i ii

iii

iv

Dedico este trabalho ao meu pai Antonio, um exemplo de homem, a minha mãe

Rosângela, aos meus irmãos, Regiane e Guinho, por mostrarem, com gestos, o significado verdadeiro de família, à minha filha amada Amanda, que foi inspiração para que eu vencesse todasasdificuldadesencontradas,àminhaafilhadaJúlia,quemealegrouquandoestavacansada eaomeumaridoEduardoqueesteveaomeulado,sempre,commuitapaciência,dedicaçãoe amor.

Amovocês!

v

Este trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Parasitologia de Departamento de

Ciências Biológicas e no Laboratório de Biologia Molecular de Parasitos pertencentes à

Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP – Araraquara, com apoio da CAPES

(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), por meio de concessão de bolsadeestudosdemestradopeloProgramadePósGraduaçãoemParasitologiadaUnicamp. vi

AgradecimentoEspecial

“Agradecer é admitir que houve um minuto em que se precisou de alguém”

“Agradecer é reconhecer que o homem jamais poderá lograr por si o dom de ser

auto-suficiente” (Autordesconhecido) Agradeçoaomeuorientador,Prof.Dr.JoãoAristeudaRosa,peloexemplodedeterminação, amoràpesquisaeprincipalmentepelaconfiança,incentivoeamizade.Obrigadaprofessorpela cuidadosaleiturademeutrabalho,pelosconselhosprofissionais,pelaéticaeacimadetudopor fazercomqueestetrabalhofosserealizadocomamor. vii

Agradecimentos AgradeçoprimeiramenteaDeusportermedadogarraeprudênciaparaenfrentarosdias árduosdepesquisa,emqueàsvezesparecequenadavaidarcerto.Obrigada,PaiEternopela coragem de todos os dias e pelos obstáculos colocados, pois com eles cresci e aprendi que a felicidade“élogoali”,bastaolhálacombonsolhos. AgradeçoàCoordenaçãodeAperfeiçoamentodePessoaldeNívelSuperior(CAPES) pelaconcessãodebolsadeMestrado.Obrigadaporteremconfiadoemmimenomeutrabalho, dandomeaoportunidadedepesquisaremumaáreadetamanhointeresseesatisfação. Agradeço à Universidade Estadual de Campinas UNICAMP Programa de Pós Graduação em Parasitologia e à Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” UNESPFaculdadedeCiênciasFarmacêuticasCampusdeAraraquara,peladisponibilidadede recursosedeestruturalaboratorialnecessáriaaodesenvolvimentodessetrabalho. Aos professores do Curso de PósGraduação em Parasitologia da Unicamp, pela amizade,incentivoeexperiênciaprofissionalquecontribuíramparameucrescimentocientífico, registroaquimeussincerosagradecimentos. AgradeçoàCoordenadoradoCursodePósGraduaçãoemParasitologiadaUniversidade EstadualdeCampinas,Prof aDra.ReginaMauraBuenoFranco,muitoobrigadapelaatenção. Agradeço aos funcionários da Seção de PósGraduação da Universidade Estadual de CampinasUNICAMP,emespecialaoMarcoAntônio,peloatendimentofeitocompaciênciae atenção. Agradeço à funcionária da Seção de PósGraduação do Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP, Margarete Rossi Ferreira, pelo prontoatendimentosemprequenecessárioepelasboasrisadasemmomentosdedescontração. viii

À Prof a Dra. Regina Maria Barreto Cicarelli, da Disciplina de Imunologia do Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP – Araraquara, que permitiu que eu utilizasse seu laboratório para que as técnicas de biologia molecularfossemfeitas. ÀProf aDra.MaraCristinaPinto,daDisciplinadeParasitologiadoDepartamentode Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP – Araraquara. Muito obrigada“Professora”porestardispostasempre,poravaliarcuidadosamentemeutrabalho,pela suadisposiçãonosmanuscritoseminglêse,éclaro,pelosmomentosdedescontração,comoum cafezinhonaParasitonomeiodoexpediente.Serenaeamiga,essaéaProf aMara,comcerteza umexemploprofissionalaserseguido. À Prof a Dra. Márcia Ap. Graminha da Disciplina de Parasitologia Clínica do Departamento de Análises Clínicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP – Araraquara, pela convivência no Laboratório de Parasitologia, pelos conselhos profissionais e pessoais,muitoobrigada. À Therezinha Aparecida Ricci, funcionária da Disciplina de Parasitologia do Departamento de Ciências Biológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP – Araraquara,peloscuidadosaosanimais,muitoobrigada. ÀamigaDra.IsabelMartinezdaDisciplinadeParasitologiaClínicadoDepartamentode Análises Clínicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP – Araraquara, pelos valiososensinamentos,sefossepossível,comcertezaseriaminhacoorientadora,mulherdefibra e corajosa. Obrigada pela amizade e dedicação, você foi fundamental para o desenvolvimento dessetrabalho. Aumapessoamuitovaliosa,MariaZenaideTitaFernandes,funcionáriaaposentadada DisciplinadeParasitologiadoDepartamentodeCiênciasBiológicasdaFaculdadedeCiências Farmacêuticas–UNESP–Araraquara,aprimeirapessoaqueconfiouemmimnoLaboratório,

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com você “Zê” aprendi muito (inocular, fazer repique, cuidar dos animais com carinho e dedicação,entreinúmerastécnicas)muitoobrigadaportodososensinamentoseamizade. AosmeusamigosdapósgraduaçãoUNESP:CláudiaSolanoRocha,JúlioCésarMiné, JúlioCésarRenteFerreiraFilho,RenataToméAlves,SueliGardimeVagnerJoséMendonça, aos estagiários de Iniciação Científica Karina Pereira Barbieri, Jader de Oliveira e Juliana Damieli,tenhocertezaquejuntosformamosumaequipecompetente,poisnãobastaserbom,o diferencialestánorespeitoeconvivênciadiária. ÀDra.DanielaLuzAmbrósiodaUniversityofConnecticutHealthCenterDepartment ofGeneticsandDevelopmentalBiologyFarmingtonCT–USA,pelassuascontribuiçõese ajudadoaprendizadodatécnicadeBiologiaMolecular,muitoobrigada. Aosmeusqueridosamigosdapósgraduação(UNICAMP):Alexandra,Carina,Luciana eRodrigo,muitoobrigadaacadaum,vocêsmeajudaramasuperarasaudadedecasa,aprendi muitocomessesamigosealunosque,comcerteza,serãobrilhantesprofissionais,adorovocês. ÀJoselmaGomesDuqueBaptista,funcionáriadoDepartamentodeCiênciasBiológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas UNESP Araraquara, pela convivência diária e amizade. Ao Prof. Dr. Adalberto Farache Filho do Departamento de Ciências Biológicas da FaculdadedeCiênciasFarmacêuticas–UNESPAraraquara,pelosensinamentoseamizade. ÀProf aDra.MariaJoséSoaresMendesGeanninidoLaboratóriodeMicologiaClínica da Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP – Araraquara, pela disponibilidade de estruturalaboratorialnecessáriaaodesenvolvimentodepartetrabalho. A alguns amigos, que diariamente me ajudam, ajuda que vai muito além dos livros, artigos, disciplinas, seminários, congressos e experimentos. Vocês não imaginam como fazem parte desse trabalho, principalmente em dias difíceis, onde o resultado tão esperado do

x

experimentodáerradoequandoporalgummotivomeausenteiealgumdevocêsmesubstituiu. Muito obrigada a todos vocês amigos, essa conquista (quem me conhece bem sabe) foi muito difícil,masseiqueéapenasoiníciodeumalongaestradae,nessecaminhoapercorrerquero algumas pessoas especiais ao meu lado, para ter um sorriso verdadeiro em quem confiar ou conselho duro a ouvir... à vocês minha sincera gratidão: Adolfo, Adriana, Alexandra, Carina, Luciana,MariaFernanda,RenataeVagner. À minha família amada, que é minha base, meus irmãos Regiane e Guinho, que me ajudarammuito,háanosatrás,noscuidadosdeminhafilha,paraqueeupudesseestudar,com certezasemaajudadelesnãoteriaconcluídoaGraduação.ÀminhamãeRosângelaagradeçosua garra,comelaaprendianãotermedodetrabalho,acuidardeminhafilhaeomaisimportante quesouforteecapaz.AoNorberto,quesempreprocuroumeajudardealgumaforma.Àminha afilhada Júlia, um anjo em minha vida, seu sorriso me ajuda a ter esperança diante dos obstáculos. À minha filha Amanda, que com certeza foi meu objetivo de vida, por ela busco sempre melhorar como pessoa e profissional, obrigada minha querida e desculpeme pela ausência. Ao meu marido Eduardo, muito obrigada meu amor por me ajudar sempre, principalmenteporcuidardaAmandaquandoestouausente,minhaeternagratidão,teamo.Meu amadopaiAntônio,umaestrelaquesempreestáaomeulado,independentedasituação,lembro medesuaspalavrasquandoengravidei“filhanãosepreocupe,sótepeçoumacoisaESTUDE”, comosouobediente,depoisde17anostedouestepresente...TEAMO...meupaieprotetor! Muitoobrigadaatodos!

xi

...o laboratório representa em

nossa terra uma esperança.

Dele esperamos esclarecidos os inúmeros problemas de

patologia tropical, que por aí,

prevalecem obscuros,

zombando da sagacidade dos

observadores e cujas

incógnitas estão repletas das

ilações as mais benéficas ao

nosso bem-estar

Carlos Chagas

xii

Resumo A doença de Chagas, assim como seu agente etiológico Trypanosoma cruzi, foram descritosporCarlosRibeiroJustinianodasChagas. T. cruzi étransmitidoporhemipterossendo osgêneros Panstrongylus , Rhodnius e osmaisimportantes.Comresultadosbastante satisfatórios em relação ao controle do principal vetor, T. infestans , outros triatomíneos de importânciasecundária,coletadosnoperidomicílio,passaramaassumirmaiorrelevância,dentre essas espécies, T. sordida . As populações de T. cruzi apresentam grande variabilidade intraespecífica evidenciada por diferenças na morfologia, na virulência e patogenicidade, na habilidade de evasão à resposta imune do hospedeiro e na constituição antigênica. Essa diversidadepodeestarassociadaàsuaadaptaçãoesobrevivênciaemdiferenteshospedeiros.As diferentesformasdemanifestaçãoclínicadadoençanohomempodemserassociadascomcepas específicas ou com marcadores genéticos do hospedeiro, embora ambos possam influenciar o cursodainfecção.Estetrabalhoobjetivouacaracterizaçãobiológica,morfológicaemolecularde trêscepasde T. cruzi (SI 5,SI 8eSIGR 3)isoladasde T. sordida coletadasemSantoInácio,Bahia. Desse modo, o estudo biológico indicou que as cepas isoladas de Santo Inácio, pertencem ao

BiodemaIIIeZimodemaI.OsresultadosdasmensuraçõesdascepasSI 5,SI 8eSIGR 3mostraram polimorfismo das formas tripomastigotas sanguíneas, embora com predominância de formas intermediárias para largura do corpo e curtas para comprimento total do corpo no decurso da infecção experimental. Foram avaliados para as formas epimastigotas, parâmetros como comprimentototaldocorpo,larguraeíndicenucleareobservamosparaascepasSI 5,SI 8eSIGR 3 respectivamente, formas intermediária/intermediária/baixo, curto/intermediário/baixo e curta/larga/baixo para os parâmetros descritos acima. O significado geral desse polimorfismo ainda não foi suficientemente investigado, desconhecendose se ele expressa um diferente comportamento biológico das cepas ou se reflete apenas a existência de um “complexo” morfológico.AcaracterizaçãomoleculardascepasSI 5,SI 8eSIGR 3,asenquadramnogrupoII,o queindica,quenesselocalcirculaumamesmalinhagemde T. cruzi,apesardasmesmasterem sidoisoladasdehospedeiroseépocasdistintas. PalavrasChaves: Trypanosoma cruzi . Triatoma sordida .Biologia.Morfologia.Cepas xiii

Abstract Chagas disease and its causative agent Trypanosoma cruzi were described by Carlos Ribeiro JustinianodasChagas. T. cruzi istransmittedbybloodsuckinghemipterousand Panstrongylus , Rhodnius and Triatoma arethemostimportantgenera.Satisfactoryresultswereachievedtothe control of the main vector, T. infestans . However, other bugs of secondary importance, like Triatoma sordida collected around the houses began to assume greater epidemiological importance.ThepopulationsofT. cruzi showgreatvariabilityamongindividualsdemonstrated by differences in morphology, virulence and pathogenicity, ability to evade the host immune responseandantigenicconstitution.Suchdiversitymaybeassociatedwiththeiradaptationand survivalindifferenthosts.Thecourseoftheinfectioninhumanmaybeassociatedwithspecific strains or host genetic markers, although both can influence. This aim of this study was the biological,morphologicalandmolecularcharacterizationofthreestrainsof T. cruzi (SI 5,andSI 8

SIGR 3)isolatedfrom T. sordida collectedinSantoInácio,Bahia.Thebiologicalstudyindicated that the isolates from Santo Inácio, belong to Biodeme III Zimodeme I. The results of measurementsofthestrainsSI 5,SI 8SIGR 3showedpolymorphismofbloodtrypomastigotes,with apredominanceofintermediateformstobodywidthandshortlengthfortotalbodyinthecourse ofexperimentalinfection.Parameterssuchas:totalbodylength,widthandnuclearindexwere evaluatedforepimastigotes,andobservedforstrainsSI 5,SI 8andSIGR 3respectively,formsan intermediate / middle / low, short / intermediate / low, short / wide / low for the parameters described above. The general meaning of this polymorphism has not been sufficiently investigated.Itisnotknownifsuchpoliymorphismexpressesadifferentbiologicbehaviorof the strains or merely is a result of a "complex" morphology. According to the molecular characterization the strains SI 5, SI 8 SIGR 3 are in group II, which indicates that in this site it occursthesamelineageof T. cruzi ,despitetheirdifferentsources(isolatedfromdifferenthosts anddifferenttimes). KeyWords: Trypanosoma cruzi. Triatoma sordida. Biology.Morphology.Strains xiv

ListadeAbreviaturas AC:Áreadocinetoplasto

AN:Áreadonúcleo

ANOVA:AnálisedeVariância

BSA: Bovine Serum Albumim

ºC:GrausCelsius

CEMIB:CentroMultidisciplinarparaInvestigaçãoBiológica

CC:Comprimentodacélulasemoflagelolivre

CT:Comprimentototaldacélula

DNA:Ácidodesoxirribonucléico

DNAg:DNAgenômico dNTP:DesoxirribonucleotídeosFosfatados

DP:Desviopadrão

DTU: Discret Typing Units

EDTA: Ethylene Diamine Tetracetic acid (ácidoetilodiaminotetraacético)

FL:Flagelolivre g:forçadagravidade

GPI:Glicosilfosfatidilinositol gp:Glicoproteínas

H2O:Água

HSP60: Heat shock proteins (proteínasdechoquetérmico)

IN(PN/NA):Índicenuclear

Kb:Kilobase(1000paresdebases) xv

kDNA:DNAdocinetoplasto

KCl:Cloretodepotássio

LC:Larguradacélula

LiCl:Cloretodelítio

LIT: Liver Infusion Tryptose

M:Molar mL:Mililitro mM:Milimolar

µM:Micromolar

MCl 2:Cloretodemagnésio

Mlog:Médialogarítmica

NA:Distânciadaextremidadeanterioraonúcleo

NaAc:Ácidoacético

NaCl:Cloretodesódio ng:Nanogramas mn:Nanômetros

Na 2HPO 4: Disodium Hydrogen Phosphate (fosfatodesódio)

OMS:OrganizaçãoMundialdaSaúde pb:Paresdebases

PCR:Reaçãoemcadeiadapolimerase

PM:Marcadordepesomolecular

PN:Distânciadaextremidadeposterioraonúcleo

RFLP: Restriction Fragment Lenght Polymorphism rDNA:DNAribossomal

xvi

RPM:Rotaçõesporminuto

SI:SantoInácio

TA:Temperaturaambiente

TaqDNApolimerase: High Fidelity PCR Enzyme Mix

TcI: Trypanosoma cruzi I

TcII: Trypanosoma cruzi II

TcTox:Proteínapresenteem Trypanosoma cruzi

TrisHCl:TrisÁcidoclorídrico

U:Unidade

UV:Luzultravioleta

Z1,Z2eZ3:PrincipaisZimodemas

xvii

ListadeFiguras

Figura1.Ciclobiológicode Trypanosoma cruzi ...... 5 Figura2.DistritodeSantoInácio...... 13 Figura3.Exemplarde Triatoma sordida ...... 14 Figura4.Seleçãodaimagem....... 16 Figura5.Mensuraçãodocomprimentodocorpoecomprimentototaldocorpo...... 17 Figura6.Mensuraçãodadistânciadaextremidadeanterioreposterioraonúcleo...... 17 Figura7.Mensuraçãodalarguradocorpoeáreadonúcleo...... 18 Figura8.Mensuraçãodocinetoplasto...... 18 Figura9.Curvasparasitêmicas(C 1,C 2,C 3,C 4,C 5)cepaSI 5de T. cruzi ....... 28 Figura10.Curvasparasitêmicas(C 1,C 2,C 3,C 4,C 5)cepaSI 8de T. cruzi ....... 29 Figura11.Curvasparasitêmicas(C 1,C 2,C 3,C 4,C 5)cepaSIGR 3de T. cruzi ....... 29 Figura12.Comparaçãodosvaloresparasitêmicos....... 30 Figura13:Fotomicrografiasdasformastripomastigotasde T. cruzi ...... 30 Figura14:Fotomicrografiasdasformastripomastigotasde T. cruzi ...... 31 Figura15:Fotomicrografiasdasformastripomastigotasde T. cruzi ...... 31 Figura16.FotomicrografiasreferentesàsformastripomastigotasdacepaSI 5de T. cruzi .....32 Figura17.FotomicrografiasreferentesàsformastripomastigotasdacepaSI 8de T. cruzi .....33 Figura18.FotomicrografiasreferentesàsformastripomastigotasdacepaSIGR 3de T.cruzi .34 Figura19.Resultadodamorfometriadeformastripomastigotasde T. cruzi ....... 37 Figura20:Diversidademorfológicaemformasepimastigotas...... 39 Figura21.FotomicrografiasreferentesàsformasepimastigotasdacepaSI 5de T. cruzi ...... 40 xviii

Figura22.FotomicrografiasreferentesàsformasepimastigotasdacepaSIGR 3de T. cruzi ..41 Figura23.FotomicrografiasreferentesàsformasepimastigotasdacepaSI 8de T. cruzi ...... 42 Figura24.Resultadodamorfometriadeformasepimastigotasde T. cruzi ...... 45 Figura25:FormasamastigotasdacepaSI 8de T. cruzi emmonócitodecamundongo...... 46 Figura26.FormasamastigotaslivresdacepaSI 8de T. cruzi ...... 46 Figura27.FormaamastigotadacepaSI 8de T. cruzi emeosinófilodecamundongo...... 47 Figura28.FormaamastigotadacepaSI 8de T. cruzi emneutrófilodecamundongo...... 47 Figura29.FormaamastigotadacepaSI 8de T. cruzi emmonócitodecamundongo...... 47 Figura30.Diferentescélulasduranteinfecçãochagásicaexperimentalpor T. cruzi ...... 48 Figura31.Dimorfismogenéticodogene24S αdorRNAeGPIde T. cruzi ...... 49 Figura32.DimorfismogenéticodogeneHSP60de T. cruzi ...... 50 Figura33.Dimorfismogenéticodogene24S αdorRNAde T. cruzi ...... 50 Figura34.DimorfismogenéticodogeneGPIde T. cruzi ...... 51 Figura35.DimorfismogenéticodogeneHSP60de T. cruzi ...... 51 Figura36.Corteshistológicosdecoração....... 52 Figura37.Corteshistológicosdebaço...... 53 Figura38.Corteshistológicosdefígado....... 53 Figura39.Corteshistológicosdemúsculoesquelético...... 53

xix

ListadeTabelas

Tabela1.CaracterísticasbiológicasdacepaSIGR 3de T. cruzi ...... 26 Tabela2.CaracterísticasbiológicasdacepaSI 5 de T. cruzi ....... 27 Tabela3.CaracterísticasbiológicasdacepaSI 8 de T. cruzi ....... 27 Tabela4.CaracterísticasbiológicasdascepasSI 5,SI 8eSIGR 3de T. cruzi ...... 27 Tabela5.CaracterísticasmorfométricasebiológicasdascepasSI 5,SI 8eSIGR 3de T. cruzi .35 Tabela6.AnálisemorfométricadeformastripomastigotasdacepaSI 5de T. cruzi ...... 35 Tabela7.AnálisemorfométricadeformastripomastigotasdacepaSI 8de T. cruzi ...... 36 Tabela8.AnálisemorfométricadeformastripomastigotasdacepaSIGR 3deT. cruzi ...... 36 Tabela9.Parâmetrosmorfométricosmédiosdasformastripomastigotasde T. cruzi ...... 36 Tabela10.Parâmetrosmorfométricosmédiosdasformasdetripomastigotasde T. cruzi ......37 Tabela11.Análiseestatística(ANOVA)...... 38 Tabela12.AnálisemorfométricadeformasepimastigotasdacepaSI 5de T. cruzi ...... 43 Tabela13.AnálisemorfométricadeformasepimastigotasdacepaSI 8de T. cruzi ...... 43 Tabela14.AnálisemorfométricadeformasepimastigotasdacepaSIGR 3de T. cruzi ....... 44 Tabela15.Parâmetrosmorfométricosmédiosdasformasepimastigotasde T. cruzi ....... 44 Tabela16.Análiseestatística(ANOVA)...... 45

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Sumário

Resumo...... xii Abstract...... xiii Listadeabreviaturas...... xiv Listadefiguras...... xvii Listadetabelas...... xix 1. Introdução...... 1 2. RevisãodaLiteratura...... 4 2.1CiclodeVida...... 4 2.1 InteraçãoParasitoCélulaHospedeira...... 5 2.2 VetoresdadoençadeChagas...... 7 2.3 Trypanosoma cruzi ...... 8 3. Objetivos...... 12 4. MaterialeMétodos...... 13 4.1 IsolamentodoParasito:...... 13 4.2 MeiodeCultura...... 14 4.3 InoculaçãoeCrescimento...... 15 4.4 Fixação,ColoraçãoeMensuraçãode T. cruzi ...... 15 4.5 EstudodeformasamastigotasemcamundongoBALB/c...... 18 4.6 AnimaisUtilizados...... 19 4.7 CaracterizaçãoBiológica...... 19 4.8 EstudoHistopatológico...... 21 4.9 CaracterizaçãoMolecular...... 21 4.9.1 ExtraçãodoDNAGenômicode T. cruzi ...... 21 4.9.2 AmplificaçãodosGenes24S αrRNA,HSP60eGPIde T. cruzi ...... 22 4.10 Análiseestatística...... 25 5. Resultados...... 26 5.1 CaracterizaçãoBiológica...... 26 5.1.1 PerfilParasitêmico...... 28 5.2 CaracterizaçãodeFormasTripomastigotasde T. cruzi ...... 30 5.2.1 CaracterizaçãodeFormasEpimastigotasde T. cruzi ...... 38 5.3 EstudodeformasamastigotasemcamundongosBALB/c...... 46 5.4 Célulasobservadasduranteinfecçãoexperimentalpor T. cruzi ...... 48 xxi

5.5 CaracterizaçãoMolecular...... 48 5.6 EstudoHistopatológico...... 52 6. Discussão...... 54 6.1 EstudoBiológico...... 54 6.2 EstudoMorfológico...... 57 6.3 EstudodeformasamastigotasemcamundongosBALB/c...... 61 6.4 EstudoHistopatológico...... 62 6.5 EstudoMolecular...... 63 7. Conclusões...... 65 8. ReferênciasBibliográficas...... 66 9. Anexos...... 78

1

1. Introdução

AdoençadeChagasoutripanossomíaseamericana,assimcomoseuagenteetiológico,o protozoário Trypanosoma cruzi foram descritos por Carlos Ribeiro Justiniano das Chagas em Lassance,MinasGerais,em1909(CHAGAS,1909).T. cruzi étransmitidoporhemípterosda famíliasendoosgêneros Panstrongylus , Rhodnius e Triatoma osmaisimportantes (CHAGAS,1935).

Essanosologiaapresentaumafaseaguda,decurtaduração,quenamaioriadospacientes progrideparaumafasecrônica.Afaseagudaégeralmenteassintomática,entretantoem10%dos casosossinaisclínicoscomeçam6a10diasapósainfecçãoesecaracterizamporumquadro febrilpassageiroeinespecífico,linfadenopatia,esplenomegaliabrandae,maisraramente,uma intensa miocardite (RASSI et al., 2000). Essa fase se resolve espontaneamente em quatro a oito semanas.Entretanto,algunspacientes,principalmentecriançasouindivíduosimunodeficientes, podemapresentarquadrosmeníngeosgraveseinsuficiênciacardíacaquepodemlevaraoóbito (SILVAetal.,2006).

Dependendo da região geográfica, cerca de 60% a 70% dos pacientes infectados são assintomáticos, caracterizando a forma indeterminada da doença. Entretanto, 20% a 35% dos indivíduos infectados podem desenvolver lesões irreversíveis no sistema nervoso, coração, esôfagoecólonnafasecrônicadainfecção(STEINDELetal.,2008). Acausadessavariabilidadeemrelaçãoaossintomasclínicosdadoençanãoéconhecida. Sabese que a severidade e os sintomas variam em diferentes regiões geográficas e que tais variabilidadespodemserresultantestantodaheterogeneidadeentreisoladosdoparasitocomoda respostaimunedohospedeiro(SOUTOetal.,1996). Aenfermidaderepresentaimportanteproblemamédicoesocialnospaísesafetados.Em alguns deles, a extensão da doença segue desconhecida e programas de controle não foram implantados, mas, em outros, a endemia foi efetivamente minimizada mercê de controle e mudançassociaiseeconômicas(DIAS,2000). NospaísesdaAméricaLatina,adoençadeChagaséumaimportantemorbidadequeafeta aproximadamente 10 milhões de pessoas e representa um risco para 25 milhões da população 2 latinoamericana,desdeosuldosEstadosUnidosatéosuldaArgentina.Estimasequeadoença deChagasem2008matoumaisde10.000pessoas.Essanosologiaocorre,principalmente,na AméricaLatina.Noentanto,nasúltimasdécadasadoençaécadavezmaisdetectadanosEstados UnidosdaAmérica,Canadá,muitospaíseseuropeusealgunspaísesdoPacíficoOcidental.Isto sedeveprincipalmenteàmobilidadepopulacionalentreaAméricaLatinaeorestodomundo. Menosfreqüentementeportransfusãodesangue,transmissãovertical(damãeinfectadaparao filho)oudoaçãodeórgãos(WHO,2010). Aestimativadaexistênciadepessoasinfectadaspor T. cruzi empaísesnãoendêmicosé decorrenteprincipalmentedaemigraçãoedafaltadetriagemembancosdedoaçãodesangue. Esse fato é observado em países como os Estados Unidos, onde se supõe que vivam entre 100.000 e 370.000 pessoas infectadas; no Japão, cerca de 150.000; na Austrália, por volta de 80.000; e, na Europa, em torno de 250.000. A transfusão de sangue pode ser considerada o segundomecanismomaisimportantedetransmissãodadoençadeChagas,representandode12a 20%dasinfecções(SCHMUÑIS,1991;2000). NoBrasil,acriaçãodaIniciativaConeSulem1991foiestimuladapelosdadosobtidosa partirdeinquéritosentomológicosedesoroprevalêncianapopulação,quandosedelimitouuma áreaderiscodetransmissãodomiciliarde36%eumataxadeprevalênciade4,2%napopulação rural.AestratégiadospaísesparticipantesArgentina,Bolívia,Brasil,Chile,ParaguaieUruguai foiocombateaoprincipalvetor, Triatoma infestans ,alémdareduçãodoriscodetransmissão portransfusãosanguínea(VINHAES;DIAS,2000). Dias (2000) avaliou que a incidência de doença de Chagas no Brasil decresceu drasticamente e que o mais importante foi o efetivo controle de sua transmissão natural em âmbitonacional.“OpanoramafuturodadoençadeChagashumanasedesenhaotimista,casose mantiveremminimamenteativoseadequadososprogramasnacionaisjáemcurso,especialmente seasatuaisiniciativasdeampliaçãoesustentaçãodessesprogramas,emníveldoConeSul,do PactoAndinoedaregiãodoMéxicoeAméricaCentral,cumpriremoseupapel”. OscasosdedoençadeChagashumananoBrasilestãodistribuídosemumaáreadetrês milhõesdequilômetrosquadrados,sendoencontradosprincipalmentenosEstadosdoRioGrande do Sul, parte de Santa Catarina e região noroeste do Paraná, Minas Gerais (exceto o sul de Minas), São Paulo, Goiás e Estados do Nordeste. Na Região Amazônica, já foram detectados

3 focosdetransmissãovetorialnoPará,noAmapáenoAltoRioNegro(SILVEIRA;REZENDE, 1994;DIASetal.,2009;BOZELLIetal.,2006). CasoshumanosdetransmissãooraldadoençadeChagastemsidonotificadosnosEstados daBahia,Ceará,Piauí,RioGrandedoSul,SantaCatarinaeSãoPaulo,commaiorfreqüênciade casosesurtosregistradosnosseguintesEstadosdaAmazôniaLegal:Amazonas,Maranhão,Mato Grosso,Amapá,ParáeTocantins.Atransmissãodo T. cruzi porviaoralgeralmenteocorreno ciclo endêmico, por meio da ingestão por mamíferos susceptíveis de vetores e reservatórios infectados.Ohomempodesercontaminadonomomentoemqueingerealimentoscontaminados com o parasito, principalmente a partir de triatomíneos ou de suas dejeções. (DIAS, 2006; MAEGAWAetal.,2003;OMS,2009). Dias (2006) refere que os casos de transmissão oral da doença predominam em determinados períodos do ano, onde o clima quente favorece a atividade biológica dos triatomíneos.NaAmazônia,70%dasmicroepidemiasregistradasaté2005,ocorreramdeagosto adezembro,períodoquefavorecemaioratividadebiológicadosvetoresemecótoposnaturaise artificiais.

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2. RevisãodaLiteratura

2.1CiclodeVida T. cruzi éumprotozoárioflageladodaOrdemKinetoplastida,FamíliaTrypanosomatidae, caracterizado pela existência de um único flagelo e de cinetoplasto, que se localiza dentro do sistema mitocondrial. O cinetoplasto possui uma estrutura filamentosa formada por ácido desoxirribonucléico ou DNA (kDNA) que possui cerca de 20 a 25% do DNA celular (TELLERIAetal.,2006). Durante o ciclo de vida, T. cruzi apresentase sob três formas distintas dependo do hospedeiro em que se encontre. Nos mamíferos são observadas as formas amastigotas intracelularesetripomastigotassanguíneas,enquantonoshospedeirosinvertebradosocorremas formasepimastigotasetripomastigotasmetacíclicas(TYLEReENGMAN,2001). T. cruzi apresenta ciclo de vida heteroxeno alternado entre hospedeiros invertebrados (triatomíneos), que atuam como vetores do parasito e uma grande variedade de vertebrados mamíferos.Duranteociclonohospedeiroinvertebrado,queseinfectapelaingestãodesanguede animais infectados durante o repasto sanguíneo, as formas tripomastigotas de T. cruzi ficam arredondadas no estômago e originam as formas esferomastigotas. Essas se transformam em epimastigotas ainda no estômago e aderem à superfície do intestino médio e posterior, multiplicandose intensamente. Posteriormente, os epimastigotas migram para o intestino posterior atingindo o reto, transformandose em tripomastigotas metacíclicas, as quais são eliminadas nas fezes e urina do vetor (TYLER e ENGMAN, 2001). Essa forma é capaz de infectar e replicar em uma ampla variedade de células do hospedeiro vertebrado usando componentesdesuasuperfícieedasuperfíciecelulardohospedeiro(BURLEIGHeWOOLSEY, 2002;YOSHIDA,2006). No momento em que as formas infectantes são depositadas na pele dos hospedeiros mamíferos,elasencontramasprimeirasbarreirasdosistemaimuneinato,comoapeleeamucosa (KIPNISeDASILVA,1989).Nohospedeirovertebrado,ostripomastigotasinfectamascélulas e diferenciamse em amastigotas, uma forma proliferativa intracelular. Posteriormente, as 5 amastigotassediferenciamemformastripomastigotas,asquaisrompemascélulashospedeirase atingemacorrentesanguíneapodendoinfectarnovascélulasdohospedeiroouseremingeridas por triatomíneos na ocasião de um novo repasto. Dentro do inseto vetor, os parasitos transformamseemepimastigotas,reiniciandoociclo(TYLEReENGMAN,2001).

Figura1.CiclobiológicodeTrypanosoma cruzi (ModificadodeCDC,2009). 2.1 InteraçãoParasitoCélulaHospedeira A infecção natural por T. cruzi ocorre por meio de penetração do parasito na pele lesionada ou mucosa íntegra. Ao completar o ciclo de replicação intracelular após 35 dias, formas tripomastigotas são liberadas na corrente sanguínea e invadem rapidamente as células hospedeiras(BURLEIGHeWOOLSEY,2002). A fase inicial do processo de interação T. cruzi célula hospedeira envolve adesão do parasito à superfície da célula, decorrente de um processo de reconhecimento celular em que moléculaspresentesnamembranaplasmáticadoparasitoedacélulahospedeiraestãoenvolvidas

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(YOSHIDA,2006).Algumasmoléculasdesuperfícieenvolvidasnoprocessodeadesãoforam descritas nas formas tripomastigotas metacíclicas do T. cruzi , como as glicoproteínas gp82, gp35/50egp90,asquaisreconhecemreceptorescelularesaindadesconhecidos(YOSHIDAetal., 1990;RAMIREZetal.,1993;PREVIATOetal.,1994). UmasegundaglicoproteínaancoradaporGPIàsuperfíciedoparasitoéagp35/50,queé umaglicoproteínaOglicosiladaricaemtreonina,serinaeprolina,sendoenquadradanogrupo dasmucinas.Elaéexpressaemformastripomastigotasmetacíclicaseepimastigotasde T. cruzi (PREVIATOetal.,1994). Estudoscomformastripomastigotasdeváriascepasde T. cruzi revelaramaexistênciade doisgruposdistintosdeparasitos,quesediferenciamquantoà expressãode glicoproteínasde superfícieecapacidadedeinvasãodecélulasdemamíferos.Cepasaltamenteinvasivasligamse àsuperfíciedacélulahospedeirapormeiodaglicoproteínagp82(YOSHIDA,2006). Outra glicoproteína envolvida na invasão celular é glicoproteína gp90, que modula negativamenteaentradadoparasitonacélulahospedeira(YOSHIDAetal.,1990).Gp90éuma glicoproteína ancorada por GPI à superfície do parasito, capaz de se ligar em células de mamíferos. A expressão de gp90 varia entre diferentes cepas de T. cruzi e sua expressão está inversamentecorrelacionadacomacapacidadedeinvasãodoparasitoàscélulasdemamíferos emcultura,umavezquecepascommenorcapacidadeinfectivaexpressamgrandesquantidades degp90(RUIZ,1998;YOSHIDA,2006). À medida que o parasito penetra a célula, o mesmo vai sendo envolvido por uma membrana inicialmente proveniente da membrana plasmática em células fagocíticas (SCHENKMAN et al., 1988) e em células nãofagocíticas o parasito é envolvido por uma membranaoriundadamembranadoslisossomos(ANDREWSetal.,1990; TARDIEUXetal., 1992).Nodecorrerdoprocesso,ovacúolosefundecomorganelasdosistemaendolisossomalda célula hospedeira. A exposição das formas tripomastigotas ao ambiente ácido no interior do vacúolo é requerido para a secreção e atividade da proteína TcTox, que tem capacidade de incorporarseàmembranadovacúoloparasitóforo,levandoadestruiçãodamembranavacuolar e,consequentemente,liberaçãodoparasitoparaocitoplasma(ANDREWSetal.,1990).Omeio ácido possui papel importante no início da diferenciação de formas tripomastigotas em amastigotas. Esse processo se inicia no vacúolo e termina no citoplasma (TANOWITZ et al., 1992; KIRCHHOFF,1996;BURLEIGHeWOOLSEY,2002).

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Apósacompletadiferenciaçãoemformasamastigotas, T. cruzi semultiplicasucessivas vezes e em seguida se diferencia novamente em tripomastigotas. Acreditase que a grande motilidade e a secreção de enzimas pelas formas tripomastigotas levem ao rompimento da membranaplasmáticaeposteriorliberaçãodasformastripomastigotasparaomeioextracelular, tornandooscapazesdeinfectarnovascélulas(BRENER,1973).

2.2 VetoresdadoençadeChagas OstriatomíneosestãodistribuídosessencialmentenoContinenteAmericanoeapresentam 144espéciesdescritasatéomomento(GALVÃOetal.,2003;FOREROetal.,2004;POINARet al., 2005; COSTA et al., 2006; GALVÃO e ANGULO, 2006; BÉRENGER e BLANCHET, 2007;COSTAeFELIX,2007;MARTÍNEZetal.,2007;SANDOVALetal.,2007;JUBERGet al., 2009). No Brasil são encontradas 52 espécies, mas apenas cinco dessas, Panstrongylus megistus, Triatoma brasiliensis, Triatoma infestans, Triatoma pseudomaculata e Triatoma sordida possuemmaiorimportânciaemtermosepidemiológicospelofatodecolonizaremnoperi ou intradomicílio. As 47 espécies não domiciliadas promovem a circulação de T. cruzi em mamíferosquevivememambientessilvestres(COURAeDIAS,2009). OcontroledatransmissãovetorialdadoençadeChagasnoEstadodeSãoPaulo,Brasil, teveinícioem1950comasatividadesdirigidasaocombatedoprincipalvetor T. infestans .Essa espécie,estritamentedomiciliada,foicontroladanoBrasil,ChileeUruguaieaerradicaçãoestá progredindo em outros países da América do Sul (COURA e DIAS, 2009), entretanto nos EstadosdaBahiaedoRioGrandedoSulaindaencontraseemresidências,emboracombaixa densidade(MONCAYOeSILVEIRA,2009). Algumas espécies como P. megistus, T. brasiliensis e T. sordida podem invadir residências, assim como podem ser encontradas no peridomicílio, podendo ser carreadas passivamente pelos homens por meio da lenha ou, mesmo, por cobertura vegetal de casas e anexos(DIAS,2000). Com os resultados bastante satisfatórios em relação ao controle de T. infestans , outros triatomíneos de importância secundária, coletados no peridomicílio, passaram a assumir maior relevância. Dentre as espécies de triatomíneos descritas, T. sordida tem sido encontrada em

8 cidadesdoEstadodeSãoPaulo,comoascidadesdeRibeirãoPreto,SãoJosédoRioPretoe Araçatuba(SILVAetal.,2003).Algunsautorestambémdescrevemapresençadessesvetoresem localidadesdoEstadodaBahia,comoasdeSantoInácio(CERQUEIRAetal.,1998). A presença de colônias de T. sordida no peridomicílio pode sinalizar uma iminente colonizaçãodessaespécieemfuturopróximo,casoasmedidasdecontrolesejamdescontinuadas. Certamenteafaltadecuidadodomoradoreanãonotificaçãodaocorrênciadessesinsetospela populaçãosãofatoresquepodemcontribuircomoaumentodessesvetores(SILVAetal.,2003). Pelli et al. (2007) estudaram populações de T. sordida no Triângulo Mineiro e os resultadosmostraramqueessaespécieéamaisfreqüenteemUberaba–MG.Em2007,Oliveira eSilvaanalisaramadistribuiçãogeográficadetriatomíneossinantrópicosnoEstadodeGoiáse demonstraramapresençadeexemplaresde T. sordida noperieintradomicílio. Programas de controle na América Latina têm focado o uso de inseticidas em casas e anexos, com o intuito de interromper o ciclo doméstico e peridoméstico de transmissão, envolvendo vetores, reservatórios animais e humanos. Combinado ao uso de inseticidas é importantequeserealizeatividadesdeeducaçãosanitáriaparaqueocontroledessesvetoresseja eficaz(MONCAYOeSILVEIRA,2009). Buscandoracionalizarasoperaçõesdecontroledosvetoresde T. cruzi ,éfundamentalque seconheçaadinâmicapopulacionaldecadaumadasespéciesenvolvidas(SILVEIRAeCOSTA, 2000). Questões como atividade sazonal, razão sexual, mobilidade, resposta comportamental a inseticidas, tempo de defecação após repasto, em função da fonte alimentar devem ser esclarecidas, visando assim criar condições favoráveis à erradicação dos vetores de uma das moléstias que produz o maior ônus de enfermidade entre as denominadas doenças tropicais (PELLIetal.,2007).

2.3 Trypanosoma cruzi

T. cruzi apresenta um ciclo de vida complexo, que inclui diferentes estágios no vetor invertebradoenohospedeirovertebrado.Asformasepimastigotasetripomastigotasmetacíclicas são encontradas no vetor, enquanto as formas tripomastigotas sanguíneas e amastigotas intracelulares no vertebrado. A transição entre uma forma e outra envolve modificações morfológicas,naexpressãogênicaenociclocelular(HEATHetal.,1990).

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Adiversidadepatogênica,imunológicaemorfológicainerentesao T. cruzi ,dependedo hospedeiroeoutrosfatoresaindaindeterminados,comovariaçãoregionaleindividualdadoença humanaeminfecçõesnaturaiseexperimentais(COURAeDIAS,2009). As populações de T. cruzi apresentam grande variabilidade intraespecífica evidenciada pordiferençasnamorfologia,navirulênciaepatogenicidade,nahabilidadedeevasãoàresposta imune do hospedeiro, na sensibilidade aos fármacos, na constituição antigênica e nas propriedades bioquímicas (FERNANDES et al., 1998; TIBAYRENC e AYALA, 2002). Essa diversidade pode estar associada à sua adaptação e sobrevivência em diferentes hospedeiros (ZINGALES etal.,1997).Asdiferentesformasdemanifestação clínicadadoençanohomem podemserassociadascomcepasespecíficasoucommarcadoresgenéticosdohospedeiro,embora ambospossaminfluenciarocursodainfecção(STURMetal.,2003). Andrade (1974) classificou as diferentes cepas de T. cruzi em três Biodemas, segundo algunsparâmetrosbiológicoscomoamorfologiadetripomastigotas(delgadaoularga),acurva parasitêmica, o período prépatente, a evolução da infecção, o histotropismo, as lesões histopatológicaseoíndicedemortalidade. Osprimeirosestudosquedemonstraramagrandediversidadegenéticade T. cruzi foram realizadosporMilesetal.nofinaldadécadade1970.Essesautoresanalisaramopolimorfismo dosperfiseletroforéticosdeseisenzimasesugeriramumaclassificaçãoemtrêsgruposdistintos, osquaisforamdenominadoszimodemasZ1,Z2eZ3(MILESetal.,1977,1978,1980).Estudos epidemiológicosmostraramqueZ1eZ3estãoassociadosàscepasquecirculamnociclosilvestre e Z2 àquelas que circulam no ciclo de transmissão doméstico (MILES et al., 1978, 1980; BARRETetal.,1980).Essestrêszimodemasprincipais(Z1,Z2eZ3)apresentaramdiferenças emrelaçãoàassociaçãohospedeirovetor,assimcomoemsuadistribuiçãogeográficaquepode estarrelacionadaàsdiversasformasclínicasdadoença(LUQUETTIetal.,1986;DESOUZAet al.,2000). Apesardaelevadadiversidadegenéticaevidenciadapelastécnicasmencionadas,aanálise desequênciascomtaxadeevoluçãomenormostrouumclarodimorfismoentreascepas.Soutoet al.(1996)demonstraramqueaamplificaçãodeumaregiãodoespaçadornãotranscritodogene dominiéxonedaregiãodivergentecorrespondenteaoterminal3’dogene24SαrDNAproduzia uma clara divisão das cepas de T. cruzi em duas linhagens. Os autores observaram uma associaçãoentreascepasqueproduziamfragmentosdeDNAamplificadosde125pbe300pb,

10 sendo assim designadas linhagem 1. Da mesma forma, foi observada uma correlação entre as cepasquegeravamfragmentosdeDNAamplificadosde110pbe350pb,denominadaslinhagem 2. Comoobjetivodepadronizaranomenclaturadasduaslinhagensprincipaisde T. cruzi definidasporváriasmetodologias,em1999duranteoSimpósioInternacionalComemorativoda DescobertadaDoençadeChagasfoiadotadaasubdivisãodaespécie T. cruzi emduaslinhagens principais, denominadas T. cruzi I (TcI) e T. cruzi II (TcII) (ANONYMOUS, 1999). Posteriormente,baseadoemanálisesdeoutrosmarcadoresgenéticos,foipropostaasubdivisão dogrupoTcIIemcincosubgrupos,denominadosTcIIaTcIIe(BRISSEetal.,2000;2001). Recentemente,foipropostaumarevisãodanomenclatura,ondecadasubgrupopassoua ser classificado como um grupo independente, referido como DTU ( Discrete Typing Units ) (ZINGALESetal.,2009).OsgruposTcIeTcIIbcorrespondem,respectivamente,aosgruposTcI e TcII originalmente recomendados durante o Simpósio Internacional Comemorativo da DescobertadaDoençadeChagas.PropõeseaindaqueossubgruposTcIIa,TcIIc,TcIIdeTcIIe sejamdenominadosTcIV,TcIII,TcVeTcVIrespectivamente(ZINGALESetal.,2009). EspeculasequeTcIeTcIIsejamgruposancestrais,quederamorigemaTcIIIeTcIVpor meiodeumeventodehibridização,sendoqueTcIIeTcIIIoriginaramTcVeTcVItambémpelo mesmofenômenobiológico(hibridização)(MACHADOeAYALA,2001;BRISSEetal.,2000; WESTENBERGERetal.,2005). CombaseemcaracterísticasepidemiológicasdosgruposTcIeTcII,foipossívelassociar cepas do grupo TcI ao ciclo de transmissão silvestre e cepas do grupo TcII ao ciclo de transmissãodoméstico(ANONYMOUS,1999).EmpaísesdoConeSul,isoladosdogrupoTcII sãoosprincipaisresponsáveispelasmanifestaçõesclínicasdadoençadeChagas.Entretanto,em paísesaonortedaBaciaAmazônica,comoVenezuelaeMéxico,infecçõeshumanaspor T. cruzi estãocomumenteassociadasaogrupoTcI(MILESetal.,1981;BOSSENOetal.,2002). Na natureza, verificase que espécies hospedeiras de T. cruzi podem ser infectadas por múltiploscontatoscomdiferentestriatomíneoseessespodemalimentarseemdiferentesespécies hospedeiras infectadas. Esse comportamento propicia a formação de populações de cepas multiclonais,tantonasespécieshospedeirasquantonosvetores(TORRESetal.,2004). Análises de microssatélites permitem verificar se uma determinada cepa de T. cruzi é constituídaporumúnicoclone(monoclonal)oupormaisdeumclone(multiclonal).Autilização

11 dessatécnicatemdemonstradoqueaporcentagemdepopulaçõesmulticlonaisdiminuiquando cepasisoladasdociclosilvestresãocomparadascomcepasisoladasdepacientes.Issosugereque ohomematuacomofiltrobiológicoaoselecionarpopulaçõesmaisadaptadasasedesenvolverem noseuorganismo(OLIVEIRAetal.,1998;1999; MACEDOetal,2001). O conhecimento a cerca da biologia do protozoário T. cruzi poderá trazer informações importantesacercadapatogênesedadoençadeChagasnoDistritodeSantoInácio.Estetrabalho, portanto, tem o intuito de contribuir para ampliar o conhecimento sobre as populações de T. cruzi ,bemcomodefomentarumcontrolemaisefetivodainfecçãochagásicanacitadaregião. Propõesedessaformaacaracterizaçãobiológica,morfológicaemoleculardetrêscepasisoladas de Triatoma sordida noEstadodaBahia.

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3. Objetivos

 Estabelecer o perfil parasitêmico e verificar o comportamento biológico em

camundongosdalinhagemBALB/cdascepasSI 5eSI 8isoladasapartirde T. sordida e

SIGR 3isoladapormeiodexenodiagnósticoartificialaplicadoemgato;

 AvaliaramorfologiadasformastripomastigotasdascepasSI 5, SI 8eSIGR 3 de T. cruzi observadasnosanguedecamundongosBALB/c;

 Avaliar a morfologia das formas epimastigotas das cepas SI 5, SI 8 e SIGR 3 de T. cruzi mantidasemmeiodeculturaLIT;

 Efetuar estudo histopatológico no decurso das fases aguda e crônica da infecção

experimentalemcamundongosBALB/cinfectadoscomascepasSI 5, SI 8eSIGR 3 de T. cruzi ;

 CaracterizarascepasSI 5, SI 8eSIGR 3de T. cruzi pormeiodaseqüênciadosgenes24S α doRNAribossomal,HSP60eGPI.

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4. MaterialeMétodos

4.1 IsolamentodoParasito: As cepas SI 5 e SI 8 foram isoladas a partir de fezes de ninfas e adultos de T. sordida , capturadosnoperidomicílioporROSAetal.(2004)emSantoInácio,municípiodeGentiodo

Ouro,noEstadodaBahia(11º25´57´´Se42º30´25´´O).AcepaSIGR 3foiisoladaem2007a partirdexenodiagnósticoaplicadoaumgatonoperidomicílioporROSAetal.(BASSI,2007)na mesmalocalidadedascepasSI 5eSI 8.OisolamentodascepasSI 5,SI 8 eSIGR 3foirealizadono laboratório de Parasitologia da Faculdade de Ciências Farmacêuticas – UNESP ARARAQUARA, por meio de fezes obtidas da compressão abdominal dos triatomíneos. Em seguida, o material foi diluído com salina 0,9 % e observado entre lâmina e lamínula em microscopiaópticacomum.Aamostrapositiva(0,3mL)foiinoculadaintraperitonialmenteem camundongosSwissde23a35diasdeidadeeemmeiodeculturaLIT( liver infusion tryptose ) paraisolamentodoparasito.

Figura2.DistritodeSantoInácio Fonte : www.ecoenigma.com.br/conteudo/santo_inacio 14

Figura3.Exemplarde Triatoma sordida

As cepas SI 5, SI 8 e SIGR 3 são mantidas por repiques sucessivos em meio de cultura axênico (LIT) com ótimo crescimento, bem como passagem sucessiva por meio de punção cardíacaemcamundongosSwissjovens,comaproximadamente21diasdeidade,nolaboratório deParasitologiadaFaculdadedeCiênciasFarmacêuticas–UNESPARARAQUARA.

4.2 MeiodeCultura As cepas SI 5, SI 8 e SIGR 3 foram isoladas em cultura a partir de formas flageladas do parasito no intestino posterior dos triatomíneos. Após o inóculo intraperitoneal de formas flageladas de T. cruzi nos camundongos, mantevese a infecção a partir de sangue de previamenteinfectado,coletadopormeiodepunçãocardíaca,duranteopicoparasitêmico.Desse modo,ascepassãomantidas“ in vitro” emmeiodeculturaLITe“ in vivo” emcamundongos Swiss.

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4.3 InoculaçãoeCrescimento

Foraminoculados7,5x10 6parasitos/mLemfrascodevidrocomtampaazulderosquear (tipoboeco)com50mLdemeioLIT.Duranteosprimeirosquatrosdiasdecultivoocorreàfase logarítmicadamultiplicaçãooucrescimentocelular,emquepredominamformasepimastigotas, sendoraraapresençadeformastripomastigotasdeT. cruzi (ARAUJOetal.,2000).

4.4 Fixação,ColoraçãoeMensuraçãodasFormasEpimastigotase TripomastigotasdeT. cruzi Foramcapturadasemensuradasimagensde30formasepimastigotasdecadaumadastrês cepasdeT. cruzi oriundasdemeioLIT.Mensurouse30formastripomastigotasdastrêscepasde T. cruzi obtidasdesanguedecamundongoduranteopicoparasitêmico.As30formasde T. cruzi mensuradasforamescolhidas,levandoseemcontaaqualidadedasorganelasestudadas.Foram mensurados os parâmetros morfológicos definidos por Dias e Freitas Filho (1943) e Barreto (1965)daformatripomastigotade T. cruzi ,comprimentototaldoparasito(CT),comprimentodo corpo (CC), flagelo livre (FL), largura (LC), área do cinetoplasto (AC), área do núcleo (AN), distânciadaextremidadeanterioraonúcleo(NA)distânciadaextremidadeposterioraonúcleo (PN)eíndicenuclear(IN=PN/NA).

Para avaliação das características morfológicas das formas tripomastigotas sanguíneas foramrealizadosesfregaçosdesanguedosanimaisinoculados,no7 °,10 °,14 °,20 °,30 °,150 °e

180 °diadeinfecção,sendoseislâminasparacadadia(SI 5,SI 8eSIGR 3).Osesfregaçosforam fixadoscommetanolecoradospelatécnicadeGiemsa(ANEXO2)eposteriormenteasformas tripomastigotastiveramsuasimagenscapturadasemensuradas.

Em relação às formas epimastigotas de T. cruzi , preconizouse os parâmetros morfométricos de largura (fina/intermediária/larga: 1,1 a 1,7µm / 1,8 a 2,8µm / 2,9 a 5,0µm), comprimentototal(curto/intermediário/longo:13,0a23,2µm/23,3a31,3µm/31,4a43,7µm), 2 2 2 áreadonúcleo(pequeno/intermediário/grande:0,9a1,6µm /1,7a2,9µm /3,0a6,8µm ),área do cinetoplasto (pequeno/intermediário/grande: 0,3 a 0,5µm 2 / 0,6 a 0,9µm 2 / 1,0 a 1,7µm 2) e

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índice nuclear (baixo/intermediário/alto: 0,1 a 0,3 / 0,4 a 0,8 / 0,9 a 0,22) (ROSSI, 2007). Observouse variabilidade de estruturas como a posição do cinetoplasto, comprimento total, largura, área do cinetoplasto, área do núcleo, distância da extremidade anterior ao núcleo, extremidadeposterioraonúcleoeíndicenuclear.

Asformasepimastigotasutilizadasparamensuraçãoforamcolhidasdomeiodeculturano sétimodiaapósoinóculoinicial,quandoocorreuoplatôdecrescimento.Dessaforma,ofrasco contendoomeiodeculturafoilevadoparaumacâmaradefluxolaminar,posteriormentecoletou se3,0mLqueforamcentrifugadosa1000 gporcincominutos,dosedimentoretiraramsequatro gotasqueforamcolocadasemlâminaemcâmaradesuta,fixadascomálcoolmetílicoecoradas porGiemsasegundoRosenfeld(1974).

(a)(b)

Figura4.Ajustedozoom(a)eseleçãodaimagempormeiodemicroscópioóptico,mensuraçãodoflagelolivre (CF)comaferramentapolyline(b).Asetaindicaaestruturamensurada.

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(a)(b)

Figura5.Seleçãodaimagempormeiodemicroscópioóptico,(a)mensuraçãodocomprimentodocorpo(CC) e(b)comprimentototal(CT)comaferramentapolyline.Assetasindicamasestruturasmensuradas.

(a)(b)

Figura6.Seleçãodaimagempormeiodemicroscópioóptico,(a)mensuraçãoda distânciadaextremidade anterioraonúcleo(NA)e(b)distânciadaextremidadeposterioraonúcleo(PN)comaferramentapolyline. Assetasindicamasestruturasmensuradas.

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(a)(b)

Figura7.Seleçãodaimagempormeiodemicroscópioóptico,(a)mensuraçãodalarguradocorpo(LC)coma ferramentapolylinee(b)áreadonúcleo(AN)comaferramentairregular.Assetasindicamasestruturas mensuradas.

Figura 8. Seleção da imagem por meio de microscópio óptico, mensuração do cinetoplasto (AC) com a ferramentairregular. 4.5 Estudodeformasamastigotasnosangueperiféricode camundongoBALB/c DurantecaracterizaçãomorfológicadascepasSI 5,SI 8eSIGR 3,foramobservadasformas

amastigotas da cepa SI 8 no sangue periférico de camundongos BALB/c. As três cepas foram

avaliadasduranteopicoparasitêmico,mas,somenteacepaSI 8foipositivaparaoencontrode formasamastigotasnacirculaçãoperiféricadosmodelosanimaisestudados.Aslâminascoradas foram observadas em microscópio óptico comum com óleo de imersão para a avaliação qualitativadasformasencontradasemaumentode1000vezes,conformedescritonoitem3.4.

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4.6 AnimaisUtilizados ForamutilizadoscamundongosmachosdalinhagemBALB/c,quepesavamentre20e30 g,com21a35diasdeidadeeobtidosjuntoaoCEMIB(UNICAMP),Campinas.Aescolhado modelo foi feita com base em estudos clássicos que mostram que a resistência de T. cruzi é reguladaporcontrolemultigênico.Portanto,comoaresistênciaestámaisligadaàscaracterísticas dacepa,umhospedeiropodeserresistenteecontrolarainfecção.AlinhagemBALB/cmostrase o modelo mais susceptível para o estudo da infecção pelo parasito T. cruzi e desse modo, a escolha do modelo pode ser crucial no entendimento da patogenia observada. O uso desses modelosparaarealizaçãodoexperimentocom T. cruzi foisubmetidoaoComitêdeÉticaem PesquisadaFaculdadedeCiênciasFarmacêuticasdeAraraquaraUNESP,ondeomesmofoi aprovado(Protocolon°12/2008).

4.7 CaracterizaçãoBiológica Inicialmente,todososanimaisinoculadoscomfezesdeninfasde5°estádiode T. sordida infectados adquiriram a infecção. Após o isolamento, as amostras foram mantidas em camundongosalbinosSwissjovens,medianteinoculaçõesviaintraperitonealdesanguecolhido duranteafaseagudadainfecçãododoadorobtidoporpunçãocardíacadeanimaispreviamente infectados,quandoasformastripomastigotassãoabundantesnosangueperiférico.

Paraoestudodocomportamentodainfecçãonastrêscepasestudadas(SI 5,SI 8eSIGR 3) cinco camundongos BALB/c com aproximadamente 20 dias foram inoculados com tripomastigotassanguíneosporviaintraperitonial.Esseprocedimentofoirealizadocomseringa de vidro tipo tuberculina e agulha BD 10x5 na dose 0,3 mL de sangue proveniente de outro camundongo infectado. Padronizouse a concentração de 5x10 3 formas de tripomastigotas sanguíneosem0,3mLdesangue.

Foramconsideradosparaessaetapaexperimentalosseguintesparâmetros(ANDRADE, 1974):

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períodoprépatente

índicedeinfecção

curvaparasitêmica

taxadeletalidade

As contagens das formas tripomastigotas foram realizadas de acordo com o método de Brener(1965)comcorreçãodosintercampos(MARTINS,1999).Colheuse5µLdosanguedo animal por meio de corte da cauda e depositouse em uma lâmina de vidro de 26x76 mm recobrindoa com uma lamínula de dimensões 22x22 mm, de modo a se obter uma camada delgada de sangue, ocupando homogeneamente toda a superfície da lamínula. Examinouse a preparaçãoemmicroscópioópticoCarlZeissJENAJENAVAL,comobjetivade40Xeocularde 10X,naproporção1,contandose20camposnasquatroextremidades dalamínulaemaisde20 camposnapartecentral,totalizando100camposmicroscópicos.Considerandoqueasuperfície da lamínula utilizada com a correção dos intercampos corresponde, no aumento empregado, à cerca de 1550 campos microscópicos, basta multiplicar o número de parasito encontrado no examede100campospelofator15,55eobtémseonúmerodetripanossomascontidosem5µL. Para avaliar o número de formas tripomastigotas do inóculo de 0,1mL, basta multiplicar esse númeropor20.

Afimdeestabeleceropadrãodeinfecção,esfregaçosdesanguefrescoobtidospelocorte da cauda dos camundongos, foram examinados, a partir do 2° dia da infecção, três vezes por semanaatéanegativaçãoemtrêsexamesconsecutivosouporumperíodode60dias.

Obtevese dessa maneira, dados referentes aos níveis parasitêmicos e traçaramse as curvasparasitêmicas.Verificousetambémaduraçãodoperíodoprépatente,aduraçãodafase agudaeataxadeletalidade.

A virulência das cepas foi determinada de acordo com o período prépatente, nível de parasitemiaetaxadeletalidade.

21

4.8 EstudoHistopatológico:

Foraminoculados,intraperitonialmente,paracadacepa,21camundongosmachoscom21 diasdeidadeepesandoemmédia20g,com5x10 3formastripomastigotassanguíneas(0,3mLde sangueporcamundongo).

Oestudohistopatológicotemopropósitodepesquisarformasamastigotasduranteafase agudadainfecção,realizadono7°,10°,14°,20°e30°diaapósainoculaçãoenafasecrônica, com150e180dias.Paracadadiaforamsacrificadostrêscamundongosdosquaisseretiraramo coração,músculoesquelético,fígadoebaçoadicionandoosemsoluçãodeformalinaa10%por 24horasparafixação.Após,foramlavadosemáguacorrentepor24horaseentãomantidosem soluçãodeálcoola70°atéomomentodeuso.Aspeçasforamentãosubmetidasaumasériede reagentes:álcoolabsoluto,álcoolxilol,xilol,parafina,parafinaemestufaavácuoeporúltimo inclusão em blocos de parafina. Com o emprego de micrótomo foram efetuados cortes (parafinados) de 5 m que foram corados com hematoxilina e eosina e então examinados em microscopia óptica. Classificaramse as cepas de acordo com o Biodema (I, II, III) segundo Andrade(1974).

4.9 CaracterizaçãoMolecular(PCR–RFLP): 4.9.1 ExtraçãodoDNAGenômicode T. cruzi :

ODNAdasformasepimastigotasdascepasSI 5,SI 8eSIGR 3foramextraídossegundoo protocolodescritoporLewisetal.(2009). Inicialmente, foi realizada a contagem dos parasitos emCâmara de Neubauer a fim de obteraconcentraçãode1.10 6parasitos/mL.Emseguida,1mLdomeiodeculturaaxênico(LIT) foi centrifugado a 3000 g/1minuto em temperatura ambiente. Após essa etapa foi retirado o sobrenadante e adicionado 800 L de Tryps Wash Buffer (100mM de NaCl, 3mM de MgCl 2, 20mM de TrisHCl pH 7,5) ao sedimento. O material foi centrifugado a 3000 g/1minuto em temperaturaambienteeosobrenadanteretiradonovamente.Osedimentofoiressuspendidoem 250 LdeTELTBuffer(50nmdeTrisHClpH8,0,62,5mMdeEDTA,2,5MdeLiCl,4%de

22

Triton X100). Na próxima etapa foi adicionado 250 L de Fenol/Clorofórmio e o material centrifugado a 16000 g/2minutos em temperatura ambiente. A fase superior do material foi retirada e transferida para um novo tubo. Adicionouse ao tubo 250 L de Clorofórmio e, em seguida,omesmofoicentrifugadoa16000 g/2minutosemtemperaturaambiente.Afasesuperior foi retirada e transferida para um novo tubo. O DNA foi precipitado com 750 L de etanol a 100%e25 LdeNaAc3MpH7,0ecentrifugadoa16000 g/10minutosemtemperaturaambiente. O material foi lavado com 500 L de etanol a 70% e centrifugado a 16000 g/5minutos em temperaturaambiente.Naúltimaetapa,omaterialfoiressuspendidoem30 LdeH 2OMiliQ autoclavada. 4.9.2 Amplificação dos Genes LSU rDNA (24S α rRNA), HSP60 e GPI de T. cruzi: AcaracterizaçãomolecularfoirealizadapormeiodatécnicadePCRRFLP,segundoo protocolodescritoporLewisetal.(2009). A reação de PCR para o gene LSU rDNA (24S α rRNA) foi realizada em um termociclador Gene Amp PCR System 9700 Applied Biosystems TM , com um volume final de 50Lcomosseguintescomponentes: •10100ngDNAgenômico; •0,2mmol/LparacadadNTP; •1pmol/Ldecadaoligonucleotídeoiniciador;

•1,5mmol/Ldecloretodemagnésio(MgCl 2); •1unidadede Taq DNApolimerase(High Fidelity PCR Enzyme Mix ); •Tampão10X. A amplificação do domínio divergente do gene 24 Sα rRNA foi realizada com os oligonucleotídeosiniciadores(SOUTOeZINGALES,1993): Forward:D715’AAGGTGCGTCGACAGTGTGG3’ Reverse:D725’TTTTCAGAATGGCCGAACAGT3’ OprodutodareaçãodePCR(110125pb)foisubmetidoàeletroforeseemgeldeagarose a3%,coradocombrometodeetídioevisualizadoemluzUV.

23

Ascondiçõesparaaamplificaçãodo24S αrRNAforam: •94°Cpor5minutos •94°Cpor30segundos •55°Cpor30segundos30vezes •72°Cpor30segundos •72°Cpor7minutos AreaçãodePCRparaosgenesHSP60eGPIfoirealizadaemumtermocicladorGene AmpPCRSystem9700AppliedBiosystems TM ,comumvolumefinalde50Lcomosseguintes componentes: •10100nggDNA; •0,2mMol/LparacadadNTP; •1pmol/Ldecadaoligonucleotídeoiniciador;

•1,5mmol/Ldecloretodemagnésio(MgCl 2); •1unidadede Taq DNApolimerase(High Fidelity PCR Enzyme Mix ). •Tampão10X. ParaamplificarogeneHSP60foramutilizadososoligonucleotídeosiniciadores(LEWIS etal.,2009): Forward:HSP605’GTGGTATGGGTGACATGTAC3’ Reverse:HSP605’CGAGCAGCAGAGCGAAACAT3’ OprodutodePCR(432462pb)foisubmetidoàeletroforeseemgeldeagarosea1%,e ascondiçõesparaaamplificaçãodogeneHSP60foram: •94°Cpor3minutos •94°Cpor30segundos •64°Cpor30segundos4X •72°Cpor1minuto •94°Cpor30segundos •60°Cpor30segundos28X •72°Cpor1minuto •72°Cpor10minutos

24

AamplificaçãodogeneGPIfoiobtidacomosoligonucleotídeosiniciadores(LEWISet al.,2009): Forward:GPI5’GGCATGTGAAGCTTTGAGGCCTTTTTCAG3’ Reverse:GPI5’TGTAAGGGCCCAGTGAGAGCGTTCGTTGAATAGC3’ OprodutodePCR(1264pb)foisubmetidoàeletroforeseemgeldeagarosea1%,corado combrometodeetídioevisualizadoemluzUV. AscondiçõesparaaamplificaçãodoGPIforam: •94°Cpor3minutos •94°Cpor30segundos •64°Cpor30segundos4X •72°Cpor1minuto •94°Cpor30segundos •60°Cpor30segundos28X •72°Cpor1minuto •72°Cpor10minutos OsprodutosobtidosdosgenesHSP60eGPIforamdigeridoscomasenzimas EcoR V e Hha I ,respectivamente.Ascondiçõesdareaçãoforam: •10LPCRHSP60ouGPI •2LtampãoNEB3ouNEB4 •0,2LBSA100X •0,5L EcoR V 10U/Lou Hha I 10U/L

•7,3LH 2O Partindosedoprodutodadigestãoenzimática,areaçãofoiincubadapor4horas,a37°C. Apósesseperíodofoiaplicado5LdoprodutodadigestãoenzimáticadosgenesHSP60eGPI, emgeldeagarosea1%ea3%,respectivamente.

25

OsfragmentosobtidosforamcomparadossegundooprotocolodeLewisetal.(2009),de acordocomoesquemaabaixo: LSUDNAr 110pb120pb125pb110pb110ou110+125pb125pb ProdutodaPCR

HSP60 EcoRV 1banda1banda1banda2bandas3bandas3bandas PCRRFLP GPIHha I 2bandas3bandas3bandas2bandas4bandas4bandas PCRRFLP

TcI TcIIa TcIIb TcIIc TcIId TcIIe I IV II III V VI

4.10 Análiseestatística Apósoestudomorfológico(mensuraçãodocomprimentototaldoparasito,comprimento docorpo,largura, flagelolivre,áreado cinetoplasto,áreadonúcleo,distânciada extremidade anterioraonúcleo,distânciadaextremidadeposterioraonúcleoeíndicenuclear)decadauma dasformasobtidasdascepasSI 5,SI 8,SIGR 3,foirealizadaavaliaçãodescritivadasmensurações utilizandoseoprogramaMicrosoftOfficeExcel2007forWindows.Diferentesparâmetrosentre grupos microbiológicos são examinados estatisticamente por meio de Análise de Variância (ANOVA),seguidodotestedeTukeyparacomparaçõesmúltiplas.Paraarealizaçãodotestede TukeyutilizouseoprogramaGraphPadInstatDemo,versão3.06forWindows.

26

5. Resultados

5.1 CaracterizaçãoBiológica

O comportamento de cada uma das três cepas nos camundongos BALB/c mantevese relativamenteconstante, observandoseumaascensãolentaeregulardaparasitemiaatéatingir umpicoedepoisquedatambémregularatéodesaparecimentodoparasitonosangueperiférico.

As cepas SI 5 e SIGR 3 apresentaram 80% de infectividade, para a cepa SI 8, esse índice foi de 100%. Os valores obtidos em relação aos parâmetros previamente estabelecidos para o comportamentodainfecçãodascepasSI 5,SI 8eSIGR 3emcamundongosestãorepresentadosnas Tabelas 1, 2 e 3. Para facilitar a discussão sobre os resultados, reuniramse os principais caracteresdascepasestudadasnaTabela4.

Tabela1.CaracterísticasbiológicasdacepaSIGR 3de T. cruzi apósinfecçãointraperitonialemcamundongos BALB/ccomformastripomastigotas. Período Parasitemiamáxima Fase Animal Prepatente Aguda Observações (formas/0,3mL) (dias) n°/mLdia (dias) Inóculo 5x10 3 C1 ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ C2 11 9,33x10 3 30 ° 15 cronicidade C3 11 21,77x10 332 ° 15 cronicidade C4 11 3,11x10 332 ° 08 cronicidade C5 11 12,44x10 321 ° 16 cronicidade ∗Nãoforamobservadasformastripomastigotassanguíneas.

27

Tabela 2. Características biológicas da cepa SI 5 de T. cruzi após infecção intraperitonial de formas tripomastigotasemcamundongosBALB/c. Período Parasitemiamáxima Fase Animal Prepatente Aguda Observações (formas/0,3mL) (dias) n°/mLdia (dias) Inóculo 5x10 3 C1 11 102,63x10 3 44 ° 20 cronicidade C2 ∗ ∗ ∗ ∗ ∗ C3 11 139,95x10 335 ° 20 cronicidade C4 11 105,74x10 353 ° 20 cronicidade C5 11 71,53x10 332 ° 19 cronicidade ∗Nãoforamobservadasformastripomastigotassanguíneas. Tabela 3. Características biológicas da cepa SI 8 de T. cruzi após infecção intraperitonial de formas tripomastigotasemcamundongosBALB/c. Período Parasitemiamáxima Fase Animal Prepatente Aguda Observações (formas/0,3mL) (dias) n°/mLdia (dias) Inóculo 5x10 3 C1 2 43,54x10 3 44 ° 21 cronicidade C2 21 6,22x10 332 ° 05 cronicidade C3 09 24,88x10 323 ° 16 cronicidade C4 07 37,32x10 337 ° 19 cronicidade C5 16 34,21x10 335 ° 08 cronicidade Tabela4.Característicasbiológicas(limitesdevariaçãodeparasitemia,duraçãodafaseagudaemdiasetaxa deletalidade)dascepasSI 5,SI 8eSIGR 3de T. cruzi. Variaçãodaparasitemia DuraçãodaFase Cepasde T. cruzi Taxadeletalidade (5x10 5)n°/mL Agudaemdias

3 3 SI 5 71,53x10 139,95x10 19–20 0,00 3 3 SI 8 6,22x10 43,54x10 0521 0,00 3 3 SIGR 3 9,33x10 30,11x10 0816 0,00

28

A Tabela 1 mostrou para a cepa SIGR 3 período prépatente de 11 dias, parasitemia máximade21,77x10 3formastripomastigotasno32°diadeinfecção,faseagudavariandoentre os dias 08 a 16 e evolução da infecção para cronicidade em 80% dos animais. A Tabela 2 3 apresentoupara acepa SI 5períodoprépatente de11dias,parasitemia máximade139,95x10 formastripomastigotasno35°diadeinfecção,faseagudado1920°diaeevoluçãodainfecção paracronicidadeem80%dosanimais.ATabela3mostrouparaacepaSI 8períodoprépatente quevariouentreo2°e21°dia,parasitemiamáximade43,54x10 3 formastripomastigotasno44° dia de infecção, a fase aguda variou entre os dias 05 a 21 e evolução da infecção para a cronicidadeem100%doscamundongos.

5.1.1 Perfil Parasitêmico Observousepormeiodoperfilparasitêmico,queascepasisoladasemSantoInácio(SI 5,SI 8e

SIGR 3)apresentaramdiferençasnoperíodoprépatente,picoparasitêmicoedesaparecimentodas formastripomastigotassanguíneas,emboraastrêscepastenhamapresentadoomesmoperfilde curvaparasitêmica.

C1 3 C2

C3 150 140 C4 130 120 C5 110 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 no.tripomastigotas/ml sangue 10 Dias após inóculo Figura9.Curvasparasitêmicas(C1,C2,C3,C4,C5)observadasemcamundongosBALB/cinoculadoscoma cepaSI 5deT. cruzi .

29

C1

C2

3 C3 48 C4 44 C5 40 36

32

28

24 20

16 12

8

4

no.tripomastigotas/mlsangue 10 0 2° 4° 7° 9° 11° 14° 16° 18° 21° 23° 25° 28° 30° 32° 35° 37° 39° 42° 44° 46° 49° 51° 53° 56° 58° Dias após inóculo Figura10 . Curvasparasitêmicas(C1,C2,C3,C4,C5)observadasemcamundongosBALB/cinoculadoscoma cepaSI 8deT. cruzi .

C1

C2

3 24 C3 22 C4 20 C5 18

16

14

12

10

8

6

4

2

no.tripomastigotas/ml sangue 10 0 2° 4° 7° 9° 11° 14° 16° 18° 21° 23° 25° 28° 30° 32° 35° 37° 39° 42° 44° 46° 49° 51° 53° 56° Dias após inóculo Figura11 . Curvasparasitêmicas(C 1,C 2,C 3,C 4,C 5)observadasemcamundongosBALB/cinoculadoscoma cepaSIGR 3deT. cruzi .

30

SGR3

SI 5 4,50

4,00 SI 8 3,50

3,00

2,50

2,00

1,50

1,00

0,50

0,00 2° 4° 7° 9° 11° 14° 16° 18° 21°23°25° 28°30°32° 35°37°39° 42°44° 46° 49° 51° 53° 56° 58° 60° 63° 65° no.tripomastigotas/ml sangue (M log) Dias após inóculo Figura12 . ComparaçãodosvaloresdaparasitemiaobservadosemcamundongosBALB/cinoculadoscoma cepaSI 5,SI 8eSIGR 3deT. cruzi expressosemmédialogarítmica(Mlog).

5.2 CaracterizaçãodeFormas TripomastigotasdasCepasSI 5,SI 8e SIGR 3de T. cruzi

AobservaçãodaslâminascoradaspelométododeGiemsaparamensuraçãodasformas tripomastigotas nas amostras SI 5, SI 8 e SIGR 3 permitiu obter imagens das formas finas, intermediáriaselargas,comaspectode C ou Sitálicosconformefiguras16,17e18.

10 m 10 m 10 m (a)(b)(c)

Figura13 :Fotomicrografiasdasformastripomastigotasde T. cruzi (100X)dacepaSI 5:(a)formafina,(b) formaintermediáriae(c)formalarga.

31

10 m 10 m 10 m (a)(b)(c)

Figura14 :FotomicrografiasdasformastripomastigotasdeT. cruzi (100X)dacepaSI 8:(a)formafina,(b) formaintermediáriae(c)formalarga.

10 m 10 m 10 m (a)(b)(c)

Figura15 :FotomicrografiasdasformastripomastigotasdeT. cruzi (100X)dacepaSIGR 3:(a)formafina,(b) formaintermediáriae(c)formalarga.

ObservamseaseguirasfotomicrografiasdasformastripomastigotasdascepasSI 5,SI 8e

SIGR 3de T. cruzi obtidosnopicoparasitêmico(Figuras16,17e18).

32

(1)(2)(3)(4)(5)

(6)(7)(8)(9)(10)

(11)(12)(13)(14)(15)

(16)(17)(18)(19)(20)

(21)(22)(23)(24)(25)

(26)(27)(28)(29)(30) Figura16 .Fotomicrografias (100X)referentesàsformastripomastigotassanguíneasdacepaSI 5de T. cruzi mensuradasobtidasnopicoparasitêmico.Asbarrasrepresentam10µm.

33

(1)(2)(3)(4)(5)

(6)(7)(8)(9)(10)

(11)(12)(13)(14)(15)

(16)(17)(18)(19)(20)

(21)(22)(23)(24)(25)

(26)(27)(28)(29)(30)

Figura17.Fotomicrografias(100X)referentesàsformastripomastigotassanguíneasdacepaSI 8de T. cruzi queforammensuradaseobtidasnopicoparasitêmico.Asbarrasrepresentam10µm.

34

(1)(2)(3)(4)(5)

(6)(7)(8)(9)(10)

(11)(12)(13)(14)(15)

(16)(17)(18)(19)(20)

(21)(22)(23)(24)(25)

(26)(27)(28)(29)(30) Figura 18 .Fotomicrografias(100X)referentesàsformastripomastigotas sanguíneas da cepa SIGR 3 de T. cruzimensuradaseobtidasnopicoparasitêmico.Asbarrasrepresentam10µm.

35

Os resultados referentes à avaliação morfométrica de 30 formas tripomastigotas sanguíneasdascepasSI 5,SI 8eSIGR 3,empregandoseanalisadordeimagemebaseandosenos parâmetrosdescritosporBarreto(1965)sãoapresentadosnasTabelas6,7e8.Osparâmetros morfométricosmédiosdasformastripomastigotassanguíneasdascepasSI 5,SI 8eSIGR 3nopico parasitêmicoestãorepresentadosnaTabela9.

Os valores médios das formas tripomastigotas sanguíneas das cepas SI 5, SI 8 e SIGR 3 referentesaocomprimentototaldocorpo,larguraeíndicenuclearestãorepresentadosnaTabela 10.OvalordesignificânciaparaasformastripomastigotasestárepresentadonaTabela11.

Tabela5.CaracterísticasmorfométricasebiológicasdascepasSI 5,SI 8eSIGR 3de T. cruzi .

Cepasde Médias(µm) Índicedeinfecção Períodoprépatente T. cruzi % (dias) CLIN SI 5 19,151,740,64 80 11 SI8 16,951,510,62 100 02 SIGR 3 19,021,580,70 80 11 C=comprimentototaldocorpo L=largura IN=índicenuclear Tabela6.Resultadosdaanálisemorfométricaefetuadaem30formastripomastigotassanguíneasdacepaSI 5 de T. cruzi ,obtidasnopicoparasitêmico. Valores(µm) ParâmetrosMorfométricos Mínimo Máximo Média±DP Comprimentodoflagelo 3,45 9,81 7,54±1,15 Comprimentodocorpo 8,04 12,96 11,27±1,11 Comprimentototal 15,13 23,58 19,15±1,55 Larguradocorpo 1,21 2,96 1,74±0,36 Áreadocinetoplasto ∗ 0,60 1,68 1,02±0,23 DistânciaPN 5,79 8,79 7,33±0,58 DistânciaNA 8,25 15,95 11,57±1,45 Índicenuclear 0,46 0,95 0,64±0,09 ∗µm 2

36

Tabela7.Resultadosdaanálisemorfométricaefetuadacom30formastripomastigotassanguíneasdacepaSI 8 de T. cruzi ,nopicoparasitêmico. Valores(µm) ParâmetrosMorfométricos Mínimo Máximo Média±DP Comprimentodoflagelo 2,91 12,45 6,14±2,13 Comprimentodocorpo 7,71 15,69 10,85±1,81 Comprimentototal 11,63 22,56 16,95±2,61 Larguradocorpo 0,77 3,25 1,51±0,49 Áreadocinetoplasto ∗ 0,57 1,49 0,94±0,19 DistânciaPN 4,60 10,21 6,36±1,25 DistânciaNA 6,63 15,18 10,72±2,27 Índicenuclear 0,31 0,95 0,62±0,17 ∗µm 2 Tabela8.Resultadosdaanálisemorfométricaefetuadacom30formastripomastigotassanguíneasdacepa SIGR 3de T. cruzi ,nopicoparasitêmico. Valores(µm) ParâmetrosMorfométricos Mínimo Máximo Média±DP Comprimentodoflagelo 3,06 8,68 6,77±1,17 Comprimentodocorpo 8,92 15,69 12,09±1,55 Comprimentototal 15,65 21,88 19,02±1,68 Larguradocorpo 1,22 2,44 1,58±0,29 Áreadocinetoplasto ∗ 0,53 2,88 1,13±0,48 DistânciaPN 5,58 10,11 7,79±0,70 DistânciaNA 7,58 13,04 11,25±1,24 Índicenuclear 0,48 1,05 0,70±0,12 ∗µm 2

Tabela9.ParâmetrosmorfométricosmédiosdasformastripomastigotassanguíneasdascepasSI 5,SI 8eSIGR 3 de T. cruzi ,nopicoparasitêmico. ParâmetrosMorfométricos Valoresmédios(µm) SI 5 SI 8 SIGR 3 Comprimentodoflagelo 7,54 a 6,14 a 6,77 b Comprimentodocorpo 11,27 b 10,85 a 12,09 a Comprimentototal 19,15 a 16,95 a 19,02 a Larguradocorpo 1,74 a 1,51 a 1,58 b Áreadocinetoplasto ∗ 1,02 b 0,94 b 1,13 b DistânciaPN 7,33 a 6,36 a 7,79 a DistânciaNA 11,57 b 10,72 b 11,25 b Índicenuclear 0,64 b 0,62 b 0,70 b *µm 2 Letrasiguais=diferençaestatística

37

Tabela10.ParâmetrosmorfométricosmédiosdasformasdetripomastigotassanguíneasdascepasSI 5,SI 8e SIGR 3de T. cruzi ,nopicoparasitêmico(n=30). ParâmetrosMorfométricos Valoresmédios(µm)

SI 5 SI 8 SIGR 3 Comprimentototal 19,15 16,95 19,02 Larguradocorpo 1,74 1,51 1,58 Índicenuclear 0,64 0,62 0,70 ∗µm 2 Osresultadosdasmensuraçõesdasorganelasdasformastripomastgotasde T. cruzi das cepasSI 5,SI 8,SIGR 3foramrepresentadosnafigura19demodo afacilitaravisualizaçãodas distinçõesentreasmesmas.

SI5 SI5 SI8 SI8 4,50 25,00 4,00 SIGR3 SIGR3 3,50 20,00 3,00 2,50 15,00 2,00 1,50 10,00 1,00 Valores (um)

Valores(um) 5,00 0,50 0,00 0,00 AC NA PN/NA CF CT LC Parâmetros Morfométricos: Área do cinetoplasto (AC), Parâmetros Morfométricos: Comprimento do flagelo Área do núcleo (NA) e Índice nuclear (PN/NA) (CF), Comprimento total do corpo (CT) e Largura do corpo (LC) Figura19 .Resultadodamorfometriaefetuadacom30formastripomastigotassanguíneasde T. cruzi nopico parasitêmiconascepasSI 5,SIGR 3eSI 8referentesàáreadocinetoplasto,áreadonúcleoeíndicenuclear (PN/NA)ecomprimentodoflagelo,comprimentototalelarguradocorpo.

38

Tabela11.AnáliseestatísticapormeiodeTesteTukey–KramerMultipleComparisons(ANOVA paramétrico)referenteàsmensuraçõesdaformastripomastigotassanguíneas(SI 5,SI 8eSIGR 3)de T. cruzi . Parâmetros Valor PSignificância Comprimentodoflagelo P=0,0032** Comprimentodocorpo P=0,0081** Comprimentototal P<0,0001*** Larguradocorpo P=0,0626ns Áreadocinetoplasto P=0,741ns Áreadonúcleo P<0,0001*** Distânciaanterioraonúcleo P=0,1580ns Distânciaposterioraonúcleo P<0,0001*** Índicenuclear P=0,0577ns NS=nãosignificativo( P>0,05) **muitosignificativo( P<0,001) ***extremamentesignificativo( P<0,0001)

5.2.1 CaracterizaçãodeFormasEpimastigotasdasCepasSI5, SI 8eSIGR 3deT. cruzi AsformasepimastigotasdascepasSI 5,SI 8eSIGR 3obtidasdemeioLITecoradaspelo método de Giemsa mostraram variabilidade de posição do cinetoplasto, comprimento total do corpo,larguradocorpo,áreadocinetoplasto,áreadonúcleo,distânciadaextremidadeanterior aonúcleo,extremidadeposterioraonúcleoeíndicenuclear,comoseobservanaFigura20.

39

(a)(b)(c)(d)

Figura20 :Diversidademorfológicaemformasepimastigotas(100X)dascepasSI 5(a),SIGR 3(b)eSI 8(c), comparativamenteàformatripomastigotade T. cruzi (d).Asbarrasrepresentam10µm.

Observamse abaixo as fotomicrografias de formas epimastigotas nas cepas SI 5, SI 8 e

SIGR 3de T. cruzi (Figuras21,22e23).

40

(1)(2)(3)(4)(5)

(6)(7)(8)(9)(10)

(11)(12)(13)(14)(15)

(16)(17)(18)(19)(20)

(21)(22)(23)(24)(25)

(26)(27)(28)(29)(30) Figura21 .Fotomicrografias(1000X)referentesàsformasepimastigotasmensuradasdacepaSI 5deT. cruzi . Asbarrasrepresentam10µm.

41

(1)(2)(3)(4)(5)

(6)(7)(8)(9)(10)

(11)(12)(13)(14)(15)

(16)(17)(18)(19)(20)

(21)(22)(23)(24)(25)

(26)(27)(28)(29)(30) Figura22 .Fotomicrografias(1000X)referentesàsformasepimastigotasmensuradasdacepaSIGR 3de T. cruzi .Asbarrasrepresentam10µm.

42

(1)(2)(3)(4)(5)

(6)(7)(8)(9)(10)

(11)(12)(13)(14)(15)

(16)(17)(18)(19)(20)

(21)(22)(23)(24)(25)

(26)(27)(28)(29)(30) Figura23 .Fotomicrografias(1000X)referentesàsformasepimastigotasmensuradasdacepaSI 8de T. cruzi . Asbarrasrepresentam10µm.

43

Osresultadosreferentesàavaliaçãomorfométricade30formasepimastigotasdascepas

SI 5,SI 8eSIGR 3,estãorepresentadosnasTabelas12,13e14.

OsparâmetrosmorfométricosmédiosdasformasepimastigotasdascepasSI 5,SI 8eSIGR 3 de T. cruzi nomeioLITestãorepresentadosnaTabela15.Ovalordesignificânciaparaasformas epimastigotasestárepresentadonaTabela16.

Tabela12.Resultadodaanálisemorfométricade30formasepimastigotasnacepaSI 5de T. cruzi ,obtidasde meioLIT. Valores(µm) ParâmetrosMorfométricos Mínimo Máximo Média±DP Comprimentototaldocorpo 18,46 38,89 28,56±5,43 Larguradocorpo 1,66 3,32 2,43±0,42 Áreadocinetoplasto ∗ 0,45 1,15 0,71±0,16 Áreadonúcleo 2,05 4,62 3,08±0,66 DistânciaPN 4,56 11,67 7,11±1,88 DistânciaNA 13,01 27,73 20,96±3,24 Índicenuclear 0,24 0,54 0,34±0,07 ∗µm 2

Tabela13.Resultadodaanálisemorfométricade30formasepimastigotasnacepaSI 8de T. cruzi ,obtidasde meioLIT. Valores(µm) ParâmetrosMorfométricos Mínimo Máximo Média ±SP Comprimentototaldocorpo 12,11 30,80 21,96±3,36 Larguradocorpo 1,24 2,91 2,07±0,39 Áreadocinetoplasto ∗ 0,31 0,85 0,55±0,11 Áreadonúcleo 1,22 3,67 2,34±0,52 DistânciaPN 2,19 6,85 4,57±1,19 DistânciaNA 9,47 26,50 17,31±3,02 Índicenuclear 0,15 0,45 0,27±0,07 ∗µm 2

44

Tabela14.Resultadodaanálisemorfométricade30formasepimastigotasnacepaSIGR 3de T. cruzi ,obtidas demeioLIT. Valores(µm) ParâmetrosMorfométricos Mínimo Máximo Média±DP Comprimentototaldocorpo 15,47 35,05 26,17±4,65 Larguradocorpo 1,64 3,45 2,40±0,44 Áreadocinetoplasto ∗ 0,24 0,93 0,53±0,14 Áreadonúcleo 1,68 20,50 2,93±1,21 DistânciaPN 3,63 10,41 6,83±3,55 DistânciaNA 12,37 26,73 19,28±1,63 Índicenuclear 0,21 0,54 0,36±0,07 ∗µm 2

Tabela15.ParâmetrosmorfométricosmédiosdasformasepimastigotasnascepasSI 5,SI 8eSIGR 3deT. cruzi , obtidasdemeiodeculturaLIT(n=30). ValoresMédios ParâmetrosMorfométricos SI 5 SI 8 SIGR 3 Comprimentototaldocorpo 28,56 a 21,96 a 26,17 a Larguradocorpo 2,43 a 2,07 a 2,40 a Áreadocinetoplasto ∗ 0,71 a 0,55 a 0,53 a Áreadonúcleo 3,08 a 2,34 a 2,93 a DistânciaPN 7,11 a 4,57 a 6,83 a DistânciaNA 20,96 a 17,31 a 19,28 a Índicenuclear 0,34 a 0,27 a 0,36 a ∗µm 2 Letrasiguais=diferençaestatística Os resultados das mensurações das organelas das formas epimastigotas de T. cruzi das cepasSI 5,SI 8,SIGR 3foramrepresentadosnafigura24demodo afacilitaravisualizaçãodas distinçõesentreasmesmas.

45

CT SIGR3 30,00 LC 3,50 SI8 3,00 25,00 SI5 2,50 20,00 2,00 15,00 1,50

10,00 1,00 Valores(um) Valores(um) 0,50 5,00

0,00 0,00 AC NA IN SIGR3 SI8 SI5 ParâmetrosMorfométricos:Áreadocinetoplasto ParâmetrosMorfométricos:Comprimento (AC),Áreadonúcleo(NA)eÍndicenuclear total(CT)eLarguradocorpo(LC) (PN/NA)

Figura24 .Resultadodamorfometriaefetuadacom30formasepimastigotasdascepasSIGR 3,SI 8eSI 5 referenteaocomprimentototalelarguradocorpoeáreadocinetoplasto,áreadonúcleoeíndicenuclear. Tabela16.AnáliseestatísticapormeiodeTesteTukey–KramerMultipleComparisons(ANOVA paramétrico)referenteàsmensuraçõesdasformasepimastigotas(SI 5,SI 8eSIGR 3)de T. cruzi . Parâmetros Valor PSignificância Comprimentototaldocorpo P<0,0001*** Larguradocorpo P=0,0014** Áreadocinetoplasto P<0,0001*** Áreadonúcleo P=0,0027** Distânciaanterioraonúcleo P=0,0002*** Distânciaposterioraonúcleo P<0,0001*** Índicenuclear P<0,0001*** **muitosignificativo( P <0,001) ***extremamentesignificativo( P <0,0001)

46

5.3 Estudodeformasamastigotasnosangueperiféricode camundongosBALB/c

No pico parasitêmico da infecção, durante a caracterização morfológica de formas tripomastigotas sanguíneas, foram observadas formas amastigotas da cepa SI 8 de T. cruzi na circulação periférica dos camundongos BALB/c (camundongos 1 e 4), assim como em monócitos,neutrófiloseeosinófilos.Omecanismodeinteriorizaçãocorrespondeaumprocesso de fagocitose induzida, de que participam tanto o parasito como a célula hospedeira, sendo precedidapelaaderênciadostripomastigotasàmembranadomacrófagoououtrascélulas.Todas ascélulascultivadasdemamíferossãopassíveisdeinvasãopor T. cruzi ,porémapenasasformas tripomastigotas podem penetrar em elementos que não desenvolvam atividade fagocitária. A eficiênciacomqueissosedádependedanaturezadacélulaedalinhagemdotripanossoma.

Figura25:FormasamastigotasdacepaSI 8de T. cruzi emmonócitodecamundongoBALB/c(1000X).Aseta indicaaformaamastigotaeabarrarepresenta1µm.

Figura26.FormasamastigotaslivresdacepaSI 8de T. cruzi nosangueperiféricodecamundongoBALB/c (1000X).Asetaindicaaformaamastigotaeabarrarepresenta1µm.

47

Figura27.FormaamastigotadacepaSI 8de T. cruzi emeosinófilodecamundongoBALB/c(1000X).Aseta indicaaformaamastigotaeabarrarepresenta1µm.

Figura28.FormaamastigotadacepaSI 8de T. cruzi emneutrófilodecamundongoBALB/c(1000X).Aseta indicaaformaamastigotaeabarrarepresenta1µm.

Figura29.FormaamastigotadacepaSI 8de T. cruzi emmonócitodecamundongoBALB/c(1000X).Aseta indicaaformaamastigotaeabarrarepresenta1µm.

48

5.4 Célulasobservadasduranteinfecçãoexperimentalpor T. cruzi

A B

CD Figura30.Diferentescélulasem esfregaçossanguíneosdecamundongoBALB/cduranteinfecçãochagásica experimentalpor T. cruzi (1000X).A–Linfócito;B–Basófilo;C–CélulaemmitoseeD–Eritrócito.As barrasrepresentam10µm. 5.5 CaracterizaçãoMolecular Aamplificaçãododomíniodivergente24SαrRNA,HSP60eGPIpormeiodatécnica tripladePCR,resultaemprodutosde110–125pb,432–462pbe1264pbrespectivamente. Essa técnica é utilizada para a caracterização de cepas isoladas de humanos, triatomíneos e animaisreservatórios,eindicaaexistênciadeheterogeneidadeentreisoladosde T. cruzi (LEWIS etal.,2009;ZINGALESetal.,2009). A análise de heterogeneidade genética da fração 24Sα do rRNA (LSU – rDNA) demonstrouqueascepasSI 8,SI 5eSIGR 3amplificaramDNAde125pb(Figuras31e33).O

49 produtodogeneHSP60amplificadomostroufragmentosentre432–462pb,apresentandouma bandanogeldeagarose1%(Figura32e35).ParaogeneGPIobservousefragmentosde1264 pb,comapresençadetrêsbandasnogeldeagarose3%(Figuras31e34).Essesresultadosestão de acordo com os encontrados na literatura (LEWIS et al., 2009; ZINGALES et al., 2009) e classificam T. cruzi comopertencentesaogrupoII.Osresultadosdosprodutosdaamplificação pelatécnicadePCRsãomostradosnasFiguras31,32,33,34e35.

M123456

1264pb 800pb

350pb

150pb 125pb 100pb

50pb

Figura31 .Análisedodimorfismogenéticodafração24S αααdorRNAeGPIdeT. cruzi porPCReeletroforese emgeldeagarose3%coradocombrometodeetídeo.1e2correspondemàsamostrasSI 8eSIGR 3paraa fração D7 (125 pb). 3 (SI 8) e 5 (SIGR 3) são referentes ao GPI não digerido demonstrando bandas de aproximadamente 1264 pb. 4 (SI 8) corresponde ao GPI digerido e mostra 754 pb para a primeira banda seguida de 513 pb. 6(SIGR 3)GPIdigeridomostra592pbparaaprimeirabanda seguida de 526 pb. A presença de bandas múltiplas é uma característica do gene GPI. A primeira coluna corresponde ao peso molecular50pbDNALadder(Fermentas).

50

M1234

1500pb

500pb 432462pb

75pb Figura 32 . Análise do dimorfismo genético do gene HSP60 de T. cruzi por PCR e eletroforese em gel de agarose1%coradocombrometodeetídeo. 1e2correspondemàamostranãodigeridaSI 8,3e4àamostra digeridaSIGR 3.Ambasasamostrascorrespondemafragmentosentre432462pbespecíficoparaessegene.A primeiracolunacorrespondeaopesomolecular1KbPlus(Fermentas).

M1 23

2652pb

150pb 125pb 100pb 110pb

50pb

Figura33 .Análisedodimorfismogenéticodafração24S αααdorRNAdeT. cruzi porPCReeletroforeseemgel deagarose3%coradocombrometodeetídeo.1e2correspondem às amostras controles T.m e T. lenti, respectivamente,paraafraçãoD7(110pb).3éreferenteàamostraSI 5paraafraçãoD7(125pb).Aprimeira colunacorrespondeaopesomolecular50pbDNALadder(Fermentas).

51

M 1 2 3 456

1264pb

50pb

Figura34 .AnálisedodimorfismogenéticodafraçãoGPIdeT. cruzi porPCReeletroforeseemgeldeagarose 3%coradocombrometodeetídeo.2e4correspondemàsamostrascontrolesT.meT.lenti,respectivamente, e 6 (SI 5) serefereafraçãoGPInãodigerido,demonstrandobandasdeaproximadamente1264pb.1e3 correspondem as amostras controles T.m e T. lenti e 5 (SI 5)serefereafraçãoGPIdigeridoindicandoa presençadebandasmúltiplas,característicasdogeneGPI.Aprimeiracolunacorrespondeaopesomolecular 50pbDNALadder(Fermentas). M1 2 3 4 5 6

1500pb

500pb 432 –462pb

75pb Figura 35 . Análise do dimorfismo genético do gene HSP60 de T. cruzi por PCR e eletroforese em gel de agarose 1% corado com brometo de etídeo. 1 e 3 correspondem às amostras controles T.m e T. lenti, respectivamente,5(SI 5)afraçãonãodigeridasdoHSP60.2e4correspondemàsamostrascontrolesT.meT. lentie6(SI 5)a fraçãodigeridadafraçãoHSP60.Asamostrascorrespondemafragmentosentre432462pb específicoparaessegene.Aprimeiracolunacorrespondeaopesomolecular1KbPlus(Fermentas).

52

5.6 EstudoHistopatológico Foram examinados cortes de tecidos e órgãos de camundongos BALB/c experimentalmenteinfectadoscomascepasSI 5,SI 8eSIGR 3de T. cruzi .Essesanimaisforam eutanasiadosemdiferentesdiasdafaseaguda(7 °,10 °,14 °,20 °e30 °dias)ecrônica(150 °e 180 °dias)dainfecção. Nos cortes histológicos de coração, fígado, baço e músculo esquelético, foi observada reaçãoinflamatóriadiscreta,nãosendoverificadasalteraçõessignificativasquandocomparadas comocontroleemtododecorrerdainfecção.Ninhosdeamastigotasnãoforamobservadospara ascepasestudadas.Asfiguras36a39sãoreferentesàcepaSI 5,oscorteshistológicosdascepas

SI 8 e SIGR 3 não mostraram ninhos de amastigotas e por não apresentarem diferenças histopatológicasparaacepaSI 5,nãoforamrepresentados.

A B Figura36.Corteshistológicosdecoração. A. Camundongocontrole(100X). B. Reaçãoinflamatóriadiscreta emcamundongoinfectadocomacepaSI 5 de T. cruzi ,180ºdiasdeinfecção(100X). 53

A B

Figura37.Corteshistológicosdebaço. A. Camundongocontrole(100X). B. Camundongoinfectadocoma cepaSI 5 de T. cruzi ,180ºdiasdeinfecção(100X).

A B Figura 38. Cortes histológicos de fígado. A. Camundongo controle (200 X). B. Reação inflamatória perivascular e degradação citoplasmática dos hepatócitos em camundongo infectado com a cepa SI 5 de T. cruzi ,180ºdiasdeinfecção(100X).

A B Figura 39. Cortes histológicos de músculo esquelético. A. Camundongo controle (200X). B. Camundongo infectadocomacepaSI 5 de T. cruzi ,180ºdiasdeinfecção(200X).

54

6. Discussão

6.1 EstudoBiológico Emhospedeirosvertebradossusceptíveisao T. cruzi ,ocursodainfecçãoétípico,ondeo parasito apresentase como formas amastigotas intracelulares e tripomastigotas sanguíneas (TYLER e ENGMAN, 2001). Entretanto, é extremamente variável sofrendo influência de inúmerosfatores,ligadosaohospedeiro,aomeioambienteeàpopulaçãodoparasito(PINTOet al., 1986). Existe diferença intraespecífica, com relação à velocidade de desaparecimento das formassanguíneas,ostripomastigotasfinosoudelgadosdesaparecemrapidamentenacirculação, poisosmesmospertencemaogrupodostripanossomosquemaisfacilmentepenetramdiferentes tiposcelulares“ in vivo ”e“ in vitro ”(BRENER,1977).Emoposição,parasitoslargospossuem capacidadedepenetraçãoreduzidaemcélulasdohospedeiro(PINTOetal.,1986). Devemosressaltaralgunsaspectosligadosàparasitemiaprovocadapelascepasestudadas. Podesernotado,deinício,umagrandevariaçãodeparasitemianosanimaisinoculadoscom T. cruzi , não havendo, aparentemente, relação entre o número de tripomastigotas sanguíneos inoculadoseosníveisiniciaisdeparasitemia,umavezqueoinóculofoipadronizadoemtodasas cepasestudadas(5x10 3).Apesardealgumasvariaçõesobservadas,asparasitemiaspuderamser evidenciadasemantidasnascepasestudadas.Considerasequeessesresultadospodemauxiliaro isolamentodecepasde T. cruzi paraestudossemelhantesaosreferidosnestetrabalho. As cepas estudadas apresentaram períodos prépatentes relativamente curtos. Assim as cepas SI 5 e SIGR 3 mostraram período prépatente de 11 dias, já para a cepa SI 8, esse período oscilouentredoise21dias(Tabelas1,2e3) . Essemesmocomportamentofoiobservadopor SchlemperJr.etal.(1986)aoestudarcepasdeorigemsilvestreprovenientesdeSantaCatarina. Martins(2008)aoestudarcepasisoladasdovetor T. rubrovaria coletadosnoDistritodeQuaraí RioGrandedoSul,tambémobservouperíodoprépatentecurto,oscilandoentre5e7dias. AvariaçãodaparasitemiaemanimaisinoculadoscomamostrasdeT. cruzi écomentada por vários autores, tais como BARRETO (1965); BELDA NETO (1973); ANDRADE (1974); BELDA NETO et al. (1975); SCHEMPER Jr. et al. (1986); BARATA et al. (1988); PINTO (2000),tantoparaasamostrasisoladasdehumanos,animaissilvestresouvetor.Martins(2008) 55 aoestudaramostrasisoladasde T. rubrovaria observouvariaçãodaparasitemiaentre21–31 dias.

Neste estudo verificouse que a parasitemia máxima variou entre as cepas SI 8, SI 5 e 3 SIGR 3.AparasitemiamáximaparaacepaSI 5foiatingidano35 °dia(139,95x10 formas),para 3 3 acepaSI 8foino37 °dia(37,32x10 formas)eparaacepaSIGR 3no32 °dia(30,11x10 formas) (Tabelas1,2e3). Asdiferentescurvasqueexpressamosperfisparasitêmicosnastrêscepasmostramque houvegrandevariabilidadeindividualnosanimaisinoculados(Figuras9,10e11).Essavariação no comportamento é observada com freqüência quando se isola uma nova cepa do parasito, estando relacionado diretamente à estabilização da relação existente entre o parasito e o hospedeirovertebrado(ALBUQUERQUE,2001). SegundoSOGAYARetal.(1993)amédialogarítmica(Mlog)éomelhorparâmetropara expressar a parasitemia quando os dados apresentam grande variabilidade como ocorreu neste estudo, por isso empregouse a média logarítmica dos valores médios de parasitemia para as cepasetraçouseacurvaqueseobservanaFigura12. Aduraçãodafaseagudavariouconformeacepa,entreosanimaisinoculadoscomuma 3 mesmacepaemesmoinóculo(5x10 formas/0,3mL).AscepasSIGR 3 eSI 8apresentaramafase agudarelativamentecurta,entre0816e05–21diasrespectivamente.JáparaacepaSI 5afase agudaosciloude1920dias(Tabelas1,2e3). ApatogenicidadeparaohospedeirovertebradoéumcarátermarcantedeT. cruzi eoseu grau de agressividade varia com a cepa em estudo. Assim, algumas cepas podem mostrarse bastante patogênicas e outras pouco ou destituídas de agressividade (ANDRADE, 1974). Nas cepasSI 5,SI 8eSIGR 3,ograudeagressividadeparaanimaisdelaboratóriomostrousevariável. Oíndicedeletalidadeparaanimaisdelaboratório,inoculadoscomasdiversascepasde T. cruzi tem se mostrado bastante variável (BELDA NETO, 1973; ANDRADE, 1974; MAGALHÃES et al., 1985; BARATA et al., 1988; CARNEIRO et al., 1991; GOMES et al., 1995;ALBUQUERQUE,2001).Nesteestudooíndicedeletalidadefoinuloparatodasascepas. Os camundongos foram eutanasiados com 180 dias de infecção e não apresentavam formas tripomastigotasnosangueperiférico. Os experimentos desenvolvidos mostraram perfis parasitêmicos distintos, as curvas apresentaramdiferençasemseusperíodosprépatentesepatenteenosseuspicosparasitêmicos

56 alcançados. Brener (1965) relata para a cepa MR parasitemias altas e irregulares que se conservam até o segundo mês de infecção quando diminuíam. Esse conjunto de informações parecesugerirqueinicialmenteexistamdentrodealgumascepas,subpopulaçõesquedealguma formainteragementresi,permitindoparasitemiasirregularesesobrevidadosanimais. Frente aos dados apresentados podese sugerir que as características estabelecidas para umacepa,emlaboratório,aolongodosanos,seriaaresultantedainteraçãodocomportamentode vários clones por terem se beneficiado de determinadas condições de manuseio, tiveram sua expressão perpetuada de forma marcante em relação às demais subpopulações anteriormente presentes. Transformações no comportamento biológico das cepas de T. cruzi podem ocorrer durantearealizaçãoderepiquessucessivosemcamundongos,ondeascondiçõesdemanutenção dolaboratórioagiriamcomomeioselecionador (DEARAÚJOeCHIARI,1988).

Oestudobiológico(Biodema)mostrouqueascepasdeSantoInácio(SI 5,SI 8eSIGR 3), pertencemao TipoBiológico III e Zimodema1(ANDRADE,1974). Esse grupopossui como característicaapredominânciadeformaslargaseintermediáriasnosangueperifériconodecorrer dainfecção experimental.Opicoparasitêmicoocorreporvoltado25 ° 30 °diaouapós esse períodoeosanimaisapresentambaixamortalidade. Esse estudo corrobora com os dados da literatura, uma vez que, a maioria das cepas isoladas no Nordeste é classificada como Biodema III e Zimodema 1 (ANDRADE e MAGALHÃES,1997).

57

6.2 EstudoMorfológico AformatripomastigotadeT. cruzi ,parasitadohomemedediversosoutrosmamíferos, pode apresentar variações na morfologia, conforme assinalado por Chagas em 1909. Esse fenômenofoiconsideradocomoexpressãodeumadiferenciaçãosexual,quenãofoiaceitopela maioriadosautores.ParaBrumpt(1912)asformaslargasrepresentariamformasevolutivasmais adultas que derivariam de formas delgadas mais jovens presentes no sangue. Já para Meyer e Oliveira(1948)orompimentoprecocedascélulasparasitadasliberariaformasdelgadasaopasso que o prolongamento da permanência dos tripanossomas nas células daria origem às formas largas. Segundo Silva (1959) a inoculação, em camundongos, de apenas formas largas daria origemainfecçõesemqueseriamencontradasformaslargas,intermediáriasemesmodelgadas (finas). Devido à grande variabilidade das formas tripomastigotas sanguíneas ao longo da infecção experimental em animais, essas têm sido classificadas em formas delgadas (finas), intermediárias,largasemuitolargas(BRENEReCHIARI,1963;SCHLEMPERetal.,1986). Diversas denominações foram propostas de modo a caracterizar as diferenças quanto à largura e ao comprimento das formas tripomastigotas de T. cruzi . As denominações: fina, intermediária elargautilizadasnesteestudoseguematerminologiautilizadaporSilva(1959), embora a definição precisa do que cada autor refere como forma tripomastigota curta/longa, fina/largaouintermediáriaaindaédiscutida.Comoobjetivodecontribuirparaacaracterização morfológicadascepasSI 5,SI 8eSIGR 3 asmesmasforammensuradas.

OaspectomorfológicodeformastripomastigotassanguíneasdascepasSI 5,SI 8eSIGR3, apresentouse semelhante aos caracteres exibidos por outras cepas de T. cruzi : flagelo relativamente pequeno, apresentandose com aspecto de C ou S itálico, núcleo central ou subcentral,cinetoplastoarredondadoouovóide,grandeedelocalizaçãoterminalousubterminal, membranaondulantedelicadaecompequenonúmerodeondulaçõeseflagelolivrerelativamente curto(Figuras13,14e15).

As cepas (SI 5, SI 8 e SIGR 3) estudadas morfologicamente foram caracterizadas como formascurtasparacomprimentototalmédiodocorpoeintermediáriasparalargura(Tabela5), comvaloresquevariamparacomprimentototalentre19,6–24,7 melarguradocorpoentre1,4

58

–2,1 m.OsresultadosobtidosnesteestudoestãodeacordocomaquelesobtidosporROSSIem 2007.

O estudo biométrico das cepas SI 5, SI 8 e SIGR 3 apresentou pequena variação no comprimento total médio, largura média do corpo e índice nuclear, conforme se observa na Tabela10.AsvariaçõesestãoemconformidadecomasencontradasporFerriollietal.(1968), BrenereChiari(1963)eBeldaNeto(1973).Osresultadosobtidosnesseestudoestãodeacordo com a literatura onde tripomastigotas sanguíneos intermediários e largos têm predominado na maioria das cepas isoladas de humanos, triatomíneos e mamíferos silvestres (BRENER e CHIARI,1963;ANDRADE,1974;PINTO,2000). As formas delgadas são caracterizadas por apresentarem o cinetoplasto relativamente afastado da extremidade posterior, corpo com aspecto sinuoso, flagelo livre curto e o núcleo difuso. Formas largas apresentam o cinetoplasto bastante próximo da extremidade posterior, o núcleoéovóideemaisdensoeoflagelolivremaislongo.Asformasintermediáriaspossuem caracteresintermediários(ROSSI,2007). AcepaY,isoladaporxenodiagnóstico,deumcasohumano(SILVAeNUSSENZWEIG, 1953) tem como característica o predomínio de formas delgadas no início da fase aguda, apresentando, posteriormente, as formas largas (ANDRADE, 1974). A cepa CL, isolada por Brener e Chiari (1963), a partir de fezes de T. infestans provenientes do município de Encruzilhadas, Rio Grande do Sul, apresenta predominância de formas largas e muito largas sugerindoosautoresqueessepadrãomorfológicopossarepresentarumacaracterísticaregional. Asformaslargasapresentamocinetoplastolocalizadonaporçãoterminalousubterminal, núcleoarredondadocomtendênciaàlocalizaçãoanterior,citoplasmaintensamentevacuolizadoe flagelo mais longo, mas essas formas foram pouco observadas. Brener e Chiari (1963) registraramessepadrãodecomportamentoemtrêscepasde T. cruzi obtidasapartirdefezesde T. infestans provenientes de localidades diferentes do Rio Grande do Sul e classicamente conhecidasporFL,CLeMR. Segundo SILVA (1959) o que mais caracteriza a forma delgada (fina) é a posição relativamenteafastadadocinetoplastodaextremidadeposterior,oaspectosinuosodocorpodo parasito,oflagelocurtoeonúcleodifuso.Essasformasforamobservadascommaiorfreqüência naamostraSI 8,emboraamesmaapresentassepredomíniodeformasintermediárias(Figura17).

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Emrelaçãoàvariaçãodecomprimentototaldocorpodo parasito,ZeledoneVieto(1958) observaramvaloresentre17,5e25µmcommédiade21,5µmaoestudaremumaamostraisolada de .SegundoFerriolietal.(1968)esseslimitesvariaramentre12,2µme25,0 µm com comprimento médio de 18,6µm. Desse modo, os dados obtidos neste trabalho se encontram dentro desses valores, embora pequenas diferenças possam ocorrer decorrentes da metodologiaempregada(câmaraclara,microprojetoreanalisadordeimagemrespectivamente). DeacordocomahipótesedeZeledoneVieto(1958)haveriaumacorrelaçãoentreovalor doíndicenuclearmédioeavirulênciadacepa.Aadaptaçãodeumacepaadadohospedeiroseria acompanhadadediminuiçãodaagressividadeedamigraçãodonúcleoparaaparteposteriordo flagelado,resultandoadiminuiçãodoíndicenuclearmédio.Dessemodo,quantomenorfosseo índicenuclear,tantomenorseriaapatogenicidadedacepa.OsdadosdeFerriolietal.(1968)não confirmamessahipótese,umavezquedascepasdeorigemhumanaporeleestudadas,acepaYé a que apresenta maior agressividade para camundongos e com menor valor de índice nuclear, 0,93µm,e,acepaLAOS,quenãoinfectacamundongos,apresentaíndicenuclearcomvalordos maiselevados,1,39. OsresultadosobtidosnesteestudonãoconfirmamahipótesedeZeledoneVieto(1958), umavezqueacepaSI8apresentoumenoríndicenuclear(0,62)einfectividadede100%paraos camundongos,seguidadacepaSI 5(0,64) eSIGR 3(0,70)ambascomíndicesnuclearesmaiorese 80%deinfectividade(Tabela5). Belda e Neto (1973) estudando várias cepas de origem humana verificaram não existir correlaçãoentreosíndicesnuclearesmédiosdessascepaseaagressividadedasmesmas.Oautor verificouqueumacepaqueapresentouomenoríndicenuclearmédio(0,90µm)mostrousetão patogênicaparacamundongosquantaoutracomomaioríndicenuclearmédio(1,32µm)porele observado. Vários autores trabalhando com cepas isoladas de casos humanos e de triatomíneos obtiveramíndicesnuclearesvariandoentre1,04e1,6(FERRIOLLIetal.,1968).Deacordocom oexpostonesteestudo,nãohouveestreitacorrelaçãoentreocomprimentototalmédiodocorpo, larguradocorpoeíndicenuclear.

OsresultadosdasmensuraçõesdascepasSI 5,SI 8eSIGR 3 mostrarampolimorfismodas formas tripomastigotas sanguíneas, embora com predominância de formas intermediárias no decursodainfecçãoexperimental.

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A forma tripomastigota na população de flagelados de uma cultura resulta na metamorfose de formas epimastigotas. Epimastigotas estes típicos com corpo largo e longo, núcleoesférico, cinetoplastoemhaste anterior aonúcleoe flagelolivre longo(ROSSI,2007). Durante um período curto precedendo a fase estacionária da cultura, observouse uma grande variabilidadedeformasintermediáriasentreepimastigotasetripomastigotas,apresentandocorpo delgado,núcleofusiforme,cinetoplastoarredondadoeposterioraonúcleoeflagelocurto. Este trabalho mostrou que o cinetoplasto ocupa distintas localizações nas formas epimastigotas obtidas de meio de cultura LIT, Figura 20 (a – c), onde o mesmo se encontra anterioraonúcleoeFigura20(d)comcinetoplastoposterioraonúcleo(formatripomastigota). Sugereseapartirdessasobservaçõesqueaposiçãodocinetoplastopodeserinterpretadacomo transformação das formas epimastigotas para tripomastigotas. Tais transformações estão de acordocomapropostadeBrumpt(1912)eosexperimentosdeCamargo(1964). Rossi,em2007,realizouestudobiométricode formas epimastigotasdeT. cruzi eseus resultados foram utilizados neste trabalho como padrão numérico. Foram usadas como parâmetrosasmédiasdocomprimentototal,larguraeíndicenuclear.AscepasmensuradasSI 5,

SI 8 e SIGR 3, mostraram respectivamente formas intermediária/intermediária/baixo, curto/intermediário/baixoecurta/larga/baixoparaosparâmetrosdescritosacima. Asobservaçõesdestetrabalhopermitiramdemonstrar,comojáhaviafeitoSilva(1959) emalgumascepas,queemboraodimorfismoseapresente,emmaioroumenorgrau,emtodasas fasesevolutivasdainfecçãoexperimental,existepredominânciadeumadasdiferentesformas, istoé,largas,intermediáriasoudelgadas(finas),descritasparao T. cruzi . O significado geral desse polimorfismo ainda não foi suficientemente investigado, desconhecendoseseeleexpressaumdiferentecomportamentobiológicodascepasousereflete apenas a existência de um “complexo” morfológico a exemplo do que ocorre com outros tripanossomas(BRENEReCHIARI,1963;ANDRADE,S.G.etal.,1997). Aoquepareceosváriosaspectosbiológicosemorfológicosdascepasde T. cruzi podem estarnadependênciadeváriosfatores,inclusiveoshospedeirosquepodemfuncionarcomoum meioseletivo,eemsetratandodeseresdedivisãoassexuada,poderíamosdizerqueascepassão frutos de clones selecionados em função de diferentes variantes que se pode encontrar numa relaçãoparasitohospedeiroambiente.

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6.3 Estudodeformasamastigotasnacirculaçãoperiféricade camundongosBALB/c

Os resultados referentes ao encontro de formas amastigotas na cepa SI 8 de T. cruzi confirmamosexperimentosdeCarlosChagasem1909,ondeopesquisadorrelataoencontrode formasintraglobulares(amastigotas)de T. cruzi emcélulasdosangueperiféricodevertebrados. Segundooautoroaspectomorfológicodasformasamastigotasévariável,encontrandoseparcial ou inteiramente incluída em células dos hospedeiros e livres no plasma. Chagas afirma que a penetraçãodeformastripomastigotasde T. cruzi emcélulasnoiníciodainfecçãoemhospedeiros vertebradospodeseracondiçãobiológicadocicloevolutivodesteprotozoário. SegundoBreneretal.(2000),duranteociclodevidade T. cruzi ,apósaproximadamente cinco dias de infecção pelo parasito, quando a célula hospedeira contém até cerca de 500 amastigotas, iniciase um processo quase que sincrônico de transformação das formas amastigotasemtripomastigotas.Logoqueasformasadquiremumflagelo mais longo, iniciam um movimento intenso, que, aparentemente, é o responsável pela rotura da célula hospedeira,com,liberaçãodemuitostripomastigotas,eemcertoscasos,formasamastigotasno espaçointercelular.Osdadosdisponíveissugeremqueasformastripomastigotaseamastigotas de T. cruzi possuem capacidade de infectar outras células no próprio ambiente onde foram liberadas,ouatingiracorrentecirculatóriaedistribuirseportodooorganismo. Os resultados obtidos neste estudo mostramse necessários, uma vez que os dados da literatura sugerem que formas tripomastigotas de T. cruzi podem potencialmente penetrar em qualquertipocelularencontradonolocaleaísedesenvolver,excetoemneutrófiloseeosinófilos (BRENER et al, 2000). Entretanto, os dados mostrados apontam para a penetração de formas tripomastigotas de T. cruzi em células como, eosinófilos, monócitos e neutrófilos em camundongosBALB/cparaacepaSI 8isoladade T. sordida ,coletadanoperidomicílioemSanto Inácio(BA).

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6.4 EstudoHistopatológico Linhagensdoprotozoário T. cruzi devemserdescritaspormeiodecaracterísticasbiológicas e genéticas (ANDRADE e MAGALHÃES, 1997). Os resultados referentes à caracterização biológicaclassificaramascepasdeSantoInáciocomopertencentesaoBiodemaIIIeZimodema 1de T. cruzi .CepasinseridasnesseBiodema/Zimodemaestãoassociadasaociclosilvestrede transmissão da doença de Chagas, podendo ocorrer em pacientes dos Estados do Norte e NordestedoBrasil(MILESetal,1980). Andrade (1985) realizou um estudo com 200 camundongos infectados cronicamente e demonstrouquecepasinseridasnoBiodemaIIIeZ1sãomaispatogênicas,determinandolesões namusculaturaesqueléticaeparasitismo.Alteraçõeseletrocardiográficasforammaisfreqüentese intensas nas cepas classificadas nesse Biodema. Lesões cardíacas também ocorreram na fase crônica de camundongos infectados com cepas do Biodema I e II, assim como determinam envolvimentodecélulasneuronais(ANDRADE,1974;ANDRADEeANDRADE,1966). Souzaetal.(1996)observaramalteraçõesinflamatóriasemcélulasganglionaresdosistema nervoso autônomo em cepas pertencentes ao Biodema I, II e III. Estudos experimentais têm demonstradoquediferentescepasde T. cruzi podemdeterminarlesõestissularespeculiareseessa peculiaridade pode ser conseqüência de um tropismo específico por diferentes células de mamíferos(macrófagos,músculoesquelético,cardíacoeneurônios). Cepas de T. cruzi podem determinar diferentes reações celulares, assim como, respostas imunológicasdiversasquedependem, emparte,domodeloanimalutilizadoedalinhagemdo parasito (ANDRADE, 1984). Os resultados obtidos neste estudo apontam reação inflamatória discreta, não sendo observados ninhos de amastigotas e alterações significativas quando comparadascomocontroleemtododecorrerdainfecção.Provavelmenteesseresultadopodeser devidoàbaixaparasitemiaapresentadapelosanimaisinoculadoscomascepasSI 5,SI 8eSIGR 3 de T. cruzi ,oquedificultouoencontrodeformasamastigotasnoscorteshistológicosdecoração, fígado,baçoemúsculoesqueléticodacoxadoscamundongosBALB/c. A ampla distribuição e a diversidade das cepas de T. cruzi causam dificuldade na interpretação das diferentes manifestações clínicas da doença de Chagas. É provável que o predomíniodomesmoBiodemaeZimodemaemdeterminadaregiãopodeestarrelacionadocom asprincipaismanifestaçõesdadoençanestaárea(ANDRADEeMAGALHÃES,1997).

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6.5 EstudoMolecular Desde a descrição do T. cruzi por Chagas (1909) inúmeras cepas têm sido isoladas de vários hospedeiros de diferentes regiões (DE ARAÚJO e CHIARI, 1988). Alguns trabalhos demonstramaimportânciadomanuseiodessesparasitosemlaboratório.Aheterogeneidadede subpopulçõesqueconstituemascepasde T. cruzi vemsendoavaliadasfrenteaparâmetroscomo cinéticadecrescimentodeepimastigotas,comportamentonovetor,análisesdeesquizodemase zimodemas e DNA, composição antigênica, comportamento em animais isogênicos e infectividade para células de cultura (DVORAK et al., 1980; GARCIA.; DVORAK, 1980; MOREL et al., 1980; DVORAK et al., 1982; BRONGERTZ; DVORAK, 1983; POSTAN et al.,1983; Recentemente,combasenaanálisedasporçõesquecodificamosgenes24SαRNA,GPI eHSP60pormeiodareaçãodePCRascepasde T. cruzi foramdivididasemseisgrupos(LEWIS etal.2009;ZINGALESetal.2009).AsanálisesdoDNAdascepascoletadasemSantoInácioas enquadramnogrupoII,omesmogrupodacepaY,apesardeasmesmasapresentaremdiferenças comportamentais durante a infecção experimental em camundongos, e assim pertencerem a Biodemas diferentes. Os parasitos inseridos nesse grupo estão relacionados ao ciclo de transmissão doméstico nos países da América do Sul, incluindo a Argentina, Brasil, Bolívia, Chile,ParaguaieUruguai(CHAPMAMetal.,1984;MARTINSetal.,2008). Na tentativa de se agrupar os parâmetros morfobiométricos e as características molecularesdediferenteslinhagensde T. cruzi , acomunidadecientífica agrupouasdiferentes cepasemdoisgruposprincipais T. cruzi Ie T. cruzi II(ANONYMUS,1999).Cepasdesignadas T. cruzi IapresentariamZimodema1,BiodemaIIIeLinhagem2,cepasdesignadas T. cruzi II eramequivalentesaoZimodema2,BiodemaIIeLinhagem1.Dessemodo,ascepasSI 5,SI 8 e

SIGR 3 estudadas pertencem ao Grupo I de T. cruzi , uma vez que foram classificadas como pertencentesaoBiodemaIII,Zimodema1eLinhagemII(grupoII). É necessário ressaltar a procedência das três cepas estudadas, ou seja, isoladas de exemplaresde T. sordida (SI 5eSI 8)em2003eporxenodiagnóstico(SIGR 3)aplicadoaumgato noperidomicíliodeumaresidênciaem2006,nomunicípiodeGentiodoOuro,EstadodaBahia. Apesardofatodequeascepastenhamsidoisoladasdehospedeiroseépocasdistintas,aanálise

64 doDNAasenquadranogrupoII,oqueindicaquenesselocalcirculaumamesmaclinhagemde T. cruzi . Triatoma sordida apresenta importantes características que fazem dele um bom vetor, comoacapacidadedecolonizaroperidomicílio(EMMANUELLEMACHADOetal.,2002).A adaptação pelos indivíduos que constituem uma população representa um importante atributo dentrodaunidadeecológica.Devemserponderadasdiferençasquantoaoambientefísico,jáque diferenças ambientais podem influenciar diversos atributos populacionais (CABELLO, 1999). Em1998,Cerqueirarelatousoropositividadepara T. cruzi emSantoInácioeIraquara(BA),esse estudo mostrou que regiões Nordestes do Brasil, possuem características ótimas para o desenvolvimentodeespéciesvetorasdoparasito T. cruzi . Triatoma sordida apresentacaracterísticaspréadaptativasaoecótopodomiciliar,umavez queinsetosadultossão encontradosnoperieintradomicílioderesidências(ALMEIDA etal., 2000). Recentemente, o potencial adaptativo desses insetos a novos ambientes sugere uma plasticidadegenômicaqueémostradapelaaltavariabilidadegenéticaintraespecifica,detectada empopulaçõesdetriatomíneos,pormeiodemarcadoresmoleculares(PACHECOetal.,2007). Este estudo constou da caracterização biológica, morfológica e genética do parasito T. cruzi isoladode T. sordida. Essesdadosmostraram quecepasdaBahiapossuempatogenicidade e infectividade em camundongos BALB/c. Juntos, esses dados demonstram a necessidade de vigilânciaentomológicanaregiãoNordestedoBrasilparapreveniradoençadeChagasnacitada região. O resultado obtido neste trabalho corrobora dados da literatura, uma vez que cepas isoladas na Bahia, São Paulo, Bolívia, Chile e Peru pertencem ao grupo II do T. cruzi (ZINGALESetal.2009).

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7. Conclusões

1. OestudobiológicomostrouqueascepasSI 5,SI 8eSIGR 3 de T. cruzi isoladas emSanto Inácio,pertencemaoBiodemaIIIeZimodema1(GrupoI). 2. O estudo morfológico de formas tripomastigotas sanguíneas mostrou parâmetros intermediáriosparalarguraecurtoparaocomprimento.

3. OvalordoíndicenucleardasformastripomastigotasdascepasSI5,SI 8eSIGR 3nãose mostrouassociadoàinfectividadedacepa.

4. As formas epimastigotas da cepa SI 5 foram classificadas como intermediárias para o comprimentototal.

5. As formas epimastigotas das cepas SI8 e SIGR 3 apresentaramse curtas para o comprimentototal.

6. As formas tripomastigotas das cepas SI 5 e SI 8 foram classificadas como intermediárias

paraalarguraeSIGR 3apresentouselarga. 7. Emrelaçãoaoíndicenuclear,asformasepimastigotasapresentarambaixoíndice,istoé abaixode1,04 m. 8. O estudo de formas amastigotas apontou a presença dessas formas em monócitos, eosinófilos,neutrófilosesangueperiféricodecamundongosBALB/c.

9. AcaracterizaçãomoleculardascepasSI 8,SI 5eSIGR 3de T. cruzi permitiuaclassificação dasmesmascomopertencentesaogrupoII(LinhagemII). 66

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78

9. Anexos

ANEXO1.Omeiodeculturautilizadoparaocrescimentode T. cruzi foio meioLIT (liver infusion tryptose ),desenvolvidoporCamargo(1964)emodificadoporMartinez(2004). Umaporçãodasfezesdostriatomíneosquesemostrarampositivasforaminoculadasemmeiode culturaLITcomodescritoabaixo: MeioLIT (LiverInfusionTryptose)

NaCl...... 4,0g

KCL...... 0,4g

Na 2HPO4...... 8,0g

Glucose...... 2,0g

Tryptose...... 5,0g

Caldodeinfusodefígado...... 5,0g

Haemin(Sigma)...... 25,0mg

Sorofetalbovino...... 100,0mL

ÁguaMilliQ...... 900,0mL

EmerlenmeyerdissolveroNaCl,KCl,Na 2HPO 4,Glucose,TryptoseeCaldodeinfusode fígado em água. Em um béquer pequeno, pesar e solubilizar o Haemin em 0,5 mL de trietanolamina, acrescentar água, homogeneizar com um bastão de vidro e misturar à solução preparadanoerlenmeyer,lavandobemobéquerparaquenãofiqueHaeminnomesmo.Mediro pH com papel indicador Merck e, se necessário, acertar o pH para 7,2 com HCL. Filtrar em membrana0,22µm eacrescentarassepticamente osorofetalbovinopreviamenteinativado em banhomariaa56 °C/1hora. 79

O meio deve ser distribuído em frascos estéreis que serão mantidos na geladeira até o momentodouso.Apósouso,mantêloa28 °C.

ANEXO2. Preparodo Corante Giemsa segundo Rosenfeld paraarealizaçãodoestudo morfológicodeformastripomastigotaseepimastigotasdoparasitoT. cruzi .

Corante Giemsa segundo Rosenfeld

Giemsa(pó)...... 0,97g

MayGrunwald...... 0,53g

MetanolP.A...... 1000mL

Acondicionaremfrascoâmbar.Validade:5anos.

• Materiais: Lâminas,lâminasextensoras,pipetaautomática,ponteiras,lápis,etiquetas, suporteparalâminas,suporteparacoloração,provetas,funis,papeldefiltroeóleodeimersão. • Reagentes: Corante de Giemsa (Azur Eosina Azul de Metileno Segundo Giemsa), Metanol(álcoolmetílico)eÁguadestilada. •Procedimento: Limparalâminacomgazeseca(lâminalavadaedesengordurada).Compipetaautomática aplicar uma gota de sangue (5µL), na extremidade de uma lâmina e com lâmina extensora arrastaressagotaparatrásatéqueorebordodalâminasejapreenchido.Emseguidaimpelira lâminaextensoraparafrenteemumângulodeaproximadamente45 °,emumsómovimentofirme euniforme,semsepararumalâminadaoutra,atéqueosanguefiqueperfeitamentedistribuídona lâmina.Esperarsecar,fixarcomálcoolmetílicoeidentificaralâmina. •Coloraçãodosesfregaços: Colocaralâminacomoesfregaçosobreosuportedecoloração. Cobriralâminacom1mLdocoranteGiemsasegundoRosenfeld. Esperarcincominutos.

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Colocarsobreocorante2mLdeáguadestiladapreviamentefervida,tomandoocuidado de não deixar cair o corante. Homogeneizar, tombando ligeiramente o suporte de coloração. Esperardezminutos. Desprezarocoranteeaáguadestilada. Lavaralâminacomáguacorrente. Limparoversodalâminacomumagaze. Colocaralâminanosuporteparasecar. •Equipamento: As lâminas coradas foram observadas em microscópio óptico comum Carl Zeiss Jena,

Jenamedcomóleodeimersãoparaaavaliaçãoqualitativadasformasencontradasemaumento de 1000 vezes. Após a avaliação qualitativa das formas as lâminas foram observadas em microscópioLeicaLeitzDMRXEacopladoacâmarafilmadoraLeicaDC100paraacapturadas imagensqueforamarmazenadasemensuradasemanalisadordeimagemcomputadorizadoLeica

Qwin,utilizandoosoftwareLEICALIDA(LeicaImageDatabaseandArchiveSystem),cujos passospodemservisualizadosnasfiguras4,5,6,7e8.

81