranjas castanho externas misturado acastanhadasao cinza mais e uma escuro orla interna da plumagem ocráceo-brancacento. adulta A(Figura cauda apresenta 5B). uma A C coloraçãoAs castanhafêmeas denegrida.apresentam Região naventral plumagem arruivada, comda penascabeça brancas uma na tonalidade garganta,cinza-oliváceo, mais escuras brancacentos e rufas no crisso na e no face baixo e naflanco. região A íris auricular.é marrom. A região dorsal é castanha, as rêmiges e as coberteiras inferiores das asas são (Figura 5C). anegradas com franjas externas29 acastanhadas e uma orla interna ocráceo-

brancacento. A cauda apresenta uma coloração castanha denegrida. As fêmeas apresentam na plumagem da cabeçaRegião uma tonalidade ventral cinza-oliváceo,arruivada, com penas brancas na garganta, mais escuras brancacentos na face e na região auricular. eA rufas região no dorsal crisso é castanha, e no baixo as flanco. A íris é marrom. (Figura 5C). rêmiges e as coberteiras inferiores das asas são anegradas com franjas externas acastanhadas e uma orla interna ocráceo-brancacento. A cauda apresenta uma A C B coloração castanha denegrida. Região ventral arruivada, com penas brancas na Figura 5 - Detalhes da plumagem do macho adulto (A), juvenil (B) e fêmea garganta, mais escuras e rufas no crisso e no baixo flanco. A íris é marrom. (C) (fotos Sônia Roda).

(Figura 5C).

A B C Figura 5 - Detalhes da plumagem do

macho adulto (A), juvenil (B) e fêmea Comportamento,(C) (fotos Sônia Dieta, Roda). Reprodução, Vocalização

Regularmente formam bandos familiares entre seis a dez indivíduos (como Figura 5 Detalhes da plumagem do macho observadoadulto (A),na Matajuvenil do (B) Estado, e fêmea PE), (C) e (fotoseventualmente unem-se a bandos de Sônia Roda). Myrmotherula axillaris, Formicivora grisea, Dysithamnus mentalis, Ramphocaenus melanurus e Myiornis sp (RPPN Frei Caneca, PE). Na sua localidade tipo - Serra B Figura 5 - Detalhes da plumagem do Branca, Murici, Alagoas - segundo Teixeira & Gonzaga (1985) foram macho adulto (A), juvenil (B) e fêmea História natural das espécies 31 (C) (fotos Sônia Roda). Comportamento, Dieta, Reprodução, Vocalizaçãoobservados integrando bandos com cerca de 20 espécies diferentes: Dendrocincla

Regularmente formam bandos familiares entre seis a dez indivíduos (como observado na Mata do Estado, PE), e eventualmente unem-se a bandos de

Myrmotherula axillaris, Formicivora grisea, Dysithamnus mentalis, Ramphocaenus melanurus e Myiornis sp (RPPN Frei Caneca, PE). Na sua localidade tipo - Serra

Branca, Murici, Alagoas - segundo Teixeira & Gonzaga (1985) foram Comportamento, Dieta, Reprodução, Vocalização observados integrando bandos com cerca de 20 espécies diferentes: Dendrocincla Regularmente formam bandos familiares entre seis a dez indivíduos (como observado na Mata do Estado, PE), e eventualmente unem-se a bandos de Myrmotherula axillaris, Formicivora grisea, Dysithamnus mentalis, Ramphocaenus melanurus e Myiornis sp (RPPN Frei Caneca, PE). Na sua localidade tipo - Serra Branca, Murici, Alagoas - segundo Teixeira & Gonzaga (1985) foram observados integrando bandos com cerca de 20 espécies diferentes: Dendrocincla Comportamento, Dieta, Reprodução, Vocalização

Regularmente formam bandos familiares entre seis a dez indivíduos (como observado na Mata do Estado, PE), e eventualmente unem-se a bandos de Myrmotherula axillaris, Formicivora grisea, Dysithamnus mentalis, Ramphocaenus melanurus e Myiornis sp (RPPN Frei Caneca, PE). Na sua localidade tipo - Serra Branca, Murici, Alagoas - segundo Teixeira & Gonzaga (1985) foram observados integrando bandos com cerca de 20 espécies diferentes: Dendrocincla fuliginosa, Xiphorhynchus guttatus, Xiphorhynchus atlanticus, Philydor novaesi, Automolus lammi, Xenops minutus, Dysithamnus mentalis, Thamnomanes caesius, Myrmotherula axillaris, Herpsilochmus rufimarginatus, Terenura sicki, Pachyramphus marginatus, Rhytipterna simplex, Rhynchocyclus olivaceus, Hemitriccus griseipectus, Elaenia spp, Rhamphocaenus melanurus, Piculus flavigula, Venilliornis affinis e Turdus albicollis. Além destas espécies, W. Girão (in litt. 2007) também a observou com Cercomacra laeta sabinoi. Costumam procurar alimento aos pares, em grupos familiares ou em bandos mistos. Alimentam-se de artrópodes (aranhas e insetos – entre eles Coleóptera, Blattaria e Himenóptera) capturados em folhas secas ou na folhagem ainda verde (Teixeira & Gonzaga 1985). Geralmente procuram por alimento entre 1,5-2,0m de altura do solo. O período reprodutivo inicia em outubro, estendendo-se até fevereiro ou março, onde filhotes foram vistos acompanhando os pais no mês de maio (Teixeira & Gonzaga 1985). A presença das gônadas bem desenvolvidas (testículo esquerdo medindo 6,3 x 2,8 mm) em um macho adulto coletado na Mata do Estado em 20/X/1999 (UFPE 2061) e a presença de placa de incubação na fêmea (UFPE 2064), com ovário medindo 2,9 x 2,3mm, sem ovos, mas bastante granuloso e oviduto 3,6 mm, também coletada na mesma data do macho, sugerem um início de período reprodutivo para a espécie. Dados coletados por Teixeira & Gonzaga (1985) - macho com testículo medindo 4 e 5 mm (MN 32040) e ovo pronto para receber casca medindo 14,6 x 10,4 mm (MN 32042), ambos coletados em 9/II/1979 - também sugerem que outubro seria o início do período de maturação das gônadas.

32 Parte 1 | Informações Gerais No entanto, pode haver uma variação temporal explicado pelo comportamento observado na Mata do Estado, em outubro do ano 2000, quando um casal de M. snowi foi observado vocalizando intensamente e realizando vôos do sobosque em direção a um emaranhado de cipós e epífitas a cerca de 2,5m do solo, provavelmente construindo um ninho. Teixeira & Gonzaga (1985) asseguram que M. snowi pode construir seus ninhos em forma de pequenas cestas como outras espécies do gênero apesar de também não terem encontrado nenhum ninho. Neste mesmo período, várias outras aves estavam com gônadas em desenvolvimento, delimitando territórios ou já construindo ninhos (Sônia Roda, dados não publicados), indicando ser meados de outubro, o início do período reprodutivo para a maioria das aves da região, que se estende até o início das chuvas, em março. São reconhecidas quatro modalidades de vocalização emitidas pela choquinha-de-alagoas, são apresentadas aqui descrições “abrasileiradas” seguindo as informações de Teixeira & Gonzaga (1985): (a) o canto constitui de uma série de 3 a 6 sílabas assobiadas de baixa modulação - üüüuuu... - cuja representação gráfica é apresentada na Figura xx; (b) a chamada constitui-se de emissões de sons monossilábicos, anasalados e melancólicos - üé...; (c) o alarme é uma seqüência áspera sibilante (como se assoprasse contra os dentes com a língua dobrada para baixo e boca semi- aberta) – thrrr...; (d) aviso, emitido de forma esganiçada em situação de perigo – írrr.

Distribuição e Habitat

Registrado apenas em quatro localidades (veja o Apêndice 1), sendo uma no estado de Alagoas - Murici, ESEC Murici (Teixeira & Gonzaga 1985) e três no estado de Pernambuco - Jaqueira, RPPN Frei Caneca (Mazart Barnett et al. 2005, Roda 2006a); São Vicente Férrer, Mata do Estado (Roda 2002 e 2003, Roda et al. 2003, Roda & Carlos 2003); Gravatá, Engenho Jussará (Roda et al. 2005, 2009).

História natural das espécies 33 Mesmo com estas quatro localidades, a extensão de ocorrência da espécie (polígono) é muito pequena – 1.316,2 km2. Principalmente porque estas localidades são bastante separadas, sem possibilidade de conexão. Provavelmente, apesar dos esforços de observação não terem detectado a espécie em outras localidades, podem ocorrer em florestas que apresentam a mesma fisionomia das demais áreas e em altitudes acima de 500m, como: Serra dos Mascarenhas (Engenho Água Azul), Lagoa dos Gatos, Amaraji, Bonito, Brejo dos Cavalos, Maraial e Usina Serra Grande. A distribuição potencial por tipo de vegetação onde foi registrada indica que esta espécie pode ocorrer em uma área de 23.256,36 km2 no Centro de Endemismo Pernambuco. Os tipos vegetacionais onde a espécie foi registrada são: Floresta Ombrófila Aberta (ESEC Murici), Floresta Estacional Semidecidual (RPPN Frei Caneca e Engenho Jussará) e Áreas de Tensão Ecológica (Mata do Estado). Ocorre em sítios com altitudes entre 500 a 790m, indicando que a espécie ocorre nas florestas montanas localizadas no início das encostas do Planalto da Borborema, onde serras isoladas extremamente úmidas, montanhosas e acidentadas ainda são preservadas. Os registros desta espécie leva à suposição da existência pretérita de uma floresta sub- montana contínua, ou, de alguma forma interligada, ao longo da borda leste da Chapada da Borborema. Apesar do esforço de observação de quase vinte anos nesta região, não houve nenhum registro para as florestas litorâneas de baixadas. A choquinha-de-alagoas vive nos estratos médios e baixos das florestas, principalmente em microambientes úmidos, com pequenos riachos perenes e com muitas lianas e cipós, não necessariamente em florestas maduras como também capoeiras relativamente pobres (Teixeira & Gonzaga 1985). A choquinha-de-alagoas pertence à guilda dos insetívoros de sobosque, um dos grupos mais afetados pela fragmentação (Stouffer & Bierregaard 1995), que além de apresentarem uma baixa capacidade de dispersão, são vulneráveis às alterações ambientais decorrentes da fragmentação de hábitat (Willis 1979). O alto grau de fragmentação

34 Parte 1 | Informações Gerais e a brutal destruição dos hábitat elevaram o Centro de Endemismo Pernambuco ao componente biogeográfico mais vulnerável de toda a floresta Atlântica, onde ocorre a maior concentração de táxons ameaçados (158 táxons segundo a nova lista de animais ameaçados do Brasil – MMA 2003).

Synallaxis infuscata

Nome Popular: tatac, Pinto’s Spinetail.

Nome científico: Synallaxis infuscata (Pinto, 1950).

Família: Furnariidae

Status de Conservação:

MMA 2003: Em perigo.

IUCN 2009: Em perigo.

CITES 2009: Não consta

Morfologia

O tatac, Synallaxis infuscata (Figura 6), apresenta uma plumagem típica para as espécies do gênero Synallaxis, porém com uma coloração cinzenta escura mais proeminente no ventre e pescoço. Apresenta capuz, asas e cauda ferrugínea. Cabeça rufa brilhante, com supercílio pós-ocular ligeiramente amarelo. Manto marrom acinzentado, coberteiras rufas nas asas e cauda. Garganta com uma mancha prateada, meio brancacenta. Partes superiores acinzentadas. Possui 16 cm de comprimento.

História natural das espécies 35 Comportamento, Dieta, Reprodução, Vocalização

Formam grupos familiares com até cinco indivíduos, mas na maioria das vezes é encontrado só ou aos pares. Alimenta-se de artrópodes capturados em folhas secas ou em troncos (Collar et al. 2000). Os furnariideos apresentam uma ampla diversidade e a complexidade 34 na estrutura dos ninhos, apresentando pouca variação intraspecifica. Esta variação na arquitetura nos ninhos não é encontrada em nenhuma

outra família de aves (Zyskowski & Prum 1999).

Figura 6 Synallaxis infuscata. (A) vista lateral (foto Sônia Roda); (B) vista frontal (foto Ciro Albano).

Figura 6 - Synallaxis infuscata. (A) vista lateral (foto Sônia Roda); (B) vista frontal (foto Ciro Albano). 36 Parte 1 | Informações Gerais 35

Os ninhos de S. infuscata são construídos com gravetos em forma de forno (FiguraOs ninhos 7) geralmente de S. infuscataem emaranhados são construídos de cipós e lianas,com gravetose podem serem forma construídosde forno em(Figura lugares 7) bem geralmente mais altos do em que emaranhados a espécie costuma de utilizar cipós para e lianas, e forrageiopodem ouser área construídos de uso (1 a em5 m lugaresem relação bem ao solo).mais Aaltos câmara do oológica que a espécie geralmentecostuma apresenta utilizar forradapara forrageiopor um material ou área mais maciode uso como (1 afolhas. 5 m em relação ao solo). A câmara oológica geralmente apresenta forrada por um material Ummais ninho macio foi comoencontrado folhas. no interior de um fragmento florestal bastante alteradoUm quanto ninho a suafoi estrutura encontrado (Mata nodo Altointerior Guzerá, de Usinaum Serrafragmento Grande, florestal Alagoasbastante - em alterado 30 de abril quanto de 2004). a Osua ninho estrutura abandonado (Mata apresentou do Alto indícios Guzerá, de Usina processoSerra Grande, de desgaste, Alagoas mas no - em geral 30 sua de formaabril defoi 2004).preservada. O ninho No mesmo abandonado fragmentoapresentou havia indícios outros ninhos de processo ativos. de desgaste, mas no geral sua forma foi preservada. No mesmo fragmento havia outros ninhos ativos.

A B

FiguraFigura 7 – 7 Detalhe Detalhe de de um um ninho ninho de deSynallaxis Synallaxis infuscat infuscata. (A) Vistaa. (A) frontal; Vista (B) frontal; Detalhe (B) da Detalhe da entradaentrada da dacâmara câmara oológica oológica (fotos (fotos Sônia SôniaRoda). Roda).

NormalmenteNormalmente são encontradossão encontrados solitários solitáriosou aos pares ou (Roda aos 2003), pares podendo (Roda 2003), formarpodendo pequenos formar grupos pequenos com cinco grupos ou seis com indivíduos. cinco ouEm seis caso indivíduos. de área Em caso de área interrompida por uma estrada, por exemplo, passam interrompida por uma estrada, por exemplo, passam facilmente de uma borda facilmente de uma borda de um fragmento para o outro. Com a de um fragmento para o outro. Com a utilização do playback chega muito utilização do playback chega muito próximo do observador. próximo do observador. A espécie emite um canto dissilábico “tac-tac”, podendo em algumas Aocasiões, espécie emite ser um trissilábico. canto dissilábico Vocalizam “tac-tac”, intensamente podendo em algumas durante ocasiões, todo o ano, serdelimitando trissilábico. Vocalizamterritórios. intensamente Existe outra durante vocalização, todo o ano, pouco delimitando conhecida que territórios.se assemelha Existe umoutra zumbido, vocalização, emitida pouco conhecidaquando asque aves se assemelha estão em um repouso. zumbido, emitida quando as aves estão em repouso.

História natural das espécies 37 Distribuição e Habitat

Registrado para 53 localidades nos estados de Alagoas e Pernambuco (Roda 2008c), apresenta uma área de ocorrência de 25.362,03 km2. Veja o Apêndice 1. A distribuição potencial por tipo de vegetação onde foi assinalada indica que esta espécie pode ocorrer em 50.836,34 km2 no Centro de Endemismo Pernambuco, em todos os tipos vegetacionais. Esta análise indicou também uma forte possibilidade desta espécie ocorrer em áreas de brejo na Paraíba, fato não observado até o momento. Ocorre em altitudes que variam de 5 m (Rio Largo, AL) a 1.067 m (Taquaritinga do Norte, PE). O fato desta espécie também ocorrer em brejos de altitude na região, como Taquaritinga do Norte ou Brejo da Madre de Deus, indica uma possibilidade de ligação pretérita destas áreas com o bloco de floresta mais litorâneo. Como estas duas áreas estão isoladas por um mosaico de áreas secas como a Caatinga, e também pelo fato de S. infuscata realizar apenas vôos curtos, nos leva a crer que esta espécie, provavelmente, tenha se deslocado para áreas de brejos de altitude através de corredores formados por matas ciliares. Apresenta uma estreita dependência com ambientes florestados, embora não habite o interior destas. Seu habitat preferencial são os emaranhados de vegetação nas bordas, adensados de cipós em clareiras nas florestas de diferentes níveis de distúrbios e alterações e também moitas de capim (Figuras 9). Freqüentam áreas de crescimento secundário recentemente queimado, em plantações mistas, vegetação secundária e em clareiras no interior de florestas bastante alteradas (S. A. Roda, obs. pess.) (Figura 8). Synallaxis infuscata vive geralmente no sobosque baixo, a pouca altura do solo.

38 Parte 1 | Informações Gerais 37

FiguraFigura 8 - Ambiente8 Ambiente preferencial preferencial de Synallaxis de Synallaxisinfuscata na Usina infuscata Serra Grande,na Usina Alagoas Serra – arbustos e área em regeneração (foto Adriano Gambarini). Grande, Alagoas – arbustos e área em regeneração (foto Adriano Gambarini).

Phylloscartes ceciliae Nome Popular: cara-pintada, Alagoas Tyrannulet, Long-tailed Tyrannulet

NomeNome científico Popular: Phylloscartes: cara-pintada, ceciliae Teixeira, Alagoas 1987 Tyrannulet, Long-tailed Tyrannulet

FamíliaNome: Tyrannidae. científico : Phylloscartes ceciliae Teixeira, 1987 Família: Tyrannidae. : StatusStatus de Conservação de Conservação: MMA 2003: Em perigo. MMA 2003: Em perigo. IUCN 2009: Em perigo. IUCN 2009: Em perigo. CITES 2009: Não consta. CITES 2009: Não consta.

MorfologiaMorfologia

NãoNão existe existe dimorfismo dimorfismo sexual. O cara-pintada,sexual. O Phylloscartes cara-pintada, ceciliae (Figura Phylloscartes 9), é ceciliae pequeno,(Figura com 9), 12 é cmpequeno, de comprimento com 12 to cmtal. Apresenta-sede comprimento como um total. típico Apresenta-se tiranídeocomo verdeum típicooliváceo. tiranídeo O supercílio verde e oliváceo.a região acimaO supercílio dos olhos e sãoa região acima brancacentos, estendendo-se até as coberteiras do ouvido. Região ventral esbranquiçada, esverdeado nos flancos, sendo mais opaco e amarelado na parte

História natural das espécies 39 38 mais baixa da barriga. Asas e cauda escuros com barras e franjas amarelo pálido. Assemelha-se com sua espécie alopátrica P. ventrallis, do sudeste do país (Teixeira 1987, BirdLife 2009).

Comportamento,dos Dieta, olhos Reprodução, são brancacentos, Vocalização estendendo-se até as coberteiras do ouvido. Região ventral esbranquiçada, esverdeado nos flancos, sendo mais A espécie é bastanteopaco ativa e amareladoe inquieta. Vive na parte aos pares mais nas baixa florestas da barriga. úmidas Asasde e cauda escuros altitude mais elevadacom ondebarras freqüentemente e franjas amarelo se associa pálido. a bandos Assemelha-se mistos do com sua espécie estrato médio e copaalopátrica das árvores, P. ventrallis como:, doTangara sudeste fastuosa, do país T. cyanocephala, (Teixeira 1987, T. BirdLife 2009). cyanomelaena, Dacnis cayana, Tachyphonus cristatus, Chlorophanes spiza e Hemithraupis flavicollis (Roda et Comportamento,al. 2003). Teixeira (1987) Dieta, cita outrasReprodução, espécies ocorrentes Vocalização nos bandos com P. ceciliae: Rhytipterna simplex, Contopus cinereus, Elaenia sp., A espécie é bastante ativa e inquieta. Vive aos pares nas florestas úmidas Xiphorhynchus atlanticus, Philydor novaesi, Automolus lammi, Thamnomanes caesius, de altitude mais elevada onde freqüentemente se associa a bandos Myrmotherula snowi, Herpsilochmus rufimarginatus, Terenura sicki, Ramphocaenus mistos do estrato médio e copa das árvores, como: Tangara fastuosa, melanurus e CoerebaT. flaveola. cyanocephala, T. cyanomelaena, Dacnis cayana, Tachyphonus cristatus, Espécie bastante Chlorophanescomum nas suas spiza dezessete e Hemithraupis localidades, flavicollisno entanto (Roda é pouco et al. 2003). Teixeira conhecida e não se(1987) sabe o citatamanho outras de suas espécies populações ocorrentes devido à dificuldadenos bandos de com P. ceciliae: Rhytipterna simplex, Contopus cinereus, Elaenia sp., Xiphorhynchus observação. Vivem nos extratos mais altos das florestas e são de pequeno atlanticus, Philydor novaesi, Automolus lammi, Thamnomanes caesius, tamanho, dificultando observações mais detalhadas da espécie. Myrmotherula snowi, Herpsilochmus rufimarginatus, Terenura sicki, Ramphocaenus melanurus e Coereba flaveola. Espécie bastante comum nas suas dezessete localidades, no entanto

é pouco conhecida e não se sabe o tamanho de suas populações devido

à dificuldade de observação. Vivem nos extratos mais altos das florestas e são de pequeno tamanho, dificultando observações mais detalhadas da espécie.

Figura 9 Phylloscartes ceciliae (foto Ciro Albano).

40 Parte 1 | Informações Gerais A sua alimentação consiste em artrópodes capturados na superfície das folhas e nas ramagens (Teixeira 1987b). A maior parte do tempo, as aves capturam suas presas ligeiramente no meio das ramagens, de um lado a outro. Outras vezes são observadas forrageando lentamente por entre as folhas. Ainda não se conhece ao certo qual o padrão de forrageamento. O período reprodutivo se estende de setembro a fevereiro (através da analise das gônadas) (Teixeira 1987b). O ninho observado media aproximadamente 45 cm de comprimento e estava localizado a 6m do solo em galhos de uma grande árvore de mais de 20m de altura (Teixeira, 1987a; Collar et al., 2000). Os filhotes parecem permanecer com os pais por longos períodos, visto que bandos familiares foram observados com bastante freqüência nos meses que antecedem as chuvas na região (março-abril) (S.A. Roda, obs. pess.). Sua vocalização é semelhante a outras espécies de Phylloscartes. Foram reconhecidos três tipos de vocalização: (a) djü, djü - seqüências incomuns; (b) ürürüt e tchüp - afiado e mais rápido, também incomum; (c) sweek-a-dee-deek – sempre muito rápido e bem freqüente.

Distribuição e Habitat

Registrado para dezessete localidades nos estados de Alagoas e Pernambuco, apresenta uma área de ocorrência de 8.360,26 km2. Veja o Apêndice 1. A distribuição potencial por tipo de vegetação onde a espécie foi registrada indica que esta espécie pode ocorrer em 35.825,63 km2 no Centro de Endemismo Pernambuco podendo se estender até as regiões serranas do Estado da Paraíba (Brejos de altitude), apesar de não ter sido registrado. A altitude de ocorrência da espécie varia de 160m (São José da Laje - AL) a 980m (Brejo dos Cavalos - PE). Apesar do município de São José

História natural das espécies 41 40

apresentar uma baixa altitude, está situada em uma porção bem interiorana, no início da encosta da Chapada da Borborema.

O ambiente preferencial de Phylloscartes ceciliae são as copas das árvores e o sobosque médio-alto (Figura 10).

da Laje apresentar uma baixa altitude, está situada em uma porção bem interiorana, no início da encosta da Chapada da Borborema.

O ambiente preferencial de Phylloscartes ceciliae são as copas das árvores e o sobosque médio-alto (Figura 10).

Figura 10 Habitat de Phylloscartes ceciliae na Mata ESEC Murici (foto Adriano Figura 10 - Habitat de Phylloscartes ceciliae na Mata ESEC Murici (foto Adriano Gambarini). Gambarini).

42 Parte 1 | Informações Gerais Tangara fastuosa

Nome Popular: sete-cores, pintor-verdadeiro, Seven-coloured Tanager, Seven-colored Tanager

Nome científico: Tangara fastuosa Lesson, 1831.

Família: Thraupidae.

Status de Conservação:

MMA 2003: Vulnerável.

IUCN 2009: Vulnerável.

CITES 2009: Apêndice II.

Morfologia

Mede cerca de 14 cm de comprimento. Apresenta o bico escuro e cônico, triangular na base, bem característico das espécies da Família Thraupidae. Apresentam um impressionante colorido (Figura 11): cabeça, queixo e manto turquesa esverdeada; preto nos loros e em volta da gola e garganta; azul marinho escuro no peito e bem brilhante na barriga; penas das asas azul turquesa mais claros no encontro e com pontas mais escuras; alaranjadas nas penas dorsais; uropígio alaranjado e brilhante; cauda azul escura. Quase não há dimorfismo sexual aparente, sendo apenas a cabeça do macho, de tom levemente mais azulado que a da fêmea, perceptível apenas com exemplares na mão.

Comportamento, Dieta, Reprodução, Vocalização

A espécie é preferencialmente frugívora, no entanto ingere uma grande quantidade de artrópodes (insetos e aranhas) que são capturados na folhagem das árvores e eventualmente junto com os frutos. Ingerem ocasionalmente pétalas de inflorescência de goiabeira e jambeiro (Myrtaceae), as quais são “puxadas” em pequenos pedaços pelo bico.

História natural das espécies 43 42 inteiros,inteiros, osos maioresmaiores ee comcom polpapolpa abundanteabundante sãosão bicados.bicados. OsOs principaisprincipais frutosfrutos ingeridosingeridosOs frutos porpor Tangarapequenos fastuosa são são:são: ingeridos Miconia sinteiros,p (Melastomataceae), os maiores Cecropia e com sp polpa (Cecropiaceae)abundante e sãoSchefflera bicados. morototoni Os principais(Araliaceae).(Araliaceae). frutosPareceParece ingeridoshaverhaver umauma porrelaçãorelação Tangara entrefastuosa abundância são: deMiconia frutos sdep (Melastomataceae),melastomatáceas (Miconia Cecropia sp) e abundância sp (Cecropiaceae) de e Schefflera morototoni (Araliaceae). Parece haver uma relação entre traupídeos, entre eles, Tangara fastuosa (Isler & Isler 1987, Silveira et al. 2003). É abundância de frutos de melastomatáceas (Miconia sp) e abundância o principal dispersor de sementes de bromélias, pois se alimenta de seus frutos de traupídeos, entre eles, Tangara fastuosa (Isler & Isler 1987, Silveira e oset dispersa al. 2003). pela florestaÉ o principal e por fragmentos dispersor próximos. de sementes de bromélias, pois se alimenta de seus frutos e os dispersa pela floresta e por fragmentos próximos.

Figura 11 - Detalhe da cabeça e bico de Tangara fastuosa (foto(foto SôniaSônia Roda). Abaixo, detalhes da plumagem (foto Ciro Albano.

Figura 11 Detalhe da cabeça e bico de Tangara fastuosa (foto Sônia Roda). Abaixo, detalhes da plumagem (foto Ciro Albano).

Freqüenta bandos mistos que incluem tanto espécies frugívoras quanto insetívoras:insetívoras: Caryothraustes canadensis, Coereba flaveola, Cyanerpes cyaneus, Cranioleuca 44 Parte 1 | Informações Gerais semicinerea, Dacnis cayana, Euphonia pectoralis, Euphonia violacea, Hemithraupis guira, Hemithraupis flavicollis, Herpsilochmus rufimarginatus, Picumnus exillis, Picumnus Freqüenta bandos mistos que incluem tanto espécies frugívoras quanto insetívoras: Caryothraustes canadensis, Coereba flaveola, Cyanerpes cyaneus, Cranioleuca semicinerea, Dacnis cayana, Euphonia pectoralis, Euphonia violacea, Hemithraupis guira, Hemithraupis flavicollis, Herpsilochmus rufimarginatus, Picumnus exillis, Picumnus fulvescens, Saltator maximus, Tachyphonus cristatus, Tachyphonus rufus, Tangara cyanocephala, Tangara cayana, Tangara cyanomelaena, Tersina viridis, Thraupis palmarum e Thraupis sayaca (Roda 2003, Silveira et al. 2003). Também pode ser vistos em pequenos grupos intra-específicos (bastante barulhentos) ou aos pares. Apresenta uma relação bastante interessante com Tangara cyanocephala, onde formam bandos freqüentes e bastante numerosos. Freqüentam jardins arborizados próximos a florestas. Realiza vôos relativamente longos, podendo realizar vôos contínuos com mais de 500m entre um fragmento e outro, além disso, apresentam uma alta capacidade de se dispersarem, não permanecendo em um ou outro fragmento próximo. O período reprodutivo concentra-se nos períodos secos (outubro a abril), constrói um ninho em forma de taça rasa construída com radículas, fibras vegetais e folhas secas (Teixeira & Pinto 1988, Farias et al. 1996). Utilizam bromélias arborícolas (Figura 12) para construírem seus ninhos (Collar et al. 2000, Farias et al. 1996, Roda 2003). Em Taquaritinga do Norte foram observados cinco casais levando material para ninhos em bromélias, em uma área de pouco mais de 500m2, um dos ninhos estava a mais de 10m do solo (Roda 2003, Silveira et al. 2003). Segundo informações de criadouro conservacionista (F. Pinto, in litt, 2005), Tangara fastuosa põe 3 ou 4 ovos, que são incubados por cerca de 15 a 17 dias. Atinge a maturidade sexual aos 12 meses de vida. São fortemente territoriais e agressivos com outros indivíduos da espécie, principalmente no período de acasalamento. Exemplares mantidos em cativeiros conservacionistas apresentaram reprodução com relativa facilidade, favorecendo o repovoamento de áreas degradadas.

História natural das espécies 45 44

A vocalização é singular: it-it-it, repetidas vezes, rapidamente quando na euforia dos bandos mistos, no entanto mais pausado quando aos pares ou solitários.

Figura 12 Local de nidificação de Tangara fastuosa – Engenho Duas Bocas, Usina Cucaú Figura(foto 12 Sônia – Local Roda). de nidificação de Tangara fastuosa – Engenho Duas Bocas, Usina Cucaú (foto Sônia Roda).

Distribuição e Habitat Distribuição e Habitat Amplamente distribuído no Centro de Endemismo Pernambuco, foi Amplamenteregistrado paradistribuído 106 localidades no Centro de em Endemismo Alagoas, Pernambuco, Pernambuco, foi Paraíbaregistrado e Rio paraGrande 106 localidadesdo Norte. emVeja Alagoas, o Apêndice Pernambuco, 1. Sua áreaParaíba de eocorrência Rio Grande é ampla,do 2 Norte.cerca Vejade 45.379,53 o Apêndice km 1. ,Sua podendo área de serocorrência abundante é ampla, ou raro,cerca dependendode 45.379,53 do estado de conservação da área. Os registros para o Rio Grande do Norte km2, podendo ser abundante ou raro, dependendo do estado de conservação (Capim Macio, Parque das Dunas Costeiras e Baia Formosa) requerem da área. Os registros para o Rio Grande do Norte (Capim Macio, Parque das maiores observações, pois podem se tratar de animais oriundos de Dunassoltura. Costeiras e Baia Formosa) requerem maiores observações, pois podem se tratarA distribuição de animais oriundos potencial de soltura. por tipo de vegetação onde Tangara fastuosa 2 Afoi distribuição assinalada, potencial indica quepor tipoesta deespécie vegetação pode onde ocorrer Tangara em 48.535.19fastuosa foi km assinalada, indica que esta espécie pode ocorrer em 48.535.19 km2 no Centro

46de EndemismoParte 1 | Informações Pernambuco. Gerais A altitude de ocorrência da espécie varia de 160m (São José da Laje - AL) a 1.067m (Taquaritinga do Norte - PE). Apesar do município de São José da Laje apresentar uma baixa altitude, está situada em uma porção bem interiorana, no início da encosta da Chapada da Borborema. no Centro de Endemismo Pernambuco. A altitude de ocorrência da espécie varia de 160m (São José da Laje - AL) a 1.067m (Taquaritinga do Norte - PE). Apesar do município de São José da Laje apresentar uma baixa altitude, está situada em uma porção bem interiorana, no início da encosta da Chapada da Borborema. Ocorre no interior e bordas de florestas, tanto primárias quanto secundárias, e é bem adaptado às alterações de hábitat e perturbações ambientais. O ambiente preferencial de Tangara fastuosa são as copas das árvores e o sobosque médio-alto.

História natural das espécies 47

DISTRIBUIÇÃO DAS ESPÉCIES

As espécies Glaucidium mooreorum, Philydor novaesi, Terenura sicki, Myrmotherula snowi, Synallaxis infuscata, Phylloscartes ceciliae e Tangara fastuosa foram encontradas em 126 localidades, distribuídas em 52 municípios do Centro de Endemismo Pernambuco (Figura 13). Quando mapeadas, esta distribuição se concentra nos estados de Alagoas e Pernambuco. A lista de localidades encontra-se no Apêndice 1. O cruzamento da ocorrência das espécies com os tipos vegetacionais indicou que as florestas Ombrófila Aberta, Densa e Estacional Semidecidual foram os tipos florestais mais bem representados em número de registros das espécies alvo (Figura 14). Apesar de restar apenas 4,6% da área original da Floresta Ombrófila Densa (Conservation International do Brasil et al. 1994), esta apresentou um número elevado de registros, principalmente Tangara fastuosa e Synallaxis infuscata, o que demonstra a importância de florestas mais estruturadas como as destes tipos, na manutenção da avifauna regional apesar de também ser a mais vulnerável devido à expansão da cultura de cana-de-açúcar na região. Um total de dez registros foi detectado na Área de Tensão Ecológica - áreas de encraves entre a Caatinga e floresta Atlântica, que representa quase a metade da área supostamente coberta pela floresta Atlântica do Centro de Endemismo Pernambuco (Tabarelli et al. 2005). Na Tabela 2 são apresentados os totais da área de ocorrência de cada espécie. Apenas Glaucidium mooreorum não apresentou área de ocorrência devido aos seus pontos de distribuição não formarem um polígono (apenas duas localidades de registro). Philydor novaesi não apresentou um polígono devido a duas localidades (RPPN Frei Caneca e Fazenda Pedra Dantas) serem áreas contínuas.

Distribuição das espécies 49 47

Figura 13 Municípios do Centro de Endemismo Pernambuco onde foram registrados Figuraas espécies: 13 - Municípios Glaucidium do Centro demooreorum Endemismo Pernambuco, Philydor onde novaesi foram registrados, Terenura as sicki, Myrmotherula espécies: Glaucidium mooreorum, Philydor novaesi, Terenura sicki, Myrmotherula snowi, Synallaxis infuscata,snowi, Phylloscartes Synallaxis ceciliae infuscata,e Tangara fastuosa. Phylloscartes ceciliae e Tangara fastuosa.

A Tabela 3 indica os totais da área da distribuição potencial das

Aespécies Tabela 3 indicaa partir os totais da dacombinação área da distribuição dos potencialmapas dasda espécies distribuição a pontual com partiro dos da tipos combinação vegetacionais dos mapas da (Figura distribuição 15) pontual e Unidades com o dos de tipos Paisagem (Figura 16). vegetacionais (Figura 15) e Unidades de Paisagem (Figura 16).

Floresta Ombrófila Aberta 30 Floresta Estacional Semidecidual Áreas de TensÒo Ecológica Áreas das Formações Pioneiras Floresta Ombrófila Densa 24

18

de E'pécies Número 12

6

0 Tangara Synallaxis Phylloscartes Terenura sicki Myrmotherula Philydor novaesi Glaucidium fastuosa infuscata ceciliae snowi mooreorum Espécies

Figura 14 Número de localidades com registros das espécies endêmicas e ameaçadas nos tipos vegetacionais assinalados para o Centro de Endemismo Pernambuco.

50 Parte 1 | Informações Gerais Tabela 2 Área de distribuição e número de localidades das cinco espécies no Centro de Endemismo Pernambuco. Área de Número de Número de Espécie distribuição (km2) localidades municípios Glaucidium - 2 2 mooreorum Myrmotherula snowi 2.516,50 4 4 Philydor novaesi 254,05 3 3 Synallaxis infuscata 25.362,03 47 26 Terenura sicki 8.367,76 14 7 Phylloscartes ceciliae 8.360,26 17 9 Tangara fastuosa 45.379,53 75 40

Tabela 3 Área de distribuição potencial das cinco espécies no Centro de Endemismo Pernambuco nos tipos vegetacionais e Unidades de Paisagem do Centro de Endemismo Pernambuco. Área de Área de distribuição distribuição Espécie potencial por unidade potencial por tipo de paisagem vegetacional

Glaucidium mooreorum 995,21 13.822,93

Myrmotherula snowi 23.256,36 18.076,67

Philydor novaesi 17.619,37 18.076,67

Synallaxis infuscata 50.836,34 36.220,59

Terenura sicki 3.224,90 19.554,51

Phylloscartes ceciliae 35.825,63 25.066,71

Tangara fastuosa 48.535,19 40.073,06

Distribuição das espécies 51 Figura 15 Distribuição pontual das espécies por tipo de vegetação do Centro de Endemismo Pernambuco.

Figura 16 Distribuição das espécies por tipo de unidades de paisagem do Centro de Endemismo Pernambuco.

52 Parte 1 | Informações Gerais AMEAÇAS E CONSERVAÇÃO

Para estas cinco espécies, a principal ameaça é a redução de habitat pela conversão das florestas em pastagens e plantações de cana-de-açúcar. Outras ameaças com relação ao uso indevido dos recursos naturais como a retirada da floresta para plantio de culturas de subsistência, a extração de lenha para carvoaria e lenha e a caça fazem parte de um cenário comum em praticamente todas as localidades de registro destas espécies (Roda 2003). Felizmente todas as espécies possuem populações em Unidades de Conservação (Tabela 4). Para garantir a preservação destas espécies, as áreas limítrofes deveriam, em caráter de urgência, ser priorizadas na criação de novas Unidades de Conservação como também a real implementação destas Unidades. Todas estas espécies ocorrem em unidades de conservação. Duas se destacam. A ESEC Murici e a RPPN Frei Caneca abrigam todas as espécies, excetuando-se Glaucidium mooreorum, mas que também ocorre em uma área protegida, a REBIO Saltinho.

Ameaças e Conservação 53 Tabela 4 Unidades de Conservação com espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. Gm, Glaucidium mooreorum; Pn, Philydor novaesi; Ms, Ts, Terenura sicki; Myrmotherula snowi; Si, Synallaxis infuscata; Pc, Phylloscartes ceciliae; Tf, Tangara fastuosa.

Localidade Estado Espécies

Brejo da Madre de Deus, RPPN Fazenda Bituri PE Si,Tf

Cabo de Santo Agostinho, ESEC de Gurjaú PE Si,Tf

Caruaru, Parque Vasconcelos Sobrinho (Brejo dos Cavalos) PE Pc,Si,Tf

Igarassú, Refúgio Ecológico Charles Darwin PE Tf

Itamaracá, RESEC Mata do Amparo PE Tf

Jaqueira, RPPN Frei Caneca PE Ms,Pc,Pn,Si,Tf,Ts

Moreno, RPPN Fazenda Santa Beatriz do Carninjó PE Si

Murici, ESEC Murici AL Ms,Pc,Pn,Si,Tf,Ts

Paulista, RESEC de Caetés PE Si,Tf

Quebrangulo, REBIO Pedra Talhada AL Pc

Recife, Parque Dois Irmãos PE Tf

Recife, RESEC Mata de São João da Várzea PE Tf

São Lourenço da Mata, ESEC do Tapacurá PE Tf

Tamandaré, REBIO Saltinho PE Gm,Si,Tf

A ESEC Murici é considerada uma das mais importantes florestas do mundo e uma das regiões prioritárias para a conservação de aves no hemisfério ocidental (Bencke et al. 2006). Pesquisas desenvolvidas a partir de 1980 levaram à descoberta de quatro novas espécies de aves: o limpa-folha-do-nordeste (Philydor novaesi), o zidedê-do-nordeste (Terenura sicki), a choquinha-de-alagoas (Myrmotherula snowi) e o cara-pintada (Phylloscartes ceciliae). Além disso, a Estação Ecológica de Murici abriga outras nove espécies de aves globalmente ameaçadas de

54 Parte 1 | Informações Gerais extinção, o maior número entre os remanescentes de Mata Atlântica do Nordeste (Bencke et al. 2006). A ESEC Murici foi criada pela portaria nº 152/02-n, de 21 de novembro de 2002 e não possui um Plano de Manejo, e, além disso, o processo de desapropriação não foi iniciado, além de ser cercada por fazendas de gado e assentamentos. A área determinada para a Unidade de Conservação e o seu entorno imediato está inserida em 30 propriedades, com uma população estimada - pelo Censo Demográfico realizado pela Sociedade Nordestina de Ecologia no ano de 2004 - de 1924 pessoas, distribuídos em 27 fazendas, dois assentamentos rurais e uma Estação de Pesquisa da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), que exercem pressões constantes sobre os remanescentes florestais. O referido Censo Demográfico revela ainda altos índices de analfabetismo, baixo nível de renda e elevado número de gestantes e crianças, o que implica na expectativa de aumento da população residente e, conseqüente agravamento da situação de ameaça do fragmento florestal. A população assentada há seis anos, representa 680 pessoas, não possui qualquer vínculo afetivo com a localidade e não utiliza a mata vizinha de maneira sustentável. A RPPN Frei Caneca ganhou atenção mundial nos últimos anos em função da descrição de várias espécies ainda desconhecidos para a ciência (e.g., briófitas, bromélias, anfíbios, abelha) e também pela descoberta das quatro espécies de aves ameaçadas de extinção que antes eram restritas apenas para a região de Murici (Mazart Barnett et al. 2005). Sua proteção imediata é reconhecida por diversos instrumentos legais que a reconheceram como uma área de extrema importância biológica em vários workshops nacionais e regionais: MMA–PROBIO 584, SECTMA 27, BirdLife/SAVE- IBA-PE13 (MMA 2004,SECTMA 2002, Bencke et al. 2006). Um Plano de Manejo para a RPPN Frei Caneca já foi elaborado (Alves et al. 2008) e ações devem ser implementadas em breve, visto que as agressões à área ainda são intensas, como caça e corte de madeira para lenha. A BirdLife International através da sua sucursal brasileira, a SAVE (Sociedade para a Conservação de Aves no Brasil),

Ameaças e Conservação 55 adquiriram uma área vizinha á RPPN Frei Caneca, a Fazenda Pedra Dantas como objetivo de criar uma RPPN de cerca de 360 ha para ampliar a área protegida da RPPN Frei Caneca, além de assegurar a conservação e a sustentabilidade de longo-prazo das matas da região, integrando a comunidade local à conservação ambiental. Esta área, somada à propriedade adjacente, a RPPN Frei Caneca, totaliza cerca de 1.000 hectares de florestas e abrigam algumas das mais ameaçadas espécies de aves do planeta. Esta área que abriga estas duas áreas e outros fragmentos importantes é conhecida como Serra do Urubu. A REBIO Saltinho, onde ocorre o caburé-de-pernambuco, não tem sofrido agressões ambientais recentes como redução de área ou cortes de madeira, no entanto a caça ainda é presente nos limites da reserva. Esta localidade é cortada transversalmente por uma estrada pavimentada estadual (PE-60) de tráfego intenso. Além do atropelamento de fauna, esta estrada é responsável pela fragmentação de ambientes virtualmente A REBIO Pedra Talhada está praticamente esquecida do poder público. Criada em 1989, está encravada na Serra das Guaribas entre 600 e 900 m de altitude e localizada entre os Estados de Alagoas e Pernambuco. Conta com mais de 3.500 hectares de floresta Atlântica com trechos praticamente virgens, constituindo um dos maiores fragmentos de floresta Atlântica ao norte do rio São Francisco. Com mais de 200 nascentes, fornece água límpida em abundância durante o ano todo para mais de 100.000 habitantes de cinco cidades (Chã Preta, Correntes, Lagoa do Ouro, Palmeira dos Índios e Quebrangulo). Não há qualquer tipo de mobilização por parte destes municípios para preservar e proteger essa Reserva. De acordo com um documento enviado ao Ministério do Meio Ambiente pelo Fórum Ambiental de Aldeia (2009) em 1975 a reserva e seu entorno tinham 6.340 hectares de floresta. Em 2000, restavam apenas 3.810 hectares, ou seja, uma perda de 40% em 25 anos. A Mata do Estado é uma localidade onde esforços de conservação devem ser direcionados em caráter emergencial. Localizada no Município de São Vicente Férrer, em Pernambuco, apresenta 32 nascentes, muita das quais abastecem os municípios vizinhos. A área abriga pelo menos

56 Parte 1 | Informações Gerais 153 espécies/subespécies de aves (Roda & Carlos 2004), das quais dezoito estão incluídas em alguma categoria de ameaça da nova lista de animais ameaçados do Brasil (MMA 2003). Entre as quatro espécies, antes registradas apenas para a ESEC Murici, a Mata do Estado abriga três - Terenura sicki, Myrmotherula snowi e Phylloscartes ceciliae (Roda et al. 2003, Roda & Carlos 2004). Sua proteção imediata é reconhecida por diversos instrumentos legais que a reconheceram como uma área de extrema importância biológica em vários workshops nacionais e regionais: MMA–PROBIO 118, SECTMA 19; BirdLife/SAVE- IBA-PE 02 (MMA 2004, SECTMA 2002;, Bencke et al. 2006). A Mata do Estado se encontra cercada por pastagens e plantações de cana-de-açúcar e banana, atividades dominantes na região. Além destas, outras atividades secundárias como o plantio de uva, café, laranja, maracujá e tomate nos arredores da Mata do Estado têm reduzido drasticamente as bordas deste fragmento e causando impactos com o uso indiscriminado de agrotóxicos. Além disso, pecuaristas de fazendas vizinhas utilizam estradas dentro da mata para a movimentação e transporte de gado. A caça e a extração ilegal de madeira praticada por pessoas de outras localidades representam uma das piores ameaças para a Mata do Estado. Os principais impactos causados na área advêm da falta de informação destas famílias em trabalhar com sistemas agroflorestais. Veja Roda (2006b). Um documento visando a proteção desta localidade foi elaborado no ano de 2006 pelo CEPAN a pedido do IBAMA foi apresentado a autoridades locais com o propósito de despertar discussões sobre a criação de uma Unidade de Conservação na área, no entanto o assunto foi esquecido. O CEPAN através do projeto “Apoio a Criação de Unidades de Conservação na Floresta Atlântica de Pernambuco”, financiado pelo PDA-MMA, vai propor às autoridades do Estado a criação de uma Unidade de Conservação pública para a Mata do Estado.

Ameaças e Conservação 57

PARTE 2 Recomendações para a conservação da espécie

OBJETIVOS

Objetivo Geral

Para o cumprimento do objetivo geral do Plano de Conservação, que é evitar a extinção da espécie, na forma de um planejamento estratégico consolidado contendo níveis de prioridade e prazos para a consecução de cada meta de conservação.

Objetivos Específicos

Foram propostos objetivos específicos divididos em cinco áreas temáticas: (1) Políticas Públicas e Legislação; (2) Recuperação do Habitat; e, (3) Pesquisa. A atribuição de níveis de prioridade e prazos foi adaptada da metodologia proposta pelo IBAMA, em que na escala de prioridades foram designados quatro níveis (Tabela 5), e aos prazos para a consecução de cada objetivo específico foram atribuídas seis categorias (Tabela 6).

Objetivos 61 Tabela 5 Descrição dos níveis de prioridade atribuídos aos objetivos específicos. NÍVEL DE PRIORIDADE DESCRIÇÃO

Objetivo específico cujo cumprimento é necessário para evitar um declínio populacional Essencial da espécie que pode levar à sua extinção na natureza em uma geração (cerca de 20 anos)

Objetivo específico cujo cumprimento é Alta necessário para evitar um declínio maior ou igual a 20% da população em 20 anos ou menos

Objetivo específico cujo cumprimento é Média necessário para evitar um declínio de até 20% da população em 20 anos ou menos

Objetivo específico cujo cumprimento é Baixa necessário para a manutenção da população no longo prazo

Tabela 6 Detalhamento dos prazos para consecução dos objetivos específicos. PRAZO ALCANCE

Imediato Deve ser alcançado dentro do próximo ano

Curto Deve ser alcançado em 1-3 anos

Médio Deve ser alcançado em 1-5 anos

Longo Deve ser alcançado em 1-10 anos

62 Parte 2 | Recomendações para a conservação da espécie PLANO DE AÇÃO

1. Políticas Públicas e Legislação

A aplicação da legislação ambiental é o mais importante fator para a conservação das espécies. Existem diversos dispositivos legais que, por si só, se cumpridos à risca, seriam suficientes para proteger a totalidade dos hábitats destas espécies. Como a perda de habitat é a principal ameaça à conservação da espécie, ressaltamos a necessidade da aplicação da legislação ambiental pelas autoridades governamentais competentes, nas esferas federal, estadual e municipal. Os principais dispositivos legais aplicáveis à consecução destes objetivos referem-se às diversas categorias de Áreas de Preservação Permanente (ver Código Florestal e suas regulamentações ulteriores), aos instrumentos de proteção das formações florestais do Domínio Mata Atlântica, à conservação e ordenamento de recursos hídricos, bem como aqueles relacionados à proteção de espécies ameaçadas de extinção. Fazendo uso da legislação vigente, promovendo as Políticas Nacionais do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos, bem como as convenções sobre a conservação da biodiversidade, os objetivos específicos propostos dentro do tema Políticas Públicas e Legislação, são:

1.1 Proteger integralmente os remanescentes do Domínio Mata Atlântica que compõem o Centro de Endemismo Pernambuco, conforme os diversos dispositivos legais que versam sobre a conservação deste ambiente e de sua biota associada. Prioridade: Essencial Prazo: Imediato Atores: IBAMA, ICMBIO, Ministério Público, CPRH, IMA, Polícia Ambiental, Prefeituras.

Plano de Ação 63 1.2. Exigência do cumprimento da Lei 4.771/65 (Código Florestal) através da averbação das áreas de reserva legal e de preservação permanente como condicionante para a obtenção de financiamentos públicos e qualquer autorização ou licenciamento requeridos. Importância: Alta Prazo: Imediato Atores: IBAMA, Ministério Público, Polícia Ambiental, Prefeituras, CPRH, IMA, SECTMA.

1.3. Exigência do cumprimento da Lei 4.771/65 (Código Florestal) através da averbação das áreas de reserva legal e de preservação permanente em assentamentos de reforma agrária. Importância: Alta Prazo: Imediato Atores: IBAMA, Ministério Público, INCRA, CPRH, IMA.

1.4. Incentivar o estabelecimento de práticas ambientais e sustentáveis de baixo impacto nas propriedades particulares e em assentamentos de reforma agrária. Prioridade: Média Prazo: Médio Atores: IBAMA, Ministério Público, INCRA, CPRH, IMA.

1.5. Incentivar o estabelecimento de reservas florestais de alta produtividade, como Eucalipto e/ou Pinus, destinados ao fornecimento de matéria prima para suprir as necessidades de madeira, carvão e lenha. Prioridade: Essencial Prazo: Imediato Atores: ICMBIO, Ministério Público, ONGs, Polícia Ambiental, Prefeituras, CPRH, IMA.

64 Parte 2 | Recomendações para a conservação da espécie 1.6. Incentivar a adoção de instrumentos voltados para a proteção dos remanescentes florestais como, por exemplo, ICMS ecológico, Royalties de carbono, etc. Importância: Alta Prazo: Continuo Atores: Poder legislativo Atores: ICMBIO, Ministério Público, ONGs, Polícia Ambiental, Prefeituras, CPRH, IMA.

1.7. Modificar a Lei de Crimes Ambientais de modo a considerar a caça, captura ou comércio de espécies nativas, em especial as ameaçadas, como infração gravíssima sujeita à prisão sem fiança. Importância: Fundamental Prazo: Imediato Atores: Ministério Público, Poder legislativo.

2. Proteção da espécie e seu habitat

Os sítios de registro das espécies e os fragmentos adjacentes devem ser adequadamente protegidos e manejados de forma que priorizem as necessidades de conservação das espécies. A criação de Unidades de Conservação e o manejo adequado da existente terão um papel fundamental na conservação da espécie. Bem como a criação de paisagens sustentáveis (como corredores ecológicos e boas praticas de uso do solo) entre os fragmentos de floresta da área de ocorrência das espécies. A conscientização pública é fundamental para a participação das comunidades locais e visitantes. Programas de educação ambiental e uso sustentável dos recursos naturais devem ser prioritários nas áreas de ocorrência das espécies.

Plano de Ação 65 2.1. Incentivar e apoiar a criação de UCs de Proteção Integral e/ ou RPPNs nas áreas adjacentes àquelas de ocorrência das espécies e nas suas áreas de potencial ocorrência. Importância: Alta Prazo: Contínuo Atores: ICMBIO, CPRH, INCRA, IMA, SECTMA, Prefeituras, Proprietários Particulares, ONGs.

2.2. Investir em melhorias de infra-estrutura e de pessoal nas UCs já existentes, especialmente no que se refere à fiscalização. Importância: Fundamental Prazo: Contínuo Atores: ICMBIO, IBAMA, ONGs.

2.3. Implementar o Plano de Manejo das UCs que já o possuem, em especial a fiscalização. Importância: Alta Prazo: Médio Atores: ICMBIO, Ministério Público, Conselho Gestor das UCs, CPRH, IMA, ONGs.

2.4. Criar programas específicos de educação ambiental nos municípios de ocorrência das espécies. Importância: Alta Prazo: Curto Atores: ICMBIO, ONGs, Prefeituras, Secretarias de Educação, Instituição de Ensino e Pesquisa.

2.5. Implementar programas de recuperação e ampliação da vegetação em áreas de ocorrência das espécies. Importância: Alta Prazo: Contínuo Atores: IBAMA, ICMBIO, CPRH, IMA, Proprietários Particulares, ONGs.

66 Parte 2 | Recomendações para a conservação da espécie 2.6. Criação de corredores entre fragmentos de floresta dentro da área potencial de distribuição das espécies. Importância: Fundamental Prazo: Continuo Atores: Proprietários Particulares, Prefeituras, ONGs, INCRA, CPRH, IMA.

3. Pesquisa

O principal objetivo deste item neste Plano de Conservação é realizar um trabalho de busca da espécie, posteriormente um monitoramento coordenado que possibilite adquirir informações biológicas das espécies e seu tamanho populacional.

3.1. Realizar levantamento fenológico, fitossociológico e faunístico nos fragmentos importantes na área de distribuição das espécies. Importância: Fundamental Prazo: Médio Atores: Instituição de ensino e pesquisa, ONGs.

3.2. Fomentar e desenvolver pesquisas visando melhorar o conhecimento da história natural das espécies incluindo inicialmente estudos de busca da espécie e posteriormente ecologia e reprodução. Importância: Fundamental Prazo: Imediato Atores: MMA, ICMBIO, SECTMA, CPRH, CNPq, MCT, ONGs, Mantenedores, Instituição de ensino e pesquisa.

3.3. Monitorar os dois sítios de ocorrência das espécies através de observações periódicas, tanto da espécie quanto das características do hábitat. Importância: Fundamental Prazo: Imediato Atores: MMA, ICMBIO, SECTMA, CPRH, CNPq, MCT, ONGs, Mantenedores, Instituição de ensino e pesquisa.

Plano de Ação 67

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Referências 73

APÊNDICE

Altitude Localidade Estado Latitude Longitude (m) Abreu e Lima PE 19 7°, 54’ 34°, 54’ Água Preta PE 230 8°, 42’ 35°, 31’ Água Preta, Engenho Sacramento, Grota do Inferno PE 198 8°, 42’ 35°, 24’ Água Preta, Engenho Sacramento, Grota da Ferrugem PE 208 8°, 40’ 35°, 25’ Água Preta, Fazenda Camarão PE 110 8°, 45’ 35°, 28’ Alagoa Grande PB 143 7°, 09’ 35°, 37’ Amaraji, Engenho Opinioso PE 537 8°, 22’ 35°, 32’ Barra de Santo Antônio, Usina Santo Antônio 2 AL 30 9°, 23’ 35°, 35’ Barra de Santo Antônio, Usina Santo Antônio I AL 100 9°, 23’ 35°, 37’ Barreiros PE 22 8°, 49’ 35°, 11’ Barreiros, Engenho Cachoeira Linda PE - 8°, 48’ 35°, 19’ Barreiros, Mata da Gia PE 22 8°, 49’ 35°, 08’ Bonito PE 443 8°, 28’ 35°, 43’ Bonito, Engenho Barra Azul PE - 8°, 28’ 35°, 43’ Bonito, Mata do INCRA PE - 8°, 28’ 35°, 43’ Brejão PE 790 9°, 03’ 36°, 29’ Brejo da Madre de Deus PE 645 8°, 09’ 36°, 22’ Brejo da Madre de Deus, Fazenda Bituri PE 1005 8°, 12’ 36°, 24’ Cabo de Santo Agostinho PE 13 8°, 17’ 35°, 02’ Cabo de Santo Agostinho, EE Gurjaú, Mata de São Bráz PE 102 8°, 13’ 35°, 04’ Cabo de Santo Agostinho, EE Gurjaú, Mata de Xangô PE 17 8°, 14’ 35°, 03’ Cabo de Santo Agostinho, EE Gurjaú, Mata do Café PE 99 8°, 14’ 35°, 03’

Apêndice 75 Continuação Altitude Localidade Estado Latitude Longitude (m) Cabo de Santo Agostinho, Gurjaú PE - 8°, 14’ 35°, 03’ Camaragibe PE 55 8°, 01’ 34°, 58’ Camaragibe, Mata de Aldeia, Km 17 PE 55 7°, 54’ 35°, 03’ Canhotinho, Usina Serra Grande, Mata de Maria Maior PE 520 8°, 59’ 36°, 07’ Caruaru, Brejo dos Cavalos PE 980 8°, 21’ 36°, 02’ Gameleira, Usina Cucaú, Mata da Zefa dos Cachorros PE 85 8°, 36 35°, 20’ Garanhuns PE 840 8°, 54’ 36°, 29’ Gravatá PE 447 8°, 12’ 35°, 33’ Gravatá, Engenho Jussará, Mata do Benedito PE 550 8°, 22’ 35°, 32’ Gravatá, Engenho Jussará, Mata do Jussará PE 678 8°, 18’ 35°, 35’ Gravatá, Vale Verde PE - 8°, 12’ 35°, 33’ Ibateguara, Usina Serra Grande, Mata de Aquidabã AL 522 8°, 58’ 35°, 54’ Ibateguara, Usina Serra Grande, Mata de Ibateguara AL - 8°, 57’ 35°, 56’ Ibateguara, Usina Serra Grande, Mata do Alto Guzerá PE - 8°, 59’ 35°, 58’ Ibateguara, Usina Serra Grande, Mata do Engenho Coimbra AL 505 9°, 00’ 35°, 51’ Igarassú PE 19 7°, 50’ 34°, 54’ Igarassú, Refúgio Ecológico Charles Darwin PE 19 7°, 48’ 34°, 57’ Igarassú, Usina São José, Mata da Palmeira PE - 7°, 43’ 34°, 59’ Igarassú, Usina São José, Mata da Piedade PE - 7°, 48’ 34°, 59’ Igarassú, Usina São José, Mata da Zambana PE - 7°, 43’ 34°, 59’ Igarassú, Usina São José, Mata do Córrego da Mina PE - 7°, 45’ 35°, 00’ Ipojuca PE 10 8°,0 5’ 34°, 58’

76 Conservação de aves endêmicas e ameaçadas do centro de endemismo Pernambuco Continuação Altitude Localidade Estado Latitude Longitude (m) Jaboatão dos Guararapes PE 76 8°, 10’ 35°,0 8’ Jaqueira, Engenho Flor do Bosque PE 450 8°, 44’ 35°, 46’ Jaqueira, RPPN Frei Caneca, Mata do Quengo PE 700 8°, 42’ 35°, 51’ Jaqueira, Frei Caneca, Mata de Fervedouro PE 500 8°, 45’ 35°, 51’ Jequiá da Praia, Usina Sinimbu, Fazenda do Prata/Fz. Mangabeira AL 82 9°, 54’ 36°, 08’ João Pessoa PB 47 7°, 07’ 34°, 52’ Lagoa dos Gatos, Fazenda Pedra Dantas PE 700 8°, 41’ 35°, 52’ Maceió AL 16 9°, 39’ 35°, 44’ Maceió, Usina Cachoeira, Grota da Cachoeira AL 82 9°, 26’ 35°, 43’ Maceió, Usina Cachoeira, Mata do Bamburral AL 150 9°, 26’ 35°, 43’ Maceió, Usina Cachoeira, Mata do Bamburral II AL 150 9°, 26’ 35°, 41’ Maraial PE 4 8°, 46’ 35°, 48’ Mercês, Engenho Pirajá PE 1 8°, 19’ 35°, 06’ Moreno, RPPN Fazenda Santa Beatriz do Carninjó PE - 8°, 07’ 35°, 05’ Murici, Estação Ecológica de Murici AL - 9°,12’ 35°, 52’ Natal RN 30 5°, 47’ 35°, 12’ Novo Lino AL 300 9°, 01’ 35°, 40’ Palmares PE 108 8°, 41’ 35°, 36’ Paulista PE 13 7°, 56’ 34°, 52’ Paulista, Reserva Ecológica de Caetés PE 84 7°, 55’ 34°, 55’ Quebrangulo AL 366 9°, 13’ 36°, 25’ Quebrangulo, Pedra Talhada AL 366 9°, 13’ 36°, 25’ Quipapá PE 418 8°, 41’ 35°, 36’ Recife PE 4 8°, 03’ 34°, 54’ Recife, Mata do Curado PE 3 8°, 03’ 34°, 54’ Recife, Parque Dois Irmãos PE 3 7°, 55’ 34°, 52’

Apêndice 77 Continuação Altitude Localidade Estado Latitude Longitude (m) Ribeirão PE 97 8°, 30’ 35°, 22’ Rio Formoso, Usina Cucaú, Mata da Forma PE 117 8°, 36’ 35°, 16’ Rio Formoso, Usina Cucaú, Mata do Cararraza PE 96 8°, 35’ 35°, 16’ Rio Formoso, Usina Cucaú, Mata do Jaguarão PE 94 8°, 35’ 35°, 15’ Rio Formoso, Usina Trapiche, Barragem do Gindaí PE 230 8°, 37’ 35°, 11’ Rio Formoso, Usina Trapiche, Mata de Gindaí PE - 8°, 37’ 35°, 11’ Rio Formoso, Usina Trapiche, Mata de Xanguá PE 93 8°, 38’ 35°, 10’ Rio Formoso, Usina Trapiche, Mata de Xanguá 1 PE - 8°, 38’ 35°, 10’ Rio Largo AL 39 9°, 28’ 35°, 45’ Rio Largo, Gasoduto km 24 AL 112 9°, 26’ 35°, 49’ Rio Largo, Usina Leão Utinga, Mata da Sálvia AL 113 9°, 31’ 35°, 49’ São José da Coroa Grande, Fazenda Morim, Mata do Colarinho PE 51 8°, 51’ 35°, 12’ São José da Coroa Grande, Fazenda Morim, Mata do Cristóvão PE 55 8°, 52’ 35°, 12’ São José da Laje, Usina Serra Grande AL 256 9°, 00’ 36°, 03’ São José da Laje, Usina Serra Grande, Mata de Bom Jesus AL 338 8°, 57’ 36°, 06’ São José da Laje, Usina Serra Grande, Mata de Bom Jesus 1 AL 345 9°, 00’ 36°, 05’ São José da Laje, Usina Serra Grande, Mata de Bom Jesus 2 AL 340 9°, 00’ 36°, 06’ São José da Laje, Usina Serra Grande, Mata de Cachoeira AL 478 8°, 56’ 36°, 00’ São José da Laje, Usina Serra Grande, Mata de Canivete AL 371 8°, 57’ 36°, 05’ São José da Laje, Usina Serra Grande, Mata de Capoeirão AL - 8°, 56’ 36°, 04’ São José da laje, Usina Serra Grande, Mata do Apolinário PE 324 8°, 57’ 36°, 02’

78 Conservação de aves endêmicas e ameaçadas do centro de endemismo Pernambuco Continuação Altitude Localidade Estado Latitude Longitude (m) São José da Laje, Usina Serra Grande, Mata do Espinho AL 455 8°, 57’ 36°, 01’ São José da Laje, Usina Serra Grande, Mata do Fragmento_x AL 345 8°, 56’ 36°, 02’ São José da Laje, Usina Serra Grande, Mata do Mal Assombro AL 528 8°, 58’ 36°, 05’ São José da Laje, Usina Serra Grande, Mata do Pinto AL - 8°, 58’ 36°, 06’ São Lourenço da Mata PE 31 8°, 00’ 35°, 03’ São Lourenço da Mata, Estação Ecológica do Tapacurá PE 58 8°, 05’ 35°, 13’ São Miguel dos Campos AL 40 9°, 47’ 36°, 05’ São Vicente Férrer PE 419 7°, 35’ 35°, 29’ São Vicente Férrer, Engenho Triunfo, Mata da Macambira PE 485 7°, 37’ 35°, 27’ São Vicente Férrer, Mata do Estado PE 515 7°, 37’ 35°, 30’ Sirinhaém, Usina Trapiche, Mata de Bela Vista PE - - - Sirinhaém, Usina Trapiche, Mata de Xanguá PE 50 8°, 35’ 35°, 06’ Sirinhaém, Usina Trapiche, Mata do Dêra PE 65 8°, 34’ 35°, 10’ Sirinhaém, Usina Trapiche, Mata do Jaguaré PE - 8°, 36’ 35°, 10’ Sirinhaém, Usina Trapiche, Mata do Rosário PE 64 8°, 33’ 35°, 07’ Sirinhaém, Usina Trapiche, Mata do Sá PE 15 8°, 35’ 35°, 11’ Tamandaré, Engenho Mamucaba, Mata do Pau Amarelo PE 8 8°, 34’ 35°, 09’ Tamandaré, Reserva Biológica de Saltinho PE 5 8°, 43’ 35°, 10’ Taquaritinga do Norte, Torre do Microondas PE 1067 7°, 54’ 36°, 01’ Timbaúba, Engenho Água Azul PE 390 7°, 35’ 35°, 22’ União dos Palmares, Fazenda Santa Maria AL 550 9°, 08’ 35°, 53’ Vitória de Santo Antão PE 156 8°, 13’ 35°, 25’

Apêndice 79 Neste livro, de tamanho 15,5cm x 22cm, foram utilizados papel Triplex 260g/m2 para capa, papel Offset 90g para miolo, tipografias Perspective Sans e Scala. Foi impresso e montado na Oficina Gráfica da Editora Universitária da UFPE.