UFSM

Tese de Doutorado

VEGETAÇÃO E MECANISMOS DE REGENERAÇÃO EM

FRAGMENTO DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL

RIPÁRIA, , RS, BRASIL

______

Maristela Machado Araujo

PPGEF

Santa Maria, RS, Brasil

2002

1

VEGETAÇÃO E MECANISMOS DE REGENERAÇÃO EM

FRAGMENTO DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL

RIPÁRIA, CACHOEIRA DO SUL, RS, BRASIL

______

por

Maristela Machado Araujo

TeseapresentadaaoProgramadePósGraduaçãoem

EngenhariaFlorestal,ÁreadeConcentraçãoemSilvicultura,da

UniversidadeFederaldeSantaMaria(UFSM,RS),como

requisitoparcialparaograude

Doutora em Engenharia Florestal

PPGEF

Santa Maria, RS, Brasil

2002

2 UniversidadeFederaldeSantaMaria CentrodeCiênciaRurais ProgramadePósGraduaçãoemEngenhariaFlorestal AComissãoExaminadora,abaixoassinada, aprovaaTesedeDoutorado VEGETAÇÃO E MECANISMOS DE REGENERAÇÃO EM FRAGMENTO DE FLORESTA ESTACIONAL DECIDUAL RIPÁRIA, CACHOEIRA DO SUL, RS, BRASIL

elaboradapor MaristelaMachadoAraújo comorequisitoparcialparaobtençãodograude Doutora em Engenharia Florestal COMISSÃO EXAMINADORA: ______ SolonJonasLonghi,Prof.Dr. (Presidente/Orientador) ______ JoãoOlegárioPereiradeCarvalho,PhD. ______ PauloLuisContentedeBarros,Prof.Dr. ______ MiguelAntãoDurlo,Prof.Dr.

______ DoadiAntônioBrena,Prof.Dr. SantaMaria,04denovembrode2002

3 Dedico aos meus pais Antônio Guido e Beatriz,eaoqueridoGhendy Jr. que acreditaram e apoiaram a elaboração deste trabalho

4 AGRADECIMENTOS Meumaiormedoéesquecerdeagradeceralguémqueemalgum momentodotrabalhofoiimportante,poisnãoéfácildesenvolverumatese sem a participação de muitos amigos, principalmente nas atuais conjunturas.Masvamoslá... No ... Agradeço ao meu orientador Prof. Solon Jonas Longhi, pelas inúmeras vezes que me apoiou; e pela tranqüilidade e paz que me transmitiuparatrabalhar.AomeucoorientadorDoadiAntônioBrenapelo apoioedisponibilidadeparameatendersemprequeprecisei. Aos professores do Departamento de Engenharia Florestal da UFSM, em especial a professora Maísa Pimentel Martins Corder, pelo materialdepesquisaconcedidoeestruturalaboratorial,durantedoisanos de estudo. Aos professores Mauro Valdir Schumacher, Lindolfo Storck, Gelson pelas orientações e Juarez Martins Hoppe, pela concessão do laboratórioparapreparodomaterial.ÀprofessoraMaristelaBurgerpela revisãodoPortuguês. AobotânicoMarcoSobraldaUFRGSeprofessoresRenatoAquino ZackiaeSérgioMachadopeloauxílionaidentificaçãodeespécies. ÀCerâmicaKipper,CachoeiradoSul,pelaconcessãodaáreade estudo.AosSrs.AntônioWilson,AntônioKippereSr.Moraes. Aos amigos Suzane B. Marcuzzo, André Terra Nascimento, Adriano Minello, Thales Rodrigues, Julio Wojciechwski, Fernanda Pozzera,DayaneeMarionpeloapoionoestudodavegetaçãoeoutras ocasiões.AoSilvioFranco,noestudotopográficodaárea. AoSr.FinamoreMedianeiradolaboratóriodeQuímicadeSolos. AosSrs.HélioeJorgedoviveiroflorestaldaUFSM. Ao Programa de PósGraduação em Engenharia Florestal, secretárias Lílian e Tita e aos colegas destacando o Luis Fernando Alberti, que foi amigos de todos, sempre compartilhando o material bibliográfico.AobiólogoRicardoKilka. Aos amigos Claudia Renata, Sarinha, Fábio e Silvia Kurtz, Rita, Cris,Veronilda. A amiga Angelise Mendes, agradeço pelo imenso apoio em diversasocasiões. Aminhafamíliaquedispensoutodooapoionosváriosmomentos que precisei: Ghendy Jr., Guido e Bia, Igor, vó Alda, Jôse, Marieli, Maristênia, José Cândido, José Carlos, Alessandra, Roberto, Daniela, Cássio.AoLucianoFigueirópeloapoioeconstantesincentivos. AoSr.GhendyeVeraCardoso,peloincentivo. AoSecretáriodaSTAS(SecretariadoTrabalhoeAçãoSocial)em CachoeiradoSul(1999)FernandoGodoi. No Pará... Ao meu coorientador Prof. Paulo Luis Contente de Barros, ao professores Francisco de Assis Oliveira e Daniel Zarin e a Aliete V. de Barrospelasorientações,amizadeeincentivo.

5 AoDr.JoãoOlegárioCarvalho,quesempreestevedispostoame orientarediscutircomigo. Ao pessoal da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP), destacando Adejard Gaia, pelo profissionalismo e amizade. Aos meus queridos amigos que me deram tanto apoio Wilson Oliveira, Marcela Gomes, Hortência Osaqui, Lívia e Steel Vasconcelos, JoannaTucker,RobertaPantoja,ElisângelaSantos,BeatrizRosa,Débora Veiga,Raimundinho. Em Brasília... Agradeço a Beatriz Schwantes Marimon e ao professor Paulo ErnaneN.daSilvadaUniversidadedeBrasília,pelaajudacomaanálise dosdados. Enfim, agradeço a todos aqueles que me apoiaram de alguma forma...

6

SUMÁRIO

ListadeTabelas i ListadeFiguras iii Resumo vii Abstract ix 1 INTRODUÇÂO 1 1.1 Justificativa 2 1.2 Objetivos 3 1.3 Hipótese de Trabalho 3 1.4 Estrutura de Apresentação dos Resultados 4 2 REVISÃO DA LITERATURA 6 2.1 Floresta Estacional Decidual 6 2.2 Floresta ripária 8 2.2.1 Importânciadasflorestasripáriaselegislação 9 2.2.2 Situaçãodasflorestasripárias 11 2.2.3 Complexidadedosecossistemasripários 13 2.3 Análise de agrupamentos em comunidades 15 vegetais 2.4 Classificação da vegetação por análise de espécies diferenciais 18 2.5 Hierarquização das espécies e análise de comunidades 21 2.6 Mecanismos ou fases da regeneração 23 3 MATERIAL E MÉTODOS 29 3.1 Área de estudo 29 3.1.1 Localização 29 3.1.2 Caracterizaçãogeraldaárea 31 3.1.3 Caracterizaçãodofragmento 34 3.2 Métodos 37 3.2.1 Estudodavegetação 37

7 3.2.1.1 Amostragem 37 3.2.1.2 Análise de Cluster 40 3.2.1.3 Análise fitossociológica dos agrupamentos 42 3.2.2 Mecanismooufasederegeneração 46 3.2.2.1 Fluxo ou dispersão de sementes 46 3.2.2.2 Banco de sementes do solo 50 3.2.2.3 Banco de plântulas 52 3.2.2.4 Observações complementares 53 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 55 4.1 Suficiência amostral 55 4.2 Caracterização florística do fragmento 56 4.3 Análise de Cluster 58 4.4 Aspectos florísticos e fitossociológicos das sub- formações vegetais no fragmento 66 4.5 Estudo da regeneração 82 4.5.1 Fluxooudispersãodesementes 82 4.5.2 Bancodesementesdosolo 88 4.5.3 Bancodeplântulas 92 4.6 Aspectos gerais da vegetação e regeneração 101 5 CONCLUSÕES 105 6 RECOMENDAÇÕES 106 7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 109 ANEXOS 132

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LISTADETABELAS

TABELA1 Amostras compostas de fluxo de sementes e FlorestaEstacionalDecidualRipária,noBaixoRio Jacuí,CachoeiradoSulRS,Brasil 49 TABELA2 Análise Nodal e caracterização da distribuiçãode espéciesemsubformaçõesflorestaisdeFloresta Estacional Decídua Ripária no Baixo Rio Jacuí, CachoeiradoSulRS,Brasil 64 TABELA3 Númerodefamílias,gêneros,espécies,Índicede

Diversidade de Simpson (DS), Shannon (H’), Equabilidade (J) e Similaridade de três sub formações em Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul RS, 68 Brasil TABELA4 Espéciese estruturahorizontal daSubFormação 1 (diqueborda) de fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, no Baixo Rio Jacuí, CachoeiradoSulRS,Brasil 71 TABELA5 Espéciese estruturahorizontal daSubFormação 2 (meiooeste) de fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, CachoeiradoSulRS,Brasil 74

i

TABELA6 Espéciese estruturahorizontal daSubFormação 3(meioleste)defragmentodeFlorestaEstacional Decidual Ripária, no Baixo Rio Jacuí, Cachoeira doSulRS,Brasil 75 TABELA7 Análise de variância do banco de plântulas em Formação Florestal Ripária, Baixo Rio Jacuí, CachoeiradoSulRS,Brasil 94 TABELA8 Parâmetros de dinâmica de população de espéciesembancodeplântulasdasubformação 1 (bordadique) de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul RS, Brasil 98 TABELA9 Parâmetros de dinâmica de população de

espéciesembancodeplântulasdaSF2F3(meio) deFlorestaEstacionalDecidualRipária,BaixoRio Jacuí,CachoeiradoSulRS,Brasil 100 TABELA10 Similaridade da vegetação e mecanismos de regeneraçãodetrêssubformaçõesemfragmento deFlorestaEstacionalDecidualRipária,Cachoeira doSul–RS,Brasil 102 TABELA11 Espécies indicadas como fundamentais em FlorestaEstacionalDecidualRipária,noBaixoRio Jacuí,CachoeiradoSul,RS,Brasil 108

ii

LISTADEFIGURAS

FIGURA1 Localização e caracterização de fragmento de FlorestaEstacionalDecidualRipária,noBaixoRio Jacuí,CachoeiradoSulRS,Brasil. 30 FIGURA2 Variáveis climáticas de precipitação (mm) e temperatura (oC); e meses com extravasamento (E) do rio, de janeiro de 2000 e março de 2002. 33 FIGURA3 Caracterização da topografia do fragmento, em FlorestaEstacionalDecidualRipária,noBaixoRio Jacuí,CachoeiradoSulRS,Brasil. 36 FIGURA4 Caracterizaçãodaamostragemutilizadanoestudo davegetaçãoemfragmentodeFlorestaEstacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do SulRS,Brasil. 38 FIGURA5 Caracterização dametodologia de amostragem e medição da regeneração em Floresta Estacional DecidualRipária,CachoeiradoSul,RS,Brasil 39 FIGURA6 Coletores utilizados no estudo de fluxo de sementes em Floresta Estacional Decidual Ripária,noBaixoRioJacuí,CachoeiradoSul,RS, Brasil. 46

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FIGURA7 Localização dos coletores de Fluxo de sementes em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária,noBaixoRioJacuí,CachoeiradoSul,RS, Brasil. 47 FIGURA8 Procedimento de germinação de sementes em câmaradefluxo(a),preparaçãodomaterial(b)e materialemsaladeincubação(c). 48 FIGURA9 Procedimentodecoletadebancodesementesdo solo. 50 FIGURA10 Curva espécieamostra considerando indivíduos com CAP ≥ 15 cm, em Floresta Estacional Decidual Ripária, no Baixo Rio Jacuí, Cachoeira 56 doSul,RS,Brasil. FIGURA11 Subformações florestais no interior do fragmento deFloretasEstacionalDecidualRipária,noBaixo RioJacuí,CachoeiradoSul,RS,Brasil. 58 FIGURA12 Classificação das unidades amostrais em três grupos,caracterizandoassubformaçõesinternas em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, 61 Brasil. FIGURA13 Curva espécieamostra das três subformações em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária,noBaixoRioJacuí,CachoeiradoSul,RS, Brasil. 67 FIGURA14 Distribuição dos indivíduos em classes diamétricas, de três subformações florestais do interior de fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, no Baixo Rio Jacuí, Cachoeira doSul,RS,Brasil. 80

iv FIGURA15 Distribuição dos indivíduos adultos por classe de altura em três subformações vegetais de fragmentodeFlorestaEstacionalDecidualRipária, noBaixoRioJacuí,CachoeiradoSul,RS,Brasil. 81 FIGURA16 Densidade média de sementes/m2 e erro padrão (linhavertical)emdoisanosdeestudodefluxode sementes em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul,RS,Brasil. 84 FIGURA17 Porcentagem de sementes dispersadas em 24 meses de estudo, em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, CachoeiradoSul,RS,Brasil. 86 FIGURA18 Númerodeespéciesfrutificandodeabrilde2000a março de 2002 em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, CachoeiradoSul,RS,Brasil. 87 FIGURA19 Densidade (sementes/m2) e erro padrão (linha vertical) de sementes do solo nas três sub formações de fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul,RS,Brasil. 89 FIGURA20 Porcentagem de sementes germinadas, durante seismeses,emfragmentodeFlorestaEstacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul,RS,Brasil. 90 FIGURA21 Porcentagem de sementes germinadas porforma de vida, em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul,RS,Brasil. 91

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FIGURA22 Distribuiçãodosindivíduosdaregeneraçãonatural (Altura ≥ 20 cm e CAP < 15 cm), por classe de altura em três subformações vegetais de fragmentodeFlorestaEstacionalDecidualRipária, Cachoeira do Sul, RS, Brasil. (27 unidades amostraisde1x4m). 93 FIGURA23 Densidade média (sementes/ 4m2) e erro padrão (linha vertical) do banco de plântulas em sub formações de fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul,RS,Brasil.Areferênciaalfabéticareferesea comparaçãodemédiaspeloTesteTuckey(95%). 95

vi RESUMO TesedeDoutorado ProgramadePósGraduaçãoemEngenhariaFlorestal UniversidadeFederaldeSantaMaria,RS,Brasil VEGETAÇÃOEMECANISMOSDEREGENERAÇÃOEMFRAGMENTO DEFLORESTAESTACIONALDECIDUALRIPÁRIA,CACHOEIRADO SUL,RS,BRASIL Autora:MaristelaMachadoAraujo Orientador:SolonJonasLonghi LocaleDatadaDefesa:SantaMaria,04denovembrode2002. As florestas ripárias são ecossistemas complexos, associados à região fitogeográfica que ocorrem e à dinâmica dos rios. No Estado do Rio Grande do Sul, encontramse alteradas pela ação antrópica, formando fragmentos.Oestudotevecomoobjetivoanalisaraestruturaeflorística interna destas florestas e seus mecanismos de regeneração (banco de plântulas, fluxo de sementes e banco de sementes do solo). A área escolhidafoiumfragmento(30o04’36”S;52o53’09”W),de4ha,localizada nomunicípiodeCachoeiradoSul,RS,BaixoRioJacuí.Avegetaçãofoi inventariada,utilizandosefaixasperpendicularesaorio,distanciadaspor 50m,asquaisapresentaram10mdelarguraecomprimentoquevariou com a largura da floresta. As faixas foram divididas em unidades amostraisde10x10m,ondeforamidentificadosindivíduoscomCAP≥15 cm(ClasseI),registradososvaloresdecircunferênciaealtura.Aslianas também tiveram circunferências medidas, mas identificadas somente quantoàformadevida.Osdadosdedensidadeporespécieformaram uma matriz (70x42) utilizada na análise multivariada. A presença de agrupamento de vegetação no interior do fragmento foi testada pelo TWINSPAN (Two-way indicator species analysis), a partir do qual foi constatadaaexistênciadetrêssubformaçõesflorestais(SF1,SF2eS F3). A SF1 foi caracterizada por ter maior influência das enchentes e lençolfreáticomaispróximodasuperfície,SF2ocorreunapartecentral do fragmento, mas apresentou forte influência dos extravasamentos e enchentes;enaSF3,tambémnaporçãocentral,ocorreumaiorinfluência do lençol freático. As espécies indicadoras das formações foram: Sebastiania commersoniana e Eugenia uniflora (SF1); Gymnanthes concolor, Cupania vernalis e Seguieria aculeata (SF2); e Casearia sylvestris e Allophylus edulis (SF3). Para avaliar se os mecanismos de regeneraçãotambémapresentaramdiferença,conformeasformações,e verificar qual era o mais efetivo no processo de regeneração do ecossistema,utilizousemetodologiaapropriadaparacadaumdesses.O bancodeplântulasfoiamostradoemsubunidadesde1x4m,locadosem 27unidadesdaClasseI,ondeosindivíduoscomalturaigualoumaiorde 20cmeCAP<15cmforamidentificadosemedidos.Aanáliseestatística mostrou que quantitativamente havia diferença significativa da SF1 em

vii relaçãoaSF2eSF3.Posteriormente,utilizandodadosobtidosemdois anos de estudo, foi verificadas a taxa de mortalidade, recrutamento e mudançadasespéciesdaSF1edomeiodafloresta(SF2eSF3).Nesta análise,observousequeobancodeplântulasnaSF1apresentoumenor riquezaflorísticaemudançadoquenomeio.Nofluxodesementesque foiavaliadoapartirdadisposiçãode30coletoresde1x1m,monitorado durantedoisanos,observousequenãohouvediferençasignificativana deposiçãodesementesnasformações.Porém,oprimeiroanodeestudo apresentou uma produção de sementes bem maior, principalmente, de espéciesarbóreas.Oestudodobancodesementesdosolo,mediantea coleta de 5 cm de amostra da superfície do solo (serapilheira e solo), mostrou não haver diferença significativa entre as formações. Este apresentoumaiorproporçãodeespéciesherbáceas,seguidodeárvores, arbustos e lianas. Considerando vegetação e mecanismos de regeneração, constatouse que a maior similaridade ocorreu entre a vegetação e banco de plântulas, seguido por vegetação e fluxo de sementeseasmenoresestiveramassociadasaobancodesementesdo solo. Contudo, constatouse que o banco de plântulas é o principal responsávelpelaconservaçãodofragmento,sendodependentedofluxo desementes,queapresentouvariaçãotemporal.Obancodesementes dosoloéimportantenoprimeiromomentoapósaalteraçãodoambiente, mas depende do fluxo de sementes para ser mais bem representado qualitativamente. Vinte e duas espécies são fundamentais para a conservação podendo ser indicadas para recuperação destas áreas, considerando sua presença na vegetação com CAP ≥15cmeempelo menosdoismecanismosderegeneração. Palavras-chave:Florestaripária;análisedecluster;fluxodesementes; bancodesementesdosolo;bancodeplântulas.

viii ABSTRACT TesedeDoutorado ProgramadePósGraduaçãoemEngenhariaFlorestal UniversidadeFederaldeSantaMaria,RS,Brasil VEGETATIONANDREGENERATIONMECHANISMSINASEASONAL DECIDUOUSRIPARIANFORESTFRAGMENT,CACHOEIRADOSUL, RS, Authora:MaristelaMachadoAraujo Adviser:SolonJonasLonghi PlaceandDateofdefence:SantaMaria,november,04,2002. Riparian forests are complex ecosystems closely associated with river dynamics and occurring under particular phytogeographic conditions. In the state of Rio Grande do Sul, these forests have been altered and fragmentedbyhumanactivity.Theobjectiveofthisstudyistoanalyzethe structureandfloristiccompositionoftheseforestsandtheirregeneration mechanisms(seedlingbank,seedrain,andsoilseedbank).Thestudysite isa4hafragmentlocatedinthemunicipalityofCachoeiradoSulRS,low River Jacuí (30o04’36”S; 52o53’09”W). The vegetation was inventoried usingstripsabout10mwidethatwerelaidoutperpendiculartotheriver andseparatedby50meters.Thestripsweredividedinto10x10mplots. WithineachplotIidentifiedandmeasuredcircumferenceandheightofall individuals with girth breast height GBH≥15 cm (Classe I). Lianas were also measured, but were identified only according to life form. Species density data were entered into a matrix (70 x 42) that was used in multivariateanalysis.Thepresenceofvegetationclusteringattheinterior of the fragment was tested with TWINSPAN (Twoway indicator species analysis),whichidentifiedtheexistenceofthreeforestsubformations(S F1,SF2eSF3).SF1wascharacterizedbyahigherinfluenceofflooding andthegroundwatertablewasclosertothesurface;SF2occurredinthe centralpartofthefragment,butpresentedastronginfluencefromflooding and inundation; and SF3, also in the central part of the fragment, experienced the greatest influence from the ground water table. The indicator species of the three forest formations were Sebastiania commersoniana and Eugenia uniflora (SF1); Gymnanthes concolor, Cupania vernalis and Seguieria aculeata (SF2); and Casearia sylvestris andAllophylus edulis(SF3).Toevaluateiftheregenerationmechanisms also exhibited differences according to the forest formations, and to identifythemosteffectiveregenerationprocessintheecosystem,Iuseda different methodology for each mechanism. The seedling bank was sampled in subplots 1 x 4 m, placed within 27 plots of Class I, and individuals with height ≥ 20 cm and CBH < 15 cm were identified and

ix measured.StatisticalanalysisshowedthatSF1wassignificantlydifferent fromSF2eSF3.Usingdatafromtwoyearsofstudy,Icalculatedratesof mortality,recruitmentandchangeforspeciesinSF1andinthemiddleof theforestfragment(SF2andSF3).Iobservedthattheseedlingbankof SF1 showed lower species richness and change over time than the interior of the fragment. Seed rain was monitored over two years in 30 collectors (1 x 1 m), and I observed no significant difference in the depositionofseedsamongtheforestformations.However,duringthefirst yearofstudyseedproductionwashigher,principallyamongtreespecies. To characterize the soil seedbank, I sampled thefirst 5 cm of the soil surface (litter and soil). There was no significant difference between the forestformations.Mostseedswereherbaceousspecies,followedbytrees, shrubsandlianas.Thisstudyrevealedthatthehighestsimilarityoccurred betweenthevegetationandtheseedlingbank,followedbyvegetationand seedrain,andtheleastsimilarityoccurredwiththeseedbank.Therefore, the seedling bank is primarily responsible for the conservation of the fragment,becauseitdependsonseedrainthatvariesovertime.Thesoil seed bank is important in the first stages after disturbance of the environment, but depends on the seed rain to be more represented qualitatively. For conservation, I suggest twenty two species and also I highly indicate for recovery riparian areas, that species occur under the girth breast height (GBH≥15 cm) class, and at least under two regenerationmechanism. Keywords: Ryparian forest; cluster analysis; seed rain; seed bank; saplingbank.

x 1 INTRODUÇÃO A fragmentação e redução das florestas ripárias no Brasil, nos últimos anos, têm aumentado a erosão e causado prejuízo aos mananciaishídricos,reduzindoabiodiversidade(Barbosa,2000).Aregião Suldopaísapresentaseaptaparaaproduçãoagropecuária.Conforme Ab’Saber (2000), taisatividades têm eliminado asmatas ripárias no Rio Grande do Sul, sugerindo a necessidade de priorizar sua preservação. Por outro lado, a agricultura e pecuária são de real importância na economia do Estado, por isso qualquer medida deve também observar esteaspecto. Alémdisso, atualmente, umadas grandes preocupaçõesnomeio científico está relacionada à qualidade da água, considerando que, principalmente, os desmatamentos e queimadas perturbam e degradam estasestruturasvegetaisaolongodosrios,alterandoascondiçõeslocais e gerando desequilíbrio ecológico (Resende, 1998). A alteração da estrutura natural gera fragmentos, os quais variam em tamanho e distânciaentresi. Turner & Corlett (1996) descreveram que a conservação dos fragmentoséimportante,noentanto,oidealéqueestesambientessejam priorizadosantesdoisolamento. NoRioGrandedoSul,apesardaimportânciadasflorestasripárias, queservemcomoanteparo,proteçãoàerosão,filtragemdossedimentos e produtos químicos utilizados nas lavouras, são realizados poucos estudos relacionadosafitossociologia e menos conhecimento existe em relaçãoàdinâmicaeaosprocessosassociados. Os poucos trabalhos sobre vegetação realizados, nestas áreas, referemse à composição florística e alguns abordam aspectos fitossociológicos,existindomuitaslacunasdeinformações.Talrealidade,

1 nãopermitequeprofissionaisdasáreasagrária,biológicaouafins,façam abordagensaotemacomconvicção,poisgrandepartedasinformações sãoempíricas. A maioria dos estudos relacionados à floresta ripária no Brasil é realizada nas regiões sudeste e centrooeste, onde o tema recebeu destaque,principalmentenofinaldadécadade1980.Noentanto,mesmo naquelas regiões, os pesquisadores relataram que existem muitas lacunasdeinformaçõesparaconservaçãoourestabelecimentodaqueles ambientes.Correiaet al.(2001)mencionaramqueamaioriadosestudos desses ambientes, na região do Cerrado, referese à fitossociologia da comunidade, existindo necessidade de conhecimento sobre o comportamentodeespéciesnativasnosdiferentesambientes. Essesestudosmostramqueaestruturaecomposiçãoflorísticadas florestasripáriaspossuemcaracterísticaspróprias,relacionadasàregião deocorrênciae,apesardafisionomiaaparentementehomogênea,podem também apresentar drásticas variações no ambiente físico e na distribuiçãodeespéciesacurtadistância.Asvariaçõesambientaisagem como fator de seleção natural, agrupando espécies que possuem característicasprópriasdefloração,frutificação,dispersão,germinaçãoe estabelecimento em função da variação estrutural longitudinal e transversal(Schiavini,1992;Walter1995;Ribeiro&Schiavini,1998). Conforme Carmo e Morelato (2000), os cursos d’água criam condiçõesvariadasinfluenciandoascaracterísticasdasflorestas.NoRio GrandedoSul,apesardospoucosestudosdisponíveissobreoassunto, percebesetalrealidadequandosecomparamostrabalhos. Contudo, cabe à comunidade científica dar informações que aumentem o conhecimento sobre tais ecossistemas e sirvam como subsídiosparaoseurestabelecimento.

2 1.1 Justificativa O conhecimento ainda incipiente sobre florestas ripárias no Rio GrandedoSul,associadoànecessidadedepreservaçãodestasfaixasde vegetação, requer informações ecológicas básicas passíveis de serem utilizadasemprocessosderestabelecimentodessesecossistemas. 1.2 Objetivos

O objetivo geral do trabalho é caracterizar a vegetação e os compartimentos ou mecanismos da regeneração de Fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, como forma de subsidiar informaçõesparaaconservaçãoerecuperaçãodessesecossistemas. Osobjetivosespecíficossão: __estudarogradientedavegetaçãonofragmentoeverificaraocorrência desubformaçõesvegetais(agrupamentos); __caracterizarqualiquantitativamenteassubformaçõesvegetais; __observarpossíveisdiferençasdosmecanismosdaregeneração(banco deplântula,fluxodesementesebancodesementesdosolo),conformeo gradiente; __caracterizarqualiquantitativamenteosmecanismosdaregeneração; __analisar,conjuntamente,vegetaçãoeosmecanismosdaregeneração estudados. Assim,seesperaencontrarindicaçõespráticas,cientificamente embasadas,paraconservação,recuperaçãoeusodavegetaçãocomo ferramentadeestabilizaçãodasmargens.

3 1.3 Hipótese de Trabalho

Comohipótesedetrabalhoacreditaseque: __ existe diferentes subformações vegetais ou grupos de vegetação caracterizados pelo gradiente do fragmento e que os mecanismos da regeneraçãosãodiferenciados,conformeeste. 1.4 Estrutura de Apresentação dos Resultados

O capítulo de resultados e discussão está dividido nas seguintes seções: __ Caracterização florística do fragmento: Descreve a composição florística, comparando com outros resultados de Floresta Estacional Decidualedeinterflúvio; __ Análise de Cluster (agrupamentos): descreve as subformações florestais,obtidaspeloestudodogradiente,conformeaclassificaçãodas unidadesamostraismaissimilares,comrespectivasespéciesindicadoras epreferenciais.Nestaseçãotambémsãodiscutidosospossíveisfatores que determinaram as formações e os grupos de espécies existentes dentrodasformações; __ Aspectos florísticos e fitossociológicos das sub-formações vegetais no fragmento: compara as formações florestais mediante as características fitossociológicas,considerandodiversidade,similaridadeeespéciesmais representativas. Foram avaliados, ainda, outros aspectos estruturais como: área basal, número de indivíduos, distribuição diamétrica e de altura; __ Mecanismo de regeneração (fluxo de sementes ou dispersão):avaliaa composiçãoedensidadedesementesdispersadasnointeriordafloresta

4 durante dois anos, considerando as características fenológicas de frutificaçãoesíndromededispersãodasespécies; __ Mecanismo de regeneração (banco de sementes do solo):caracterizao estoque de sementes na superfície do solo da floresta, qualitativa e quantitativamente,enfocandoasformasdevidapredominantes; __ Mecanismo de regeneração (banco de plântula): destaca as espécies que ocorreram no banco de plântulas de cada subformação, expõe os resultadosdediferençadedensidadedeindivíduos,descrevendoataxa de ingresso, mortalidade e mudança das espécies nas formações quantitativamentesimilares; __ Vegetação e mecanismos de regeneração:nestaseçãoéfeita umaanálisedasimilaridadedasespéciespresentesnavegetação,banco deplântulas,fluxodesementesebancodesementesdosolo,discutindo, conjuntamente, todos estes compartimentos da floresta.

5 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Floresta Estacional Decidual As revoluções geológica e biológica, no decorrer do tempo, proporcionaram modificações intensas e contínuas no planeta. Processos ocorridos em eras, períodos e épocas geológicas anteriores produziram ambientes amplamente variados, refletindo nas atuais regiões ecológicas (Velosoet al.,1991;PiresO’Brien&O’Brien,1995;Ribeiroet al.,1999).A presença de uma espécie, assim como sua organização em determinado habitat, faz parte do processo de evolução vegetal associada às transformações na crosta terrestre, no decorrer de milhões de anos (Marchiori&Durlo,1992). ARegiãoSuldoBrasil,apesardeestarquaseinteiramentenaregião subtropical, apresenta condições para desenvolvimento e formação de florestasheterogêneas,similaresàstropicais.Ahipóteseparaofatoconsiste em que durante o quaternário o clima regional sofreu um processo de tropicalização, evoluindo para omais quente úmido atual. Nesseprocesso, foiocorrendoasubstituiçãodealgumasespéciesdeclimafrioesecopara espécies ombrófilas, de clima quente e úmido (Leite & Klein, 1990). Atualmente, espécies de ambas as formações ocorrem associadas (Klein, 1985). Conforme Rambo (1951), o Rio Grande do Sul representa o limite austral da floresta higrófila da Região Sul, sendo irradiação da Hiléia Amazônica, incluindo as formações de núcleos de florestas esparsas, próximasaosparalelosde29oe30o,doAtlânticoaoRioUruguai.Marcuzzo (1998) destacou as peculiaridades ambientais do Estado, considerando o aspecto de transição entre florestas tropicais e subtropicais, o que lhe confereummosaicodeecossistemas.

6 Klein (1984) explicou que os vários tipos de vegetação devese aos aspectosgeológicos,topográficoseecológicosdaregião. AFlorestaEstacionalDecidualocorrenaporçãonoroesteecentraldo estadodoRioGrandedoSul.Aporçãocentralestápresentenavertentesul daSerraGeraleemdiversasáreasdosriosJacuí,IjuíeIbicuí(Leite&Klein, 1990). Na Depressão Central ou Bacia do Rio Jacuí, as florestas estão inseridasnasencostasdafraldadaSerraGeralenosterrenosmaisbaixose suavementeondulados,aolongodasmargensdosrios(Reitzet al.,1983). Klein(1984),analisandoaspectosfisionômicoseconceitosecológicos, descreveu que na parte inferior da Serra Geral e da Bacia do Rio Jacuí ocorrem formações de caráter estacional e nãoombrófila, pois, a Floresta Estacional Decidual, após uma expansão, sofreu retração em função do avanço da Floresta Ombrófila Densa, atribuindo o fato a uma modificação climática “recente” com temperaturas mais elevadas, chuvas mais abundantes e mais distribuídas durante o ano, formando um clima fracamenteombrófilo. Conforme Leite & Klein (1990), esta região fitogeográfica pode ser caracterizada como ombrófila por apresentar intensidade e regularidade pluviométrica. Por outro lado, possui uma curta época muito fria que ocasiona a estacionalidade fisiológica da floresta e a caducifolia desses indivíduosdoestratosuperior(IBGE,1991). A complexidade da região pode ser observada através da rota migratóriadasespécies,naqualépossívelverificarqueaflorestadaBacia doParanáUruguai(FlorestaEstacionalDecidual)imigrouparaoRioGrande doSulviaBaciadoJacuí,atingindooCentrodoEstado(DepressãoCentral) (Klein,1985). Adenominaçãodecidualrefleteofatodemaisde50%dasárvoresdo estratosuperiorperderemasfolhasduranteaestaçãofria(Klein,1984).No

7 casodaregiãocentraldoRioGrandedoSul,acaducifoliaocorreem70a 80%dasárvoresemergentes(Klein,1983). As formações localizadas nos terraços fluviais do rio Jacuí, na Depressão Central do Estado do Rio Grande do Sul, apresentam composição florística higrófito decidual, adaptada ao ambiente aluvial, estandosujeitaàinundação(Velosoet al.,1991;IBGE,1991). 2.2 Floresta ripária As formações florestais que acompanham as margens dos rios apresentam váriasdenominações.Sãochamadas demata ciliarno Código Florestal Federal e talvez por isso seja um dos termos mais comumente utilizado. No entanto, a nomenclatura parece estar bastante associada à regiãosendodenominadasdematadegaleria(Reitzet al.,1983;Schiavini, 1992;Walter,1995;Kellmanet al.,1998;Resende,1998;Ribeiro&Schiavini, 1998;Santos&SouzaSilva,1998;Johnsonet al.,1999;Ab’Saber,2000), mataciliar(Dematê,1989;Kageyamaet al.,1989;Reichardt,1989;Silvaet al.,1992;Tabarelliet al.,1992;Durigan&Silveira,1999;Carmo&Morellato, 2000; Ab’Saber, 2000; Lima & Zakia, 2000; Pagano & Durigan, 2000), floresta aluvial (Veloso et al., 1991; IBGE, 1991), floresta ripária (Entry & Emminghan,1996;Everson&Boucher,1998;Carvalhoet al.,1999;Vilelaet al.,1999;Lonardet al.,2000;Hibbs&Bower,2001)ematadevárzea(Pires, 1974;Ayres,1993;PiresO’brien&O’brien,1995). No Rio Grande do Sul, Daniel (1991) e Diesel (1991) denominaram tais formações de mata ripária e Silva et al. (1992), Tabarelli et al. (1992), SestrenBastos(1997)demataciliar. Rodrigues(2000),revisandoanomenclaturadasformaçõesaolongo dos rios, sugeriu a utilização do termo ribeirinho, associado à designação fitogeográficadeorigem,baseandosenaclassificaçãodoIBGE.Ograude

8 influência fluvial (permanente, sazonal e sem influência) foi outro aspecto queomesmoautorsugeriuquefosseincluídonadesignaçãodaformação ribeirinha,comoformademelhorcaracterizaçãodenomenclatura. Ribeiro&Walter(2001)consideraramquequandoumanomenclatura éutilizadacombaseemresultadoscientíficosnaregião,deveserutilizada desdequeestejaclaramentedefinida. Considerandose a heterogeneidade desses ambientes, as diversas denominações que caracterizam as formações florestais nas margens dos rioseoconhecimentoaindarestritodessesecossistemasnoEstadodoRio Grande do Sul, classificouse a área de estudo como Floresta Estacional DecidualRipáriacominfluênciafluvialsazonal. 2.2.1 Importânciadasflorestasripáriaselegislação De acordo com Machado (1989), as florestas ripárias ocorrem nas margens dos cursos d’água cuja vegetação evita a erosão, impede a lixiviaçãodeagrotóxicoseincrementaafaunaictiológica. Rosa & Irgang (1998) relataram que a preservação desses ecossistemastempapelfundamentalparaoequilíbriohídricoemanutenção daqualidadedaágua,considerandoqueacoberturavegetalestáadaptada àsinundaçõesperiódicas,saturaçãohídricadosoloeafloramentodolençol freático. Além disso, as espécies que compõem as florestas ripárias apresentam adaptação a exposição parcial das raízes, flexibilidade, resistência de serem arrancadas pela força da água, capacidade de brotamentodasraízesepropágulosvegetativos,entreoutrascaracterísticas. Kageyama et al. (1989) e Lima (1989) explicaram que a vegetação funciona como um “sistema tampão”, entre os terrenos mais elevados e a linha de drenagem, atuando no controle da perda de nutrientes e escoamentosuperficial,oquecausariaeutrofizaçãodaságuas,erosãonas

9 margens, assoreamento dos rios e, conseqüentemente, problemas à vida humana e animal. Santos & SousaSilva (1998) destacaram a importância destavegetaçãoparaosrecursosgenéticos. Ecologicamente,azonaripáriaéobservadacomocorredorecológico para a movimentação da fauna e dispersão dos vegetais, possibilitando o fluxogênicoin situeex situ(Lima&Zakia,2000). Apesardaimportânciadessesecossistemasflorestais,oprocessode destruiçãotemsidocontinuadonodecorrerdosanos.Alegislaçãoreferente àproteçãodessesambientesdatade1965,masjuntoaestaseobservaa incoerência, indiferença e inexistência de fiscalização, que resultam na eliminação da vegetação e conseqüentefragmentação (Rodrigues & Nave, 2000). Machado (1989), analisando o Código de 1965, descreveuo como sábio por valorizar as matas ciliares por ato de promulgação, tornandoas necessáriasdopontodevistadalei,mastambémcomentouquesóistonão basta,énecessáriofazerpormeioslegaisquealeisejaobedecida. A Lei 4.771, de 1965 (Código Florestal), prevê a preservação permanente das florestas e demais formas de vegetação que sirvam para protegerosmananciaishídricos,aolongodosriosouqualquercursod’água, emfaixasmarginaisdelarguramínimaprevistaemfunçãodalarguradorio. ConformeCappelli(1992),asáreasdepreservaçãopermanente,em terras particulares, devem ser utilizadas adequadamente, preservando o meioambientee,assim,cumprindosuafunçãosocial.Complementandoque oartigo186,incisoII,daConstituiçãoFederal,prevêdesapropriaçãodaárea para fins de reforma agrária, quando nesta não esteja sendo respeitada a suafunção. A Lei 9.519/92, que institui o Código Florestal do Estado do Rio GrandedoSul,noartigo2o,prevêqueapolíticaflorestaldoEstadotempor fim o uso adequado e racional dos recursos florestais com base nos

10 conhecimentos ecológicos, visando ao bem estar social, desenvolvimento socioeconômico com preservação do ambiente e equilíbrio ecológico. O artigo 3o relata, como um dos objetivos específicos da política florestal estadual, facilitar e promover a proteção e recuperação dos recursos hídricos,edáficosebiológicos. Diantedasleis,mesmoqueàsvezesnãoaplicadas,percebeseque já foi reconhecida a importância das florestas ripárias. Por outro lado, no EstadodoRioGrandedoSul,aalteraçãodessesambienteséagravadapela escassez de publicações científicas referentes a essas comunidades vegetais e, conseqüentemente, pelo pouco conhecimento de sua estrutura, florísticaedinâmica. 2.2.2 Situaçãodasflorestasripárias Os ecossistemas florestais no Rio Grande do Sul começaram a ser alterados, em 1824, com a chegada dos imigrantes alemães e, posteriormente,comositalianos,queocuparamáreasnãopropíciasparaa pecuáriaeagricultura(Reitz,et al.,1983). De acordo com Schroeder (1991), o Rio Grande do Sul apresenta característicasprópriasparaoestabelecimentodeatividadesagropecuárias, conduzindo, com isso, as formações florestais à rápida alteração da coberturaoriginal.Oautorrelatouaindaqueacoberturaflorestalsofreuuma reduçãode84%em40anos. Poroutrolado,osresultadosdoInventárioFlorestalContínuodoRio Grande do Sul, concluído em 2001, mostram que as florestas naturais aumentaram nos últimos 18 anos, ocupando atualmente 17,53% da área totaldoEstado,considerandoosestágiosmédioseavançadosdesucessão (RioGrandedoSul,2002a).

11 A bacia hidrográfica do Baixo JacuíPardo, localizada na região fitogeográfica da Floresta Estacional Decidual, apresenta aproximadamente 22%decoberturaflorestalnativanosestágiosinicial,médioeavançado(Rio Grande do Sul, 2002b). No entanto, as florestas remanescentes ou em processoderestabelecimentosãodescritascomofragmentos(Longhiet al.; 1982;Longhiet al.,1999a;Nascimentoet al.,2000;Araujoet al.,2001a). As florestas ripárias nesta região são relatadas como manchas descontínuas(Longhiet al.,1982)efragmentos(Longhiet al.,2001;Longhi et al., 2002). Balbueno (1997) também denominou de fragmentos a vegetação estudada na Bacia do Baixo Rio Jacuí, na região de Áreas de FormaçõesPioneirasdeInfluênciaPluvial. Lindman&Ferri(1974)relataramque,semainterferênciadohomem, asflorestasripáriasteriamtempoparaseexpandireocuparáreamaisampla econtínua. ConformeReedet al.(1996),aaçãohumanatemalteradoaestrutura e o funcionamento, modificando as características da paisagem. Os distúrbios nãonaturais como atividades agrícolas, extração madeireira, queimadas,aumentodasáreasurbanas,entreoutrosprocessosdealteração ambiental,sãorealidadesatuaisqueefetivamosprocessosdefragmentação (Cabral, 1999). A vegetação é o componente biótico mais afetado pelas mudançasambientaisproporcionadaspelaaçãoantrópica(Runhaar&Haes, 1994). Cascante et al. (2002) definiramafragmentação dehabitats comoa redução da floresta contínua a pequenos remanescentes de vegetação separados,oquereduzapopulaçãoefetivadeárvores(indivíduosadultos) e, conseqüentemente, a população reprodutiva. Young & Boyle (2000) consideram tal alteração uma ameaça para os ecossistemas florestais de todoomundo.

12 DeacordocomTurner&Corlett(1996),naocasiãodoisolamentodo fragmento, muitas espécies permanecem, porém, com o passar do tempo, devido a uma série de fatores, o número de espécies diminui. Os autores citaram, como mecanismos de deterioração de um fragmento isolado, a restrição do tamanho da população, redução da imigração, efeito de borda na floresta, cadeia alimentar, invasão por espécies cultivadas competindo comasnativas,continuidadededesflorestamentoporatividadesantrópicas. Conseqüentemente, ocorre a perda de habitat de espécies vegetais e animais, criação de novo habitat (alterando a associação das espécies remanescentes), aumento das extremidades (prejudicando os habitat interiores), diminuição do tamanho do fragmento e aumento da distância entreestes. Young & Boyle (2000) destacaram que um ambiente florestal que sofreureduçãoeencontrasedisjuntopodeserafetado,principalmente,por processos genéticos como fluxo gênico, seleção e reprodução, cujos três mais prováveis efeitos são: perda da diversidade genética, aumento da estruturainterpopulacionaleaumentodoautocruzamento. A dispersão depende da distância que os dispersores têm de se mover e suas características, sendo que, nestes casos, principalmente a dispersãodesementesgrandeséprejudicada,diminuindoachancedessas espéciescolonizaremlocaismaisdistantes(Turner&Corlett,1996;Wunderle Jr., 1999), porém, a distância é também fator limitante para espécies polinizadasedispersadaspelovento(Young&Boyle,2000). 2.2.3 Complexidadedosecossistemasripários Asflorestasripáriassãoformadaspormosaicodetiposdevegetação, cuja heterogeneidade ambiental aumenta a riqueza florística dessas áreas (Rodrigues&Nave,2000).

13 A variabilidade espacial está relacionada com as variações transversais e longitudinais em relação ao leito do rio (Ribeiro & Schiavini, 1998). A freqüência de alagamento e profundidade do lençol freático são fatoresseletivosdasespécies(Rodrigues,1989). Tabarelliet al.(1992),estudandoflorestaripária,observaramestrutura e florística distintas de outros ecossistemas, descrevendo a formação de mosaico no interior da mata. Ab’Saber (2000) relatou que este tipo de floresta, no Brasil, apresenta estrutura e dinâmica mais similares do que a composiçãoflorística. Rodrigues (2000) descreveu que a complexidade das formações ripárias é gerada pela intensidade e freqüência variáveis dos fatores ambientais,produzindocondiçõesecológicasdistintase,conseqüentemente, particularidadesfisionômicas, estruturais eflorísticas, o que pode ocorrera curtasdistâncias. O mosaico de condições é mais complexo em relação à dinâmica, considerando as alterações causadas à vegetação, deposição, retirada de serapilheiraebancodesementes(Rodrigues,2000). Conforme Everson & Boucher (1998) e Silva et al. (2001), entre os fatores que afetam a distribuição das espécies arbóreas em áreas ripárias estão:característicasdosolo;regimededistúrbiocausadopelasenchentes, variaçãodadeclividadeeníveldeluz.Cadaumdessesfatoresédiretamente afetadoecontrolado,emmenoroumaiorescala,pelatopografia. Trabalhos realizados em florestas ripárias do Brasil mostram a existência de agrupamento de espécies em função da variação ambiental. Schiavini (1992) observou que a estrutura e florística diferenciam com o afastamentodorio,caracterizandotrêsgrupos:dique,meioeborda.Walter (1995)verificouqueavariaçãonadistribuiçãodeespéciesocorreudevidoa influência do nível do lençol freático, solo e topografia, sendo observado padrõesdedistribuiçãolongitudinaisetransversaisaoleitodorio.

14 Fatores como afastamentos da linha de drenagem, umidade e propriedadesquímicasdosolo(pH,PeAl),foramobservadosporVanDen Berg(1995)comodeterminantesnadistribuiçãodavegetação. San Jose & Montes (1991) verificaram que fatores edáficos, comoa umidade do solo, influenciaram na distribuição da vegetação, distinguindo habitatsdeespécies. Ab’saber(2000)relatouqueestesecossistemasapresentamespécies adaptadas a solos aluviais e eventuais transbordamentos. Concordando, Correia et al. (2001) descreveram que as matas inundáveis apresentam espécies diferentes daquelas de locais drenados. Também considerando esteaspecto,Duriganet al.(2000)fizeramumaclassificaçãodeespéciesem gruposfuncionais,relacionadosàluminosidadeeencharcamentodosolo. Ao contrário, Vilela et al. (1999) observaram que florestas em ambiente ripário tiveram densidade e área basal semelhantes, porém, a florísticaeestruturaforamsimilaresàregiãofitogeográfica. Contudo, a maioria dos trabalhos realizados em florestas ripárias indicaqueosdistúrbioscausadospelaenchente,declividade,luz,distância dorio(dique,meioeborda),níveldolençolfreático,entreoutrosaspectos geramvariaçãonavegetaçãoem“microáreas”,ouseja,dentrodaformação florestalripáriaocorremsubformações(agrupamentos). 2.3 Análise de agrupamentos em comunidades vegetais A paisagem de uma determinada região pode ocorrer num contínuo (Pielou, 1977) ou apresentar mosaico de agrupamentos vegetais reconhecidoporsuafisionomia(Duvigneaud,1977). A floresta, por sua vez, é uma estrutura complexa que pode ser medida por diversos parâmetros, tendose, assim, muitas alternativas a

15 serem utilizadas para sua descrição e classificação (Montoya Maquin & Matos,1967). Conforme Austin & GreigSmith (1968), a vegetação não varia somente com a composição florística, mas com a riqueza de espécies, produtividade (estrutura) e grau de predominância de cada espécie. Concordando, Pielou (1977) relatou que em comunidades ecológicas ocorrem muitas espécies que podem variar grandemente em abundância, sendodesdecomunsnoambienteatéraras. A fitossociologia estuda o agrupamento das plantas, suas inter relações e dependência aos fatores bióticos e abióticos (BraunBlanquet, 1979).Entendendoqueestruturadavegetaçãoéoagrupamentodeespécies que,porseudinamismo,ocupamumespaçovital,paraconhecêla,devem se analisar suas características em função das espécies presentes, seu desenvolvimento,ocorrênciaedistribuiçãoespacial(MontoyaMaquin,1966). Aanálisedeagrupamento,baseadanoconceitodereunirpontosque representamelementos(amostras,espécies)comcaracterísticassimilares,é realizada a partir de cálculos matemáticos (Kent & Coker, 1992), os quais são desenvolvidos utilizando informações contidas na matriz de dados multivariados(Souzaet al.,1990).ConformeOrlóci(1978),oagrupamentoé realizado a partir de cálculos de similaridade ou dissimilaridade dos vários elementosavaliadosnumacomunidade. A análise multivariada, como ramificação da Matemática, avalia diversas variáveis simultaneamente, ao contrário da Estatística, que utiliza uma ou mais variáveis de cada vez. Além disso, a utilização da análise multivariada,emproblemasvoltadosàáreaecológica,écomumeeficiente, considerando o número de variáveis disponíveis nestes estudos (Gauch, 1982).

16 Conforme Matteucci & Colma (1982), a classificação realizada para determinar os gruposé feita através de vários métodos, com o objetivo de reconheceredefinirascomunidadesdeplantas. Mesmo quando existe uma estrutura aparentemente contínua nos dados,a análise de agrupamento divide em grupos,dandoinformações de espécies concorrentes (estrutura interna dos dados), características dos grupos,relaçãoentreagrupamentoseambientes.Poroutrolado,atémesmo quando há uma estrutura contínua nos dados, a análise de agrupamento pode impor estrutura de grupo, onde um contínuo real é dividido, arbitrariamente,emumsistemadescontínuodetiposouclasses(Tongeren, 1987). Assim, quando se aplica a classificação numérica num conjunto de dados de determinada comunidade, é porque se presume, através de revisões de literatura e observações locais, que existe a formação de biocenoses. Os métodos de classificação numérica, assim como de ordenação,sãotécnicasparaexploraçãoereduçãodosdados.Emtermos gerais, a classificação divide um sistema multidimensional em grupos, nos quais são colocados os pontos de maior similaridade. Os agrupamentos podem ser conjuntos de amostras de vegetação, produzidos a partir da composiçãoflorística(Kent&Coker,1992). Conforme Matteucci & Colma (1982), os métodos de classificação numéricapodemapresentarasseguintescaracterísticas: __ Hierárquicos ou nãohierárquicos: o hierárquico é de fácil compreensão, podendo ser visualizado em dendrogramas que informam os diferentes níveis de similaridade e dissimilaridade, sendo muito utilizado nas interpretaçõesecológicas;enquantoométodonãohierárquicoéapresentado emvaloresnuméricos;

17 __Divisivoseaglomerativos:odivisivoiniciacomapopulaçãototal,dividindo em grupos menores, sucessivamente; e o aglomerativo inicia com cada elemento,ligandoos,atéqueformemgrandesgrupos(similares); __Monotéticosoupolitéticos:oprimeiroalocaoselementosbaseandose napresençaeausênciadeumavariávele,nosegundo,oprocesso de classificação e alocação dos elementos é fundamentado no total de dados. De forma geral, na análise de agrupamento, os dendrogramas são elaborados através de diferentes métodos como o de ligação simples, completa, média, de mínima variância, assim como as medidas utilizadas nestescálculos(Orlóci,1978;Matteucci&Colma,1982),oquegeramúltiplos resultados, inclusive quando é utilizada a mesma matriz de dados, sendo, então, necessária a repetição com vários métodos, análise minuciosa e verificaçãoemcampoparaaescolhadomelhor(Kent&Coker,1992). Pielou (1977) publicou que um método de classificação mais satisfatório seria aquele que combinasse duas vantagens: ser divisivo e politético. O primeiro teria maior chance de captar a verdadeira afinidade entreamostras,poisseparaosgrupospeladissimilaridade;eosegundo,por considerarmuitascaracterísticasdavegetação. Conforme Matteucci & Colma (1982), inicialmente os métodos de classificação de plantas eram feitos através de cálculos manuais, mas a partir do surgimento dos computadores, vários métodos numéricos, baseadosnaMatemática,foramdesenvolvidos,aumentandosuautilização. 2.4 Classificação da vegetação por análise de espécies diferenciais Na fitossociologia, utilizase o conceito de espécies diferenciais, as quais são responsáveis pela divisão de um conjunto de dados, em grupos

18 menores de maior similaridades. Na idéia inicial, essas apresentavam apenascaráterqualitativo,utilizandoapresençaeausênciadeespéciesem amostrasedesprezandooaspectodedensidade(Kent&Coker,1992). As espécies diferenciais apresentam preferências ecológicas e sua presençapodeindicarcondiçõesambientaisparticulares(Hill,1979). Hillet al.(1975)desenvolveramummétododenominado“Análisede espécies indicadoras” como modo de conciliar variáveis qualitativas (espécies) e quantitativas (densidade), utilizando, para isso, as “pseudoespécies”. A partir desse método, Hill (1979) desenvolveu o programa de computação TWINSPAN (TWoway INdicator SPecies ANalysis) para suprir necessidades de ecologistas e fisiologistas, cujos dados são conjunto de espécies em amostras definidas, sugerindo que o melhornomeparatalmétodoera“análisedeespéciesdiferenciais”. OTWINSPANutilizaumprocedimentomultivariado,queclassificaas unidades em grupos relativamente homogêneos, sendo amplamente aplicado na análise numérica em vegetação e, recentemente, em muitas análisesfitossociológicas(Bruce,1994).Ométodoe,conseqüentemente,o programaéhierárquico,divisivoepolitético(Hill,1979). Aidéiaprincipalestáimplícitanaspseudoespécies,asquaisreduzem os dados quantitativos a dados de ausência e presença sem perda de informações. Isto foi possível convertendo os dados de densidade em classes, que representam o percentual de indivíduos da espécie, ou seja, umadeterminadaespéciepodeserrepresentadaporcincopseudoespécies, dependendo da proporção de indivíduos que existe na unidade amostral avaliada(Hill,1979). OalgoritmoutilizadonoprogramaTWINSPANpodeserverificadoem Hill(1979),comdescriçãoobjetivadométodoeresultadosemKent&Coker (1992)edeformaresumidaemGauch(1982)eTongeren(1987).

19 Baseandose na descrição de Hill (1979), o procedimento do TWINSPANenvolve: __ A ordenação primária é realizada num eixo, onde estão distribuídas as amostras, de acordo com as pseudoespécies presentes, o que é obtido através do cálculo de média recíproca, também conhecida por análise de correspondência. Este tipo de cálculo ordena, simultaneamente, linhas e colunas.Asespéciesquecaracterizamoeixo,obtidopelocálculodamédia recíproca,sãoenfatizadasemordemparapolarizarasamostras; __ o eixo de ordenação é utilizado para determinar o centróide e então a dicotomizaçãoemdoisgrupos(parcelasdeumladoeoutrodocentróide),ou seja, as parcelas têm como ponto de divisão o centro de gravidade da ordenação; __ a ordenação refinada deriva da ordenação primária, utilizando espécies indicadoras, com maior preferência por um lado do que pelo outro da dicotomização. Neste procedimento, definese um número de espécies desejadasparaindicaremaordenação. O processo de divisão é repetido sobre os dois primeiros grupos classificados,osquaisformamquatro,que,porsuavez,formamoitogrupos e,assim,sucessivamente. Acadadivisãoproduzidaécalculadoumautovalor(eigenvalue),que indicaoquantodavariaçãodosdadosdacomunidadefoiexplicadanoeixo de ordenação (McCune & Mefford, 1997). Conforme Gauch (1982), em dados obtidos na natureza, um autovalor em torno de 0,30 é comumente encontradoeutilizadoparaexplicartaisvariações. Em estudosde classificação hierárquica davegetação, podese citar os seguintesautovalores, jáencontrados, para os gruposformados: 0,39a 0,76 (Vieira, 1996); 0,33 e 0,38 (Felfili & Sevilha, 2001); 0,33, 0,40 e 0,41 (Felfiliet al.,2001a);0,34a0,41(Felfiliet al.,2001b);0,22a0,40(SilvaJr.et al.,2001)e0,33a0,39(Silva,2002).

20 Nas divisões é possível verificar amostras mal classificadas (misclassified),queocorremnumladodadicotomianaordenaçãoprimáriae dooutronarefinada;amostrasdelinhadivisória(borderlines),representadas por parcelas que estão num determinado lado, mas que são mais dissimilares das demais, estando no limite do grupo (Hill et al., 1975; Hill, 1979). Conforme Kent & Coker (1992), além das espécies indicadoras, são determinadas também as preferenciais representadas pelo grau de ocorrência da pseudoespécie em cada lado da dicotomia, considerando o tamanhodogrupo(númerodeamostras). Oresultadofinalédemonstradonumatabelaquepodeserlidadedois modos (linhas e colunas), conferindo, assim, a denominação two-way table (tabeladicotômica)(Felfiliet al.,2001b). Gauch(1982)considerouqueasprincipaisvantagensdoTWINSPAN sãoapossibilidadedeusodosdadosoriginais,classificaçãodeamostrase espécies numa mesma tabela e, conseqüentemente, organização de uma matrizcomosresultados. 2.5 Hierarquização das espécies e análise de comunidades A hierarquização das espécies numa comunidade ou biocenose é a forma de valorização das espécies, caracterizando o ambiente e expressando sua magnitude (Curtis & McIntosh, 1951). Em estudos de espécies arbóreas e arbustivas, o valor de importância que caracteriza a estruturahorizontaldaflorestaéamplamenteutilizado,considerandoqueé possívelrelacionálocomoutrasflorestasecomfatoresambientais(Martins, 1991).

21 A análise da estrutura horizontal da floresta é obtida a partir dos parâmetros de densidade, dominância e freqüência das espécies na área (Cainet al.,1956).Essesparâmetros,somadosnaformarelativa,produzem o valor de importância, os quais são citados e utilizados por muitos pesquisadores para caracterização de comunidades florestais, citandose Curtis & Mcintosh (1951), Lamprecht (1962), Vega (1968), Longhi (1980); Carvalhoet al.(1986)Machado&Longhi(1980);Carvalho(1992);Roizman (1993); Walter (1995), Longhi (1997), Longhi et al. (1999a), Nascimento (2000),Silva(2002). Os parâmetros, quando analisados isoladamente, não proporcionam informações estruturais concisas sobre a floresta (Lamprecht, 1964). Por outro lado, quando se observa apenas o valor de importância de uma espécie,podeseperderinformaçõessobrequaloparâmetroquepermitiutal hierarquização(Araujo,1998). Acaracterizaçãodacomunidadevegetalutilizavaloresdediversidade para representar a comunidade quanto a organização biológica, considerandoqueumaelevadadiversidadeocorreráquandomuitasespécies apresentaremse igualmente abundantes na comunidade vegetal (Pielou, 1977;Brower&Zar,1984;Barros,1986;PahlWostl,1995).Deigualforma, Odum(1988)relatouqueoconceitodediversidadedeespéciespossuidois componentes: riqueza, que é o número de espécies presentes, e uniformidade,queserefereàabundânciarelativadeespécies. Considerandoqueainteraçãodapopulaçãoenvolvetransferênciade energia,predação,competiçãoedivisãodoespaço,quandoadiversidadeé alta, há indicação de que a comunidade é mais complexa, pois a maior variedade de espécies necessita de maior interação destas e, conseqüentemente,maiororganização(Brower&Zar,1984). Asimilaridadeentrecomunidadesouamostrascomparaacomposição florística em termos qualitativos ou quantitativos (Walter, 1995). Esses

22 valores são obtidos a partir de índices, entre os quais aqueles de caráter qualitativos, que consideram presença ou ausência das espécies e são aplicadosemgrandeescalaemestudosdecomunidadesvegetais(VanDen Berg,1995;Vieira,1996;Pantoja,2002). 2.6 Mecanismos ou fases da regeneração Conforme Vieira (1996) os mecanismos que a floresta utiliza para regeneraçãosãofluxodesementes(dispersão),bancodesementesdosolo ebancodeplântulas.Tais“mecanismos”podemtambémserdescritoscomo fasesdaregeneração. Kageyama et al. (1989) relataram que a renovação das florestas ripárias ocorre por regeneração natural através do banco de sementes do soloedispersãoporespécieslocaisedematasadjacentes.Osprocessos sucessionais iniciam após alteração no dossel, o que permite mudança no ambientee,nestecaso,hágrandecolonizaçãodeespéciespioneiras. Conforme Fenner & Kitagima (1999), após a produção, dispersão e germinação das sementes, ocorre o estabelecimento da plântula. A perpetuaçãodedeterminadaespécienaflorestadepende,principalmente,da proporçãodediásporasdispersadas.Alémdisso,apenaspequenaproporção de sementes sucede no desenvolvimento, pois muitas etapas são necessáriasatéquesetornemplantasestabelecidas(Köstler,1956). Finol(1971)relatouqueapresençadedeterminadaespécienaárea está assegurada, somente quando esta se encontra em todos os estratos, salientandoaimportânciadobancodeplântulasnoestudodavegetação. Garwood (1996) caracterizou cinco estágios de desenvolvimento da plântula:estágiodesemente,desdeamaturaçãoatéagerminação;fasede expansãodaplântulaentreagerminação,emissãoderadículaecotilédones; estágiodareservadasemente,quandoaplântulaaindadependedareserva

23 dasemente;estágioautônomo,quandooindivíduotornasefotossintético;e estágiojuvenil,nesteestãocontidosmuitosindivíduos,desdeosmaisjovens atéaquelesqueestãopassandoparaasubpopulaçãoadulta. Fenner(1985)descreveuqueoindivíduojovempodeserconsiderado completamenteestabelecidoquandosetornaindependentedasreservasda semente, o que, muitas vezes, acontece antes mesmo que esta esteja completamenteacabada. AldereSynnott(1992)relataramquesomentepequenaproporçãode indivíduosentre0e10cmsobreviveatéclassesdemaiordiâmetro.Carvalho (1992) considerou regeneração natural os indivíduos maiores de 30 cm de alturaemenoresde5cmdediâmetro(DAP),justificandoqueaquelescom alturainferiora30cmtêmmenorchancedeseestabelecer.Rabelo(2000) considerou como regeneração os indivíduos commaisde 10 cmde altura, Vieira(1996)apartirde1mdealtura. Entretanto,osmecanismosderegeneraçãosãoaspectosimportantes para que o estabelecimento seja efetivado. Conforme Swaine & Whitmore (1988) e Garwood (1996), espécies pioneiras necessitam de abertura no dossele,então,entradadeluzparagerminarem,estabeleceremeatingirem a maturidade, enquanto espécies clímax podem germinar e se estabelecer nasombra. Emflorestasripárias,estudosdesobrevivênciaerecrutamentosãode grande importância para o desenvolvimento de modelos de dinâmica, mas encontramse ainda em fase inicial e descritiva (Rodrigues & Shepherd, 2000). Além disto, a dificuldade de comparação entre estudos da regeneração, envolvendo composição, densidade, mortalidade e ingresso, estárelacionadaàcaracterizaçãodasubpopulação,poisotamanhoemque aplantajoveméconsideradacomoingressadaouestabelecida,assimcomo o método de amostragem varia entre os estudos (Finol, 1971; Carvalho,

24 1992;Silvaet al.,1992;Caldatoet al.,1996;Still,1996;Longhiet al.,1999a; Longhiet al.,2000;Pantoja,2002). Conforme Richards (1998), a abundância de plântulas depende da disponibilidade de sementes viáveis dispersadas na área e/ou que se encontramdormentesnosolo. O fluxo de sementes ou disseminação dentro da floresta determina partedapopulaçãopotencialdeumecossistema,considerandooprocesso de entrada e saída de sementes. Qualquer ambiente natural é constantementeinvadidoporpropágulos,provenientesdevegetaçãoexterna oudaprópriaárea.Conseqüentemente,asucessão,emdeterminadohabitat, depende do potencial de dispersão das plantas, já que todas as espécies estão restritas aos seus habitats e sua sobrevivência depende do ciclo de vida,freqüênciaedistânciaqueosseuspropágulospodemalcançar(Harper, 1977). ConformeMartinezRamos&SotoCastro(1993),ofluxodesementes é a maior fonte de propágulos para a regeneração. A disseminação que ocorrenaflorestaécompostaporsementeslocaiseimigrantes.Assementes produzidas no local promovem a autoregeneração da floresta, enquanto aquelasquesãotrazidasporagentesdispersoresrepresentamoavançoda regeneração de indivíduos e espécies externas da área. Assim, a auto regeneração mantém a composição florística do local, enquanto os propágulos externos podem homogeneizar a composição da floresta, caso seja amplamente dispersada, ou criar heterogeneidade florística se a dispersãodasementefordesigual. A chegada de sementes na área é maior com a presença de dispersores que carregam frutos e sementes, depositando nas florestas (Janzen, 1980). As espécies vegetais apresentam padrões de dispersão própriosvariandodeespécieparaespécie(Fenner&Kitajima,1999).

25 Richards (1998) descreveu que a maior proporção de árvores em florestas úmidas tem frutos e sementes que atraem aves e mamíferos. Tabarelli et al. (1992) constataram que 72% das espécies presentes em floresta ripária têm dispersão zoocórica, tendência que também foi constatadaporCarmo&Morelato(2000). Conhecimento de síndrome de dispersão e fenologia das espécies contribuiparaoentendimentodofluxoe,conseqüentemente,doestoquede sementes, pois, conforme Fenner (1985), o estudo de banco de sementes requer não somente a avaliação quantitativa, mas o entendimento da dinâmica(processosdeentradaesaída). O banco de sementes do solo é um conjunto de sementes não germinadas, potencialmente capazes de substituir plantas adultas que morrem (Baker, 1989), ocorre na maioria dos habitats e o número de indivíduos presentes como propágulos dormentes excede o número de plantas, além disso, o estoque de sementes enterradas é composto parcialmenteporsementesproduzidasnaáreaeparteporsementestrazidas deoutrolugar(Harpper,1977). Richards (1998) relatou que sementes são enterradas por animais e processos físicos. O tempo que permanecem viáveis é incerto, algumas sementes podem ser destruídas por fungos, bactérias ou comidas por animaisdosolo,porém,umagrandeproporçãosobrevivepormuitosanos. Garwood (1989) descreveu duas estratégias básicas do banco de sementesnosolo:persistente,formadoporespéciespioneirascomgrande e/oucontínuafrutificação,cujassementesapresentammaiorlongevidadedo que o intervalo de produção; e transiente, representado por espécies que dispersam num período restrito e apresentam sementes com longevidade reduzida. Horizontalmente,adistribuiçãodesementesnosoloémuitovariável mesmo em pequenas distâncias, e verticalmente, a profundidade que

26 atingem no solo depende da textura e outras características do solo (Richards,1998).Porém,éreconhecidoqueamaiorproporçãodesementes ocorrenosprimeiros5cmdosolo(Putz,1983;Vieira,1996). A densidade de sementes nos solos pode variar muito, dependendo daregiãodeestudo,históricodaárea,tipodevegetaçãoeprofundidadede coleta (Garwood, 1989). Hall & Swaine (1980), estudando seis sítios florestais em Ghana, tiveram média de sementes variando de 45 a 696 sementes/m2. Em termos de composição, geralmente, o banco de sementes não apresenta grande similaridade com a vegetação madura, ao contrário de habitatsquesofremconstantesdistúrbios(Fenner,1985).Poroutrolado,as florestas ripárias apesar de sofrerem alterações freqüentes na vegetação, por causa das enchentes, também têm o banco de sementes retirado e soterrado(Rodrigues,2000). Espécies de sementes imigrantes são pouco abundantes e têm distribuição espacial limitada. Em relação às sementes locais, entretanto, sementes imigrantes têm maior diversidade do que as localmente produzidas.Alémdisso,sobodosseldafloresta,osfatoresqueinterferem naorganizaçãodacomunidadeparecemoperarseletivamente,favorecendo oestabelecimentodegrandessementeseespéciesabundantesnolocal,as quais promovem a regeneração natural (MartinezRamos & SotoCastro, 1993). Em muitos casos, após o distúrbio e exposição das sementes na superfície do solo, a planta germinada pode ser proveniente de muitas gerações passadas, pois muitas sementes podem ficar dormentes no solo pordécadas.Assim,obancodesementesdosolopoderefletirnahistóriada vegetação(Fenner,1985).Comaalteraçãonaflorestaeaberturadodossel, assementesdeespéciespioneiraspresentesnosologerminamemduasou trêssemanas(Richards,1998).

27 A presença de determinada espécie na regeneração pode ser mais bem compreendida quando as fenofases das espécies presentes nas comunidadessãoconhecidas(Carmo&Morellato,2000). ConformeLieth(1974),afenologiaestudaarepetiçãodeeventosnos indivíduos vegetais e suas causas. Em regiões subtropicais, as fenofases (eventos) apresentam mudanças regulares em razão das estações e seus ciclosanuaisdemudançadatemperatura(Richards,1998). Alberti (2002) observou que, na Floresta Estacional Decidual, a frutificação está correlacionada ao aumento da temperatura e período de insolação, enquanto a caducifolia está correlacionada aos baixos valores dessesfatores. Carmo & Morellato (2000) verificaram que a fenologia das florestas semideciduais da região sudeste foi semelhante à fenologia de florestas ripárias,considerandoasimilaridadeflorísticaentreessas.

28 3 MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Área de estudo

3.1.1Localização O estudo foi realizado em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária com influência sazonal, nas margens do rio Jacuí (30o04’36”S;52o53’09”W),nosudoestedomunicípiodeCachoeiradoSul, RS.Aáreaestudadaéde,aproximadamente,4hectares,ocupando600 mdamargemdorioelarguravariada,commáximade190m(Figura1). Aárea,pertencenteàCerâmicaKipper,foiescolhidaconsiderando seu estado de conservação, que apesar de já ter sido alterada no passado, não apresenta características de intervenção intensas, principalmentenosentidomargemborda.Deacordocominformaçõesdo administradordafazenda,aáreafoialteradanopassado,hácercade30 anos, tendo sofrido intervenção por corte seletivo de espécies de valor econômico como guajuvira (Patagonula americana), açoitacavalo (Luehea divaricata)egrápia(Apuleia leiocarpa),entreoutras. Atualmente, na área da fazenda, existe plantio de eucalipto e criação de gado. A mata ripária tem acesso por pescadores e já foi evidenciada a presença de gado no período seco, considerando que o lagoutilizadocomobebedourosecanosmesesdemenorprecipitação. Aoestedaflorestaripária,existecercade150mdemargemcom florestaremanescentedeEucalyptus sp.,misturadoaespéciesnativas,o qualéseguidodeumtrechodeáreadesprovidadevegetação.Aleste (emdireçãoàcidade),aflorestaquesegueaáreadeestudoéestreita (máximo 30 a 40 m), por aproximadamente 200 m, sendo seguida por área alterada e logo adiante interceptada pela ponte do Fandango e cidade.

29 FlorestaEstacionalDecidual

Fonte:RioGrandedoSul(2002a) ImagemSensorTMdoSatélite LANDSAT5 Lago Fl. remanescente de Eucalyptus sp. Cidade Ponte Rio FIGURA 1 Localização e caracterização de fragmento de Floresta EstacionalDecidualRipária,noBaixoRioJacuí,Cachoeira doSul,RS,Brasil.

30 O fragmento ocorre numa curva interna do rio, estando sujeito a maior alteração durante o extravasamento, em períodos de maior intensidadedechuva.

3.1.2 Caracterizaçãogeraldaárea

AáreadeestudopertenceaodomíniogeológicodaCoberturade Sedimentos Cenozóicos. Neste domínio, ocorrem diferentes tipos de depósitos sedimentares de origem desde o Período Terciário, mas principalmente precoce (Época Holocênica do Período Quaternário). Os DepósitosSedimentaresdoHolocenosãobastantediversificados,sendo fluviais,marinhos,lagunares,eólicosecoluviais.Ossedimentosaluviais, que ocupam áreas nas margens dos rios, constituemse de areia, cascalho,silteeargila(Kaul,1990). A unidadede relevoPlanícies do Rio JacuíIbicuí está contida no DomínioMorfoestruturaldoQuaternário,comsuperfíciesplanasformadas por acumulação de sedimentos; e no subdomínio dos Depósitos SedimentaresInterioranosrepresentadosporplaníciesfluviais.OrioJacuí ocorre na direção oesteleste, desaguando no rio Guaíba, sendo caracterizado por apresentar suas margens brejosas, com inundações periódicas(várzeas)outerraçosaluviaiscomrupturadopequenodeclive emrelaçãoàvárzeaeaoleitodorio.Adeclividadedestasáreaséde0a 2%eolençolfreáticoencontrasemuitopróximodasuperfície(Herrmann &Rosa,1990). Moser(1990)classificouosolocomoPlanossolo,típicosdeáreas com excesso de água em período temporário ou permanente, o que é comum em áreas baixas. Esses solos apresentam horizonte superficial eluvialdetexturaarenosaoumédia,emgrandecontrastecomohorizonte B.Apotencialidadeagrícolaérestrita,devidoàtexturaarenosaoumédia eexcessodeágua.

31 AvegetaçãopertenceàregiãofitogeográficadeFlorestaEstacional Decidual,caracterizadaporapresentarduasestaçõestérmicasdistintas, queprovocamaestacionalidadedoselementosarbóreosdominantesdo estrato emergente. A queda de temperatura, no inverno, causa a seca fisiológica, proporcionando que mais de 50% dos indivíduos do dossel percam as folhas (Klein, 1984). Nesta, apesar de ocorrer intensidade e regularidadepluviométrica,operíododefriorestringeodesenvolvimento demaiornúmerodeespéciestropicais(Leite&Klein,1990). NaFlorestaEstacionalDecidual,asespéciesdescritascomomais importantessãoNectandra megapotamica,Cupania vernalis,Sebastiania commersoniana, Luehea divaricata, Ocotea puberula, Matayba elaeagnoides, Casearia sylvestris, Allophylus edulis, Patagonula americana, Parapiptadenia rigida, Machaerium paraguariense, Cabralea canjerana, Phytolacca dioica,Nectandra lanceolata,Alchornea triplinervia, Sebastiania brasiliensiseGymnanthes concolor. Nabaciahidrográficado Baixo JacuíPardo, ondeestá inserida a área de estudoessasespécies também foram as mais características, além de Lithraea brasilensis, Ocotea pulchella, Eugenia uniflora e Blepharocalyx salicifolius (Rio GrandedoSul,2002a). Conforme classificação de Köppen, o clima na região pertence à variedadeespecífica“Cfa”,definidaporapresentartemperaturamédiado mêsmaisfrioentre–3oe18oCe,domêsmaisquentesuperiora22oC; com chuvas distribuídas durante todo o ano (Moreno, 1961; Ometo, 1981). Nimer (1990) descreveu as características térmicas da área de estudo como na categoria de Clima Mesotérmico Brando, com temperatura média anual de 18 a 20oC, cujo mês mais frio (julho) apresenta média térmica de 13 a 15oC e o mês mais quente (janeiro) entre24e26oC.Aprecipitaçãomédiaanualéde1.500a1.750mm. Moreno (1961) descreveu que a temperatura média anual em CachoeiradoSuléde19,2oC,cujomêsmaisquenteéjaneiro(24,8oC)e

32 omaisfrioéjulho(13,6oC).Aprecipitaçãomédiaanualestáentre1.500e 1.600mm. Duranteoperíododeestudo,janeirode2000amarçode2002,os dados de temperatura e precipitação, obtidos na Estação Meteorológica da Universidade Federal de Santa Maria, mostraram tais descrições, observandose,naFigura2,queasmenorestemperaturasnosdoisanos ocorreramemjulhoeaschuvasforamdistribuídas.Namesmafigura,é possívelverificarosmesesemqueocorreramenchentes(extravasamento do rio), a partir de dados diários do nível do rio, obtidos a aproximadamente500mdofragmento,pelaPORTOBRAS(Empresade PortosdoBrasil). 350 30 Precipitação Temperatura 300 25 E 250 E E 20 E 200 E E 15 150 Precipitação Precipitação Temperatura Temperatura 10 100 E E 5 50 0 0 J/00 J/01 J/02 J/00 J/00 J/01 J/01 F/00 F/01 F/02 S/00 S/01 A/00 A/00 A/01 A/01 N/00 D/00 N/01 D/01 O/00 O/01 M/00 M/00 M/01 M/01 M/02 Mês/Ano FIGURA2–Variáveisclimáticasdeprecipitação(mm)etemperatura(oC); emesescomextravasamento(E)dorio,dejaneirode2000 emarçode2002.

33 3.1.3 Caracterizaçãodofragmento Conformeobservaçõesdefatoresambientaisduranteoestudo,foi possíveldescreverosseguintesaspectosdaárea: __ a topografia no fragmento é acidentada, tanto no sentido longitudinal comoperpendicularaocursodorio.Aprimeiraparcela(10m)representa aribanceira,enquantoasparcelasposterioresapresentammaioraltitude, declinandonovamentenofinaldamata(borda)(Figura3); __ a declividade entre parcelas variou de plana (1% declividade) à fortementeondulada(declividademaiorde20%); __ as parcelas centrais são rompidas longitudinalmente, por canais e concavidades,noperíododeextravasamentodorio.Nastrêsprimeiras faixas, os canais formados, para escoamento da água, ocorreram nas parcelas4,5,9e10(Figura3).Nasfaixasseguintes,airregularidadena área não apresenta tendência clara, pois são formadas concavidades isoladas; __ medições mensais, analisadas conjuntamente com os dados da PORTOBRAS e cotas altimétricas, mostraram que o nível do lençol freático varia no tempo e espaço. Em períodos de enchente e extravasamento do rio, toda ou grande parte da superfície do solo da mata é coberta por água, durante alguns dias, geralmente, em época próximadoinverno(maioaoutubro); __dependendodaintensidadedaschuvas,aporçãocentraldamatanão é inundada, formando uma ilha. Entretanto, em alguns pontos (concavidadesisoladas)háoacumulodeáguaporcurtoperíodo(dias), de onde a saída parece estar mais influenciada pela infiltração do que pelo escoamento superficial. Ao contrário, nos canais, que ocorrem no meiodamata,oescoamentosuperficialatuamaisintensamente; __ no espaço,a borda (final da mata), conforme Schiavini (1992), é que permanece mais tempo influenciada pela saturação hídrica, pois é

34 adjacente a uma concavidade no terreno (externa à mata), que se mantémcomáguapelamaiorpartedoano,formandoumpequenolago; __amargemdorioéafetadaduranteascheias,enquantoomeiodamata éaporçãomenosinfluenciadapelasenchentes; __emtermosgeraisosolonaárea(20cmsuperficais)ésemelhantenos diferentes pontos (Anexo 1). Por outro lado, a fração areia foi evidente nos primeiros 20 m e no final da mata o solo apresentou maior porcentagemdeargila(maiorde25%); __comparandocomTedescoet al.(1995),oteordefósforofoidemédioa baixo,dependendodaclassedesolo(proporçãodeargila)cujamédiafoi em torno de 10,5 mg/l. Potássio, cálcio e magnésio apresentam teores médiosde74,8mg/l,3,09e1,0cmol/l,respectivamente; __ a acidez, em todas as parcelas, pode ser considerada elevada, considerandoqueopHnuncafoisuperiora5,0; __aporcentagemmédiadematériaorgânicafoibaixa(1,95%),porémé maiornabordadamata; __ a intensidade luminosa relativa, medida com auxílio de luxímetro, mostrouque,nointeriordafloresta,ocorreuemmédia2,8%deentrada deluzemrelaçãoaluzexterna(100%),cujocoeficientedevariaçãofoide 13,7%.Estesvaloresindicamoíndicedeáreafoliar,ouseja,acobertura produzidapelascopasdasespéciesarbóreas,arbustivasecipós,a1mda superfíciedosolo; __aporcentagemdeluzqueatingeointeriordaflorestavariacomsua estrutura,oquerefletenocrescimentodasplantas,considerandoquea intensidade de 1 a 2% é o mínimo necessário para o desenvolvimento destas. As florestas deciduais, no período de caducifolia recebem a máxima luminosidade no subbosque, seguindo ritmo vegetativo diferenciadodasespéciesdodossel(Andrae,1978).

35 Rio Floresta Ripária 10 8 Correspondenteasparcelas15 6

4 Faixa1 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Unidade Amostral 10 8 Correspondenteasparcelas623 6 4 Faixa2 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Unidade Amostral 10 8 Correspondenteasparcelas2431 6 4 Faixa3Faixa3 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Unidade Amostral 10 8 Correspondenteasparcelas3247 6 4 Faixa4 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Unidade Amostral 10 8 Correspondenteasparcelas4857

6

4 Faixa5 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Unidade Amostral 10 Correspondenteasparcelas5870 8 6

4 Faixa6 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 Unidade Amostral Rio Floresta Ripária FIGURA3__Caracterizaçãodatopografiadofragmento,em FlorestaEstacionalDecidualRipária,noBaixo RioJacuí,CachoeiradoSul,RS,Brasil.

36 3.2 Métodos 3.2.1Estudo da vegetação

3.2.1.1 Amostragem

Aquantificaçãototal(censo)deumacomunidadegeralmentenãoé possível e nem necessária, quando se tem um sistema de amostragem adequado que considera a vegetação como um todo (Oosting, 1956). Além disso, outro aspecto importante é que o sistema de amostragem seja conveniente ao objetivo do pesquisador. O método de transecto (faixa), por exemplo, é ideal e eficiente quando se deseja estudar gradienteecológico(Brower&Zar,1984). Assim, considerando o objetivo de verificar a variação da vegetaçãodentrodofragmentoeaeventualocorrênciadegrupos,foram locadasfaixasperpendicularesaorio,distribuídassistematicamentecom 50 m de distância, entre si, na margem do rio. Estas faixas foram subdivididasemsubunidadesamostraisde10mx10m(Figura4). Ofatodeofragmentoestudadoestarlocalizadonumacurvadorio proporcionou que algumas faixas fossem interceptadas por outras e, assim,apenastrêsfaixaschegaramatéabordadamata.Alémdisso,as distânciasentreestasfaixasforamdiferentesnestaporçãodofragmento. Avegetaçãoestudadafoirepresentadaporindivíduosmaioresde 20cmdealtura,abordadosemduasclassesdetamanho: __ClasseI:indivíduoscomcircunferênciaa1,3mdosolo(CAP)igualou maiorde15cm,observadosemsubunidadesamostraisde10mx10m. Nesta classe foram considerados indivíduos de espécies arbóreas e arbustivas,osquaisforamidentificadosemedidos(CAPealtura);ecipós que tiveram apenas a CAP medida, não sendo identificado quanto a espécie;

37 __ClasseII:indivíduoscomalturaigualoumaiorde20cmeCAP<15cm, sendoidentificadosemsubsubunidadesamostraisde1mx4m.Estas subunidades foram avaliadas dentro das parcelas de 10mx10m, intercalandoseduas,entrecadaumaamostrada.Aprimeiraunidadena margem e a última (borda) sempre foram observadas. Lianas e ervas (desconsiderandograminóides)foramconsideradasquantoàpresençada formadevida.

Floresta remanescente Lago Ponte- Resquício Mato 23 Cidade de Eucalyptus sp. 22 de Eucalyptus sp. 21 47 70 20 69 19 46 18 45 68 17 44 5 16 57 67 4 3 15 43 66 14 56 2 31 42 65 F1 1 13 55 12 30 41 64 11 40 54 63 10 29 9 39 53 62 8 28 38 52 61 7 6 27 37 51 60 F2 26 36 50 59 25 35 49 58 34 24 48 F6 F3 33 32 F5 Rio F4 4m 1m 170:Subunidades(10x10m) __ 170:Parcelas(10x10m) 10m Localizaçãoparcelasderegeneração(1x4m)Localização da subsubunidade de regeneração(1x4m) Fn:Faixa 10m N FIGURA 4 __ Caracterização da amostragem utilizada no estudo da vegetaçãoemfragmentodeFlorestaEstacionalDecidual Ripária,BaixoRioJacuí,CachoeiradoSul,RS,Brasil. AsespéciesarbóreasearbustivasdaclasseIIforammonitoradas durantedoisanos,comaprimeiraobservaçãorealizadaem16deabrilde 2000eaúltimaem18demarçode2002,totalizandosetemedições,com intervalodequatromeses,comexceçãodaúltimamedição(trêsmeses).

38 EstametodologiafoiparcialmentebaseadaemtrabalhosdeVieira (1996), que utilizou amostras de 1 m x 5 m e MartinezRamos & Soto Castro(1993)queidentificaram,contaramemapearamplântulasmenores de 1 m, a cada três meses, durante 1 ano, considerandoas como recrutadas. Noprimeiromês,foiidentificadaamaiorpartedosindivíduos,que já estavam etiquetados no campo. Quando a identificação não era possível, procuravase um exemplar em torno da parcela, para identificação por especialistas. Caso nãofosse encontrado, esperavase até que o indivíduo apresentasse característica morfológica para identificação. Os indivíduos desta classe foram mapeados e etiquetados no campo (Anexo 2), com rotulador. As etiquetas numeradas foram colocadasemfiodecobreeamarradasemtornodaplântula(Figura5).

FIGURA5__Caracterizaçãodametodologiadeamostrageme mediçãodaregeneraçãoemFlorestaEstacional DecidualRipária,BaixoRioJacuí,Cachoeirado Sul,RS,Brasil.

39 Conforme BraunBlanquet (1979), a área mínima que representa umacomunidadedevecorresponderaumnúmeromínimodeespéciese pode ser obtida através da curva espécieárea. Nesta, o número cumulativodeespécieséplotadoemfunçãodaárea,tambémcumulativa, cujoseixosocupadossão,respectivamente,daordenada(y)eabscissa (x)(Brower&Zar,1984). Assim, a otimização da amostragem da classe I foi realizada através deste método, conforme já utilizada por Jardim & Hosokawa (1986); Schiavini (1992); Vieira (1996); Longhi (1997); Araujo (1998); Longhiet al.(2000)eFelfili&ImanãEncinas(2001). A partir desta constatação, podese dar veracidade à suficiência amostral,prosseguindooestudodeagrupamento,jáqueasespéciessão variáveis fundamentais na análise multivariada, realizada para classificação. Posteriormente, para cada agrupamento (subformação vegetal) tambémfoielaboradaumacurvaespécieárea,comoformadeconfirmá los como menor unidade dentro da comunidade. Este procedimento permite verificar a área mínima que corresponde à unidade básica da classificaçãofitossociológica(BraunBlanquet,1979). 3.2.1.2 Análise de Cluster A determinação de subformações florestais (agrupamentos), dentrodofragmento,foirealizadapeloprograma TWINSPAN (Two-way Indicator Species Analysis), o qual verifica a ocorrência de padrões na distribuição de espécies, associados às condições ambientais locais constatadasnocampo(Hill,1979). Na análise multivariada, utilizouse uma matriz de 70 x 42, considerandoas70unidadesamostrais(linhas),40colunasdeespécies, umarepresentandolianaseumacolunadeindivíduosmortos.

40 Os dados considerados foram de abundância das espécies por parcela na classe I, desprezandose as espécies com menos de três indivíduos, as quais foram denominadas raras, conforme já descrito por Nascimento (2000), devido serem pouco freqüentes na área. Este procedimentofoi baseado na sugestão de Gauch (1982), que considera que as espécies comnúmero reduzido de indivíduos apresentam pouca ounenhumainfluênciasobreosresultadosdosagrupamentos. Paraexecuçãodaanálise,ospontosdecorteestipuladosparaas pseudoespéciesforam0,2,5,10e20.Deformamaisclara,istopodeser explicado com o seguinte exemplo: as pseudoespécies são assim denominadas porque apenas uma espécie (ex. Sebastiania commersoniana)separticionaemuma“sériedeespécies”(S. c 1,2,3,4 e5).Nocasodoníveldecorteser0,2,5,10,20,apseudoespécie1teria porcentagem de cobertura de 0 a 2% em determinadas parcelas; a pseudoespécie 2 de 2 a 5% e, assim, sucessivamente, até Sebastiania commersoniana 5 que corresponderia 20% de indivíduos na parcela ou mais.Assim,umaespéciequeérepresentadapor8%deindivíduos,em determinada amostra, seria interpretada como presente em três pseudoespécies (pseudoespécie 3), enquanto outra, com 2,5%, estaria emduas. As amostras são classificadas e posteriormente, de forma semelhante,aclassificaçãoéfeitaparaespéciesutilizandoasamostras comobase(Hillet al.,1975;Felfili&Sevilha,2001;Silva,2002). Para definição dos agrupamentos, além da análise matemática (multivariada) levouse em consideração a revisão realizada sobre florestas ripárias, características observadas no campo e possíveis explicaçõesecológicasparaaformaçãodetaisgrupos.ConformeKent& Coker (1992), o número de subdivisões depende do tamanho e característica do conjunto de dados, considerando que não necessariamente todas as divisões são definidas como um grupo, mas aquelas que podem ser verificadas in loco e explicadas. Se a divisão

41 produzirsubgruposquenãorefletemascaracterísticasdafloresta,estes devem,então,sermesclados. O resultado final do TWINSPAN é a descrição das divisões realizadas, com respectivos autovalores, unidades amostrais, espécies indicadorasepreferenciais,amostrasmalclassificadasenalinhadivisória de cada agrupamento, além de uma matriz organizada com a classificaçãohierárquicadasamostraseespéciesconjuntamente. Paramelhorvisualizaçãoediscussãodosresultados,foirealizada aanálisenodal,acrescentandoasespéciesraras.Aanálisenodaléum método que utiliza tabela de dupla entrada (unidades amostrais e espécies). As células são interligadas na tentativa de gerar nodum, quando uma célula é interseção para ambas as direções e subnodum, quando uma célula é definida em apenas uma direção (Barros, 1986). Esta análise, além de apresentar as características dos grupos estabelecidosnacomunidade,permitevisualizarclaramenteadistribuição dasespéciesnasparcelasegruposformados,emfunçãodafreqüência. 3.2.1.3 Análise fitossociológica dos agrupamentos No estudo da estrutura da floresta, a cada espécie presente foi dadaumavalorizaçãofitossociológicadentrodoagrupamento,conforme BraunBlanquet(1979). Acaracterizaçãofitossociológicafoirealizadamediantecálculosde parâmetrosdedensidade,freqüênciaedominânciaabsolutaerelativa;e ahierarquizaçãoapartirdovalordeimportância(Lamprecht,1962;Finol, 1971;BraunBlanquet,1979;Longhi,1980;Brower&Zar,1984;Martins, 1991),emcadaagrupamento.Essaanáliseresultanaestruturahorizontal querefleteadistribuiçãoeocupaçãodosindivíduosemdeterminadaárea (Lamprecht,1964;Longhi,1997). Para descrição dos agrupamentos de parcelas ou subformação vegetal, como biocenose (Dajoz, 1977), foram calculados também os

42 índices de similaridade e diversidade de espécies (Brower & Zar, 1984, Odum,1988).Nestescálculos,oscipósforamconsideradoscomoapenas umaespécie,umavezquesóforamidentificadosquantoàformadevida. Na escolha dos índices de diversidade (Índice de Shannon e Simpson)esimilaridade(ÍndicedeSorensen),considerouseofatodestes seremutilizadosemmuitaspesquisas(Barros,1986;Walter,1995;Vieira, 1996; Longhi, 1997; Araujo, 1998; Pantoja, 2002), permitindo a comparaçãocomoutrostrabalhos. a) Estrutura horizontal: __AbundânciaAbsoluta(AA):éonúmeromédiodeindivíduosde umadeterminadaespécieporunidadedeárea:

= ii / AnAA __ Abundância Relativa (AR): expressa, percentualmente, a proporção de indivíduos de uma espécie em relação ao número de indivíduosdototaldeespécies:

n i i DADAAR i •∑= 100)/( considerandoseque: ni =númerodeindivíduosdaespéciei; A=área(ha). __DominânciaAbsoluta(DoA):éaproporçãodoespaçoocupado pelaespécie,sendoutilizadaaáreabasal(G)parasuadeterminação:

= GDoA ii __ Dominância Relativa (DoR): expressa o espaço transversal ocupadoporumaespécieemfunçãodototaldeespécies:

n ii DoAGDoR i •∑= 100)/( considerandoseque:

Gi =áreabasaldaespécie.

43 __FreqüênciaAbsoluta(FA):indicaopercentualdeparcelasonde ocorre a espécie, representando a distribuição espacial desta na área, sendocalculadapor:

i = NuaFA UA •100)/( __FreqüênciaRelativa(FR):expressaafreqüênciadedeterminada espécieemfunçãodetodasasespécies,deformapercentual:

n i i FAFAFR i •∑= 100)/( considerandoseque: ua =númerodeunidadesdeamostraemqueocorreuaespécie;

NUA=númerototaldeunidadesamostrais. __ Valor de Importância (VI): este índice foi descrito por Curtis & McIntosh (1951) como forma de hierarquizar cada espécie na floresta, sendo obtido a partir da soma dos valores relativos de densidade, dominânciaefreqüência.Asomadovalordeimportânciageralmente,é transformado para percentual (VI%), o que permite uma análise imediatamentecompreensível.

i ++= FRDoRDRVI

IVI i VIi % = n • 100 ∑IVI1

b) Diversidade de espécies: __ÍndicedeShannonWiennerouShannon(H’):Esteíndicebaseiase nariquezaeequabilidadedasespécies.

n H •−= pipi )ln(' ∑i considerandoseque: n pi = i =probabilidadedeimportânciadecadaespécie; N ni =númerodeindivíduosdaespéciei; N=númerototaldeindivíduosamostrados; ln=logaritmoneperiano.

44 Parautilizaçãodesteíndicenacomparaçãoéimportanteverificaro logaritmoutilizadonocálculo(Brower&Zar,1984). __ Equabilidade: representa uniformidade do número de indivíduos nas espécies, variando de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1 melhor distribuídosestãoosindivíduosentreasespécies: H' J = S)ln( sendoque: S= número de espécies. __ Índice de Simpson (λ): este índice considera a probabilidade de dois indivíduos,tomadosaleatoriamente,seremdamesmaespécie. nn −1)( λ = ∑ ii ()NN −1 c) Similaridade entre sub-formações vegetais: __ Coeficiente de similaridade de Sorensen (CCS): a comparação da composição específica na vegetação e mecanismos (fase) de regeneraçãofoirealizada,considerandoseapenasaspectosqualitativos. Ovalorcalculadovariade0,quandonãoexistemespéciescomuns,a1 quandoasespéciessãocomunsparaambos. 2c CCS = + ss 21 considerandoseque, c =espéciescomuns; s1 e s2 = número de espécies em cada subformação ou fase da regeneraçãocomparada.

45 3.2.2 Mecanismos ou fase de regeneração Os mecanismos ou fases da regeneração estudados foram: fluxo desementes,bancodesementesdosoloebancodeplântulas(método de amostragem já descrita com vegetação), os quais consideraram os agrupamentosverificadosnofragmento. 3.2.2.1 Fluxo ou dispersão de sementes O fluxo de sementes, também estudado por Guevara & Laborde (1993),Caldatoet al.(1996)eVieira(1996)representaaquantidadede sementesquecheganasuperfíciedosolonumdeterminadotempo. A avaliação do fluxo de sementes foi realizada a partir da disposição de 30 coletores (Figura 6) de 1 m x 1 m, distribuídos aleatoriamente(Figura7),a50cmdealturadentodafloresta(Martinez Ramos&SotoCastro,1993;Vieira,1996).

FIGURA 6 __ Coletores utilizados no estudo de fluxo de sementes em Floresta Estacional Decidual Ripária,noBaixoRioJacuí,CachoeiradoSul, RS,Brasil. A coleta do material depositado considerou o fluxo mensal (Guevara&Laborde,1993;MartinezRamos&SotoCastro,1993;Caldato

46 et al., 1996), cujos propágulos depositados nos coletores foram armazenadosemsacosdepapel,etiquetadoscomonúmerodocoletore levadosparaseparaçãodassementes. Oestudofoirealizadodurantedoisanos,apartirde23demarço de 2000. O primeiro ano foi monitorado com substituição dos coletores danificadosoucarregadopelasenchentes;mesmoassim,nãofoipossível manter na área três coletores (9, 12, 20). No segundo, o acompanhamentofoirealizadosomentenoscoletoresquepermaneceram naárea,comintuitoderegistrarnovasespéciesquenãotinhamocorrido noprimeiroano.

Lago Fl.remanescentede 1 Eucalyptus sp. 2 15 4 3 30 Cidade 7 5 16 Ponte 10 4 11 8 14 17 25 29 18 28 6 9 9 23 24 27 13 27 19 12 22 26 20 21

Rio FIGURA7–Localizaçãodoscoletoresdefluxodesementesem fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, noBaixoRioJacuí,CachoeiradoSul,RS,Brasil. Na fase laboratorial, procedeuse da seguinte maneira: as sementes visíveis (maiores de 1mm), aparentemente saudáveis, foram separadas da serapilheira, remanescentes de insetos e miscelâneas e, então,identificadasecontadas. Mensalmente, as sementes novas foram cadastradas, numaficha deregistro,comonúmerodaespécieedesementes(Anexo3). Paraidentificação,foramfeitascomparaçõescomcoletaslocaise fora da área (indivíduos identificados), conhecimento de especialistas,

47 semeaduraeidentificaçãodaplantaeliteraturasilustradas.Quandoeram encontradosfrutosintactos,contavamseassementes. Nos dois primeiros meses, as sementes nãoidentificadas foram submetidas à germinação em germinadores com temperatura e luminosidade controladas. No entanto, a constante e intensa perda de material, causadapor microorganismo, impediu oprosseguimento de tal método. A partir do terceiro mês de coleta as sementes não identificadas foramlevadasatéacâmaradefluxo,noLaboratóriodeBiotecnologiado DepartamentodeCiênciasFlorestais,naUFSM,ondeforamesterilizadas emcâmaradefluxoesubmetidasàgerminação,emsaladeincubação, sob condição de luz (±1000 lux) e temperatura (±26oC) controladas (Figura8).

A B

C

FIGURA 8 __ Procedimento laboratorial para germinação de sementes em câmara de fluxo (a), preparação do material (b) e materialemsaladeincubação(c).

48 Após, as sementes terem germinado, foram transplantadas para casadevegetaçãoatéquepudessemseridentificadas. Para analisar o fluxo de sementes, foi utilizada a média de amostras compostas de coletores nos eventuais agrupamentos de vegetação ocorridos na área. Este procedimento foi adotado em função daperdadecoletores,causadapelasenchenteseacessodepessoasna área,queretiravamatelareceptoradoscoletores. Os coletores próximos, dentro das subformações, formaram amostracomposta,conformeTabela1. TABELA 1 __ Amostras compostas do fluxo de sementes em fragmentodeFlorestaEstacionalDecidualRipária, noBaixoRioJacuí,CachoeiradoSul,RS,Brasil. Subformação Amostra Coletores 1 1 11,20,21,26 1 2 1,2,27* 1 3 15,16 2 1 3,4,5 2 2 6,7,8,14 2 3 9,10,12,13 3 1 17,18,25 3 2 19,22,23,24 3 3 28,29,30 * O coletor 27, apesar de estar no meioleste, ficou sobre uma parcela classificadacomoF1. Assim,asabundânciasdesementes,dispersadasnoscoletoresno primeiro ano, foram analisadas, considerando três subformações florestais (tratamento) com três repetições cada. Os dados (variáveis discretasnúmeromédiodesementes)foramtransformadosporlogaritmo neperianos e os testes de normalização, homogeneidade da variância foramrealizadospeloprogramaSigmaStat. Asmédiasevariaçõesentreassubformaçõescomplementarama avaliaçãodosresultados,juntamentecomaanálisegráfica.

49 Sugereseestetipodeestudoemáreasemquenãoocorreacesso depessoasestranhas,jáqueaperdadeamostrasaumentaavariânciae prejudica a análise. Porém, estes efeitos podem ser diminuídos aumentandose o número de coletores, mesmo que seja necessário diminuirotamanhodestes. 3.2.2.2 __ Bancodesementesdosolo

Paraestudaradensidadeecomposiçãodobancodesementesdo solo,foramcoletadas,aleatoriamente,30amostrasdosprimeiros5cmde profundidade, considerando a camada de serapilheira. Os pontos amostradosforamosmesmosutilizadosparacolocaçãodoscoletoresdo fluxodesementes.Acoletafoirealizadadia20demarçode2000. A delimitação das amostras foi realizada a partir de gabarito de madeira (0,5 m x 0,5 m), que colocados sobre a superfície do solo permitiramapadronizaçãodaamostra(Figura9).

FIGURA9__Procedimentodecoletadebancodesementesdo solo.

50 As amostras foram armazenadas em sacos plásticos, os quais foramdevidamenteetiquetadoscomonúmerodopontodecoleta,sendo, então,levadosagerminaremcasadevegetação. Acasadevegetação,cobertacomplásticoincolorparaimpediro impacto da chuva,foi construída com estruturas demadeira (caixas) na superfíciedosolo,asquaisapresentavamdimensõesde0,5mx1,0me 0,10mdeprofundidade.Omaterialcoletadofoiespalhadosobre5cmde areiaesterilizada. Sobre as caixas, na altura de 50 cm, foram colocados sombrite 50%,oqueimpedeacontaminaçãodepropágulosexternosàárea.Para verificar a ocorrência de contaminação, foram reservadas quatro testemunhas,comapenasareiaesterilizada(Hall&Swaine,1980;Araujo et al.,2001b). A distribuição das amostras na casa de vegetação foi feita aleatoriamente,evitandoquequalqueragrupamentofossefavorecido. O experimentofoi conduzido durante seismeses, com irrigaçãoe monitoramentodiário. As identificações e contagens foram mensais. Quando a identificaçãonãofoipossível,oindivíduorecebeuumaetiquetacomum número, o qual foi descrito na ficha de campo. Nesse caso, foram observadoseventosdefloração1(momentoderepicagem)dosindivíduos nãoidentificados.Emváriasocasiões,omaterialfoitransplantadopara sacoscomsubstratodesoloeareia,naproporçãode3:1,sendoirrigado atéquefossepossívelaidentificação. O transplante, apesar de necessário, muitas vezes levou à perda deindivíduos,prejudicandoaidentificação. Os indivíduos, após identificação, foram classificados quanto à formadevida(FontQuer,1989):

1 Obancodesementesdosoloapresentaumagrandeproporçãodeespéciesdeciclo curto,quepoderiamfrutificaredispersarnolocal,contaminandoacoleta.

51 __ árvore: vegetal lenhoso com altura ≥ 5 m, com fuste principal bem definido; __arbusto:vegetallenhosomenorde5m,ramificadodesdeabase; __ erva: vegetal nãolignificado. Nessa forma de vida foram incluídos os indivíduosgraminiformes; __liana:vegetalcomhábitosarmentoso. A identificação foi realizada por especialistas e com base em literaturasapropriadas(Lorenzi,1994;Lorenzi,1998a;Lorenzi,1998b). No quarto mês, quando o número de sementes germinadas apresentou decréscimo considerável, o material coletado em cada bandeja foi revolvido para que as sementes pequenas (pouca reserva) pudessemgerminar. Paraanáliseestatística,foramconsideradosospontosdeamostra simples dentro dos eventuais grupamentos de vegetação ocorridos na área. Os dados de densidade de sementes no solo em 4 m2 (sub subunidade)foramtransformadosporlogaritmoneperiano,submetidosa teste para verificação da distribuição normal e homogeneidade da variânciae,então,realizadaanálisedevariânciasimples,utilizandoseo programaSigmaStat. Adensidadedegerminaçãonotempoepotencialflorístico,quanto àformadevida,foirepresentadaporanálisegráfica. 3.2.2.3 Bancodeplântulas

O estudo do banco de plântulas (regeneração) foi realizado por análisedevariânciasimples,cujanormalizaçãodosdadosdedensidade de indivíduos nas parcelas foi obtida a partir de transformação por logaritmoneperiano(ln),utilizandooprogramaSigmaStat. Comobjetivodeobterinformaçõessobreadinâmicaecomparara tolerância das espécies nos diferentes agrupamentos, foram calculadas astaxasdemortalidade(rmo)duranteosdoisanosdeestudo,baseadas

52 na fórmula logarítmica de Lieberman et al. (1985), utilizada por Cabral

(1999);eingresso(ri)emudança(rmu),dasespécies,utilizadaporChagas (2000):

 − mN /1 t   r % =  1  − •1001 mo  N     1   

 + iN /1 t   r % =  1  − •1001 i  N     1   

 N /1 t   r % =  2  − •1001 mu  N     1    considerandoseque,

N1=númerodeindivíduosnaprimeiramedição;

N2=númerodeindivíduosnaúltimamedição; I =indivíduosingressados; M =indivíduosmortos; T =tempoemanos. Para efeito de comparação, a taxa de mortalidade também foi calculada conforme Still (1996), que utilizou equação logarítmica para estudoderegeneração,observandosevaloresbastantesimilares,oque proporcionoumaiorsegurançanautilizaçãodasequações. 3.2.2.4 Observações complementares Comoobjetivodecomplementarasinformaçõesrelacionadasaos mecanismosderegeneração,otrabalhofoiacompanhadoporestudode fenologia, observandose, mensalmente, durante dois anos, evento de frutificaçãodasespéciesamostradasnoestudodavegetação.

53 Asespéciesestudadasforamaquelasqueapresentaramcincoou mais indivíduos amostrados, das quais aquelas com maior representatividadestiveramcincoindivíduossorteados. As observações foram feitas utilizandose binóculo e, freqüentemente,comcoletadematerialbotânico.

54 4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Suficiência amostral

Neste trabalho, pressupõe-se que a amostragem tenha sido suficiente para caracterizar e avaliar a vegetação estudada. Há vários métodos que permitem avaliar a suficiência da amostragem, preconizados por Ooosting (1956) e Mueller-Dombois & Ellenberg (1974), entre outros. Um deles é a elaboração de curva espécie-área, muito adotado em trabalhos de fitossociologia. Plotando em um sistema de eixo coordenados, o número acumulado de espécies, em relação à área de estudo, conforme a Figura 10, teve uma estabilização inicial com 3.400 m2 amostrados. A partir deste ponto, quatro espécies que ainda não tinham sido observadas na vegetação ocorreram entre 5.400 e 5.800m2, quando, então, a curva teve nova estabilização. Em função disso, considera-se que a amostragem utilizada foi suficiente para a caracterização da vegetação estudada, dentro dos limites admissíveis de erros, pois um aumento de 5% da área amostral não implica em um acréscimo de 3% do número total de espécies encontradas. Além disso, em florestas naturais, a tendência à estabilização é suficiente para representar a vegetação, considerando-se que com o aumento da área amostrada ocorrem novas espécies (Jardim & Hosokawa, 1986; Araujo, 1998; Longhi et al., 1999a; Pantoja, 2002).

55 60

50

40

30

20

10 Número Número acumulado de espécies

0 1 4 7 10 13 16 19 22 25 28 31 34 37 40 43 46 49 52 55 58 61 64 67 70 Unidades amostrais (m 2 )

FIGURA 10 __ Curva espécie-amostra, considerando indivíduos com CAP ≥ 15 cm, em Floresta Estacional Decidual Ripária, no Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil.

4.2 Caracterização florística do fragmento

No fragmento estudado, foram observadas 49 espécies arbóreas e arbustivas, pertencentes a 41 gêneros e 23 famílias botânicas, além de lianas de várias espécies (Anexo 4).

A riqueza florística é semelhante à encontrada em outras florestas ripárias do Rio Grande do Sul por Tabarelli et al. (1992), que observaram 53 espécies de 43 gêneros e 28 famílias no Rio Ibicuí, RS. Silva et al. (1992) que constataram a presença de 42 espécies de 22 famílias na região da

56 Quarta Colônia de imigração italiana do Rio Grande do Sul; e Sestren-Bastos (1997) que contou 42 espécies e 20 famílias em Eldorado do Sul. Analisando a composição florística da floresta ripária estudada observou-se que esta também foi semelhante a de outros fragmentos de vegetação na mesma região fitogeográfica, mas sem a interferência dos rios, conforme pode ser observado em trabalhos de Bearzi et al. (1992); Longhi et al. (1999a) e Vaccaro et al. (1999). Rodrigues & Nave (2000), considerando as condições bastante específicas das florestas ripárias, comentaram que a maior diferença entre esta vegetação e as formações não-ripárias é relacionada aos aspectos quantitativos e fisionômicos.

A família mais representativa na área estudada foi Myrtaceae, com 11 espécies, seguida de Rubiaceae (quatro espécies), Euphorbiaceae, Fabaceae, Flacourtiaceae, Mimosaceae, Sapindaceae e Sapotaceae (três espécies), Boraginaceae (duas espécies) e 14 com uma espécie apenas (Anexo 4). A família Myrtaceae está sempre presente com grande representatividade em ecossistemas ripários, conforme pode ser observado nos trabalhos realizados por Longhi et al. (1982), Tabarelli et al. (1992), Kilka (2002) e Longhi et al. (2001). Comparando as espécies encontradas neste estudo, no baixo Rio Jacuí, com trabalho de Daniel (1991) no Rio dos Sinos, Longhi et al. (1999b) no Ibicuí-Mirim e Tabarelli (1992) no Ibicuí, constatou-se que a similaridade foi maior com as áreas de estudo mais próximas. Este resultado sugeriu que a seletividade de espécies é definida pela região fitogeográfica e ambiente aluvial. As espécies mais comumente encontradas na região fitogeográfica e também observadas na floresta ripária são Allophylus edulis, Luehea

57 divaricata, Cupania vernalis, Matayba elaeagnoides, Myrocarpus frondosus, Casearia sylvestris, Trichilia elegans e Gymnanthes concolor (Silva et al., 1992; Nascimento et al., 2000; Araujo et al., 2000; Alberti et al., 2000). A composição florística de Floresta Estacional Decidual Ripária é formada, principalmente, por espécies higrófitas deciduais, adaptadas ao ambiente aluvial, como Luehea divaricata, Vitex megapotamica, Inga vera, Ruprechtia laxiflora e Sebastiania commersoniana (IBGE, 1991).

4.3 Análise de Cluster

A partir do estudo de gradiente da vegetação a análise de Cluster definiu três sub-formações claramente distintas no fragmento estudado, as quais se diferenciaram por apresentar variação longitudinal e transversal em relação ao leito do rio (Figura 11).

Povoamento remanescente de Eucalyptus sp. Lago

S-F 1 Cidade-

S-F2 Ponte

S-F3

S-F1

Rio

FIGURA 11 – Sub-formações florestais no interior do fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, no Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil.

58 A classificação das unidades amostrais (Anexos 5 e 6) em grupos ocorreu da seguinte forma: a primeira divisão, com autovalor de 0,407, mostrou que existe similaridade na vegetação das unidades amostrais do dique e borda (Sub-Formação 1: S-F1); e diferença daquelas que ocorreram no meio do fragmento, o que indicou a existência de espécies com diferentes graus de tolerância à saturação hídrica (Figura 12). Sebastiania commersoniana e Eugenia uniflora foram espécies indicadoras da S-F1 (dique e borda), sendo descritas por Reitz et al. (1983) e Lorenzi (1998a) como adaptadas às condições ambientais de floresta ripária, sendo seletivas higrófilas e heliófilas, enquanto Casearia sylvestris e espécies de lianas, como Bauhinia forficata, Combretum fruticosum, Pristimera andina, Smilax campestris, Serjania multiflora e Paullinia elegans, foram indicadoras do agrupamento do meio do fragmento. A segunda divisão, com autovalor de 0,301 (Anexo 5), separou as amostras do meio da mata em duas sub-formações, uma a oeste (S-F2) e outra a leste (S-F3) (Figura 12). Analisando os resultados matemáticos, dados complementares e relatórios de campo, foi possível observar que, no lado oeste, a interferência do rio é maior no período de enchentes. Isto pode ser explicado pelo fluxo do rio, no sentido oeste-leste, que encontra como barreira o fragmento em curva, sendo neste local formados os canais, enquanto a leste ocorre acúmulo d’água em alguns pontos por maior tempo do que na S-F2, considerando a menor vazão. A formação de canais já foi observada em floresta ripária no Baixo Rio , sendo descrito por Kilka (2002) como “canais semiativos”, em razão de ocorrerem somente no período de maior precipitação.

A sub-formação S-F2 foi indicada pelas espécies Cupania vernalis, Seguieria aculeata e Gymnanthes concolor. As duas primeiras espécies são heliófilas, (Reitz et al., 1983 e Marchiori, 2000), ocorrendo no ambiente,

59 provavelmente, devido às perturbações periódicas causadas pelo extravasamento do rio, enquanto Gymnanthes concolor é comum no sub- bosque da floresta, compondo o estrato inferior (Longhi et al., 2000; Nascimento et al., 2000), observada por Vaccaro et al. (1999) em estágios mais avançados de sucessão.

As espécies indicadoras da sub-formação S-F3, Casearia sylvestris e Allophylus edulis são comuns em matas ripárias. A primeira, apesar de ter melhor performance sob condição de luminosidade, ocorre também em florestas mais densas; enquanto Allophylus edulis é espécie esciófila (Reitz et al., 1983; Lorenzi, 1998a). Oliveira Filho & Ratter (2000) descreveram que Casearia sylvestris é espécie generalista, adaptando-se a muitos habitats. Este fato pode indicar a situação de estágio com menor alteração da sub-formação 3, conseqüentemente, possibilitando a ocorrência e freqüência de espécies adaptadas aos ambientes sombreados. Por outro lado, a permanência de água por maior tempo na área pode ter influenciado na presença das espécies, considerando que as parcelas 3 e 4 (cotas baixas) da faixa 1 (Figura 3), permaneceram com água por maior período, ficaram classificadas na S-F3 e apresentaram Allophylus edulis e Casearia sylvestris. As espécies preferenciais (abreviadas), que também definem as sub- formações, mostram o número de parcelas onde ocorreu a pseudoespécie. No caso da sub-formação 1, que apresentou Eugenia mansoi 2 e Ruprechtia laxiflora 3 em três parcelas nos dois lados da divisão, e mesmo assim foram preferenciais na S-F1, em razão deste grupo ter menos parcelas (Figura 12).

60 Conjunto de Parcelas

a Autovalor da 1 Divisão: 0,407 Sub-Formação 1

Parcelas: 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, Parcelas: 1, 20, 23, 24, 32, 45, 46, 47, 48, 58, 59, 62, 70 21, 22, 25, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 33, 34, 35, 36, 37, 38, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 49, 50, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 60, 61, 63, 64, 65, 66, 67, 68, 69 Espécies Indicadoras: Casearia sylvestris, Lianas (várias espécies) Espécies Indicadoras: Sebastiania commersoniana, Eugenia

uniflora

Espécies Preferenciais: R s 1 (26,1), P a (23,0), G c 1 (17,1), M p 1 Espécies Preferenciais: S c 1 (3, 11), E u 1 (5, 10), E m 1 (4,5), (14, 1), C s 1 (30, 1), S a 1 (12, 0), L 1 (37, 2), R s 2 (15, 0), G c 2 S c 2 (3, 9), E u 2 (4,5), E m 2 (3, 3), R l 3 (3, 3) (12,0), C s 2 (16, 0), L 2 (24, 0)

Autovalor de 2a Divisão: 0,301 Sub-Formação 2 Sub-Formação 3 Abreviaturas: R s (Rollinia salicifolia), P a (Patagonula Parcelas: 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, Parcelas: 2, 3, 4, 22, 33, 34, 37, americana), G c (Gymnanthes concolor), M p (Machaerium paragrariense), C s (Casearia sylvestris), L 13, 14, 15, 16, 17, 18, 19, 21, 25, 39, 40, 41, 42, 43, 44, 49, 50, 51, 26, 27, 28, 29, 30, 31, 35, 36, 38, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 63, 65, 66, (Lianas), S c (Sebastiania commersoniana), E u 60, 61, 64 67, 68, 69 (Eugenia uruguayensis), E m (Eugenia mansoi), R l (Ruprechtia laxiflora), T e (Trichilia elegans), S b Espécies Indicadoras: Espécies Indicadoras: (Sebastiania brasiliensis), E r (Eugenia ramboi), S a Gymnanthes concolor, Cupania Casearia sylvestris, Allophylus (Seguieria aculeata), C v (Cupania vernalis), So b vernalis, Seguieria aculeata edulis (Sorocea bonplandii), M t (Myrciaria tenella), E h (Eugenia hyemalis), A e (Allophylus edulis). Espécies Preferenciais: G c 1 Espécies Preferenciais: M t 1 Observação: O número depois da abreviatura refere-se a pseudoespécie (nível de corte). (16,1), T e 1 (6,2), So b 1 (9,1), E (0, 7), S b 2 (1, 8), C s 2 (2, 14), r 1 (11, 0), S a 1 (12, 0), C v 1 (17, E h 2 (1, 9), A e 2 (1, 12), C s 3 O número entre parênteses, refere-se às parcelas onde 4), G c 2 (12, 0), S b 2 (7, 1), E r 2 (0, 8) estão contidas as pseudoespécies, em ambos os lados (7, 0), S a 2 (6, 0), C v 2 (9, 2) da divisão. FIGURA 12 - Classificação das unidades amostrais em três grupos, caracterizando as sub-formações internas em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária , no Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil.

61 A partir das sub-formações, foram gerados grupos de espécies (Anexos 5 e 6), provavelmente, com semelhantes preferências ambientais. Seis grupos foram considerados válidos (autovalor maior de 0,3), sendo cinco facilmente visualizados na Tabela 2. No entanto, o conhecimento limitado da autoecologia de espécies nativas, restringe uma discussão mais aprofundada. O que foi possível distinguir é que a 1a divisão (autovalor 0,606) apresentou grupos (G) de espécies, principalmente, restritas à porção central do fragmento e de borda-dique, ambos com algumas espécies comuns em todos os trechos da mata. Consecutivas divisões dos grupos formaram subgrupos que separavam as espécies mais comuns daquelas restritas a determinada porção: G1, representado por espécies de dique e borda; G2, por espécies (entre estas, grupos das mortas) com maior número de indivíduos no dique-borda, mas ocorrendo nas outras sub- formações; G3, formado por espécies que ocorrem em todo o fragmento, mas principalmente na S-F3; G4, por espécies comuns nas sub-formações

S-F2 e S-F3; e G5, por aquelas restritas à S-F2, além de lianas que apesar de ocorrerem na S-F3, apresentam grande número de indivíduos na S-F2.

A subdivisão do G3 não ficou claramente definida na tabela. A análise nodal permitiu melhor visualização das espécies exclusivas ou freqüentes nas sub-formações florestais (Tabela 2). Na mesma tabela, constam os grupos de espécies similares gerados após a definição das sub-formações. Observou-se apenas formações de subnodum, pois os parâmetros coincidentes ocorreram somente na direção horizontal (unidades amostrais). A formação de nódum poderia ser distinguida se fossem considerados pequenos grupos de espécies associadas a pequenos grupos de parcelas, o que sairia do objetivo principal deste trabalho. No entanto, conforme Walter (1995) e Rodrigues & Nave (2000) esses pequenos agrupamentos ocorrem formando os mosaicos comuns em ecossistemas com complexidade ambiental, tal como os ripários.

62 Contudo, as seguintes descrições das sub-formações podem ser feitas, como forma de diferenciá-las.

A S-F1 (sitio 1) foi caracterizada, principalmente, pela presença conjunta de Sebastiania commersoniana e Eugenia uniflora, por outro lado, observou-se, em poucas parcelas, que na ausência de uma ocorreu a outra. Estas espécies, além de Eugenia mansoi, são mais freqüentes e não-exclusivas da sub-formação; porém, nota-se serem adaptadas à saturação hídrica, pois foram mais representativas na S-F3 do que na S-

F2. Como espécies exclusivas desta sub-formação estão Inga vera, Calyptranthes concinna e Terminalia australis, que ocorreram somente na margem. Estas, apesar da baixa freqüência, apresentaram densidade relativamente alta, o que caracteriza o padrão de distribuição espacial agregado.

A S-F2 teve Seguieria aculeata como espécie exclusiva, sendo distinguida na S-F1 por apresentar elevada freqüência de Ocotea pulchella, Sorocea bonplandii, Randia armata, Rollinia salicifolia, Trichillia elegans, Patagonula americana e Casearia sylvestris.

A diferença dos sítios S-F2 e S-F3 pode ser constatada pela presença de Eugenia ramboi no primeiro e ausência de Sebastiania commersoniana.

Comparando-se a S-F3 e S-F1, observou-se a presença de Patagonula americana e Casearia sylvestris na primeira e ausência na segunda sub-formação. As espécies exclusivas no sítio 3 foram Cordia ecalyculata, Eugenia uruguayensis e Myrciaria tenella.

63 TABELA 2 __ Análise Nodal e caracterização da distribuição de espécies em sub-formações florestais de fragmento de Floresta Estacional Decídua Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil. (Parcelas 10x10 m) Formação 1 Formação 2 Formação 3

Espécie UA32 48 62 70 1 23 45 47 20 46 59 24 585 9 16 19 21 15 17 14 28 29 30 10 18 36 7 8 12 25 26 31 35 60 61 64 11 13 6 2739 38 42 2 43 49 40 41 44 54 37 68 50 52 56 65 66 67 3 34 51 55 57 63 69 22 33 4 53 Seguieria aculeata * *********** Gymnanthes concolor * **************** * Cupania vernalis * ** ** *************** **** Eugenia ramboi * ********** * Ocotea pulchella * * ** * * Sorocea bonplandii ********* * Randia armata * ** * * Trichilia elegans **** * * ** Rollinia salicifolia * ************** ************ Strychinos brasiliensis * * Eugenia involucrata * * **** ** **** Lianas ** ************************************* Apuleia leiocarpa * * * ** *** Diospyros inconstans * * * Chrysophyllum marginatum * * * Patagonula americana * ********************** Campomanesia xanthocarpa *** * **** Celtis iguanaea *** * ***** Vitex megapotamica * ** Matayba elaeagnoides ** * ** **** * * Chrysophyllum gonocarpum ** * Cordia ecalyculata *** Eugenia uruguayensis * Myrciaria tenella * ***** * Casearia sylvestris ******** **** * ***************** Allophylus edulis **** * *********** * * *** ************* Eugenia hyemalis *** ***** *** ********** ***** Machaerium paraguariense * ******* ****** * Parapiptadenia rigida *** * ******* * ************** Sebastiania brasiliensis * ********* * * *********** Myrocarpus frondosus * * * Pouteria gardneriana * ** * * * Ruprechtia laxiflora **** ******** ******* ************ Luehea divaricata ** ** ******** *** ***** Mortas ****** ***** **** ******* ****** Guettarda uruguensis ** * Eugenia mansoi ***** * *** Sebastiania commersionana *********** * ** Eugenia uniflora ********** * *** * Inga uruguensis ** Calyptranthes concinna * Terminalia australis * Lonchocarpus muehlbergianus * Scutia buxifolia * * Banara tomentosa * * Erythroxylum deciduum * Myrcianthes pungens * Blepharocalyx salicifolius * Chomelia obtusa * Mimosa bimucronata * Casearia decandra * 64

De modo geral, a S-F1 (parcelas de borda e dique) ocorreu em cotas mais baixas, em relação àquelas centrais, o que permite seletividade de espécies tolerantes a tais características. Considera-se que este resultado esteja vinculado, principalmente, ao nível do lençol freático que era semelhante nas duas condições (borda e dique), já que as características físicas e químicas do solo, como porcentagem de argila e teor de matéria orgânica, apresentaram diferença (Anexo 1). Assim, foi possível constatar que a composição florística do fragmento, ou de suas sub-formações internas são determinadas pelos fatores ambientais predominantes em determinado espaço. Conforme Runhaar & Haes (1994), a composição de espécies está em equilíbrio com as condições do ambiente até que estas mudem e, conseqüentemente, as espécies já não serão indicativas daquele ambiente, tendendo a haver uma substituição.

Sobre esta perspectiva, confirma-se o fato de que a S-F2 e S-F3, por ocorrerem no meio da mata, em cotas mais elevadas, sob condição semelhante de solos, além de estarem num mesmo grupo (maior similaridade florística) na primeira divisão, posteriormente, caracterizaram dois grupos. Neste caso, o tipo de interferência, provavelmente, foi determinante na classificação destes grupos. A S-F2 sofreu interferência intensa por curto período, enquanto na S-F3 ocorreu o contrário.

Na S-F2, as enchentes tiveram maior impacto, principalmente nas unidades próximas aos canais, proporcionando queda de árvores com maior diâmetro. Nesta área, observou-se que em razão das copas estarem entrelaçadas por cipós, outras árvores caíam juntas, conseqüentemente, ocorrendo maior entrada de luz.

O fato das concavidades, na S-F3, estarem distribuídas no meio do terreno e não na forma de canais foi o que, provavelmente, proporcionou a variação ambiental em relação à S-F2.

65

Um aspecto que deve ser mencionado para que não ocorra confusão quando as Figuras 4 e 12 forem analisadas conjuntamente, é que algumas unidades amostrais como 2 , 3 e 4, apesar de estarem a oeste (S-F2) ficaram classificadas como características da S-F3. Na faixa

2, entre as unidades 19 e 23, houve a seqüência das parcelas 20 (S-F1),

21 (S-F2) e 22 (S-F3); e, na faixa 6, entre a 58 e 59 (dique ou S-F1) e 65

(S-F3) ocorreram a 60 e 61 da S-F2, 62 da S-F1, 63 da S-F3 e 64 da S-F2. As unidades amostrais 20 (15a UA da faixa 2) e 62 (5a sub-unidade da faixa 6) ocorreram nas cotas mais baixas (Figura 3), tendo maior influência da flutuação do lençol freático. As demais parcelas apresentaram “mistura” de características, as quais não ocorreram no meio de uma sub-formação, mas em pontos de transição destas.

4.4 Aspectos florísticos e fitossociológicos das sub-formações vegetais no fragmento

A amostragem utilizada para representar as espécies dentro das sub-formações mostrou tendência à estabilização na S-F2, porém, observou-se que na S-F1 e S-F3 não houve estabilização da curva (Figura 13). Este resultado confirma que dentro de uma sub-formação ocorrem variações e formação de mosaico, caracterizando a complexidade da vegetação no fragmento. A fisionomia da vegetação em mosaicos foi caracterizada por Rodrigues & Nave (2000), como microhabitats provenientes da heterogeneidade ambiental; e observados por Tabarelli et al. (1992), em florestas ripárias no Rio Grande do Sul. Outro fato que pode ter definido a parcial instabilidade da curva, principalmente na sub-formação 1, é que, nesta, ocorrem espécies próprias de beira de rio como Terminalia australis e Inga vera, conjuntamente com espécies comuns no dique e borda. Provavelmente,

66

foi com maior número de espécies distintas nestas duas situações, que Schiavini (1992) obteve classificação de floresta ripária em dique, meio e borda.

40 38 36 34 32 30 28 Sub-Formação 1 26 Sub-Formação 2 24 22 Sub-Formação 3 20 18 16 14 12 10 8 6

Númeroacumulado de espécies 4 2 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 Unidade amostral (100 m2)

FIGURA 13 __ Curva espécie-amostra das três sub-formações em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, no Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil.

As espécies raras, que podem ser observadas na Tabela 2, contribuíram para que as curvas não ficassem estáveis, respondendo à ocorrência de mosaico na vegetação.

As sub-formações S-F2 e S-F3 apresentaram maior riqueza florística e 86% de similaridade (Tabela 3), destacando o fato de que por estarem numa situação mais privilegiada, em termos ambientais, permite a ocorrência de maior número de espécies. Ao contrário, na S-F1, deve ocorrer espécies com maior tolerância ou plasticidade aos extravasamentos, enchentes e lençol freático próximo da superfície. As sub-formações 1, 2 e 3 apresentaram, respectivamente, 25, 38 e 36 espécies; 20, 32 e 30 gêneros; e 12, 22 e 20 famílias. A diversidade, foi maior nas sub-formações do meio da mata do que na borda, apesar da pequena diferença (Tabela 3), pois quando poucas espécies predominam na vegetação a equabilidade e, conseqüentemente, o valor de diversidade

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baixam. Pelo índice de Shannon a S-F2, apresentou maior diversidade que S-F3, pois este tem maior consideração pela equabilidade do que o

índice de Simpson, enquanto este último foi maior para a S-F3. Os resultados de diversidade foram semelhantes àqueles encontrados por Kilka (2002), que observou que os valores de diversidade e equabilidade foram maiores em floresta com menor interferência da inundação. Longhi et al. (2002) verificaram, em fragmento de floresta ripária, Índice de Shannon igual a 2,44. Neste local, cujo maior período do ano permanecia sob saturação hídrica, foi observada baixa riqueza florística (24 espécies arbóreas), assim como ocorreu na S-F1.

Na S-F1, predominaram as famílias Myrtaceae (7 espécies),

Euphorbiaceae (3) e Mimosaceae (3). A S-F2 foi mais bem representada, em termos de riqueza florística, pelas Myrtaceae (6 espécies), Fabaceae (3), Flacourtiaceae (3), Rubiaceae (3), Sapindaceae (3) e Sapotaceae (3). Na sub-formação 3, ocorreram 8 espécies de Myrtaceae, 3 de Sapindaceae e Sapotaceae.

TABELA 3 __ Número de famílias (F), gêneros (Gen), espécies (Esp),

Índice de Diversidade de Simpson (DS), Shannon (H’), Equabilidade (J) e Similaridade das três sub-formações em Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil

Sub-Formação Riqueza Florística Diversidade Similaridade (%) Sub-Formação

F Gen Esp DS H’ J 1 2 3 1 12 20 25 0,89 2,57 0,79 2 22 32 38 0,94 2,82 0,78 60 3 20 30 36 0,93 2,95 0,83 52 86

A princípio, observando a riqueza florística, acredita-se que as famílias com maior número de espécies são as mais bem representadas, porém, isto não acontece sempre. Na S-F1, apesar da Myrtaceae ter mais espécies, Euphorbiaceae apresentou maior densidade com 531

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indivíduos/ha, enquanto Myrtaceae tinha 392. Na S-F2, Myrtaceae apresentou maior riqueza de espécies, assim como maior densidade de indivíduos por hectare (265), sendo seguida por Euphorbiaceae (213). Na

S-F3, ocorreu maior densidade de árvores da família Sapindaceae (364), seguida por Myrtaceae (354 indivíduos/ha). Em fragmento de Floresta Estacional Decidual, Longhi et al. (1999a) observaram que, apesar de Myrtaceae apresentar maior riqueza, a maior densidade de indivíduos foi das famílias Rutaceae, Rubiaceae, Flacourtiaceae e Myrsinaceae. Nascimento et al. (2000) observaram Myrtaceae, em terceiro lugar, em riqueza florística, mas com muito baixo número de indivíduos (1,17%). Alberti et al. (2000) também verificaram que a família apresentou maior número de espécies. Balbueno (1997) constatou, num dos fragmentos estudados de floresta ripária do Baixo Rio Jacuí, a maior riqueza e densidade de indivíduos desta família. O que pode ser descrito em relação às espécies da família Myrtaceae é que ocorrem comumente na Floresta Estacional Decidual, mas apresentam maior tolerância aos ecossistemas aluviais, nas quais são bastante representativas quanto à abundância de indivíduos. O destaque a esta família deve-se ao fato de que suas espécies apresentam síndrome de dispersão zoocórica, o que serve como atrativo de dispersores aos fragmentos, aumentando a possibilidade de regeneração natural desses ecossistemas, pois conforme Pinã-Rodrigues (1994), provavelmente, um dos problemas relacionados à degradação de fragmentos florestais seja a falta de propágulos para regeneração. Em todas as sub-formações, o gênero predominante foi Eugenia (pitanga, cerejeira-do-mato). Analisando-se os parâmetros fitossociológicos nas três sub- formações encontradas, foram verificadas características específicas em cada uma.

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Considerando as margens e borda do fragmento (Sub-Formação 1), observou-se o predomínio de Sebastiania commersoniana, Inga vera, Luehea divaricata, Ruprechtia laxiflora e Eugenia uniflora, as quais perfazem 55,55% do valor de importância da comunidade (Tabela 4). Geralmente, observa-se que pequeno número de espécies representa os ambientes nos estágios iniciais de sucessão (Vieira, 1996; Araujo, 1998; Vaccaro et al., 1999; Pantoja, 2002), porém, sob fatores ambientais desfavoráveis, como os proporcionados por enchentes, poucas são as espécies tolerantes a tal situação, conseqüentemente, poucas se destacam. Sebastiania commersoniana ficou bem representada em abundância (25,11%), freqüência (14,29%) e dominância (11,64%), refletindo no maior valor de importância (17,01%). Os 57 indivíduos amostrados estiveram presentes em 84,62% das unidades amostrais (Tabela 4). Este resultado foi similar ao estudo de Balbueno (1997), que observou a presença de Sebastiania commersoniana em todas as parcelas. Inga vera e Luehea divaricata destacaram-se por apresentar indivíduos bem desenvolvidos, com elevado diâmetro, enquanto Ruprechtia laxiflora, além do diâmetro ficou bem representada quanto à densidade. O destaque a estas espécies, nesses ecossistemas, já tinha sido dado por Longhi-Wagner & Ramos (1981), IBGE, (1991) e Rosa & Irgang (1998). Oliveira & Porto (1999) descreveram que Inga vera ocupa diques marginais mais antigos. Carvalho (1994) relatou que Ruprechtia laxiflora é espécie secundária tardia, que ocorre naturalmente em solos aluviais. Rosa & Irgang (1998) destacaram a presença de Sebastiania commersoniana e Inga vera na comunidade arbórea na planície de inundação do rio dos Sinos. A primeira, em locais onde é evidenciada a flutuação do lençol freático. A segunda, ocorrendo nas barrancas da margem do rio, em locais onde ocorreu intenso processo de

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sedimentação. Tais características são similares às observadas neste estudo.

TABELA 4 __ Espécies e estrutura horizontal da Sub-Formação 1 (dique- borda) de fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, no Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil AA Espécie NI NA FA DoA AR FR DoR VI VI% (N/ha) (m2/ha) Sebastiania commersoniana 57 11 438,50 84,62 3,44 25,11 14,29 11,64 51,04 17,01 Inga vera 14 2 107,70 15,38 6,44 6,17 2,60 21,75 30,52 10,17 Luehea divaricata 15 3 115,40 23,08 5,89 6,61 3,90 19,90 30,41 10,14 Ruprechtia laxiflora 27 4 207,70 30,77 3,65 11,89 5,19 12,33 29,42 9,81 Eugenia uniflora 20 10 153,80 76,92 1,03 8,81 12,99 3,47 25,27 8,42 Parapiptadenia rigida 4 3 30,80 23,08 3,46 1,76 3,90 11,68 17,34 5,78 Eugenia mansoi 18 5 138,50 38,46 0,68 7,93 6,49 2,29 16,71 5,57 Mortas 12 6 92,30 46,15 0,66 5,29 7,79 2,24 15,31 5,10 Sebastiania brasiliensis 11 4 84,60 30,77 0,78 4,85 5,19 2,63 12,67 4,22 Allophylus edulis 8 5 61,50 38,46 0,76 3,52 6,49 2,56 12,58 4,19 Cupania vernalis 5 3 38,50 23,08 0,83 2,20 3,90 2,79 8,89 2,96 Eugenia hyemalis 4 3 30,80 23,08 0,10 1,76 3,90 0,34 6,00 2,00 Machaerium paraguariense 3 1 23,10 7,69 0,77 1,32 1,30 2,60 5,22 1,74 Terminalia australis 7 1 53,80 7,69 0,20 3,08 1,30 0,69 5,07 1,69 Guettarda uruguensis 3 2 23,10 15,38 0,07 1,32 2,60 0,23 4,15 1,38 Pouteria gardneriana 2 2 15,40 15,38 0,06 0,88 2,60 0,19 3,67 1,22 Lianas 2 2 15,40 15,38 0,05 0,88 2,60 0,16 3,63 1,21 Calyptranthes concinna 4 1 30,80 7,69 0,09 1,76 1,30 0,31 3,37 1,12 Eugenia ramboi 3 1 23,10 7,69 0,21 1,32 1,30 0,71 3,33 1,11 Scutia buxifolia 1 1 7,70 7,69 0,15 0,44 1,30 0,51 2,25 0,75 Myrocarpus frondosus 1 1 7,70 7,69 0,10 0,44 1,30 0,33 2,07 0,69 Mimosa bimucronata 1 1 7,70 7,69 0,07 0,44 1,30 0,25 1,99 0,66 Gymnanthes concolor 1 1 7,70 7,69 0,04 0,44 1,30 0,13 1,86 0,62 Rollinia salicifolia 1 1 7,70 7,69 0,03 0,44 1,30 0,10 1,84 0,61 Strychinos brasiliensis 1 1 7,70 7,69 0,02 0,44 1,30 0,07 1,80 0,60 Blepharocalyx salicifolius 1 1 7,70 7,69 0,02 0,44 1,30 0,06 1,80 0,60 Eugenia involucrata 1 1 7,70 7,69 0,02 0,44 1,30 0,06 1,79 0,60 Soma 1746,4 29,6 100,0 100,0 100,0 300,0 100,0 Ni: Número de indivíduos; NA: Número de amostras onde ocorreu a espécie; AA e AR: Abundância Absoluta e Relativa, DoA e DoR: Dominância Absoluta e Relativa; FA e FR: Freqüência Absoluta e Relativa; VI: Valor de importância. Número total de amostras=13 (10x10 m).

Eugenia uniflora destacou-se, principalmente, pela freqüência em que ocorreu nas parcelas, já tendo sido indicada por Reitz et al. (1983), como própria para reflorestamento de margens de rios, em razão de suas raízes pivotantes, que atuam contra a erosão, além de ser atrativo para a fauna dispersora.

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Na porção do fragmento do lado oeste (S-F2), Cupania vernalis foi a espécie mais importante, seguida por Parapiptadenia rigida, lianas, Patagonula americana e Gymnanthes concolor que representaram, aproximadamente, 36% do valor de importância da comunidade (Tabela 5). Cupania vernalis, Parapiptadenia rigida e Patagonula americana tiveram destaque por causa de sua dominância. As demais destacaram- se em razão da abundância e freqüência, apesar do baixo valor de dominância. A autoecologia de Cupania vernalis é de espécie heliófila ou de luz difusa (Reitz et al., 1983), Parapiptadenia rigida e Patagonula americana são heliófilas (Carvalho, 1994; Marchiori, 1997), atingindo estágios mais avançados (Longhi, 1995). Todas são espécies comumente encontradas em floresta ripária, apesar de não estarem adaptadas a solos excessivamente úmidos (Reitz et al., 1983; Carvalho, 1994; Longhi, 1995) e, provavelmente, por isso ocorreram no meio do fragmento, nas cotas mais altas da área. Ribeiro et al. (1999) relataram que a forma de vida “lianas”, em geral, apresenta folha somente no dossel, associando-se às copas das árvores e compondo parte importante da floresta. Conforme Janzen (1980), as lianas desenvolvem bem em ambientes favoráveis à rápida taxa de crescimento, são encontradas em áreas alteradas (maior entrada de luz), não estando adaptadas a locais secos ou pobres de nutrientes.

Na área de estudo, a porção central da mata, principalmente S-F2, é a que proporciona tais situações, considerando que as enchentes derrubam as árvores, causando abertura no dossel e conseqüente entrada de luz, para que estas regenerem. Além disso, nestes locais do fragmento é onde o solo apresenta-se com maior disponibilidade de nutrientes e umidade suficiente, dando condições para que, rapidamente, espécies de lianas, herbáceas e lenhosas desenvolvam-se.

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Apesar das lianas ocorrerem nas áreas abertas, rapidamente ajudam a aumentar a área foliar da floresta, permitindo que espécies de característica esciófila como Gymnanthes concolor, possam desenvolver. Esta espécie é comum nos sub-bosques de florestas (Longhi et al., 2000; Nascimento et al., 2000), sendo descrita por Kilka (2002) como uma das mais importantes em floresta ripária com inundação sazonal.

Outro fato que pode ser destacado, ainda na S-F2, é que Cupania vernalis foi a espécie com maior valor de importância (8,41%), no entanto, as lianas (VI=7,21%) têm maior abundância e freqüência. A primeira, que é característica de luz difusa, consegue desenvolver o diâmetro de seus indivíduos, e as lianas aproveitam a queda das árvores causadas pelas enchentes para germinar, crescer rapidamente e ocupar o dossel, juntamente com as árvores do estrato superior.

Na S-F3, destacaram-se Casearia sylvestris, Allophylus edulis, Patagonula americana, Parapiptadenia rigida e mortas, as quais, em termos de valor de importância, perfizeram 41,67% (Tabela 6). Casearia sylvestris e Allophylus edulis se destacaram pela abundância e freqüência. As duas espécies além de possuírem grande número de indivíduos (268 ind./ha) ocorreram em mais de 60% das parcelas, o que indica que estão adaptadas ao ambiente. Patagonula americana, Parapiptadenia rígida e árvores mortas apresentaram a maior área basal. Reitz et al. (1983) descreveram que Casearia sylvestris apresenta boa performance nas florestas ripárias por ter raízes profundas e rápido crescimento.

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TABELA 5 __ Espécies e estrutura horizontal da Sub-Formação 2 (meio- oeste) de fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil

Especie NI NA AA FA DoA AR FR DoR VI VI% (N/ha) (m2/ha) Cupania vernalis 36 17 124,10 58,62 3,63 7,17 6,59 11,47 25,23 8,41 Parapiptadenia rigida 12 8 41,40 27,59 5,22 2,39 3,10 16,49 21,99 7,33 Lianas 53 21 182,80 72,41 0,92 10,56 8,14 2,92 21,62 7,21 Patagonula americana 30 12 103,40 41,38 3,26 5,98 4,65 10,32 20,94 6,98 Gymnanthes concolor 54 16 186,20 55,17 0,59 10,76 6,20 1,88 18,84 6,28 Mortas 15 9 51,70 31,03 3,77 2,99 3,49 11,93 18,40 6,13 Rollinia salicifolia 33 14 113,80 48,28 1,81 6,57 5,43 5,74 17,74 5,91 Eugenia ramboi 40 11 137,90 37,93 1,25 7,97 4,26 3,94 16,17 5,39 Ruprechtia laxiflora 24 15 82,80 51,72 1,47 4,78 5,81 4,64 15,23 5,08 Seguieria aculeata 26 12 89,70 41,38 0,52 5,18 4,65 1,65 11,48 3,83 Luehea divaricata 13 9 44,80 31,03 1,69 2,59 3,49 5,34 11,41 3,80 Allophylus edulis 14 12 48,30 41,38 0,74 2,79 4,65 2,34 9,78 3,26 Sorocea bonplandii 20 9 69,00 31,03 0,49 3,98 3,49 1,55 9,02 3,01 Casearia sylvestris 14 12 48,30 41,38 0,27 2,79 4,65 0,85 8,29 2,76 Ocotea pulchella 11 5 37,90 17,24 0,87 2,19 1,94 2,74 6,87 2,29 Machaerium paraguariense 10 7 34,50 24,14 0,66 1,99 2,71 2,09 6,80 2,27 Apuleia leiocarpa 7 5 24,10 17,24 1,05 1,39 1,94 3,32 6,65 2,22 Eugenia involucrata 14 7 48,30 24,14 0,26 2,79 2,71 0,84 6,34 2,11 Eugenia hyemalis 11 8 37,90 27,59 0,17 2,19 3,10 0,53 5,83 1,94 Matayba elaeagnoides 6 5 20,70 17,24 0,76 1,20 1,94 2,42 5,55 1,85 Sebastiania brasiliensis 8 7 27,60 24,14 0,39 1,59 2,71 1,23 5,54 1,85 Campomanesia xanthocarpa 9 4 31,00 13,79 0,41 1,79 1,55 1,29 4,63 1,54 Trichilia elegans 6 6 20,70 20,69 0,06 1,20 2,33 0,19 3,71 1,24 Celtis iguanaea 6 4 20,70 13,79 0,13 1,20 1,55 0,40 3,15 1,05 Randia armata 5 4 17,20 13,79 0,10 1,00 1,55 0,32 2,86 0,95 Myrocarpus frondosus 1 1 3,40 3,45 0,34 0,20 0,39 1,07 1,66 0,55 Pouteria gardneriana 2 2 6,90 6,90 0,15 0,40 0,78 0,46 1,63 0,54 Chrysophyllum gonocarpum 2 2 6,90 6,90 0,11 0,40 0,78 0,34 1,51 0,50 Chrysophyllum marginatum 2 2 6,90 6,90 0,09 0,40 0,78 0,27 1,45 0,48 Diospyros inconstans 2 2 6,90 6,90 0,01 0,40 0,78 0,05 1,22 0,41 Vitex megapotamica 2 1 6,90 3,45 0,10 0,40 0,39 0,32 1,11 0,37 Lonchocarpus nitidus 1 1 3,40 3,45 0,14 0,20 0,39 0,45 1,04 0,35 Strychnos brasiliensis 2 1 6,90 3,45 0,04 0,40 0,39 0,11 0,90 0,30 Casearia decandra 2 1 6,90 3,45 0,03 0,40 0,39 0,11 0,89 0,30 Chomelia obtusa 2 1 6,90 3,45 0,02 0,40 0,39 0,06 0,85 0,28 Eugenia mansoi 2 1 6,90 3,45 0,02 0,40 0,39 0,05 0,84 0,28 Guettarda uruguensis 2 1 6,90 3,45 0,02 0,40 0,39 0,05 0,83 0,28 Banara tomentosa 1 1 3,40 3,45 0,04 0,20 0,39 0,12 0,70 0,23 Eugenia uniflora 1 1 3,40 3,45 0,02 0,20 0,39 0,07 0,65 0,22 Scutia buxifolia 1 1 3,40 3,45 0,02 0,20 0,39 0,06 0,65 0,22 Somatório 1730,8 31,6 100,0 100,0 100,0 300,0 100,0 Ni: Número de indivíduos; NA: Número de amostras onde ocorreu a espécie; AA e AR: Abundância Absoluta e Relativa, DoA e DoR: Dominância Absoluta e Relativa; FA e FR: Freqüência Absoluta e Relativa; VI: Valor de importância. Número total de amostras=29 (10x10 m).

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TABELA 6 __ Espécies e estrutura horizontal da Sub-Formação 3 (meio- leste) de fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, no Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil

Espécie NI NA AA FA DoA AR FR DoR VI VI% (N/ha) (m2/ha) Casearia sylvestris 75 18 267,90 64,29 2,06 13,18 8,18 7,20 28,56 9,52 Allophylus edulis 75 17 267,90 60,71 1,92 13,18 7,73 6,70 27,61 9,20 Patagonula americana 22 11 78,60 39,29 4,46 3,87 5,00 15,56 24,43 8,14 Parapiptadenia rigida 28 15 100,00 53,57 3,16 4,92 6,82 11,02 22,76 7,59 Mortas 35 13 125,00 46,43 2,67 6,15 5,91 9,31 21,37 7,12 Luehea divaricata 13 8 46,40 28,57 4,04 2,28 3,64 14,11 20,03 6,68 Ruprechtia laxiflora 32 12 114,30 42,86 1,70 5,62 5,45 5,93 17,01 5,67 Eugenia hyemalis 39 15 139,30 53,57 0,76 6,85 6,82 2,67 16,34 5,45 Lianas 35 16 125,00 57,14 0,38 6,15 7,27 1,33 14,75 4,92 Rollinia salicifolia 26 12 92,90 42,86 1,07 4,57 5,45 3,75 13,77 4,59 Sebastiania brasiliensis 26 12 92,90 42,86 0,78 4,57 5,45 2,71 12,73 4,24 Matayba elaeagnoides 20 6 71,40 21,43 1,12 3,51 2,73 3,89 10,13 3,38 Machaerium paraguariense 11 7 39,30 25,00 0,61 1,93 3,18 2,14 7,25 2,42 Myrciaria tenella 16 7 57,10 25,00 0,18 2,81 3,18 0,61 6,61 2,20 Apuleia leiocarpa 4 3 14,30 10,71 0,97 0,70 1,36 3,38 5,44 1,81 Campomanesia xanthocarpa 11 4 39,30 14,29 0,35 1,93 1,82 1,21 4,96 1,65 Eugenia uniflora 11 4 39,30 14,29 0,21 1,93 1,82 0,72 4,47 1,49 Celtis iguanaea 9 5 32,10 17,86 0,14 1,58 2,27 0,47 4,33 1,44 Cupania vernalis 7 4 25,00 14,29 0,28 1,23 1,82 0,99 4,04 1,35 Eugenia involucrata 7 4 25,00 14,29 0,26 1,23 1,82 0,90 3,95 1,32 Sebastiania commersoniana 11 3 39,30 10,71 0,18 1,93 1,36 0,63 3,93 1,31 Eugenia mansoi 10 3 35,70 10,71 0,15 1,76 1,36 0,53 3,65 1,22 Myrocarpus frondosus 8 1 28,60 3,57 0,42 1,41 0,45 1,47 3,33 1,11 Chrysophyllum gonocarpum 10 1 35,70 3,57 0,20 1,76 0,45 0,69 2,90 0,97 Pouteria gardneriana 7 2 25,00 7,14 0,09 1,23 0,91 0,32 2,46 0,82 Cordia ecalyculata 3 3 10,70 10,71 0,10 0,53 1,36 0,36 2,25 0,75 Vitex megapotamica 2 2 7,10 7,14 0,13 0,35 0,91 0,44 1,70 0,57 Trichilia elegans 2 2 7,10 7,14 0,02 0,35 0,91 0,08 1,34 0,45 Eugenia uruguayensis 3 1 10,70 3,57 0,04 0,53 0,45 0,13 1,11 0,37 Myrcianthes pungens 2 1 7,10 3,57 0,07 0,35 0,45 0,26 1,07 0,36 Sorocea bonplandii 2 1 7,10 3,57 0,02 0,35 0,45 0,05 0,86 0,29 Ocotea pulchella 1 1 3,60 3,57 0,04 0,18 0,45 0,14 0,77 0,26 Erythroxylum deciduum 1 1 3,60 3,57 0,03 0,18 0,45 0,11 0,74 0,25 Chrysophyllum marginatum 1 1 3,60 3,57 0,02 0,18 0,45 0,06 0,69 0,23 Gymnanthes concolor 1 1 3,60 3,57 0,01 0,18 0,45 0,05 0,68 0,23 Randia armata 1 1 3,60 3,57 0,01 0,18 0,45 0,03 0,66 0,22 Diospyros inconstans 1 1 3,60 3,57 0,01 0,18 0,45 0,03 0,66 0,22 Banara tomentosa 1 1 3,60 3,57 0,01 0,18 0,45 0,02 0,65 0,22 Somatório 2032 28,65 100,0 100,0 100,0 300,0 100,0 Ni: Número de indivíduos; NA: Número de amostras onde ocorreu a espécie; AA e AR: Abundância Absoluta e Relativa, DoA e DoR: Dominância Absoluta e Relativa; FA e FR: Freqüência Absoluta e Relativa; VI: Valor de importância. Número total de amostras=28 (10x10 m).

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A presença de espécies dos estratos superiores e médios, como Parapiptadenia rigida, Patagonula americana, Luehea divaricata e Casearia sylvestris, juntamente com as lianas que estão associadas às copas destas árvores, proporcionou que Allophylus edulis, tolerante à sombra (esciófila), predominasse nessa sub-formação. As lianas que também foram abundantes nesta sub-formação, provavelmente, ocorreram em razão da alteração sofrida no passado. Conforme Pagano & Durigan (2000), florestas ripárias com alteração por corte seletivo de madeiras apresentam grande abundância de espécies desta forma de vida. Ambas, Parapiptadenia rigida e Patagonula americana estiveram bem representadas no meio do fragmento (S-F2 e S-F3). Essas espécies parecem suportar extravasamento do rio ou lençol freático próximo da superfície, porém, a ocorrência de ambos os fatores interfere em alguma fase do processo de estabelecimento, desde a germinação até o desenvolvimento, pois estas não foram observadas no dique-borda (S-F1). Analisando-se as sub-formações conjuntamente, quanto aos aspectos fitossociológicos estudados, observou-se que: __ A sub-formação 1 ficou mais claramente definida. A hierarquização das espécies indicou que existe seletividade por espécies, tolerantes à saturação hídrica, como Sebastiania commersoniana, Eugenia uniflora e Ruprechtia laxiflora. Reitz et al. (1983), Carvalho (1994), Lorenzi (1998a) e Marchiori (2000) já haviam descrito que estas espécies são higrófilas seletivas. Terminalia australis e Inga vera, apesar de não ficarem entre as mais importantes, ocorreram somente nos primeiros 20 m da margem do rio, indicando sua resistência à força d’água e potencialidade para recuperação da vegetação em ribanceiras; __ A diferença das sub-formações 2 e 3 pode ser de difícil análise quando avaliam-se os valores relativos de abundância, freqüência, dominância e importância das espécies, isoladamente ou no grupo das espécies melhor hierarquizadas. Tais valores são mais interessantes na

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caracterização de cada sub-formação. Porém, quando a análise é realizada em relação aos valores absolutos de abundância ou dominância, que calcula o número de indivíduos e área basal das espécies por hectare e a freqüência, é possível diferenciar melhor cada ambiente e tirar algumas conclusões interessantes. Nesse contexto, verificou-se que espécies comuns nas duas sub- formações foram representadas de forma diferente, o que as diferenciou. Cupania vernalis, por exemplo, que ficou melhor hierarquizada na

S-F2, com 124 indivíduos/ha e presente em mais da metade das unidades amostrais, na S-F3 apresentou 25 ind./ha e ocorreu em 14% das amostras. Gymnanthes concolor, com elevada abundância (186 ind./ha), esteve representada em 55% das parcelas da S-F2, porém, teve valores bastante diferenciados na S-F3 (4 ind./ha em 4% das UAs). Allophylus edulis e Casearia sylvestris foram bastante representativas na S-F3 e tiveram abundância inferior na S-F2. Em relação aos indivíduos mortos, observou-se que na sub- formação 2, estes ficaram melhor representados quanto à dominância 2 (3,77m /ha), enquanto, na S-F3, houve elevada abundância (125 ind./ha), com quase a metade de área basal (2,67m2/ha). Este resultado confirma a suposição, já descrita anteriormente, que a alteração causada pelas enchentes atinge a S-F2 com maior impacto, derrubando as árvores mais grossas, com menor flexibilidade. Na S-F3, a água que não tem por onde escoar, ficando armazenada por maior período nas concavidades, talvez faça com que o maior número de indivíduos de menor diâmetro morra. Longhi et al. (2002) observaram 179 indivíduos mortos por hectare, em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, sob saturação hídrica na maior parte do ano. Aparentemente, a força das enchentes não é o fator determinante da mortalidade nestas áreas, pois ocorrem por períodos curtos, mas sim a saturação hídrica por maior tempo em locais de menores cotas.

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Analisando-se aspectos de autoecologia de algumas espécies nativas, em relação ao gradiente ambiental, observou-se que Allophylus edulis e Gymnanthes concolor, aparentemente, requerem recursos semelhantes, pois ambas são espécies de sombra, ocorreram somente nas parcelas do meio, mas cada uma numa sub-formação (S-F2 e S-F3).

Já Casearia sylvestris, na S-F3, que ocorreu em 71% das parcelas onde estava presente Allophylus edulis, é espécie heliófila, que provavelmente, beneficia a ocorrência da segunda. Em contrapartida, mostrou menor associação com Gymnanthes concolor, na S-F2, ocorrendo em 37% das parcelas onde esta esteve presente. Conforme Duvigneaud (1977), a interdependência dos organismos, que ocupam determinado espaço na biocenose determina a estrutura da floresta e a estratificação. Algumas espécies apresentam características para ocorrerem no estrato superior e outras como: Allophylus edulis, Gymnanthes concolor, Sorocea bonplandii estão adaptadas ao microclima produzido pelas espécies do dossel. As sub-formações apresentaram grande semelhança quanto aos valores de área basal, observando-se 29,6, 30,6 e 29,83m2/ha, respectivamente, para S-F1, S-F2 e S-F3. Da mesma forma, ocorreu em relação ao número de indivíduos por hectare na S-F1 (1.764) e F2 (1.727), que apresentaram maior diferença em relação a S-F3, onde foram verificados 2.007 indivíduos. Os valores de área basal foram mais baixos do que os encontrados nas florestas de interflúvio, sendo observado 35,28m2/ha (Machado & Longhi, 1990), 32,56 m2/ha (Bearzi et al., 1992), 50,20m2/ha (Longhi et al., 2000), que consideraram apenas os indivíduos com CAP ≥ 30cm. Em floresta ripária, Durlo et al. (1982), avaliando a mesma população (CAP ≥ 15cm), observaram valor inferior (22,75m2/ha), assim como Kilka (2002), no Baixo Rio Piratini (23,14 e 20,10m2/ha). No entanto, Longhi et al. (2002) observaram valor semelhante (28,13m2/ha) ao encontrado neste trabalho.

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Pagano & Durigan (2000) observaram que a maior abundância de indivíduos ocorreu em trechos de floresta ripária com maior umidade no solo, no entanto, também relataram que este número tem relação com o corte de madeira comum nestas áreas. Longhi et al. (2002) observaram em fragmento que permanecia a maior parte do ano sob saturação hídrica, 3.289 ind./ha. Sampaio et al. (2000) descreveram que a área com maior influência hídrica apresentou árvores mais finas e adensadas, considerando que a drenagem tem forte interferência sobre a estrutura da comunidade arbórea. A distribuição diamétrica apresentou forma “J invertido” em todas as sub-formações. Essa curva representa o equilíbrio dinâmico da floresta que está se auto-regenerando, pois a maior proporção dos indivíduos ocorreu nas primeiras classes, diminuindo naquelas de diâmetros maiores (Figura 14). Longhi et al. (1999a) relataram que as maiores abundância nas menores classes de diâmetro são características de florestas inequiâneas.

Na primeira classe de diâmetro, a S-F3 apresentou maior proporção de indivíduos e a S-F2, a menor, mas, no entanto, esta última parece ter sido compensada na 3a classe (20-30 cm). Estudo em mata de galeria, no Cerrado, mostrou que a borda da floresta foi a que apresentou maior equilíbrio, enquanto, no dique e meio, ocorreu apenas tendência à curva em “J invertido” (Schiavini, 1992). Walter (1995), verificando a variação de floresta ripária, longitudinalmente ao leito do rio, observou que a porção central foi a que mais caracterizou distribuição diamétrica em “J invertido”, em relação à cabeceira e à porção final. Na estrutura vertical, observou-se que a maior proporção em todas sub-formações foi na classe de 5 a 10 m de altura. Nesta classe, a S-F2 apresentou menos indivíduos, mas teve mais árvores com altura igual ou maior de 15 m (Figura 15).

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Kilka (2002) também constatou que na floresta ripária cuja influência do rio é esporádica, as espécies arbóreas apresentam-se mais altas e com indivíduos de maiores diâmetros. Apesar de a S-F2 ser influenciada com as enchentes, a interferência é por período curto.

A S-F1 apresentou poucos indivíduos (2) com altura maior de 15 cm, mas esteve proporcionalmente bem representada nas outras classes.

70

60

50

40 Sub-Formação 1 Sub-Formação 2 30 Sub-Formação 3

% de Indivíduos % de 20

10

0 5-10 10-20 20-30 30-40 >50 Classe de Diâmetro

FIGURA 14 – Distribuição da porcentagem de indivíduos em classes diamétricas, de três sub-formações florestais do interior de fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, no Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul- RS, Brasil.

Na sub-formação 3 ocorreu maior proporção de indivíduos entre 5 e 10 m, o que era esperado, considerando que as espécies melhor representadas, Casearia sylvestris e Allophylus edulis, são espécies que apresentam características de baixo a médio porte.

Na S-F1, as espécies mais altas foram Luehea divaricata e

Machaerium paraguariense. Na S-F2, destacaram-se Parapiptadenia rigida, Cupania vernalis, Patagonula americana, Ocotea pulchella,

Matayba elaeagnoides, Ruprechtia laxiflora; e na S-F3, foram Parapiptadenia rigida, Patagonula americana, Matayba elaeagnoides, Luehea divaricata e Ruprechtia laxiflora.

80

80

70

60

50 Sub-Formação 1 Sub-Formação 2 40 Sub-Formação 3 30 % % de Indivíduos 20

10

0 1,5 - 5 5-10 10-15 >15 Classe de Altura (m)

FIGURA 15 – Distribuição da porcentagem de indivíduos adultos por classe de altura em três sub-formações vegetais de fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, no Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil.

Floristicamente, a floresta parece estar num estágio avançado de sucessão, apresentando espécies características deste estágio sucessional como Ruprechtia laxiflora, Luehea divaricata, Allophylus edulis, Chrysophyllum gonocarpum, Sorocea bonplandii, Apuleia leiocarpa e Eugenia involucrata (Reitz et al., 1983; Carvalho, 1994; Longhi, 1995; Marchiori, 2000). Porém, é válido salientar que este tipo de floresta, mesmo nesta condição, apresenta processo dinâmico expressivo, pois as mudanças sazonais causam alterações freqüentes, o que sempre as mantêm com presença expressiva de espécies pioneiras como Casearia sylvestris, Ocotea pulchella, Eugenia uniflora, Sebastiania commersoniana e Chrysophyllum marginatum, descritas por Reitz et al. (1983) e Lorenzi (1998a). Por outro lado, Pagano & Durigan (2000) relataram que apesar dessas comunidades vegetais serem freqüentemente perturbadas, se

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apresentam em estágios sucessionais intermediários. Os valores relativamente baixos da área basal, quando comparados às florestas de interflúvio, corroboram para esta afirmativa. Neste contexto, pode-se descrever que tanto o fragmento, como suas sub-formações florestais internas, apresentam num estágio sucessional avançado, considerando as características de ambiente ripário. Diante dos resultados de formações florísticas diferenciadas no interior do fragmento de floresta ripária e de afirmações feitas por Mantovani (1989) de que, na dinâmica de população, diversos fatores precisam ser conhecidos, como a quantidade de propágulos dispersos (fluxo de sementes), banco de sementes do solo e recrutamento da população de plântula (banco de plântula), pergunta-se: como funcionam os mecanismos de regeneração? O banco de plântulas, fluxo de sementes, banco de sementes do solo são quantitativamente diferentes nestas sub-formações? Apresentam similaridade entre si e com a vegetação reprodutiva?

4.5 Estudo da regeneração

4.5.1 Fluxo ou dispersão de sementes

No fragmento, foram dispersas sementes de 50 espécies, 37 gêneros e 23 famílias, nos dois anos de observação. O fluxo de sementes, analisado com os dados do primeiro ano, não apresentou diferença significativa entre sub-formações. Este resultado permite descrever que a dispersão de sementes em todas as sub-formações apresentou a mesma tendência. No entanto, as densidades médias na S- 2 F1, S-F2 e S-F3 foram, respectivamente, 208, 134 e 123 sementes/m .

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Provavelmente, o maior número registrado nos limites borda e dique do fragmento, seja proveniente da própria vegetação e de fragmentos próximos, principalmente se for considerado que a espécie que mais contribuiu para tal resultado foi Ruprechtia laxiflora, a qual apresenta síndrome de dispersão anemocórica. Outra hipótese comprovada em alguns trabalhos é que o efeito de bordadura proporciona maior intensidade luminosa nas plantas e, conseqüentemente, maior floração e frutificação (Pires-O’Brien & O’Brien, 1995 e Rodrigues, 1998). Davies & Ashton (1999) observaram que para várias espécies, as árvores reprodutivas estavam sob grande disponibilidade de luz, ocorrendo baixa fecundidade sob intensidade luminosa reduzida. O resultado foi semelhante ao do estudo de Leal-Filho (2000), que observou maior densidade do fluxo de sementes nas bordas da floresta do que no seu interior. O número médio de sementes aparentemente viáveis no primeiro 2 ano de estudo foi 155 sementes/m . No segundo ano, observou-se decréscimo de mais da metade, reduzindo para 71 (Figura 16). Em região tropical, Vieira (1996), estudando a dispersão em florestas de diferentes estágios serais, observou densidade inversamente proporcional à idade da floresta, sendo que a considerada madura apresentou 220 sementes/m2. A menor dispersão de sementes, no segundo ano, talvez possa ser explicada pelos vários extravasamentos e/ou enchentes ocorridas (Figura 2), podendo ter afetado os processos fisiológicos das plantas. Conforme Lambers et al. (1998), sob estresse, a reprodução e crescimento são os processos fisiológicos mais atingidos. O estudo da fenologia, realizado para 31 espécies (Anexo 7), corrobora tal afirmativa, considerando que foi observado que algumas espécies como Ruprechtia laxiflora, Sorocea bonplandii, Terminalia australis, Patagonula americana e Gymnanthes concolor tiveram menor

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intensidade de frutificação e/ou menos indivíduos frutificando no segundo ano.

200 180 160 140 120 100 80 60 40

Densidade média de sementes 20 0 A1 A2 Ano

FIGURA 16 __ Densidade média de sementes/m2 e erro padrão (linha vertical) em dois anos de estudo de fluxo de sementes em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil.

Em contrapartida, Allophylus edulis, que apresentou somente floração no primeiro ano (setembro), teve elevada produção de frutos em outubro de 2001. Somente como forma de esclarecimento, o evento de frutificação desta espécie, provavelmente, foi interrompido por intensas chuvas e queda de temperatura, durante a floração. Outro aspecto a ser considerado é que o número de coletores, no segundo ano, foi menor, podendo ter limitado a chance das sementes terem sido amostradas. Além disso, a variação do número de sementes entre coletores é elevada, o que também se pode constatar em Ghevara & Laborde (1993) e Leal-Filho (2000), assim, a menor amostragem, restringiu a certeza das informações.

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As espécies que mais contribuíram para aumentar dispersão de sementes no ecossistema, no primeiro ano, foram Ruprechtia laxiflora, Seguieria aculeata, Combretum fruticosum, Gymnanthes concolor e Apuleia leiocarpa. No segundo ano, observou-se que as mais representativas foram Combretum fruticosum, Paullinia elegans, Allophylus edulis, Dalbergia frutescens e Apuleia leiocarpa (Anexo 8). No segundo ano, três espécies que apresentaram maior abundância de sementes foram lianas, em relação a duas no primeiro ano. No total, também foi constatado que existe pequena diferença do número de lianas (Ano 1 = 603 e Ano 2 = 561), quando comparado ao número de árvores (Ano 1 = 3072 e Ano 2 = 888), o que indica que, principalmente, as espécies arbóreas tiveram menos produção de sementes no segundo ano. Na Figura 17, é possível verificar que, no Ano 1, o período de maior fluxo de diásporas iniciou em setembro, prolongando-se até janeiro; e a menor densidade de sementes ocorreu em agosto. No Ano 2, observa-se que em abril (igualmente no ano 1) e maio houve elevada proporção de sementes dispersadas, diminuindo nos três meses seguintes, quando novamente ocorre entrada de propágulos na área (setembro a novembro), mas que decai rapidamente nos meses seguintes. O período que ocorreu maior diferença foi de janeiro a março; porém, estes foram definidos, principalmente, pela intensidade temporal de frutificação e não pela ausência da deposição. Caldato et al. (1996), estudando fluxo de sementes, durante seis meses, na Reserva Genética de Caçador, no Estado de Santa Catarina, observou que a produção de frutos aumentou em outubro e, em novembro e dezembro, houve a maior taxa de deposição, ocorrendo, em janeiro, novo declínio. A variação do número de sementes evidenciada indicou diferença de deposição no espaço e tempo, o que está associado a vários fatores como as espécies que interferem sobre cada coletor, intensidade,

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freqüência de produção e síndromes de dispersão; a estratificação da vegetação; dispersores envolvidos; direção do vento; entre vários outros fatores.

20

18

16

14

12

10 Ab-00/Mç01 8 Ab-01/Mç02 6

4 Porcentagemde sementes

2

0 AbMJJASONDJFM Mês

FIGURA 17 __ Porcentagem de sementes dispersadas em 24 meses de estudo, em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil.

O fluxo de sementes ainda contribuiu para indicar o momento em que os frutos estão maduros e dispersando na área, o qual foi considerado como o pico da frutificação (Anexo 7). Algumas lianas como Combretum fruticosum com pico em março, Paullinia elegans (maio) e as espécies arbóreas Trichilia elegans e Eugenia hyemalis permaneceram dispersando por maior tempo. Foi observada mesma tendência na porcentagem de sementes dispersas e número de espécies frutificando (Figura 17 e 18). Tal resultado, por um lado é esperado, mas por outro se deve considerar que as espécies apresentam intensidade de frutificação diferenciada.

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14

12

10

8 Ab-00/Mç-01 6 Ab-01/Mç-02 4 Numero de especies de Numero 2

0 AMJJASONDJFM Mes

Figura 18 __ Número de espécies frutificando de abril de 2000 à março de 2002, em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, no Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil.

A maioria das espécies estudadas na fenologia apresentou frutificação de outubro a maio, com decréscimo de junho a setembro (Figura 18). Alberti (2002), estudando a fenologia de espécies arbóreas, em fragmento de Floresta Estacional Decidual, observou que a frutificação estava correlacionada ao aumento de temperatura e insolação, iniciando logo após o inverno. Em florestas fragmentadas, como as áreas ripárias, além da fenologia, outro aspecto importante nas características temporais e espaciais do fluxo de sementes é a síndrome de dispersão das espécies. Na vegetação estudada, na classe de indivíduos com CAP ≥ 15 cm, supostamente reprodutiva, observou-se que 75,5% das espécies apresentaram síndrome de dispersão zoocórica, 18,4% anemocórica e 6,12% autocórica (Anexo 4), conferindo com resultados já descritos por Tabarelli et al. (1992) em floresta ripária e Nascimento et al. (2000) em fragmento de vegetação de interflúvio, na Floresta Estacional Decidual.

87

Contudo, constata-se a existência de fonte de alimento para a fauna, o que é de grande importância na dispersão, principalmente nestas áreas fragmentadas que ainda não estão completamente isoladas.

4.5.2 Banco de sementes do solo

A análise de variância realizada indicou não haver diferença significativa entre os bancos de sementes do solo das três sub-formações florestais. No fragmento, a média de sementes encontradas foi 146 2 sementes/m . A S-F1 apresentou 137; na S-F2, foi 132 e na S-F3, 170 sementes/m2. O menor erro padrão da média ocorreu na sub-formação 1 (24 2 sementes/m ), enquanto na S-F2 e S-F3 os valores foram maiores (42 e 27 sementes), respectivamente (Figura 19). Apesar das médias bastante similares, a variância da densidade nas amostras foi maior na S-F2 o que, provavelmente, ocorra pela elevada proporção de ervas encontradas. Estas, geralmente heliófilas, proliferam rapidamente nos locais onde ocorrem clareiras, como é o caso das florestas ripárias em ambiente com maior impacto das enchentes. É relatada a ocorrência de elevada densidade de sementes no solo de florestas em estágios recentes de desenvolvimento, diminuindo com o tempo de desenvolvimento (Young et al., 1987; Leal-Filho, 1992; Araujo et al., 2001b). Porém, pergunta-se em qual situação o banco de sementes do solo da área estudada se encontra, considerando os constantes processos de alteração causados pelas enchentes? Acredita-se que este, assim como a vegetação, apresenta características particulares que estão mais associadas aos efeitos causados pelas enchentes.

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180

160

140

120

100

80

60 Densidadesementes de 40

20

0 S-F2 S-F1S-F1 S-F2 S-FS-F33 SubFormação-Formação vegetal Florestal

FIGURA 19 __ Densidade (sementes/m2) e erro padrão (linha vertical) de sementes no solo nas três sub-formações de fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil.

A maior proporção de sementes germinou nos dois primeiros meses de estudo, diminuindo nos dois meses seguintes. No quinto mês, quando as amostras foram revolvidas, houve aumento, decaindo novamente (Figura 20). Esta tendência de germinação é comum em bancos de sementes, considerando que a maioria das espécies apresenta dormência facultativa (Garwood, 1989). A abertura no dossel e modificação no ambiente são necessárias para que as sementes dormentes possam germinar (Bazzaz & Picket, 1980; Whitmore, 1983; Fenner & Kitajima, 1999). Considerando que estas sementes dormentes são geralmente pequenas (pouca reserva), quando o solo foi revolvido proporcionou que aquelas que estavam embaixo da camada do solo, pudessem germinar.

89

35

30

25

20

15

10

5 Porcentagem de sementes 0 30 60 90 120 150 180 Dias

FIGURA 20 – Porcentagem de sementes germinadas, durante seis meses, em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil.

Na composição florística do banco de sementes do solo, foram observadas 44 espécies, 32 gêneros e 22 famílias (Anexo 9). Na área de estudo, as ervas dominaram o banco de sementes, sendo seguidas por árvores, arbustos, cipós, além de algumas não identificadas (Figura 21). Este resultado indica o baixo potencial qualitativo deste mecanismo de regeneração. Hall & Swaine (1980) observaram predomínio de ervas num dos sítios estudados, fato também constatado por Vieira (1996). Thompson et al. (1998) relataram que a freqüência de distúrbios é proporcional à persistência de sementes. Conforme Christoffoleti & Caetano (1998), as espécies de ervas estão aptas a suportar condições climáticas adversas, tolerar elevadas e baixas temperaturas; ambientes úmidos e secos; e variações no suprimento de oxigênio, apresentando grande capacidade de produzir sementes.

90

100 90 80 70

60 50 40

%de germinação 30

20 10 0 erva árvore arbustoliana cipó NI Forma de vida FIGURA 21 – Porcentagem de sementes germinadas por forma de vida, em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil.

A elevada porcentagem de germinação de sementes de ervas no solo, em florestas ripárias da região, provavelmente, está associada à tolerância de algumas espécies desta forma de vida às condições adversas; e à fonte de sementes nos campos, áreas agrícolas circunvizinhas e produção anual ou contínua da maioria das espécies. As baixas porcentagem de sementes de árvores, arbustos e lianas, podem ser devido às freqüentes enchentes, que, conforme Rodrigues (2000), retiram e/ou soterram o banco de sementes do solo, apesar de muitas vezes, trazer propágulos para a área. Por outro lado, alguns estudos mostram que já foi observada esta característica no estoque de sementes do solo em floresta de terra firme.

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4.5.3 Banco de plântulas

No banco de plântulas, foram observadas 46 espécies de 38 gêneros e 25 famílias botânicas. A riqueza florística, neste compartimento da floresta, foi semelhante à classe de indivíduos com CAP ≥ 15cm, com maior riqueza na S-F2, seguida por S-F3 e S-F1. Na sub-formação 2, observaram-se 36 espécies arbóreas e arbustivas, de 30 gêneros e 20 famílias, além de cipós e ervas, enquanto a S-F3 apresentou 28, 25 e 20, respectivamente. Na S-F1, houve menor riqueza, com 21 espécies, de 17 gêneros e 12 famílias, confirmando o fato da seletividade de espécies nos locais onde ocorre maior interferência das enchentes e lençol freático (Anexo 10). No banco de plântulas de todas as sub-formações, a família Myrtaceae foi a que apresentou maior número de espécies. A forma de vida erva (sem considerar graminóides) apresentou elevada densidade nas sub-formações 2 e 3, aproximadamente 16% para ambas, sendo representada por espécies como Relbunium hypocarpium,

Ruelia angustiflora, Senecio sp., entre outras; estando ausente na S-F1.

Ao contrário, lianas tiveram maior regeneração na S-F1, porém, ocorreram somente nas parcelas da margem do rio, o que provavelmente ocorreu devido a maior luminosidade destes locais. A densidade de espécies arbóreas e arbustivas no fragmento foi de aproximadamente 44.700 indivíduos por hectare. Neste total, em torno de 67% do banco de plântula apresentou altura menor de 50 cm, 27% entre 50 e 150 cm, 4% dos indivíduos são maiores de 150 cm e menores de 300 cm e pouco mais de 2% é maior de 3 m e têm CAP<15 cm (Figura 22), o que representa a curva também na forma “J invertido”, mantendo igual padrão da classe de indivíduos com CAP ≥15cm.

92

80 70 Ht 1: Altura < 50 cm 60 Ht 2: 50 cm ≤ Ht < 150 cm Ht 3: 150 cm ≤ Ht < 300 cm 50 Ht 4: Ht ≥ 300 cm e CAP<15 cm 40 30

% de indivíduos 20 10 0 Ht 1 Ht 2 Ht 3 Ht 4 Classe de Altura

FIGURA 22 – Distribuição dos indivíduos da regeneração natural (Altura ≥ 20 cm e CAP < 15 cm), por classe de altura em três sub-formações vegetais de fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, no Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil. (27 unidades amostrais de 1x4 m)

A partir dos dados de vegetação adulta, observou-se que aproximadamente, 357 indivíduos/ha encontravam-se na primeira classe diamétrica, enquanto, no banco de plântulas 894 indivíduos/ha atingiram a maior classe da regeneração (Ht4), o que corrobora na indicação de que a dinâmica de regeneração no fragmento é efetiva. Considerando a abundância de indivíduos por sub-formação florestal, o resultado de análise de variância mostrou que existe diferença significativa no banco de plântulas, com probabilidade de 5% (Tabela 7). Isto significa que, quantitativamente, as sub-formações florestais do fragmento apresentaram diferente ao número de indivíduos na regeneração.

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TABELA 7 __ Análise de variância do banco de plântulas em sub- formações de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil Causa de Variação GL SQ QM F Sub-Formações 2 5,836 2,918 5,115* Resíduo 24 13,689 0,570 Total 26 19,525 *Significativo a 5% de probabilidade de erro.

Para melhor compreensão e comparação da densidade do banco de plântulas, a partir dos dados do primeiro levantamento, a S-F1 apresentou em média 19.375 indivíduos por hectare de espécies arbóreas e arbustivas, enquanto na S-F2 e S-F3 ocorreram 53.750 e 44.440 indivíduos/ha, respectivamente. Longhi et al. (1999), estudando fragmento de Floresta Estacional Decidual de interflúvio, observaram 24.778 indivíduos por hectare. Já em fragmento de floresta ripária com saturação hídrica na maior parte do ano, Longhi et al. (2002) constataram 19.526 indivíduos por hectare. Rabelo et al. (2000), avaliando a regeneração (altura>10cm e DAP< 5cm) de duas áreas com inundação sazonal na Amazônia, verificaram 29.710 e 33.635 indivíduos/ha. Carvalho (1992) verificou 37.000 indivíduos/ha (altura>30cm e DAP<5cm) logo após exploração madeireira e 42.776 indivíduos/ha cinco anos depois. Apesar dos valores, ecossistemas e regiões de ocorrência diferenciadas, o que certamente influencia na densidade, o resultado e comparações servem como referencial para outros estudos. A comparação de médias, pelo teste de Tuckey, indicou que a diferença ocorreu para a sub-formação 1 em relação a 2 e 3, considerando o menor número de indivíduos encontrados (Figura 23). Este fato é compreensível, pois a maior intervenção das enchentes

94

ocorreu no dique e borda, onde o fragmento é mais afetado neste período. A força da água e o solo arenoso impedem que as plântulas se estabeleçam nas margens do rio, enquanto na borda isto ocorre, provavelmente, em razão do tempo de permanência da água pois, conforme Lobo & Joly (2000), afeta as características físicas e químicas do solo, além de reduzir o oxigênio necessário para respiração das raízes. Neste caso, fica evidente as enchentes e nível do lençol freático são mais efetivos no recrutamento e estabelecimento de indivíduos, do que a maior luminosidade que ocorre nestes locais. Por outro lado, muitas vezes, a intensidade luminosa relativa foi maior em algumas parcelas do meio, que apresentavam queda de árvore e sub-formação de pequenas clareiras, do que nas de borda do fragmento e margem do rio.

40

35

30 b b 25 20

Densidade 15 a 10 5

0 Formação 1 Formação 2 Formação 3 Formação Florestal

FIGURA 23 __ Densidade média (sementes/4 m2) e erro padrão (linha vertical) do banco de plântulas em sub-formações de fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil. A referência alfabética refere-se a comparação de médias pelo Teste Tuckey (95%).

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Considerando que somente na S-F1 a regeneração se comportou diferente e que a S-F2 e S-F3 mostraram-se sem diferença quantitativa significativa, a caracterização florística e estudo de dinâmica, nesta classe, foram realizadas para porção borda-dique (S-F1) e meio (S-F2 e S-

F3). Nesta seção, S-F2 e S-F3 serão tratadas, conjuntamente, como meio.

As espécies arbóreas e arbustivas mais representativas na S-F1 foram Eugenia hyemalis (6.875 indivíduos/ha), Cupania vernalis (3.125), seguidas por outras espécies como Eugenia uniflora e Sebastiania commersoniana, com 938 indivíduos por hectare. Na porção “meio” do fragmento, houve predominância de Hybanthus bigibbosus (7.631 indivíduos/ha) e Eugenia hyemalis (5.658), com elevada densidade e freqüência. Trichilia elegans (6.573) e Gymnanthes concolor (4.605), apesar da elevada densidade, ficaram limitadas, respectivamente, a S-F2 e S-F3. Analisando-se os resultados, observou-se que Eugenia hyemalis foi representativa em ambas as classes (sinúsias) em todo fragmento, sugerindo que é espécie adaptada às condições ripárias. No entanto, comparando-se estes resultados com os da classe de indivíduos com CAP ≥ 15 cm, percebeu-se que somente Gymnanthes concolor esteve bem hierarquizada no estudo fitossociológico e foi bastante representativa na regeneração. Apesar de serem necessários inventários contínuos para realizar relatos precisos em relação à dinâmica de demografia, utilizando-se esses dados para fazer uma prognose a ser observada com restrições pode-se descrever que: __ Na S-F1, a abundância de Eugenia hyemalis e Cupania vernalis, na classe de indivíduos com CAP ≥ 15 cm (Tabela 4), foi de 31 e 39 indivíduos por hectare, o que significa que somente 0,46 e 1,25% dos indivíduos da regeneração, respectivamente, poderiam alcançar esta classe. Em contrapartida, 47% dos indivíduos de Sebastiania

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commersoniana e 34% de Inga vera, presentes no banco de plântulas, ultrapassariam os limites de15 cm de CAP ; __ No meio do fragmento, Eugenia hyemalis, Trichilia elegans e Gymnanthes concolor, apresentaram em média 88, 14 e 94 indivíduos/ha, respectivamente (Tabela 5), ou seja, 1,55, 0,20 e 2,06% dos indivíduos no banco de plântulas atingem a classe adulta; __Cupania vernalis, que foi a melhor hierarquizada na fitossociologia da S-F1 (Tabela 5), teria 6,3% dos indivíduos da regeneração nas classes de maior tamanho, considerando que a sub- formação mantenha mesmo padrão de desenvolvimento, enquanto as espécies mais importantes, na S-F3, Allophylus edulis e Casearia sylvestris teriam 22,6 e 18,5%, respectivamente, na mesma situação (Tabela 6); __Hybanthus bigibbosus não foi amostrado na classe com indivíduos com CAP ≥ 15 cm, o qual pode apresentar duas situações distintas: a) não conseguir chegar à sub-população adulta devido a mortalidade; b) ou no ambiente ripário não atingir maiores tamanhos de circunferência para ser abordado nesta sub-população. No entanto, tirar conclusões baseando-se somente nestes resultados seria atitude precipitada, porém, com eles, é possível gerar hipóteses, como: as espécies com maior densidade no banco de plântulas têm maior mortalidade até a fase adulta, do que aquelas atualmente bem hierarquizadas; ou a floresta encontra-se em processo de sucessão e outras espécies ocuparão o status de melhor hierarquizadas no próximo estágio. Nos dois anos de estudo de dinâmica demográfica, foi possível observar que, na S-F1, entre os levantamentos realizados no período, foram observados oito ingressos e seis mortes (Tabela 8). Esses valores, apesar de baixos, refletem o número reduzido de indivíduos regenerando neste local (87), considerando as oito subunidades amostrais avaliadas.

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Observou-se que 71% das espécies arbóreas e arbustivas não apresentaram mudanças, o que sugere que a intensa dinâmica ambiental nesta sub-formação é inversamente proporcional à dinâmica do banco de plântulas, considerando que somente as espécies tolerantes a tais condições conseguem germinar e se manter por maior tempo no local. Entre o total de espécies, 14,5% apresentaram mortalidade e o mesmo percentual para recrutamento. No entanto, a abundância de indivíduos na medição inicial, final e no decorrer do estudo (ingresso e mortalidade) foi baixo para concluir mudanças efetivas.

TABELA 8 __ Parâmetros de dinâmica de população de espécies em banco de plântulas da sub-formação 1 (borda-dique) de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil

Espécie N1 N2 i m r i (%) r mo (%) r mu (%) Eugenia hyemalis 16 21 6 1 17,26 -3,18 14,56 Eugenia mansoi 3 3 0 0 0,00 0,00 0,00 Cupania vernalis 10 10 0 0 0,00 0,00 0,00 Ocotea pulchella 2 3 1 0 22,47 0,00 22,47 Pouteria gardneriana 3 3 0 0 0,00 0,00 0,00 Mathayba elaeagnoides 3 2 0 1 0,00 -18,35 -18,35 Eugenia uniflora 3 3 0 0 0,00 0,00 0,00 Sorocea bonplandii 1 2 1 0 41,42 0,00 41,42 Blepharocayx salicifolia 2 2 0 0 0,00 0,00 0,00 Parapiptadenia rigida 2 2 0 0 0,00 0,00 0,00 Eugenia involucrata 2 2 0 0 0,00 0,00 0,00 Ruprechtia laxiflora 1 0 0 1 0,00 -100,00 -100,00 Mimosa bimucronata 3 3 0 0 0,00 0,00 0,00 Sebastiania commersoniana 3 3 0 0 0,00 0,00 0,00 Myrciaria tenella 2 1 0 1 0,00 -29,29 -29,29 Rubiaceae 1- arbusto 1 1 0 0 0,00 0,00 0,00 Casearia sylvestris 1 1 0 0 0,00 0,00 0,00 Eugenia ramboi 1 1 0 0 0,00 0,00 0,00 Inga vera 1 1 0 0 0,00 0,00 0,00 Maytenus aquifolia 1 1 0 0 0,00 0,00 0,00 Justicia brasiliana 1 1 0 0 0,00 0,00 0,00

N1: número de indivíduos na primeira medição; N2: número de indivíduos na última medição; i: indivíduos ingressados; m: indivíduos mortos; ri: taxa de ingresso; rmo: taxa de mortalidade; rmu: taxa de mudança.

Eugenia hyemalis foi a única que apresentou dados passíveis de análise e, nesse caso, sugerindo inicialmente que a espécie, futuramente,

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tende a ficar melhor hierarquizada na sub-formação. Por outro lado, dois anos de monitoramento não permite tal afirmação, mas apenas dar uma idéia de comportamento. No meio do fragmento (Sub-Formações 2 e 3) verificaram-se 44 ingressos e 41 indivíduos mortos, em 19 unidades amostrais avaliadas (Tabela 9). Das 44 espécies, 18 mantiveram-se sem mudança, as demais 26 tiveram ingresso ou indivíduos mortos, durante os dois anos de estudo. No período, Trichilia elegans apresentou mudança negativa de 2,87%, ou seja, a mortalidade foi maior do que o ingresso, assim como, Eugenia hyemalis que teve taxa de 8,50% de mortalidade em relação a 6,75% de ingresso. Hybanthus bigibbosus e Gymnanthes concolor, tiveram mudança positiva, com 5,05 e 4,20%, respectivamente. Allophylus edulis e Casearia sylvestris, que deixaram dúvidas por causa dos baixos números de indivíduos na regeneração, mostraram comportamento para permanecerem no ambiente. A primeira apresentou taxa de ingresso (10,55%) maior do que de mortalidade (5,72%), com mudança positiva de 5,41%, enquanto, Casearia sylvestris teve estabilidade no ambiente. Em alguns casos, quando o número inicial de indivíduos foi menor do que o final ou este não ocorria no início do estudo, e depois ingressou e morreu, não foi possível calcular as taxas, porém, serve como referência de mudança. Blepharocalyx salicifolius, por exemplo, apesar de não ter nenhum indivíduo no primeiro levantamento, no decorrer do estudo apresentou um ingresso. Apesar da pequena representatividade, gerou mudança proporcional. Machaerium paraguariense e Lonchocarpus nitidus não estavam presentes na primeira observação, ingressaram na regeneração, mas não se estabeleceram.

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TABELA 9 __ Parâmetros de dinâmica de população de espécies em __ banco de plântulas da S-F2 F3 (meio) de Floresta Estacional Decidual Ripária, Cachoeira do Sul, RS, Brasil

Espécie N1 N2 i m r i (%) r mo (%) r mu (%) Trichilia elegans 53 50 1 4 0,94 -3,85 -2,87 Hybanthus bigibbosus 58 64 7 1 5,86 -0,87 5,05 Eugenia hyemalis 43 42 6 7 6,75 -8,50 -1,17 Gymnanthes concolor 35 38 5 2 6,90 -2,90 4,20 Justicia brasiliana 27 26 1 2 1,84 -3,77 -1,87 Myrciaria tenella 22 22 1 1 2,25 -2,30 0,00 Matayba elaeagnoides 16 15 0 1 0,00 -3,18 -3,18 Cupania vernalis 15 15 0 0 0,00 0,00 0,00 Sorocea bonplandii 13 12 3 4 10,94 -16,79 -3,92 Eugenia uniflora 11 13 3 1 12,82 -4,65 8,71 Allophylus edulis 9 10 2 1 10,55 -5,72 5,41 Ruprechtia laxiflora 8 7 1 2 6,07 -13,40 -6,46 Casearia sylvestris 11 11 0 0 0,00 0,00 0,00 Daphnopsis racemosa 7 9 2 0 13,39 0,00 13,39 Psychotria carthagenensis 11 9 0 2 0,00 -9,55 -9,55 Eugenia mansoi 6 6 0 0 0,00 0,00 0,00 Randia armata 9 13 5 1 24,72 -5,72 20,19 Parapiptadenia rigida 6 6 0 0 0,00 0,00 0,00 Sebastiania commersoniana 5 5 0 0 0,00 0,00 0,00 Trichilia catigua 3 1 1 3 15,47 -100,00 -42,26 Erythroxylum deciduum 3 2 0 1 0,00 -18,35 -18,35 Eugenia ramboi 4 5 1 0 11,80 0,00 11,80 Brunfelsia uniflora 3 2 0 1 0,00 -18,35 -18,35 Apuleia leiocarpa 1 2 3 2 100,00 - 41,42 Seguieria aculeata 5 5 0 0 0,00 0,00 0,00 Pouteria gardneriana 1 2 1 0 41,42 0,00 41,42 Myrocarpus frondosus 2 2 0 0 0,00 0,00 0,00 Scutia buxifolia 2 2 0 0 0,00 0,00 0,00 Terminalia australis 1 1 0 0 0,00 0,00 0,00 Luehea divaricata 2 2 0 0 0,00 0,00 0,00 Eugenia involucrata 1 1 0 0 0,00 0,00 0,00 Blepharocayx salicifolia 0 1 1 0 - - - Sebastiania brasiliensis 1 0 0 1 0,00 -100,00 -100,00 Casearia decandra 2 -1 0 2 0,00 -100,00 -100,00 Campomanesia xanthocarpa 1 1 0 0 0,00 0,00 0,00 Guettarda uruguensis 1 1 0 0 0,00 0,00 0,00 Banara tomentosa 1 0 0 1 0,00 -100,00 -100,00 Celtis iguaneae 1 1 0 0 0,00 0,00 0,00 Myrsine latevirens 1 1 0 0 0,00 0,00 0,00 Strichnus brasiliensis 1 1 0 0 0,00 0,00 0,00 Rollinia salicifolia 1 1 0 0 0,00 0,00 0,00 Ocotea pulchella 1 1 0 0 0,00 0,00 0,00 Machaerium paraguariense 0 0 1 1 - - - Lonchocarpus nitidus 0 0 2 2 - - - N1: número de indivíduos na primeira medição; N2: número de indivíduos na última medição; i: indivíduos ingressados; m: indivíduos mortos; ri: taxa de ingresso; rmo: taxa de mortalidade; rmu: taxa de mudança.

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Eugenia hyemalis se comportou diferente no meio e dique-borda, enquanto o fato de Trichillia elegans ter maior mortalidade que ingresso, ajuda a explicar a baixa abundância e freqüência de indivíduos adultos na floresta. Com estes resultados, pode-se descrever que, na porção meio do fragmento, a primeira hipótese pode ser possível, considerando a maior mortalidade das espécies com mais indivíduos na regeneração e menor daquelas, que estão bem hierarquizadas na subpopulação adulta, as quais se mantiveram relativamente constantes nas sub-formações S-F2-

F3. Conforme Ferreira & Nunes (2001), a permanência de um indivíduo jovem no ambiente com maior ou menor saturação hídrica depende da tolerância da espécie e também das variações do nível do lençol freático, refletindo na composição florística dos diferentes ambientes. Mesmo ocorrendo o efeito de borda nas duas extremidades transversais da floresta (S-F1) que, conforme Whitmore (1990), proporciona que espécies mais exigentes de luz (pioneiras) ocorram em tais ambientes, não foi suficiente para o recrutamento, diante da influência negativa da flutuação do nível do lençol freático.

4.6 Aspectos gerais da vegetação e regeneração

Na composição florística do fragmento, considerando todos os levantamentos realizados foram observadas 112 espécies de 96 gêneros e 43 famílias botânicas. Entre estas, ocorreram árvores e arbustos na vegetação abordada para indivíduos com CAP ≥ 15 cm e banco de plântulas; além de ervas e cipós no fluxo de sementes e banco de sementes do solo (Anexo 11). A maior similaridade foi observada na vegetação da classe de indivíduos com CAP ≥ 15 cm e banco de plântulas (76,20%); seguida pela

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classe de indivíduos com CAP ≥ 15 cm e fluxo de sementes (56,60%). As menores similaridades ocorreram relacionadas ao banco de sementes do solo (Tabela 10). Os resultados mostram que o mecanismo ou fase mais associado à composição florística é o banco de plântulas, o qual é utilizado como estratégia principal de conservação natural destas florestas. O fluxo de sementes, por sua vez, está representado por 56,60% das espécies arbóreas da área, o qual é o principal responsável pela manutenção de diásporas. O banco de sementes apresenta maior associação com o banco de plântulas, do que com o fluxo de sementes, indicando que, provavelmente, a coleta de material, em outro período do ano, apresentaria espécies diferentes, merecendo ser avaliada sua variação no tempo, num próximo estudo.

TABELA 10 __ Similaridade da vegetação e mecanismos de regeneração de três sub-formações em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil Cl I Cl II FS BS Cl I Cl II 76,20% FS 56,60% 50,94% BS 21,50% 26,00% 19,15% Cl I: Classe I (indivíduos com CAP ≥ 15cm); Cl II: Classe II (indivíduos com Altura maior de 20cm e CAP < 15cm); FS: Fluxo de sementes; BS: Banco de sementes.

Com base nos mecanismos de regeneração, acredita-se que o banco de sementes do solo deve ser observado com restrições, quando se considera conservação e recuperação de área alterada. Apesar de a densidade encontrada estar dentro de padrões já descritos, inclusive em regiões inteiramente tropicais, o estoque de sementes apresenta baixa densidade de espécies arbóreas e arbustivas.

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Conforme Uhl & Clark (1983), distúrbios podem afetar a quantidade e composição de espécies arbóreas no banco de sementes e, conseqüentemente, o processo de sucessão. Considerando os resultados do estudo de banco de sementes do solo, as ervas irão colonizar, num primeiro momento, após a alteração, revegetando a área alterada, mas, no entanto, a possibilidade de restauração dependerá dos outros mecanismos. As pequenas clareiras (queda de árvores) na floresta, provavelmente, tende a se restabelecer, porém, em áreas alteradas com maiores dimensões, acredita-se que será necessário fonte de sementes próximas, presença de dispersores e /ou interferências silviculturais. No fluxo de sementes, houve elevado número de espécies arbóreas e, também grande densidade de sementes de lianas. Apesar desta forma de vida (lianas) ser componente natural da floresta, o aumento excessivo de indivíduos tende a alterar as características naturais do ecossistema. Putz & Chai (1987) relataram que a presença de lianas é maior em solos aluviais e a elevada taxa de distúrbio pode explicar sua abundância. O possível isolamento do fragmento deve ser evitado, considerando que espécies mais aptas a tal condição tenderão a predominar, conduzindo o ambiente à perda de riqueza e diversidade florística, além de aumentar a chance de cruzamento de indivíduos aparentados e reduzir o número de dispersores. O banco de plântulas, observando tanto o aspecto qualitativo (composição), quantitativo (densidade) e de dinâmica (mortalidade e ingresso), pareceu ser o mecanismo de regeneração responsável pela conservação do ecossistema. Entretanto, este responde negativamente, principalmente aos fatores de forte intensidade, nas margens e bordas do ecossistema (impacto da enchente e saturação hídrica), onde se verificou a menor densidade. Apesar da maior efetividade do fluxo de sementes nesta sub-

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formação (S-F1), a menor densidade de indivíduos na regeneração ocorreu, porque os propágulos são mais facilmente carregados pela água e em razão da maior seletividade de espécies. A seletividade agiu como fator fundamental na composição e estrutura do ecossistema, constituindo as três sub-formações que podem ser observadas, como: S-F1 é a mais influenciada pelo fator abiótico “água”, considerando o maior impacto ocorrido nas margens e condição de permanência na borda; S-F2 é bastante impactada pela existência de canais que proporcionam o escoamento da água no período de enchente; e a S-F3 tem a S-F2 como barreira da força dos extravasamentos e enchentes, mas mantém a água por maior tempo no ambiente, considerando que a perda desta ocorre, principalmente, por infiltração, já que não chega a formar canais. Tal resultado condiz com estudo de Schiavini et al. (2001) que relataram que a microtopografia da área, juntamente com a natureza da inundação são fatores de diferenciação das florestas de galeria do Bioma Cerrado. Rodrigues & Nave (2000) relataram que, na região sudeste, a heterogeneidade das formações ciliares estão sob condições ambientais muito específicas, o que as diferencia. Contudo, verificou-se a existência de sub-formações que apresentam espécies mais adaptadas a cada condição ambiental da floresta, considerando sua densidade e freqüência na sub-população menor ou maior de 15 cm de circunferência, fluxo de semente ou banco de sementes do solo.

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5 CONCLUSÕES

Os resultados permitem concluir que: a) estruturalmente, a floresta apresenta-se com características de florestas em estágio avançado de sucessão, dentro do contexto ripário, considerando que todas as formações encontradas parecem estar se auto regenerando; b) existem três formações internas no fragmento, associadas às diferentes influências do rio, tanto no sentido transversal como longitudinal. Assim, a vegetação destas florestas não pode ser tratada unicamente como ripária, mas considerando tais variações; c) Sebastiania commersoniana e Eugenia uniflora estão adaptadas à porção onde existe maior impacto e com lençol freático aflorando na maior parte do ano; Gymnanthes concolor e Cupania vernalis são espécies tolerantes a freqüentes alagamentos, mas não à situação de permanência destes, e Allophylus edulis e Casearia sylvestris foram espécies tolerantes a locais com nível do lençol freático mais alto. Estas seis espécies estiveram bem representadas tanto na vegetação adulta como no banco de plântulas, são fundamentais na conservação das formações e conseqüentemente do fragmento, e indicadas no reflorestamento e enriquecimento de locais com semelhantes características ambientais; d) o fluxo de sementes é um mecanismo fundamental para manutenção do banco de plântulas, na conservação e recuperação destas florestas; e) o banco de sementes do solo é importante logo após a alteração, considerando que as sementes de espécies herbáceas têm boa performance na revegetação inicial. Porém, o fluxo de sementes é fundamental para a continuidade ao processo de regeneração de espécies arbóreas e arbustivas;

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f) o potencial regenerativo do fragmento poderá suportar pequenas alterações, como formações de pequenas clareiras, considerando que o banco de sementes responderá imediatamente, sendo seguido pelo fluxo de sementes de espécies lenhosas de pequeno, médio e grande porte, que passarão a formar o banco de plântulas. Porém, alteração de maior grau necessitará de intervenções silviculturais; g) os fatores ambientais ligados aos extravasamentos periódicos conduzem e favorecem o processo de regeneração, selecionando a ocorrência e distribuição das espécies no fragmento, assim, a avaliação da área deve ser considerada antes da introdução dos indivíduos no ambiente.

6 RECOMENDAÇÕES

Em termos de informações a serem utilizadas na conservação e recuperação desses ecossistemas, sugere-se, primeiramente, que medidas sejam tomadas com o objetivo de evitar o isolamento desses ecossistemas, considerando sua complexidade, mesmo quando em áreas pequenas como a do fragmento estudado. Projetos de recuperação devem considerar as características da área a ser enriquecida ou revegetada, utilizando-se espécies adaptadas a cada ambiente. Considerando que os resultados mostram a importância de fontes de sementes para a conservação das florestas, já que o banco de sementes do solo não apresentou estoque de espécies arbóreas e arbustivas, a introdução do maior número possível de espécies é ideal, pois atrairá espécies de dispersores e polinizadores, aumentando a variabilidade genética do ecossistema. É sugerido como espécies fundamentais na conservação e, por isso, indicadas para serem utilizadas na recuperação de áreas alteradas ou degradadas, principalmente de Florestas Estacionais Deciduais

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Ripárias, as 22 espécies da Tabela 11. Tal seleção teve como base a presença destas em, pelo menos, três dos quatro compartimentos estudados no fragmento da floresta (vegetação com CAP ≥15 cm, banco de plântulas, fluxo de sementes, banco de sementes do solo), permitindo acreditar que terão maior chance de se estabelecer no ambiente. Entre estas, quatro espécies são indicadas para serem utilizadas em qualquer condição ambiental da área (Parapiptadenia rigida, Eugenia hyemalis, Ruprechtia laxiflora e Luehea divaricata); 7 são sugeridas como próprias para meio (Patagonula americana, Apuleia leiocarpa, Trichilia elegans, Campomanesia xanthocarpa, Eugenia involucrata, Matayba elaeagnoides e Celtis iguanea), indiferentes a condição de interferência.

Sob condição de interferência forte, mas rápida (S-F2) são indicadas Gymnanthes concolor, Sorocea bonplandii, Seguieria aculeata e

Cupania vernalis. Nas condições ambientais da S-F3, as espécies que destacam-se, neste contexto, são Casearia sylvestris e Myrciaria tenella. Enquanto, cinco espécies (Sebastiania brasiliensis, Sebastiania commersoniana, Eugenia uniflora, Allophylus edulis e Pouteria gardneriana) são próprias para ocuparem locais com intensa ação das enchentes e lençol freático próximo da superfície (S-F1 e S-F3). Inga vera e Terminalia australis, apesar de não constarem entre as descritas na tabela, podem ser indicadas para ocuparem as margens dos rios, considerando sua elevada abundância de indivíduos nesta porção da floresta, além de apresentarem resistência à força das enchentes e frutificação anual.

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Tabela 11 __ Espécies indicadas como fundamentais em Floresta Estacional Decidual Ripária, no Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil Espécie Tipo de Sub-Formação S-F1 S-F2 S-F3 Patagonula americana x x Apuleia leiocarpa x x Gymnanthes concolor x Sebastiania brasiliensis x x Sebastiania commersoniana x x Casearia sylvestris x Trichilia elegans x x Parapiptadenia rigida x x x Sorocea bonplandii x Campomanesia xanthocarpa x x Eugenia hyemalis x x x Eugenia involucrata x x Eugenia uniflora x x Myrciaria tenella x Seguieria aculeata x Ruprechtia laxiflora x x x Allophylus edulis x x Cupania vernalis x Matayba elaeagnoides x x Pouteria gardneriana x x Luehea divaricata x x x Celtis iguanea x x

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ANEXO 1 – Análise Química dos Solos de Fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária no Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil

Grupo UA Argila % P mg/l K mg/l Ca cmol/l Mg cmol/l pH MO % 1 1 14,00 11,5 72 2,9 1 4,60 0,6 1 20 30,00 9,7 82 4,4 1,4 4,30 2,3 1 23 33,00 8,8 80 3,2 0,9 3,90 2,5 1 24 21,00 6,3 34 3 0,8 4,30 1 1 32 15,00 8 60 3,1 1 4,60 1,2 1 45 38,00 11,5 92 3,2 0,9 4,00 3,2 1 46 39,00 11,5 82 3,6 1,1 4,20 2,2 1 47 39,00 8,8 98 4,1 1,4 4,30 2,1 1 48 16,00 12,3 54 3,1 0,9 4,80 0,9 1 58 13,00 16,3 56 2,6 0,9 4,60 0,7 1 59 16,00 11,5 80 3,4 1 4,40 1 1 62 24,00 8 52 3,9 1 4,10 1,9 1 70 38,00 12,3 98 4,5 1,4 3,90 3 2 5 25,00 7,2 82 4,3 1,4 4,10 1,3 2 6 20,00 10,5 62 3,2 0,9 4,10 1,2 2 7 19,00 10,5 60 2,2 0,7 4,00 1,3 2 8 22,00 14 74 2,5 0,9 3,90 1,5 2 9 25,00 9,7 90 3,7 1,1 4,00 2,3 2 10 29,00 11,5 86 4,4 1,8 4,20 2,1 2 11 28,00 9,7 52 2,9 1,2 3,90 1,7 2 12 30,00 8,8 90 3 1,3 3,90 2,5 2 13 29,00 8 158 2,8 1,2 4,20 2,8 2 14 22,00 8 96 2,6 1,1 4,10 2 2 15 21,00 4,8 84 2,8 1,2 4,20 1 2 16 20,00 8 86 3,4 1,2 4,40 1,2 2 17 21,00 7,2 54 2,5 1 4,10 1,2 2 18 22,00 8 48 3,2 1 4,10 1,6 2 19 26,00 9,7 62 4,1 1,2 4,20 1,7 2 21 32,00 7,2 96 3,8 1,2 4,10 2,4 2 25 15,00 8 40 2,1 0,7 4,40 0,7 2 26 16,00 9,7 44 2,3 0,8 4,20 1,1 2 27 30,00 11,5 56 3,5 1,1 4,20 1,9 2 28 22,00 8,8 62 3,1 0,9 4,20 1,7 2 29 22,00 7,2 68 3,1 1 4,30 1,4 2 30 21,00 7,2 62 2,4 1 4,20 1,3 2 31 16,00 8,8 72 2,9 1,1 4,60 1,1 2 60 24,00 15,8 92 3,6 0,9 4,20 2,1 2 61 22,00 8,8 64 2,2 0,9 4,10 1,6 2 64 29,00 10,5 80 2,8 0,9 3,90 2,6 3 2 16,00 10,5 156 2,5 0,9 4,20 1,3 3 3 18,00 7,2 68 2,8 1 4,30 1 3 4 21,00 8 68 3,9 1,3 4,30 1,5 3 22 39,00 6,3 74 3,9 1,1 4,00 2,7 Continua

132

ANEXO 1 - Continuação.

Grupo UA Argila % P mg/l K mg/l Ca cmol/l Mg cmol/l pH MO % 3 33 14,00 9,7 48 1,9 0,6 4,40 0,8 3 34 18,00 15,8 66 2,8 0,8 4,40 1,2 3 35 16,00 9,7 64 2,2 0,6 4,10 1,7 3 36 19,00 13 66 1,8 0,4 4,00 2,1 3 37 20,00 10,5 54 2,8 0,7 4,10 2 3 38 25,00 9,7 118 4,1 1 4,20 2,5 3 39 30,00 11,5 102 3,1 1 4,00 2,4 3 40 31,00 10,5 110 3,8 1,4 4,20 2,4 3 41 26,00 8,8 58 2,5 0,6 4,20 1,9 3 42 27,00 13 92 2 0,5 4,10 2,4 3 43 31,00 15,8 98 1,7 0,5 4,10 2,6 3 44 35,00 12,3 110 2,3 0,6 3,90 3,4 3 49 23,00 13 54 4,7 1,2 4,20 1,8 3 50 27,00 11,5 64 4 1,2 4,00 1,7 3 51 25,00 9,7 92 3,9 1,3 4,10 2,4 3 52 25,00 15 82 2,6 0,8 3,90 2,5 3 53 27,00 14 104 3,1 0,8 4,00 2,6 3 54 27,00 25 90 1,9 0,5 3,70 2,3 3 55 32,00 14 68 1,7 0,6 3,80 2,4 3 56 32,00 13 68 2,2 0,4 3,70 2,8 3 57 32,00 12,3 60 2,5 0,4 3,80 2,9 3 63 31,00 11,5 80 4,6 1,4 4,10 2,2 3 65 30,00 9,7 62 2,2 0,6 3,80 2,6 3 66 31,00 10,5 92 3,1 1,1 4,00 2,6 3 67 33,00 10,5 64 2,4 0,8 3,90 2,3 3 68 32,00 13 108 5 1,4 4,10 3,7 3 69 36,00 11,5 11,6 3,9 1,2 4,00 3,2 UA: Unidade amostral; MO: Matéria Orgânica

133

m

m

m

m

m

ANEXO 2 - Mapa utilizado no estudo do banco de plântulas e Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil.

134

ANEXO 3 __ Ficha de registro de sementes do fluxo de sementes em Floresta Estacional Decidual Ripária, Cachoeira do Sul, RS, Brasil. [N]= número da espécie; (N)= número de sementes.

135

ANEXO 4 __ Espécies encontrados em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul - RS, Brasil, com respectivas famílias, nomes científicos, nomes vulgares e número de catalogação Família Espécie Nome vulgar/ (s disp.) N Herbário Annonaceae Rollinia salicifolia Schltdl. araticum-salso (Z) HDCF 4242 Boraginaceae Cordia ecalyculata Vell. louro-mole (Z) HDCF 4247 Boraginaceae Patagonula americana L. guajuvira (Z) HDCF 4189 Caesalpiniaceae Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. grápia (An) HDCF 4190 Ebenaceae Diospyros inconstans Jacq. maria-preta (Z) HDCF 4191 Erythroxylaceae Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. cocão (Z) HDCF 4192 Euphorbiaceae Gymnanthes concolor Spreng. laranjeira-do-mato (Au) HDCF 4193 Euphorbiaceae Sebastiania brasiliensis Spreng. branquilho-leiteiro (Au) HDCF 4194 Euphorbiaceae Sebastiania commersoniana (Baill.) L.B.Sm. et Downs branquilho (Au) HDCF 4195 Fabaceae Lonchocarpus nitidus (Vogel) Benth. farinha-seca (An) HDCF 4235 Fabaceae Machaerium paraguariense Hassl. canela-do-brejo (An) HDCF 4196 Fabaceae Myrocarpus frondosus M.Allemão cabriúva (An) HDCF 4248 Flacourtiaceae Banara tomentosa Clos guaçatunga-branca (Z) HDCF 4197 Flacourtiaceae Casearia decandra Jacq. guaçatunga (Z) HDCF 4209 Flacourtiaceae Casearia sylvestris Sw. carvalinho (Z) HDCF 4199 Lauraceae Ocotea pulchella Mart. canela-lageana (Z) HDCF 4198 Loganiaceae Strychnos brasiliensis (Spreng.) Mart. anzol-de-lontra (Z) HDCF 4200 Meliaceae Trichilia elegans A.Juss. pau-ervilha (Z) HDCF 4201 Mimosaceae Inga vera Willd. ingá-beira-de-rio (Z) HDCF 4203 Mimosaceae Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze maricá (An) HDCF 4204 Mimosaceae Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan angico-vermelho (An) HDCF 4202 Moraceae Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger et al. cincho (Z) HDCF 4205 Myrtaceae Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg murta (Z) HDCF 4207 Myrtaceae Calyptranthes concinna DC. guamirim-de-facho (Z) HDCF 4212 Myrtaceae Campomanesia xanthocarpa O.Berg guabiroba (Z) HDCF 4208 Myrtaceae Eugenia hyemalis Cambess. guamirim-fol-miúda (Z) HDCF 4216 Myrtaceae Eugenia involucrata DC. cerejeira-do-mato (Z) HDCF 4210 Myrtaceae Eugenia mansoi Berg Mirtacea (Z) HDCF 4218 Myrtaceae Eugenia ramboi D.Legrand batinga-branca (Z) HDCF 4213 Myrtaceae Eugenia uniflora L. pitanga (Z) HDCF 4211 Myrtaceae Eugenia uruguayensis Cambess. batinga-vermelha (Z) HDCF 4217 Myrtaceae Myrcianthes pungens (O.Berg) D.Legrand guabijú (Z) HDCF 4214 Myrtaceae Myrciaria tenella (DC.) O.Berg cambuim (Z) HDCF 4215 Phytolaccaceae Seguieria aculeata L. cipó-umbú (An) HDCF 4220 Polygonaceae Ruprechtia laxiflora Meisn. marmeleiro-do-mato (An) HDCF 4221 Rhamnaceae Scutia buxifolia Reissek coronilha (Z) HDCF 4222 Rubiaceae Chomelia obtusa Cham. et Schltdl. Viuvinha (Z) HDCF 4223 continua

136

ANEXO 4 - continuação Família Espécie Nome vulgar/ (s disp.) N Herbário Rubiaceae Guettarda uruguensis Cham. et Schltdl. Veludinho (Z) HDCF 4224 Rubiaceae Randia armata (Sw.) DC. limoeiro-do-mato (Z) HDCF 4225 Rubiaceae Terminalia australis Cambess. amarilho; sarandi (An) HDCF 4219 Sapindaceae Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Radlk. chal-chal (Z) HDCF 4226 Sapindaceae Cupania vernalis Cambess. camboatá-vermelho (Z) HDCF 4227 Sapindaceae Matayba elaeagnoides Radlk. camboatá-branco (Z) HDCF 4228 Sapotaceae Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler) Engl. aguaí-da-serra (Z) HDCF 4229 Sapotaceae Chrysophyllum marginatum (Hook. et Arn.) Radlk. aguaí-leiteiro (Z) HDCF 4230 Sapotaceae Pouteria gardneriana (DC.) Radlk. mata-olho (Z) HDCF 4231 Tiliaceae Luehea divaricata Mart. et Zucc. açoita-cavalo (An) HDCF 4232 Ulmaceae Celtis iguanaea (Jacq.) Sargent esporão-de-galo (Z) HDCF 4233 Verbenaceae Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke Tarumã (Z) HDCF 4234 s disp.: síndrome de dispersão; z: zoocórica; au: autocórica; an: anemocórica.

137

ANEXO 5 – Resultados da classificação realizada pelo TWINSPAN, em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária no Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil.

********* Two-way Indicator Species Analysis (TWINSPAN) ********** PC-ORD, Version 3.17 4 May 2002, 16:30

42sps Number of samples: 70 Number of species: 42 Length of raw data array: 1158 non-zero items

SPECIES NAMES 1 Roll | 2 Cord | 3 Pata | 4 Apul | 5 Dios 6 Gym | 7 Sebb | 8 Sebc | 9 Mach | 10 Myro 11 Cass | 12 Ocot | 13 Stry | 14 Trich | 15 Parap 16 Inga | 17 Sor | 18 Camp | 19 Eugi | 20 Eugu 21 Caly | 22 Eugr | 23 Myrt | 24 Eugh | 25 Eugur 26 Eugm | 27 Term | 28 Seg | 29 Rup | 30 Guet 31 Ran | 32 All | 33 Cup | 34 Mat | 35 Chrg 36 Chrm | 37 Pout | 38 Lue | 39 Cel | 40 Vit 41 cip | 42 mor |

SAMPLE NAMES 1 p1 | 2 p2 | 3 p3 | 4 p4 | 5 p5 6 p6 | 7 p7 | 8 p8 | 9 p9 | 10 p10 11 p11 | 12 p12 | 13 p13 | 14 p14 | 15 p15 16 p16 | 17 p17 | 18 p18 | 19 p19 | 20 p20 21 p21 | 22 p22 | 23 p23 | 24 p24 | 25 p25 26 p26 | 27 p27 | 28 p28 | 29 p29 | 30 p30 31 p31 | 32 p32 | 33 p33 | 34 p34 | 35 p35 36 p36 | 37 p37 | 38 p38 | 39 p39 | 40 p40 41 p41 | 42 p42 | 43 p43 | 44 p44 | 45 p45 46 p46 | 47 p47 | 48 p48 | 49 p49 | 50 p50 51 p51 | 52 p52 | 53 p53 | 54 p54 | 55 p55 56 p56 | 57 p57 | 58 p58 | 59 p59 | 60 p60 61 p61 | 62 p62 | 63 p63 | 64 p64 | 65 p65 66 p66 | 67 p67 | 68 p68 | 69 p69 | 70 p70

Cut levels: .0000 2.0000 5.0000 10.0000 20.0000

Options: Minimum group size for division = 5 Maximum number of indicators per division = 5 Maximum number of species in final table = 100 Maximum level of divisions = 6

Length of data array after defining pseudospecies: 964 Total number of species and pseudospecies: 115 Number of species: 42 (excluding pseudospecies and ones with no occurrences) Continua

138

ANEXO 5 – Continuação.

CLASSIFICATION OF SAMPLES ****************************************************************** DIVISION 1 (N= 70) i.e. group * Eigenvalue: .4069 at iteration 5 INDICATORS and their signs: Sebc 1(+) Eugu 1(+) Cass 1(-) cip 1(-) Maximum indicator score for negative group 0 Minimum indicator score for positive group 1

ITEMS IN NEGATIVE GROUP 2 (N = 57) i.e. group *0 p2 p3 p4 p5 p6 p7 p8 p9 p10 p11 p12 p13 p14 p15 p16 p17 p18 p19 p21 p22 p25 p26 p27 p28 p29 p30 p31 p33 p34 p35 p36 p37 p38 p39 p40 p41 p42 p43 p44 p49 p50 p51 p52 p53 p54 p55 p56 p57 p60 p61 p63 p64 p65 p66 p67 p68 p69

BORDERLINE NEGATIVES (N = 4) p4 p40 p44 p57

ITEMS IN POSITIVE GROUP 3 (N = 13) i.e. group *1 p1 p20 p23 p24 p32 p45 p46 p47 p48 p58 p59 p62 p70

BORDERLINE POSITIVES (N = 3) p32 p48 p70

NEGATIVE PREFERENTIALS Roll 1(26, 1) Pata 1(23, 0) Gym 1(17, 1) Mach 1(14, 1) Cass 1(30, 0) Seg 1(12, 0) cip 1(37, 2) Roll 2(15, 0) Gym 2(12, 0) Cass 2(16, 0) cip 2(24, 0)

POSITIVE PREFERENTIALS Sebc 1(3, 11) Eugu 1(5, 10) Eugm 1( 4, 5) Sebc 2(3, 9) Eugu 2( 4, 5) Eugm 2( 3, 3) Rup 3( 3, 3)

NON-PREFERENTIALS Sebb 1(19, 4) Parap 1(23, 3) Eugh 1(23, 3) Rup 1(27, 4) All 1(29, 5) Cup 1(21, 3) Lue 1(17, 3) mor 1(22, 6) Sebb 2(9, 3) Rup 2(11, 4) All 2(13, 3) mor 2(13, 3)

------E N D O F L E V E L 1 ------***************************************************************** DIVISION 2 (N= 57) i.e. group *0 Eigenvalue: .3004 at iteration 15 INDICATORS and their signs: Gym 1(-) Cup 1(-) Cass 2(+) All 2(+) Seg 1(-) Maximum indicator score for negative group -1 Minimum indicator score for positive group 0

ITEMS IN NEGATIVE GROUP 4 (N = 29) i.e. group *00 Continua

139

ANEXO 5 - Continuação p5 p6 p7 p8 p9 p10 p11 p12 p13 p14 p15 p16 p17 p18 p19 p21 p25 p26 p27 p28 p29 p30 p31 p35 p36 p38 p60 p61 p64

BORDERLINE NEGATIVES (N = 3) p17 p21 p64

MISCLASSIFIED NEGATIVES (N = 5) p15 p16 p18 p19 p29

ITEMS IN POSITIVE GROUP 5 (N = 28) i.e. group *01 p2 p3 p4 p22 p33 p34 p37 p39 p40 p41 p42 p43 p44 p49 p50 p51 p52 p53 p54 p55 p56 p57 p63 p65 p66 p67 p68 p69

BORDERLINE POSITIVES (N = 1) p39

MISCLASSIFIED POSITIVES (N = 1) p2

NEGATIVE PREFERENTIALS Gym 1(16, 1) Trich 1(6, 2) Sor 1(9, 1) Eugr 1(11, 0) Seg 1(12, 0) Cup 1(17, 4) Gym 2(12, 0) Sor 2( 7, 1) Eugr 2(7, 0) Seg 2(6, 0) Cup 2(9, 2)

POSITIVE PREFERENTIALS Myrt 1(0, 7) Sebb 2( 1, 8) Cass 2(2, 14) Eugh 2(1, 9) All 2( 1, 12) Cass 3( 0, 8)

NON-PREFERENTIALS Roll 1(14,12) Pata 1(12, 11) Sebb 1(7, 12) Mach 1(7, 7) Cass 1(12,18) Parap 1(8, 15) Eugi 1(7, 4) Eugh 1(8, 15) Rup 1(15,12) All 1(12, 17) Mat 1(5, 6) Lue 1(9, 8) cip 1(21,16) mor 1(9, 13) Roll 2(8, 7) Pata 2(6, 4) Parap 2(4, 7) Rup 2(5, 6) cip 2(15, 9) mor 2(5, 8)

Demais divisões não foram confirmadas a campo...

CLASSIFICATION OF SPECIES *********************************************************** DIVISION 1 (N= 42) i.e. group * Eigenvalue: .6006 at iteration 106

ITEMS IN NEGATIVE GROUP 2 (N = 32) i.e. group *0 Roll Cord Pata Apul Dios Gym Sebb Mach Myro Cass Ocot Stry Trich Parap Sor Camp Eugi Eugr Myrt Eugh Eugur Seg Ran All Cup Mat Chrg Chrm Pout Cel Vit cip Continua

140

ANEXO 5 - Continuação

ITEMS IN POSITIVE GROUP 3 (N = 10) i.e. group *1 Sebc Inga Eugu Caly Eugm Term Rup Guet Lue mor ------E N D O F L E V E L 1 ------

DIVISION 2 (N= 32) i.e. group *0 Eigenvalue: .4248 at iteration 4

ITEMS IN NEGATIVE GROUP 4 (N = 25) i.e. group *00 Roll Cord Pata Apul Dios Gym Cass Ocot Stry Trich Sor Camp Eugi Eugr Myrt Eugur Seg Ran Cup Mat Chrg Chrm Cel Vit cip

ITEMS IN POSITIVE GROUP 5 (N = 7) i.e. group *01 Sebb Mach Myro Parap Eugh All Pout ***************************************************************

DIVISION 3 (N= 10) i.e. group *1 Eigenvalue: .5958 at iteration 4

ITEMS IN NEGATIVE GROUP 6 (N = 3) i.e. group *10 Rup Lue mor

ITEMS IN POSITIVE GROUP 7 (N = 7) i.e. group *11 Sebc Inga Eugu Caly Eugm Term Guet

------E N D O F L E V E L 2 ------

***************************************************************

DIVISION 4 (N= 25) i.e. group *00 Eigenvalue: .3070 at iteration 3

ITEMS IN NEGATIVE GROUP 8 (N = 11) i.e. group *000 Gym Ocot Stry Trich Sor Eugi Eugr Seg Ran Cup cip

ITEMS IN POSITIVE GROUP 9 (N = 14) i.e. group *001 Roll Cord Pata Apul Dios Cass Camp Myrt Eugur Mat Chrg Chrm Cel Vit ***************************************************************

DIVISION 5 (N= 7) i.e. group *01 Eigenvalue: .3614 at iteration 5

ITEMS IN NEGATIVE GROUP 10 (N = 4) i.e. group *010 Mach Parap Eugh All

ITEMS IN POSITIVE GROUP 11 (N = 3) i.e. group *011 Sebb Myro Pout

141

ANEXO 6 – Tabela final de dupla entrada com resultado da classificação das unidades amostrais (final da tabela) e das espécies (lateral esquerda da tabela) em fragmento de floresta Estacional Decidual Ripária, Cachoeira do Sul, RS, Brasil

112111223113 1223366611 2334 44444536555666 355 59691574890086782561501413678922390144780265673415 6 Gym ------1322--2-122-3122-1333---1------00000 12 Ocot--3------1------21------1------1------000010 17 Sor -----2-2-22---2--1--21---2------2----- 000010 28 Seg ----2------1--2112-13--213--1------000010 31 Ran 1------21------1------000010 14Trich------11-1-1----1----1---1-1------000011 13 Stry------2------00010 33 Cup 11----212-12--11-21-2---22321------2-2---1 00010 19 Eugi------2------212--2----11------12-2---- 00011 22 Eugr234321-2---1--11----3------00011 41 cip --211-11---221-22-222222331323211222-2-2--2--1211- 00011 4 Apul1------1----1------22------11-- 00100 5 Dios ------1------1------1---- 00100 36 Chrm -----1------1------00100 3 Pata --1------21-33-2--2-31-11-12--11---2-12----12-11 001010 1 Roll --122--1-1--22--12--2231-1----12--12-2---12122---2 001011 18 Camp ------222------1------1-----13----1 001011 39 Cel ------1---2-2------1--21------22-1------001011 40 Vit -2------1---1------001011 34 Mat -----11------1------2--1----1--1--22-----1---- 001100 2 Cord ------11-1---- 001101 11 Cass -1--1-12-2-1-1--1------1--111-----2----13243311223 001101 25 Eugur------2-- 001101 35 Chrg ------11------4---- 001101 23 Myrt ------1--22222------00111 9 Mach ------1-1--2-2---11--1------1-11--113---- 010 15 Parap------1------1---2212--1-2---12--212--2-122211-1 010 24 Eugh 1-1-1---11------211-1222-322321------11 010 32 All ---11--1--12-11-1--1--11----1-1121-----41222232-21 010 7 Sebb --1-21-11-1------1------2------1---122-22 011 10 Myro ----1------011 37 Pout -1------1------3----- 011 29 Rup ---12--1--11--1-12----1122211-----313222--111-1--1 10 38 Lue 1------1--122-211-1------21---2------1---2-- 10 42 mor ------11212----2---2-1-2-----2--2-2213-1-----1-112 10 30 Guet ---2------1100 26 Eugm ------2------1-2--3------11010 8 Sebc ------2------11011 16 Inga ------11011 21 Caly ------11011 27 Term ------11011 20 Eugu ----1------22-3------111 00000000000000000000000000000000000000000000000000 00000000000000000000000000000111111111111111111111 00000111111111111111111111111000000000001111111111 00111000000111111111111111111000000000110000000000 001111000000000000011111001111111 0000000000 000111111111100111 0001111 0000001111 Continua

142

ANEXO 6 - Continuação

56623 53467 24424525 73923432820135706948

6 Gym ------1------00000 12 Ocot ------000010 17 Sor ------000010 28 Seg ------000010 31 Ran -----1------000010 14 Trich ------000011 13 Stry ------1------00010 33 Cup -1------22---1------00010 19 Eugi --1------1------00011 22 Eugr ------2------00011 41 cip --11------11-- 00011 4 Apul --2------00100 5 Dios ------00100 36 Chrm -----1------00100 3 Pata -1------001010 1 Roll ---1------1------001011 18 Camp ------001011 39 Cel ------001011 40 Vit ------001011 34 Mat ---4------001100 2 Cord ------001101 11 Cass 233421------001101 25 Eugur ------001101 35 Chrg ------001101 23 Myrt ---1------00111 9 Mach --1------2------010 15 Parap 1-1----21-1------010 24 Eugh --1--21-1---21------010 32 All -34--2--2122----1--- 010 7 Sebb 2231--1---2----2-2-1 011 10 Myro ---3------1------011 37 Pout ---1------1------1- 011 29 Rup --3------43-23--- 10 38 Lue -2-1-1-----33----1-- 10 42 mor -23------31-21-1--2 10 30 Guet ------1-2--- 1100 26 Eugm ------14-212----- 11010 8 Sebc --2--3--2222224-4121 11011 16 Inga ------24 11011 21 Caly ------2- 11011 27 Term ------3------11011 20 Eugu 2------11--32221121- 111 00000001111111111111 11111110000000000011 111111100001111111 0000011 0000111 00011 111

143

ANEXO 7 __ Frutificação de espécies em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil

Frutificação Nome científico Nome vulgar 2000-01 2001-02 Pico Intens. Pico Intens. Allophylus edulis chal-chal ausente O Md Apuleia leiocarpa grápia F-M G D-J-F G Campomanesia xanthocarpa guabiroba N-D Md O-N Md Casearia sylvestris chá de bugre/carvalinho N P O Md Celtis iguanaea celtis J-F-M Md J-F Md Chrysophyllum gonocarpum aguaí-da-serra Mç P AB P Cupania vernalis camboatá-vermelho O-N Md O G Eugenia hyemalis Ab-M Md Ab-M Md Eugenia involucrata cerejeira do mato N P O P Eugenia mansoi J P J P Eugenia ramboi S P Ag P Eugenia uniflora pitangueira N-D P N P Guettarda uruguensis veludinho M-A P Mç P Gymnanthes concolor laranjeira do mato O-N G O Md Inga vera ingá-beira-de-rio F-M P F-M P Luehea divaricata açoita-cavalo Jl P M-J Md não Marchaerium stipitatum canela do brejo Maio P observada Matayba elaeagnoides camboatá-branco N-D Md J Md Myrciaria tenella cambuim N P S-O P Myrocarpus frondosus cabriúva N-D P ausente Parapiptadenia rigida angico-vermelho Jn P Maio Patagonula americana guajuvira N-D-J Md ausente Pouteria gardneriana mata-olho F-M Md N P Randia armata limoeiro-do-mato J-F Md J-F Md Rollinia salicifolia ariticum M-A Md A-M Md Ruprechtia laxifora marmeleiro-do-mato J-F G D-J Md Sebastiana commersisoniania branquilho O-N P O-N Md Sebastiania brasiliensis branquilho-leiteiro N G O-N Md Sorocea bonplandii cincho N G O-N-D P Terminalia australis amarilho M-A Md F-M P Trichilia elegans pau-ervilha M-A G A-M P Pico: Época de frutos maduros e dispersão; Intens.: Intensidade

144

ANEXO 8 __ Espécies e número de sementes dispersadas, durante dois anos de observações, em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil Espécie Ano 1 Ano 2 Allophylus edulis 154 Anchietia parvifolia 16 16 Apuleia leiocarpa 236 109 Arrabidaea sp. 19 12 Banara tomentosa 51 2 Blepharocalyx salicifolius 2 2 Campomanesia xanthocarpa 82 16 Casearia sylvestris 8 29 Cedrella fissilis 1 Celtis iguanaea 14 27 Chrysophyllum gonocarpum 1 Chrysophyllum marginatum 1 Liana X 6 1 Combretum fruticosum 371 284 Cupania vernalis 58 82 Dalbergia frutescens 148 110 Diospyros inconstans 1 Eugenia hyemalis 22 10 Eugenia involucrata 27 44 Eugenia uniflora 4 Eupatorium pauciflorum 274 17 Gymnanthes concolor 268 63 Luehea divaricata 71 101 Machaerium paraguariense 14 10 Matayba elaeagnoides 29 12 Melia azedarach 1 Myrcianthes pungens 215 10 Myrciaria tenella 10 1 Parapiptadenia rigida 111 55 Patagonula americana 29 Paullinia elegans 14 175 Pouteria gardneriana 39 7 Psychotria carthagenensis 10 2 Rapanea sp. 73 11 Ruprechtia laxiflora 1156 93 Continua

145

ANEXO 8 - continuação...

Espécie Ano 1 Ano 2 Sebastiania brasiliensis 150 2 Sebastiania commersoniana 16 9 Seguieria aculeata 427 10 Serjania multiflora 176 68 Smilax campestris 1 5 Sorocea bonplandii 19 Trichilia elegans 12 37 NI 10 1 NI 12 1 NI 13 1 NI 16 1 NI 5 1 NI 7 1 1 NI 8 1 NI 9 1 4186 1592

146

ANEXO 9 __ Espécies, forma de vida (NV) e número de indivíduos (NI) Banco de sementes do solo em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil Espécie Nome vulgar FV NI Apuleia leiocarpa Grápia árvore 4 Borreria sp. erva 255 Brachiaria plantaginea capim-marmelada erva 152 Campomanesia xanthocarpa guabiroba árvore 1 Cenchrus echinatus capim-amoroso erva 54 Cerastium glomeratum orelha-de-rato erva 14 Chaptalia sp. erva-grossa erva 358 Cyperus ferax junquinho erva 113 Cyperus sp. junquinho erva 1628 Commelina sp. trapoeraba erva 369 Coniza sp. buva erva 55 Coniza sp. (2) buva erva 16 Cupania vernalis camboatá-vermelho árvore 4 Cynodon dactylon grama-são-paulo erva 2 Dalbergia frutescens cipó-rabo-de-bugio cipó 100 Eugenia hyemalis guamirim-folha-miúda árvore 13 Eugenia uniflora pitanga árvore 28 Gymnanthes concolor laranjeira-do-mato árvore 149 Hybanthus bigibbosus viuvinha arbusto 3 Hypocraeris sp. almeirão erva 5 Ipomoea sp. corda-de-viola erva 202 Ipomoea sp.2 erva 29 Justicia brasiliana cestrum, junta-de-cobra arbusto 78 Lithospermum arvense erva 6 Mimosa bimucronata maricá árvore 5 Oxalis sp. falso-trevo erva 40 Parapiptadenia rigida angico-vermelho árvore 1 Polygonum sp. erva-de-bixo erva 14 Pristimera andina cipó-pau cipó 5 Psychotria carthagenensis juruvarana arbusto 15 Randia armata limoeiro-do-mato árvore 2 Relburnim hypocarpium quebra-pedra-roxo erva 5 Ruprechtia laxiflora marmeleiro-do-mato árvore 251 Senecio sp. maria-mole erva 115 Sida rhombifolia guanxuma-branca erva 78 Sida sp. guanxuma erva 6 Solanum americanum Mill. maria-pretinha erva 174 Solanum sisymbrifolium Lam. joá erva 22 NI 1 NI NI 4 NI 2 NI NI 2 NI 3 NI NI 1 NI 4 NI erva 1 NI 5 NI NI 2 NI 6 erva 3

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ANEXO 10 __ Espécies encontradas no banco de plântulas nas três formações do fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil Espécie Formação 1 2 3 Allophylus edulis x x Apuleia leiocarpa x x Banara tomentosa x Blepharocalyx salicifolius x x Brunfelsia uniflora x Campomanesia xanthocarpa x Casearia decandra x Casearia sylvestris x x x Celtis iguanaea x Cupania vernalis x x x Daphnopsis racemosa x x Ervas x x Erythroxylum deciduum x x Eugenia hyemalis. x x x Eugenia involucrata x x Eugenia mansoi x x Eugenia ramboi x x x Eugenia uniflora. x x x Guettarda uruguensis x Gymnanthes concolor x x Hybanthus bigibbosus x x Inga vera x Justicia brasiliana x x x Lianas x x x Lonchocarpus nitidus. x x Luehea divaricata x Machaerium paraguariense x Matayba elaeagnoides x x x Maytenus aquifolia x Mimosa bimucronata x Myrciaria tenella x x x Myrocarpus frondosus x Myrsine laetevirens x Ocotea pulchella x x Parapiptadenia rigida x x x Pouteria gardneriana x x Psychotria carthagenensis x Randia armata x x Rollinia salicifolia x Continua

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ANEXO 10 - continuação Espécie Formação 1 2 3 Rubiaceae 1 x Ruprechtia laxiflora x x X Scutia buxifolia x X Sebastiania brasiliensis x Sebastiania commersisoniana x x x Seguieria aculeata X Sorocea bonplandii x x x Strychinos brasiliensis x Terminalia australis x Trichilia catigua x x Trichilia elegans x x

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ANEXO 11 __ Espécies e forma de vida (FV) observadas em fragmento de Floresta Estacional Decidual Ripária, Baixo Rio Jacuí, Cachoeira do Sul, RS, Brasil. Família Espécie Nome vulgar FV CL I BP FS BS Acanthaceae Justicia brasiliana Roth cestrum, junta-de-cobra arbusto * * Acanthaceae Ruellia angustiflora (Nees) Lindau alfavaca-de-cobra erva * Annonaceae Rollinia salicifolia Schltdl. araticum-salso árvore * * Asteraceae Eupatorium pauciflorum H. B. K. cambará erva * Asteraceae Chaptalia sp. erva-grossa erva * Asteraceae Coniza sp. buva erva * Asteraceae Coniza sp. (2) buva erva * Asteraceae Hypocraeris sp. almeirão erva * Asteraceae NI 4 NI erva * Asteraceae Senecio sp. maria-mole erva * Bignoniaceae Arrabidaea sp. cipó * Boraginaceae Cordia ecalyculata Vell. louro-mole árvore * Boraginaceae Lithospermum arvense L. erva * Boraginaceae Patagonula americana L. guajuvira árvore * * * Caesalpiniaceae Apuleia leiocarpa (Vogel) J.F.Macbr. grápia árvore * * * * Caesalpiniaceae Bauhinia forficata Link pata-de-vaca cipó * Caryophyllaceae Cerastium glomeratum Thuill. orelha-de-rato erva * Celastraceae Maytenus aquifolia Mart. cancorosa árvore * Cyperaceae Cyperus ferax Baker junquinho erva * Cyperaceae Cyperus sp. junquinho erva * Combretaceae Combretum fruticosum (Loefl.) Stuntz. escova-de-macaco cipó * Continua

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ANEXO 11 - Continuação Família Espécie Nome vulgar FV CL I BP FS BS Commelinaceae Commelina sp. trapoeraba erva * Convolvulaceae Ipomoea sp. erva * Convolvulaceae Ipomoea sp. corda-de-viola erva * Ebenaceae Diospyros inconstans Jacq. maria-preta árvore * * Erythroxylaceae Erythroxylum deciduum A.St.-Hil. cocão árvore * * Euphorbiaceae Gymnanthes concolor Spreng. laranjeira-do-mato árvore * * * * Euphorbiaceae Sebastiania brasiliensis Spreng. branquilho-leiteiro árvore * * * Euphorbiaceae Sebastiania commersisoniana (Baill.) L.B.Sm. et Downs branquilho árvore * * * Fabaceae Dalbergia frutescens (Vell.) Britton cipó-rabo-de-bugio árvore * * Fabaceae Lonchocarpus nitidus (Vogel) Benth. farinha-seca árvore * * Fabaceae Machaerium paraguariense Hassl. canela-do-brejo árvore * * * Fabaceae Myrocarpus frondosus M.Allemão cabriúva árvore * * Flacourtiaceae Banara tomentosa Clos guaçatunga-branca árvore * * * Flacourtiaceae Casearia decandra Jacq. guaçatunga árvore * * Flacourtiaceae Casearia sylvestris Sw. carvalinho árvore * * * * Gramineae Brachiaria plantaginea (Link) Hitchc. capim-marmelada erva * Hyppocrateaceae Pristimera andina Miers cipó-pau cipó * Lauraceae Ocotea pulchella Mart. canela-lageana árvore * * Liliaceae Smilax campestris Griseb. japecanga cipó * * Loganiaceae Strychnos brasiliensis (Spreng.) Mart. anzol-de-lontra árvore * * Malvaceae Sida rhombifolia L. guanxuma-branca erva * Malvaceae Sida sp. guanxuma erva * Meliaceae Cedrella fissilis Vell. cedro árvore * Meliaceae Melia azedarach L. cinamomum árvore * Meliaceae Trichilia catigua A . Juss. catigua árvore * Continua 151

ANEXO 11 - Continuação Família Espécie Nome vulgar FV CL I BP FS BS Meliaceae Trichilia elegans A.Juss. pau-ervilha árvore * * * Meliaceae Eucalyptus sp. árvore * Mimosaceae Inga vera Willd. ingá-beira-de-rio árvore * * Mimosaceae Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze maricá árvore * * * Mimosaceae Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan angico-vermelho árvore * * * * Moraceae Sorocea bonplandii (Baill.) W.C.Burger et al. cincho árvore * * * Myrsinaceae Myrsine laetevirens (Mez) Arechav. capororoca árvore * Myrsinaceae Rapanea sp. arbusto * Myrtaceae Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg murta árvore * * * Myrtaceae Calyptranthes concinna DC. guamirim-de-facho árvore * Myrtaceae Campomanesia xanthocarpa O.Berg guabiroba árvore * * * Myrtaceae Eugenia hyemalis Cambess. guamirim-folha-miúda árvore Myrtaceae Eugenia involucrata DC. cerejeira-do-mato árvore * * * Myrtaceae Eugenia mansoi O.Berg mirtacea árvore * * Myrtaceae Eugenia ramboi D.Legrand batinga-branca árvore * * Myrtaceae Eugenia uniflora L. pitanga árvore * * * * Myrtaceae Eugenia uruguayensis Cambess. batinga-vermelha árvore * Myrtaceae Myrcianthes pungens (O.Berg) D.Legrand guabijú árvore * * Myrtaceae Myrciaria tenella (DC.) O.Berg cambuim árvore * * * NI NI 1 NI * NI NI 2 NI * NI NI 3 NI * NI NI 7 NI * Oxalidaceae Oxalis sp. falso-trevo erva * Continua

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ANEXO 11 - Continuação Família Espécie Nome vulgar FV CL I BP FS BS Phytolaccaceae Seguieria aculeata L. cipó-umbú árvore * * * Poaceae Cenchrus echinatus L. capim-amoroso erva * Poaceae Cynodon dactylon (L.) Pers. grama-são-paulo erva * Polygonaceae Polygonum sp. erva-de-bixo erva * Polygonaceae Ruprechtia laxiflora Meisn marmeleiro-do-mato árvore * * * * Rhamnaceae Scutia buxifolia Reissek coronilha árvore * * Rubiaceae Borreria sp. erva * Rubiaceae Chomelia obtusa Cham. et Schltdl. viuvinha árvore * Rubiaceae Guettarda uruguensis Cham. et Schltdl. veludinho árvore * * Rubiaceae Psychotria carthagenensis Jacq. juruvarana arbusto * * * Rubiaceae Randia armata (Sw.) DC. limoeiro-do-mato árvore * * * Rubiaceae Relbunium hypocarpium (L.) Hemsley quebra-pedra erva * Rubiaceae Rubiaceae 1- arbusto arbusto 1 arbusto * Rubiaceae Terminalia australis Cambess. amarilho; sarandi árvore * * Sapindaceae Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Radlk. chal-chal árvore * * * Sapindaceae Cupania vernalis Cambess. camboatá-vermelho árvore * * * * Sapindaceae Matayba elaeagnoides Radlk. camboatá-branco árvore * * * Sapindaceae Paullinia elegans Cambess. cipó-timbó cipó * Sapindaceae Serjania multiflora Cambess. cipó-timbó cipó * * Sapotaceae Chrysophyllum gonocarpum (Mart. & Eichler) Engl. aguaí-da-serra árvore * * Sapotaceae Chrysophyllum marginatum (Hook. et Arn.) Radlk. aguaí-leiteiro árvore * * Sapotaceae Pouteria gardneriana (DC.) Radlk. mata-olho árvore * * * Solanaceae Brunfelsia uniflora (Pohl) D. Don primavera árvore * Solanaceae Solanum americanum Mill. maria-pretinha erva * Solanaceae Solanum sisymbrifolium Lam. joá erva * Continua 153

ANEXO 11 - Continuação Família Espécie Nome vulgar FV CL I BP FS BS Thymelaeaceae Daphnopsis racemosa Griseb. embira arbusto * Tiliaceae Luehea divaricata Mart et Zucc. açoita-cavalo árvore * * * Ulmaceae Celtis iguanaea (Jacq.) Sargent esporão-de-galo árvore * * * Verbenaceae Vitex megapotamica (Spreng.) Moldenke tarumã árvore * Violaceae Anchietia parvifolia cipó-suma cipó * Violaceae Hybanthus bigibbosus (A.St.-Hil.) Hassl. viuvinha arbusto * * NI 6 erva * cipó X cipó * NI 11 * NI 12 * NI 13 * NI 16 * NI 8 * NI 5 * NI 10 * NI 9 *

CL I: Indivíduos com CAP ≥ 15cm; BP: Banco de plântulas; FS: Fluxo de sementes; BS: Banco de sementes do solo.

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