64º Congresso Nacional de Botânica Belo Horizonte, 10-15 de Novembro de 2013

PALINOLOGIA DE ESPÉCIES DE APLICADA À SISTEMÁTICA

Ana Carolina da S. Fourny 1, Tatiana T. Carrijo 2, Cláudia Barbieri F. Mendonça 1 & Vania Gonçalves- Esteves 1,*

1Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, Brasil, 2Universidade Federal do Espírito Santo, Espírito Santo, Brasil, *[email protected]

apresentar variações no tamanho e distribuição dos Introdução lumens. A análise de agrupamentos revelou seis grupos nítidos: 1. Stylogyne araujoana e S. atra ; 2. Cybianthus A família Primulaceae, pertence à Ordem e glaber ; 3. Stylogyne caratae , S. spruceana , Clavija compreende as subfamílias Maesoideae, , integrifolia e C. spinosa ; 4. Anagallis filiformis , Ardisia Primuloideae e Theophrastoideae com aproximadamente guianensis , A. weberbaueri , Cybianthus cuneifolius e C. 58 gêneros e 2.590 espécies e distribuição pantropical fuscus ; 5. Samolus subnudicaulis e S. valerandi ; 6. [1,2]. No Brasil, a família está representada por cerca de Myrsine altomontana , M. lineata e M. parvula . Apesar das 11 gêneros e 131 espécies, das quais 57 são endêmicas diferenças encontradas na forma e padrão de do território brasileiro [3]. Filogenias com base em dados ornamentação da exina, a análise de ordenação revelou moleculares confirmaram o monofiletismo do grupo após que as medidas de IAP e o tamanho dos grãos de pólen, a nova circunscrição [4]. Pretende-se com o presente são as características mais informativas para revelar os estudo posicionar táxons com afinidades incertas e/ou grupos nítidos formados. Os atributos polínicos confirmar a classificação proposta através de análises permitiram diferenciar todas as espécies analisadas, no filogenéticas. entanto, registra-se a dificuldade na delimitação das subfamílias devido ao compartilhamento de caracteres Metodologia entre elas. No presente trabalho foram analisados os grãos de pólen Conclusões de dezessete espécies de Primulaceae, distribuídas nas respectivas subfamílias: Myrsinoideae: Ardisia guianensis Através dos resultados encontrados, conclui-se que os (Aubl.) Mez, A. webebaueri Mez, A. spruceana Carrijo et atributos polínicos corroboram a ampla circunscrição de al. , Cybianthus alpestris (Warm.) Mez., C. cuneifolius Primulaceae, podendo ser utilizados como dados para Mart., C. fuscus Mart., C. glaber A. DC., Myrsine africana análises futuras. L., M. altomontana M.F. Freitas & Kin.-Gouv., M. congesta (Schwacke ex Mez) Pipoly, Stylogyne araujoana Carrijo et Agradecimentos al, S. atra Mez, S. carautae Carrijo & M.F. Freitas, S. Às agências de financiamento PROAP-CAPES, CNPq e depauperata Mez; Primuloideae: Anagallis filiformis FAPERJ. Cham. & Schltdl, Samolus subnudicaulis A.St.-Hil. ex Compt. e S. valerandi L. e Theophrastoideae: Clavija spinosa Mez e C. integrifolia Mart. & Miq. O material Referências Bibliográficas polínico, proveniente de exsicatas de herbário, foi [1] Angiosperm phylogeny group 2009. An update of the acetolisado, posteriormente mensurado (n=25), descrito e phylogeny group classification for the orders and families of fotomicrografado. Para observar detalhes da superfície e flowering : APG III. Botanical Journal of the Linnean abertura, grãos de pólen não acetolisados foram Society. analisados em microscópio eletrônico de varredura (MEV) [2] Stevens, P.F. 2001 on wards. Site Angiosperm Phylogeny. Versão 12, Julho 2012 [e mais ou menos continuamente e, posteriormente, eletromicrografados. Uma matriz de atualizado]. Acessado 15 outubro de 2012. espécies (n=17) por caracteres (n=15) foi construída e, http://www.mobot.org/MOBOT/research/APweb/. com base nela, foram realizadas análises de [3] Freitas, M.F., Carrijo, T.T. & Bernacci, L.C. Myrsinaceae. In : agrupamento e teste de nitidez de grupos e ordenação Catálago de plantas do Brasil. Instituto de Pesquisas Jardim (PCoA). Botânico do Rio de Janeiro. 2010. . Resultados e Discussão [4] Anderberg, A. A.; Stahl, B. & Kallersjo, M. 1998. Phylogenetic relationships in the Primulales inferred from rbc L sequence data. Os grãos de pólen variaram de pequenos a médios, Systematics and Evolution 211: 93–102. colporados ou colpados apenas nas espécies dos gêneros Myrsine e Samolus ; oblato-esferoidais apenas em Clavija spinosa ; prolato-esferoidais apenas em Ardisia spruceana , prolatos em Cybianthus glaber , Stylogyne araujoana , Stylogyne caratae , Samolus subnudicaulis e ou subprolatos nas demais espécies analisadas. O padrão de ornamentação da sexina variou entre rugulado, granulado e reticulado, podendo