57

Figura 5. 3- Mapa do uso do solo da RMG para o ano de 2011.

Elaborados por LINO, N. C. (2012).

A maior alteração do uso do solo entre os anos analisados foi sobre a mancha urbana dos municípios. A variação das demais classes do uso ocorreu de forma mais branda, apesar de ser notada uma oscilação entre as áreas de agricultura e pastagem no período analisado.

A vegetação nativa ainda ocupa a maior porção da região, apresentando uma área de aproximadamente 40% da RMG no ano de 1989, e aproximadamente 39,5% no ano de 2011, indicando uma queda de 85,57 km² na área inicial. A agricultura, no primeiro ano analisado, ocupava uma área de 1301 km², que representava em torno de 17% da área. Em 2011 sua área aumentou para 1429,19 km². Já a pastagem, em 1989 era responsável por 37,64% da área total da RMG. No ano 2000 esse percentual baixou para 28,78% mas teve novo aumento no ano de 2011, subindo para 31,94% da área. A partir desses dados, nota-se que ouve um pequeno crescimento da agricultura, entretanto a pastagem continua sendo a maior atividade exercida na região. 58

Em relação à área urbana, no ano de 1989, ela representava aproximadamente 306,44 km² de extensão. No ano 2000, a área total urbana era de 492,99 km². Em 2011, essa área já representava aproximadamente 666,45 km², ou seja, mais do que o dobro em relaçãoa área observada inicialmente, como pode ser observada na figura 5.4. A criação da RMG no ano de 1999 pode ser um dos motivos para o crescimento acelerado dessa área.

Figura 5. 4 - Análise de crescimento da mancha urbana da RMG em intervalos de 11 anos.

Crescimento Mapeado da Mancha Urbana 1000

500

0 1989 2000 2011

Elaborado por LINO, N. C. (2012).

Para o primeiro intervalo de 11 anos, o município que apresentou o maior crescimento foi Senador Canedo, com uma taxa de crescimento de 179%. A história de Senador Canedo está relacionada com a construção da estrada de ferro da Rede Ferroviária Federal, na década de 1930. Próximo à estação ferroviária sugiram a zona central e os primeiros estabelecimentos comerciais (SENADOR CANEDO, 2012). O crescimento do município pode ser explicado pela privatização da ferrovia, que responde pela geração de parte da riqueza de Senador Canedo. Em 1996 passou a pertencer a Companhia Vale do Rio Doce S. A. (i.e., a maior empresa de mineração diversificada das Américas e a segunda maior do mundo).

Destaca-se ainda nesse primeiro período o crescimento dos municípios de , Hidrolândia e , todas com um percentual acima de 100%. Os municípios que apresentaram menor taxa de crescimento foram Bonfinópolis, Caturaí e Aragoiânia, sendo esse último com crescimento inferior a 1% da área.

Analisando o segundo período, compreendido entre 2000 e 2011, ou seja, pós-criação da RMG, observou-se um elevado aumento na taxa de crescimento de todos os municípios. O município Santo Antônio de Goiás apresentou o maior índice: 265,32%, tendo sua área aumentada de 0,61 km² no ano de 2000 para 2,24 km² em 2011. Além dele, outros 10 59 municípios tiveram taxa de crescimento superior a 100%, como pode ser observado na tabela 5.1. O município que apresentou a menor expansão foi o de Aparecida de Goiânia, tendo sua área expandida em 21,24%. Uma das hipóteses para explicar tal fato é que esse município já se encontrava conurbado com Goiânia e a tendência de crescimento dos demais municípios foi sentido capital. Tabela5. 1 - Taxa de crescimento entre os anos seguintes a criação da RMG. Município 2000 - 2011 Santo Antônio de Goiás 265,33 % Nova Veneza 157,58 % Aragoiânia 152,09 % Hidrolândia 148,88 % 143,74 % Abadia de Goiás 135,57 % Senador Canedo 124,84 % Caldazinha 120,12 % Bonfinópolis 118,14 % Goianira 100,86 % Goianápolis 100,82 % Nerópolis 87,11 % Caturaí 81,29 % Guapó 63,00 % Bela Vista de Goiás 62,72 % Trindade 48,01 % Terezópolis de Goiás 40,84 % Goiânia 31,75 % 29,37 % Aparecida de Goiânia 21,24 % Elaborado por LINO, N. C. (2012).

Observando os dados apresentados na figura 5.5, em análise global, os municípios com maior índice de crescimento foram Senador Canedo (527,32%), Hidrolândia (491,87%), Caldazinha (482,48%) e Santo Antônio de Goiás (465,42%). Os municípios com menores índices foram Inhumas, Caturaí e Aparecida de Goiânia, todos eles com crescimento variando entre 78-89%. 60

Figura 5. 5 - Índice de crescimento das áreas urbanas dos municípios da RMG expresso em porcentagem. Crescimento dos Municípios da RMG (%)

Aparecida de Goiânia Caturaí Inhumas Terezópolis de Goiás Bela Vista de Goiás Goiânia Bonfinópolis Guapó Aragoiânia Trindade Abadia de Goiás 1989 - 2011 Nerópolis Nova Veneza Goianápolis Brazabrantes Goianira Santo Antônio de Goiás Caldazinha Hidrolândia Senador Canedo

0 100 200 300 400 500

Elaborado por LINO, N. C. (2012).

Avaliando a população urbana da RMG, de acordo com os dados divulgados pelo IPEA e pelo censo demográfico do IBGE (2010), entre os anos de 1991 e 2010, a RMG teve um aumento populacional de 71,09%, passando de 1.245.035 habitantes em 1991 para aproximadamente 2.130.074 em 2010. A taxa de crescimento dos municípios da RMG pode ser constatada na tabela 5.2.

61

Tabela5. 2 - Taxa de crescimento populacional dos municípios da RMG. Percentual de Município 1991 2000 2010 Crescimento Abadia de Goiás - 3.096 5.081 64,11 Aparecida de Goiânia 175.555 335.547 455.193 159,29 Aragoiânia 2.831 4.262 5.528 95,27 Bela Vista de Goiás 9.652 12.278 17.955 86,02 Bonfinópolis 2.743 4.908 7.021 155,96 Brazabrantes 1.271 1.723 2.170 70,73 Caldazinha - 1.194 1.918 60,64 Caturaí 2.489 3.117 3.664 47,21 Goianápolis 8.594 9.805 9.691 12,76 Goiânia 913.485 1.085.806 1.297.076 41,99 Goianira 10.135 18.064 33.451 230,05 Guapó 8.249 9.916 11.333 37,39 Hidrolândia 4.665 7.836 10.470 124,44 Inhumas 32.722 39.976 45.103 37,84 Nerópolis 11.306 17.253 23.229 105,46 Nova Veneza 3.658 5.354 7.026 92,07 Santo Antônio de Goiás - 2.564 4.271 66,58 Senador Canedo 8.753 50.442 84.111 860,94 Terezópolis de Goiás - 3.616 5.677 57,00 Trindade 48.927 78.199 100.106 104,60 Total 1.245.035 1.691.860 2.130.074 71,09 IPEA e IBGE, (2013).

Os municípios que apresentaram maior crescimento populacional foram Senador Canedo, Goianira e Aparecida de Goiânia.O município de Senador Canedo se destaca, apresentando um aumento de mais de 860% em um espaço de duas décadas, ou seja, sua população octuplicou. Goianira também merece destaque, poisapresentouum aumento de mais de 200%, sendo que o maior aumento pode ser observado entre os anos 2000 e 2010, i.e., após a criação da RMG.O município de Aparecida de Goiânia apresentou um aumento de 159,29% nesse período.

Os municípios de Goianápolis, Guapó e Inhumas foram os que tiveram o menor crescimento populacional no período analisado. O município de Goianápolis, conhecida como a capital brasileira do tomate, apresentou um crescimento de apenas 12,76% em sua população residente em área urbana, ficando com um índice bem abaixo dos demais municípios da RMG. Tanto Guapó quanto Inhumas apresentaram aumento de aproximadamente 37% 62

Ressalta-se que o crescimento da população residente em área urbana mostrou relação com os dados apresentados pela expansão urbana mapeada. O município de Senador Canedo foi o que apresentou maiores índices, tanto na expansão das áreas urbanas quanto no aumento da população. O município de Aparecida de Goiânia foi o que apresentou menor expansão urbana, entretanto apresentou alto índice de aumento populacional. Isso pode ser explicado pelo fato de o município já se encontrar conurbado com a capital, e por ter sofrido, nos últimos anos, um grande aumento de empreendimentos imobiliários verticais.

A partir dos dados gerados no mapeamento multi-temporal, foi possível a realização da modelagem dinâmica para se obter os mapas de tendência da expansão urbana da RMG, até o ano de 2060. Com esses mapas de prospecção, foi possível realizar uma análise comparativa dos resultados obtidos pelo mapeamento e pela modelagem.

No processo de modelagem dinâmica, foi possível obter as áreas urbanas modeladas em 1990, 2000 e 2011. Como se tem o mapeamento dessas mesmas áreas urbanas, realizado por meio do processamento de imagens de satélite, foi possível confrontar as áreas urbanas obtidas por modelagem dinâmica, e por mapeamento, para se verificar as discrepâncias entre o mapeamento, e a modelagem. Afigura Figura 5. 7e 63

Figura 5. 8 ilustram os resultados obtidos na modelagem dinâmica e o mapeamento das áreas urbanas da RMG. É possível observar que a área de expansão mapeada apresenta forte relação com a área obtida pela simulação da expansão. Os mapas de tendência gerados pela modelagem são visualmente bem parecidos com os mapas gerados pelo mapeamento, entretanto, esse resultado também pode ser comprovadopor meio de informações numéricas. Figura 5. 6 - Comparativo entre as áreas urbanas mapeadas e modeladas da RMG no ano de 1989.

.Fonte: Elaborado por LINO, N.C. (2012).

64

Figura 5. 7 - Comparativo entre as áreas urbanas mapeadas e modeladas da RMG no ano 2000.

.Fonte: Elaborado por LINO, N.C. (2012).

65

Figura 5. 8 - Comparativo entre as áreas urbanas mapeadas e modeladas da RMG no ano de 2011

. Elaborados por LINO, N. C. (2012).

De acordo com os dados produzidos, para o ano de 1989, foi apresentada uma área de 306,44 km² para o cenário mapeado enquanto o cenário modelado (já no ano de 1990) apresentou uma área de 324,11 km², apresentando uma diferença entre áreas de menos de 6%. Para o ano de 2000 essa diferença foi ainda menor, sendo essa diferença representada por apenas 1,38%. A comparação entre os resultados obtidos pode ser analisada na figura 5.9.

66

Figura 5. 9 - Similaridade entre área mapeada e modelada. Comparação entre a expansão urbana mapeada e modelada 700 600 500 400 Área Km2 Mapeada 300 Modelada 200 100 0 1989 2000 2011

Elaborado por LINO, N. C. (2012).

No processo da modelagem, foram produzidos dados da expansão anual para todos os municípios analisados. Alguns exemplos da representação cartográfica da expansãopodem ser observados nafigura 5.10..

O crescimento da Região Metropolitana de Goiânia ocorre mais intensamente na capital e naqueles municípios que apresentam uma ligação mais intensa com a mesma, como é o caso de Aparecida de Goiânia, totalmente conurbada com a capital, Trindade e Senador Canedo, ambas com processo de conurbação em andamento.

Essa constatação leva a considerar que o crescimentoapresentadoocorre a partir do que se apresenta em Goiânia, ou seja, na medida em que as áreas mais periféricas da capitalvão se tornando difíceis de serem ocupadas, as áreas de outros municípios que possuem proximidade com a capital passam a ter uma demanda maior, pois aumenta-se a procura por moradias. 67

Figura 5. 10 - Mapas de tendência da expansão urbana da RMG para os anos de 2000, 2020, 2040 e 2060.

Elaborado por LINO, N. C. (2012). 68

De acordo com o mapeamento realizado para o ano de 2011, verificou-se que a área urbana da região estudada compreende 666,45 km², ou seja, 9,11% de toda a área da RMG. De acordo com os dados obtidos pela modelagem, até 2060, a área total dos municípios da RMG será aproximadamente 20,60% ocupada pela área urbana. Esse percentual de ocupação entre os decênios pode ser observado natabela 5.3.

Tabela5. 3 - Tendência de ocupação da área da RMG até 2060. Área – Taxa de Ocupação da Ano km² Área da RMG 1990 324,1098 4,43 2000 499,8195 6,83 2010 673,2414 9,20 2020 861,4017 11,78 2030 1013,35 13,85 2040 1180,092 16,13 2050 1344,668 18,38 2060 1507,100 20,60 Elaborado por LINO, N. C. (2012).

Assim como apresentado na análise dos dados gerados pelo mapeamento, a tendência é que o município de Senador Canedo continue com o maior índice de crescimento. No gráfico apresentadonafigura 5.11,nota-se um avanço do crescimento até o ano de 2030, apresentando um aumento de mais de 2000% de área urbanizada. Outros municípios que merecem destaque são Hidrolândia, Goianira e Abadia de Goiás, que também apresentaram uma alta taxa de crescimento para o mesmo período. Nova Veneza, Bela Vista de Goiás e Caturaí foram os municípios com menor aumento da área urbanizada nesse período.

Já entre os anos de 2030 e 2060, o município que apresentou maior crescimento da área urbana foi o de Nerópolis. A tendência é que em 2030 a parte urbana desse município tenha uma área de aproximadamente 3,365 km² e em 2060, esse total seja de 37,293 km². Ainda nessa tendência de crescimento para esse período de 30 anos, a parte urbana do município de Caldazinha apresentou uma porcentagem de crescimento acima de 520%. Trindade, Bonfinópolis, Goianira, Santo Antônio de Goiás e Nova Veneza (que no período anterior apresentou uma das menores taxas) apresentaram índices de crescimento superiores a 200%. Nesse intervalo de tempo, os municípios com menor taxa de crescimento foram Aparecida de Goiânia e Goiânia. 69

Figura 5. 11 - Tendência de crescimento das áreas urbanas dos municípios da RMG expresso em porcentagem. Tendência de Crescimento dos Municípios

Caturaí

Bela Vista de Goiás

Aparecida de Goiânia

Guapó

Brazabrantes

Inhumas

Nova Veneza

Goiânia

Goianápolis

Terezópolis de Goiás 1990-2060

Aragoiânia 2030-2060 1990-2030 Bonfinópolis

Santo Antônio de Goiás

Hidrolândia

Abadia de Goiás

Trindade

Nerópolis

Caldazinha

Goianira

Senador Canedo

0 1000 2000 3000 4000 5000

Elaborado por LINO, N. C. (2012).

Analisando o período total, ou seja, de 1990 a 2060, Senador Canedo terá sua área aumentada de 4,119 km² para 207,361 km², apresentando um aumento de quase 5000%. Goianira, Caldazinha, Nerópolis e Trindade terão aumento de suas áreas urbanizadas superiores a 1000%. Os municípios de Caturaí, Bela Vista de Goiás, Aparecida de Goiânia e Guapó apresentaram na modelagem menos de 200% de expansão das áreas urbanas. Os resultados das áreas de cada município para cada ano analisado são apresentados na tabela 5.4.

70

Tabela5. 4 - Área urbana (em km2) dos municípios para os decênios compreendidos entre 1990 e 2060. Município 1990 2000 2010 2020 2030 2040 2050 2060 Abadia de Goiás 0,470 1,226 1,722 2,123 2,643 3,989 4,485 4,856 Aparecida de Goiânia 98,944 133,086 158,859 188,323 208,795 228,130 240,029 243,708 Aragoiânia 1,373 1,737 2,364 2,919 3,663 4,681 6,126 7,876 Bela Vista de Goiás 5,120 5,342 5,342 5,470 5,723 6,060 7,395 9,883 Bonfinópolis 1,222 1,791 2,052 2,115 2,201 3,383 5,870 8,186 Brazabrantes 0,361 0,361 0,446 0,472 0,472 0,620 0,995 1,131 Caldazinha 0,104 0,104 0,177 0,303 0,314 0,737 1,036 1,958 Caturaí 0,497 0,564 0,564 0,564 0,564 0,564 0,607 0,787 Goianápolis 0,770 0,770 0,776 0,824 1,068 1,654 2,075 3,001 Goiânia 181,528 296,544 411,184 517,471 589,405 639,658 668,188 688,725 Goianira 3,598 5,974 8,456 13,801 20,902 37,179 54,307 72,943 Guapó 1,834 2,795 2,966 2,966 3,070 3,177 3,949 4,945 Hidrolândia 0,961 1,878 2,810 4,349 6,246 7,799 8,574 9,708 Inhumas 5,609 6,205 6,582 7,347 7,996 9,113 12,434 18,955 Nerópolis 2,297 2,451 2,638 2,708 3,365 7,077 17,484 37,293 Nova Veneza 0,830 0,830 0,889 0,889 0,889 0,949 1,630 2,836 Santo Antônio de Goiás 0,396 0,396 0,442 0,741 1,057 1,806 2,696 3,572 Senador Canedo 4,119 19,234 40,750 74,443 111,720 153,870 187,764 207,361 Terezópolis de Goiás 0,827 0,827 1,324 1,401 1,467 2,147 2,817 4,148 Trindade 13,250 17,704 22,897 32,171 41,791 67,500 116,205 166,347 Elaborado por LINO, N. C. (2012).

Para avaliar os resultados obtidos, foi realizada uma análise de regressão linear entre a área mapeada e a área modelada, nos anos em comum, ou seja, 1989, 2000 e 2011. Segundo Peternelli (2004), a regressão linear é baseada na realização de uma análise estatística cujo objetivo é verificara existência de uma relação funcional entre uma variáveldependente com uma ou mais variáveis independentes. A figura 5.12 apresenta a correlação entre essas áreas, que foi de 99%.

71

Figura 5. 12 - Correlação entre as áreas da RMG mapeadas e modeladas.

700

600 y = 0,8286x + 77,084 km²

- 500 R² = 0,9932

400 Série1 300 Linear (Série1) 200

Área Modelada Modelada Área 100 0 0 200 400 600 800 Área Mapeada - km²

Elaborado por LINO, N. C. (2013).

A partir dos dados da população residente em áreas urbanas entre os anos de 1991 e 20101 foi possível realizar uma regressão linear a fim de se estabelecer a função que representa a variação da população entre os anos.Essa regressão foi realizada a partir do diagrama de dispersão e a figura 5.13 mostra o resultado para a população total da RMG.

Figura 5. 13 – Função de variação da população da RMG obtida por regressão linear.

2.500.000 y = 42.871,33x - 84.086.389,22 R² = 0,99 2.000.000

1.500.000 Série1 Linear (Série1) 1.000.000 Linear (Série1)

500.000

0 1970 1980 1990 2000 2010 2020

Elaborado por LINO, N. C. (2012).

1 Dados fornecidos pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e pelo censo demográfico do ano de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 72

A partir da equação de variação gerada através da regressão linear simples, obteve-se a população estimada para as próximas décadas. Esse método foi replicado para todos os municípios, e os resultados podem ser observados natabela 5.5.

Tabela 5. 5 – População estimada dos municípios da RMG para os próximos anos. Município 2020 2030 2040 2050 2060 Equação R² y = 185,27x - Abadia de Goiás 6.698 8.551 10.403 12.256 14.109 0,91 367.547,51 Aparecida de y = 14.732,61x - 612.635 759.961 907.287 1.054.614 1.201.940 1,00 Goiânia 29.147.236,97 y = 126,73x - Aragoiânia 6.757 8.025 9.292 10.559 11.826 0,99 249.237,31 Bela Vista de y = 363,19x - 20.012 23.644 27.276 30.908 34.540 0,94 Goiás 713.632,86 y = 223,24x - Bonfinópolis 9.192 11.424 13.657 15.889 18.122 0,99 441.752,74 y = 49,74x - Brazabrantes 2.714 3.211 3.708 4.206 4.703 1,00 97.761,21 y = 77,02x - Caldazinha 2.722 3.492 4.262 5.032 5.803 1,00 152.858,64 y = 67,30x - Caturaí 4.347 5.020 5.693 6.366 7.039 0,98 131.599,05 y = 217,93x - Goianápolis 13.325 15.504 17.684 19.863 22.042 0,74 426.893,69 y = 19.788,40x - Goiânia 1.487.080 1.684.964 1.882.848 2.080.732 2.278.616 1,00 38.485.488,44 y = 885,27x - Goianira 37.468 46.321 55.174 64.026 72.879 0,91 1.750.777,23 y = 183,46x - Guapó 13.269 15.104 16.938 18.773 20.608 0,93 357.319,97 y = 249,18x - Hidrolândia 12.618 15.110 17.602 20.094 22.585 0,95 490.725,41 y = 704,71x - Inhumas 52.598 59.645 66.692 73.739 80.786 0,98 1.370.916,24 y = 502,68x - Nerópolis 26.550 31.577 36.604 41.631 46.658 0,95 988.863,26 y =127,65x - Nova Veneza 7.811 9.088 10.364 11.641 12.917 0,93 250.041,61 Santo Antônio de y =169,72x - 5.869 7.566 9.263 10.960 12.657 0,99 Goiás 336.965,80 y = 3.583,30x - Senador Canedo 119.319 155.152 190.985 226.818 262.651 0,96 7.118.946,66 Terezópolis de y = 156,26x - 7.056 8.619 10.181 11.744 13.306 0,93 Goiás 308.589,23 y = 2.661,57x - Trindade 128.538 155.153 181.769 208.385 235.000 1,00 5.247.833,81 y = 42.871,33x - RMG 2.513.697 2.942.411 3.371.124 3.799.837 4.228.551 0,99 84.086.389,22

Elaborado por LINO, N. C. (2013). 73

Segundo os resultados obtidos, a RMG apresentará até o ano de 2060 uma população estimada em 4.228.551, i.e., mais do que o dobro que possui hoje (2.130.074). A capital Goiânia, que hoje apresenta uma população urbana aproximada de 1.297.076 habitantes deverá apresentar no ano de 2060 uma população em torno de 2.278 milhões de pessoas residindo em áreas urbanas, apresentando o menor crescimento entre os municípios. O município que apresentou maior percentual na estimativa da população para os próximos anos foi Senador Canedo (212,27%). Esse resultado vai de encontro com o resultado apresentado nas análises de expansão da área urbana, pois este município foi o que apresentou maior previsão de crescimento. Outros 13 municípios apresentaram taxa de crescimento populacional superior a 100% para o ano de 2060. Os municípios com menor alteração, além de Goiânia, são: Inhumas, Guapó e Nova Veneza. A taxa de crescimento observada para cada município pode ser observada na figura 5.14.

Figura 5. 14 - Taxa de crescimento estimada da população da RMG para o ano de 2060.

400,00

200,00

0,00 % Guapó Caturaí Goiânia Goianira Inhumas Trindade Nerópolis Aragoiânia Caldazinha Hidrolândia Goianápolis Bonfinópolis Nova Veneza Nova Aparecida de… Aparecida Brazabrantes Terezópolis de… Terezópolis Abadia de Goiás de Abadia Senador Canedo Senador Santo Antônio de… Antônio Santo Bela Vista de Goiás de Vista Bela

Elaborado por LINO, N. C. (2013).

Normalmente, com o aumento da população, a tendência é que as pessoas passem a ocupar áreas de forma irregular, se instalando em áreas de risco. Ferreira et al. (2009) afirmam que áreas de risco são aquelas que expõem a população residente àcondições precárias de moradia, gerando ambientes insalubres, apresentando riscos de acidentes, colocando a vida dos habitantes em risco. Isso ocorre geralmente em função de sua localização, das particularidades físico-ambientais do local e até mesmo do seu padrão construtivo. Essas áreas normalmentesão ocupadas por umnúmero elevado de habitantes e localizam-se principalmente nas margens de córregos, fundos de vales, em topografia acidentada, com iminência de desabamento e incidência significativa de processo erosivo. 74

Para evitar situações como essa, a ocupação de novas áreas deve atender o previsto na legislação ambiental presente no plano diretor e ainda levar em consideração as áreas naturalmente vulneráveis, como as áreas de grande potencial de erosão e as áreas ribeirinhas, frequentemente atingidas por enchentes urbanas.

As áreas de proteção previstas no PDG podem ser verificadas na figura 5.15.

Figura 5. 15 - Áreas de Proteção previstas no PDG e vegetação remanescente da RMG.

Elaborado por LINO, N. C. (2013).

Analisando as áreas previstas nas leis ambientais adotadas para esse estudo, verificou- se que a APP referente à hidrografia representa aproximadamente 9% da áreada RMG, enquanto a APP por declividade representa apenas 0,18%. A região estudada é uma área relativamente plana, não apresentando locais com áreas significativas com declividade superior a 40%. 75

Existem na RMG três unidades de conservação sendo elas:  Área de Proteção Ambiental (APA) João Leite: criada pelo decreto estadual nº 5.704 de 27 de dezembro de 2002, com o objetivo de proteger os recursos hídricos da bacia hidrográfica do Ribeirão João Leite, assegurar condições para o uso do solo compatíveis com a preservação dos recursos hídricos, conciliar as atividades econômicas e a preservação ambiental, proteger os remanescentes do bioma cerrado, melhorar a qualidade de vida da população local por meio de orientação e do disciplinamento das atividades econômicas e disciplinar o turismo ecológico e fomentar a educação ambiental.  Parque Estadual (P.E.) Altamiro de Moura Pacheco (PEAMP): criado pela lei estadual n°11.878 de 30 de dezembro de 1992, cujo principal objetivo é a proteção do maior remanescente de mata seca da região central do Estado de Goiás e proteger o Reservatório João Leite.  Parque Estadual Telma Ortegal (PETO): criado pela lei estadual nº 12.789 de 26 de dezembro de 1995, com objetivo de abrigar o depósito dos rejeitos decorrente do acidente radioativo do Césio-137 e proporcionar à população conhecimento sobre a energia nuclear, suas aplicações, riscos e benefícios, além de desenvolver projetos educacionais, recreativos e científicos voltados às ações ambientais.

Esses parques ocupam uma área total de aproximadamente 316,99 km², representando 4,32% da área da RMG. Ressalta-se que o PEAMP está totalmente contido dentro da APA João Leite, como pode ser observado na Figura 5. 15.

Todavia, é sabido que áreas ribeirinhas sofrem constantemente com enchentes urbanas, que tem aumentado a cada ano em diversas regiões do país e do mundo. Além disso, as áreas urbanas em expansão exigem a criação de novos loteamentos, mas como essa expansão ocorre de forma desordenada, há excesso na retirada de materiais do solo, facilitando o surgimento de processos erosivos. Por esse motivo, é importante que essas regiões sejam levadas em consideração no momento de apropriação de novas áreas.

Os resultados obtidos mostram que aproximadamente 22,75% da área da RMG apresenta alto potencial erosivo. Para determinação das áreas ribeirinhas, levou-se em consideração o wetness index, que representa 31,37% de toda a área da RMG. Essas áreas de vulnerabilidade ambiental podem ser observadas na figura 5.16. 76

Figura 5. 16 - Áreas de alto potencial erosivo e áreas úmidas da RMG.

Elaborado por LINO, N. C. (2013).

A tabela 5.6 apresenta a quantidade de área de preservação permanente e de vulnerabilidade ambiental na RMG.

Tabela 5. 6 - Áreas ocupadas pelas APP’s e áreas ambientalmente vulneráveis (em km2). Área em km² Fator LS – Wetness Index APP APP Potencial UC - Áreas Declividade Hidrografia Erosivo Úmidas 13,70 680,01 1669,38 316,99 2301,28

Considerando essas áreas como responsáveis pela formação de um cenário ideal de ocupação, e levando em consideração o mapa de uso do solo elaborado para o ano de 2011, foi possível analisar o grau de degradação da área estudada, com base nos resultados de áreas que deveriam se manter preservadas, e, portanto, não ocupadas.