Edital MCT/CNPq/MEC/CAPES/FNDCT Ação Transversal/FAPs Nº 47/2010 Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade - SISBIOTA BRASIL

REDE DE MONITORAMENTO DOS HABITATS BENTÔNICOS COSTEIROS – REBENTOS (SISBIOTA)

Relatório Científico II

Processo FAPESP: 2010/52323-0 Coordenador: Prof. Dr. Alexander Turra Instituição: Instituto Oceanográfico da USP

Co-responsáveis: Prof. Dra. Antonia Cecilia Zacagnini Amaral (UNICAMP) – Coord. Praias Prof. Dra. Yara Schaeffer Novelli (IOUSP) – Coord. Manguezais e Marismas Prof. Dr. Joel Christoffer Creed (UERJ) – Coord. Fundos Submersos Vegetados Prof. Dra. Margareth Copertino (FURG) – Subcoord. Fundos Submersos Vegetados Prof. Dr. Angelo Fraga Bernardino (UFES) – Coord. Estuários Prof. Dr. Ricardo Coutinho (IEAPM) – Coord. Costões Prof. Dr. Flávio Berchez (IBUSP) – Coord. Educação Ambiental Participantes da Rede: 129 pesquisadores (40 instituições)

Vigência: 01/03/2011 a 28/02/2014 Período do relatório: 01/03/2012 a 28/02/2013

De acordo:

Prof. Dr. Alexander Turra Coordenador ReBentos

São Paulo Março de 2013 1. RESUMO DO PROJETO (versão original submetida ao Edital MCT/CNPq/MEC/CAPES/FNDCT – Ação Transversal/FAPs Nº 47/2010 – Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade - SISBIOTA BRASIL)

1.1. Objetivos e justificativas da formação da Rede de Pesquisa: Objetivos: O objetivo geral da presente proposta é a criação e implementação de uma rede integrada de estudos dos habitats bentônicos do litoral brasileiro (ReBentos), vinculada à Sub-Rede Zonas Costeiras da Rede Clima (MCT) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC), para detectar os efeitos das mudanças ambientais regionais e globais sobre esses organismos, dando início a uma série histórica de dados sobre a biodiversidade bentônica ao longo da costa brasileira. Justificativas: As respostas das comunidades e populações às mudanças climáticas em ecossistemas marinhos podem se acomodar mais rapidamente no oceano aberto (e.g. por migração) do que em regiões costeiras, onde a mobilidade das espécies é mais restrita e os impactos antrópicos são mais severos. Os efeitos das mudanças climáticas somam-se as diversas outras pressões que estes ambientes já sofrem como poluição aquática, sobrepesca e perda ou fragmentação de habitats. Os habitats intermareais e do infralitoral raso poderão estar comprometidos com a elevação do nível do mar, devido à ocupação humana, às modificações e impactos no pós-praia e planície costeira e interação com os ecossistemas naturais adjacentes (terrestres ou de água doce). No Brasil, a pesquisa sobre a estrutura e funcionamento das populações e comunidades dos ecossistemas costeiros encontra-se fragmentada e não focada na avaliação dos impactos antrópicos e das mudanças climáticas. Desta maneira, diferentes protocolos são aplicados por cada grupo de pesquisa e região. Embora possa responder bem questões específicas e localizadas, isto tem dificultado comparações e integração dos dados, impossibilitando maiores avaliações sobre a situação dos habitats bentônicos e das suas comunidades, assim como a detecção de modificações, independente de suas causas. Adicionando-se ao fato de que muitos dos resultados destas pesquisas não estão disponíveis para a comunidade internacional, a costa brasileira ainda permanece fora das avaliações globais sobre as conseqüências de modificações antrópicas e climáticas. Neste aspecto é imperativo a integração de pesquisadores da área, a consolidação do conhecimento existente e a implementação de uma rede observacional contínua e permanente.

1.2 Resultados esperados: Uma vez estabelecida, a ReBentos buscará o monitoramento contínuo e permanente de parâmetros biológicos e abióticos de regiões intermareais e do infralitoral raso, abrangendo seus mais diversos habitats (recifes coralinos e rochosos, praias arenosas, manguezais e marismas e fundos não consolidados e banco de fanerógamas) ao longo de grande parte da costa brasileira (até o momento, onze estados dos 17 que compõem a costa brasileira) . A obtenção de séries de dados contínuas no tempo e distribuídas no espaço, por tipo de habitat e através de um gradiente latitudinal, permitirá investigar questões científicas relacionadas a alterações causadas por impactos antropogênicos e modificações climáticas.

1.3 Principais contribuições científicas e/ou tecnológicas da proposta: O primeiro produto científico gerado pela rede temática será a definição de uma metodologia de trabalho padronizada, com máxima eficiência para amostragem da biodiversidade e devidamente replicada para contemplar diferentes fatores abióticos e antropogênicos, que será utilizada em toda a área de abrangência do projeto e de forma contínua. Após a constituição da rede e o início dos trabalhos de campo, um inventário da biodiversidade marinha da costa brasileira, abrangendo a fauna e a flora de praticamente todos os ambientes marinhos intermareais e rasos, será elaborado. Um banco de dados on line de livre acesso será confeccionado e disponibilizado na homepage da ReBentos na internet. Esse banco de dados será continuamente atualizado pelos integrantes da rede com novos dados obtidos em campo. Esse produto é de suma relevância, uma vez que o desconhecimento sobre a biodiversidade brasileira atinge principalmente o ambiente marinho. Por fim, a consolidação da rede produzirá, a partir de dados contínuos de campo, um panorama de eventuais mudanças na biota, as quais poderão ser atribuidas à eventos naturais e/ou antropogênicos, dentro de um contexto de mudanças climáticas globais. Tais produtos subsidiarão propostas de políticas públicas e estratégias para a conservação da biodiversidade marinha

1.4 Atividades de articulação, fortalecimento e formação de recursos humanos: • Articulação e integração de 31 pesquisadores de 17 instituições de ensino e/ou pesquisa, localizadas em onze estados e quatro regiões brasileiras, podendo ser ampliado para outras instituições e estados; • Ampliação da competência nacional para estudos em biodiversidade bêntica marinha, uma vez que a pesquisa será realizada por uma rede de pesquisadores brasileiros com reconhecido saber sobre biodiversidade bêntica marinha (inclusive de regiões com reduzida atividade em C&T), favorecendo a integração e a troca de informações para a produção de estudos de interesse global; • Ampliação da inserção da ciência brasileira no cenário das iniciativas globais, pela produção de conhecimento sobre a biodiversidade bêntica marinha em grande escala geográfica, possibilitando a criação de mapas de vulnerabilidade à elevação do nível do mar, prioritários para as atividades de pesquisa sobre os impactos de mudanças climáticas em zonas costeiras; • Consolidação da infraestrutura de pesquisa, com o fortalecimento da temática mudanças climáticas globais em instituições que apenas possuem tradição em estudos voltados para questões ecológicas locais e/ou regionais; • Formação de recursos humanos, para uma nova geração de cientistas, educadores e técnicos especializados no tema mudanças climáticas globais e seus impactos sobre os ecossistemas bênticos de áreas marinhas e costeiras, inclusive a nível de pós-graduação, fortalecendo os programas de áreas relacionadas à biodiversidade; • Consolidação de um banco de dados de livre acesso, que será disponibilizado na homepage da ReBentos na internet, com descrição das metodologias e protocolos padronizados, favorecendo a ampliação da rede de observação para o monitoramento da biota bêntica marinha ao longo da costa brasileira;

1.5 Estratégias de divulgação científica/educação ambiental, entendida como um conjunto de ações para a atingir de modo adequado o público beneficiário, com envolvimento de equipe interdisciplinar desde o início da pesquisa: O público-alvo deste projeto pode ser entendido sob duas escalas. Na primeira tem-se o meio acadêmico, para o qual uma série de publicações serão realizadas, dentre elas: um livro que sintetizará o estado da arte relacionado ao tema e apresentará as discussões e definições metodológicas para o monitoramento ambiental. Na segunda, tem-se os futuros usuários destas informações, que correspondem a órgãos públicos ambientais e de planejamento, para os quais produtos específicos serão criados e disponibilizados na página da ReBentos.

2. HISTÓRICO DA REBENTOS

A Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros (ReBentos) está inserida na Rede Clima e no INCT para Mudanças Climáticas. A Rede Brasileira de Pesquisas sobre Mudanças Climáticas Globais (Rede CLIMA) foi instituída pelo Ministério da Ciência e Tecnologia em 2007 (Portaria no 728, de 20 novembro de 2007; alterada pela Portaria no 262 de 2 de maio de 2011), tendo como missão gerar e disseminar conhecimentos para que o Brasil possa responder aos desafios representados pelas causas e efeitos das mudanças climáticas globais. A Rede CLIMA constitui-se em fundamental pilar de apoio às atividades de Pesquisa e Desenvolvimento do Plano Nacional de Mudanças Climáticas criado pelo governo federal, que tem balizado a identificação dos obstáculos e dos catalisadores de ações. Nesse sentido, a Rede enseja o estabelecimento e a consolidação da comunidade científica e tecnológica preparada para atender plenamente as necessidades nacionais de conhecimento, incluindo a produção de informações para formulação e acompanhamento das políticas públicas sobre mudanças climáticas e para apoio à diplomacia brasileira nas negociações sobre o regime internacional de mudanças climáticas. A Rede Clima está institucionalizada no Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), sob coordenação do Dr. Carlos Nobre, e está estruturada em 13 sub-redes, dentre as quais está a Sub-Rede Zonas Costeiras. O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas, criado em 2008 pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, é uma rede de pesquisas interdisciplinares em mudanças climáticas com 65 grupos de pesquisa nacionais e 17 internacionais, envolvendo mais de 400 pesquisadores, estudantes e técnicos. Constitui-se na maior rede de pesquisas ambientais já desenvolvida no Brasil. O INCT para Mudanças Climáticas tem por missão o desenvolvimento de uma agenda científica que irá fornecer ao país condições ideais para desenvolver excelência científica nas várias áreas das mudanças ambientais globais e sobre suas implicações para o desenvolvimento sustentável, principalmente quando se leva em consideração que a economia de nações em desenvolvimento é fortemente ligada a recursos naturais renováveis, como é marcantemente o caso do Brasil. Como visão, o INCT-MC pretende produzir informação científica de alta qualidade para direcionar a mitigação e a adaptação às mudanças climáticas futuras relevantes para o Brasil. Dentre os 26 subprojetos dessa rede também está a Sub-Rede Zonas Costeiras. Dentre os 13 grupos que compõem essa sub-rede, quarto são ligados ao ambiente bentônico (Macroalgas e Fanerógamas Marinhas, Recifes Coralinos, Costões e Praias e Manguezais). O início das articulações para a constituição da ReBentos teve início durante o I Workshop Brasileiro de Mudanças Climáticas em Zonas Costeiras – Estado do Conhecimento e Recomendações, realizado de 13 a 16 de setembro de 2009, na Universidade Federal do Rio Grande, em Rio Grande-RS. Por ocasião das discussões realizadas durante esse evento, foram feitas algumas recomendações para as comunidades bentônicas: • Avaliações sobre a variabilidade da distribuição e abundância de espécies “chave” estenotérmicas ou ao longo da costa (macroecologia), considerando diferentes escalas de variação e, se possível, eliminação de fontes de ruído utilizando áreas controle; • Estudos sobre a variabilidade da distribuição e abundância de espécies indicadoras, sensíveis à mudanças em parâmetros ambientais, através de uma abordagem padronizada ao longo da costa; • Utilização de técnicas ou estratégias de obtenção de dados (imagens, suficiência taxonômica, análise de fisionomias, RAP etc.) que amplifiquem a capacidade geográfica de análise; • Avaliação do estado fisiológico de organismos construtores de recifes (algas calcárias e corais); • Identificação e registro de mudanças nos “timmings” de florescimento, maturação, liberação de gametas, recrutamento, germinação e outros parâmetros populacionais; • Avaliação de perdas ou mudanças de produtividade e função, durante fases detransição ou colapso dos sistemas naturais; • Identificação e quantificação dos impactos dos eventos extremos na abundância e fisiologia de espécies, comunidades e ecossistemas: comparação de parâmetros medidos antes e depois dos eventos. Como desdobramentos, surgiu a necessidade de formação ou fortalecimento de Redes Observacionais para a costa brasileira, para monitoramento de parâmetros físicos e biológicos, com a coordenação e participação de membros da sub-rede Zonas Costeiras. A proposta para financiamento destas redes foi elaborada para o orçamento 2010/2011 da Rede CLIMA e submetida ao MCT, com valor total aproximado de R$ 1.300.000,00. Dentre elas estava a Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros – (ReBentos). No entanto, os recursos não foram liberados. Nova oportunidade surgiu com o lançamento, em outubro/2010, do Edital MCT/CNPq/MMA/MEC/CAPES/FNDCT – Ação Transversal/FAPs no 47/2010 - Chamada 3 - Pesquisa em Redes Temáticas para o entendimento e previsão de respostas da Biodiversidade Brasileira às mudanças climáticas e aos usos da terra. Esse edital estava ligado ao Programa SISBIOTA – Brasil, que tem por objetivo fomentar a pesquisa científica para ampliar o conhecimento e o entendimento sobre a biodiversidade brasileira e para melhorar a capacidade preditiva de respostas às mudanças globais, particularmente às mudanças de uso e cobertura da terra e mudanças climáticas, associando formação de recursos humanos, educação ambiental e divulgação do conhecimento científico. Foi apresentada uma proposta da ReBentos, que nesse momento já contava com a participação de 17 instituições de ensino e/ou pesquisa, localizadas em 11 estados brasileiros e 31 pesquisadores. O objetivo da proposta foi a criação e implementação de uma rede integrada de estudos dos habitats bentônicos do litoral brasileiro (ReBentos), vinculada à Sub-Rede Zonas Costeiras da Rede Clima (MCT) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT- MC), para detectar os efeitos das mudanças ambientais regionais e globais sobre esses organismos, dando início a uma série histórica de dados sobre a biodiversidade bentônica ao longo da costa brasileira. A estrutura inicial do projeto contava com uma coordenação geral (Prof. Dr. Alexander Turra – IOUSP) e quarto grupos de trabalho: Praias Arenosas (coordenação: Profa. Dra. Cecilia Amaral – Unicamp), Manguezais e Marismas (coordenação: Prof. Dr. Angelo F. Bernardino – UFES), Fundos não consolidados Vegetados (coordenação: Prof. Dr. Joel Creed – UERJ e Profa. Dra. Margareth Copertino – FURG) e Recifes Coralinos e Rochosos (Prof. Dr. Ricardo Coutinho – IEAPM). Dentre os resultados esperados estavam: (1) o monitoramento contínuo e permanente de parâmetros biológicos e abióticos em diversos habitats ao longo da costa brasileira e (2) a obtenção de séries contínuas de dados no tempo e distribuídas no espaço, por tipo de habitat e através de um gradiente latitudinal, permitindo assim investigar questões científicas relacionadas a alterações causadas por impactos antropogênicos e modificações climáticas. As metas eram: (1) fomentar uma discussão temática voltada para as mudanças climáticas; (2) estabelecimento de séries temporais com métodos adequados; (3) levantamento e disponibilização de dados para avaliação do impacto de mudanças globais; (4) formação de recursos humanos e (5) educação ambiental e divulgação científica. A proposta foi aprovada com recursos do CNPq (Proc. 563367/2010-5 – R$ 319.190,08 – Bolsas: 1 DTI A e 4 DTI C + recursos para reuniões de coordenadores) e da FAPESP (Proc. 2010/52323-0 – R$ 319.190,08 – Workshops e diárias e transporte para trabalho de campo). Uma cota adicional de 3 bolsas de mestrado foi concedida pela CAPES para serem implementadas até março de 2012. Após dois anos de projeto, foram realizadas diversas ações de articulação e mobilização da comunidade científica: • 1a Reunião de Coordenadores (Santos-SP, 19 de abril de 2011) • 1o Workshop ReBentos (Arraial do Cabo-RJ, 28-29 de julho de 2011) • 2o Workshop ReBentos (Salvador-BA, 7-9 de novembro de 2011) • Workshop Grupo Recifes e Costões (Arraial do Cabo-RJ, 19 e 20 de dezembro de 2011) • Workshop Grupo Estuários (Estuário do Rio Jaguaripe-BA, 09 a 11 de março de 2012) • Workshop Grupo Praias (Macrofauna) (CEBIMar – São Sebastião-SP, 27 a 31 de agosto de 2012) • Workshop Grupo Praias (Meiofauna) (UNIRIO – Rio de Janeiro-RJ, 12 e 13 de novembro de 2012) • Workshop Grupo Fundos Submersos Vegetados (Búzios-RJ, 25 e 30 de novembro de 2012) Dois novos grupos de trabalho (GTs) foram incluídos, ficando a atual estrutura organizada em seis grupos: (1) Praias, (2) Costões, (3) Estuários, (4) Fundos Submersos Vegetados, (5) Manguezais e Marismas e (6) Educação Ambiental.

3. SITUAÇÃO ATUAL 3.1. Evolução das metas A execução das metas listadas acima evoluiu da seguinte forma: (1) fomentar uma discussão temática voltada para as mudanças climáticas – articulação da comunidade científica; realização de workshops de nivelamento, capacitação e discussão; levantamento de estudos prévios sobre biodiversidade em cada habitat. (2) estabelecimento de séries temporais com métodos adequados – discussão e proposição de protocolos de coleta de dados. (3) levantamento e disponibilização de dados para avaliação do impacto de mudanças globais – os GTs já iniciaram os levantamentos. (4) formação de recursos humanos – vinculação de alunos de iniciação científica, mestrado e doutorado à ReBentos (5) educação ambiental e divulgação científica – submissão de trabalhos para serem apresentados em eventos internacionais; discussão e elaboração de um plano de educação ambiental; elaboração do portal da ReBentos na internet; elaboração de sínteses do conhecimento para balizar as discussões.

3.2. Participantes e instituições Até o momento, estão oficialmente cadastrados 129 participantes, ligados a 40 instituições de ensino e/ou pesquisa localizadas em 14 estados costeiros e em quatro regiões brasileiras (Tabela 1).

Tabela 1. Lista de participantes, instituições e habitats e número de projetos vinculados à ReBentos.

N Participante Instituição Praia Costão FSV Estuário MM EA Projeto Área;do;Projeto N Participante Instituição Praia Costão FSV Estuário MM EA Projeto Área;do;Projeto 1 Abílio;Soares;Gomes UFF 1 1 1 66 Leonardo;Querobim;Yokoyama IOUSP 1 2 Adriane;Pereira;Wandeness CCAE/UFPB 1 1 1 67 Leonir;André;Colling FURG 1 1 3 Adriano;Weidner;Cacciatori;Marenzi CTTMar/UNIVALI 1 1 COSTÕES 68 Luciana;Erika;Yaginuma IEAPM 1 4 Alessandra;Pereira;Majer IO/USP 1 69 Luciano;Lorenzi UNIVILLE 1 5 Alexander;Turra IOUSP 1 1 1 1 PRAIA 70 Luís;Felipe;Skinner UERJ 1 1 1 6 Ana;Carolina;Vilas;Boas UFBA 1 71 Maikon;Di;Domenico UFPR 1 7 Ana;Cláudia;dos;Santos;Brasil UFRRJ 1 1 1 72 Maíra;Pombo IOUSP 1 1 PRAIA 8 Ana;Luiza;Gandara;Martins CEM/UFPR 1 73 Marcelo;Petracco IOUSP 1 9 Ana;Tereza;Lyra;Lopes SEMA/UFMA 1 1 PRAIA 74 Márcia;Regina;Denadai IOUSP 1 10 André;Morgado;Esteves UFPE 1 1 1 75 Marcelo;Antonio;Amaro;Pinheiro UNESP/SV 1 1 1 11 André;Scarlate;Rovai UFSC 1 76 Marcos;Moura;Nogueira UFBA 1 12 Angelica;Spagliari;de;Godoy INICAMP 1 77 Marcus;Emanuel;Barroncas;Fernandes LAMA/IECOS/UFPA 1 1 MM 13 Angelo;Fraga;Bernardino UFES 1 1 4 ESTUÁRIOS 78 Margareth;da;Silva;Copertino FURG 1 14 Antonia;Cecilia;Zacagnini;Amaral UNICAMP 1 1 3 PRAIA 79 Maria;Soledad;Lopez CEBIMar 1 15 Bernardo;Antonio;Perez;da;Gama UFF 1 1 80 Maria;Teresa;Menezes;de;Széchy UFRJ 1 1 COSTÕES 16 Camila;Bueno;Stofel UFES 1 81 Mariana;Vieira;Pinto;Aguiar UERJ 1 17 Camilo;Dias;Seabra;Pereira UNIFESP 1 1 1 82 Marianna;de;Oliveira;Lanari FURG 1 18 Carlos;Alberto;Borzone UFPR 1 1 PRAIA 83 Marilia;Cunha;Lignon DSR/INPE 1 1 MM 19 Carlos;Henrique;Soares;Caetano UNIRIO 1 84 Mário;Luiz;Gomes;Soares UERJ 1 20 Carlos;Roberto;Ribeiro;Matos UENF 1 85 Monica;Dorigo;Correia UFAL 1 1 1 1 1 21 Carolina;Ortulan;Pereira IOUSP 1 86 Natália;Matos;de;Menezes UFBA 1 1 COSTÕES 22 Cláudia;Câmara;do;Vale UFES 1 1 MM 87 Natalia;Pirani;Ghilardi;Lopes UFABC 1 1 23 Clemente;Coelho;Jr UFPE 1 1 MM 88 Orane;Falcão;de;Souza;Alves UFBA 1 2 PRAIA 24 Cristina;de;Almeida;Rocha;Barreira UFCE 1 1 1 PRAIA 89 Pablo;Riul UFPB 1 1 25 Daphne;Spier;Moreira;Alves CEM/UFPR 1 90 Paula;dos;Santos;Gonçalves UENF 1 26 Diclá;Pupo;Santos Inst.;Botânica;SP 1 91 Paula;Maria;Moura;de;Almeida UERJ 1 27 Diego;Igawa;Martinez IOUSP 1 92 Paulo;da;Cunha;Lana CEM/UFPR 1 3 ESTUÁRIOS 28 Edmilson;José;Maria UENF 1 1 COSTÕES 93 Paulo;Jorge;Parreira;dos;Santos UFPE 1 1 1 COSTÃO 29 Eduardo;Juan;SorianoiSierra UFSC 1 94 Paulo;Roberto;Pagliosa;Alves UFSC 1 1 3 PRAIA;e;ESTUÁRIOS 30 Elaine;Bernini UFPB 1 1 MM 95 Phillipe;Mota;Machado UENF 1 31 Elianne;Pessoa;Omena UFRJ 1 96 Priscila;Resende;Arevalo FURG 1 32 Elizabeth;Gerardo;Neves UFBA 1 1 COSTÕES 97 Rafaela;Camargo;Maia IFCE 1 33 Fabrício;Saleme;de;Sá UENF 1 98 Rafael;Metri UNESPAR 1 1 34 Fernanda;Neves;Siviero IEAPM 1 99 Raphael;Mathias;Pinotti FURG 1 1 35 Flávia;Rebelo;Mochel UFMA 1 1 1 MM 100 Raquel;de;Azeredo;Muniz FAMATh 1 36 Flávio;Augusto;de;Souza;Berchez IBUSP 1 1 EA 101 Renan;Costa;de;Lima FURG 1 37 Fosca;Pedini;Pereira;Leite UNICAMP 1 102 Ricardo;Corbetta UNIVALI 1 38 Francisco;Carlos;Rocha;de;Barros;Jr UFBA 1 103 Ricardo;Coutinho IEAPM 1 39 Gabriel;Henrique;da;Silva UENF 1 104 Ricardo;Silva;Cardoso UNIRIO 1 40 Gilberto;Carvalho;Pereira NTT/COPPE/UFRJ 1 105 Roberto;Campos;Villaça UFF 1 41 Gilberto;CintróniMolero US;FWSDI,;USA 1 106 Rodrigo;Brasil;Choueri UNIFESP 1 42 Guilherme;Moraes;de;Oliveira;Abuchahla PROCAM/USP 1 1 107 Rodrigo;Johnsson;Tavares;da;Silva UFBA 1 43 Guilherme;Nascimento;Corte UNICAMP 1 108 Rodrigo;Rodrigues;de;Oliveira UENF 1 44 Gustavo;Calderucio;Duque;Estrada UFRJ 1 109 Ronaldo;Adriano;Christofoletti UNIFESP 1 1 1 45 Gustavo;Mattos;Silva;de;Souza UNIRIO 1 110 Rosana;Louro;Ferreira;Silva UFABC 1 46 Gustavo;Muniz;Dias UFRRJ 1 111 Rosana;Moreira;da;Rocha UFPR 1 47 Hélio;Hermínio;Checon UNICAMP 1 1 PRAIA 112 Ruy;Kenji;Papa;Kikuchi UFBA 1 48 Hilda;Helena;Sovierzoski UFAL 1 1 1 1 1 113 Sergio;Antonio;Netto UNISUL 1 1 49 Ilana;Azevedo;Sallorenzo UFF 1 114 Simone;Caterina;Kapusta IFRS 1 50 Ilana;Rosental;Zalmon UENF 1 2 COSTÕES;e;PRAIA 115 Tânia;Márcia;Costa UNESP/SV 1 51 Isabel;Campos;Portugal UFF 1 116 Tatiana;Fabrício;Maria UNIRIO 1 52 Jenyffer;Vierheller;Vieira UFPR 1 117 Tatiana;Medeiros;Barbosa;Cabrini UNIRIO 1 53 Joel;Christofher;Creed UERJ 1 1 1 1 FSV 118 Tatiana;Pires;Teixeira UFRRJ 1 54 José;Eduardo;Arruda;Gonçalves IEAPM 1 119 Thalita;de;Oliveira;Forroni UNICAMP 1 55 José;Policarpo;de;Mendonça;Neto UFF 1 1 COSTÕES 120 Tito;Cesar;Marques;de;Almeida CTTMar/UNIVALI 1 1 PRAIA 56 José;Souto;Rosa;Filho UFPA 1 1 1 1 PRAIA 121 Valéria;Gomes;Veloso UNIRIO 1 57 Jussara;Shirazawa;de;Freitas PROCAM/USP 1 122 Valéria;Marques;de;Oliveira UFRRJ 1 1 EA 58 Karina;Annes;Keunecke UFRRJ 1 123 Verônica;Fonseca;Genevois UFPE 1 1 59 Karine;Matos;Magalhães UFRPE 1 1 1 FSV 124 Verônica;Maria;de;Oliveira CEM/UFPR 1 60 Katia;Regina;Sgrott;Sauer;Machado UNIVILLE 1 2 COSTÕES 125 Virág;Venekey UFPA 1 61 Kcrishna;Vilanova;de;Souza;Barros UFCE 1 126 Viviane;Fernandez;Cavalcanti UERJ 1 62 Larisse;Faroni;Perez UFES 1 1 127 Waldemar;Londres;Vergara;Filho ICMBio 1 1 63 Leandro;Inoe;Coelho IBUSP 1 128 Yara;Schaeffer;Novelli IOUSP 1 1 64 Leonardo;Cruz;da;Rosa UFSE 1 129 Zelinda;Margarida;Andrade;Nery;Leão UFBA 1 1 COSTAO 65 Leonardo;Mitrano;Neves UFRRJ 1 TOTAIS 48 49 12 23 29 16 46 3.3. Projetos vinculados Um total de 46 projetos foram vinculados por seus coordenadores à ReBentos. Alguns estão aguardando aprovação junto às agências de fomento e outros já se encontram em andamento. Isto demonstra a capacidade da ReBentos em congregar iniciativas já existentes, bem como dar suporte à novas iniciativas.

3.3.1. Estuários (10 Projetos): • A influência da complexidade estrutural de bosques de manguezal em larga escala espacial sobre a distribuição das comunidades bênticas macrofaunais (Resp.: Prof. Dr. Paulo Roberto Pagliosa - UFSC) • Comunidades bentônicas marinhas em manguezais do estado do Espírito Santo: biodiversidade, funcionamento trófico e bioindicadores de qualidade ambiental (Resp.: Prof. Dr. Angelo Fraga Bernardino - UFES) • Sedimentos de manguezais como sumidouros de carbono: quantificando o enterramento de CO2 em estuários e sua relação com a ecologia do bentos estuarino (Resp.: Prof. Dr. Angelo Fraga Bernardino - UFES) • Caracterização e monitoramento das associações de macroinvertebrados de áreas fluviais e estuarinas afetadas pelo acidente do duto OLAPA (Paraná, Brasil) em fevereiro de 2001 (Resp.: Prof. Dr. Paulo da Cunha Lana - UFPR) • Caracterização ambiental da Bacia de Santos - Síntese das informações pretéritas: Recorte temático Estuários (Resp.: Prof. Dr. Paulo da Cunha Lana - UFPR) • O desempenho de índices bênticos de qualidade ambiental em distintas escalas de variabilidade espaço temporal de um estuário subtropical (Resp.: Prof. Dr. Paulo da Cunha Lana - UFPR) • Dinâmica populacional e produção secundária de Uca (Brachyura: Ocypodidae) ao longo de um gradiente estuarino: avaliando modelos biológicos bentônicos para estudos de mudanças climáticas em ecossistemas costeiros brasileiros (Resp.: Prof. Dr. Angelo Fraga Bernardino e Biol. Carolina Ortulan Pereira) • Áreas úmidas marinhas na costa Atlântica Americana: efeito estufa e bioindicadores do estoque de carbono e de mudanças climáticas. (Resp.: Prof. Dr. Paulo Roberto Pagliosa - UFSC) • Rede de Monitoramento de Ecossistemas Bentônicos Estuarinos: Estação Ecológica Juréia-Itatins (SP) e Baía de Paranaguá (PR) como modelos regionais para estudos sobre Mudanças Climáticas (Edital: Fundação Grupo Boticário de Proteçao a natureza - Chamada 20122 - BIO&CLIMA – LAGAMAR. Resp.: Prof. Dr. Ronaldo Adriano Christofoletti) • Programa de Estudo Contínuo de Hábitats Bentônicos Estuarinos Brasileiros – PECHBES/Brasil. (submetido para CHAMADA MCTI/CNPq/FAPs Nº 34/2012 - Programa de Pesquisa Ecológica de Longa Duração – PELD. Resp.: Prof. Dr. Angelo Fraga Bernardino)

3.3.2. Praias (14 projetos): • Macrofauna de praias arenosas do litoral centro-norte de Santa Catarina (Resp.: Prof. Dr. Tito Cesar Marques de Almeida - CTTMar/UNIVALI) • Morfologia funcional de Poliquetas: uma análise espacial intraespecífica (Resp.: Prof. Dr. Paulo Roberto Pagliosa - UFSC) • Meiofauna e nematofauna de praias arenosas de Salvador (Bahia - Brasil) (Resp.: Profa. Dra. Orane Falcão de Souza Alves - UFBA) • Estruturação espacial, diversidade e densidade de Polychaeta da Baía do Araçá, São Sebastião, Litoral Norte de São Paulo (Resp.: Profa. Dra. Cecilia Amaral - UNICAMP) • Comunidades macrobênticas de fundos inconsolidados da Baía do Araçá, Litoral Norte de São Paulo (Resp.: Profa. Dra. Cecilia Amaral - UNICAMP) • As praias arenosas do Estado do Ceará: morfodinâmica, macrofauna bentônica e alterações ambientais em um ambiente tropical (Resp.: Profa. Dra. Cristina de Almeida Rocha Barreira - UFCE) • Ações para incrementar o potencial científico das coleções biológicas do Museu de Zoologia da Universidade Estadual de Campinas (Resp.: Prof. Dra. Cecilia Amaral - UNICAMP) • Avaliação do potencial do caranguejo Ocypode quadrata (Crustacea: Decapoda: Brachyura: Ocypodidae) como bioindicador em praias arenosas: uma análise comportamental e metodológica (Resp.: MsC. Maira Pombo - IOUSP) • Padrões da produção secundária em praias arenosas: estudo de caso com Emerita brasiliensis (Decapoda: Hippidae) e meta-análise de grupos funcionais e taxonômicos (Resp: Prof. Dr. Alexander Turra - IOUSP) • Mudanças climáticas e seus efeitos em organismos bentônicos do entremarés de praias arenosas na costa norte do Rio de Janeiro e Espirito Santo: variabilidade espaço temporal a médio e longo prazo em diferentes escalas: de organismos a comunidade (Resp.: Prof. Dra. Ilana Rosental Zalmon - UENF) • Variação temporal e espacial do macrozoobentos de regiões entremarés da Praia de Panaquatira, Baía de São José, Maranhão, Brasil (Resp.: Prof. Dra. Ana Tereza Lyra Lopes - SEMA/UFMA) • Modificações na estrutura das associações bentônicas em resposta a variações morfodinâmicas em praias arenosas amazônicas (Resp.: Prof. Dr. José Souto Rosa Filho - UFPA) • Nematofauna da zona litoral da Praia da Ribeira, BA (Resp.: Profa. Dra. Orane Falcão de Souza Alves - UFBA) • Mudanças climáticas e praias arenosas do Lagamar, um estudo de longo prazo do morfodinamismo e da estrutura da macrofauna bentônica (Resp.: Prof. Dr. Carlos Alberto Borzone - UFPR)

3.3.3. Fundos Submersos Vegetados (2 projetos): • Mapeamento da fanerógamas marinhas do Brasil (Prof. Dr. Joel Chistopher Creed - UERJ) • Mapeamento e caracterizaçãoo dos habitats de forrageio e dos impactos sobre o peixe-boi marinho (Trichechus manatus manatus) no nordeste do Brasil (Profa. Dra. Karine Matos Magalhães – UFRPE)

3.3.4. Costões (11 projetos): • Investigação do funcionamento do ecossistema recifal da zona costeira do estado da Bahia e avaliação dos efeitos de ações antropogênicas e mudanças globais (Resp.: Profa. Dra. Zelinda Margarida A. N. Leão) • Relação espécie-área entre o coral bioinvasor Tubastrea tagusensis Wells 1982 e a carcinofauna associada (Biol. Natalia Matos de Menezes - UFBA) • Comunidades epilíticas fitófilas como indicadores ambientais para a Baía da Ilha Grande, especialmente para a área de influência da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberton (Resp.: Profa. Dra. Maria Teresa Menezes de Széchy - UFRJ) • Monitoramento dos costões rochosos da Ilha Velha, Baía da Babitonga, SC (Resp.: Profa. Dra. Katia Regina Sgrott Sauer Machado - UNIVILLE) • Monitoramento do ambiente costeiro da Área de Proteção Ambiental Estadual de Garatuba - PR (Resp.: Profa. Dra. Katia Regina Sgrott Sauer Machado - UNIVILLE) • Mudanças climáticas e seus efeitos em organismos bentônicos do entremarés rochoso na costa norte do Rio de janeiro e do Espirito Santo : variabilidade espaço-temporal a médio e longo prazo em diferentes escalas de organismo a comunidade (Resp.: Profa. Dra. Ilana Rosental Zalmon - UENF) • Interações faunísticas nas comunidades coralíneas e ambientes recifais da Baía-de-Todos-os-Santos (Bahia) (Resp.: Profa. Dra. Elizabeth Gerardo Neves e Prof. Dr. Rodrigo Johnsson - UFBA) • Fauna associada aos bancos de mexilhões dos costões rochosos de Santa Catarina (Resp.: Prof. Dr. Adriano Marenzi - UNIVALI) • Monitoramento da biodiversidade marinha e avaliação de impactos antrópicos e mudanças climáticas nas comunidades recifais do Parque Natural dos Corais, Armação de Buzios, RJ (Resp.: Prof. Dr. José Policarpo de Mendonça Neto - UFF) • Síntese e avaliação biológica de biocidas naturais, incorporados em matrizes de tintas, no combate da bioincrustação marinha na Bacia de Campos (Resp.: Prof. Dr. Edmilson José Maria - UENF) • Efeito da redução do pH e elevação da temperatura da água do mar sobre a meiofauna de recifes costeiros (Resp.: Prof. Dr. Paulo Jorge Parreira dos Santos - UFPE)

3.3.5. Manguezais e Marismas (6 projetos): • Manguezais do Estado de São Paulo: análise da evolução espaço-temporal (1979-2009) (Resp.: Dra. Marilia Cunha Lignon - DSR/INPE) • Sequestro de carbone e recuperação das florestas desmatadas de mangue da Península de Arujuteua, Município de Bragança - Pará (Resp.: Prof. Dr. Marcus Emanuel Barroncas Fernandes - LAMA/IECOS/UFPA) • Recuperação de manguezais e bioensaios em diferentes cenários de mudanças globais na zona costeira do Estado do Maranhão (Resp.: Prof. Dra. Flávia Rebelo Mochel - UFMA) • Manguezal da Baía do Sueste, Fernando de Noronha, Pernambuco (Resp.: Prof. Dr. Clemente Coelho Junior - UPE) • Biogeografia de estuários tropicais com ênfase nos manguezais, Espírito Santo. (Resp.: Profa Dra Claudia Câmara do Vale - UFES) • Desfolhação severa de Avicennia germinans em uma Área de Proteção Ambiental do Estado da Paraiba: efeito na fitossociologia e no desempenho fotoquímico (Resp.: Profa. Dra. Elaine Bernini - UFPB)

3.3.6. Educação Ambiental (3 projetos): • Caracterização ecológica de comunidades de substrato consolidado/ Projeto de Extensão e Educação Ambiental Trilha Subaquática (Resp.: Prof. Dr. Flávio Berchez - IBUSP) • Mergulho e idéias, inovação e ideais (Resp.: Profa. Dra. Valéria Marques de Oliveira - UFRRJ) • Jogos educativos como ferramenta para a aprendizagem experencial e significativa sobre as mudanças climáticas globais e seus efeitos nos ecossistemas marinhos e costeiros (Resp.: Profa. Dra. Natália Pirani Ghilardi- Lopes - CCNH/UFABC)

4. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS NO PERÍODO 4.1. Reuniões científicas Dentre as reuniões científicas realizadas no período deste relatório estão seis workshops dos Grupos de Trabalho para a definição dos protocolos de trabalho de campo e publicação síntese dos estudos desenvolvidos na costa brasileira:

4.1.1. Workshops do GT Recifes e Costões Data: 19 e 20 de dezembro de 2011 Local: Arraial do Cabo-RJ Produto: Protocolo de amostragem de organismos e fatores abióticos em recifes coralinos, recifes de arenito, costões e matacões. (ANEXO 1)

4.1.2. Workshops do GT Estuários Data: 09 a 11 de março de 2012 Local : Estuário do Rio Jaguaripe-Ba Produto: Protocolo para monitoramento de ecossistemas bentônicos estuarinos em resposta a variações climáticas previstas para o Brasil. (ANEXO 2)

4.1.3. Simpósio “Sensitivity of Central and South American benthic communities to global climate changes” Data: 27 de abril a 03 de maio de 2012 Local: Ilhabela-SP Produto: Turra, A.; Cróquer, A., Carranza, A.; Mansilla, A.; Areces, A.J.; Werlinger, C.; Martinez-Bayón, C.; Nassar, C.A.G.; Plastino, E.; Schwindt, E.; Scarabino, F.; Chow, F.; Figueroa, F.; Berchez, F.; Hall-Spencer, J.M.; Soto, L.A.; Buckeridge, M.S.; Copertino; M.S.; Széchy, M.T.; Ghilardi-Lopes, N.; Horta, P.: Coutinho, R., Fraschetti, S.; and Leão, Z.M.A.N. 2013. Global environmental changes: setting priorities for Latin American coastal habitats. Global Change Biology. (ANEXO 3)

4.1.4. Grupo Praias (Macrofauna) Data: 27 a 31 de agosto de 2012 Local: CEBIMar – São Sebastião-SP Produtos: • Protocolo mínimo para amostragem e monitoramento da macrofauna de praias arenosas ao longo do litoral brasileiro. (ANEXO 4) • Protocolo de coleta e monitoramento das populações de anfipodas da Familia Talitridae nas praias arenosas expostas ao longo do litoral brasileiro. (ANEXO 5) • Protocolo de coleta e monitoramento das populações de Bledius spp. nas praias arenosas ao longo do litoral brasileiro. (ANEXO 6) • Protocolo de coleta e monitoramento das populações de Ocypode quadrata nas praias arenosas ao longo do litoral brasileiro. (ANEXO 7) • Protocolo de coleta e monitoramento das populações de Scolelepis spp. nas praias arenosas ao longo do litoral brasileiro. (ANEXO 8)

4.1.5. Grupo Praias (Meiofauna) Data: 12 e 13 de novembro de 2012 Local: UNIRIO – Rio de Janeiro-RJ Produto: Protocolo mínimo para amostragem e monitoramento da meiofauna de praias arenosas ao longo do litoral brasileiro. (ANEXO 9)

4.1.6. Grupo Fundos Submersos Vegetados Data: 25 e 30 de novembro de 2012 Local: Pontal da Ferradura Convention Centre – Búzios-RJ (durante as atividades do X Seagrass Biology Workshop) Produto: Protocolo de amostragem do bentos em bancos vegetados ao longo do litoral brasileiro. (ANEXO 10)

4.1.7. Grupo Manguezais e Marismas Esse grupo realizou reuniões e discussões online para a definição do protocolo mínimo de coleta, não havendo reuniões presenciais. Produto: Procedimentos mínimos para estudo do ecossistema manguezal. (ANEXO 11)

4.2. Publicação síntese do conhecimento sobre a biodiversidade bentônica costeira brasileira Os grupos de trabalho desenvolveram um vasto levantamento bibliográfico de estudos publicados na forma de artigos científicos, capítulos de livro, dissertações de mestrado, teses de doutorado, monografias de conclusão de curso de graduação e relatórios técnicos. Essas publicações apresentam informações sobre a biodiversidade dos diferentes ambientes/temas tratados. A partir desse levantamento, cada GT vem elaborando uma publicação-síntese sobre a biodiversidade do bentos costeiro na costa brasileira. Versões preliminares dessas publicações são apresentadas nos respectivos anexos: 4.2.1. Estuários (ANEXO 12) 4.2.2. Fundos Submersos Vegetados (ANEXO 13) 4.2.3. Manguezais e Marismas (ANEXO 14) 4.2.4. Praias 4.2.4.1. Macrofauna (ANEXO 15) 4.2.4.2. Meiofauna (ANEXO 16) 4.2.5. Recifes e Costões (ANEXO 17) 4.2.6. Educação Ambiental (ANEXO 18)

4.3. Atualizações da homepage da ReBentos

A homepage da ReBentos vem sendo ampliada e atualizada regularmente com notícias, eventos, projetos, publicações, vídeos e links para outras homepages de interesse. Também funciona como um espaço interativo entre os membros do grupo, para a troca de mansagens, através de nove grupos de e-mail (ver abaixo), preenchimento de questionários de opiniões, disponibilização de materiais e divulgação de projetos, eventos e produtos. A homepage encontra-se online no seguinte endereço: http://www.rebentos.org. Grupos de e-mails criados para facilitar a comunicação da ReBentos: - ReBentos Geral - [email protected] - Coordenadores ReBentos - [email protected] - Bolsistas ReBentos - [email protected] - GT Educação Ambiental - [email protected] - GT Estuários - [email protected] - GT Fundos Submersos Vegetados - [email protected] - GT Manguezais e Marismas - [email protected] - GT Praias - [email protected] - GT Recifes e Costões - [email protected]

Atualizações feitas no período para uma melhor divulgação da Rede e comunicação do grupo: • Instalação e Configuração do sistema de listas de emails • Questionário sobre as Fanerógamas Marinhas • Atualização do mapa de instituições • Rearranjo das lista de participantes • Atualizações do sistema e de extensões • Inclusão de novos endereços nas listas de emails

4.4. Outras atividades desenvolvidas junto a ReBentos Abaixo são listados os produtos ligados a ReBentos: resumos em congresso (52), artigos completos publicados em periódicos (41), capítulos de livros (3) e livros (1); participações em eventos: apresentações orais (1), apresentações em painéis (11), palestras (5) e organizações de workshops (2); e formação de recursos humanos em andamento: pós-doutorado (1), doutorado (14), mestrado (12) e iniciação científica (8); e concluídos: pós-doutorado (1), doutorado (2), mestrado (10) e iniciação científica (6). Tais produções, apesar de nem sempre estarem diretamente relacionadas ao tema Mudanças Climáticas, foram desenvolvidos no contexto de estudos em biodiversidade marinha e subsidiarão pesquisas nessa linha.

4.4.1. Resumos em congressos 1. Aguiar, M.V.P. & Creed, J.C. 2012. Relative importance of algal-seagrass competition vs. herbivory in a tropical seagrass meadow, Abrolhos, Brazil. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman- Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 2. Albuquerque, E.A. & Correia, M.D. 2011. Biodiversidade dos ecossistemas recifais de Maceió, Alagoas: Parte 5 - Cnidaria Hydrozoa. In: VIII Congresso Acadêmico da UFAL, 2011, Maceió, AL. Resumos do VIII Congresso Acadêmico da UFAL. Maceió, AL: EDUFAL, 2011. v. 1. 3. Albuquerque, E.A.; Bispo da Silva, A.F.; Correia, M.D.; Hajdu, E. & Migotto, A.E. 2012. Associação Epizóica entre hidróides e poríferos no litoral central de Alagoas. In: XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia, 2012, Salvador, BA. Resumos do XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia. Salvador, BA: EDUFBA, 2012. v. 1. p. 25-25. 4. Albuquerque, E.A.; Correia, M.D. & Migotto, A.E. 2011. Hidrozoários dos ecossistemas recifais do litoral urbano e norte de Maceió, Alagoas, Brasil. In: 3o Congresso Brasileiro de Biologia Marinha, 2011, Natal, RN. Anais do III Congresso Brasileiro de Biologia Marinha. Niterói, RJ: Editora da UFF, 2011. v. 1. p. 78-78. 5. Almeida, M.C.G.; Oliveira Júnior, J.G.C.; Lima Júnior, R.L.S.; Sovierzoski, H.H. & Correia, M.D. 2011. Fauna associada à comunidade incrustante do emissário de Maceió, Alagoas. In: 3º Congresso Brasileiro de Biologia Marinha, 2011, NATAL, RN. Resumos do 3º Congresso Brasileiro de Biologia Marinha. Natal, RN: Editora da UFRN, 2011. v. 1. 6. Amaral, A.C.Z.; Rosa-Filho, J.S., Veloso, V.G., Borzone, C.A., Colling, L.A., Denadai, M.R., Corte, G., Yokoyama, L.Q. & Turra, A. (2012). ReBentos, Network for Monitoring Coastal Benthic Habitats, initiative in Brazil: Sandy Beaches. VIth International Sandy Beach Symposium. 23 a 28 de Junho de 2012 7. Barros, K.V.S. & Rocha-Barreira, C. A. 2011. Variações espaço-temporais da malacofauna em um fital de Halodule wrightii Ascherson do nordeste brasileiro. In: XXII Encontro Brasileiro de Malacologia, Fortaleza. Livro de Resumos, p. 411-414. 8. Barros, K.V.S. & Rocha-Barreira, C.A. 2012. Environmental influences on a Halodule wrightii meadow from the semiarid coast of Brazil. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 9. Barros, K.V.S.; Jardim, J. & Rocha-Barreira, C.A. 2011. Ecologia de Polyplacophora em Halodule wrightii Ascherson e novas ocorrências para o nordeste e costa brasileira. In: XXII Encontro Brasileiro de Malacologia, Fortaleza. Livro de Resumos, p. 407-410. 10. Bispo da Silva, A.F.; Correia, M.D.; Cedro, V.R.; Carvalho, M.S.; Salani, S. & Hajdu, E. 2012. Novas ocorrências de esponjas para o ecossistema recifal do Francês (Marechal Deodoro), Alagoas. In: XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia, Salvador, BA. Resumos do XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia. Salvador, BA: Editora da UFBA, 2012, v. 1. 11. Bispo da Silva, A.F.; Silva, R.L.N.; Sovierzoski, H.H. & Correia, M.D. 2011. Fauna incrustante das pilastras do emissário de Maceió, Alagoas. In: 3o Congresso Brasileiro de Biologia Marinha, 2011, Natal, RN. Anais do III Congresso Brasileiro de Biologia Marinha. Niterói, RJ: Sociedade Brasileira de Biologia Marinha. 12. Coelho, C.A. & Correia, M.D. 2011. Biodiversidade dos ecossistemas recifais de Maceió, Alagoas: Parte 5 - Polyplacophora. In: VIII Congresso Acadêmico da UFAL, 2011, Maceió, AL. Resumos do VII Congresso Acadêmico da UFAL. Maceió, AL: EDUFAL, 2011. v. 1. 13. Coelho, C.A. & Correia, M.D. 2011. Polyplacophora (Mollusca) associados dos fitais do litoral de Maceió, Alagoas. In: 3o Congresso Brasileiro de Biologia Marinha, 2011, Natal, RN. Anais do III Congresso Brasileiro de Biologia Marinha. Niterói, RJ: Editora da UFF, 2011. v. 1. p. 85. 14. Coelho, C.A.; Almeida, M.C.G.; Sovierzoski, H.H. & Correia, M.D. 2012. Conchas de gastrópodes ocupadas por ermitões (Decapoda, Paguroidea) associados ao fital Dictyota cervicornis do recife de Coral da Ponta Verde, Maceió, Alagoas. In: XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia, Salvador, BA. Resumos do XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia. Salvador, BA: Editora da UFBA, 2012, v. 1, p. 1-1. 15. Copertino, M.S. 2011. Brazilian contribution to Global Coastal Carbon data archive. II Workshop Blue Carbon International Scientific Working Group. Bali, 26 a 29 de Julho de 2011. 16. Copertino, M.S. 2012. Rede Clima e INCT para Mudanças Climáticas - Zonas Costeiras. In: Workshop Evaluating the sensitivity of Central and South American benthic communities to global climate changes, Ilha Bela, 2012. 17. Copertino, M.S.; Colling, L.A.; Möller Jr., O.O.; Cunha, R.W. & Seeliger, U. 2012. Long-term changes in submerged aquatic vegetation of Patos Lagoon estuary Brazil: climate and hydrology. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 18. Correia, M.D.; Albuquerque, E.A. & Migotto, A.E. 2012. Hidróides (Cnidaria, Hydrozoa) do ecossistema recifal do Francês, Marechal Deodoro, litoral central de Alagoas. In: V Congresso Brasileiro de Oceanografia, Rio de Janeiro, RJ. Resumos do V Congresso Brasileiro de Oceanografia. Rio de Janeiro, RJ: AOCEANO, v. 1. 19. Correia, M.D.; Bispo da Silva, A.F.; Miranda, A.L.S. & Albuquerque, E.A. 2012. Novo registro de Annulobalcis aurisflamma (: ) para o litoral de Alagoas, nordeste de Brasil. In: V Congresso Brasileiro de Oceanografia, Rio de Janeiro, RJ. Resumos do V Congresso Brasileiro de Oceanografia. Rio de Janeiro, RJ: AOCEANO, 2012. v. 1. 20. Correia, M.D.; Ferreira, T.G.; Silva, F.N.; Paiva, S.V.; Lotufo, T.M.C. 2012. Ascídias dos ecossistemas recifal do litoral urbano de Maceió, Alagoas. In: V Congresso Brasileiro de Oceanografia, Rio de Janeiro, RJ. Resumos do V Congresso Brasileiro de Oceanografia. Rio de Janeiro, RJ: AOCEANO, 2012. v. 1. 21. Coutinho, L.M.; Henriques, M.C.M.O.; Figueiredo, M.A.O. & Riosmena- Rodriguez, R. 2012. Novos registros de algas calcárias incrustantes para dois bancos de profundidade na plataforma continetal central Brasileira. In: XIV Congresso Brasileiro de Ficologia, 2012, João Pessoa. O Universo da Ficologia, 2012. 22. Creed, J.C. & Oliveira, A.E.S. 2011. Uso de disco de Secchi no horizontal: um estudo de caso. In: XIV Congresso Latino-Americano de Ciências do Mar, Balneário Camboriú. 23. Cunha, R.W.; Arévalo, P.R. & Copertino, M.S. 2012. Variabilidade de parâmetros físico-químicos da água em áreas rasas do estuário da Lagoa dos Patos. Workshop "PELD 15 anos: Pesquisas ecológicas de longa duração no Estuário da Lagoa dos Patos e Costa Adjacente - Brasil”. Programa PELD - Sítio 8, FURG, 13 de dezembro, 2012. 24. Cunha, R.W.; Melo, B.F.; Lanari, M. & Copertino, M.S. 2012. Monitoramento da vegetação aquática submersa no Estuário da Lagoa dos Patos – Resultados do PELD II (2009-2012). Workshop "PELD 15 anos: Pesquisas ecológicas de longa duração no Estuário da Lagoa dos Patos e Costa Adjacente - Brasil”. Programa PELD - Sítio 8, FURG, 13 de dezembro, 2012. 25. Figueiredo, M.A.O.; Coutinho, R.; Reynier, M.V.; Paiva, P.C.; Ferreira, C.G.; Tamega, F.T.S.; Nordtug, T.; Nattkemper, T.W. & Eide, I. 2012. Effects of drill- cuttings on a deep water rhodolith bed: an integrated approach. In: IV International Rhodolith Workshop, 2012, Granada. IV International Rhodolith Workshop. Granada, 2012. 26. Gianasi, B.L.; Araujo, M.L.V. & Copertino, M.S. 2012. A green tide event on a seagrass meadow registered in situ and by satellite (Patos Lagoon estuary, Brazil). Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 27. Gianasi, B.L.; Oliveira, A.O. & Copertino, M.S. 2011. Caracterização espectral da água e da vegetação aquática submersa no estuário da Lagoa dos Patos (RS, Brasil). Anais do XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Curitiba: INPE, p. 7051-7058. 28. Gianasi, B.L.; Oliveira, A.O.; Araujo, M.L.V. & Copertino, M.S. 2011. Utilização de LANDSAT-TM no estudo de uma floração de macroalgas de deriva no estuário da Lagoa dos Patos (RS, Brasil). Anais do XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto, Curitiba: INPE, p. 7044-7050. 29. Gianasi, B.L.; Oliveira, A.O.; Pereira Filho, W.; Novo, E. & Copertino, M.S. 2012. Distribution of submerged aquatic vegetation in Patos Lagoon, Brazil: in situ and remote sensing techniques. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 30. Girão, M.M.L.; Paiva, A.B.; Lima, J.P; Bezerra, L.J.C. & Rocha-Barreira, C.A. 2011. Distribuição espacial de Neritina virginea (Gastropoda: Neritidae) em um banco areno-lamoso no estuário do rio Pacoti, CE. In: XXII Encontro Brasileiro de Malacologia, Fortaleza. Livro de Resumos, p. 454-457. 31. Henriques, M.C.M.O.; Barreto, M.B.B.; Riosmena-Rodriguez, R. & Figueiredo, M.A.O. 2012. Taxonomia morfológica e molecular da família Hapalidiaceae (Coralinalles, Rhodophyta) em bancos de rodolitos de águas profundas da Bacia de Campos. In: XIV Congresso Brasileiro de Ficologia, 2012, João Pessoa. O Universo da Ficologia, 2012. 32. Henriques, M.C.M.O.; Riosmena-Rodriguez, R.; Mariath, R.; Villas Boas, A.B. & Figueiredo, M.A.O. 2012. Rhodolith-forming coralline algae species (Corallinales, Rhodophyta) from deep water at Campos Basin, Brazil. In: IV International Rhodolith Workshop, 2012, Granada. IV International Rhodolith Workshop, 2012. 33. Koutsoukos, V.S. & Creed, J.C. 2012. Zonation in a tropical near-reef soft- bottom marine macrophyte community. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 34. Lanari, M. & Copertino, M.S. 2012. Dynamics of drift macroalgae in Patos Lagoon estuary (RS, Brazil) and its effects on seagrass assemblages. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman- Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 35. Lima, M.C.; Silva,S.; Cabral, M.L.B.; Magalhães, K.; Rocha-Barreira, C.A. & Barros, K.V.S. 2011. Observações da densidade de Halodule wrightii Ascherson nos períodos seco e chuvoso, em três praias do estado do Ceará, nordeste do Brasil. In: X Congresso de Ecologia do Brasil, São Lourenço. 36. Magalhães, K.M.; Pereira, S.M.B. & Koch, E.W. 2012. Habitat requirement of Halodule wrightii in Northeastern Brazil. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 37. Martins, F.A.S.; Ximenes, C.F.; Silva, S.L.; Lima, M.C.S.; Cabral, M.L.B.; Freire, D.O.; França, C.R.C.; Magalhães, K.; Rocha-Barreira, C.A. & Barros, K.V.S. 2011. Variações da densidade de Halodule wrightii Ascheron na praia da Pedra Rachada, Município de Paracuru - CE, nordeste do Brasil. In: XIV Congresso Latino-Americano de Ciências do Mar, Balneário Camboriú. 38. Melo, B.F.; Cunha, R.W. & Copertino, M.S. 2012. Submerged Aquatic Vegetation in Patos Lagoon estuary (Southern Brazil): results from the “Brazilian Long Term Ecological Research” program. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 39. Miranda, A.L.S.; Lima, M.L.F.; Correia, M.D. & Sovierzoski, H.H. 2012. Inventário da Coleção de Echinodermata da Universidade Federal de Alagoas, Brasil. In: XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia, Salvador, BA. Resumos do XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia. Salvador, BA: Editora da UFBA, 2012, v. 1. 40. Miranda, A.L.S.; Lima, M.L.F.; Correia, M.D.; Sovierzoski, H.H.; Freitas, L.M. & Manso, C.L.C. 2012. Novas ocorrências para o filo Echinodermata no litoral de Alagoas, nordeste do Brasilias para o Filo Echinodermata no litoral de Alagoas, nordeste do Brasil. In: XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia, Salvador, BA. Resumos do XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia. Salvador, BA: Editora da UFBA, 2012, v. 1. 41. Oliveira, I.F.; Oliveira, D.F. & Magalhães, K.M. 2012. Intra-population genetic diversity of Halodule wrightii of a tropical island in Northeastern Brazil. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman- Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 42. Silva, A.F. & Rocha-Barreira, C.A. 2011. Estudo comparativo da malacofauna bentônica de uma área vegetada e não vegetada pela macrófita aquática Halodule wrightii no litoral oeste do Ceará. In: XXII Encontro Brasileiro de Malacologia, Fortaleza. Livro de Resumos, p. 458-460. 43. Silva, L.M. & Correia, M.D. 2012. Percepção sócio-ambiental de turistas e moradores de Maceió (Alagoas) e Fernando de Noronha (Pernambuco) sobre ambientes recifais. In: XXIX CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA, 2012, Salvador, BA. Resumos do XXIX CONGRESSO BRASILEIRO DE ZOOLOGIA. Salvador, BA: Editora da UFBA, 2012. v. 1. 44. Silva, P.A.; Lima, I.C.C.S.; Rocha-Barreira, C.A. & Barros, K.V.S. 2011. Considerações sobre o fital de Halodule wrightii Ascherson na praia da Pedra Rachada, Paracuru, Ceará. In: XIV Congresso Latino-Americano de Ciências do Mar, Balneário Camboriú. 45. Silva, R.L.N.; Correia, M.D. & Sovierzoski, H.H. 2012. Composição taxonômica dos Annelida Polychaeta de Maceió depositados na coleção do setor de comunidades bentônicas da Universidade Federal de Alagoas. In: XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia, Salvador, BA. Resumos do XXIX Congresso Brasileiro de Zoologia. Salvador, BA: Editora da UFBA, 2012, v. 1. 46. Silva, S.L.; França, C.R.C.; Pitanga, M.E.; Alves, M.D.O.; Araújo, M.E. & Magalhães, K.M. 2012. Halodule on the Northeastern Brazilian shore: Halodule emarginata or Halodule wrightii?. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 47. Spotorno, P.; Figueiredo, M.A.O. & Tamega, F.T.S. 2012. Macrobenthic associated fauna in a rhodolith bed of the Peregrino oil field, Rio de Janeiro, Brazil: Bryozoa, Braquiopoda and Mollusca. In: IV International Rhodolith Workshop, 2012, Granada. IV International Rhodolith Workshop, 2012. 48. Tamega, F.T.S.; Villas Boas, A.B.; Castro, J.W.A. & Figueiredo, M.A.O. 2012. Present-day or a fossil rhodolith bed in deep waters of the southwestern Atlantic?. In: IV International Rhodolith Workshop, 2012, Granada. IV International Rhodolith Workshop, 2012. 49. Turra, A.; Bernardino, A.F.; Amaral, A.C.Z.; Berchez, F.A.S.; Creed, J.C; Copertino, M.S., Coutinho, R. & Schaeffer-Novelli, Y. 2012. The ReBentos (Monitoring Network of Coastal Benthic Habitats) within integrative initiatives to study the effect of climate changes in marine biodiversity (aceito). Workshop “Evaluating the sensitivity of Central and South American benthic communities to global climate changes”. 21 de abril a 02 de maio de 2012, em Ilhabela, SP. 50. Turra, A.; Bernardino, A.F.; Amaral, A.C.Z.; Berchez, F.A.S.; Creed, J.C; Copertino, M.S., Coutinho, R. & Schaeffer-Novelli, Y. 2012. Evaluating the effect of climate changes on marine biodiversity: the ReBentos (Network for Monitoring Coastal Benthic Habitats) initiative in Brazil. 2nd Int. Symposium on "Effects of Climate Change on the World's Oceans". 15 a 20 de maio de 2012, Yeosu, Coréia do Sul. 51. Villas Boas, A.B.; Tamega, F.T.S.; Andrade, M. & Figueiredo, M.A.O. 2012. Disturbance effects from sediment burial on deep water rhodoliths at Campos Basin, Brazil. In: IV International Rhodolith Workshop, 2012, Granada. IV International Rhodolith Workshop, 2012. 52. Ximenes, C.F; Carneiro, P.B.M; Rocha-Barreira, C.A.; Magalhães, K. & Barros, K.V.S. 2011. Caracterização da flora ficológica dos recifes de Paracuru, estado do Ceará, após as atividades extrativistas da década de 70. In: XIV Congresso Latino-Americano de Ciências do Mar, Balneário Camboriú.

4.4.2. Artigos completos publicados em periódicos 1. Araújo, P.H.V. & Rocha-Barreira, C.A. 2012. Population Dynamic and Secondary Production of Olivella minuta (Gastropoda, Olividae) on Sandy Beach in Northeastern Brazil. Amici Molluscarum, v. 20, p. 7-15. 2. Azevedo, D.B.; Rocha-Barreira, C.A.; Matthews-Cascon, H. & Castro, Í. 2012. Pugilina morio L., a New Imposex Exhibitor from South American Estuarine Environments: Approach for a Non-Lethal Method to Evaluate Imposex. Bulletin of Environmental Contamination and Toxicology, v. 89, p. 786-792. 3. Berlandi, R.M.; Figueiredo, M.A.O. & Paiva, P.C. 2012. Rhodolith Morphology and the Diversity of Polychaetes Off the Southeastern Brazilian Coast. Journal of Coastal Research, v. 28, p. 280-287, 2012. 4. Bouzon, Z.; Ferreira, E.C.; Santos, R.; Scherner, F.; Horta, P.A.; Maraschin, M. & Schmidt, É.C. 2012. Influences of cadmium on fine structure and metabolism of Hypnea musciformis (Rhodophyta, Gigartinales) cultivated in vitro. Protoplasma, v. 249, p. 637-650, 2012. 5. Castro, Í.B.; Rocha-Barreira, C.A.; Fernandez, M.A. & Bigatti, G. 2012. Transplant bioassay induces different imposex responses in two species of the . Marine Biology Research (Print), v. 8, p. 331-338. 6. Cedro, V.R.; Hajdu, E. & Correia, M.D. 2011. Mycale alagoana new sp. and two new formal records of porifera (Demospogiae, Poecilosclerida) from the shallow-water reefs of Alagoas (Brazil). Biota Neotropica (Online. Edição em Inglês), v. 11, p. 161-171. 7. Copertino, M.S. 2010. Patos Lagoon - Climate variability and the state of seagrass. Seagrass-Watch, v. 40, p. 4-5. 8. Copertino, M.S. 2011. Add coastal vegetation to the climate critical list. Nature (London), v. 473, p. 255-255, 2011. 9. Correia, M.D. 2011. Scleractinian Corals (Cnidaria, Anthozoa) from reef ecosystems on the alagoas coast, Brazil. Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom (Print), v. 91, p. 659-668-10. 10. Creed, J.C. & Kinupp, M. 2011. Small scale change in mollusk diversity along a depth gradient in a seagrass bed at Cabo Frio, (southeast Brazil). Brazilian Journal of Oceanography (Impresso), v. 59, p. 267-276, 2011. 11. dos Santos, A.S.; dos Santos Brasil, A.C.; Riul, P.; Christoffersen, M.L. 2011. Encrusting Sabellariidae (Annelida: Polychaeta) in rhodolith beds, with description of a new species of Sabellaria from the Brazilian coast. Journal of the Marine Biological Association of the UK (Online), v. 91, p. 425-438. 12. Figueiredo, M.A.O.; Coutinho, R.; Villas-Boas, A.B.; Tâmega, F.T.S. & Mariath, R. 2012. Deep-water rhodolith productivity and growth in the southwestern Atlantic. Journal of Applied Phycology, v. 24, p. 487-493, 2012. 13. Henriques, M.C.M.O.; Villas-Boas, A.B.; Riosmena-Rodriguez, R. & Figueiredo, M.A.O. 2011. New records of rhodolith-forming species (Corallinales, Rhodophyta) from deep water in Espà rito Santo State, Brazil. Helgoland Marine Research (Print), v. -, p. ---, 2011. 14. Horta, P.A.; Vieira-Pinto, T.; Martins, C.D.L.; Sissini, M.N.; Ramlov, F.; Lhullier, C.; Scherner, F.; Sanches, P.F.; Farias, J.N.; Bastos, E.; Bouzon, J.L.; Munoz, P.; Valduga, E.; Arantes, N.P.; Batista, M.B.; Riul, P.; Almeida, R.S.; Paes, E.; Fonseca, A.; Schenkel, E.P.; Rorig, L.; Bouzon, Z.; Barufi, J.B.; Colepicolo, P.; Yokoya, N.; Copertino, M.S. & Oliveira, E.C. 2012. Evaluation of impacts of climate change and local stressors on the biotechnological potential of marine macroalgae: a brief theoretical discussion of likely scenarios. Revista Brasileira de Farmacognosia (Impresso), v. 22, p. 768-774, 2012. 15. Lages, B.G; Fleury, B.G; Menegola, C. & Creed, J.C. 2011. Change in tropical rocky shore communities due to an alien coral invasion. Marine Ecology. Progress Series (Halstenbek), v. 438, p. 85-96. 16. Lima, M.L.F.; Correia, M.D.; Sovierzoski, H.H.; Manso, C.L.C. 2011. New records of ophiuroidea (Echinodermata) from shallow waters off Maceió, state of Alagoas, Brazil. Marine Biodiversity Records, v. 4, p. 1-10. 17. Lima, M.L.F.; Correia, M.D.; Sovierzoski, H.H.; Manso, C.L.C. 2012. Brazilian Brittle Stars. Journal of the Marine Biological Association of the UK (Online), v. 15, p. 1-1. 18. Maia, I.C.C. & Rocha-Barreira, C.A. 2011. Comportamento Morfodinâmico da Praia da Taíba, Nordeste do Brasil. Revista da Gestão Costeira Integrada, v. 11, p. 421-431. 19. Maia, R.C.; Rocha-Barreira, C.A. & Coutinho, R. 2012. Reproductive cycle and embryonic development of the gastropod Melampus coffeus (Linnaeus, 1758) (Ellobiidae) in the Brazilian northeast. Brazilian Journal of Biology (Impresso), v. 72, p. 1-9. 20. Maia, R.C.; Rodrigues, A.B. & Rocha-Barreira, C. A. 2011. Distribuição espaço-temporal de Melampus coffeus (Mollusca: gastropoda) em manguezais estuarinos da região metropolitana de Fortaleza, Ceará, Brasil. Conexões: Ciência e Tecnologia, v. 5, p. 1-10. 21. Mantelatto, M.C.; Creed, J.C.; Mourão, G.G.; Migotto, A.E. & Lindner, A. 2011. Range expansion of the invasive corals Tubastraea coccinea and Tubastraea tagusensis in the Southwest Atlantic. Coral Reefs (Print), v. 30, p. 397-397. 22. Mariath, R.; Riosmena-Rodriguez, R. & Figueiredo, M.A.O. 2012. Lithothamnion steneckii sp. nov. and Pneophyllum conicum: new coralline red algae (Corallinales, Rhodophyta) for coral reefs of Brazil. Algae, v. 27, p. 249- 258, 2012. 23. Martins, C.D.L.; Arantes, N.; Faveri, C.; Batista, M.B.; Oliveira, E.C.; Pagliosa, P.R.; Fonseca, A.L.; Nunes, J.M.C.; Chow, F.; Pereira, S.B. & Horta, P.A. 2012. The impact of coastal urbanization on the structure of phytobenthic communities in southern Brazil. Marine Pollution Bulletin, v. 64, p. 772-778, 2012. 24. Miranda, A.L.S.; Lima, M.L.F.; Sovierzoski, H.H. & Correia, M.D. 2012. Inventory of the echinodermata collection from the Universidade Federal de Alagoas. Biota Neotropica (Online. Edição em Inglês), v. 12, p. 135-146. 25. Morais, R.A.; Longo,G.O.; Santos, R.A.; Yoshida, E.T.E; Stahelin, G.D. & Horta, P.A. 2012. Cephalopod Ingestion by Juvenile Green Sea Turtles (Chelonia mydas): Predatory or Scavenging Behavior?. Herpetological Review, v. 43, p. 47-50, 2012. 26. Padula, V.; Bahia, J.; Correia, M.D. & Sovierzoski, H.H. 2012. New records of opisthobranchs (Mollusca: Gastropoda) from Alagoas, Northeastern Brazil. Marine Biodiversity Records, v. 5, p. 1-11. 27. Pagliosa, P.R.; Cantor, M.; Scherner, F.; Otegui, M.; Martins, C.D.L.; Fonseca, A.L. & Horta, P.A. 2012. Influence of piers on benthic primary producers and consumers functional groups in a subtropical coastal lagoon channel. Brazilian Journal of Oceanography (Impresso), v. 60, p. 65-73, 2012. 28. Pitanga, M.E.; Magalhães, K.M.; Montes, M.J.F. & Reis, T.N.V. 2012. Quantification and classification of the main environmental impacts on a Halodule wrightii seagrass meadow on a tropical island in northeastern Brazil. Anais da Academia Brasileira de Ciências (Impresso), v. 84, p. 35-42, 2012. 29. Pszczol, S.S.O. & Creed, J.C. 2011. Can patterns in benthic communities be explained by an environmental pressure index?. Marine Pollution Bulletin, v. No, p. 1. 30. Ramlov, F.; de Souza, J.M.C.; Farias, A.; Maraschin, M.; Horta, P.A. & Yokoya, N.S. 2012. Effects of temperature, salinity, irradiance, and nutrients on the development of carposporelings and tetrasporophytes in Gracilaria domingensis (Kütz.) Sonder ex Dickie (Rhodophyta, Gracilariales). Botanica Marina, v. 55, p. 253-259, 2012. 31. Rocha-Barreira, C.A.; Matthews-Cascon, H. & Sousa, L.L. 2011. Molluscan types in the malacological collection "Prof. Henry ramos Matthews" of the Instituto de Ciências do Mar, Universidade Federal do Ceará. Arquivos de Ciências do Mar, v. 44, p. 1-8. 32. Rovai, A.S.; Soriano-Sierra, E.J.; Pagliosa, P.R.; Cintrón, G.; Schaeffer- Novelli, Y.; Menghini, R.P.; Coelho-Jr, C.; Horta, P.A.; Lewis, R.R.; Simonassi, J.C.; Alves, J.A.A.; Boscatto, F. & Dutra, S.J. 2012. Secondary succession impairment in restored mangroves. Wetlands Ecology and Management, v. 20, p. 447-459, 2012. 33. Santos, R.W.; Schmidt, É.C.; Martins, R.P.; Latini, A.; Horta, P.A; Maraschin, M. & Bouzon, Z.L. 2012. Effects of cadmium on growth, photosynthetic pigments, photosynthetic performance, biochemical parameters and structure of chloroplasts in the agarophyte Gracilaria domingensis (Rhodophyta, Gracilariales). American Journal of Plant Sciences, v. 03, p. 1077-1084, 2012. 34. Scherner, F.; Barufi, J.B. & Horta, P.A. 2012. Photosynthetic response of two seaweed species along an urban pollution gradient: Evidence of selection of pollution-tolerant species. Marine Pollution Bulletin, v. 64, p. 2380-2390, 2012. 35. Scherner, F.; Ventura, R.; Barufi, J.B. & Horta, P.A. 2012. Salinity critical threshold values for photosynthesis of two cosmopolitan seaweed species: Providing baselines for potential shifts on seaweed assemblages. Marine Environmental Research, v. 79, p. 1-12, 2012. 36. Schmidt, É.C.; Horta, P.A.; Faveri, C.; Santos, R.W.; Bouzon, Z.L.; Latini, A.; Maraschin, M.; Martins, R.P. & Ramlov, F. 2012. Response of the agarophyte Gelidium floridanum after in vitro exposure to ultraviolet radiation B: changes in ultrastructure, pigments, and antioxidant systems. Journal of Applied Phycology, v. 1, p. 1-15, 2012. 37. Schmidt, É.C.; Pereira, B.; dos Santos, R.; Gouveia, C.; Costa, G.B.; Faria, G.S.M.; Scherner, F.; Horta, P.A.; Martins, R.P.; Latini, A.; Ramlov, F.; Maraschin, M. & Bouzon, Z.L. 2012. Responses of the macroalgae Hypnea musciformis after in vitro exposure to UV-B. Aquatic Botany, v. 100, p. 8-17, 2012. 38. Schmidt, É.C.; Pereira, B.; Pontes, C.L.M.; Santos, R.; Scherner, F.; Horta, P.A.; Martins, R.P.; Latini, A.; Maraschin, M. & Bouzon, Z.L. 2012. Alterations in architecture and metabolism induced by ultraviolet radiation-B in the carragenophyte Chondracanthus teedei (Rhodophyta, Gigartinales). Protoplasma, v. 249, p. 353-367, 2012. 39. Silva, A.; Lima, R.; Gomes, A.; Fleury, B. & Creed, J.C. 2011. Expansion of the invasive corals Tubastraea coccinea and Tubastraea tagusensis into the Tamoios Ecological Station Marine Protected Area, Brazil. Aquatic Invasions, v. 6, p. S105-S110. 40. Tavares, D.S.; Maia, R.C. & Rocha-Barreira, C.A. 2011. Contribuição de Melampus coffeus (Gastropoda, Ellobiidae) na degradação da serapilheira do médio estuário do rio Pacoti, Ceará, Brasil. Iheringia. Série Zoologia (Impresso), v. 101, p. 1-5. 41. Turra, A.; Cróquer, A., Carranza, A.; Mansilla, A.; Areces, A.J.; Werlinger, C.; Martinez-Bayón, C.; Nassar, C.A.G.; Plastino, E.; Schwindt, E.; Scarabino, F.; Chow, F.; Figueroa, F.; Berchez, F.; Hall- Spencer, J.M.; Soto, L.A.; Buckeridge, M.S.; Copertino; M.S.; Széchy, M.T.; Ghilardi-Lopes, N.; Horta, P.: Coutinho, R., Fraschetti, S.; and Leão, Z.M.A.N. 2013. Global environmental changes: setting priorities for Latin American coastal habitats. Global Change Biology.

4.4.3. Capítulos de livros publicados 1. Copertino, M.S.; Lanari, M.O. & Seeliger, U. 2011. Efeitos de cultivos de camarão em cercados abertos sobre a vegetação submersa do estuário da Lagoa dos Patos: análise preliminar. In: Tagliani, P.R.A. & Asmus, M.L. (Org.). Manejo Integrado do Estuário da Lagoa dos Patos - uma experiência de gerenciamento costeiro no Sul do Brasil. 1ª ed., Rio Grande: Editora da FURG, 2011, v. 1, p. 101-111. 2. Copertino, M.S. & Seeliger, U. 2010. Hábitats de Ruppia maritima e de macroalgas. In: Seeliger, U. & Odebrecht, C. (Eds.), O estuário da Lagoa dos Patos: um século de transformações. Rio Grande - RS: FURG, 1st ed., p. 180. 3. Creed, J.C. & Marques, L.V. 2011. Magnoliófitas Marinhas com Chave para Gêneros. In: Pedrini, A.G. (Org.). Macroalgas (Chlorophyta) e Gramas (Magnoliophyta) Marinhas do Brasil. Rio de Janeiro: Technical Books, v. 2, p. 100-107.

4.4.4. Livros publicados/organizados ou edições 1. Matthews-Cascon, H. (Org.); Rocha-Barreira, C.A. (Org.) & Meirelles, C.A.O. (Org.) 2011. Egg mass of some brazilian mollusks. Fortaleza: Expressão Gráfica e Editora, 119p.

4.4.5. Apresentações de trabalho 4.4.5.1. Apresentação oral 1. Aguiar, M.V.P. & Creed, J.C. 2012. Herbivory structures seagrass-algae zonation adjacente to coral reefs at Abrollhos, Brazil. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p.

4.4.5.2. Apresentação de painéis 1. Aguiar, M.V.P. & Creed, J.C. 2012. Relative importance of algal-seagrass competition vs. herbivory in a tropical seagrass meadow, Abrolhos, Brazil. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman- Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 2. Barros, K.V.S. & Rocha-Barreira, C.A. 2012. Environmental influences on a Halodule wrightii meadow from the semiarid coast of Brazil. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 3. Copertino, M.S.; Colling, L.A.; Möller Jr., O.O.; Cunha, R.W. & Seeliger, U. 2012. Long-term changes in submerged aquatic vegetation of Patos Lagoon estuary Brazil: climate and hydrology. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 4. Gianasi, B.L.; Araujo, M.L.V. & Copertino, M.S. 2012. A green tide event on a seagrass meadow registered in situ and by satellite (Patos Lagoon estuary, Brazil). Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 5. Gianasi, B.L.; Oliveira, A.O.; Pereira Filho, W.; Novo, E. & Copertino, M.S. 2012. Distribution of submerged aquatic vegetation in Patos Lagoon, Brazil: in situ and remote sensing techniques. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 6. Koutsoukos, V.S. & Creed, J.C. 2012. Zonation in a tropical near-reef soft- bottom marine macrophyte community. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 7. Lanari, M. & Copertino, M.S. 2012. Dynamics of drift macroalgae in Patos Lagoon estuary (RS, Brazil) and its effects on seagrass assemblages. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman- Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 8. Magalhães, K.M.; Pereira, S.M.B. & Koch, E.W. 2012. Habitat requirement of Halodule wrightii in Northeastern Brazil. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 9. Melo, B.F.; Cunha, R.W. & Copertino, M.S. 2012. Submerged Aquatic Vegetation in Patos Lagoon estuary (Southern Brazil): results from the “Brazilian Long Term Ecological Research” program. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 10. Oliveira, I.F.; Oliveira, D.F. & Magalhães, K.M. 2012. Intra-population genetic diversity of Halodule wrightii of a tropical island in Northeastern Brazil. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman- Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 11. Silva, S.L.; França, C.R.C.; Pitanga, M.E.; Alves, M.D.O.; Araújo, M.E. & Magalhães, K.M. 2012. Halodule on the Northeastern Brazilian shore: Halodule emarginata or Halodule wrightii?. Proceedings of the 10th International Seagrass Biology Workshop (ISBW10), 25-30 November 2012, Armação dos Búzios, Brazil, Creed, J.C. & Oigman-Pszczol, S.S. (Eds.). Instituto Biodiversidade Marinha, Rio de Janeiro, Brazil, 108p. 12. Turra, A.; Bernardino, A.F.; Amaral, A.C.Z.; Berchez, F.A.S; Creed, J.C.; Copertino, M. S.; Coutinho, R.; Shaeffer-Novelli, Y. 2012. Evaluating the effect of climate changes on marine biodiversity: the ReBentos (Network for Monitoring Coastal Benthic Habitats) initiative in Brazil. 2nd Int. Symposium on "Effects of Climate Change on the World's Oceans". 15-19 May, 2012, Yeosu, Korea.

4.4.6. Palestras 1. Workshop Sensitivity of Central and South American benthic communities to global climate changes. 27 de abril a 03 de maio de 2012, em Ilhabela-SP. Palestrantes: Profª Margareth Copertino, Prof. Dr. Alexander Turra, Prof. Dr. Riacardo Coutinho, Prof. Dr. Flávio Berchez, Prof. Dr. Zelinda Leão, Prof. Dr. Ruy Kikuchi, Prof. Dr. Cristina Nasser, Prof. Dr. Paulo Horta. 2. XIV Congresso Brasileiro de Ficologia, 17 a 21 de julho de 2012, em João Pessoa-PB. Palestrante: Profª Margareth Copertino. 3. 44a Seção Ordinária do Grupo de Integração de Gerenciamento Costeiro (GI- GERCO). 30 de outubro de 2012, na Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM), Brasilia-DF. Título: Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros (ReBentos): Histórico e Atividades. Palestrante: Prof. Dr. Alexander Turra. 4. 10th International Seagrass Biology Workshop, 25 a 30 de novembro de 2012, em Búzios - RJ. Título: Seagrasses in Brazil: current status and future directions. Palestrante: Profª Margareth Copertino. 5. Workshop "PELD 15 anos: Pesquisas ecológicas de longa duração no Estuário da Lagoa dos Patos e Costa Adjacente - Brasil”, 13 de dezembro de 2012, em Rio Grande – RS. Título: Dinâmica da Vegetação Aquática Submersa (Projeto DIVAS). Palestrante: Profª Margareth Copertino.

4.4.7. Organização de Workshops 1. Copertino, M.S. & Fourqurean, J.W. 2012. The capacity of seagrasses for carbon storage and sinks: the knows, the gaps and future directions. 10th International Seagrass Biology Workshop. Instituto Biodiversidade Marinha, Búzios, Rio de Janeiro, 25 a 30 de Novembro, 2012. 2. Koch, E.W.; Nordlund, L.M. & Creed, J.C. 2012. Seagrass ecosystem services: looking back for existing knowledge and into the future for new approaches. 10th International Seagrass Biology Workshop. Instituto Biodiversidade Marinha, Búzios, Rio de Janeiro, 25 a 30 de Novembro, 2012.

4.4.8. Orientações 4.4.8.1. Orientações e Supervisões em Andamento 4.4.8.1.1. Pós Doutorado 1. Leonardo Querubim Yokoyama. Influência da acidificação em aspectos biológicos de moluscos (calcificação, crescimento e reprodução): experimentos em laboratório e experimentos em condições naturais. Pó- Doutorado (bolsista do Programa Ciência sem Fronteiras/CNPq). Supervisor: Prof. Dr. Alexander Turra (IOUSP).

4.4.8.1.2. Doutorado 1. Aline Ferreira da Silva. Malacofauna da Região Costeira e Marinha da Área Geográfica do Espírito Santo. Início: 2009. Tese (Doutorado em Ciências Marinhas Tropicais) - Universidade Federal do Ceará. Orientador: Prof. Dr. Cristina de Almeida Rocha Barreira (UFCE). 2. Carla Suzy Freire de Brito. Ocorrência, ciclo de vida e dinâmica populacional da espécie invasora Corbicula largillierti (Philippi, 1844) (Bivalvia: Corbiculidae), no Delta do Parnaíba-PI. Início: 2011. Tese (Doutorado em Ciências Marinhas Tropicais) - Universidade Federal do Ceará. Orientador: Prof. Dr. Cristina de Almeida Rocha Barreira (UFCE). 3. Cintia Dalcuche Leal Martins. Padrões locais e regionais da diversidade de macroalgas da costa oeste do Atlântico sul tropical: aspectos químicos e descritivos. Início: 2012. Tese (Doutorado em Ecologia) - Universidade Federal de Santa Catarina. Orientador: Prof. Dr. Paulo Antunes Horta Junior (UFSC). 4. Fernando Scherner. Impacto da Urbanização sobre e ecologia e fisiologia de macroalgas. Início: 2010. Tese (Doutorado em Botânica) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Co-Orientador: Prof. Dr. Paulo Antunes Horta Junior (UFSC). 5. Igor Cristino Silva Cruz. Interações competitivas entre Epizoanthus sp. e corais na Baía de Todos os Santos e suas implicações para a comunidade e biodiversidade recifal. Início: 2010. Tese (Doutorado em Ecologia e Evolução) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Prof. Dr. Joel C. Creed (UERJ). 6. Ismália Cassandra Costa Maia Dias. Bioecologia de populações de Mellita quinquiesperforata (Echinodermata:Mellitidae) Leske (1778), em praias arenosas do litoral cearense. Início: 2011. Tese (Doutorado em Ciências Marinhas Tropicais) - Universidade Federal do Ceará. Orientador: Prof. Dr. Cristina de Almeida Rocha Barreira (UFCE). 7. Kcrishna Vilanova de Souza Barros. Aspectos ecológicos do ecossistema Halodule wrightii Ascherson no estado do ceará, nordeste do Brasil. Início: 2009. Tese (Doutorado em Ciências Marinhas Tropicais) - Universidade Federal do Ceará. Orientador: Prof. Dr. Cristina de Almeida Rocha Barreira (UFCE); Co-orientador: Prof. Dr. Karine Matos Magalhães (UFRPE). 8. Leidson Allan Ferreira de Lucena. Padrões latitudinais das abundancias de macroalgas no litoral brasileiro. Início: 2012. Tese (Doutorado em Ecologia) - Universidade Federal de Santa Catarina, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Prof. Dr. Paulo Antunes Horta Junior (UFSC). 9. Liana Rodrigues Queiroz. Praias arenosas do estado do Ceará: relação entre ambiente físico e a estrutura de comunidade em um ambiente tropical. Início: 2011. Tese (Doutorado em Ciências Marinhas Tropicais) - Universidade Federal do Ceará, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Orientador: Prof. Dr. Cristina de Almeida Rocha Barreira (UFCE). 10. Magalline Maria Lemos Girão. Ecologia e biologia reprodutiva do caranguejo- fantasma Ocypode quadrata (Brachyura-Ocypodidae) Fabricius (1787), em praias arenosas do litoral cearense. Início: 2011. Tese (Doutorado em Ciências Marinhas Tropicais) - Universidade Federal do Ceará, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Orientador: Prof. Dr. Cristina de Almeida Rocha Barreira (UFCE). 11. Maíra Pombo. Avaliação do potencial do caranguejo Ocypode quadrata (Crustacea: Decapoda: Brachyura: Ocypodidae) como bioindicador em praias arenosas: uma análise comportamental e metodológica. Doutorado em Oceanografia, IOUSP. Orientador: Prof. Dr. Alexander Turra (IOUSP). 12. Maria Carolina Muller de Oliveira Henriques. Taxonomia e conservação de bancos de rodolitos em águas profundas da Bacia de campos, Brasil. Início: 2011. Tese (Doutorado em Ciências Biológicas (Botânica)) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Orientador: Prof. Dr. Márcia Figueiredo Creed. 13. Marianna de Oliveira Lanari. Dinâmica de macroalgas de deriva e seus efeitos sobre a flora e fauna bentônica do estuário da Lagoa dos Patos, RS, Brasil. Início: 2012. Tese (Doutorado em Oceanografia Biológica) - Universidade Federal do Rio Grande, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Prof. Dr. Margareth Copertino (FURG). 14. Pablo Riul. Biogeografia e macroecologia de macroalgas do litoral Brasileiro. Início: 2011. Tese (Doutorado em Ecologia) - Universidade Federal de Santa Catarina. Orientador: Prof. Dr. Paulo Antunes Horta Junior (UFSC).

4.4.8.1.3. Mestrado 1. Anderson Luiz Silva Miranda. Distribuição da classe Holothuroidea (Equinodermata) nos ecossistemas recifais do litoral central de Alagoas, Brasil. Início: 2011. Dissertação (Mestrado em Diversidade Biológica e Conservação Nos Trópicos) - Universidade Federal de Alagoas, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Orientador: Prof. Dr. Mônica D. Correia (UFAL). 2. Carolina Ortulan Pereira - mestranda IOUSP - bolsista CAPES - Dinâmica populacional e produção secundária de Uca (Brachyura: Ocypodidae) ao longo de um gradiente estuarino: avaliando modelos biológicos bentônicos para estudos de mudanças climáticas em ecossistemas costeiros brasileiros. Orientador: Prof. Dr. Angelo Fraga Bernardino (UFES) 3. Eduardo Valduga. Aspectos fenológicos e ecofisiológicos de Peyssonnelia capensis no sul do Brasil. Início: 2010. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) - Universidade Federal de Santa Catarina. Orientador: Prof. Dr. Paulo Antunes Horta Junior (UFSC). 4. Karine Mariane Steigledee. Diversidade e distribuição de macroalgas em substratos consolidados da região sul do Atlântico Sul Ocidental. Início: 2012. Dissertação (Mestrado em Oceanografia Biológica) - Universidade Federal do Rio Grande, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Orientador: Prof. Dr. Margareth Copertino (FURG). 5. Luana Miranda Coutinho. Complexidade do habitat formado por algas calcárias em um banco de rodolitos na Armação dos Búzios, Rio de Janeiro, Brasil. Início: 2012. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas (Botânica)) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Prof. Dr. Márcia Figueiredo Creed. 6. Marcelo Vieira Peres. Algas calcárias não articuladas do litoral da Paraíba: aspectos taxonômicos morfoanatômicos e moleculares. Início: 2011. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) - Universidade Federal de Santa Catarina, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Orientador: Prof. Dr. Paulo Antunes Horta Junior (UFSC). 7. Marina Sissini. Hapalidiaceae (Corallinophycidae, Rhodophyta) do Atlântico Ocidental Subtropical. Início: 2011. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) - Universidade Federal de Santa Catarina, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Orientador: Prof. Dr. Paulo Antunes Horta Junior (UFSC). 8. Pamela Munoz. Avaliação dos efeitos sinérgicos das variações da concentração de CO2 e Nutrientes, em cenários de elevação de temperatura - um estudo de caso com as macroalgas. Início: 2011. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) - Universidade Federal de Santa Catarina, Agencia Chilena. Orientador: Prof. Dr. Paulo Antunes Horta Junior (UFSC). 9. Paola Sanches. Macroalgas da Antártica - relações biogeográficas e macroecológicas. Início: 2011. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade Federal de Santa Catarina, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Orientador: Prof. Dr. Paulo Antunes Horta Junior (UFSC). 10. Thalita Forroni. Analise da macrofauna de praias e da influência de tempestades tropicais nas diferentes associações. Mestrado em Ecologia, UNICAMP. Orientador: Prof. Dr. A. Cecilia Z. Amaral (UNICAMP) 11. Vanessa Poletto Borges. Taxonomia e biogeografia de Coralinaceas Epífitas. Início: 2012. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) - Universidade Federal de Santa Catarina, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Prof. Dr. Paulo Antunes Horta Junior (UFSC). 12. Victor Ribeiro Cedro. Porífera dos ecossistemas recifais do litoral de Maceió, Alagoas, Brasil. Início: 2011. Dissertação (Mestrado em Diversidade Biológica e Conservação Nos Trópicos) - Universidade Federal de Alagoas. Co-orientador: Prof. Dr. Mônica D. Correia (UFAL).

4.4.8.1.4. Iniciação científica 1. Alice Reis de Barros e Azevedo - Comparação da abundância e da diversidade da macrofauna bentônica em planícies de maré com e sem marismas, em um sistema estuarino da Baía de Todos os Santos. Duração: Agosto 2012 - julho 2013. Orientador: Prof. Dr. Francisco Barros (UFBA) 2. André Felipe Bispo da Silva. Biodiversidade dos ecossistemas recifais de Alagoas: Recifes do Saco da Pedra - Marechal Deodoro. Início: 2012. Iniciação científica (Graduando em Bacharelado Em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Alagoas, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Prof. Dr. Mônica D. Correia (UFAL). 3. Beatriz Farias. Utilização da Ferramenta SIG como Recurso para o armazenamento e Análise de Dados sobre as Fanerógamas Marinhas. 2012. Iniciação Científica. (Graduando em Geoprocessamento) - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Prof. Dr. Margareth Copertino (FURG). 4. Daniele Guimarães - graduanda Oceanografia UFES - bolsista ANP - Avaliacao do potencial do gastropode Littoraria anguilifera como bioindicador no estuário do Pitaquê-Açu-Mirim, Aracruz, ES: análise metodológica e de plasticidade morfológica. Orientador: Prof. Dr. Angelo Fraga Bernardino (UFES) 5. Edinir Aprígio de Albuquerque. Biodiversidade dos ecossistemas recifais de Alagoas: Recifes do Saco da Pedra - Marechal Deodoro. Início: 2012. Iniciação científica (Graduando em Bacharelado Em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Alagoas. Orientador: Prof. Dr. Mônica D. Correia (UFAL). 6. Morgana Alvarenga - graduanda Oceanografia UFES - bolsista ANP - Dinâmica populacional e produção secundária de Uca spp., em uma região costeira modificada no estuário do rio Piraquê-Açu-Mirim, ES. Orientador: Prof. Dr. Angelo Fraga Bernardino (UFES) 7. Silmar Luiz da Silva. Educação ambiental como ferramenta de divulgação do potencial das macrofitas aquaticas. Início: 2011. Iniciação científica (Graduando em Licenciatura em Ciências Biológicas) - Ufrpe, UFRPE/Extensão. Orientador: Prof. Dr. Karine Matos Magalhães (UFRPE). 8. Thamires Gomes Ferreia. Biodiversidade dos ecossistemas recifais de Alagoas. Início: 2012. Iniciação científica (Graduando em Bacharelado Em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Alagoas, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Prof. Dr. Mônica D. Correia (UFAL).

4.4.8.2. Orientações e Supervisões Concluídas 4.4.8.2.1. Pós-Doutorado 1. Andrea da Silva Gama. Acessoria técnico-científica à sub-rede Zonas Costeiras - Rede CLIMA e INCT para Mudanças Climáticas. 2011. Universidade Federal do Rio Grande, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Supervisor: Prof. Dr. Margareth da Silva Copertino (FURG).

4.4.8.2.2. Doutorado 1. Bruno Gualberto Lages. Availação da defesa química e de influencia dos corais invasores Tubastraea coccinea e T. tagusensis na estruturação das comunidades bentônicas da Baía de Ilha Grande. 2012. Tese (Doutorado em Ecologia e Evolução) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Orientador: Joel Christopher Creed (UERJ). 2. Douglas Burgos. Composição e estrutura das comunidades de macroalgas do infralitoral do arquipélago de Fernando de Noronha, Pernambuco - Brasil, com especial ênfase nas coralináceas incrustantes. 2011. Tese (Doutorado em Botânica) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Co-Orientador: Prof. Dr. Paulo Antunes Horta Junior (UFSC).

4.4.8.2.3. Mestrado 1. Caroline de Faveri. Avaliação do efeito sinérgio da NH4 e temperatura na ecofisiologia de Peyssonnelia capensis. 2012. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) - Universidade Federal de Santa Catarina, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Co-Orientador: Prof. Dr. Paulo Antunes Horta Junior (UFSC). 2. Cintia Dalcuche Leal Martins. Avaliação do impacto da urbanização sobre a heterogeneidade química e a estrutura das comunidades fitobênticas: uma abordagem integrada. 2011. Dissertação (Mestrado em Ecologia) - Universidade Federal de Santa Catarina. Orientador: Prof. Dr. Paulo Antunes Horta Junior (UFSC). 3. Deyse Bezerra de Azevedo. Imposex em Stramonita haemastoma: indução em laboratório e reavaliação de áreas afetadas no litoral cearense.. 2011. Dissertação (Mestrado em Ciências Marinhas Tropicais) - Universidade Federal do Ceará, Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Cristina de Almeida Rocha-Barreira (UFCE). 4. Francisca Claudeane Matos Alves. Distribuição espacial da malacofauna no estuário do rio Jaguaribe, Fortim, Ceará – Brasil. 2011. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Recursos Naturais) - Universidade Federal do Ceará, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Orientador: Cristina de Almeida Rocha-Barreira (UFCE). 5. Marcelo Checoli Mantelatto. Distribuição e abundância do coral invasor Tubastraea spp. 2012. Dissertação (Mestrado em Ecologia e Evolução) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Instituto Biodiversidade Marinha. Orientador: Joel Christopher Creed (UERJ). 6. Maria Elisa Pitanga de Macêdo Silva. Diagnóstico ambiental da área de ocorrência dos prados da angiosperma marinha Halodule wrightii Ascherson no litoral norte do estado de Pernambuco, Brasil. 2011. Dissertação (Mestrado em Oceanografia) - Universidade Federal de Pernambuco, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Co- Orientador: Karine Matos Magalhães. 7. Maria Lilian de Freitas Lima. Variabilidade temporal da fauna de Ophiuroidea (Equinodermata) associada a fitais de ecossistema recifal em Maceió, Alagoas, Brasil. 2011. Dissertação (Mestrado em Diversidade Biológica e Conservação Nos Trópicos) - Universidade Federal de Alagoas, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Prof. Dr. Monica Dorigo Correia. 8. Noele Arantes. Avaliação do impacto de eventos extremos sobre a estrutura de comunidade fitobênticas. 2012. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) - Universidade Federal de Santa Catarina, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Orientador: Prof. Dr. Paulo Antunes Horta Junior (UFSC). 9. Samir Khader. Distribuição das algas calcárias não geniculadas em ambientes marinhos na região de Cabo Frio. 2012. Dissertação (Mestrado em Ciências Biológicas (Botânica)) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Prof. Dr. Marcia Figueiredo Creed. 10. Talita Vieira Pinto. Aspectos morfoanatômicos, reprodutivos e moleculares do gênero Lithophyllum (Corallinaceae, Lithophylloideae) do Sul do Brasil. 2011. Dissertação (Mestrado em Biologia Vegetal) - Universidade Federal de Santa Catarina, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior. Orientador: Prof. Dr. Paulo Antunes Horta Junior (UFSC).

4.4.8.2.4. Iniciação Científica 1. André Felipe Bispo da Silva. Biodiversidade dos ecossistemas recifais do Francês, Marechal Deodoro, Alagoas. 2011. Iniciação Científica. (Graduando em Bacharelado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Alagoas, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Prof. Dr. Monica Dorigo Correia. 2. Cassio Campos. Ecologia e taxonomia das macrófitas aquáticas do Baixo São Francisco. 2011. Iniciação Científica. (Graduando em Bacharelado Em Ciências Biológicas) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Fundação Apolonio Salles de Desenvolvimento Educaional. Orientador: Karine Matos Magalhães (UFRPE). 3. Edinir Aprígio de Albuquerque. Biodiversidade dos ecossistemas recifais do Francês, Marechal Deodoro, Alagoas. 2011. Iniciação Científica. (Graduando em Bacharelado em Ciências Biológicas) - Universidade Federal de Alagoas, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas. Orientador: Prof. Dr. Monica Dorigo Correia. 4. Lucas Antunes Amorim. Caracterização da poliquetofauna associada aos pilares do Terminal Portuário do Pecém, São Gonçalo do Amarante, Ceará e do Porto do Mucuripe, Fortaleza, Ceará, Brasil. 2011. Iniciação Científica. (Graduando em Engenharia de Pesca) - Universidade Federal do Ceará, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Cristina de Almeida Rocha-Barreira (UFCE). 5. Rayza Ponce L. Araruna. Ciclo reprodutivo de Hastula cinerea (Mollusca: Gastropoda: Terebridae) na praia da Taiba, Paraipaba, Ceará, Brasil. 2011. Iniciação Científica. (Graduando em Oceanografia) - Universidade Federal do Ceará, Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Orientador: Cristina de Almeida Rocha-Barreira (UFCE). 6. Valeria Verônica Santos. Ecologia e taxonomia de macrófitas do Rio de Contas, BA. 2011. Iniciação Científica. (Graduando em Licenciatura em Ciências Biológicas) - Universidade Federal Rural de Pernambuco, Fundação Apolonio Salles de Desenvolvimento Educaional. Orientador: Karine Matos Magalhães (UFRPE).

5. DESCRIÇÃO E AVALIAÇÃO DO APOIO INSTITUCIONAL RECEBIDO NO PERÍODO A coordenação geral do projeto está sediada no Instituto Oceanográfico da USP, onde conta com todo o apoio administrativo (comunicação, local de trabalho), de informática (servidor, serviços de e-mail) e logístico (transporte) para o desenvolvimento de atividades relacionadas ao projeto. Da mesma forma, os coordenadores de projetos (habitats) têm tido este mesmo apoio em suas instituições. Facilidades existentes nas instituições vinculadas, como veículos, bases avançadas de pesquisa, pessoal técnico e equipamentos servirão de apoio à ReBentos, com o início das atividades de campo.

6. DIFICULDADES ENCONTRADAS As dificuldades encontradas no decorrer do período do relatório foram aquelas inerentes à realização de um trabalho em rede. Houve dificuldades no agendamento de reuniões, workshops e no cumprimento de algumas metas. O início das atividades de campo também sofreu um pequeno atraso, devido a necessidade dos pesquisadores das diferentes regiões geográficas brasileiras de se organizarem para o início das coletas.

7. PLANO DE ATIVIDADES PARA O PRÓXIMO PERÍODO Para o próximo período (março/2013 a março/2014), conforme cronograma de atividades proposto, serão desenvolvidas as seguintes atividades: • Publicação dos protocolos de trabalho; • Início do diagnóstico e monitoramento da biota e dos parâmetros físico- químicos definidos pelos Grupos de Trabalho (março/2013); • Início/continuidade do desenvolvimento dos 46 projetos vinculados à ReBentos (listados acima); • Início/continuidade das orientações e formação de recursos humanos junto a projetos vinculados a ReBentos; • Elaboração de projetos vinculados e busca por recursos para sua execução; • Participação em eventos nacionais e internacionais ligados à biodiversidade e aos efeitos das mudanças climáticas no ambiente marinho; • Publicação da síntese que apresenta o estado da arte para os ambientes/temas tratados por cada Grupo de Trabalho; • Preparação e publicação de outros estudos vinculados à ReBentos; • Realização do III Workshop ReBentos, a ser realizado no terceiro trimestre de 2013, em data e local a serem definidos; • Participação em reunião de acompanhamento e avaliação anual do SISBIOTA – Brasil.

8. DESCRIÇÃO SUCINTA E JUSTIFICADA DA APLICAÇÃO DOS RECURSOS DE RESERVA TÉCNICA E BENEFÍCIOS COMPLEMENTARES

8.1. Reserva Técnica Os recursos da Reserva Técnica foram utilizados para a melhoria da homepage da ReBentos, visando torna-la mais atrativa e interativa, além de melhorar a comunicação entre os membros da ReBentos. A Reserva Técnica também foi utilizada para a impressão do pôster da pesquisa “Evaluating the effect of climate changes on marine biodiversity: the ReBentos (Network for Monitoring Coastal Benthic Habitats) initiative in Brazil”, vinculada a ReBentos, apresentada durante o “2nd International Symposium on Effects of Climate Change on the World's Oceans", realizado de 15 a19 de maio de 2012, em Yeosu, Korea. (ANEXO 19).

8.2. Benefícios Complementares Não foram utilizados recursos dos Benefícios Complementares durante o período deste relatório.

ANEXO 1

Grupo Recifes e Costões Reunião – Arraial do Cabo – 19 e 20 de dezembro de 2011

1. Introdução Nos dias 19 e 20 de dezembro de 2011, foi realizado no Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira (IEAPM), em Arraial do Cabo, uma reunião do grupo “Recifes e costões” da rede de pesquisa ReBentos com o objetivo de elaborar um protocolo de referência de metodologia de trabalho a ser utilizado nos ambientes de recifes coralinos, de arenito e rochosos. Participaram da reunião os pesquisadores Ricardo Coutinho, Carlos Eduardo Leite Ferreira, Maria Soledad Lopez, Monica Dorigo Correia, Hilda Helena Sovierzoski, Ilana Rozental Zalmon, Bruno Pereira Mais, Luis Felipe Skinner, Fernanda Neves Siviero e Luciana Erika Yaginuma. Como produto dessa reunião, o presente documento estabelece, como orientação geral do grupo, as hipóteses e metodologias básicas a serem adotadas nos estudos do grupo de “Recifes e costões” dentro dos objetivos da ReBentos.

2. Hipóteses H1: As mudanças do hidrodinamismo e variações do nível médio do mar podem induzir mudanças no padrão de zonação (por exemplo, alteração das posições de colonização dos organismos em relação às atuais ou ampliação/redução das faixas de dominância de organismos). H2: O aumento da frequência de ressacas promoverá distúrbios físicos mais frequentes nos ecossistemas bentônicos, podendo provocar o arrancamento e/ou fragmentação de organismos, principalmente no entremarés. Isto poderá induzir alterações na composição e abundância de espécies. H3: O aumento de chuvas irá aumentar o aporte de água doce e sedimentos ao mar que, por sua vez, alterará a salinidade e transparência da água do mar criando condições desfavoráveis a espécies estenobiontes. Tais alterações poderão induzir mudanças na composição e abundância de espécies. H4: O aumento da temperatura e a acidificação da água do mar irão alterar o metabolismo de organismos sésseis, especialmente os perenes, interferindo no crescimento, reprodução e taxa de sobrevivência. Tendo em mente que o objetivo é estabelecer um protocolo que possa indicar tendências de mudanças nos ambientes bentônicos em relação às mudanças climáticas e que ao mesmo tempo seja de baixo custo e prático, optou-se por escolher a variação da temperatura (do ar e do mar) como a principal variável ambiental que irá influenciar os organismos dos ambientes de costões e recifes. Todavia, caso haja condições, estudos mais aprofundados ou que levem em consideração outras variáveis ambientais citadas nas hipóteses acima são encorajadas desde que atendam as recomendações mínimas aqui propostas. Um exemplo seria estudos experimentais sobre a fisiologia de certas espécies chaves o que poderia auxiliar no entendimento de como as mudanças climáticas afetam os organismos e, por consequência, o ambiente bentônico. O protocolo abaixo poderá ser adaptado dependendo das condições e da importância de locais em cada região. Por exemplo, apesar da recomendação de restringir os estudos até a profundidade de 5 m, locais onde o substrato rochoso não atinge essa profundidade também poderão ser estudados. Zonas de mesolitoral com faixa menor do que o padrão estabelecido neste protocolo também poderão ser analisadas, dependendo da importância do local e dos recursos humanos e financeiros.

3. Protocolo: Os ambientes incluídos serão: recifes coralinos, recifes de arenito, costões e matacões.

3.1 Locais a serem estudados: - Deverão ser escolhidos no mínimo 2 costões por região. - O Mesolitoral de cada costão será dividido em 3 faixas: superior, médio e inferior, em função da distribuição dos organismos dominantes. O infralitoral será contínuo até a profundidade de 5 m. - As metodologias dos diferentes tipos de substrato consolidados serão adaptadas às condições de cada local. As recomendações básicas são: • Ambientes protegido ou moderadamente protegido (Murray et al., 2006); • Locais com orientação voltada para o N-NE que recebam incidência de luz; • Inclinação intermediária (45 a 65o) • Distantes de fontes permanentes de água doce; • Evitar fendas, poças, locais sombreados, etc. • Priorizar locais próximos de estações meteorológicas (http://www.inmet.gov.br/html/rede_obs.php), maregráficas e/ou oceanográficas.

3.2 Fatores ambientais a serem medidos in situ e/ou plotados com base em outras fontes: - Temperatura do ar (estações meteorológicas); - Temperatura da água do mar (imagens de satélite, sensores ibutton); - Temperatura do costão (sensores ibutton); - Pluviosidade e dados de ventos (estações meteorológicas); - Grau de exposição às ondas: altura, direção e periodicidade de ondas (Murray et al., 2006) (sugestão: dados do CPTEC - http://ondas.cptec.inpe.br/); - Irradiância (estações meteorológicas) - Opcionais: salinidade, pH, turbidez da água.

Os sensores serão colocados em triplicata no limite superior de cada faixa do mesolitoral (N=9) e em triplicata no limite superior e inferior do infralitoral (até 5m) (N=6) (Figura 1). O total de sensores por local será de 15 unidades que serão substituídas a cada 3 meses. Dessa forma, serão necessárias 30 unidades por local de estudo. Um maior detalhamento da colocação e uso dos sensores será enviado posteriormente. Com relação aos custos, serão estudadas as possibilidades para auxílio na aquisição desses sensores. Além disso, sugere-se fortemente a parceria com grupos de meteorologistas e oceanógrafos físicos para trabalhar em conjunto com essas e outras variáveis ambientais.

Figura 1 - Esquema da disposição dos sensores de temperatura ibutton nas faixas do mesolitoral e infralitoral.

3.3 Frequência de amostragem: - Os locais serão amostrados no mínimo em 2 períodos anuais nos meses de março e setembro (final do verão e do inverno). - Dependo da disponibilidade de pessoas e recursos, recomenda-se: • Replicação em cada período (n=3), entre final de fevereiro e começo de abril e entre final de agosto e começo de outubro; • Amostragem associada a eventos extremos (ressacas, frentes frias, enchentes etc.) quando possível para comparação de dados antes, durante e após o evento extremo;

3.4 Variáveis biológicas estudadas: 3.4.1 Zonação – dados a serem registrados: • Definição das faixas, com identificação de até 2 organismos dominantes por faixa; • Fotografias a cerca de 10 m do costão, para mostrar, ao longe, a formação das faixas; • Amostragem de 5 transectos verticais, com largura de 20 cm, posicionados primeiramente de forma aleatória e passando a serem fixos nas amostragens sucessivas; • Posição relativa das faixas em relação a um ponto fixo em terra para cada transecto; • Medição da largura das faixas em relação ao ponto fixo de cada transecto, • Domínio amostral: 30 a 40m;

3.4.2 Porcentagem de cobertura dos organismos: • Estimado por fotoquadrat; • Uso do programa CPCe (http://www.nova.edu/ocean/cpce/) (Kohler & Gill, 2006); • Unidade operacional: grupos morfo-funcionais, gêneros, espécies etc. Os grupos morfo-funcionais serão definidos em uma lista básica (a ser estabelecida), que posteriormente poderá ser complementada com sugestões; • Dentro das faixas de dominância dos organismos serão amostrados 5 quadrados distribuídos aleatoriamente e fixos posteriormente; • Unidade amostral será: § Faixa de mesolitoral superior (Chthmalus ou equivalente) = quadrat de 10x10cm; § Faixa de mesolitoral médio (Tetraclita ou equivalente) = quadrat de 20x20cm; § Faixa de mesolitoral inferior (Macroalgas, tufos, etc.) = quadrat de 20x20cm; § Infralitoral = quadrat de 50x50cm, podendo ser divididos em sub-quadrats de 25x25cm (van Rein et al., 2011);

• Técnica de ponto intersecção: 50 pontos aleatórios distribuídos em grade; • O protocolo utilizado no infralitoral será o adotado pelo Atlantic and Gulf Rapid Reef Assessment – AGRRA disponível no endereço eletrônico , até a profundidade máxima de 5 m, adaptado de acordo com este protocolo. Serão estudados corais escleractíneos, Millepora, Zoantídeos (Zoanthus e Palythoa) e outros organismos sésseis dominantes (algas calcárias, esponjas), considerando as condições dos organismos (vivos, branqueados e mortos).

Em resumo, este protocolo adota como mínimo coletas feitas: • Local: em dois costões por região; • Frequencia: 1 vez ao final do verão e 1 vez ao final do inverno.

As variáveis a serem obtidas seriam: 1) Mudança na posição e largura das faixas em relação a um ponto fixo e; 2) Mudança na porcentagem de cobertura dos organismos em cada faixa usando quadrados fixos.

E essas seriam acopladas a dados de temperatura e pluviosidade.

4 Referências: Kohler, K. E & Gill, S. M. 2006. Coral Point Count with Excel extensions (CPCe): A Visual Basic program for the determination of coral and substrate coverage using random point count methodology. Computers Geosciences 32, 1259-1269. Murray, S. N.; Ambrose, R. & Dethier, M. N. 2006. Monitoring Rocky Shores. University California Press, Berkeley. Van Rein, H.; Schoeman, D. S.; Brown, C. J.; Quinn, R. & Breen, J. 2011. Development of low-cost image masaics of hard-bottom sessile communities using SCUBA: comparisons of optical media and of proxy measures of community structure. Journal of the Marine Biological Association of the Unites Kingdom, 1-14.

ANEXO 2

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ReBentos GT - Estuários

Protocolo para monitoramento de ecossistemas bentônicos estuarinos em resposta a variações climáticas previstas para o Brasil

Angelo F. Bernardino1, Francisco B. R. Junior2, Jose Souto R. Filho3, Larisse F. Perez1, Leonir A. Colling4, Paulo R. Pagliosa5, Paulo C. Lana6, Rafaela C. Maia7, Ronaldo A. Christofoletti8, Sergio A. Netto9, Tânia M. Costa10, Abílio Soares-Gomes11

1. Departamento de Oceanografia e Ecologia, Universidade Federal do Espírito Santo 2. Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal da Bahia 3. Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará 4. Instituto Oceanográfico, FURG 5. Departamento de Geociências, Universidade Federal de Santa Catarina 6. Centro de Estudos do Mar, Universidade Federal do Paraná 7. Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará 8. Centro de Ciências do Mar, Universidade Federal de São Paulo 9. Laboratório de Ciências Marinhas, UNISUL 10. Laboratório de Ecologia e Comportamento , UNESP 11. Departamento de Biologia Marinha, Universidade Federal Fluminense

Índice

I. Glossário ...... pg 02 II. Introdução ...... pg 02 III. Objetivos ...... pg 03 IV. Protocolo ...... pg 03 A. Estuários de estudo ...... pg 04 B. Sítios de estudo ...... pg 04 C. Planejamento amostral ...... pg 05 D. Caracterização e monitoramento físico-químico e geológico ...... pg 06 E. Análises laboratoriais ...... pg 07 F. Analises de dados ...... pg 09 G. Armazenamento e depositório de dados ...... pg 09

V. Referências ...... pg 10 VI. Anexos ...... pg 11 A. Anexo I - Protocolo de análise de conteúdo orgânico em sedimentos ...... pg 12 B. Anexo II - Protocolo para avaliação na estrutura de bosques de mangue ...... pg 13 C. Anexo III - Protocolo para estimativa da produção secundária macrobentônica pg 17

I. Glossário

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Região – Escala espacial mais ampla utilizada neste protocolo, separando as regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Sul do Brasil Estuário – ecossistema de interface entre continentes-oceano caracterizado pela entrada do mar em um vale de rio até o limite superior da subida de maré, normalmente dividido em setores com limites definidos de acordo com as constantes mudanças nas descargas fluviais (Fairbridge, 1980; McLusky & Eliott, 2006) Setor – divisão do estuário de acordo com sua amplitude salina (em PSU), sendo dividida em baixo estuário (salinidade > 25), médio estuário (salinidade 18-25) e alto estuário (salinidade 5-18) Sítio – local de estudo que definido pelo trecho amostral Hábitat – sedimento estuarino com características estruturais visualmente diferenciadas, e separados entre condições “vegetados” ou “não-vegetados”. Borda – área imaginária localizada na divisa entre dois hábitats, presumidamente onde ocorrem condições de transição.

II. Introdução

O planejamento para estudos de mudanças climáticas em ecossistemas bentônicos estuarinos requer prévio entendimento dos principais agentes que regulam a dinâmica estuarina, além das possíveis mudanças regionais esperadas entre estes agentes. O Grupo de Trabalho (GT) Estuários, em workshop realizado em Salvador em Novembro de 2011, iniciou o acesso ás principais vulnerabilidades de ecossistemas bentônicos estuarinos e identificou três variáveis centrais na dinâmica estuarina a serem monitoradas, ambas com previsão de alteração em resposta a mudanças climáticas: temperatura atmosférica, salinidade e nível do mar. A priorização destes parâmetros justifica-se pela sua relativa facilidade de monitoramento local e regional por membros da rede, assim como pela disponibilidade de dados históricos através de redes meteorológicas nacionais. Considerando a ampla heterogeneidade climática existente no Brasil, o GT procurou referências científicas que indicassem projeções climáticas de mudanças de regimes de temperatura e pluviosidade em toda as regiões costeiras de interesse. Assim, o GT procurou utilizar referências atuais (Marengo et al., 2010; McGlone & Vuille, 2012), que melhor apresentam cenários de alterações climáticas atmosféricas e sua relação com fenômenos de ENSO (El Niño Southern Oscilation) previstos para o Brasil entre os anos de 2071 a 2100, na hipótese de manutenção do cenário de altas emissões de CO2 feitas pelo IPCC (cenário A2, IPCC, 2007). Além da evidente importância dos parâmetros climáticos de temperatura e pluviometria para o funcionamento de ecossistemas bentônicos estuarinos, o GT identificou que a elevação no nível médio do mar compõe um terceiro importante componente, e que também possui forte suporte científico (Meier et al., 2007; IPCC, 2007). Em algumas previsões observamos tendências heterogêneas (i.e. na intensidade de mudança) ou até opostas regionalmente. Por exemplo, modelos climáticos indicam diminuição da pluviosidade média ao longo de grande parte do Norte, Nordeste e Sudeste do Brasil, mas com tendência oposta na região Sul (Marengo et al., 2010). No entanto, as previsões de

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aumento de temperatura média e elevação do nível do mar são consistetes em todo o território nacional e suas regiões costeiras (Angulo & Lessa, 1997; Meier et al., 2007; Raicich, 2008; Marengo et al., 2010). A partir das projeções climáticas disponíveis, o GT iniciou discussões sobre a disponibilidade de modelos biológicos (i.e. a nível de indivíduos, populações ou comunidades). A existência de variados modelos foi exaustivamente debatida, no entanto o grupo entende que a definição dos melhores modelos para estudos de longo prazo necessitam de um protocolo de amostragem simplificado e passível de ser praticado por todos os pesquisadores do GT - Estuários. Desta maneira, o protocolo apresentado a seguir satisfaz parcialmente os objetivos da ReBentos, apresentando recomendações mínimas de amostragem que podem ser facilmente replicadas por pesquisadores em todo o Brasil. Este protocolo apresenta de forma objetiva as etapas para utilizar animais bentônicos estuarinos como modelos para acompanhamento de mudanças na pluviosidade e temperatura (além de outras co-variáveis) em estuários brasileiros. Acreditamos que se trata de um protocolo de simples execução, justificável cientificamente e ao mesmo tempo atrativo a novos participantes amplificando o alcance de nossa rede.

III. Objetivos

Monitorar prováveis efeitos produzidos por mudanças climáticas em ecossistemas estuarinos brasileiros, utilizando animais bentônicos como indicadores.

As previsões climáticas adotadas pelo grupo estão disponíveis a partir de modelos regionais e globais (Marengo et al., 2010; McGlone & Vuille, 2012) e podem ser simplificadamente organizadas por região do território nacional:

Norte Nordeste Sudeste Sul Pluviosidade * - - - + Temperatura atmosférica + + + + Variação do nível médio do + + + + mar Previsão de efeitos no Alterações na salinidade média; mudanças no metabolismo e ecossistema produtividade de espécies bentônicas, deslocamento de populações bêntico entre regiões salinas, invasão de espécies. estuarino * estimativa com incertezas (ver Marengo et al., 2010)

IV. Protocolo

A) Estuários de estudo

As regiões de estudo foram pré definidas geograficamente de acordo com

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previsões climáticas disponíveis por modelos (Marengo et al., 2010). Em cada região serão inicialmente escolhidos estuários que satisfaçam boas condições de preservação e mínima influência antrópica (urbanização, poluição), quando possível. São três regiões geográficas pré-definidas, que devem neste momento possuir idêntico esforço de estudo (número de estuários ou baías por região):

Norte e Nordeste Pará – Ilha de Algodoal Ceará – Estuário do rio Acaraú Bahia – estuário do rio Jaguaripe

Sudeste Espírito Santo – estuário do rio Piraquê-mirim Rio de Janeiro – Laguna de Itaipú São Paulo – estuário da reserva da Juréia

Sul Paraná – estuário da Baía de Paranaguá Santa Catarina – estuários em Laguna e Ilha de Santa Catarina Rio Grande do Sul – Lagoa dos Patos

B) Sítios de estudo

Os sítios de estudo deverão ser escolhidos unicamente no setor euhalino, ou baixo estuário (McLusky & Eliott, 2006). Essa padronização evita a introdução de agentes de confusão decorrentes da ampla variabilidade físico-química estuarina e permite significativa redução no esforço amostral do estudo. Alguns princípios para determinação dos sítios de estudo incluem: a) No setor euhalino, 3 sítios deverão ser delimitados por uma região contígua de 40m x 50m (largura e comprimento); e cada sítio abrigará 2 habitats (vegetado e não- vegetado). Os sítios vegetados podem ser, por exemplo, manguezais e/ou marismas, dependendo de sua ocorrência local. b) Na região de borda dentro das áreas vegetadas de manguezal (aparentemente é desnecessária tal exclusão para marismas), eliminam-se da área de interesse os primeiros 10 metros (Figura 1); c) Cada sítio amostral (mínimo n=3), deve possuir uma distância mínima de 50-100 metros entre si (Fig. 1). Em marismas com reduzida extensão, os sítios amostrais deverão ocorrer em um mesmo banco (ANEXO II). d) Os sítios de estudo podem ser diferenciados em seu desenho espacial descrito para permitir a amostragem de Gastrópodos e Uca em locais onde estas espécies não ocorrem contiguamente, respeitando-se a amostragem no setor euhalino estuarino. Por exemplo, em sítios onde Uca spp. não ocorre em baixios lamosos, pode se realizar a amostragem em áreas de transição entre bosques e restinga, apicuns, etc.

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Figura 1. Organização espacial dos sítios de amostragem da ReBentos GT Estuários. Os sítios podem ser organizados adequadamente respeitando-se a inserção na região euhalina do estuário.

C) Planejamento amostral

Cada sítio irá incorporar substratos caracterizados por fundos vegetados e não vegetados, sejam estes contíguos (Figura 1) ou separados. Os métodos de amostragem e as populações alvo diferem-se de acordo com o tipo de substrato (i.e. hábitats; Figura 2). Nos hábitats vegetados, serão amostrados áreas com presença de florestas de mangue (limitadas ao sul até o estado de Santa Catarina; Schaeffer-Novelli et al., 1990), e áreas com predomínio de marismas (Laguna, em Santa Catarina até o estado do Rio Grande do Sul); sendo a metodologia de estudo distinta entre ambas (ANEXO II). Os hábitats não-vegetados são representados tipicamente pelas planícies lamosas ou areno-lamosas localizadas nas margens dos canais estuarinos. Em algumas localidades onde não existe ocorrência de Uca nas margens dos canais estuarinos, os hábitats não vegetados podem ser representados por apicuns ou regiões de transição entre manguezal e restinga que abriguem grandes densidades destes caranguejos. Nesses casos, deve-se tomar o cuidado para estabelecer os sítios amostrais em hábitats similares dentro de uma mesma área de estudo (e.g. três sítios em região de transição manguezal-restinga dentro da Baía de Paranaguá). A fauna bentônica alvo deste monitoramento incluirá animais da megafauna comumente presentes em árvores de mangue como gastrópodos Littoraria angulifera, ou observados em sedimentos não vegetados como caranguejos do gênero Uca spp. (existem 10 espécies descritas no Brasil; Melo, 1996). Em alguns estuários, a ocorrência de Uca é observada em planícies lamosas, areno-lodosas, bancos arenosos ou ainda em regiões de transição entre o bosque de manguezal e restinga. Da mesma maneira, a amostragem de animais da epifauna arborícola (gastrópodos) ou sedimentar (Uca), não necessita ocorrer em um mesmo sítio em locais onde estes animais não co- ocorrem, mas deve-se observar que todos os sítios amostrais devem se localizar dentro do setor euhalino estuarino. Durante a amostragem de Uca, os pesquisadores devem procurar evitar afugentar os animais durante a aproximação para posicionamento do quadrado de 0,75 m2 (aleatório). Antes de prosseguir com a captura dos indivíduos, o pesquisador deve contar o numero de tocas dentro do quadrado, tomando cuidado para diferenciar eventuais aberturas no sedimento criadas por animais depositívoros como bivalves e anelídeos (estes buracos não devem ser

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contados como tocas na medida do possível). Após a contagem de tocas, prosseguir gentilmente com a captura dos indivíduos, evitando-se perturbar excessivamente o local de estudo. Os animais são normalmente facilmente capturados manualmente após introdução com os dedos no sedimento ao lado da toca. Nos hábitats não-vegetados e nas marismas, a macro-infauna também será amostrada objetivando acompanhar a abundância (densidade e biomassa por área) e produtividade secundária dos animais retidos em malha de 0,5 mm. O esforço amostral mínimo em cada sítio de estudo deverá incluir duas campanhas de coleta em cada estação climática, sempre realizadas ao final de temporadas anuais de chuva e seca e em marés de sizígia (Figura 2). Os membros da rede estão colocando esforços na identificação histórica destas temporadas durante o ano em cada região de estudo. A princípio, as estações chuvosas e secas estão concentradas, de acordo com a região nos meses (Chuva/Seco):

Norte (incluindo estado do Ceará): Fev-Mar / Out-Nov Nordeste: Jul-Ago / Jan-Mar Sudeste: Fev-Mar / Set-Out Sul: Jul-Ago / Fev-Mar

Em cada sitio, a amostragem prevê a coleta de animais, sua preservação e posterior trabalho laboratorial (Figura 2). A análise de dados deverá incluir minimamente: i) numero de espécies ou morfotipo (riqueza); ii) densidade total de organismos e/ou da macrofauna; iii) tamanho (comprimento e largura – CxL) e biomassa da megafauna (somente biomassa para macrofauna); iv) produção secundária da megafauna e macrofauna realizadas através de índices simplificados (apresentados a seguir). Conceitualmente, a megafauna bentônica alvo deste estudo compreende os caranguejos do gênero Uca e gatrópodes do gênero Littoraria. Todos os animais coletados em sedimentos (infauna) e retidos na malha de 0,5 mm serão considerados como integrantes da macrofauna. A rede irá procurar criar guias de auxílio para as identificações morfológicas necessárias. Os protocolos de cálculo de produção secundária baseiam-se nas medidas de tamanho e/ou peso de animais (relações produção x biomassa, ou P/B; Brey, 2001). A criação e manutenção de um banco de dados deverá se tornar importante prática dos participantes da ReBentos tendo em vista o caráter temporal multi-decadal do monitoramento proposto. Apesar da rede atualmente não contar com estrutura para receber e manter um banco de dados, pretendemos adotar planilhas e métodos de análise totalmente compatíveis entre os participantes do grupo e tornar o gerenciamento destes dados mais rápido e produtivo.

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Figura 2. Esquema amostral da fauna bentônica do GT-Estuários

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D) Caracterização e monitoramento físico-químico-geológico

Reconhecendo a ampla dinâmica físico-química e geológica dos estuários a serem monitorados, o grupo recomenda um protocolo ambiental mínimo para cada sítio de estudo, que deverá ser complementado apenas na primeira campanha visando obter dados descritivos dos sítios. Na primeira visita e no momento de escolha dos sítios, os pesquisadores deverão:

a) Coletar uma amostra composta por sítio (5 cm superficiais) para análises granulométricas, a ser realizadas por peneiramento (fração areia) e pipetagem ou difração a laser (fração lama) e conteúdo de matéria orgânica total (MOT – protocolo ANEXO I); b) Identificar a estrutura de bosque de mangue e/ou marismas, medindo variáveis que indiquem a composição, densidade e altura de vegetação (Mangue ou Spartina; protocolo ANEXO II); c) Realizar o perfil topográfico do site por nivelamento com DGPS (protocolo ANEXO III). Esta atividade irá depender da obtenção de financiamento adicional pela rede.

As etapas descritas anteriormente não necessitam ser replicadas em todas as amostragens periódicas anuais. Porém, os pesquisadores da rede devem auxiliar na consolidação e obtenção de dados físico-químicos constantes em suas áreas de estudo. Desta forma, cada pesquisador deve obter os seguintes parâmetros com alta freqüência em seus estuários:

d) Dados de temperatura e salinidade da água, a serem monitorados continuamente ao longo de todo ano por sensores automáticos (Levelogger®, HOBO Water Level Data Logger® ou similar); e) Dados de pluviometria para sua região, disponíveis eletronicamente através do Instituto Nacional de Meteorologia (http://www.inmet.gov.br/html/rede_obs.php). Os dados pluviométricos ficam disponíveis no site por um período de 90 dias desde sua aquisição, portanto cabe aos pesquisadores iniciar sistemática aquisição destes dados ao longo dos anos (em torno de 4 vezes/ano); f) Quantificar o peso úmido e peso seco do biodetrito sedimentar proveniente das amostras de macrofauna coletadas por tubos, retirando o detrito retido nas malhas após peneiramento da fauna. g) Dados de vazão, que podem ser adquiridos junto à Agência Nacional das Águas (ANA – www.ana.gov.br).

E) Análises laboratoriais

Fauna bentônica

A megafauna (Littoraria e Uca) deve ser identificada e sexos determinados (caranguejos), medida (comprimento e largura – Fig. 3), e pesada sob balança com

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precisão de 0,1mg. Para pesagem úmida, estabelecer um tempo de 2 minutos para estabilização do peso e anotar o valor. A macrofauna deve ser peneirada sob malha de 0,5 milímetros, fixada em formalina 4% e preservada em álcool 70%. Os animais serão triados e identificados. A obtenção de biomassa deve ser feita ao nível de grandes grupos taxonômicos (Ordem ou Família).

Figura 3. Guia visual de medições a serem retiradas de Caranguejos Uca spp (painéis A-E) e de Littoraria angulifera (painel E). A. Vista dorsal de um macho, LC = largura da carapaça, CC = comprimento da carapaça, AM = altura do mero do 3o pereópodo; B. Vista dorsal de uma fêmea; C. Abdome de um macho, LA= largura do abdome na base do 5o somito abdominal, CG= comprimento do gonóporo; D. Abdome de uma fêmea, LA= largura do abdome na base do 5o somito abdominal; E. Quelípodo maior do macho, AP= altura do própodo, CPQ= comprimento do própodo quelar; F. Concha de uma Littoraria angulifera, LC= largura da concha, AC= altura da concha. Imagens cedidas por Tânia M. Costa e Rafaela C. Maia.

Sedimentos

As análises sedimentares para determinação de granulometria e conteúdo de matéria orgânica (MOT) deverão obedecer o protocolo em anexo (ANEXO I). As amostras serão analisadas por peneiramento (fração areia) e pipetagem ou difração a laser (fração lama) e conteúdo de MOT.

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Produção secundária

A produção secundária de organismos da epifauna e macroinfauna sedimentar será determinada utilizando-se protocolos de produção por aproximação de biomassa (P/B), disponíveis livremente on-line (Brey, 2001). Os dados de densidade populacional (ind. m-2) e biomassa (peso seco livre de cinzas) devem ser determinados para as populações de interesse juntamente com informações sobre temperatura ambiente, e inseridos nas planilhas disponíveis on-line (Brey, 2001; ANEXO III).

F) Análises de dados

A significância das diferenças entre variáveis biológicas nas diversas escalas será testada por uma análise de variância hierárquica (ANOVA), incorporando os fatores espaciais e temporais: Regiões (R, 4 níveis, aleatório); Sítios (S, 3 níveis, aleatório e aninhado em Regiões); Habitats (H, 2 níveis, aleatório e aninhado em Sítios); Anos (Y, n níveis, aleatório) e Estação climática (CL, 2 níveis, fixo, aninhado em Anos); Os dados deverão ser descritos por um modelo linear específico com cinco fatores. A heterogeneidade das variâncias será avaliada com o teste de Cochran (p<0,05). A magnitude da variação será avaliada pelo componente de variância (VC). A comparação múltipla das médias será realizada usando o teste Student-Newman-Keuls (SNK), considerando o valor de p≤0,05. Estas análises serão realizadas com o pacote GAD (Sandrini-Neto & Camargo, 2010).

G) Armazenamento e depositório de dados

A ReBentos objetiva a aquisição de dados por longas séries temporais, e dessa forma será extremamente importante a adoção de formatação única em tabelas de entrada de dados. A rede deverá ainda definir um depositório seguro para os dados, que seja perene e de fácil acesso aos membros. A política de acesso á dados será definida posteriormente, mas a participação na rede requer que todos os participantes disponibilizem dados anuais atualizados para este banco de dados.

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V. Referências

Angulo R.J., Lessa G.C. (1997) The Brazilian sea level curves: a critical review with emphasis on the curves from Paranaguá and Cananéia regions. Marine Geology 140:141-166. Brey, T. Population dynamics in benthic invertebrates. A virtual handbook. Alfred Wegener Institute for polar and marine research, Germany. Version 01.2, 2001, disponível em http://www.thomas-brey.de/science/virtualhandbook Edgar, G.J. 1990. The use of the size structure of benthic macrofaunal communities to estimate faunal biomass and secondary production. J. Exp. Mar. Biol. Ecol. 137: 195- 214 Fairbridge, R. 1980. The estuary: its definition and geodynamic cycle. In E. Olausson and I. Cato (eds.), Chemistry and Geochemistry of Estuaries, 1–35. John Wiley and Son, New York. IPCC, 2007: Summary for Policymakers. In: Climate Change 2007: The Physical Science Basis. Contribution of Working Group I to the Fourth Assessment Report of the Intergovernmental Panel on Climate Change [Solomon, S., D. Qin, M. Manning, Z. Chen, M. Marquis, K.B. Averyt, M.Tignor and H.L. Miller (eds.)]. Cambridge University Press, Cambridge, United Kingdom and New York, NY, USA. McGlone, D. & Vuille, M. 2012. The associations between El Niõ-Southern Oscillation and tropical South American climate in a regional climate model. J. Geophys. Res., 117, D06105, doi:10.1029/2011JD017066 McLusky, D.S. & Eliott, M. 2006. The estuarine ecosystem, ecology, threats and management. 3rd Ed. Oxford University Press. Oxford, 208p. Meier et al., 2007; Glaciers dominate eustatic sea-level rise in the 21st century. Science 317: 1064 Melo, G.A.S. 1996. Manual de identificação dos Brachyura (caranguejos e siris) do litoral brasileiro. Plêiade\FAPESP. ED. São Paulo, 603p. Raicich, F. (2008). A review of sea level observations and low frequency sea-level variability in South Atlantic. Physics and Chemistry of the Earth, 33, 239-249. Sandrini-Neto, l.; Camargo, M. G. 2010. GAD: an R package for ANOVA designs from general principles. http://cran.r-project.org/web/packages/GAD. Schaeffer-Novelli, Y., G. Cintrón-Molero, and R. R. Adaime. 1990. Variability of mangrove ecosystems along the Brazilian coast. Estuaries 13(2):204-218.

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ANEXOS

Anexo I. Protocolo de análise de conteúdo orgânico em sedimentos estuarinos

Patrícia Costa e Francisco Barros R. Júnior Universidade Federal da Bahia, Laboratório de Ecologia Bentônica

1. Objetivo Fornecer uma metodologia para a análise do conteúdo de matéria orgânica em amostras de sedimentos estuarinos através da calcinação em forno mufla.

2. Procedimentos 2.1 As amostras coletadas em campo devem ser armazenadas em sacos plásticos identificados e protegidas do sol (preferencialmente refrigeradas), até serem transportadas ao laboratório onde ficarão congeladas até a realização das análises. 2.2 Descongelar, em temperatura ambiente, as amostras de sedimento nos sacos plásticos. 2.3 Após descongelamento, homogeneizar cada amostra e colocar o sedimento em placa de petri pré-pesada e identificada. Pesar novamente e registrar (P1 = peso amostra úmida - peso placa). 2.4 Secar amostras em estufa a temperatura de 60°C (OBS 1, abaixo), até alcançar peso constante1. a. Desagregar a amostra utilizando pistilo e almofariz1,2, durante período de secagem3 b. Resfriar amostra até alcançar temperatura ambiente, em dessecador e pesar amostras secas (P2 = peso amostra seca – peso placa). É possível calcular o conteúdo de água pela diferença entre P1 e P2 final1. 2.5 Após alcançar peso constante, transferir ± 5g de sedimento seco para cadinho limpo, pré- pesado e identificado. Registrar o peso seco da amostra antes da calcinação (PSpré), com maior precisão possível. 2.6 Colocar cadinho+amostra no forno mufla e aquecer a temperatura entre 500 e 550°C por 4h1,4 (OBS 2) 2.7 Resfriar amostra em dessecador e pesá-la2, no dia seguinte. Registrar o peso seco da amostra após a calcinação (PSpós).

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2.8 Calcular o percentual de matéria orgânica (MO) perdida após calcinação utilizando-se a fórmula indicada por Heiri et al. (2001):

% MO perdida = ((PSpré – PSpós)/PSpré)*100

Obs 1: Suguio (1973) apontou que sedimentos argilosos não devem ser aquecidos em temperaturas superiores a 60°C a fim de evitar o endurecimento do material e a modificação de argilo-minerais. Obs 2: Brower et al. (1997) e Heiri et al. (2001) indicaram que a temperatura deve ser entre 500 e 550°C, sendo que a partir desta, outras reações além da queima da matéria orgânica podem ocorrer, enviesando os dados. Boto & Wellington (1984), Lara-Domínguez et al. (2005) e Maia (2010) analisaram sedimentos coletados em manguezais utilizando a temperatura de 450°C. Tendo em vista estas informações, foi definida a temperatura de 500°C para a calcinação de amostras de sedimento de manguezais no LEB.

3. Referências (números sobrescritos ao longo da descrição do procedimento) 1 – BROWER, J.E.; ZAR, J.H. & von ENDE, C.N. 1997. Field and Laboratory Methods for General Ecology. 4ª ed. WCB/ McGraw-Hill Companies. 273p. 2 – DEAN, W.E. 1974. Determination of carbonate and organic matter in calcareous sediments and sedimentary rocks by loss on ignition: comparison with other methods. Journal of Sedimentary Petrology, Vol. 44, N° 1, p. 242-248 3 - SESSEGOLO, G.C. 1997. Estrutura e produção de serapilheira do manguezal do Rio Baguaçu, Baía de Paranaguá – PR. Dissertação (mestrado em Engenharia Florestal) – Universidade Federal do Paraná. 110p. 4 – HEIRI, O.; LOTTER, A.F. & LEMCKE, G. 2001. Loss on ignition as a method for estimating organic and carbonate content in sediments: reproducibility and comparability of results. Journal of Paleolimnology, Vol. 25, p.101-110. 5 – SUGUIO, K. 1973. Introdução à sedimentologia. Editora da Universidade de São Paulo. São Paulo: Edgar Blücher. 317p. 6 – BOTO, K.G. & WELLINGTON, J.T. 1984. Soil characteristics and nutrient status in a northern Australian mangrove forest. Estuaries, Vol. 7, N° 1, p.61-69. 7 – LARA-DOMÍNGUEZ, A.L.; DAY Jr, J.W.; ZAPATA, G.V.; TWILLEY, R.R.; GUILLÉN, H.A. & YÁÑEZ-ARANCIBIA, A. 2005. Structure of a unique inland mangrove forest assemblage in fossil lagoons on the Caribbean Coast of Mexico. Wetlands Ecology and Management, Vol. 13, p.111-122. 8 - MAIA, R.C. 2010. O uso do gastrópode Melampus coffeus como indicador ecológico do estado de degradação ambiental dos manguezais do Ceará. Tese (Doutorado em Biologia Marinha) - Universidade Federal Fluminense. 222p.

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Anexo II - Protocolo para avaliação da estrutura de bosques de mangue e marismas

1. Objetivos Os métodos para estudos e acompanhamento da dinâmica de bosques já são mundialmente consolidados (Cintrón & Schaeffer-Novelli, 1984; Maia & Coutinho, 2012) e serão utilizados como base para a definição de estratégias de estudo objetivando análises de impactos e mudanças climáticas em florestas de mangue.

2. Procedimentos

2.1 Em cada sítio de trabalho são delineadas parcelas de 10X10m, distribuídas aleatoriamente em um único gradiente de inundação a 10 metros de distância da margem do bosque. Em cada parcela, todas as árvores de mangue são mensuradas, utilizando-se as seguintes medidas:

Circunferência à Altura do Peito (CAP): a circunferência do fuste tomada à altura do peito do observador, mais especificamente a 1,3 m do solo. Os indivíduos de Rhizophora que possuem raízes escoras acima de 1,30 m o CAP é mensurado acima da última raiz escora. Altura Total (AT): Compreende a distância entre a base da árvore e a extremidade da copa. Das árvores mortas também são retidas a medida de CAP e todas as plântulas dentro das parcelas são também contadas.

2.2 Depois de concluída a etapa de campo, os dados servem de base para a estimativa dos seguintes parâmetros estruturais:

a) Diâmetro à Altura do Peito (DAP) – a partir dos valores da circunferência do fuste calcula-se o DAP para o gêneros Rhizophora, Avicennia e Laguncularia:

DAP =CAP/π

Para árvores que apresentam mais de um fuste, o DAP será estimado através da fórmula do Diâmetro Médio (DM) :

(g)(12732,39) DM = n Onde: g = somatório da área basal dos fustes n = número de fustes

Os indivíduos registrados são subdivididos em classes de diâmetro e altura, com o objetivo de analisar o desenvolvimento das florestas estudadas. A quantidade e classe de diâmetro dos indivíduos mortos são úteis também para corroborar com a análise de desenvolvimento do bosque, bem como para averiguar o status de conservação dos mesmos.

b) Freqüência (F) – é o registro da presença de uma determinada espécie em uma dada parcela, de acordo com sua freqüência relativa (FR). c) Densidade (De) – é o número de indivíduos por unidade de área (ind . ha-1), também representada em como densidade relativa (DeR).

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d) Dominância (Do) – a dominância representa o reflexo da área basal de cada espécie em uma dada parcela. A área basal (m2) para cada indivíduo é estimada através da seguinte fórmula: g = 0,00007854 x DAP2 Este parâmetro é também representado como dominância relativa (DoR) e) Valor de Importância – é a soma da Freqüência Relativa, Densidade Relativa e Dominância Relativa.

Protocolo para avaliação da estrutura de bancos de marismas

Para efeito de padronização, apenas bancos de Spartina alterniflora serão amostrados. Métodos utilizados são similares aos descritos por em Lana & Guiss (1992). Ao longo do litoral brasileiro as marismas podem variam de poucos metros a dezenas de quilômetros de extensão (Figura 1). Considerando que, de acordo com o protocolo GT Estuários, cada sítio deve estar afastado a uma distância de 100 m entre si, em alguns estados do Brasil bancos diferentes serão amostrados, ao passo que em outros, a amostragem ocorrerá dentro de um mesmo banco de S. alterniflora. Deste modo, duas descrições iniciais são importantes: 1- se a amostragem ocorreu em um único ou mais de bancos; 2- qual o tamanho aproximado do(s) banco(s) amostrado(s). Uma estimativa de tamanho dentro de cada sítio pode ser feita com uma trena simples, quando o banco for pequeno, ou com uso de um GPS se muito extenso. Não se busca aqui precisões milimétricas, mas sim uma medida aproximada de sua extensão com objetivo de comparação em grande escala (latitudinal).

a b

Figura 1. (a) Marismas de Spartina alterniflora como formações pioneiras em faixas estreitas e descontinuas em franjas de manguezais (foto de formação em Coruripe, Ba) e (b) como formações amplas e dominantes de faixas entremarés na ausência de manguezais (foto de formação em Laguna, SC)

Em cada sítio serão tomadas medidas de altura e de densidade das marismas dentro de uma área de 30 cm x 30 cm. A medida de densidade representa o número total de colmos e folhas (Fig. 2) dentro da área estabelecida. Já o registro da altura é dado pela distância do sedimento à porção mais alta da planta (Fig. 2). Em cada sítio serão tomados 10 registros de altura de S. alterniflora.

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h

Figura 2. Colmos e folhas e medida de altura (h) de marismas.

Referências

Cintrón, G.M. & Schaeffer-Novelli, Y., 1984. Methods for studying mangrove structure. In: Snedaker, S.C., Snedaker, J.G. (eds.). The mangrove Ecosystem: research methods. Monogr. Oceanogr. Methodology 8:91-113.

Lana, P. C. e Guiss, C, 1992. Macrofauna – plant-biomass interactions in a euhaline salt marsh in Paranagua Bay (SE Brazil). Marine Ecology Progress Series. 80: 54-64.

Maia, R.C. & Coutinho, R. 2012. Structural characteristics of mangrove forests in Brazilian estuaries: a comparative study. Rev de Biologia Marina y Oceanografia 47 (4):87-98

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Anexo III - Protocolo para estimativa da produção secundária macrobentônica

Marina B.P. Otegui, Mariana S. Oortman & Paulo R. Pagliosa Laboratório de Bentos, Núcleo de Estudos do Mar, UFSC

1. Objetivos Propor um protocolo para estimar a produção secundária da comunidade bentônica ao longo da costa do Brasil.

2. Material e equipamentos

2.1 Formol 4%, Peneiras de 0,5mm, Pinças, Placa de Petri, Papel filtro, Papel alumínio, Potes de vidro com tampa, Sacos plásticos, Papel vegetal, Pincel, Lápis.

2.2 Desumidificador, Balança de precisão de 4 casas decimais, Estufa, Microscópio estereoscópico.

3. Procedimentos

O procedimento será realizado com todos os organismos (inteiros e pedaços), levando-se em consideração inclusive os organismos com conchas, como gastrópodes e bivalves.

3.1 Durante a coleta, lavar o material sobre peneira e fixar as amostras em formol 4%. 3.2 Em laboratório, separar o material biológico no nível taxonômico de Classe (segundo Brusca & Brusca, 2007). Adicionalmente, separar os poliquetas em Scolecida, Canalipalpata e Aciculata (Rouse & Pleijel, 2008); os crustáceos em Caridea e Stenopodidae, Brachyura, Anomura, Thalassinidae, Cumacea, Tanaidacea, Isopoda, Amphipoda, Ostracoda e os moluscos em bivalves e gastrópodes (Brusca & Brusca, 2007) (vide item 9 - Lista dos Grupos, ao final deste protocolo).

3.3. ESTIMATIVA DA BIOMASSA: Durante o primeiro ano (com amostragens mais detalhadas temporalmente) serão estimadas as biomassas em peso úmido, peso seco e peso seco livre de cinzas a fim de avaliar a variabilidade entre as medidas nos diferentes locais da costa e estabelecer um fator de conversão entre essas medidas.

3.3.1 PESO ÚMIDO (PU) a. Identificar e pesar (P1) uma caixinha feita de papel alumínio para cada grupo animal de cada amostra (grupo/amostra). Se necessário, manter a amostra no desumidificador. b. Secar rapidamente em papel filtro cada conjunto de indivíduos do grupo/amostra, a fim de retirar o excesso de água. c. Colocar cada grupo/amostra previamente seco na sua caixinha e pesá-lo (P2). PU = P2 - P1

3.3.2 PESO SECO (PS) a. Colocar cada grupo/amostra na estufa a 60°C por 48h ou até peso constante.

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b. Retirar cada grupo/amostra da estufa, mantendo-as no desumidificador até pesá-las (P3). PS = PU – (P3 – P1)

3.3.3 PESO SECO LIVRE DE CINZAS (PSLC) a. Colocar cada grupo/amostra na mufla a 550°C por 4h. b. Retirar cada grupo/amostra da mufla, mantendo-as no desumidificador até pesá-las (P4). PSLC= PS – (P4 – P1)

3.3.4 PLANILHA DE DADOS BRUTOS a. Organizar os dados para cada estimativa de biomassa em pastas separadas de uma planilha do Excel, com cada grupo/amostra nas linhas (em ordem alfabética das Classes e dentro das Classes) e cada amostra nas colunas.

3.4. CÁLCULO DA PRODUÇÃO SECUNDÁRIA a. Baixar a planilha referente aos trabalhos de Brey (1999 e 2001) “Empirical Model: Production, P/B, mortality, and other parameters” - Version 4-04 (May '04) disponível em: Acesso em: 04 de maio de 2012. b. Todos os valores devem estar em kJ. Converter o valor multiplicando pelo fator de conversão que se encontra na pasta “Conversion” de acordo com o grupo analisado. c. Na pasta “BreyModelTab”, inserir os valores médios de biomassa (Kj) e densidade (m2) nas colunas denominadas “Biomass kJ m^2” e “Population N ind m^2”, respectivamente. d. Na coluna “Body Mass”, dividir o valor de “Biomass kJ m^2” pelo de P”opulation N ind m^2”. e. Depois, adicionar 0 ou 1 nas demais informações (como temperatura, profundidade e etc.), conforme necessário. f. Criar nova pasta para juntar os dados de cada amostra e grupo/amostra.

4. Referências

Brey, T., 1999. A collection of empirical relations for use in ecological modelling. NAGA The ICLARM Quarterly 22(3): 24-28. T. Brey, 2001. Population dynamics in benthic invertebrates. A virtual handbook. Version 01.2. Brusca, R.C. & Brusca, G.J. 2007. Invertebrados. Guanabara, Rio de Janeiro, 2º Ed. Rouse, G.W. & Pleijel, F. 2008. Polychaetes. Oxford, Nova Iorque.

LISTA DOS GRUPOS TAXONOMICOS DE INTERESSE

CRUSTACEA

Classe Malacostraca

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Ordem Decapoda Infraordem Caridea e Stenopodidae: Dentre os representantes desse grupo, estão camarões. Estes apresentam o corpo divido em cefalotórax e abdómen, o corpo comprimido lateralmente e abdômen longo e rosto geralmente desenvolvido.

Infraordem Brachyura: Corpo protegido por uma carapaça, presença de 5 pares de patas e a primeira, normalmente, transformada em pinça. Os caranguejos são os organismos representantes desse grupo.

Infraordem Anomura: Os Ermitões, dentre outros organismos, são representantes desse grupo. Normalmente, apresentam corpo mole e torcido e vivem em conchas de gastrópodes.

Infraordem Thalassinidae: Muito semelhantes a ermitões e lagostas. Possuem abdômen simétrico e achatado dorso-ventralmente, terminando em um leque caudal em desenvolvido. A carapaça é comprimida lateralmente e possuem dois pares de quelípedes, sendo o primeiro muito mais desenvolvido.

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Ordem Cumacea: Apresentam carapaça, que recobre e funde-se aos 3 primeiros segmentos torácicos. Esses organismos são pequenos e de forma curiosa por apresentarem a região anterior grande e bulbosa e a região posterior longa e fina.

Ordem Tanaidacea: Carapaça presente e fundida com os dois primeiros segmentos torácicos e o segundo maxilípede em quelas.

Ordem Isopoda: Carapaça ausente, corpo achatado dorsoventralmente. Normalmente, o abdômen e o tórax possuem a mesma largura e as duas regiões não ficam claramente demarcadas.

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Ordem Amphipoda: Carapaça ausente e corpo lateralmente comprimido, lembrando pequenos camarões.

Classe Maxilopoda Subclasse Ostracoda: Apresentam uma carapaça bivalve, articulada dorsalmente, fechada por um músculo que recobre a cabeça e o corpo. A carapaça pode ser de várias formas e com diferentes ornamentações. Esses organismos não apresentam uma divisão do tronco nítida em tórax e abdômen.

POLYCHAETA Scolecida: Prostômio bem evidente, sem estruturas (antenas, tentáculos, etc.).

Palpata: Presença de palpos na região anterior. Aciculata: Possuem acículas. Hábito de vida errante e vivendo nas camadas subsuperficiais do sedimento. Predadores.

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Canalipalpata: Com palpos sulcados e tentáculos. Hábito de vida sedentário ou vivendo na camada mais superficial do sedimento. Filtradores.

23 Global Change Biology (2013), doi: 10.1111/gcb.12186

1 COMMENTARY 2 3 4 Global environmental changes: setting priorities for Latin 5 American coastal habitats 6   7 ALEXANDER TURRA1 ,ALDOCROQ U E R 2 ,ALVARCARRANZA3 ,ANDRES M A N S I L L A 4 , 5 6   5 8 ARSENIO J. ARECES ,CAMILOWERLINGER ,CARLOSMARTIN E Z - B A Y ON , 9 CRISTINA A.G. NASSAR7 ,ESTELAPLASTINO8 ,EVANGELINASCHWINDT9 , 10 8  11  8 10 FABRIZIO SCARABINO ,FUNGYICHOW ,FEL I X L . F I G U E R O A ,FLAV I O B E R C H E Z , 11 JASON M. HALL-SPENCER12,LUISA.SOTO13,MARCOSS.BUCKERIDGE8 , 14  15 12 MARGARETH S. COPERTINO ,MARIATEREZASZEC H Y , 13 NATALIA GHILARDI-LOPES16,PAULOHORTA17,RICARDOCOUTINHO18, ~ 14 SIMONETTA FRASCHETTI19 and ZELINDA M. A. N. LE AO 20 15 1Departamento de Oceanografia Biologica, Instituto Oceanografico, Universiade de S~ao Paulo, S~ao Paulo, Brazil, 2Departamento de 16 Estudios Ambientales, Simon Bolivar University, Sartenejas, 3Polo de Desarrollo Universitario ‘Grupo de Investigacion 17 y formacion de recursos humanos en biodiversidad’ Centro Universitario Regional Este – CURE, Universidad de la Republica 18 Oriental del Uruguay, Sede Maldonado, Uruguay, 4Laboratorio de Macroalgas Antarticas y Subantarticas, Universidad de 19 Magallanes and Instituto de Ecologıa y Biodiversidad, Punta Arenas Chile, 5Instituto de Oceanologia, Universidade de La Habana, 20 Cuba, 6Facultad de Ciencias Naturales y Oceanograficas, Departamento de Oceanografia, Universidad de Concepcion, Concepcion, 21 Chile, 7Departamento de Bot^anica, Instituto de Biologia, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brazil, 8Departamento de 22 Bot^anica, Instituto de Bioci^encias, Universidade de S~ao Paulo, S~ao Paulo, Brazil, 9Grupo de Ecologıa en Ambientes Costeros, 23 Centro Nacional Patagonico, Puerto Madryn, Argentina, 10Direccion Nacional de Recursos Acuatico and Museo Nacional de 24 Historia Natural, Montevideo, Uruguay, 11Ecology Department, Faculty of Sciences, Malaga University, Malaga, Spain, 12Marine 25 Biology and Ecology Research Centre, University of Plymouth, Plymouth, UK, 13Instituto de Ciencias del Mar y Limnologıa, 26 Universidad Nacional Autonoma de Mexico, Mexico, 14Instituto de Oceanografia Universidade Federal do Rio Grande (FURG) Rio 27 Grande, Brazil, 15Departamento de Bot^anica, Universidade Federal do Rio de Janeiro, Brazil, 16Centro de Ci^encias Naturais e 28 Humanas, Universidade Federal do ABC, 17Departamento de Bot^anica, Centro de Ci^encias Biologicas, Universidade Federal de 29 Santa Catarina, Brazil, 18Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, Arraial do Cabo, Brazil, 19Laboratory of Marine 30 Biology, Department of Biological and Environmental Science and Technologies, University of Salento, 20Departamento de 31 1 Sedimentologia, Instituto de Geoci^encias, Universidade Federal da Bahia, Brazil 32 33 Abstract 34 35 As the effects of the Global Climate Changes on the costal regions of Central and South Americas advance, there is 36 proportionally little research being made to understand such impacts. This commentary puts forward a series of 37 propositions of strategies to improve performance of Central and South American science and policy making in order 38 to cope with the future impacts of the Global Climate Changes in their coastal habitats. 39 Keywords: benthic ecology, climate impacts, habitat mapping, long-term monitoring, marine biodiversity 40 41 Received 29 August 2012 and accepted 13 February 2013 42 43 the quality and quantity of the goods and services The need for a science-policy agenda in Central and 44 provided by a wide range of marine ecosystems. South America 45 To discuss regional preparedness for global environ- 46 The Intergovernmental Panel for Climate Change mental changes, a workshop was held in Ilhabela, Brazil 47 (IPCC) reports that Global Environmental Changes (22–26 April 2012) entitled ‘Evaluating the Sensitivity of 48 (GEC) are occurring quicker than at any other time over Central and South American Benthic Communities to 49 the last 25 million years and impacting upon marine Global Environmental Changes’ that drew together 50 environments (Bellard et al., 2012). There is overwhelm- scientists from ten Latin American and three European 51 ing evidence showing that GEC are affecting both countries. Our analysis revealed critical knowledge 52 gaps that hinder policy-making and assessments for 53 Correspondence: Marcos S. Buckeridge, tel. ???, fax ???, the forthcoming IPCC Report (AR5, 2013–2014). We 54 2 e-mail: [email protected] developed key recommendations on how to foster the

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GCB 12186 Dispatch: 6.3.13 Journal: GCB CE: Sangeetha Journal Name Manuscript No. B Author Received: No. of pages: 5 PE: Eswari 2 A. TURRA et al.

1 development of a regional science-policy agenda to habitats are essential. Fundamental regional economic 2 meet urgent demand for sound scientific advice in the activities, such as fisheries, with the world’s highest 3 face of rapid changes to marine coastal ecosystems in average annual growth in the period 1970–2008 (21.1% 4 Latin America. as reported by Salas et al., 2011), and tourism, with an 5 8.6–13.9% total contribution to gross domestic product 6 (Wttc, 2012), depend on marine environmental quality. Threats to ecologically and socio-economically 7 Multiple human impacts endanger Latin America important coastal habitats in Latin America 8 coastal habitats. Changes in the composition and distri- 9 Central and South America is the home of 1/3 of the bution of sensitive habitats are already occurring 10 world’s most biodiverse countries, and is one of the most (Martins et al., 2012), with highly impacted sites in the 11 urbanized regions in the world (Unep, 2011). Besides Eastern Caribbean, and medium to highly impacted 12 regional heterogeneity, and significant variation in size zones around almost the entire continent (Halpern 13 and economic development, the 33 countries of the et al., 2008). Without timely action the situation will 14 region have relatively young democracies that face a steadily deteriorate. Bleaching and diseases in coral 15 number of common political, social-economic, environ- reefs (Fig. 2), both linked to ocean warming, are becom- 16 mental, and science-policy issues. The marine habitats ing an increasing problem (Wilkinson & Souter, 2008). 17 are of fundamental importance for the approximately Kelp forests have proven to be highly susceptible to 18 610 million coastal residents, but the need to develop temperature and current changes (Wernberg et al., 19 sustainable coastal management occurs at a time of rap- 2011) and ocean acidification not only threatens to 20 idly changing climate coupled with social upheaval such degrade the world’s largest rhodolith beds along the 21 as uncontrolled urbanization and social inequality. Brazilian coast (Amado-Filho et al., 2012) but also to 22 Latin America marine realms include a wide range of seriously reduce the ability of edible shellfish, such as 23 benthic ecosystems, many of which are unique and con- mussels and oysters, to produce shells, thereby threat- 24 stitute hotspots of biodiversity (Miloslavich et al., 2011). ening local aquaculture activities and food security. 25 These include the kelp forests on the Cape Horn Extreme events, such as cyclones, are occurring with 26 Biosphere Reserve (Fig. 1; Rozzi et al., 2012), the huge greater frequency (Emanuel, 2005), thereby impacting 27 rhodolith beds along the Tropical Southwestern Atlantic coastal habitats, with particular severity in the SE 28 coast (Berchez et al., 2009; Amado-Filho et al., 2012), the Atlantic coast. Moreover, harmful algal blooms, par- 29 large blue carbon ecosystems, formed by tropical man- tially related to temperature increase, have negative 30 groves and seagrass beds (Copertino, 2011)and the impacts on the quality of coastal areas as a whole. 31 highly biodiverse coral reefs of the Tropical Atlantic, 32 with their large number of endemic species (Leao~ et al., Gaps in scientific knowledge 33 2003). Therefore, major efforts to protect these marine 34 Concerted efforts to understand the effects of GEC on 35 Latin America coastal habitats lag behind other regions 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49

50 Colour online, B&W in print Fig. 1 A kelp forest in the Cape Horn Biosphere Reserve, Chile. Colour online, B&W in print 51 This habitat is extremely important as a CO sink and for fisher- 52 2 ies. Centolla crab Lithodes santolla growing on Macrocystis pyrif- Fig. 2 A coral bleaching event. Bleaching events in the Carib- 53 era at the Capitan Aracena Island, Magallanes (Photo: Mathias bean Sea are becoming more frequent and severe (Photo: Aldo 54 Hune).€ Croquer).

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1 worldwide, leaving society ill-prepared to cope with international networks is required using rigorous stan- 2 future changes. The paucity of time-series data in the dardized protocols. The Monitoring Network for 3 southern hemisphere is especially acute in developing Coastal Benthic Habitats (ReBentos), to date one of the 4 countries (Rosenzweig et al., 2008). Less than 5% of the main extensive networks implemented in Latin Amer- 5 participants in the Second International Symposium on ica for monitoring marine habitats, groups together 6 the Effects of Climate Change on the World’s Oceans around 100 researchers starting to apply standardized 7 (Korea, May 2012) were from C&SA, exemplifying the protocols to both soft and hard substrata, viz., rocky 8 low priority afforded to the issue in the regional scien- shores, coral reefs, rhodolith beds, mangroves, salt 9 tific agenda. In short, baseline, monitoring and detailed marshes, estuaries, and sandy beaches, at stations 10 forecast studies are insufficient for a specific under- distributed all along the Brazilian Coast. The South 11 standing of detrimental GEC effects in the region. This American Research Group for Coastal Ecosystems 12 has arisen due to a lack of scientific incentives and a (SARCE), comprising 108 sampling localities, is another 13 dearth of efforts at the science-policy interface across example. Efforts should be made to spread these tried 14 the entire Latin America region. and tested schemes to other countries in the region, 15 through combining procedures and efforts with local 16 projects already under way, and building an open Baselines 17 access data-base to provide information for local, regio- 18 Integrated baseline studies are required to assess sea- nal, and global habitat health evaluation and forecasts, 19 bed-habitat distribution and quality, as well as human this including the Regular Process of the United Nations 20 threats and risks associated with local and regional for Global Reporting and Assessment of the State of the 21 climate change scenarios. National support, within a Marine Environment. Initial efforts should be centered 22 multinational strategy, will be essential for systematic on locations already undergoing immediate damaging 23 habitat mapping that should include geomorphological pressures, such as the Caribbean Coral Reefs, the SE 24 and ecological features at different spatial scales, using Atlantic rocky shores, or the southernmost kelp forests. 25 standardized approaches, to facilitate spatial and 26 temporal comparisons, as well as the organization and Forecasts 27 dissemination of information. This will allow identifica- 28 tion of biodiversity hot-spots, habitats of high value in The absence of baseline studies seriously compromises 29 terms of ecosystem services, and areas most vulnerable reliable forecasting in Latin America. There is an urgent 30 and less resilient to local anthropogenic impacts and need to refining regional and local scenarios of threats 31 GEC. It is imperative to take into account the potential related to GEC, to assess the uncertainties, risks, and 32 synergies deriving from the interaction of multistres- thresholds at organism and ecosystem levels. Not only 33 sors, as the effects of GEC will differ according to the the identification and quantification of carbon sinks 34 different combinations of threats. This information and cycling processes but also experimental and model- 35 would also be important as a base for marine spatial ing approaches, are key challenges to forecasting future 36 planning strategies. For this issue, efforts should be tar- changes. 37 geted to the less studied ecosystems and regions, such 38 as the Cape Horn Biosphere Reserve and the Brazilian A scientific-support policy 39 rhodolith beds. 40 The challenges are so great that collaborative efforts 41 among institutions at national and international levels Monitoring 42 are essential. Most of the present initiatives in Latin 43 A strategic array of physical and biological monitoring America are national, for example, Brazilian Network 44 stations is an urgent requirement in C&SA, to fill criti- for Blobal Climate Changes (Rede CLIMA), or bilateral, 45 cal knowledge-gaps, and provide an early warning sys- for example, the CNPq–CONICET Brazil & Argentina 46 tem of GEC on coastal communities. The systematic funding support. Efforts should be centered on net- 47 application of monitoring protocols to each habitat, working the knowledge-base across disciplines and 48 scale, and level of organization, as well as to the various among all Latin American countries. Besides strength- 49 oceanographic conditions, is essential for documenting ening the support of national science funding agencies 50 habitat degradation, carbon sinks, the reduction of to studies focused on GEC, multilateral international 51 primary and secondary production, and habitat agreements are also required. The incentive of capacity- 52 destruction, fragmentation or loss, as well as biological building efforts at undergraduate and graduate levels, 53 invasion, and regime shifts. Thus, support for long- and of habitat mapping and the evaluation of GEC 54 term time-series data collection through national and effects, is mandatory, as is stimulation of the formation

© 2013 Blackwell Publishing Ltd, Global Change Biology, doi: 10.1111/gcb.12186 4 A. TURRA et al.

1 and recruitment of interdisciplinary capacities in mar- be based on the best available evidence, and scientific 2 ine and human sciences, and technology, at a continen- studies widened to include the most policy-relevant 3 tal level. There is also a need to stimulate a better and questions. The UN Regular Process, IPCC, IPBES (Inter- 4 wider communication of GEC to society as a whole, governmental Science-Policy Platform on Biodiversity 5 through innovative educational approaches and efficient and Ecosystem Services), and the Future Earth initia- 6 scientific-outreach efforts, with focus on the Latin tives should be considered as opportunities for the 7 American marine environments, which, by leading to international integration of this agenda. Finally, once 8 greater public involvement, could thus increase politi- both IPBES and IPCC undertake the regular and timely 9 cal interest. assessment of knowledge, thereby identifying and giv- 10 ing precedence to the key scientific information needed 11 for policymakers, priority on issues regarding climate Political and governance issues 12 change in the IPBES agenda, and those on marine habi- 13 Urgency requires the immediate establishment of a tats, biodiversity, and ecosystem services in the IPCC, 14 collaborative framework, to so induce a systematic and becomes mandatory. 15 integrated spatial planning process for the sustainable 16 use of marine biodiversity and other resources in 17 C&SA. This would include joint efforts to identify and Operational agenda for the near future 18 give precedence to the most pressing issues related to As it is impossible to address all the issues simulta- 19 GEC and coastal habitats. There is the need for a more neously, multicriteria analysis becomes necessary. This 20 pro-active engagement of Latin American governments would include the survey and analysis of existing data, 21 and sector-ministries, as well as the recruitment of to thus facilitate the identification of priorities for 22 socio-economic stakeholders, in a co-management urgent action. Our main recommendations include 23 effort regarding GEC and sustainable development, sensitivity analysis on an eco-regional scale, thence 24 with a more evident focus on the sea. The delimitation addressing vulnerability to GEC on a habitat basis. This 25 of marine protected areas to reach the 10% goals estab- would include ecological (e.g., geographical distribu- 26 – lished during the COP-10 Convention of Biological tion and associated biodiversity) and socio-economic 27 Diversity - is a priority. Even in Brazil, the most pro- (e.g., the economic evaluation of ecosystem goods and 28 tected country of the region (Halpern et al., 2012), only services) aspects. Local forecasting, based on the down- 29 1.5% of the exclusive economic zone is protected and scaling of available GEC scenarios, geographical distri- 30 nearly 9% of priority areas for marine conservation bution, conservation status, and the likely response of 31 have already been ceded to oil companies for offshore different habitats in different eco-regions, as well as the 32 exploitation (Scarano et al., 2012). The establishment of evaluation of potential ecological and socio-economic 33 national councils, such as the Brazilian Inter-ministry impacts should be a first step. Once having established 34 Commission for Marine Resources, or processes, such the geographical scope of priority issues, both scientists 35 as the National Science, Technology and Innovation and policy-makers should work together, by searching 36 Conferences in Brazil, could be considered as models to for the most effective governance setting to design and 37 be followed. Initiatives should emerge as political implement adaptation and/or mitigation schedules, 38 efforts, under the responsibility of those countries either at international, national, or local levels. 39 already undertaking successful experiences, or those in 40 better economic conditions, such as Argentina, Brazil, 41 Chile, and Mexico. International articulation efforts Acknowledgements 42 should be reinforced by establishing formal mandates 43 Supported by FAPESP (2011/22074-0) and ReBentos (CNPq/ and securing resources for leadership institutions and FAPESP). English revision by Ramon Arthur Clark. Authors 44 initiatives, such as the Intergovernmental Oceanographic thank the comments on the manuscript made by the colleague 45 Commission at UNESCO, to consolidate South-to-North, Fabio Scarano (The Nature Conservancy). 46 and significantly increase South-to-South collaboration, 47 thereby also benefiting other areas, such as Africa, India, References 48 and Southeast Asia. 49 Amado-Filho GM, Moura RL, Bastos AC et al. (2012) Rhodolith beds are major 50 CaCO3 bio-factories in the tropical South West Atlantic. PLoS ONE, 7, e35171. Science and policy-making under an integrated Bellard C, Bertelsmeier C, Leadley P, Thuiller W, Courchamp F (2012) Effects of 51 climate change on the future of biodiversity. Ecology Letters, 15, 365–377. 52 perspective Berchez FAS, Tiago CG, Rosso S, Dias G, Oliveira EC (2009) Structure of a coralline 53 algal bed on southeastern Brazil. Brazilian Journal of Ecology, 13, 49–57. Nations should improve communication between policy Copertino MS (2011) Add coastal vegetation to the climate critical list. Nature, 473, 54 makers and scientists, to the point that new policies can 255.

© 2013 Blackwell Publishing Ltd, Global Change Biology, doi: 10.1111/gcb.12186 GLOBAL CHANGES AND LATIN AMERICAN COASTAL HABITATS 5

1 Emanuel K (2005) Increasing destructiveness of tropical cyclones over the past 30 Rozzi R, Armesto JJ, Gutierrez JR et al. (2012) Integrating ecology and environmental 2 years. Nature, 436, 686–688. ethics: Earth stewardship in the southern end of the Americas. BioScience, 62, Halpern BS, Walbridge S, Selkoe KA et al. (2008) Global map of human impact on 226–236. 3 marine ecosystems. Science, 319, 948–952. Salas S, Chuenpagdee R, Charles A, Seijo JC (eds) (2011) Coastal Fisheries of Latin 4 Halpern BS, Longo C, Hardy D et al. (2012) An index to assess the health and benefits America and the Caribbean, ???, Rome. 3 5 of the global ocean. Nature, 488, 615–620. Scarano F, Guimaraes~ A, Silva JMD (2012) Rio+20: Lead by example. Nature, 486, Leao~ ZMAN, Kikuchi RKP, Testa V (2003) Corals and coral reefs of Brazil. Latin 25–26. 6 American Coral Reefs, 13,9–52. Unep (ed.) (2011) Annual Report 2010: A Year in Review. United Nations Environment 7 Martins CDL, Arantes N, Faveri C et al. (2012) The impact of coastal urbanization on Programme, Nairobi. 8 the structure of phytobenthic communities in southern Brazil. Marine Pollution Wernberg T, Russell BD, Moore PJ et al. (2011) Impacts of climate change in a global Bulletin, 64, 772–778. hotspot for temperate marine biodiversity and ocean warming. Journal of Experi- 9 Miloslavich P, Klein E, Dıaz JM et al. (2011) Marine biodiversity in the Atlantic mental Marine Biology and Ecology, 400,7–16. 10 and Pacific Coasts of South America: knowledge and gaps. PLoS ONE, 6, Wilkinson C, Souter D (eds.) (2008) Status of Caribbean Coral Reefs After Bleaching and 11 e14631. Hurricanes in 2005. GCRMN, Townsville. Rosenzweig C, Karoly D, Vicarelli M et al. (2008) Attributing physical and biological Wttc (ed.) (2012) Travel & Tourism Economic Impact 2012–Caribbean, World Travel & 12 impacts to anthropogenic climate change. Nature, 453, 353–357. Tourism Council, London. 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 42 43 44 45 46 47 48 49 50 51 52 53 54

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ANEXO 4

1

PROTOCOLO DE COLETA E MONITORAMENTO DE TALITRIDAE NAS PRAIAS AO LONGO DO LITORAL BRASILEIRO.

INTRODUÇÃO

A família Talitridae é um dos poucos grupos de anfípodas que colonizam o ambiente terrestre (Serejo, 2004) estando presente em diversos ecossistemas costeiros como manguezais, estuário, praias, além de ambientes de água doce e terrestres (Boustfied, 1982, 1984). A família possui elevada plasticidade ecológica e apresenta comportamento, hábitos alimentares e ciclo de vida muito distinto entre seus integrantes (Mardsen, 1991). Nos ecossistemas de praias arenosas, a relevância ecológica dos Talitridae, está relacionada à colonização e consumo do material arribado fresco, desempenhando assim, um importante papel na ciclagem da matéria e energia no ecossistema de praia (Colombini et al., 2000; Dugan et al., 2003; Lastra et al., 2008). Esses podem ocorrer num largo espectro morfodinâmico, incluindo praias protegidas e expostas, do tipo dissipativa a refletiva. Algumas características biológicas tornam os talitrideos interessantes para o monitoramento de mudanças ambientais tanto de origem humana quanto natural. As espécies não toleram muito tempo de imersão e também são sensíveis a dessecação (Moore & Francis, 1985; Fallaci, et al., 1999). Esses anfípodas tem sido apontados como indicadores de impactos, devido à sensibilidade de varias espécies às atividades de recreação, turismo e urbanização da orla e, em muitas localidades chega a desaparecer da área impactada (Weslawski et al., 2000; Ugolini et al., 2004; Nardi et al., 2003; Fanini et al., 2005, Veloso et al., 2008, Veloso et al., 2009) No Brasil, os estudos ecológicos sobre a familia Talitridae ainda são escassos, sendo a espécie mais conhecida Atlantorchestoidea brasiliensis (Cardoso & Veloso, 1996; 2001; Cardoso, 2002; Defeo & Gomez, 2005, Veloso et al., 2009). Esta espécie é abundante e frequente em praias expostas refletivas e intermediárias com ocorrência registrada no Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina (Serejo, 2004) até o Uruguai. Nestes tipos morfodinâmicos de praias costuma ocorrer baixa quantidade de detritos vegetais na linha de deixa, geralmente são encontrados apenas fragmentos de algas. A maior parte do material detrítico é composta de restos de animais mortos tanto de origem marinha (Emerita brasiliensis, Donax hanleyanus), como terrestre (insetos) (Fig. 1). Outra espécie, Talorchestia tucurauna tem sido recentemente estudada (Capper, 2011; Aluizio, 2007) e sua distribuição e abundância foi associada aos aglomerados de algas arribadas na praia (Fig. 2). A distribuição desta espécie se estende desde o litoral do estado de Santa Catarina até o Rio Grande do Norte, incluindo o Atol das Rocas (Serejo, 2004).

2

Figura 1: A- Marcas da presença de Atlantorchestoidea brasiliensis. B- A.brasiliensis sobre detritos de animais mortos. As características morfodinâmicas das praias onde foram realizados estudos de distribuição e ciclo de vida desta espécie são do tipo dissipativa, de declive suave e granulometria fina com elevado aporte de algas arribadas. Talorchestia tucurauna apresenta um comportamento semelhante às demais espécies presentes em regiões temperadas e subtropicais como Talitrus saltador, Talorchestia quoyana, Orchestoidea tuberculata (Mardsen, 1991; Scapini et al., 1992; Duarte et al., 2010) que utilizam as algas arribadas como abrigo e alimento. Geralmente, as espécies associadas ao detrito vegetal estão localizadas na região superior do médio litoral e no supralitoral, formando densas agregações embaixo das manchas de algas. Contudo, a maioria das espécies migra verticalmente ao longo da praia a procura de alimento (Fallaci et al., 1999, Dugan et al., 2003) e dependendo das condições climáticas podem se deslocar para a região de dunas.

Figura 2: Talorchestia tucurauna sob detrito vegetal arribado.

Platorchestia monodi, outra espécie comum em praias protegidas de baías e estuários, também é encontrada embaixo de detritos vegetais. O hábito desta espécie parece ser mais terrestre, uma vez que sua distribuição está relacionada às plantas de restinga, mangue e folhas de amendoeiras (Fig. 3). Todavia ainda a pouca informação sobre a biologia e ecologia desta espécie. 3

Figura 3: Material arribado de origem terrestre.

Padronizar uma metodologia amostral não é uma tarefa fácil quando as espécies apresentam comportamentos tão distintos. A carência de informação, sobre a família, nas praias das regiões norte e nordeste dificulta o planejamento amostral. Nestas regiões é muito provável que haja espécies ainda não descritas. Assim, torna-se prioritário, amostragens prévias para identificação e estudo da distribuição da espécie antes de se adotar uma metodologia para monitoramento de longa duração, que vise estudar variações da densidade populacional em conseqüências de mudanças climáticas.

OBJETIVO

Estabelecer um protocolo padrão de amostragem para as populações de anfípodes Talitridae para monitoramento de longa duração, bem como definir as principais variáveis ambientais a serem mensuradas, de forma a avaliar possíveis alterações decorrentes dos efeitos das mudanças climáticas.

METODOLOGIA

A praia sempre que possível, deve estar localizada em áreas sob o menor impacto antrópico, como a presença de calçadões, iluminação noturna e limpeza mecânica, evitando também, áreas de aglomerações de banhistas, ser do tipo dissipativa a intermediária, tendendo a dissipativa, segundo as classificações propostas por Whright & Short (1984) para praias de micro- e mesomarés, e Masselink & Short (1993) para praias de macromarés. Em cada praia será estabelecido um marco fixo, georreferenciado, que servirá como referência para os levantamentos do perfil praial e para o monitoramento da posição da linha de maré alta de sizígia no período de cada amostragem. Para a medição do perfil praial recomenda-se o método de baliza proposto por Emeri (1961). Além do perfil, também, deverá ser medida a distância entre a linha da maré alta e o marco fixo. A coleta do macrobentos ocorrerá

4 semestralmente, no final do verão (março) e final do inverno (setembro) durante as marés de sizígia, evitando-se condições climáticas adversas (chuvas intensas, ressacas do mar, ventos fortes). A espécie a ser monitorada está relacionada ao tipo morfodinâmico e a qualidade e quantidade do material arribado. No caso da praia ser a mesma selecionada para o monitoramento de toda a macrofauna, a metodologia de transectos perpendiculares a linha d'água poderá ser a mesma. Contudo é de extrema relevância que as amostras também sejam retiradas na linha de detrito, incluído os agregados de algas. Como sugerido para a comunidade da macroinfauna, serão estabelecidos seis transectos perpendiculares a linha d'água com espaçamentos de 3 metros entre si (Fig. 4A). Cada unidade amostral deverá ser coletada em intervalos fixos de 4m em direção ao mar até a linha de maré mais baixa. As amostras devem ser obtidas com um amostrador cilíndrico de 15 cm de diâmetro e altura de 30 cm. O amostrador deverá ser enterrado a 10 cm de profundidade no sedimento. Se o amostrador for aberto na parte superior, este deve ser fechado com tela ou saco plástico de forma a evitar a fuga dos organismos. A retirada do amostrador deve ser realizada com cautela, posicionando um saco plástico contendo etiqueta para identificação da amostra na extremidade inferior. Não existe a necessidade de fixação imediata das amostras em campo, estas poderão ser fixadas em laboratório com álcool 70%. Após fixação, recomenda-se a utilização de peneiras com malha de 0,5 mm para a lavagem das amostras no laboratório e retirada dos indivíduos, seguida de nova fixação em álcool 70%. Esta estratégia amostral é adequada também para espécies de praias refletivas com pouco detrito, como Atlantorchestoidea brasiliensis. Espécies muito associadas aos agregados de algas e que dificilmente são encontradas perto da zona de varrido podem ser amostradas utilizando a metodologia dos transectos, porém com um número menor de níveis. Caso seja verificada em campo a ausência de exemplares em dois níveis consecutivos do transecto, a amostragem poderá ser interrompida, diminuindo assim o esforço de coleta no campo (Fig. 4B). A verificação pode ser realizada com a lavagem das amostras in situ. Em caso de dúvida os níveis devem ser amostrados até a linha d água.

Figura 4: A- Esquema de amostragem em transectos. B- Esquema de amostragem nas linhas de detrito.

5

Outro delineamento amostral seria a distribuição aleatória das amostras nas manchas, porém alguns problemas estão relacionados a esse tipo de amostragem. Apesar de se obter um número elevado de exemplares e de minimizar tempo e esforço no campo, a deposição e distribuição destas manchas variam consideravelmente ao longo do ano podendo desaparecer em determinados períodos. A mudança de estratégia amostral em conseqüência da ausência dos depósitos de algas pode tornar os dados incomparáveis. Outro problema é a alta variação entre as réplicas, uma vez que o número de indivíduos nos agregados depende do tamanho das manchas. A possível migração dos indivíduos em determinadas épocas do ano ou a presença de mais de uma espécie com comportamentos distintos numa mesma praia pode subestimar uma das populações (Fallaci et al., 1999). Amostragem nos depósitos de algas é mais utilizada em trabalhos de crescimento e reprodução das espécies. Amostragem em transectos em toda a região do médio e supralitoral é mais adequada principalmente quando não se conhece o comportamento da espécie alvo do monitoramento. Este método permite também utilizar a estimativa de abundância em metro linear, facilitando a comparação entre diferentes tipos de praias. Dados da composição e biomassa do detrito vegetal também poderão ser obtidos, uma vez que esses fatores influenciam as populações dos talitrídeos. Após a separação e identificação do detrito, a biomassa pode ser obtida através do peso seco a 60°C em estufa por 24 horas e pesados em balança com precisão de 0,001 g.

Para cada campanha amostral também deverão ser obtidas as seguintes variáveis (conforme ANEXO I):

• Largura da praia desde as dunas até o limite inferior de recuo máximo das ondas; • Declividade da praia; • Largura da zona entremarés; • Distância das linhas de detrito em relação às dunas e à linha d’água; • Largura e comprimento (cobertura) dos agregados; • Temperatura do ar, com o uso de termômetro comum; • Temperatura do sedimento fora e embaixo das manchas de detrito (seria interessante obter estes valores pela manha e no horário mais quente entre 12 e 14 horas); • Estimativa da altura e período das ondas; • Largura e período de espraiamento; • Temperatura (Termômetro) e salinidade (Refratômetro) da água no infralitoral; • Teor de água do sedimento por diferença de peso após 48h numa estufa a 60°C (*); • Diâmetro médio, grau de seleção, assimetria e curtose do sedimento, determinados conforme Suguio (1973) e expressos em "phi"(*);

6

• Teor de matéria orgânica (MO) do sedimento por diferença de peso entre a amostra seca e depois de incinerada em mufla por 2hs a 550°C(*).

(*) Parâmetros a serem medidos em um único transecto, sendo uma amostra por nível (4 em 4m) coletada com o auxílio de um amostrador de 5cm de diâmetro (2”) e 20 cm de profundidade. A amostra deverá ser congelada imediatamente após a coleta para preservação da água intersticial e do teor de matéria orgânica.

7

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALUÍZIO, R. 2007. Análise comparativa da fauna associada às linhas de detritos em duas praias estuarinas da Ilha do Mel (Paraná-Brasil). Dissertação de Mestrado, Universidade Federal do Paraná, 59p. BOUSFIELD, E.L. 1982. The amphipod superfamily Talitroidea in the northeastern Pacific region: 3. Family Talitridae. Systematics and distributional ecology. Publications in Biological Oceanography, 11:1-73. BOUSFIELD, E.L. 1984. Recent advances in the systematics and biogeography of landhoopers (Amphipoda: Talitridae) of the Indo-Pacific region. In: F.J. Radovsky, P.H. Raven & S.H. Sohmer (eds.). Biogeography of the tropical Pacific. Bishop Museum Special Publication, 72: 171-210. CAPPER, L.A. 2011. Dinâmica Populacional de Talorchestia tucurauna (Muller, 1864)(Amphipoda: Talitridae) na praia Rasa-Município de Armação dos Búzios, RJ. Dissertação de Mestrado, Universidade Santa Úrsula, 76p. CARDOSO, R.S. 2002. Behavioural strategies and surface activity of the sandhopper Pseudorchestoidea brasiliensis (Amphipoda: Talitridae) on a Brazilian beach. Marine Biology, 141: 167-173. CARDOSO, R.S. & VELOSO, V.G. 1996. Population biology and secondary production of sandhopper Pseudorchestoidea brasiliensis (Amphipoda: Talitridae) at Prainha Beach, Brazil. Marine Ecology Progress Series, 142: 111-119. CARDOSO, R.S. & VELOSO, V.G. 2001. Embryonic development and reproductive strategy of Pseudorchestoidea brasiliensis (Amphipoda: Talitridae) at Prainha Beach, Brazil. Journal of Natural History, 35: 201-211. COLOMBINI, I.; ALOIA, A.; FALLACI, M.; PEZZOLI, G. & CHELAZZI, L. 2000. Temporal and spatial use of stranded wrack by the macrofauna of a tropical sandy beach. Marine Biology, 136: 531–541. DEFEO, O. & GÓMEZ, J., 2005. Morphodynamics and habitat safety in a sandy beaches: life-history adaptations in a supralittoral amphipod. Marine Ecology Progress Series, 293: 143-153. DUARTE, C.; NAVARRO, J.M.; ACUÑA, K. & GÓMEZ, I. 2010. Feeding preferences of the sandhopper Orchestoidea tuberculata: the importance of algal traits. Hydrobiologia, 651:291–30. DUGAN, J.E.; HUBBARD, D.M.; MCCRARY, M.D. & PIERSON, M.O. 2003. The response of macrofauna communities and shorebirds to macrophyte wrack subsidies on exposed sandy beaches of southern California. Estuarine Coastal and Shelf Science, 58S: 25-40. FALLACI, M.; ALOIA, A.; AUDOGLIO, M.; COLOMBINI, I.; SCAPINI, F. & CHELLAZI, L. 1999. Differences in behavioral strategies between two sympatric talitrids (Amphipoda) inhabiting an exposed sandy beach of the French Atlantic coast. Estuarine, Coastal and Shelf Science, 48: 469– 482.

8

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9

ANEXO I

PROTOCOLO DE COLETA E MONITORAMENTO DAS POPULAÇÕES DE TALITRIDAE NAS PRAIAS AO LONGO DO LITORAL BRASILEIRO

Praia: ______

Latitude:______°______'______"S; Longitude: ______°______'______"W

Data da coleta: ______Hora inicial: ______Hora final:______

Obs. climáticas: ______

Larg. da praia (m):______Declividade (cm):______

Larg. entremarés (m):______Distância detritos (m): Dunas: ______Linha d’água: ______Agregados de algas: Larg. (m): ______Compr. (m):______

Temperatura do ar (oC):: manhã: ______12h: ______

Temperatura do sedimento (fora mancha detritos): manhã: ______12h: ______

Temperatura do sedimento (embaixo mancha detritos) manhã: ______12h: ______

Ondas: Altura (m): ______Período (s): ______

Espraiamento: Largura (m): ______Periodo (s): ______

Salinidade da água: ______Temperatura da água (oC): ______

10

DENSIDADES DE ORGANISMOS POR NÍVEL EM CADA TRANSECTO (T1-T5)

Espécie______Espécie______Espécie______Nível T1 T2 T3 T4 T5 T1 T2 T3 T4 T5 T1 T2 T3 T4 T5 1

2

3

CARACTERÍSTICAS SEDIMENTOLÓGICAS DE CADA NÍVEL AMOSTRAL

Tamanho médio do Grau de seleção Nível Teor de água (%) Teor de CaCO (%) Teor de M.O. (%) 3 grão ("phi") ("phi") 1 2 3

11

ANEXO 5

1

PROTOCOLO DE COLETA E MONITORAMENTO DAS POPULAÇÕES DE Bledius spp. NAS PRAIAS ARENOSAS AO LONGO DO LITORAL BRASILEIRO.

INTRODUÇÃO

Os coleópteros do gênero Bledius Leach, 1819 habitam sedimentos arenosos não vegetados, ensolarados e úmidos, adjacentes a rios, lagos e praias, onde se alimentam de diatomáceas e outras microalgas (Herman, 1986). Esses organismos representam um conspícuo componente das zonas superiores das praias arenosas no mundo inteiro (McLachlan & Brown, 2006), sendo sua presença facilmente detectada pelos rastros superficiais de suas galerias (Herman, 1986; Gandara-Martins et al., 2010)( Fig. 1). Ao longo da costa brasileira são citadas a ocorrência de três espécies (B. bonariensis, B. fernandezi e B. hermani) para ambientes de praias arenosas (Caron & Ribeiro-Costa, 2007; Gandara-Martins et al., 2010) e estudos recentes realizados com o grupo sugerem seu potencial como bioindicador de perturbações antrópicas resultantes da urbanização e/ou do uso recreativo dos ambientes de praias arenosas (Gandara-Martins et al., 2010; Irmler, 2012; Vieira et al., 2012). Devido a ampla distribuição ao longo da costa, a facilidade de detecção e de coleta bem como sua potencialidade como bioindicador, esses coleópteros foram eleitos como um dos grupos- chave para o monitoramento de impactos decorrentes das alterações climáticas sobre os ambientes de praias arenosas do litoral brasileiro.

Figura 1: Rastros feitos pelos coleópteros do gênero Bledius na superfície do sedimento da praia.

OBJETIVO

Estabelecer um protocolo padrão de amostragem para as populações de Bledius spp. bem como definir as principais variáveis ambientais a serem mensuradas de forma a avaliar possíveis alterações decorrentes dos efeitos de mudanças climáticas.

2

METODOLOGIA

Em cada local deverão ser monitoradas ao menos uma praia, e sempre que possível essa deve estar localizada em áreas sob o menor impacto antrópico possível devendo ser do tipo dissipativa a intermediária, tendendo a dissipativa, segundo as classificações propostas por Whright & Short (1984) para praias de micro- e mesomarés, e Masselink & Short (1993) para praias de macromarés. Em cada praia será estabelecido um marco fixo, georreferenciado, que servirá como referência para os levantamentos do perfil praial e para o monitoramento da posição da linha de maré alta de sizígia no período de cada amostragem. Para a medição do perfil praial será utilizado o método de baliza proposto por Emeri (1961). Além do perfil, também, deverá ser medida a distância entre a linha da maré alta e o marco fixo. A coleta do macrobentos ocorrerá semestralmente, no final do verão (março) e final do inverno (setembro) durante as marés de sizígia equinociais, evitando-se condições climáticas adversas (chuvas intensas, ressacas do mar, ventos fortes).

Durante cada amostragem, serão estabelecidos cinco transversais perpendiculares a linha d'água e com espaçamentos de 1 a 3m entre si e, em cada transversal, serão tomadas amostras em pelo menos três níveis (limite superior, meio e limite inferior) da faixa de distribuição dos coleópteros (Fig. 2). Dependendo da largura da faixa de distribuição dos organismos, uma quantidade maior de níveis deve ser amostrada obedecendo a uma distância máxima de 2m entre eles.

Figura 2: Diagrama esquemático do desenho amostral a ser empregado no monitoramento das populações de Bledius spp. nas diferentes praias arenosas ao longo do litoral brasileiro. 3

As amostras biológicas serão obtidas com um amostrador cilíndrico (15 cm de diâmetro) enterrado a 5 cm de profundidade no sedimento. Não existe a necessidade de fixação imediata das amostras em campo e, de forma a agilizar os procedimentos de coleta, as mesmas poderão ser fixadas em laboratório e através de álcool 50%. Em cada nível amostral de uma única transversal também deverá ser coletada uma amostra de sedimento com um amostrador cilíndrico de 5 cm de diâmetro e enterrado a 10 cm de profundidade para posterior caracterização ambiental (Fig. 2). Em laboratório, após a fixação das amostras biológicas, as mesmas deverão ser peneiradas através de uma malha de 0,5 mm de abertura, sendo os organismos retidos novamente fixados e preservados em álcool 70%. Posteriormente, serão transferidos para placas de Petri, identificados de acordo com Caron & Ribeiro-Costa (2007) e quantificados com o auxílio de um microscópio estereoscópico. De forma a facilitar as comparações entre as diferentes praias, os dados de densidade dos organismos serão transformados em abundância por metro linear (ind./m¹), multiplicando-se a densidade média "q" (expressa em ind./m²) em cada nível amostral "i" de todas as amostras "m" pertencentes a transversal "r" (qm) pela largura correspondente da área amostrada "w" (= largura da faixa de distribuição dos organismos), conforme equação abaixo proposta por Brazeiro & Defeo (1996).

 �� �������� ������ =  � �

Para cada campanha amostral também deverão ser obtidas as seguintes variáveis (conforme ANEXO I): • Distância da última preamar, da zona de distribuição dos organismos (limites superior e inferior) e da linha d'água em relação ao marco fixo; • Declividade da praia; • Largura da zona entremarés; • Temperatura do ar e do sedimento no início e término das amostragens, com o uso de termômetro; • Temperatura (Termômetro) e salinidade (Refratômetro) da água no infralitoral; • Estimativa da altura e período das ondas; • Largura e período de espraiamento; • Profundidade da água intersticial em cada ponto de amostragem em somente um transecto, mediante escavação;

• Teor de carbonato de cálcio (CaCO3) do sedimento por diferença de peso, após dissolução em ácido clorídrico (HCl) 10% em cada ponto de amostragem em somente um transecto(*); 4

• Teor de matéria orgânica (MO) do sedimento por diferença de peso entre a amostra seca e depois de incinerada em mufla por 2hs a 550°C em cada ponto de amostragem em somente um transecto(*); • Diâmetro médio, grau de seleção, assimetria e curtose do sedimento, determinados conforme Suguio (1973) e expressos em "phi" em cada ponto de amostragem em somente um transecto(*); • Teor de água no sedimento por diferença de peso após 48h numa estufa a 60°C em cada ponto de amostragem em somente um transecto(*);

(*) Parâmetros a serem medidos em um único transecto, sendo uma amostra por nível, coletada com o auxílio de um amostrador de 5cm de diâmetro (2”) e 20 cm de profundidade. A amostra deverá ser congelada imediatamente após a coleta para a preservação da água intersticial e do teor de matéria orgânica.

Os dados abióticos deverão ser armazenados em planilha Excell, como apresentado no exemplo abaixo (Tabela 1).

Tabela 1. Planilha para armazenamento dos dados abióticos.

Praia: Georreferenciamento do marco fixo Sedimento (1 amostra/nível - 5 cm diam. X 20 cm prof.)

DATA NÍVEL DISTÂNCIA DESNÍVEL TEOR H2O(%) DMG(ϕ) CS(ϕ) ASSIMETRIA CURTOSE CACO3% MO% Salinidade Verão/2013 1 Emery p.umido-p.seco Folk & Ward HCl Calcinação água intersticial Verão/2013 2 ≠ 1 para 2 Teodolito Verão/2013 3 ≠ 2 para 3 Verão/2013 4 ≠ 3 para 4 Verão/2013 5 ≠ 4 para 5 Verão/2013 6 ≠ 5 para 6 Verão/2013 7 ≠ 6 para 7 Verão/2013 8 ≠ 7 para 8 Verão/2013 9 ≠ 8 para 9 Verão/2013 10 ≠ 9 para 10 Inverno/2013 1

Dados climáticos e oceanográficos: www.inmet.gov.br e www.waves.terra.com.br Temperatura água no infralitoral (inicial e final)

Os dados sobre a densidade de Bledius spp., bem como os abióticos, alimentarão o Banco de Dados da ReBentos, que disponibilizará todas as informações colhidas pela Rede como um todo

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRAZEIRO, A. & DEFEO, O. 1996. Macroinfauna zonation in microtidal sandy beaches: is it possible to identify patterns in such variable environments? Estuarine, Coastal and Shelf Science, 42: 523- 536.

CARON, E. & RIBEIRO-COSTA, C.S. 2007. Bledius Leach from southern Brazil (Coleoptera, Staphylinidae, Oxytelinae). Revista Brasileira de Entomologia 51(4): 452-457.

5

GANDARA-MARTINS, A.L.; BORZONE, C.A.; ROSA, L.C. & CARON, E. 2010. Ocorrência de três espécies do gênero Bledius Leach, 1819 (Coleoptera, Staphylinidae, Oxytelinae) nas praias arenosas expostas do Paraná, Brasil. Brazilian Journal of Aquatic Science and Technology, 14(2): 23-30.

HERMAN, L.H. 1986. Revision of Bledius. Part IV. Classification of species groups, phylogeny, natural history, and catalogue (Coleoptera, Staphylinidae, Oxytelinae). Bulletin of the American Museum of Natural History, 184: 1-368.

IRMLER, U. 2012. Effects of habitat and human activities on species richness and assemblages of Staphylinidae (Coleoptera) in the Baltic Sea coast. Psyche. doi:10.1155/2012/879715

MCLACHLAN, A. & BROWN, A. 2006. The ecology of sandy shores. 2 ed. New York: Academic Press. 373p.

SUGUIO, K. 1973. Introdução à sedimentologia. São Paulo: EDUSP. 317p.

VIEIRA, J.V., BORZONE, C.A, LORENZI, L. & GRECCO, F.C. 2012. Human impact on the benthic macrofauna of two beach environments with different morphodynamic characteristics in southern Brazil. Brazilian Journal of Oceanography, 60(2): 137-150.

6

ANEXO I

PROTOCOLO DE COLETA E MONITORAMENTO DAS POPULAÇÕES DE Bledius sp. NAS PRAIAS AO LONGO DO LITORAL

Praia: ______

Latitude:______°______'______"S; Longitude: ______°______'______"W

Data da coleta: ______Hora inicial: ______Hora final:______

Obs. climáticas: ______

Larg. da praia (m):______Declividade (cm):______

Larg. entremarés (m):______Distância entre os níveis: ______

Temperatura do ar (oC):: início: ______fim: ______

Temperatura do sedimento (oC): início: ______fim: ______

Ondas: Altura (m): ______Período (s): ______

Espraiamento: Largura (m): ______Periodo (s): ______

Salinidade da água: ______Temperatura da água (oC): ______

Profundidade água intersticial (cm): N1:______; N2:______; N3:______; N4:______; N5:______

Distâncias em relação ao marco fixo:

- da marca da preamar anterior: ______- da linha d'água: ______

Largura da faixa de Bledius sp.: ______

- da faixa de Bledius sp. limite superior: ______limite inferior: ______

7

DENSIDADES DE ORGANISMOS POR NÍVEL EM CADA TRANSVERSAL (T1-T5)

Bledius ______Bledius ______Bledius ______Nível T1 T2 T3 T4 T5 T1 T2 T3 T4 T5 T1 T2 T3 T4 T5

1

2

3

CARACTERÍSTICAS SEDIMENTOLÓGICAS DE CADA NÍVEL AMOSTRAL

Tamanho médio Grau de seleção Nível Teor de água (%) Teor de CaCO3 (%) Teor de M.O. (%) do grão ("phi") ("phi")

1

2

3

8

ANEXO 6

1

PROTOCOLO DE COLETA E MONITORAMENTO DAS POPULAÇÕES DE Ocypode quadrata NAS PRAIAS AO LONGO DO LITORAL BRASILEIRO.

INTRODUÇÃO

Os caranguejos do gênero Ocypode, popularmente conhecidos como “caranguejo-fantasma” ou “maria-farinha”, são organismos macrobentônicos muito bem representados em praias arenosas do mundo todo. Esses caranguejos vem sendo alvo de estudos por parte de muitos pesquisadores, que consideram este organismo um potencial indicador de qualidade ambiental de praias arenosas (Barros, 2001; Turra et al., 2005; Rosa & Borzone, 2008; Yong & Lim, 2009). No Brasil encontramos apenas uma espécie, Ocypode quadrata (Fabricius, 1787), a qual constrói tocas semi-permanentes principalmente na parte superior do entremarés e nas dunas adjacentes (Melo, 1996; Alberto & Fontoura, 1999). Por este motivo, estimativas da abundância, distribuição e estrutura populacional podem ser facilmente feitas e monitoradas através da contagem e medição das suas tocas (Fig. 1).

A B

Figura 1: Aspecto geral das tocas do caranguejo Ocypode quadrata. A – toca inativa; B – toca ativa.

OBJETIVO

Estabelecer um protocolo padrão de amostragem para as populações de Ocypode quadrata bem como definir as principais variáveis ambientais a serem mensuradas de forma a avaliar possíveis alterações decorrentes dos efeitos das mudanças climáticas.

METODOLOGIA

Em cada local deverão ser monitoradas ao menos uma praia, e sempre que possível essa deve estar localizada em áreas sob o menor impacto antrópico possível devendo ser do tipo dissipativa ou intermediária tendendo a dissipativa, segundo as classificações propostas por Whright & Short (1984) para praias de micro- e mesomarés, e Masselink & Short (1993) para praias de macromarés. 2 Em cada praia será estabelecido um marco fixo, georreferenciado, que servirá como referência para os levantamentos do perfil praial e para o monitoramento da posição da linha de maré alta de sizígia no período de cada amostragem. As amostragens serão realizadas semestralmente (março e setembro) sempre durante os períodos de baixa-mar de sizígia e em condições climáticas normais (bom tempo). A coleta consistirá na contagem e medição de tocas (com e sem sinal de atividade) ao longo de cinco (5) transectos perpendiculares a linha de costa. Em cada transecto será concatenado um quadrado de 2 x 2 metros onde será feita a contagem e medição de todas as tocas dentro do quadrado. Este transecto será estendido ao longo de toda a distribuição de tocas do organismo, incluindo a região de dunas incipientes e estabelecidas (quando presentes) (Fig. 2). É importante que a localização de cada quadrado seja anotada, tanto com referencia ao marco fixo quanto as diferentes zonas ou fisiografias da praia, por exemplo, mediolitoral (ML), linha de deixa (DR), supralitoral (SP), duna frontal incipiente (DFI) e duna frontal estabelecida (DFE). Os dados devem ser anotados em planilhas organizadas como a que está em anexo a esse protocolo (Anexo I), onde deve estar hora de início da coleta para medição da altura da maré, conforme a previsão da DHN.

Figura 1: Diagrama mostrando o desenho amostral das coletas de Ocypode quadrata.

Para cada campanha amostral também deverão ser obtidas as seguintes variáveis (conforme ANEXO I):

• Largura da praia desde o marco fixo até o limite inferior de recuo máximo das ondas • Largura da zona entremarés; • Declividade da zona entremarés, com o uso da baliza de Emeri;

3 • Temperatura do ar e do sedimento no início e término da amostragem, com o uso de termômetro comum; • Estimativa da altura e período das ondas; • Largura e período de espraiamento; • Temperatura (Termômetro) e salinidade (Refratômetro) da água no infralitoral;

• Teor de água no sedimento por diferença de peso após 48h numa estufa a 60°C (*);

• Teor de carbonato de cálcio (CaCO3) do sedimento por diferença de peso, após dissolução em ácido clorídrico (HCl) 10%(*); • Teor de matéria orgânica do sedimento por diferença de peso entre a amostra seca e depois de incinerada em mufla por 2hs a 550°C (*); • Tamanho médio do grão e grau de seleção do sedimento determinados conforme Suguio (1973) e expressos em "phi"(*).

(*) Parâmetros a serem medidos em um único transecto, em níveis a serem estabelecidos, sendo uma amostra coletada com o auxílio de um amostrador de 5 cm de diâmetro (2”) e 20 cm de profundidade. A amostra deverá ser congelada imediatamente após a coleta para a preservação da água intersticial e do teor de matéria orgânica.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

4 ANEXO I

PROTOCOLO DE COLETA E MONITORAMENTO DAS POPULAÇÕES DE Ocypode quadrata NAS PRAIAS AO LONGO DO LITORAL

Praia: ______

Latitude:______°______'______" S; Longitude: ______°______'______" W

Data da coleta: ______Hora inicial: ______Hora final:______

Obs. climáticas: ______

Temperatura do sedimento inicial: ______final: ______

Temperatura do ar inicial: ______final: ______

Salinidade da água: ______Temperatura da água: ______

Fisiografias: ML (médiolitoral), DR (linha detrito), SP (supralitoral) DFI (duna frontal incipiente), DFE (duna frontal estabelecida.

Atividade: A (ativa), I (inativa)

NÚMERO, TIPO E DIÂMETROS DAS TOCAS Transecto ______Quadrado Distância Número Atividade (na Diâmetros (na mesma Fisiografia (m) de tocas seqüência) sequência) 1

2

3

4

5

6

7

5 ANEXO 7

1 PROTOCOLO DE COLETA E MONITORAMENTO DAS POPULAÇÕES DE Scolelepis goodbodyi (POLYCHAETA: SPIONIDAE) NAS PRAIAS AO LONGO DO LITORAL BRASILEIRO.

INTRODUÇÃO

O Filo Polychaeta é um dos maiores representantes do macrobentos de praias arenosas, e muitas espécies são apontadas como indicadoras confiáveis da riqueza e de padrões na estrutura da comunidade de invertebrados bentônicos (revisão em Giangrande et al., 2005). Por possuir tanto espécies sensíveis como tolerantes à alterações ambientais em locais pristinos e altamente perturbados, também são considerados como um dos melhores indicadores de perturbação ambiental (Pocklington & Wells, 1992; Giangrande et al., 2005). Desta forma, não é estranha sua utilização em projetos de monitoramento costeiro, especialmente em habitats de fundo mole (ver exemplos em Giangrande et al., 2005). A família Spionidae é uma das mais diversas entre os Polychaeta e é comumente encontrada em ambientes bentônicos (Blake, 1996). Algumas de suas espécies são consideradas como indicadoras de poluição (Grassle & Grassle, 1974; Pearson & Rosenberg, 1978) e existem até mesmo espécies conhecidamente invasoras (Bochert & Bick, 1995; Bochert et al., 1996). Apesar de sua importância, existem poucos trabalhos sobre a produção secundária em espécies de Spionidae (Carrasco & Arcos, 1980; Ambrogi, 1990; Zettler, 1997, entre outros). E existem ainda menos estudos sobre o crescimento destas espécies, que em geral foram realizados por meio de experimentos e não acompanhados em populações naturais (Marsh & Tenore, 1990; Zajac, 1991; Sarda & Martin, 1993; Bridges, et al., 1994; Levin et al., 1996). Apesar do baixo número de trabalhos sobre dinâmica populacional e produção secundária em nível mundial, no Brasil existem trabalhos importantes de pelo menos duas espécies de Scolelepis. Santos (1991, 1994) estudou a dinâmica populacional de Scolelepis gaucha (Orensanz & Gianuca); Shimizu (1997) analisou dados sobre a dinâmica populacional, mas sem fazer menção à biomassa ou produção secundária de Scolelepis squamata. Já Souza & Borzone (2000) encontraram biomassa de 0,21 g m-2 e produção de 0,57 g m-2 ano-1 para uma população de S. squamata em praia do litoral do Paraná, sul do Brasil. Leão et al. (2012) realizaram análise da dinâmica populacional e da biologia reprodutiva de Scolelepis, não incluindo a produção secundária da população.

OBJETIVO

Aapresentar um protocolo para monitoramento em longo prazo do espionídeo Scolelepis em praias arenosas da costa brasileira.

2 METODOLOGIA

Área de estudo A praia selecionada para este monitoramente deve pertencer ao estado morfodinâmico dissipativo ou intermediário para dissipativo. Inicialmente será estabelecido um marco fixo georreferenciado na região posterior às dunas, no início da vegetação arbustiva ou de alguma estrutura física já existente (estrada, calçada, muro, entre outras).

Procedimentos de amostragem e de laboratório As amostragens deverão ser realizadas em março e setembro durante maré de sizígia. Registros anteriores demonstraram a ocorrência de Scolelepis (Fig.1) na região superior do entremarés, no entanto faz-se necessária uma investigação preliminar para determinar a área de ocorrência em cada praia. No local deve-se selecionar setor de 50 m² (5m de largura por 10m de comprimento) na área de ocorrência da espécie e 5 transectos perpendiculares a linha dágua equidistantes a 2 m serão estabelecidos. Do total de transectos, 3 serão sorteados aleatoriamente e cada um será subdivido em três níveis, separados por 2,5 m (Figura 2). O sedimento deverá ser coletado utilizando-se um cilíndrico de 10 cm de diâmetro enterrado no sedimento a uma profundidade de 20 cm.

Figura 1: Scolelepis.

Figura 2: Desenho amostral a ser utilizado para a coleta de amostras da macrofauna bentônica. MAS: Maré alta de sizígia, MBS: Maré baixa de sizígia, MF: Marco fixo.

3 No laboratório, as amostras de sedimento serão lavadas com água do mar sobre duas peneiras de malhas de 1,0 e 0,5 mm. Todos os indivíduos coletados durante esta triagem serão anestesiados em cloreto de magnésio e fixados em álcool 70%. O maior diâmetro (mm) do 3o setígero (D3) (conforme MacCord & Amaral, 2005) de cada indivíduo será medido como estimativa de tamanho com auxílio de um microscópio estereoscópio com ocular graduada. Quando possível o comprimento total. Para cada campanha amostral também deverão ser obtidas as seguintes variáveis, conforme ANEXO I: • Distância da última preamar, da zona de distribuição dos organismos (limites superior e inferior) e da linha d'água em relação ao marco fixo; • largura e declividade da zona entremarés; • temperatura do ar e do sedimento no início e término da amostragem; • regime atuante de ondas (altura e período) através de estimativa visual; • temperatura e salinidade da água no infralitoral; • teor de água no sedimento por diferença de peso após 48h numa estufa a 60°C;

• teor de carbonato de cálcio (CaCO3) do sedimento por diferença de peso após dissolução em ácido clorídrico (HCl) 10%; • teor de matéria orgânica do sedimento por diferença de peso entre a amostra seca e depois de incinerada em mufla por 2hs a 550°C; • tamanho médio do grão e grau de seleção do sedimento determinados conforme Suguio (1973) e expressos em "phi".

Tratamento dos dados De forma a facilitar as comparações entre as diferentes praias, os dados de densidade dos organismos serão transformados em abundância por metro linear (ind./m¹), multiplicando-se a densidade média "q" (expressa em ind./m²) em cada nível amostral "i" de todas as amostras "m" pertencentes a transversal "r" (qm) pela largura correspondente da área amostrada "w" (= largura da faixa de distribuição dos organismos), conforme equação abaixo proposta por Brazeiro & Defeo (1996).

 �� �������� ������ =  � �

4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

AMBROGI, R. 1990. Secondary production of Prionospio caspersi (Annelida: Polychaeta: Spionidae). Marine Biology, 104: 437-442. ANDERSON, R. O. 1959. A modified flotation technique for sorting bottom fauna samples. Limnology and Oceanography, 4: 223-225. BOCHERT, R. & BICK, A. 1995. Reproduction and larval development of Marenzelleria viridis (Polychaeta: Spionidae). Marine Biology, 123: 763-773. BOCHERT, R.; ZETTLER, M. L. & BOCHERT, A. 1996. Variation in the reproductive status, larval occurrence and recruitment in a estuarine population of Marenzelleria viridis (Polychaeta: Spionidae). Ophelia, 45: 127-142. BRAZEIRO, A. & DEFEO, O. 1996. Macroinfauna zonation in microtidal sandy beaches: is it possible to identify patterns in such variable environments? Estuarine, Coastal and Shelf Science, 42: 523- 536. BRIDGES, T. S.; LEVIN, L. A.; CABRERA, D. & PLAIA, G. 1994. Effects of sediment amended with sewage, algae, or hydrocarbons on growth and reproduction in two opportunistic polychaetes. Journal of Experimental Marine Biology and Ecology, 177: 99-119. CARRASCO, F. V. & ARCOS, D. R. 1980. Estimación de la producción secundaria de Paraprionospio pinnata (Spionidae, Polychaeta) frente a Bahía de Concepción, Chile. Boletim do Instituto Oceanográfico, 29: 79-82. GIANGRANDE, A.; LICCIANO, M. & MUSCO, L. 2005. Polychaetes as environmental indicators revisited. Marine Pollution Bulletin 50: 1153-1162. GRASSLE, J. F. & GRASSLE, J. G. 1974. Opportunistic life histories and genetic systems in marine benthic polychaetes. Journal of Marine Research, 32: 253-284. LEÃO, L. S. D.; SOARES-GOMES, A.; COSTA, T. & SANTOS, C. S. G. 2012. Population dynamics and reproductive strategy of Scolelepis goodbodyi (Polychaeta: Spionidae) in a subtropical atlantic beach. Zoologia, 29: 195-202. LEVIN, L. A.; CASWELL, H.; BRIDGES, T.; DIBACCO, C.; CABRERA, D. & PLAIA, G. 1996. Demographic responses of estuarine polychaetes to pollutants: life table response experiments. Ecological Aplications, 6: 1295-1313. MACCORD, F. S. & AMARAL, A. C. Z. 2005. Morphometric analyses of two species of Scolelepis (Polychaeta; Spionidae). Journal of the Marine Biological Association of the United Kingdom, 85: 829-831. MARSH, A. G. & TENORE, K. R. 1990. The role of nutrition in regulating the population dynamics of opportunistic, surface deposit feeders in a mesohaline community. Limnology and Oceanography, 35: 710-724.

5 PEARSON, T. H. & ROSENBERG, R. 1978. Macrobenthic succession in relation to organic enrichment and pollution of the marine environment. Oceanography and Marine Biology: an Annual Review, 16: 229-311. POCKLINGTON, P. & WELLS, P. G. 1992. Polychaetes: key taxa for marine environmental quality monitoring. Marine Pollution Bulletin 24: 593-598. SANTOS, P. J. P. 1991. Morphodynamical influence of a temporary freshwater stream on the population dynamics of Scolelepis gaucha (Polychaeta: Spionidae) on a sandy beach in Southern Brazil. Bulletin of Marine Science, 48: 657-664. SANTOS, P. J. P. 1994. Population dynamics and production of Scolelepis gaucha (Polychaeta: Spionidae) on the sandy beaches of Southern Brazil. Marine Ecology Progress Series, 110: 159- 165. SARDÁ, R. & MARTIN, D. 1993. Populations of Streblospio (Polychaeta: Spionidae) in temperate zones; demography and production. Journal of Marine Biological Association, United Kingdom, 73, 769-784. SHIMIZU, R. M. 1997. Ecologia populacional de Scolelepis squamata (Muller, 1806) (Polychaeta: Spionidae) e Callichirus major (Say.1818) (Crustacea: Decapoda: Thalassinidae) da Praia de Barequeçaba (São Sebastião, SP). Tese de Doutorado, Departamento de Ecologia Geral, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo. SOUZA, J. R. B. & BORZONE, C. A. 2000. Population dynamics and secondary production of Scolelepis squamata (Polychaeta: Spionidae) in an exposed sandy beach, Southern Brazil. Bulletin of Marine Science, 67: 221-233. SUGUIO, K. 1973. Introdução à sedimentologia. São Paulo: EDUSP. 317p. ZAJAC, R. N. 1991. Population ecology of Polydora ligni (polychaeta: Spionidae). II. Seasonal demographic variation and its potential impact on life history evolution. Marine Ecology Progress Series 77: 207-220. ZETTLER, M. L. 1997. Population dynamics, growth and production of the neozoon Marenzelleria cf. viridis (Verril, 1873) (Polychaeta: Spionidae) in a coastal water of the southern Baltic Sea. Aquatic Ecology, 31: 177-186.

6 ANEXO 8

Protocolo Meiofauna:

Design Amostral Campo: maré baixa de sizígia de equinócio; coletor de 10 cm (4cm diâmetro), sem estratificação; 3 transectos fixos (marcados por calçada, casa, etc) com 3 pontos cada (sendo 1 ponto por parte do médio litoral – médio-infra, médio-médio, médio-superior ou drift); 3 réplicas por ponto; fixação com formaldeído 4% tamponado com bórax (proporção 9 para 1).

Variáveis ambientais mínimas: perfil, granulometria (1 por ponto) considerando parâmetros Folk & Ward, MO (1 por ponto e queima com mufla), temperatura, salinidade (água do mar), maré, onda (Hb – altura significativa de queda e T: estimativas visuais ou wavesterra.com.br).

Periodicidade: 2 meses no ano que caracterizem situações climáticas distintas (se possível casar com a macrofauna - março e setembro?)

Protocolo Processamento Laboratório: lavagem previa nas peneiras 500 e 45; extração com sílica coloidal na densidade 1,18 (decantação 3 vezes 40min) sendo 3 vezes mais solução que sedimento; triagem integral grandes grupos em placa quadriculada; ANEXO 9

1

Monitoramento dos bancos de fanerógamas marinhas

Meta: Identificar mudanças em fundos marinhos submersos vegetados

1. Estabelecimento do sítio Marcar 3 transectos permanentes de 50m, de preferência paralelos: Transecto A: próximo à margem rasa do banco vegetado; Transecto B: no meio do banco vegetado (quando possível em posição de transição, por exemplo, entre tipos de vegetação, sedimento, etc); Transecto C: próximo à margem funda do banco vegetado.

Em cada transecto marcar as posições 0m, 25m e 50m com marcadores permanentes. É recomendado utilizar âncoras parafuso. Registrar as coordenadas (GPS) de cada ponto fixo para cada transecto.

Após estabelecimento do sítio, estabelecer máximos e mínimos da influência das marés no local. Em dia de maré de sizígia e outro de quadratura, medir de hora em hora, ao longo de um período de 12 h, a profundidade do ponto central de cada transecto, a temperatura e a salinidade. No caso de prados entre marés, anotar quanto tempo cada transecto fica exposto ao ar.

2. Medição dos parâmetros biológicos Medições a serem realizadas com 12 quadrados de 0,25m2 por transecto, em posições pré-sorteadas aleatoriamente, mas fixas no tempo. Transecto A: 5, 7, 10, 18, 19, 22, 26, 34, 35, 38, 43, 44 m; Transecto B: 9, 10, 15, 17, 22, 25, 28, 31, 35, 37, 39, 45 m; Transecto C: 2, 7, 8, 16, 18, 25, 26, 33, 38, 40, 44, 46 m.

Registro fotográfico: tirar uma foto de cada quadrado, com registro de sítio, transecto e número de quadrado (quando for possível).

Porcentagem de cobertura: em cada quadrado estimar a porcentagem de cobertura de cada espécie de alga e angiosperma marinha. Quando a identificação específica não for possível deve-se utilizar forma funcional.

Exsicatas: coletar amostras representativas de flora para identificação e inclusão em herbário em áreas próximas a cada transecto.

Densidade vegetal: coletar um core (de 0.0035 m2 e 6.7 cm de diâmetro), com 15 cm de profundidade, ao lado de cada quadrado, em área de composição vegetal (que represente cada quadrado). Separar a vegetação por espécie. No caso de angiospermas marinhas, separar eixos com folhas, rizomas, raízes, flores e frutos. Contar eixos, flores e frutos para densidade. No caso das algas, contar o número de indivíduos de espécies unitárias e/ou módulos de espécies com crescimento modular distinta para densidade. No caso de rodolitos medir o volume total.

Altura do dossel: utilizando uma régua medir a altura do dossel de cada espécie dominante ignorando os 20% de indivíduos maiores. No ponto central de cada quarto de quadrado, anotar quatro medidas da altura máxima do dossel, independente de composição específica. Anote evidências de herbívora.

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Morfologia vegetal: medir as principais características morfológicas de cinco indivíduos da espécie vegetal dominante: comprimento e largura de talo ou folha; forma e tamanho do rodolito.

Densidade da macrofauna: passar o sedimento do core em malha de 0,5 mm para reter a macrofauna. Triar para contagem (densidade) e separar (para biomassa) as cinco espécies mais abundantes em cada core.

Biomassa: secar a flora (cinco espécies mais abundantes) e fauna de cada amostra em estufa a 60°C, até peso constante final e pesar em balança de quatro casas decimais. Posteriormente, no caso de algas e fauna calcificadas, reunir as amostras do transecto, por espécie, pesar e queimar em mufla a 600°C por xxhs, para calcular a relação peso seco - peso seco sem cinzas para as espécies de cada transecto.

Profundidade máxima de distribuição: medir a distância da última haste (= “Profundidade máxima da vegetação, m”) até as âncoras do transecto C (perpendicularmente) e do final do banco/pradaria consolidado (= “Profundidade máxima do banco/pradaria, m”) até as âncoras do transecto C.

Profundidade mínima de distribuição: medir a distância onde se encontra o eixo e/ou fronde mais raso do banco ou pradaria. Medida de cada âncora no transecto A, perpendicularmente, até o final do banco/pradaria consolidado (= “Profundidade mínima do banco/pradaria, m”) e outra medida até o último eixo e/ou fronde (= “Profundidade mínima da vegetação, m”).

Profundidade: a cada coleta medir a profundidade dos pontos de cada âncora com auxílio de trena ou sonar.

3. Medição dos parâmetros fisiológicos O2 Fluorímetro

4. Medição dos parâmetros ambientais

Irradiância:

Turbidez (transparência): através do disco de Secchi, utilizado de forma horizontal em cima de cada transecto.

Características do sedimento: uma amostra de sedimento deverá ser coletada, a cada coleta, próximo ao marcador central de cada transecto para análise granulométrica e de matéria orgânica (estufa e mufla). Sedimentação e deposição/erosão: no marcador central de cada transecto, medir a distância da superfície do sedimento até o topo da âncora (isso deve ser feito colocando uma superfície horizontal paralela ao transecto como base de modo a evitar sub ou superestimação devido a influencia da presença da âncora); colocar um amostrador de sedimentação (tubo de PVC) fixo na âncora central de cada transecto. As amostras serão retiradas após um mês para análise.

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Salinidade: com auxílio de um refratômetro medir a salinidade de uma amostra de água coletada próximo ao marcador central de cada transecto.

Temperatura da água: será medida através de sensor fixo, um em cada marcador central do transecto, trocado para cada monitoramento.

Especificações para o monitoramento de bancos de rodolitos

1. Parâmetros biológicos: porcentagem de cobertura deve estimar proporção entre vivos e mortos (pigmentados e branqueados); 2. Densidade: usar corer de 10x20cm e também estimar volume e biomassa para as três espécies mais abundantes, separadas por 5 classes de tamanhos (1-3, 3-5, 5-7, 7-9, e >10 mm); 3. Morfologia dos rodolitos (n=4 por cada corer): considerar as formas de crescimento, densidade de ramos, grau de esfericidade e estrutura interna (rodolitos nucleados e não nucleados); 4. Espessura do banco (~ altura dossel): medida da superfície do depósito de rodolitos até a camada de sedimentos. Estimar a proporção da camada viva; 5. Densidade da macrofauna vágil: será separada entre epifauna, criptofauna e infauna, à nível dos grandes grupos, e com destaque para as 5 espécies mais abundantes; biomassa flora e fauna; 6. Predação: expressa por números de marcas de herbivoria entre raspadores e escavadores por área de rodolito; 7. Profundidade máxima e mínima: até último rodolito em relação ao transecto; 8. Temperatura (tolerância): detectada pela proporção entre rodolitos vivo e morto e potencial reprodutivo (número de conceptáculos por superfície do talo); 9. Sedimentação: é a proporção entre sedimentos e rodolitos no corer e % do talo coberta por sedimentos.

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Lista de equipamentos e materiais necessários com custos (sem consumíveis) Item Custo GPS 9 âncoras de parafuso 2 quadrados 2 trenas 1 corer de PVC 1 régua Máquina fotográfica submarinha com caixa estanque Jogo de peneiras e agitador de sedimento Estufa de secagem Estufa mufla Disco de Secchi 3 amostradores de sedimentação Refratômetro de salinidade 6 sensores de temperatura, cabo USB, e etc. Material para confecção de exsicatas

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Mudanças potenciais identificadas pelo grupo no I Workshop da ReBentos Efeitos Métodos de Alteração Como detectar (teóricos) avaliação Plantas Animais Top 5 Ambiente top 10? Temperatura Metabolismo e ↕ distribuição latitudinal SeagrassNet - Sensores produtividade ↓ profundidade máxima Composição Series primária específica temporais Transecto de TSM *tolerância Específica a espécie: Experimentos termal Mudança na época de O2 meter * ótima de crescimento máximo Fluorímetro temperatura ↑ produção O2 Biomassa ↕ Razão raiz-eixo sazonal “die-back” no verão Florescimento e Específica a espécie: Contar flores e germinação de ↑ germinação frutos ou banco sementes de sementes Competição ↑ epífitas Volume de ↑ macroalgas rodolito (situação eutrófica) Biomassa (top ↓ fanerógamas 5) de algas; biomassa de epífitas Densidade e biomassa Predação ↑ herbívora Biomassa (top (veja defesas em algas vs sem 5) em gramas) Frequência ↑ ciclones e tropicais intensidade ↑ tempestades de extremas climáticas ↑ erosão ↓ macrófitas SeagrassNet ↑ suspensão de ↔ espécies protocolo sedimentos (sucessão/oportunista/clímax) Estacas de ↑ deposição de ↕ reprodução sexuada vs. referencia sedimentos assexuada Palumbi “smothering” ↑ chuva – ↓ macrófitas Protocolo modificação de ↔ espécies Refratômetro circulação (sucessão/oportunista/clímax) estuarina; estratificação Aumento no ↑ profundidade ↓ distribuição Secchi nível do mar ↓ luz ↓ profundidade máxima horizontal com ↓ phs/produtividade calibração ↔ estrutura Protocolo

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↔ espécies Foto análise Branqueamento, slouthing e gramas vermelhas ↕ amplitude Aumento= PAM marés ↓ distribuição Protocolo ↓ profundidade máxima SeagrassNet ↓ phs/produtividade ↔ estrutura ↔ espécies Redução = ↓ distribuição ↓ profundidade mínima ↑ fluxo marés ↑ biomassa, largura e Protocolo comprimento das folhas seagrassNet e ↑ phs medidas Mudança de morfologia suplementares (rodo) ↑ erosão ↓ macrófitas Protocolo ↔ espécies Estacas de (sucessão/oportunista/clímax) referencia ↕ reprodução sexuada vs. assexuada ou ↑ deposição ↑ distribuição Protocolo Estacas de referencia

↑ suspensão de ↓ macrófitas Secchi Bloco de sedimentos ↔ espécies horizontal com gesso ↑ deposição de (sucessão/oportunista/clímax) calibração sedimentos ↕ reprodução sexuada vs. Protocolo “smothering” assexuada Foto análise Branqueamento, slouthing e gramas vermelhas ↑ renovação de ↓ macroalgas e epífitas Protocolo água ↔ espécies Bloco de gesso (sucessão/oportunista/clímax) ↕ reprodução sexuada vs. assexuada ↑ fanerógamas ↑ penetração ↑ fanerógamas marinhas Protocolo salinidade ↕ reprodução sexuada vs. Refratômetro estuarina assexuada ↕ germinação Estresse por ↔ espécies PAM? salinidade (sucessão/oportunista/clímax) Medir enzimas ↕ reprodução sexuada vs. Refratômetro assexuada ↑ CO2 ↔ espécies IRGA ↔ sequestro de carbono MO no ↔ decomposição sedimento

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↔ ciclagem de nutrientes Pesagem de ↑phs/produtividade epífitas ↓ demanda de irradiância Descalcificação ↑ epífitas ↓ taxas de calcificação Radiação ↑ inibição phs PAM UV-B ↑ custo em produzir Carotenoides bloqueadores solares Sensor UVA e B Folhas vermelhas e Contar, fotos. branqueamento

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ANEXO 10

PROCEDIMENTOS MÍNIMOS PARA ESTUDO DO ECOSSISTEMA MANGUEZAL

Estrutura, Função e Flora

Yara Schaeffer-Novelli; Gilberto Cintrón Clemente Coelho-Jr; Marília Cunha-Lignon, Ricardo Palamar Manghini, Renato de Almeida, André Scarlate Rovai; ...... ; ...... ; ...... ; ......

BRASIL - 2013 -

FICHA CATALOGRÁFICA

SCHAEFFER-NOVELLI, Y.; CINTRÓN, G.; COELHO-JR, C.; CUNHA-LIGNON, M., MENGHINI, R.P., ROVAI, A.S.; ALMEIDA, R.; ...... ; ...... ; ...... 2013. Guia para estudo do ecossistema manguezal; estrutura, função e flora. Alicia Vilma Villamizar e ...... , Universidad Simón Bolívar, Venezuela, responsáveis pela digitalização do texto original (1986). Versão adaptada às necessidades dos projetos de pesquisa integrantes do Grupo Temático: Manguezais, ReBentos (Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros), vinculada à Sub-Rede Zonas Costeiras, da Rede Clima (MCTI) e do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT – Mudanças Climáticas). Instituto BiomaBrasil < http://www.biomabrasil.org> 2013. 110 p.

À essa natureza que se faz muda às pressões dessa humanidade que é por demais eloquente. Yara Schaeffer-Novelli 1986 P R E F Á C I O

Os autores apresentam algumas técnicas empregadas para estudos expeditos do ecossistema manguezal.

Esperamos que a adoção de algumas dessas técnicas contribua para estimular e ordenar a pesquisa nas áreas de manguezal, propiciando resultados a serem obtidos por metodologia padronizada pela UNESCO (1984). Esperamos, também, que este guia ao fomentar o aporte de novos dados e informações, conduza a uma melhor compreensão desse ecossistema costeiro, contribuindo à conservação dos manguezais. A partir desse entendimento, os tomadores de decisão poderão desenvolver seus trabalhos mais conscientemente quanto às ações a serem planejadas sobre as áreas de manguezal.

A G R A D E C I M E N T O S

Nossa lista de agradecimentos é, primeiramente, dirigida aos estudantes dos muitos cursos e seminários que tivemos o prazer de ministrar em mais de três décadas, pois foram eles que nos estimularam a ordenar nosso material didático sob a forma de um guia das atividades desenvolvidas aplicadas a trabalhos de campo e de laboratório, orientadas para descrição do ecossistema manguezal

Yara Schaeffer-Novelli e Gilberto Cintrón 1986 e 2013 C O N T E Ú D O

CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO ...... 10 RELATÓRIOS TÉCNICOS ...... Error! Bookmark not defined. PRIMEIRA ETAPA: IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DO RECURSO ...... 12 Localização geográfica ...... 13 Características climáticas ...... 14 Diagrama climático ...... 15 Marés e hidrografia ...... 15 Salinidade ...... 16 Geomorfologia e sedimentos ...... 16 SEGUNDA ETAPA: CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES ESTRUTURAIS E CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DO SISTEMA ...... 20 DIÂMETRO ...... 20 ÁREA BASAL ...... 24 DENSIDADE ...... 27 POSICIONAMENTO E DELIMITAÇÃO DAS PARCELAS ...... 28 ALTURA ...... 30 DIÂMETRO MÉDIO ...... 33 ÁREA BASAL E DENSIDADE POR PONTO DE AMOSTRAGEM . Error! Bookmark not defined. DENSIDADE RELATIVA, DOMINÂNCIA E FREQÜÊNCIA ...... 35 DETERMINAÇÃO DA ÁREA BASAL E DENSIDADE EMPREGANDO O DENDROPRISMA ...... Error! Bookmark not defined. Seleção do Fator de Área Basal ...... Error! Bookmark not defined. Precauções a serem tomadas com o prisma ...... Error! Bookmark not defined. Tamanho da parcela ...... Error! Bookmark not defined. Fichas para uso no campo e no laboratório ...... Error! Bookmark not defined. MÉTODO DO QUADRANTE CENTRADO (PCQM) ...... 36 FITOMASSA AÉREA ...... 41 Coletas totais ...... 41 Técnicas alométricas ...... 43 ÍNDICE DE ÁREA FOLIAR ...... 48 MEDIDAS FOLIARES ...... 52 PASTEJO ...... 57 Jogo de Fichas-Protocolo (I a IX) ...... 59

CAPÍTULO II

INTRODUÇÃO ...... Error! Bookmark not defined. CARACTERÍSTICAS DAS ESPÉCIES DOS GÊNEROS RHIZOPHORA, AVICENNIA, LAGUNCULARIA, CONOCARPUS e PELLICIERA DOS MANGUEZAIS AMERICANOS: ...... Error! Bookmark not defined. I. Família Rhizophoraceae ...... Error! Bookmark not defined. I.1 - Distribuição ...... Error! Bookmark not defined. I.1.1 - Descrição do gênero Rhizophora L. (Prancha I) . Error! Bookmark not defined. I.1.2 - Descrição da espécie Rhizophora mangle L. (Prancha I) . Error! Bookmark not defined. I.1.3 - Descrição da espécie Rhizophora harrisonii Leechman (Prancha IB) ...... Error! Bookmark not defined. I.1.4 - Características diferenciais entre Rhizophora mangle L. e Rhizophora harrisonii Leechman, segundo Valverde 1983 (Tab. 6)...... Error! Bookmark not defined. I.1.5 - Descrição da espécie Rhizophora racemosa G. F. Mayer (Prancha IC) ..... Error! Bookmark not defined. II. Família Acantaceae ...... Error! Bookmark not defined. II.1 - Distribuição ...... Error! Bookmark not defined. II.1.1 - Descrição do gênero Avicennia L. (Prancha II) . Error! Bookmark not defined. 11.1.2 - Descrição da espécie Avicennia germinans (L.) Stearn (Prancha II) ...... Error! Bookmark not defined. II.1.3 - Descrição da espécie Avicennia schaueriana Stapf. & Leechman. (Prancha II) ...... Error! Bookmark not defined. III. Família Combretaceae ...... Error! Bookmark not defined. III.1 - Distribuição de Laguncularia racemosa ...... Error! Bookmark not defined. III.1.1 - Descrição do gênero Laguncularia, compressivo da espécie Laguncularia recemosa (L.) Gaertn. f. (Prancha IIIA)...... Error! Bookmark not defined. III.2 - Distribuição de Conocarpus erecta ...... Error! Bookmark not defined. III.2.1 - Descrição do gênero Conocarpus L. (Prancha IIIB) ...... Error! Bookmark not defined. III.2.2 - Descrição da espécie Conocarpus erecta L. (Prancha IIIB) . Error! Bookmark not defined. IV. Família Theaceae (= Pellicieriaceae Takhtajan) ..... Error! Bookmark not defined. IV.1 - Distribuiçao de Pelliciera rhizophorae ...... Error! Bookmark not defined. IV.1.1 - Descrição do gênero Pelliciera compresso da espécie Pelliciera rhizophorae Triana & Plachon (Prancha IV), segundo Calderón, 1983...... Error! Bookmark not defined.

CAPÍTULO III

METODOLOGIA PARA ESTUDO DAS ALGAS BENTÔNICAS DE MANGUEZAIS Marilza Cordeiro-Marino et al.

CAPÍTULO IV

MANGUEZAL: METODOLOGIA PARA AVALIAÇÃO DE IMPACTO POR POLUIÇÃO POR PETRÓLEO Schaeffer-Novelli et al.

CAPÍTULO V

CARACTERES MORFOLÓGICOS APLICADOS ÀS PLANTAS DE MANGUE

CAPÍTULO VI

GLOSSÁRIO ...... REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...... Error! Bookmark not defined. CAPÍTULO I

INTRODUÇÃO

Ao ministrar cursos e seminários sobre ecologia do manguezal, envolvendo atividades de campo e de laboratório, sempre surge a necessidade de um trabalho que apresente, de forma compactada, um sumário dos métodos empregados na avaliação da estrutura e função desse sistema. Preparamos o presente guia motivados pelas constantes solicitações que nos são formuladas sobre o assunto. Entendemos também estar atendendo a uma das considerações apresentadas por Saenger et al. (1983), quando recomendam seja dado tratamento especial à transferência de informações sobre o sistema manguezal, assim como despertar os alunos (administradores, tecnólogos, engenheiros e demais pessoas envolvidas nas atividades de planejamento e educação), para que reconheçam o potencial de recursos que representam esses sistemas.

O trabalho teve por base o capítulo preparado pelos autores Cintrón & Y. Schaeffer-Novelli (1984) para o Manual de Métodos da UNESCO. A presente versão está dirigida a estudantes e participantes de cursos de pequena duração sobre ecologia. Esperamos que sirva também para familiarizar os pesquisadores que trabalham em áreas de manguezal sobre os métodos em uso para caracterizar estrutura e função desse sistema e, que contribua para a adoção de mesmas técnicas em diversas regiões geográficas. Sem esta padronização se torna difícil, senão impossível, o estudo comparativo de um ecossistema tão amplamente distribuído. Conhecer a resposta do sistema aos fatores locais nas diversas áreas de desenvolvimento é de grande valor para entender seu funcionamento e, possivelmente, suas respostas a intervenções e manipulações antrópicas. Essa necessidade de pesquisa torna imprescindível a utilização de técnicas similares, de forma a permitir sejam feitas comparações entre os resultados obtidos*.

Existe grande necessidade em se obter dados que nos permitam caracterizar e interpretar o funcionamento do sistema manguezal com intuito de se desenvolver guias e recomendações para sua correta utilização. Este protocolo pretende contribuir, ainda, com respostas e algumas perguntas, tais como: O que devemos medir? Quais são as qualidades ou atributos que caracterizam o sistema? Quais das inúmeras variáveis deverão ser estudadas? É preciso identificar as qualidades mais importantes que nos permitam elaborar descrições quantitativas e qualitativas do sistema e de seus aspectos funcionais.

Neste trabalho são identificadas algumas variáveis consideradas importantes e descritas as técnicas utilizadas para sua caracterização. O trabalho dá ênfase especial à estrutura do sistema, como primeiro passo. Esta ênfase parte da premissa de que o grau de desenvolvimento ou complexidade que um sistema pode alcançar depende dos fatores externos (abióticos) que incidem sobre o sistema e o regulam. O grau de

* Qualquer menção a marcas ou modelos de aparelhos é mero exercício de precisão, não representando preferências ou vínculos com determinados fabricantes. As citações foram, apenas, para atender às constantes inquisições sobre nomes, modelos e marcas dos aparelhos por nós utilizados. desenvolvimento alcançado é, portanto, um índice de quão ótimo ou desfavorável é um determinado local. Por sua vez, o grau de complexidade adquirido age/atua sobre as características funcionais do sistema. A apresentação do assunto neste protocolo teve a intenção de ser da forma mais simples e resumida, procurando sempre uma linguagem direta, auxiliada por exemplos e ilustrações. Os pesquisadores interessados nas derivações de alguns métodos e fórmulas devem dirigir-se às referências originais, citadas na bibliografia deste manual.

Finalmente, desejamos acrescentar que o objetivo dos estudos que se realizam em áreas de manguezal devem ser de caráter ecológico. Desta forma, estes devem se desenvolver de forma completa e interdisciplinar. O manguezal é um sistema natural complexo e para poder interpretar seu comportamento é preciso realizar pesquisas com enfoque hoslístico ou macroscópico. É difícil interpretar o funcionamento de um sistema baseado, tão somente, em estudos de algumas de suas partes. PRIMEIRA ETAPA IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DO RECURSO

A primeira etapa do estudo do ecossistema manguezal consiste na sua identificação e na preparação de mapas ou croquis onde sejam indicados a localização e os limites do manguezal na região de estudo.

A missão de reconhecimento tem como propósito fornecer informações sobre a extensão e os tipos de bosques com o menor custo possível. Esse reconhecimento é feito com base na interpretação de fotografias aéreas enquanto que o trabalho de campo é bem reduzido nessa etapa.

Torna-se necessário desenvolver um sistema de classificação que permita subdividir os bosques em tipos ou subtipos, utilizando-se o material fotográfico. A classificação por subtipos possibilita aumentar a precisão da amostragem, uma vez que permite adequar o número de amostras à superfície ocupada por cada uma dessas categorias. A classificação a ser utilizada é baseada em características facilmente reconhecíveis no material fotográfico disponível. A escala das fotografias tem grande influência nos detalhes e nas informações a serem obtidos. Por exemplo, é muito mais fácil trabalhar com material em escala de 1:20.000 que de 1:40.000. As fotografias em escala de 1:10.000, geralmente, fornecem excelente detalhe e são ideais para classificação e medição dos bosques porém, o uso de escalas maiores requer análise de um número muito maior de fotografias, resultando em procedimento muito mais custoso. Além disso, nem sempre encontram-se disponíveis fotografias nessas escalas. As escalas mais comuns, de 1:20.000 a 1:25.000, permitem interpretação satisfatória enquanto que as escalas menores somente são recomendadas para estudos de reconhecimento.

A interpretação fotográfica tem como propósito identificar tipos de bosques com base nas tonalidades e nas texturas. Devido ao pequeno número de espécies presentes nos manguezais do Novo Mundo e à tendência desses em formar bosques monoespecíficos bem extensos, a interpretação aerofotográfica torna-se mais simples. O pesquisador pode adquirir boa experiência em fotointerpretação quando possui conhecimento sobre as características dos bosques. Portanto, é recomendável certa familiarização com o material, estudando fotografias de locais conhecidos antes de tentar analisar outras áreas. O trabalho torna-se mais difícil quando o material fotográfico disponível é antigo, de má qualidade, ou a escala é muito pequena. Para elaboração de mapas deve-se consultar pessoal experimentado em técnicas cartográficas.

INSERIR RECOMENDAÇÕES BÁSICAS SOBRE GEOPROCESSAMENTO

Planejamento dos trabalhos de campo Após a elaboração de um mapa preliminar procede-se a seleção das áreas de estudo, devendo-se verificar no campo as características correspondentes à cada subtipo ou unidade de classificação. É preciso que dentro de cada unidade amostral, as áreas de estudo sejam determinadas aleatoriamente (ao acaso). Essa amostragem consiste em posicionar dentro de cada tipo ou subtipo um número de amostras adequado para determinar o valor médio dos atributos considerados. O número de amostras, neste caso, é função de quão homogêneos são esses atributos e o grau de precisão que se deseja para o estudo.

Deve-se ter em mente que os critérios ou as especificações usados para o planejamento dos trabalhos de reconhecimento de grandes áreas são menos rigorosos que aqueles empregados para estudos de áreas de pequena extensão. O esforço investido em uma amostragem, devido ao seu custo, deve estar de acordo com o tipo de informação que se deseja obter.

A etapa de delineamento experimental deve ser acompanhada por levantamento bibliográfico, a fim de que se disponha do material básico para o início dos trabalhos.

Após o reconhecimento preliminar precede-se à seleção das áreas para estudos detalhados, considerando-se os seguintes critérios:

1. Representatividade: A área selecionada deve, idealmente, ser semelhante ás demais de modo que os resultados possam ser utilizados para interpretação das demais áreas.

2. Áreas prioritárias: Em alguns casos, o critério principal será a seleção de áreas especiais devido a seu reconhecido valor científico ou biológico. O critério de seleção pode basear-se na proximidade do local de estudo a certas áreas de desenvolvimento ou com desenvolvimento já programado. Também poderá ser escolhido devido sua proximidade a fontes de contaminação ou sujeitas a futuras alterações do ambiente devido a obras de expansão imobiliária, industrial.

3. Acessibilidade: É preciso que o lugar a ser estudado seja razoavelmente acessível para reduzir os custos do estudo. Sempre que for possível, devem ser escolhidos bosques de fácil acesso por estradas ou rios, sem ter que consumir muito tempo caminhando por terrenos pouco transitáveis.

Os manguezais são reconhecidamente áreas de difícil acesso e a seleção de parcelas representativas e acessíveis deve ser o objetivo principal de qualquer reconhecimento preliminar.

Alguns fatores ambientais (maré, água de drenagem, temperatura do ar e da água, precipitação pluvial) atuam sobre o ecossistema regulando seu desenvolvimento. Tanto a intensidade dos fluxos de matéria como os de energia entre o manguezal e os ecossistemas vizinhos, dependem dos regimes e periodicidades desses fatores abióticos (Exemplos l e 2).

Entre os fatores a serem considerados na descrição de uma região temos: 1. Localização geográfica; 2. Características climáticas; 3. Marés e hidrografia, e 4. Geomorfologia e sedimentos.

Localização geográfica

A localização geográfica é definida em termos de latitude e longitude. Em quase todos os países da América Latina podem ser obtidos mapas na escala de 1:50.000 contendo grande número de informações sobre a geografia da região. A descrição do local deve ser acompanhada por comentários sobre as características geográficas peculiares àquela região.

- Escala: relação entre Grano e Extensão e problemas de terminologia A importância do tema escala veio a ser reconhecido apenas recentemente, ao se tornar cada vez mais evidente o fato de não existir uma única escala “apropriada” para se estudar ou observar um sistema e que o observado é freqüentemente uma função da escala escolhida. Com o desenvolvimento da teoria sobe hierarquias tem se tornado também cada vez mais evidente que o que se observa em uma determinada escala nem sempre pode ser extrapolado para outras escalas e que alguns fenômenos evidentes em uma escala não o são em outras. O problema de escalas é, sem dúvida, um dos maiores desafios no caso do estudo dos sistemas naturais. Por exemplo, freqüentemente nos encontramos diante da necessidade de extrapolar o observado em escalas finas para escalas maiores. A biomassa de uma árvore pode ser determinada com relativa facilidade, porém no caso da biomassa de um bosque já não é tão simples, pois não se trata somente de multiplicar um determinado valor pelo número de árvores devido à heterogeneidade dos indivíduos que compõem os bosques, dos tipos de substrato e a diversidade na forma das árvores.

São identificados três grandes desafios com relação ao tema das escalas (Huggett, 1993): 1) A extensão dos sistemas naturais e a nossa capacidade limitada de dominar a totalidade do problema (scale coverage problem), uma vez que as áreas de estudo serão sempre muito pequenas em relação ao sistema total; 2) O problema de se associar o observado a uma determinada escala com o que ocorre em outras escalas (scale linkage problem); e, 3) A relação entre escala e nível de organização (scale standardization problem).

A terminologia relativa ao tamanho da escala – numa linguagem comum “grande escala” e “pequena escala” pode gerar confusão considerável, tendo que ser usada com muito cuidado. Geralmente o leigo confunde “pequena escala” com áreas pequenas, porém em cartografia é exatamente o contrário, onde grandes áreas são associadas a pequenas escalas. Os mapas em escala pequena representam grandes áreas com pouco detalhe, enquanto os mapas em grande escala mostram áreas pequenas com grande detalhe. Como os termos descritivos de escala podem ser usados de forma inconsistente é preciso deixar bem claro o que se deseja dizer ao ser tratado este tópico.

Escala cartográfica Terminologia adotada para as escalas, segundo a Associação Cartográfica Internacional: Escalas > 1:25.000 (números inferiores a 25.000, equivalendo a mapas de grande escala); Escalas entre 1:50.000 e 1:100.000 (mapas de escala média); e Escalas < 1:200.000 (números maiores que 200.000, equivalendo a mapas em pequena escala).

Características climáticas

As características climáticas da região contribuem para determinar o grau e o nível de desenvolvimento estrutural das áreas de manguezal.

Por exemplo, os bosques de mangue mais desenvolvidos ocorrem onde a precipitação pluvial excede os 2.000mm anuais e onde não haja uma estação seca pronunciada (Macnae, 1966). Quando a precipitação é reduzida a valores de 1.500 a 500mm começam a se formar bosques de menor porte, podendo surgir feições desprovidas de vegetação devido ao acúmulo de sais no sedimento.

Em outras regiões (como na Flórida e no sul do Brasil) a ocorrência periódica de geadas provoca mortandade das árvores de mangue ou desfolhação, com maior ou menor intensidade. Estas condições climáticas aumentam os custos energéticos de manutenção do sistema impedindo o desenvolvimento de bosques estruturalmente mais complexos.

As variáveis meteorológicas mais frequentemente utilizadas, devido sua importância e facilidade de obtenção são a pluviosidade e a temperatura do ar. Outros tipos de dados meteorológicos, como radiação solar, cobertura de nuvens, evaporação, evapotranspiração e temperatura da água, entre outros, também são de grande valor, porém de uma maneira geral mais difíceis de serem obtidos.

Ao selecionar a estação meteorológica, deve ser considerada sua proximidade à área de estudo. Sua localização deve ser representativa para a região onde se desenvolvem os trabalhos de campo.

Diagrama climático

Heinrich Walter et al. (1975), desenvolveram sistema para representar as características plúvio-térmicas de forma gráfica e resumida.

Estes diagramas mostram o andamento (curva anual) anual da precipitação e da temperatura do ar, incluindo informações sobre as características do clima da região. A representação gráfica se faz de forma padronizada, de modo a permitir comparar o clima de diferentes regiões.

Marés e hidrografia

As marés constituem uma das fontes mais importantes de energia subsidiária que incidem sobre os manguezais. As regiões que apresentam maior desenvolvimento estrutural geralmente possuem marés de grande amplitude. A caracterização deste regime é também importante na descrição das áreas ocupadas pelas diversas feições do ecossistema.

Os dados sobre as características das marés em uma dada região são obtidos estações maregráficas. O estudo detalhado destes dados permite a construção de tabelas de previsões (Tábua de marés), disponíveis para os portos mais importantes.

As previsões são afetadas por alterações atmosféricas (ventos, pressão atmosférica), podendo ocorrer grandes divergências entre os valores previstos e as marés observadas. As características particulares da maré, em um determinado local, também são afetadas pelo relevo e processos hidrodinâmicos da região.

Salinidade

A salinidade intersticial é um parâmetro de grande importância ecológica, especialmente em ambientes áridos onde pode haver acúmulo de sais. Nessas áreas podem se desenvolver condições desfavoráveis ao crescimento das plantas de mangue. Estas condições de hipersalinidade caracterizam os ambientes de elevada evapotranspiração, podendo estar associadas aos níveis extremos de amplitude de maré e/ou a períodos de estiagem prolongada.

Os teores de salinidade podem influir tanto sobre a altura das árvores como sobre o tamanho das folhas das espécies típicas de mangue.

Para coleta de água intersticial podem ser utilizados tubos de PVC com 5 cm de diâmetro (2 polegadas), com comprimento de ± 50 cm, sendo uma das extremidades fechada por tampa e com perfurações próximas a esta (Fig. 2). Com auxílio de um trado abrem-se os buracos onde serão colocados os tubos de PVC (com a extremidade tampada para baixo). Os tubos deverão ser colocados a uma profundidade compatível com aquela de sistema radicial das árvores próximas.

Uma vez instalado o tubo, esvazia-se completamente a água de seu interior com auxílio de uma bomba de mão. A amostra para determinação da salinidade será coletada da água que volta a se acumular dentro do tubo. Estes “poços" de PVC podem ser mantidos permanentemente, bastando para isso colocar uma tampa na extremidade superior, a ser retirada sempre que se desejar obter uma nova amostra. É necessário assegurar-se de que os tubos, quando abertos, não serão encobertos pelas marés altas.

A determinação da salinidade é feita com auxílio de um refratômetro portátil. Este instrumento requer apenas uma pequena quantidade de água, sobre o prisma e devidamente tampada (Fig. 3). O instrumento deve ser colocado em direção a uma fonte de luz para produzir maior contraste entre os dois campos. A leitura é feita sobre a linha limítrofe entre os campos claro e o escuro, tendo ao fundo uma escala graduada (Fig. 3). Os refratômetros podem ser adquiridos calibrados em unidades de salinidade. A utilização deste refratômetro permite leitura de salinidade com precisão de ± l ‰, perfeitamente aceitável para esse tipo de estudo.

Geomorfologia e sedimentos

As características da região podem ser descritas ou interpretadas a partir de fotografias aéreas disponíveis ou a partir de mapas topográficos.

Dependendo das facilidades disponíveis, convém realizar análises granulométricas dos sedimentos. Este tipo de análise fornece as porcentagens das classes de partículas que compõem o sedimento e a determinação de sua textura.

A finalidade das análises granulométricas é a de caracterizar os sedimentos com um mínimo de subjetividade, permitir comparações entre amostras e interpretar as condições ou características sedimentológicas das diferentes feições do sistema.

Para uma adequada compreensão sobre o assunto recomenda-se a leitura do trabalho de Suguio (1973).

A textura pode ser estimada no campo de forma expedita, por meio do próprio tato. O material esfregado entre os dedos, quando áspero e tendo as partículas visíveis, é descrito como uma das categorias de areia. O lodo é ligeiramente plástico quando úmido e ao tato, quando seco, tem textura de farinha ou talco. Os sedimentos argilosos são extremamente plásticos e pegajosos quando úmidos e vão endurecendo enquanto secam.

Podem ser adquiridas ou preparadas lâminas com amostras de diferentes intervalos granulométricos para se estimar a natureza do material no campo. Uma destas lâminas (Figura xx) pode ser preparada colocando-se sobre a mesma, material peneirado correspondente aos seguintes intervalos de classe granulométrica:

Areia muito grossa...... 2,0 a 1,0 mm Areia grossa...... 1,0 a 1/2 mm Areia média...... 1/2 a 1/4 mm Areia fina ...... 1/4 a 1/8 mm Areia muito fina ...... 1/8 a 1/16 mm Lodo e argi1as ...... < 1/16 mm

A cor do sedimento é outra característica fácil de ser observada. De fato, muitos sedimentos recebem sua denominação pela cor. A cor do sedimento é resultado da sua origem e das condições de sua formação. Nos manguezais, o conteúdo de matéria orgânica contribui para formação de sedimentos escuros ou acinzentados, especialmente sob condições redutoras. Os sedimentos com altos teores de matéria orgânica e compostos ferrosos são, em geral, de coloração escura, cinza-azulados ou esverdeados.

A cor do sedimento é, portanto, um índice das condições de oxidação ou redução. A cor também influi na temperatura dos mesmos, pois solos escuros absorvem mais calor que os claros.

As cores do solo são descritas por meio do uso de tabelas de cores. A mais usada é a “Escala de Munsell”, constituída por um conjunto de pranchas com quadros a cores dos diversos matizes. Neste sistema a cor é descrita pelo uso de três variáveis simples: tom (ou matiz), valor e croma. O tom corresponde à cor espectral; o valor é a claridade ou intensidade relativa da cor e o croma, é a pureza relativa, força ou saturação de uma cor.

O uso da Escala de Munsell permite descrição numérica da cor e normaliza ainda os nomes a serem dados às mesmas. Por exemplo, um sedimento 2,5 YR 5/6 é um sedimento vermelho e um 5 Y 5/l é cinza.

Para maiores informações sobre a análise de solos o leitor deve recorrer aos trabalhos clássicos de Suguio (l973) e Folk (1974).

Fig. 2 – Tubo de PVC e a seqüência de como se proceder à coleta de amostra da água intersticial.

Fig. 3 – Refratômetro e detalhe de como se processa a leitura da salinidade de uma amostra de água. Exemplo 2

Dados abióticos (fatores físicos)

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Local Tipo Coloração Intensidade luminosa tempera tura (latitude fisiográfico Sal inid ade sedimento longitude) (bosque) (Munsell) estuário intersticial superfície 100% bosque ar sedimento

SEGUNDA ETAPA CARACTERIZAÇÃO DAS PROPRIEDADES ESTRUTURAIS E CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS DO SISTEMA

Na prática, a feição que caracteriza mais propriamente o ecossistema manguezal é a da cobertura vegetal (bosque de mangue). A caracterização estrutural de um bosque passa, então, a ser o segundo passo no estudo das áreas de manguezal. A descrição estrutural nos dá uma idéia do grau de desenvolvimento, além de permitir a identificação e a delimitação de bosques com propriedades semelhantes, permitindo realizar comparações entre áreas. Nos estudos de manguezal as características mais frequentes utilizadas na descrição dos bosques são:

1 - espécies presentes 2 - diâmetro da árvore 3 - área basal das árvores 4 - altura média do bosque 5 - densidade 6 – fitomassa (biomassa vegetal) ou volume

Outras propriedades do sistema que também são quantificadas, ainda que com menor frequência devido às dificuldades na obtenção dos valores, são o índice de área foliar, o espaço ocupado pela copa e a fitomassa radicial.

Os métodos empregados para medir estas variáveis estruturais são descritos a seguir:

DIÂMETRO DO TRONCO

O diâmetro é uma das medidas mais simples empregadas para fornecer informação quantitativa sobre a estrutura arbórea. Com esta medida é possível por sua vez, calcular outras, tais como a área basal e o volume.

Para a medida do diâmetro deve-se assumir que a árvore apresenta secção transversal circular. Emprega-se uma trena calibrada de modo que cada divisão, corresponde a 3,1416 cm, o que permite uma leitura direta do valor do diâmetro. Quando não se dispõe deste tipo de trena, pode-se utilizar uma trena comum ou fita métrica para medir a circunferência. A circunferência (ou perímetro) dividida por π (3,1416cm) corresponde ao diâmetro, desde que a secção transversal seja realmente circular.

Convencionalmente mede-se o diâmetro da árvore à altura do peito do observador (DAP), mais especificamente a 1,3m do solo (Fig. 4A). Quando uma árvore tem anormalidades em seu tronco a esta altura, mede-se o diâmetro que a árvore teria se não tivesse a deformidade. No caso dos mangues, freqüentemente se torna difícil determinar como vai ser medido o diâmetro na presença de raízes escora, bifurcações, etc. Sugerimos então adotar os seguintes procedimentos:

- Se os troncos se bifurcam à altura do peito, mede-se o diâmetro logo abaixo da bifurcação (Fig. 4B).

- Se o tronco bifurca abaixo da altura do peito, consideram-se como dois troncos e registram-se duas medidas de diâmetro (Fig. 4C). Atenção, não é possível somar diâmetros. Essas medidas têm que ser transformadas em área basal para que possam ser somadas.

- Quando a árvore é formada por troncos muito próximos, ramificados acima ou abaixo da superfície do solo, mede-se o diâmetro de cada um dos troncos (Figs 4D - a e b).

- Quando houver deformidades no tronco, à altura do peito, mede-se o diâmetro acima ou abaixo das mesmas (Figs 4E - a e b).

- No caso de Rhizophora mangle, o diâmetro deve ser medido a 1,3 m do solo, ou acima do ponto onde sái oa último rizóforo (Fig. 4F).

As medidas de diâmetro são agrupadas em classes de troncos com diâmetros ≥ 2,5cm (≥ 1 polegada) e l0,0cm (≥ 4 polegadas). Quando se trabalha com bosques muito jovens pode ser conveniente incluir nas medidas todos os troncos a classe correspondente a < 2,5cm de diâmetro. Este número deve ser registrado em uma coluna a parte (Exemplo 3).

Geralmente os bosques são descritos com base nos indivíduos vivos, porém consideramos que é possível melhorar sensivelmente o conjunto de informações ao serem anotados, também, os dados sobre os indivíduos mortos. Essas informações devem ser registradas a parte.

As trenas de fibra (teflon, etc.) são as mais adequadas para uso no manguezal. Temos usado uma trena da "Forestry Suppliers", com capacidade para medir até 160 ou 320cm de diâmetro. Mas também podem ser utilizadas fitas métricas de costureira, de borracha ou plastificadas. Neste caso, mede-se o perímetro e divide-se o resultado por π (3,1416cm).

Antes de começar uma série de medidas, o responsável pelas mesmas deve familiarizar-se com o sistema de calibração utilizado para evitar erros de leitura. A trena deve estar tensa (esticada) e em posição horizontal.

Artigo específico sobre medidas de DBH

Fig. 4 - Onde medir o DAP (diâmetro à altura do peito) em árvores com troncos irregulares e rizóforos, expansões caulinares também denominadas raízes escora. 4A - Árvores sem irregularidades, o DAP é medido a 1,3m do solo. 4B - Árvore bifurcada acima de 1,3 m, o DAP é medido logo abaixo da bifurcação. 4C - Árvore bifurcada abaixo de 1,3m, cada tronco é medido separadamente. Deve ser registrado o número médio de troncos por indivíduo. 4Da e 4Db - Árvores bifurcando acima ou abaixo do solo, os diâmetros são medidos para cada tronco e as árvores são registradas separadamente. 4Ea - Árvore deformada, o DAP é medido logo acima da deformidade. 4Eb - Árvore com pescoço de garrafa, o DAP é medido acima da base. 4F - Árvore com rizóforo, o DAP é medido acima da última expansão caulinar. Exemplo 3 – Medidas Estruturais de um Bosque

REFAZER TABELA – TABELA DE CAMPO GRAVADOR, iPED?

ÁREA BASAL

A área basal é definida como sendo a área ocupada por um tronco com um dado diâmetro. Por definição se assume que o referido tronco é perfeitamente cilíndrico e seu diâmetro é medido a uma altura de 1,3m (à altura do peito). A área basal de um bosque é a soma das áreas basais de todos os troncos, por unidade de área. Geralmente se expressa em termos de m2 (metro quadrado) de madeira por ha (hectare) para troncos cujos diâmetros estão entre ≥ 2,5cm e < 10,0cm e ≥ 10,0cm de DAP. Em alguns estudos se informa ainda a contribuição em área basal dada pelos troncos ≥ 5cm de DAP.

Esta medida é um excelente índice do grau de desenvolvimento atingido por um bosque, já que está intimamente relacionada com o volume de madeira e com a biomassa vegetal (fitomassa) do bosque.

A área basal (AB) de um tronco é dada por: AB = πr2 onde AB é a área basal e r é π o raio, mas como r = DAP/2, então em termos de diâmetro AB é dado por: AB = 4 DAP2.

Para expressar AB em termos de m2 quando se mede o diâmetro em centímetros, π 2 se utiliza a seguinte fórmula: AB = (DAP) ou seja, 4(10.000)

AB(m2) = 0,00007854 (DAP cm)2 (1)

A área basal do bosque é estimada medindo-se os diâmetros de todas as árvores maiores que o diâmetro especificado (≥ 2,5cm ≥ 10,0cm) dentro de uma área determinada. A seguir, os diâmetros individuais são transformados em área basal aplicando-se a fórmula (1) e somados os valores obtidos. Este método requer a delimitação de uma parcela com área conhecida (Exemplos 3, 4 e 5). Em uma seção posterior deste guia será apresentado método que dispensa o estabelecimento de parcelas, mas que requer o uso de prisma óptico ou instrumento equivalente.

ÁREA BASAL MÉDIA A área basal média NÃO é a média dos resultados das áreas basais. O valor da área basal média ( AB ) é obtido dividindo-se o valor da área basal pelo número de indivíduos que tiveram seus diâmetros medidos: AB = AB/n Exemplo 4 - Ficha de laboratório, transformação dos valores de diâmetro (DAP) em área basal.

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DENSIDADE

A densidade é o número de árvores por unidade de área. No sistema métrico a densidade é expressa, normalmente, em termos de individuas por hectare (ind./ha) ou por 0,1ha. A densidade de um bosque é função de sua idade e amadurecimento. Os bosques passam durante seu desenvolvimento de uma fase em que o terreno está ocupado por grande densidade de árvores de diâmetro reduzido, a uma fase de maior amadurecimento, quando o domínio é feito por poucas árvores de grande porte e volume. A densidade se reduz com o amadurecimento de um bosque*. O processo de redução na densidade é mais evidente nas etapas iniciais do desenvolvimento do bosque, quando são muitos os indivíduos jovens e qualquer aumento no diâmetro representa a morte de grande número de árvores. Entretanto, nas etapas de maior amadurecimento de um bosque, um aumento em diâmetro resulta na morte de um número bem menor de indivíduos. O processo que causa a redução do número de árvores é devido à competição das copas por espaço no dossel, bem como devido ao desenvolvimento do sistema radicial. As árvores mais altas recebem a luz solar diretamente e crescem rapidamente dificultando ou mesmo impedindo o desenvolvimento daqueles indivíduos cujas copas não recebem a luz diretamente. Estes morrem devido à competição, deixando ainda mais espaço para o desenvolvimento dos mais bem dotados.

Quando a árvore se bifurca abaixo da altura do peito considera-se como dois o número de troncos e quanto ao número de indivíduos como 1 (um). Em alguns bosques a razão número de troncos/números de indivíduos pode exceder a 1. Em geral os bosques mais bem desenvolvidos, crescendo sob condições mais adequadas, têm uma relação próxima a 1. Sob condições menos favoráveis aumenta o número de ramificações por indivíduo. Esse tipo de informação é de grande valor e, portanto, recomenda-se enumerar separadamente o número de troncos e o número de indivíduos para cada parcela (Exemplo 5).

Tamanho das parcelas Há várias técnicas para determinar densidade, por exemplo, contando todas as árvores acima de um determinado diâmetro (DAP geralmente ≥ 2,5cm), em parcelas de dimensões conhecidas. O tamanho da parcela é função da densidade da vegetação e da uniformidade do bosque. O problema com parcelas grandes é o tempo que se necessita para o trabalho de caracterização de todos os indivíduos. A experiência é o melhor guia para selecionar o tamanho da amostra, devendo cada parcela incluir, no mínimo, de 20 a 30 árvores. Os tamanhos utilizados variam de 5 x 5m em bosques muitos jovens, 10 x 10cm em bosques com densidades de mais de 3.000 indivíduos/ha e parcelas de 10 x 50m ou 10 x 100m em bosques maduros.

* Este processo de redução de densidade natural (port. - desbaste natural; ingl. - natural thinning; esp. – raleo ou aclareo natural) se processa com o desenvolvimento do bosque. POSICIONAMENTO E DELIMITAÇÃO DAS PARCELAS

As parcelas são demarcadas para facilitar o estudo das características estruturais e a composição florística do bosque. Na delimitação das parcelas, assim como no estabelecimento de perfís e transversais, podem ser utilizados fios de náilon previamente marcados de metro em metro ou fitas calibradas (trena de 50m). A trena deverá ser de material resistente à água (tanto doce como salgada) e de leitura fácil.

Os lados da parcela poderão ser marcados por barbante comum, fios de náilon ou fitas plásticas de cores brilhantes.

À medida que as árvores, dentro da parcela, forem sendo registrados os troncos devem ser marcados com fitas plásticas ou barbante, para evitar recontagem dos indivíduos.

Durante os trabalhos de campo deve ser evitado o corte de rizóforos, pneumatóforos e galhos, bem como a abertura de trilhas com derrubada de árvores, sempre que esse procedimento não seja absolutamente necessário.

Posicionamento das parcelas A orientação das parcelas é importante, pois devem estar posicionadas perpendicularmente aos gradientes ambientais. Por exemplo, se o trabalho é em uma franja, a parcela deve estar orientada paralela à margem. Se há diferenças estruturais significativas bosque a dentro, deve-se posicionar as parcelas a diferentes intervalos (Fig. 5).

A parcela deve, idealmente, ter uma forma em que se reduza a relação do perímetro/área. Desta maneira se reduz também a probabilidade de incluir na parcela árvores que não pertençam à mesma. Esta é a desvantagem de se empregar transversais longas e estreitas, pois requerem maior número de decisões sobre se um indivíduo pertence ou não à área delimitada.

Uma forma de amostragem empregada com freqüência é, por exemplo, a de delimitar uma sequência de 10 parcelas contíguas, de 10 x 10m, de forma a cobrirem uma faixa de 10 x 100m perfazendo 0,1 ha.

Fig. 5 – Loca1izações correta e incorreta de parcelas em uma área de estudo. As parcelas devem estar orientadas perpendicularmente a possíveis gradientes físico-químicos (abióticos). ALTURA

A altura é outra das variáveis fundamentais utilizadas na descrição estrutural de um bosque. A relação entre diâmetro e altura pode ser avaliada registrando-se o diâmetro no eixo dos x e a altura no eixo dos y. Para árvores de Rhizophona mangle, em Porto Rico e Flórida, a relação entre estes dois parâmetros é descrita por uma curva logarítmica do tipo:

Y = 6 + mln x (Fig. 6)

Para os valores numéricos obtidos nas regiões acima citadas, a equação é a seguinte:

Lny = Ln 1,56 + (0,7995) Ln x com um r2 = 0,83 e um n = 184.

A a1tura medida com maior freqüência é a altura total, a distância entre a base da árvore e a extremidade da copa. Há vários instrumentos que podem ser utilizados para medir a altura, porém um dos mais úteis é o telêmetro óptico. Este instrumento é pequeno, fácil de ser transportado, econômico e pode ser utilizado em bosques densos onde seria difícil distinguir a copa de uma árvore a partir de um ponto distante. Consideramos bastante prática a utilização de um telêmetro, com leitura de 2 a 30 m (Fig. 7A).

Para determinar a altura, com auxílio do telêmetro se procede a superposição das imagens observadas no visor girando-se o ajuste do instrumento. Quando as imagens se superpõem lê-se a distância marcada sobre a fita calibrada. Para utilizar o telêmetro o observador deve estar colocado diretamente abaixo da árvore a ser medida. Passa então a focalizar o galho mais alto da árvore de forma perpendicular ao olho do observador (Fig. 8). A distância registrada pelo instrumento deve ser somada a distância que vai do olho do observador até o chão, desta forma obtém-se a altura da árvore.

Quando se emprega um telêmetro é preciso posicionar-se diretamente abaixo da árvore, pois um deslocamento horizontal provocaria aumento da altura. É preciso também, medir a altura em re1ação aos galhos mais altos. Ainda que o emprego do telêmetro possa ter algumas desvantagens (às vezes é difícil identificar os galhos mais altos), não deixa de ser um instrumento muito prático que permite leituras expeditas.

A altura da copa pode ser medida também com a utilização de um clinômetro (Fig. 7B). Um clinômetro bem simples pode ser construído utilizando-se um transferidor e um fio de prumo (um ponteiro de arame). Neste caso o observador se afasta da árvore e mede o ângulo formado com a parte superior da copa. A distância entre o observador e o tronco da árvore, multiplicada pela tangente do ângulo, e igual à altura. Se o observador conseguir se colocar de tal forma que o ângulo formado seja de 45°, então a distância entre ele e a árvore será igual à altura da árvore. A todas estas medidas deve ser somada a altura que vai do olho do observador até o chão.

Com frequência se considera a altura do bosque de mangue como sendo a média da altura das três árvores mais altas dentro da parcela (desde que não sejam árvores emergentes), uma vez que estas tendem a pertencer a uma mesma classe etária. Entretanto, é recomendável que o observador avalie quão homogênea é a altura do dossel. Sendo homogênea, a média pode ser calculada a partir de um menor número de medidas. Porém, se for muito irregular, deve ser utilizada a média da altura de todas as árvores enumeradas. Quando existirem algumas árvores bem mais altas que as demais (emergentes), é possível medir a altura destas e calcular a altura média das árvores emergentes, além da altura média do dossel.

Em bosques de pequena estatura, as alturas podem ser determinadas com auxílio de uma vara telescópica graduada, uma vez que os telêmetros disponíveis no mercado não são adequados para pequenas distâncias.

Fig. 6 – Relação entre o DAP e altura da árvore. Conjunto de 184 árvores de Rhizopora mangle em Porto Rico e Flórida.

Fig. 7 – 7A Telêmetro e 7B Clinômetro, intrumentos utilizados para medir altura das árvores.

Fig. 8 – Modo de usar o telêmetro. O observador deve colocar-se diretamente abaixo do galho mais alto a ser observado. À altura registrada no telêmetro deve ser somada a altura que vai do olho do observador ao solo. DIÂMETRO MÉDIO

Diâmetro médio é diferente da média dos diâmetros que, por sinal, não é um resultado válido. O diâmetro médio de um bosque é definido como sendo o diâmetro da árvore de área basal média. A média dos diâmetros ( X DAP) é sempre menor que o diâmetro da árvore de área basal média ( DAP ). A área basal ( g ) da árvore média é dada pela expressão:

área basal por hectare (AB) g = ————————————— número de árvores por hectare

Como a área basal é igual a,

AB = [DAP2] [0,00007854] (1) então, o diâmetro médio ( DAP ) é dado por:

g DAP = ÷0,00007854 n ou seja,

(g)(12732,39) DAP = n

O diâmetro médio ( DAP ), não é igual a média aritmética dos diâmetros. O diâmetro de árvore de área basal média é uma medida descritiva de grande utilidade, que permite a comparação entre os bosques, além de se poder correlacionar com outras medidas estruturais. Na figura 9 se apresenta a relação entre a densidade e o DAP para 114 bosques de mangue. A relação é inversa: a densidade se reduz gradualmente durante o desenvolvimento do bosque, de tal forma que os bosques maduros se caracterizam por possuírem poucas árvores de grande diâmetro.

Fig. 9 – Relação entre o DAP médio (diâmetro da árvore de área basal média) e a densidade, para 114 bosques de mangue do Continente Americano. DENSIDADE RELATIVA, DOMINÂNCIA E FREQUÊNCIA

Os métodos que empregam várias parcelas fixas nos permitem lidar com três parâmetros que se revelam úteis para descrever uma determinada comunidade: a contribuição em número de espécies registradas para o bosque, em termos de densidade; área basal (dominância); e probabilidade de ocorrência em uma única parcela. Estas medidas são calculadas da seguinte forma:

Densidade relativa número de indivíduos de uma espécie (entre as várias = ——————————————————— x l00 (3) parcelas) número total de indivíduos

Dominância relativa dominância de uma espécie (entre as várias = ——————————————— x l00 (4) parcelas) dominância total (área basal)

Freqüência relativa freqüência de uma espécie (entre as várias parcelas = —————————————————— x l00 (5) de um mesmo tamanho) soma da freqüência de todas as espécies

Freqüência é a porcentagem de parcelas em que se encontra uma determinada espécie. Há três problemas com estas medidas. A maior desvantagem é que a possibilidade de encontrar uma espécie em uma parcela é função do tamanho da mesma e aumenta segundo se aumenta o tamanho da parcela. A comparação de freqüências, portanto, somente pode ser feita entre parcelas de um mesmo tamanho. A segunda desvantagem, é quanto ao tipo de distribuição espacial, havendo agregações a freqüência também diminuirá. Finalmente, não é possível computar a freqüência quando se emprega o prisma óptico ou métodos semelhantes, pois neste caso o tamanho das parcelas não é fixo. MÉTODO DO QUADRANTE CENTRADO (PCQM)

Há várias técnicas para avaliar a densidade ou a área basal de um bosque com base na distância entre os indivíduos. Esta técnica também não requer a delimitação de uma parcela. Entretanto, este método somente deve ser empregado no caso de bosques maduros, com árvores bastante afastadas umas das outras.

Este método PCQM é um dos mais versáteis para o estudo da vegetação e foi utilizado para descrição de bosques de mangue por Pool et al., 1977. O método está fundamentado no estabelecimento de pontos ao longo de uma linha que cruza a área a ser estudada. O rumo da linha deve ser estabelecido cuidadosamente de forma a não passar por gradientes estruturais ou físico-químicos. Cada ponto de amostragem sobre a linha é dividido em quatro quadrantes (Fig. 14). A linha de rumo divide o ponto de amostragem em dois e colocando-se outra linha perpendicular à do rumo, são gerados os quatro quadrantes.

Uma vez estabelecido o ponto de amostragem, mede-se a distância ao centro da árvore mais próxima, em cada um dos quadrantes. Repete-se esta medida para as plântulas e os jovens. São registrados também o diâmetro, a altura e a espécie de cada um destes indivíduos. As quatro distâncias serão utilizadas para o cálculo do valor médio. Esta média corresponde à raiz quadrada da área média ocupada pelas árvores. A densidade (árvores/ha) é obtida dividindo-se a área ocupada por um individuo pela unidade de área desejada.

Recomenda-se o estabelecimento de um mínimo de 20 pontos de amostragem, ao longo de cada linha.

O modelo de ficha apresentado (Ficha V) é proposto de forma a permitir a obtenção e a análise dos dados pelo método PCQM. No campo são preenchidas as colunas, exceto aquelas referentes a área basal, completando-se o formulário no laboratório.

No Exemplo 9, apresenta-se como proceder para a análise dos dados. Neste exemplo são mostrados os passos para a análise de 5 pontos de amostragem em um bosque de mangue. Deve ficar claro que são analisados somente 5 pontos a guisa de se ilustrar o procedimento, uma vez que devem ser registrados (em campo), pelo menos 20 pontos por linha.

No exemplo, a média das distâncias foi de 1/1,78 m2, que corresponde a 1/d2, ou seja, 0,3156 troncos/m2 , ou 316 troncos/0,1 ha O cálculo da densidade por espécie é mostrado no Exemplo 10A. Por exemplo, a densidade de L. racemosa foi estimada com base nos 6 indivíduos encontrados nos 20 quadrantes considerados, quer dizer, 0,30 por quadrante. Este número multiplicado pela densidade total corresponde à contribuição de L. racemosa para a densidade.

O cálculo da área basal aparece nos Exemplos 10B e 11. Os dados de diâmetro (DAP) são transformados em área basal (Exemplo 11) e em seguida calcula-se a área basal média para cada espécie (Exemplo 10B) A área basal média para cada espécie multiplicada pela densidade de árvores dessa espécie e igual à contribuição desta espécie para a área basal total do bosque.

O próximo passo é o cálculo da freqüência absoluta. Este parâmetro é o número de pontos em que se encontrou uma dada espécie, dividido pelo número total de pontos. O resultado é então multiplicado por l00 (Exemplo 10C). No exemplo 12 são feitos os cálculos da densidade relativa, dominância e freqüência, assim como também do valor de importância (Exemplo 13), que é a soma da densidade, dominância e freqüência relativa. Uma espécie somente atingirá um valor de importância igual a 300 em um bosque monoespecífico. O valor de importância é um índice da participação de uma determinada espécie, em um determinado bosque.

Fig. – 14 O método do PCQM. Quatro distâncias são medidas até as árvores mais próximas do ponto de amostragem (d1, d2, d3, d4). A distância entre os pontos deve ser suficiente para nenhuma árvore seja contada duas vezes.O método requer um mínimo de 20 pontos amostrados (80 quadrantes). Exemplo da ficha V – Método do Quadrante Centrado (Point Centered Quarter Method).

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Exemplo 9 – Exemplo da análise de dados obtidos pela técnica do PCQM.

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Exemplo 10 – Cáculo de Densidade (10A), Área Basal (10B) e Freqüência absoluta (10C) pela técnica do quadrante centrado (PCQM). REFAZER TABELA - EXCEL

Exemplo 12 – Cálculo da densidade relativa, dominância relativa (área basal) e freqüência relativa, pelo método do quadrante centrado (PCQM). REFAZER TABELA - EXCEL

Exemplo 11 – Determinação de Área Basal média, por espécie, pelo método do quadrante centrado (PCQM). REFAZER TABELA - EXCEL

Exemplo 13 – Cáculo do valor de importância (V.I.) das espécies pelo método do quadrante centrado (PCQM).

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FITOMASSA AÉREA

A fitomassa aérea é a quantidade de matéria orgânica vegetal por superfície do terreno (por unidade de área) em um bosque. A biomassa (matéria orgânica) acumulada por um sistema é função de sua idade, produtividade e de como é incorporada e/ou exportada.

Há dois métodos para se determinar a biomassa de um bosque: coleta total ou por meio de técnicas alométricas. A coleta total somente é viável de execução em bosques jovens, em bosques de menor estatura ou anões. Nos bosques altos torna-se conveniente estimar a biomassa por técnicas alométricas. Com esta finalidade podem ser desenvolvidas equações de regressão entre o peso de árvores amostradas por coleta total e características de fácil mensuração, tais como DAP e altura. A determinação da biomassa, empregando as equações de regressão, tem a vantagem de ser "não destrutiva". Uma vez que se tenha tomado uma série de amostras e aplicado as equações pertinentes, não será necessário voltar a coletar material para se estimar a biomassa de um bosque.

Coletas totais

Como se assinalou anteriormente, este método é apropriado somente para bosques de pequeno porte. Para se determinar a biomassa de um bosque é estabelecida uma parcela onde se coleta todo material (na área delimitada).

O material coletado é separado em compartimentos (ou frações), tais como: madeira (troncos e galhos); rizóforos; raízes adventícias; pneumatóforos; folhas; flores; e frutos. O material coletado é pesado no campo sendo levadas sub-amostras para o laboratório, quando se determina a relação peso seco/peso úmido. O material é seco em estufa a 70°C até atingir peso constante. O peso úmido medido no campo multiplicado pela relação peso seco/peso úmido, para cada compartimento, fornece uma estimativa do peso seco. A soma de todos os compartimentos corresponde à biomassa do bosque por unidade de área amostrada.

O tamanho da parcela a ser amostrada depende da estrutura do bosque, porém se recomenda, como tamanho mínimo, uma parcela de 5 x 5 m. Na Tabela 3 aparecem como exemplo os resultados da coleta de uma parcela de 5 x 5 m em bosques de mangue na Flórida (Tab. 4A). Tabela 3 – Biomassa do mangue-vermelho baseada em curvas dc biomassa versus DAP. A biomassa média é considerada separadamente, por classe DAP e por m2 (Tabela traduzida de Golley et al. , 1962).

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Tabela 4A – Biomassa em uma parcela de mangue-vermelho anão, em Roosevelt Roads, Ceiba, Porto Rico. Tamanho da parcela: 5 x 5 m.

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Técnicas alométricas

Este método requer a coleta de algumas árvores das espécies desejadas. Estas árvores são derrubadas e determinados os pesos úmidos dos diversos compartimentos (ou frações), ainda no campo. O tamanho da amostra, que por extensão corresponde ao número de árvores a serem derrubadas, é função da gama de tamanhos das árvores no bosque Todos os tamanhos de árvores encontrados no bosque devem estar representados na amostra.

Os resultados referentes à fitomassa aérea devem ser expressos em termos de biomassa (peso seco) por compartimento; tronco, galhos, folhas. No caso de Rhizophora mangle os valores referentes aos rizóforos são colocados em um compartimento a parte.

Os pesos úmidos são transformados em pesos secos e os dados são tabulados como mostra a Tabela 4B, Devem ser utilizadas entre 15 e 30 árvores, por regressão. Os dados são então ajustados a uma relação do tipo:

Biomassa = b [DAP2 . altura]m ou seja,

Ln Biomassa = Ln b + m Ln [DAP2 . altura]

Os parâmetros b e m para o conjunto de dados do Exemplo 14 aparecem no Exemplo 15. Estes dados correspondem a árvores de Rhizophora mangle em Porto Rico. Foram preparadas relações alométricas para estimar a biomassa acumulada em cada um dos compartimentos com base na relação DAP2.altura, de cada árvore.

Estas relações podem ser utilizadas para construir tabelas mostrando o padrão de incorporação da biomassa nos diversos compartimentos (Exemplo 16). Nesta tabela é mostrada, ainda, a porcentagem de biomassa da estrutura não fotossintética. Estes dados destacam o fato de que nos bosques mais desenvolvidos a biomassa foliar ou fotossintética é menor que 3%.

A fitomassa de um bosque é estimada multiplicando-se a biomassa correspondente à árvore de área basal média ( DAP ), pela densidade do bosque. Essa técnica forneceu resultados aceitáveis segundo Loetsch et al., 1973 além da nossa experiência em Porto Rico e no Brasil (Canal da Bertioga, SP e Baía de Sepetiba, RJ).

Outro método é o de estimar a contribuição das diferentes classes de diâmetro para a biomassa. Neste caso, a biomassa média de cada classe diamétrica será multiplicada pelo número de troncos, por unidade de área nesta classe. Os resultados obtidos em biomassa, para cada classe diamétrica, são somados para obter a biomassa total (vide Golley et al., 1962).

Em parcelas pequenas (30-40 árvores) é possível calcular a contribuição em biomassa para cada tronco, usando as medidas de DAP, altura e respectiva relação alométrica.

Recomendamos o seguinte procedimento:

- Selecionar a árvore da espécie e das dimensões desejadas.

- Preencher as fichas de campo (VIII e IX) com os dados da árvore a ser derrubada.

- Medir cuidadosamente o diâmetro na altura do peito (vide Diâmetro, p. 23) e altura.

- Medir o diâmetro da copa segundo sua projeção sobre a superfície do solo. O diâmetro da copa é estimado medindo-se o raio da copa em dois eixos perpendiculares. Uma pessoa coloca a trena junto ao tronco enquanto a outra caminha até posicionar-se abaixo do limite da copa. Caso a árvore esteja inclinada, a distância será medida desde o centro aparente da copa até a borda da mesma. Caso a copa não seja simétrica, devem ser medidos os raios menor e maior (Fig. 15). Para uma copa simétrica, área = πr2

D ⋅ D Caso seja elíptica, área = π 1 2 4

onde D1 e D2 são os raios maior e menor.

Estes dados são necessários para o cálculo do índice de área foliar (IAF).

- Preparar o terreno para derrubar a árvore. Verificar a direção mais adequada para derrubá-la.

- Uma vez derrubada, medir o comprimento total (não esquecer de somar a porção do tronco – toco - que ficou de pé). Caso a árvore não esteja inclinada, o comprimento total e a altura serão iguais.

- Cortar os galhos finos e determinar o peso das folhas. Esse trabalho se faz tão logo se tenha colocado todo material sobre um toldo de lona ou de plástico. Como as folhas perdem umidade rapidamente, é necessário executar a pesagem o mais rápido possível. As folhas acumuladas sobre a lona são colocadas dentro de sacos de papel para serem pesadas. Uma sub-amostra (± 1 kg) é reservada para determinar a relação peso seco/peso úmido após secagem das folhas em estufa. O peso úmido do material foliar e o peso exato da sub-amostra são anotados na ficha de campo. - Determinar o peso dos galhos finos (< 2,5 cm) e reservar uma sub-amostra. Anotar os pesos correspondentes na ficha de campo.

- Separar o material restante em galhos e tronco. Obter sub-amostras cujos pesos úmidos também devem ser anotados na ficha de campo. Essas sub-amostras consistem em discos finos cortados dos galhos e do tronco. Anotar o peso úmido do material total coletado.

- Para avaliar o IAF reservar sub-amostra para determinar a relação área/peso úmido. Essa sub-amostra deve conter entre 50 e 100 folhas.

Fig. 15 – Determinação da área da copa por sua projeção vertical e medida do comprimento dos eixos a (D1) e b (D2). Exemplo 14 – Bosque de mangue em Porto Rico (Rhizophora mangle)

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Dados de biomassa para 26 árvores de Rhizophora mangle, utilizados para preparação de equações alométricas.

Exemplo 15 – Valores de b e m para os dados do Exemplo 14. REFAZER TABELA - EXCEL

Exemplo 16 – Proposta de valores de biomassa, por compartimento (frações), para árvores de Rhizophora mangle de diferentes tamanhos. Valores calculados a partir dos dados do Exemplo 14. REFAZER TABELA - EXCEL

Tabela 4B – Bosque de mangue-vermelho em Porto Rico (Rhizophora mangle). Valores calculados a partir dos dados da Tabela 4A.

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ÍNDICE DE ÁREA FOLIAR

O índice de área foliar (IAF) é definido como sendo a superfície fotossintética por unidade de área de terreno (Tab. 5). Somente uma das superfícies da folha é considerada neste cômputo.

A determinação do IAF é importante, porém nem sempre de fácil execução. Pode ser determinado cortando-se uma parcela (p. ex. 1 m2) desde o solo até a copa do bosque. A soma das áreas das folhas coletadas neste metro quadrado corresponde ao índice de área foliar (Exemplo 17A).

Este método somente é prático em bosques muito jovens e/ou de pequeno porte. Não é adequado a trabalhos em bosques de maior altura ou de grande porte. Para estes tipos de bosques o método mais prático é o da prumada.

No método da prumada uti1iza-se uma linha (um fio de náilon) com um prumo na extremidade, suspenso de forma a atravessar a copa perpendicularmente. Registra-se, então, o número de folhas que o fio tocar. Este número corresponde ao IAF.

Para bosques com até 10 m de altura pode ser utilizada uma vara telescópica para sustentar o fio. Em bosques muito altos o vento pode dificultar sobremaneira esse tipo de medida. Nestes casos, as medidas somente poderão ser efetuadas em dias praticamente sem vento.

As medidas são feitas em pontos ao acaso, repetindo-se 5 vezes ou mais em cada ponto, Desta forma podem ser feitos 50 ou mais pontos em um único dia. Este método permite também estimar a cobertura da copa. Neste caso a cobertura é estimada como sendo o número de vezes que o fio toca uma ou mais folhas, dividido pelo número total de medidas.

No exemplo 17B se apresenta a estimativa do IAF de um bosque de Laguncularia racemosa no Brasil, empregando-se o método do delimitador* (Fig. 16). A área do quadrado empregado foi de 702 cm2, ou seja 1/14,24 de m2. O peso seco médio para 5 amostras foi de 31,95 g, de modo que a biomassa foliar foi estimada em 455 g/m2. A área foliar foi estimada decalcando-se as folhas sobre papel, recortando e pesando, ou seja:

10,52 x 144,12 cm2/g = 1.516 cm2 isto é, peso do papel = 10,52 g e área do papel recortado = 144,12 cm2/g portanto,

* O delimitador é uma moldura quadrada, geralmente de 1 m x 1 m de área, construído de madeira ou de tubo de PVC, de tal forma que possa ser desmontado para facilitar seu transporte.

1.516 cm2 é a área das folhas delimitadas pela moldura (delimitador). No presente caso, o número é multiplicado por 14,24 para que os dados sejam transformados em m2:

(1.516 g) • (14,24) = 21.590 cm2/m2 ≅ 2,2 m2 /m2

Fig. 16 – Um dos métodos para os cálculos da fitomassa foliar e do índice de área foliar (IAF).

Exemplo 17A – Cálculo da fitomassa foliar e do índice de área foliar (IAF).

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Exemplo 17B – Laguncularia racemosa, bosque tipo bacia, Cananéia, Brasil. REFAZER TABELA - EXCEL

Tabela 5 – Valores do índice de área foliar de vários bosques das Américas e do Caribe.

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MEDIDAS FOLIARES

Medidas do comprimento e da largura das folhas têm sido empregadas como indicadoras da qualidade do ambiente. Em locais adequados ao desenvolvimento as folhas de uma determinada espécie possuem maior tamanho que aquelas de indivíduos da mesma espécie, porém em ambientes marginais. Esta relação é mais evidente para Rhizophora mangle que para Laguncularia racemosa ou Avicenia germinans, conforme pode ser observado na Figura 17.

Na Figura 18 apresenta-se valores de comprimento e largura das folhas expostas as sol da espécie Rhizophora mangle, ao longo de um gradiente latitudinal. As árvores situadas próximo aos limites latitudinais possuem folhas menores. Pode-se notar também, que a relação C/L se mantém constante. Isto é, mesmo a folha alterando seu tamanho a relação C/L não varia (Exemplo 18).

Para medir o comprimento das folhas e obter valores comparáveis entre bosques diferentes é necessário adotar algumas precauções:

1 - As folhas devem ser retiradas de áreas da copa expostas ao sol. Geralmente as folhas que nascem à sombra são maiores;

2 - Devem ser medidas uma média de 25 a 50 folhas, de galhos diferentes, por ponto;

3 - O comprimento é medido entre o ápice e a base da lâmina da folha e a largura é medida na porção mais larga da folha (Exemplo 19); e

4 - Devem ser utilizadas somente folhas maduras (2º ou 3º pares), aquelas que tenham completado seu desenvolvimento (Exemplos 20 e 21).

Fig. 17 – Comprimento de folhas expostas ao sol de Rhizophora mangle, Laguncularia racemosa e Avicenia germinans, de árvores crescendo em locais com diferentes teores de salinidade. A pendente da curva é mais pronunciada para R. mangle.

Fig. 18 – Valores de comprimento e largura de folhas do mangue-vemelho (Rhizophora mangle), amostradas em várias localidades do Continente Americano e do Caribe. Exemplo 18 – Comprimento e largura de folhas de Rhizophora mangle, expostas ao sol, de várias regiões das Américas. As folhas menores e mais estreitas se encontram nas árvores que se desenvolvem sob condições ambientais mais rigorosas (altas salinidades ou baixas temperaturas).

Exemplo 19 – Medidas foliares. REFAZER TABELA - EXCEL

Exemplo 20 – Gráfico de medidas foliares obtidas em um bosque de mangue misto, Sergipe, Brasil.

Exemplo 21 – Curva calculada para a relação comprimento foliar e área de superfície foliar, calculada para a espécie Rhizophora mangle (Porto Rico).

PASTEJO, HERBIVORIA

Pastejo ou herbivoria é a quantidade de material foliar consumida pelos herbívoros. A área foliar consumida (quando a folha ainda está presa à árvore) é determinada decalcando-se os contornos da folha sobre papel e restaurando sua forma original onde necessário (Fig. 19, Exemplo 22). Para esse tipo de cálculo somente se considera uma das superfícies da folha. A área da folha e da porção de pastejo são medidas com planímetro ou computadas com auxílio de papel milimetrado.

A porcentagem de pastejo (herbivoria) registrada em um bosque é função das condições ambientais, bem como das espécies presentes (espécies de Avicennia parecem ser mais vulneráveis ao pastejo (Figura 19). Sob condições de rigor ambiental (altas salinidades, baixas temperaturas, poluição) parece haver um incremento na herbivoria. Em geral, os valores registrados em bosques saudáveis são menores que 10%.

O cálculo da área pastejada sobre folhas marcescentes serve para estimar a contribuição do material foliar, como alimento, durante sua fase aérea. O material foliar remanescente participará, efetivamente, da cadeia alimentar estuarina e das águas costeiras.

Em levantamentos de bosques de mangue, deverá também ser medido o comprimento destas folhas, após terem sua forma original desenhada (reconstituída) sobre folha de papel, para serem utilizados posteriormente no cálculo da relação comprimento da folha - área de superfície foliar (Exemplo 22, Ficha VII).

Fig. 19 – Pastejo ou herbivoria sobre folhas de Avicennia germinans. No canto inferior, a direita, aparece detalhe de como se pode efetuar a contagem das áreas remanescente e pastejada (Vide Exemplo 22). Exemplo 22 – Cálculo das áreas remanescente e pastejada (pastoreada) e, da superfície total de uma folha (devidamente reconstituída, porções com hachuras).

Comprimento da folha = 8,1cm Área foliar remanescente = 34,83cm2 Área pastoreada = 0,72cm2 Área total da folha = 35,55cm2 Porcentagem pastoreada = 2,02%

Exemplo 23 – Cálculo da porcentagem de pastejo (pastoreio) sobre as folhas. As medidas de comprimento serão utilizadas para o cálculo de curvas específicas, como a que se encontra na figura do Exemplo 21, para a espécie Rhizophora mangle, em Porto Rico. REFAZER TABELA - EXCEL

Ficha I – Ficha de Campo Medidas estruturais de parcela em bosque de mangue

REFAZER TABELA – iPAD, GRAVADOR

Ficha II – Ficha de Laboratório Transformação dos valores de DAP (cm) em Área Basal (m2/0,1ha).

REFAZER TABELA – EXCEL PATA FICHAS II e III

REFAZER TABELA

Ficha V – Método do Quadrante Centrado (Point Centered Quarter Method- PCQM)

REFAZER TABELA - EXCEL

Ficha VI – Medidas foliares (comprimento e largura da lâmina foliar). REFAZER TABELA - EXCEL

Ficha VII – Porcentagem de pastejo (pastoreio ou herbivoria)

REFAZER TABELA – EXCEL, SOFTWARE

Ficha VIII – Determinação da fitomassa aérea (1). VER TESE MÁRIO REFAZER TABELA - EXCEL

Ficha IX – Determinação da fitomassa aérea (2). VER TESE MÁRIO

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ANEXO 11

Predicting changes and climatic vulnerability of benthic communities in Brazilian estuaries

A. Bernardino, R. Christofoletti, F. Barros, P. Lana, S. Netto, R. Maia, T. Costa, P. Pagliosa, et al.

Abstract

Keywords

Introduction

Benthic estuarine ecossistems are highly productive, dinamic and host a number of species that mediate organic carbon utilization, trophic transfer and the regeneration of nutrients (Alongi, 1998; McLusky & Elliott, 2002; De Haas et al., 2002). Estuarine sediments are also an important carbon sink in coastal areas (Duarte et al., 2005), but its limited extent and high vulnerability to human activities make the ecological services these ecosystems provide highly threatened. A number of estuaries have been studied along the 9200 km of the brazilian coastal margin, which includes regions dominated by distinct meteorological (winds, cold fronts and rainfall) and oceanographic factors (tides and waves; Dominguez, 2006). In those estuaries, a wide variety of habitats have been studied, including vegetated (mangrove forests and salt marshes) and unvegetated sediments represented by tidal flats and estuarine channels (REFS Lana, Chico, Netto). The megafaunal and macrofaunal zoobenthos are well studied benthic groups within brazilian estuaries. These groups have been mostly studied in respect to invertebrate zoology, population dinamics and to a lesser extent community ecology.

2-3 parag – estado da arte de estudos bentônicos brasileiros 4 parag – biodiversidade, mudanças climáticas, pressoes 5 estudos em andamento para previsões

Here we make a compilation of studies on the benthic fauna in estuarine habitats in Brazil, focusing on published work that addressed community level biodiversity and ecology (meio-, macro- and mega-fauna). Our objective is to i) understand and review the current knowledge on benthic ecology at several brazilian estuaries distributed along a large latitudinal gradient; ii) make qualitative comparisons on benthic communities across these estuaries and iii) evaluate the aplicability and usefullness of benthic organisms to environmental monitoring of estuaries and make theoretical predictions on the main threats these communities face as a result of changes in precipitation regimes, temperature increases and sea level rise.

Incluir breve descrição dos principais resultados encontrados...

Material and methods

Data compilation and analysis

We have limited our synthesis to published work available at on-line search engines (Web of Science®, SCOPUS) and websites (Google Scholar). We have included ecological studies that addressed benthic estuarine communities in Brazil, including all size classes (meiofauna, macrofauna and megafauna), habitat types (soft and hard bottoms) and depth (subtidal and intertidal). Although very few studies addressed climate change effects on benthic estuarine communities, taxonomic and biological studies that solely described aspects of population dinamics (single or multi-species), growth or reproductive parameters were not included in this review. Each study was classified according to its i) region of interest; ii) habitat; iii) depth; iv) community strucutre (density, dominance and diversity patterns) and v) anthropogenic impacts.

Assim, considero que devemos pensar em duas escalas no momento: 1. Bioma/ecossistema/ambiente; 2. Biodiversidade (organismos bentônicos/epibentônicos – infauna, epifauna e fauna associada, como peixes recifais). Com isto, podemos falar tanto das pressões sobre o ambiente (p.ex. erosão, deposição, mudança morfodinâmica etc... para praias) quanto daquelas sobre os organismos em si. O mesmo se aplica a manguezais e marismas (p.ex. área ocupada pela vegetação e a fauna em si – dinâmica das áreas vegetadas vs. composição de espécies de caranguejos).

Resultados Tabela 1: Universo de estuários brasileiros com estudos bentônicos - publicados

Parte 1. O ambiente …. (em questão)(o objetivo aqui é caracterizar minimamente o ambiente estudado, indicando de que forma ele pode responder às MCs no nível de organização de bioma/ecossistema/ambiente) • Definição e principais características do ambiente em questão (podem usar fotos, mapas etc.), incluindo localização ao longo da costa (indiquem aqui se há levantamentos destes habitats que indiquem área ocupada, localização etc., nem que seja para dizer que os levantamentos existentes não estão atualizados e/ou em escala adequada para um monitoramento relacionado às MCs), serviços ecossistêmicos/ambientais prestados (aqui é fundamental recorrer à literatura internacional para complementar as poucas abordagens que temos neste tema. Isto é importante pois os habitats em si prestam serviços que podem ser afetados pelas MCs), principais ameaças locais além das MCs (como poluição, uso de recursos vivos etc., aquelas que podem representar um fator de confusão na análise do efeito das MCs e que devem tentar ser controladas em desenhos amostrais ou experimentais); Tabela2: Numero de estuários por regiao/sub-area, área?, impacto?(portos, urbanização, esgoto), spp. invasivas?, N em UC’s ou não impactados?

Texto: Descrição dos resultados da tab 1 e 2.

Parte 2. Levantamento do conhecimento sobre a biodiversidade associada a cada ambiente Resultados parte 2 • Quantos estudos (artigos, monografias, dissertações, teses, capítulos de livros e livros) existem sobre biodiversidade (comunidades) e qual a evolução histórica (gráfico com número de trabalhos por ano indicando valores cumulativos)? Gráfico 1A • Onde eles estão localizados/concentrados e onde há lacunas espaciais (estados e regiões do Brasil)? Gráfico 1B • Qual o foco (tema) desses trabalhos? (categorizem em relação a: escala temporal e/ou espacial, grupo taxonômico ou tipo de fauna (macro/meiofauna), se buscam avaliar o efeito de impactos ambientais, se buscam avaliar o efeito de variáveis ambientais, ou outra característica que considerarem relevante); Há lacunas de temas? Coluna na Tabela 2 – Objetivos dos trabalhos • Quais os métodos de coleta e laboratoriais (triagem)? Coluna Tab 2 • Há séries temporais? Qual a periodicidade das coletas? Qual a duração total? Onde estão localizados esses estudos? Qual o foco? Categorização de escalas (0-1 ano, 1-3 anos e acima de 3 anos), periodicidade • Há estudos que avaliem diretamente o efeito das MCs? Quais e de que forma? Coluna de objetivos

Texto (discussão) • O que, no entendimento do grupo, falta para conhecermos o efeito das MCs no ambiente em questão? • Na opinião do grupo, o conhecimento atual da biota (pensem aqui em espécies novas, crípticas, dificuldades na taxonomia) permite que consigamos avaliar adequadamente esta fauna a ponto de identificarmos os efeitos das MCs? O que precisaríamos para termos mais condições/autonomia para a realização dos trabalhos? Trabalhos preliminares sobre levantamento de diversidade? Guias de identificação atualizados e bem ilustrados?

Discussão e complementação com figuras, tabelas, etc. Baseadas em melhores teorias sobre o tema MC Parte 3. Efeito das mudanças climáticas sobre o ambiente em questão e sua biodiversidade: • Qual é o conhecimento existente sobre o efeito de mudanças climáticas na estrutura e nos serviços do ambiente em questão? De que forma o ambiente em questão pode ser afetado pelas MCs? (Por exemplo, praias podem ser erodidas, costões podem ter a salinidade da água alterada em áreas próximas à rios etc...). Aqui podemos pensar em um mapa conceitual ou tabela para ilustrar as diferentes pressões (mudanças climáticas) e as respostas estruturais e funcionais de cada ambiente, evidenciando o efeito (positivo ou negativo) nos serviços ecossistêmicos/ambientais prestados. Neste tópico vai ficar muito evidente a relação que cada ambiente terá com a parte física/química/geológica (características que mudarão em função das MCs), possibilitando a identificação de parcerias futuras com outros colegas da Sub-Rede Zonas Costeiras, bem como com a parte humana (serviços);

Previsão de alteração Resposta esperada sobre a O que e como climática estrutura física do ambiente e monitorar? sobre os serviços ambientais prestados Aumento da Alteração no balanço Perfil praial frequência e sedimentar, intensificando magnitude de eventos processos erosivos e de extremos (ressacas) deposição etc...

• Qual é o conhecimento existente sobre o efeito de mudanças climáticas na biodiversidade do ambiente em questão? Quais são as referências-chave (provavelmente internacionais)? Aqui teremos que resgatar coisas que mencionamos no item 1 sobre a estrutura física dos habitats propriamente ditos e o efeito destas alterações na biota; • Qual o foco (nível de organização) desses trabalhos (habitat/bioma/ecossistema, biodiversidade (comunidades), populações, fisiologia etc.)? Quais as perguntas (hipóteses) testadas com relação às previsões de mudanças climáticas no ambiente em questão? Quais as estratégias usadas para estudar mudanças climáticas no ambiente em questão (séries temporais, experimentos mensurativos em campo, experimentos manipulativos em campo, experimentos em laboratório, modelagem etc.)? Há séries temporais? Qual a periodicidade das coletas? Qual a duração total? Onde estão localizados esses estudos?

Nível de Hipóteses/ Estratégias Local Referência organização Perguntas País/ Região (Lat. Log) Comunidade O aumento da Experimento salinidade mensurativo em afeta campo: negativamente Comparação da a riqueza de riqueza de espécies de espécies de costão costão entre áreas com diferentes salinidades etc...

• Sobre séries temporais, há iniciativas/redes internacionais cujos esforços podem ser atrelados aos efeitos das MCs? Quais são? Onde estão localizadas? Qual a “saúde” destas iniciativas? Quais os prós e contras delas? Há protocolos que podem ser apropriados pela ReBentos? Há possibilidade/interesse de vinculação da ReBentos a estas redes? • Que lições podemos extrair destas experiências? Com base nesta análise, que tipos de indicadores (grupos taxonômicos, grupos funcionais, povoamentos, espécies propriamente ditas, níveis de organização) ou tipos de estudos devem ser propostos para reduzirmos as incertezas sobre os efeitos das MCs sobre a biodiversidade dos habitats costeiros brasileiros? Lembrem-se que temos que produzir séries temporais de algo. Proponham o que, como, onde, por quem....(este texto final corresponde a um resumo dos planos de ação que cada grupo já pensou, mas agora com mais certeza do que cada grupo realmente tem condições de fazer)

A síntese está prevista, inicialmente, para ser organizada da seguinte forma: 1. ReBentos: da idéia à consolidação (histórico, vinculação institucional, estruturação, perspectivas etc. Deverá ser feita uma caracterização geral das mudanças climáticas com uso de referências gerais (IPCC, Marengo et al., Buckridge et al.), bem como a definição das abordagens que serão feitas nos outros textos (ambiente vs. Biota). Definição da abordagem de serviços ecossistêmicos e do framework do DPSIR também deverão ser feitas para embasar os textos subsequentes. A discussão dos fremeworks do NCAR (National Center for Atmospheric Research) e do Millennium Assessment também será feita. - Todos os coordenadores 2. Estuários (Es) - Todos os participantes deste grupo 3. Praias (Pr) - Todos os participantes deste grupo 4. Fundos submersos vegetados (FSV) - Todos os participantes deste grupo 5. Recifes e costões (RC) - Todos os participantes deste grupo 6. Manguezais e marismas (MM) - Todos os participantes deste grupo 7. Educação ambiental (EA) - Todos os participantes deste grupo (Para este grupo, a proposta de roteiro acima apresentada deve ser adaptada. Fiquem à vontade para sugerir. Creio que devemos considerar os esforços (estudos publicados e outras iniciativas não publicadas em veículos de divulgação científica) mais genéricos em educação ambiental voltada para o ambiente marinho como um todo e pinçar as iniciativas que focam o tema das MCs. A página da ReBentos pode ser um ponto focal destas iniciativas, inclusive para a divulgação delas. Podemos pensar em uma tabela que sistematize estes estudos em tipos, abordagens, local, ambiente, público-alvo etc. Acho que uma reflexão profunda sobre como trabalhar o tema das MCs seria interessante. Há estratégias específicas, inovadoras, mais adequadas? Daí temos que partir para as propostas do grupo, detalhando-as (mas não a ponto de termos propostas executivas).

ANEXO 12

1

DRAFT Síntese ReBentos – Fundos Submersos Vegetados

Parte 1 Introduction, definitions and distribuição of brazilian seagrasses Definição e principais características do ambiente em questão, incluindo localização ao longo da costa:

Introduction As fanerógamas marinhas são angiospermas aquáticas adaptadas ao ambiente marinho (Den Hartog & Kuo, 2006), com cerca de 60 espécies incluídas em 12 gêneros atualmente conhecidos (Green & Short 2003). Elas ocorrem em ambientes costeiros tropicais e temperados (Short et al. 2007), crescendo tipicamente em substratos não consolidados compostos por sedimentos arenosos e lodosos (Creed 2002), e provêem importantes recursos ecológicos e econômicos em zonas costeiras (Green & Short 2003). Nessas regiões, pradarias de fanerógamas submersas representam um ambiente crítico para a manutenção da diversidade e dos estoques pesqueiros locais atuando como fonte de alimento e área de refúgio e berçário para espécies de peixes de alto valor comercial e demais espécies ameaçadas tais como sirênios, tartarugas marinhas e cavalos marinhos (Hemminga & Duarte 2000). Extensas pradarias modificam ainda o ambiente físico-químico através da retenção dos nutrientes e poluentes presentes na coluna d’água contribuindo para a redução dos impactos oriundos da eutrofização (Short et al. 2007). A presença de folhas e hastes aéreas associadas a redes de rizomas e raízes subterrâneas alteram a hidrodinâmica e processos de sedimentação local reduzindo o fluxo de correntes e aumentando as taxas de deposição do material em suspensão com consequente estabilização do sedimento em fundos não consolidados. Para o Brasil cinco espécies de fanerógamas marinhas são descritas, sendo elas: Halophila bailloni e Halophila decipiens (Hydrocharitaceae), Halodule wrightii e Halodule emarginata (Cymodoceaceae) e R. maritima (Ruppiaceae) (Creed 2003). A espécie R. maritima possui a maior amplitude de distribuição na costa brasileira, ocorrendo desde o estado do Maranhão (região nordeste) até o extremo sul do país, no estuário da Lagoa dos Patos (RS) (Fig.1). H. wrightii 2 também possui uma ampla distribuição, presente desde a região nordeste (Ceará) até o sul do Brasil (Paraná). Para as demais espécies de fanerógamas ocorrentes é observada uma distribuição mais restrita ao litoral das regiões Sudeste e Nordeste.

Importance and status of Submerged Aquatic Vegetation (SAV) on the world

Decreases in seagrass abundance reported from numerous locations around the world suggest that seagrass are facing a global crisis.

Submerged aquatic vegetation (SAV) dominated by seagrasses and associated macroalgae, form complex structural habitats which influence physical, chemical and biological characteristics of coastal environment, acting as ecological engineers and providing a number of services to the marine ecosystems and to coastal human populations (Orth et al. 2006). They prevent erosion by baffling the impacts of waves, especially from storms. These aquatic plant communities and attached macroalgae remove nutrients and other pollutants from river and runoff inputs to coastal areas, preventing their entry into surrounding waters. They provide nursery habitat for fish, shrimp, and other species, as well as forage for wintering water fowl and endangered species such as sea turtles and manatees. Seagrasses are marine flowering plants that include the widely distributed genera Zostera, Thalassia, and Posidonia, form some of the most productive ecosystems on earth, rivaling even crops of corn and sugar cane (6). Seagrass loss has increased almost tenfold over the last 40 years in both tropical and temperate regions, suggesting increasing rates of seagrass decline worldwide (Orth et al. 2006). Seagrass “dieback” or “die-off” is characterized by extensive mortality over a short period of time (e.g. days or months). Causal factors are of complex identification (Seadon 2000) and should consider historic data, correlated evidence and investigation of cause-effect through experimentation. Since seagrasses are considered indicators of water quality and biological health, known as “coastal canaries” (Orth et al. 2007), their reduction and

3 loss often raise concern about the systems equilibrium and the sustainability of local fisheries (Larkum et al. 1989).

While it has been general accepted that seagrass meadows and their associated habitats are under threat due to the impacts of anthropogenic activities and global climate changes, seagrass communities may have distinct responses. A gradual and slow seagrass decline has been attributed to eutrophication, dredging, overfishing and pollution (Sberstein et al. 1986, Shepherd et al. 1989, Pergent- Martini & Pergent 1996, Burkholder et al. 2007). Loss of seagrasses in Gibraltar is due to Coastal development (Bull et al. 2010). In contrast, rapid and/or major losses have been linked to natural extreme events, which many are increasing frequency and intensity due to global climate changes (Short & Neckles 1999, Poloczanska 2006), such as coastal erosion, abnormally high temperatures, storms, cyclones, precipitation extremes, draught and desiccation or a combination of environmental effects (Preen et al. 1995, Short & Wyllie-Echeveria 1996, Seadon et al. 2000, Seadon & Cheshire 2001).

Further, seagrass meadows provide high-value ecosystem services such as supporting commercial fisheries worth as much as $3500 ha_1 yr_1 (7), subsistence fisheries that support entire communities (8), nutrient cycling (9, 10), sediment stabilization (11), and globally significant sequestration of carbon (12). Seagrasses and the services they provide are threatened by the immediate impacts of coastal development and growing human populations as well as by the impacts of climate change and ecological degradation (11, 13). Seagrass losses also disrupt important linkages between seagrass meadows and other habitats (14), and their ongoing decline is likely producing much broader and long-lasting impacts than the loss of the meadows themselves. Although it is true that the global distribution and abundance of seagrasses have changed over evolutionary time in response to sea-level change, physical modification of coastlines (figure 3a, 3b), and global changes in atmospheric carbon dioxide (CO2) concentration and water temperature (figure 3c;Crowley

4

1990, Berner and Kothavala 2001), the very gradual changes in environmental conditions over the history of seagrass evolution are overshadowed by current changes to the coastal zone resulting from increased human pressures. These pressures result in the degradation of estuaries and coastal seas, producing changes to species and habitats (Lotze et al. 2006). These rapid contemporary changes have been caused by a multitude of mechanisms, including increased nutrient and sediment runoff, invasive species, hydrological alterations, and commercial fishing practices. As a result, reported seagrass losses worldwide have been accumulating.

Seagrass loss has increased almost tenfold over the last 40 years in both tropical and temperate regions, suggesting increasing rates of seagrass decline worldwide (Orth et al. 2006). Seagrass “dieback” or “die-off” is characterized by extensive mortality over a short period of time (e.g. days or months). Causal factors are of complex identification (Seadon 2000) and should consider historic data, correlated evidence and investigation of cause-effect through experimentation. Since seagrasses are considered indicators of water quality and biological health, known as “coastal canaries” (Orth et al. 2007), their reduction and loss often raise concern about the systems equilibrium and the sustainability of local fisheries (Larkum et al. 1989). A recent global assessment conclude that seagrasses have been disappearing at a rate of 110 km2 yr-1 since 1980 and that 29% of the known areal extent has disappeared since end of 19th century (Waycott et al. 2009). Rates of decline have accelerate after 1990 (7 % yr-1), placing seagrass meadows among the most threatened ecosystems on earth. Recognized as indicators of water quality and biological health, known as “coastal canaries”, seagrass losses have raised many concerns about the marine systems equilibrium and the sustainability of local fisheries (Larkum et al. 1989, Duarte 2002, Orth et al. 2006). Seagrass “dieback” or “die-off” is characterized by extensive mortality over a short period of time (e.g. days or months). Causal factors are of complex identification (Seadon 2000) and should consider historic data, correlated evidence

5 and investigation of cause-effect through experimentation. Since seagrasses are considered indicators of water quality and biological health, known as “coastal canaries” (Orth et al. 2007), their reduction and loss often raise concern about the systems equilibrium and the sustainability of local fisheries (Larkum et al. 1989).

While it has been general accepted that seagrass meadows and their associated habitats are under threat due to the impacts of anthropogenic activities and global climate changes, seagrass communities may have distinct responses. A gradual and slow seagrass decline has been attributed to eutrophication, dredging, overfishing and pollution (Sberstein et al. 1986, Shepherd et al. 1989, Pergent- Martini & Pergent 1996, Burkholder et al. 2007). In contrast, rapid and/or major losses have been linked to natural extreme events, which many are increasing frequency and intensity due to global climate changes (Short & Neckles 1999, Poloczanska 2006), such as coastal erosion, abnormally high temperatures, storms, cyclones, precipitation extremes, draught and desiccation or a combination of environmental effects (Preen et al. 1995, Short & Wyllie-Echeveria 1996, Seadon et al. 2000, Seadon & Cheshire 2001).

Parte 2 - Status of SAV studies in Brazil

Os primeiros estudos focados na descrição da ocorrência de fanerógamas marinhas na costa brasileira iniciaram-se na década de 60 realizados por Laborel- Deguen. A partir de então, no período de 1963 até 2012, cerca de 107 trabalhos foram realizados em habitats de pradarias submersas no Brasil, com uma tendência de aumento no número de estudos principalmente a partir de meados da década de 90 (Fig. 2). Apesar da ampla distribuição de fanerógamas na costa brasileira, a maior parte dos estudos tem se concentrado nos estados de Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, com mais de 20 estudos localizados em cada um destes locais (Fig. 3). Trabalhos realizados nos estados de Santa Catarina, Sergipe e na região norte do país são ainda inexistentes.

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Do total de estudos realizados, 67 deles foram divulgados na forma de artigos científicos completos, sendo o restante constituído por capítulos de livros (12), teses de doutorado (9), dissertações de mestrado (15) e monografias (4) (Fig. 4). No que se refere a esses artigos científicos, 39 deles foram publicados em periódicos nacionais indexados, os quais cerca de 86% foram classificados como Qualis B5 e C segundo a classificação da Capes (Fig. 5). Para os 28 artigos científicos publicados em periódicos internacionais, 69% dos periódicos de publicação apresentaram fator de impacto entre 1.51 a 2.5, como pode ser verificado na Figura 6. Assim, apesar do recente aumento no número de estudos realizados no país, a divulgação desses ainda é relativamente restrita visto que pouco mais de 50% (62,6%) dos estudos são publicados na forma de artigos científicos sendo esses principalmente de abrangência nacional e baixo fator de impacto. De maneira geral, dentre os trabalhos realizados, prevaleceram aqueles de caráter descritivo com poucos estudos experimentais e revisões sobre o tema (Fig. 7). A maioria dos trabalhos esteve focada nas pradarias de fanerógamas marinhas (64 estudos) e no zoobentos associado a essas (35 estudos), com apenas 4 estudos investigando a ocorrência de epífitas associadas (Fig. 8). Além disso, apenas 44% desses trabalhos avaliou, simultaneamente, os possíveis efeitos de variáveis ambientais sobre os parâmetros da flora e fauna investigados (Fig. 8). Para as fanerógamas marinhas, H. wrightiie e a R. maritima estão entre as espécies mais estudadas (Fig. 9), provavelmente reflexo da ampla distribuição dessas duas espécies na costa brasileira. Para o zoobentos, há um maior número de estudos relacionados à macrofauna em geral, seguido por demais estudos com foco específico na ictiofauna e comunidade de crustáceos e moluscos associados às pradarias (Fig. 10). Em geral, análises da dinâmica da abundância e distribuição de pradarias submersas e da sua fauna associada têm sido conduzidas em distintas escalas temporais e espaciais, com uma maior ênfase dada a análises temporais para ambos os grupos e um predomínio geral de estudos relacionados à flora (Fig. 11). Dentre as escalas temporais adotadas para o estudo da flora, análises sazonais

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(entre estações do ano ou períodos de chuvosos e secos) e interanuais (de 1 a 2 anos) têm prevalecido em relação às demais escalas de tempo investigadas (Fig. 12). Para a fauna, estudos de curta duração (poucos meses), sazonais e interanuais são os mais comuns em detrimento a estudos de média (2 a 5 anos) e longa (maiores do que 5 anos) duração (Fig. 12). Em relação às escalas espaciais investigadas, essas variam de 0 a 600 km de distância entre os locais de amostragem e intervalos de curta escala, entre 0-50 km, têm sido os mais realizados (Fig. 13). Esses resultados refletem a predominância de estudos de caráter local e a necessidade de estudos de longo prazo que possibilitem a detecção de alterações na estrutura, abundância e composição de pradarias submersas e das comunidades associadas em resposta às mudanças climáticas.

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Fig. 1. Distribuição das espécies de fanerógamas marinhas ao longo da costa brasileira.

Fig. 2. Estudos realizados em habitats de pradarias submersas no Brasil, desde 1963 até 2012.

Fig. 3. Número de trabalhos sobre pradarias submersas por unidade federativa do Brasil.

Fig. 4. Número de trabalhos por tipo de publicação sobre pradarias submersas no Brasil.

Fig. 5. Classificação Qualis/Capes de periódicos nacionais sobre pradarias submersas.

Fig. 6. Fator de impacto de periódicos internacionais sobre pradarias submersas brasileiras.

Fig. 7. Classificação da metodologia das publicações sobre pradarias submersas brasileiras.

Fig. 8. Principais grupos e parâmetros gerais das publicações sobre pradarias submersas brasileiras.

Fig. 9. Espécies de fanerógamas focalizadas nas publicações sobre pradarias submersas.

Fig. 10. Grupos do zoobentos focalizados nas publicações sobre pradarias submersas.

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Fig. 11. Análise de escalas temporal e espacial das publicações sobre flora e fauna das pradarias submersas.

Fig. 12. Análise de escala temporal das publicações sobre flora e fauna das pradarias submersas.

Fig. 13. Escala espacial (km) das publicações sobre flora e fauna das pradarias submersas.

Parte 3. Effects of Climate Change on seagrasses habitats and their biodiversity

Introduction Climate change will affect coastal vegetation in several ways, imposing important threats to their associated marine ecosystems. Besides being primary producers, coastal plant communities (e.g. mangroves, salt marsh plants, seagrasses and macroalgae) form vital habitats for aquatic fauna, affect the sediment dynamics and influencing physical-chemical characteristics of marine environment. Among the coastal habitats dominated by plants, the submerged ones, formed by seagrasses and associated algae, will be directly affected by sea surface temperature increases, sea level rise, ocean acidification, changes in continental runoff and increases in frequency and intensity of extremes events. Considering that seagrass meadows play key roles in ecosystem function are key species, climate change will have major impacts when affecting species that play key roles in, as is the case for seagrasses (Duarte, 2002).

Unfortunately, these habitats are not only susceptible to long-term environmental changes that are predicted to accompany global climate change. Submerged aquatic vegetation (SAV) have been suffering major modifications in its structure and function during last 50 years due to losses in seagrass abundance (Short et al.

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2006, Orth et al. 2006, Burkholder et al. 2007) and changes in macroalgal dominated communities, most notably from widespread deterioration of water quality. This has leaded to a growing concern because both seagrasses and macroalgal beds have recognized ecological and economic values.

However, seagrass generally have received less attention in the media and published reports than coral reefs, marshes, mangroves, and tropical forests (Duarte et al. 2008a) even though seagrass have a broader worldwide distribution and similar loss rate (Orth et al. 2006a; Waycott et al. 2009).

Seagrass meadows provide numerous ecosystem services and may be biological sentinels of local and climatological perturbations (Orth et al., 2006).Temperature, CO2 concentration, sea-level rise, and precipitation all impact seagrasses (some positively, some negatively) making them valuable indicators of climate change. However, the lack of long-term records for seagrass distributions, combined with the confounding effects of other anthropogenic stressors, make any robust assessments of range shifts difficult (Orth et al., 2006).

The causes for the rapid seagrass decline and changes in the structure of seaweed communities have been mainly attributed to the growing impacts of anthropogenic activities such as occupation of coastal zone, eutrophication, overfishing, dredging and pollution (Sberstein et al. 1986, Shepherd et al. 1989, Pergent-Martini & Pergent 1996, Burkholder et al. 2007). But many rapid and/or major losses have been linked to extreme natural events such as coastal erosion, abnormally high temperatures, storms, cyclones, precipitation extremes, draught and desiccation (Preen et al. 1995, Short & Wyllie-Echeveria 1996, Seadon et al. 2000, Seadon & Cheshire 2001), which many of them are predicted increase in frequency and intensity for next decades, in several areas around the globe. More recently, few studies have already detected changes in population parameters related to temperature increases (..).

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The observed and predicted changes in sea surface temperature, water

CO2 concentrations, and sea level will, if not are, potentially affect the physiology, abundance and structure of seagrass communities (Short & Neckless 1999, Duarte 2002). All those factors together, i.e. global climate changes and environmental degradation, will certainly impact the future and functioning of the submerged vegetated habitats. The present review aims to evaluate the current status of submerged aquatic vegetation research in the world and in Brazil, investigating plant responses to environmental conditions, indications of changes in distribution and abundance and the possible role of climate variability. The literature on seagrass and macroalgae was reviewed and information was extrapolated from the physiological e ecological studies to access the possible impacts of global climate change on submerged aquatic vegetation inhabiting coastal and estuarine zones. his study will make a preliminary evaluation of the effects of climate change on Brazilian SAV coastal communities and give recommendations for future studies.

Which climate change effects could affect seagrasses?

A growing number of studies point to worldwide decline in seagrasses as a result of local anthropogenic impacts and global change Seagrass and Climate; Seagrass and Climate Changes: total of 83 papers

Macroalgae and Climate Change; Macroalgae and Climate Chnages: total of

The reference to the effects of climate changes on submerged aquatic vegetaion appear in the scientific literature with the review by Short & Neckles (1999). The study made a broad and comprehensive review on the seagrass literature, extrapolating information from the physiological e ecological studies to access the possible impacts of global climate change on seagrasses.

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By scanning today´s literature, the main topics found linked direct to the theme are related to vulnerability and resilience of seagrasses to hurricane and runoff impacts (Carlson et al. 2010)

Much of this literature only refers to climate change in its introduction, but do not have investigated hypothesis or done experiments, to demonstrate the possible effects. From this literature, it is possible to extrapolate isolated information on extreme events such as hotter summers, anomalous runoff, draughts, … Changes in salinity The long-term sustainability of seagrasses, particularly in the subtropics and tropics, depends on their ability to adapt to shifts in salinity regimes influenced by anthropogenic modifications of upstream hydrology, as well as long-term temperature increases predicted to be associated with future climate change (Short and Neckles, 1999).Tropical species are living at the edge of their upper physiological limits of salinity (Walker, 1985; Walker et al., 1988, this study) and temperature (Zieman, 1975, Koch unpublished data), so further increases in salinity as a result of climate change and freshwater extraction may have significant consequences for tropical seagrasses, particularly in estuaries with restricted circulation and high rates of evaporation (e.g. Lagoa de Araruama in Brazil) Seagrass in the adult form as well as seeds and seedlings show different thresholds to hypersalinity based on the rate of salinity increase (Koch et al 2007). Tropical species that have evolved under intermittent or chronic exposure to hypersalinity, where salinity is gradually increased through evaporative processes, should have higher salinity tolerances.

Nutrient loads:

The effects of climate change on nutrient loads have been mentioned:

Changes in sea level: light at the bottom, salinity intrusion

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Temperature: effects on photosynthetic rates, growth balance, biomass allocation, flowering timming; changes is species; regime shift with macroalgal dominance CO2:

Although many factors may influence seagrass growth, productivity is mainly regulated by underwater irradiance, temperature, and nutrient availability (Phillips et al., 1983; Wetzel and Penhale, 1983; Dennison et al., 1993; Dunton, 1994; Lee and Dunton, 1996). Seagrass photosynthesis, and thereby, their growth, survival, and depth distribution are directly linked to underwater irradiance (Dennison et al., 1993; Cabello-Pasini et al., 2003), and seagrass loss has been reported worldwide because of reductions in underwater light (Cambridge and McComb, 1984; Giesen et al., 1990; Dennison et al., 1993; Onuf, 1994; Short and Wyllie-Echeverria, 1996). Reduced underwater irradiance may be caused by epiphytic and planktonic algal accumulations from excess anthropogenic nutrients, increased sediment run-off, and resuspension of bottom sediments (Orth and Moore, 1983; Cambridge et al., 1986; Onuf, 1994).

Seagrass beds are under threat from both anthropogenic and natural causes. Natural extreme events such as heavy rainfall, storms, cyclones and severe draughts and abnormally temperature increases can all have affect seagrass abundance. Seagrass reductions due to a spread disease has been registered for both sides of Atlantic North. Many of those impacts are predicted to increase in frequency with global climate changes. Other aspects of climate change may affect seagrasses such as….. The expected impacts of climate change on oceans and coastal areas, which will potentially affect seagrasses and other submerged aquatic vegetation are many, … Few authors have in reality observed changes in seagrass populations which can be attributed to impacts of climate changes with a reasonable level of confidence. First of all, the lack of continuous data series make it impossible, for most places, to find indications of long term changes in abiotic and biological

14 parameters. Even for long series, it is hard to identify the signal of climate changes at regional and local scale, among the high natural variability, the long term natural cycles and the impacts of local anthropogenic activities. Among the few studies, we can emphasize the observed changes in flowering for … in Europe, associated to changes in sea surface in temperature (…), decline in seagrass meadows due to an extreme draught (Seadon et al. ).

Most of the conclusions about the possible effects of climate changes on seagrasses are based on the previous knowledge about the plant physiology and ecology, many of them from isolated and controlled experiments. In the environment, the interaction among different factors, including intra e inter community interactions, ecosystem feed-backs and other anthropogenic impacts will change the predicted isolated responses.

While hundreds of studies about changes in seagrass abundance can be found rapidly scanning the peer reviewed literature, most of them are restricted to North America, Europe and Australia (see Waycott et al. 2009 for a review). In contrast, there is a paucity of studies or registers about seagrass losses or changes seagrass in South America (Short et al. 2006, Copertino & Seeliger 2009, Copertino et al. sub.) and some other regions like Africa and Indo-Pacific region (Adams et al. 1992, Cyrus et al. 2008). Studies about long term changes in seagrass abundance are virtually absent in those highly populated coastal regions. In a review about Brazilian seagrass biology and ecology …(Marques & Creed 2008)

Temperature (Lee et al. 2007) Biomass accumulation and water temperatures are positively correlated during spring and fall when water temperatures are lower than optimal. However, a negative correlation during summer months can develop due to high temperature growth inhibitions. Therefore, the seasonal patterns between productivity and water temperature maybe offset, and as a consequence, leaf production is poorly

15 correlated with water temperature when annual data is considered (Barber and Behrens, 1985; Lee et al., 2005).

Exposure to high water temperatures promotes increases in respiration relative to photosynthesis, and consequently, leads to reductions in photosynthesis- torespiration ratios (P:R ratios; Marsh et al., 1986). Therefore, growth in some seagrasses can be limited by seasonally high water temperatures during summer months (Wetzel and Penhale, 1983; Evans et al., 1986; Marsh et al., 1986; Lee et al., 2005).

At low latitude, due to ver high temperatures in summer, seagrass can have a bimodal grothw pattern, with photosyntheis and biomass peaks I spring and fall. Whole at higher latitudes, the growth is unimodal, in summer

The optimum temperature for photosynthesis can vary with underwater irradiance (Bulthuis, 1987). For example, the optimum temperature for photosynthesis decreased from 30 °C to b5 °C, as irradiance decreased from 955 to 37 µmol photons m−2 s−1 in H. tasmanica (Bulthuis, 1987). This implies that seagrasses growing in low light conditions have lower optimum temperatures for photosynthesis than plants in high light conditions. Plants at higher temperatures likely need more light to maintain positive carbon balances than those at lower temperatures. Therefore, photosynthetic production in seagrasses is more susceptible to high water temperatures at reduced light conditions. This, seagrasses living in temperate environments maybe more vulnerable to increases in water temperature, than their tropical corresponding species.

As photosynthesis is only one of many factors determining growth in seagrasses, the optimal temperature for photosynthesis should not be confused with the optimal temperature for growth (Bulthuis, 1987). The role of temperature on seagrass growth is considerably more complicated than its effect on photosynthesis. The

16 importance of temperature on nutrient availability and uptake, leaf senescence, nutrient partitioning within the plants, and respiration will contribute to the optimal temperature for seagrasses (Marsh et al., 1986; Bulthuis, 1987; Herzka and Dunton, 1997; Lee and Dunton, 1999b). Both respiration and photosynthesis increase with increasing water temperatures, but respiration usually increases more than photosynthesis at progressively higher temperatures, thus leading to a reduction in net photosynthesis (Bulthuis, 1983b; Dennison, 1987; Marsh et al., 1986; Pérez and Romero, 1992; Herzka and Dunton, 1997; Masini and Manning, 1997). From the available data, the optimum temperatures for both growth and photosynthesis were variable with seagrass species, but the optimum temperatures for growth were usually lower than those for photosynthesis

Seagrasses in shallow or intertidal zones are exposed to a variety of environmental extremes, including high solar radiation and wide temperature fluctuations. As there is a rapid decline in photosynthesis when in situ temperature exceeds the optimum temperature, elevated temperatures in shallow areas will have significant impact on seagrass photosynthesis and productivity (Bulthuis, 1987; Ralph, 1998; Seddon and Cheshire, 2001). The potential role of climate and temperature in the distribution of an introduced marine plant (Zostera japonica in North America.

Decadal scale patterns associated with regime shifts may be superimposed on longer-term climate changes occurring due to global warming (Shafer et al. / Aquatic Botany 89 (2008) 297–302). Increased global temperatures will probably affect growth rates and other physiological processes within seagrass leaves (Short and Neckles, 1999).

Range shift due to temperature (Fodrie et al. 2010)

Recent increases in global temperatures are expected to drive concurrent changes in the composition and ecology of terrestrial and marine communities worldwide (McCarty, 2001). Unfortunately, high-resolution historical data from closely

17 monitored reference sites that could be used to more rigorously examine the relationship between temperature and species’ distributions are largely absent. Despite reports on many taxa, documentation of range shifts within seagrass remains relatively sparse.

Although some cases have been reported, both Sagarin et al. (1999) and Schiel et al. (2004) have noted difficulties in directly linking current warming to the dynamics and consequences of range shifts. For instance, many expectations regarding the rate and consequences of range shifts are drawn from ecosystem models, known biotic responses to temperature, biological responses to decadal or interglacial climate cycles, and point counts separated over several decades. Unfortunately, high-resolution historical data from closely monitored reference sites that could be used to more rigorously examine the relationship between temperature and species’ distributions are largely absent.

Temperature and species - Campbell et al. 2006.

Thermal stress has a significant impact on the biogeographical distribution and condition of seagrass meadows (Bulthuis, 1983; Hillman et al., 1989; McMillan, 1984; Ralph, 1998). There are species that are more tolerant to temperature stress (e.g. C. rotundata, C. serrulata , H. uninervis and T. hemprichi) than others (S. isoetifoilum, Z. capricorni and H. ovalis). An understanding of the thermal tolerance of tropical species of seagrass is important to understand the stress symptoms of seagrass ecosystems to climatic changes that may lead to changes in seagrass species composition and seagrass decline. Implications of the loss of species and change in species dominance have ramifications for herbivorous marine that target seagrass for food and animals that use seagrass areas for habitat (Campbell et al. 2006).

Temperatures rising above the normal upper limit of 35 oC can inhibit carbon production in plants because high temperatures bring about increased respiration

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(Bulthuis, 1983; Ralph, 1998) and photosynthetic enzyme breakdown (Bruggeman et al., 1992; Ralph, 1998). Light requirements for carbon production are also greater at higher temperatures because of increased compensation irradiance (Bulthuis, 1987).

Increasing temperature induces short leaf life span (LLS) on aquatic plants, regardless of epiphyte biomass (Hosokawa et al. 2009).

Modeling approaches and mesocosm experiments gives evidence of a clear tendency towards a shift from seagrass to macroalgae under increasing temperatures. However, it is expected that the occurrence and severity of the shifts will be site specific depending on local conditions and past history (Zaldivar eta l. 2009).

Temperature increases can induces higher vulnerabilty to diseases is some aquatic plant species. For example, Zostera marina suffered a rapid and great decline during 1930´s decade, due to a significant increase in the infection by the protist Labyrinthula zosterae. Many studies ivestifgated about the biotic and abiotic controls of this spreader decline, which caused the extinction of populations from both sides of Atlantic North. While many factors may be involved (salinity, light, nutrient loads), the increase in temperature results in a decrease of secondary metabolits (phenolic), which acts as defensive against microorganism (Vergeer et al. 1995). A clear explanation for this phenomenon is hard to give.

In intertidal ecosystems, cycles of immersion and emersion mean that seagrass meadows are exposed to a wide range of environmental variation in, e.g. temperature, desiccation and solar radiation. Water temperature in small isolated pools during low tide is primarily a function of air temperature and irradiance, and can therefore, reachextremely high values, especially during summer (Massa et al. 2009). Study Case: Patos Lagoon estuary

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Salinity

Higher salinities increases the vulnerability of Zostera marina to disease caused by Labyrinthula zosterae, which caused the extinction od meadows from both sides of North Atlantic in 1930´s decade.

Changes in the species composition and structural characteristics of marine vegetated habitats in response to climate change or local anthropogenic impacts may alter their quality as habitat for associated fish and invertebrates Micheli et al. 2008. Ecological Monographs, 78(2), 2008, pp. 225–244).

Community-wide and functional changes might occur also through more subtle alterations of the relative abundances of different foundation species, mediated through changes in environmental conditions (Micheli et al. ). Ecosystems structured through the presence of foundation species, such as seagrass meadows, are expected to be particularly vulnerable to environmental change close to limits in their physiological tolerance, where associated assemblages and ecological processes are affected by environmental change both directly and indirectly, through decline or substitutions of foundation species. Such indirect effects might overwhelm direct influences of disturbances on species distributions. It has been observed for example changes in

Beardall et al. 1998 Botanica Marina Vol. 41, 1998, pp. 113-123 On the basis of photosynthetic characteristics therefore, it could be predicted that species (both macrophytes and microalgae) which have an active CCM will show little response to global rises in CO2 concentration whilst many sub-tidal macroalgae and seagrasses could show enhanced carbon assimilation (Beardall et al. 1998).

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Acclimation and Adaptation

It has been observed morphometric variations as acclimation mechanisms in Zostera noltii beds (Peralta 2005), after long term exposure to sheltered and exposed conditions.

Acclimation and adaptation are different processes, but both are important for the understanding and predicting the short and large-scale effects of environmental changes on biota. For plants, acclimation refers to reversible physiological or structural changes in response to extreme values of environmental variables causing stress, while the term adaptation includes all irreversible genetic changes that enhance the performance of the plant in a specific environment (Lambers et al., 1998; Sultan, 2000). For seagrasses, examples of acclimation are mostly physiological changes in response to light availability (i.e. photoacclimation, (Evans et al., 1986; Major and Dunton, 2002), temperature (Zimmerman et al., 1989), or salinity (Benjamin et al., 1999).

Acclimation may also involve ultrastructural changes in seagrass modules (i.e. leaves, rhizome and roots) (Iyer and Barnabas, 1993; Benjamin et al., 1999) with changes in morphometric responses at the whole plant level, wich affects the bed performance.

Aquatic palnts and seagrasses have a remarkable phenotypic plasticity supported by coordinated changes in dynamic variables (i.e. leaf and internodal elongation rates and plastochrone index). Phenotypic plasticity seems to be the main mechanism by which this species is able to cope with short and long term environmental changes.

Floods (Campbell and McKenzie 2004, Preen et al. 1995)

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The survival period of seagrass below its minimum light requirement is shorter in small species with low carbohydrate storage capacity than in larger species (Longstaff et al., 1999; Peralta et al., 2002).

Sea level rise

The rise in sea-level due to global climate change will automatically induce a withdrawal of the lower limit of seagrass meadows whenever the limit is beyond the compensation depth (Bouderesque et al. 2009). So the seagrass regression trend observed around the world, even if it proves to be currently weaker than postulated, will significantly increase and become a major concern in the near future.

Part 4 – Study Cases

The state of seagrasses in Patos Lagoon (South Brazil)

At extreme southern Brazilian coast, seagrasses lives under extreme and variable environmental conditions, which maintains their low diversity and latitudinal limit distribution at the southeast Atlantic Coast. With a coast line dominated by exposed sandy beaches, seagrass meadows in this region are limited to very shallow areas of enclosed estuaries and coastal lagoons. One of the most important is located in Patos Lagoon, the largest choked lagoon in the world, which sustained important fishery and port economical activities. Fluvial discharge and winds are the driven forces behind Patos Lagoon hydrology, while the influence of a low tide (~ 0.4 m) is limited to the estuary mouth. With low annual average salinity (10-15 ppt), but highly variable throughout the year (0-35ppt) and between years, shoals (< 2.0 m) are temporally or permanent covered by Ruppia maritima, the most tolerant and eurihaline of seagrass species, and drift macroalgal species (mainly Ulva spp, Cladophora spp, Rhizoclonium riparium). These shallow habitats are nurseries for important marine and estuarine fishing

22 resources such as pink shrimp (Farfantepenaeus paulensis), blue crab (Callinectes sapidus) mullet (Mugil platensis), bluefish, catfish and whitemouth croaker (Micropogonias furnieri), which have being sustaining an economy involving more than 3500 artisanal and 3000 industrial fishermen. Studies on Patos Lagoon seagrass ecology started in 70´s decade with the Coastal Plant Ecology Laboratory from the University of Rio Grande (Brazil), lideared by Dr. Ulrich Seeliger and his collaborators. Several studies were done on Ruppia maritima population parameters in the field or in cultivation conditions, as a function of biotic and abiotic factors. Spatial and seasonal variability of seagrass abundance and distribution have been described, taking into account water column and sediment parameters (see Seeliger 1996a,b, Copertino and Seeliger 2009, for reviews) and an ecological model of biomass production was developed, as a function of water depth and transparency (Silva and Asmus 2001). Due to the incredible high interanual variability on spatial distribution and abundance, the regional climate variability and also due the effects of global climate changes, a seagrass site has being systematically monitored since year 2000, within the Brazilian Long Term Ecological Research (htpp://www.peld.furg.br), together with other several water and abiotic parameters (water level, transparency, temperature, salinity, sediment movement). By integrating this monitoring results with previous studies and data, and also using climate and hydrological parameters, a historical analysis of submerged aquatic vegetation (plants and macroalgae) have being performed for the last 30 years. The development of seagrass meadows in Patos Lagoon, its variability and the equilibrium among plant and algal populations is highly dependent on hydrodynamics, particularly on the critical initial stages. Once water and sediment movements are moderated (usually in late spring and throughout summer), other factors such as water level, transparency, temperature and salinity, affect the growth rates, biomass allocation and flower production. Due to this synergistic effect, seagrass growth is concentrated in spring and summer with meadows decaying or disappearing in winter. Although a high spatial and temporal variability is intrinsic to the local populations, drastic reductions in abundance (3 times lower

23 biomass compared to values found in 80´s and 90´s decade) and distribution (more than 50%) could be observed between 90´s end and beginning of 2000´s, causing extreme habitat fragmentation and changes in community structure (Fig. 2, 3). The changes, including suddenly disappearance from more exposed areas, were strong correlated to precipitation anomalies and extreme events (storms and wind generated waves), some of them associated to ENSO episodes. Within these periods (e.g. 1997/1998, 2001 to 2003), precipitation anomalies occurred in South Brazil, which was reflected by increases in Patos Lagoon fluvial discharge (Möller et al. 2009). The higher discharge and anomalous flows increased the estuarine average water level and turbidity, reduced salinity and enhanced sediment movement in the shallow areas. A single extreme event (October 2001), driven by a synergistic effect of high fluvial discharge and prevailing strong winds, quickly raised the estuarine water level, dislodging salt marsh areas and several seagrass meadows. The responses of R.maritima population to the unfavorable conditions were relatively fast, but the complete recover was a slow process (~10 years in some areas). A reduction in seed bank and germination rates appeared reduced the chances of meadow formation. As a result of habitat fragmentation, the few shoots or seedlings were highly vulnerable to even moderated water and sediment movement, inhibiting meadow formation. After the long El Niño phase, a strong La Niña brought a dry period with low fluvial discharge. The average water level was very low, while salinity and transparency very high. However, instead of seagrasses, fast growing drift macroalge (Cladophora spp, Ulva spp) dominated the estuarine shallow bottoms in spring and summer. The outbreak was related to the very high temperatures and salinity, associated to the unoccupied space (empty of seagrasses). Dense meadows reappeared only in the summers of 2008 and 2009. Extreme cold temperatures in winter, together with low salinities, were probably related to the very high germination rates observed in spring 2007. As discharge and water quality conditions were highly favorable, fast growth and sexual reproduction was enhanced, with biomasses comparable to ones found in the past. However, during spring of 2009 and summer 2010, another El Niño marked its

24 presence in South America by bringing high humidity and anomalous precipitation over the region. With a raised estuarine water level, low transparency and salinity, seagrasses suffered a new decline, and meadows have being found only in the very shallow and protected bays. The observed changes in the abundance and structure of estuarine plant communities had some ecological consequences, such as reductions in the availability of stable habitats for benthic invertebrates (Bemvenuti and Colling 2010). Due to the importance of the seagrasses to some important fishing resources, it also can be a concern for the fishing activity. The results of the undergoing project have important implications for predicting the impacts of regional climate variability and global climate changes on the submerged aquatic vegetation, and their consequences for the coastal ecology. Besides monitoring seagrass in situ, we are now testing remote sense techniques, in order to better evaluate the past and future distribution, using larger and more refined scales.

Baird 2009. Biodiversity and function - there does not appear to be a universally accepted suite of readily available, measurable, and quantifiable ecosystem characteristics to detect the impact of climate change and changes in biodiversity on ecosystem function, ecological network analysis (ENA) does provide considerable insight into system function.

Conclusions:

Up to date, the knowledge cumulated on seagrass physiology and ecology allows preliminary and very general diagnostics of the consequences of changes in temperature, sea level rise, and carbon dioxide over the individual plant and populations, at least for the main or most abundant species. Based on the range of species thermal and light tolerance, water movement, etc.. many conclusions have been inferred.

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The results of combined experiments testing isolated factors such as light, temperature, salinity, water depth etc. have been described for several seagrasses and seaweed species and hundreds of articles can be found in the Web. In the real world, the effects studied are complicated by the interactions at population, community and ecosystem levels. The implications of combined factors on the community abundance and structure and feed backs created within the aquatic ecosystems are still poorly understood. In terms of climate change science, this is a challenge area for plants biologist.

A very complicated issue is that meadows are more vulnerable to natural impacts and climatic changes, because they were already facing other anthropogenic impacts. Eelgrass meadows, after the decline caused by the fungal disease of 1930´s, were affected by hurricanes and floods later, intensifying the loss. Extensive coastal development and land reclamation are making much former shallow coastal and marine habitats unsuitable for seagrasses, presenting substantial hurdles to any future restoration efforts. Studies on palynology, remote sensing techniques Indirect climatic proxys are

So, the effects of natural impacts and extreme events could be prevented or reduced if the meadows were healthy.

Also, there is scarcity information on long term data, where changes could be observed and detected.

The interdisciplinary approach is another issue that has been only recently touched by seagrass and macroalgal researchers.

Therefore, long-term monitoring of the temporal variations in seagrass and environmental factors will be necessary to evaluate and maintain the sustainability of a healthy seagrass community.

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ANEXO 13 ECOSSISTEMA MANGUEZAL E AS MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Yara Schaeffer-Novelli(1,2,3,4); André Scarlate Rovai(2,5); Clemente Coelho-Jr(2,6); Anders Jensen Schmidt(7); Claudia Câmara do Vale(8); Elaine Bernini(9); Marília Cunha- Lignon(2,10); Ricardo Palamar Menghini(2); Renato de Almeida(2,11); Diego Igawa Martinez(3); Guilherme Moraes de Oliveira Abuchahla(4); Jussara Shirazawa-Freitas(4); Gilberto Cintrón(12) (1)Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo, SP; (2)Instituto BiomaBrasil; (3)Programa de Pós-Graduação em Oceanografia, Instituto Oceanográfico, SP; (4)Programa de Pós-Graduação em Ciência Ambiental, Universidade de São Paulo; (5)Departamento de Ecologia e Zoologia, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC; (6)Universidade de Pernambuco, Recife, PE; (7)Projeto Manguezal, CEPENE Caravelas, BA; (8)Departamento de Geografia, Universidade Federal do Espírito Santo, Vitória, ES; (9)Universidade Federal da Paraíba,Centro de Ciências Aplicadas e Educação, Departamento de Engenharia e Meio Ambiente, Campus IV - Rio Tinto, João Pessoa, PB; (10)Universidade Federal de São Paulo, Campus Diadema; (11)Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, Cruz das Almas, BA; (12)Fish and Wildlife Service, Department of Interior, USA. Autor para correspondência: Yara Schaeffer-Novelli, e-mail: [email protected] SCHAEFFER-NOVELLI, Y., ROVAI, A.S., COELHO-JR, C., SCHMIDT, A.J., VALE, C.C., ELAINE BERNINI; CUNHA-LIGNON, M., MENGHINI, R.P., ALMEIDA, R., MARTINEZ, D.I., ABUCHAHLA, G.M.O., SHIRAZAWA-FREITAS, J. & CINTRÓN, G. Mangroves adaptation and survival potential to climate changes

Abstract: Mangrove biological characteristics make them highly sensitive to environmental changes. As such, they are reliable indicators of sea level changes. Predictions and interpretations of mangrove shifts must be analyzed considering the energetic signature, since these factors can vary widely on a regional perspective. Mangroves adaptation and survival potential to climate changes will depend, besides on species inherent properties, on process at landscape and regional levels. Despite its genesis – natural or anthropic - coastal zone should be targeted as primary spaces for climate change mitigation actions and ecosystems long-term research programs.

Key-words: mangroves, climate change, flora, associated fauna, coastal processes, long- term research programs

SCHAEFFER-NOVELLI, Y., ROVAI, A.S., COELHO-JR, C., SCHMIDT, A.J., VALE, C.C., ELAINE BERNINI; CUNHA-LIGNON, M., MENGHINI, R.P., ALMEIDA, R., MARTINEZ, D.I., ABUCHAHLA, G.M.O., SHIRAZAWA-FREITAS, J. & CINTRÓN, G. Ecossistema manguezal e as mudanças climáticas

Resumo: Manguezais possuem características biológicas que os tornam potencialmente sensíveis à alterações nas forçantes ambientais. São considerados bons indicadores para alterações no nível médio relativo do mar. Predições de respostas e interpretação de respostas de um manguezal, não podem ser analisadas independentemente dos fatores que as afetam, podendo variar muito sob uma perspectiva regional. A capacidade de manguezais se adaptarem e até sobreviverem a despeito das variações climáticas, não depende somente das propriedades individuais das espécies vegetais típicas, mas dos processos que operam ao nível da paisagem (local) e escalas regionais. A zona costeira deve ser considerada como espaço prioritário para ações de gestão diante das mudanças climáticas, independente de sua gênese antrópica ou natural, e o monitoramento a médio e longo prazos da dinâmica do ecossistema deve ser vista como prioridade.

Palavras-chave: manguezal, mudanças climáticas, flora, fauna associada, adaptações, processos costeiros, monitoramento.

Parte 1 – Introdução

1.1 O ecossistema manguezal

Manguezal, ecossistema costeiro tropical colonizando depósitos sedimentares formados por vasas lamosas, argilosas ou arenosas, ocupando a faixa do entremarés até o limite superior das preamares equinociais. Apresenta distribuição descontínua ao longo do litoral brasileiro, cobrindo uma área de 962.683 ha terceira maior área do globo em um único país (Giri et al., 2011) – da latitude 04o20’N, no Amapá até os 28o30’S em Santa Catarina (Schaeffer-Novelli et al., 1990; Soares et al. 2012), podendo apresentar um continuum de feições distintas em função do perfil da linha de costa e das frequências e amplitudes das marés (Schaeffer-Novelli et al., 1990; 2002; Soares et al., 2012).

A esse ambiente halófilo da zona entremarés associa-se cobertura vegetal típica, com desenvolvimento de flora especializada, caracterizada por espécies arbóreas típicas que lhe conferem fisionomia peculiar (feição mangue). Feição esta, que exposta a lavagens pelas marés, exporta material particulado (folhas, galhos, propágulos), a ser decomposto nos corpos d’água adjacentes (rios, estuários, águas costeiras). Nas porções mais internas do manguezal, caracterizadas por relevo ora mais elevado (feição apicum) ora por depressões, que constituem feições do tipo bacia (Lugo & Snedaker, 1974), a serapilheira acaba sendo decomposta no próprio local, propiciando exportação de matéria orgânica dissolvida, de grande valor ecológico para área que extrapola a do próprio ecossistema (Schaeffer-Novelli et al., 2002).

A feição apicum, embora desprovida de vegetação vascular (espécies típicas de mangue), pertencente ao domínio do ecossistema, atua como reservatório de nutrientes e suporte para fases de ciclos biológicos de espécies da fauna associada ao manguezal, entre inúmeras outras funções imprescindíveis à manutenção da própria zona costeira. Manguezais acabam de ter reconhecida sua função como componente chave no ciclo do carbono atmosférico, sendo considerados dentre as florestas mais ricas em carbono nos trópicos (Donato et al., 2011), tanto na estrutura arbórea quanto no sedimento, onde atua como reservatório deste elemento. E ainda, apicuns podem acumular, em determinadas regiões do globo, concentrações de C significativamente maiores do que a feição bosques de mangue (Livesley & Andrusiak, 2012).

1.2 Ambientes de costas lamosas tropicais

A sedimentação em áreas de manguezal é, basicamente, uma função de quão rapidamente os sedimentos são carreados e a razão na qual a matéria orgânica (raízes e detritos orgânicos) é produzida in situ e se incorpora ao substrato. A biomassa radicial subterrânea agrega as partículas de sedimento, construindo o substrato que contribui para elevação da superfície do solo (Wells & Coleman, 1981; Huxman et al., 2010), como para a grande capacidade de fixar carbono, realizado pelos manguezais (Semeniuk, 1980; Nellemann et al., 2009; Huxman et al., 2010; ; Bouillon, 2011; Donato et al., 2011). O Brasil possui 7% de áreas de manguezal do mundo (FAO, 2007; Giri et al., 2011). Dessa forma, vale ressaltar a importância que os manguezais da costa brasileira possuem na estabilização de CO2 no âmbito da composição atmosférica do planeta, como também no internacional (Rovai et al., 2012). O sistema radicial constitui um dos componentes estruturais mais importantes dos bosques de mangue; dando origem a lodos espessos e fibrosos, como aqueles associados a parcelas cobertas por árvores do gênero Rhizophora (Hesse, 1961). Esse processo de elevação do substrato devido à sedimentação e ao aumento da biomassa das raízes, levam a formação de terraços deposicionais que podem expandir em direção ao mar por progradação ou migrar, em direção ao continente com o aumento do nível do mar.

Com as mudanças climáticas globais, induzindo aumento dos desastres naturais e elevação do nível médio relativo do mar, os processos sedimentares poderão ser alterados. Áreas deposicionais poderão se transformar em áreas erosivas e vice-versa, ao longo do tempo. O transporte de sedimento poderá ser intensificado, aumentando a taxa deposicional ou erosiva, em função das características da área (Cunha-Lignon et al., 2011). Além disso, o processo de erosão e deposição acelerada, observado em alguns estuários devido à redução da vazão fluvial e transporte de sedimentos (ex. Marins et al., 2003; Vale, 2010; Bernini & Rezende, 2011) poderá ser potencializado, causando a mortalidade de árvores e, consequentemente, promovendo maior perda de áreas do manguezal.

A morte da cobertura vegetal do manguezal e a perda de biomassa radicial levam à desintegração do substrato, aumentando a profundidade de inundação e, por conseguinte, a susceptibilidade a erosão. Os sedimentos que eram mantidos aderidos pela massa radicial são liberados, sendo mais susceptíveis à erosão e transportados pelas correntes de marés para o leito do estuário, causando o entulhamento do estuário (superior, médio e inferior) assim como em canais navegáveis e na zona costeira.

Esse processo erosão do substrato é muito semelhante ao descrito por Semeniuk (1980) para a costa noroeste da Austrália. Segundo o autor, a erosão em lençol ocorre mais facilmente durante a maré morta, pois nesse período, a maior exposição da planície de maré à dessecação por evaporação, favorece o crescimento dos cristais de sais e a ruptura dos agregados de lama. Após 2 ou 4 semanas, a maré de sizígia rapidamente atravessa esse pavimento duro e lamoso, a água preenche as cavidades (tocas de caranguejo, p.e.), os cristais de sais se dissolvem, a lama fluidifica-se e entra em colapso. Dentro de poucos minutos a lama torna-se uma suspensão densa, e o substrato, que não é facilmente lavado, erode rapidamente em função da inundação pela maré. A camada superior é removida à medida que a maré vazante carreia os sedimentos lamosos para o mar (Vale, 2010).

1.3 Manguezais e as alterações locais e regionais do nível médio relativo do mar Costas com manguezais conviveram com extensas e praticamente contínuas rupturas como resultado das flutuações do nível do mar ao longo dos tempos geológicos (Woodroffe, 1992). Há cerca de 6 Ka as transgressões marinhas desaceleraram e o nível do mar tornou-se relativamente estável (National Research Council, 1990). Após o degelo das capas polares ter deixado de ser fator significante no aumento do volume dos oceanos (em torno de 6 Ka), as linhas de costa passaram a ser expostas à mudanças do nível do mar que tem variado em grande parte devido a fatores locais e regionais (Bloom & Yonekura, 1990; Woodroffe, 1992). Alguns efeitos locais, tais como os induzidos por mudanças na dimensão e na configuração de estuários, e seus efeitos na altura das marés, mudam continuamente enquanto se processam alterações no nível médio relativo do mar. Testemunhos feitos na feição apicum (fácies hipersalino do ecossistema manguezal, geralmente caracterizado por cianofíceas) revelam presença de manguezais fósseis, indicando que o mar atingiu níveis superiores aos atuais (Pereira, 1998; Saintilan & Williams, 1999; Portugal, 2002; Behling et al., 2004; Cohen et al., 2005; Stevens et al., 2006; Hadlich & Ucha, 2009).

De uma maneira geral, não existe uma curva de nível do mar cuja aplicabilidade seja geral, cada trecho de costa tem sua própria história. Devido a essas diferenças locais e regionais, as paisagens do Holoceno Médio e Superior incluem ambientes de manguezais tanto transgressivos como regressivos. A importância da história do nível do mar para estudo dos manguezais é a de que as ambiente de manguezais (settings) correspondem a escalas de tempo geológico. Essas séries são criadas ou modificadas por forças geomórficas, contendo diversos tipos de formas de relevo que provêem substrato adequado e abrigo contra as forças erosivas (Vale, 2004). Pode levar alguns milênios para que a configuração da costa atinja equilíbrio e se torne estável. O tempo que o nível do mar permaneceu ou esteve próximo ao nível contemporâneo, em um determinado local, determina as características estruturais e funcionais nos ambientes. Aqui se fazem importantes os componentes geofísico, geomórfico e biológico, isto, como os manguezais se comportarão no espaço e ao longo do tempo, que pode ser curto ou longo.

1.4 Características estruturais e funcionais dos manguezais e os tipos de costa

De acordo com Thom (1984), cada série provê as condições físicas nas quais as diferentes espécies vegetais de mangue se desenvolvem de acordo a suas adaptações individuais, tolerâncias e requerimentos por fatores tais, como níveis de maré ou de submersão, salinidade ou preferências edáficas. Em seguida, são as condições climáticas locais que modificam as características dos bosques, impondo limites à colonização, crescimento e desenvolvimento (Thom, 1984; Woodroffe, 1987; Schaeffer-Novelli et al, 1990; Cintrón-Molero & Schaeffer-Novelli, 1992; Vale, 2004; 2010).

Os manguezais mais desenvolvidos estruturalmente e mais produtivos (séries I, II e V;) são, geralmente, os que recebem maiores subsídios em termos de sedimentos terrígenos, aporte de água doce e de nutrientes (Thom, 1984), acumulando grandes quantidades de biomassa. As séries carbonáticas (VI, VII e VIII) encontram-se no extremo oposto, exibindo baixos níveis de produtividade e de acumulação de biomassa, reflexo de suas localizações sob o efeito de habitats mais salinos, reduzidos aportes de água doce, de sedimentos terrígenos e de nutrientes. Manguezais nas séries III e IV exibem características estruturais e funcionais intermediárias, respondendo aos níveis de aporte de água doce, sedimento e nutrientes. Assim, as coberturas vegetais dos manguezais mais bem desenvolvidos estruturalmente podem ser encontradas em áreas geomorficamente ativas, sujeitas a fortes aportes deposicionais e a processos erosivos (Kjerfve et al, 2002). Estes tipos de paisagem apresentam mosaicos de habitas, incluindo centros de ativo estabelecimento de novas plantas e áreas de crescimento estável, da mesma forma que áreas com perda de bosques e com substratos sendo erodidos ou rebaixados (Schaeffer-Novelli et al, 2002).

Parte 2 – Levantamento do Conhecimento sobre a Biodiversidade Associada ao Ecossistema Manguezal

2.1 Fauna associada

A diversidade e a densidade da fauna podem estar grandemente influenciadas pela variabilidade estrutural do continuum de feições do manguezal (lavado/bosque de mangue/apicum) que, por sua vez, caracterizam diferentes tipos de substrato. Assim, o manguezal permite a coexistência de espécies habitantes de substrato mole, associadas ao sedimento, com espécies habitantes de substrato duro (muitas delas sésseis), associadas aos troncos e raízes das árvores. A energia aportada pelas fontes de água doce (fluviais, pluviais, lençol freático, drenagem terrestre), água salgada ou salobra, marés, processos de assoreamento e/ou erosão, atuando como forçantes (forcing functions), são responsáveis pelas características do ambiente que apresenta marcantes gradientes (Schaeffer-Novelli et al., 1990; Coelho-Jr, 2003; Almeida, 2005).

Os gradientes ambientais dos manguezais permitem a formação de diferentes padrões de zonação, tanto horizontal, da margem do canal até a terra-firme, como vertical, nas árvores, da parte inferior das raízes até a parte mais superior das copas. A sobreposição destes dois tipos de zonação, somada à variação das condições ambientais da boca do estuário até a sua parte mais interna, proporciona variados habitats terrestres e aquáticos (seja água salgada, salobra ou doce), para diferentes espécies da fauna, cada qual localizada em zonas preferenciais (ex. Diele et al. 2010; Schmidt et al, 2012b). Esta diversidade de habitats oferecidos pelo manguezal provê abrigo para representantes da maioria dos filos animais, dentre os quais se pode citar: Porifera (esponjas), Cnidaria (ex. celenterados sésseis como hidrozoários e anêmonas), Nematoda (vermes nemátodos), Platyhelminthes (vermes planos), Annelida (ex. poliquetas), Mollusca (ex. bivalves importantes comercialmente como ostras e sururu), Arthropoda (ex. diversos crustáceos, insetos e aracnídeos), Echinodermata (ex. bolachas-da-praia e pepinos-do- mar) e Chordata (peixes, anfíbios, répteis, aves e mamíferos).

Essa fauna é considerada “associada” ao manguezal, uma vez que não existem espécies de animais exclusivas do ecossistema. Algumas até podem passar a maior parte de suas vidas dentro do ecossistema, mas em algum momento do seu ciclo biológico necessitam conectar-se a outros sistemas. Como exemplo, podemos citar os caranguejos (Crustacea:Decapoda:Brachiura) do manguezal (Ucides cordatus (Linnaeus, 1763), Goniopsis cruentata (Latreille, 1803), Uca spp. (Leach, 1814), Aratus pisonii (H. Milne-Edwards, 1837) e Cardisoma guanhumi (Latreille, 1825), espécies que após o acasalamento, liberam larvas durante a maré vazante para serem exportadas do estuário para águas costeiras e oceânicas, onde irão viver uma fase planctônica até voltar aos manguezais (Mochel & Oliveira, 1999; Conde et al., 2000; Cuesta & Anger, 2005; Diele & Simith, 2006; Lima et al., 2010; Schmidt et al. 2012a). Muitas aves também passam apenas parte do tempo no manguezal, e certas espécies chegam a percorrer grandes distâncias em seus movimentos migratórios setentrionais passando, às vezes, por vários países (Newton, 2008). Isso demonstra a necessidade de cooperação internacional no que tange ao monitoramento e à conservação dessas espécies e dos recursos que elas utilizam (Weller, 1999).

2.2 Flora associada

No manguezal também ocorrem espécies vegetais que podem ser encontradas em outros ecossistemas. Elas são particularmente abundantes na feição apicum, onde podem ser identificadas associações vegetais de porte herbáceo, como Sesuvium portulacastrum, Eleocharis mutata, Sporobolus virginicus e Salicornia sp. e de diversas espécies de microorganismos (algas, p. ex.), adaptados a conviver com as condições físico-químicas dominantes (Schaeffer-Novelli et al., 2002). Algas, como cianofíceas da família Nostocácia e a clorofícea Rhizoclonium riparium crescem nesses terrenos (Schmidt, 2006) e podem servir de alimento para animais comedores de depósitos como caranguejos do gênero Uca (Diele & Koch, 2010). Particularmente, as cianofíceas também são importantes fixadoras de nitrogênio, nutriente que pode ser lixiviado ou levado pela maré vazante para a feição bosque de mangue adjacente, enriquecendo-a (Paling & McComb, 1994; Paling et al., 2003).

Nestes termos, qualquer estudo sobre respostas da fauna e da flora associada aos manguezais diante de mudanças climáticas, em níveis global, regional e local deverá, em princípio, optar por espécie/população/comunidade de fácil identificação e com boa representatividade no ecossistema.

2.3 Ecossistema manguezal, indicador biológico de alterações no nível do mar

Bons indicadores de mudanças devem prover sinais claros e responder de forma apropriada no contexto de uma escala temporal (Bella et al, 1992; Schaeffer-Novelli et al., 2002). Esses critérios são atendidos por algumas das características dos manguezais, tornando-os potencialmente úteis como indicadores de mudanças no nível do mar.

Em função das adaptações biológicas das plantas típicas de mangue ser tão específicas em relação ao ambiente onde vivem, extensos bosques de mangue passam a ser limitados, principalmente, pela faixa do entremarés, gradientes de salinidade, presença de sedimentos lamosos e pouco oxigenados. Alterações na zonação ou no desenvolvimento estrutural de um bosque de mangue podem estar correlacionadas com alterações na frequência de inundação, na salinidade ou na textura dos sedimentos (Schaeffer-Novelli et al., 2002; Cunha-Lignon et al., 2011). Assim, ambientes dominados por água doce automaticamente excluem as plantas de mangue devido a melhor adaptação das glicófitas em relação às plantas de mangue (halófitas facultativas).

Embora todas essas características qualifiquem os manguezais como potencialmente bons indicadores de mudanças no nível médio relativo do mar, a predição de respostas ou a interpretação de respostas às condições contemporâneas, devem levar em consideração as particularidades das tectônicas de cada região (história do nível relativo do mar local), os impactos das atividades humanas, em níveis local e regional sobre a hidrologia e o aporte de sedimentos e dos processos oceanográficos, geomorfológicos e hidrodinâmicos, característicos do ambiente ocupado pelo manguezal (Thom, 1982; Pereira, 1998; Jelgersma et al., 2002; Schaeffer-Novelli et al., 2002, 2005a).

Em relação à fauna do manguezal, espécies de invertebrados da macrofauna bentônica são particularmente bons indicadores de alterações do nível médio relativo do mar. A primeira vantagem da utilização destas espécies é que a maior parte delas constituem recursos pesqueiros, de modo que as técnicas de coleta são bem conhecidas e podem ser facilmente aplicadas, principalmente por pessoas fora do meio acadêmico (Schmidt, 2012). Assim, variações do nível do mar podem ser facilmente detectadas pelo deslocamento vertical dos limites da zona de invertebrados sésseis, como ostras (Volety et al. 2009), que crescem sobre as árvores do manguezal próximas a margem dos canais. Outros bons indicadores são as espécies de caranguejos que habitam substrato mole, já que alterações na frequência de inundação das suas zonas de preferência podem levar a mudanças na distribuição espacial, horizontalmente (Schmidt, 2012). Particularmente, caranguejos cavadores, como Ucides cordatus, Cardisoma guanhumi e Uca spp., apresentam facilidade adicional de permitirem a estimativa de sua abundância por meio da contagem de tocas, o que torna dispensável a coleta de indivíduos, reduzindo o tempo de amostragens (Almeida, 2005; Schmidt, 2006; Schmidt et al., 2008a; Schmidt, 2012). Nos manguezais brasileiros, uma espécie indicadora em potencial é o caranguejo-uçá, U. cordatus, cuja distribuição espacial de jovens e adultos é vinculada à presença de manguezais (Schmidt et al. 2012b) que fornecem folhas para sua alimentação (Nordhaus et al., 2006; Nordhaus et al. 2009). Caranguejos desta espécie se distribuem espacialmente de modo a formar zona de alta densidade de indivíduos pequenos nas partes menos inundadas do bosque de mangue (Diele, 2000; Almeida, 2005; Schmidt, 2006; Schmidt et al., 2009; Schmidt, 2012; Schmidt et al. 2012b). Neste caso, o aumento do nível médio relativo do mar seria indicado pela gradativa colonização da feição herbácea do manguezal (apicum, salgado) por U. cordatus, concomitantemente à colonização por espécies vegetais típicas de mangue (Schmidt et al., 2012b).

Parte 3 – Efeitos das mudanças climáticas sobre o ambiente e sua biodiversidade

3.1 Cobertura vegetal e as variações do nível do mar

Manguezais são sensíveis a mudanças no ambiente externo (forçantes) e rapidamente se adaptam a alterações das condições ambientais, ou prontamente sucumbem (Jimenez et al., 1985; Blasco et al., 1996; Schaeffer-Novelli et al., 2002; Menghini, 2008). A rápida acomodação às novas condições é resultado do conjunto de espécies vegetais típicas de mangue que permitem a colonização de habitats que podem ser, intermitentemente, favoráveis e desfavoráveis. Essas características podem ser: (a) ampla tolerância a fatores ambientais; (b) rápido crescimento; (c) rápida maturação; (d) contínua produção de flores e de propágulos; (e) elevada liberação de propágulos; e (f) possibilidades de dispersão de propágulos a curtas e longas distâncias por agentes abióticos (correntes e marés).

Todos esses atributos fizeram com que muitos considerassem manguezais como sistemas sucessionais quando, de fato, se trata de ecossistema auto-sustentável em ambientes onde essa característica se torna requisito para sobrevivência (Lugo, 1980). Levando em consideração a dinâmica dos tipos de costa (Thom, 1984; Vale, 2004) e as respostas do ecossistema às variações da hidrologia ou dos níveis de maré (Jimenez et al, 1985; Blasco et al, 1996), manguezais ocupam áreas costeiras tropicais extremamente dinâmicas (Thom, 1967; Kjerfve et al, 2002; Schaeffer-Novelli et al, 2002; Soares et al., 2012).

O ecossistema manguezal tem competência para lidar com taxas moderadas de variação no nível médio do mar do mar, na frequência de inundação ou no aporte de sedimento (Alongi, 2008). Níveis relativos do mar na ordem de 10-15 mm/ano permitiram adaptações da cobertura vegetal do mangue no Delta do Ganges (Woodroffe, 1990). Entretanto, nas Bermudas, uma elevação na ordem de 2,8 mm/ano reduziu a deposição de sedimento nas taxas requeridas pelo manguezal e resultou na perda do ecossistema (Ellison, 1993). Os manguezais associados a ambientes caracterizados por substratos calcários, notadamente aqueles distantes de fontes de água doce, ou os que colonizam litorais expostos a regimes micromareais são mais susceptíveis a variações no nível médio relativo do mar e a alterações devidas a fortes ondas e correntezas.

Um aumento no nível médio relativo do mar pode resultar na migração dos bosques de mangue continente adentro, em função da penetração da cunha salina. Em geral, a transgressão dos manguezais é limitada pela declividade do terreno e características de competitividade das glicófitas (plantas de água doce). Quando a migração, em sentido a terra, não é limitada por relevo montanhoso ou edificações humanas, por ex. processos erosivos na franja, a área de manguezal perdida para o mar pode ser compensada pela área ganha com o avanço em direção ao continente, sobre substrato de perfil suave (Saintilan & Williams, 1999; Soares et al., 2000, 2005; Schaeffer-Novelli et al., 2002; Stevens et al., 2006; Soares, 2009; Chmura, 2011; Friess et al., 2011). Porém, quando a erosão se faz sentir sobre a franja do manguezal (linha de costa) e a migração em direção a terra é limitada, tem-se como resposta drástica redução desse ecossistema (Jelgersma et al, 2002; Schaeffer-Novelli et al., 2002).

As fronteiras terrestres da cobertura vegetal do manguezal (transgressão marinha) refletem padrões da deposição dos sedimentos, do aumento do terreno e da intrusão salina. Onde há avanço da linha de costa em direção ao mar (regressão marinha), há abundância de plântulas junto às franjas acompanhadas por árvores jovens, continente adentro (Cunha-Lignon et al., 2011; Bernini & Rezende, 2011). Já em ambientes áridos, concomitantemente com o avanço do manguezal em direção ao mar, as porções mais internas vão morrendo, com os bosques sendo substituídos por lagoas hipersalinas. Em ambientes costeiros úmidos, colonizados por espécies típicas de mangue, os limites internos dos bosques transformam-se em zona de transição, sendo mais difícil de identificar a partir de fotografias aéreas. Há casos em que algumas árvores de mangue adultas permanecem nestas zonas, mesmo quando as novas condições são desfavoráveis a uma regeneração dos bosques - resiliência (Schaeffer-Novelli et al, 2002).

Acredita-se, igualmente, que as taxas de fixação de novas plantas de mangue irão depender das taxas de elevação do nível médio relativo do mar. Espera-se que ocorram alterações na composição das espécies típicas de mangue, sendo favorecidas aquelas espécies de rápido crescimento nas novas áreas (Alongi, 2008). A elasticidade (taxa de recuperação) de uma comunidade vegetal típica de mangue que expressa resiliência devido à migração depende, não somente das propriedades pioneiras das espécies vegetais típicas de mangue (r Estrategistas), mas do grau de conectividade entre locais e da magnitude das distâncias nas quais a dispersão precisa ocorrer. Nestes casos, a habilidade de recuperação após uma perturbação é propriedade do ambiente como um todo e não da unidade per se (Grubb & Hopkins, 1986; Schaeffer-Novelli et al., 2005a). Resiliência ao nível da paisagem é uma função da disponibilidade de fonte próxima de propágulos e de mecanismos adequados de dispersão (Lewis, 2005). É razoável esperar, no caso do pior cenário em termos de elevação do nível médio relativo do mar, que os manguezais desapareçam das áreas costeiras mais expostas e de ambientes marginais e que o maior desenvolvimento ocorra nos ambientes de vales de rios afogados sob máxima sedimentação e grandes amplitudes de maré. Estas áreas passariam a ser, ao mesmo tempo, reservatórios e fontes de propágulos de plantas típicas de mangue durante períodos de rápidas mudanças da linha de costa (Schaeffer-Novelli et al, 2002).

A expectativa é que ocorram mudanças estruturais e funcionais nos manguezais em ritmo intermitente, fazendo com que tanto bosques maduros como os de interface com as terras emersas, sejam aceleradas diante de eventos dominados por tormentas e inundações. No caso de tormentas, o sistema radicial relativamente pouco profundo é especialmente vulnerável a ação de ondas e correntezas. Nestes casos, o cenário mais provável seria o de uma transgressão marinha após perturbações seguidas por períodos prolongados de pequenas alterações (Schaeffer-Novelli et al, 2002).

Em paisagens costeiras complexas, submetidas a elevações pouco pronunciadas do nível médio relativo do mar, é provável que ocorra mortalidade da cobertura vegetal de forma não sincronizada e em manchas, e que apresente centros ativos de crescimento (em substratos recém-formados ou devido a deposição de sedimentos em áreas protegidas), em conjunto com áreas de ativa erosão, mortalidade e recuo (Schaeffer-Novelli et al, 2002).

3.2 Distribuição espacial da fauna e as variações do nível do mar

Dada à complexidade dos processos que determina a distribuição espacial das espécies da fauna do manguezal, mudanças climáticas podem influenciar criticamente a biodiversidade deste ecossistema. Assim, um aumento do nível médio relativo do mar levaria a um deslocamento das zonas de ocorrência das espécies em direção a terra- firme, o que é particularmente preocupante para aquelas que ocorrem em baixas frequências de inundação. Por exemplo, a ocupação humana dos apicuns, pode ser desastrosa para espécies como o caranguejo-uçá (Ucides cordatus), importante recurso pesqueiro cujo recrutamento ocorre próximo ao limite inferior desta feição (Schmidt et al., 2009; Schmidt, 2012). Neste caso, construções como as de carcinicultura e salinas podem obstruir o deslocamento natural da zona de recrutamento de U. cordatus em direção a terra-firme, diante da elevação do nível médio relativo do mar (Schmidt et al. 2012b). Outra espécie economicamente importante que seria afetada por mudanças climáticas combinadas com ações antrópicas é o guaiamum (Cardisoma guanhumi). Estudos indicam que o recrutamento desta espécie ocorre no limite superior da zona de apicum e que, em seguida, ocorre migração para a restinga adjacente (Schmidt et al. 2008b). Por sua vez, as fêmeas ovígeras precisam deixar periodicamente a restinga e migrar através da feição apicum para liberar larvas na feição bosque de mangue, quando alagado (Gifford, 1962). Assim, construções na zona de apicum inviabilizam tanto a chegada de recrutas à população adulta como a migração de fêmeas para emissão das larvas, podendo levar a população local de guaiamuns a colapso (Schmidt et al. 2012b).

3.3 Estados alternativos e a necessidade de proteção da geoforma como política pública

É fundamental o entendimento de que a estrutura da cobertura vegetal dos bosques de mangue é extremamente plástica e, que sua forma (estrutura) pode apresentar uma diversidade que inclui muitos estados alternativos (alternate states), como bosque alto, bosque monoespecífico ou misto, arbustivo ou anão e, que em alguns casos a geoforma (ambiente de planícies de maré dominados por sedimentos finos, orgânicos) poderá estar dominada por cianofíceas (algal mats). Esta feição deve ser considerada como alternativa da feição bosque de mangue, uma vez que corresponde ao componente biótico original (a base, o substrato primário) sendo, de fato, a etapa inicial da sucessão quando da formação do ecossistema manguezal. As etapas de desenvolvimento podem ser interrompidas, ou surgir dentro de um sistema maior como manchas dominadas por outros estados de maior ou menor desenvolvimento, convertendo-se em “quasi-estados alternativos”, dependendo das condições ambientais imperantes. Apesar da ideia de que os ecossistemas podem se modificar bruscamente de um estado a outro ter sido proposta há muito tempo, não existia até bem pouco, evidência empírica que a sustentasse. Agora, temos as evidências para confirmar que existem os chamados estados alternativos nos ecossistemas, inclusive nos manguezais. A “estabilidade” de um sistema é composta por dois componentes: a resiliência, ou rapidez com a qual o sistema volta às suas condições originais após uma perturbação, e a resistência, que é a capacidade do sistema para suportá-las.

A estabilidade de um sistema alternativo depende da amplitude do domínio de atração do estado. Pode ser que as características de um sistema mudem de maneira gradual, como resposta à mudanças paulatinas das condições externas ou, pode ocorrer que o ecossistema se mantenha inalterado diante das mudanças no entorno e que, repentinamente, ao atingir um limiar, o ecossistema se modifique de modo súbito, espontâneo e surpreendente. O fato de reconhecer esta característica têm levado algumas pessoas a, erroneamente, não considerar o apicum como parte do ecossistema manguezal, apesar deste ser um dos estados alternativos “quasi-estáveis” do ecossistema.

Em termos de políticas públicas, a diversidade de formas (estruturas) reflete a grande capacidade de adaptação às mudanças ambientais (resistência e resiliência) e, esse grau de adaptabilidade deve ser reconhecido, garantindo-se proteção à faixa entremarés que ocupa a planície, tendo ela ou não cobertura arbórea. O futuro é difícil de prognosticar, mas as políticas públicas de hoje devem estabelecer a perspectiva de um determinado estado futuro de um sistema, garantindo que qualquer de suas formas possa se manifestar. A destruição atual das planícies de maré representa um processo, essencialmente, irreversível que elimina bens naturais e suas possibilidades futuras de aproveitamento, ademais de comprometer a qualidade dos sistemas marinhos adjacentes.

Parte 4 - Considerações Finais

Os padrões climáticos definitivamente contribuem para condicionar as áreas costeiras intertropicais passíveis de ocupação pelo ecossistema manguezal. Em ambientes secos (déficit hídrico) ou com invernos que podem ser mais rigorosos, o desenvolvimento estrutural da cobertura vegetal do manguezal é reduzido refletindo, por sua vez, na fauna quanto à diversidade, densidade e, até tamanho dos indivíduos (Conde et al., 2000).

Alterações na estrutura do ecossistema, incluindo as diferentes feições, são controladas em grande parte pela competição intraespecífica e pela seleção de propágulos, merecendo, nestes casos, menor destaque a ação individual dos fatores químicos e físicos. Uma vez atingido determinado grau de estabilidade (equilíbrio sucessional), em cada uma das feições, qualquer modificação somente ocorrerá diante de perturbações externas naturais (raios, furacões, tsunamis, extremos de temperatura e de pluviosidade, variação do nível médio relativo do mar) ou induzidas pelo homem (barragens, aterros, canalizações, diques, dragagens), fazendo com que o sistema altere sua estabilidade em busca de uma nova estrutura das feições ecossistêmicas, com consequentes alterações do substrato, disponível para a fauna associada.

Reconhecendo que os manguezais respondem às pulsações de eventos/processos responsáveis pelas características do ambiente (erosão, deposição, geadas, estiagens, inundações, ressacas, frentes), também apresentarão respostas ao período atual em que vivenciamos alterações do clima em taxas ainda não experimentadas pela humanidade (Schaeffer-Novelli et al., 2005b). Muitas destas respostas não são tão evidentes de serem identificadas e monitoradas, porém outras, como as decorrentes de processos de erosão/deposição, representados por pulsos de perdas de bosques de franja e colonização de apicuns ou da retroterra imediata, quando possível, já estão sendo registradas em vários manguezais, no mundo e no Brasil (Soares et al., 2005).

Uma determinada área de manguezal não pode ser analisada independentemente dos fatores que a afetam e que podem variar muito sob uma perspectiva regional. A capacidade de manguezais se adaptarem e até sobreviverem a despeito de alterações do nível do mar, não depende somente das propriedades individuais das espécies vegetais ou do bosque de mangue, mas dos processos que operam ao nível do ambiente local e de escalas regionais (Schaeffer-Novelli et al, 2002; 2005a).

Outro ponto a ser prestigiado é a necessidade de realizar monitoramento do grupo faunístico em conjunto com a caracterização estrutural das feições do ecossistema, uma vez que o simples fato de alteração estrutural pode refletir sobre a própria estrutura faunística. E, ainda, considerar o fato de que experimentos similares sejam realizados em diferentes latitudes, buscando eliminar, ao máximo, o ruído de características locais sobre os resultados obtidos.

Devemos estar abertos (open minded) a eventuais alterações de forma em termos das estruturas que venham a ocupar o entremarés, uma vez que os atuais estados, característicos das unidades geoambientais, poderão apresentar alterações devidas às taxas das mudanças climáticas. A capacidade de adaptação do ecossistema (resiliência e resistência), é uma das responsáveis pela sobrevida de sistemas como o manguezal que dominam as planícies costeiras do entremarés há cerca de 60 milhões de anos.

A zona costeira deve ser considerada como espaço prioritário para ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas, independente de sua gênese antrópica ou natural (Nicolodi & Peterman, 2010) e o monitoramento a médio e longo prazos da dinâmica de bosques de mangue deve ser vista como prioridade (Kauffman & Donato, 2012; Ellison, 2012).

Parte 5 – Referências

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1 COMO MONITORAR OS EFEITOS DAS VARIAÇÕES CLIMÁTICAS SOBRE OS ORGANISMOS DE PRAIAS?

Antonia Cecilia Zacagnini Amaral1; Guilherme Nascimento Corte1,2; Márcia Regina Denadai3; Leonardo Cruz da Rosa4; José Souto Rosa Filho5; Carlos Alberto Borzone6; Leonir André Colling7; Alexander Turra8 1 - Departamento de Biologia Animal, Instituto de Biologia, CP 6109, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, 13.083-970, Campinas, SP. E-mails: [email protected]; [email protected] 2 - Programa de Pós-Graduação em Ecologia, Instituto de Biologia, CP 6109, Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP, 13.083-970, Campinas, SP; [email protected] 3 – Departamento de Oceanografia Biológica, Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo, Praça do Oceanográfico, 191, Cidade Universitária, 05508-120, São Paulo-SP; [email protected] 4 – Universidade Federal de Sergipe - UFSE 5 – Universidade Federal de Pernambuco - UFPE 6 – Universidade Federal do Paraná - UFPR 7 – Fundação Universidade de Rio Grande - FURG 8 - Departamento de Oceanografia Biológica, Instituto Oceanográfico, Universidade de São Paulo, Praça do Oceanográfico, 191, Cidade Universitária, 05508-120, São Paulo-SP; [email protected]

Praias são ambientes presentes na maior parte do litoral de regiões tropicais e temperadas, compreendendo cerca de 75% da costa mundial (Bascom, 1980). São ambientes dinâmicos, de transição entre a terra e o mar e sujeitos à influência de fatores físicos como ação das ondas, marés e tipo do sedimento. Embora sejam equivocadamente caracterizadas como desertos marinhos, as praias abrigam uma enorme riqueza de espécies e sua biodiversidade tem sido constantemente subestimada (Schlacher et al., 2007). Na realidade, as praias são compostas por comunidades faunais especializadas dominadas por organismos de pequeno porte e com comportamento de enterramento (infauna). Além desses organismos consumidores, as praias também abrigam produtores primários, como microalgas, macroalgas (presentes em praias com fragmentos rochosos) e fanerógamas marinhas (principalmente em locais abrigados). Diferentes combinações entre fatores como energia das ondas, regime de maré, inclinação, tipo de sedimento e proximidade a fontes de água doce produzem uma ampla variedade de praias e são responsáveis por estruturar as comunidades faunais (McLachlan & Brown, 2006). Dessa maneira, a biota é muito variável entre praias e alterações ambientais, naturais ou de origem antrópica, podem ter um efeito significativo sobre a sua biodiversidade. O intenso desenvolvimento em áreas litorâneas, associado ao impacto das mudanças climáticas globais, têm resultado em profundas modificações dos ecossistemas costeiros tornando incerto o seu futuro (Schlacher et al., 2007). Devido às suas particularidades biológicas e ambientais, as praias estão entre os ambientes marinhos mais vulneráveis aos impactos antrópicos e aos eventuais efeitos das modificações climáticas, como aumento do nível do mar, da frequência e magnitude de eventos extremos, das taxas

2 de erosão costeira, da temperatura do mar e da acidificação dos oceanos (Trenberth et al., 2007; Bindoff et al., 2007). Dentre estes efeitos, a elevação do nível do mar tem recebido especial ênfase nas discussões e especula-se que, associado a outros efeitos das mudanças climáticas, possa resultar em impactos significativos sobre as praias, entre os quais se destacam a erosão da linha da costa, inundação por ondas de tempestades, alteração da amplitude de marés e mudança nos padrões sedimentares (Muehe, 2006). Tais impactos resultariam em alterações na morfodinâmica das praias, como consequência de modificações na composição do sedimento, inclinação, área disponível para ocupação pelos organismos e, em condições extremas, na perda do entremarés e do pós-praia e, consequentemente, da sua biota associada. O Brasil possui um dos mais extensos litorais do mundo (8.500 km), ao longo do qual é encontrado um mosaico de ecossistemas, os quais abrigam uma grande variedade de espécies. Nessa área encontram-se praias que podem alcançar extensões superiores a 200 km e outras de pequenas dimensões, abrigadas em pequenas baías ou expostas a ação das ondas. Inclui setores peculiares, com variação no regime de marés desde macro (com valores máximos de 12 m no Amapá) até micro (não ultrapassando 1,5 m no Sudeste). Apesar das características tropicais e subtropicais dominantes ao longo de toda costa, fenômenos regionais definem condições climatológicas e oceanográficas próprias, capazes de caracterizar a diversidade específica de cada área. Embora muito se especule sobre os impactos de fenômenos climáticos de grande escala ou de outras alterações ambientais sobre a biota de praias, os resultados ainda não são claros e amplamente conhecidos, fato que dificulta um entendimento mais concreto do problema e não possibilita o delineamento de estratégias adequadas para o manejo desse ambiente e de seus recursos. Com o intuito de diminuir a carência de dados sobre biodiversidade de praias e implementar uma rede integrada de estudos ao longo do litoral brasileiro, o Grupo de Trabalho Praias (GT Praias) se integrou à ReBentos (Rede de Monitoramento de Habitats Bentônicos Costeiros), vinculada à Sub-Rede Zonas Costeiras da Rede Clima (MCT) e ao Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia para Mudanças Climáticas (INCT-MC). O objetivo deste GT é propiciar condições para a consolidação de uma rede de pesquisa para investigar a vulnerabilidade de praias e os efeitos das mudanças climáticas sobre a biota desses ambientes na costa brasileira, considerando a macrofauna como um todo e a dinâmica populacional de espécies com potencial indicador biológico. Nesse contexto, o GT Praias visa promover uma ampla discussão metodológica entre pesquisadores de diversas regiões do país e iniciar uma série histórica para obtenção de dados padronizados, que viabilizem o monitoramento contínuo em praias.

3 Uma vez que no Brasil a pesquisa sobre a estrutura e funcionamento das comunidades e populações dos ecossistemas costeiros encontra-se fragmentada e não está focada na avaliação de impactos provocados por mudanças climáticas, torna-se necessária a discussão e consolidação de protocolos práticos e de longa duração que quantifiquem os impactos reais de mudanças climáticas sobre a macrofauna bentônica de praias. A elaboração desses protocolos está entre os resultados tidos como metas para a ReBentos e esperamos que, a partir de sua implementação, possamos aumentar a capacidade de medir os impactos ecológicos de mudanças climáticas em praias e obter estratégias de manejo mais eficientes. Entre as estratégias para avaliar os efeitos das mudanças ambientais está a utilização de espécies indicadoras da qualidade ambiental, uma vez que diferentes espécies podem responder de forma distinta aos mesmos impactos. Para que uma avaliação contínua e eficiente seja realizada, é desejado que as espécies analisadas possibilitem rápida percepção das modificações ambientais e que possuam ampla distribuição geográfica para que possam ter a sua dinâmica acompanhada em diferentes regiões do Brasil. Assim, dentre as diversas espécies ocupantes da biota de praias, foram selecionados alguns representantes da macrofauna como o Coleoptera Bledius spp. (para as praias da costa brasileira são citadas três espécies), o Brachyura Ocypode quadrata, o Polychaeta Scolelepis spp. e os Talitridae (Atlantorchestoidea, Talorchestia, Talitrus e Orchestoidea). Após a realização de Workshops em Arraial do Cabo (julho/2011), Salvador (novembro/2011) e São Sebastião (agosto/2012), protocolos para o monitoramento de longo prazo de parâmetros biológicos e abióticos de praias encontram-se em fase de discussão e padronização por pesquisadores de diferentes instituições. A elaboração de um primeiro inventário sobre as pesquisas realizadas em território nacional, outro produto oriundo da ReBentos, revelou que o grau de conhecimento das praias do litoral brasileiro ainda é esparso e concentrado em áreas onde estão localizadas instituições de pesquisas e/ou com maior importância ecológica e econômica. Na região Norte, tem-se um conhecimento regular das praias de Ajuruteua e da Princesa (Pará); no Nordeste o conhecimento é regular para algumas praias do Ceará; no Sudeste tem-se um bom conhecimento para Jacarepaguá e Baia de Sepetiba (Rio de Janeiro) e Litoral Norte do Estado de São Paulo (Ubatuba, Caraguatatuba e São Sebastião); no Sul, é bem conhecido o litoral de Pontal do Paraná (Paraná) e a Praia do Cassino (Rio Grande) e regularmente conhecidas as praias de Navegantes e Baia da Babitonga (Santa Catarina) e Tramandaí (Rio Grande do Sul). Com relação aos temas estudados, os resultados obtidos demonstram que o maior esforço (ainda que se mantenha alto grau de desconhecimento) tem se direcionado ao conhecimento da distribuição espaço-temporal, riqueza e abundância da macrofauna de praias, sendo menos realizados os estudos populacionais (Fig. 1).

4 Também importante é a participação do maior número possível de pesquisadores e o acesso a resultados que ainda se encontram em formato de teses, dissertações e monografias. Alcançando esses objetivos, conheceremos de maneira mais completa a estrutura e funcionamento do ecossistema praia, o que sem dúvida proporcionaria o manejo adequado e diminuiria o risco de prejuízos irremediáveis. Assim, a ReBentos GT Praia conta com a participação dos pesquisadores interessados nesse ecossistema. (http://rebentos.org/index.php/grupos-de-trabalho/praias).

Agradecimentos: a FAPESP e CNPq pelos auxílios e bolsas concedidas; aos alunos de pós-graduação e pós-doutorandos que contribuíram com o levantamento dos dados: Thalita O. Forroni, Hélio Checon, Camila F. Silva, Leonardo Q. Yokoyama, Maira Pombo.

Referências Bibliográficas BASCOM, W. 1980. Waves and Beaches. Anchor Press/Doubleday, New York, NY. 366 pp. BINDOFF, N.; WILLEBRAND, J.; ARTALE, V.; CAZENAVE, A.; GREGORY. J.; GULEV, S.; HANAWA, K.; QUÉRÉ, C. (Co-authoers) 2007. Observations: Oceanic climate change and sea level. Climate Change 2007: The Physical Science Baseis. Contribution of Working Group I to the Fourth Assessment Report of the Intergovermmental Panel on Climate Change, Cambridge University Press, Cambridge, 385-342. DEFEO, O.; MCLACHLAN, A. 2005. Patterns, processes and regulatory mechanisms in sandy beach macrofauna: a multiscale analysis. Marine Ecology Progress Series, 295: 1-20. MCLACHLAN, A.; BROWN, A.C. 2006. The ecology of sandy shores. Elsevier, New York, 373 pp. MUEHE, D.K. 2006. Erosão e Progradação no litoral brasileiro. Brasília, MMA, 2006. 476 pp. SCHLACHER, T.A.; DUGAN, J.; SCHOEMAN, D.S.; LASTRA, M.; JONES, A.; SCAPINI, F.; MCLACHLAN, A.; DEFEO, O. 2007. Sandy beaches at the brink. Diversity and Distributions, 13: 556-560. SCHLACHER, T.A.; SCHOEMAN, D.S.; DUGAN, J.; LASTRA, M.; JONES, A.; SCAPINI, F.; MCLACHLAN. A. 2008. Sandy beach ecosystems: key features, sampling issues, management challenges and climate change impacts. Marine Ecology, 29(1): 70-90. TRENBERTH, K.E.; JONES, P.D.; AMBENJE, P.G.; BOJARIU, R.; EASTERLING, D.R.; KLEIN TANK, A.M.G.; PARKER, D.E.; RENWICK, J.A. (Co-authoers) 2007. Surface and atmospheric climate change. Climate Change 2007: The Physical Science Baseis. Contribution of Working Group I to the Fourth Assessment Report of the Intergovermmental Panel on Climate Change, Cambridge University Press, Cambridge, 235-336.

5 e planícies de maré

Figura 1. Número de trabalhos sobre macrofauna de praias e planícies de maré por região brasileira. T: total registrado; C: sobre comunidades; P: sobre biologia populacional (dinâmica, distribuição e produção secundária).

6 ANEXO 15

SÍNTESE DO CONHECIMENTOS SOBRE A BIODIVERSIDADE MEIOFAUNÍSTICA COSTEIRA NO LITORAL BRASILEIRO

A meiofauna é o termo utilizado para fazer referência aos organismos bentônicos pertencentes a uma classe intermediária de tamanho, desta forma a meiofauna pode forma um grupo heterogêneo de organismos incluíndo 27 filos animais dos atuais XX conhecidos. Os organismos da meiofauna são aqueles que ultrapassam as malhas de 500µm ou 1mm (dependendo do autor) e ficam retidos nas malhas de 62-38µm durante o processo de lavagem das amostras do bentos. Em praias arenosas são abundantemente representados por nematódeos, copepódes e turbelários. Atualmente, existem 101 estudos sobre a meiofauna de praias arenosas estuarinas e oceânicas sejam eles puramente taxonômicos ou ecológicos (Fig. 1), dos quais 44 já se encontram publicados (3 taxonômicos e 41 ecológicos), dentre os ecológicos 7 são exclusivamente sobre o estudo dos efeitos das variáveis ambientais sobre populações de certas espécies de nematódeos (Esteves et al. 2003, 2004, Maria et al. 2008, Venekey et al. 2011) e tardígrados (Castro et al. 2009, Rocha et al. 2004, Verçosa et al. 2009). No entanto, dentro do enfoque do estudo do impacto das mudanças climáticas sobre a biodiversidade bentônica de praias arenosas, daremos ênfase somente aos trabalhos ecológicos que realizam um levantamento das comunidades meiofaunísticas.

Fig. 1: Número atual de trabalhos sobre meiofauna de praias arenosas TCC’s: trabalhos de conclusão de curso (graduação), TESES: mestrado e doutorado.

No Brasil, o estudo da meiofauna iniciou-se na década de 50 com a vinda do pesquisador alemão Sebastian Gerlach a convite da Universidade de São Paulo, o qual dedicou seus estudos a taxonomia dos nematódeos de praias arenosas. Desde o retorno do pesquisador a Europa até a década de 80, os estudos da meiofauna cessaram e reiniciaram-se na década de 80 de forma ecológica (Corbisier 1999) (Fig. 2). No entanto, em termos mundiais, o estudo da meiofauna de praias arenosas iniciou-se em 1933 com o primeiro levantamento ecológico de espécies intersticiais (Remane 1933). Este trabalho foi, também, um marco na forma de pensar sobre as praias arenosas, que a partir de então, deixaram de ser vistas como um simples deserto desprovido de vida. A partir da década de 80, com a retomada das pesquisas sobre a meiofauna no Brasil, o número de trabalhos ecológicos com comunidades meiofaunísticas publicados passou a aumentar consideravelmente, atingindo os atuais 34 artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais. Sendo que, nos últimos 10 anos, o interesse por estudos das comunidades meiofaunísticas aumentou a ponto de dobrar o número de trabalhos publicados (Fig. 2).

Fig. 2: Porcentagem cumulativa dos trabalhos publicados sobre meiofauna em praias arenosas.

Apesar da grande extensão da costa brasileira e do grande número de praias arenosas ocorrendo ao logo da costa, os trabalhos de meiofauna se encontram restritos a apenas 6 estados brasileiros: Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo (Fig.3). No entanto, a grande maioria (62%) se encontra restrita à região sudeste (Fig. 3), observa-se que o início do estudo da meiofauna de praias nas regiões sul e norte ocorreram somente recentemente, a menos de 10 e 5 anos atrás, respectivamente (Tab. 1). Como dito anteriormente, o maior enfoque desses trabalhos é ecológico e visa conhecer o efeito das variáveis ambientais da comunidade meiofaunística, seja ela como um todo ou apenas com a comunidade de alguns filos/classes dos organismos pertencentes a meiofauna, como Nematoda (Esteves 2004, Netto et al. 2007, Maria et al. 2008a, Maria et al in press), Tardigrada (Rocha et al. 2009), Gastrotricha (Todaro & Rocha 2004), Copepoda (e. g. Wandeness et al. 1998) e Polychaeta (Domenico et al 2008). De um modo geral, a metodologia de amostragem da meiofauna envolve a utilização de cilindros coletores com uma determinada área amostral que são introduzidos no sedimento da zona entre-marés até uma certa profundidade, que pode variar de 10 a 30cm. Apesar da área do coletor variar de 10cm2 a XXcm2, os resultados são apresentados de forma padronizada para 10cm2 de área. O sedimento é então fixado em campo com formaldeído 4%. No laboratório, a meiofauna é extraída a partir da utilização de técnicas de flotação que envolve soluções de altas densidades, como açúcar (Esteves et al. 1997), ludox (Heip et al. 1985) ou sulfato de magnésio (REF). Tais soluções permitem que os organismos da meiofauna permaneçam no sobrenadante da amostra, o qual é posteriormente vertido em peneiras de malhas que variam de 62µm a 38µm. Com base na tabela 1, pode-se observar que não há um padrão para a periodicidade de coletas no estudo da meiofauna. O intervalo entre amostragens depende principalmente do objetivo do pesquisador e dos recursos financeiros disponíveis. O ideal é que coletas incluam amostragens mensais ou até mesmo quinzenais durante o período de um ano, pois a combinação do hábito de vida bentônico e ciclo de vida reduzido, em alguns casos, menores do que 15 dias, faz com que a meiofauna responda de maneira muito rápida a possíveis alterações (REF). Portanto, desta forma a maior parte da variabilidade sazonal poderia ser acessada. Caso isso não seja possível a realização de coletas mensais ou quinzenais, preza-se, então, por uma periodicidade que tente incluir dois ou mais períodos climáticos diferentes, já que na grande maioria dos estados litorâneos podemos observar um período chuvoso e outro seco que varia de estação do ano em cada região do Brasil.

Fig. 3: Distribuição ao longo da costa brasileira dos trabalhos de meiofauna de praias arenosas publicados até o momento.

Tabela 1: Resumo dos estudos publicados em periódicos nacionais e internacionais desde de 1984, com indicação do foco de estudo, periodicidade das amostragens e número de praias analisadas. ID autor ano objetivo periodicidade n° de praias estudadas 1 Medeiros 1984 EVA SP 1 2 Silva et al. 1991 EVA SEM 1 3 Carvalho et al. 1992 EVA 1 4 Medeiros 1992 EVA SEM 1 5 Esteves et al. 1995 MET ANU 1 6 Bezerra et al. 1996 EVA MEN 1 7 Bezerra et al. 1997 EVA MEN 1 8 Esteves & Fonseca-Genevois 1997 EVA SP 1 9 Esteves et al. 1997 MET ANU 1 10 Silva et al. 1997 REV - - 11 Wandeness et al. 1997 AIA MEN 1 12 Esteves & Silva 1998 MET ANU 3 13 Esteves et al. 1998 EVA DIA 1 14 Wandeness et al. 1998 EVA ANU 1 15 Silva et al. 1999 1 16 Curvelo & Corbisier 2000 EVA MEN 1 17 Corgosinho et al. 2003 EVA ANU 2 18 Moellmann & Corbisier 2003 AIA MEN 2 19 Oliveira & Gomes 2003 AIA ANU 1 20 Somerfield et al. 2003 EVA ANU 1 21 Souza-Santos et al. 2003 EVA MEN 1 22 Esteves 2004 EVA MEN 1 23 Todaro & Rocha 2004 EVA ANU 23 24 Pinto & Santos 2006 EVA SEM 1 25 Albuquerque et al. 2007 EVA MEN 1 26 Netto et al. 2007 EVA ANU 1 27 Domenico et al 2008 EVA SEM 6 28 Maria et al. 2008 EVA SEM 3 29 Gomes & Rosa Filho 2009 EVA BIM 1 30 Rocha et al. 2009 EVA SP 3 31 Rosa Filho et al. 2011 EVA ANU 3 32 Gomes et al. In press EVA BIM 1 33 Maria et al. In press EVA SEM 2 34 Maria et al. In press EXP ANU 1 35 Venekey et al In press EVA MEN 1 C: comunidade, P: população, EVA: efeito de variável ambiental, AIA: Avaliação de impacto ambiental, MET: metodológico, EXP: experimental, R: ANU: anual, SEM: semestral, BIM: bimestral, MEN: mensal, QUI: quinzenal, DIA: diária, SP: sem periodicidade definida

Embora as mudanças climáticas globais sejam um dos pontos mais discutidos atualmente nenhum dos estudos levantados acima tem como objetivo principal avaliar o impacto de tais mudanças na meiofauna. Os trabalhos que mais se aproximam deste tópico são os estudos dos efeitos da pluviosidade na meiofauna (e. g. Esteves et al. 2003, 2004, Maria et al. 2008, Venekey et al. 2011). No entanto, estes trabalhos se restringem à apenas uma única população de nematódeos, mostrando que certas espécies aumentam suas densidades durante o período chuvoso ou seco do ano. Estudos de avaliação de impacto ambiental, usando a meiofauna como ferramenta, têm mostrado que os diferentes filos ou classes de organismos que pertencem a meiofauna apresentam respostas distintas quando submetidos a mesmo tipo de impacto (Mirto et al. 2012). Portanto, não se recomenda à utilização da meiofauna como um todo para a análise do efeito das mudanças climáticas. Por outro lado, a identificação dos gêneros e espécies dos grupos da meiofauna requer a participação de especialistas em tais grupos e maior tempo de processamento das amostras para a obtenção dos resultados, pois a observação de caracteres específicos de organismos diminutos requer uma observação minuciosa e a utilização de bibliografia especializada e atualizada.

ANEXO 17

A educação ambiental marinha e costeira no contexto das mudanças climáticas globais – síntese e subsídios para a Rede de Monitoramento de hábitats bentônicos costeiros (ReBentos) Flávio Berchez, Natalia Pirani Ghilardi-Lopes

1) Introdução A EA no contexto das mudanças climáticas O Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas (IPCC) reporta que as mudanças ambientais globais estão ocorrendo mais rapidamente do que em qualquer outro período de tempo dentro dos últimos 25 milhões de anos e estão causando impactos variados nos ambientes marinhos (Bellard et al. 2012). Atualmente, existe um consenso entre os cientistas de que existe uma influência antrópica nas mudanças climáticas globais (Doran & Zimmerman 2009). Entre as consequências esperadas para os ambientes marinhos e costeiros, estão: o aumento do nível médio do mar devido ao derretimento de geleiras; alterações na movimentação da água do mar com reflexos nas correntes marinhas e consequentemente no clima de diversas regiões terrestres; o aumento da temperatura e a acidificação da água do mar (Berchez et al. 2008). Isso pode afetar negativamente diversos ecossistemas da América Latina (Turra et al. 2013, no prelo), muitos dos quais são únicos e constituem hotspots de biodiversidade (Miloslavich et al. 2011), como as florestas de kelp na Reserva da Biosfera de Cape Horn (Rozzi et al. 2012), os extensos bancos de rodolitos da costa sudoeste do Atlântico Tropical (Berchez et al. 2009), e os recifes de coral altamente biodiversos do Atlântico Tropical, com seu grande número de espécies endêmicas (Leão et al. 2003). Portanto, esforços para a proteção destes ambientes são essenciais. Apesar destes efeitos das mudanças climáticas sobre os ambientes marinhos e costeiros serem esperados e de certa forma entendidos no meio acadêmico e científico, grande parte da população não conhece ou não tem acesso a estas informações, ou até mesmo desconhece estes ecossistemas. Já que qualquer mudança de postura em relação ao meio ambiente com vistas à minimização e possível reversão da influência antrópica nas mudanças climáticas globais é responsabilidade não só dos governos, mas também de todos os cidadãos, estamos em frente de um grande desafio, pois existe um distanciamento claro entre a compreensão do fenômeno das mudanças climáticas e a relação com o dia-a-dia das pessoas (Tamaio 2010). Por exemplo, poucas pessoas têm consciência de que atividades econômicas fundamentais, como a pesca e (eco)turismo costeiro e marinho, dependem da qualidade dos ambientes marinhos e que alterações nestes ambientes consequentemente influenciarão diretamente nestas atividades. Neste contexto, a Educação Ambiental (EA) configura-se como sustentáculo para o alcance de uma abordagem crítica e transformadora do tema, possibilitando em um futuro próximo a massificação do esforço de mobilização e intensificação das ações da sociedade civil que alertem aos dirigentes do mundo sobre o papel que devem desempenhar na condução desse desafio emergente. A educação ambiental deve ser concebida como ação educativa permanente pela qual a comunidade toma consciência da sua realidade, das relações que os homens estabelecem entre si e com a natureza, dos problemas derivados dessas relações e de suas causas profundas. A partir dessa consciência, desenvolvem-se nas pessoas atitudes e valores que possibilitam comportamentos voltados para a transformação superadora desta realidade (González Gaudiano 2005). Verifica-se que apesar de existirem no país diversas iniciativas de EA relacionadas com o problema das mudanças climáticas, as mesmas não estabelecem uma relação aprofundada entre as ações cotidianas e suas sinergias (locomoção, excesso de consumo, habitação, alimentação, processos de ocupação da terra, desmatamento, assoreamento dos rios, desertificação etc...) com o aumento da emissão de gases de efeito estufa (Tamaio 2010). Portanto, programas e ações de educação ambiental devem ser concebidos em linguagem acessível e compatível com diferentes públicos, para uma efetiva conscientização da população sobre as causas e os impactos decorrentes da mudança do clima (Monzoni 2009), promovendo uma compreensão sistêmica e uma reflexão holística e contextualizada sobre a complexidade do problema. A Rede de Monitoramento de Hábitats Bentônicos e Costeiros - ReBentos (MCT/ CNPq/ MEC/ CAPES/ FNDCT – Ação Transversal/FAPs, processo FAPESP nº 10/52323-0) tem como um de seus objetivos a promoção da educação ambiental e a divulgação científica de seus resultados para o público geral. Ações como esta são fundamentais para que a sociedade possa ser informada dos resultados das pesquisas científicas e possa posicionar-se criticamente frente a estas informações. Duas propostas inicialmente vinculadas à ReBentos procuram trabalhar com a educação científica e conscientização do público geral sobre as mudanças climáticas nos ambientes marinhos e costeiros: Projeto Trilha Subaquática (Berchez et al. 2007) e Projeto Jogos Educativos sobre Mudanças Climáticas e Ambientes Marinhos e Costeiros (Ghilardi-Lopes et al., em andamento).

O estado da arte da EA nos ambientes marinhos e costeiros no Brasil Apesar dos ecossistemas marinhos serem fonte de riquezas como recurso natural e, por outro lado, fantástico banco de germoplasma de organismos que deve ser conservado a todo custo, a EA brasileira tem se restringido praticamente ao ambiente terrestre. Tanto no exterior como no Brasil, a educação ambiental marinha (EAM) é bem pouco citada em periódicos especializados. Essencialmente são encontrados trabalhos sobre a avaliação do impacto ecológico negativo por mergulhadores, turistas ou embarcações nos ambientes costeiros e marinhos (Creed & Amado Filho 1999; Hawkins & Roberts 1993; Hawkins et al. 1999; Pedrini et al. 2007; Plathong et al. 2000; Rouphael & Inglis 2001; Silva & Silva Jr. 2002; Silva et al. 2012; Silva & Ghilardi-Lopes 2012), ou sobre a eficiência da EAM em termos educativos (Berchez et al. 2005; Medio et al. 1997). As atividades de EA já desenvolvidas no Brasil contemplando os ecossistemas marinhos, embora igualmente raras (Berchez et al. 2005; Pedrini 2010), tiveram grande importância no desenvolvimento de uma mentalidade voltada à conservação desse ambiente. Como exemplo, podem ser citadas as realizadas desde a década de 80, com estrutura conceitual e metodológica pouco definidas, porém, de forma entusiástica, por parte das operadoras de mergulho, envolvendo basicamente a observação dos ecossistemas locais associada ao aprendizado técnico, que resultaram na redução substancial da pesca submarina esportiva e no espírito de preservação dos organismos desses ambientes. Como atividades com objetivos e estrutura bem definidas podem ser citadas as relacionadas à preservação de quelônios marinhos do Projeto Tamar/IBAMA, de mamíferos marinhos no litoral do Rio de Janeiro (Gurgel et al. 2002), do Parque Marinho de Abrolhos e finalmente dos ambientes recifais marinhos do nordeste brasileiro (Melo et al. 2005). Outras atividades de conservação indiretamente podem ser ligadas à EA, como o Projeto Alcatrazes, que apresenta como objetivo principal a proteção do arquipélago do mesmo nome (SP), cujo ecossistema vem sendo ameaçado principalmente pela prática do exercício de tiros da marinha brasileira (Campos 2008). Atividades de EAM relacionadas a trilhas marinhas são citadas por Wegner (2002), no litoral norte de Santa Catarina; Berchez et al. (2007) nos costões de Ilha Anchieta; Hadel e Berchez (2005) no âmbito do projeto de visitação monitorada do CEBIMar-USP, na Praia do Segredo, Município de São Sebastião, SP; e Pedrini et al. (2011) com o Projeto Ecoturismar no Estado do Rio de Janeiro. Grande parte dessas experiências não é publicada em revistas especializadas, nem tem seus resultados cientificamente testados, ficando os dados restritos a relatórios técnicos, teses e outros veículos de publicação de pouca abrangência de divulgação. Devido a essa falta de dados, entre outros fatores, observam-se padrões diferentes de estruturação de ações de EA, havendo desde aquelas bem embasadas e planejadas até outras apenas empíricas, muitas vezes inconstantes ao longo do tempo. Em muitos casos o potencial é subaproveitado e erros conceituais e operacionais são cometidos. Em outros, as tentativas resultam de fato em ações negativas, com impactos negativos imediatos na natureza e possivelmente com a assimilação de comportamentos contrários ao desejável. São exemplos a abertura de Unidades de Conservação a um turismo excessivo, ou não responsável e impactante, ou voltado excessivamente a fins comerciais (Reuss-Strengel et al. 1997). A criação de modelos com estrutura definida e que sejam testados através da prática é, portanto, de grande importância na gestão de unidades de conservação marinhas ou que tenham seu entorno atingindo esse ambiente, facilitando e incentivando a implementação de atividades semelhantes ou adaptadas às condições locais. No estado de São Paulo, o projeto Trilha Subaquática (Berchez et al. 2007; Ghilardi & Berchez 2010) desenvolve, aplica e testa através de projetos de pesquisa, modelos de atividades de educação ambiental baseados em trilhas interpretativas.

ANEXO 19

Evaluating the effect of climate changes on marine biodiversity: the ReBentos (Network for Monitoring Coastal Benthic Habitats) initiative in Brazil

Alexander Turra1, Ângelo F. Bernardino2, A. Cecília Z. Amaral3, Flavio A. S. Berchez4, Joel C. Creed5, Margareth S. Copertino6, Ricardo Coutinho7 and Yara Schaeffer-Novelli1

1 Departamento de Oceanografia Biológica, Instituto Oceanográfico, Univesidade de São Paulo, Praça do Oceanográfico, 191, Cidade Universitária, 05508-120, São Paulo, SP, Brasil. E-mail: [email protected] 2 Departamento de Oceanografia e Ecologia, Centro de Ciencias Humanas e Naturais, Universidade Federal do Espírito Santo, Av. Fernando Ferrari, 514, Goiabeiras, 29075-910, Vitoria, ES, Brasil 3 Departamento de Zoologia, Instituto de Biologia, Universidade Estadual de Campinas, Cidade Universitária Zeferino Vaz, P.O. Box 6109, Barão Geraldo, 13083-970, Campinas, SP, Brasil 4 Departamento de Botânica, Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, P.O. Box 11461, Rua do Matão, 321, Trav. 14, Cidade Universitaria, 05422-970, Sao Paulo, SP, Brasil 5 Departamento de Ecologia, Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rua São Francisco Xavier, 524, PHLC, Sala 220, Maracanã, 20559-900, Rio de Janeiro, RJ, Brasil 6 Departamento de Oceanografia, Laboratório de Ecologia Vegetal Costeira, Universidade Federal do Rio Grande, P.O. Box 474, Av. Itália, km 8, Carreiros, 96201-900, Rio Grande, RS, Brasil 7 Laboratório de Bioincrustação e Ecologia Bêntica, Departamento de Oceanografia, Instituto de Estudos do Mar Almirante Paulo Moreira, Rua Kioto 253, Praia dos Anjos, 28930-000, Arraial do Cabo, RJ, Brasil

Aims What we already did?

Development and implementation of an integrated network to study the coastal benthic The beginning: habitats (sandy beaches, coral reefs/rocky shores, vegetated submersed bottoms, estuaries, Rio Grande Declaration and mangroves/salt marshes) along the Brazilian coast (ReBentos), to detect the effects of • Specific recommendations global climate changes, establishing long-term data series on benthic biodiversity. for benthic habitats

By: • Stimulating a thematic discussion linked to climate changes; • Establishing long-term temporal series on benthic habitats/biodiversity; • Producing knowledge to allow the evaluation of the impact of global changes; • Building capacity; • Promoting environmental education and outreach. 1st coordinators’ meeting • Directives and strategies; The network • First informal invitations to join the network. Structure: General coordination I Workshop ReBentos • First attempt to define basic sampling strategies and Submersed Rocky shores and Mangroves and Environmental Estuaries Sandy beaches protocols to establish data vegetated bottoms coral reefs salt marshes education series for each habitat; • Initial synthesis of knowledge for each habitat. • Consolidation of the network: formal invitations.

II Workshop ReBentos Portal: • Consolidation of the state of knowledge of each habitat; • Forums; • Definition of the methods to start data • Sharing files and links; collection in 2012.

• Events calendar; • Communication.

Workshop and Symposium - Central and South Americara

• Dissemination of the

discussion to other countries

and research groups;

• Ilhabela declaration. Initial proposal:

17 institutions 11 coastal states (out of 17) Next steps… 31 scientists • Synthesis of knowledge: special edition of BIOTA NEOTROPICA; • Team field training;

Today: • Additional fund raising;

35 institutions • Field surveys;

94 scientists • Environmental education activities.

Resources:

National Biodiversity Research Program How to participate? Association request based on a declaration SISBIOTA Brasil (Edital 47/2010) of interest; What does ReBentos Formal inclusion of sub-projects. offer?

• Coordinators – articulation and global • Induction process for network synthesis studies focused on the biodiversity of

• Regional nodes – articulation and regional coastal benthic habitats and its Acknowledgment synthesis response to global climate changes;

• Collaborators – researchers and students • Integrative structure with scientific Financial support: CNPq, FAPESP that have sub-projects in the network and political supporting capabilities; The authors would like to thanks Márcia Regina Denadai, Luciana Erika

• Participants – researchers and students • Background to additional and Yaginuma, Larisse Faroni Perez, Priscilla Rezende Arévalo, Marianna

interested in the theme specific funding proposals. Lanari e Thalita de Oliveira Forroni for all the contribution.