REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 1

Prospecção pesqueira de espécies demersais com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil

Manuel Haimovici Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski Roberto Ávila Bernardes Luciano Gomes Fischer Carolus Maria Vooren Roberta Aguiar dos Santos Amanda Ricci Rodrigues Silvio dos Santos SÉRIE DOCUMENTOS REVIZEESÉRIE DOCUMENTOS – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 2

Comitê Executivo do Programa REVIZEE Comissão Interministerial para os Recursos do Mar – CIRM Ministério do Meio Ambiente – MMA Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico – CNPq Ministério de Minas e Energia - MME Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT Marinha do Brasil – MB Ministério da Educação – MEC Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca – SEAP Ministério das Relações Exteriores – MRE

Programa REVIZEE – Score Sul Coordenador: Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski - IOUSP Vice Coordenador: Lauro Saint Pastous Madureira – FURG

Série Documentos REVIZEE – Score Sul Responsável – Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski

Comissão Editorial Jorge Pablo Castello – FURG Paulo de Tarso Cunha Chaves – UFPR Sílvio Jablonski – UERJ

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Prospecção pesqueira de espécies demersais com rede de arrasto-de- fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil. — São Paulo : Instituto Oceanográfico - USP, 2008. — (Série documentos Revizee : Score Sul / responsável Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski)

Vários autores Bibliografia. ISBN 85-98729-23-7

1. Peixes demersais 2. Prospecção pesqueira 3. Recursos pesqueiros 4. Rede de arrasto-de-fundo 5. Zona Econômica Exclusiva (Direito do mar) – Brasil I. Haimovici, Manuel. II. Série.

08-00062 CDD-551.460709162

Índices para catálogo sistemático: 1. Prospecção pesqueira de recursos demersais : Uso de rede de arrasto-de-fundo : Região Sudeste-Sul : Zona Econômica Exclusiva : Direito do mar : Brasil 551.460709162 2. Redes de arrasto-de-fundo : Uso na prospecção pesqueira de recursos demersais : Região Sudeste-Sul : Zona Econômica Exclusiva : Direito do mar : Brasil 551.460709162

Impresso no Brasil – Printed in Brazil 2008

SÉRIE REVIZEE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 3

SUMÁRIO

Apresentação do Programa REVIZEE ...... 5

Prefácio ...... 9

Resumo, abstract e palavras-chave ...... 11

1. Introdução ...... 15

2. Materiais e métodos ...... 21

3. Hidrografia ...... 29

4. Composição de espécies ...... 33

5. Distribuição das densidades e biomassas por grandes grupos ...... 43

6. Distribuição e abundância por espécie ...... 49

7. Potencial pesqueiro ...... 153

8. Conclusões ...... 159

9. Referências bibliográficas ...... 161

10. Anexos ...... 169

Agradecimentos ...... 181

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 4

4 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 5

APRESENTAÇÃO DO PROGRAMA REVIZEE

Rudolf de Noronha Diretor do Programa de Gerenciamento Ambiental Territorial – SQA/MMA

Os ambientes costeiros e oceânicos contêm a maior parte da biodiversidade dispo- nível no planeta. Não obstante, grande parte desses sistemas vem passando por algum ti- po de pressão antrópica, levando populações de importantes recursos pesqueiros, antes numerosas, a níveis reduzidos de abundância e, em alguns casos, à ameaça de extinção. Observam-se, em conseqüência, ecossistemas em desequilíbrio, com a dominância de es- pécies de menor valor comercial,ocupando os nichos liberados pelas espécies sobreexplo- tadas, o que representa uma séria ameaça ao desenvolvimento sustentável. Tal situação levou a comunidade internacional a efetuar esforços e a pactuar nor- mas para a conservação e exploração racional das regiões costeiras, mares e oceanos, plataformas continentais e grandes fundos marinhos, destacando-se a Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar e o Capítulo 17 da Agenda 21 (Proteção dos Oceanos, de Todos os Tipos de Mares e das Zonas Costeiras, e Proteção, Uso Racional e Desenvolvimento de seus Recursos Vivos), além da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica. O Brasil é parte desses instrumentos, tendo participado ativamente da elabo- ração de todos eles, revelando seu grande interesse e preocupação na matéria. A Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar – CNUDM, ratificada por mais de 100 países, é um dos maiores empreendimentos da história normativa das rela- ções internacionais, dispondo sobre todos os usos, de todos os espaços marítimos e oceâ- nicos, que ocupam mais de 70% da superfície da Terra. O Brasil assinou a CNUDM em 1982 e a ratificou em 1988, além de ter incorporado seus conceitos sobre os espaços marítimos à Constituição Federal de 1988 (art. 20, incisos V e VI), os quais foram internalizados na le- gislação ordinária pela Lei Nº 8.617, de 4 de janeiro de 1993. A Convenção encontra-se em vigor desde 16 de novembro de 1994. A Zona Econômica Exclusiva (ZEE) constitui um novo conceito de espaço marítimo introduzido pela Convenção, sendo definida como uma área que se estende desde o limi- te exterior do Mar Territorial, de 12 milhas de largura, até 200 milhas náuticas da costa, no caso do nosso país.O Brasil tem,na sua ZEE de cerca de 3,5 milhões de km2,direitos exclusi- vos de soberania para fins de exploração e aproveitamento, conservação e gestão dos re- cursos naturais, vivos ou não vivos, das águas sobrejacentes ao leito do mar, do leito e seu subsolo,bem como para a produção de energia a partir da água,marés,correntes e ventos. Ao lado dos direitos concedidos, a CNUDM também demanda compromissos aos Estados-partes. No caso dos recursos vivos (englobando os estoques pesqueiros e os de- mais recursos vivos marinhos, incluindo os biotecnológicos), a Convenção (artigos 61 e 62) estabelece que deve ser avaliado o potencial sustentável desses recursos, tendo em conta os melhores dados científicos disponíveis,de modo que fique assegurado,por meio de me-

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 5 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 6

didas apropriadas de conservação e gestão, que tais recursos não sejam ameaçados por um excesso de captura ou coleta. Essas medidas devem ter, também, a finalidade de resta- belecer os estoques das espécies ameaçadas por sobreexploração e promover a otimiza- ção do esforço de captura,de modo que se produza o rendimento máximo sustentável dos recursos vivos marinhos, sob os pontos de vista econômico, social e ecológico. Para atender a esses dispositivos da CNUDM e a uma forte motivação interna, a Co- missão Interministerial para os Recursos do Mar – CIRM aprovou, em 1994, o Programa RE- VIZEE (Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva), destinado a fornecer dados técnico-científicos consistentes e atualizados, essenciais para subsidiar o ordenamento do setor pesqueiro nacional. Iniciado em 1995, o Programa adotou como estratégia básica o envolvimento da comunidade científica nacional, especializada em pesquisa oceanográfica e pesqueira, atuando de forma multidisciplinar e integrada, por meio de Subcomitês Regionais de Pes- quisa (SCOREs).Em razão dessas características,o REVIZEE pode ser visto como um dos pro- gramas mais amplos e com objetivos mais complexos já desenvolvidos no País,entre aque- les voltados para as ciências do mar, determinando um esforço sem precedentes, em ter- mos da provisão de recursos materiais e da contribuição de pessoal especializado. Essa estratégia está alicerçada na subdivisão da ZEE em quatro grandes regiões, de acordo com suas características oceanográficas, biológicas e tipo de substrato dominante: 1. Região Norte – da foz do rio Oiapoque à foz do rio Parnaíba; 2. Região Nordeste – da foz do rio Parnaíba até Salvador, incluindo o arquipélago de Fernando de Noronha, o atol das Rocas e o arquipélago de São Pedro e São Paulo; 3. Região Central – de Salvador ao cabo de São Tomé, incluindo as ilhas de Trindade e Martin Vaz; 4. Região Sul – do cabo de São Tomé ao Chuí. Em cada uma dessas regiões, a responsabilidade pela coordenação e execução do Programa ficou a cargo de um SCORE, formado por representantes das instituições de pes- quisa locais e contando, ainda, com a participação de membros do setor pesqueiro regional. O processo de supervisão do REVIZEE está orientado para a garantia,em âmbito na- cional, da unidade e coerência do Programa e para a alavancagem de meios e recursos, em conformidade com os princípios cooperativos (formação de parcerias) da CIRM, por meio da Subcomissão para o Plano Setorial para os Recursos do Mar – PSRM e do Comitê Execu- tivo para o Programa. Coordenado pelo Ministério do Meio Ambiente, esse fórum é com- posto pelos seguintes representantes: Ministério das Relações Exteriores (MRE), Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (SEAP),Ministério da Educação (MEC),Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), Marinha do Brasil (MB/MD), Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (SECIRM), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Bahia Pesca S.A. (empresa vinculada à Secretaria de Agricultura, Irrigação e Reforma Agrária do Estado da Bahia) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis – IBAMA, coordenador operacional do REVIZEE. A presente edição integra uma série que traduz, de forma sistematizada, os resul- tados do Programa REVIZEE para as suas diversas áreas temáticas e regiões, obedecendo às seguintes grandes linhas:caracterização ambiental (climatologia,circulação e massas d’água, produtividade, geologia e biodiversidade); estoques pesqueiros (abundância, sazonalidade, biologia e dinâmica); avaliação de estoques e análise das pescarias comerciais; relatórios regionais, com a síntese do conhecimento sobre os recursos vivos; e, finalmente, o Sumário Executivo Nacional,com a avaliação integrada do potencial sustentável de recursos vivos na Zona Econômica Exclusiva.

6 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 7

A série, contudo, não esgota o conjunto de contribuições do Programa para o co- nhecimento dos recursos vivos da ZEE e das suas condições de ocorrência. Com base no esforço de pesquisa realizado, foram, e ainda vêm sendo produzidos, um número significa- tivo de teses,trabalhos científicos,relatórios,apresentações em congressos e contribuições em reuniões técnicas voltadas para a gestão da atividade pesqueira no país, comprovando a relevância do Programa na produção e difusão de conhecimento essencial para a ocupa- ção ordenada e o aproveitamento sustentável dos recursos vivos da ZEE brasileira.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 7 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 8

8 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 9

PREFÁCIO

Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski Coordenadora do Score Sul – IOUSP Manuel Haimovici Fundação Universidade do Rio Grande – FURG

O Programa REVIZEE, “Avaliação do Potencial Sustentável de Recursos Vivos da Zona Econômica Exclusiva”incluiu atividades de pesca com diversos métodos, procurando abranger a maior parte dos recursos pelágicos, demersais e bentônicos, incluindo princi- palmente peixes, mas também cefalópodes, crustáceos e outros invertebrados. Os objetivos das prospecções pesqueiras foram de inventariar os recursos vivos, suas áreas de distribuição,relacionar suas ocorrências às características ambientais,estimar suas biomassas e avaliar seus potenciais de captura. Para alcançar tais objetivos,foram efetuados cruzeiros hidroacústicos e de pesca com redes de meia-água para a captura de pequenos peixes pelágicos; cruzeiros de pesca ex- perimental com espinhel-de-superfície para cações pelágicos, atuns e espécies afins; e, para a captura de recursos demersais, prospecções com pargueiras e armadilhas, com redes de arrasto-de-fundo e com espinhel-de-fundo. Em conjunto, as pesquisas procu- raram fornecer informações sobre a composição, distribuição e abundância das espécies que habitam sobre os diferentes tipos de fundo e sua relação com o ambiente. A proposta de trabalho para a prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Subcomitê Regional Sul (SCORE SUL), do Programa REVIZEE, incluiu a realização de dois levantamentos sazonais, abrangendo a região da costa brasileira compreendida entre os estados do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, na faixa de 100 e 600 m de profundidade. Os levantamentos foram realizados com os navios de pesquisa “Atlântico Sul” da FURG e “Soloncy Moura” do CEPSUL/IBAMA, totalizando 95 dias no mar, 68 de pesca, 224 lances efetivos e 268 estações com CTD, contando com a participação de pesquisadores, alunos, estagiários e bolsistas da FURG, IOUSP, Instituto de Pesca de São Paulo, UNIVALI e CEPSUL/IBAMA. Os resultados apresentados neste volume da Série Documentos REVIZEE – Score Sul, mostram que as biomassas dos recursos existentes em fundos arrastáveis são relativa- mente pequenas e o potencial pesqueiro é uma ordem de magnitude inferior ao da plataforma interna da Região Sudeste-Sul. Acreditamos que este estudo seja mais uma importante contribuição do Programa REVIZEE para a gestão da pesca no Brasil, possibilitando a implementação de políticas e ações adequadas para a explotação dos estoques de profundidade.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 9 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 10

10 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 11

RESUMO, ABSTRACT E PALAVRAS-CHAVE

RESUMO

A prospecção realizada, no contexto dos trabalhos do Sub-Comitê Regional Sul do Programa REVIZEE, teve como principal meta a avaliação do potencial pesqueiro vulnerável ao arrasto-de-fundo presente na plataforma externa e talude superior da Região Sudeste- Sul abrangendo uma área total próxima aos 135 000 km2. Embora anteriormente tenham sido realizados levantamentos com o mesmo petrecho de pesca abrangendo partes da área do estudo, esta foi a primeira tentativa de avaliar a biomassa e analisar a distribuição, densi- dades e biomassas de tais recursos em toda a região e em duas épocas do ano. Os trabalhos envolveram pesquisadores de várias instituições, totalizando 95 dias de mar, tendo sido utilizados os navios de pesquisa “Atlântico Sul”, da Universidade Federal do Rio Grande e “Soloncy Moura”, do IBAMA, em dois levantamentos realizados entre agos- to-outubro de 2001 (inverno e início de primavera), e fevereiro-junho de 2002 (final de verão e outono),abrangendo a área entre Chuí - RS (34° 40’S) e o Cabo Frio - RJ (23° S),entre 100 e 600 m de profundidade. As temperaturas nas águas próximas ao fundo se mantiveram entre 5,2°C e 18,5°C, e as salinidades entre 34,2 e 36,0 ups. As temperaturas junto ao fundo foram em geral superiores a 12°C em profundidades inferiores a 250 m, estiveram entre 8°C e 14°C entre 250 e 400m e foram inferiores a 10°C nas profundidades maiores que 400 m. Na maioria das estações realizadas em profundidades menores do que 400 m a água próxima ao fundo apresentava características de Água Central do Atlântico Sul, e em profundidades superiores a 400 m, de mistura com teores crescentes de Água Intermediária Antártica. As temperaturas de fundo nas mesmas profundidades foram, em geral, pouco afetadas por mudanças sazonais. Ao todo,as duas embarcações realizaram 224 lances efetivos de pesca.A captura total de peixes e cefalópodes foi de 32.481 kg, 352 968 exemplares de 227 espécies, que corres- pondem a médias de 145 kg/lance, 1575,7 exemplares/lance e 22,1 espécies por lance. Os teleósteos estiveram representados por 167 espécies de 80 famílias e tiveram um peso médio de 89,0 g; as espécies mais capturadas em peso foram: Polymixia lowei, o peixe galo-de-profundidade, Zenopsis conchifera, a merluza Merluccius hubbsi, o espada Trichiurus lepturus, a abrótea-de-profundidade, Urophycis mystacea, Antigonia capros, o peixe-sapo Lophius gastrophysus e o cara-de-rato Caelorinchus marinii. Os elasmobrânquios totalizaram 37 espécies de 15 famílias e pesaram, em média, 1086,5 g, sendo as espécies mais abundantes em peso: Atlantoraja cyclophora, Atlantoraja platana, Squalus mitsukurii, Squalus megalops,Squatina guggenheim,Squatina argentina,Mustelus schmitti e Atlantoraja castelnaui. De cefalópodes foram capturadas 23 espécies de 11 famílias, com um peso médio de 64,1 g, com o calamar-argentino Illex argentinus e a lula Loligo plei, representan- do, em conjunto, 99,2% da captura total em peso deste grupo. Crustáceos e outros inverte- brados constituíram uma pequena parte da captura ( 1%) sendo que as capturas em número e peso da maior parte das espécies não foi registrada de forma sistemática. A maior riqueza de espécies foi observada na região entre Solidão (31°S) e Cabo de Santa Marta Grande (28°S), diminuindo para o norte e o sul, o que pode ser conseqüência da maior presença de espécies tanto de origem temperada como tropical na região. Em relação à profundidade, a maior riqueza foi obtida nas faixas de 400 a 600m, onde espécies

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 11 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 12

bentopelágicas e mesopelágicas mais oceânicas ficam próximas ao fundo durante o dia, e entre 150-200m, na quebra de plataforma, onde ocorre uma superposição de faunas costeira e de talude. A densidade média e a biomassa total vulneráveis ao arrasto, estimadas nos levan- tamentos de inverno-primavera foram de 2,61 kg/km2 e 349 710 t, aumentando para 3,24 kg/km2 e 436 630 t no verão-outono. A biomassa de teleósteos representou 80% do total estimado em ambos os levantamentos, a de elasmobrânquios foi 15% do total no inverno-primavera e 8% no verão-outono e a de cefalópodes 4% e 12% respectivamente. Em termos absolutos, a biomassa de teleósteos e cefalópodes foi maior no verão-outono, e a de elasmobrânquios no inverno-primavera. Os teleósteos, como um todo, tiveram dis- tribuição mais equilibrada em relação às latitudes e profundidades em ambas as épocas do ano. Os elasmobrânquios predominaram na parte sul, nas águas mais rasas e no inver- no-primavera, devido a imigração de espécies que acompanham o deslocamento sul- norte da convergência subtropical. Os cefalópodes foram mais abundantes em águas mais profundas e no verão-outono, quando Illex argentinus foi a espécie mais abundante nas capturas. Cabe ressaltar que estas estimativas devem ser interpretadas com cautela, devido à amplitude dos intervalos de confiança, e pelos vícios inerentes ao método da área varrida, que decorrem tanto da variação horizontal como vertical da abertura das redes e do efeito das portas e malhetas do petrecho sobre o comportamento das dife- rentes espécies frente à rede. A biomassa aproveitável pela pesca comercial de arrasto-de-fundo, calculada com as ressalvas citadas, foi da ordem de 150 mil toneladas, das quais metade na plataforma externa, onde a densidades seriam inferiores a 1 kg/km2 e a outra no talude superior onde seriam próximas aos 2 kg/km2. O potencial pesqueiro deste ambiente é relativamente pequeno. Além da biomassa relativamente baixa dos recursos pesqueiros, apenas a me- tade é composta por espécies de interesse para os padrões atuais de comercialização, como a merluza,a abrótea-de-profundidade,o peixe-sapo e o calamar-argentino.Em torno de um quarto da biomassa é composta por elasmobrânquios, de baixo potencial reprodu- tivo e crescimento lento, e que inclui algumas espécies cuja pesca e comercialização estão proibidas a nível nacional, como as do gênero Squatina. Outras duas espécies somaram o quarto restante da biomassa aproveitável: Polymixia lowei e Zenopsis conchifera,que não têm um mercado consistente no Brasil. Constatou-se que os principais recursos pesqueiros demersais da região estudada já vinham sendo explotados na época do levantamento: a merluza e o peixe-sapo pela frota de arrasteiros do Rio de Janeiro e, ocasionalmente, pela de Rio Grande, e a abrótea- de-profundidade, como parte da fauna acompanhante da pesca de espinhel-de-fundo. As três já haviam sido impactadas pela pesca de barcos processadores arrendados, de médio e grande porte, que começaram a atuar em 1999. A estas espécies pode ser adicionado o calamar-argentino que, entretanto, apresenta grandes flutuações interanuais e uma curta temporada de pesca. O levantamento realizado não levou ao descobrimento de novos recursos pes- queiros relevantes vulneráveis ao arrasto-de-fundo, mas evidenciou que as biomassas explotáveis são relativamente pequenas, e que o potencial pesqueiro é uma ordem de magnitude inferior ao da plataforma interna da região Sudeste-Sul.

ABSTRACT This document reports the results of the bottom trawl surveys performed along the outer shelf and upper slope of Southeastern and Southern Brazil covering a total area of 135 000 km2, during cold and warm seasons as part of the wider scope REVIZEE Program (Living Resources of the Exclusive Economic Zone).The surveys were from Chuí - RS (34° 40’S) to Cabo Frio - RJ (23° S), between the 100m and 600 m isobaths with the research vessels

12 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 13

“Atlântico Sul”, of the Federal University of Rio Grande and “Soloncy Moura”, of the IBAMA reaching the total of 95 days at sea in August-October of 2001 (winter to early spring) and February-June (late summer and autumn) of 2002 and 224 effective fishing hauls. The water temperatures close to the bottom were over 12°C at depth under 250 m, between 8°C and 14°C between 250 and 400m and under 10°C at over 400 m depth. Overall, temperatures ranged from 5.2°C to 18.5°C, and salinities between 34.2 and 36.0 ups and differed little between the same points along both surveys.In most of the stations, at depth up to 400 m bottom waters presented characteristics of South Atlantic Central Water and at higher depths mixed with increasing rates of Antarctic Intermediate Waters. Total catch of fish and was 32,481 kg, 352.968 specimens and 227 , corresponding to a mean catch of 145 kg, 1575.7 specimens and 22.1 different species per haul. The catch of bony fishes included 167 species of 80 families and had a mean weight of 89.0 g. The main species in weight were Polymixia lowei, Zenopsis conchifera, hake Merluccius hubbsi, Trichiurus lepturus, gulf hake Urophycis mystacea, Antigonia capros, monkfish Lophius gastrophysus and Caelorinchus marinii. Cartilaginous fishes catch included 37 species of 15 families, and presented a mean weight of 1086.5 g; the most abundant species were Atlantoraja cyclophora, Atlantoraja platana, Squalus mitsukurii, Squalus megalops, Squatina guggenheim, Squatina argentina, Mustelus schmitti and Atlantoraja castelnaui. Cephalopods attainded 23 species of 11 families and specimens had a mean weight of 64.1g.The argentinean shortfin Illex argentinus and Loligo plei amounted 99.2% of the total weight of cephalopods. Crustaceans and other invertebrates represented less than 1% of total catch. Species richness was higher between Solidão (31°S) and Santa Marta Grande cape (28°S),decreasing both northward and southward probably due to the presence of species of both temperate and tropical origin; regarding depth, the maximum was in the deepest strata (400-600m), where bentopelagic and more oceanic mesopelagic species remain close to the bottom during the daytime, followed by the shelf break (150-200m), where coastal and slope faunas overlap. The mean density and total biomass vulnerable to the bottom trawls were of 2.61 kg/km2 and 349.710 t in the winter-spring survey, increasing to 3.24 kg/km2 and 436.630 t in the summer-autumn survey. Bony fish biomass was higher in summer-autumn, but in relative terms amounted 80% and had a similar distribution between latitudes and depth ranges in both surveys. Cartilaginous fishes biomass was 15% in winter-spring and concentrated southward and in shallower waters due to immigration associated to the south-north displacement of the subtropical convergence and 8% in the summer-autumn. Cephalopods amount 4% of total biomass in winter-spring and 12% in summer-autumn when a strong cohort of Illex argentinus occurred in the deeper strata. These reported estimates should be interpreted with caution,due to the width of the confidence intervals, and the biases inherent of the swept area method, due to the variation of both horizontal as vertical opening of the nets, the hearding effect of the doors and bridles and the behavior of different species in front of the net. The biomass of fishing resources with potential commercial value, calculated with the mentioned safeguards, was around 150 thousand tons, half of these in the outer shelf, where the mean density was under 1 kg/km2, and the other half in the upper slope, where mean density was close to 2 kg/km2.The fishing potential in the area is relatively small, and only half of it is marketable as hakes Merluccius hubbsi, Urophycis mystacea, monkfish gastrophysus and the Argentinean shortfin squid, that presents large inter-annual abundance fluctuations. Around one quarter is of cartilaginous fishes of slow growth and low reproductive potential, most of which overfished and protected by conservation laws, and the last quarter mostly of Polymixia lowei and Zenopsis conchifera, both without value for the current patterns of commercialization in Brazil.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 13 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 14

All mentioned commercially valuable demersal stocks in the study area were already fished by the local bottom trawl, gillnet and bottom longline industrial fishing boats and had also been fished by foreign large on-board processing fishing boats that were allowed to fish in Brazilian waters since 1999. The surveys did not find any new important fishery resource but showed that,along southeastern and southern Brazil,the fishing potential of the outer shelf and upper slope is one order of magnitude lower than that one present on the inner shelf.

Palavras-chave Pesca, arrasto-de-fundo, avaliação, biodiversidade, potencial pesqueiro, dis- tribuição, peixes, cefalópodes

Fishery, otter trawl, biodiversity, fish potential, distribution, fish, cephalopods

14 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 15

1. INTRODUÇÃO

Proposta de trabalho e objetivos A prospecção com redes de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul, sobre a platafor- ma externa e o talude continental superior em profundidades de 100 a 600 m, entre Chuí e Cabo Frio, teve como objetivo principal avaliar o potencial pesqueiro dos recursos demersais que habitam fundos de areia e lama na região. Lances na região entre Cabo Frio e São Tomé foram evitados devido ao predomínio de fundos rochosos e à presença de plataformas e dutos de petróleo. A prospecção com redes de arrasto-de-fundo, embora com certas limitações, per- mite obter estimativas de densidades e abundâncias das espécies vulneráveis a este petre- cho, bem como informações sobre a diversidade de espécies e a distribuição das mesmas em relação à profundidade, latitude e época do ano, além da coleta de dados e de material biológico para estudos posteriores sobre crescimento, reprodução e alimentação. Os objetivos específicos propostos foram os de: • Determinar a composição de espécies da fauna nectônica vulnerável às redes de arras- to-de-fundo na Região Sudeste-Sul; • Estimar a densidade e abundância em número e peso das espécies, com ênfase naque- las de interesse comercial, por áreas de pesca, faixas de profundidade e épocas do ano; • Identificar padrões de distribuição, riqueza e diversidade das espécies mais abundantes e relacionar sua ocorrência aos fatores abióticos monitorados; • Analisar as variações espaciais e sazonais na distribuição e estrutura populacional das espécies capturadas (composições por sexos e comprimentos) e em relação às variáveis ambientais; • Obter dados biométricos e material biológico,como gônadas,estômagos e estruturas de aposição, para estudos sobre maturação sexual, ciclo reprodutivo, relações comprimen- to-peso, determinação de idade e crescimento.

Área do estudo A prospecção abrangeu a área entre Cabo Frio e Chuí (23°05’S a 34°34’S) entre 100 e 600 m de profundidade, ao longo de aproximadamente 2000 km de costa. A superfície total da área prospectada foi de aproximadamente 134 724 km2, dos quais 92 555 km2 se situam entre as isóbatas de 100 e 200 m, e 42.168 km2, entre as isóbatas de 200 e 600m (Figura 1). A linha da costa e a topografia de fundo da plataforma da Região Sudeste-Sul do Brasil são relativamente regulares. Na Região Sudeste, entre Cabo Frio e Cabo de Santa Marta Grande (28°40’S) se observa um embaiamento,com a plataforma mais larga na parte central (230 km) e mais estreita nas proximidades de Cabo Frio (50 km) e o Cabo de Santa Marta Grande (110 km).Na Região Sul,a plataforma se alarga para o máximo de 140 km em Tramandaí, 170 km na barra de Rio Grande e 140 km em frente ao Arroio Chuí (33°48’S). As isóbatas, aproximadamente paralelas à costa e à quebra de plataforma, geralmente entre 160 e 190 m, estabelecem uma passagem suave entre a plataforma com uma declividade sempre inferior a 2 m/km, ou 0°08’,e o talude superior com gradiente pouco acentuado, de cerca de 20m/km ou 1° (Zenbruscki et al., 1972). As exceções ocorrem nos extremos da região estudada:em Cabo Frio o talude apresenta uma inclinação de 100 m/km com a que- bra de plataforma em 100 m de profundidade, e entre Rio Grande e Chuí a inclinação na região do talude é de 80 a 130 m/km.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 15 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 16

20˚ S

Cabo Frio

25˚ S

30˚ S

Chuí

35˚ S

Figura 1.1 – Área do estudo.

O levantamento de dados geológicos do Programa REVIZEE, indicou que as areias predominam na plataforma interna de toda a região e as lamas, na plataforma externa e talude; ao norte do Rio de Janeiro, ocorrem sedimentos com maior granulometria. Em relação à composição dos sedimentos em profundidades superiores a 100 m, os litoclásti- cos (30% de carbono) predominam ao sul do estado de São Paulo e os bioclásticos (30% de carbono) ao norte; os litoclásticos estão em águas mais rasas, enquanto os bio- clásticos, em águas mais profundas. Fundos duros são mais comuns no litoral do Rio de Janeiro, e nas áreas restritas do talude superior mais ao sul. Os bioclásticos estão represen- tados por “concheiros” mais esparsos e isolados na plataforma interna no sul e principal- mente por algas calcárias do tipo rodolitos ao norte, onde ocorrem em faixas maiores e mais contínuas (Figueiredo & Madureira, 2004). Em relação à hidrografia, na superfície oceânica sobre o talude da Região Sudeste- Sul, flui em direção ao sul a Água Tropical da Corrente do Brasil (AT, temperatura 20°C, salinidade 36,4 ups). Sob esta massa de água está a Água Central do Atlântico Sul (ACAS, cujo limite inferior de temperatura se encontra entre 6°C e 10°C e o superior em 20°C,e que tem salinidade de 34,6 a 36,0 ups),e que,desde o sul do Cabo São Tomé,circula em direção sul até profundidades maiores que 500 m. Além dessa profundidade, circula, em direção norte, a Água Intermediária Antártica (AIA, temperatura de 3°C a 6°C, salinidade de 34,2 a 34,6) (Sverdup et al., 1942; Thomsen, 1962; Stramma & England, 1999; Silveira et al., 2000). Segundo Piola et al.,(2000) a plataforma, entre 20°S e 40°S é ocupada por duas mas- sas de água originárias da diluição de águas de origens oceânicas por descargas continen- tais.Estas são a Água Subtropical de Plataforma (ASTP,temperaturas 18°C e salinidade de 33,5 a 35,9 ups),formada pela mistura da ACAS com a água costeira,e a Água Subantárctica de Plataforma (ASAP,salinidade de 33,5 a 34,1 ups e temperaturas de 10°C a 14°C no inver-

16 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 17

no, e de 12°C a 20°C no verão), formada pela mistura de águas oriundas da plataforma con- tinental argentina, a chamada Corrente Patagônica, descrita por Brandhorst & Castello (1971) com águas de origem continental. Na Região Sudeste sobre a plataforma estão presentes a Água Costeira (AC) com alta temperatura e salinidade variável, a ASTP que está em contato com os meandramen- tos da Corrente do Brasil na camada superficial e a ACAS próxima ao fundo na plataforma externa (Figura 1.2).

Cabo Frio

Santos ACAS

Itajaí AC ASTP

Cabo de Corrente do Brasil Santa Marta Grande ASTP 100 AT 200

300

400 ACAS profundidade (m) profundidade

500

Figura 1.2 – Corte ilustrando as massas de água presentes na Região Sudeste entre os Cabos de Santa Marta Grande e São Tomé (modificada de Matsuura, 1995). Abreviaturas: ASTP: Água Subtropical de Plataforma; AT: Água Tropical; ACAS: Água Central do Atlântico Sul; AIA: Água Antártica Intermediária. Setas indicam direção das correntes.

A característica oceanográfica mais marcante é a presença sazonal,durante o verão, da ACAS sobre a plataforma continental interna (10 a 50 m de profundidade) separada por uma forte termoclina da camada superficial de mistura da AT. Já durante o inverno, a ACAS se retrai e a coluna de água na plataforma interna e média adquire características quase homogêneas, com o desaparecimento da termoclina (Figura 1.3). A penetração estival da ACAS na região costeira determina um aumento da produção primária (Matsuura, 1995; Castro & Miranda, 1998). A alta produção primária e a estabilidade na coluna de água favorecem a sobrevivência de larvas planctônicas, de modo que a grande maioria da megafauna bentônica e dos peixes tem sua reprodução concentrada nessa época do ano (Pires-Vanin & Matsuura, 1993; Vazzoler et al., 1999). Na plataforma externa ocorre, durante todo o ano, estratificação vertical devido à presença da ACAS. Sobre o talude, os meandra- mentos da Corrente do Brasil, causados pela mudança na direção da linha de costa, próxi- mo a região de Cabo Frio, forçam a subida da ACAS, constituindo os chamados vórtices, ca- racterizados por alta produtividade (Silveira et al., 2000; Campos et al., 2000; Gaeta & Brandini, 2006). Em períodos de ventos de NE, notadamente no verão e na primavera, surgem condições favoráveis para que a ACAS atinja a zona eufótica, o que contribui para um aumento considerável da biomassa de fitoplâncton na camada de mistura. No Sudeste,a produção pesqueira é principalmente composta por peixes pelágicos como sardinha, bonito-listrado e atuns (Matsuura, 1995) e, em menor proporção, de recur- sos demersais pescados com arrasto na plataforma interna e com anzol na plataforma externa e talude superior (Carneiro et al., 2000).

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 17 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 18

Inverno ressuspensão de sedimentos vórtice frontal água tropical

primavera 50 outono

ACAS luz 1% 100 profundidade (m) profundidade termoclina

150

Região costeira Região nerítica Região oceânica Verão água costeira

Região água tropical nerítica 50

100 luz 1% profundidade (m) profundidade luz 1% termoclina

150 clorofila ACAS

Figura 1.3 – Esquema ilustrando a variação sazonal na penetração da ACAS, estratificação e produtividade na plataforma da Região Sudeste (Pires-Vanin et al., 1993).

Na plataforma da região ao sul do Cabo de Santa Marta Grande, a característica mais marcante é a variação sazonal da temperatura da água e da estratificação da temper- atura, que é forte no verão, e fraca ou inexistente no inverno (Castro & Miranda, 1998). No inverno, próximo à costa, existe a presença marcante de águas costeiras de baixa salini- dade, resultantes da descarga continental do Rio da Prata e da Lagoa dos Patos. Também ocorre a Frente Subtropical de Plataforma (FSTP), perpendicular à linha de costa e que se- para a Água Subantártica de Plataforma (ASAP) da Água Subtropical de Plataforma (Piola et al., 2000). Sobre o talude, ao norte da posição da FSTP,está presente a Corrente do Brasil e sob esta, deslocando-se para o sul, a ACAS, cujo meandramento pode provocar sua intrusão sobre a plataforma continental (Castro & Miranda, 1998). Ao sul da FSTP,um forte gradiente de temperatura e salinidade, paralelo à costa, define uma frente que marca a separação entre Águas Subantárticas de Plataforma com a ACAS. Nesta região, sobre o talude superior, entre o final do outono e meados da primavera, se observa também a margem oeste da frente de convergência entre as correntes do Brasil e das Malvinas que oscila sazonalmente (Piola et al., 2000; Soares & Moller, 2001) (Figura 1.4a). Nos meses quentes,a FSTP se desloca para o sul (Uruguai e Argentina),enquanto na plataforma sul do Brasil as águas costeiras abrangem uma faixa estreita, e a plataforma interna pode ser tomada por ASTP com intrusões da Corrrente do Brasil (Figura 1.4b). Este quadro é variável de ano a ano, podendo em alguns a Corrente do Brasil cobrir toda a plataforma (Castello & Odebrecht, 2001), ou a plataforma interna ser tomada por águas de baixa salinidade sob a influência do Rio da Prata (Piola et al., 2005).

18 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 19

InvernoCabo de Verão Cabo de Santa Marta Grande Santa Marta Grande

ACAS Mostardas ASTP Mostardas

Rio Rio Frente AT Grande subtropical de Grande plataforma AT AC AC ASTP A ACAS B ACAS Chuí Chuí ASAP

ASA AT AT 100 100 ACAS 200 200 ACAS 300 300 ACAS 400 400

profundidade (m) profundidade 500 (m) profundidade 500

Figura 1.4 – Cortes ilustrando as massas de água presentes na Região Sul entre o Cabo de Santa Marta Grande e Chuí no inverno e verão (baseado em Castro & Miranda, 1998 e Piola et al., 2000). Abreviaturas: ASA: Água Subantártica originária da Corrente Patagônica; ASAP: Água Subantártica de Plataforma; ASTP: Água Subtropical de Plataforma; AT: Água Tropical; ACAS: Água Central do Atlântico Sul; AIA: Água Antártica Intermediária. Setas indicam direção das correntes; linhas tracejadas indicam fortes gradientes de salinidade e/ou temperatura.

A produtividade da plataforma da Região Sul é relativamente alta no inverno e na primavera, devido ao aporte de nutrientes de origem terrígena e do deslocamento para o norte da ASAP (Castello & Odebrecht, 2001). Outros mecanismos de fertilização são as ressurgências costeiras, originadas pela forte ação dos ventos de NE na primavera e no verão, que provocam a divergência de águas superficiais e causam advecção da ACAS sobre a plataforma entre 28°S e 32°S (Figura 1.4b). Somam-se a isso as ressurgências no talude, mais comuns no inverno e primavera, quando a ACAS, a Corrente do Brasil e o ramo costeiro da Corrente de Malvinas formam vórtices de circulação ciclônica (Garcia,1997). Em relação à ictiofauna, na plataforma predominam espécies demersais, particular- mente cienídeos, sendo que a plataforma e o talude superior são áreas de criação de peixes demersais de importância comercial (Haimovici et al., 1994; Haimovici et al., 1996). Atuns e espécies afins ocorrem ao longo do talude da Região Sul no inverno. Várias das espécies demersais mais abundantes na plataforma e talude superior migram sazonalmente durante o inverno, acompanhando o deslocamento para o norte da Convergência Subtropical (Haimovici et al., 1998). Sobre o talude superior ocorrem pescarias de linha-de-mão e espi- nhel-de-fundo e, mais recentemente, de arrasto-de-fundo dirigido principalmente à mer- luza,abrótea-de-profundidade,peixe-sapo e calamar-argentino (Haimovici et al.,2003;Perez et al., 2003). Uma pescaria de bonito-listrado no sul, realizada nos meses de verão ao longo da isóbata de 200 m, reforça a hipótese da existência de uma ressurgência de borda da pla- taforma no extremo sul do Brasil (Andrade & Garcia, 1999).

Antecendentes Os antecedentes e prospecções pesqueiras marinhas ao longo do litoral brasileiro foram levantados e descritos por Haimovici (2007). A partir da década de 1950, várias embarcações investigaram o potencial pesqueiro das Regiões Sudeste e Sul com redes de arrasto-de-fundo em profundidades superiores a 100 m. O navio de pesca “Presidente Vargas”(1955) e os navios de pesquisa Toko Maru (1956/57) e Walter Herwig (1968) efetua- ram um número reduzido de lances em profundidades superiores a 100 m (Yesaki, 1973). O N/Pq “Professor Besnard”, do Instituto Oceanográfico de Universidade de São Paulo, rea- lizou duas séries de cruzeiros (1968/69 e 1971/72) na Região Sul e na Sudeste (1974/75) em

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 19 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 20

profundidades de até 200 m (Vazzoler & Iwai, 1971; Vazzoler, 1973), Na década de 1970, a SUDEPE,com apoio do Programa das Nações Unidas para o desenvolvimento (PNUD),reali- zou várias séries de cruzeiros de pesca exploratória de arrasto-de-fundo na plataforma externa e talude superior da região ao sul do Cabo de Santa Marta Grande, com o N/Pq. “Diadorim” (Yesaki et al., 1976). Entre 1986 e 1987, o N/Pq “Atlântico Sul”, da Fundação Universidade Federal de Rio Grande, realizou uma série de cruzeiros entre 100 e 500 m de profundidade ao sul de Santa Marta Grande (Vooren et al., 1989; Haimovici et al., 1994). Da análise das publicações produzidas com base nas informações colhidas nesses levantamentos, pode-se concluir que representaram uma contribuição importante sobre a composição da fauna nectônica e sobre as abundâncias relativas das principais espécies e permitiram algumas estimativas de abundância, principalmente ao sul de Santa Marta Grande (Haimovici, 2007). Nesse sentido, os resultados das pesquisas desenvolvidas no âmbito do Programa REVIZEE,por abrangerem toda a plataforma externa e talude superior da Região Sudeste-Sul, seguindo um protocolo amostral padronizado, e utilizando redes de pesca comercial, com roletes, constituem o primeiro levantamento que permite com- parações sazonais, batimétricas e latitudinais sobre a composição de espécies e as abundâncias de recursos pesqueiros vulneráveis ao arrasto-de-fundo.

20 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 21

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Embarcações O N/Pq “Atlântico Sul” é um arrasteiro de popa com 295 toneladas de arqueação, 35,9 m de comprimento e motor principal MWM de 860 HP (Figura 2.1). Os equipamentos de navegação disponíveis incluíram: piloto automático FURUNO FAP-330, navegador (GPS), FURUNO GP-3000 Mark 2, radares FURUNO FE 3300 (72 milhas) e RV 3770 (48 milhas) e sonar SIMRAD. As profundidades das estações e os lances de pesca foram acompanhados com uma ecossonda SIMRAD E-700 (70kHz). Os guinchos hidráulicos de pesca estavam providos de 2000 m de cabo de aço de 3/4 de polegada de diâmetro.

Figura 2.1 – N/Pq “Atlântico Sul” (a esquerda) da Fundação Universidade Federal do Rio Grande (FURG); N/Pq. “Soloncy Moura” do CEPSUL/IBAMA (a direita).

O N/Pq “Soloncy Moura”é um arrasteiro de popa com 216 toneladas de arqueação, 26 m de comprimento e motor principal Caterpillar de 600 HP (Figura 2.1). Os equipamen- tos de navegação disponíveis incluíram: piloto automático FURUNO FAP-330, navegadores (GPS) FURUNO GP-3100 MK-2 e GP-1810,receptor DGPS GR80,radares FURUNO FR-701 (48 milhas) e FE-3300 (72 milhas), sonar FURUNO CHS-5 MK-2, Doppler FURUNO DS-70 e ecos- sondas FURUNO FCV-582 (50/200Khz), FCV-1000 (28/200Khz) e FE-881 MK (28Khz). Os guinchos hidráulicos de pesca estavam providos de 2100 m de cabo de aço de 3/4 de pole- gada de diâmetro.

Petrecho de pesca Para as operações de pesca foram utilizadas redes adquiridas da Herman Engel & Co, cujas plantas originais fornecidas pelo fabricante são apresentadas nas Figuras 2.2 a 2.5. As redes eram do modelo “Engel Star Balloom Trawl”, com 439 malhas de 160 mm na boca, diminuindo até 70 mm no ensacador. A tralha inferior era do tipo “rockhopper”, estando a parte central, de 20,8 m de comprimento, provida de discos de borracha de 300, 200 e 130 mm de diâmetro, e duas extensões laterais de 9,8 m, com discos de borracha de 75 mm de diâmetro, totalizando 40,4 m. Foram utilizadas portas retangulares tipo “hydro”,

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 21 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 22

com 550 kg de peso cada.Em todos os lances foram usados brincos de 50 m e malhetas de 5 m de comprimento. Nos arrastos, o ensacador foi forrado com duas panagens, uma inter- mediária de fio duplo de aproximadamente 32 mm de distância entre nós opostos e, outra interna de fio simples, com aproximadamente 27 mm entre nós opostos. Uma foto da rede sendo recolhida é apresentada na Figura 2.6.

General Arrangement of Star Balloon Trawl 417 meshes circ. by 160 mm

70 pcs. deep sea floats stainless steel flex swivel top bridle 50 m 200 mm dia A16SSF steel wire rope 14 mm dia

groundrope bridle 15,20 m bottom bridle 50 m rubber disc groundrope 24,70 m steel wire rope 22 mm dia “hydro” trawl doors 2,50 1,50 m each door approx. 700 kg

Figura 2.2 – Planta da “Herman Engel & Co” mostrando o arranjo geral da rede de arrasto-de-fundo modelo “Engel Star Balloon Trawl” utilizada nos levantamentos de prospecção demersal do Programa REVIZEE – Score Sul. Malhetas = bridles; portas = trawl doors; tralha inferior= groundrope.

Comb. rope diam. Comb. mm 18

Groundrope gridle 15,20 m Bottom Panel Top Panel Comb. rope 20 mm diam.

200 mm headline 48,80 m Comb. rope 20 mm diam. with steel core

62# 62# Groundrope gridle 15,20 m

200 mm Braided PE 200 mm 45# 45# 4 mm Dia. Braided PE 4 mm Dia. Rubber disc 104#Combination rope 18 104#mm diam. 200 mm Braided PE 200 mm 255# 4 mm Dia. 27,40 m Braided PE groundrope 4 mm Dia. 45# Comb.45# rope 20 mm dia. 230# 160 mm 187# 160 mm Braided PE Braided PE 3 mm Dia.

3 mm Dia. 50,0 m Approx. 204# 204# 120 mm Braided PE 3 mm Dia.

90 mm 204# Cover Bag 204# Braided PE 3 mm Dia. Top or bottom panel

230# 153# 230# 60 mm 90 mm Twisted nylon 210/66 Braided PE 3 mm Dia.

30 mm 324# 324# Twisted nylon 210/48 Engels Star Balloon Trawl 224# 70# 417 meshes circ. by 160 mm 224#

94 mm 30 mm Braided Twisted nylon 210/48 PE 5 mm

Dia. 16,0 m Approx.

70# 224# 224# cooline

Figura 2.3 – Planta da “Herman Engel & Co” mostrando o arranjo esquemático da rede de arrasto-de-fundo modelo “Engel Star Balloon Trawl”, utilizada nos levantamentos de prospecção em fundos arrastáveis do Programa REVIZEE – Score Sul.

22 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 23

Hook-up arrangement for Engel star balloon trawl 417 meshes circ. by 160 mm

“hydro” trawl door 2,50 1,50 m each door approx. 700 kg

lengthenning bridle 5 m Viking recessed Viking G-Hook nº 5 steel wire rope 22 mm dia. Viking G-Hook nº 8 link nº 20 Hammerlock TL19

Viking recessed Hammerlock link nº 16 TL16

pennant 7,50 m steel wire rope 18 mm dia.

block type mangamese steel shoes

Figura 2.4 – Planta da “Herman Engel & Co”, mostrando as portas e arranjo dos brincos (lenghening bridles) da rede de arrasto-de-fundo modelo “Engel Star Balloon Trawl” utilizada nos levantamentos de prospecção em fundos arrastáveis do Programa REVIZEE – Score Sul.

Rubber disc groundrope for Engel star balloon trawl 417 meshes circ. by 160 mm

1 middle section rubber disc toggle with chain rubber discs 75 mm dia. 300 mm dia. swivel 7/8” stainless steel

Distance between the discs approx. 30 cm steel wire rope

10,60 m

2 wing sections traler chain rubber disc toggle with chain rubber discs 75 mm dia. 16 mm dia. 300 mm dia.

connector TL16 Distance between the discs approx. 50 cm swivel 7/8” stainless steel

8,40 m

2 groundrope bridles steel tringle swivel TLSW16 rubber discs 400 mm dia. trawler chain 16 mm M10 link

connector TL16 steel washer 15,20 m

Figura 2.5 – Arranjo da tralha inferior mostrando a porção central (middle section) provida de discos de bor- racha (rubber discs), as extensões laterais (wing sections) e armação das malhetas da tralha (groudrope bridles).

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 23 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 24

Figura 2.6 – Convés do N/Pq “Atlântico Sul” mostrando o momento do recolhimento da rede “Balloon Trawl”, a tralha superior com bóias e a tralha inferior com rolos de borracha. Observam-se também as portas “Hydro” utilizadas.

Planejamento amostral A escolha do padrão de dis- tribuição dos lances em cruzeiros de prospecção, com arrasto-de- fundo, depende dos objetivos propostos (Gunderson, 1993). Assim, quando o objetivo é a esti- mativa da abundância de uma espécie da qual se tem informa- ção sobre sua distribuição com alguma precisão, é aconselhável estabelecer estratos mais homogêneos, alocando números de lances proporcionais à abundância prevista em cada estrato em posições escolhidas ao acaso. Como no caso deste estudo os objetivos eram múltiplos, como estudar a composição da fauna e a distribuição e abundância de várias espécies sobre as quais as informações prévias eram escassas, a obtenção das informações foi otimizada, adotando-se uma distribuição mais uniforme dos lances. Em geral, a profundidade e a latitude são fatores importantes na composição de espécies (Moyle & Cech, 1988; Bianchi, 1991) e, por isto, optou-se por distribuir os lances uniformemente em faixas latitudinais e de profundidade. A área de estudo foi então divi- dida em subáreas de pesca de aproximadamente 55 milhas de largura sendo programa- dos, para cada uma delas, entre 5 e 7 lances de pesca e procurando ter representadas as faixas de 100-149 m, 150-199 m, 200-299 m, 300-399 m e 400-600 m de profundidade (Figura 2.7). Nas regiões com forte declive, os lances de algumas faixas foram suprimidos e naquelas com pequeno declive lances adicionais foram incluídos, visando uma represen- tação proporcional as suas extensões. A exata posição dos lances não foi preestabelecida, procurando-se otimizar a utilização do navio, aproveitar a experiência do mestre, mini- mizar o tempo de procura de fundos e maximizar o número de lances realizados a cada dia. Dentro do esquema mencionado, os locais para os lances de pesca foram escolhi- dos pelo mestre das embarcações, após a realização de uma linha de sondagem para veri- ficar a ausência de obstáculos. Os lances, em sua maioria, tiveram 30 minutos de duração, contados entre o momento em que o tambor do guincho foi travado até o começo do recolhimento. Cinco minutos antes do final de cada lance, a velocidade de arrasto foi aumentada para forçar o deslocamento dos peixes do túnel para o saco. Informações sobre a salinidade e a temperatura da coluna de água foram obtidas com um perfilador de condutividade, temperatura e profundidade (CTD SB19), lançado entre a superfície e o fundo do mar, simultaneamente aos lances de pesca. Para comple- mentar a caracterização ambiental, foram realizadas coletas adicionais de dados de tem- peratura e salinidade com CTD entre a superfície e o fundo em transectos perpendiculares à costa, entre as isóbatas de 50 e 600 m. Foram registrados: os horários, posições e profun- didades de início e fim de cada lance e dos lançamentos de CTD, além de dados comple- mentares dos lances como velocidade e rumo do barco, distância percorrida, comprimento do cabo lançado,e informações meteorológicas como estado do mar,direção e velocidade do vento e cobertura de nuvens.

24 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 25

De cada lance foi registrado o peso total das espécies ou táxons capturados. Como a captura, em geral, esteve formada por organismos grandes e pequenos, às vezes da mesma espécie, o procedimento de amostragem, sempre que necessário, foi dividido em duas etapas. Na primeira foram separados, contados e pesados, por espécie, os exemplares maiores, incluindo todos os elasmobrânquios, caranguejos-vermelhos, teleósteos e cala- mar-argentino acima do tamanho mínimo de interesse comercial. O resto da captura, for- mada por pequenos peixes,crustáceos e cefalópodes,foi colocada em caixas e o peso total registrado. Uma amostra de uma ou duas caixas (30 ou 60 kg aproximadamente) foi triada por espécie ou táxons, sendo registrados o número e peso total de cada espécie ou cate- goria. A captura total de cada espécie foi calculada como a soma da fração dos exemplares grandes e da fração estimada a partir da amostragem de organismos pequenos. A captura total de cada espécie, ou uma subamostra aleatória pesada, foi utilizada para determinar a composição em comprimentos representativa de cada espécie. Para algumas espécies foram realizadas amostragens a bordo mais detalhadas,com observação de sexos, estágios de maturação e grau de repleção estomacal, além da preservação de gônadas, conteúdos estomacais e estruturas de aposição. Foram também congeladas amostras para serem posteriormente processadas em laboratório.

Análise da diversidade e riqueza de espécies A diversidade das espécies nectônicas foi analisada a partir dos conjuntos de espé- cies de teleósteos, elasmobrânquios e cefalópodes capturados por lance. A diversidade foi analisada nas suas duas componentes, equitatividade e riqueza de espécies, sendo a riqueza pela técnica de rarefação (Sanders,1968;Hurlbert,1971) e a equitatividade utilizan- do o indice de Pielou (Pielou, 1966; 1969). A técnica de rarefação permite a comparação do número de espécies entre amostras com diferentes números de indivíduos coletados.O número de espécies esperado para uma amostra de n indivíduos tomados aleatoriamente da comunidade E(Sn) é calculado como:

S N Ni n E(Sn) ͫͬ1 i 1 N n

Onde N é o número total de indivíduos coletados; S número total de espécies da comunidade; Ni é o número de indivíduos da espécie i naquela amostra e n o tamanho da amostra padronizada, para a qual o número de espécies é estimado. A Técnica de Rare- fação calcula a riqueza de espécies considerando as diferenças no esforço amostral e na abundância de espécies,permitindo a comparação entre amostras de diferentes tamanhos e com assembléias distintas. A equitatividade expressa o quão igualmente estão distribuídos os indivíduos entre as diferentes espécies; quanto maior a equitatividade, menor a dominância de espécies na amostra. O índice de equitatividade de Pielou J’ foi calculado através da fórmula: H’ J’ log(s) Onde S riqueza média de espécies, log (s) H’máx , que é a máxima diversidade que pode ser atingida se todas as espécies forem igualmente abundantes;H’é o Índice de Diversidade de Shannon-Wiener, calculado como: H’ p (lnp ) i i i

Onde, pi é a proporção no número total da i-gésima espécie. Os índices de diversi- dade foram calculados utilizando o Software Primer 5.1 (Clarke & Warwick, 1994 e Clarke & Gorley, 2001).

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 25 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 26

Cálculo de rendimentos, densidades e biomassas As capturas por unidade de área (CPUA),ou densidades,foram calculadas em kg/km2 a partir das capturas e áreas varridas. As áreas varridas foram obtidas multiplicando as dis- tâncias percorridas, determinadas a partir das posições inicial e final de cada lance no GPS e a largura da ação das redes.A largura de ação da rede foi estimada em 18,18 m,a partir da lit- eratura, correspondendo a 45% da extensão da tralha inferior, incluindo o “rockhopper” e as extensões laterais (Alverson, 1971). A opção por essa largura-padrão de área arrastada, deveu-se ao não funcionamento dos equipamentos para a medição da abertura entre as portas durante o cruzeiro de calibragem. A área total coberta pelos cruzeiros foi dividida em quatro faixas latitudinais que corresponderam aproximadamente às amplitudes de latitudes abrangidas pelas pernadas dos cruzeiros. A área “A” ficou compreendida entre a perpendicular à costa em Chuí até a latitude de 31°30’S, ao sul de Conceição. A área “B”, abrangeu as latitudes de 31°30’S e 28°00’S, ao norte do Cabo de Santa Marta Grande. A área “C” ficou delimitada entre a lati- tude 28º00’S e a perpendicular à costa em Ilha Bela. A área “D”, ficou delimitada entre o norte de Ilha Bela até a perpendicular à costa em Cabo Frio (Figura 2.7).Os lances na região Sul (áreas A e B) foram realizados com o N/Pq “Atlântico Sul”, enquanto que os lances na região Sudeste (áreas C e D) foram realizados com o N/Pq “Soloncy Moura”.Foram definidas cinco faixas de profundidade 100-149 m, 150-199 m, 200-299 m, 300-399 m, 400-600 m (Figura 2.7). Ao todo, combinando faixas de latitudes e profundidades, foram considerados 20 estratos, cujas superfícies foram calculadas integrando graficamente os polígonos determinados pelos perfis latitudinais e isóbatas obtidas a partir do banco GEBCO (General Bathymetric Chart of the Oceans) e da grade das posições obtidas nos levantamentos pelágicos com prospecção acústica do Programa REVIZEE (Madureira et al.,2005).As super- fícies e os números de lances em cada estrato são apresentados na Tabela 2.1.

REVIZEE Score Sul 22˚ S Prospecção demersal com arrasto-de-fundo Cabo Frio

Ilha Bela 24˚ S D

26˚ S

C

(28˚ S) 28˚ S Cabo de Santa Marta Grande

B 30˚ S

Conceição (31˚30’S) 32˚ S

A Inverno 2001 Chuí Inverno 2002 34˚ S Outono 2002

100 m 36˚ S 600 m

54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W

Figura 2.7 – Posições dos 224 lances de pesca realizados nas prospecções pesqueiras com rede de arrasto- de-fundo na Região Sudeste-Sul, em 2001 e 2002. As linhas pontilhadas indicam os limites dos quatro estratos latitudinais em que foi dividida a área total dos levantamentos.

26 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 27

Tabela 2.1 – Áreas calculadas em km2 para os estratos definidos por latitudes e faixas de profundidades e números de lances de pesca realizados nos levantamentos de prospecção pesqueira do Programa REVIZEE com rede de arrasto-de-fundo na região Sudeste-Sul em 2001 e 2002.

Área A Área B Área C Área D Chuí – Conceição Conceição – S. Marta Grande S. Marta Grande – Ilha Bela Ilha Bela - Cabo Frio 34°35’S - 31°30’S 31°30’S - 28°S 28°S - 24°24’S 24°24’S – 23°S Área Lances Área Lances Área Lances Área Lances Prof. (m) km2 inv-prim ver-out km2 inv-prim ver-out km2 inv-prim ver-out km2 inv ver-out 100-149 7 524 6 5 16 723 8 9 17 124 6 4 14 961 5 6 150-199 7 869 4 4 15 284 4 3 20 354 6 4 8 110 2 5 200-299 2 237 5 4 6 456 7 6 5 762 4 3 3 121 3 2 300-399 1 247 5 4 3 460 3 4 2 450 4 5 1 857 1 6 400-600 3 340 10 10 6 529 6 6 5 141 15 11 2 805 9 10 Total 4 587 30 27 48 452 28 28 50 830 35 27 30 855 20 29

Foram realizados testes preliminares, comparando as médias e as variâncias dos intervalos de confiança das biomassas estimadas, pressupondo que as CPUA nos conjun- tos de lances em cada estrato seguem uma distribuição normal ou uma distribuição “delta”, que resulta da associação de lances nulos com uma distribuição log-normal das capturas nos lances não nulos (Pennington, 1983). As medidas centrais e de dispersão foram calcu- ladas pressupondo que ambas as distribuições não diferiram de forma consistente ao ponto de privilegiar a utilização de uma ou outra. Sendo assim, optou-se por calcular as densidades (CPUA) médias e as biomassas totais por estratos e épocas do ano, assumindo uma distribuição normal das capturas dos lances (Saville, 1977). As densidades médias (kg/km2) de cada espécie, em cada levantamento, foram calcu- ladas ponderando as densidades médias de cada estrato pelas frações de área de cada estrato. ͩͪAe Di Die · e A As variâncias das densidades médias de cada espécie, em cada estrato, foram calcu- ladas ponderando as variâncias das densidades médias de cada estrato pelo quadrado das frações de área de cada estrato. S2 A 2 2 Die ͩͪe SD · i e ne A As biomassas de cada espécie, em cada levantamento, foram calculadas como os somatórios dos produtos das densidades pelas áreas de todos os estratos (e). e Bi Ae ·Di·e 1 As variâncias das biomassas totais foram calculadas a partir das áreas dos estratos (Ae), das variâncias das densidades em cada estrato e do número de lances por estrato (n). e 2 2 varBi Ae ·SD 1 ie Os intervalos de confiança das estimativas das biomassas foram calculados para um grau de significação como: 2 IC B t · ͱසSස % i , Die

onde os graus de liberdade () foram calculados pela fórmula: (ne 1) e Para as comparações das densidades de espécies e grupos de espécies, índices de rarefação e equitatividade entre estratos latitudinais (áreas A, B, C, D), estratos de profundi-

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 27 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 28

dade (100-149 m, 150-199 m, 200-299 m, 300-399 m e 400-600 m) e épocas do ano (inver- no-primavera 2001-2002 e verão-outono 2002) foram utilizadas análises univariadas de variância fatoriais (ANOVA), que permitem estimar a significância de diferenças entre médias e detectar interações entre fatores. Para estas análises estatísticas foi utilizado o programa Statistica 6.0.

Operações de pesca realizadas e dados ambientais registrados No levantamento realizado entre agosto e outubro (inverno-primavera) de 2001, foram efetuados 92 lances de pesca entre o Chuí e a perpendicular estabelecida em Ilha Bela,no litoral de São Paulo,correspondendo aos estratos latitudinais A,B e C.A área cober- ta nesse período foi de 103 869 km2 (Figura 2.7). Problemas mecânicos não permitiram a finalização da programação dos lances mais ao norte. No levantamento de fevereiro a abril (verão-outono) de 2002, foram realizados 111 lances entre Chuí e o sul de Cabo Frio, cobrindo os estratos de A até D, abrangendo uma área de 134 724 km2 (Figura 2.7). Em junho (inverno) de 2002,foram realizados 20 lances no estrato D,em perfis posi- cionados entre Ilha Bela e Cabo Frio (Figura 2.7). O número de lances e as áreas dos diferentes estratos,em cada levantamento,estão indicados na Tabela 2.1. No total foram realizados 224 lances efetivos de pesca. Em relação à época do ano, 113 lances foram efetuados no inverno-primavera e 111 no verão-outono; em relação às regiões, 113 foram na região sul e 111 na sudeste. As datas, posições, áreas varridas e dados ambientais obtidos em todos os lances de pesca constam do Anexo 1.

Participantes dos embarques Participaram dos embarques 64 pesquisadores e estudantes.Nos cruzeiros do N/Pq “Atlântico Sul”, na Região Sul, participaram os professores da FURG Manuel Haimovici, Carolus Maria Vooren e Ricardo Perez Habiaga,os bolsistas DTI-REVIZEE Roberta Aguiar dos Santos e Luciano Gomes Fischer,o laboratorista Alberto Carlos de Souza Campos,o bolsista PROBIO Abel Fernando Lamonaca Romay, o pesquisador contratado Denis Hellebrandt da Silva,os alunos de pós-graduação Alexandre Sorókin Marçal,Cristiano Alburquerque,Laura Villwok de Miranda, Maria Cristina Oddone Franco e Tatiana Silva Leite, além dos acadêmi- cos Arthur Antônio Machado,Augusto Munhiz,Carolina Gonçalves de Oliveira,Fabio Felipe Gabriel Roselet, Fabricio Staciorini, Fernando Dantas Campello, Fernando dos Santos Weber, Fernando Nogueira, Flávia Conde Kneip, João Pedro Demore, Juliana Martinhão Ignácio, Luciano Absalonsen, Marlize Cravo, Michel Steinmetz Gandra, Miriam Baumbach, Osni Alexandre da Silva, Ramon Benedet, Raquel Zambeli e Ricardo de Lima. Nos cruzeiros do N/Pq Soloncy Moura, na Região Sudeste, participaram os bolsistas DTI-REVIZEE Roberto Ávila Bernardes, Sílvio dos Santos, Amanda Ricci Rodrigues, Eduardo Machado de Almeida, Fernando Dias Pazzeto, Fernando Fiedler, Gabriela P.Branco de Melo, Gabriela Rodrigues Vera, Maria Helena C. da Silva, os bolsistas ITI-REVIZEE Ana Hara, André Belluco do Carmo, Camila Camargo Ataliba, Marcelo Ricardo de Souza e Renato Massaaki Honji,a oceanógrafa Luciana Carvalho Spillere e os alunos de pós-graduação Alessandro A. Rogik Athiê do IOUSP e Fabio dos Santos Motta da UNESP, os acadêmicos da UNIVALI Arthur de Oliveira S.Celini,Bruno Kupsch,Chrystofer Rocha,Giuliano P.C.Maia Huergo,João Luiz de Abreu Silva, Jonathan Junkes dos Santos, Rafaela Michels da Silveira, os estagiários do Instituto de Pesca/SP Alessandro Archidiacono e Celso L.Teixeira Eleutério, os estagiá- rios do Projeto Albatroz Ana Guimarães Beank, Eulles Costa Feijó, Janaína Farina Machado, Leonardo e Valter K. e o acadêmico da UNIMONTE Hiraichi Jr.

28 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 29

3. HIDROGRAFIA

caracterização hidrográfica da região, durante os levantamentos foi focalizada nas águas próximas ao fundo, onde ocorrem os recursos pesqueiros alvo da A prospecção com rede de arrasto-de-fundo. Devido à grande duração dos cruzeiros, os dados ambientais registrados foram integrados ao longo dos períodos em que os levantamentos foram realizados e, portanto, não refletem uma situação sinóptica. Ao longo da área, as temperaturas no fundo variaram entre 5,2°C e 18,5°C e as salinidades no fundo entre 34,2 e 36,0 ups (Anexo 1). Em profundidades inferiores a 250 m as temperaturas próximas ao fundo foram em geral superiores a 12°C, entre 250 e 400 m ficaram entre 14°C e 8°C, e em profundidades maiores de 400 m foram inferiores a 10°C. (Figura 3.1).

20 18 16 14 12 10 8 6

temperatura de fundo (˚C) 4 2

0 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m)

Figura 3.1 – Temperaturas de fundo em relação à profundidade nas estações de pesca realizadas.

As médias das temperaturas e as salinidades por estratos latitudinais e de profun- didade, nos levantamentos de ambas as épocas do ano constam da Tabela 3.1, onde se observa que as diferenças sazonais de temperatura no fundo, dentro de um mesmo estra- to, não superaram 2,3°C. As diferenças de temperatura e salinidade no fundo por profundidades, estratos de latitudes e épocas do ano foram analisadas através de análises univariadas de variância fatorial. Em relação à temperatura, foram encontradas diferenças significativas em relação aos estratos latitudinais (p 0,0012) e de profundidade (p 0,0001), além de interações entre os estratos de latitude e profundidade (p 0,0001), e interações entre os estratos de latitude e as épocas do ano (p 0,0292).As temperaturas no fundo diminuiram com a pro- fundidade, com exceção da faixa entre 100 e 300 m ao norte de Ilha Bela (área D). Em relação aos estratos latitudinais, a temperatura diminuiu do sul para o norte, aumentando ao norte de Ilha Bela. Em relação à época do ano, as temperaturas foram maiores no outo- no-inverno em todas as áreas, com exceção do extremo sul (Figura 3.2). Em relação à salinidade, o padrão foi quase o mesmo. Foram encontradas diferen- ças significativas em relação aos estratos latitudinais (p 0,0021) e aos estratos de pro- fundidade (p 0,0001), além de interações entre os estratos de latitude e de profundi- dade (p 0,0001). As salinidades de fundo diminuiram com a profundidade do sul para o

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 29 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 30

norte, com exceção do extremo norte, onde foram superiores. Em relação às áreas, a salini- dade diminuiu do sul para o norte,aumentando ao norte de Santos.Em relação à época do ano, as salinidades foram maiores no outono em todas as áreas, com exceção do extremo sul, onde praticamente não houve diferenças (Figura 3.3).

Tabela 3.1 – Médias de temperatura e salinidade no fundo, por estratos de profundididade e estratos latitudi- nais nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, reali- zados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura. Em itálico as diferenças entre levantamentos.

Área A B C D Latitude 34°35’S - 31°30’S 31°30’S - 28°S 28°S - 24°24’S 24°24’S – 23°S Época inv-pri ver-out dif inv-pri ver-out dif inv-pri ver-out dif inv-pri ver-out dif

Temperaturas (°C) 100-149 16,1 16,4 0,4 15,3 15,7 0,4 13,2 14,0 0,8 16,7 14,7 2,0 150-199 15,8 14,6 1,1 13,9 15,2 1,4 13,4 14,0 0,7 13,9 14,7 0,8 200-299 13,7 12,9 0,8 12,7 13,3 0,7 12,5 13,6 1,1 13,2 15,1 1,9 300-399 10,2 9,5 0,7 10,1 11,0 0,9 10,8 12,3 1,5 14,2 11,9 2,3 400-600 6,9 6,6 0,3 7,6 7,3 0,4 7,7 8,3 0,6 9,3 8,5 0,8 Salinidades (ups) 100-149 35,73 35,64 0,09 35,68 35,53 0,14 35,23 35,27 0,04 35,60 35,38 0,22 150-199 35,75 35,43 0,33 35,35 35,50 0,15 35,28 35,28 0,00 35,35 35,40 0,05 200-299 35,20 35,25 0,05 35,13 35,32 0,19 35,10 35,20 0,10 35,17 35,45 0,28 300-399 34,84 34,93 0,08 34,87 34,98 0,11 34,90 35,04 0,14 35,40 35,00 0,40 400-600 34,41 34,44 0,03 34,65 34,48 0,17 34,58 34,54 0,04 34,69 34,59 0,10

20 ABCD

18

16

14

12

10 temperatura no fundo (˚C) 8

6 inverno-primavera verão-outono 4 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 profundidade (m) Figura 3.2 – Temperaturas médias no fundo por estratos latitudinais e faixas de profundidade nos levantamen- tos de inverno-primavera (em azul) e verão-outono (em laranja). As barras verticais representam os intervalos de 95% de confiança das médias.

30 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 31

36,2 ABCD 36,0

35,8

35,6

35,4

35,2

35,0

34,8 salinidade no fundo (ups) 34,6

34,4 inverno-primavera 34,2 verão-outono 34,0 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 profundidade (m)

Figura 3.3 – Salinidades médias no fundo por estratos latitudinais e faixas de profundidade nos levantamen- tos de inverno-primavera (em azul) e verão-outono (em laranja). As barras verticais representam os intervalos de 95% de confiança das médias.

Para cada época do ano, as temperaturas e salinidades registradas próximo ao fundo, em cada lance, foram representadas em diagramas TS (Figura 3.4). As características das águas próximas ao fundo, nas posições dos lances de pesca de ambos os levantamen- tos, é mostrada na Figura 3.5. Observa-se que abaixo de 400 m de profundidade, as carac- terísticas da água de fundo de todas as 138 estações de pesca em ambas as épocas do ano, na plataforma externa e talude superior correspondiam à Água Central do Atlântico Sul, (ACAS,34,6-36 ups,6-20°C).Em profundidades maiores de 400 m,29 lances correspondiam à ACAS, 12 à Água Intermediária Antártica (AIA, 34,6ups, 6°C) e 29 a águas com carac- terísticas intermediárias entre ACAS e AIA ( 34,6 ups, 6-10°C).

inverno-primavera verão-outono 20 20 18 18 16 16 14 14 12 12 10 10 8 8 6 6 ACAS ACAS temperatura no fundo (˚C) 4 temperatura no fundo (˚C) 4 ACAS – AIA ACAS – AIA 2 2 34,2 34,6 AIA 34,2 34,6 AIA 0 0 34 34,5 35 35,5 36 36,5 37 34 34,5 35 35,5 36 36,5 37 salinidade salinidade

Figura 3.4 – Diagramas TS correspondentes às estações de pesca realizadas nos levantamentos de inverno- primavera e verão-outono. As combinações de salinidades e temperaturas no fundo correspondem a dife- rentes massas de água para o Atlântico Sul ocidental entre 20ºS e 40ºS.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 31 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 32

Santos 24˚ S

Paranaguá 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta Grande

30˚ S

Rio Grande inverno-primavera 32˚ S junho (2002) agosto (2001) setembro (2001) 34˚ S outubro (2001)

52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W

Santos 24˚ S

Paranaguá 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta Grande

30˚ S

Rio Grande 32˚ S verão-outono fevereiro (2002) março (2002) 34˚ S abril (2002)

52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W

ACAS (34,6 ups; 6-20˚C) ACAS – AIA (34,6 ups; 6-10˚C) 0 m 100 m 200 m 600 m 1000 m AIA (34,6 ups; 6˚C)

Figura 3.5 – Massas de água próximas ao fundo por épocas do ano, presentes nos locais em que foram reali- zados os levantamentos (ACAS: Água Central do Atlântico Sul, AIA: Água Antártica Intermediária).

Constatou-se que, nas faixas de profundidades abrangidas pelos cruzeiros, as tem- peraturas foram pouco afetadas por mudanças sazonais (Tabela 3.1), quando comparadas com o que ocorre na plataforma interna do extremo sul, onde as temperaturas de fundo ficam entre 10 e 4 graus mais elevadas no verão (Haimovici et al., 1996).Na Região Sudeste, devido à ressurgência estival da ACAS, as temperaturas de fundo na plataforma interna variam sazonalmente em torno de 2°C (Castro & Miranda,1998).A pequena variação térmi- ca para a plataforma externa e talude superior da região sul já tinha sido constatada por Haimovici et al. (1994).

32 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 33

4. COMPOSIÇÃO DE ESPÉCIES

valor da captura total (peixes e cefalópodes), nos 224 lances efetivos de pesca realizados pelas duas embarcações, em conjunto, foi de 32 677,5 kg e 354 561 O exemplares, tendo sido amostradas 228 espécies (peixes e cefalópodes) (Anexo 2). A captura média por lance, em geral de meia hora, foi de 1575,7 exemplares pesando 145 kg e incluindo 22,1 diferentes espécies. Foram capturadas 168 espécies de teleósteos, cujo peso médio foi de 89,0 g e que representaram 80,0% em peso e 82,7% em número do total capturado (Anexo 2). As espé- cies mais capturadas foram: Polymixia lowei, Zenopsis conchifera, Merluccius hubbsi, Trichiurus lepturus, Urophycis mystacea, Antigonia capros, Lophius gastrophysus e Caelorinchus marinii que, em conjunto, representaram 58,8% do total em peso. Os elasmobrânquios estiveram representados por 37 espécies que pesaram, em média, 1086,5 g e constituíram 8,5% das capturas em peso e 0,7% das capturas em nú- mero. As espécies mais abundantes em peso foram Atlantoraja cyclophora, Atlantoraja pla- tana, Squalus mitsukurii, Squalus megalops, Squatina guggenheim, Squatina argentina, Mustelus schmitti e Atlantoraja castelnaui que, em conjunto, compuseram 76,3% do total em peso. De cefalópodes foram capturadas 23 espécies, com peso médio de 64,1 g e que re- presentaram 11,5% da captura em peso e 16,8% em número. As principais espécies foram Illex argentinus e Loligo plei que, em conjunto, constituíram 99,2% da captura de cefaló- podes em peso. Foram identificadas 168 espécies de 80 famílias de teleósteos e 37 espécies de 15 famílias de elasmobrânquios (Tabela 4.1), classificadas de acordo com Nelson (1994). As fa- mílias de teleósteos com maior número de espécies foram Myctophidae (16), Macrouridae (7), Serranidae (7) Paralichthydae (6) e Trichiuridae (5); entre os elasmobrânquios foram Rajidae (11) e Squalidae (6). Com relação às capturas em peso, as principais famílias foram Polymixiidae, Zeidae, Merluccidae, Trichiuridae, Macrouridae, Gadidae, Caproidae, Rajidae Lophiidae e Scorpionidae que, em conjunto, totalizaram 66% do peso de peixes. As carac- terizações morfológicas, morfométricas, de distribuição, hábitats e fotografias de todas as espécies capturadas no levantamento foram publicadas por Bernardes et al., (2005). Os cefalópodes foram classificados segundo Sweeney & Roper (1998), tendo sido identificadas 23 espécies de 11 famílias (Tabela 4.2). As famílias com maior número de espécies foram Octopodidae (5), Ommastrephidae (3) e Sepiolidae (3). Com relação às cap- turas em peso Ommastrephidae e Loliginidae foram as mais representativas e, em conjun- to, totalizaram 66% do total em peso de cefalópodes. Crustáceos e outros invertebrados constituíram uma pequena parte das capturas e seus rendimentos em número e peso por espécie não foram registradas de forma sis- temática. Estes organismos não fizeram parte da análise quantitativa das capturas, mas lis- tas preliminares dos táxons capturados ao sul do Cabo de Santa Marta Grande são apre- sentadas para os crustáceos (Tabela 4.3) e para outros invertebrados (Tabela 4.4). Para a Região Sudeste, estes dados não estão ainda disponíveis.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 33 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 34

Tabela 4.1 – Lista dos peixes identificados nas capturas com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste- Sul do Brasil, nos levantamentos de 2001-2002. Programa REVIZEE.

Elasmobrânquios Teleósteos Ordem Chimaeriformes Ordem Anguilliformes Família Chimaeridae Família Muraenidae Hydrolagus matallanasi Soto & Vooren, 2004 Gymnothorax conspersus Poey, 1867 Ordem Carcharhiniformes Gymnothorax ocellatus Agassiz, 1831 Família Scyliorhinidae Família Synaphobranchidae Galeus mincaronei Soto, 2001 Dysommina rugosa Ginsburg, 1951 Schroederichthys saurisqualus Soto, 2001 Meadia abyssalis (Kamohara, 1938) Scyliorhinus haeckelii (Ribeiro, 1907) Família Ophichthidae Família Triakidae Ophichthus gomesii (Caustelnau, 1855) Galeorhinus galeus (Linnaeus, 1758) Família Congridae Mustelus canis (Mitchell, 1815) Ariosoma opistophthalmus Ranzani, 1838 Mustelus schmitti Springer, 1939 Bassanago albescens (Barnard, 1923) Família Carcharhinidae Conger esculentus Poey, 1861 Carcharhinus signatus (Poey, 1868) Conger orbignyanus Valenciennes, 1842 Família Sphyrnidae Família Nettastomatidae Sphyrna zygaena (Linnaeus, 1758) Nettastoma melanura Rafinesque, 1810 Ordem Hexanchiformes Família Serrivomeridae Família Hexanchidae Serrivomer schmidti Bauchot-boutin, 1954 Heptranchias perlo (Bonnaterre, 1788) Ordem Clupeiformes Ordem Squaliformes Família Engraulidae Família Dalatiidae Engraulis anchoita Hubbs & Marini, 1935 Etmopterus bigelowi Shirai & Tachikawa, 1993 Família Clupeidae Etmopterus gracilispinis Krefft, 1968 Sardinella brasiliensis (Steindachner, 1879) Etmopterus lucifer Jordan & Snyder, 1902 Ordem Osmeriformes Squaliolus laticaudus Smith & Radcliffe, 1912 Família Argentinidae Squalus megalops (Macleay, 1881) Argentina striata Goode & Bean, 1895 Squalus mitsukurii Jordan & Snyder, 1903 Família Alepocephalidae Ordem Squatiniformes Xenodermichthys copei (Gill, 1884) Família Squatinidae Ordem Squatina argentina (Marini, 1930) Família Gonostomatidae Squatina guggenheim Marini, 1936 Gonostoma elongatum Günther, 1878 Squatina punctata Marini 1936 Família Sternoptychidae Ordem Rajiformes Argyropelecus aculeatus Valenciennes, 1849 Família Torpedinidae Argyropelecus gigas Norman, 1930 Torpedo puelcha Lahille, 1926 Argyropelecus hemigymnus Cocco, 1829 Família Narcinidae Maurolicus stehmanni Parin & Kobyliansky, 1993 Benthobatis kreffti Rincón, Stehmann & Família Phosichthyidae Vooren, 2001 Phosichthys argenteus Hutton, 1873 Família Rhinobatidae Pollichthys mauli (Poll, 1953) Rhinobatos horkelii Müller & Henle, 1841 Polymetme thaeocoryla Parin & Borodulina, Família Rajidae 1990 Atlantoraja castelnaui (Ribeiro, 1907) Família Astronesthidae Atlantoraja cyclophora (Regan, 1903) Astronestes sp. Atlantoraja platana (Günther, 1880) Família Chauliodontidae Dipturus leptocauda (Krefft & Stehmann, 1975) Chauliodus minimus Parin & Novikova, 1974 Dipturus mennii Gomes & Paragó, 2001 Chauliodus sloani Bloch & Schneider, 1801 Dipturus sp. Família Idiacanthidae Gurgesiella dorsalifera McEachran & Compagno, atlanticus Brauer, 1906 1980 Família Melanostomiidae Psammobatis lentiginosa McEachran, 1983 Flagellostomias boureei (Zugmayer, 1913) Psammobatis rutrum Jordan, 1890 Melanostomias niger Gilchrist & vonBonde, 1924 Psammobatis sp. Família Não identificado Stomias affinis Günther, 1887 Família Dasyatidae Ordem Aulopiformes Dasyatis centroura (Mitchill, 1815) Família Chlorophthalmidae Família Gymnuridae Chlorophthalmus agassizi Bonaparte, 1840 Gymnura altavela (Linnaeus, 1758) Parasudis truculenta (Goode & Bean, 1896) Ordem Myliobatiformes Família Synodontidae Família Myliobatidae Saurida brasiliensis Norman, 1935 Myliobatis freminvillii Lesueur, 1824 Saurida caribbaea Breder, 1927 Myliobatis goodei Garman, 1885 Família Paralepididae Lestidum atlanticum Borodin, 1928 Lestrolepis intermedia (Poey, 1868)

34 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 35

Ordem Myctophiformes Família Ogcocephalidae Família Neoscopelidae Dibranchus atlanticus Peters, 1876 Neoscopelus macrolepidotus Johnson, 1863 Ogcocephalus vespertilio (Linnaeus, 1758) Família Myctophidae Ordem Beryciformes Diaphus dumerilii (Bleeker, 1856) Família Trachichthyidae Diaphus effulgens (Goode & Bean, 1896) Gephryroberyx darwini (Johnson, 1866) Diaphus garmani Gilbert, 1906 Hoplostethus occidentalis Woods, 1973 Diaphus hudsoni Zubbrigg & Scott, 1976 Paratrachichthys atlanticus Menezes, 1971 Diaphus mollis Tåning, 1928 Família Berycidae Diaphus ostenfeldi Tåning, 1932 Beryx splendens Lowe, 1834 Diaphus problematicus Parr, 1928 Ordem Zeiformes Electrona risso (Cocco, 1829) Família Zeniontidae Gymnoscopelus bolini Andriashev, 1962 Zenion hololepis (Goode & Bean, 1896) Gymnoscopelus nicholsi (Gilbert, 1911) Família Zeidae Hygophum hygomii (Lütken, 1892) Zenopsis conchifera (Lowe, 1852) Lampanyctus australis Tåning, 1932 Família Grammicolepididae Lepidophanes guentheri (Goode & Bean, 1896) Xenolepidichthys dalgleishi Gilchrist, 1922 Lobianchia gemellarii (Cocco, 1838) Família Caproidae Myctophum obtusirostre Tåning, 1928 Antigonia capros Lowe, 1843 Symbolophorus barnardi (Tåning, 1932) Ordem Syngnathiformes Ordem Polymixiiformes Família Fistulariidae Família Polymixiidae Fistularia sp. Polymixia lowei Günther, 1859 Ordem Gasterosteiformes Ordem Ophidiiformes Família Macroramphosidae Família Carapidae Centriscops humerosus (Richardson, 1846) Echiodon cryomargarites Markle,Williams & Macroramphosus scolopax (Linnaeus, 1758) Olney, 1983 Notopogon fernandezianus (Delfin, 1899) Snyderidia canina Gilbert, 1905 Ordem Scorpaeniformes Família Ophidiidae Família Dactylopteridae Benthocometes robustus (Goode & Bean, 1886) Dactylopterus volitans Linnaeus, 1758 Genypterus brasiliensis Regan, 1903 Família Scorpaenidae Monomitopus americanus (Nielsen, 1971) Helicolenus lahillei Norman, 1937 Raneya brasiliensis (Ribeiro, 1903) Pontinus corallinus Ribeiro, 1903 Família Bythitidae Setarches guentheri Johnson, 1862 Diplacanthopoma brachysoma Günther,1887 Família Triglidae Saccogaster parva Cohen & Nielsen, 1972 Bellator brachychir (Regan, 1914) Ordem Gadiformes Prionotus nudigula Ginsburg, 1950 Família Macrouridae Prionotus punctatus (Bloch, 1797) Caelorinchus marinii Hubbs,1934 Família Peristediidae Hymenocephalus billsam Marshall & Peristedion altipinnis (Regan, 1903) Iwamoto,1973 Peristedion sp. Lucigadus ori (Smith, 1968) Peristedion truncatum (Günther, 1880) Malacocephalus laevis (Lowe, 1843) Ordem Perciformes Malacocephalus occidentalis Goode & Bean, 1885 Família Acropomatidae Ventrifossa macropogon Marshall, 1973 Synagrops bellus (Goode & Bean, 1895) Ventrifossa mucocephalus Marshall,1973 Synagrops spinosus Schultz, 1940 Família Moridae Família Serranidae Austrophycis marginata (Günther, 1878) Anthias menezesi Anderson & Heemstra, 1980 Gadella imberbis (Vaillant, 1888) Bathyanthias roseus Günther, 1880 Laemonema goodebeanorum Meléndez & Dules auriga Cuvier, 1829 Markle, 1997 Hemanthias vivanus (Jordan & Swain, 1884) Tripterophycis gilchristi Boulenger, 1902 Polyprion americanus (Bloch & Schneider, 1801) Família Bregmacerotidae Pronotogrammus martinicensis (Guichenot, 1868) Bregmaceros atlanticus Good & Bean, 1886 Serranus atrobranchus (Cuvier, 1829) Bregmaceros cantori Milliken & Houde, 1984 Família Opistognathidae Família Merlucciidae Lonchopisthus meadi Menezes & Figueiredo, 1971 Macruronus magellanicus Lönnberg, 1907 Família Priacanthidae Merluccius hubbsi Marini, 1933 Cookeolus japonicus (Cuvier, 1829) Família Gadidae Priacanthus arenatus Cuvier, 1829 Urophycis brasiliensis (Kaup, 1858) Família Epigonidae Urophycis mystacea Ribeiro, 1903 Epigonus occidentalis Goode & Bean, 1896 Ordem Batrachoidiformes Epigonus telescopus (Risso, 1810) Família Batrachoididae Família Branchiostegidae Porichthys porosissimus (Valenciennes, 1837) Caulolatilus chrysops (Valenciennes, 1833) Ordem Lophiiformes Lopholatilus villarii Ribeiro, 1915 Família Lophiidae Família Pomatomidae Lophius gastrophysus Ribeiro, 1915 Pomatomus saltatrix (Linnaeus, 1766)

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 35 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 36

Família Carangidae Benthodesmus tenuis (Günther, 1877) Decapterus tabl Berry, 1968 Evoxymetopon taeniatus Gill, 1863 Trachurus lathami Nichols, 1920 Lepidopus altifrons Parin & Collettte, 1993 Família Lutjanidae Trichiurus lepturus Linnaeus, 1758 Pristipomoides freemani Anderson, 1966 Família Scombridae Família Sparidae Scomber japonicus Houttuyn, 1782 Pagrus pagrus (Linnaeus, 1758) Família Centrolophidae Família Sciaenidae Centrolophus niger (Gmelin, 1789) Cynoscion guatucupa (Cuvier, 1830) Família Nomeidae Cynoscion jamaicensis (Vaillant & Bocovrt, 1883) Cubiceps squamiceps (Lloyd, 1909) Micropogonias furnieri (Desmarest, 1823) Família Ariommatidae Umbrina canosai Berg, 1895 Ariomma bondi Fowler, 1930 Família Mullidae Família Stromateidae Mullus argentinae Hubbs & Marini, 1933 Peprilus paru (Linnaeus, 1758) Upeneus parvus Poey, 1853 Ordem Pleuronectiformes Família Chaetodontidae Família Bothidae Prognathodes guyanensis (Durand, 1960) Monolene antillarum Norman, 1933 Família Kyphosidae Monolene atrimana Goode & Bean, 1886 Kyphosus incisor (Cuvier, 1831) Família Paralichthyidae Família Cheilodactylidae Citharichthys cornutus (Günther, 1880) Nemadactylus bergi (Norman, 1937) Etropus longimanus Norman, 1933 Família Labridae Paralichthys isosceles Jordan, 1890 Decodon puellaris (Poey, 1860) Paralichthys patagonicus Jordan, 1889 Família Zoarcidae Paralichthys triocellatus Ribeiro, 1903 Não identificado Verecundum rasile Jordan, 1890 Família Pinguipedidae Família Cynoglossidae Pseudopercis numida Ribeiro, 1903 Symphurus ginsburgi Menezes & Benvegnú, 1976 Família Percophidae Ordem Tetraodontiformes Bembrops heterurus (Ribeiro, 1903) Família Balistidae Percophis brasiliensis Quoy & Gaimard, 1824 Balistes capriscus Gmelin, 1788 Família Callionymidae Canthidermis sp. Foetorepus dagmarae (Fricke, 1985) Família Monacanthidae Família Gempylidae Aluterus monoceros (Linnaeus, 1758) Neoepinnula americana (Grey,1953) Família Tetraodontidae Promethichthys prometheus (Cuvier, 1832) Sphoeroides pachygaster (Müller & Troschel, Thyrsitops lepidopoides Cuvier, 1831 1848) Família Trichiuridae Família Diodontidae Benthodesmus elongatus (Clarke, 1876) Cyclichthys spinosus (Linnaeus, 1758)

Tabela 4.2 – Lista dos cefalópodes identificados nas capturas com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul, nos levantamentos de 2001-2002. Programa REVIZEE.

Ordem Sepiolida Família Ctenopterygidae Família Sepiolidae Chtenopteryx sicula (Verany, 1851) Rondeletiola minor (Naef, 1921) Família Ommastrephidae Semirossia tenera (Verril, 1880) Illex argentinus (Castellanos, 1960) Heteroteuthis dispar (Rüppell, 1844) Ommastrephes bartramii (Lesueur, 1821) Ordem Teuthida Ornithoteuthis antillarum Adam, 1957 Família Loliginidae Família Cranchiidae Loligo plei Blainville, 1823 Liocranchia reinhardti (Steenstrup, 1856) Loligo sanpaulensis Brakoniecki, 1984 Megalocranchia sp. Família Lycoteuthidae Ordem Octopoda Lycoteuthis lorigera (Steenstrup, 1975) Família Octopodidae Família Enoploteuthidae vulgaris (Cuvier, 1797) Abralia redfieldi Voss, 1955 Scaeurgus unicirrhus (Chiaie, 1839) Abralia veranyi (Rüppell, 1844) gaucha Haimovici, 1988 Família Pholidoteuthidae Voss, 1964 Pholidoteuthis adami Voss, 1956 Vosseledone charrua Palacio, 1978 Família Histioteuthidae Família Argonautidae Histioteuthis corona corona (Voss & Voss, 1962) Argonauta nodosa Lightfoot, 1876 Histioteuthis sp

36 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 37

Tabela 4.3 – Lista preliminar dos crustáceos nas capturas com rede de arrasto-de-fundo na região ao sul do Cabo de Santa Marta Grande, nos levantamentos do Programa REVIZEE realizados em 2001-2002 (identifi- cações: Fernando D´Incao, Laboratório de Crustáceos Decápodes, Depto. Oceanografia, FURG, com quem se encontram depositados os exemplares coletados).

Ordem Amphipoda Família Oplophoridae Espécie não ident. Oplophorus spinosus (Brullé, 1839) Ordem Decapoda Família Pandalidae Família Aristeomorpha Plesionika edwardsii (Brandt, 1851) Aristeomorpha foliacea (Risso, 1827) Família Parthenopidae Família Calappidae Parthenope pourtalesii (Stimpson, 1871) Acanthocarpus alexandri Stimpson, 1871 Família Pasiphaeidae Família Chirostylidae Pasiphaea sp. Savigny, 1816 Uroptychus nitidus nitidus (A. Milne Edwards, Família Penaeidae 1880) Farfantepenaeus paulensis Pérez Farfante, 1967 Família Galatheidae Funchalia villosa (Bouvier, 1905) Munida constricta A. Milne Edwards, 1880 Parapenaeus americanus Rathbun, 1901 Munida flinti Benedict, 1902 Penaeopsis serrata Bate, 1881 Munida forceps A. Milne Edwards, 1880 Farfantepenaeus brasiliensis Latreille, 1817 Munida iris A. Milne Edwards, 1880 Família Polychelidae Munida irrasa A. Milne Edwards, 1880 Polycheles sculptus Smith, 1880 Munida longipes A. Milne Edwards, 1880 Família Portunidae Munida pusilla Benedict, 1902 Portunus spinicarpus (Stimpson, 1871) Família Geryonidae Família Sergestidae Chaceon notialis Manning & Holthuis, 1989 Sergestes armatus Krøyer, 1855 Chaceon ramosae Manning, Tavares & Sergia grandis (Sund, 1920) Albuquerque, 1989 Família Solenoceridae Família Diogenidae Hymenopenaeus debilis Smith, 1882 Dardanus insignis (de Saussure, 1858) Família Xanthidae Família Goneplacidae Allactea lithostrota Williams, 1974 Cyrtoplax spinidentata (Benedict, 1892) Ordem Família Grapsidae Família Cirolanidae Euchirograpsus americanus H. Milne Edwards, Bathynomus giganteus A. Milne Edwards, 1879 1853 Bathynomus miyarei Lemos de Castro, 1978 Família Homolidae Ordem Stomatopoda Homola barbata Leach, 1815 Família Squillidae Homola sp. Squilla brasiliensis Calman, 1917 Família Latreillidae Hemisquilla braziliensis (Moreira, 1903) Latreillia williamsi Melo, 1990 Ordem Thoracica Família Majidae Família Scalpellidae Stenocionops spinosissima (Saussure, 1857) Arcoscalpellum sp. Hoek, 1907 Família Nephropidae Litoscalpellum regina Pilsbry, 1907 Metanephrops rubellus (Moreira, 1903) Família Verrucidae Nephropsis aculeata Smith, 1881 Verruca caribbea Pilsbry, 1916

Tabela 4.4 – Lista preliminar de invertebrados, excluindo os crustáceos e cefalópodes, identificados nas cap- turas com rede de arrasto de fundo do Programa REVIZEE na região ao sul do Cabo de Santa Marta Grande nos levantamentos de 2001-2002. As identificações preliminares foram realizadas por Ricardo Capítoli, Laboratório Bentos, Depto. Oceanografia FURG. Os Porífera foram identificados pela Dra. Beatriz Mothes da Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul. Entre colchetes o número de exemplares.

Filo Porifera Desmacella sp Dactylocalyx pumiceus Stutchbury, Haliclona (Gellius) Gray, 1867 sp. 1841 Stelletta sp. Filo Cnidaria Pachataxa sp. Classe Hydrozoa Geodia splendida Silva & Mothes, 2000 Ordem Hidroida Geodia sp. Kirchenpauperia sp. [6] Erylus diminutus Mothes, Lerner & Classe Anthozoa Silva, 1999 Ordem Gorgonacea Poecillastra sp. Sollas, 1888 Acanella sp. [3] Pachastrella sp. Laubenfels,1936, Brebyce cf cinérea [20] Corallistes sp. Lophogorgia sp. [2] Rhabderemia uruguayensis van Soest & indet. A [6] Hooper, 1993; indet. B [2]

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 37 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 38

Primnoella sp. [6] Crinometra brevispina (Pourtalès, Primoella cf biseralis [9] 1868) [1] Ordem Pennatulacea Classe Ophiuroidea Renilla cf. kollikeri [2] Ordem Phrynophiurida Ordem Actiniaria Ophiocreas lumbricus Lyman 1869 [3] Edwardsia sp. [7] Astrotoma cf agassizi [7] * indet. [1] Astrotoma sp. [3] * Ordem Madreporaria indet. [1] * Cladocora debilis Milne Edwards & Ordem Ophiurida Haime, 1849 [21] indet. A [29] * Flabellum apertum Moseley, 1876 [2] indet. B [3] * Lophelia pertusa (Linnaeus, 1758) [1] Classe Asteroidea Filo Annelida Ordem Valvatida Classe Polychaeta Anthenoides brasiliensis Bernasconi, Ordem Errantia 1956 [14] Eunice frauenfeldi Grube, 1868 [5] Ordem Spinulosida Eunicidae indet. [10] Echinaster nudus [1] indet. A [1] Ordem Paxillosida Ordem Sedentaria Astropecten cf cingulatus [9] Serpulidae spp. indet Mediaster trindadensis [1] Filo Molusca Classe Echinoidea Classe Anfineura Ordem Cidaroida Ordem Chitonida Stylocidaris affinis (Philippi, 1845) indet. [2] [18] Classe Gastropoda Ordem Echinothuroidea Ordem Neogastropoda Indet. [18] * Adelomelon riosi Clench & Turner, Filo Pycnogonida 1964 [1] indet. [1] Filo Echinodermata Filo Hemicordata Classe Crinoidea Classe Pterobranchia Ordem Comatulida Cephalodiscus? [10]

Riqueza de espécies ou Biodiversidade O número total de espécies de teleósteos, elasmobrânquios e cefalópodes captura- dos nos 224 lances efetivos foi de 227. O número total de espécies e também para os três grupos de animais, por faixa de profundidade e área são apresentados na Tabela 4.5. Observa-se que os maiores números de espécies, para cada um dos três grupos, foram encontrados na faixa mais profunda (400 a 600 m), os valores intermediários nas duas faixas da plataforma externa e os menores nas faixas de 200 a 400 m. Isso pode ser devido ao maior esforço amostral realizado nesses estratos.Em relação ao número de espécies em relação a diferentes áreas, constatou-se tendência de diminuição de espécies (teleósteos, elasmobrânquios e cefalópodes) no sentido sul-norte.

Tabela 4.5 – Número total de espécies de peixes e cefalópodes capturados por áreas e profundidades.

Número de espécies capturadas N° lances Total Cefalópodes Elasmobrânquios Teleósteos Prof. (m) A B C D Total A B C D Total A B C D Total A B C D Total A B C D Total 100-149 11 17 10 11 49 72 74 60 60 107 7 8 7 5 10 14 16 7 5 19 51 50 46 50 78 150-199 8 7 10 7 32 74 59 65 33 104 7 6 7 4 10 17 11 7 2 19 50 42 51 27 75 200-299 9 13 7 5 34 70 61 52 36 90 7 5 5 3 9 12 10 5 2 15 51 46 42 31 66 300-399 9 7 9 7 32 51 53 43 43 82 8 4 3 5 9 8 9 3 2 14 35 40 37 36 59 400-600 20 12 26 19 77 95 76 91 75 148 12 9 7 8 18 11 12 14 9 20 72 55 70 58 110 Total 57 56 62 49 224 168 150 146 126 227 18 16 13 12 23 32 28 21 14 37 118 106 112 100 167

Para avaliar se a intensidade da amostragem foi representativa da biodiversidade (número de espécies) vulnerável ao equipamento de coleta utilizado – rede de arrasto-de- fundo, foram calculados os números cumulativos esperados de espécies de teleósteos, elasmobrânquios e cefalópodes para números crescentes de lances, acumulados como

38 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 39

médias de 999 permutações, alternando a ordem de ingresso dos lances (Primer 5, rotina “Species-area Plot”). Para cada grupo e, para os três em conjunto, observou-se que cerca de 70% do total de espécies presentes na área é atingido através da execução de 50 lances de pesca e, que mais de 90% delas é coletada quando 150 lances são realizados (Figura 4.1). Assim, segundo estes resultados, é possível afirmar que uma duplicação do número de lances adicionaria às coletas um número reduzido de espécies e que, portanto, a represen- tatividade do número de lances efetuados,em termos de biodiversidade da ictiofauna pre- sente em fundos arrastáveis da Região Sudeste-Sul, foi adequadamente levantada. O mesmo tipo de análise foi efetuado com 250 relação ao cálculo da rique- za de espécies, procuran- 200 do-se averiguar o efeito dos

diferentes números totais 150 de exemplares capturados

por faixas de profundida- Total 100 des e estratos latitudinais Teleósteos Elasmobrânquios (Figura 4.2). Os resultados Cefalópodes mostraram que os números esperado de espécies número 50 cumulativos de espécies capturadas em 32 lances 0 por estratos de profundida- 03264 96 128 160 192 224 número de lances des e, em 49 lances por estratos latitudinais repre- Figura 4.1 – Número médio acumulado de espécies de teleósteos, elas- sentariam, adequadamen- mobrânquios e cefalópodes e do conjunto dos três grupos por lance, com rede de arrasto-de-fundo. Programa REVIZEE, Região Sudeste-Sul. te, a riqueza de espécies, Valores calculados como a média de 999 permutações aleatórias para em cada caso. cada número de lances.

200 200

160 143 150 150 136 125 113 97 103 100 100 89 81 98 - 149 m 150 - 199 m A

número médio de espécies número 50 médio de espécies número 50 200 - 299 m B 300 - 300 m C 400 - 619 m D 49 lances 32 lances 0 0 02040 60 80 02040 60 80 número de lances número de lances

Figura 4.2 – Número médio acumulado de espécies de peixes e cefalópodes pelo número de lances em dife- rentes estratos de profundidade (esquerda) e áreas latitudinais (direita). Calculado como a média de 999 per- mutações aleatórias para cada número de lances.

As análises sobre o número de espécies nas capturas totais e números acumulados por lances,por estratos de profundidade e latitude mostram uma tendência geral,porém não permitem detectar interações entre profundidades, latitudes e épocas do ano. Para aprofun- dar estas análises, foi calculado o índice de Pielou (J’) que permite analisar a equitatividade e aplicada a técnica da rarefação para obter o número esperado de espécies em amostras padronizadas de 100 indivíduos Es(100). As médias de Es(100) e J’ por áreas, épocas e pro- fundidades estão representadas nas Figuras 4.3 e 4.4, respectivamente, e a distribuição espa- cial e temporal da riqueza de espécies foi analisada através de ANOVA fatorial (Tabela 4.6).

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 39 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 40

Tabela 4.6 – Resultados das análises de variância fatorial para o número esperado de espécies em amostras padronizadas de 100 exemplares (Es(100)) e índice de equitatividade de Pielou (J’) em relação às áreas (A, B, C, D), épocas (inverno-primavera, verão-outono) e estratos de profundidade (100-149m, 150-199m, 200- 299m, 300-399m, 400-600m). SQ: soma de quadrados, GL: graus de liberdade, QM: quadrados médios, F de Fisher e p: probabilidade de aceitação da hipótese nula para um nível de significância 0,05. Em destaque as diferenças significativas.

ES (100) J’ SQ GL QM F P SQ GL QM F p Intercepto 22446,39 1 22446,39 1801,298 0,000000 49,978 1 49,978 2089,749 0,000000 Área 325,98 3 108,66 8,720 0,000020 0,162 3 0,054 2,27 0,081816 Época 27,44 1 27,44 2,202 0,139591 0,088 1 0,088 3,68 0,056450 Profundidade 223,04 4 55,76 4,475 0,001795 0,301 4 0,075 3,15 0,015456 Área Época 29,54 3 9,85 0,790 0,500794 0,061 3 0,020 0,85 0,467683 Área Profundidade 685,96 12 57,16 4,587 0,000002 0,550 12 0,045 1,92 0,034682 Profundidade Época 19,06 4 4,76 0,382 0,821052 0,161 4 0,040 1,69 0,153960 Área Época Profundidade 182,39 12 15,20 1,220 0,272342 0,375 12 0,031 1,31 0,217365 Erro 2267,94 182 12,46 4,400 184 0,023

A riqueza de espécies (Es(100)) mostrou diferenças significativas entre áreas (p0,001), entre os estratos de profundidade (p 0,0020) e na interação destes dois fatores (p 0,001). Os valores foram maiores na área B, observando-se uma tendência de queda em direção ao norte, e foram significativamente diferentes entre as áreas B e D (Tuckey p 0,002). Em relação às profundidades,foi maior no estrato mais profundo (400-600m) em relação ao estra- to adjacente (300-400m) (Tuckey p 0,0098).A interação dos fatores mostrou-se significativa porque na área D, entre 400-600 m de profundidade, o número esperado de espécies, em ambas as épocas do ano, foi significativamente maior que nos demais estratos (Figura 4.3).

Current effect F(12, 182) = 1,2197, p = 0,27234 20 ABCD 18

16

14

12

10

Es(100) 8

6

4 inverno-primavera 2 verão-outono 0

100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 profundidade (m) Figura 4.3 – Médias do número esperado de espécies para uma amostra padrão de 100 exemplares Es(100), apresentadas por áreas, estratos de profundidade e épocas. As barras verticais mostram os intervalos de con- fiança de 95%.

Os valores do Índice de Equitatividade de Pielou (J’) foram significativamente dife- rentes entre as profundidades (p 0,0155), bem como os de interação entre as profundi- dades e as áreas (p 0,0347). A equitatividade mostrou valores com tendência crescente em relação à profundidade,mas significativamente diferentes apenas entre a faixa mais pro- funda e a plataforma (Fisher p 0,012) (Figura 4.4). Dentro de cada área, a equitatividade revelou homogeneidade entre as faixas de profundidade,à exceção da área D,que apresen-

40 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 41

tou valores menores nos estratos rasos (100-199 m) e valores maiores nos estratos mais pro- fundos (200-600 m). Os baixos valores de equitatividade apresentados pela área D foram responsáveis pela interação significativa encontrada entre áreas e profundidades (Figura 4.4).

Current effect F(12, 184) = 1,3072, p = 0,21736 1,0 ABCD 0,9

0,8

0,7

0,6

J’ 0,5

0,4

0,3

0,2 inverno-primavera 0,1 verão-outono 0,0 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 profundidade (m) Figura 4.4 – Médias do Índice de Equitatividade de Pielou (J’) plotadas por áreas, estratos de profundidade e épocas. Barras verticais mostram os intervalos de confiança de 95%.

A Figura 4.5 mostra as superfícies tridimensionais dos valores de Es(100) e J’ dos lances, ajustados por quadrados mínimos ponderados pelas distâncias (distance-weighted least squares), tendo como plano de base as latitudes e profundidades dos valores. As superfícies ajustadas de Es(100) e J’ são muito semelhantes e, em ambas são observados dois domos, delineados por cores quentes,sendo um maior em 23°S a 600 m de profundidade e outro menor, entre 29-30°S a 150-200 m. A riqueza e a equitatividade parecem aumentar para o norte em águas mais profundas (400-600m) e, apenas na Região Sudeste parecem aumentar em direção à maiores profundidades.

26 0,9 24 16 0,8 0,6 22 14 0,5 20 12 0,7 0,4 18 10 8 0,6 16 6 14 0,5 J’

Es(100) 12 0,4 10 8 0,3 6 0,2 4 0,1 2

24˚ S 24˚ S 600 600 26˚ S 26˚ S 500 500 28˚ S 28˚ S 400 400 30˚ S 30˚ S latitude 300 latitude 300 32˚ S 32˚ S 200 profundidade (m) 200 profundidade (m) 100 100

Figura 4.5 – Superfície tridimensional ajustada aos valores de riqueza de espécies Es(100) (esquerda) e ao Índice de Equitatividade de Pielou J’ (direita), calculados para 222 e 224 arrastos de pesca, respectivamente. No plano de base estão a latitude e a profundidade.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 41 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 42

O maior índice de riqueza de espécies foi observado no extremo norte, na faixa entre 400 e 600 m de profundidade (Figuras 4.3 e 4.5), o qual ocorreu por uma conjunção de lances com um número de espécies não maior do que nos outros estratos, porém com capturas numericamente reduzidas. As espécies capturadas nos levantamentos com arrasto-de-fundo foram classifi- cadas quanto ao hábitat preferencial segundo Bernardes et al., (2005) e Froese & Pauly (2007- FishBase) em cinco tipos: bentônicas (39), demersais (92), pelágicas (6), mesopelági- cas (38) e bentopelágicas (54), totalizando 229 espécies classificadas, as quais foram agru- padas em duas categorias: 1 – espécies mais associadas ao fundo, incluindo os dois pri- meiros tipos, e 2 – espécies mais ligadas à coluna de água, incluindo os três tipos restantes. O número de espécies de cada categoria está representado por áreas e profundidades na Figura 4.6. O número de espécies mais associadas ao fundo foi maior na faixa mais costeira e diminuiu com o aumento da profundidade à exceção do estrato mais profundo, que é maior nas áreas ao norte de Santa Marta. O número de espécies associadas à coluna de água aumentou com a profundidade, particularmente no estrato mais profundo (400- 600m), onde apareceram, entre outras, diversas espécies mesopelágicas e bentopelágicas de teleósteos das ordens Myctophiformes (18 spp), Stomiiformes (13 spp) e Gadiformes (4 spp), além de cefalópodes (9 spp), exclusivos dessa faixa. Foi observada uma leve tendên- cia de queda no número de espécies mais ligadas ao fundo em direção norte, nos três estratos mais rasos, e de queda para o sul, nos dois estratos mais profundos. Para as espé- cies mais associadas à coluna de água, ocorreu aumento no número de espécies em direção ao sul. No conjunto, os máximos foram na faixa mais profunda (400-600m), onde espécies bentopelágicas e mesopelágicas mais oceânicas ficam próximas ao fundo durante o dia e na quebra da plataforma (150-200m) onde ocorre superposição das faunas

Demersais + bentônicos Pelágicos + mesopelágicos + bentopelágicos

70 70

60 60

50 50

40 40

30 30

20 de espécies número 20 de espécies número

D D 10 10 C C B 0 B 0 400-600 400-600 A 300-339 A 300-339 150-199 200-299 150-199 200-299 100-149 profundidade (m) 100-149 profundidade (m)

costeira e de talude. Figura 4.6 – Número de espécies mais relacionadas ao fundo (demersais e bentônicas) e à coluna de água (pelágicas, mesopelágicas e bentopelágicas), por estratos latitudinais (áreas A,B,C.D) e de profundidade, obti- das nas capturas com rede de arrasto-de-fundo na Região Sul-Sudeste nos levantamentos de 2001-2002 do

42 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 43

5. DISTRIBUIÇÃO DAS DENSIDADES E BIOMASSAS POR GRANDES GRUPOS

s densidades e biomassas totais das categorias teleósteos, elasmobrânquios e cefalópodes, vulneráveis à rede e ao tamanho de malha utilizados, foram calcu- A ladas por épocas do ano, por estratos de profundidades e por estratos latitudi- nais. No verão-outono de 2002, a biomassa em toda a área do estudo foi estimada em 436 630 t, sendo 26% maior do que as 349 710 t estimadas para o inverno-primavera de 2001-2002 (Figura 5.1).

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

80000 80000 70000 70000 60000 60000 50000 50000 40000 40000

biomassa (t) 30000 biomassa (t) 30000 20000 20000 D D 10000 C 10000 C 0 B 0 B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 A 200-299 A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 5.1 – Biomassas estimadas, em toneladas, de teleósteos, elasmobrânquios e cefalópodes, em conjun- to, a partir dos levantamentos de inverno-primavera (esquerda) e verão-outono (direita) por estratos de pro- fundidades (m) e latitudes (áreas A, B, C e D).

Com relação aos grandes grupos taxonômicos, a biomassa estimada de teleósteos representou 80% do total em ambos os levantamentos,a de elasmobrânquios representou 15% do total no inverno-primavera e 8% no verão-outono e a de cefalópodes 4% e 12%, respectivamente (Tabela 5.1). Na área do estudo, como um todo, a biomassa de teleósteos aumentou no verão-outono, variou pouco entre os levantamentos ao sul de Solidão, e foi maior entre Solidão e Ilha Bela e menor entre Ilha Bela e Cabo Frio no verão-outono. A bio- massa total de elasmobrânquios foi maior nas áreas ao sul de Santa Marta e, em relação às épocas, foi superior no inverno-primavera, exceto na área ao norte de Santos, onde foi maior no outono. Por sua vez, a biomassa de cefalópodes foi maior no verão-outono em todas as áreas ao sul de Santos (Tabela 5.1).

Tabela 5.1 – Biomassas estimadas (em toneladas) e suas variações, por grupos taxonômicos e estratos lati- tudinais (áreas) nos levantamentos de inverno-primavera (Chuí a Ilha Bela em 2001 e Ilha Bela a Cabo Frio em 2002) e de verão-outono (Chuí a Cabo Frio em 2002).

Cefalópodes Teleósteos Elasmobrânquios Total Áreas A B C D A B C D A B C D A B C D Inverno-primavera 2 682 6 968 3 362 2 580 61 537 104 335 60 928 55 822 20 315 25 521 5 071 553 349 674 Outono-inverno 8 500 27 490 13 677 2 756 66 519 156 105 85 034 42 833 18 983 10 911 2 372 1 450 436 630 Variação 217% 295% 307% 7% 8% 50% 40% 23% 7% 57% 53% 162% 25%

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 43 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 44

Análises mais detalhados da variação das densidades por lances,em log((kg/km2)1), usando ANOVA fatorial e tendo as épocas do ano,os estratos de profundidade e as lati- tudinais como fatores,foram realizadas para os três grupos separadamente.A variável depen- dente (kg/km2) foi logaritmizada para adequação à condição de normalidade requerida. Para os teleósteos não houve diferenças significativas nas densidades entre épocas do ano (p 0,4681), mas diferenças ocorreram em relação às áreas (p 0,0061), á intera- ções entre as áreas e profundidades (p 0,0045), e entre os três fatores (p 0,0206) (Figura 5.2), o que indica heterogeneidade significativa entre estratos e épocas. As biomassas estimadas de teleósteos foram maiores nas áreas ao Sul do que nas do Sudeste (Figura 5.3), comportando-se de forma heterogênea em relação à profundidade, devido às maiores biomassas encontradas em profundidades de 300-600 m, entre Santa Marta e Ilha Bela,em ambas as épocas e também ao norte de Ilha Bela no outono,em ambos os casos atribuídas a capturas relativamente elevadas de Polymixia lowei e Merluccius hubbsi.

4,5 ABCD

4,0

3,5

3,0

2,5 densidades médias

2,0

1,5 inverno-primavera verão-outono 1,0 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 profundidade (m)

Figura 5.2 – Densidades médias de teleósteos em toneladas (representadas em log((kg/km2) 1) nos levanta- mentos de inverno-primavera (linha azul) e verão-outono (linha vermelha) por estratos de profundidades e lati- tudes (áreas A, B, C e D). As linhas verticais representam os intervalos de confiança de 95% das densidades.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

70000 70000

60000 60000

50000 50000

40000 40000

30000 30000 biomassa (t) biomassa (t) 20000 20000 D D 10000 10000 C C 0 B 0 B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 A 200-299 A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 5.3 – Biomassas estimadas de teleósteos, em toneladas, a partir dos levantamentos de inverno-pri- mavera de 2001-2002 e verão-outono de 2002 por estratos de profundidades e latitudes (áreas A, B, C e D).

44 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 45

A densidade média de elasmobrânquios não diferiu estatisticamente entre épocas do ano (p 0,1181), mas foi forte a heterogeneidade entre as áreas (p 0,0001) e as pro- fundidades (p 0,0001),observando-se interação entre áreas e profundidades (p 0,0004) (Figura 5.4), devida à forte queda das densidades em relação à profundidade ao sul de Santa Marta, não observada nas áreas ao norte. As biomassas estimadas foram muito maiores nas áreas ao sul de Santa Marta (áreas A e B) do que naquelas ao norte deste local (áreas C e D), observando-se um marca- do gradiente de diminuição com a profundidade (Figura 5.5).

5 ABCD

4

3

2

1

0 densidades médias

–1

–2 inverno-primavera verão-outono –3 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 profundidade (m) Figura 5.4 – Densidades médias de elasmobrânquios em toneladas (representadas em log((kg/km2) 1), a partir dos levantamentos de inverno-primavera de 2001-2002 e verão-outono de 2002, por estratos de pro- fundidades e latitudes (áreas A, B, C e D). As linhas verticais representam os intervalos de confiança de 95% das densidades

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

20000 20000

16000 16000

12000 12000

biomassa (t) 8000 biomassa (t) 8000

4000 D 4000 D C C 0 B 0 B 100-149 100-149 150-199 A 150-199 A 200-299 300-339 200-299 300-339 profundidade (m) 400-600 profundidade (m) 400-600

Figura 5.5 – Biomassas estimadas de elasmobrânquios, em toneladas, nos levantamentos de inverno-prima- vera de 2001-2002 e verão-outono de 2002 por estratos de profundidades e latitudes (áreas A, B, C e D).

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 45 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 46

A densidade média de cefalópodes apresentou marcada heterogeneidade em relação às épocas do ano (p 0,0128) e profundidades (p 0,0289), mas não em relação às áreas (p 0,1090), sem interações significativas entre estes fatores (Figura 5.6). As biomassas estimadas foram maiores no outono, mas não apresentaram gradi- entes definidos com a profundidade e com a latitude. Foram maiores a mais de 400 m ao sul de Solidão, no talude superior entre Solidão e Santa Marta e na plataforma externa entre Santa Marta e Ilha Bela (Figura 5.7). O padrão está fortemente influenciado por Illex argentinus, que, em conjunto com Loligo plei, representou mais de 93% das capturas em peso dos cefalópodes.

3,5 ABCD

3,0

2,5

2,0

1,5

1,0 densidades médias

0,5

0

–0,5 inverno-primavera verão-outono –1,0 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 100 150 200 300 400 I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 149 199 299 339 600 profundidade (m)

Figura 5.6 – Densidades médias de cefalópodes em toneladas (representadas em log((kg/km2) 1) nos levan- tamentos de inverno-primavera de 2001-2002 e verão-outono de 2002, por estratos de profundidades e lati- tudes (áreas A, B, C e D). As linhas verticais representam os intervalos de confiança de 95% das densidades.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

20000 20000

16000 15000

12000 10000 8000 biomassa (t) biomassa (t)

5000 D 4000 D C C 0 B 0 B 100-149 100-149 150-199 A 150-199 A 200-299 300-339 200-299 300-339 profundidade (m) 400-600 profundidade (m) 400-600

Figura 5.7 – Biomassas estimadas de cefalópodes, em toneladas, a partir dos levantamentos de inverno-pri- mavera de 2001-2002 e verão-outono de 2002 por estratos de profundidades e latitudes (áreas A, B, C e D).

46 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 47

Comparações com levantamentos anteriores As densidades encontradas foram comparadas com as obtidas em levantamentos anteriores para a mesma região, cujos resultados estão sistematizados no banco de dados elaborado como parte do Levantamento de Dados Pretéritos do Programa REVIZEE (Haimovici, 2007).Assim, na região ao sul do Cabo de São Tomé haviam sido desenvolvidos vários projetos de prospecção pesqueira realizados pelo IOUSP,SUDEPE/PDP e FURG. Para as comparações foram selecionados arrastos em profundidades superiores a 100 m e cuja distribuição abrangeu, de forma mais ou menos uniforme, as regiões ao sul e ao norte de 28°S. Para a região ao sul de Santa Marta Grande foram utilizados dados de arrastos realizados pelos N/Pq “Mestre Jerônimo”, “Zeus” e “Atlântico Sul” e para a região ao norte de Santa Marta Grande,os levantamentos realizados pelos N/Pq “Riobaldo”e “Diadorim”. Foram incluídos na análise, apenas os arrastos de prospecções dirigidas à avaliação do potencial pesqueiro de peixes com redes tracionadas por dois cabos reais e com ma- lhetas unindo as portas às asas da rede. Esta seleção excluiu os lances realizados pelo N/Pq “Prof.W. Bernard”e todos os arrastos dirigidos à pesca de camarão com redes sem malheta realizados pelos N/Pq “Diadorim” e “Riobaldo”. Também excluiu arrastos realizados em cruzeiros de pesca exploratória, como os do “Mestre Jerônimo”dirigidos à pesca de pargo- rosa, realizados em 1973. Com base nos dados pretéritos disponíveis, foram calculadas as densidades de peixes presentes na plataforma externa e talude superior, respectivamente, 100-199 m e a mais de 200 m, em duas faixas de latitudes: ao sul e norte de Santa Marta. Para possiblitar as comparações, os dados do presente levantamento foram agrupados da mesma forma. Os conjuntos de dados resultantes desta seleção constam da Tabela 5.2.

Tabela 5.2 – Densidades médias (kg/km2) e respectivos erros-padrão (em itálico) por faixa de profundidade e estratos latitudinais, registradas nas prospecções de arrasto-de-fundo direcionadas a peixes, pelos N/Pq “Diadorim”, “Riobaldo”, “Zeus” e “Mestre Jerônimo” no programa SUDEPE/PDP, entre 1972 e 1978, pelos N/Pq “Atlantico Sul” da FURG e “Soloncy Moura” do IBAMA, entre 1981 e 1987 e pelo Programa REVIZEE, em 2001 e 2002.

Dados Pretéritos (1973 -1987) REVIZEE (2001-2002) Arroio Chuí ao Cabo de Santa Marta Grande Profundidade 100-199 m 200 m 100-199 m 200 m Lances 377 261 43 70 Total kg/km2 5 430 750 5 180 600 3 618 432 3 374 399 Teleósteos kg/km2 2 720 710 2 830 280 2 778 452 2 364 462 Elasmobrânquios kg/km2 2 710 230 680 70 758 136 263 99 Cefalópodes kg/km2 — — — — 82 34 747 1 432

Cabo de Santa Marta Grande ao Cabo de São Tomé Profundidade 100-199 m 200 m 100-199 m 200 m Lances 55 32 38 73 Total kg/km2 1 050 140 1 220 230 1 197 134 3 542 672 Teleósteos kg/km2 550 120 1 040 220 1 032 241 3 316 968 Elasmobrânquios kg/km2 190 60 110 30 67 34 34 15 Cefalópodes kg/km2 — — — — 98 325 193 630

O esforço amostral anterior ao REVIZEE, na região ao sul de Santa Marta (638 lances), foi muito maior que ao norte (87 lances). O esforço amostral no talude e na plataforma ao norte de Santa Marta, no REVIZEE, foi da mesma ordem do realizado nos le- vantamentos anteriores.Em ambos os conjuntos de dados os arrastos foram realizados,em sua maior parte, do outono à primavera. As redes utilizadas pelo PDP e FURG foram semelhantes entre si, porém no último caso, as tralhas inferiores eram protegidas por rolos metálicos, que afetaram a captura de alguns organismos bentônicos como raias, polvos e linguados. As redes utilizadas no Programa REVIZEE tinham maior largura, provavelmente com uma abertura vertical maior,

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 47 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 48

e portas mais pesadas, provavelmente mais eficientes. As velocidades de arrasto foram de 3 nós em todas as pesquisas. Os cálculos de densidades, biomassas, seus erros padrão e intervalos de confiança foram realizados utilizando uma mesma metodologia de cálculo, sendo que Haimovici (2007) apresenta maiores detalhes sobre as fontes dos dados pretéritos. Os cálculos das áreas varridas seguiram os mesmos critérios, tanto para os dados pretéritos como os do presente levantamento e, portanto, embora possam apresentar erros sistemáticos, estes não afetam as comparações. As densidades e seus respectivos erros-padrão foram calculados para a captura total, de teleósteos, elasmobrânquios e cefalópodes por regiões, nos dois conjuntos de dados (Tabela 5.2), constatando-se que, ao sul de Santa Marta, as densidades de teleósteos na plataforma externa foram semelhantes às do talude superior, enquanto que os elasmo- brânquios foram três a quatro vezes mais abundantes na plataforma externa. Ao norte de Santa Marta, as densidades de teleóteos foram de duas a três vezes maiores no talude superior e a de elasmobrânquios em torno de quatro vezes maior na plataforma externa. As comparações mostram que, ao sul do cabo de Santa Marta Grande, as densi- dades de teleósteos não apresentaram mudanças na plataforma externa, mas no talude superior houve uma queda de 20% nas densidades. Ao norte do Cabo de Santa Marta Grande houve um aumento na densidade de 89% na plataforma externa e de 213% no talude superior. A redução na densidade de elasmobrânquios foi muito grande: ao sul do Cabo de Santa Marta Grande sendo de 72% na plataforma externa e 62% no talude supe- rior, bem como ao norte deste local e foi de 43% na plataforma e 49% no talude. Os cefalópodes, embora tenham ocorrido nas décadas de 1970 e 1980, tiveram maior importância nos levantamentos do REVIZEE, porque ocorreram num período no qual Illex argentinus foi particularmente abundante (Haimovici et al., 2006). A queda nas densidades de elasmobrânquios pode ser atribuída, inequivocada- mente, ao forte impacto da pesca com linha-de-mão, espinhéis-de-fundo, redes de ema- lhe-de-fundo e arrasto sobre estes recursos,realizadas nas últimas três décadas (Haimovici, 1998; Miranda & Vooren, 2003; Haimovici et al., 2006). Em relação aos teleósteos, a per- manência no mesmo patamar de densidade ao sul de Santa Marta e,o grande aumento no talude superior da região ao norte, é difícil de ser interpretada. As redes Engel Baloon uti- lizadas no Programa REVIZEE tinham maior abertura vertical que aquelas usadas nos pro- jetos anteriores, cabendo esperar que, para as mesmas densidades, as capturas de teleós- teos fossem maiores. Por outro lado, no Sudeste, onde houve pouca pesca de arrasto na plataforma externa e talude nos quinze anos entre os dois levantamentos, o aumento na capturabilidade levaria a um aumento da densidade, como observado. Ao sul do Cabo de Santa Marta, a densidade permaneceu no mesmo patamar, mas esteve submetida a uma pressão de pesca maior e o aumento na capturabilidade pode ter sido parcialmente com- pensado pela diminuição na abundância devido à pesca. Pode-se ainda especular que a diminuição na abundância de grandes predadores, como os elasmobrânquios e chernes possa ter contribuído para a manutenção da biomassa de teleósteos vulneráveis ao arras- to no talude superior.

48 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 49

6. DISTRIBUIÇÃO E ABUNDÂNCIA POR ESPÉCIE

distribuição, densidades, biomassas e composições em comprimentos, por épocas do ano, estratos latitudinais e de profundidades, foram calculados para cada uma A das 34 espécies mais abundantes as quais, em conjunto, representaram 84% da biomassa estimada no levantamento de inverno-primavera e 90% no de verão-outono (Tabela 6.1). As densidades relativas por faixas de profundidades e intervalos de latitudes dessas espécies estão representadas na Figura 6.1,que mostra a distribuição preferencial de cada uma delas em relação à latitude e profundidade na região dos levantamentos. Para cada uma destas espécies foram analisadas as distribuições de densidades e dos pesos médios em relação à profundidade e temperatura de fundo dos lances.

Tabela 6.1 – Biomassas estimadas (t) para as 34 espécies que representaram entre 84% e 90% da captura em peso do total de teleósteos, elasmobrânquios e cefalópodes por épocas do ano. As percentagens corres- pondem às amplitudes dos intervalos de confiança de 90%.

Inverno-Primavera 2001-2002 Verão-Outono 2002 Principais espécies Biomassas estimadas (t) +/– IC90% Biomassas estimadas (t) +/– IC 90% Antigonia capros 37.301 116% 51.169 141% Ariomma bondi 5.978 117% 15.455 125% Atlantoraja cyclophora 9.901 56% 8.294 35% Atlantoraja platana 5.069 41% 8.498 59% Bassanago albescens 4.760 133% 0 0% Beryx splendens 1.757 71% 920 70% Caelorinchus marinii 4.509 34% 6.345 31% Genypterus brasiliensis 2.379 39% 2.910 45% Helicolenus lahillei 4.163 40% 6.930 55% Illex argentinus 11.283 52% 41.658 77% Lepidopus altifrons 868 71% 1.432 57% Loligo plei 1.442 49% 9.474 66% Lophius gastrophysus 15.753 27% 11.006 23% Malacocephalus occidentalis 1.404 43% 1.797 44% Merluccius hubbsi 19.497 33% 21.934 27% Mullus argentinae 6.096 61% 4.797 34% Mustelus schmitti 2.726 84% 2.959 120% Nemadactylus bergi 4.499 85% 5.160 92% Paralichthys isosceles 8.995 37% 7.520 33% Polymixia lowei 18.174 71% 21.714 57% Prionotus punctatus 8.657 48% 11.050 46% Squalus megalops 4.572 55% 3.837 31% Squalus mitsukurii 6.586 61% 1.759 89% Squatina argentina 3.418 109% 1.060 101% Squatina guggenheim 2.684 101% 1.840 99% Synagrops bellus 1.404 34% 2.773 58% Synagrops spinosus 3.427 71% 6.874 75% Thyrsitops lepidopoides 7.412 115% 9.701 113% Trachurus lathami 8.710 98% 15.637 87% Trichiurus lepturus 25.743 36% 54.365 30% Umbrina canosai 18.204 99% 2.993 116% Urophycis cirrata 8.597 24% 12.446 37% Xenolepidichthys dalgleishi 1.298 84% 906 62% Zenopsis conchifera 27.001 75% 38.876 63% Cefalópodes 15.592 38% 52.423 65% Elasmobrânquios 51.460 29% 33.716 20% Teleósteos 282.622 23% 350.491 27% Biomassa Total 349.674 16% 436.630 22%

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 49 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 50

Figura 6.1 – Densidade relativa (% kg/km2) por estratos de profundidade e latitude para cada uma das prin- cipais espécies capturadas nos levantamentos com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE realiza- dos em 2001 e 2002. Para cada espécie, a soma das alturas das densidades corresponde a 100%.

estratos de profundidade (m) 100 150 200 300 400 500 latitude I I I I I I Teleósteos 149 199 299 339 499 600 23˚24˚ 25˚26˚ 27˚28˚ 29˚ 30˚ 31˚ 32˚ 33˚ 34˚ Antigonia capros

Ariomma bondi

Bassanago albescens

Beryx splendens

Caelorinchus marinii

Genypterus brasiliensis

Helicolenus lahillei

Lepidopus altifrons

Lophius gastrophysus

Malacocephalus occidentalis

Merluccius hubbsi

Mullus argentinae

Nemadactylus bergi

Paralichthys isosceles

Polymixia lowei

Prionotus punctatus

Synagrops bellus

Synagrops spinosus

Thyrsitops lepidopodes

Trachurus lathami

Trichiurus lepturus

Umbrina canosai

Urophycis mystacea

Xenolepidichthys dalgleishi

Zenopsis conchifera

Elasmobrânquios Atlantoraja cyclophora

Atlantoraja platana

Mustelus schmitti

Squalus megalops

Squalus mitsukurii

Squatina argentina

Squatina guggenheim

Cefalópodes Illex argentinus

Loligo plei

Loligo sanpaulensis

50 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 51

Antigonia capros

Antigonia capros Lowe, 1843, é um peixe zeiforme da família Caproidae, representa- da por peixes que vivem sobre, ou muito próximos, ao fundo na parte externa da platafor- ma continental e no talude superior, especialmente sobre fundos rochosos, ocorrendo em cardumes relativamente pequenos. São comestíveis, mas não pescados comercialmente. A espécie possui distribuição circunglobal em águas oceânicas tropicais e subtropi- cais, exceto no Pacífico leste. No oeste do Atlântico ocorre desde Massachusetts até Mar Del Plata, na Argentina (Carpenter, 2002). É uma espécie bentopelágica, ocorrendo de 65 a 600 m de profundidade,mas principalmente entre 100-300 m.Os adultos habitam o fundo, enquanto os juvenis são pelágicos. Alimenta-se principalmente de crustáceos, gastrópo- des e cefalópodes (Carpenter, 2002). Ocorreu em 56 dos 224 lances (25,0%) com uma captura total de 6 494 exemplares pesando 1 175 kg (3,6% do total), ocupando o 7° lugar em peso na captura total (Anexo 2). Em ambos os levantamentos efetuados houve uma estação, localizada em 31°08’S e 49°33’W, aos 170 m de profundidade (Figuras 6.2 e 6.3), cujas capturas de 387,5 e 324,0 kg, em conjunto, representaram 60% do peso total correspondente à espécie.

22˚ S Antigonia capros Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2

30˚ S 30˚ S 50 100 Rio Rio 200 32˚ S 32˚ S Grande Grande 500 1000 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 5000 2002 2001 10000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.2 – Densidade em kg/km2 de Antigonia capros, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002, entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Antigonia capros ocorreu entre 98 e 523 m de profundidade e temperaturas entre 6ºC e 16,4ºC, mas quase a totalidade foi a menos de 350 m. As dez maiores capturas em peso foram obtidas entre 149 m e 212 m de profundidade e 12,7°C e 16,4°C de tempera- tura da água de fundo (Figura 6.3). As maiores densidades em peso (kg/km2) foram encontradas, em ambas as épocas, na área B entre 150 a 199 m. No inverno-primavera ocorreu também nas áreas D e C, respectiva- mente, nas faixas entre 150-199 m e 200-299 m de profundidade. No verão-outono capturas foram importantes nas áreas B e D,de 200 a 299 m e 100 a 199 m,respectivamente (Figura 6.4). Tanto no inverno-primavera de 2001 como no verão-outono de 2002, as maiores biomassas se concentraram na área B, entre 150 e 199 m de profundidade (Tabela 6.2). A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 37 301 t (/116%); e no verão-outono de 2002, foi de 51 169 t (/141%) (Tabela 6.1).

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 51 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 52

No conjunto, em toda a área do estudo, o número estimado de exemplares foi de 186,9 mi- lhões para o levantamento de inverno-primavera, e de 2002 de 265,1 milhões para o de verão-outono. O erro envolvido nesta estimativa é extremamente elevado, uma vez que uma fração importante das capturas ocorreu em um único ponto.

Tabela 6.2 – Biomassas (t) de Antigonia capros, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos le- vantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 7 0,3 112 2.136 22 — — 4.375 150-199 m 575 25.716 544 4.810 433 43.194 194 983 200-299 m 74 108 3.130 17 90 1.639 2 234 300-399 m — — 3 0,4 3 — — — 400-600 m — — 68 0,02 — — — —

22 20 kg/km2 kg/km2 18 24 16 C) ˚ 26 14

S) 12 ˚ 28 10

latitude ( 30 8 6

32 temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade profundidade

Figura 6.3 – Densidades por lances (kg/km2) de Antigonia capros em relação à latitude, temperatura e profun- didade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

3000 3000

2500 2500 ) ) 2 2 2000 2000

1500 1500

1000 1000 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 500 500 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.4 – Densidades de Antigonia capros em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundi- dade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Os comprimentos totais dos exemplares capturados variaram entre 10 e 210 mm e o peso entre 1 e 321 g.As maiores amplitudes de comprimentos,incluindo exemplares com com- primento acima de 100 mm foram encontradas, com maior freqüência, na plataforma externa,

52 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 53

sobretudo nos extremos da distribuição (Figuras 6.5 e 6.6). Na concentração ao norte de Rio Grande do Sul, foram capturados quase que exclusivamente exemplares maiores que 140 mm. No Sul (áreas A e B) e no Sudeste (áreas C e D) foram capturadas fêmeas em matu- ração, em todos os cruzeiros, sugerindo desova o ano todo. No Sul, as menores fêmeas maduras mediram 160 mm, e no Sudeste 122 mm. O padrão de recrutamento não é claro, mas no verão-outono, nos dois extremos da área, apareceram grupos com comprimentos modais entre 60-90 mm, em profundidades menores do que 150 m.

0,30 0,30

0,25 0,25

0,20 0,20

0,15 0,15

peso médio (kg) 0,10 peso médio (kg) 0,10

0,05 0,05

0 0 21˚ S24˚ S 27˚ S 30˚ S 33˚ S 36˚ S 0 100 200 300 400 500 600 latitude profundidade (m)

Figura 6.5 – Peso médio de Antigonia capros por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros- pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 2,0 2,0

1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 0 50 90 130 170 210 0 50 90 130 170 210

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 90 90 80 80 70 70 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 0 50 90 130 170 210 0 50 90 130 170 210

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 12 2,0 10

milhões de exemplares 1,5 8 6 1,0 4 0,5 2 0 0 Figura 6.6 – Número estima- 0 50 90 130 170 210 0 50 90 130 170 210 do, em milhões de exem- Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D plares, de Antigonia capros 12 12 por classes de comprimento 10 10 total, nos levantamentos de 8 8 prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do 6 6 Programa REVIZEE, realiza- 4 4 dos em 2001 e 2002 entre 2 2 Cabo Frio (23°S) e Chuí 0 0 (34°34’S) e 100 e 600 m, com 0 50 90 130 170 210 0 50 90 130 170 210 os N/Pq Atlântico Sul e comprimento total (mm) Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 53 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 54

Ariomma bondi

Ariomma bondi Fowler, 1930, pertence à família Ariommatidae e distribui-se em ambos os lados do Oceano Atlântico. No lado oeste, ocorre desde o Golfo de Maine (31°N), EUA, até o Uruguai (35°S). Os juvenis e larvas têm hábito epipelágico, enquanto os adultos são demersais ou batipelágicos, sendo encontrados próximos ao fundo, mais comumente entre 100-180 m de profundidade, onde formam grandes cardumes (Figueiredo & Menezes, 2000). Os adultos são planctófagos, incluindo na dieta, plâncton gelatinoso e crustáceos hiperídeos (Martins, 2000). Esta espécie ocorreu em 75 dos 224 lances (FO 33,5%) sendo a captura de 13 972 exemplares e 479,2 kg (1,47% do total) (Anexo 2). As capturas ocorreram entre 23°36’S e 34°33’S de latitude, em profundidades entre 100 e 500 m, cujas temperaturas de fundo estiveram entre 8,7°C e 17,3°C. A espécie foi mais abundante na Região Sudeste (áreas C e D),em águas com temperaturas de fundo de 10°C a 16°C (Figuras 6.7 e 6.8).As maiores den- sidades foram registradas no inverno-primavera ao norte de 25°S (área D),e no verão-outo- no ao norte de 28°S (áreas C e D), respectivamente, nas profundidades entre 100-600 m e 150-400 m (Figuras 6.7, 6.8 e 6.9).

22˚ S Ariomma bondi Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2 30˚ S 30˚ S 50 Rio Rio 100 32˚ S 32˚ S Grande Grande 200 500 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 1000 2002 2001 2500 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.7 – Densidade em kg/km2 de Ariomma bondi, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 kg/km2 kg/km2 18 24 16 C) ˚ 26 14

S) 12 ˚ 28 10

latitude ( 30 8 6

32 temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 600 profundidade profundidade

Figura 6.8 – Densidades por lances (kg/km2) de Ariomma bondi em relação à latitude, temperatura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

54 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 55

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

600 600

500 500 ) ) 2 2 400 400

300 300

200 200 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 100 100 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.9 – Densidades de Ariomma bondi em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realiza- dos em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 5.978 t (/117%) sendo, no verão-outono de 2002 foi de 15.455 (/125%) (Tabela 6.1). O número de exemplares na área do estudo, estimado para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera foi 136,4 milhões e, para o verão-outono de 2002, de 690,6 milhões (Tabela 6.3).

Tabela 6.3 – Biomassas (t) de Ariomma bondi, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levan- tamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 1 206 19 4.149 4 293 7 — 150-199 m — 9 61 33 14 161 11.626 656 200-299 m — 104 18 958 — 46 1.307 742 300-399 m — — 34 sem lances — 2 7 499 400-600 m — — 28 360 — — 85 6

Os comprimentos totais dos exemplares capturados variaram entre 20 e 210 mm e o peso entre 1,5 e 101 g. Observou-se tendência de aumento no tamanho dos exemplares em direção ao norte e para zonas mais profundas (Figura 6.10). Os maiores exemplares (160 mm CT) foram encontrados na duas épocas do ano, principalmente no extremo norte e a mais de 300 m de profundidade. A maior concentração foi encontrada no verão-outono na área C entre 150 e 300 m, e era composta por exemplares de 100 a 150 mm (Figura 6.11).

0,14 0,14

0,12 0,12

0,10 0,10

0,08 0,08

0,06 0,06

peso médio (kg) 0,04 peso médio (kg) 0,04

0,02 0,02

0 0 20˚ S23˚ S 26˚ S 29˚ S 32˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 latitude profundidade (m) Figura 6.10 – Peso médio de Ariomma bondi por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 55 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 56

Não foi detectado um padrão nítido de recrutamento, mas um grande número de indivíduos com 80-110 mm foi capturado no outono, na área B, entre 100 e 199 m de pro- fundidade (Figura 6.11). A distribuição latitudinal mostra que no Sudeste predominaram exemplares maiores, especialmente além dos 500 m; no Sul ocorreram principalmente exemplares pequenos e apenas na plataforma.A espécie pode não ter sido amostrada ade- quadamente pela rede de arrasto-de-fundo, uma vez que os juvenis são pelágicos, ficando inacessíveis ao petrecho, sendo os adultos, bentopelágicos (Figueiredo & Menezes, 2000). Ao sul do Cabo de Santa Marta Grande, fêmeas maturas ocorreram em quase todos os meses de amostragem: abril, julho e setembro, sugerindo uma desova no período mais frio do ano ou contínua durante todo o ano. Todos os exemplares maturos eram maiores de 150 mm. Os pesos médios aumentaram com a profundidade, sugerindo que a desova pode ocorrer afastada da costa.No Sudeste,as menores fêmeas maduras mediram 152 mm e a maior proporção delas foi em abril e junho, nas estações nas quais a espécie foi mais abundante.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 0 60 110 160 210 0 60 110 160 210

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 0 60 110 160 210 0 60 110 160 210

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 6 350 5 300 milhões de exemplares 250 4 200 3 150 2 100 1 50 0 0 060 110 160 210 0 60 110 160 210

Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 0 60 110 160210 0 60 110 160 210 comprimento total (mm)

Figura 6.11 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Ariomma bondi por classes de comprimento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

56 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 57

Atlantoraja cyclophora

A raia Atlantoraja cyclophora pertence à família Rajidae, é uma espécie ovípara e, no Brasil, atinge cerca de 65 cm de comprimento total. É um peixe demersal comum na plataforma média e externa entre as profundidades de 45 e 200 m, ocorrendo esporadica- mente até cerca de 500 m (Oddone & Vooren, 2004). A espécie se distribui desde Cabo Frio (23°S, RJ) até 47°S na Argentina, onde é capturada comercialmente pelas frotas brasileira, uruguaia e argentina com redes de arrasto-de-fundo (Menni & Stehmann, 2000). Alimenta- se de crustáceos e peixes bentônicos (Cousseau & Perrota, 1998). A espécie ocorreu em 76 dos 224 lances (FO 33,9%) sendo capturados 532 exem- plares pesando 460,8 kg (1,42% do total). (Anexo 2). A. cyclophora foi capturada entre 23°27’S a 34°34’S de latitude, entre 94 e 521 m de profundidade em águas com tempera- tura entre 6,4°C e 17,6°C. Esta espécie foi mais abundante no sul da área do estudo (áreas A e B), em temperaturas de fundo de 14°C a 17°C (Figura 6.13). As maiores densidades e biomassas foram registradas ao sul do Cabo Santa Marta (28°S), de 100 a 300 m, tanto no outono como no inverno (Figuras 6.12, 6.13 e 6.14,Tabela 6.4).

22˚ S Atlantoraja cyclophora Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta

30˚ S 30˚ S kg/km2

Rio Rio 50 32˚ S Grande 32˚ S Grande 100 200 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 500 2001 2002 1000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.12 – Densidade em kg/km2 da raia Atlantoraja cyclophora, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 9.901 t (/56%), e no verão-outono de 2002 foi de 8.294 (/35) (Tabela 6.1).O número estimado de exemplares na área do estudo, para o conjunto dos dois levan- tamentos de inverno-primavera, foi 11,41 milhões e para o de verão-outono de 2002 de 9,78 milhões. Os comprimentos totais dos exemplares capturados variaram entre 240 e 645 mm e seus pesos entre 87 e 1750 g (Oddone & Vooren, 2004). Notou-se um aumento no peso médio dos exemplares em direção ao sul (Figura 6.15).Os maiores exemplares ( 450 mm CT) foram encontrados somente no Sul (áreas A e B) em ambas as épocas do ano, com maior abundância na área B (Figura 6.16).

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 57 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 58

22 20 kg/km2 kg/km2 18 24 16 C) ˚ 26 14

S) 12 ˚ 28 10

latitude ( 30 8 6

32 temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 600 profundidade profundidade

Figura 6.13 – Densidades por lances (kg/km2) de Atlantoraja cyclophora em relação à latitude, temperatura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

300 300

250 250 ) ) 2 2 200 200

150 150

100 100 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 50 50 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.14 – Densidades de Atlantoraja cyclophora em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro- fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Tabela 6.4 – Biomassas (t) de Atlantoraja cyclophora, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realiza- dos em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 994 1.886 640 204 1.904 1.611 422 642 150-199 m 1.460 3.206 361 — 979 1.227 58 79 200-299 m 173 662 282 — 110 1.084 137 21 300-399 m — — — — 19 — — — 400-600 m 14 19 — — — — — —

Na área Sudeste, a maturidade sexual ocorreu nas fêmeas a partir do comprimento total (CT) de 389 mm, e nos machos, a partir de 338 mm. Ao sul do Cabo de Santa Marta Grande, a maturidade sexual ocorreu nos machos a partir de 440 mm, nas fêmeas, a partir de 450 mm, estando o comprimento total médio de 1ª maturação sexual em 485 mm nos machos e 528 mm nas fêmeas. Fêmeas na fase de postura de ovos ocorreram com a mesma intensidade no verão-outono e no inverno-primavera. A razão sexual não foi signi- ficantemente diferente de 1:1 (Oddone & Vooren, 2005).

58 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 59

1,8 1,8 1,6 1,6 1,4 1,4 1,2 1,2 1,0 1,0 0,8 0,8

peso médio (kg) 0,6 peso médio (kg) 0,6 0,4 0,4 0,2 0,2 0 0 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m)

Figura 6.15 – Peso médio de Atlantoraja cyclophora por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 2,0 2,0

1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 210 270 330 390450 510 570 630 690 210 270 330 390450 510 570 630 690

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 2,0 2,0

1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 210 270 330 390450 510 570 630 690 210 270 330 390450 510 570 630 690

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 2,0 2,0

milhões de exemplares 1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 210 270 330 390450 510 570 630 690 210 270 330 390450 510 570 630 690

Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 2,060 2,0

1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 210 270 330 390450 510 570 630 690 210 270 330 390450 510 570 630 690 comprimento total (mm)

Figura 6.16 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Atlantoraja cyclophora por classes de com- primento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 59 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 60

A reprodução ocorre nas profundidades amostradas, evidenciada pela freqüente cap- tura de fêmeas em fase de postura de ovos. Entretanto, neonatos e pequenos juvenis, com CT menor de 20 cm, não foram capturados. Essas pequenas raias não se levantam da camada superficial do sedimento quando a rede-de-arrasto se aproxima, fazendo com que não sejam capturadas,pois a tralha inferior da rede,provida de rolos de borracha,faz com que a rede passe sobre o fundo sem cavar o sedimento (Oddone & Vooren, 2004;Vooren et al., 2005). O aumento da demanda internacional pela carne de Rajidae ocasionou incremento na intensidade da pesca desses peixes,inclusive de Atlantoraja cyclophora (Mazzoleni & Schwingel, 1999).No entanto,não está feita a avaliação do potencial pesqueiro dessa espécie,e seu estado de conservação é desconhecido.Nas estatísticas de pesca do Sudeste-Sul, todas as espécies de Batoidea (exceto as espécies de Rhinobatos) são agrupadas na categoria multi-específica “raias”. Assim, recomenda-se que as capturas de raias sejam registradas por espécie, identificando-se as carcaças desembarcadas através dos critérios disponíveis (Vooren et al., 2003),e que o status de conservação de Atlantoraja cyclophora seja determinado mediante a análise comparativa de dados históricos e atuais da abundância na plataforma da Região Sul.

Atlantoraja platana

Atlantoraja platana pertence à família Rajidae e alcança 795 mm de comprimento total. Ocorre no Atlântico sudoeste de São Paulo até a Argentina. É uma espécie ovípara que no sul do Brasil ocorre nas profundidades de 40 a 250 m (Vooren, 1997; Marçal, 2003). A espécie ocorreu em 27 dos 224 lances (FO 12,1%) com uma captura de 201 exemplares pesando 391,6 kg (1,2% do total). Os rendimentos médios por lance com cap- tura foram de 14,5 kg e 7,5 indivíduos (Anexo 2). Atlantoraja platana foi capturada entre 25°17’S a 34°18’S de latitude, entre 100 e 231 m de profundidade,em águas cuja temperatura no fundo estava entre 10,2°C e 17,6°C. As maiores densidades e biomassas foram registradas ao sul de Rio Grande (área A) entre 100 a 200 m de profundidade e temperaturas de 15,5°C a 17,6°C (Figuras 6.17, 6.18 e 6.19, Tabela 6.5).

22˚ S Atlantoraja cyclophora Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta

30˚ S 30˚ S kg/km2

Rio Rio 50 32˚ S Grande 32˚ S Grande 100 200 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 500 2001 2002 1000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.17 – Densidades em kg/km2 da raia Atlantoraja platana, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

60 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 61

22 20 kg/km2 kg/km2 18 24 16 C) ˚ 26 14

S) 12 ˚ 28 10

latitude ( 30 8 6

32 temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 0 100 200 300 400 500 600 profundidade profundidade

Figura 6.18 – Densidade por lances (kg/km2) de Atlantoraja platana em relação à latitude, temperatura e pro- fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

500 500

400 400 ) ) 2 2

300 300

200 200 densidade (kg/km densidade (kg/km 100 área D 100 área D área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.19 – Densidades de Atlantoraja platana em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundi- dade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Tabela 6.5 – Biomassas (t) de Atlantoraja platana, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 629 1.160 525 — 3.472 1.036 833 — 150-199 m 2.368 206 — — 3.096 — — — 200-299 m 126 — — — 61 — — —

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de foi de 5.069 t (/41%) e, no verão-outono de 2002 foi de 8.498 (/59) (Tabela 6.1). O número estimado de exemplares na área de estudo, para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera foi 2,81 milhões e para o verão-outono de 2002 de 4,57 milhões. Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 280 e 795 mm e seus pesos entre 178 g e 4244 9 (Marçal, 2003). Foi observado aumento no peso médio dos exemplares em direção ao sul (Figura 6.20). As densidades diminuíram em direção ao

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 61 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 62

norte. Exemplares maiores ( 600 mm CT) foram encontrados somente no Sul (áreas A e B), embora fossem escassos na área B (Figura 6.21). No Sudeste (áreas C e D) foram capturados apenas 15 exemplares. O comprimento das fêmeas ficou entre 291 e 609 mm, o dos machos entre 320 e 540 mm e, a razão sexu- al foi 1:1. No extremo sul l (área A) 187 indivíduos foram capturados, dos quais 64 eram fêmeas, com CT de 365 a 795 mm, e 113 eram machos, com CT de 285 a 735 mm, sendo a razão sexual de 1,8 machos: 1,0 fêmea, sendo significantemente diferente de 1:1. Nas

4,0 4,0

3,5 3,5

3,0 3,0

2,5 2,5

2,0 2,0

1,5 1,5 peso médio (kg) peso médio (kg) 1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m)

Figura 6.20 – Peso médio de Atlantoraja platana por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 1,0 1,0

0,8 0,8

0,6 0,6

0,4 0,4

0,2 0,2

0 0 280 380480 580 680 780 280 380480 580 680 780

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 1,0 1,0

0,8 0,8

0,6 0,6

0,4 0,4

0,2 0,2

0 0 280 380480 580 680 780 280 380480 580 680 780

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 1,0 1,0

0,8 0,8 milhões de exemplares

0,6 0,6

0,4 0,4

0,2 0,2

0 0 280 380480 580 680 780 280 380480 580 680 780 comprimento total (mm)

Figura 6.21 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Atlantoraja platana por classes de compri- mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

62 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 63

fêmeas,a maturidade sexual ocorreu a partir da classe de CT de 60 cm,sendo que na classe de 65 cm 50% da fêmeas estavam maduras e a partir da classe de 74 cm, 100% delas apre- sentavam esta condição. Nos machos, a maturidade sexual ocorreu a partir da classe de CT de 63 cm, 50% de maturidade na classe de 65 cm e 100% de maturidade a partir da classe de 67 cm. Fêmeas em fase da postura de ovos ocorreram em profundidades de 100 a 250 m, com freqüência de ocorrência de 23% no inverno e de 25% no verão (Marçal, 2003). Isso significa que a postura dos ovos ocorre principalmente nessas profundidades. No entanto, neonatos e pequenos juvenis não foram capturados, confirmando-se que pequenas raias não são capturadas com a rede-de-arrasto como também foi constatado para Atlantoraja cyclophora. Atlantoraja platana é comum na plataforma do Rio Grande do Sul em profundidades maiores que 40 m (Vooren, 1997), tendo a área do estudo do presente projeto (Figura 6.17) abrangido somente a parte externa da área de distribuição de A. platana na região Sul. É preciso repetir que o aumento da demanda internacional da carne de Rajidae ocasionou maior intensidade da pesca desses peixes, incluindo A. platana (Mazzoleni & Schwingel,1999).No entanto,não foi ainda efetuada uma avaliação do potencial pesqueiro desta espécie, e seu status de conservação é desconhecido. Como relatado anteriormente, A. platana também não é discriminada nas capturas comerciais, estando inserida na cate- goria “raias”, reforçando mais uma vez, a necessidade de seu registro específico, através da identificação das carcaças desembarcadas (Vooren et al., 2003). É necessário, ainda que o status de conservação de A. platana seja determinado mediante a análise comparativa de dados históricos e atuais de sua abundância na plataforma da região Sul.

Bassanago albescens

Bassanago albescens Barnard, 1923, é um peixe anguiliforme da família Congridae que chega a atingir 1 m de comprimento total. É uma espécie batidemersal do talude superior que vive entre 280 e 800 m de profundidade, sendo relativamente abundante no Atlântico sudoeste entre 35°S e 45°S (Prenski & Scarlato,2000).Sua distribuição inclui África do Sul,Chile e o sudeste da América do Sul (Smith & Heemstra,1986;Bernardes et al.,2005). A espécie ocorreu somente em 5 dos 224 lances (FO 2,2%),todos no inverno-primavera de 2001, com uma captura de 3 809 exemplares pesando 728,3 kg (2,2% do total) (Anexo 2).As capturas foram entre 28°44’S e 34°32’S de latitude, 235 e 536 m de profundidade e águas com temperatura entre 5,6°C e 12°C.Essas capturas ocorreram em dois lances muito próximos,um em 34°30’S-51°49’W com 574 kg a 515 m de profundidade e outro em 34°16’S- 51°37’W com 146 kg a 536 m.(Figura 6.22). 22˚ S Bassanago albescens Cabo de São Tomé A biomassa total estimada no inverno-prima- Santos vera de 2001 foi de 4.760 t ( / 133%),corresponden- 24˚ S do a 25 milhões de exemplares (Tabela 6.1).Os compri- Paranaguá 26˚ S mentos dos mesmos variaram entre 200 e 730 mm e os pesos entre 20 e 740 g. Os machos predominaram nos 28˚ S Cabo de Santa Marta comprimentos menores e as fêmeas, nos maiores inverno 2001 (Figura 6.23). 30˚ S 2 kg/km A maioria das fêmeas apresentava gônadas em Rio 50 32˚ S Grande 100 200 Figura 6.22 – Densidade em kg/km2 de Bassanago albescens, 34˚ S 500 nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arras- 1000 100 m 1000 m to-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 36˚ S 200 m entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 63 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 64

avançado estado de maturação, freqüentemente com ovócitos hidratados de até 3,3 mm de diâmetro, liberados sob suave pressão. Muitos machos liberavam esperma. As capturas se localizaram no limite norte de distribuição dessa espécie e parecem ter ocorrido sobre uma concentração de desovantes, fato que torna a estimativa de abundância pouco precisa.

20 machos 18 fêmeas 16 14

12

% 10 8

6

4 2

0 360 400 440 480 520 560 600 640 680 720 comprimento total (mm)

Figura 6.23 – Percentagens de Bassanago albescens por sexos nas classes de comprimento nos levantamen- tos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo, realizados entre Cabo Frio (23°,RJ) e Chuí (34°34’, RS), em agosto-setembro de 2001, março-abril de 2002 e junho de 2002 (n 143).

Beryx splendens

Beryx splendens Lowe, 1834, pertence à família Berycidae. Pode alcançar 55 cm de comprimento-padrão e têm sua distribuição desde o norte do Golfo do México, Bahamas e sul dos EUA até a Argentina. É uma espécie bentopelágica e habita águas de 25 a 1240 m de profundidade, formando densas agregações. (Carpenter, 2002). A alimentação inclui teleósteos pelágicos e mesopelágicos, crustáceos e cefalópodes (Muto et al., 2005). Foi capturado em 48 dos 224 lances (FO 21,4%), com uma captura de 1 748 exem- plares pesando 234,7 kg (0,7% do total). Ocorreu entre 314 e 610 m de profundidade, entre 23°41’S e 34°33’S de latitude e fundos cuja temperatura estava entre 5,3°C e 12,8°C. As maiores densidades e biomassas foram encontradas no extremo sul (área A), entre 300 e 550 m de profundidade e temperaturas entre 7°C e 11°C (Figuras 6.24, 6.25 e 6.26,Tabela 6.6). A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi 1 757 t (/71%) e no verão-outono de 2002 foi de 920 t (/70%) (Tabela 6.1). O número estimado de exemplares na área do estudo para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera foi de 11,11 milhões e, para o verão-outono de 2002 de 5,67 milhões. Os comprimentos totais dos exemplares capturados variaram entre 110 e 370 mm co e o peso entre 52 e 638 g. Os pesos médios aumentaram com a profundidade (Figura 6.27) e os maiores exemplares ocorreram na área B (Figura 6.28). O padrão de recrutamento foi pouco claro, sendo que apenas uns poucos indiví- duos, menores de 150 mm, foram encontrados no inverno-primavera, na área C. Tanto no Sul como no Sudeste, apareceram exemplares sexualmente maduros em todos os levantamentos. Os menores exemplares com gônadas em maturação mediam aproximadamente 250 mm no Sul e,162 mm no Sudeste.

64 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 65

22˚ S Beryx splendens Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2

30˚ S 30˚ S 50 100 Rio Rio 200 32˚ S 32˚ S Grande Grande 300 500 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 1000 2002 2001 1500 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.24 – Densidades em kg/km2 de Beryx splendens, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE. realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m. com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 kg/km2 kg/km2 18 24 16 C) ˚ 26 14

S) 12 ˚ 28 10

latitude ( 30 8 6

32 temperatura no fundo ( 4

34 2 0 100 200 300 400 500 600 700 100 200 300 400 500 600 700 profundidade profundidade

Figura 6.25 – Densidades por lances (kg/km2) de Beryx splendens em relação à latitude, temperatura e pro- fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m,com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

300 300

250 250 ) ) 2 2 200 200

150 150

100 100 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 50 50 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.26 – Densidades de Beryx splendens em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundi- dade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 65 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 66

Tabela 6.6 – Biomassas (t) de Beryx splendens, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 200-299 m — — — — — — — — 300-399 m 328 25 4 — 292 — — 1 400-600 m 27 19 398 46 10 366 192 59

0,6 0,6

0,5 0,5

0,4 0,4

0,3 0,3

peso médio (kg) 0,2 peso médio (kg) 0,2

0,1 0,1

0 0 20˚ S23˚ S 26˚ S 29˚ S 32˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m)

Figura 6.27 – Peso médio de Beryx splendens por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 3,0 3,0 2,5 2,5 2,0 2,0 1,5 1,5 1,0 1,0 0,5 0,5 0 0 100200 300 100200 300

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 3,0 3,0 2,5 2,5 2,0 2,0 1,5 1,5 1,0 1,0 0,5 0,5 0 0 100200 300 100200 300

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 3,0 3,0 2,5 2,5 milhões de exemplares 2,0 2,0 1,5 1,5 1,0 1,0 0,5 0,5 0 0 100200 300 100200 300 Figura 6.28 – Número estima- do, em milhões de exem- Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 3,0 3,0 plares, de Beryx splendens por 2,5 2,5 classes de comprimento total, nos levantamentos de pros- 2,0 2,0 pecção pesqueira com rede 1,5 1,5 de arrasto-de-fundo do Pro- 1,0 1,0 grama REVIZEE, realizados 0,5 0,5 em 2001 e 2002 entre Cabo 0 0 Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100200 300 100200 300 100 e 600 m, com os N/Pq comprimento total (mm) Atlântico Sul e Soloncy Moura.

66 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 67

Caelorinchus marinii

O peixe-rato Caelorinchus marinii Hubbs,1943,é um gadiforme da família Macrouridae. Trata-se de uma espécie bentopelágica que se distribui no Atlântico sul, desde 29°S até a Geórgia do Sul, e também na Antártica, ocorrendo entre 200-600 m de profundidade (Cohen, 1990; Cousseau, 1983). Foi capturado em 109 dos 224 lances (FO 48,7%), com o valor de 17 815 exem- plares pesando 1 038 kg (3,2% do total), ocupando o 9° lugar em peso no levantamento. (Anexo 2). Ocorreu entre 23°41’S e 34°33’S de latitude, 152 e 619 m de profundidade e águas de fundo com temperaturas entre 5°C e 16°C. As maiores densidades foram encon- tradas entre 400 e 619 m e temperaturas de 6°C a 11°C e (Figuras 6.29 e 6.30). O padrão de distribuição das densidades foi semelhante nos dois períodos amostrais sugerindo pouco deslocamento latitudinal ou entre profundidades. As densidades foram maiores na área C, entre 400-600 m e, de um modo geral, um pouco mais elevadas no verão-outono de 2002 (Figura 6.31,Tabela 6.7).

22˚ S Caelorinchus marinii Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2

30˚ S 30˚ S 50 100 Rio Rio 200 32˚ S 32˚ S Grande Grande 300 500 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 1000 2002 2001 1500 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.29 – Densidades em kg/km2 do peixe-rato Caelorinchus marinii, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 kg/km2 kg/km2 18 24 16 C) ˚ 26 14

S) 12 ˚ 28 10

latitude ( 30 8 6

32 temperatura no fundo ( 4

34 2 0 100 200 300 400 500 600 700 100 200 300 400 500 600 700 profundidade profundidade

Figura 6.30 – Densidades por lances (kg/km2) de Caelorinchus marinii em relação à latitude, temperatura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 67 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 68

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

600 600

500 500 ) ) 2 2 400 400

300 300

200 200 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 100 100 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.31 – Densidades de Caelorinchus marinii em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profun- didade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Tabela 6.7 – Biomassas (t) de Caelorinchus marinii, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m — — — — — — — — 150-199 m — — — — 16 — 23 — 200-299 m 44 85 17 1 1 — 1 — 300-399 m 119 428 10 — 201 821 3 180 400-600 m 105 1.246 2.004 448 417 1.523 2.692 466

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 4.509 t (/34%) e no verão-outono de 2002 foi de 6.345 (/31) (Tabela 6.1). O número estimado de exemplares na área do estudo no conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera foi de 82,25 milhões e no verão-outono de 2002, de 104,45 milhões. Os comprimentos dos exemplares variaram entre 76 e 368 mm e seus pesos entre 2 e 149 g. Os pesos médios aumentaram com a profundidade e foram maiores nos extremos latitudinais da área prospectada (Figura 6.32). A composição de comprimentos foi muito semelhante em todas as áreas; entretan- to, nas áreas intermediárias (B e C) o número estimado foi cerca de 3 a 6 vezes maior do que aquele dos extremos (áreas A e D) (Figura 6.33).

0,14 0,14

0,12 0,12

0,10 0,10

0,08 0,08

0,06 0,06

peso médio (kg) 0,04 peso médio (kg) 0,04

0,02 0,02

0 0 20˚ S 25˚ S30˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m)

Figura 6.32 – Peso médio de Caelorinchus marinii por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

68 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 69

No Sul (áreas A e B) fêmeas maduras foram capturadas em ambos os levantamentos com comprimentos a partir de 200 mm e, 172 mm no Sudeste (áreas C e D). Alguns exem- plares pequenos (130 a 150 mm) foram coletados no extremo Sul no inverno, sugerindo ser esta uma área de criação e este o período de recrutamento. A alimentação da espéceis é dominada por crustáceos e pequenos teleósteos e, em muito menor proporção, cefalópodes (Martins, 2000; Muto et al., 2005).

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 12 12 10 10 8 8 6 6 4 4 2 2 0 0 70130 180 230 280 330 70130 180 230 280 330

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 12 12 10 10 8 8 6 6 4 4 2 2 0 0 70130 180 230 280 330 70130 180 230 280 330

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 12 12 10 10 milhões de exemplares 8 8 6 6 4 4 2 2 0 0 70130 180 230 280 330 70130 180 230 280 330210

Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 12 12 10 10 8 8 6 6 4 4 2 2 0 0 70130 180 230 280 330 70130 180 230 280 330 comprimento total (mm)

Figura 6.33 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Caelorinchus marinii por classes de compri- mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 69 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 70

Genypterus brasiliensis

O congro-rosa, Genypterus brasiliensis, é um peixe demersal da família Ophidiidae que atinge 1 metro de comprimento. Ocorre do Rio de Janeiro até o Golfo de San Matias, na Argentina, entre 100 e 500 m de profundidade, vivendo em fundos com sedimento fino (Figueiredo & Menezes, 1978; Cousseau & Perrota 1999). A espécie ocorreu em 71 dos 224 lances (FO 31,7%) com uma captura de 166 kg (0,5% do total) e 174 exemplares (Anexo 6.2). Foi capturada em toda a área pesquisada, entre as latitudes de 23°09’S a 34°34’S, dos 94 aos 508 m de profundidade e águas de fundo com temperaturas entre 6,3°C e 17,8°C. As maiores densidades foram registradas entre 23°S-26°S e 32°S-34°S de 100 a 300 m e, de forma geral, foram maiores no verão-ou- tono (Figuras 6.34, 6.35 e 6.36).

22˚ S Genypterus brasiliensis Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta

30˚ S 30˚ S kg/km2

Rio Rio 50 32˚ S Grande 32˚ S Grande 100 200 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 500 2001 2002 1000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.34 – Densidades em kg/km2 do congro-rosa Genypterus brasiliensis, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 kg/km2 kg/km2 18 24 16 C) ˚ 26 14

S) 12 ˚ 28 10

latitude ( 30 8 6

32 temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 profundidade profundidade

Figura 6.35 – Densidades por lances (kg/km2) de Genypterus brasiliensis em relação à latitude, temperatura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

70 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 71

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

200 200 180 180

) 160 ) 160 2 2 140 140 120 120 100 100 80 80 60 60 densidade (kg/km densidade (kg/km 40 área D 40 área D 20 área C 20 área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.36 – Densidades de Genypterus brasiliensis em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro- fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 2.379 t (/39%) e no verão-outono de 2002, foi de 2 910 (/45%) (Tabelas 6.1 e 6.8). Esta espécie ocorreu em pequenas quantidades em todas as áreas. O número estimado de exemplares, para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera, foi de 2,64 milhões e para o verão-outono de 2002, de 3,98 milhões.

Tabela 6.8 – Biomassas (t) de Genypterus brasiliensis, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 30 275 205 465 66 141 1.150 354 150-199 m 270 159 675 — 220 80 279 — 200-299 m 130 — 31 — 420 2 78 — 300-399 m 43 — 36 — 12 — 9 22 400-600 m 8 — 29 22 1 — 2 73

4,0 4,0

3,5 3,5

3,0 3,0

2,5 2,5

2,0 2,0

1,5 1,5 peso médio (kg) peso médio (kg) 1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m)

Figura 6.37 – Peso médio de Genypterus brasiliensis por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 230 e 985 mm e seus pesos entre 55 e 5 600 g. Observou-se que os pesos médios aumentaram em direção ao sul (Figura 6.37). Na Figura 6.38 consta o número estimado de exemplares por classe de com-

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 71 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 72

primento, não sendo observado um padrão de distribuição por tamanhos, latitudes, faixas de profundidades e épocas do ano.Também não se evidencia um padrão de recrutamento. Em ambos os levantamentos, ao sul de Santa Marta, foram capturadas fêmeas maiores de 600 mm com as gônadas em maturação. Ao norte, foram raros os exemplares imaturos. Fêmeas e machos em maturação foram constantes nas capturas em todos os meses; fêmeas maturas ocorreram em fevereiro,abril e junho,na área mais ao norte (acima de São Sebastião). Comparando as capturas obtidas com espinhel-de fundo e com o arrasto, na mesma região (Haimovici et al., 2004), verifica-se que o arrasto tende a capturar uma maior proporção de exemplares menores, e que as maiores capturas ocorrem em águas mais rasas. A pesca de ambas as artes, em conjunto, indica distribuição da espécie praticamente uniforme, com poucas variações sazonais de abundância.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 0,40 0,40

0,30 0,30

0,20 0,20

0,10 0,10

0 0 180 330 480630 780 930 180 330 480630 780 930

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 0,40 0,40

0,30 0,30

0,20 0,20

0,10 0,10

0 0 180 330 480630 780 930 180 330 480630 780 930

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 0,40 0,40

milhões de exemplares 0,30 0,30

0,20 0,20

0,10 0,10

0 0 180210 270 330 330 390480450630 510 570 780 630 690 930 180 330 480630 780 930

Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 0,40 0,40

0,30 0,30

0,20 0,20

0,10 0,10

0 0 180 330 480630 780 930 180 330 480630 780 930 comprimento total (mm)

Figura 6.38 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Genypterus brasiliensis por classes de com- primento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

72 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 73

Helicolenus lahillei

O sarrão, Helicolenus lahillei Norman, 1937, também citado como H. dactylopterus lahillei (Figueiredo & Menezes, 1980), pertence à família Scorpaenidae, e é uma espécie demersal que se distribui da Argentina até a latitude de 15°S, na região Central do Brasil (Fagundes et al., 2005). Na Argentina é capturado no arrasto-de-fundo como fauna acompanhante da pesca da merluza, sendo que uma parcela é comercializada fresca (Cousseau & Perrota, 1998). No Brasil, apesar de sua relativa abundância nas pescarias com espinhel-de-fundo, praticamente não ocorrem desembarques porque é utilizado a bordo como isca (Haimovici et al., 2004). É uma espécie de vida longa e crescimento lento (Bernardes et al., 2005a), que apresenta uma modalidade atípica de reprodução, com fecundação interna e gestação dos embriões nos primeiros estágios no interior do corpo da fêmea, embebidos numa matriz gelatinosa. Na Argentina, a desova ocorre durante a primavera e dura cerca de dois meses (Cousseau & Perrota, 1998). Segundo estes autores, os juvenis alimentam-se de poliquetas, ctenóforos e caranguejos, enquanto os adultos alimentam-se de organis- mos pelágicos e demersais, como tunicados, cefalópodes e eufausiáceos. O sarrão ocorreu em 108 dos 224 lances (FO 48,2%), com uma captura de 996 kg (3,1% do total), ocupando no levantamento o 7° lugar em freqüência de ocorrência e o 10° em peso (Anexo 2). A espécie foi capturada em ambas as épocas dos cruzeiros, entre 23°47’S e 34°34’S de latitude, em águas de fundo com temperaturas entre 5°C e 17,3°C e profundidades entre 103 e 603 m. As maiores densidades em peso foram encontradas ao sul de 30°S, entre 300 e 550 m e temperaturas de 5°C a 10°C, (Figuras 6.39, 6.40 e 6.41).

22˚ S Helicolenus lahillei Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2

30˚ S 30˚ S 50 100 Rio Rio 200 32˚ S 32˚ S Grande Grande 500 1000 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 2000 2002 2001 4000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.39 – Densidades em kg/km2 do sarrão Helicolenus lahillei, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 4.136 t (/40%) e no verão-outono de 2002 foi de 6.930 (/55) (Tabela 6.1 e 6.9).O número estimado de exemplares na área do estudo para o conjunto dos dois levan- tamentos de inverno-primavera foi de 31,54 milhões e para o verão-outono de 2002 de 43,73 milhões.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 73 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 74

22 20 kg/km2 kg/km2 18 24 16 C) ˚ 26 14

S) 12 ˚ 28 10

latitude ( 30 8 6

32 temperatura no fundo ( 4

34 2 0 100 200 300 400 500 600 700 100 200 300 400 500 600 700 profundidade profundidade

Figura 6.40 – Densidade por lances (kg/km2) de Helicolenus lahillei em relação à latitude, temperatura e pro- fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

1000 1000

) 800 ) 800 2 2

600 600

400 400 densidade (kg/km densidade (kg/km 200 área D 200 área D área C área C 0 área B 0 área B 100-149 100-149 150-199 área A 150-199 área A 200-299 300-339 200-299 300-339 profundidade (m) 400-600 profundidade (m) 400-600

Figura 6.41 – Densidades de Helicolenus lahillei em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundi- dade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Tabela 6.9 – Biomassas (t) de Helicolenus lahillei, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 7 — 6 2 16 — — — 150-199 m 55 2 — — 8 2 68 0,1 200-299 m 116 178 17 — 174 66 2 0,5 300-399 m 1.127 272 1 — 203 961 1 — 400-600 m 1.210 953 204 14 1.772 3.390 230 36

Os exemplares capturados variaram entre 50 e 462 mm de comprimento total e entre 2,8 e 1.575 g de peso. Os pesos médios aumentaram em direção ao norte da área de estudo (Figura 6.42). Nos conteúdos estomacais de sarrões capturados no sul e sudeste do Brasil, pre- dominaram pequenos peixes mesopelágicos e demersais,crustáceos epibentônicos e lulas (Martins, 2000; Muto et al., 2005). Fêmeas em maturação ocorreram em diferentes meses, mas ainda não foi possível detectar se existe um padrão reprodutivo sazonal.

74 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 75

O sarrão foi mais abundante ao sul de Santa Marta (28°S) (Figura 6.43), onde estava concentrada mais de 95% da biomassa estimada (Tabela 6.9). Esta distribuição foi seme- lhante àquela obtida na prospecção com espinhel-de-fundo, apresentada por Haimovici et al. (2004), realizada também no âmbito do Programa REVIZEE, enquanto com armadilhas e pargueiras, Bernardes et al. (2005b) obtiveram maiores capturas ao norte de Santa Marta.

0,7 0,7

0,6 0,6

0,5 0,5

0,4 0,4

0,3 0,3

peso médio (kg) 0,2 peso médio (kg) 0,2

0,1 0,1

0 0 20˚ S23˚ S 26˚ S 29˚ S32˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m)

Figura 6.42 – Peso médio de Helicolenus lahillei por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 8 8 7 7 6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 0 100 200300 400 0 100 200300 400

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 8 8 7 7 6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 0 100 200300 400 0 100 200300 400

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 8 8 7 7

milhões de exemplares 6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 Figura 6.43 – Número estima- 0 100 200300 400 0 100 200300 400 do, em milhões de exem- Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D plares de Helicolenus lahillei, 8 8 por classes de comprimento 7 7 total, nos levantamentos de 6 6 prospecção pesqueira com 5 5 rede de arrasto-de-fundo do 4 4 Programa REVIZEE, realiza- 3 3 dos em 2001 e 2002 entre 2 2 1 1 Cabo Frio (23°S) e Chuí 0 0 (34°34’S) e 100 e 600 m, com 0 100 200300 400 0 100 200300 400 os N/Pq Atlântico Sul e comprimento total (mm) Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 75 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 76

Illex argentinus

O calamar-argentino, Illex argentinus (Castellanos, 1960), é uma espécie de molusco demerso-pelágica que se distribui entre o Rio de Janeiro, no Brasil, e o extremo sul da Argentina. É objeto de intensa pesca na zona econômica exclusiva Argentina e em águas internacionais adjacentes, sendo pescado também na zona comum de pesca argentino- uruguaia (Csirke, 1987; Haimovici et al., 1998). O ciclo de vida dessas lulas é de aproximadamente um ano, envolvendo migrações sazonais, com um único período de desova, morrendo logo após (Arkipkin, 1993; O´Dor & Lipinski, 1998). A existência de várias populações, ou subpopulações, de I. argentinus tem sido proposta por diversos autores com base nas épocas e áreas de desova,para a parte sul da distribuição no litoral do Uruguai e Argentina por Brunetti (1990), Arkhipkin (1990) e Arkhipkin & Scherbich (1991), e para a parte norte da distribuição por Haimovici & Perez (1991) e Santos & Haimovici (1997). Com base nos conhecimentos disponíveis anteriores a 1995, foi postulada a existência de quatro grupos de desovantes: um de inverno no talude continental do sul da Argentina, um segundo grupo de desovantes de verão, em águas da plataforma no norte da Patagônia, um terceiro grupo de inverno e primavera no litoral norte da Argentina, Uruguai e sul do Brasil; e um quarto grupo de desovantes de verão no sul do Brasil (Brunetti et al., 1991; Haimovici et al., 1998). No Brasil, o calamar-argentino foi identificado como um recurso pesqueiro poten- cial na região ao sul do Cabo de Santa Marta Grande na década de 1970 (Yesaki & Rahn, 1974; Rahn & Santos, 1978; Haimovici et al., 2007) onde era pescado esporadicamente (Haimovici et al., 2005). Apenas a partir de 2000 esta lula tornou-se objeto de uma pescaria dirigida, realizada por arrasteiros nacionais e arrendados, apresentando grandes flutua- ções interanuais de biomassa, atingindo milhares de toneladas em alguns anos e valores insignificantes em outros (Perez et al., 2004; Haimovici et al., 2005). O estoque explotado forma parte do grupo populacional composto por desovantes de inverno no sul do Brasil; o recrutamento dos juvenis ocorre na plataforma continental do Uruguai e no norte da Argentina,onde crescem e se alimentam utilizando o sistema de Correntes Malvinas/Brasil, retornando depois para as áreas de desova no sul do Brasil (Santos & Haimovici, 1997). Nos cruzeiros de arrasto-de-fundo do programa REVIZEE,o calamar-argentino foi cap- turado em 179 dos 224 lances, com uma captura total de 24.387 exemplares e 34.38,5 kg (Anexo 2), com um peso médio de 141g e ocupando o 2º lugar em freqüência de ocorrência (79,9%) e o 3º (10,5%) do total capturado em peso. Este molusco ocorreu entre 23°26’S e 34°34’S de latitude, em todas as profundi- dades e latitudes amostradas,de 99 m até 619 m de profundidade,em águas de fundo com temperaturas entre 5,0°C e 17,8°C (Figuras 6.44 e 6.45). As maiores densidades, em kg/km2, ocorreram entre 200 e 600 m de profundidade em temperaturas de 7°C a 13°C. No inver- no-primavera de 2001,as maiores densidades foram encontradas na área B,entre 400 e 600 m de profundidade,chegando a 700 kg/km2.No verão-outono de 2002,ocorreram maiores densidades, sendo mais altas nas áreas A, entre 300-600 m e B entre 400-600 m, onde atin- giram 2.948 kg/km2 (Figura 6.46). A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 11.283 t (/52%) e no verão-outono de 2002 foi de 41.658 (/92%) (Tabela 6.1 e 6.12). Os exemplares capturados variaram entre 32 e 350 mm de comprimen- to do manto (CM) e entre 1,4 e 910 g de peso.Os pesos médios e os comprimentos aumen- taram com a profundidade. Indivíduos menores de 120 mm CM (juvenis) foram encontra- dos geralmente em menos de 300m de profundidade e maiores em mais de 300 m (Figura

76 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 77

6.47). O número de exemplares na área do estudo, estimado para o conjunto dos dois le- vantamentos de inverno-primavera foi de 113,3 milhões e no verão-outono de 2002 de 476,9 milhões, quando foram muito mais abundantes nas áreas C e D (Figura 6.48). Indivíduos pe- quenos foram mais abundantes nas áreas C e D durante o verão-outono, enquanto indiví- duos intermediários (120-180 mm) e grandes nas áreas A e B, no outono (Tabela 6.11).

22˚ S Illex argentinus Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2

30˚ S 30˚ S 50 200 Rio Rio 500 32˚ S 32˚ S Grande Grande 1000 5000 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 10000 2002 2001 20000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.44 – Densidades em kg/km2 do calamar-argentino Illex argentinus, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 kg/km2 kg/km2 18 24 16

26 14 12 28 10 latitude 30 8 6 temperatura no fundo 32 4

34 2 0 100 200 300 400 500 600 700 100 200 300 400 500 600 700 profundidade profundidade Figura 6.45 – Densidade por Densidade por lances (kg/km2) de Illex argentinus em relação à latitude, tempera- tura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE. realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m. com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

3000 3000

2500 2500 ) ) 2 2 2000 2000

1500 1500

1000 1000 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 500 500 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m) Figura 6.46 – Densidades de Illex argentinus em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE. realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 77 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 78

Tabela 6.10 – Biomassas (t) de Illex argentinus, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos le- vantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE. realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m. com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 60 39 30 41 64 378 7 30 150-199 m 237 114 496 24 200 145 5.375 23 200-299 m 194 187 1.048 1.003 96 5.002 222 92 300-399 m 246 1.034 55 — 1.729 662 1.366 834 400-600 m 442 5.044 598 391 4.875 19.249 976 336

Tabela 6.11 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Illex argentinus por categorias de tamanho, regiões e épocas do ano nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Áreas 120 mm 120-180 180 mm Total Áreas A e B – agosto-setembro 2001(inv) 27,0 3,8 18,5 49,4 Áreas A e B – março-abril 2002 (out) 49,4 90,2 95,2 234,8 Áreas C e D – agosto-outubro 2001, junho 2002 (inv-pri) 34,3 22,5 7,0 63,9 Áreas C e D – fevereiro-abril 2002 (ver-out) 184,5 35,9 21,7 242,1 Total 295,2 152,4 142,5 590,2

0,7 0,7

0,6 0,6

0,5 0,5

0,4 0,4

0,3 0,3

peso médio (kg) 0,2 peso médio (kg) 0,2

0,1 0,1

0 0 0 100 200 300 400 500 600 700 22˚ S24˚ S 26˚ S 28˚ S30˚ S 32˚ S 34˚ S 36˚ S profundidade (m) latitude

Figura 6.47 – Peso médio de Illex argentinus por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Os estágios de maturação sexual de calamares de ambos os sexos,em ambos levan- tamentos, foram determinados utilizando a escala de Brunetti (1990). As proporções de imaturos (estágios I e II), em maturação (estágios III e IV) e maturos (os restantes) de ambas as regiões foram representadas na Figura 6.49, e as amplitudes de comprimentos de maturos e, as profundidades em que ocorreram, constam da Tabela 6.12. Observa-se que em ambas as regiões e épocas do ano houve exemplares maturos e em maturação de ambos os sexos ocorrendo além da isóbata de 300 m, com exceção do inverno-primavera nas áreas C e D, onde desovantes foram encontrados na faixa de 200 a 300 m. Em relação aos tamanhos de maturação, parecem ser menores ao norte de Santa Marta em relação ao sul. O grupo de desovantes mais abundante foi o de outono, na área B em profundidades superiores aos 400 m, onde a biomassa estimada foi próxima das 20.000 t, e também ocor- reu a maior concentração de exemplares maduros no inverno, com biomassa estimada em mais de 5.000 t (Tabela 6.10). O levantamento com redes de arrasto no ambiente demersal, em conjunto com os levantamentos acústicos e com redes de meia-água no ambiente pelágico, e complemen- tado com a coleta de paralarvas com redes bongo (Madureira et al., 2005a, 2005b; Santos & Haimovici, 2007), todos realizados no contexto do Programa REVIZEE, evidenciaram que

78 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 79

Área A 34º 35’S – 31º 50’S

7 agosto 2001 março e abril 2002 6 8 5 6 4 3 4 2 2 1 0 0 0 100 200300 400 0 100200 300 400

Área B 31º 50’S – 28º S

7 50 setembro 2001 abril 2002 6 40 5 4 30 3 20 2 10 1 0 0 0 100 200300 400 0 100200 300 400

Área C 28º S – 24º 24’S

100 agosto a outubro 2001 fevereiro e abril 2002 milhões de exemplares 6 80 60 4 40 2 20 0 0 0 100200 300 400 0 100200 300 400

Área D 24º 24’S – 23º S

7 6 junho 2002 abril 2002 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 0 100 200300 400 0 100200 300 400

comprimento do manto (mm)

Figura 6.48 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Illex argentinus com gônadas imaturas (em branco) em maturação (cinza) e maduras (preto), por classes de comprimento do manto, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Tabela 6.12 – Amplitudes de comprimentos de manto de exemplares maturos de Illex argentinus por região e época do ano, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Amplitude de CM (mm) Latitudes Época do ano Profundidade exemplares maturos Fêmeas Machos 23°00’S – 28°00’S Outono 2002 300 m 145-284 125-250 28°00’S – 34°35’S Verão-outono 2002 300 m 177-318 160-287 23°00’S – 28°00’S Inverno 2001/2002 200 m 140-332 154-265 28°00’S – 34°35’S Inverno-primavera 2001-2002 300 m 203-350 146-294

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 79 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 80

Illex argentinus é o cefalópode demersal-pelágico dominante do Rio Grande do Sul ao Rio de Janeiro. Ao longo do ano, ocorrem pulsos de recrutamento de juvenis sobre a platafor- ma externa e concentrações de adultos reprodutores no talude superior, podendo ocorrer grandes variações interanuais altamente influenciadas pelas condições oceanográficas e, em certo grau, pelos níveis de explotação, em suas principais áreas de pesca.Em termos de biomassa,verificou-se que o principal estoque explotável parece ser o dos grupos de deso- vantes de outono a primavera, localizados entre Chuí e Santa Marta.

Machos agosto-setembro 2001 Fêmeas agosto-setembro 2001 áreas A e B áreas A e B 40 20

30 15 20 10 10 5

0 0 30 60 90120 150 180 210 240 270 300 330 30 60 90120 150 180 210 240 270 300 330

Machos agosto-outubro 2001 junho 2002 Fêmeas agosto-outubro 2001 junho 2002 áreas C e D áreas C e D 14 12 10 10 8 8 6 6 4 4 2 2 0 0 30 60 90120 150 180 210 240 270 300 330 30 60 90120 150 180 210 240 270 300 330

Machos março-abril 2002 Fêmeas março-abril 2002 áreas A e B áreas A e B 100 60 80 50 porcentagem (%) de exemplares porcentagem 40 60 30 40 20 20 10 0 0 30 60 90120 150 180 210 240 270 300 330 30 60 90120 150 180 210 240 270 300 330

Machos fevereiro-abril 2002 Fêmeas fevereiro-abril 2002 áreas C e D áreas C e D 20 10

15 8 6 10 4 5 2 0 0 30 60 90120 150 180 210 240 270 300 330 30 6090120 150 180 210 240 270 300 330 comprimento do manto (mm) comprimento do manto (mm)

Figura 6.49 – Número de exemplares de Illex argentinus amostrados com gônadas imaturas (em branco) em maturação (cinza) e maduras (preto) por classes de comprimento do manto de 10 mm de intervalo, nos levan- tamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

80 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 81

Lepidopus altifrons

Lepidopus altifrons, Parin & Collette, 1993, é um perciforme da família Trichiuridae que se distribui no Oceano Atlântico Ocidental, desde o Canadá (43°N) até o sul do Brasil. Os juvenis são pelágicos, enquanto os adultos são demersais ou bentopelágicos, sendo encontrados próximos ao fundo sobre a plataforma externa e talude superior. Atinge pelo menos 100 cm de comprimento-padrão (Nakamura & Parin, 1993). A espécie ocorreu em 56 dos 224 lances (FO 25%) com uma captura de 2 396 exemplares e 257,8 kg (0,8% do total) (Anexo 2).Foi capturado entre 23°36’S a 34°33’S,entre 100 e 597 m de profundidade e águas de 6,0°C a 16,5°C de temperatura. Em ambas as prospecções,a espécie foi abundante nas proximidades de 24°S,entre 400-600 m; no verão- outono a maior abundância foi próxima a 34°S, entre 200-400 m (Figuras 6.50, 6.51 e 6.52). A biomassa total estimada (IC 90%) nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 868 t (/71%) e a estimada no verão-outono de 2002 foi de 1 432 t (/57%) (Tabelas 6.1 e 6.13). O número de exemplares na área do estudo, para o conjunto dos dois le- vantamentos de inverno-primavera foi estimado em 7,27 milhões e para o verão-outono de

22˚ S Lepidopus altifrons Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2 30˚ S 30˚ S 50 Rio Rio 100 32˚ S Grande 32˚ S Grande 200 500 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 1000 2001 2002 1500 2002 36˚ S 36˚ S 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.50 – Densidades em kg/km2 de Lepidopus altifrons, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 kg/km2 kg/km2 18 24 16 C) ˚ 26 14

S) 12 ˚ 28 10

latitude ( 30 8 6

32 temperatura no fundo ( 4

34 2 0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.51 – Densidades por lances (kg/km2) de Lepidopus altifrons em relação à latitude, temperatura e pro- fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 81 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 82

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

300 300

250 250 ) ) 2 2 200 200

150 150

100 100 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 50 50 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.52 – Densidades de Lepidopus altifrons em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profun- didade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Tabela 6.13 – Biomassas (t) de Lepidopus altifrons, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 0,3 — — — — — — — 150-199 m 1 — — — 5 — — — 200-299 m 0,4 148 — 7 299 — — — 300-399 m 0,3 64 16 — 61 364 9 27 400-600 m 4 — 42 584 2 72 140 453

2002 em 19,45 milhões. É provável que a amostragem com redes de arrasto-de-fundo seja pouco representativa da abundância da espécie devido ao seu hábito bentopelágico. Os exemplares capturados tinham comprimentos entre 92 e 1.010 mm e pesos entre 0,3 e 1.310 g. Foi observada tendência de aumento no tamanho dos peixes em direção ao norte e para zonas mais profundas (Figura 6.53). Os maiores exemplares (480 mm CT) foram encontrados em ambas as épocas do ano,na área D,a mais de 300 m de pro- fundidade. A maior abundância em número foi no outono, ao sul de Santa Marta (28°S), entre 200 e 400 m, com comprimentos dos exemplares de 320 a 420 mm CT (Figura 6.54). Não foi constatado um padrão nítido de recrutamento, mas o menor grupo modal encontrado (exemplares com 180-280 mm) ocorreu nas áreas A e B no inverno de 2001, entre 200-300 m,reaparecendo na área A no outono de 2002,entre 150-200 m (Figura 6.54).

0,14 0,14

0,12 0,12

0,10 0,10

0,08 0,08

0,06 0,06 peso médio (kg) 0,04 peso médio (kg) 0,04

0,02 0,02

0 0 20˚ S23˚ S 26˚ S 29˚ S 32˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m)

Figura 6.53 – Peso médio de Lepidopus altifrons por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros- pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

82 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 83

Nas áreas C e D (sudeste) predominaram exemplares maiores, especialmente além dos 500m; nas áreas A e B ocorreram principalmente exemplares pequenos e apenas na plataforma externa. Nas áreas C e D, exemplares maduros foram capturados em todos os períodos, estando mais concentrados na área norte, entre o Rio de Janeiro e Cabo Frio. As menores fêmeas maduras tinham 520 mm de comprimento total.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 7 7 6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 80280480 680 880 80280480 680 880

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 7 7 6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 80280480 680 880 80280480 680 880

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 7 7 6 6 milhões de exemplares 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 80280480 680 880 80280480 680 880

Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 7 7 6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 80280480 680 880 80280480 680 880 comprimento total (mm)

Figura 6.54 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Lepidopus altifrons por classes de compri- mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 83 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 84

Loligo plei

Loligo plei, Blainville, 1823 é uma lula da família Loliginidae, cujos machos atingem cerca de 35 cm e as fêmeas 22 cm de comprimento do manto. É uma espécie costeira de águas quentes, ocorrendo desde Nova Jérsei (EUA) até Buenos Aires, na Argentina (Roper et al., 1984). No Brasil é pescada principalmente nas regiões sudeste e sul, tanto artesanal- mente, bem próximo à costa, com garatéias, tarrafa e atração luminosa, bem como fauna acompanhante na pesca industrial de arrasto de tangones dirigida a camarões No verão existe uma pescaria dirigida à esta espécie, especialmente no estado de Santa Catarina, incluindo arrasto com parelhas (Costa & Haimovici, 1990; Perez & Pezzuto, 1998; Perez, 2002). Embora não seja comercialmente pescada no Rio Grande do Sul, é encontrada com freqüência no verão, sobre a plataforma externa, entre 100 e 300 m de profundidade (Haimovici & Andriguetto, 1986; Haimovici & Perez, 1991). Loligo plei é uma espécie de crescimento rápido,ciclo de vida curto e associada a águas quentes,que em Santa Catarina reproduz todo o ano, apresentando um pico de desova no verão (Perez et al., 2002). Nos cruzeiros com arrasto-de-fundo, esta lula ocorreu em 67 dos 224 lances (FO 29,9%), com uma captura de 15 246 exemplares pesando 181,7 kg (0,6% do total) (Anexo 2). Foi capturada em lances com temperatura de fundo acima de 10,0°C,entre 94 e 248 m de pro- fundidade e 23°05’S a 34°18’S de latitude. As maiores densidades em peso foram registradas no outono ao sul de Solidão entre 100 e 149 m e, entre Santa Marta e Santos entre 150 e 199 m em lances com 13,5°C a 17,5°C de temperatura no fundo (Figuras 6.55, 6.56 , 6.57).

22˚ S Loligo plei Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta

30˚ S 30˚ S kg/km2

Rio Rio 50 32˚ S 32˚ S Grande Grande 100 200 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 500 2001 2002 1000 2002 36˚ S 36˚ S 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.55 – Densidades em kg/km2 da lula Loligo plei, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 1442 t (/ 49%) e no verão-outono de 2002 foi de 9 474 (/ 66) (Tabela 6.1 e 6.14). O número estimado de exemplares na área de estudo, para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera, foi 116 milhões e para o verão-outono de 2002 de 760 milhões (Figura 6.59). Os exemplares capturados tinham entre 4 e 300 mm de comprimento do manto (CM), e pesos variando de 0,02 a 260 g. Lulas menores que 100 mm de CM foram encon- tradas em alto número no verão-outono, em todas as latitudes, ocorrendo de 100 a 199 m

84 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 85

22 20 kg/km2 kg/km2 18 24 16 C) ˚ 26 14 S)

˚ 12 28 10 8 latitude ( 30 6 32 temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.56 – Densidades por lances (kg/km2) de Loligo plei em relação à latitude, temperatura e profundi- dade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno -primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

300 300

250 250 ) ) 2 2 200 200

150 150

100 100 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 50 50 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.57 – Densidades de Loligo plei em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Tabela 6.14 – Biomassas (t) de Loligo plei, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levan- tamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 8 3 400 678 974 1.049 431 897 150-199 m 2 12 73 223 291 766 4.666 254 200-299 m — — 40 2 2 27 114 3 300-399 m — — — — — — — — 400-600 m — — — — — — — —

de profundidade, enquanto no inverno-primavera estiveram restritas às áreas mais ao norte, no sudeste (áreas C e D), em menor número, onde as temperaturas de superfície foram em média, superiores a 20°C e as de fundo estiveram acima dos 10°C (Figura 6.59). No verão-outono foram observadas duas modas de comprimento bem definidas, uma de exemplares menores de 100 mm, situada entre 30 e 50mm, presente em todas as regiões; a segunda moda composta por exemplares com comprimentos entre 80 e 160 mm, com moda em 120 mm, que se restringiu à região entre Florianópolis e Santos (área C) em profundidades de 150 a 200 m (Figura 6.59).

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 85 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 86

0,08 0,08

0,07 0,07

0,06 0,06

0,05 0,05

0,04 0,04

0,03 0,03 peso médio (kg) peso médio (kg) 0,02 0,02

0,01 0,01

0 0 23˚ S 25˚ S27˚ S 29˚ S 31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m) Figura 6.58 – Peso médio de Loligo plei por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 70 70 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 050100 150 200 050100 150 200

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 70 70 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 050100 150 200 050100 150 200

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 70 70 60 60 milhões de exemplares 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 050100 150 200 050100 150 200

Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 70 70 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 050100 150 200 050100 150 200 comprimento total (mm)

Figura 6.59 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Loligo plei por classes de comprimento de manto, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

86 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 87

A análise das variações sazonais e espaciais da biomassa e das composições em tamanhos de Loligo plei requer cautela, porque os levantamentos não incluíram a platafor- ma interna, onde ocorre a maior parte da biomassa desta espécie, sendo que a pesca indus- trial por arrasteiros de portas e parelha se concentra entre 20 e 45 m de profundidade (Perez, 2002). As principais constatações fornecidas pelos levantamentos foram que: (1) a biomassa foi 15 vezes maior no levantamento de verão-outono do que no de inverno-pri- mavera; (2) no verão-outono as capturas eram compostas por juvenis menores de 100 mm que ocorreram ao longo de toda a região na faixa de 100 a 149 m de profundidade e juve- nis maiores (100-160 mm) que ocorreram entre 150 e 199 m no litoral de Santa Catarina; (3) no inverno-primavera as capturas foram praticamente inexistentes à exceção da área D, entre Santos e Cabo Frio, onde juvenis menores de 110 mm ocorreram entre 100 e 199 m. A presença de juvenis e recrutas na plataforma externa no verão e outono, coincide com as maiores capturas de adultos na plataforma (Perez,2002),o que abre algumas possibili- dades para a interpretação de sua origem e destino.Uma delas é que se originaram da mesma coorte dominante,recrutada na plataforma e que,em um meio menos favorável,teria o cresci- mento reduzido. Outra possibilidade é de que os recrutas de verão-outono, com CM entre 80 e 160 mm,sejam fruto de desovas de inverno ou primavera e que,pelas condições oceanográ- ficas na época dos cruzeiros, tenham se afastado da costa. Em relação ao destino destas lulas também se abrem duas opções: a primeira seria de uma maturação sexual postergada com retorno à plataforma interna para desovar no inverno ou primavera; a segunda de que não completassem o ciclo reprodutivo. Este último destino parece o mais provável para os recru- tas ao sul do Cabo de Santa Marta, no limite sul da distribuição geográfica da espécie.

Lophius gastrophysus

O peixe-sapo, Lophius gastrophysus Miranda-Ribeiro, 1915 pertence à família Lophiidae, e chega a atingir 90 cm de comprimento. É um peixe bentônico que habita a plataforma continental e o talude superior do Oceano Atlântico Ocidental, ocorrendo desde a Carolina do Norte (39°N), EUA, até a Argentina (39°S), sendo encontrado entre 40 e 620 m de profundidade (Figueiredo et al.,2002).Peixe de grande valor comercial era pesca- do pela frota de arrasteiros do Rio de Janeiro desde décadas atrás, vindo a se tornar, mais recentemente, espécie-alvo da frota de barcos de emalhe arrendados entre 1999 e 2002 (Perez et al.,2003).A pesca para estes barcos foi suspensa após uma significativa queda dos rendimentos e a espécie foi considerada sobrexplotada (Valentini & Pezzuto, 2006) retor- nando-se, posteriormente, à uma pescaria de emalhe restrita aos barcos nacionais (SEAP – Instrução Normativa Conjunta n°23 de 2005). Nos cruzeiros com arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, o peixe-sapo foi cap- turado em 131 dos 224 lances (FO 58,5%). Com uma captura total de 603 exemplares pesando 1 113 kg (3,4% do total), ocupou o 4° lugar em freqüência de ocorrência, junto com Synagrops spinosus e o 8° em peso (Anexo 2). Ocorreu entre 23°09’S e 34°33’S de lati- tude, em profundidade de 98 a 619 m e águas entre 5°C e 17,8°C (Figura 6.60, 6.61). As maiores densidades foram registradas entre 400 e 619 m, em águas frias (6°C a 11°C). A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 15 753 t (/ 27%) e, no verão-outono de 2002 foi de 11 006 t (/ 23%)

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 87 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 88

22˚ S Lophius gastrophysus Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2 30˚ S 30˚ S 50 Rio Rio 100 32˚ S 32˚ S Grande Grande 200 500 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 750 2002 2001 1000 2002 36˚ S 36˚ S 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.60 – Densidades em kg/km2 do peixe-sapo Lophius gastrophysus, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 2 18 kg/km 24

C) 16 ˚

26 kg/km2 14 S)

˚ 12 28 10 8

latitude ( 30 6 32

temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.61 – Densidade por lances (kg/km2) de Lophius gastrophysus em relação à latitude, temperatura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

350 350

300 300 ) ) 2 2 250 250

200 200

150 150

100 100 densidade (kg/km área D densidade (kg/km área D 50 área C 50 área C área B área B 0 0 100-149 área A 100-149 área A 150-199 200-299 150-199 200-299 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m) Figura 6.62 – Densidades de Lophius gastrophysus em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro- fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

(Tabela 6.1 e 6.15).O número estimado de exemplares para o conjunto dos dois levantamen- tos de inverno-primavera foi de 9,58 milhões e,para o verão-outono de 2002,de 6,20 milhões. O comprimento total dos exemplares capturados variou entre 142 e 890 mm e o peso entre 40,5 e 12.500 g. Foi constatada tendência de aumento dos exemplares em

88 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 89

Tabela 6.15 – Biomassas (t) de Lophius gastrophysus, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m,com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 296 1.146 222 873 291 885 184 8 150-199 m 275 2.845 3.935 161 882 2.159 639 199 200-299 m 399 2.252 509 223 335 1.487 268 — 300-399 m 407 765 170 — — 906 561 227 400-600 m 193 568 253 264 225 787 385 283

14 14

12 12

10 10

8 8

6 6

peso médio (kg) 4 peso médio (kg) 4

2 2

0 0 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m) Figura 6.63 – Peso médio de Lophius gastrophysus por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros- pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

direção a zonas mais profundas e para o sul da área do estudo (áreas A e B) (Figura P). Exemplares pequenos foram observados em todas as áreas e épocas com exceção do extremo sul no inverno (Figura 6.64). Devido à rápida expansão das pescarias dirigidas a esta espécie na época da realiza- ção do levantamento, a estrutura em comprimentos e sexo das capturas foi analisada em mais detalhes e disponibilizada na página do Programa REVIZEE (Haimovici et al., 2002). As proporções por sexo foram calculadas por classes de comprimentos para o total dos dados disponíveis, tendo-se observado um equilíbrio nos 350 mm, uma proporção superior a 60% de machos dos 350 aos 500 mm e um progressivo aumento na proporção de fêmeas nos comprimentos maiores,sendo que a partir de 650 mm foram diagnosticadas apenas fêmeas (Figura 6.65). Os índices gonadossomáticos das fêmeas (IG peso ovário/CT3) foram mais elevados no inverno-primavera, particularmente para as classes de comprimentos totais superiores a 500 mm, indicando que a primeira maturação das fêmeas ocorre a partir deste comprimento (Figura 6.66). Foi possível diagnosticar que a desova ocorre a partir da prima- vera e finaliza antes do fim do verão.É interessante ressaltar a forte elevação dos índices das fêmeas de maior porte, o que indica que a contribuição das maiores fêmeas e idosas é fun- damental para manter o potencial reprodutivo do estoque. Os resultados obtidos permitiram algumas conclusões relevantes a serem utiliza- das no ordenamento da pescaria do peixe-sapo: 1. A espécie se distribui ao longo de toda a região com pouca variação na distribuição e na abundância entre épocas do ano; 2. Os exemplares menores, com baixo valor comercial se distribuem preferencialmente na plataforma externa e na quebra do talude; os exemplares maiores se distribuem sobre o talude superior entre 200 e 400 m de profundidade; 3. As fêmeas predominam entre os exemplares maiores indicando diferenças de cresci- mento entre machos e fêmeas; 4. A contribuição reprodutiva das fêmeas de maior tamanho por unidade de peso é muito maior que a das fêmeas maduras de menor tamanho e idade, devendo ser ressaltada sua importância para assegurar o potencial reprodutivo do estoque.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 89 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 90

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 1,0 1,0

0,8 0,8

0,6 0,6

0,4 0,4 0,2 0,2

0 0 120 270 420570 720 870 120 270 420570 720 870

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 1,0 1,0

0,8 0,8

0,6 0,6

0,4 0,4 0,2 0,2

0 0 120 270 420570 720 870 120 270 420570 720 870

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 1,0 1,0

0,8 0,8 milhões de exemplares 0,6 0,6

0,4 0,4 0,2 0,2

0 0 120 270 420570 720 870 120 270 420570 720 870

Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 1,0 1,0

0,8 0,8

0,6 0,6

0,4 0,4 0,2 0,2

0 0 120 270 420570 720 870 120 270 420570 720 870 comprimento total (mm)

Figura 6.64 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Lophius gastrophysus por classes de compri- mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°342’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Proporção de fêmeas

100

80

60

40 porcentagem (%) porcentagem

20

0 150 350 450 550 650 750 850 classes de comprimento totais (mm)

Figura 6.65 – Proporção de fêmeas de Lophius gastrophysus (n=342) por classes de 100 mm de intervalo nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo, realizados entre Cabo Frio (23°,RJ) e Chuí (34°34’, RS), em agosto-setembro de 2001, março-abril de 2002 e junho de 2002.

90 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 91

Índice gonadossomático de fêmeas de Lophius gastrophysus 6,0 inverno-primavera 2001 verão-outono 2002 5,0

4,0 3

10 3,0 IG

2,0

1,0

0 200 300 400 500 600 700 850

Figura 6.66 – Índice gonadossomático de fêmeas de Lophius gastrophysus (n=342) por classes de 100 mm de intervalo nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo, realizados entre Cabo Frio (23°,RJ) e Chuí (34°34’, RS), em agosto-setembro de 2001, março-abril de 2002 e junho de 2002.

Malacocephalus occidentalis

O peixe-rato, Malacocephalus occidentalis Goode & Bean, 1885, é um gadiforme da família Macrouridae que se distribui em águas tropicais e temperadas-quentes do Oceano Atlântico.É uma espécie bentopelágica, ocorrendo sobre o talude superior entre 200 e 600 m de profundidade. Atinge cerca de 45 cm de comprimento total (Cohen, 1990). Esta espécie ocorreu em 87 dos 224 lances (FO 38,8%), com captura total de 375,6 kg (1,2% do total capturado) (Anexo 2). Foi capturada entre as latitudes de 23°41’S e 34°16’S, em profundidades de 210 a 619 m, em fundos onde a temperatura da água esta- va entre 5,2°C e 12,8°C As maiores capturas foram em 500 e 600m, e temperaturas entre 6°C e 11°C (Figuras 6.67, 6.68 e 6.69).

Cabo de Cabo de São Tomé 22˚ S Malacocephalus occidentalis São Tomé 22˚ S

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2 30˚ S 30˚ S 50 Rio Rio 100 32˚ S 32˚ S Grande Grande 200 500 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 750 2002 2001 1000 2002 36˚ S 36˚ S 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.67 – Densidades em kg/km2 do peixe-rato Malacocephalus occidentalis, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 91 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 92

22 25 kg/km2 kg/km2 24

C) 20 ˚ 26 S) ˚ 15 28

10

latitude ( 30

32

temperatura no fundo ( 5

34 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m) profundidade (m) Figura 6.68 – Densidades por lances (kg/km2) de Malacocephalus occidentalis em relação à latitude, tempe- ratura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

250 250

) 200 ) 200 2 2

150 150

100 100 densidade (kg/km densidade (kg/km 50 área D 50 área D área C área C 0 área B 0 área B 100-149 100-149 150-199 área A 150-199 área A 200-299 300-339 200-299 300-339 profundidade (m) 400-600 profundidade (m) 400-600

Figura 6.69 – Densidades de Malacocephalus occidentalis em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 1404t (/ 43%) e no verão-outono de 2002 foi de 1 797 t (/ 44%) (Tabelas 6.1 e 6.16). O número estimado de exemplares na área de estudo para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera foi de 12,9 milhões e para o verão-outono de 2002 de 14,11 milhões. Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 60 e 541 mm e seus pesos entre 1,6 e 454 g . O tamanho dos exemplares aumentou notadamente em direção ao fundo, sendo que este aumento foi menos conspícuo, mas também ocorreu, em direção ao norte da área (Figura 6.70). Exemplares menores que 150 mm CT só ocorreram no extremo sul, na área A (lances entre 34°35’S e 31°50’S) nas duas épocas dos levantamentos, mas em pequeno número. Exemplares maiores (moda de 300-460 mm CT) foram capturados em ambas as épocas do ano, entre 400-600 m, sendo mais abundantes na área C (lances entre 24°24’S e 28°S) (Figura 6.71).

Tabela 6.16 – Biomassas (t) de Malacocephalus occidentalis, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m — — — — — — — — 150-199 m — — — — — — — — 200-299 m 12 — — — 69 — — — 300-399 m 13 38 5 — 14 9 — 28 400-600 m 58 229 903 146 176 180 1.115 206

92 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 93

0,40 0,40

0,35 0,35

0,30 0,30

0,25 0,25

0,20 0,20

0,15 0,15 peso médio (kg) peso médio (kg) 0,10 0,10

0,05 0,05

0 0 21˚ S 24˚ S 27˚ S30˚ S 33˚ S 36˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m)

Figura 6.70 – Peso médio de Malacocephalus occidentalis por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 2,0 2,0

1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 40 140 240340 440 540 40 140 240340 440 540 Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 2,0 2,0

1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 40 140 240340 440 540 40 140 240340 440 540 Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 2,0 2,0

1,5 1,5 milhões de exemplares

1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 40 140 240340 440 540 40 140 240340 440 540 Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 2,0 2,0

1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 40 140 240340 440 540 40 140 240340 440 540 comprimento total (mm)

Figura 6.71 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Malacocephalus occidentalis por classes de comprimento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Ao sul de Santa Marta,exemplares maduros apareceram em ambos os levantamen- tos e, as menores fêmeas maduras mediram 300 mm CT; já ao norte, fêmeas maduras foram encontradas apenas no inverno-primavera, sendo que as menores mediram 286 mm.Na alimentação dos exemplares ao sul de Santa Marta predominaram amplamente os crustáceos, seguidos de teleósteos (Martins, 2000), equanto que ao norte predominaram os teleósteos e, depois crustáceos e cefalópodes (Muto et al., 2005)

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 93 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 94

Merluccius hubbsi

A merluza, Merluccius hubbsi Marini, 1933, é um gadiforme da Família Merlucciidae. Os machos atingem cerca de 60 cm e as fêmeas até 1 m de comprimento total. Distribui- se no Oceano Atlântico desde Cabo Frio (22°S), RJ, até o sul da Argentina (55°S), entre 50 e 500 m de profundidade (Figueiredo & Menezes, 1978, Cousseau & Perrota, 1998). É uma espécie bentopelágica que durante o dia se encontra no fundo e à noite migra para cama- das superficiais. Apresenta desova múltipla, desovando praticamente durante o ano todo. Na zona costeira patagônica a desova é mais intensa no verão; na região sul do Brasil ocorre durante o inverno, e na região sudeste na primavera-verão (Cousseau & Perrota, 1998; Haimovici et al,, 1993; Vaz dos Santos & Rossi-Wongtschowski, 2005). Na plataforma conti- nental do sul do Brasil, os adultos alimentam-se principalmente de Engraulis anchoita, Trachurus lathami e Illex argentinus, enquanto os juvenis se alimentam principalmente de E. anchoita, misidáceos e anfípodes (Haimovici et al., 1993). É um importante recurso pesqueiro, principalmente no Uruguai e Argentina. No sul do Brasil as maiores capturas ocorrem nos anos em que a penetração de águas frias, vin- das do sul, é mais intensa (Haimovici, 1997). No litoral do Rio de Janeiro ocorre um estoque de merluza associado à ressurgência de Cabo Frio (Fagundes Netto & Oliveira, 1998). Em anos recentes a merluza vem sendo objeto de intensa pesca de arrasto no talude superior de toda a Região Sudeste-Sul (Perez et al., 2003). No levantamento realizado, a merluza ocorreu em 194 dos 224 lances (FO 86,6%), com uma captura total de 19.272 exemplares e 2.730 kg (8,4% do total), ocupando o 1° lugar em freqüência de ocorrência e o 4° em biomassa (Anexo 2). Foi capturada em todas as profundidades e latitudes amostradas, sendo encontrada entre 23°05’S e 34°34’S de lati- tude, 94 e 619 m de profundidade e águas de fundo com temperaturas entre 5,2°C e 17,8°C (Figuras 6.72 e 6.73). As maiores densidades foram obtidas entre 6°C-13°C e 250-550 m (Figuras 6.73 e 6.74). Foram observados dois núcleos com maiores densidades, um mais ao sul, entre 33°S e 34°S, e outro ao norte, entre 23°S e 25°S (Figura 6.72,Tabela 6.17). No con- junto, o número estimado de exemplares na área dos dois levantamentos de inverno-pri- mavera foi de 169 milhões e, no verão-outono de 2002 de 207 milhões.

22˚ S Merluccius hubbsi Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2

30˚ S 30˚ S 50 100 Rio Rio 500 32˚ S 32˚ S Grande Grande 1000 2000 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 4000 2002 2001 6000 2002 36˚ S 36˚ S 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.72 – Densidades em kg/km2 da merluza Merluccius hubbsi, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

94 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 95

22 20 2 18 kg/km 24

C) 16 ˚ 26 14 S)

˚ 12 28 10 8

latitude ( 30 6 32

temperatura no fundo ( 4 2 34 kg/km 2 0 100 200 300 400 500 600 700 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.73 – Densidades por lances (kg/km2) de Merluccius hubbsi em relação à latitude, temperatura e pro- fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

1800 1800 1600 1600 ) )

1400 2 1400 1200 1200

(g 1000 1000 800 800 600 600 densidade (kg/km 400 área D 400 área D 200 área C 200 área C 0 área B 0 área B 100-149 100-149 150-199 área A 150-199 área A 200-299 300-339 200-299 300-339 profundidade (m) 400-600 profundidade (m) 400-600

Figura 6.74 – Densidades de Merluccius hubbsi em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundi- dade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 19 497 t (/34%) e, para todas as áreas, no verão-outono de 2002 foi de 21 934 (/27%) (Tabela 6.1 e 6.17). A biomassa no verão-outono foi muito semelhante à do inverno-primavera. Os intervalos de confiança de 90% foram pequenos devido à dis- tribuição relativamente homogênea da espécie nos estratos de latitude e profundidade. Os tamanhos dos exemplares capturados variaram entre 51 e 770 mm (CT) e os pesos entre 51 e 3 500 g.O comprimento dos exemplares aumentou em direção à águas mais profun- das (Figura 6.75). Peixes maduros foram capturados em todos os meses amostrados, ao longo de toda a região. O recrutamento de indivíduos pequenos (menores de 150 mm CT) ocorreu em águas rasas de todas as latitudes durante todo ano,mais acentuadamente no verão-outono.

Tabela 6.17 – Biomassas (t) de Merluccius hubbsi, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 5 382 918 838 11 717 1.577 793 150-199 m 1.476 1.150 677 31 1.187 945 3.129 — 200-299 m 426 832 1.138 861 1.574 829 133 — 300-399 m 834 1.127 4.299 12 506 803 1.042 2.627 400-600 m 1.771 531 1.401 788 662 2.508 1.875 1.016

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 95 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 96

Exemplares entre 130-180 mm (CT) foram os mais abundantes. Com base nos parâmetros de crescimento e reprodutivos, apresentados por Vaz-dos-Santos & Rossi-Wongtschowski (2005), predominaram juvenis sexualmente imaturos, no segundo ano de vida. O levantamento mostrou que o Sul e o Sudeste do Brasil constituem uma parte importante do hábitat da merluza:no sul como área de criação de juvenis do estoque com- partilhado com o Uruguai e a Argentina (Haimovici et al., 1993). Vaz-dos-Santos (2006) identificou diferenças no crescimento e na sazonalidade da reprodução ao norte e ao sul do Cabo de Santa Marta, e postulou a existência de unidades populacionais distintas nes- sas duas regiões, sendo que a continuidade na distribuição da merluza em toda a região Sul-Sudeste sugere um alto grau de mistura entre os dois estoques.

1,6 1,6 1,4 1,4 1,2 1,2 1,0 1,0 0,8 0,8 0,6 0,6 peso médio (kg) peso médio (kg) 0,4 0,4 0,2 0,2

0 0 21˚ S 24˚ S 27˚ S30˚ S 33˚ S 36˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m)

Figura 6.75 – Peso médio de Merluccius hubbsi por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros- pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 30 30 25 25 20 20 15 15 10 10 5 5 0 0 0 150 300450 600 750 0 150 300450 600 750 Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 30 30 25 25 20 20 15 15 10 10 5 5 0 0 0 150 300450 600 750 0 150 300450 600 750 Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 30 30 25 25

milhões de exemplares 20 20 15 15 10 10 5 5 Figura 6.76 – Número estima- 0 0 do, em milhões de exem- 0 150 300450 600 750 0 150 300450 600 750 plares, de Merluccius hubbsi Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D por classes de comprimento 30 30 total, nos levantamentos de 25 25 prospecção pesqueira com 20 20 rede de arrasto-de-fundo do 15 15 Programa REVIZEE, realiza- 10 10 dos em 2001 e 2002 entre 5 5 Cabo Frio (23°S) e Chuí 0 0 (34°34’S) e 100 e 600 m, com 0 150 300450 600 750 0 150 300450 600 750 os N/Pq Atlântico Sul e comprimento total (mm) Soloncy Moura.

96 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 97

Mullus argentinae

A trilha, Mullus argentinae Hubbs & Marini, 1933, é um peixe perciforme da família Mullidae que ocorre no oceano Atlântico Sudoeste, do Rio de Janeiro até Mar del Plata, na Argentina (Menezes & Figueiredo, 1985; Cousseau & Perrota, 1998). Trata-se de uma espécie demersal de plataforma encontrada geralmente sobre fun- dos de lama que alcança até 25 cm de comprimento. Na região entre Cabo Frio e Torres, a desova ocorre entre 24°S e 28°S nos meses de novembro e março na plataforma externa e sua dieta compõe-se de organismos bentônicos, principalmente de crustáceos, seguidos por poliquetas, equinodermos e peixes (Zaneti-Prado, 1978). A espécie tem valor comercial mas é desembarcada apenas em pequenas quantidades. Nos levantamentos realizados, a trilha ocorreu em 68 dos 224 lances (FO 30,4%) com uma captura de 257 kg (0,8% do total) (Anexo 2).Encontrada entre as latitudes de 23°26’S a 34°34’S,a espécie foi capturada entre 94 e 260 m,em fundos cuja temperatura da água esta- va entre 11,1°C e 17,8°C. As maiores densidades foram encontradas, em ambas as épocas do ano, ao sul de Santa Marta entre 100 e 200 m de profundidade (Figuras 6.77, 6.78, 6.79).

22˚ S Mullus argentinae Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta

30˚ S 30˚ S kg/km2

Rio Rio 50 32˚ S 32˚ S Grande Grande 100 250 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 500 2001 2002 1000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.77 – Densidades em kg/km2 da trilha Mullus argentinae, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 kg/km2 2 18 kg/km 24

C) 16 ˚ 26 14 S)

˚ 12 28 10 8

latitude ( 30 6 32

temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.78 – Densidades por lances (kg/km2) de Mullus argentinae em relação à latitude, temperatura e pro- fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 97 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 98

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

300 300

250 250 ) ) 2 2 200 200

150 150

100 100 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 50 50 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 100-149 150-199 área A 150-199 área A 200-299 300-339 200-299 300-339 profundidade (m) 400-600 profundidade (m) 400-600

Figura 6.79 – Densidades de Mullus argentinae em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundi- dade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 6 096 t (/6,1%) e no verão-outono foi de 2002 foi de 4 797 (/34) (Tabelas 6.1 e 6.18). O número estimado de exemplares na área do estudo, para o conjun- to dos dois levantamentos de inverno-primavera, foi 65 milhões e, para o verão-outono de 2002 de 48 milhões.

Tabela 6.18 – Biomassas (t) de Mullus argentinae, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 562 2.388 348 128 1.212 1.566 9 24 150-199 m 554 1.673 346 — 635 1.006 70 — 200-299 m 8 82 6 — 14 263 — —

Os comprimentos totais dos exemplares capturados variaram entre 100 e 260 mm e, os pesos entre 11 e 295 g. Os pesos médios não mostraram uma tendência definida em relação à latitude (Figura 6.80). Um núcleo de maior abundância em número foi encontra- do no outono, ao sul de Santa Marta (áreas A e B), e era composto principalmente por exemplares com comprimentos variando entre 150 e 210 mm.Não se observou um padrão sazonal de recrutamento (Figura 6.81). Fêmeas maduras foram observadas nas áreas C e D, no mês de outubro. O levantamento mostrou que na plataforma externa e talude, a trilha é muito mais abundante ao sul de Santa Marta, confirmando observações de Vazzoler et al. (1973) e Haimovici et al. (1994), que localizaram núcleos de maior densidade na plataforma do Rio Grande do Sul em profundidades maiores que 80 m e, em águas frias (10 a 16°C). Ao norte do Cabo de Santa Marta Grande a densidade foi muito menor, em particular no verão-ou- tono, quando a trilha praticamente desapareceu das faixas de profundidades abrangidas pelos levantamentos.Segundo Zaneti-Prado (1979),nesta área a espécie ocorre mais próxi- ma à costa no inverno e primavera, afastando-se dela no verão e no outono. Este fato não pôde ser constatado, devido á maior profundidade dos cruzeiros do REVIZEE.

98 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 99

0,25 0,25

0,20 0,20

0,15 0,15

0,10 0,10 peso médio (kg) peso médio (kg)

0,05 0,05

0 0 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 latitude profundidade (m)

Figura 6.80 – Peso médio de Mullus argentinae por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros- pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 10 10

8 8

6 6

4 4 2 2

0 0 80 110 140170 200 230 260 80 110 140170 200 230 260

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 10 10

8 8

6 6

4 4 2 2

0 0 80 110 140170 200 230 260 80 110 140170 200 230 260

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 10 10

8 8 milhões de exemplares 6 6

4 4 2 2

0 0 80 110 140170 200 230 260 80 110 140170 200 230 260

Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 10 10

8 8

6 6

4 4 2 2

0 0 80 110 140170 200 230 260 80 110 140170 200 230 260 comprimento total (mm) Figura 6.81 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Mullus argentinae por classes de comprimen- to total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 99 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 100

Mustelus schmitti

O caçonete, Mustelus schmitti Springer, 1939, pertence à família Triakidae e alcança até 1 metro de comprimento total.Distribui-se no Atlântico Sudoeste,do Rio de Janeiro até a Argentina. Este cação vive no fundo e é encontrado desde a costa até 195 m de profun- didade (Heemstra,1997).Mustelus schmitti reproduz por viviparidade lecitotrófica,sem pla- centa e o ciclo reprodutivo é anual. Os parâmetros populacionais de Mustelus schmitti no sul do Brasil são apresentados na Tabela 6.20. Esta espécie ocorreu em 16 dos 224 lances (FO 7,1%) com uma captura de 177 exemplares e 175 kg (0,5% do total) (Anexo 2). M schmitti foi capturado entre 26°24’S e 33°35’S de latitude, entre 100 e 180 m de profundidade e águas de fundo com temperatu- ra entre 15,0°C e 17,6°C.Em ambas as épocas do ano,mas com valores superiores no verão- outono, as maiores densidades foram registradas ao sul de Santa Marta (áreas A e B), entre 100 e 200 m de profundidade (Figuras 6.82, 6.83, 6.84). A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 2 726 t (/84%) e no verão-outono de 2002 foi de 2 959 (/120%) e, na

22˚ S Mustelus schmitti Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2 30˚ S 30˚ S 50 Rio Rio 100 32˚ S 32˚ S Grande Grande 200 500 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 1000 2002 2001 1500 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.82 – Densidades em kg/km2 do caçonete Mustelus schmitti, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 kg/km2 2 18 kg/km 24

C) 16 ˚ 26 14 S)

˚ 12 28 10 8

latitude ( 30 6 32

temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.83 – Densidades por lances (kg/km2) de Mustelus schmitti em relação à latitude, temperatura e pro- fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

100 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 101

Inverno -primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

300 300

250 250 ) ) 2 2 200 200

150 150

100 100 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 50 50 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.84 – Densidades de Mustelus schmitti em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Tabela 6.19 – Biomassas (t) de Mustelus schmitti, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 562 1.830 85 — 2.053 755 73 — 150-199 m 249 — — — 59 19 — —

Tabela 6.20 – Parâmetros populacionais de Mustelus schmitti na plataforma do Rio Grande do Sul nos anos 1980-1983, segundo Soto (1986).

Parâmetro Macho Fêmea CT máximo (cm) 80 89 CT do menor indivíduo maturo (cm) 51 54 CT com 50% maturidade (cm) 56 59 CT com 100% maturidade (cm) 66 78 Número de embriões — 1-19, média 7

área D não houve capturas nas duas épocas (Tabela 6.1 e 6.19). O número estimado de exemplares na área de estudo para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-prima- vera foi 3,3 milhões e para o verão-outono de 2002 de 3 milhões. Ao sul de Santa Marta os exemplares capturados variaram entre 330 e 920 mm de comprimento e,ao norte de Santa Marta ocorreram apenas 2 exemplares machos,com 705 mm e 743 mm, capturados entre Paranaguá e Santa Marta, que estavam em maturação. A espécie foi mais abundante na área B, onde predominaram comprimentos das classes de 350 mm no verão-outono, e de 375 mm no inverno (Figura 6.86) provavelmente representando o crescimento de uma nova coorte que anualmente nasce nas águas costeiras rasas da região durante a primavera, cujos exemplares apresentam comprimen- tos totais entre 220 a 290 mm (Soto 1986; Vooren et al. 2005). Os resultados obtidos confirmam que uma população regional de Mustelus schmitti se distribui entre o Chuí e o Cabo de Santa Marta, e que nessa população o parto ocorre na primavera. O aumento da abundância dos pequenos juvenis na plataforma externa no inverno (Figura 6.86) pode estar refletindo a migração desses juvenis para maiores profun- didades, em resposta ao resfriamento das águas costeiras que ocorrem nessa época. Foi observado aumento no peso médio por lance dos exemplares em direção ao sul e com o aumento da profundidade (Figura 6.85). As densidades diminuíram em direção ao norte, sendo que somente 2 exemplares foram capturados na área C (um em cada época)

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 101 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 102

e nenhum na área D. Exemplares maiores (600 mm CT) foram mais abundantes ao sul de Rio Grande (área A), no outono (Figura 6.86). O recrutamento da espécie pode ser evi- denciado por um grande número de exemplares pequenos (450 mm CT) na área B, principalmente no inverno (Figura 6.86). No sul da Argentina, o CT máximo dos machos é de 89 cm, e a maturidade sexual ocorre a partir de 71 cm de CT.Os machos atingem 100% de maturidade com CT de 76 cm, enquanto para as fêmeas o CT máximo é de 91 cm e a maturidade sexual ocorre a partir de 80 cm (Chiaramonte & Pettovello, 2000). No sul do Brasil, Mustelus schmitti ocorre ao longo do ano e em todas as profundi- dades da plataforma continental, porém com pico de abundância no inverno, o que reflete a migração sazonal de uma população que, durante o verão, se distribui em águas uru- guaias e argentinas (Vooren, 1997; Vooren et al., 2005). A espécie se alimenta principalmente de crustáceos e poliquetas, mas inclui outros invertebrados e pequenos peixes na sua dieta (Capitoli et al., 1995). Em nível mundial, Mustelus schmitti é classificado como em perigo de extinção (Massa et al., 2006). No Brasil, Mustelus schmitti tem status jurídico de espécie ameaçada de extinção (I.N. MMA nº 5, 2004). Na plataforma do Rio Grande do Sul a abundância de Mustelus schmitti diminuiu cerca de 85% entre 1975 e 1997,principalmente devido à inten- sa pesca de arrasto-de-fundo que ocorre na região (Miranda & Vooren, 2003).

2,5 2,5 Figura 6.85 – Peso médio de Mustelus schmitti por 2,0 2,0 latitudes e profundidades, nos levantamentos de 1,5 1,5 prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo 1,0 1,0 do Programa REVIZEE,

peso médio (kg) peso médio (kg) realizados em 2001 e 2002 0,5 0,5 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 0 0 m, com os N/Pq Atlântico 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 Sul e Soloncy Moura. latitude profundidade (m)

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 1,0 1,0

0,8 0,8

0,6 0,6

0,4 0,4 0,2 0,2

0 0 300 450 600 750 900 300 450 600 750 900

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 1,0 1,0

0,8 0,8

0,6 0,6 Figura 6.86 – Número 0,4 0,4 estimado, em milhões de 0,2 0,2 exemplares, de Mustelus 0 0 schmitti por classes de 300 450 600 750 900 300 450 600 750 900 comprimento total, nos Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C levantamentos de pros- 1,0 1,0 pecção pesqueira com 0,8 0,8 rede de arrasto-de-fundo milhões de exemplares do Programa REVIZEE, 0,6 0,6 realizados em 2001 e 0,4 0,4 2002 entre Cabo Frio 0,2 0,2 (23°S) e Chuí (34°34’S) e 0 0 100 e 600 m, com os 300 450 600 750 900 300 450 600 750 900 N/Pq Atlântico Sul e comprimento total (mm) Soloncy Moura.

102 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 103

Nemadactylus bergi

O besugo ou papa-mosca, Nemadactylus bergi (Norman, 1937) é um peixe perci- forme da família Cheilodactylidae que alcança até 54 cm de comprimento total. Distribui- se no Oceano Atlântico Sudoeste,do Rio de Janeiro (22°S) até a Patagônia Argentina (42°S), sendo mais abundante no sul. É um peixe de hábito demersal, que vive sobre fundos moles. Na Argentina alimenta-se de poliquetas, equinodermos e copépodes e a repro- dução ocorre principalmente em março e abril, prolongando-se até junho. O comprimen- to de maturação é ao redor de 28 cm, seu crescimento é lento e a longevidade supera 20 anos (Cousseau & Perrota, 1998). A espécie ocorreu em 40 dos 224 lances (FO 17,9%) com uma captura de 1413 exemplares e 306,3 kg (0,9% do total) (Anexo 2). O besugo foi capturado entre 24°57’S a 34°34’S de latitude, entre 100 e 316 m de profundidade e águas de fundo com temperatu- ra entre 10,7°C e 17,6°C. Nas duas épocas de amostragem, foi abundante no extremo sul (abaixo de 34°S), entre 100 e 215 m de profundidade (Figuras 6.87, 6.88 e 6.89).

22˚ S Nemadactylus bergi Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2

30˚ S 30˚ S 50 100 Rio Rio 250 32˚ S 32˚ S Grande Grande 500 1000 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 1500 2002 2001 2000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.87 – Densidades em kg/km2 do besugo ou papa-mosca Nemadactylus bergi, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 2 2 kg/km 18 kg/km 24

C) 16 ˚ 26 14 S)

˚ 12 28 10 30 8 latitude ( 32 6

temperatura no fundo ( 4 34 2 36 0 0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.88 – Densidades por lances (kg/km2) de Nemadactylus bergi em relação à latitude, temperatura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 103 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 104

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

600 600

500 500 ) ) 2 2 400 400

300 300

200 200 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 100 100 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.89 – Densidades de Nemadactylus bergi em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 4.499 t (/85%) e no verão-outono de 2002 foi de 5.160 (/92) (Tabelas 6.1 e 6.21). O número estimado de exemplares na área do estudo para o conjunto dos dois levan- tamentos de inverno-primavera foi 23 milhões e,para o verão-outono de 2002 de 21 milhões.

Tabela 6.21 – Biomassas (t) de Nemadactylus bergi, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 1.228 150 39 — 4.258 16 — — 150-199 m 2.392 254 99 — 389 92 — — 200-299 m 176 124 37 — 116 271 11 — 300-399 m — — — — — 11 7 —

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 4 4 O comprimento dos exem- plares capturados variou entre 170 3 3 e 437 mm e o peso entre 53 e 900 g. 2 2 Exemplares adultos (280 mm 1 1 CT) foram mais abundantes ao sul 0 0 de Rio Grande (área A), principal- 170 220 270320 370 420 170 220 270320 370 420 mente no outono,enquanto que Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 4 4 juvenis (280 mm CT) o foram no 3 3 inverno, sendo provavelmente,

2 2 parte de um recrutamento (Figura 6.90). Alguns exemplares maturos 1 1 foram observados no sul no levan- 0 0 170 220 270320 370 420 170 220 270320 370 420 tamento de inverno.

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 4 4 Figura 6.90 – Número estimado, em milhões milhões de exemplares 3 3 de exemplares, de Nemadactylus bergi por 2 2 classes de comprimento total, nos levanta- mentos de prospecção pesqueira com rede 1 1 de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, 0 0 realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio 170 220 270320 370 420 170 220 270320 370 420 (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com comprimento total (mm) os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

104 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 105

Paralichthys isosceles

O linguado-da-areia, Paralichthys isosceles Jordan, 1890, é um peixe pleuronecti- forme da família Paralichthyidae que ocorre no Oceano Atlântico Sudoeste, desde o litoral do Rio de Janeiro até o golfo de São Jorge, na Argentina (46°S) (Figueiredo & Menezes, 2000). Esta espécie habita fundos lodosos ou de areia e lodo, alimentando-se de peixes, cefalópodes e crustáceos (Kawakami, 1975; Garcia, 1987; Ignácio, 2006). O linguado-da-areia ocorreu em 63 dos 224 lances (FO 28,1%) com uma captura de 1 481 exemplares e 375,6 kg (1,2% do total) (Anexo 2). Foi capturado entre 23°09’S e 34°19’S de latitude, entre 94 e 305 m de profundidade, em águas com temperaturas de fundo de 10,7°C a 17,8°C. Foi mais abundante ao sul de Santa Marta, entre 100 e 200 m de profundidade e águas com 14°C a 17,5°C de temperatura. (Figuras 6.91, 6.92 e 6.93) . A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 8 995 t (/37%) e no verão-outono de 2002 foi de 7 520 t (/33%) (Tabelas 6.1 e 6.22). O número de exemplares na área do estudo,para o conjunto dos dois levantamentos de inver- no-primavera, foi estimado em 32 milhões e para o verão-outono de 2002 em 31 milhões.

22˚ S Paralichthys isosceles Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta

30˚ S 30˚ S kg/km2

Rio Rio 50 32˚ S 32˚ S Grande Grande 100 250 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 500 2001 2002 1000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.91 – Densidade em kg/km2 do linguado-da-areia Paralichthys isosceles, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 kg/km2 kg/km2 18 24

C) 16 ˚ 26 14 S) ˚ 12 28 10 8

latitude ( 30 6 32

temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 profundidade (m) profundidade (m) Figura 6.92 – Densidade por lances (kg/km2) de Paralichthys isosceles em relação à latitude, temperatura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 105 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 106

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

300 300

250 250 ) ) 2 2 200 200

150 150

100 100 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 50 50 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.93 – Densidades de Paralichthys isosceles em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro- fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Tabela 6.22 – Biomassas (t) de Paralichthys isosceles, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 746 2.782 915 154 1.953 1.995 1.784 134 150-199 m 965 2.653 728 — 1.120 125 159 8 200-299 m 5 — 21 27 53 — 175 6 300-399 m — — — — — — — 9 400-600 m — — — — — — — —

0,8 0,8

0,7 0,7

0,6 0,6

0,5 0,5

0,4 0,4

0,3 0,3 peso médio (kg) peso médio (kg) 0,2 0,2

0,1 0,1

0 0 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 latitude profundidade (m)

Figura 6.93A – Peso médio de Paralichthys isosceles,por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

O comprimento total dos exemplares capturados variou entre 150 e 420 mm de e o peso entre 22 e 785 g. Exemplares maiores foram encontrados em ambas as épocas dos levantamentos, nas áreas A e B. (Figura 6.93A e 6.94). Nas áreas A e B, exemplares em maturação foram observados no levantamento de fins de inverno, enquanto que nas áreas C e D, desde o início do inverno até o verão. Aparecem muitas modas de comprimento nos dois levantamentos nas áreas onde foi capturado (A, B e C), mas o pequeno número de exemplares com comprimentos inferi- ores a 200 mm não permitiu uma análise clara sobre o recrutamento.

106 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 107

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 2,0 2,0

1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 150 200 250300 350 400 150 200 250300 350 400 Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 2,0 2,0

1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 150 200 250300 350 400 150 200 250300 350 400 Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 2,0 2,0

1,5 1,5 milhões de exemplares

1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 150 200 250300 350 400 150 200 250300 350 400 Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 2,0 2,0

1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 150 200 250300 350 400 150 200 250300 350 400 comprimento total (mm) Figura 6.94 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Paralichthys isosceles por classes de compri- mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Polymixia lowei

A barbuda ou trilha-branca, Polymixia lowei, Günther, 1859 é um perciforme da família Polymixiidae. Distribui-se no Oceano Atlântico Ocidental, desde Nova Jérsei (EUA) até o Uruguai. Espécie batidemersal encontrada em profundidades entre 50-650 m, princi- palmente sobre fundos moles da plataforma continental e do talude superior dos conti- nentes e ilhas (Figueiredo & Menezes, 1978; Carpenter, 2002). P. lowei ocorreu em 116 dos 224 lances (FO 51,79%), com uma captura de 30 462 exemplares e 3 832,1 kg (11,74% do total), ocupando o 1° em biomassa e o 6° lugar em fre- qüência de ocorrência (junto com Bembrops heterurus) (Anexo 2). Esta espécie foi encon- trada entre 23°39’S e 34°34’S, em profundidades entre 128 e 619 m e águas de fundo com temperaturas entre 5,5°C e 17,3°C. As maiores densidades ocorreram nas áreas C e D, ao norte de 26°S, entre 300 e 550 m e 10°C e 12°C (Figuras 6.95, 6.96 e 6.97).

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 107 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 108

22˚ S Polymixia lowei Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2

30˚ S 30˚ S 50 100 Rio Rio 500 32˚ S 32˚ S Grande Grande 1000 2000 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 4000 2002 2001 6000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.95 – Densidades em kg/km2 da barbuda Polymixia lowei, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 25 kg/km2 kg/km2 24

C) 20 ˚ 26 S)

˚ 15 28

10

latitude ( 30

32

temperatura no fundo ( 5

34 0 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.96 – Densidades por lances (kg/km2) de Polymixia lowei em relação à latitude, temperatura e profun- didade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

3500 3500 ) )

2 3000 2 3000 2500 2500 2000 2000 1500 1500

densidade (kg/km 1000 densidade (kg/km 1000 área D área D 500 área C 500 área C 0 área B 0 área B 100-149 100-149 150-199 área A 150-199 área A 200-299 300-339 200-299 300-339 profundidade (m) 400-600 profundidade (m) 400-600

Figura 6.97 – Densidades de Polymixia lowei em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realiza- dos em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

108 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 109

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 18 174 t (/71%) e no verão-outono de 2002 foi de 21 714 t (/57%) (Tabelas 6.1 e 6.23). O número estimado de exemplares na área de estudo, para o conjun- to dos dois levantamentos de inverno-primavera,foi de 170,1 milhões e para o verão-outo- no de 2002 de 190,6 milhões.

Tabela 6.23 – Biomassas (t) de Polymixia lowei, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 11 — — — — 2 — — 150-199 m 1.382 12 31 — 741 64 17 — 200-299 m 41 1.453 20 142 721 2.002 65 — 300-399 m 3 950 3.339 — 184 219 1.890 6.098 400-600 m — 353 8.901 1.536 10 315 5.375 4.012

Os exemplares capturados variaram entre 64 e 307 mm de comprimento total e entre 4,9 e 371 g de peso. Os pesos médios e os comprimentos aumentam em direção às zonas mais profundas e para o norte (Figuras 6.98 e 6.99) Exemplares maiores de 180 mm CT foram encontrados ao norte de 28°S (áreas C e D), principalmente entre 300 e 600 m de profundidade, sendo que, aqueles de tamanho intermediário,entre 120 e 180 mm CT,foram capturados nas áreas A e B em todos os perío- dos, menos no inverno-primavera de 2001 na área C (Figuras 6.99 e 6.100). Foi observado um pequeno recrutamento de exemplares menores que 120 mm (CT) nas áreas A, B e C, no verão-outono de 2002. Nas áreas C e D, fêmeas maturas ocorreram em outubro e janeiro e, no sul apenas em setembro. Segundo Muto et al., (2005) e Martins (2000) a alimentação consiste de crustáceos, cefalópodes e peixes teleósteos (principalmente aqueles de hábitos pelágicos: bregmace- rotídeos e mictofídeos).

0,30 0,30

0,25 0,25

0,20 0,20

0,15 0,15

0,10 0,10 peso médio (kg) peso médio (kg)

0,05 0,05

0 0 20˚ S 23˚ S 26˚ S29˚ S 32˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m)

Figura 6.98 – Peso médio de Polymixia lowei por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 109 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 110

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 30 30 25 25 20 20 15 15 10 10 5 5 0 0 50 100 150200 250 300 50 100 150200 250 300 Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 30 30 25 25 20 20 15 15 10 10 5 5 0 0 50 100 150200 250 300 50 100 150200 250 300 Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 30 30 25 25

milhões de exemplares 20 20 15 15 10 10 5 5 0 0 50 100 150200 250 300 50 100 150200 250 300 Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 30 30 25 25 20 20 15 15 10 10 5 5 0 0 50 100 150200 250 300 50 100 150200 250 300 comprimento total (mm)

Figura 6.99 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Polymixia lowei por classes de comprimento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, real- izados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

70 60

60 50 50 40 40 30 30 20 20

milhões de exemplares milhões de exemplares 10 10 180 180 0 120-180 0 120-180 2001 – A 2002 – A 2001 – B 120 2002 – B 120 2001 – C outono 2002 – C 2002 – D 2002 – D

Figura 6.100 – Números (em milhões de exemplares) de Polymixia lowei por ano, épocas e estratos latitudi- nais por classes de comprimento (<120 mm, 120-180 mm, >180 mm) estimados a partir dos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo, realizados entre Cabo Frio (23°,RJ) e Chuí (34°34’, RS), em agosto-setembro de 2001, março-abril de 2002 e junho de 2002.

110 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 111

Prionotus punctatus

A cabrinha, Prionotus punctatus (Bloch, 1797), é um peixe escorpeniforme da família Triglidae que atinge pouco mais de 40 cm de comprimento total. É uma espécie demersal que ocorre no Oceano Atlântico Ocidental,da América Central (Belize) à Argentina.(Figuei- redo & Menezes, 1980). A distribuição desta espécie, que ocorre predominantemente na plataforma, foi determinada na região sul por Haimovici et al., (1996), onde é capturada o ano todo e, na plataforma da região sudeste onde sua densidade está relacionada com a intensidade de penetração da ACAS, existindo maiores densidades em áreas com predominância de águas quentes (Rossi-Wongtschowski & Paes, 1993). No sul, sua época de reprodução se estende da primavera até o início do outono, a primeira maturação é atingida, em média, com 26 cm e a desova é múltipla;sua dieta é composta principalmente por crustáceos e,em menor quantidade, por peixes (Teixeira & Haimovici, 1989). No sudeste a cabrinha se alimenta principalmente de siris e camarões (Braga, 1987; Soares & Apelbaum,1994). Esta espécie ocorreu em 44 dos 224 lances (FO 19,6%) com uma captura de 456,2 kg (1,4% do total) (Anexo 2). Foi capturada entre 23°57’S a 34°19’S de latitude, entre 100 e 260 m de profundidade e em águas de fundo com temperatura entre 12°C e 17,6°C. As maiores biomassas foram encontradas ao sul de Santa Marta (Figuras 6.101, 6.102 e 6.103).

22˚ S Prionotus punctatus Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2 30˚ S 30˚ S 50 Rio Rio 100 32˚ S 32˚ S Grande Grande 250 500 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 1000 2002 2001 1500 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.101 – Densidade em kg/km2 da cabrinha Prionotus punctatus, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 8.657t (+/-48%) e no verão-outono de 2002 foi de 11.050 t (+/-46%) (Tabelas 6.1 e 6.24). O número de exemplares na área do estudo, para o conjunto dos dois levanta- mentos de inverno-primavera, foi estimado em 18 milhões e, para o verão-outono de 2002 em 22 milhões. Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 120 e 430 mm e seus pesos entre 17 e 1.090 g.Os pesos médios por lance aumentaram em direção ao sul (Figura 6.104). Exemplares maiores de 240 mm CT foram mais numerosos ao sul de Santa Marta e exemplares menores de 200 mm CT ocorreram somente na área C, principalmente no inverno-primavera (Figura 6.105). Nas áreas C e D, fêmeas maturas foram capturadas em agosto e fevereiro e as menores mediram 191 mm.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 111 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 112

22 20 kg/km2 kg/km2 18 24 16 C) ˚ 26 14 S)

˚ 12 28 10 8 latitude ( 30 6 32 temperatura no fundo ( 4 2 34 0 0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.102 – Densidades por lances (kg/km2) de Prionotus punctatus em relação à latitude, temperatura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

350 350

300 300 ) ) 2 2 250 250

200 200

150 150

100 100 densidade (kg/km área D densidade (kg/km área D 50 área C 50 área C área B área B 0 0 100-149 área A 100-149 área A 150-199 200-299 150-199 200-299 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.103 – Densidades de Prionotus punctatus em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro- fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Tabela 6.24 – Biomassas (t) de Prionotus punctatus, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 405 5.406 1.125 — 2.608 3.763 2.130 3 150-199 m 1.488 138 73 — 1.882 513 101 — 200-299 m 8 14 — — — 45 6 —

112 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 113

1,00 1,00

0,80 0,80

0,60 0,60

0,40 0,40 peso médio (kg) peso médio (kg)

0,20 0,20

0 0 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m)

Figura 6.104 – Peso médio de Prionotus punctatus por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros- pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 4,0 4,0 3,5 3,5 3,0 3,0 2,5 2,5 2,0 2,0 1,5 1,5 1,0 1,0 0,5 0,5 0 0 100 140 180 220280300 340 380 420 100 140 180 220280300 340 380 420

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 4,0 4,0 3,5 3,5 3,0 3,0 2,5 2,5 2,0 2,0 1,5 1,5 1,0 1,0 0,5 0,5 0 0 100 140 180 220280300 340 380 420 100 140 180 220280300 340 380 420

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 4,0 4,0 3,5 3,5

milhões de exemplares 3,0 3,0 2,5 2,5 2,0 2,0 1,5 1,5 1,0 1,0 0,5 0,5 0 0 100 140 180 220280300 340 380 420 100 140 180 220280300 340 380 420

Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 4,0 4,0 3,5 3,5 3,0 3,0 2,5 2,5 2,0 2,0 1,5 1,5 1,0 1,0 0,5 0,5 0 0 100 140 180 220280300 340 380 420 100 140 180 220280300 340 380 420 comprimento total (mm)

Figura 6.105 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Prionotus punctatus por classes de compri- mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 113 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:20 AM Page 114

Squalus megalops

O cação-bagre-de-focinho-curto,Squalus megalops (Macleay,1881) pertence à família Squalidae e, segundo Compagno (1984), ocorre na costa sul da África entre o Golfo de Guiné e Moçambique, na costa sul da Austrália e na costa sudeste da Ásia. Das três espécies de Squalus que ocorrem no sul do Brasil,a espécie mais comum foi iden- tificada por Calderón (1994) e Vooren (1997) como Squalus megalops (Macleay,1881),porque sua morfologia e seus parâmetros populacionais (Tabela 6.26) correspondem estreitamente à descrição dessa espécie na África do Sul,apresentada por Bass et al.(1976).Soto (2001) denomina essa espécie de Squalus sp (A) e cação-bagre-de-focinho-curto, informando que a mesma se dis- tribui desde a Bahia até o Rio Grande do Sul. No sul do Brasil esta espécie ocorre nas profundi- dades de 40 a 300 m e temperaturas de fundo de 9°C a 23° C (Calderón, 1994).S.megalops se ali- menta principalmente de peixes ósseos, cefalópodes e crustáceos (Compagno, 1984). O ciclo reprodutivo da fêmea não é claramente sincronizado na população, pois todos os estágios de desenvolvimento da gravidez ocorrem simultaneamente ao longo do ano (Calderón, 1994). Squalus megalops ocorre na plataforma do Rio Grande do Sul ao longo do ano, mas com maior abundância nos meses de inverno e primavera, quando sua densidade é alta em temperaturas de fundo de 12 a 17°C (Calderón, 1994). Portanto, no sul do Brasil ocor- rem duas populações de Squalus megalops: uma população regional e uma população migratória oriunda de águas uruguaias e argentinas. A espécie ocorreu em 67 dos 224 lances (FO ϭ 29,9%) com uma captura de 354 exem- plares pesando 206,2 kg (0,6% do total) (Anexo 2). As capturas foram entre 23°36’S e 34°34’S de latitude, dos 94 aos 400 m de profundidade e águas com temperaturas entre 8,9°C e 17,6°C. Essa amplitude de temperaturas é semelhante àquela previamente observada por Calderón (1994).As maiores densidades ocorreram ao sul de Santa Marta (Figuras 6.106, 6.107 e 6.108,Tabela 6.25). A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 4 572 t (ϩ/Ϫ55%) e no verão-outono de 2002 de 3 837 t (ϩ/Ϫ31%) (Tabela 6.1 e 6.25) sendo o número estimado de exemplares na área do estudo para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera de 8 milhões e para o verão-outono de 2002 de 7 milhões.Portanto,não ocorreu o aumento da abundância observado por Calderón (1994) no inverno-primavera de 1980-1987.

22˚ S Squalus megalops Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2 30˚ S 30˚ S 50 Rio Rio 100 32˚ S 32˚ S Grande Grande 200 300 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 400 2002 2001 500 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.106 – Densidades em kg/km2 do cação-bagre-de-focinho-curto Squalus megalops, nos levantamen- tos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura

114 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 115

22 20 kg/km2 2 18 kg/km 24

C) 16 ˚ 26 14 S) ˚ 28 12 10 30 8 latitude ( 32 6

temperatura no fundo ( 4 34 2 36 0 0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.107 – Densidades por lances (kg/km2) de Squalus megalops em relação à latitude, temperatura e pro- fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

140 140

120 120 ) ) 2 2 100 100

80 80

60 60

40 40 densidade (kg/km área D densidade (kg/km área D 20 área C 20 área C área B área B 0 0 100-149 área A 100-149 área A 150-199 200-299 150-199 200-299 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.108 – Densidades de Squalus megalops em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profun- didade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Tabela 6.25 – Biomassas (t) de Squalus megalops, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 320 1.136 38 32 798 761 360 71 150-199 m 535 1.957 243 96 501 411 179 87 200-299 m 19 109 69 14 140 311 0 106 300-399 m — — — — — 105 8 — 400-600 m — — 2,2 — — — — —

Parâmetros: machos (N 216) CT máximo 52 cm CT do menor macho maduro 40 cm CT com 100% maturidade 45 cm Comprimento do clasper adulto 30-44 mm Parâmetros: fêmeas (N 418) Tabela 6.26 – Parâmetros populacionais de Squalus CT máximo 58 cm megalops (Macleay, 1881) CT da menor fêmea madura 46 cm na costa do Rio Grande CT com 100% maturidade 51 cm do Sul, segundo Calderón Fecundidade (número de embriões) 1-4, mais freqüente 2-3, média 3,25 (1984). N:número de exem- CT ao nascer (N 434 embriões) 20-22 cm plares examinados.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 115 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 116

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 212 e 636 mm e seus pesos entre 39 e 1 090 g.Os pesos médios por lance aumentaram em direção às águas mais profundas (Figura 6.109). A maior amplitude de comprimentos dos exemplares foi obser- vada ao sul de Santa Marta, onde predominaram indivíduos com comprimentos totais maiores que 45 cm e, portanto, sexualmente maturos (Figura 6.110,Tabela 6.26). O taman- ho de 212 mm do menor indivíduo capturado confirma o tamanho de nascimento obser- vado por Calderón (1994). Fica também confirmado que, apesar da elevada abundância de fêmeas com embriões em estágio final de desenvolvimento ao longo do ano, neonatos de S.megalops são raramente capturados com redes de arrasto-de-fundo (Figura 6.110), justi- ficando a hipótese de que esses neonatos vivem no ambiente pelágico. Squalus megalops ocorreu em toda a área do levantamento,enquanto que S.mitsukurii ficou restrito ao sul de Cabo de Santa Marta Grande, mas S. megalops teve uma distribuição batimétrica mais restrita, principalmente entre 94-350 m, enquanto S.mitsukurii ocorreu entre 106 m e 536 m de profundidade.

1,60 1,60 1,40 1,40 1,20 1,20 1,00 1,00 0,80 0,80

0,60 0,60 peso médio (kg) peso médio (kg) 0,40 0,40 0,20 0,20

0 0 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 latitude profundidade (m)

Figura 6.109 – Peso médio de Squalus megalops por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 2,0 2,0

1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 200 300 400500 600 200 300 400500 600

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 2,0 2,0

1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 200 300 400500 600 200 300 400500 600 Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 2,0 2,0

milhões de exemplares 1,5 1,5

1,0 1,0

0,5 0,5 Figura 6.110 – Número estimado, 0 0 200 300 400500 600 200 300 400500 600 em milhões de exemplares, de Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D Squalus megalops por classes de 2,0 2,0 comprimento total, nos levanta-

1,5 1,5 mentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do 1,0 1,0 Programa REVIZEE, realizados em 0,5 0,5 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, 0 0 200 300 400500 600 200 300 400500 600 com os N/Pq Atlântico Sul e comprimento total (mm) Soloncy Moura.

116 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 117

Squalus mitsukurii

O cação-bagre-de-focinho-longo, Squalus mitsukurii Jordan & Snyder, 1903, per- tence à família Squalidae e, segundo Compagno (1984), é uma espécie demersal cuja ampla distribuição mundial inclui a plataforma continental do Atlântico Sudoeste desde o sul do Brasil até a Argentina. Das três espécies de Squalus que ocorrem no sul do Brasil, a segunda espécie mais comum foi identificada por Calderón (1994) e Vooren (1997) como Squalus mitsukurii Jordan & Snyder, 1903, porque sua distribuição, sua morfologia e seus parâmetros populacionais (Tabela 6.27) correspondem à descrição apresentada por Compagno (1984). Soto (2001) denomina essa espécie como Squalus sp (B) e cação-bagre- de-focinho-longo, e informa que a mesma se distribui desde a região Nordeste até o Rio Grande do Sul.No sul do Brasil a espécie ocorre entre as profundidades de 40 e 300 m e em temperaturas de fundo de 9°C a 23° C (Calderón, 1994). Em águas uruguaias a espécie se alimenta de peixes ósseos e cefalópodes, principal- mente Engraulis anchoita, Merluccius hubbsi e Illex argentinus (Paesch, 2000). No sul do Brasil ela ocorre durante o ano todo na plataforma externa e no talude em profundidades de 48 a 533 m e temperaturas de 7,8°C a 17°C,mas com forte variação sazonal de abundância.Em levantamen- tos sazonais com arrasto-de-fundo sobre a plataforma e o talude do Rio Grande do Sul em 1980- 1987, Squalus mitsukurii era comum no inverno, nas profundidades de 80-180 m ao sul de Rio Grande e, ocorrendo esporadicamente nas outras estações do ano, sendo, portanto, classificado como migrante de inverno oriundo de águas ao sul do Brasil (Calderón, 1984;Vooren, 1997). O cação-bagre-de-focinho-longo foi capturado em 38 dos 224 lances (FO 17,0%) em número de 308 exemplares e peso de 348,5 kg (1,1% do total) (Anexo 2). Ocorreu entre 28°39’S e 34°34’S de latitude, profundidades entre 106 e 536 m e águas de fundo com 5,8°C a 16,3°C de temperatura. Sua captura se deu apenas ao sul do Cabo de Santa Marta (Figuras 6.111, 6.112, 6.113), sendo as maiores biomassas encontradas no inverno, ao sul de 31°S. A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 6 586 t (/61%) e,no verão-outono de 2002 foi de 1 759 t (/89%) (Tabela 6.1 e 6.27). O número estimado de exemplares na área do estudo, para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera, foi de 6,6 milhões e para o verão-outono de 2002 de 1,4 milhão.

22˚ S Squalus mitsukurii Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2 30˚ S 30˚ S 50 Rio Rio 100 32˚ S 32˚ S Grande Grande 200 500 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 1000 2002 2001 1500 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.111 – Densidades em kg/km2 do cação-bagre-de-focinho-longo Squalus mitsukurii, nos levantamen- tos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 117 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 118

22 20 2 2 kg/km 18 kg/km 24

C) 16 ˚ 26 14 S)

˚ 12 28 10 8

latitude ( 30 6 32

temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m) profundidade (m) Figura 6.112 – Densidades por lances (kg/km2) de Squalus mitsukurii em relação à latitude, temperatura e pro- fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

500 500

) 400 ) 400 2 2

300 300

200 200 densidade (kg/km densidade (kg/km 100 área D 100 área D área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m) Figura 6.113 – Densidades de Squalus mitsukurii em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profun- didade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Parâmetros do macho (N 17) Tabela 6.27 – Parâmetros populacionais de Squalus CT máximo 65 cm mitsukurii na costa do Rio CT do menor macho maduro 52 cm Grande do Sul, segundo CT com 100% maturidade 52 cm Calderón (1994). N signifi- Comprimento do clasper adulto 48-58 mm ca o número de espécimes Parâmetros da fêmea (N 103) examinados. CT máximo 81 cm CT da menor fêmea madura 65 cm CT com 100% maturidade 79 cm Fecundidade (número de embriões) 2-9, mais freqüente 4-6, média 4,9 CT ao nascer (N 434 embriões) 24 cm

Tabela 6.28 – Biomassas (t) de Squalus mitsukurii, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 48 51 — — 202 29 — — 150-199 m 3.578 299 — — 888 199 — — 200-299 m 420 195 — — — 300 — — 300-399 m 384 1.358 — — 4 137 — — 400-600 m 146 107 — — — — — —

118 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 119

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 476 e 809 mm e o maior peso foi 3.050 g. Os pesos médios por lance aumentaram para o sul e para águas mais rasas, chegando a valores máximos entre 150-200 m de profundidade (Figura 6.114). No inverno-primavera de 2001,quando foram obtidos os maiores rendimentos em kg/km2, a composição de comprimentos foi unimodal, predominando exemplares da classe 540- 560 mm CT (Figura 6.115).

3,5 3,5

3,0 3,0

2,5 2,5

2,0 2,0

1,5 1,5 peso médio (kg) peso médio (kg) 1,0 1,0

0,5 0,5

0 0 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 latitude profundidade (m)

Figura 6.114 – Peso médio de Squalus mitsukurii por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros- pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 4,0 4,0 3,5 3,5 3,0 3,0 2,5 2,5 2,0 2,0 1,5 1,5 1,0 1,0 0,5 0,5 0 0 400 500 600700 800 900 400 500 600700 800 900

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B

milhões de exemplares 4,0 4,0 3,5 3,5 3,0 3,0 2,5 2,5 2,0 2,0 1,5 1,5 1,0 1,0 0,5 0,5 0 0 400 500 600700 800 900 400 500 600700 800 900 comprimento total (mm)

Figura 6.115 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Squalus mitsukurii por classes de compri- mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 119 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 120

Squatina argentina

O cação-anjo-de-asa-longa, Squatina argentina (Marini, 1930), pertence à família Squatinidae. É uma espécie bentônica, endêmica no Oceano Atlântico Sudoeste, ocorren- do desde o sul do Brasil até a província de Buenos Aires, na Argentina (Marini, 1930; Soto, 2001). No sul do Brasil, a espécie ocorre ao longo de todo o ano nas profundidades de 100 a 400 m. Atinge até 138 cm de comprimento total. O tamanho de primeira maturação sexual, tanto para machos como para fêmeas é de 120 cm, sendo produzidos de 7 a 11 embriões e os dois ovários funcionais (Vooren & Silva, 1991). Os menores tamanhos registrados para a espécie em vida livre são de dois neonatos capturados em maio de 1987, na latitude de 29°S e profundidade de 300 m, com comprimentos totais de 35 e 37 cm (Silva, 1996). Esses dados evidenciam que a espécie se reproduz no talude do sul do Brasil. Este cação ocorreu em 11 dos 224 lances (FO 4,9%) com uma captura de 20 exemplares pesando 177,2 kg (0,54% do total) (Anexo 2). Squatina argentina foi capturada somente ao sul do Cabo de Santa Marta, entre 28°40’S e 33°36’S de latitude, 108 e 330 m de profundidade e temperatura de fundo entre 10,0°C e 16,3°C. As maiores biomassas foram encontradas no inverno (Figuras 6.116, 6.117 e 6.118).

22˚ S Squatina argentina Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2 30˚ S 30˚ S 50 Rio Rio 100 32˚ S 32˚ S Grande Grande 200 500 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 1000 2002 2001 1500 100 m 1000 m 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.116 – Densidades em kg/km2 do cação-anjo-de-asa-longa Squatina argentina, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 kg/km2 kg/km2 18 24

C) 16 ˚ 26 14 S) ˚ 12 28 10 8

latitude ( 30 6 32

temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 profundidade (m) profundidade (m) Figura 6.117 – Densidades por lances (kg/km2) de Squatina argentina em relação à latitude, temperatura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

120 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 121

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

300 300

250 250 ) ) 2 2 200 200

150 150

100 100 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 50 50 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.118 – Densidades de Squatina argentina em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profun- didade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 3 418 t (/109%) e, no verão-outono de 2002 foi de 1 060 t (/101%) (Tabelas 6.1 e 6.29).O número de indivíduos na área de estudo, estimado para o conjunto dos dois levan- tamentos de inverno-primavera foi de 360 mil, e para o verão-outono de 2002 de 180 mil.

Tabela 6.29 – Biomassas (t) de Squatina argentina, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 107 — — — — 236 — — 150-199 m 117 2.137 — — 554 — — — 200-299 m 585 404 — — — 270 — — 300-399 m 68 — — — — — — — 400-600 m — — — — — — — —

Os comprimentos totais dos 20 exemplares capturados variaram entre 490 e 1 280 mm e os pesos entre 960 e 18 130 g, sendo que desse total, dois eram adultos com CT de 1.200 e 1.280 mm,sendo os demais juvenis com CT entre 490 e 1.190 mm.A ocorrência dos pequenos neonatos confirma que a espécie se reproduz na área (Figuras 6.119 e 6.120). Em comparação com a captura por unidade de esforço dos levantamentos com rede- de-arrasto realizados em 1986 e 1987, na mesma área do levantamento REVIZEE, os dados obtidos neste último, evidenciam uma diminuição de cerca de 80% da freqüência de ocor- rência e de abundância de Squatina argentina na plataforma externa e no talude da Região Sul (Vooren & Klippel, 2005). Esta redução deve estar refletindo o impacto da pesca com arrasto-de-fundo e da captura incidental da espécie na pescaria direcionada ao peixe-sapo Lophius gastrophysus com redes de emalhe, conforme relatado por Perez & Wahrlich (2005).

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 121 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 122

20 20 18 18 16 16 14 14 12 12 10 10 8 8

peso médio (kg) 6 peso médio (kg) 6 4 4 2 2 0 0 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m)

Figura 6.119 – Peso médio de Squatina argentina por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 0,10 0,10

0,08 0,08

0,06 0,06

0,04 0,04

0,02 0,02

0 0 400 520 640760 880 1000 1120 1240 400 520 640760 880 1000 1120 1240 Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 0,10 0,10

0,08 0,08 milhões de exemplares 0,06 0,06

0,04 0,04

0,02 0,02

0 0 400 520 640760 880 1000 1120 1240 400 520 640760 880 1000 1120 1240 comprimento total (mm)

Figura 6.120 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Squatina argentina por classes de compri- mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Squatina guggenheim

A nomenclatura científica aqui empregada é aquela usada por Bernardes et al. (2005) e preconizada por Soto (2001), que afirma ser Squatina occulta (Vooren & Silva, 1991) um sinônimo de Squatina guggenheim Marini, 1936.A espécie consta como Squatina occulta em Silva (1996), Miranda & Vooren (2003), Vooren & Klippel (2005) e no Livro Vermelho da IUCN (Chiaramonte 2000). Adota-se aqui para a espécie o nome comum pro- posto por Vooren & Klippel (2005). O cação-anjo-de-asa-curta, Squatina guggenheim Marini, 1936, pertence à família Squatinidae. É uma espécie bentônica, endêmica do Oceano Atlântico sudoeste, ocorren- do desde o Rio de Janeiro até a província de Buenos Aires (Soto, 2001). Na costa sul do Brasil esta espécie ocorre em profundidades de 10 a 350 m, mas principalmente entre 40 a

122 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 123

200 m, em temperaturas de 14°C a 19°C, não havendo migrações sazonais entre profundi- dades (Vooren & Klippel, 2005). O macho atinge no máximo 129 cm de comprimento total e a fêmea 130 cm. O comprimento ao nascer é de 29 a 33 cm. A maturação sexual se dá com 110 cm de comprimento em ambos os sexos. Somente o ovário esquerdo é funcional. A baixa incidência de gravidez nas fêmeas adultas, e a baixa abundância de neonatos, são evidências de que o ciclo reprodutivo da fêmea tem duração de 4 ou 5 anos.A fecundidade individual é de 4 a 10 filhotes. Os neonatos ocorrem nas profundidades de 60 a 80 m, onde o parto é realizado no verão. No sul do Brasil a espécie alimenta-se de peixes demersais e camarões (Vooren & Silva, 1991; Silva, 1996; Vooren & Klippel, 2005). A espécie ocorreu em 8 dos 224 lances (FO 3,6%) com uma captura de 16 exem- plares pesando 147 kg (0,45% do total) (Anexo 2). A espécie ocorreu somente ao sul de Santa Marta, entre 28°39’S e 34°34’S de latitude, 107 e 215 m de profundidade e águas de fundo entre 12,2° C e 17,6°C de temperatura. (Figuras 6.121, 6.122 e 6.123).

22˚ S Squatina guggenheim Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta

30˚ S 30˚ S kg/km2

Rio Rio 50 32˚ S 32˚ S Grande Grande 100 200 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 500 2001 2002 1000 100 m 1000 m 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.121 – Densidade em kg/km2 do cação-anjo-de-asa-curta Squatina guggenheim, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 kg/km2 kg/km2 18 24

C) 16 ˚ 26 14 S)

˚ 12 28 10 8

latitude ( 30 6 32

temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 profundidade (m) profundidade (m) Figura 6.122 – Densidade por lances (kg/km2) de Squatina guggenheim em relação à latitude, temperatura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 2684 t (/101%), e no verão-outono de 2002 foi de 1840 t (/99%) (Tabelas 6.1, 6.30). O número estimado de exemplares na área do estudo para o conjunto dos dois le- vantamentos de inverno-primavera foi de 220 mil, e para o verão-outono de 2002 de 210 mil. A abundância da espécie variou pouco entre inverno-primavera e verão-outono. Isto confirma que S. guggenheim ocorre na área como espécie residente.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 123 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 124

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

150 150

125 125 ) ) 2 2 100 100

75 75

50 50 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 25 25 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 100-149 150-199 área A 150-199 área A 200-299 300-339 200-299 300-339 profundidade (m) 400-600 profundidade (m) 400-600

Figura 6.123 – Densidades de Squatina guggenheim em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro- fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Tabela 6.30 – Biomassas (t) de Squatina guggenheim, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 803 1.373 — — 949 208 — — 150-199 m 335 — — — 628 — — — 200-299 m 172 — — — — — — —

Os tamanhos dos exemplares capturados variaram entre 750 e 1.270 mm de com- primento total e entre 3.695 e 15.520 g de peso. Neonatos não foram capturados, porém juvenis com CT de 750-1.000 mm e adultos com CT de 1.190-1.270 mm ocorreram em números aproximadamente iguais, o que é evidência de que a reprodução da espécie ocorre na área, como constatado anteriormente por Silva (1996) (Figura 6.125). As capturas por unidade de esforço da frota de arrasto-de-fundo de Rio Grande, no período de 1975 a 2002, evidenciam que entre 1988 e 2002, a abundância de Squatina guggenheim na Plataforma Continental do Rio Grande do Sul diminuiu cerca de 85%, sendo essa diminuição efeito da pesca intensiva de uma espécie com baixo potencial reprodutivo (Miranda & Vooren, 2003; Vooren & Klippel, 2005). Em comparação com a cap- tura por unidade de esforço entre os levantamentos com rede de arrasto realizados em

16 16

14 14

12 12

10 10

8 8

6 6 peso médio (kg) peso médio (kg) 4 4

2 2

0 0 23˚ S 25˚ S26˚ S29˚ S 31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m) Figura 6.124 – Peso médio de Squatina guggenheim por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

124 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 125

1986 e 1987 e os do REVIZEE, para a mesma área, os últimos mostram a diminuição de cerca de 80% da freqüência de ocorrência e da abundância de Squatina guggenheim na plataforma externa e no talude da Região Sul (Vooren & Klippel, 2005). Isto justifica que a espécie (sob o nome científico de Squatina occulta) fique com o status de espécie ameaça- da de extinção no Brasil pela Instrução Normativa N° 5 de 21 de maio de 2004 do Ministério do Meio Ambiente, e que a espécie (também sob o nome de Squatina occulta) conste do Livro Vermelho da IUCN como “em perigo de extinção” (Chiaramonte, 2000).

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 0,10 0,10

0,08 0,08 0,06 0,06 0,04 0,04

0,02 0,02

0 0 400 600 8001000 1200 1440 400 600 8001000 1200 1440 Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 0,10 0,10

0,08 0,08 milhões de exemplares 0,06 0,06 0,04 0,04

0,02 0,02

0 0 400 600 8001000 1200 1440 400 600 8001000 1200 1440 comprimento total (mm)

Figura 6.125 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Squatina guggenheim por classes de com- primento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Synagrops bellus

Synagrops bellus (Goode & Bean, 1895) é um perciforme da família Acropomatidae. Distribui-se em ambos os lados do Oceano Atlântico. No lado oeste ocorre do Canadá e Bermuda ao Rio Grande do Sul, incluindo Golfo do México e Caribe; no lado leste ocorre na costa oeste africana da Guiné à Nigéria. É uma espécie batidemersal, presente entre 60 e 1 000 m de profundidade (Mejia et al., 2001). A espécie foi capturada em 40 dos 224 lances (FO 50,4%),ocupando o 9° lugar em freqüência de ocorrência,com uma captura de 6.845 exemplares pesando 306,3 kg (1,3% do total) (Anexo 2). Capturas foram efetuadas entre 23°40’S a 34°34’S de latitude, 128 e 619 m de profundidade e água de fundo com temperatura entre 5,2°C e 16,3°C. Valores mais ele- vados foram obtidos no verão-outono (Figuras 6.126, 6.127 e 6.128). Maiores rendimentos foram obtidos na área sudeste, em águas profundas, e no sul em águas rasas. (Figura 6.127) A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 1004 t (/34 %) e no verão-outono de 2002 foi de 2773 (/58%) (Tabelas 6.1 e 6.31).O número de exemplares na área de estudo para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera foi estimado em 24 milhões e para o verão-outono de 2002 em 42 milhões.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 125 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 126

22˚ S Synagrops bellus Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2 30˚ S 30˚ S 50 Rio Rio 100 32˚ S 32˚ S Grande Grande 200 500 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 1000 2002 2001 2000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.126 – Densidades em kg/km2 do Synagrops bellus, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 kg/km2 2 18 kg/km 24

C) 16 ˚ 26 14 S)

˚ 12 28 10 8

latitude ( 30 6 32

temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m) profundidade (m) Figura 6.127 – Densidades por lances (kg/km2) de Synagrops bellus em relação à latitude, temperatura e pro- fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

300 300

250 250 ) ) 2 2 200 200

150 150

100 100 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 50 50 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.128 – Densidades de Synagrops bellus em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundi- dade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 60 e 290 mm e seus pesos entre 5 e 245 g.Os pesos médios por lance aumentaram com a profundidade (Figura 6.129). Pequenos exemplares (100 mm CT) ocorreram principalmente no outono ao sul de Santa Marta (áreas A, entre 200-299 m e B entre 100-150 m) (Figura 6.130). Em relação à

126 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 127

Tabela 6.31 – Biomassas (t) de Synagrops bellus, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m — — 0,3 — — 4 — — 150-199 m 117 — — — 7 1 1 — 200-299 m 33 2 7 3 3 3 2 — 300-399 m 189 90 39 — 304 20 48 34 400-600 m 6 380 342 196 61 638 1.408 239

profundidade, a espécie apresentou um padrão de distribuição complementar à sua con- gênere, S. spinosus (Figura 6.1). Nas áreas A e B, não foram observadas fêmeas com ovários em maturação. Nas áreas C e D, fêmeas em maturação ocorreram em fevereiro, abril e outubro.

0,30 0,30

0,25 0,25

0,20 0,20

0,15 0,15

peso médio (kg) 0,10 0,10 peso médio (kg)

0,05 0,05

0 0 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m)

Figura 6.129 – Peso médio de Synagrops bellus por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 50 100 150 200 250 300 50 100 150 200 250 300

Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 50 100 150 200 250 300 50 100 150 200 250 300

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 5 5 4 4 Figura 6.130 – Número milhões de exemplares 3 3 estimado, em milhões de 2 2 exemplares, de Synagrops 1 1 bellus por classes de com- 0 0 primento total, nos levan- 50 100 150 200 250 300 50 100 150 200 250 300 tamentos de prospecção Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 5 5 pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Pro- 4 4 grama REVIZEE, realiza- 3 3 dos em 2001 e 2002 entre 2 2 Cabo Frio (23°S) e Chuí 1 1 (34°34’S) e 100 e 600 m, 0 0 50 100 150 200 250 300 50 100 150 200 250 300 com os N/Pq Atlântico Sul comprimento total (mm) e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 127 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 128

Synagrops spinosus

Synagrops spinosus Schultz,1940,é um perciforme da família Acropomatidae.Distri- bui-se no oeste do Oceano Pacífico e oeste do Oceano Atlântico, neste último desde o Golfo do México até o Uruguai. É uma espécie batidemersal, ocorrendo entre 70 e 600 m de profundidade (Mejia, 2001). Em sua alimentação, estudada para exemplares capturados no sul do Brasil, predominaram pequenos peixes bentônicos, crustáceos bentônicos e mesopelágicos, como misidáceos, eufausiáceos e anfípodes hiperídeos (Martins, 2000). A espécie ocorreu em 131 dos 224 lances (FO 58,5%), ocupando o 4° lugar em freqüência de ocorrência, com uma captura de 29.997 exemplares pesando 290,2 kg (0,9% do total) (Anexo 2). Synagrops spinosus foi capturada entre 23°27’S a 34°34’S de latitude, profundidades entre 94 e 610 m e águas com temperaturas entre 6,1 e 17,6 °C. Os maiores rendimentos (kg/km2) foram obtidos no outono entre 150 e 300 m de profundidade (Figuras 6.131, 6.132 e 6.133).

22˚ S Synagrops spinosus Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2 30˚ S 30˚ S 50 Rio Rio 100 32˚ S 32˚ S Grande Grande 200 500 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 1000 2002 2001 2000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.131 – Densidades em kg/km2 do Synagrops spinosus, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 kg/km2 2 18 kg/km 24

C) 16 ˚ 26 14 S)

˚ 12 28 10 8

latitude ( 30 6 32

temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.132 – Densidades por lances (kg/km2) de Synagrops spinosus em relação à latitude, temperatura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

128 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 129

Inverno -primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

350 350

300 300 ) ) 2 2 250 250

200 200

150 150

100 100 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 50 50 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.133 – Densidades de Synagrops spinosus em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro- fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

A biomassa total estimada (IC90%) nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 3 427 t (/71%); no verão-outono de 2002 foi de 6 874 (/75%) (Tabelas 6.1, 6.32). O número de exemplares na área do estudo para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera foi estimado em 350 milhões e para o verão-outono de 2002 em 720 milhões.

Tabela 6.32 – Biomassas (t) de Synagrops spinosus, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 515 193 0,4 32 6 390 6 484 150-199 m 655 109 30 1.349 264 170 1.027 2.658 200-299 m 37 137 202 94 61 125 9 1.051 300-399 m 1 1 40 — 1 481 25 79 400-600 m — — 4 26 10 14 2 13

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 40 e 158 mm e os pesos entre 1 e 43 g. Os pesos médios por lance aumentaram com a profundidade, não ocorrendo variações em peso em relação à latitude (Figura 6.134). Exemplares pequenos (100 mm CT) foram capturados no outono ao sul de Santa Marta (área A entre 200-299 m e na área B entre100-150 m) (Figura 6.135).

0,06 0,06

0,05 0,05

0,04 0,04

0,03 0,03

0,02 0,02 peso médio (kg) peso médio (kg)

0,01 0,01

0 0 21˚ S 24˚ S 27˚ S30˚ S 33˚ S 36˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m)

Figura 6.134 – Peso médio de Synagrops spinosus por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros- pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 129 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 130

Ao sul de Santa Marta foram amostrados poucos exemplares maiores que 130 mm com as gônadas em maturação no mês de abril. Ao norte de Santa Marta, fêmeas maturas foram capturadas em abril,junho e outubro.Em relação à profundidade,a espécie apresen- tou um padrão de distribuição complementar à sua congênere, S. bellus (Figura 6.1).

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 160 160 140 140 120 120 100 100 80 80 60 60 40 40 20 20 0 0 050100 150 050100 150 Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 160 160 140 140 120 120 100 100 80 80 60 60 40 40 20 20 0 0 050100 150 0 50 100 150 Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 160 160 140 140 120 120 milhões de exemplares 100 100 80 80 60 60 40 40 20 20 0 0 050100 150 050100 150 Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 160 160 140 140 120 120 100 100 80 80 60 60 40 40 20 20 0 0 050100 150 050100 150 comprimento total (mm) Figura 6.135. Número estimado, em milhões de exemplares, de Synagrops spinosus por classes de compri- mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Thyrsitops lepidopoides

A lanceta ou serrinha, Thyrsitops lepidopoides Cuvier, 1831, é um perciforme da família Gempylidae que ocorre no Oceano Atlântico oeste, desde o sul do Espirito Santo (17°S) até cerca de 44°S, na Argentina; está também presente no Pacífico, na costa do Chile. Atinge 40 cm de comprimento. É considerado um peixe pelágico demersal (mesoben- topelágico) que se alimenta de pequenos peixes, cefalópodes e crustáceos pelágicos (Nakamura & Parin, 1993; Figueiredo & Menezes, 2000; Carpenter, 2002) A espécie ocorreu em 75 dos 224 lances (FO 33,5%) com uma captura de 4.258 exemplares pesando 340,8 kg (1,0% do total) (Anexo 2).Ocorreu entre 23°05’S a 34°34’S de

130 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 131

latitude, 94 e 388 m de profundidade e águas de fundo com temperatura entre 10,7°C e 18,5°C. Foi abundante nas duas épocas de prospecção, mas principalmente no outono de 2002, na área B entre 100-150 m e no inverno de 2002 na área D entre 150-200 m de pro- fundidade (Figuras 6.136, 6.137 e 6.138).

22˚ S Thyrsitops lepidopoides Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2 30˚ S 30˚ S 50 Rio Rio 500 32˚ S Grande 32˚ S Grande 1000 2000 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 3000 2001 2002 4000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.136 – Densidades em kg/km2 da lanceta ou serrinha Thyrsitops lepidopoides, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 2 2 kg/km 18 kg/km 24

C) 16 ˚ 26 14 S)

˚ 12 28 10 8

latitude ( 30 6 32

temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 600 profundidade (m) profundidade (m) Figura 6.137 – Densidades por lances (kg/km2) de Thyrsitops lepidopoides em relação à latitude, temperatu- ra e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600, m com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

700 700

600 600 ) ) 2 2 500 500

400 400

300 300

200 densidade (kg/km densidade (kg/km 200 área D área D 100 área C 100 área C 0 área B 0 área B 100-149 100-149 150-199 área A 150-199 área A 200-299 300-339 200-299 300-339 profundidade (m) 400-600 profundidade (m) 400-600

Figura 6.138 – Densidades de Thyrsitops lepidopoides em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro- fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 131 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 132

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 7 412t (/115%) e no verão-outono de 2002 foi de 9 701 (/113%) (Tabelas 6.1 e 6.33).O número estimado de exemplares na área do estudo para o conjunto dos dois levanta- mentos de inverno-primavera foi 74 milhões e para o verão-outono de 2002 de 133 milhões.

Tabela 6.33 – Biomassas (t) de Thyrsitops lepidopoides, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 19 857 76 551 42 7.690 — 755 150-199 m 26 252 198 5.142 45 351 301 35 200-299 m 10 183 28 — 24 412 20 0 300-399 m — 58 10 — — 23 — 3 400-600 m — — — — — — — —

Os comprimentos variaram entre 90 e 390 mm e os pesos entre 5 e 330 g.Foi obser- vada tendência de aumento nos pesos médios em direção ao sul e também para águas mais profundas (Figura 6.139). Os comprimentos modais praticamente não diferiram, e os indivíduos mais freqüentes tinham entre 220-280 mm CT (Figura 6.140). Não foi constatado um padrão de recrutamento nítido, mas é provável que os juve- nis sejam pelágicos, pois durante os levantamentos com rede de meia água do Programa REVIZEE foram capturados exemplares pequenos, de 15 a 198 mm de CP (Figueiredo et al, 2002) (Figura 6.140). Foi mais abundante nas regiões do Cabo de Santa e litoral do Rio de Janeiro; sua distribuição pode estar associada à ressurgências ou áreas de elevada produção. Exemplares maduros foram observados em todos os meses de março a maio e de setem- bro a novembro.Todos os exemplares com menos de 230 mm estavam imaturos.

0,35 0,35

0,30 0,30

0,25 0,25

0,20 0,20

0,15 0,15 peso médio (kg) peso médio (kg) 0,10 0,10

0,05 0,05

0 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 latitude profundidade (m)

Figura 6.139 – Peso médio de Thyrsitops lepidopoides por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

132 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 133

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 90 90 75 75 60 60 45 45 30 30 15 15 0 0 0 100 200 300 400 0 100 200 300 400 Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 90 90 75 75 60 60 45 45 30 30 15 15 0 0 0 100 200 300 400 0 100 200 300 400 Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 90 90 75 75

milhões de exemplares 60 60 45 45 30 30 15 15 0 0 0 100 200 300 400 0 100 200 300 400 Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 90 90 75 75 60 60 45 45 30 30 15 15 0 0 0 100 200 300 400 0 100 200 300 400 comprimento total (mm) Figura 6.140 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Thyrsitops lepidopoides por classes de com- primento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Trachurus lathami

O chicharro,Trachurus lathami Nichols,1920,é um perciforme da família Carangidae que ocorre no Atlântico Ocidental, do Golfo do Maine (43°N), EUA, até o norte do Golfo de San Mathias (41°30’S) no norte da Argentina (Menezes & Figueiredo, 1980; Cousseau & Perrota, 1998). É um peixe costeiro encontrado na plataforma continental, geralmente entre as isóbatas de 40-150 m, tanto no pelagial como próximo ao fundo (Saccardo, 1980; Haimovici et al., 1996). Alimenta-se de pequenos invertebrados como copépodes, quetog- natos, anfípodes, misidáceos, cumáceos, cladóceros, larvas de cirripédios e ovos de peixes. Na Argentina se reproduz entre novembro e fevereiro e no sudeste do Brasil, na primavera (Saccardo, 1980). O comprimento total de primeira maturação na Argentina é de 140-150 mm (Cousseau & Perrota, 1998) e na região sudeste do Brasil de 110-120 mm, sendo que estes valores correspondem a idades entre 1,5 e 2 anos (Saccardo & Katsuragawa,1995). A idade máxima observada na Argentina foi de 14 anos (Cousseau & Perrota,1998) e no Brasil de 8 anos (Saccardo, 1980). A espécie representa algum potencial pesqueiro, embora suas capturas apresentem grandes flutuações interanuais (Saccardo & Haimovici, 2007).

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 133 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 134

O chicharro ocorreu em 59 dos 224 lances (FO 26,3%) com uma captura de 22.071 exemplares pesando 536 kg (1,7% do total) (Anexo 2). Foi capturado entre 23°09’S e 34°19’S de latitude, entre 94 e 248 m de profundidade e águas de fundo com temperatu- ra entre 11,5°C e 18,5°C. Esta espécie foi mais abundante entre 100-150 m no outono de 2002 na área B e no inverno de 2002 na are D (Figuras 6.141, 6.142 e 6.143).

22˚ S Trachurus lathami Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2

30˚ S 30˚ S 50 250 Rio Rio 500 32˚ S 32˚ S Grande Grande 1000 2000 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 3000 2002 2001 4500 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.141 – Densidades em kg/km2 do chicharro Trachurus lathami, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 kg/km2 kg/km2 24 C) ˚ 15 26 S) ˚ 28 10

latitude ( 30

32 5 temperatura no fundo (

34 0 0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.142 – Densidades por lances (kg/km2) de Trachurus lathami em relação à latitude, temperatura e pro- fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

800 800 700 700 ) ) 2 600 2 600 500 500 400 400 300 300

densidade (kg/km 200 densidade (kg/km 200 área D área D 100 área C 100 área C 0 área B 0 área B 100-149 100-149 150-199 área A 150-199 área A 200-299 300-339 200-299 300-339 profundidade (m) 400-600 profundidade (m) 400-600

Figura 6.143 – Densidades de Trachurus lathami em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

134 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 135

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 8 710t (/98%), enquanto que a abundância duplicou no verão-outono de 2002, com 15 637 (/87%) (Tabela 6.1, Tabela 6.34). O número estimado de exemplares na área do estudo para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera foi 700 milhões e, para o verão-outono de 2002 foi de de 390 milhões.

Tabela 6.34 – Biomassas (t) de Trachurus lathami, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 444 961 34 6.902 422 12.003 336 25 150-199 m 285 69 1 12 6 334 2.493 0,3 200-299 m — 1 — 0,1 5 11 1 — 300-399 m — — — — — — — — 400-600 m — — — — — — — —

Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 70 e 261 mm e seus pesos entre 2 e 61 g. Foi observada tendência de aumento dos pesos médios em direção ao sul (Figura 6.144). Enquanto o comprimento modal dos exemplares capturados no verão-outono foi de 150-160 mm CT, no inverno de 2002, ao norte da área do levantamen- to ocorreu um grande número de exemplares pequenos com um comprimento modal na classe de 90 mm. Não foi constatado um padrão nítido de recrutamento à rede de arrasto- de-fundo (Figura 6.145), provavelmente, porque os juvenis se distribuem em toda a coluna de água (Melo et al., 1992; Haimovici et al., 1996; Madureira et al., 2005; Figueiredo et al., 2005) e, porque o êxito reprodutivo varia no tempo e no espaço, estando fortemente influ- enciado por fatores ambientais (Saccardo & Katsuragawa,1995). É provável que a amos- tragem com redes de arrasto-de-fundo seja pouco representativa da real abundância desta espécie. Ao sul do Cabo de Santa Marta, machos e fêmeas imaturos foram capturados em junho e exemplares em maturação predominaram em fevereiro e junho.

0,07 0,07

0,06 0,06

0,05 0,05

0,04 0,04

0,03 0,03 peso médio (kg) peso médio (kg) 0,02 0,02

0,01 0,01

0 0 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 latitude profundidade (m)

Figura 6.144 – Peso médio de Trachurus lathami por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros- pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 135 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 136

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 250 250 200 200 150 150 100 100 50 50 0 0 50 100 150 200 50 100 150 200 Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 250 250 200 200 150 150 100 100 50 50 0 0 50 100 150 200 50 100 150 200 Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 250 250 200 200 150 150

milhões de exemplares 100 100 50 50 0 0 50 100 150 200 50 100 150 200 Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 250 250 200 200 150 150 100 100 50 50 0 0 50 100 150 200 50 100 150 200 comprimento total (mm)

Figura 6.145 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Trachurus lathami por classes de compri- mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Trichiurus lepturus

O peixe-espada, Trichiurus lepturus Linnaeus, 1758, é uma espécie bentopelágica, que vive próxima ao fundo sobre a plataforma continental até 350 m de profundidade, ocasionalmente em águas rasas, e que migra para a superfície à noite. Espécie cosmopoli- ta de águas tropicais e temperadas ocorre em todos oceanos; no Atlântico ocidental dis- tribui-se desde Massachusetts,EUA,até a Argentina.Na região sul do Brasil é abundante na plataforma continental, principalmente nas regiões frontais (Haimovici et al., 1996; Martins & Haimovici, 1997). Forma cardumes e é extremamente voraz, sendo que os juvenis e subadultos alimentam-se principalmente de pequenos crustáceos pelágicos, passando gradativamente para uma dieta de peixes e cefalópodes ao longo do crescimento (Martins et al., 2005). Ao sul do cabo de Santa Marta Grande a desova ocorre na primavera e verão sobre a plataforma e, durante todo o ano no talude (Martins & Haimovici, 2000). Ao norte de Santa Marta fêmeas maturas foram observadas ao longo de todo o ano (Magro, 2005). O Chicharro ocorreu em 98 dos 224 lances (FO 43,8%),com uma captura de 7539 exemplares pesando 1903 kg (5,9% do total), ocupando o 5° lugar em biomassa no levan-

136 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 137

tamento (Anexo 2). Foi capturado entre 9,2°C e 18,5°C de temperatura de fundo, 94 a 404 m de profundidade e entre 23°05’S e 34°34’S, com as maiores densidades entre 14 e 17°C e 100 e 180 m (Figuras 6.146 e 6.147).

22˚ S Trichiurus lepturus Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2

30˚ S 30˚ S 100 250 Rio Rio 500 32˚ S 32˚ S Grande Grande 1000 2000 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 3000 2002 2001 4000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.146 – Densidades em kg/km2 do peixe-espada Trichiurus lepturus, nos levantamentos de pros- pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 2 2 kg/km 18 kg/km 24

C) 16 ˚ 26 14 S)

˚ 12 28 10 8

latitude ( 30 6 32

temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.147 – Densidades por lances (kg/km2) de Trichiurus lepturus em relação à latitude, temperatura e pro- fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

1600 1600 1400 1400 ) ) 2 2 1200 1200 1000 1000 800 800 600 600 densidade (kg/km densidade (kg/km 400 área D 400 área D 200 área C 200 área C área B área B 0 0 100-149 área A 100-149 área A 150-199 200-299 150-199 200-299 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.148 – Densidades de Trichiurus lepturus em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profun- didade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 137 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 138

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 25 743 t (/36 %) e no verão-outono de 2002 foi de 54 365 (/30%) (Tabelas 6.1 e 6.35). O número estimado de exemplares na área de estudo para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera foi de 56,7 milhões e, para o verão-outono de 2002 de 214,5 milhões.

Tabela 6.35 – Biomassas (t) de Trichiurus lepturus, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 843 128 29 395 1.554 227 464 232 150-199 m 266 346 104 — 1.421 413 342 22 200-299 m 29 135 — 89 538 152 82 16 300-399 m — 11 30 — 6 — 36 21 400-600 m — — — 4,9 1.554 227 464 232

Os tamanhos dos exemplares capturados variaram entre 80 e 1.825 mm de compri- mento total e entre 15 e 1 979 g de peso. Os pesos médios aumentaram em direção ao sul e para águas mais profundas (Figura 6.149). Um número considerável de exemplares com menos de 300 mm CT ocorreu apenas no inverno na área A, entre 100 e 150 m de profun- didade, provavelmente indicando um recrutamento dos desovantes de primavera e verão no extremo sul (Figura 6.150). O peixe-espada é uma espécie abundante na plataforma e no talude (Martins & Haimovici, 1997). A variação de biomassa entre épocas do ano pode estar relacionada a migrações sazonais, tanto paralelas como perpendiculares à costa.

2,0 2,0 1,8 1,8 1,6 1,6 1,4 1,4 1,2 1,2 1,0 1,0 0,8 0,8 peso médio (kg) 0,6 peso médio (kg) 0,6 0,4 0,4 0,2 0,2 0 0 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 latitude profundidade (m)

Figura 6.149 – Peso médio de Trichiurus lepturus por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros- pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

138 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 139

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 0 300 600900 1200 1500 1800 0 300 600900 1200 1500 1800 Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 0 300 600900 1200 1500 1800 0 300 600900 1200 1500 1800 Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 60 60 50 50

milhões de exemplares 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 0 300 600900 1200 1500 1800 0 300 600900 1200 1500 1800 Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 0 300 600900 1200 1500 1800 0 300 600900 1200 1500 1800 comprimento total (mm)

Figura 6.150 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Trichiurus lepturus por classes de compri- mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Umbrina canosai

A castanha, Umbrina canosai Berg, 1895, é um peixe demersal pertencente à família Sciaenidae que ocorre entre o Rio de Janeiro (22°S) e o norte do Golfo de San Mathias (41°30’S), na Argentina (Cousseau & Perrota, 1998). Espécie de plataforma (Haimovici et al., 1996), alimenta-se de organismos bentônicos: os juvenis, basicamente de crustáceos e poli- quetas, os adultos incorporam à dieta equinodermos, moluscos e peixes (Haimovici et al., 1989). A reprodução ocorre durante os meses de inverno e a desova é múltipla entre o final do inverno e o final da primavera. As fêmeas maiores são as primeiras a iniciar a desova e migrar para o sul,em direção às áreas de alimentação no litoral do Uruguai e Argentina,retor- nando no outono seguinte (Haimovici & Cousin, 1989). Os exemplares capturados no litoral de São Paulo provavelmente pertencem a um segundo estoque cuja distribuição se estende até o litoral do Rio de Janeiro. É uma espécie de grande importância comercial, sendo cap- turada principalmente no sul do Brasil entre junho e novembro (Haimovici et al., 2006).

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 139 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 140

A castanha ocorreu em 19 dos 224 lances (FO 8,5%), com uma captura de 2 789 exemplares pesando 701 kg (2,2% do total) (Anexo 2). Ocorreu entre 11,6°C a 17,8°C de temperatura de fundo, profundidades inferiores a 150 m entre 23°26’S e 34°18’S, com as maiores densidades entre 14 -16°C e 100 m (Figuras 6.151 e 6.152).

22˚ S Umbrina canosai Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2 50 30˚ S 30˚ S 100 500 Rio Rio 1000 32˚ S 32˚ S Grande Grande 2000 3000 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 5000 2002 2001 10000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.151 – Densidades em kg/km2 da castanha Umbrina canosai, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 kg/km2 2 18 kg/km 24

C) 16 ˚ 26 14 S)

˚ 12 28 10 8

latitude ( 30 6 32

temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 0 100 200 300 400 500 600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.152 – DensidadeS por lances (kg/km2) de Umbrina canosai em relação à latitude, temperatura e pro- fundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

1600 1600

) 1400 ) 1400 2 2 1200 1200 1000 1000 800 800 600 600

densidade (kg/km 400 área D densidade (kg/km 400 área D 200 área C 200 área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.153 – Densidades de Umbrina canosai em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundi- dade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

140 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 141

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 18204 t (/99%) e no verão-outono de 2002 foi de 2 993 (/116%) (Tabelas 6.1 e 6.36). O número estimado de exemplares na área de estudo para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera foi de 66,3 milhões e para o verão-outono de 2002 de 10,5 milhões evidenciando o padrão migratório do estoque sul da espécie.

Tabela 6.36 – Biomassas (t) de Umbrina canosai, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos lev- antamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 10.714 3.482 3.566 370 375 505 2.113 — 150-199 m — — 73 — — — — — 200-299 m — — — — — — — — 300-399 m — — — — — — — — 400-600 m — — — — — — — —

Os exemplares capturados variaram entre 110 e 450 mm de comprimento total e entre 35 e 1 228 g de peso. Notou-se um recrutamento na plataforma externa de exem- plares menores de 140 mm na área A no inverno e na B em ambas as épocas (Figura 6.155). Os resultados são consistentes com o que se sabe da distribuição e migrações do estoque da espécie entre a Argentina e o sul do Brasil.

1,0 1,0 0,9 0,9 0,8 0,8 0,7 0,7 0,6 0,6 0,5 0,5 0,4 0,4 peso médio (kg) peso médio (kg) 0,3 0,3 0,2 0,2 0,1 0,1 0 0 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 latitude profundidade (m)

Figura 6.154 – Peso médio de Umbrina canosai por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 141 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 142

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A Figura 6.155 – Número estima- 12 12 do, em milhões de exemplares, 10 10 de Umbrina canosai por classes 8 8 de comprimento total, nos levan- 6 6 tamentos de prospecção pes- 4 4 2 2 queira com rede de arrasto-de- 0 0 fundo do Programa REVIZEE, 100 200300 400 100 200300 400 realizados em 2001 e 2002 entre Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) 12 12 e 100 e 600 m, com os N/Pq 10 10 Atlântico Sul e Soloncy Moura. 8 8 6 6 4 4 2 2 0 0 100 200300 400 100 200300 400 Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 12 12 10 10 8 8 milhões de exemplares 6 6 4 4 2 2 0 0 100 200300 400 100 200300 400 Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 12 12 10 10 8 8 6 6 4 4 2 2 0 0 100 200300 400 100 200300 400 comprimento total (mm)

Urophycis mystacea

A abrótea-de-profundidade é um peixe da família Phycidae cuja distribuição no Atlântico Sul se estende do Brasil até a Argentina. Alguns autores consideram Urophycis mystacea (Ribeiro, 1903) sinonímia de U. cirratus (Goode & Bean, 1896) cuja distribuição,ao norte, se estende até o Golfo do México (Cousseau, 1993). Chega a alcançar 70 cm de com- primento, é uma espécie demersal bentônica e vive em águas da plataforma externa e talude, acima de 200 m, sendo raramente encontrada em profundidades inferiores a 60 m. A abrótea-de-profundidade é uma das espécies demersais mais abundantes no talude superior da região sudeste-sul do Brasil, tendo sido estudada desde o início do Programa REVIZEE (Martins & Haimovici, 2000; Haimovici et al., 2004; Bernardes et al., 2005b, Haimovici et al., 2006). A partir de 2001, passou a ser um dos alvos das frotas de arrasto-de-porta duplo e simples,cujas operações,na plataforma externa e no talude supe- rior (Perez et. al., 2003) quadriplicaram os desembarques (Haimovici et al., 2006). O cresci- mento é lento e diferenciado entre machos e fêmeas, tendo a mortalidade natural e a longevidade moderadas (Martins & Haimovici, 2000). Esta espécie ocorreu em 157 dos 224 lances com uma captura total de 3 449 exem- plares e 1296 kg, ocupando o 3° lugar em freqüência de ocorrência (70,1%) e o 6° em bio- massa (4,1%) (Anexo 2); foi capturada em toda a área prospectada (23°26’S-34°34’S), em todas as amplitudes de profundidades (94 a 610 m) e temperaturas (5-17,8°C), (Figuras 6.156 e 6.157).

142 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 143

Tanto no inverno-primavera como no verão-outono, as densidades em kg/km2 foram mais elevadas no extremo sul nas profundidades acima de 150 m e nas áreas restantes, a partir dos 300 m (Figura 6.158).

22˚ S Urophycis mystacea Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2

30˚ S 30˚ S 50 100 Rio Rio 200 32˚ S 32˚ S Grande Grande 300 500 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 1000 2002 2001 1500 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.156 – Densidades em kg/km2 da abrótea-de-profundidade Urophycis mystacea, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados m em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

700 20 kg/km2 2 18 kg/km 600

C) 16 ˚ 500 14

400 12 10

300 8 profundidade 200 6

temperatura no fundo ( 4 100 2 0 0 22 24 26 28 30 32 34 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude (˚S) profundidade

Figura 6.157 – Densidades por lances (kg/km2) de Urophycis mystacea em relação à latitude, temperatura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

500 500

400 400 ) ) 2 2

300 300

200 200

200 200 densidade (kg/km densidade (kg/km área D área D 100 100 área C área C 0 área B 0 área B 100-149 100-149 150-199 área A 150-199 área A 200-299 300-339 200-299 300-339 profundidade (m) 400-600 profundidade (m) 400-600

Figura 6.158 – Densidades de Urophycis mystacea em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro- fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 143 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 144

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 8 597 t (/24%) e no verão-outono de 2002 foi de 12 446 (/37%) (Tabelas 1 e 6.37). O número de exemplares estimado para o conjunto dos dois levantamentos de inver- no-primavera foi de 27 milhões e, para o verão-outono de 2002 de 42 milhões.

Tabela 6.37 – Biomassas (t) de Urophycis mystacea, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 60 494 243 153 37 385 1.359 125 150-199 m 1.421 567 125 — 2.951 1.531 306 — 200-299 m 597 181 93 — 693 81 38 — 300-399 m 713 299 525 sem lances 286 311 304 187 400-600 m 1.106 1.115 702 205 489 2.067 1.040 256

No verão-outono, a biomassa calculada foi 51% maior que no inverno-primavera. Embora os intervalos de confiança sejam amplos e se superponham, a diferença das bio- massas obtidas no inverno-primavera e verão-outono foi superior a 40% e provavelmente representa uma diferença real. Este fenômeno, já fora observado na prospecção com espi- nhel-de-fundo (Haimovici et al.,2004),e não parece estar associado ao recrutamento (Figura 6.159) porque os exemplares de maior tamanho aumentaram em abundância. Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 80 e 676 mm e seus pesos entre 41 e 2 905 g. Os pesos médios e os comprimentos aumentaram com a profun- didade e a tendência de aumento foi no sentido sul-norte (Figura 6.159). Em contra- posição, as densidades aumentaram no sentido inverso, de norte para o sul (Figura 6.158).

2,5 2,5

2,0 2,0

1,5 1,5

1,0 1,0 peso médio (kg) peso médio (kg)

0,5 0,5

0 0 21˚ S 24˚ S 27˚ S30˚ S 33˚ S 36˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m)

Figura 6.159 – Peso médio de Urophycis mystacea por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros- pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Devido ao crescimento diferenciado entre machos e fêmeas, estas passam a pre- dominar nas classes de maior comprimento (Figura 6.161a).Considerando machos e fêmeas de mesmo tamanho, observa-se predomínio das fêmeas em menores profundidades. (Figura 6.161b).Uma possível interpretação para este fato seria a de que os machos, à medi- da que crescem, se deslocam para profundidades maiores; outra, menos plausível, é de que haveria um ingresso de machos para a área do estudo, vindos de profundidades maiores. O comprimento médio de primeira maturação das fêmeas ocorre aos 44 cm e a desova principalmente no outono, embora alguns exemplares em maturação tenham sido observados na primavera em toda a região sudeste-sul (Haimovici et al., 2006). As menores fêmeas maturas mediram em torno de 35 cm.

144 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 145

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 7 7 6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 090180270 360 450 540 630 090180270 360 450 540 630 Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 7 7 6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 090180270 360 450 540 630 090180270 360 450 540 630 Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 7 7 6 6

milhões de exemplares 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 090180270 360 450 540 630 090180270 360 450 540 630 Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 7 7 6 6 5 5 4 4 3 3 2 2 1 1 0 0 090180270 360 450 540 630 090180270 360 450 540 630 comprimento total (mm)

Figura 6.160 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Urophycis mystacea por classes de compri- mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

100 100 Sul inverno 2001 Sul verão 2002 SE inverno 2001-2002 80 80 SE verão 2002

60 60

40 40 porcentagem (%) porcentagem porcentagem (%) porcentagem 100-149 150-199 20 20 200-299 300-399 400-600 0 0 270 300 330 360 390 420 450 240 270 300 330 360 390 420 CT (mm) CT (mm)

Figura 6.161 – Proporções de machos e fêmeas por faixas de profundidade (a) e por épocas do ano e regiões (b), nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo, realizados entre Cabo Frio (23°,RJ) e Chuí (34°34’, RS), em agosto-setembro de 2001, março-abril de 2002 e junho de 2002.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 145 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 146

Xenolepidichthys dalgleishi

Xenolepidichthys dalgleishi Gilchrist,1922,é um zeiforme da família Grammicolepididae, de hábito bentopelágico, e que apresenta ampla distribuição, ocorrendo nos Oceanos Atlântico, Índico e Pacífico. Na costa leste americana distribui-se da Virgínia até o sul do Brasil (Karrer & Heemstra, 1986; Haimovici et al., 1994; Figueiredo et al., 2002). Esta espécie ocorreu em 57 dos 224 lances (FO 25,4%) com uma captura de 4.254 exemplares pesando 196 kg (0,6% do total) (Anexo 2). Ocorreu entre 23°48’S a 34°33’S de latitude, entre 210 e 603 m de profundidade e águas de fundo com temperatura entre 5,3°C e 13,2°C. Os maiores rendimentos (kg/km2) foram obtidos no inverno-primavera, entre 450 e 500 m de profundidade, entre 24°S e de 30°S. (Figuras 6.162, 6.163 e 6.164). A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 1 298 t (/84%) e no verão-outono de 2002 foi de 906 (/62%), e na área D no inverno de 2002 de 518 t (+/-235%) (Tabelas 6.1 e 6.38).O número estimado de exem- plares na área do estudo para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera foi 22 milhões e para o verão-outono de 2002 de 20 milhões.

Cabo de Cabo de São Tomé 22˚ S Xenolepidichthys dalgleishi São Tomé 22˚ S

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2

30˚ S 30˚ S 10 50 Rio Rio 100 32˚ S 32˚ S Grande Grande 300 500 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 750 2002 2001 1000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.162 – Densidades em kg/km2 de Xenolepidichthys dalgleishi, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 2 2 kg/km 18 kg/km 24

C) 16 ˚ 26 14 S)

˚ 12 28 10 8

latitude ( 30 6 32

temperatura no fundo ( 4

34 2 0 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.163 – Densidades por lances (kg/km2) de Xenolepidichthys dalgleishi em relação à latitude, tempera- tura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

146 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 147

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

200 200 180 180

) 160 ) 160 2 2 140 140 120 120 100 100 80 80 60 60 densidade (kg/km densidade (kg/km 40 área D 40 área D 20 área C 20 área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.164 – Densidades de Xenolepidichthys dalgleishi em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Tabela 6.38 – Biomassas (t) de Xenolepidichthys dalgleishi, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m — — — — — — — — 150-199 m — — — — — — — — 200-299 m 19 3 1 — — — — — 300-399 m 2 27 1 — 1 130 0,4 50 400-600 m 0,5 690 36 518 1 265 232 227

É provável que a amostragem com redes de arrasto-de-fundo seja pouco represen- tativa da abundância da espécie devido seu hábito bentopelágico. Os comprimentos dos exemplares capturados variaram entre 40 e 260 mm e seus pesos entre 0,8 e 140 g. Constatou-se tendência de aumento no peso médio por lance em direção ao norte e também para águas mais profundas (Figura 6.165). O maior número de exemplares ocorreu nas áreas B e D, sendo encontrados dois grupos modais de compri- mento: um em torno de 80-120 mm CT e outro entre 150-170 mm CT (Figura 6.166). A distribuição latitudinal mostra que no extremo sul (área A) ocorreram apenas exemplares pequenos com valores mais freqüentes (moda) entre 90 e 110 mm, enquanto que nas demais áreas observou-se toda a amplitude de comprimentos. Fêmeas em matu- ração foram capturadas em todos os cruzeiros.

0,14 0,14

0,12 0,12

0,10 0,10

0,08 0,08

0,06 0,06 peso médio (kg) peso médio (kg) 0,04 0,04

0,02 0,02

0 0 21˚ S 24˚ S 27˚ S30˚ S 33˚ S 36˚ S 0 100 200 300 400 500 600 700 latitude profundidade (m) Figura 6.165 – Peso médio de Xenolepidichthys dalgleishi por latitudes e profundidades, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 147 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 148

Figura 6.166 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Xenolepidichthys dalgleishi por classes de comprimento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Zenopsis conchifera

Zenopsis conchifera (Lowe, 1852), conhecida como peixe-galo, galo-de-profundi- dade ou São Pedro, é um peixe bentopelágico que vive próximo ao fundo ou em meia- água, na plataforma externa e talude superior em águas tropicais dos oceanos Atlântico, Índico e Pacífico, em substratos lodosos. No Atlântico Ocidental ocorre do Golfo de Maine até a Argentina e vive em pequenos cardumes (Figueiredo et al., 2002). A alimentação desta espécie é composta por pequenos peixes mesopelágicos, lulas e crustáceos zoo- planctônicos (Haimovici et al., 1994, Muto et al., 2005). A espécie é comercializada em ou- tros países, como Portugal e EUA (Froese & Pauly, 2007). O galo-de-profundidade ocorreu em 115 dos 224 lances (FO 51,3%) com uma captura de 14 212 exemplares e 3 794 kg (11,7% do total), ocupando o 2° lugar em peso e o 8° em freqüência (Anexo 2). Ocorreu entre 23°36’S e 34°34’S de latitude, 7°C e 17,3°C de temperatura das águas de fundo e entre 94 e 517 m de profundidade.

148 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 149

A espécie foi muito abundante na área entre 29°S e 30°S em ambas as épocas do ano e, entre 24°S e 25°S somente no verão-outono (Figura 6.167 e 6.168).As maiores densidades em peso foram encontradas entre 200-400 m de profundidade e águas com temperaturas entre 10-12°C. (Figura 6.169). As maiores densidades foram registradas no inverno-prima- vera ao norte de 25ºS, de 100 a 600 m e no verão-outono, ao norte de 28ºS, de 150 a 400 m.

22˚ S Zenopsis conchifera Cabo de São Tomé 22˚ S Cabo de São Tomé

Santos Santos 24˚ S 24˚ S

Paranaguá Paranaguá 26˚ S 26˚ S

28˚ S Cabo de Santa Marta 28˚ S Cabo de Santa Marta kg/km2

30˚ S 30˚ S 50 100 Rio Rio 500 32˚ S 32˚ S Grande Grande 1000 5000 34˚ S primavera-inverno 34˚ S verão-outono 10000 2002 2001 20000 100 m 1000 m 2002 100 m 1000 m 36˚ S 200 m 36˚ S 200 m 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W 54˚ W 52˚ W 50˚ W48˚ W 46˚ W 44˚ W 42˚ W 40˚ W 38˚ W

Figura 6.167 – Densidades em kg/km2 do peixe-galo Zenopsis conchifera, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Verão-outono 2002

4500 4500

) 4000 ) 4000 2 2 3500 3500 3000 3000 2500 2500 2000 2000 1500 1500 densidade (kg/km densidade (kg/km 1000 área D 1000 área D 500 área C 500 área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.168 – Densidades de Zenopsis conchifera em kg/km2 estimadas por estratos de latitude e de pro- fundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m,com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

22 20 2 2 kg/km 18 kg/km 24

C) 16 ˚ 26 14 S)

˚ 12 28 10 8

latitude ( 30 6 32 4 temperatura no fundo (

34 2 0 0100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 6.169 – Densidade por lances (kg/km2) de Zenopsis conchifera em relação à latitude, temperatura e profundidade nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 149 REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 150

A biomassa total estimada nos levantamentos de inverno-primavera de 2001 e 2002 foi de 27 001t (/75%) e, no verão-outono de 2002 foi de 38 876 (/63%) (Tabela 6.39). O número estimado de exemplares na área do estudo para o conjunto dos dois levantamentos de inverno-primavera foi 54,7 milhões e, para o verão-outono de 2002 de 220,8 milhões.É provável que a amostragem com redes de arrasto-de-fundo seja pouco representativa da real abundância da espécie, devido ao seu hábito bentopelágico.

Tabela 6.39 – Biomassas (t) de Zenopsis conchifera, estimadas por estratos de latitude e de profundidade, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Inverno-primavera 2001-2002 Inverno 2002 Verão-outono 2002 Profundidade Área A Área B Área C Área D Área A Área B Área C Área D 100-149 m 127 220 22 158 2 12 144 12 150-199 m 2.590 47 825 1.185 1.142 27 1.689 — 200-299 m 537 12.186 3.329 2.007 413 7.248 309 — 300-399 m 25 331 2.212 46 32 13.911 10.656 2.213 400-600 m 6 — 766 384 — — 333 734

Os exemplares capturados tinham comprimentos totais entre 30 e 595 mm e pesos entre 4,7 e 2087 g. Foi observada tendência de aumento no tamanho dos exemplares em direção ao norte e em direção à zonas mais profundas (Figura 6.170). Exemplares grandes (340mm CT) foram encontrados em todas as áreas e épocas da prospecção, principalmente no verão-outono, em profundidades menores de 300 m, ocorrendo com abundância decrescente da área B para a C (Figura 6.171). O recrutamento da espécie foi evidenciado pela presença de exemplares pequenos (90-150 mm CT), no verão-outono de 2002, os quais foram extremamente abundantes na área B, ao sul de Santa Marta, entre 200 e 300 m e, em menor proporção, na área C. Fêmeas em maturação ocorreram em todos os períodos amostrados. Ao norte de Santa Marta, as menores fêmeas em maturação mediram 275 mm, enquanto que ao sul as menores mediram 350 mm (Haimovici et al., 1994). Em levantamentos de pesca exploratória realizados na década de 1970, foi detecta- da a presença de um estoque de Zenopsis conchifera entre 200 e 350 m, ao largo do de Santa Marta (Yesaki et al., 1976). Mais recentemente a espécie foi capturada por embar- cações estrangeiras arrendadas operando com arrasto-de-fundo (Perez et al., 2003), sendo as áreas com maiores rendimentos a de 24°S a 26°S e a de 30°S a 31°S, coincidentes com aquelas de maiores capturas deste levantamento.

3,0 3,0

2,5 2,5

2,0 2,0

1,5 1,5

1,0 1,0 peso médio (kg) peso médio (kg)

0,5 0,5

0 0 23˚ S 25˚ S 27˚ S 29˚ S 31˚ S 33˚ S 35˚ S 0 100 200 300 400 500 600 latitude profundidade (m)

Figura 6.170 – Peso médio de Zenopsis conchifera por latitudes e profundidades, nos levantamentos de pros- pecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

150 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_P3 2/28/08 11:02 AM Page 151

Inverno 2001 – área A Outono 2002 – área A 80 80 70 70 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 0 150 300 450 600 0 150 300 450 600 Inverno 2001 – área B Outono 2002 – área B 80 80 70 70 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 0 150 300 450 600 0 150 300 450 600

Inverno-primavera 2001 – área C Verão-outono 2002 – área C 80 80 70 70 60 60

milhões de exemplares 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 0 150 300 450 600 0 150 300 450 600

Inverno 2002 – área D Outono 2002 – área D 80 80 70 70 60 60 50 50 40 40 30 30 20 20 10 10 0 0 0 150 300 450 600 0 150 300 450 600 comprimento total (mm)

Figura 6.171 – Número estimado, em milhões de exemplares, de Zenopsis conchifera por classes de compri- mento total, nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 151 REVIZEE_ARRASTO2_P3 2/28/08 11:05 AM Page 152

152 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO2_P3 2/28/08 11:05 AM Page 153

7. POTENCIAL PESQUEIRO

potencial pesqueiro de peixes e cefalópodes vulneráveis às redes de arrasto-de- fundo foi estimado a partir das capturas das 27 espécies consideradas de inte- O rêsse comercial (Tabela 7.1). A lista destas espécies foi elaborada a partir daque- las que constam nos relatórios de desembarques das frotas pesqueiras que operam na região (IBAMA, 2007) ou das quais se têm referência em literatura sobre seu possível aproveitamento. No entanto, esta percentagem inclui todos os tamanhos capturados, incluindo os juvenis, que não são aproveitados na pesca comercial.

Tabela 7.1 – Captura total (kg) das espécies de interesse comercial nos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq. Atlântico Sul e Soloncy Moura.

Fração sem Fração com Captura total de espécies Captura comercial como Espécies interesse comercial interesse comercial interesse comercial (kg) % da captura total Illex argentinus 593 2.846 3.438 17,2% Loligo plei 175 0 175 Ͻ0,1% Polymixia lowei 360 3.468 3.828 21,0% Zenopsis conchifera 1.214 2.579 3.793 15,6% Mullus argentinae 122 136 257 0,8% Merluccius hubbsi 414 2.313 2.727 14,0% Trichiurus lepturus 1.903 0 1.903 Ͻ0,1% Urophycis mystacea 24 1.292 1.316 7,8% Lophius gastrophysus 161 952 1.113 5,8% Helicolenus lahillei 996 0 996 Ͻ0,1% Umbrina canosai 671 31 701 0,2% Trachurus lathami 536 0 536 Ͻ0,1% Ariomma bondi 479 0 479 Ͻ0,1% Beryx splendens 237 0 237 Ͻ0,1% Prionotus punctatus 0 456 456 2,8% Paralichthys isosceles 50 325 376 2,0% Thyrsitops lepidopoides 341 0 341 Ͻ0,1% Atlantoraja castelnaui 0 165 165 1,0% Atlantoraja cyclophora 0 461 461 2,8% Atlantoraja platana 0 390 390 2,4% Genypterus brasiliensis 105 61 166 0,4% Mustelus schmitti 0 175 175 1,1% Squalus megalops 1 205 206 1,2% Squalus mitsukurii 0 349 349 2,1% Squatina argentina 0 156 156 0,9% Squatina guggenheim 0 147 147 0,9% Squatina punctata 0 27 27 0,2% Totais 8.382 16.533 24.915 50,5%

Para as estimativas de densidade, biomassa e potencial pesqueiro de recursos explotáveis com redes de arrasto-de-fundo, foram incluídas na análise apenas os peixes e as lulas, cujo peso médio nas amostras foi superior ao valor mínimo registrado nos desem- barques da pesca comercial para cada espécie. O critério de escolha foi o seguinte: para espécies que têm ossos externos pesados, como Zenopsis conchifera,Lophius gastrophysus, Prionotus punctatus e Helicolenus lahillei, amostras com pesos médios inferiores a 350 g foram consideradas sem interesse comercial. Para espécies desprovidas destas caracterís- ticas,como Urophycis mystacea,Merluccius hubbsi e Polymixia lowei,somente amostras com

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 153 REVIZEE_ARRASTO2_P3 2/28/08 11:05 AM Page 154

peso médio igual ou superior a 100 g foram consideradas de interesse comercial. A dis- criminação entre peixes com e sem interesse comercial foi facilitada pela estratégia de amostragem a bordo após cada lance: primeiro foram pesados e contados os peixes e cefalópodes maiores sendo o restante da captura, composta por exemplares pequenos, amostrado e registrado separadamente. A captura nos 224 lances realizados foi de 32 723 kg; a captura total de espécies de interesse comercial foi de 24 915 kg (76,0 %); destas últimas, 16 887 kg (50,5 %) tinham tamanhos com interesse comercial. Se considerarmos apenas esta última fração da cap- tura, 81,4% era composto por apenas seis espécies: Illex argentinus, Urophycis mystacea, Merluccius hubbsi, Polymixia lowei, Zenopsis conchifera e Lophius gastrophysus, 12,9% de elasmobrânquios e apenas 5,7%, de outras espécies (Tabela 7.1). Para avaliar o potencial dos recursos explotáveis foram estimadas as frações com interesse comercial das densidades e as biomassas totais de cada uma das seis principais espécies, por época do ano, separadamente para a plataforma externa e o talude superior (Tabela 7.2).A Figura 7.1 apresenta as biomassas explotáveis nos estratos de profundidade e latitude por épocas do ano,e as Figuras 7.2 e 7.3 as densidades (kg/km2) por lances totais e de cada uma das seis principais espécies por lances, em função das latitudes e profundi- dades por épocas do ano.

Tabela 7.2 – Biomassas (t) e densidades explotáveis (kg/km2) totais e de cada uma das seis principais espé- cies*, estimadas por época do ano, para a plataforma externa (100-199 m) e talude superior (200-600 m). Os intervalos de confiança de 90% estão indicados como percentagens. Plataforma 100-200 m Talude 200-600 m Área Total 92.555 km2 42.168 km2 134.724 km2 +/- IC 90% biomassa total t kg/km2 t kg/km2 t kg/km2 Comercial total inv-prim 85.017 919 73.632 1.746 158.649 1.178 19% ver-out 71.542 773 95.343 2.261 166.885 1.239 23% Illex argentinus inv-prim 145 2 8.919 212 9.064 67 106% ver-out 6 0 28.653 680 28.660 213 62% Merluccius hubbsi inv-prim 3.048 33 11.119 264 14.167 105 43% ver-out 2.867 31 12.336 293 15.203 113 33% Zenopsis conchifera inv-prim 6.455 70 21.750 516 28.206 209 61% ver-out 924 10 20.902 496 21.826 162 83% Urophycis mystacea inv-prim 3.019 33 5.429 129 8.448 63 20% ver-out 5.700 62 5.751 136 11.451 85 39% Polymixia lowei inv-prim 0 0 14.827 352 14.827 110 85% ver-out 15 0 17.705 420 17.721 132 63% Lophius gastrophysus inv-prim 9.752 105 6.002 142 15.753 117 27% ver-out 5.247 57 5.758 137 11.006 82 23%

Inverno-primavera Verão-outono

30000 30000

20000 20000 biomassa (t) 10000 biomassa (t) 10000 área D área D área C área C 0 área B 0 área B 100-149 150-199 100-149 150-199 200-299 área A 200-299 área A 300-339 400-600 300-339 400-600 profundidade (m) profundidade (m)

Tabela 7.1 – Biomassas totais explotáveis, estimadas em toneladas, para os períodos de inverno-primavera (esquerda) e verão-outono (direita), por estratos de profundidades e latitudes (áreas A, B, C e D), a partir dos levantamentos de prospecção pesqueira com rede de arrasto-de-fundo do Programa REVIZEE, realizados em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m, com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

154 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO2_P3 2/28/08 11:05 AM Page 155

As biomassas totais explotáveis foram de 158 649 t (ϩ/Ϫ19%) no inverno-prima- vera e um pouco maiores, 166 885 t (ϩ/Ϫ23%) no verão-outono, diferindo pouco entre épocas do ano e entre a plataforma externa e o talude (Tabela 7.2a). Os intervalos de con- fiança foram pequenos em função do elevado número de lances em cada época do ano e da relativa homogeneidade na distribuição, dentro dos estratos. Na plataforma externa, as biomassas explotáveis diminuiram do sul para o norte, em ambas as épocas do ano. No talude superior as maiores biomassas se localizaram mais ao norte. No inverno-primavera as maiores biomassas explotáveis ocorreram em profundidades inferiores a 300 m e, prin- cipalmente, entre Solidão e Ilha Bela (Áreas C e D). No verão-outono observou-se uma diminuição da biomassa na plataforma externa ao norte de Santa Marta e um aumento no talude na área B, ao sul de Santa Marta (Figura 7.1). As densidades de recursos explotáveis no talude superior foram mais do que o dobro que as da plataforma nos levantamentos de inverno-primavera e quase o triplo que nos levantamentos de verão-outono. Isto se deve ao fato das principais espécies de interesse comercial como a merluza, a abrótea-de-pro- fundidade, o calamar-argentino, o peixe-sapo, Zenopsis conchifera e Polymixia lowei serem de águas frias. Uma outra explicação é que até a época dos levantamentos, a maior parte do esforço pesqueiro era dirigida à plataforma, reduzindo os estoques, especialmente de cienídeos e elasmobrânquios (Haimovici et al., 2007b). Os comprimentos do calamar Illex argentinus, desembarcados pela frota comercial apresentam modas de 160 mm para machos e 180 mm para fêmeas (Haimovici et al.,2006) e, portanto foram incluídas nesta análise as amostras com peso médio maior que 100 g, o que corresponde a aproximadamente 180 mm de comprimento do manto.No inverno-pri- mavera estas lulas se concentraram entre Solidão e Santa Marta a mais de 400 m,com uma biomassa estimada de 9.064 t (+/-106%). No verão-outono a biomassa aumentou para 28.660 t (+/- 62%) e as maiores densidades foram registradas entre 300 e 600 m entre Chuí e Cabo de Santa Marta. Praticamente o total da biomassa com tamanhos de interesse co- mercial ocorreu além dos 200 m de profundidade (Tabela 7.2). A grande amplitude do intervalo de confiança, que torna relativamente imprecisas as estimativas de abundância através do arrasto de fundo, se deve ao fato de que as grandes capturas se concentraram num pequeno número de lances (Figuras 7.2a e 7.2b), provavelmente porque esta espécie forma densos cardumes (Madureira et al., 2005). As distribuições de comprimentos de Urophycis mystacea da pesca de arrasto no talude do extremo sul do Brasil mostram que peixes com mais de 100 g e 250 mm de com- primento total são comercializados (Haimovici et al., 2006). As biomassas de abrótea-de- profundidade, estimadas a partir das amostras com peso médio maior que 100 g, foram de 8 448 t ϩ/Ϫ20%) no inverno-primavera, e 11 451 t (ϩ/Ϫ39%) no verão-outono e, em ambas as épocas do ano as biomassas estimadas na plataforma externa e no talude supe- rior foram da mesma ordem de grandeza (Tabela 7.2).As maiores densidades foram encon- tradas na área A, no extremo sul, nas faixas de profundidades superiores a 150 m, e na área C a mais de 300 m (Figuras 7.2c e 7.2d).A presença em um grande número de lances e,sem grandes picos de abundância, sugere que esta espécie não forma cardumes densos, o que possibilitou estimativas de biomassa relativamente precisas. As distribuições de comprimentos de Merluccius hubbsi desembarcadas pela pesca de arrasto no talude do extremo sul do Brasil,mostram que peixes com mais de 100 g e 250 mm de comprimento total são comercializados (Haimovici et al., 1993). As biomassas de merluza estimadas a partir das amostras com peso médio maior que 100 g, foram de 14 167 t (ϩ/Ϫ20%) no inverno-primavera e 15 203 t (ϩ/Ϫ39%) no verão-outono e, cerca de 3/4 das biomassas foram registradas no talude superior (Tabela 7.2). As maiores densidades ocorreram nos extremos sul e norte da área do estudo, a mais de 300 m de profundidade (Figuras 7.2e e 7.2f). Os desembarques de Polymixia lowei são raros e não se dispõem de informações sobre sua comercialização. O formato do peixe apresenta alguma semelhança com o da trilha e os pescadores o chamam de trilha-branca, sugerindo um possível aproveitamento

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 155 REVIZEE_ARRASTO2_P3 2/28/08 11:05 AM Page 156

da mesma. No entanto, os próprios pescadores informam que este peixe é pouco atrativo para consumo por ter muitos espinhos. Apesar destas ressalvas, considerou-se que exem- plares acima de 100 g e 200 mm de comprimento poderiam ser comercializados.As biomas- sas estimadas da trilha-branca foram 14 827 t (ϩ/Ϫ63 %) no inverno-primavera e 17 721 t (ϩ/Ϫ85 %) no verão-outono, capturadas em poucos lances mas volumosos, em profundi- dades superiores a 300 m,todos localizados na Região Sudeste (Tabela 7.2).Os amplos inter- valos de confiança refletem a concentração da espécie em cardumes (Figura 7.3a, 7.3b). A pesca comercial de Zenopsis conchifera foi realizada apenas por embarcações arrendadas (Perez et al., 2003). As referências sobre o potencial pesqueiro desta espécie fazem menção ao seu aproveitamento como filé, fato que, considerando as placas dérmi- cas e o corpo deprimido deste peixe, requer exemplares relativamente grandes para seu aproveitamento. Portanto, para estimar a biomassa aproveitável foram considerados ape- nas os exemplares com pesos médios superiores a 350 g. As biomassas da fração com inte- rêsse comercial do galo-de-fundo foram estimadas em 28 206 t (ϩ/Ϫ61%) no inverno-pri- mavera, e 21 826 t (ϩ/Ϫ83%) no verão-outono; porém, ocorreram grandes capturas con- centradas em poucos lances, o que determinou um alto grau de incerteza em relação à precisão desta estimativa (Tabela 7.2). As maiores densidades foram registradas entre 300 e 400 m de profundidade, no inverno-primavera, na região do Cabo de Santa Marta e no verão-outono entre Solidão e Ilha Bela (Figuras 7.3c e 7.3d). Lophius gastrophysus foi a espécie de maior valor econômico capturada em quanti- dades consideráveis nos levantamentos realizados, fato que coincidiu com o desenvolvi- mento de sua pesca com redes de emalhe-de-fundo por barcos arrendados (Perez et al., 2003; 2005). Apenas em três lances os pesos médios do peixe-sapo foram inferiores a 500 g e, a captura de exemplares pequenos, menores de 300 mm e 350 g de peso, teve pouca expressão nas capturas totais dos levantamentos realizados. Portanto, considerou-se que toda a captura era composta por peixes com valor comercial. As biomassas estimadas foram de 15 753 t (ϩ/Ϫ27%) nos levantamentos de inverno-primavera, sendo 9 752 t na plataforma externa e 6 002 t no talude superior. No levantamento de verão-outono, a bio- massa estimada foi de 11 006 t (ϩ/Ϫ23%), sendo 5 247 t na plataforma externa e 5 758 t no talude superior (Tabela 7.2). A distribuição da espécie abrangeu toda a região em ambas as épocas do ano.As maiores biomassas,em ambas as épocas,estiveram localizadas na Área B, entre Solidão e Santa Marta, e no verão-outono também na plataforma externa da Área C (Figuras 7.3e e 7.3f). Os exemplares menores, com baixo valor comercial, se dis- tribuiram preferencialmente na plataforma externa e na quebra do talude, e os maiores sobre o talude superior entre 200 e 400 m de profundidade (Figura 6.63).

Potencial pesqueiro As biomassas demersais totais aproveitáveis, vulneráveis ao arrasto-de-fundo, e, estimadas com as ressalvas das limitações do método de área varrida, se situariam na ordem de cento e cinqüenta mil toneladas, das quais, metade na plataforma externa, onde a densidades seriam inferiores a 1 000 kg/km2, e metade no talude superior, onde as den- sidades foram próximas a 2000 kg/km2 (Tabela 7.2). Estes valores diferem pouco dos esti- mados a partir de dados pretéritos de prospecções de arrasto (Haimovici & Fischer, 2007). O potencial pesqueiro do ambiente prospectado é relativamente pequeno. Além da biomassa relativamente baixa de recursos demersais aproveitáveis,apenas a metade da mesma é composta por espécies com tamanhos de interesse em relação aos padrões atu- ais de comercialização. Desta biomassa, em torno de um quarto é composta por elasmo- brânquios, com baixo potencial reprodutivo e crescimento lento e, ainda, inclui algumas espécies cuja pesca e comercialização estão proibidas a nível nacional, como as do gênero Squatina. Outras duas espécies que somaram um quarto da biomassa aproveitável, Polymixia lowei e Zenopsis conchifera,não têm ainda um mercado consistente.Desta forma, como resultado dos levantamentos constatou-se que apenas a merluza, a abrótea-de-pro-

156 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO2_P3 2/28/08 11:05 AM Page 157

fundidade e o peixe-sapo são recursos com capacidade de sustentar pescarias dirigidas. Estas trés espécies já vinham sendo explotadas na época dos levantamentos: a merluza e o peixe-sapo pela frota de arrasteiros do Rio de Janeiro e,ocasionalmente,pela frota de Rio Grande (Tomas & Cordeiro, 2003), além da pesca com emalhe pela frota de barcos estrangeiros arrendados (Perez et al., 2003; 2005).Por sua vez, a abrótea-de-profundidade, é parte da fauna acompanhante da pesca de espinhel-de-fundo (Haimovici et al., 2003). As três já estavam sendo impactadas pela pesca de barcos processadores arrendados de médio e grande porte que começaram a atuar em 1999 (Perez et al.,2003).A estas espécies pode ser adicionada Illex argentinus que, porém, apresenta grandes flutuações interanuais e uma curta temporada de pesca (Haimovici et al., 2006). Verfica-se, portanto, que este levantamento não levou ao descobrimento de novos recursos pesqueiros vulneráveis ao arrasto de fundo. Por outro lado, ficou evidente que as biomassas explotáveis são relativamente pequenas e seu potencial pesqueiro é uma ordem de magnitude inferior ao da plataforma interna da Região Sudeste-Sul.

20 20 Illex argentinus A Illex argentinus B (inverno-primavera) (verão-outono)

25 25 S) S) ˚ ˚ latitude ( latitude ( 30 30

35 35 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m) profundidade (m) 20 20 Urophycis mystacea C Urophycis mystacea D (inverno-primavera) (verão-outono)

25 25 S) S) ˚ ˚ latitude ( latitude ( 30 30

35 35 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m) profundidade (m) 20 20 Merluccius hubbsi E Merluccius hubbsi F (inverno-primavera) (verão-outono)

25 25 S) S) ˚ ˚ latitude ( latitude ( 30 30

35 35 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 7.1 – Densidades potencialmente explotáveis de Illex argentinus, Urophycis mystacea e Merluccius hubbsi capturadas nos levantamentos de inverno-primavera (esquerda) e verão-outono (direita), por profundi- dades e latitudes, realizados com rede de arrasto-de-fundo no Programa REVIZEE em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 157 REVIZEE_ARRASTO2_P3 2/28/08 11:05 AM Page 158

20 20 Polymixia lowei A Polymixia lowei B (inverno-primavera) (verão-outono)

25 25 S) S) ˚ ˚ latitude ( latitude ( 30 30

35 35 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m) profundidade (m) 20 20 Zenopsis conchifera C Zenopsis conchifera D (inverno-primavera) (verão-outono)

25 25 S) S) ˚ ˚ latitude ( latitude ( 30 30

35 35 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m) profundidade (m) 20 20 Lophius gastrophysus E Lophius gastrophysus F (inverno-primavera) (verão-outono)

25 25 S) S) ˚ ˚ latitude ( latitude ( 30 30

35 35 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700 profundidade (m) profundidade (m)

Figura 7.1 – Densidades potencialmente explotáveis de Polymixia lowei, Zenopsis conchifera e Lophius gastrophysus capturadas nos levantamentos de inverno-primavera (esquerda) e verão-outono (direita), por profundidades e latitudes, realizados com rede de arrasto-de-fundo no Programa REVIZEE em 2001 e 2002 entre Cabo Frio (23°S) e Chuí (34°34’S) e 100 e 600 m com os N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura.

158 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO2_P3 2/28/08 11:05 AM Page 159

8. CONCLUSÕES

prospecção realizada no contexto dos trabalhos do Subcomitê Regional Sul do Programa REVIZEE, teve como principal meta a avaliação do potencial de captura A dos recursos pesqueiros presentes em áreas arrastáveis existentes na plataforma externa e talude superior, entre 100 e 600 m de profundidade, entre Chuí-RS (34°40’S) e Cabo Frio-RJ (23°S) . Embora anteriormente tenham sido realizados levantamentos com o mesmo petrecho de pesca abrangendo partes dessa área, esta foi primeira tentativa de avaliar a biomassa e analisar a distribuição, as densidades e as biomassas das espécies vul- neráveis à rede-de-arrasto de fundo, utilizando um desenho amostral padronizado, em duas épocas do ano e abrangendo uma área total de aproximadamente 135 000 km2. Os trabalhos envolveram pesquisadores de várias instituições, totalizando 95 dias de mar, sendo utilizados os navios de pesquisa pesqueira “Atlântico Sul”, da Fundação Universidade Federal do Rio Grande e “Soloncy Moura”, do IBAMA, em dois levantamentos realizados entre agosto-outubro de 2001, e fevereiro-junho de 2002. Ao longo de toda a área e nas épocas de ambos os levantamentos,as temperaturas no fundo se mantiveram entre 5,2°C e 18,5°C, e as salinidades de fundo entre 34,2 e 36,0 ups. As temperaturas próximas ao fundo foram, em geral, superiores aos 12°C em profundidades inferiores a 250 m, entre 14°C e 8°C entre 250 e 400m e inferiores a 10°C em profundidades maiores de 400 m.A grande maio- ria dos arrastos em profundidades menores de 400 m foi realizada em águas com características da Água Central do Atlântico Sul; já aqueles em profundidades maiores de 400 m, em águas de mistura com teores crescentes de Água Intermediária Antártica. As temperaturas de fundo foram pouco afe- tadas por mudanças sazonais. Ao todo,as duas embarcações realizaram 224 lances efetivos de pesca.A captura total de pei- xes e cefalópodes foi de 32 481 kg e 352 968 exemplares,de 227 espécies,que correspondem a médias de 145 kg/lance,1 575,7 exemplares/lance e 22,1 espécies por lance. Os teleósteos estiveram representados por 167 espécies de 80 famílias e tiveram peso médio de 89,0 g. As espécies mais capturadas em peso foram Polymixia lowei,Zenopsis conchifera, Merluccius hubbsi, Trichiurus lepturus, Urophycis mystacea, Antigonia capros, Lophius gastrophysus e Caelorinchus marinii. Os elasmobrânquios totalizaram 37 espécies de 15 famílias e pesaram,em média,1 086,5 g,sendo as espécies mais abundantes em peso Atlantoraja cyclophora, Atlantoraja platana, Squalus mitsukurii, Squalus megalops, Squatina guggenheim, Squatina argentina, Mustelus schmitti e Atlantoraja castelnaui. De cefalópodes foram capturadas 23 espécies de 11 famílias,com peso médio de 64,1 g,com Illex argentinus e Loligo plei representando, em conjunto, 99,2% da captura total em peso deste grupo. Crustáceos e outros invertebrados constituíram uma pequena parte da captura (Ͻ1%), sendo que as capturas em número e peso da maior parte das espécies não foram regis- tradas de forma sistemática. As análises sobre números de espécies nas capturas totais, números acumulados por lances e índices de rarefação e dominância, mostraram maior riqueza de espécies na região entre Solidão e Santa Marta Grande, diminuindo para o norte, provavelmente como conseqüência da maior presença de espécies tanto de origem temperada como tropical nessa região.Em relação à profundidade,os máximos foram encontrados na faixa mais pro- funda (400-600m), onde espécies bentopelagicas e mesopelágicas mais oceânicas ficam próximas ao fundo durante o dia, e na quebra da plataforma (150-200m) onde ocorre superposição de faunas costeiras e de talude.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 159 REVIZEE_ARRASTO2_P3 2/28/08 11:05 AM Page 160

No inverno-primavera, a densidade média e a biomassa total estimadas foram de 2,61 kg/km2 e 349 710 t, aumentando, respectivamente, para 3,24 kg/km2 e 436 630 t no verão-outono. A biomassa de teleósteos representou 80% do total estimado em ambos os levantamentos, sendo a de elasmobrânquios 15% do total no inverno-primavera e 8% no verão-outono, enquanto que a de cefalópodes representou 4% e 12%, respectivamente. Em termos absolutos, a biomassa de teleósteos aumentou no verão-outono, a de cefalópodes foi maior no verão-outono, e a de elasmobrânquios foi maior no inverno-pri- mavera. Os teleósteos, como um todo, tiveram distribuição mais equilibrada em ambas as épocas do ano, latitude e profundidade; os elasmobrânquios predominaram na parte sul, nas águas mais rasas, sendo suas densidades maiores no inverno por conta da imigração de espécies que acompanham o deslocamento sul-norte da Convergência.Os cefalópodes foram mais abundantes em águas mais profundas e no outono,quando a biomassa de Illex argentinus aumentou muito. Cabe ressaltar que estas estimativas devem ser interpretadas com cautela, devido à amplitude dos intervalos de confiança, e pelos vícios inerentes ao método da área varrida, que decorrem da variação tanto horizontal como vertical da aber- tura das redes e do efeito das portas e malhetas sobre o comportamento das diferentes espécies, entre outros. A biomassa demersal total aproveitável, vulnerável ao arrasto-de-fundo, calculada com as ressalvas citadas, foi estimada na ordem de cento e cinqüenta mil toneladas, das quais metade estava na plataforma externa,onde a densidades seriam inferiores a 1 kg/km2 e metade no talude superior onde seriam próximas aos 2 kg/km2. O potencial pesqueiro deste ambiente é relativamente pequeno.Além da biomassa relativamente baixa de recur- sos pesqueiros aproveitáveis,apenas metade dela é composta por espécies com tamanhos de interêsse para os padrões atuais de comercialização, como a merluza, a abrótea-de-pro- fundidade e o peixe-sapo e o calamar-argentino. Em torno de um quarto da biomassa é composta por elasmobrânquios de baixo potencial reprodutivo e crescimento lento, e que inclui algumas espécies cuja pesca e comercialização estão proibidas ao nível nacional, como as do gênero Squatina. As duas outras espéceis que somaram o quarto restante da biomassa aproveitável foram Polymixia lowei e Zenopsis conchifera, que não apresentam um mercado consistente. Desta forma, como resultado dos levantamentos, constatou-se que os principais recursos com capacidade de sustentar pescarias dirigidas, já vinham sendo explotados na época do levantamento: 1 – a merluza e o peixe-sapo pela frota de arrasteiros do Rio de Janeiro e ocasionalmente pela de Rio Grande,além da pesca com emalhe pela frota de bar- cos estrangeiros arrendados; 2 – a abrótea-de-profundidade, como parte da fauna acom- panhante da pesca de espinhel-de-fundo. Essas três espécies já haviam sido impactadas pela pesca de barcos processadores arrendados de médio e grande porte que começaram a atuar em 1999. A estas espécies pode ser adicionada Illex argentinus que apresenta grandes flutuações interanuais e, portanto, possibilita curtas e esporádicas temporadas de pesca. O levantamento realizado não levou ao descobrimento de novos recursos pesquei- ros relevantes, vulneráveis à rede de arrasto-de-fundo e evidenciou que as biomassas explotáveis são relativamente pequenas sendo o potencial pesqueiro uma ordem de magnitude inferior ao da plataforma interna da Região Sudeste-Sul.

160 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO2_P3 2/28/08 11:05 AM Page 161

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVERSON, D.L. 1971 Manual of methods for fisheries resource survey and appraisal. Part 1. Survey and charting of fisheries resources. FAO Fish.Tech.Pap., (102):80 p. ANDRADE, H. A.; GARCIA, C. A. E. 1999.Skipjack tuna fishery in relation to sea surface temperature off the southern Brazilian coast. Fisheries Oceanography, v. 8, p. 245-254. ARKHIPKIN,A.I.& SCHERBICH,Z.N.1991.Crecimiento y estructura intraespecifica del calamar,Illex argentinus (Castellanos, 1960) (Ommastrephidae) en invierno y primavera en el Atlantico sudoccidental. Scientia Marina, 55 (4): 619-627. ARKHIPKIN, A.I. 1990. Edad y crecimiento del calmar (Illex argentinus). Frente Marítimo, 6: 25-36. ARKHIPKIN, A.I. 1993. Age, growth, stock structure and migratory rate of pre-spawning short-finned squid, Illex argentinus based on statolith ageing investigations. Fish.Res., 16:313-338. BASS, A.J., D’AUBREY, J.D. & KISTNASAMY, N. 1976. Sharks of the east coast of southern Africa. VI. The fami- lies Oxynotidae, Squalidae, Dalatiidae and Echinorhinidae. South African Association of Marine Biology Research, Oceanography Research Institution Investigatory Report N° 45:103 p. BERNARDES, R.A.; FIGUEIREDO, J.L.; RODRIGUES, A.R.; FISCHER, L.G.; VOOREN, C.M.; HAIMOVICI, M. & ROSSI- WONGTSCHOWSKI, C.L.B. 2005a. Peixes da Zona Econômica da Região Sudeste-Sul do Brasil: levantamento com armadilhas, pargueiras e rede de arrasto-de-fundo. São Paulo: EDUSP.295 p. BERNARDES, R.A.; ROSSI-WONGTSCHOWSKI, C.L.B.; WAHRLICH, R.; VIEIRA, R.C.; SANTOS, A.P.& RODRIGUES, A.R. 2005b. Prospecção pesqueira de recursos demersais com armadilhas e pargueiras na Zona Econômica Exclusiva da Região Sudeste-Sul do Brasil. São Paulo: Instituto Oceanográfico. 112 p. BIANCHI, G. 1991. Demersal assemblages of the continental shelf and slope edge between the Gulf of Tehuantepec (Mexico) and the Gulf of Papagayo (Costa Rica). Mar. Ecol. Progr. Ser. 73: 121-140. BRAGA, F.M. & BRAGA, M.A. 1987 Estudo do hábito alimentar de Prionotus punctatus (Bloch 1797) (Teleostei,Triglidae),na região da Ilha Anchieta,estado de São Paulo,Brasil.Rev Bras Biol 47:31-36. BRANDHORST,W. & CASTELLO, J. P.1971. Evaluación de Los Recursos de Anchoíta (Engraulis anchoita) Frente a Argentina Y Uruguay. I. Las Condiciones Oceanográficas, Sinopsis Del Conocimiento Actual Sobre La Anchoíta Y El Plan Para Su Evaluación..Proy Des Pesq Ser Inf Tec,Mar del Plata,Pub.Nº,v.29,p.1-63. BRUNETTI, N.E. 1990. Escala para la identificación de estadios de madurez sexual del calamar (Illex argenti- nus). Frente Marítimo, 7:45 52. BRUNETTI, N.E.; IVANOVIC, M.L.; LOUGE, E. & CHRISTIANSEN, H.E. 1991. Estudio de la biologia reproductiva y de la fecundidad en dos subpoblaciones del calamar (Illex argentinus).Frente Marítimo, 8:73 84. CALDERÓN, J.J.D. 1994. Morfologia, distribuição, abundância e reprodução de duas espécies do gênero Squalus no sul do Brasil.Rio Grande:Fundação Universidade do Rio Grande.104 p.(Tese de Mestrado). CAMPOS, E.J.D.;VELHOTE, D. & SILVEIRA, I.C.A. 2000. Shelf break upwelling driven by Brazil Current cyclonic meanders. Geophysical Research Letters,Washington-D.C., USA, 27(6):751-754 CAPITOLI, R.R.; RUFFINO, M.L. & VOOREN, C.M. 1995. Alimentacão do Tubarão Mustelus schmitti Springer na plataforma costeira do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Atlântica, Rio Grande, 17: 109-122. CARNEIRO, M.H.; FAGUNDES, L.; ÁVILA-DA-SILVA, A.O. & SERVO, G.J.M. 2000. Produção Pesqueira Marinha do Estado de São Paulo: 1998-1999. Sér. Relat. Téc., São Paulo, 1:1-10. Disponível em: ftp://ftp.sp.gov.br/ftppesca/propesq98-99.pdf Acesso em: 13/ago/2007. CARPENTER, K.E. (ed.) 2002. The living marine resources of the Western Central Atlantic. Volume 3: Bony fishes part 2 (Opistognathidae to Molidae), sea turtles and marine mammals. FAO Species Identification Guide for Fishery Purposes and American Society of Ichthyologists and Herpetologists Special Publication No. 5. Rome, FAO. 2002. 2127pp. CASTELLO, J.P.& ODEBRECHT, C. 2001.The Convergence Ecosystem in the Southwest Atlantic. p. 147-165. In: SEELIGER, U.; KJERFVE, B. (Orgs.). Coastal Marine Ecosystems of Latin America. 1 ed. Berlim: Springer. CASTRO, B.M. & MIRANDA, L.B. 1998. Physical Oceanography of the Western Atlantic Continental Shelf located between 4°N and 34°S. In: A.R. Robinson, K.H. Brink. (Org.). The Sea - The Glocal Coastal Ocean-Regional Studies and Synthesis.. New York: John Wiley & Sons, 1998, v. 11, p. 209-251.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 161 REVIZEE_ARRASTO2_P3 2/28/08 11:05 AM Page 162

CHIARAMONTE, G. E. 2000. Squatina occulta. In: IUCN 2004. IUCN Red List of Threatened Species. www.redlist.org. CHIARAMONTE, G.H. & PETTOVELLO, A.D. 2000. The biology of Mustelus schmitti in southern Patagonia, Argentina. Journal of Fish Biology 57: 930-942. CLARKE, K.R. & WARWICK, R.M. 1994. Change in marine communities: an approach to statistical analysis and interpretation, Natural Environment Research Council, Plymouth. 144p. CLARKE, K.R. & GORLEY,R.N. 2001. PRIMER v5: User Manual/Tutorial. PRIMER-E, Plymouth, UK. 91p. COHEN, D.M., T. INADA, T. IWAMOTO & N. SCIALABBA, (Eds). 1990. FAO species catalogue. Vol. 10. Gadiform fishes of the world (Order Gadiformes). An annotated and illustrated catalogue of cods, hakes, grenadiers and other gadiform fishes known to date. FAO Fish. Synop. 10 (125). 442 p. COMPAGNO, L.J.V. 1984. FAO species catalogue. Vol. 4. Sharks of the world. An annotated and illustrated catalogue of shark species known to date.Part 1 - Hexanchiformes to Lamniformes. FAO Fish. Synop. 125(4/1):1-249. COSTA P.A.S. & HAIMOVICI, M. 1990. A pesca de polvos e lulas no litoral de Rio de Janeiro. Ciência e Cultura 42(12): 1124-1130. COUSSEAU,M.B.& PERROTA,R.G.1998.Peces Marinos de Argentina:biología,distribución y pesca.Instituto Nacional de Invesgación y Desarrollo Pesquero (INIDEP) Mar del Plata, Argentina. 163 p. COUSSEAU, M.B. 1993. Las especies del orden gadiformes del Atlantico sudamericano comprendido entre 34∞ y 55∞ y su relación con las de otras areas. Frente Marítimo, 13:7-102. CSIRKE, J. 1987. Los recursos pesqueros patagónicos y las pesquerias de altura en el Atlántico Sudoccidental. FAO Doc.Tec. Pesca, 268:1-78. FAGUNDES-NETTO, E.B. & OLIVEIRA, E.S. 1998. Aspectos da biologia de Merluccius hubbsi Marini, 1933 (Pisces Merlucciidae) na região de Arraial do Cabo, RJ.In: IX Encontro Brasileiro de Ictiologia, 1991, Maringá - PR. IX Encontro Brasileiro de Ictiologia. p. 106-106. FIGUEIREDO, A. & MADUREIRA, L.S.P. 2004. Topografia, composição, refletividade do substrato marinho e identificação de províncias sedimentares na Região Sudeste-Sul do Brasil. São Paulo: Instituto Oceanográfico da USP - Série Documentos REVIZEE - Score Sul, 2004. 64 p. FIGUEIREDO, J.L. & MENEZES, N.A. 1978. Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil. II. Teleostei (1). São Paulo: Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. 110 p. FIGUEIREDO, J.L. & MENEZES, N.A. 2000. Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil. VI. Teleostei (5). São Paulo: Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. 116 p. FIGUEIREDO, J.L.; SANTOS, A.P.;YAMAGUTI, N.; PIRES, R.Á. & WONGTSCHOWSKI, C.L.B.R. 2002. Peixes da zona econômica exclusiva da região sudeste-sul. Levantamento com rede de meia água. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo. 242 p. FROESE, R. & D. PAULY. (Eds). 2007. FISHBASE. World Wide Web electronic publication. www.fishbase.org, versão (01/2007). GAETA,S.A.& BRANDINI,F.P.2006.Produção Primária do Fitoplâncton na Região entre o Cabo de São Tomé (RJ) e o Chuí (RS). p. 219-264. In: ROSSI-WONGTSCHOWSKI, C.L.D.B. & MADUREIRA, L.S. (Orgs.). O Ambiente Oceanográfico da Plataforma Continental e do Talude na Região Sudeste-Sul do Brasil. 1a ed. São Paulo: EDUSP. GARCIA, M. L., 1987, Pleuronectiformes de la Argentina. IV - Alimentación de Paralichthys isosceles, (Bothidae, Paralichthinae). Notas Mus.La Plata Zool., 221:111-125. GARCIA,C.A.E.1997.Oceanografia Física:Massas de água e transporte.Os Ecossistemas Costeiro e Marinho do Extremo Sul do Brasil. SEELIGER, U.; ODERBRETCH, C. & CASTELLO, J.P.(Eds.), Editora Ecoscientia. 104-106. GUNDERSON, D.R. 1993. Survey of Fisheries Resources. John Wiley & Sons, New York. 248 p. HAIMOVICI, M. & ANDRIGUETTO, J.M. 1986. Cefalópodes costeiros na pesca de arrasto do litoral sul do Brasil. Arquivos de Biologia e Tecnologia (TECPAR), Curitiba, Paraná, 29(3): 473-495. HAIMOVICI, M. & COUSIN, J.C.B. 1989. Reproductive Biology of the castanha Umbrina canosai (Pisces, Sciaenidae) in Southern Brazil. Revista Brasileira de Biologia. Rio de Janeiro, RJ. 49(2):523-537. HAIMOVICI, M. & FISCHER, L.G. 2007. Avaliação de descartes na pesca de arrasto. p. 161-179. In: HAIMOVICI, M. (Org.). A prospecção pesqueira e abundância de estoques marinhos no Brasil nas décadas de 1960 a 1990: Levantamento de dados e avaliação crítica. Brasília: MMA. 327p. HAIMOVICI,M.& PEREZ,J.A.A.1991.Abundância e distribuição de cefalópodes em cruzeiros de prospecção pesqueira demersal na plataforma externa e talude continental do sul do Brasil. Revista Atlântica, 13 (1): 189-200. HAIMOVICI, M. (Org.). 2007. A prospecção pesqueira e abundância de estoques marinhos no Brasil nas décadas de 1960 a 1990: Levantamento de dados e avaliação crítica. MMA. 327 p.

162 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO2_P3 2/28/08 11:05 AM Page 163

HAIMOVICI, M. 1997. Recursos pesqueiros demersais da região sul. FEMAR, Rio de Janeiro, RJ. 80 p. HAIMOVICI, M. 1998. Present state and perspectives for the southern Brazil shelf demersal fisheries. Fisheries Management and Ecology, Oxford, v. 1998, n. 5, p. 227-289. HAIMOVICI, M.; ÁVILA-DA-SILVA, A.O.; MIRANDA, L.V. & KLIPPEL, S. 2007a. Prospecções na Região Sul. P.33- 69. In: HAIMOVICI, M. (Coord.). A prospecção pesqueira e abundância de estoques marinhos no Brasil nas décadas de 1960 a 1990: levantamento de dados e avaliação crítica.MMA.Brasília.327p. HAIMOVICI, M.; BRUNETTI, P.; RODHOUSE, J.; CSIRKE, R.H. & LETA, R. 1998.The Commercial Illex Species: Illex Argentinus. In: Rodhouse, P.G.;Dawe E.G. & O’Dor, R.K.. (Org.). Squid Recruitment Dynamics. Roma, Italia: FAO Fisheries Technical Paper Num 376. v. 376, p. 27-58. HAIMOVICI, M.; FISCHER, L.G. & MIRANDA, L.W. 2007b. Densidades, Biomassas e Potencial Pesqueiro de Recursos Demersais de Fundos Arrastáveis da Plataforma Continental do Brasil. p.181-191, In: HAIMOVICI,M.(Coord.).A Prospecção Pesqueira e Abundância de Estoques Marinhos no Brasil nas Décadas de 1960 a 1990: Levantamento de Dados e Avaliação Crítica. Brasília: MMA. 327p. HAIMOVICI, M.; MARTINS, A.S & VIEIRA, P.C.1996. Distribuição e abundância de teleósteos demersais sobre a plataforma continental do sul do Brasil. Revista Brasileira de Biologia 56(1):27-50. HAIMOVICI,M.;MARTINS,A.S.& TEIXEIRA,R.L.1993.Distribución,alimentación y observaciones sobre la repro- ducción de la merluza Merluccius hubbsi en el sur de Brasil, Frente Marítimo 14:33-40. Montevideu. HAIMOVICI, M.; MARTINS, A.S.; FIGUEIREDO, J.L. & VIEIRA, P.C.1994. Demersal bony fishes of the outer shelf and uper slope of the Southern Brazil Subtropical Convergence Ecosystem. Marine Ecology Progressive Series, Alemanha, v. 108, p. 59-77 HAIMOVICI, M.; PEREZ, J.A.A. & SANTOS, R.A., 2005. Illex argentinus. In: ROSSI-WONGTSCHOWSKI, C.L.B., ÁVILA-DA-SILVA,A.O.& CERGOLE, M.C.(eds).Análise das Principais Pescarias Comerciais da Região Sudeste-Sul do Brasil: Dinâmica Populacional das Espécies em Explotação – II. Série Documentos REVIZEE Score Sul, 19-27. HAIMOVICI,M.; SILVA,A.O.A.& FISCHER,L.G.2006.Diagnóstico do estoque e orientações para o ordenamen- to da pesca de Urophycis mystacea (Ribeiro,1903).In:ROSSI-WONGTSCHOWSKI,C.L.D.B.; ÁVILA-DA- SILVA,A.O.; CERGOLE, M.C.(Org.).Análise das Principais Pescarias Comerciais da Região Sudeste-Sul do Brasil: Dinâmica Populacional das Espécies em Explotação II. São Paulo: USP.p. 86-94. HAIMOVICI, M.; SILVA, A.O.A.; TUTUI, S.L.S.; BASTOS, G.C.; SANTOS, R.A.; FISCHER, L.G. 2004. Prospecção pesqueira de espécies demersais com espinhel-de-fundo na região Sudeste-Sul de Brasil. In: HAIMOVICI, M.; ÁVILA-DA-SILVA, A.O.; ROSSI-WONGTSCHOWKI, C.L.D.B. (Org.). Prospecção pesqueira de espécies demersais com espinhel-de-fundo na Zona Econômica Exclusiva da Região Sudeste-Sul do Brasil. São Paulo: Instituto Oceanográfico – USP.p. 11-78. HAIMOVICI, M.; TEIXEIRA, R.L. & ARRUDA, M.C. 1989. Alimentação da castanha Umbrina canosai (PISCES:SCIANIDAE) no sul do Brasil. Rev. Brasil. Biol. Rio de Janeiro, RJ. 49(2):511-522. HAIMOVICI, M.; VASCONCELLOS, M.C.; KALIKOSKI, D.C.; ABDALLAH, P.R.; CASTELLO, J.P. & HELLEBRANDT, D. 2006. Diagnósticos da pesca no litoral do estado do Rio Grande do Sul. In: ISAAC,V.J.; MARTINS, A.S.; HAIMOVI- CI, M. & ANDRIGUETTO, J.M. (Orgs.). A pesca marinha e estuarina do Brasil no início do século XXI: recur- sos,tecnologias,aspectos socioeconômicos e institucionais.Belém:Editora Universitária UFPA.p.157-180. HAIMOVICI,M.;WONGTSCHOWSKI,C.L.D.B.R.;BERNARDES,R.A.;SANTOS,R.A.& FISCHER,L.G.2002.Relatório preliminar sobre Lophius gastrophysus. Prospecção de Arrasto-de-fundo – Programa REVIZEE – Score Sul. 2002.World Wide Web electronic publication: http://www.mma.gov.br/estruturas/revizee/_arquivos/rellophi.pdf. versão (01/2007). HAIMOVICI, M; ÁVILA-DA-SILVA A.O. & FISCHER L.G. 2006. Diagnóstico e orientações para o ordenamento pesqueiro de Urophycis mystacea. In: CERGOLE, M.C.; ÁVILA-DA-SILVA, A.O. & ROSSI- WONGTSCHOWSKI, C.L.D.B. (Org). Análise das Principais Pescarias Comerciais da Região Sudeste- Sul do Brasil: Dinâmica Populacional das Espécies em Explotação II. Série Documentos Técnicos Revizee Score Sul, Instituto Oceanográfico – USP.p.86-94. HAIMOVICI, M; MIRANDA, L.W.; ABSALONSEN, L.; VELASCO G. 2006. Diagnóstico e orientações para o orde- namento pesqueiro de Umbrina canosai . In CERGOLE, M.C.; ÁVILA-DA-SILVA, A.O. & ROSSI- WONGTSCHOWSKI, C.L.D.B. (Org). Análise das Principais Pescarias Comerciais da Região Sudeste- Sul do Brasil: Dinâmica Populacional das Espécies em Explotação II. Série Documentos Técnicos REVIZEE Score Sul, Instituto Oceanográfico – USP.p. 77-85. HAIMOVICI,M;PEREZ,J.A.A & SANTOS,R.A.2006.Diagnóstico e orientações para o ordenamento pesqueiro de Illex argentinus. p. 19-28, In: Análise das Principais Pescarias Comerciais da Região Sudeste-Sul do Brasil: Dinâmica Populacional das Espécies em Explotação,V2.CERGOLE, M.C.; ÁVILA-DA-SILVA, A. O. & ROSSI-WONGTSCHOWSKI, C.L.D.B. (Eds), Série Documentos REVIZEE –Score Sul, São Paulo: Instituto Oceanográfico-USP,97p. HAIMOVICI; M. ÁVILA-DA-SILVA, A.O., LUCATO, S.H.B.; VELASCO, G. & ARANTES, L.H. 2003. A pesca de linha-

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 163 REVIZEE_ARRASTO2_P3 2/28/08 11:05 AM Page 164

de-fundo na plataforma externa e talude superior da região sudeste-sul do Brasil em 1997 e 1998. p.347-363 In: Análise das principais pescarias comerciais do Sudeste-Sul do Brasil. Volume I: Dinâmica das frotas pesqueiras. Programa REVIZEE/ Score-Sul. CERGOLE, M.C. & ROSSI- WONGTSCHOWSKI, C.L.D.B (Eds.). Editora Evoluir, 369p. HEEMSTRA, P.C. 1997. A review of the smooth-hound sharks (Genus Mustelus, Family Triakidae) of the Western Atlatnic Ocean,with descriptions of two new species and a new subspecies.Bull.Mar.Sci. 60(3):894-928. HURLBERT, S.H. 1971. The nonconcept of species diversity: a critique and alternative parameters. Ecology 52: 577-586. IBAMA. 2007. Estatística da Pesca 2005. Brasil, Grandes Regiões e Unidades da Federação. Brasília. 147p. IGNÁCIO, J.M. 2006. Ciclo reprodutivo e alimentação do linguado-transparente Paralichthys isosceles Jordan, 1890 (Teleostei: Paralichthyidae) no Rio Grande do Sul, Brasil. Monografia de Graduação em Oceanografia. Fundação Universidade Federal do Rio Grande. 66 p. KARRER, C. & HEEMSTRA, P.C.1986 Grammicolepididae. p. 440-441. In: SMITH, M.M. &. HEEMSTRA, P.C.(eds.) Smiths’ sea fishes. Springer-Verlag, Berlin. KAWAKAMI DE RESENDE, E.1975. Alimentação de Pleuronectiformes (análise comparativa e bionomia). Tese de Mestrado. Universidade de São Paulo, USP,Brasil. MADUREIRA, L.S.P., VASCONCELOS,M.C., WEIGERT, S.C.,HABIAGA, R.P., PINHO, M. P., FERREIRA,C.S., DUVOISIN,A.C., SOARES, C.F.& BRUNO, M.A.2005.Distribuição.Abundância e Interações ambientais de espécies pelágicas na Região Sudeste-Sul do Brasil, entre o Cabo de São Tomé (RJ) e o Chuí (RS).In: MADUREIRA, L.S.P. & ROSSI-WONGTSCHOWSKI, C.L.D.B. (eds.). Prospecção de recursos pesqueiros pelágicos na Zona Econômica Exclusiva da Região Sudeste-Sul do Brasil: hidroacústica e biomassas. Série documentos REVIZEE: Score Sul, Instituto Oceanográfico, USP,São Paulo. 144 p. MAGRO, M. 2005. Trichiurus lepturus (Linnaeus, 1758). In: CERGOLE. M.C.; ÁVILA-DA-SILVA, A.O. & ROSSI WONGTSCHOWSKI, C.L.D.B. (Org.). Análise das Principais Pescarias Comerciais da Região Sudeste- Sul do Brasil: Dinâmica Populacional das Espécies em Explotação. São Paulo: Instituto Oceanográfico da USP.p.162-166. MARÇAL,A.S.2003.Biologia reprodutiva de Atlantoraja platana (Günther 1880) (Elasmobranchii:Rajidae) no sul do Brasil. Rio Grande: Fundação Universidade Federal do Rio Grande 62 p. (Tese de mestrado). MARINI,T.L. 1930. Nueva especie de pez angel Rhina argentina n. sp. Physis (B. Aires) XII: 19-30. MARTINS, A.S; HAIMOVICI, M. & PALACIOS, R. 2005. Diet and feeding of the cutlassfish Trichiurus lepturus in the Subtropical Convergence Ecosystem of southern Brazil. J. Mar. Biol. Ass. U.K. 85: 1223-1229. MARTINS, A.S.& HAIMOVICI, M.1997.Distribution, abundance and biological interactions of the cutlassfish Trichiurus lepturus in the southern Brazil subtropical convergence ecosystem. Fisheries Research, 30: 217-227. MARTINS, A.S. & HAIMOVICI, M. 2000. Reprodution of the cutlassfish Trichiurus lepturus in the southern brazilian subtropical convergence ecosystem. Scientia Marina, 64(1): 97-105. MARTINS, A.S. 2000. As assembléias e as guildas tróficas de peixes e cefalópodes demersais na plataforma continental e talude superior do extremo sul do Brasil. Tese de Doutorado em Oceanografia Biológica. Fundação Universidade Federal do Rio Grande, FURG, Brasil. MARTINS, R.S. & HAIMOVICI, M. 2000. Determinação de idade, crescimento e longevidade da abrótea de profundidade, Urophycis cirrata, Goode & Bean, 1896, (Teleostei; Phycidae) no extremo sul do Brasil.. Revista Atlântica, v. 22, p. 57-70, 2000. MASSA, A.; HOZBOR, N.; CHIARAMONTE, G.E.; BALESTRA, A.D. & VOOREN C.M. 2006. Mustelus schmitti IUCN 2006. In 2006 IUCN Red List of Threatened Species . MATSUURA,Y. 1995. Explotação pesqueira. In: Os ecossistemas brasileiros e os principais macrovetores de desenvolvimento: subsídios ao planejamento da gestão ambiental. (Ed). Ministério do Meio Ambiente, dos Recursos Hídricos e da Amazônia Legal. Brasília. (4.6): 42-48p. MAZZOLENI, R.C. & SCHWINGEL, P.R. 1999. Elasmobranch species landed in Itajaí harbor, southern Brazil. Notas Técnicas FACIMAR 3: 111-118. MEJÍA,L.S;ACERO ARTURO P.;ROA,A.SAAVEDRA,L.2001.,Review of the fishes of the genus Synagrops from the tropical Western Atlantic (Perciformes: Acropomatidae). Caribbean Journal of Science. Mayagüez : University of Puerto Rico Vol. 37, No. 34: 202-209. MELLO, R.M.; CASTELLO, J.P. & FREIRE, K.M.F. 1992. Asociación de especies pelágicas marinas en el sur de Brasil durante invierno y primavera. Frente Maritimo, 11(Sec.A): 63-69. MENEZES, N.A. & FIGUEIREDO, J.L. 1980. Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil. IV. Teleostei (3). São Paulo: Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. 96 p. MENEZES,N.A.& FIGUEIREDO,J.L.1985.Manual de peixes marinhos do sudeste do Brasil.V.Teleostei (4).São

164 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO2_P3 2/28/08 11:05 AM Page 165

Paulo: Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo. 105 p. MENNI, R.C. & STEHMANN, M.F.W. 2000. Distribution, environment and biology of batoid fishes off Argentina, Uruguay and Brazil, a review. Rev. Mus. Argentino Cienc. Nat., n.s., 2(1): 69-109. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. 2004. Instrução Normativa N° 5 de 21 de maio de 2004. Diário Oficial da União – Seção 1, N° 102, sexta-feira 28 de maio de 2004, p. 136-142. MIRANDA, L.V. & VOOREN, C.M. 2003. Captura e esforço da pesca de elasmobrânquios demersais no sul do Brasil. Frente Marítimo 19, Se. B: 217-231. MOYLE, P.B. & CECH, J.J.Jr. 1988. Fishes: an Introduction to Ichthyology. 2 Ed. Prentice Hall, New Jersey. 599 p. MUTO, E.Y.;SILVA, M.H.C.;VERA, G.R.; LEITE, S.S.M.; NAVARRO, D.G. & ROSSI-WONGTSCHOWSKI, C.L.D.B. 2005. Alimentação e relações tróficas de peixes demersais da plataforma continental externa e talude superior da região Sudeste-Sul do Brasil. São Paulo. 64 p. NAKAMURA, I. & PARIN, N. V. (eds). 1993. FAO species catalogue. Vol. 15. Snake mackerels and cutlassfishes of the world (Families Gempylidae and Trichiuridae). An annotated and illustrated catalogue of the snake mackerels, snoeks, escolars, gemfishes, sackfishes, domine, oilfish,cutlassfishes, scab- bardfishes, hairtails, and frostfishes known to date. FAO Fisheries Synopsis. No. 125,Vol. 15. 136 p. NELSON, J.S. 1994. Fishes of the World. John Wiley & Sons, New York,. 600 p. ODDONE, M.C. & VOOREN, C.M. 2004. Distribution, abundance and morphometry of Atlantoraja cyclopho- ra (Regan, 1903) (Elasmobranchii: Rajidae) in southern Brazil, Southwestern Atlantic. Neotropical Ichthyology 2 (3): 137-144. ODDONE, M.C. & VOOREN, C.M. 2005. Reproductive biology of Atlantoraja cyclophora (Regan, 1903) (Elasmobranchii, Rajidae) off southern Brazil. ICES Journal of Marine Science 62: 1095-1103. ODDONE, M.C. 2003. Biologia reprodutiva de Atlantoraja cyclophora (Regan,1903) no sul do Brasil. Rio Grande: Fundação Universidade Federal do Rio Grande 99 p. (Tese de mestrado). O’DOR, R.K. & LIPINSKI, M.R. 1998. Chapter 1 – The genus Illex (Cephalopoda; Ommastrephidae): Characteristics, distribution and fisheries. In: RODHOUSE,PG, DAWE,EG &.O’DOR,RK (eds.). Squid recruitment dynamics. The genus Illex as a model species and influences on variability. FAO Fish. Tech. Paper, Chap. 1:1-12. PAESCH, L. 2000. Hábitos alimentarios de algunas especies de elasmobranquios en el frente oceánico del Río de la Plata. Frente Marítimo 18, Sección A: 71-90. PENNINGTON, M., 1983, Efficient estimators of abundance, for fish and plankton surveys. Biometrics. 39:281-286. PEREZ, J.A.A. & PEZZUTO, P.R.1998.Valuable shellfish species in the by-catch of shrimp fishery in southern Brazil: spatial and temporal patterns. J. Shell. Res. 17: 303-309. PEREZ, J.A.A. & WAHRLICH, R. 2005. A bycatch assessment of the gillnet monkfish Lophius gastrophysus off Southern Brazil. Fisheries Research, Aberdeen, v.72, n.1, p.81-95. PEREZ, J.A.A. ; MARTINS, R.S. & SANTOS, R.A. 2004. Cefalópodes capturados pela pesca comercial de talude no sudeste e sul do Brasil. Notas técnicas da FACIMAR, Itajaí, SC. (8): 65-74. PEREZ, J.A.A. 2002. Biomass dynamics of the squid Loligo plei and the development of a small-scale sea- sonal fishery off Southern Brazil. Bull. Mar. Sci., 71(2):633-651. PEREZ, J.A.A., AGUIAR, D.C. & OLIVEIRA, U.C. 2002 Biology and population dynamics of the long-finned squid Loligo plei (Cephalopoda: Loliginidae) in southern Brazilian waters Fisheries Research 58 (2002) 267–279. PEREZ, J.A.A.; PEZZUTO, P.R.& ANDRADE, H.A. 2005. Biomass assessment of the monkfish Lophius gastro- physus stock exploited by a new deep-water fishery in southern Brazil. Fish. Res. 72: 149-162. PEREZ, J.A.A.; WAHRLICH, R.; PEZZUTO, P.R.; SCHWINGEL, P.R.; LOPES, F.R.A. & RIBEIRO, M.R. 2003. Deep-sea fishery off southern Brazil: Recent trends of the Brazilian Fishing Industry. Journal Northwest Atlantic Fisheries Science, 31:1-18. PIELOU,E.C.1966.Species diversity and pattern diversity in the study of ecological succession.J.Theor.Biol. 10: 370-383. PIELOU, E.E. 1969. An Introduction to Mathematical Ecology,Wiley, New York (1969). PIOLA, A.R.; CAMPOS, E.J.D.; MÖLLER JR., O.O.; CHARO, M. E MARTINEZ, C. 2000. Subtropical shelf front off eastern South America. Journal of Geophysical Research, 105(C3):6565-6578. Piola,A.R.,R.P.Matano,E.D.Palma,O.O.;Mo¨ller Jr.,and E.J.D.Campos 2005,The influence of the Plata River discharge on the western South Atlantic shelf, Geophys.Res. Lett., 32, LXXXXX, doi:10.1029/ 2004GL021638. PIRES-VANIN, A.M. & MATSUURA, Y. 1993. Estrutura e função do ecosistema de plataforma continental da região de Ubatuba, Estado de São Paulo: uma introdução. Publ. Esp. Inst. Oc. São Paulo, 10: 1-8. PIRES-VANIN, A.M.S.; ROSSI-WONGTSCHOWSKI, C.L.D.B.; AIDAR, E.; MESQUITA, H.S.L.; SOARES, L.S.H.; KAT-

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 165 REVIZEE_ARRASTO2_P3 2/28/08 11:05 AM Page 166

SURAGAWA, M. & MATSUURA,Y.1993. Estrutura e função do ecossistema de plataforma continen- tal da região de Ubatuba, Estado de São Paulo: síntese dos resultados. Publ. Esp. Inst. Oceanogr. 10:217-231. PRENSKI, L.B.& SCARLATO, N.S.2000.Congrio de Profundidad (Bassanago albescens).p:233-239.In: Bezzi, S.; Akselman, R. & Boshi, E.E. (Eds). 2000. Síntesis del estado de las pesquerías marítimas argentinas y de la Cuenca del Plata. Años 1997-1999, con la actualización de 1999. INIDEP,Mar del Plata. 388p. RAHN, E. & SANTOS, A. 1978. A pesca de lulas (Loligo spp) e calamares (Illex argentinus) nas costas de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Relatório Síntese N. 5 N/Pq Mestre Jerônimo. SUDEPE/PDP 39 p. ROPER, C.F.E., LU, C.C. & HOCHBERG, F.G. (eds) 1984. Proceedings of the Workshop on the Biology and Resource Potential of Cephalopods. Melbourne, Australia, 9-13 March 1981. Memoirs of the National Museum of Victoria N. 44, 311p. ROSSI-WONGTSCHOWSKI, C.L.D.B. & PAES, E.T. 1993. Spatial and seasonal patterns of the demersal fish community from the northern littoral of São Paulo State — Ubatuba, Brazil. Publ. Espec. Inst. Oceanogr. São Paulo. : 169-188. SACCARDO, S.A & HAIMOVICI, M. (2007). Síntese sobre o chicharro (Trachurus lathami). In: HAIMOVICI, M. (Org.). A prospecção pesqueira e abundância de estoques marinhos no Brasil nas décadas de 1960 a 1990: Levantamento de dados e avaliação crítica. (No prelo) SACCARDO, S.A. & KATSURAGAWA, M. 1995. Biology of rough scad Trachurus lathami, on the southeastern coast of Brazil. Sci. Mar., 59: 265-277. SACCARDO, S.A. 1980. Biologia e bionomia de Trachurus lathami Nichols, 1920 (Teleostei:Carangidae) na plataforma continental brasileira entre 230 S (RJ) e 300S (RS). Tese de doutorado. São Paulo, Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, 158p. SANDERS, H.L. 1968. Marine benthic diversity: a comparative study. Am. Nat., 102(925):243-282. SANTOS, R.A. & HAIMOVICI, M. (2007). Composição de espécies, distribuição e abundância de cefalópodes do ambiente pelágico da plataforma externa e talude superior da Região Sudeste e Sul do Brasil. In: BERNARDES R.A.; ROSSI-WONGTSCHOWSKI, C.L.D.B. & MADUREIRA, L.S.P.(Eds) 2007. Prospecção pesqueira de espécies pelágicas de pequeno porte na Zona Econômica Exclusiva da Região Sudeste-Sul do Brasil. Instituto oceanográfico, USP.São Paulo. Série Documentos REVIZEE – Score- Sul. 136 pp. SANTOS, R.A. & HAIMOVICI, M., 1997. Reproductive biology of winter spring spawners of Illex argentinus (Cephalopoda: Ommastrephidae) off southern Brazil. Scientia Marina 61 (1): 53-64. SAVILLE, A.(ed).1977.Survey methods for appraising fishery resources.FAO Fisheries Technical Paper.N.171, 76p. Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca. 2005. Instrução Normativa Conjunta n°23, de 4 de julho de 2005. SEAP/PR. 6p. SILVA, K.G. 1996. Estudo comparativo dos parâmetros populacionais da reprodução dos cações-anjo Squatina argentina Marini, 1930, Squatina guggenheim (Marini, 1936) e Squatina occulta, Vooren & Silva 1991, no sul do Brasil. Rio Grande: Fundação Universidade do Rio Grande, 106 p. (Tese de Mestrado). SILVEIRA, I.C.A.; SCHMIDT, A.C.K.; CAMPOS, E.J.D.; GODOI, S.S. & IKEDA,Y.2000. A corrente do Brasil ao largo da costa leste brasileira. Rev.Bras.Oceanogr., 48(2):171-183. SMITH, M.M. & HEEMSTRA, P.C.(eds).1986. Smith’s sea fishes. New York, Springer-Veerlag. 1047p. SOARES, I.D. & MÖLLER JR., O.O. 2001. Low frequency currents and water mass spatial distribution on the southern Brazilian shelf. Continental Shelf Research, 21:1785-1814. SOARES, L. S. H. & APELBAUM, R., 1994, Atividade alimentar diária da cabrinha Prionotus punctatus (Teleostei:Triglidae) do litoral de Ubatuba, Brasil. Bolm Inst. Oceanogr., São Paulo, 42: 85-98 SOTO, C.F.M. 1986. Estudo comparativo da reprodução nos cações Mustelus schmitti, Springer 1939 e M. canis, Mitchill 1815 (Pisces: Squaliformes) na Plataforma Continental do Rio Grande do Sul, Brasil. Rio Grande: Fundação Universidade do Rio Grande 121 p. (Tese de Mestrado). SOTO, J.M.R. 2001. Annotated systematic checklist and bibliography of the coastal and oceanic fauna of Brazil. I. Sharks. Mare Magnum 1 (1): 51-120. STRAMMA, L. & ENGLAND, M.H. 1999. On the water masses and mean circulation of the South Atlantic Ocean. J. Geophys. Res., 104, 20863-29883. SVERDRUP H.U, M JOHNSON & FLEMING. R 1942. The Oceans. Their physics, chemistry and general biolo- gy. Prentice Hall, New York. 1087p. SWEENEY, M.J. & ROPER, C.F.E. 1998. Classification, type localities and type repositories of Recent Cephalopoda. Smithson. Contr. Zool., 586(2):561-599. TEIXEIRA, R.L.& HAIMOVICI, M.1989 .Distribuição, reprodução e hábitos alimentares de Prionotus punctatus e P. nudigula (Pisces,Triglidae) do litoral do Rio Grande do Sul,Brasil.Atlântica 11(1):13-45,Rio Grande. THOMSEN, H. 1962. Masas de agua características del Océano Atlántico (parte Sudoeste). Buenos Aires:

166 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO2_P3 2/28/08 11:05 AM Page 167

Servicio de Hidrografía Naval, Secretaría Marina, Publ H.632: 1-27. TOMAS, A.R.G. & CORDEIRO, R.A. 2003. Dinâmica da frota de arrasto de portas do Estado de Rio de Janeiro. p.15-38, In: Análise das principais pescarias comerciais do Sudeste-Sul do Brasil. Volume I: Dinâmica das frotas pesqueiras. Programa REVIZEE/Score-Sul. CERGOLE, M.C. & ROSSI- WONGTSCHOWSKI, C.L.D.B (Eds.). Editora Evoluir, 369p. VALENTINI, H.; PEZZUTO, P.R. 2006. Análise das principais pescarias comerciais da Região Sudeste-Sul do Brasil com base na produção controlada do período 1986-2004. Série Documentos REVIZEE- Score Sul. São Paulo: Instituto Oceanográfico - USP.46 p. VAZ-DOS-SANTOS, A.M. & ROSSI WONGTSCHOWSKI, C.L.D.B. 2005. Merluccius hubbsi Marini, 1933. In: CER- GOLE. M.C.; ÁVILA-DA-SILVA, A.O. & ROSSI WONGTSCHOWSKI, C.L.D.B. (Org.). Análise das Principais Pescarias Comerciais da Região Sudeste-Sul do Brasil: Dinâmica Populacional das Espécies em Explotação. São Paulo: Instituto Oceanográfico da USP.p. 88-93. VAZ-DOS-SANTOS, A.M. 2006. Identificação de estoques da merluza, Merluccius hubbsi Marini, 1933 (Gadiformes: Merlucciidae) na Região Sudeste-Sul do Brasil. 2006. Tese de doutorado. São Paulo, Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo. VAZZOLER, G. & IWAI, M. 1971. Relatório sobre prospecção e pesca exploratória na plataforma continental do Rio Grande do Sul. Ocean. Biol. (25)1:79. VAZZOLER, G.; KAWAKAMI-DE-RESENDE, E & ZANETI-PRADO, E.M. 1973 - Distribuição e abundância de pei- xes demersais. Publicação Especial do Inst. Oceanogr. (3): 307-426. VAZZOLER, A.E.A.; SOARES, L.S.H. & CUNNINGHAM, P.T.M. 1999. Ictiofauna da costa Brasileira. Parte 5:p.424- 467.In: Estudos Ecológicos de Comunidades de Peixes Tropicais. R.H Lowe-McConnel. Editora da Universidade de São Paulo (Edusp). VOOREN,C.M.;BARCELLOS,L.J.P.;BARISON,M.B.;PERES,M.B.& WAHRLICH,R.1989.Pescaria oceânica em Rio Grande no inverno de 1989. Museu Oceanog. Prof. E.C. Rios, FURG, 12p VOOREN, C.M. & KLIPPEL, S. 2005. Biologia e status de conservação dos cações-anjo Squatina guggenheim, S. occulta e S. argentina. p.97-112. In: VOOREN, C.M. & KLIPPEL, S. (Eds.), Ações para a conservação de tubarões e raias no sul do Brasil. Porto Alegre: Igaré. VOOREN, C.M. 1997. Demersal elasmobranchs. p.141-145. In: SEELIGER, U.; ODEBRECHT, C. & CASTELLO, J.P. (eds.), Subtropical Convergence Environments, the Coast and Sea in the Southwestern Atlantic. Berlin: Springer Verlag. VOOREN,C.M.1998.Elasmobrânquios demersais.p.157-161 In:SEELIGER,U.; ODEBRECHT,C.& CASTELLO,J.P. (Eds.). Os Ecossistemas Costeiro e Marinho do Extremo Sul do Brasil. Ecoscientia, Rio Grande, RS. VOOREN, C.M.; KLIPPEL, S. & GALINA, A.B. 2005. Os elasmobrânquios das águas costeiras da Plataforma Sul. P.113-120 In: VOOREN & KLIPPEL (Eds.), Ações para a conservações de tubarões e raias no sul do Brasil. Porto Alegre: Igaré. VOOREN, C.M.; NAVES, L.C. & ROMAY, A.F.L. 2003. Guia para a identificação de tubarões e raias em desem- barques da pesca no Rio Grande do Sul. Rio Grande: Editora FURG 54 p. VOOREN. C.M & SILVA, K.G. 1991. On the of the angel sharks from Southern Brazil, with the description of Squatina occulta sp.n. Rev. Bras. Biol., 51 (3): 589-602. YESAKI, M., 1973. Sumário dos levantamentos de pesca exploratória ao largo da costa sul do Brasil e esti- mativa da biomassa de peixe demersal e potencial pesqueiro. Documentos Técnicos SUDEPE- PDP/T, Rio de Janeiro. 27p. YESAKI, M. & E. RAHN, 1974. Relatório Síntese N/Pq ”Mestre Jerônimo” 13 cruzeiros. M.A.-SUDEPE. Série Relatorios Síntese. YESAKI, M. 1976. Sumário das explorações de peixes de arrasto-de-fundo ao largo da costa sul do Brasil. Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Pesqueiro do Brasil FAO - SUDEPE, 19:-25. YESAKI, M.; RAHN, E. & SILVA, G. 1976. Sumário das Explorações de Peixes de Arrasto-de-fundo ao Largo da Costa Sul do Brasil. Documentos Técnicos n° 19 Programa de Pesquisa e Desenvolvimento Pesqueiro do Brasil, PNUD/FAO – MA SUDEPE, 44p. ZANETI-PRADO, E.M.1979.Bionomia e ciclo de vida de Umbrina canosai, Berg (1895).Bolm.Inst.Oceanogr., 28 (1): 119-165. ZANETI-PRADO, E.M. 1978. Estudo da distribuição, estrutura, biologia e bionomia de Mullus argentinae (Teleostei, Mullidae) na Plataforma Continental Brasileira. Tese de Doutorado em Oceanografia Biológica. Universidade de São Paulo. ZEMBRUSCKI,S.;BARRETO,T.H.;PALMA,J.C.& MILLIMAN,J.D.1972.Estudo preliminar das províncias geomor- fológicas da margem continental Brasileira. Anais do XXVI Congresso de Geologia: p.2187-2209.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 167 REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 168

168 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 169

10. ANEXOS

Anexo 1 Datas, posições, áreas varridas, temperaturas e salinidades de superfície e fundo re- gistradas nos 224 arrastos-de-fundo realizados nos levantamentos de prospecção pes- queira com rede de arrasto-de-fundo na Região Sudeste-Sul em 2001 e 2002.

Hora Duração Distância Área Latitude Longitude Prof. Temp. Temp. Salin. Salin. Lance Data inicial (min.) percorrida varrida Rumo início início inicial sup. fundo sup. fundo Área (km) (km2) (m) (°C) (°C) 0002 9/8/2001 08:15 30 2,6 0,04680 2 32°52,75' S 50°32,66' W 100 17,0 16,5 34,0 36,0 A 0003 9/8/2001 10:20 30 2,0 0,03569 2 32°49,71' S 50°31,36' W 116 17,0 16,5 34,0 36,0 A 0004 9/8/2001 15:00 60 6,2 0,11246 200 33°08,46' S 50°24,53' W 490 17,8 7,8 34,1 34,3 A 0005 10/8/2001 07:25 30 2,5 0,04579 30 33°06,62' S 50°22,26' W 530 17,0 6,0 33,2 34,2 A 0006 10/8/2001 10:55 30 2,9 0,05320 178 32°59,88' S 50°26,92' W 323 17,0 12,8 32,5 35,2 A 0007 10/8/2001 13:30 30 3,6 0,06532 353 32°57,19' S 50°28,2' W 230 17,0 14,0 32,0 35,8 A 0008 10/8/2001 16:20 30 3,6 0,06599 32°54,16' S 50°29,21' W 156 17,0 16,3 32,0 35,8 A 0111 15/8/2001 10:10 60 3,3 0,05959 230 34°18,53' S 52°04,47' W 104 14,0 16,0 27,2 35,2 A 0113 15/8/2001 15:05 30 2,4 0,04411 359 34°34,27' S 51°55,37' W 182 14,0 15,5 28,0 35,8 A 0116 15/8/2001 08:05 30 1,6 0,02828 31 34°33,02' S 51°53,11' W 315 14,5 10,0 30,0 34,8 A 0117 16/8/2001 10:50 30 2,8 0,05050 214 34°30,64' S 51°49,06' W 515 16,5 5,2 30,0 34,2 A 0118 16/8/2001 15:30 30 2,7 0,04983 210 34°32,67' S 51°51,84' W 410 15,0 6,0 28,0 34,2 A 0119 17/8/2001 07:35 30 2,9 0,05320 38 34°16,94' S 51°37,17' W 536 15,8 5,8 30,5 34,2 A 0120 17/8/2001 11:05 30 2,8 0,05151 30 34°15,79' S 51°37,71' W 412 15,5 6,2 30,0 34,2 A 0121 17/8/2001 14:20 30 3,4 0,06263 202 34°10,42' S 51°35,9' W 215 15,0 14,8 29,0 35,2 A 0122 17/8/2001 16:30 30 2,5 0,04512 61 34°11,83' S 51°43,03' W 145 14,3 15,3 28,0 35,5 A 0123 18/8/2001 08:20 30 2,2 0,04007 47 33°57,67' S 51°24,22' W 317 15,3 9,2 29,8 35,0 A 0124 18/8/2001 13:45 30 3,2 0,05858 233 33°27,73' S 51°15,2' W 108 16,0 16,0 27,2 36,0 A 0125 20/8/2001 07:50 30 3,3 0,05993 73 33°35,58' S 50°56,66' W 180 16,0 15,5 30,5 35,8 A 0126 20/8/2001 10:40 30 2,1 0,03737 220 33°35,42' S 50°44,78' W 438 17,5 7,0 33,0 34,4 A 0127 20/8/2001 13:55 30 3,1 0,05690 201 33°33,15' S 50°43,47' W 345 17,5 9,2 33,0 35,0 A 0128 21/8/2001 08:15 30 3,3 0,06027 248 33°35,97' S 50°43,06' W 533 16,2 7,8 31,5 34,5 A 0129 21/8/2001 11:05 30 2,8 0,05050 231 33°31,52' S 50°42,99' W 273 16,2 12,0 32,0 35,0 A 0130 21/8/2001 13:30 10 1,0 0,01885 200 33°29,34' S 50°42,53' W 210 16,8 12,5 32,0 35,2 A 0132 22/8/2001 08:35 30 2,9 0,05219 200 32°04,51' S 50°03,04' W 510 18,5 8,0 33,3 34,6 A 0133 22/8/2001 12:25 30 3,5 0,06296 200 32°02,61' S 50°02,67' W 420 18,5 8,7 33,0 34,7 A 0134 22/8/2001 15:25 30 1,9 0,03468 14 32°03,63' S 50°03,69' W 330 18,2 10,0 33,0 34,8 A 0136 23/8/2001 07:25 30 2,5 0,04545 20 32°03,59' S 50°04,61' W 218 18,2 15,0 33,2 35,5 A 0138 23/8/2001 10:35 30 2,7 0,04848 70 32°02,22' S 50°11,14' W 151 18,2 15,7 32,9 35,6 A 0140 23/8/2001 14:00 30 3,2 0,05825 45 31°56,75' S 50°25,78' W 108 17,2 16,0 31,0 35,7 A 0203 1/9/2001 13:25 30 2,6 0,04815 42 31°02,66' S 49°48,69' W 137 19,8 16,0 34,2 35,8 B 0208 2/9/2001 07:25 30 2,5 0,04478 30 31°22,68' S 49°41,05' W 521 19,3 6,4 33,8 34,3 B 0209 2/9/2001 11:35 30 2,5 0,04545 20 31°17,08' S 49°38,29' W 320 20,0 11,8 34,5 35,0 B 0210 2/9/2001 14:20 30 2,6 0,04815 30 31°08,86' S 49°32,4' W 170 20,0 14,0 33,5 35,5 B 0211 3/9/2001 07:10 30 2,4 0,04377 35 30°49,28' S 49°09,42' W 218 20,0 15,0 33,3 35,3 B 0212 3/9/2001 10:10 20 1,6 0,02929 45 30°47,35' S 49°03,17' W 280 20,0 13,2 33,3 35,1 B 0213 3/9/2001 15:10 30 2,5 0,04545 225 30°24,44' S 49°27,6' W 106 20,0 16,2 35,0 35,7 B 0214 4/9/2001 07:20 30 1,8 0,03232 40 30°14,7' S 49°07,56' W 131 19,8 16,0 33,2 35,8 B 0215 4/9/2001 10:10 30 2,6 0,04781 50 30°17,56' S 48°54,9' W 140 19,7 15,8 33,3 35,7 B 0216 4/9/2001 13:20 30 3,0 0,05522 40 30°20,52' S 48°38,45' W 178 19,8 14,2 32,8 35,4 B 0217 4/9/2001 15:45 30 2,5 0,04545 220 30°19,18' S 48°27,03' W 220 20,0 14,0 32,7 35,3 B 0220 5/9/2001 10:50 30 2,4 0,04343 296 28°35,75' S 48°11,2' W 106 20,3 16,0 34,5 36,0 B 0221 5/9/2001 14:50 30 2,5 0,04613 278 28°38,95' S 47°50,79' W 131 20,2 15,7 33,4 35,6 B 0223 7/9/2001 07:20 30 2,2 0,04040 55 28°39,79' S 47°42,64' W 174 20,2 14,0 33,2 35,3 B 0224 7/9/2001 10:15 30 2,4 0,04276 50 28°43,95' S 47°35,19' W 235 21,0 12,0 34,0 35,0 B 0225 7/9/2001 12:00 30 2,2 0,04007 45 28°46,13' S 47°35,2' W 297 21,0 11,0 34,0 35,0 B

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 169 REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 170

Hora Duração Distância Área Latitude Longitude Prof. Temp. Temp. Salin. Salin. Lance Data inicial (min.) percorrida varrida Rumo início início inicial sup. fundo sup. fundo Área (km) (km2) (m) (°C) (°C) 0226 7/9/2001 14:25 30 2,1 0,03872 51 28°46,56' S 47°33,24' W 381 20,0 9,3 32,9 34,9 B 0227 7/9/2001 16:10 30 2,1 0,03771 52 28°48,41' S 47°34,11' W 460 20,0 9,0 32,9 34,9 B 0226 7/9/2001 14:25 30 2,1 0,03872 51 28°46,56' S 47°33,24' W 381 20,0 9,3 32,9 34,9 B 0227 7/9/2001 16:10 30 2,1 0,03771 52 28°48,41' S 47°34,11' W 460 20,0 9,0 32,9 34,9 B 0231 8/9/2001 07:25 30 2,7 0,04916 20 29°10,23' S 47°48,3' W 533 20,3 6,8 33,2 34,5 B 0232 8/9/2001 13:10 30 1,8 0,03266 0 29°23,86' S 48°11,81' W 172 20,3 13,2 34,0 35,2 B 0233 8/9/2001 15:30 30 2,1 0,03838 2 29°23,81' S 48°17,87' W 140 20,3 12,3 34,0 35,2 B 0234 9/9/2001 06:55 30 2,6 0,04680 45 29°12,82' S 48°38,88' W 104 19,8 14,3 34,2 35,6 B 0235 9/9/2001 11:10 30 2,7 0,04983 10 29°26,45' S 48°08,65' W 205 20,7 12,4 34,4 35,2 B 0236 9/9/2001 13:30 30 2,5 0,04613 10 29°28,18' S 48°04,84' W 262 21,0 11,0 34,3 35,0 B 0237 9/9/2001 16:00 30 2,5 0,04478 180 29°22,86' S 47°56,74' W 387 20,7 9,2 34,3 34,7 B 0238 10/9/2001 07:55 30 3,1 0,05623 180 29°52,08' S 47°48,39' W 517 20,7 6,9 34,2 34,5 B 0239 10/9/2001 11:25 30 2,1 0,03737 10 30°04,61' S 47°50,84' W 468 22,2 7,6 36,2 34,7 B 0240 10/9/2001 14:50 30 2,1 0,03872 20 30°17,9' S 47°56,99' W 449 22,0 9,0 36,1 35,0 B 0401 05/08/01 07:38 62 4,3 0,07811 38 27°21,92' S 47°01,44' W 602 21,4 7,0 35,7 34,4 C 0402 05/08/01 11:00 60 4,6 0,08417 45 27°20,91' S 47°04,18' W 500 21,7 8,0 35,8 34,5 C 0403 05/08/01 14:00 35 2,0 0,03670 45 27°20,09' S 47°04,84' W 400 21,5 8,9 35,7 34,6 C 0404 05/08/01 16:07 31 2,6 0,04781 230 27°17,58' S 47°04,16' W 300 21,5 11,2 35,7 34,9 C 0405 06/08/01 07:12 34 2,4 0,04444 50 27°20,83' S 47°13,33' W 199 21,2 12,0 35,8 35,1 C 0406 06/08/01 09:33 31 2,4 0,04276 45 27°20,74' S 47°20,96' W 150 21,4 14,0 35,7 35,4 C 0407 06/08/01 13:45 30 2,4 0,04444 80 27°14,97' S 47°48,02' W 102 20,3 16,0 35,7 35,5 C 0408 07/08/01 07:00 33 2,6 0,04680 230 26°23,83' S 47°20,71' W 101 20,3 15,0 34,5 35,5 C 0409 07/08/01 13:35 32 2,1 0,03737 45 26°38,99' S 46°51,50' W 150 20,7 14,5 34,8 35,4 C 0410 07/08/01 15:55 31 2,3 0,04209 35 26°42,12' S 46°43,33' W 201 21,7 13,5 35,5 35,3 C 0411 19/09/01 11:07 33 2,6 0,04747 200 26°54,48' S 46°15,25' W 565 22,9 6,0 36,2 34,4 C 0412 13/10/01 07:24 32 2,7 0,04983 210 26°40,18' S 46°34,08' W 300 21,6 12,0 35,9 35,1 C 0413 13/10/01 10:06 30 2,7 0,04882 40 26°47,39' S 46°29,40' W 385 22,0 9,2 36,0 34,7 C 0414 13/10/01 12:43 35 2,6 0,04747 210 26°48,34' S 46°19,29' W 482 22,0 8,0 36,3 34,6 C 0415 14/10/01 07:29 31 2,8 0,05084 230 26°22,05' S 45°52,98' W 580 21,2 6,0 36,2 34,4 C 0416 14/10/01 10:51 29 2,7 0,04983 40 26°15,14' S 45°57,88' W 478 21,2 8,1 36,0 34,6 C 0417 14/10/01 13:13 32 2,8 0,05118 60 26°09,81' S 46°06,01' W 403 22,1 9,5 35,8 34,7 C 0418 14/10/01 15:23 33 2,7 0,04983 65 26°06,22' S 46°11,26' W 298 22,0 11,5 35,8 34,9 C 0419 14/10/01 17:19 31 2,8 0,05017 70 26°03,93' S 46°16,41' W 198 22,0 12,9 35,7 35,2 C 0420 15/10/01 06:16 31 2,8 0,05118 75 26°00,36' S 46°23,13' W 149 21,6 11,1 35,9 35,1 C 0421 15/10/01 10:27 33 2,8 0,05017 60 25°44,98' S 46°47,99' W 102 21,0 10,7 35,4 34,8 C 0422 15/10/01 17:24 31 2,8 0,05017 70 25°17,51' S 46°01,69' W 102 C 0423 16/10/01 05:45 30 2,6 0,04815 75 25°38,24' S 45°25,53' W 150 C 0424 16/10/01 08:20 10 1,3 0,02327 70 25°45,55' S 45°15,71' W 233 C 0425 16/10/01 14:02 31 2,4 0,04343 50 25°46,79' S 45°10,43' W 610 C 0426 16/10/01 15:50 30 2,3 0,04141 55 25°46,12' S 45°11,81' W 506 C 0427 16/10/01 17:20 30 2,3 0,04108 50 25°45,16' S 45°12,22' W 404 C 0428 17/10/01 08:50 30 2,5 0,04613 50 24°56,42' S 44°48,89' W 151 C 0429 17/10/01 13:20 31 2,4 0,04411 60 24°40,40' S 45°06,38' W 100 C 0530 21/10/01 06:27 33 2,6 0,04714 60 24°55,02' S 44°32,27' W 603 C 531 21/10/01 08:32 13 1,5 0,02660 60 24°53,58' S 44°33,25' W 515 C 531,1 21/10/01 09:34 31 2,4 0,04377 60 24°53,12' S 44°32,92' W 505 C 0532 21/10/01 12:00 31 2,4 0,04411 60 24°51,99' S 44°35,76' W 400 C 0533 21/10/01 14:10 32 2,4 0,04343 60 24°51,16' S 44°37,76' W 323 C 0534 21/10/01 16:23 30 2,6 0,04781 60 24°49,07' S 44°40,48' W 206 C 0601 25/06/02 14:57 30 2,8 0,05084 80 23°08,68' S 42°29,68' W 100 22,8 18,5 34,8 35,7 D 0602 26/06/02 07:09 31 2,8 0,05050 100 23°36,04' S 42°17,51' W 161 24 15,6 36,3 35,6 D 0603 26/06/02 11:42 30 2,8 0,05050 110 23°39,34' S 42°15,2' W 248 23,8 15,7 36,5 35,5 D 0604 26/06/02 12:55 29 2,6 0,04646 280 23°40,19' S 42°12,42' W 309 23,9 14,2 36,6 35,4 D 0605 26/06/02 14:27 31 2,7 0,04848 120 23°41,88' S 42°13,96' W 409 24 12,8 35,6 35,1 D 0606 26/06/02 16:18 30 2,5 0,04545 120 23°44,28' S 42°12,1' W 517 24 9,5 36,6 34,7 D 0607 26/06/02 06:33 31 2,4 0,04411 280 23°47,17' S 42°08,' W 593 24 7,8 36,6 34,5 D 0608 26/06/02 16:17 30 2,8 0,05017 270 23°26,04' S 43°24,57' W 99 23 17,8 35,2 35,7 D 0609 28/06/02 07:03 30 2,4 0,04411 90 23°53,62' S 43°11,8' W 149 24,2 15,9 36,8 35,6 D 0610 28/06/02 09:33 30 2,5 0,04579 80 24°00,82' S 43°07,98' W 299 24,3 12,5 36,9 35,1 D 0611 28/06/02 11:18 30 2,6 0,04815 270 24°02,73' S 43°07,99' W 400 24,5 10,5 36,9 34,8 D 0612 28/06/02 12:59 31 2,4 0,04444 80 24°05,22' S 43°07,29' W 501 24,3 8,2 36,9 34,6 D 0613 28/06/02 15:51 29 2,4 0,04444 90 24°07,86' S 43°04,09' W 597 24,1 7 36,8 34,4 D 0614 29/06/02 06:34 32 2,0 0,03670 70 24°29,98' S 44°01,89' W 601 25 8 37,1 34,6 D 0615 29/06/02 09:49 31 2,2 0,04007 70 24°27,13' S 44°06,79' W 502 25 9,5 37,2 34,7 D

170 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 171

Hora Duração Distância Área Latitude Longitude Prof. Temp. Temp. Salin. Salin. Lance Data inicial (min.) percorrida varrida Rumo início início inicial sup. fundo sup. fundo Área (km) (km2) (m) (°C) (°C) 0616 29/06/02 11:46 30 2,2 0,04007 70 24°23,86' S 44°09,12' W 404 24 10,5 36,8 34,8 D 0617 29/06/02 13:39 30 2,3 0,04175 70 24°21,4' S 44°08,42' W 299 23,5 11,4 36,2 34,9 D 0618 29/06/02 15:21 12 1,0 0,01818 280 24°18,76' S 44°11,64' W 188 23,4 12,2 35,9 35,1 D 0619 29/06/02 17:08 30 2,8 0,05084 280 24°13,81' S 44°16,45' W 148 23 15,5 35,6 35,5 D 0620 30/06/02 13:54 30 2,6 0,04815 260 23°56,54' S 44°28,98' W 98 22 15,9 35,1 35,5 D 0707 24/3/2002 09:00 30 2,3 0,04141 208 34°30,74' S 51°49,1' W 516 23,3 5,5 34,2 34,2 A 0708 24/3/2002 11:15 30 5,4 0,09764 210 34°30,74' S 51°51,59' W 411 23,5 5,7 34,3 34,5 A 0709 24/3/2002 13:15 30 2,5 0,04613 36 34°33,4' S 51°53,42' W 313 23,5 8,2 34,2 34,6 A 0710 24/3/2002 16:10 30 2,8 0,05050 210 34°33,52' S 51°55,14' W 172 23,5 12,2 34,2 35,1 A 0711 25/3/2002 07:10 30 2,4 0,04343 219 34°18,13' S 52°01,95' W 103 21,5 15,5 32,6 35,6 A 0712 25/3/2002 10:20 30 2,6 0,04747 69 34°11,8' S 51°42,92' W 144 22,6 14,9 32,8 35,4 A 0713 25/3/2002 12:35 30 2,7 0,04983 204 34°10,93' S 51°36,13' W 216 23,2 11,5 33,4 35,2 A 0714 25/3/2002 14:40 30 2,6 0,04714 32 34°15,43' S 51°37,51' W 408 23,5 6,5 33,5 34,4 A 0715 26/3/2002 06:50 30 2,6 0,04747 39 34°16,9' S 51°37,17' W 536 23,6 5,3 33,5 34,2 A 0716 26/3/2002 11:00 30 2,3 0,04209 47 33°57,48' S 51°23,93' W 316 24,2 9,6 33,4 34,9 A 0717 26/3/2002 15:20 30 3,4 0,06161 40 33°28,55' S 51°16,' W 107 24,0 17,6 32,7 35,9 A 0718 27/3/2002 07:00 30 2,3 0,04141 51 33°36,36' S 50°43,63' W 538 24,0 6,3 32,9 34,4 A 0719 27/3/2002 09:20 30 3,3 0,05926 248 33°35,68' S 50°45,39' W 440 24,0 7,4 33,3 34,5 A 0720 27/3/2002 12:00 30 2,8 0,05118 54 33°34,06' S 50°44,93' W 350 23,9 10,3 33,1 34,8 A 0721 27/3/2002 14:10 30 3,1 0,05690 54 33°32,65' S 50°44,46' W 280 24,0 10,3 33,0 34,9 A 0722 27/3/2002 16:55 30 2,9 0,05185 250 33°34,91' S 50°54,97' W 179 24,2 12,7 33,5 35,1 A 0823 3/4/2002 07:10 30 2,5 0,04579 356 32°52,9' S 50°32,74' W 100 24,3 17,3 35,3 35,4 A 0824 3/4/2002 09:35 30 2,4 0,04377 16 32°56,33' S 50°29,98' W 150 24,3 17,3 35,5 35,8 A 0825 3/4/2002 12:00 30 2,4 0,04343 11 32°59,12' S 50°28,6' W 231 24,3 14,5 35,7 35,4 A 0826 4/4/2002 07:15 30 2,5 0,04512 27 33°10,33' S 50°25,66' W 441 24,0 9,3 35,6 34,7 A 0827 4/4/2002 09:40 30 2,7 0,04848 32 33°06,41' S 50°22,15' W 531 24,0 7,5 35,8 34,8 A 0837 5/4/2002 09:50 30 3,1 0,05724 201 32°04,59' S 50°03,14' W 500 25,0 5,3 36,3 34,3 A 0838 5/4/2002 12:45 30 2,3 0,04175 20 32°03,62' S 50°03,16' W 418 25,0 6,8 36,3 34,4 A 0839 5/4/2002 15:05 30 3,5 0,06397 200 32°02,89' S 50°03,41' W 314 25,0 10,0 36,3 35,0 A 0840 6/4/2002 09:15 30 3,3 0,05926 205 32°00,74' S 50°03,32' W 217 24,3 15,3 36,2 35,5 A 0841 6/4/2002 11:15 30 3,0 0,05387 276 32°02,42' S 50°10,3' W 153 24,8 16,3 36,1 35,7 A 0842 6/4/2002 14:30 30 3,1 0,05724 221 31°55,99' S 50°24,9' W 104 23,4 16,9 33,7 35,9 A 0843 7/4/2002 08:00 30 2,5 0,04512 42 31°02,97' S 49°49,06' W 137 24,7 15,8 36,3 35,5 B 0844 7/4/2002 11:35 30 2,5 0,04579 221 31°07,71' S 49°31,55' W 170 24,8 15,9 36,4 35,6 B 0845 7/4/2002 13:50 30 2,7 0,04916 209 31°16,92' S 49°38,25' W 316 24,8 12,6 36,4 35,4 B 0846 7/4/2002 16:10 30 2,9 0,05353 214 31°22,17' S 49°40,64' W 523 24,9 7,5 36,3 34,8 B 0847 8/4/2002 08:10 30 2,5 0,04613 43 30°49,62' S 49°09,85' W 212 25,3 13,5 36,5 35,3 B 0848 8/4/2002 10:45 30 2,1 0,03737 54 30°47,55' S 49°03,5' W 280 25,2 12,8 36,4 35,2 B 0849 9/4/2002 08:25 30 2,6 0,04781 52 30°38,26' S 48°41,06' W 453 25,4 7,0 36,5 34,5 B 0850 9/4/2002 11:05 30 2,3 0,04209 58 30°33,72' S 48°35,72' W 320 25,4 10,3 36,4 34,9 B 0851 9/4/2002 14:35 30 2,8 0,05017 27 30°20,37' S 48°28,07' W 219 25,3 13,7 36,4 35,3 B 0852 10/4/2002 06:55 30 3,2 0,05825 41 30°20,4' S 48°38,32' W 128 25,1 14,7 36,3 35,4 B 0853 10/4/2002 10:00 30 2,6 0,04781 224 30°16,67' S 48°53,87' W 143 25,2 15,5 36,2 35,5 B 0854 10/4/2002 12:35 30 2,8 0,05084 224 30°13,22' S 49°06,09' W 131 25,0 16,2 36,3 35,6 B 0855 10/4/2002 16:10 30 3,5 0,06296 208 30°25,' S 49°28,16' W 105 24,0 16,5 34,8 35,7 B 0958 18/4/2002 11:45 30 3,0 0,05387 43 28°35,08' S 48°10,31' W 106 25,3 16,5 35,5 35,6 B 0960 18/4/2002 15:25 30 3,2 0,05791 97 28°38,91' S 47°50,75' W 130 25,2 14,2 36,1 35,4 B 0966 19/4/2002 07:10 30 3,1 0,05724 262 28°39,05' S 47°41,23' W 174 25,2 14,7 36,1 35,5 B 0967 19/4/2002 09:15 30 2,6 0,04781 224 28°43,07' S 47°34,08' W 231 25,2 13,3 36,1 35,2 B 0968 19/4/2002 11:15 30 3,3 0,05959 237 28°45,86' S 47°32,19' W 382 25,1 10,2 36,2 34,8 B 0969 19/4/2002 13:30 30 3,1 0,05623 235 28°48,21' S 47°33,76' W 462 25,1 8,7 36,1 34,5 B 0970 20/4/2002 15:00 30 3,0 0,05454 242 29°12,2' S 48°37,55' W 108 24,3 16,2 35,8 35,6 B 0971 21/4/2002 07:30 30 3,0 0,05454 3 29°23,72' S 48°17,86' W 148 24,3 15,5 36,0 35,5 B 0972 21/4/2002 09:30 30 3,1 0,05656 5 29°23,29' S 48°11,73' W 173 24,3 15,0 36,1 35,4 B 0973 21/4/2002 11:45 40 3,7 0,06667 31 29°26,16' S 48°08,9' W 200 24,3 14,6 36,3 35,4 B 0974 21/4/2002 14:25 30 3,4 0,06263 15 29°28,06' S 48°04,97' W 260 24,3 12,0 36,4 35,5 B 0975 22/4/2002 07:05 30 2,7 0,04882 21 29°09,82' S 47°48,28' W 521 24,3 8,3 36,1 34,5 B 0976 22/4/2002 11:00 30 3,0 0,05454 191 29°23,33' S 47°56,7' W 388 24,0 10,7 36,5 34,8 B 0977 22/4/2002 15:45 30 2,6 0,04815 176 29°51,99' S 47°48,26' W 523 24,8 6,1 36,5 34,3 B 0978 24/4/2002 06:55 30 2,8 0,05017 184 30°02,6' S 47°50,67' W 470 24,5 6,0 36,4 34,3 B 1001 21/02/02 10:33 33 2,6 0,04815 45 27°22,10' S 47°01,29' W 600 26,3 6,26 35,6 34,3 C 1002 21/02/02 13:29 31 2,6 0,04815 40 27°21,06' S 47°04,36' W 500 26,2 8,23 35,6 34,5 C 1003 21/02/02 16:12 32 2,5 0,04579 50 27°20,59' S 47°05,12' W 404 26,1 9,91 35,7 34,7 C 1004 23/02/02 06:26 30 2,7 0,04983 50 27°20,71' S 47°06,63' W 303 25,8 11,3 35,6 34,9 C

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 171 REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 172

Hora Duração Distância Área Latitude Longitude Prof. Temp. Temp. Salin. Salin. Lance Data inicial (min.) percorrida varrida Rumo início início inicial sup. fundo sup. fundo Área (km) (km2) (m) (°C) (°C) 1005 23/02/02 08:40 30 2,9 0,05320 60 27°19,83' S 47°12,45' W 201 25,8 13,5 35,7 35,2 C 1006 23/02/02 10:58 32 2,8 0,05017 50 27°20,52' S 47°20,79' W 151 26,2 14,8 35,6 35,4 C 1007 23/02/02 15:06 25 2,6 0,04680 50 27°15,56' S 47°48,66' W 102 26,4 14,1 35,6 35,3 C 1008 24/02/02 07:00 30 2,6 0,04680 205 26°23,88' S 47°21,19' W 100 C 1009 24/02/02 16:22 31 2,8 0,05050 50 26°38,74' S 46°51,07' W 152 26,1 13,6 35,7 35,2 C 1010 25/02/02 06:14 30 2,8 0,05050 45 26°41,76' S 46°43,25' W 200 25,6 13,6 35,9 35,2 C 1011 25/02/02 08:34 31 2,7 0,04848 35 26°45,84' S 46°34,53' W 303 26 12,7 36,8 35,1 C 1012 25/02/02 11:24 32 2,5 0,04579 50 26°47,23' S 46°28,26' W 386 26,1 12,1 36,8 35 C 1013 25/02/02 14:54 31 2,8 0,05050 30 26°52,52' S 46°43,03' W 492 26,3 8 36,8 34,5 C 1014 25/02/02 17:18 30 2,6 0,04815 45 26°55,43' S 46°15,82' W 571 26,4 7,5 36,8 34,5 C 1015 26/02/02 06:36 31 2,8 0,05050 50 26°22,90' S 45°53,43' W 584 25,9 5,9 35,7 34,3 C 1016 26/02/02 09:08 32 2,8 0,05017 320 26°13,40' S 45°53,07' W 489 25,8 7,4 35,9 34,4 C 1017 26/02/02 12:01 32 2,8 0,05084 60 26°10,08' S 46°06,02' W 406 25,9 10,7 35,7 34,8 C 1018 26/02/02 14:28 32 2,8 0,05017 60 26°06,68' S 46°11,78' W 300 25,7 12,8 35,5 35,1 C 1019 26/02/02 16:31 31 2,8 0,05084 60 26°04,22' S 46°16,58' W 200 25,7 13,7 35,7 35,2 C 1020 27/02/02 07:56 33 2,9 0,05252 60 26°00,40' S 46°22,71' W 152 25,7 13,8 35,6 35,2 C 1021 27/02/02 13:21 33 2,8 0,05118 240 25°40,65' S 46°44,35' W 100 26,1 13,9 35,5 35,2 C 1122 17/04/02 15:44 31 2,8 0,05084 80 25°17,49' S 46°02,23' W 100 26 14,1 35,4 35,3 C 1123 18/04/02 07:49 32 2,4 0,04377 80 25°38,53' S 45°45,70' W 150 25,3 13,9 35,7 35,3 C 1125 18/04/02 11:24 30 2,7 0,04848 60 25°45,00' S 45°13,68' W 303 25,4 12,5 36 35,1 C 1126 18/04/02 14:10 17 1,3 0,02357 60 25°44,92' S 45°11,89' W 408 25,7 10,8 36,3 34,8 C 1127 19/04/02 08:21 30 2,6 0,04646 65 25°45,66' S 45°11,27' W 507 25,5 8,9 36 34,6 C 1128 19/04/02 10:34 30 2,7 0,04882 65 25°46,78' S 45°10,23' W 619 25,5 8 36,1 34,5 C 1129 19/04/02 07:29 31 2,3 0,04141 60 24°55,57' S 44°33,04' W 605 25,7 7,4 36,6 34,7 D 1130 20/04/02 09:10 30 2,2 0,03973 60 24°53,60' S 44°33,59' W 512 25,5 9,7 36,6 34,7 D 1131 20/04/02 15:34 30 2,7 0,04848 80 24°40,51' S 45°07,82' W 94 24,7 14,9 35,1 35,4 D 1132 21/04/02 08:12 27 2,6 0,04747 60 24°56,57' S 44°49,00' W 152 D 1133 21/04/02 10:22 32 2,4 0,04411 60 24°50,55' S 44°41,55' W 203 25,5 14,7 36,6 35,4 D 1134 21/04/02 12:30 22 1,7 0,03030 60 24°51,58' S 44°37,95' W 330 25,6 11,8 36,6 35 D 1135 21/04/02 16:03 31 2,3 0,04209 60 24°52,29' S 44°36,03' W 402 26,2 10,7 36,8 34,8 D 1136 22/04/02 06:36 32 2,8 0,05050 70 23°57,85' S 44°30,73' W 100 24 15,2 35,6 35,4 D 1137 22/04/02 10:29 30 2,5 0,04512 240 24°13,87' S 44°16,32' W 150 25 13,8 36,5 35,3 D 1138 22/04/02 14:20 30 2,7 0,04949 80 24°19,34' S 44°13,25' W 189 24,3 14 36,3 35,3 D 1139 22/04/02 16:31 30 2,4 0,04444 90 24°21,52' S 44°08,15' W 309 24,5 13 36,5 35,1 D 1140 23/04/02 07:21 30 2,4 0,04377 90 24°23,59' S 44°08,80' W 399 25,5 10,7 36,7 35 D 1141 23/04/02 10:56 30 2,7 0,04949 80 24°26,12' S 44°05,01' W 491 26,9 9,1 37 34,6 D 1142 23/04/02 14:37 38 2,7 0,04983 80 24°29,58' S 44°01,14' W 601 27,3 7,4 37 34,4 D 1243 25/04/02 07:04 30 2,4 0,04377 80 23°26,58' S 43°25,52' W 100 22,3 14,2 35,5 35,3 D 1244 25/04/02 13:01 30 2,8 0,05017 90 23°53,69' S 43°11,96' W 149 27,2 16,4 37 35,7 D 1245 25/04/02 15:03 18 1,7 0,03030 90 23°59,12' S 43°10,61' W 197 27,1 15 37 35,4 D 1246 25/04/02 16:30 30 2,6 0,04747 90 24°01,16' S 43°08,47' W 300 27,3 13,1 36,9 35,1 D 1247 26/04/02 06:58 32 2,6 0,04815 90 24°03,19' S 43°08,82' W 391 27,2 10,4 37,1 34,8 D 1248 26/04/02 08:34 30 2,6 0,04747 90 24°05,76' S 43°07,03' W 500 27,3 8,67 37,1 34,6 D 1249 26/04/02 14:39 30 2,6 0,04747 95 24°02,20' S 43°04,73' W 602 6,53 34,4 D 1250 27/04/02 07:11 30 2,6 0,04714 90 23°09,41' S 42°31,13' W 98 24,1 13,8 36,2 35,3 D 1251 27/04/02 12:34 30 2,8 0,05050 90 23°35,90' S 42°17,21' W 162 27 16,1 37 35,6 D 1252 27/04/02 15:18 31 2,8 0,05050 130 23°39,24' S 42°14,70' W 246 27 15,5 37 35,5 D 1253 28/04/02 08:27 31 2,7 0,04916 260 23°40,23' S 42°13,68' W 305 26,1 12,3 36,7 35 D 1254 28/04/02 10:05 30 2,7 0,04848 120 23°41,88' S 42°13,43' W 411 25,9 10,5 36,7 34,8 D 1255 28/04/02 12:01 29 2,7 0,04848 260 23°43,93' S 42°10,25' W 508 26 8,2 36,8 34,5 D 1256 28/04/02 14:29 31 2,7 0,04916 90 23°47,59' S 42°09,70' W 603 25,8 6,8 36,6 34,4 D 1257 30/04/02 06:44 30 2,4 0,04411 90 23°05,47' S 42°03,23' W 101 23,1 13,7 36 35,2 D

172 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 173

Anexo 2 Comprimentos máximo e mínimo, tipo de comprimento medido, peso, número total capturado e peso médio, freqüências de ocorrência por épocas, regiões e estratos de profundidade das espécies de peixes e cefalópodes capturadas nas prospecções com arrasto de fundo na Região Sudeste-Sul do Brasil, em 2001 e 2002. O asterisco identifica as espécies com interesse comercial e potencial pesqueiro.ct comprimento total;cp com- primento padrão; cm comprimento do manto; ld largura do disco.

Freqüência de ocorrência (FO) Comprimento Peso Peso Épocas e áreas Estratos de profundidade (mm) Número Espécie ou táxon total médio Total Verão-outono Inverno-primavera (kg) (g) 100- 150- 200- 300- 400- Tipo A-B C-D A-B C D 149 199 299 399 600 Mín Máx CT 2002 2002 2001 2001 2002 m m m m m CEFALÓPODES Abralia redfieldi 9 42 cm 1,8 583 3 15 6 9 1 2 1 5 7 20 Abralia veranyi 14 42 cm 3,3 216 15 1 4 5 2 4 1 3 4 8 Argonauta nodosa 27 27 cm <0,1 1 2 1 1 Chtenopteryx sicula 37 37 cm <0,1 1 1 1 1 Eledone gaucha 15 66 cm 0,2 10 16 4 3 1 2 3 1 1 1 Eledone massyae 29 120 cm 11,6 133 87 16 8 15 10 1 32 11 3 2 2 Heteroteuthis dispar 20 250 cm 0,1 18 4 6 2 3 2 9 Histioteuthis arcturi --cm<0,1 1 31 1 1 Histioteuthis corona corona 44 60 cm 0,1 1 70 1 1 Illex argentinus * 32 350 cm 3.438,5 24.387 141 51 45 47 20 16 25 30 30 30 64 Liocranchia reinhardti 36 71 cm <0,1 5 3 1 1 Loligo plei * 4 300 cm 175,4 15.246 12 24 21 6 8 8 35 21 11 Loligo sanpaulensis 10 120 cm 89,7 17.579 5 16 11 21 6 3 40 14 3 Lycoteuthis lorigera 70 101 cm 2,9 68 42 4 3 1 6 Megalocranchia sp 40 40 cm <0,1 1 2 1 1 Octopus vulgaris 105 193 cm 5,2 5 1.045 2 1 2 5 Ommastrephes bartramii 444 535 cm 10,1 3 3.355 1 1 1 3 Ornithoteuthis antillarum 143 156 cm 0,2 3 51 1 1 2 Pholidoteuthis adami 275 275 cm 0,5 1 500 1 1 Rondeletiola minor 16 16 cm <0,1 1 2 1 1 Scaeurgus unicirrhus 59 115 cm 0,6 6 95 1 3 1 3 Semirossia tenera 14 290 cm 0,4 90 4 12 4 8 1 11 5 6 1 2 Vosseledone charrua 19 151 cm 5,2 63 83 8 9 5 9 2 1 2 1 7 22 ELASMOBRÂNQUIOS Atlantoraja castelnaui * 890 1323 ct 164,6 22 7.481 4 6 3 6 5 2 Atlantoraja cyclophora * 200 739 ct 460,8 532 866 29 11 26 8 2 37 19 17 1 2 Atlantoraja platana * 280 795 ct 390,4 201 1.942 11 2 12 2 18 7 2 Benthobatis kreffti 153 296 ct 2,4 31 76 1 4 2 4 1 1 9 Carcharhinus signatus * 1020 1020 ct 6,4 1 6.420 1 1 Dasyatis centroura 640 690 ct 40,6 3 13.537 3 2 1 Dipturus leptocauda 374 667 ct 1,0 5 190 1 2 1 4 Dipturus mennii 620 1440 ct 104,5 16 6.530 2 6 1 2 7 Dipturus sp 650 650 ct 2,3 2 1.125 1 1 2 Etmopterus bigelowi 174 670 ct 31,0 100 310 4 1 4 3 2 14 Etmopterus gracilispinis 131 229 ct 1,5 61 24 6 6 2 10 Etmopterus lucifer 383 399 ct 5,4 71 76 1 3 1 4 1 1 9 Galeorhinus galeus * 1120 1320 ct 33,0 4 8.260 3 2 1 Galeus mincaronei 330 415 ct 3,8 25 153 1 2 3 1 2 1 1 7 Gurgesiella dorsalifera 298 480 ct 13,1 100 131 4 14 8 10 3 3 36 Gymnura altavela 930 930 ld 6,4 1 6.400 1 1 Heptranchias perlo 242 1091 ct 120,6 276 437 10 6 7 4 1 3 11 9 3 Hydrolagus matallanasi 510 695 ct 1,8 6 294 1 3 4 Mustelus canis * 800 855 ct 7,8 3 2.597 2 2 Mustelus schmitti * 330 920 ct 175,1 177 989 7 1 7 1 12 4 Myliobatis freminvillii 546 640 ct 14,5 4 3.633 2 1 1 4 Myliobatis goodei 540 1245 ct 68,1 10 6.809 1 3 1 5 Psammobatis lentiginosa 274 490 ct 5,5 28 197 3 7 2 2 5 4 1 Psammobatis rutrum 279 279 ct 0,7 7 99 2 2

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 173 REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 174

Freqüência de ocorrência (FO) Comprimento Peso Peso Épocas e áreas Estratos de profundidade (mm) Número Espécie ou táxon total médio Total Verão-outono Inverno-primavera (kg) (g) 100- 150- 200- 300- 400- Tipo A-B C-D A-B C D 149 199 299 399 600 Mín Máx CT 2002 2002 2001 2001 2002 m m m m m Psammobatis sp - - - 2 - 2 1 1 Rajidae não identificado 416 416 ct 0,3 1 335 1 1 Rhinobatos horkelii 454 1100 ct 35,4 10 3.538 1 6 6 1 Schroederichthys saurisqualus 296 700 ct 13,6 33 413 1 2 4 1 1 4 3 Scyliorhinus haeckelli 203 532 ct 17,5 59 297 8 1 4 3 4 6 4 2 Sphyrna zygaena * 1093 1093 ct 6,0 1 5.950 1 1 Squaliolus laticaudus 80 155 ct 0,1 10 10 1 2 2 2 7 Squalus megalops * 212 636 ct 206,2 353 584 26 12 21 5 3 27 20 16 3 1 Squalus mitsukurii * 476 809 ct 348,5 308 1.132 10 28 4 7 11 8 8 Squatina argentina * 492 1280 ct 177,2 20 8.858 4 7 2 3 5 1 Squatina guggenheim * 630 1270 ct 179,6 16 11.224 4 1 4 1 7 2 1 Squatina punctata * 760 905 ct 26,9 6 4.490 5 5 Torpedo puelcha 237 1100 ct 81,9 30 2.731 3 8 5 4 2 2 2 4 1 13 TELEÓSTEOS Aluterus monoceros 157 157 ct <0,1 1 35 1 1 Anthias menezesi 127 448 ct 3,7 58 64 1 2 1 1 1 1 3 Antigonia capros 10 210 ct 1.175,4 6.494 181 16 11 14 8 7 9 21 21 3 2 Argentina striata 50 241 ct 86,6 6.870 13 22 39 17 19 14 14 17 25 20 35 Argyropelecus aculeatus 21 70 ct <0,1 12 3 3 2 1 6 Argyropelecus gigas 35 76 ct <0,1 2 3 2 2 Argyropelecus hemigymnus 30 35 ct <0,1 2 2 1 1 2 Ariomma bondi * 20 227 ct 479,2 1.748 34 21 22 9 15 8 18 21 16 12 8 Ariosoma opistophthalmus 252 272 ct <0,1 2 21 1 1 1 1 Astronesthes sp. 112 112 ct <0,1 1 --- X 1 1 Austrophycis marginata 150 150 ct <0,1 1 22 1 1 Balistes capriscus 168 305 ct 0,5 4 113 1 1 1 1 Bassanago albescens 200 730 ct 728,3 3.809 191 5 1 4 Bathyanthias roseus 40 350 ct 0,7 17 42 2 1 2 1 3 3 Bellator brachychir 50 90 ct 0,1 21 7 6 1 3 3 1 Bembrops heterurus 60 301 ct 81,6 1.472 55 29 35 23 20 10 8 20 28 24 37 Benthocometes robustus 70 132 ct 0,1 9 12 2 1 1 2 Benthodesmus elongatus 160 910 ct 9,1 167 55 8 2 10 2 1 2 4 15 Benthodesmus tenuis 293 527 ct 0,8 20 38 2 4 6 Beryx splendens * 110 370 ct 236,5 1.748 135 10 12 11 10 6 1 9 39 Bregmaceros atlanticus 30 90 ct 0,1 70 2 6 4 4 1 4 3 1 1 14 Bregmaceros cantori 4,8 4,8 ct <0,1 3 2 1 1 1 1 Caelorinchus marinii 76 369 ct 1.037,4 17.815 58 25 27 29 18 10 2 9 21 77 Canthidermis sp. 136 136 ct 0,1 1 63 1 1 Caulolatilus chrysops 350 480 ct 6,2 8 772 2 2 1 1 3 3 Centriscops humerosus 150 150 ct <0,1 1 36 1 1 Centrolophus niger 770 860 ct 13,2 3 4.400 2 1 1 Chauliodus minimus 30 132 ct <0,1 2 1 1 1 2 Chauliodus sloani 70 250 ct <0,1 4 6 1 1 2 Chlorophthalmus agassizi 60 262 ct 20,1 641 31 16 21 17 11 5 4 5 10 51 Citharichthys cornutus 111 111 ct <0,1 2 17 1 1 Conger esculentus 736 1583 ct 25,6 3 8.533 1 1 Conger orbignyanus 540 630 ct 2,3 7 325 3 1 3 6 1 Cookeolus japonicus 166 571 ct 128,9 206 626 4 1 5 3 4 4 9 4 Cubiceps squamiceps - - ct 1,4 1 1.400 1 1 Cyclichthys spinosus 35 35 ct <0,1 1 3 1 1 Cynoscion guatucupa * 130 540 ct 108,9 1.355 80 8 10 2 2 20 2 Cynoscion jamaicensis 220 270 ct 0,3 2 160 1 1 Dactylopterus volitans 4,9 4,9 ct <0,1 1 8 1 1 Decapterus tabl 160 280 ct 0,3 2 134 2 1 1 Decodon puellaris 152 249 ct 0,9 6 142 1 1 2 Diaphus dumerilii 23 91 cp 112,8 43.393 3 15 13 21 7 7 2 4 10 47 Diaphus effulgens 98 102 cp <0,1 8 3 2 2 Diaphus garmani 34 58 cp 0,4 138 3 3 4 1 3 2 9 Diaphus hudsoni 59 73 cp 0,1 32 3 2 2 Diaphus mollis 56 60 cp <0,1 2 0 1 1 Diaphus ostenfeldi 101 101 cp <0,1 1 0 1 1

174 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 175

Freqüência de ocorrência (FO) Comprimento Peso Peso Épocas e áreas Estratos de profundidade (mm) Número Espécie ou táxon total médio Total Verão-outono Inverno-primavera (kg) (g) 100- 150- 200- 300- 400- Tipo A-B C-D A-B C D 149 199 299 399 600 Mín Máx CT 2002 2002 2001 2001 2002 m m m m m Diaphus problematicus 82 84 cp <0,1 2 0 1 1 2 Dibranchus atlanticus 50 187 ct 1,4 40 36 1 10 5 2 1 1 1 15 Diplacanthopoma brachysoma 98 107 ct <0,1 4 0 2 2 Dules auriga 110 163 ct 1,1 27 41 1 3 2 6 Dysommina rugosa 310 310 ct 0,2 14 15 1 1 1 1 2 Echiodon cryomargarites 160 250 ct <0,1 17 3 1 1 2 Electrona risso 89 96 cp 0,1 16 4 2 2 Engraulis anchoita 110 136 ct 0,4 33 13 1 1 2 Epigonus occidentalis 78 90 ct <0,1 3 2 1 1 1 3 Epigonus telescopus 68 68 ct <0,1 1 0 1 1 Etropus longimanus 140 140 ct <0,1 1 20 1 1 Evoxymetopon taeniatus 140 1.760 ct 43,7 160 273 6 1 7 1 3 8 4 4 2 Fistularia sp. - - ct 0,8 1 800 1 1 Flagellostomias boureei 58 58 ct <0,1 1 1 1 1 Foetorepus dagmare 60 252 ct 0,8 46 17 1 7 2 3 1 3 5 5 1 Gadella imberbis 60 307 ct 5,3 44 121 6 8 5 4 1 1 21 Genypterus brasiliensis * 230 980 ct 166,0 174 954 18 21 14 13 5 26 16 9 7 13 Gephyroberyx darwinii 370 450 ct 5,7 4 1.425 1 1 Gonostoma elongatum 60 94 ct <0,1 3 1 1 1 Gymnoscopelus bolini 215 215 cp <0,1 1 4 1 1 Gymnoscopelus nicholsi 125 125 cp <0,1 1 2 1 1 Gymnothorax conspersus 400 810 ct 22,7 108 210 10 12 9 10 2 14 13 9 7 Gymnothorax ocellatus 390 670 ct 7,2 42 170 3 5 2 1 1 8 3 1 Helicolenus lahillei * 50 462 ct 996,3 6.013 166 35 19 37 13 4 5 10 16 18 59 Hemanthias vivanus 180 180 ct <0,1 1 30 1 1 Hoplostethus occidentalis 30 250 ct 85,7 835 103 8 14 8 4 7 3 5 33 Hygophum hygomii 52 52 cp <0,1 1 3 1 1 Hymenocephalus billsam 40 126 ct 0,4 194 2 2 3 5 4 2 16 Idiacanthus atlanticus 100 320 ct <0,1 12 4 4 4 Kyphosus incisor 170 170 ct 0,1 1 99 1 1 Laemonema goodebeanorum 118 480 ct 40,3 318 127 7 15 2 9 6 1 38 Lampanyctus australis 110 160 ct 1,2 208 6 1 3 4 Lepidophanes guentheri 37 85 cp 0,8 279 3 3 1 3 1 6 Lepidopus altifrons 92 1.010 ct 257,8 2.396 108 15 12 17 3 9 1 2 13 16 24 Lestidium atlanticum 90 170 ct <0,1 5 4 1 2 1 4 Lestrolepis intermedia 110 190 ct <0,1 5 3 5 1 2 4 Lobianchia gemellarii 46 46 cp <0,1 1 0 1 1 Lonchopisthus meadi 60 97 ct <0,1 5 5 2 2 1 2 1 Lophius gastrophysus * 142 890 ct 1.113,1 503 2.213 36 30 37 17 11 29 22 25 22 33 Lopholatilus villarii 85 760 ct 44,7 35 1.277 3 6 2 5 1 2 7 8 Lucigadus ori 55 300 ct 1,6 127 13 11 2 8 2 2 2 19 Macrorhamphosus scolopax 70 150 ct 21,2 1.979 11 19 5 20 7 1 18 16 16 2 Macruronus magellanicus 510 860 ct 16,4 16 1.027 4 2 2 4 Malacocephalus laevis 210 700 ct 13,6 115 118 5 9 3 1 5 23 Malacocephalus occidentalis 60 541 ct 375,1 3.207 117 23 22 20 14 9 3 15 70 Maurolicus stehmanni 35 52 ct 28,4 9.191 3 4 7 12 7 1 4 6 9 6 6 Meadia abyssalis 361 675 ct 4,4 20 221 2 2 Melanostomias niger 245 245 ct <0,1 1 49 1 1 Merluccius hubbsi * 51,9 770 ct 2.726,7 19.272 141 49 47 52 28 18 36 23 29 32 74 Micropogonias furnieri * 370 670 ct 55,3 38 1.454 3 3 2 8 Monolene antillarum 97 130 ct 0,3 28 10 8 8 1 3 4 10 Monolene atrimana 180 180 ct <0,1 1 32 1 1 Monomitopus americanus 140 210 ct 0,3 9 34 1 1 Mullus argentinae * 100 260 ct 257,4 2.701 95 27 5 24 9 3 38 18 12 Myctophum obtusirostre 39 72 cp <0,1 37 0 5 2 1 8 Nemadactylus bergi 170 437 ct 306,3 1.413 217 15 1 19 5 13 12 14 1 Neoepinnula americana 120 164 ct 0,1 8 17 1 1 1 1 Neoscopelus macrolepidotus 45 102 cp 1,3 81 16 2 2 2 6 Nettastoma melanura 447 650 ct 0,9 9 103 3 1 2 1 7 Notopogon fernandezianus 70 170 ct 4,1 158 26 17 2 7 1 1 1 8 8 9 Ogcocephalus vespertilio 14 228 ct 0,6 7 79 2 2 2 3 1 1 1

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 175 REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 176

Freqüência de ocorrência (FO) Comprimento Peso Peso Épocas e áreas Estratos de profundidade (mm) Número Espécie ou táxon total médio Total Verão-outono Inverno-primavera (kg) (g) 100- 150- 200- 300- 400- Tipo A-B C-D A-B C D 149 199 299 399 600 Mín Máx CT 2002 2002 2001 2001 2002 m m m m m Ophichthus gomesii 580 580 ct 0,1 1 139 1 1 Pagrus pagrus 110 500 ct 87,2 346 252 9 4 11 2 3 18 10 1 Paralichthys isosceles * 150 420 ct 375,6 1.481 254 16 16 19 9 3 38 15 8 2 Paralichthys patagonicus 460 570 ct 13,0 8 1.625 1 1 2 Paralichthys triocellatus * 160 350 ct 55,0 276 199 17 1 13 1 1 8 12 13 Parasudis truculenta 10 275 ct 116,3 2.155 54 18 22 22 13 9 2 9 18 55 Paratrachichthys atlanticus 50 70 ct 0,1 21 5 1 1 2 Peprilus paru 200 200 ct 0,1 1 127 1 1 Percophis brasiliensis 410 650 ct 35,9 52 691 7 3 3 10 3 Peristedion altipinnis 90 260 ct 26,9 292 92 7 8 5 11 6 12 10 3 Peristedion sp 70 243 ct 69,9 1.929 36 13 16 11 9 11 1 11 14 13 21 Peristedion truncatum 12,5 20,6 ct 1,2 25 47 1 2 3 4 1 9 Phosichthys argenteus 70 230 ct 0,1 9 10 1 2 3 6 Pollichthys mauli 48 48 ct <0,1 1 2 1 1 Polymetme thaeocoryla 5,8 176 ct 5,9 410 14 6 8 9 6 5 5 29 Polymixia lowei * 64 290 ct 3.827,9 30.462 126 32 33 24 16 11 2 12 23 28 51 Polyprion americanus * 500 730 ct 18,6 7 2.650 3 1 2 Pomatomus saltatrix 460 500 ct 3,0 3 1.000 1 1 Pontinus corallinus 60 290 ct <0,1 3 15 2 1 2 1 Porichthys porosissimus 60 290 ct 39,3 386 102 7 1 11 3 18 3 1 Priacanthus arenatus 20 381 ct 1,0 2 475 1 1 1 1 Prionotus nudigula 72 290 ct 156,8 1.949 80 25 14 20 11 2 39 19 11 2 1 Prionotus punctatus * 120 430 ct 456,2 975 468 16 7 17 4 29 9 6 Pristipomoides freemani 130 270 ct 1,0 9 111 3 1 2 1 2 3 2 Prognathodes guyanensis 118 118 ct <0,1 1 39 1 1 Promethichthys prometheus 194 412 ct 1,8 8 223 2 1 2 2 7 Pronotogrammus martinicensis 85 175 ct 34,4 796 43 1 3 1 1 2 3 1 Pseudopercis numida 400 840 ct 13,5 11 1223 1 3 1 3 1 1 Raneya brasiliensis 162 277 ct 0,1 2 73 1 1 2 Saccogaster parva 88 88 ct <0,1 1 4 1 1 Sardinella brasiliensis 155 175 ct 0,2 7 29 4 4 Saurida brasiliensis 60 128 ct 0,6 163 4 2 4 3 3 2 10 1 1 1 1 Saurida caribbaea 50 145 ct 16,5 3.180 5 31 17 23 10 3 28 19 23 10 4 Scomber japonicus 112 114 ct <0,1 2 19 1 1 Serranus atrobranchus 70 180 ct 1,7 51 33 4 1 3 2 2 5 5 2 Serrivomer schmidti 190 210 ct <0,1 2 2 1 1 Setarches guentheri 30 255 ct 56,2 838 67 17 22 8 11 10 1 1 5 17 44 Snyderidia canina 140 140 ct <0,1 1 2 1 1 Sphoeroides pachygaster 90 410 ct 53,9 87 620 16 1 11 1 9 9 11 Stomias affinis 50 196 ct 0,8 64 12 3 5 1 9 Symbolophorus barnardi 77 111 cp 2,2 749 3 6 6 2 10 Symphurus ginburgi 80 80 ct <0,1 1 7 1 1 Synagrops bellus 60 290 ct 426,5 6.845 62 30 32 23 18 10 3 7 14 21 68 Synagrops spinosus 40 193 ct 290,2 29.997 10 36 31 34 18 12 31 23 30 21 26 Thyrsitops lepidopoides * 90 390 ct 340,3 4.258 80 25 12 24 8 6 35 18 17 5 Trachurus lathami * 67 261 ct 536,0 22.071 24 21 11 17 3 7 39 13 7 Trichiurus lepturus * 80 1.825 ct 1.903,1 7.539 252 28 25 28 8 8 41 24 22 9 1 Tripterophycis gilchristi 170 250 ct 0,1 3 25 1 2 3 Umbrina canosai * 110 450 ct 701,4 2.789 251 5 2 8 3 1 18 1 Upeneus parvus 130 158 ct 0,1 3 36 3 3 Urophycis brasiliensis 170 575 ct 64,0 227 282 18 1 13 3 24 9 2 Urophycis mystacea * 80 676 ct 1.315,9 3.449 382 42 33 45 26 11 32 13 17 28 67 Ventrifossa macropogon 123 360 ct 13,4 202 66 2 7 4 3 16 Ventrifossa mucocephalus 170 267 ct 0,5 17 29 4 1 1 1 7 Verecundum rasile * 147 392 ct 16,4 85 193 1 5 1 5 1 12 1 Xenodermichthys copei 50 305 ct 0,1 22 4 3 1 4 Xenolepidichthys dalgleishi 40 260 ct 196,2 4.254 46 14 17 13 5 8 4 15 38 Zenion hololepis 50 173 ct 36,7 901 41 3 7 4 5 5 2 6 16 Zenopsis conchifera * 30 595 ct 3.792,9 14.212 267 25 25 35 18 12 24 21 30 24 16 Zoarcidae não identificado 334 420 ct 2,5 9 283 2 2 Total Global 32.677,5 354.561 92 55 56 58 35 20 48 33 34 32 77

176 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 177

Anexo 3 Densidades médias (kg/km2) das espécies,por épocas do ano e estratos latitudinais (áreas A, B, C, D) e estratos de profundidade.

Épocas Estratos latidunais (áreas) Estratos de profundidade (m) Espécie inv-pri ver-out A B C D 98-149 150-199 200-299 300-399 400-619 CEFALÓPODES Abralia redfieldi 6,6 22,4 20,3 6,0 0,8 1,8 0,3 3,7 3,8 21,3 Abralia veranyi 61,0 6,7 3,6 0,3 52,4 11,3 0,1 3,1 11,3 53,1 Argonauta nodosa 0,0 0,0 0,0 Chtenopteryx sicula 0,0 0,0 0,0 Eledone gaucha 1,8 1,2 2,1 0,5 0,4 0,6 0,8 0,3 0,8 0,4 Eledone massyae 188,0 49,9 30,4 94,5 95,5 17,5 183,4 38,2 6,8 6,1 3,5 Heteroteuthis dispar 0,3 1,3 1,2 0,3 0,0 0,1 0,3 1,3 Histioteuthis arcturi 0,7 0,7 0,7 Histioteuthis corona corona 1,2 1,2 1,2 Illex argentinus 13636,6 53812,2 23369,8 29117,2 8765,0 6196,8 347,4 1512,4 7320,6 13765,0 44503,2 Liocranchia reinhardti 0,4 0,4 0,4 Loligo plei 468,9 2998,3 805,9 744,8 1201,3 715,2 1878,8 1490,0 98,5 Loligo sanpaulensis 1232,2 556,8 1181,0 208,7 167,2 232,1 1309,3 344,0 135,6 Lycoteuthis lorigera 3,8 34,2 38,0 0,8 37,2 Megalocranchia sp 0,1 0,1 0,1 Octopus vulgaris 46,9 60,7 21,7 9,2 76,9 107,7 Ommastrephes bartramii 125,8 74,9 68,2 6,8 125,8 200,8 Ornithoteuthis antillarum 2,0 1,0 1,0 2,0 3,0 Pholidoteuthis adami 9,9 9,9 9,9 Rondeletiola minor 0,0 0,0 0,0 Scaeurgus unicirrhus 11,1 2,7 6,0 2,3 2,7 8,4 Semirossia tenera 1,4 6,0 2,4 2,0 0,3 2,6 4,6 1,1 1,3 0,0 0,3 Vosseledone charrua 68,4 55,2 34,7 4,7 65,1 19,0 2,8 2,6 1,8 22,9 93,4 ELASMOBRÂNQUIOS Atlantoraja castelnaui 2935,5 434,0 2172,9 440,6 756,1 1944,9 933,0 491,6 Atlantoraja cyclophora 5036,1 4599,1 3924,9 4614,4 707,7 388,1 4409,6 2551,5 2591,0 22,5 60,5 Atlantoraja platana 2794,5 4714,8 5976,8 1180,8 351,7 4273,3 2845,7 390,3 Benthobatis kreffti 36,8 14,8 5,4 46,2 1,1 1,8 48,6 Carcharhinus signatus 119,2 119,2 119,2 Dasyatis centroura 764,3 764,3 550,9 213,4 Dipturus leptocauda 10,2 12,1 0,8 4,0 5,3 12,1 22,3 Dipturus mennii 1624,5 661,7 1998,6 287,6 862,3 1423,9 Dipturus sp 54,3 54,3 54,3 Etmopterus bigelowi 366,7 260,7 551,6 4,7 61,0 10,2 627,4 Etmopterus gracilispinis 10,1 18,2 28,3 7,5 20,8 Etmopterus lucifer 55,8 60,2 9,6 88,5 17,8 2,6 113,4 Galeorhinus galeus 663,4 663,4 487,7 175,7 Galeus mincaronei 62,2 20,1 39,9 3,6 38,7 5,0 18,3 58,9 Gurgesiella dorsalifera 144,4 133,4 15,3 97,8 114,8 49,9 23,0 254,9 Gymnura altavela 136,8 136,8 136,8 Heptranchias perlo 1689,0 967,7 235,5 1353,2 896,9 171,0 73,9 221,8 934,8 771,2 655,0 Hydrolagus matallanasi 19,4 16,3 19,4 16,3 35,7 Mustelus canis 163,9 113,4 50,5 163,9 Mustelus schmitti 1479,9 1820,9 1968,4 1285,6 46,8 3140,6 160,2 Myliobatis freminvillii 46,2 263,3 171,9 46,2 91,4 309,5 Myliobatis goodei 1519,1 253,7 368,2 1368,1 36,5 1772,8 Psammobatis lentiginosa 93,7 23,0 24,3 87,3 5,0 24,4 31,3 50,7 10,3 Psammobatis rutrum 15,6 13,8 1,7 15,6 Psammobatis sp Rajidae sp 6,0 6,0 6,0 Rhinobatos horkelii 608,3 79,0 396,7 290,6 602,1 85,2 Schroederichthys saurisqualus 312,4 22,5 225,7 90,0 13,1 6,0 14,2 301,5 19,2 Scyliorhinus haeckelii 178,6 176,1 231,0 74,5 49,1 73,8 198,6 50,4 31,9 Sphyrna zygaena 134,9 134,9 134,9 Squaliolus laticaudus 1,5 0,3 0,5 0,4 0,1 0,8 1,8 Squalus megalops 1930,9 2220,4 1604,1 2074,0 275,0 198,1 1861,7 1316,5 829,0 137,5 6,5

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 177 REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 178

Épocas Estratos latidunais (áreas) Estratos de profundidade (m) Espécie inv-pri ver-out A B C D 98-149 150-199 200-299 300-399 400-619 Squalus mitsukurii 6360,2 1091,0 5369,7 2081,5 212,5 2387,4 1429,4 2888,1 533,8 Squatina argentina 2722,9 659,3 2007,1 1375,0 212,3 900,4 1995,5 273,9 Squatina guggenheim 1852,8 1089,6 2173,3 769,0 2040,5 517,0 384,8 Squatina punctata 47,8 564,2 351,4 165,3 95,3 612,0 Torpedo puelcha 1415,5 392,5 239,5 1137,2 265,8 165,4 73,1 389,7 914,0 4,8 426,4 TELEÓSTEOS Aluterus monoceros 0,9 0,9 0,9 Anthias menezesi 2,6 129,8 1,0 2,9 103,5 25,1 1,0 2,9 128,6 Antigonia capros 12133,4 12958,6 860,3 16849,5 2614,7 4767,4 2528,0 18041,8 4307,8 16,3 198,0 Argentina striata 506,8 1307,5 7,9 235,7 519,8 1051,0 53,6 128,8 992,8 350,1 289,0 Argyropelecus aculeatus 0,1 0,7 0,1 0,5 0,2 0,8 Argyropelecus gigas 0,1 0,1 0,1 Argyropelecus hemigymnus 0,0 0,0 0,1 0,1 Ariomma bondi 3851,4 5919,0 10,6 447,4 3324,9 5987,6 1628,0 2787,3 2232,6 1686,0 1436,6 Ariosoma opistophthalmus 0,6 0,2 0,6 0,2 0,2 0,6 Austrophycis marginata 0,4 0,4 0,4 Balistes capriscus 9,3 9,3 9,3 Bassanago albescens 14251,0 14250,7 0,4 0,4 14250,7 Bathyanthias roseus 6,3 6,8 12,6 0,5 5,9 7,2 Bellator brachychir 0,9 2,0 0,1 2,9 1,5 1,2 0,2 Bembrops heterurus 690,5 1143,5 131,5 314,1 682,3 706,1 10,9 195,7 393,0 300,2 934,2 Benthocometes robustus 0,1 4,2 0,1 3,9 0,4 0,1 4,2 Benthodesmus elongatus 102,3 33,4 130,2 2,5 0,6 2,3 0,1 5,7 1,5 128,3 Benthodesmus tenuis 17,2 0,3 17,5 17,5 Beryx splendens 3583,6 1947,2 2357,8 1211,2 1568,2 393,5 38,2 2282,3 3210,2 Bregmaceros atlanticus 0,6 2,3 2,2 0,1 0,3 0,2 0,2 0,1 2,6 Bregmaceros cantori 0,0 0,1 0,0 0,1 0,0 0,1 Caelorinchus marinii 9789,9 12273,8 2795,5 3958,1 11652,7 3657,5 12,6 207,9 3045,2 18798,1 Canthidermis sp 1,5 1,5 1,5 Caulolatilus chrysops 35,4 116,9 18,6 11,4 14,6 107,8 37,5 114,8 Centriscops humerosus 0,8 0,8 0,8 Centrolophus niger 243,8 243,8 61,5 182,3 Chauliodus minimus 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Chauliodus sloani 0,0 0,4 0,4 0,0 0,4 Chlorophthalmus agassizi 325,0 107,8 73,7 63,2 249,4 46,5 44,9 11,9 13,7 362,2 Citharichthys cornutus 0,7 0,7 0,7 Conger esculentus 608,3 608,3 608,3 Conger orbignyanus 15,1 33,0 21,3 11,1 15,6 44,1 4,0 Cookeolus japonicus 1295,8 1960,5 63,9 2045,1 203,7 943,6 344,4 2580,3 331,6 Cubiceps squamiceps 27,7 27,7 27,7 Cyclichthys spinosus 0,1 0,1 0,1 Cynoscion guatucupa 799,4 1428,8 1559,7 611,9 10,3 46,3 1215,8 1012,4 Cynoscion jamaicensis 5,5 5,5 5,5 Dactylopterus volitans 0,2 0,2 0,2 Decapterus tabl 4,9 0,4 4,5 4,5 0,4 Decodon puellaris 10,2 8,0 18,2 18,2 Diaphus dumerilii 1303,9 651,3 1894,8 18,8 29,1 12,6 776,7 397,6 99,9 680,9 Diaphus effulgens 0,4 0,4 0,4 Diaphus garmani 0,3 7,4 3,3 4,1 0,3 7,7 Diaphus hudsoni 1,3 1,3 1,3 Diaphus mollis Diaphus ostenfeldi Diaphus problematicus Dibranchus atlanticus 13,9 27,6 0,1 32,2 9,2 0,4 0,5 0,9 39,7 Diplacanthopoma brachysoma Dules auriga 22,6 2,0 4,8 17,8 2,0 24,7 Dysommina rugosa 1,2 3,6 0,8 4,0 0,8 4,0 Echiodon cryomargarites 0,7 0,2 0,9 0,9 Electrona risso 1,3 1,3 1,3 Engraulis anchoita 8,3 0,1 0,1 8,3 8,4 Epigonus occidentalis 0,1 0,1 0,1 0,1 0,2 Epigonus telescopus Etropus longimanus 0,4 0,4 0,4

178 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 179

Épocas Estratos latidunais (áreas) Estratos de profundidade (m) Espécie inv-pri ver-out A B C D 98-149 150-199 200-299 300-399 400-619 Evoxymetopon taeniatus 1997,0 260,7 292,6 281,2 3,6 1680,4 239,1 55,1 1789,0 174,5 Fistularia sp 16,9 16,9 16,9 Flagellostomias boureei 0,0 0,0 0,0 Foetorepus dagmarae 7,4 9,3 1,0 11,5 4,2 1,4 2,9 11,6 0,8 Gadella imberbis 73,1 31,3 3,8 7,2 47,9 45,5 1,0 1,3 102,0 Genypterus brasiliensis 1483,8 1902,2 1595,9 266,9 823,8 699,4 913,3 560,5 1105,7 359,7 446,9 Gephyroberyx darwinii 118,4 118,4 118,4 Gonostoma elongatum 0,1 0,1 0,1 Gymnoscopelus bolini 0,1 0,1 0,1 Gymnoscopelus nicholsi 0,0 0,0 0,0 Gymnothorax conspersus 267,9 208,8 23,1 105,3 283,0 65,3 131,0 153,2 85,2 107,3 Gymnothorax ocellatus 45,3 104,2 6,6 83,0 38,3 21,6 109,4 33,4 6,7 Helicolenus lahillei 10390,3 11203,6 14714,6 5594,0 1113,7 171,5 19,2 46,2 837,7 6519,3 14171,5 Hemanthias vivanus 0,6 0,6 0,6 Hoplostethus occidentalis 301,6 1860,3 17,0 14,2 453,7 1677,1 11,9 3,2 2146,8 Hygophum hygomii 0,1 0,1 0,1 Hymenocephalus billsam 3,6 5,1 2,1 4,8 1,7 8,7 Idiacanthus atlanticus 0,9 0,7 0,1 0,9 Kyphosus incisor 2,1 2,1 2,1 Laemonema goodebeanorum 569,4 325,9 21,1 18,0 553,1 303,1 165,8 729,6 Lampanyctus australis 21,3 21,3 21,3 Lepidophanes guentheri 14,8 0,4 15,1 15,1 Lepidopus altifrons 2226,9 3245,6 754,2 704,2 467,9 3546,2 2,9 701,7 807,3 3960,6 Lestidium atlanticum 0,2 0,2 0,2 0,1 0,1 0,4 Lestrolepis intermedia 0,3 0,2 0,0 0,0 0,2 0,1 Lobianchia gemellarii Lonchopisthus meadi 0,5 0,0 0,1 0,4 0,0 0,4 0,1 Lophius gastrophysus 12442,5 11055,1 6334,0 8972,5 4881,7 3309,4 1645,7 3486,8 6021,9 6439,6 5903,5 Lopholatilus villarii 508,8 406,7 374,5 287,1 253,8 157,8 534,0 223,6 Lucigadus ori 6,0 26,1 22,2 7,6 2,2 0,1 2,3 0,2 29,7 Macroramphosus scolopax 320,1 100,9 55,0 315,4 50,4 0,2 30,6 96,5 292,4 1,5 Macruronus magellanicus 205,3 78,7 284,0 29,3 254,6 Malacocephalus laevis 65,0 214,9 11,9 128,5 53,2 86,3 279,9 Malacocephalus occidentalis 3596,4 4081,2 948,8 419,5 5028,5 1280,8 150,9 240,1 7286,6 Maurolicus stehmanni 615,4 126,6 600,8 97,6 43,4 0,2 98,0 641,9 1,6 0,2 0,3 Meadia abyssalis 110,5 12,1 98,4 110,5 Melanostomias niger 0,9 0,9 0,9 Merluccius hubbsi 29230,4 31183,6 17377,4 7426,4 19575,8 16034,5 1768,0 2770,5 7125,7 24506,9 24242,9 Micropogonias furnieri 822,0 339,5 430,7 668,0 62,7 1161,4 Monolene antillarum 0,3 5,3 1,3 0,5 1,6 2,2 0,6 0,5 4,5 Monolene atrimana 0,7 0,7 0,7 Monomitopus americanus 6,0 6,0 6,0 Mullus argentinae 2687,9 2463,0 1901,0 2954,0 243,7 52,2 3378,8 1391,4 380,7 Myctophum obtusirostre 0,2 0,2 0,2 Nemadactylus bergi 2930,1 3529,5 5823,3 563,9 72,5 3895,8 1534,0 1017,4 12,4 Neoepinnula americana 2,7 1,6 1,2 1,6 1,2 Neoscopelus macrolepidotus 29,4 29,0 0,4 29,4 Nettastoma melanura 13,7 3,6 1,1 11,7 4,5 17,3 Notopogon fernandezianus 29,4 69,0 20,1 50,0 26,0 2,3 2,5 0,8 19,0 38,8 37,2 Ogcocephalus vespertilio 9,7 3,9 5,7 8,0 5,5 1,7 4,4 2,1 Ophichthus gomesii 2,6 2,6 2,6 Pagrus pagrus 1200,9 654,1 842,0 579,8 319,0 114,3 624,6 1193,7 36,7 Paralichthys isosceles 3748,0 3691,2 3057,2 3123,7 1088,3 170,1 5139,9 2028,9 240,5 29,9 Paralichthys patagonicus 156,1 85,2 241,2 241,2 Paralichthys triocellatus 495,1 634,1 442,9 661,1 5,5 19,7 44,3 314,7 770,2 Parasudis truculenta 1099,1 1388,4 50,2 425,5 1021,6 990,2 1,5 73,5 263,9 2148,6 Paratrachichthys atlanticus 2,5 2,4 0,1 2,5 Peprilus paru 2,2 2,2 2,2 Percophis brasiliensis 243,4 444,6 556,3 35,9 40,6 55,2 552,2 135,8 Peristedion altipinnis 340,7 235,2 313,8 262,0 71,0 417,5 80,3 7,1 Peristedion sp 606,4 843,4 7,8 1076,8 183,2 181,9 20,9 188,2 830,9 122,4 287,4 Peristedion truncatum 24,2 2,2 0,9 10,3 15,2 3,0 23,4 Phosichthys argenteus 1,4 0,2 1,5 0,1 1,6 Pollichthys mauli 0,1 0,1 0,1

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 179 REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 180

Épocas Estratos latidunais (áreas) Estratos de profundidade (m) Espécie inv-pri ver-out A B C D 98-149 150-199 200-299 300-399 400-619 Polymetme sp 3,4 1,2 2,2 3,4 Polymetme thaeocoryla 67,3 53,9 7,4 26,4 22,8 64,6 3,1 118,1 Polymixia lowei 39974,5 54080,8 3097,9 5143,1 46825,9 38988,3 8,8 1107,6 4998,1 30689,1 57251,7 Polyprion americanus 372,1 372,1 35,2 336,8 Pomatomus saltatrix 50,3 50,3 50,3 Pontinus corallinus 0,2 0,8 0,3 0,6 0,8 0,1 Porichthys porosissimus 699,3 181,7 226,8 608,2 2,5 43,6 721,2 155,8 4,0 Priacanthus arenatus 21,2 20,3 1,0 1,0 20,3 Prionotus nudigula 1314,5 1823,3 932,5 1633,2 554,1 17,9 1689,9 1016,1 410,0 19,9 1,9 Prionotus punctatus 4149,7 5378,4 3786,0 4804,8 936,2 1,1 7560,0 1891,0 77,2 Pristipomoides freemani 9,7 11,5 0,9 13,8 3,5 3,0 3,9 8,3 9,0 Prognathodes guyanensis 1,3 1,3 1,3 Promethichthys prometheus 35,9 2,1 11,8 21,7 4,4 38,0 Pronotogrammus martinicensis 11,3 685,5 1,3 695,5 661,2 21,1 14,6 Pseudopercis numida 119,2 140,4 90,1 119,2 23,4 26,9 232,8 22,2 4,7 Raneya brasiliensis 0,4 2,9 0,4 2,9 3,3 Saccogaster parva 0,1 0,1 0,1 Sardinella brasiliensis 5,0 5,0 5,0 Saurida brasiliensis 4,7 7,9 7,6 1,4 3,6 11,1 0,5 0,6 0,3 0,0 Saurida caribbaea 140,5 175,4 114,7 163,3 30,3 7,6 71,7 139,3 88,6 13,9 2,4 Scomber japonicus 0,7 0,7 0,7 Serranus atrobranchus 34,5 2,2 1,2 4,2 19,8 11,5 10,7 6,3 19,7 Serrivomer schmidti 0,1 0,1 0,1 Setarches guentheri 808,3 407,8 4,5 39,0 231,0 941,7 2,0 19,5 15,9 1178,7 Snyderidia canina 0,0 0,0 0,0 Sphoeroides pachygaster 493,8 606,4 183,9 913,9 2,3 343,2 162,4 594,6 Stomias affinis 9,3 5,4 13,5 0,6 0,6 14,7 Symbolophorus barnardi 2,7 42,6 45,3 45,3 Symphurus ginburgi 0,2 0,2 0,2 Synagrops bellus 3038,6 5854,0 2075,2 1043,1 4180,7 1593,7 0,5 65,1 92,0 2105,3 6629,8 Synagrops spinosus 1844,8 4279,3 1109,9 1199,0 487,1 3328,1 922,3 2711,3 1367,1 934,3 189,2 Thyrsitops lepidopoides 2349,2 5115,2 144,2 5342,9 190,2 1787,1 4916,5 1766,9 677,2 103,9 Trachurus lathami 3300,0 7407,4 791,5 7014,6 581,2 2320,1 9932,1 754,3 21,0 Trichiurus lepturus 12843,9 25099,3 21898,3 7569,6 4544,9 3930,4 21220,8 11517,5 4692,0 482,8 30,0 Tripterophycis gilchristi 0,4 1,2 1,6 1,6 Umbrina canosai 11603,2 1014,6 8792,4 1937,5 1764,4 123,6 12596,4 21,4 Upeneus parvus 2,2 1,1 1,1 2,2 Urophycis brasiliensis 397,0 947,8 766,4 538,4 31,5 8,5 918,1 394,6 32,2 Urophycis mystacea 13767,9 12793,3 13417,1 4706,6 6172,3 2265,2 1018,0 2768,3 2927,5 6308,4 13539,0 Ventrifossa macropogon 93,7 191,3 1,5 55,7 227,8 285,0 Ventrifossa mucocephalus 2,5 7,9 0,8 0,8 8,8 10,4 Verecundum rasile 155,9 186,2 74,2 214,3 53,5 330,2 11,9 Xenodermichthys copei 1,5 1,4 0,0 1,5 Xenolepidichthys dalgleishi 2482,4 1866,6 56,0 1054,7 605,5 2632,8 46,1 348,0 3954,8 Zenion hololepis 418,8 405,5 189,7 174,7 460,0 2,5 379,7 442,2 Zenopsis conchifera 28579,0 57010,9 4156,7 36447,0 31369,6 13616,6 312,3 3124,5 26287,1 49107,6 6758,4 Zoarcidae 49,5 49,5 49,5

180 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 181

AGRADECIMENTOS

coordenação geral do Programa Revizee; ao CNPq pelas bolsas concedidas no con- À texto do Programa e de produtividade e apoio técnico (M.H.). Ao Ministério de Minas e Energia pela doação do Combustível. Ao Centro de Pesquisa e Extensão Pesqueira das Regiões Sudeste Sul do IBAMA e a Superintendência da Frota da FURG pela estrutura e apoio logístico. Aos mestres e tripulações dos N/Pq Atlântico Sul e Soloncy Moura pela competên- cia e dedicação. Aos pesquisadores, alunos e estagiários que participaram dos cruzeiros e das amostragens biológicas, em especial ao Dr. Acácio Tomas do Instituto de Pesca de São Paulo e sua equipe. A Petrobras pelos recursos concedidos para a publicação deste volume.

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 181 REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 182

182 SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 183

Editor: Carmen Lúcia Del Bianco Rossi-Wongtschowski Supervisor de editoração: Roberto Ávila Bernardes Gerenciamento administrativo: Aparecida Martins Vaz dos Santos Administração Financeira: Fundação de Apoio à Universidade de São Paulo Patrocinador deste volume: PETROBRAS Projeto gráfico e editoração: Ulhôa Cintra Comunicação Visual e Arquitetura Revisão: Cleyde Romano de Ulhôa Cintra Fotos: Luciano Gomes Fischer, Manuel Haimovici

Assessoria técnica da Coordenação Geral do Programa REVIZEE (SQA/MMA) Oneida Freire Altineu Pires Miguens Álvaro Roberto Tavares Carlos Alexander Gomes de Alencar José Luiz Jeveaux Pereira Ricardo Castelli Vieira

SÉRIE REVIZEE – SCORE SUL 183 REVIZEE_ARRASTO_ANEXOS_P3 2/28/08 11:08 AM Page 184