O sistema sociopolítico danoso dos resíduos urbanos

VINÍCIUS FERREIRA BAPTISTA*

Resumo: Este artigo tem como objetivo situar os resultados do relatório produzido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a investigar e apurar as causas e consequências do uso e permanência dos “lixões” no estado criada pela Assembleia Legislativa do Estado do (ALERJ) em 5 de fevereiro de 2015. Para tanto, situamos primeiramente uma breve apresentação do sistema de coleta seletiva no município do Rio e, na segunda parte analisamos o relatório. Concluímos que o sistema de coletiva seletiva estruturado na cidade do Rio de Janeiro importa um contexto social de subdesenvolvimento distante da capacidade de organização que proveja ações de geração de trabalho, renda e cidadania, criando um processo danoso à sociedade carioca. Palavras-chave: Coleta Seletiva; CPI; Rio de Janeiro. The damaged sociopolitical system in urban waste Abstract: This article aims to locate the results of the report produced by the Parliamentary Commission of Inquiry (CPI) to investigate and determine the causes and consequences of the use and permanence of the "dumps" in the state created by the Legislative Assembly of the State of Rio de Janeiro (ALERJ) on February 5th in 2015. In order to do so, we first present a brief presentation of the selective collection system in the city of Rio, and in the second part we analyze the report. We conclude that the selective collective system in the city of Rio de Janeiro imports a social context of underdevelopment that is far from organizational capacity that provides actions to generate work, income and citizenship that strengthens a damaging process to the society of Rio. Key words: Selective Collection; CPI; Rio de Janeiro; Urban solid waste.

* VINÍCIUS FERREIRA BAPTISTA é administrador. Doutor em Políticas Públicas e Formação Humana (UERJ). Professor Adjunto do Departamento de Administração Pública e do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Territorial e Políticas Públicas da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). 44

Foto: Thiago Lontra. Fonte: Notícia da ALERJ:

Introdução: a coleta seletiva no Federal nº. 5.940/2006 institui a município do rio de janeiro separação dos resíduos recicláveis O Programa de Coleta Seletiva Solidária descartados pelos órgãos e entidades da da Prefeitura do Rio de Janeiro (PCSS), administração pública estadual direta e criado pelo Decreto Municipal nº. indireta, na fonte geradora, e a sua 30.624/2009 (RIO DE JANEIRO, 2009), destinação às associações e cooperativas em cumprimento ao Decreto Federal nº. dos catadores de materiais recicláveis 5940/2006, destina materiais recicláveis, (RIO DE JANEIRO, 2007). separados nas unidades da administração A coleta seletiva de materiais recicláveis, municipal, a cooperativas e a associações realizada porta a porta nos principais de catadores, com perspectivas de logradouros de 41 dos 160 bairros do ampliação da mesma, com a alargamento Município do Rio, permite que 200 t/dia desta prática nos demais órgãos sejam encaminhadas às esteiras de municipais. No PCSS está prevista catação da de Reciclagem do Caju, “extensa capacitação dos catadores para onde trabalham 110 cooperados, a autogestão das Centrais de Triagem, recuperando cerca de 20 t/dia de incluindo a gestão financeira e contábil, recicláveis. Ainda segundo o segurança do trabalho e patrimonial, documento, “a quantidade de recicláveis saúde ocupacional e ambiental, mercado recuperada pelo sistema de coleta de materiais recicláveis e seletiva e pelas cooperativas de comercialização em rede, dentre outras” catadores atingiu 7.797 toneladas em (RIO DE JANEIRO, 2012, p. 37). todo o ano de 2011. Isto equivale a Já o Decreto nº. 40.645/07 de 08 de apenas 4 g por pessoa por dia”. O Estado março de 2007 do Estado do Rio de do Rio de Janeiro produz aproximadamente 12.000 toneladas de Janeiro que, nos moldes do Decreto

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lixo por dia. Deste total, estima-se que Capacitação, assessoria de gestão e quase 80% vão parar em lixões sem formação de redes de comercialização qualquer tipo de tratamento (RIO DE voltados aos catadores; 4) Aquisição de JANEIRO, 2012, p. 33). máquinas, equipamentos, veículos, móveis e utensílios, destinado à melhoria Dados do Sistema Nacional de da estrutura produtiva e de Informações sobre Saneamento (SNIS), comercialização das cooperativas de em seu Diagnóstico sobre Resíduos catadores participantes do projeto. Sólidos de 2010, destaca que do total dos 4.176.978t de resíduos coletados (já O PEGIRS situa que o Estado do Rio de somados os 1.989.902t de resíduos Janeiro apresenta taxa de cobertura de domiciliares) em 2010, 1.295,8t foram coleta de Resíduos Domiciliares (RDO) coletados por catadores de materiais igual ou superior a 90%, sendo coletados recicláveis apoiados pela prefeitura. 17 mil t/dia de RSU, das quais Quanto à coleta seletiva, foram aproximadamente 5 mil t/dia são coletados, em 2010, 9.451,9t, sendo que consideradas como Resíduos de 8.156,1t coletados pela prefeitura e Limpeza Urbana (RLU) e 13 mil t/dia 1.295,8t coletados por catadores. Ainda RDO (RIO DE JANEIRO, 2013). O segundo o SNIS, existem, no município município do Rio faz apenas 1% de do Rio de Janeiro, 13 entidades com coleta seletiva na cidade. A Coleta aproximadamente 563 pessoas Seletiva é coordenada pela Compahia envolvidas na coleta seletiva. A taxa de Municipal de Limpeza Urbana recuperação é baixíssima: 0,36%, ou (Comlurb) e pela Secretaria Municipal seja, menos de 1% dos resíduos do Meio Ambiente (SMAC), e parte do coletados em 2010 foi recuperado (SNIS, Plano Estratégico do município (2012- 2012). 2014). No âmbito Estadual, a Coleta O Contrato de Concessão de Seletiva é coordenada pela Secretaria Colaboração Financeira Não Estadual do Ambiente (SEA) e Instituto Reembolsável nº. 10.2.2030.1, de Estadual do Ambiente (INEA). 30/12/2010, prevê investimentos de R$ 28,3 milhões do Município do Rio de O sistema de coleta seletiva na cidade Janeiro e R$ 22,2 milhões do Banco vem sofrendo pressão a partir da Nacional de Desenvolvimento promulgação da PNRS, uma vez que Econômico e Social (BNDES), pelo Art. 54º a disposição final contemplando, dentre outras, as ambientalmente adequada passará a ser seguintes ações para a ampliação do obrigatória, sujeita a responsabilidades Programa de Coleta Seletiva do nos âmbitos administrativo, civil penal. Município do Rio de Janeiro atendendo E a coleta seletiva vem justamente a aproximadamente 25 grupos de assegurar essa adequada destinação, já catadores: 1) Ampliação da coleta que segrega materiais e evita destinações seletiva no Município e entrega dos errôneas. A coleta seletiva tem seu início recicláveis aos catadores; 2) Implantação a partir da separação prévia, na fonte de seis centrais de triagem (galpões para geradora de resíduos, de materiais o recebimento, triagem e enfardamento passíveis a serem recuperados ou não, de recicláveis), que serão posteriormente geralmente separados em materiais cedidas às cooperativas de catadores recicláveis ou materiais orgânicos. selecionadas, com possibilidade de Quando separados, os materiais incluir mais de mil catadores; 3) orgânicos são recolhidos pela Comlurb,

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que os deposita nos CTRs de Gericinó e filhos para que a Escola repense a Seropédica. proposta educacional na questão do lixo e do reaproveitamento e recuperação de Quando aos materiais recicláveis, estes, materiais. Paralelamente, as separados na fonte geradora, podem ser cooperativas reforçam laços de coletados em seis possibilidades: 1) proximidade com a comunidade Pelas Cooperativas de Catadores (ex: realizando campanhas e exercendo órgãos públicos do Estado e Município, influência sobre hábitos de descarte em atendimento aos Decretos Estadual adequado. É de considerar que as nº. 40.645/07 e Municipal 30.624/09, cooperativas possuem elevada expertise, assim como em casos de doação, tendo tanto teórica quando técnica acerca das em mente que dificilmente alguma tipologias, por exemplo, de plásticos, cooperativa sai recolhendo porta-a- vidros e papeis e as demandas de cada porta); 2) Pelo Catador Individual, um desses materiais em processos de quando o material reciclável está exposto recuperação quando se variam os tipos nas ruas à espera de catação; 3) Pelo dos mesmos. Essa aproximação com a titular dos serviços de limpeza pública comunidade faz com que a cooperativa (no caso a Comlurb, no município do se torne um “local” onde o comércio Rio); 4) Por empresas privadas local e moradores podem doar seus especializadas em coleta de resíduos resíduos. Ainda pelo âmbito informal, (isso quando o gerador dispõe de existem casos em que catadores que recursos [ele paga pelo recolhimento] ou trabalham nas ruas vendem seus quando o material é vendido para essas materiais às cooperativas. Estas empresas); 5) Em Pontos de Entrega cooperativas, quando não conseguem Voluntária (PEV – também chamados de agregar o catador de rua para que se Ecopontos), onde são coletados pelo associe, costumam comprar os materiais titular de serviços de limpeza pública; 6) dos mesmos. Existem também casos de Por atravessadores (geralmente pessoas atravessadores que revendem materiais voltadas aos ferros-velhos) para cooperativas. Esta é uma conjuntura Podemos situar a atuação das que é difícil de explicar, mas que no cooperativas (em termos de recebimento contato com as cooperativas, trata-se de de resíduos) em duas frentes: pelo uma prática percebida como usual. âmbito formal ou pelo âmbito informal. Já no âmbito formal, as cooperativas Dificilmente uma cooperativa se disporá recebem material de atores públicos e a coletar porta-a-porta, tal como faz a privados por meio de doações. Órgãos Comlurb pelo simples motivo de que as públicos, seja de qualquer esfera da mesmas não costumam ter veículos próprios que permitam essa logística. federação, costumam atender ao decreto 5.940/2006 (no caso federal e nas demais Deste modo, as cooperativas recebem leis estaduais e municipais com o mesmo resíduos em vez de recolher os mesmos. teor legislativo) e doar seus materiais Comecemos pelo âmbito informal. As para as cooperativas. Já empresas cooperativas costumam realizar trabalho privadas também fazem o mesmo, mas de base no sentido de conscientização geralmente por intermédio da Prefeitura, local acerca das positividades e via Comlurb. Há casos em que órgãos negatividades do exercício da coleta públicos publicam editais com seletiva em âmbito doméstico. Boa parte determinados requisitos em que dos cooperativados exercem influência cooperativas participam, tal como em em escolas, por intermédio dos seus pregões públicos, e assinam um termo de

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compromisso. Não se trata de compra ou diretamente para disposição final, o que venda de materiais nem de transferência contraria a legislação. Alguns materiais de recursos, mas de um termo em que são podem não ser aproveitados pela cadeia apontados, por exemplo, periodicidade recicladora e serem vendidos às da retirada de resíduos pelas empresas que controlam os lixões e cooperativas, os locais, como o material aterros. Existem três possibilidades de será acondicionado até a retirada, entre destinação final: Lixão, Aterro outros itens importantes. Ainda no Controlado e Aterro Sanitário (pela lei aspecto formal está uma das principais somente poderia a disposição neste fontes: o recebimento via o titular da último. Este é o fluxo formal da coleta limpeza urbana, no caso do Rio, a seletiva. Contudo, existem elementos Comlurb. Esta possui uma lista de não vistos, em primeiro momento que cooperativas cadastradas e, a partir da comprovam a existência de aspectos logística empregada na coleta se danosos neste sistemas. Vejamos, assim, resíduos, procede-se à entrega às o relatório da CPI dos Lixões. cooperativas próximas cadastradas. Trata-se da forma mais comum na gestão O caso da CPI dos lixões da coleta seletiva. A conjuntura da coleta seletiva é tensa e Seguindo para o fluxo da coleta seletiva, tenebrosa no Rio. É necessário entrar a Comlurb, ao coletar resíduos neste mérito, porque não é coincidência recicláveis (seja pela coleta porta a porta que o projeto do PCSS, e as instalações ou por PEV), os disponibiliza às das ETRs no município do Rio de Cooperativas de Catadores registradas Janeiro venham todos a ser suspensos no pela instituição. Alguns catadores exato momento em que corriam as individuais vendem seus resíduos para as investigações da CPI. Cooperativas, assim como para Em 5 de fevereiro de 2015, a Assembleia Sucateiros de pequeno e médio porte. As Legislativa do Estado do Rio de Janeiro empresas especializadas vendem os (ALERJ), por meio da Resolução nº 04, materiais recicláveis para sucateiros de criou a Comissão Parlamentar de médio e grande porte também. Inquérito (CPI) destinada a investigar e apurar as causas e consequências do uso A fase de triagem de resíduos é realizada e permanência dos “lixões” no estado. A geralmente por Cooperativas de criação desta CPI teve como ponto Catadores e por Sucateiros de pequeno e principal apurar o cumprimento da médio porte. Os grandes sucateiros Política Nacional de Resíduos Sólidos, preferem apenas acondicionar e revender no âmbito do Estado do Rio de Janeiro, resíduos às empresas recicladoras. A fase de segregação e triagem dos resíduos não sobretudo no que diz respeito à meta de erradicação de todos os lixões existentes deve ser confundida: a segregação no país até o ano de 2014. Nesse sentido, consiste em separar materiais além de apurar a existência de lixões no aproveitáveis dos não aproveitáveis, uma Estado a criação da referida Comissão vez que, em certos casos, as cooperativas também teve o objetivo de avaliar o recebem resíduos orgânicos junto aos cenário da gestão de resíduos sólidos no recicláveis; já a triagem consiste em Estado, assim como os reflexos separar os resíduos por tipo em fardos, o ambientais, sociais e econômicos que facilita a logística e venda. causados em virtude da ação ou omissão Existem casos em que os materiais não do Poder Público. Em 2 de março de passam por tratamento e são destinados 2016 foi aprovado o Relatório Final da

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CPI elaborado pelo relator, Deputado públicos na prática não avançou como o Thiago Pampolha, com muitas disputas esperado (ALERJ, 2016, p. 17). Uma das internas, especificamente levantadas conclusões do relatório da CPI, foi que a pela Deputada Lucinha, por o relator não empresa Haztec possui 50,01% do abordar punições nem recomendações capital acionário da SERB (utiliza o mais efetivas. nome fantasia Ciclus), empresa proprietária da Central de Tratamento de A partir da PNRS e através do Decreto Resíduos de Seropédica. Assim sendo, estadual nº 42.930/11, que instituiu o partindo do princípio que a SERB Pacto Pelo Saneamento, foi criado (Ciclus) é um braço da Haztec, essa também o subprograma o “Lixão Zero”, empresa recebe em seus aterros em torno com vistas à erradicação dos lixões no de 12.600 toneladas/dia, o que Estado e à implantação de aterros corresponde a aproximadamente 75% do sanitários e Centrais de Tratamento e total de resíduos produzidos diariamente Destinação de Resíduos, com metas de em todo o Estado do Rio de Janeiro. erradicar todos os lixões até 2014 e remediação de todos eles até 2016. Para O valor do contrato para disposição final a execução do Programa Lixão Zero, as de resíduos com o município do Rio de ações da Secretaria de Estado do Janeiro e a Ciclus tem o valor global Ambiente foram voltadas para duas estimado em R$ 1.007.628.360,00 (Um linhas de atuação: o desenvolvimento do bilhão e sete milhões e seiscentos e vinte Plano Estadual de Resíduos Sólidos e oito mil e trezentos e sessenta reais), (PERS) e as ações para a erradicação dos sendo estimado o valor mensal de R$ lixões no Estado do Rio de Janeiro. 5.574.602,00, sendo R$ 2.115.461,00 para os serviços de operação do Sistema Para dar efetividade à política do Lixão de Transferência e R$ 3.459.141,00 para Zero, o Estado procurou utilizar como operação do Centro de Tratamento de instrumentos: o licenciamento de aterros Resíduos Sólidos. privados; o ICMS Verde; investimentos na construção de aterros sanitários Ainda de acordo com o contrato assinado regionais e no rateio das despesas dos entre o município do Rio de Janeiro e a consórcios públicos interinstitucionais; SERB (Ciclus), Cláusula 2.2, de modo a projetos e obras de remediação dos facilitar a logística no transporte dos lixões desativados; e o Programa resíduos para a Estação Final de Compra de Lixo Tratado, que auxilia os Tratamento, estava prevista a operação municípios com o pagamento de parte de 07 Estações de Transferências de dos custos no processo de transição da Resíduos, sendo três já existentes (Caju, disposição em lixão para disposição Jacarepaguá e Bangu) e outras quatro a adequada em aterros. Ademais, o PERS, serem construídas pela empresa (Penha, através do subprograma lixão zero , e Campo previu também a formação de consórcios Grande). e arranjos regionais. O representante da empresa Comlurb, Existem ainda 17 lixões em Ricardo Dias de Sena, afirmou à CPI que funcionamento em nosso Estado e quase no momento apenas 05 ETR's estavam todos os municípios que depositam hoje em operação (Caju, Jacarepaguá, Bangu, seus resíduos de forma adequada em Santa Cruz e Marechal Hermes), sendo a aterros sanitários procuraram o caminho de Campo Grande substituída por Santa da solução individual, além de que a Cruz, e que faltava ainda a construção perspectiva dos arranjos e consórcios das outras duas previstas, uma na Penha

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e outra na Taquara (substituindo a de A CPI procurou investigar a amplitude Tanque prevista pelo contrato) (ALERJ, de atores. Assim como evidenciamos 2016, p. 17). anteriormente e justificamos que determinados atores não responderam O relatório da CPI verificou que ocorria aos e-mails enviados pelo autor da Tese, um “sequestro” de resíduos, assim como a CPI também deixa claro que, dos 92 mascaramento do que efetivamente ia Municípios do Estado somente 40 para o aterro sanitário. Também responderam ao ofício da CPI auferiram que vários caminhões levavam questionando a existência da Coleta resíduos para Seropédica, levantando Seletiva. suspeitas de que a Ciclus não estaria recebendo material apenas dos contratos Não Possuem Coleta Seletiva: assinados com municípios especificados, Vassouras, Rio Claro, Barra do Piraí, mas também de outros geradores. São Fidelis (3,41%), Quissamã, Mendes, Duque de Caxias, Queimados, Foi indicado que caminhões que Mangaratiba (só atende as grandes chegavam ao CTR de Seropédica “não geradoras, não a população), Iguaba possuíam qualquer identificação, não Grande, Italva, Santa Maria Madalena permitindo dessa forma identificar de (só pneus, lixo eletrônico e óleo vegetal), que local vinha o respectivo material, Piraí, Macuco, São Francisco do dando clara impressão de ilegalidade”, Itabapoana, Arraial do Cabo, Duas suspeitando-se dos resíduos que entram Barras, Tanguá, Sebastião do Alto, no aterro sanitário de Seropédica serem Vassouras. Já os que possuem Coleta em quantidade muito maior do que Seletiva: Mesquita 14,12%, Santo aquilo que se propôs (ALERJ, 2016, p. Antonio de Pádua 85%, Magé 5,7 %, 17). Miguel Pereira 10%, Bom Jesus de Destacamos que a Ciclus é de inteira Itabapoana 45,76%, Itaocara 77%, responsabilidade da prefeitura do Rio de Paracambí, Niterói, Porto Real 100%, Janeiro, uma vez que foi com esta que o Cantagalo, Quatis, Rio das Ostras, contrato foi assinado, fazendo parte de Nilópolis, Petrópolis, Itatiaia, Itaperuna uma série de políticas para a coleta 30%, Volta Redonda, Maricá, Paraíba do seletiva. Aliás, um dos elementos mais Sul 33,62%, Carmo 70%. destacados pelo relatório da CPI foi que O desempenho dos Municípios listados, a prefeitura e o Estado apenas investiram segundo o relatório, é muito ruim, em inciativas com pouco valor agregado, sobretudo nos que se declararam abarcando apenas a triagem e não o possuidores de coleta seletiva. Somente beneficiamento, ou seja, iniciativas que 3 Municípios, Porto Real (100%), Santo pouco são capazes de gerar valor Antônio de Pádua (85%) e Itaocara financeiro significativo às cooperativas. (77%), ultrapassaram a barreira dos 50% A CPI indica que “encontrou poucas ou do Município com os bairros realizando quase nulas iniciativas de coleta seletiva. Os outros, com exceção beneficiamento de recicláveis que, de Bom Jesus de Itabapoana (45,76%), contribuem muito pouco para diminuir não conseguem chegar nem a 15%. os índices de material reciclado O relatório da CPI faz uma análise do enterrado, subvalorizando o potencial Projeto CRS - Catadores e Catadoras em imenso de geração de emprego e renda rede solidária, que tem como base através dos postos de trabalho no setor da principal o convênio assinado durante a reciclagem” (ALERJ, 2016, p. 20). Rio +20 entre a Secretaria de Estado do

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Ambiente (SEA) e a Secretaria Nacional Perguntado sobre a quantidade de de Economia Solidária (SNES), cooperativas legalizadas informou que a vinculada ao Ministério do Trabalho e instituição apoiava na ocasião apoiando Emprego (MTE). O valor global do 45 empreendimentos, sendo 33 convênio é de R$ 9.285.582,56 (nove cooperativas já existentes e possuidoras milhões, duzentos e oitenta e cinco mil, de CNPJ, mas que precisavam de quinhentos e oitenta e dois reais e organização administrativa e gerencial, e cinquenta e seis centavos), sendo R$ outros 12 empreendimentos, de modo 8.297.125,09 provenientes do que 07 já tinham sido legalizados com MTE/SENAES e R$ 930.000,00 de CNPJ e os 05 restantes se encontravam responsabilidade da SEA a título de com o CNPJ encaminhado (ALERJ, contrapartida, a ser utilizada para a 2016). compra de equipamentos. O prazo de execução do convênio inicialmente era Ainda neste processo, um dos resultados de 36 meses, com término previsto para concretos apontados na Meta 3 22/12/2015. Todavia, foi celebrado (assessoria) foi a colocação de terceiro termo aditivo entre a SEA e o lugar alcançada pela Rede Movimento, MTE/SENAES, prevendo novo prazo de uma das Redes apoiadas pela Pangea e encerramento do Projeto para julho de que é representada pela Associação dos 2016. Catadores do Aterro Metropolitano de Jardim Gramacho - ACAMJG, no edital Do processo seletivo foi vencedora a Cataforte3, promovido pela Secretaria OSCIP (Organização Social de Interesse Geral da Presidência da República, o que Público) PANGEA - Centro de Estudos resultou na aprovação de um Socioambientais, com a qual foi investimento em equipamentos no valor celebrado Termo de Parceria em 17 de de R$ 3.332.470,00, a ser realizado pela dezembro de 2012, no valor global de R$ FUNASA diretamente a 33 cooperativas 7.367.125,09 (sete milhões, trezentos e que fazem parte da referida Rede de sessenta e sete mil, cento e vinte e cinco Comercialização. Ainda segundo reais e nove centavos). No relatório da informações da SEA o papel do Projeto CPI consta depoimento do presidente da CRS neste caso foi proporcionar o apoio PANGEA, informando que em relação à técnico e jurídico necessário para a Meta 1, foram identificados e captação do recurso e que o mesmo seria cadastrados 3.084 catadores, dos quais aplicado sem intervenção da SEA ou da 601 estavam em organizações de PANGEA. cooperativas, correspondendo a quase 20%; 2.274 catadores estavam em Em 30 de dezembro de 2010 foi assinado situação de desorganização, ou seja, entre o município do Rio de Janeiro e o catando, coletando sozinho, Banco Nacional de Desenvolvimento individualmente, em situação de rua, o Econômico e Social - BNDES o contrato que corresponde a 73%; e 209 nº 10.2.2030.1 de colaboração financeira desorganizados em situação de lixão, não reembolsável no valor de R$ correspondendo a 6,77%, não 22.186.541,00 (vinte e dois milhões, significando que dos 41 municípios cento e oitenta e seis mil e quinhentos e pesquisados não tenha só isso, uma vez quarenta e um reais). Os recursos seriam que o cadastro foi realizado com base na destinados ao programa de coleta meta 3 mil catadores, estipulada, seletiva da cidade do Rio com a inclusão segundo o presidente do PANGEA, pelo social dos catadores, com orçamento do Governo Federal. total em R$ 50 milhões, cabendo ao

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município a contrapartida de R$ 28 apoiadas com recursos do Contrato e da milhões. Ainda de acordo com as correspondente contrapartida, formado informações divulgadas pela própria por representantes do Município e do Prefeitura do Rio, o projeto previa a BNDES somente, não contando com organização de 1.500 catadores e a representantes das cooperativas de participação de 25 cooperativas catadores. O Conselho Gestor, com a existentes, a partir da montagem de seis atribuição de gerenciar a implantação do centrais de triagem de resíduos sólidos, Projeto, é composto, conforme Decreto que receberiam a infraestrutura, Municipal 32.837, pela Secretaria incluindo terrenos, instalações, Municipal de Meio Ambiente, Secretaria equipamentos e caminhões, além do Municipal de Conservação, Secretaria material da coleta seletiva feita pela Especial de Desenvolvimento Solidário Comlurb. O projeto previa ainda apoio e COMLURB, não fazendo parte deste em capacitação, assessoria técnica e a Conselho representantes das formação de rede de comercialização. cooperativas.

O objetivo principal do financiamento do Foram encontrados também na Central BNDES seria, portanto, a implantação de de Triagem de Bangu, assim como seis Centrais de Triagem, que acontece na Central de Triagem de Irajá, receberiam, dente outros produtos, quase que diariamente, material material da Comlurb oriundo de contaminado trazendo risco à saúde dos programa de coleta seletiva. Oportuno catadores também daquela Cooperativa. esclarecer também que as Centrais de De acordo com os trabalhadores, os Triagem previstas pelo convênio com o principais sintomas após o contato foram BNDES não se confundem com as ETR's náuseas, dor de cabeça, perda de voz, Estações de Transferências/Transbordo) falta de ar e dormência na boca. Os previstas no contrato entre a Comlurb e a catadores não receberam nenhum auxílio Ciclus. Enquanto as primeiras objetivam por parte da Comlurb. Com relação ao o reaproveitamento de parte do lixo fato, a Comlurb alegou se tratar de um através da reciclagem, as outras servem fato isolado. como ponto estratégico para receber o lixo recolhido pela Comlurb e enviá-lo A Central de Irajá entrou em para a CTR de Seropédica em caminhões funcionamento em 06 de janeiro de 2014 maiores. Todavia, embora o município e contava na ocasião com o trabalho de do Rio de Janeiro seja o contratante aproximadamente 20 cooperados. O direto e executor do contrato, material recebido por cooperativa é responsável pela execução e oriundo da Zona Sul e do acompanhamento das ações, assim como Município do Rio de Janeiro, entretanto, pela prestação de contas junto ao não recebia material suficiente para BNDES, os bens adquiridos devem ser manter o sustento de aproximadamente destinados a cooperativas de catadores 20 pais e mães de família. Os de materiais recicláveis, conforme equipamentos comprados para a referida determina o contrato. Central foram inadequados para o funcionamento da cooperativa. A esteira O contrato prevê também duas instâncias é fixa e a prensa não comporta a de governança: Conselho Deliberativo e quantidade triada. Ademais, a Conselho Gestor. O Conselho empilhadeira é manual e pesa 1 tonelada, Deliberativo é o órgão de deliberação de modo que o catador teria que superior acerca das ações que serão empurrar todo esse peso e ainda o do

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material. Para completar, a empilhadeira 2015 (33%- Dez/2014) (ALERJ, 2016, p. fazia apenas o trabalho de levantar os 23). fardos, tornando o equipamento inútil para este tipo de serviço. No caso foram A CPI identificou que está previsto no encontradas três empilhadeiras manuais subcrédito H do contrato em apreço o no local, além de 2 prensas de 40 kg valor de R$6.951.000,00 para fins de (sendo que uma estava quebrada). Além capacitação, assessoria de gestão e da esteira fixa, esta Comissão encontrou formação de rede de comercialização a no local uma esteira elétrica móvel, que ser formada pelas cooperativas de segundo a Sra. Evelin, foi doada à catadores de materiais recicláveis. Nesse cooperativa através da ONG doe seu lixo sentido, após processo seletivo a pela Coca-Cola. Havia necessidade, Prefeitura da Cidade do Rio firmou indicada pela gestora, de caminhão para contrato com o Serviço Nacional de facilitar logística. O caminhão até então Aprendizagem do Cooperativismo - não havia sido aprovado pelo conselho SESCOOP. Segundo o representante do gestor para compra e doação a BNDES, Sr. Francisco José, em reunião Cooperativa, após atuação da CPI a ordinária dessa CPI realizada no dia 08 compra do caminhão foi aprovada em de junho de 2015, foram liberados para reunião do Conselho e está em vias de ser esse subcrédito a quantia de R$ comprado e doado para a Cooperativa. 464.580,00 reais (ALERJ, 2016, p. 23). Outro ponto que merece destaque é que A CPI situa que foi relatado também pela foram adquiridos equipamentos para a responsável pela cooperativa, fato Central de Triagem do Centro que não constatado na visita da Comissão, que o foi implementada onde fora previsto material entregue pela Comlurb inicialmente em virtude da revitalização frequentemente continha lixo hospitalar, da região portuária. No entanto, os como restos de placenta e seringas, que gestores do convênio deixaram de colocavam em risco a segurança e a indicar um outro local no qual pudesse saúde dos cooperativados responsáveis ser instalado a referida Central de pela triagem. A Comissão ouviu também Triagem. Além disso, apesar dos reclamação no sentido de que recursos disponibilizados pelo BNDES habitualmente era entregue na os gestores do Projeto não fizeram a cooperativa o chamado “resíduo pobre”, indicação de locais que pudessem ser ou seja, aquele com muita mistura de instaladas outras 03 Centrais de Triagem. carga orgânica e pouco aproveitamento Isso demonstra que nem sempre a falta para a reciclagem (ALERJ, 2016, p. 23) de recursos é a grande culpada pela ausência de políticas públicas ou de Há de se considerar também que houve ações governamentais. Em muitos casos forte queda na quantidade de material falta o interesse e atenção por parte do enviado pela Comlurb (a partir de gestor público. No caso em tela, os outubro de 2014). De janeiro de 2014 recursos existem, foram disponibilizados para janeiro de 2015 houve uma queda pelo BNDES a título de não de 214,41%. Essa queda não tem uma reembolsável. No entanto, grande parte justificativa condizente com o desse valor não foi liberado porque não estabelecido entre a Cooperativa e a foi requerido pelos gestores do Projeto. Comlurb. Alta taxa de rejeito de É inaceitável que o Poder Público deixe material, tanto na média (23%), como de instalar quatro Centrais de Triagem aumentando no final de 2014 e início de (incluindo a do Centro) simplesmente

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pela falta de agir. Ademais, é de coleta seletiva. Ainda nisso, também não fundamental importância a foram apresentadas sanções à prefeitura representação dos catadores no Conselho do Rio de Janeiro, no que se refere aos Gestor dos Recursos (ALERJ, 2016, p. indícios de envio de materiais 23). contaminados e perigosos para as cooperativas. Por fim, sequer é abordada A CPI identificou também o indicativo a questão das ações da prefeitura serem de monopólio dos resíduos, em ocasião focadas em ações de triagem e não no da visita empreendida pela CPI, que beneficiamento, o que mantém preços recebeu a informação de que um aterro abaixo do mercado, concentrando a sanitário estava em processo licitatório e formação de preços pelos atravessadores que “provavelmente quem venceria seria e grandes recicladores – neste ponto, as a empresa Haztec” por contar com um cooperativas têm preços subvalorizados CTR próximo, na região de Barra Mansa, e insuficiente para cobrir custos. isso muito nos preocupou. Quando em depoimento a esta CPI, o Exmo. Senhor Quando observamos, desta forma, uma Secretário de Estado do Ambiente André conjuntura em que uma empresa, a Correa indagado a respeito dos muitos Ciclus, domina o mercado, dita os preços empreendimentos da empresa no Estado dos resíduos recicláveis, organiza a ele assim respondeu que “Seja a empresa logística dos resíduos dentre outros A, B ou C ou D, quem faz as licitações aspectos, não é de se estranhar que tenha são os municípios” e que “Se há um respaldo nas ações da prefeitura, no cartel aqui no Rio de Janeiro, tem que se sentido de manter resíduos recicláveis denunciar ao Cade. Eu não sou abaixo do preço e, de certa forma, responsável por cartel. Eu, secretário do inviabilizar aumento da capacidade de meio ambiente, André Corrêa, não tenho cooperativas. A rede de governança atribuição constitucional de cuidar pública, como pode ser vista, é disso” (ALERJ, 2016, p. 26). demasiadamente obscura e intrincada de interesses antagônicos. Como então Por fim, estes foram os principais pontos proceder à convergência dos interesses do relatório final aprovado pela CPI dos dos mesmos: empresas recicladoras, Lixões que, praticamente, não atravessadores, empresas produtoras, apresentou sugestão de sanções nem catadores, órgãos públicos, empresas de indicativos investigativos para que se limpeza urbana, a prefeitura e a levante a existência efetiva de população? Não há como. Ou se escolhe monopólio, a concentração de mercado convergir ou desorganizar interesses. E dos resíduos, o sequestro de materiais de estes estão desorganizados, conforme boa qualidade e o envio de materiais de poderemos observar a seguir. baixa qualidade para as cooperativas. Sequer levanta discussões acerca de Considerações finais materiais contaminados para as O relatório final aprovado pela CPI dos cooperativas, o envio de resíduos não Lixões não apresentou sugestão de previstos nos contratos entre a Prefeitura sanções frente aos indicativos da e a Ciclus, o que pode indicar que a existência efetiva de monopólio, a empresa se utiliza do espaço do aterro concentração de mercado dos resíduos, o para negociar com outros geradores, o sequestro de materiais de boa qualidade envio de resíduos. e o envio de materiais de baixa qualidade Ao mesmo tempo, a CPI não discutiu os para as cooperativas. Sequer levanta atrasos nas ETRs e CTRs, que achatam a discussões acerca de materiais

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contaminados para as cooperativas, o desestruturação social que achata os envio de resíduos não previstos nos mais fracos do sistema e fortalece um contratos entre a Prefeitura e a Ciclus, o processo danoso à sociedade carioca. que pode indicar que a empresa se utiliza do espaço do aterro para negociar com outros geradores, o envio de resíduos. Referências Ao mesmo tempo, a CPI não discutiu os ALERJ [ASSEMBLEIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO]. Relatório atrasos nas ETRs e CTRs, que achatam a Final da Comissão Parlamentar de Inquérito coleta seletiva. Ainda nisso, também não – CPI, destinada a investigar e apurar as causas foram apresentadas sanções à prefeitura e consequências do uso e permanência dos do Rio de Janeiro, no que se refere aos “lixões” no estado, criada pela Resolução nº indícios de envio de materiais 04/2015 de 6 de março de 2015, de autoria do Deputado Thiago Pampolha, aprovado em 2 de contaminados e perigosos para as março de 2016. Diário Oficial do Estado do Rio cooperativas. Por fim, sequer é abordada de Janeiro de 28 de março de 2016, Ano XLII, n. a questão das ações da prefeitura serem 55, Parte II, Poder Legislativo, p. 13-27. focadas em ações de triagem e não no RIO DE JANEIRO (Estado). Decreto nº. beneficiamento, o que mantém preços 40.645/07 de 08 de março de 2007. Institui a abaixo do mercado, concentrando a separação dos resíduos recicláveis descartados formação de preços pelos atravessadores pelos órgãos e entidades da administração pública estadual direta e indireta, na fonte e grandes recicladores – neste ponto, as geradora, e a sua destinação às associações e cooperativas têm preços subvalorizados cooperativas dos catadores de materiais e insuficiente para cobrir custos. recicláveis, e dá outras providências. O caso relatado pela CPI dos lixões é RIO DE JANEIRO (RJ). Prefeitura. Decreto nº. emblemático: demonstra que se tem uma 30624 de 22 de abril de 2009. Institui a separação dos materiais recicláveis descartados máfia dos resíduos amparada em uma pela administração pública municipal na fonte série de bases institucionais e rede de geradora e a sua destinação às associações e atores que a legitimam. Sequestro de cooperativas dos catadores de materiais resíduos, contratos paralelos, a não recicláveis, e dá outras providências. instalação de ETRs e CTRs só RIO DE JANEIRO (RJ) Prefeitura. Plano demonstram que existe movimentação Municipal de Gestão Integrada de Resíduos de se manter os recicláveis em baixo Sólidos da Cidade do Rio de Janeiro: agosto valor remuneratório, concentrando o 2012-agosto 2016. Rio de Janeiro, 2012. acesso a poucas cooperativas, enviando RIO DE JANEIRO (Estado). Plano Estadual de para as mesmas o material contaminado Resíduos Sólidos da Cidade do Rio de Janeiro: e com baixo valor de processamento. Relatório Síntese 2013. Rio de Janeiro, 2012. SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES O que conseguimos concluir é que o SOBRE SANEAMENTO - SNIS. Diagnóstico sistema de coletiva seletiva estruturado do manejo de resíduos sólidos urbanos – 2010. na cidade do Rio de Janeiro importa um Brasília: Secretaria Nacional de Saneamento contexto social de subdesenvolvimento Ambiental, 2012. distante da capacidade de organização que proveja ações de geração de Recebido em 2018-12-19 trabalho, renda e cidadania. Pelo Publicado em 2019-03-12 contrário, o que vimos é um sistema de

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