Julho / Agosto 2009 N: 10 Julho 2009 página: 02 N: 10 Julho 2009 página: 03 Julho 2009 Quimpostor Quim Albergaria Fado marialva com Vou-vos dizer a verdade: O importante é a viagem, porque todas as acho que depois de isto tudo já não me apetece mentir. viagens são de voltar a casa, seja lá onde óculos escuros isso for, o que isso for, seja lá quem isso cheguei à conclusão que Alguém tem o número do seja. Lavoisier? Pela costa da Califórnia os putos procurava – a mentira não rende. Ele tem Facebook? têm usado o Google Earth para procurar homem, é eloquente e muito mais próximo dizer que o que se seguia podia muito bem e after-hours Hugo Gonçalves Precisava de falar com ele. piscinas vazias ou abandonadas, para de uma verdade qualquer. É aí que me ser mentira. Como podiam vocês confiar andar de skate. Mesmo entediados não apetece estar, apetece-me é ir por aí. naquilo que vos dizia quando eu próprio frescos de sesta e beijos na boca. Gosto skate, manobras que me rasam o corpo, Tenho vindo a perceber que começar desistem, dão um passo para trás, ou O mentiroso já não precisa de mentir, não confiava? Comecei a sentir que não Querida Lisboa, do teu coração, armazenado junto ao rio e a insolência cocktail molotov das letras ver- de novo pode ser tão difícil como conti- para cima, para verem a Califórnia toda e porque quer acreditar nele próprio. estava a ser justo convosco, porque não com ruas estreitas. Mas fica a saber que melhas, pós-eleições, pintadas a spray na nuar. Começar de novo é cada mais difícil escolherem o próximo passo, como se a Pensem nisto como um obituário estava a ser justo comigo. Quis emocionar- A verdade, pelo menos não me interessam as tuas cirurgias plás- base do cavalo de D. João I: “64 %, ganhá- porque cada vez mais vamos sentindo que fronteira ainda existisse. É isso que tenho em vida, como um testamento de um -vos, quis saber de mim e fiz figas. agora, é que me pareceste, ticas fracassadas, o lego com excesso de mos outra vez.” não há tempo para perder. Mas há. Todo o de fazer também, olhar de cima para o que desprovido sem nada a perder, como uma Falei-vos do que inventamos para durante muito tempo, peças do Parque das Nações, a geometria Nos últimos meses, tenho vivido to- tempo é para perder. Acho mesmo que é tenho dito e ver o que ainda não disse, o nota de suicídio de quem decidiu viver um sobreviver e das tretas que nos entremeiam, aquelas mulheres com certinha de Telheiras, os seus móveis Ikea, dos os dias contigo. Temos casas separa- a única maneira de ganhar. Parece que só que ficou por dizer e talvez, neste momento pouco mais. Hoje e aqui, leiam a morte do ao mesmo tempo que pedia para nos quem não sabemos se nos os jovens casais, os dois lugares na gara- das, é verdade, e nenhum compromisso entendemos a ideia de paciência quando a mais importante das perspectivas, para Quimpostor. aproximarmos e para nos deixarmos de apetece ir para a cama e gem, a menina dos olhos da classe média que tenha exigido a presença de um notá- Magda passamos a olhar para ela como um luxo, ver o que já disse. Esta piscina da mentira Inventei o Quimpostor para me prote- tangas. Disse-vos que me sentia sozinho casar no dia seguinte ou com curso superior. rio. Mesmo assim, escrevo-te porque estou Quinta 02 quando percebemos que sempre devíamos está cheia, não acho que tenha mais para ger. Proteger-me do pouco cuidado que porque percebia que esta solidão é par- bater com a porta uma O que não quer dizer que eu não quei- estes dias numa cidade fora de fronteiras e ter sido pacientes. Aprendemos a esperar dizer sobre a treta. Aqui já me sinto preso tenho a pensar e da velocidade com tilhada por todos. Mas disse tudo isso e outra vez até que não ra que trates melhor de ti. Por exemplo, quero assegurar-te de que não me escapei quando já não temos tanto tempo para o e repetido. Já chega, vou-me apontar à que me saía da boca aquilo que penso; através de uma das maiores responsáveis voltamos mais. devias estar menos confiante na decadên- outra vez. Quero dizer que sim, que gos- fazer. fronteira, vou para a praia. proteger-me dos olhos inteligentes que me do nosso afastamento uns dos outros – a cia das fachadas dos prédios como atribu- to de ti, que sou entusiasta das tuas ruas, Não existe começar de novo, existe Complicar é simples. Deixares-te ir lêem; proteger-me da libertinagem do que mentira. Por isso já chega de Quimpostor. Talvez sinta esta inquietação porque to para atrair turistas. Devias sugerir aos onde roço ombros com vendedores de começar outra vez. Mesmo que queiras, em desverdades e não-mentiras é tão fácil digo; proteger-me a mim de mim. Enquanto Não quero esta distância entre mim e o que nos abandonámos há alguns anos. Tu es- utentes dos transportes públicos que usas- haxe, turistas de esplanada e romenos que nunca viajas sem bagagem. Somos todos como engolires pirolitos nos quebra-cocos achava que vos entretinha, bocados digo, não quero esta distância entre nós. tavas certamente cansada das minhas crí- sem gel de duche, desodorizante e respeito tocam Sinatra num acordeão. Quero dizer- preciosos, porque somos todos passaportes do Meco. Complicar é simples. Ergueres importantes meus apareciam à minha e à Eu sei que a escrevi sexy, eu sei que ticas e das minhas ameaças de emigração. pelo espaço pessoal de terceiros. Devias -te que percebo o deslumbramento dos fo- palimpsestos – por baixo do carimbo de biombos e máscaras que são garantes vossa frente. Precisava de um escudo, de a escrevi utilitária, eu sei que a escrevi Eu, de malas feitas, apanhei o avião um dia sugerir que os teus habitantes dissessem tógrafos com a tua luz e dos Erasmus com onde estamos estará sempre o carimbo de segurança para falares de longe, um preservativo. Mas eu não quero foder, divertida e sofisticada, mas acho que depois do Natal, seguro de que não eras bom dia, que sorrissem uns para os outros, o experimentalismo a céu aberto. Quero de onde viemos e assim sucessivamente. constroem um sítio afastado de chatices. eu quero fazer amor. depois de isto tudo cheguei à conclusão mais que uma cidade que repetia infinita- que passassem menos tempo na sala da confessar-te que me emociono com o som Novos são os destinos. O viajante é todas Agora mostrares-te sem roupa e, como a Enquanto conversava aqui convosco que procurava – a mentira não rende. mente o mês de Dezembro, enrolada numa televisão e mais tempo na rua. Diz-lhes de uma ventoinha, dos talheres a tocar nos a viagens que fez e que vão condicionar Gabriela, dizeres que és assim, isso aí, é punha uma caraça. Por cima dos parágrafos Aprendi e transformei-me, olhei para película de chuva e povoada por pessoas para começarem conversas com estranhos pratos, do sotaque brasileiro a cantar na todas as outras viagens futuras, ao futuro. um sítio vulnerável. E ser vulnerável é de que escrevi todos estes meses encabeçava mim e vi-me. Agora vou de férias, vou de fazenda, com roupas estioladas – cria- e oferecerem aos indígenas a mesma sim- rádio sempre que passo junto a um rés-do- o “vou-vos dizer a verdade: eu minto.” Este começar outra vez. Vou simplificar. -chão com a porta aberta. truque corrompeu o que durante todos Gosto das tuas meninas betas com ser vulnerável é de homem, é estes meses se foi tornando mais exposto, Obrigado, Gosto do momento em que a tapetes de ioga debaixo do braço e óculos eloquente e muito mais próximo vulnerável, honesto. Enquanto me fui porta do táxi se fecha e já se pode escuros que lhes cobrem metade da cara, Alan Braxe mostrando cada vez mais, tinha sempre Quim Albergaria gosto dos cibercafés com paquistaneses Quinta 16 de uma verdade qualquer. ali um alçapão, uma fuga pronta a usar, a ouvir a música da pista de dança que espreitam pornografia no ecrã, gosto dos folhados de salsicha nas pastelarias, 1000 Caracteres turas nómadas que viajam todos os dias patia com que prestam informações a tu- das festas ao final da tarde, em casas com — por p.p. — entre uma máquina de fotocópias a ranger ristas perdidos. Não te armes em moderna pátios, baldes de gelo e crianças despen- “ ... o que sabemos empobrece ou apaga dos parafusos e um apartamento de três apenas porque usas a bijutaria de prédios teadas. Gosto de pensar (embora seja men- o deslumbramento que a beleza do mundo assoalhadas ao fim de duas horas de trân- espelhados e balcões bancários. Cuida me- tira) que Lisboa tem praia. Gosto do apito devia exercer sobre nós...”, leio na parede sito. lhor das pessoas que aqui vivem. Não sejas dos eléctricos que parece a campainha de da entrada da exposição*, enquanto tento Mas agora, anos depois, regressei, tão desconfiada. Dança com mais frequên- uma bicicleta. Gosto do momento em que explicar - O pai saiu porque estava sempre aluguei uma casa com os sinos de uma cia e deixa as janelas de casa abertas. a porta do táxi se fecha e já se pode ouvir a discutir com a mãe, percebes ? igreja como banda sonora e começo a Melhora o teu jogo de cintura. Disponibili- a música da pista de dança. Gosto de che- A formalidade não lhe agradou muito. Pre- descobrir que não ficaste quieta, de socas za-te. Deixa que o meu braço se encoste na gar a casa de manhã. Gosto dos domingos, fere as respostas. Posso ir à casa nova? e bata, apoiando as mamas no parapeito, base das tuas costas e que os meus dedos quando a ressaca é macia e um mergulho A ânsia de saber está na sua natureza, olhando a vida dos outros na rua e tendo se amarrem na tua cintura. basta para nos ressuscitar, e nas ruas não percebo isso. Lentamente o seu espírito como única companhia o canário que apita Gosto de ti ao fim da manhã quando, se passa nada, a não ser o barulho distante curioso começa a desvendar os segredos dentro de uma gaiola. Em todo este tempo, na minha rua a pique, entre roupa estendi- de uma motorizada e a máquina de café do dos adultos. Não quer saber todos. Entende deixámos de ser crianças envergonhadas, da e nuvens frenéticas de pombos, apare- único sítio aberto. Gosto que sejas toda Ve- que isso não lhe dá prazer. O que já lhe num recreio, que usam um pontapé nas ce o rio ao fundo, garantindo-me que não rão e bolas-de-berlim e carreirinhas. Gosto cria embates violentos com a ordem das canelas como artimanha de sedução. Esta- morrerei de calor e que haverá sempre um que gostes de cama a meio do dia. Gosto Matthew Dear coisas, com a necessidade de organizar mos mais elaborados nos gestos e na elo- barco que possa usar em caso de fuga. que tenhas agora muito mais possibilida- Sexta 17 a sua vida, os seus momentos com os quência. Bebemos gin com pepino. Conhe- Passo pelo barbeiro indiano e pelos seus des, que sejas mais confiante, que chegues momentos dos adultos. Por ela, comia cemos restaurantes secretos em outras filhos que já trocaram o cricket de rua pela a pedir o número de telefone a alguém que quando lhe desse a fome, bebia quando cidades. Temos amigos estrangeiros. Mas peladinha futebolística no passeio de cal- conheceste esta noite. Gosto de ti. Gosto lhe desse a sede e adormeceria quando os estamos também mais directos ao assun- çada. Velhas de roupão e cabelo de almo- de ti, pelo menos enquanto houver sol. próprios brinquedos ficassem cansados. to, mais crus, afinal, com esta idade, não fada comentam, numa ombreira para pes- Está curiosa, imagina já um novo quarto andamos aqui para enganar ninguém. soas tão pequenas, problemas na espinha com brinquedos novos. Mas o que eu E é por isso que te digo que gosto ou- e a detenção de um neto que usa brincos, acho que realmente a seduz é ter espaços tra vez de ti sempre que faz calor e me apa- boné e dois tubos de escape. Gosto de ti dela. Reservados. Seus. Fará parte do seu reces nas alças dos vestidos das mulheres quando cruzo a Praça da Figueira, espe- esquema de segurança. A sua realidade é bonitas que escalam o Chiado, passeando lhado na montra do Mundo das Malhas, falsamente simples. Mas ela transforma-a sacos de lojas enquanto caminham para desviando-me dos convites das prostitutas na mais fascinante das fantasias. E toma mojitos nalgum terraço ou para lençóis diurnas e da coragem física dos rapazes do posse do seu lugar no mundo todos os dias. Ela sabe que eles lá estão e sabe que Gosto que tenhas agora muito mais possibilidades, não quer deixar de se deslumbrar. Até dá para rir com o desplante. que sejas mais confiante, que chegues a pedir o número de telefone a alguém que conheceste *frase de Gérard Castelo Lopes, numa exposição Carl Craig

Ilustração: Quim Albergaria do mesmo em 2004. esta noite. Sexta 31 Leonaldo Cpt. Luvlace MAGDA Expander de Almeida Pinkboy DJ Vibe Quinta 02 Quinta 02 Quinta 02 Sexta 03 Sexta 03 Sexta 03 N: 10 Julho 2009 página: 04 N: 10 Julho 2009 página: 05

O fim é apenas uma forma de mudar de Em meados de Maio, e quando o tem- História das DEMO Filologia Livre caminho. po o permite, temos os Silly Weekends at palavras trocada André e. Teodósio MecoTM. É um fenómeno curioso porque por miúdos Começou Por Bacharel Paiva Boléo The ancient lake baby “lisboa” foge toda da cidade, para se en- Não percas mais tempo, futuro Supernova™. da Pop do meu The snake is long contrar nua a 50 km de distância. Talvez Dirige-te calmamente a qualquer um dos bares Seven miles menos. Mas eu confesso que há coisas que Aviso – o arrazoado que se segue é pou- do LUX com este texto e usa estes passwords Ride the snake prefiro não ver. A sério. Juro! co católico e não possui qualquer costela de engate. Entrarás directamente no reino da a silly season Megalopsychia! poluído imaginário Em finais de Julho, princípios de Agos- criacionista. Engata... O fim é longe e cheio de curvas. Leva Sound Bites por Joaquim A. Rocha to, temos a Silly Week of Zambujeira TM. No princípio era o verbo copular, isto para Vomidrine. Ácidos são um bom substituto. Praia, marisco e pó, muito pó, e um bom quem tirou medicina, ou o fazer (amor), Filologia Livre da Pop 1) alguém que às quatro da manhã do meu poluído imaginário segura. Há dias, ao desligar o telefone, depois Portanto, uma vez que os indicadores festival de música. Noutros tempos era a se foi com paixão, ou o coitar, se foi por começa a dar sinais de sono: sr. peppas Que o seu FIM fosse para sempre en- He’s old de uma conversa com uma amiga minha, tradicionais deixaram de funcionar, a ques- verdadeira época tonta do ano, com mui- pena, ou o pinar, se foi em pleno Verão, ou (pinta um bigode à Houdini no WC e arquivista de generalidades tendido como uma espécie de manual de And his skin is cold disse para mim próprio: pronto, começou tão que se põe é: como se determina o iní- ta gente verdadeiramente tonta, mas com o mocar, se foi num Alfa Romeo Spider ou andando de costas faz-te surgir no instruções e de princípios para uma serena The west is the best a silly season! cio da silly season? Será que alguém sabe? pinta, à mistura. Hoje é uma espécie de ver- o transar se houve samba envolvido. Mas ‘destino’) Estava aqui a pensar... se Aviso libertação do espírito. The west is the best Eu sabia que o mês de Agosto ainda Decidi colocar a questão no Face- são freak da Costa de Caparica e já não há também poderia ter sido o fornicar, o mi- Esta coluna dedica-se à análise de grandes não deveríamos sair da estética do letras da história da pop, desrespeitando A sua verdadeira intenção era o lan- Get here and we’ll do the rest vinha longe, mas o calor e as mudanças book, mas como ninguém me respondeu marisco. Comeram-no todo. Dantes ainda car, o facturar, o trambicar, o polinizar, o aparecimento (lógica que estruturou deliberadamente quaisquer direitos (ou çar de um desafio existencialista à condi- climatéricas têm efeitos estranhos nas ca- nos primeiros 5 minutos, fiquei sem saber havia lá um gajo que ia à pesca. Mas agora quilhar, o pilar ou o pinocar, as variações toda a Arte nos últimos 2 000 intenções) do autor. ção humana como forma de estímulo ao The blue bus is calling us são tantas quanto as posições. Palavra anos) e entrar numa de estética de progresso intelectual e social. Como tudo The blue bus is calling us Uma vez que os indicadores tradicionais deixaram convidada – “pinocada”. Meninos e me- desaparecimento! THE END, o que os artistas fazem, a sua verdadeira Driver, where you taking us? ninas, os verbos estão lançados, vamos intenção nunca foi percebida nem pelas de funcionar, a questão que se coloca é: agora dar os substantivos possíveis. Dizer 2) alguém que se destaca por estar JIM MORRISON, elites, nem pelas massas que encararam O caminho para o fim é mais perto pelo como se determina o início da silly season? simplesmente “dar uma” não nomeia, é a reflectir sobre problemas da 1967 o texto como encaram as alucinações de ocidente. Partindo daqui é seguir o Sol batota e preguiçoso. “Dar uma trepa” contemporaneidade: um qualquer drogado com problemas edi- durante o dia até à noite. Depois apanhar Será que alguém sabe? leva-nos por caminhos demasiado verticais (arranja mentos e, mãos-largas, compra As coisas começaram como tudo co- pianos. o autocarro azul. Não dá para confiar no e ainda por cima o amor gosta de algemas, uma garrafa de coca-cola no bar) Eu sei meça. Uma pequena mensagem em stencil Na verdade, o que Jim deixou como condutor, portanto vai atento ao caminho. beças das pessoas, e actualmente a silly se era por desconhecimento ou por esta- já não vai. Só pesca homens. E faz muito não de mosquetões. “Dar uma cambalho- o que estás a pensar. E tens razão. escrita na parede de pedra do lado interior legado é um manual de instruções para season parece durar o ano todo. rem todos na praia, e eu ser o único silly bem. Já não consegue comer percebes. ta” soa demasiado gimno-desportivo. “Dar A economia europeia, e a mundial do logradouro da minha sub-cave à Lapa. enfrentar o fim e fazer o melhor desse mo- The killer awoke before dawn Antigamente a “época tonta” estava agarrado ao computador aos 30°C de um A seguir temos Agosto, o mês tonto uma trancada” será seguramente perigo- claro, atingiu os seus limites. Precisa Reparei nela durante vários dias até me dar mento. É uma espécie de Manual de Auto- He put his boots on reservada à segunda metade do Verão, dia feriado. por excelência. Em Portugal temos uma so para qualquer ponta, especialmente as de mais. Precisa de expansão. E há conta que não deveria estar ali, o que con- -Ajuda dos Últimos Minutos, regras simples He took a face from the ancient gallery altura do ano em que deputados e gover- A verdade é que “temporadas tontas” vantagem. Fica tudo concentrado no Algar- soltas. “Dar uma foda” é tão brejeiro que um nome para isso: Descobri Mentos siderei como um nítido sinal da diminuição que se transformam num manifesto de he- And he walked on down the hall nantes iam a banhos, e os jornais sérios, há muitas. São como os chapéus: há em ve. O que até nem é mau, porque permite só funciona se houver dinheiro ou estiva- (na Coca-Cola). Vai ser uma época das minhas capacidades, um doce e ador- donismo extremo que achei por bem par- porque ficavam sem notícias, se dedica- vários tamanhos e para todos os gostos. ao resto do país respirar de alívio. Como dores envolvidos. E, por último, os pobres explosiva. Tipo champagne mas mecido embalar da perspicácia. tilhar convosco nesta época de depressão O fim é uma espécie de baile de máscaras vam à caça do fait-divers. Mas hoje, estes Este ano, por exemplo, vai ser especial. máximo da sandice há a destacar as Silly coitados que quiserem “dar um penacha- na versão ciência-inútil que é tão E isso era quase tão preocupante com o intuito de vos preparar para tudo o com rigoroso dress code. Não deixam critérios deixaram de ter utilidade: os dias Com três eleições à porta é difícil que a Cone White Parties TM, embora o fenómeno do” vão parecer amantes de ornitologia característica da minha geração rasca. como a imagem que surgia, agora eviden- que possa acontecer num futuro onde eu entrar pierrots nem damas antigas. de calor são em Fevereiro, os deputados “sillyce” não aumente exponencialmente. também possa acontecer num pavilhão com estranhos desejos inter-espécies. Vamos para a varanda? te, aos meus olhos tanto no seu significa- já não vou estar. parecem estar sempre de férias, e os Mas num ano normal a temporada qualquer em Lisboa. As pessoas vestem-se Resta-nos assim, por exibição e exclusão do como na sua forma. Era uma espécie He went into the room where his sister jornais não fazem outra coisa senão rela- abre em Fevereiro, com a Silly Week of todas de branco e abanam freneticamen- das partes, “dar uma pinocada”, expres- 3) alguém que dança o set do Dj Dexter de imagem de Cristo, semelhante à do su- This is the end, beautiful friend lived tar faits-divers o ano todo. O meu cavalo Lisbon TM. Esta “época tonta” caracteriza-se te o silicone ao som do Carlos Paião, da são mais simpática, cómica e amena que alucinantemente: dário mas feita na pedra. Em vez de Cristo This is the end, my only friend And then he paid a visit to his brother faz acupunctura ou Fazer xixi no chuveiro por uma anormal subida das temperaturas, Maria Armanda (a que viu um sapo), dos as suas congéneres, tão descomplexada e (pede um bloody mary com duas palhinhas; representado, estava eu no seu lugar, com The end of our elaborate plans And then he walked on down the hall faz bem ao planeta ou Se o seu cão fosse fenómeno que leva as pessoas a quererem Xutos (antigos), das Doce ou do “Tarzan inconsequente como um one-night stand, de seguida coloca-as simetricamente coroa e tudo. The end of everything that stands And he came to a door apanhado pedrado, você continuava amigo ir todas viver para o Brasil vender artesa- Boy”. Também pode acontecer vir um DJ mais original do que “ir para a cama com” debaixo do lábio superior como se fosses Fui mais uma vez traído pela minha The end And he looked inside dele?, são agora exemplos de notícias de nato na praia. Geralmente voltam apaixo- holandês qualquer passar techno chunga e menos infantil do que um “truca-truca”. um drácula e vai oferecer a bebida) Porque própria soberba. Father? todos os dias. E não estou a inventar. Fui nadas por um argentino, sentimento que e euro-trance. Na dúvida, melhor que dizer é insinuar e, se acreditar não é íntimo mas social é que O facto de ter interrompido o afasta- No safety or surprise Yes son agora mesmo buscá-los à net a um site de passa com o regresso das chuvas e do Depois temos a silly season da rentrée todos os actos tiverem a cobertura certa te ofereço o legado de Bloody Mary. mento dos grandes palcos mundiais da de- The end I want to kill you um jornal de referência. tempo frio. política, que este ano promete ser para lá de romantismo e crème, não será necessá- Posso vampirizar este instante e um sencriptação para partilhar convosco neste I’ll never look into your eyes again Mother, I want to...... do nunca visto. Mesmo assim, acho difícil rio medir as palavras e sim os corpos. pouco da sua energia Madame Tudor? jornal as minhas pequenas análises sobre “A silly season é quando um silly que alguém consiga bater o Chão da La- Mas de onde vem então esta fecunda pala- (E... ATACA!) a verdadeira verdade das grandes letras da Vais perceber quando o fim começar. O fim é um assunto privado, por isso deixa goa. Mas não vamos falar sobre isso. vra? Talvez de pino, que entre outras coisas pop, colocou de novo o foco de atenção Vês uma luz que te impele a segui-la sem a família em casa nem que tenhas de te man quiser”, disse o Valdemar. O ano termina com a Silly Christmas é uma haste de madeira que todos os joga- 4) alguém que foi desdenhado, ou alguém sobre o perigo que representa alguém com sequer saberes o caminho. Como vai estar chatear com eles. Week TM, que não é uma semana mas o mês dores de bowling querem deitar abaixo. Em de quem gostas há muito tempo e nunca os conhecimentos e a vontade de desmis- sol, leva óculos escuros. todo de Dezembro. Porém a parte que eu castelhano pino é “de pé”, em português tiveste coragem de falar: tificar as grandes construções mitológicas Come on, baby, take a chance with us mais gosto é a semana anterior à do Natal, é pau e acresce ainda que em bom-tom: (tira este jornal do Lux debaixo do braço da actualidade. Can you picture what will be Come on, baby, take a chance with us altura em que as pessoas se desdobram “é pau, é pedra, é o fim do caminho”. E o e instala-te realmente em frente da outra Daí à alusão a um sr. peppas mártir, So limitless and free Come on, baby, take a chance with us em vários jantares de empresa e oferecem fim do caminho é sempre atingir algo, de pessoa: frente-a-frente, olhos-nos-olhos, na forma de stencil urbano foi apenas um Desperately in need of some strangers And meet me at the back of the blue bus prendas (geralmente sex toys) a amigos preferência em uníssono com alguém (coi- jornal-no-sovaco) Eu sou o 1 tu és o 2. pulo por cima do meu muro. hand pseudo-secretos. to em latim é “ir com”). Existe ainda uma Juntos faremos aparecer o 3. Sei quem eles são, mas não vou di- In a desperate land A parte mais divertida do fim são os inícios Como podem ver por esta pequena outra teoria, pintada de fresco, que profes- zer o seu nome. Primeiro, porque vocês que acontecem pelo caminho. amostra, silly seasons é o que não falta. E sa: pinocada vem de Pinóquio, o boneco de 1 - Podes fazer um intervalo para um ficariam a sabê-lo e obviamente passariam Não esperes o fim perto de casa, porque se não é só cá que acontece, no estrangeiro pau que ganha vida própria, tal como o seu FUQ? E segundo o texto que me foi também a ser alvos preferenciais da fúria perde o efeito surpresa. This is the end, beautiful friend também. Mas no estrangeiro é sempre me- fálico e mentiroso apêndice. Do boneco ao dado tu deverias perguntar o que é um asséptica dos mestres mundiais da ilusão. This is the end, my only friend lhor. acto, tudo por um nariz. E acrescento ain- FUQ. Segundo, porque não se deve dar nome ao Lost in a Roman wilderness of pain The end Entretanto, e como continuava sem da, gratuitamente, que, quando dois cães 2 – O que é um FUQ? mal, para que ele não se sinta em casa. And all the children are insane saber o que determina o início da época pinam e não se conseguem separar, a tal 1 – É um Frequently Unanswered Terceiro, porque no fim deste artigo All the children are insane It hurts to set you free aturdida, voltei a consultar o Facebook. infortúnio se chama pina colada. Question. E qual é a tua questão? vocês irão esquecer-me para sempre, pois Waiting for the summer rain But you’ll never follow me Uma pessoa tinha gostado da pergunta, Tudo isto poderá parecer ficcionado e ri- 2 – Segundo texto que me foi dado eu encriptei neste texto um desmemoriador. There’s danger on the edge of town outra tinha respondido. É a vantagem de dículo, mas então o que me dizem do ad- deveria perguntar: – O que é o First Portanto, na verdade isto não será uma Ride the king’s highway The end of laughter and soft lies se trabalhar online. “A silly season é quan- vogado do mundo real, Coito Pita de seu Person Shooter (FPS)? despedida dado que vocês nunca se lem- Weird scenes inside the goldmine The end of nights we tried to die do um silly man quiser”, disse o Valdemar. nome, madeirense, que um dia decidiu 1 – Os FPS são aquele tipo de jogos brarão de alguma vez me ter lido. Ride the highway West baby Ora, por mim pode começar já. abrir sociedade com um outro advogado? em que os protagonistas estão de Aliás, encontro-me na fase avançada This is the end Sabem como se chama o sócio? Tranquada costas voltadas para o público e os de limpeza de todo e qualquer vestígio da Partilha com os outros o caminho para aminhamaodireita.blogspot.com Gomes. Está provado: o absurdo faz todo o maus enfrentam-nos de frente. (Um minha existência. A exemplo do Jim tam- o fim. Não vás com pressa, vai parando, No fim do caminho para o fim, o teu amigo sentido, tal como dizer “vamos dar uma bocado ao contrário da vida, não é? em bém eu quero limpar o futuro de todas as experimenta coisas novas. deve estar já num estado deplorável. pinocada?” E depois dar muito mais. que normalmente vemos de frente os referências do passado. Vou também eu Chama um táxi, manda-o para casa e amigos e os inimigos pelas costas.) matar tudo o que tenho e que já não é meu. Ride the snake continua o teu caminho na direcção da luz 2 – UAU. Obrigado pela amizade. O que sobrar fará o resto do caminho. Ride the snake até te sentires devidamente esclarecido. Vamos a mais um FUQ? Esta minha escolha para esta minha To the lake 1 – Não nos vamos precipitar. Anda, “despedida” é um texto de esperança. Era To the lake vamos beber um copo. Eu ofereço. o que Jim teria querido, sei isso de fonte Yen Sung convida Mr Cheeks dexter & Henriq dexter Yen Sung Pinkboy Sábado 04 Quinta 09 Quinta 09 Sexta 10 Sábado 04 N: 10 Julho 2009 página: 06 N: 10 Julho 2009 página: 07

Há razões para isso? P – Quero lá saber! R – Nada. Quer dizer, eu sinto o mesmo, Entre amigos nunca sabemos o que vai acontecer... Rui, e tu? A cidade, o carro...? A importância de ser: R – Por acaso, não sei se tens carro... Isilda Sanches Esta pergunta não estava nos planos, P – Tenho! Acabei de comprar um Chevy mas de repente parece fazer sentido. De de 1965! Matthew Dear PeterMan Carl Craig Isilda Sanches Philipp Jung é metade de M.A.N.D.Y.. Rui Vargas é dos que signo são? R – Uau! Eu cobiço isso! (risos) nossos, confiamos nele como em ninguém. Partilham o P – Sagitário. A música electrónica de dança não tem parado de É um dos históricos do techno mas a sua marca estende- gosto pela música e por nos fazer dançar mas também R – Virgem. Qual seria o teu carro de sonho, Rui? mudar. Essa mudança decorre de alterações nos rumos se muito para lá dele. Carl Craig, C2, volta ao Lux para são amigos. Juntos, na Cama de Casal prometem uma R - Um Mustang ou um Porsche Boxster estéticos e nos géneros, reflecte a simbiose com a brutal mostrar de onde vem tanta admiração e respeito. noite inesquecível Acho que combinam. Soa a noite para P – Pois, um Porsche de menina... (garga- e imparável evolução tecnológica, abraça outras artes Descobriram logo que tinham coisas em recordar. Que disco têm a certeza que lhadas) e pretende cada vez mais encenar-se em palco como Há 3 coisas que associo a Carl (um disco de Walter-mais-tarde-Wendy- Foi um encontro estranho, porque tecnolo- comum para além da música? o outro vai passar e com que disco vão um espectáculo completo. Mathew Dear/Audion e Will Craig sem ter de pensar em techno: -Carlos lançado em 1968 com versões de gicamente assistido, sem verdadeiro cara P – Acho que sim e isso desenvolveu-se responder-lhe? Num mundo paralelo, como se imagi- Calcutt trazem “Hecatomb” ao Lux. o drum’n’bass, porque quando a cena Bach tocadas em sintetizador Moog, outro a cara. Mas, em poucos segundos, trans- nos almoços e jantares em que falamos so- R – O Philipp vai passar o “Lets Gets Phy- nam um ao outro? começou se dizia que o “Bug In the Bassbin” ovni completo que foi um enorme sucesso formou-se numa conversa entre amigos, bre a vida e as mulheres e... a vida. Acho sical” da Olivia Newton John. P – Humm... o Rui talvez fosse o Hugh Quem leu o jornal de Junho, terá re- nharam uma notoriedade pouco vulgar (1992) tocado a 45 rotações era a faixa comercial). Estas foram as raízes. Pelo comigo como agente provocador. Philipp, que essa é uma base muito melhor para P – hummmm... Hefner? (gargalhadas) A sério, ele é um ca- parado que na página três, se antecipa- face ao anonimato de tantos temas que perfeita de jungle; O ter tocado o “Crazy In meio, e antes de chegarmos ao momento em Berlim, tinha acabado de almoçar (pei- uma amizade do que falar apenas de músi- R – E eu vou responder com o “Fame” da valheiro, tenta levar as coisas calmamente vam alguns dos convidados deste mês. ouvimos sem conseguir identificar. Love” da Beyoncé quando veio ao Lux no actual em que Carl Craig faz parte da xe, estava bom, disse) com Patrick Bodmer, ca, até porque gostamos de passar tempo Irene Cara... (risos) e ter uma vida boa... Ao alto, de lado naquela página, na com- É enquanto Audion que Matthew Dear Verão de 2003 e o entusiasmo de Yen Sung aristocracia musical, para não dizer da o outro M.A.N.D.Y., e DJ T e preparava-se juntos fora dos clubes. Mas também gosta- P – Se tu passares a Irene Cara eu passo o R – Eu imagino o Philipp como D’Artagnan. panhia da Magda, do DJ Vibe, das quintas se apresentará de novo no Lux. Não se a contar a história; Os LCD Soundsystem realeza (foi nomeado para um Grammy, para um dia normal no escritório da Get mos de mostrar discos um ao outro, claro. “Flashdance”! (gargalhadas) (gargalhadas) D.I.S.C.O., da Cama de Casal e do trata de uma estreia, nos últimos anos fo- a tocar o “Throw” de Paperclip People ao não ganhou mas isso até lhe fica bem), Physical, entre demos, papéis e estratégias R – Somos uns ordinary joes. Carl Craig, podia ler-se “Dia 17: Matthew ram várias as vezes que pudemos assistir vivo, com o James Murphy em transe a também houve a influência do electro funk, para o futuro. Rui Vargas também estava no Se em vez de um DJ set esta noite fosse O que seriam se não fossem DJs? Dear/Audion”. Podemos desde já começar aos seus lives (quem teve a sorte de estar tocar percussão. Muitas outras coisas de George Clinton e de Prince, dos B-52’s, início de um dia de trabalho, tinha de pre- Três coisas que definem o Rui Vargas? um jogo, seria um jogo de quê? Futebol, P – Não sei... quando era puto gostava por editar uma errata e informar que, onde presente, sabe como esta música só tem a podem ser ditas sobre um dos produtores dos Cure, dos Art Of Noise e a preparação parar o programa e de fazer as coisas que P – Hum... playstation...? muito de desporto, por isso talvez fizesse se lia “Dia 17: Matthew Dear/Audion”, ganhar sendo ouvida ao vivo e num siste- mais importantes do techno de , académica na área da electrónica, com os DJs (de pista e de rádio) fazem. O tem- R – É aqui que eu saio. R – Eu diria de luta na lama. qualquer coisa nessa área ou então traba- deveria ler-se: “Dia 17: Matthew Dear/ ma de som a sério!), mas também não será mas estas dão uma ideia da importância teoria e tudo. Isto e ainda o interesse pelas po era pouco, as perguntas telegráficas. A P – (gargalhada) Que pervertido! Humm, lharia com música, trabalhei em editoras /Audion/False/Jabberjaw”. Não se pode apenas mais um live act. de Carl Craig para lá desse universo. E se particularidades do som e das máquinas, conversa foi pelo telefone, mas não houve Nada disso, depois dirás três coisas so- não sei se concordo com esta... deixa ver... durante muito tempo. Talvez não produzis- falar de Matthew Dear esquecendo parte Não estragaremos a surpresa se le- tocar o “Crazy in Love” no ano em que saiu o génio, a técnica e o carisma e tudo se barreiras de comunicação, Rui e Philipp bre o Philipp. talvez... talvez sim... sim! (gargalhadas) Cla- se ou fosse DJ, mas vejo-me a trabalhar do dos seus alter-egos. É necessário conhecer vantarmos um pouco o véu e vos dermos não parecer nada de especial, pense-se explica. conhecem-se bem, são amigos, partilham P – ... É bonito... ro! Podemos fazê-lo lá em cima no terraço, outro lado, de quem edita discos. as diferentes cores deste camaleão para as várias boas razões para todos repetir- em quantos estariam à espera de ver um Aos 40 anos, C2 é um dos DJs gostos, experiências, fazem piadas. Têm R – Espera, tu dizes uma e eu digo outra! num pequeno interlúdio entre pôr discos! R – Eu imagino-me sempre a trabalhar lhe dar todo o valor. mos a experiência e voltarmos a recebê-lo produtor e DJ associado à música de dança e produtores mais respeitados da música de uma óbvia cumplicidade. Vê-los num back com música, mas nunca do lado da indús- Matthew Dear tem desde logo uma na nossa cabine: O ano de 2009 tem pro- mais esclarecida ceder à tentação fácil da dança, tem um crédito enorme no universo to back é mais do que uma oportunidade Ok. E qual seria a banda sonora perfeita para tria ou de quem faz música. Sinto-me mais característica pouco vulgar nos produtores gramada a edição de quatro EPs e de uma canção pop. Mas, hei!, este homem é capaz do jazz, dirige a Planet E, programou para uma grande noite, é quase partilhar a P – O Rui é bonito. isso? confortável como fã e acho que, mesmo e DJs de música de dança: é tão aclama- série de edições exclusivamente digitais. de remisturar Cesária Évora, Goldfrapp, e programa festivais de música electrónica intimidade e amizade que desenvolveram a R – O Philipp é apaixonado. P – “Highway to Hell” dos AC/DC (risos) num mundo paralelo, trabalharia com mú- do no meio electrónico dos clubes, como Ou seja, é garantido que este live não será Delia Gonzalez & Gavin Russom ou Junior e, basicamente, é admirado e respeitado partir dos discos, mas para além deles. Vai P – Fuck, eu queria dizer isso... Tem muito ou “Stairway to Heaven” dos Led Zeppelin. sica e gostaria de a mostrar aos outros. nos palcos onde apresenta essa espécie apenas revisão da matéria dada, mas, mui- Boys e soar sempre incrível. Surpreender por todos, porque é bom e merece. ser uma noite para recordar. bom gosto. Nota-se no apartamento e na Depende de quem ganhar. de electro-pop cinza e romântico do último to pelo contrário será para quem o ouvir está na sua natureza, por isso ninguém Pertence a um grupo restrito de estetas comida que pede quando jantamos fora. R – Perfeito! (risos) Um história especial que tenham parti- e muito elogiado disco “Asa Breed”, mais um saborear de músicas inéditas a par de realmente estranha nada vindo dele, nem o aventureiros cuja visão persiste como Como se conheceram? R– (risos) O Philipp é um dos gajos mais lhado? a série de remisturas que lhe sucederam. temas que são já clássicos do techno deste facto de remisturar compositores clássicos motor de uma música de dança cerebral Philipp – Acho que foi há uns anos quan- divertidos que eu conheço. Tem um senti- Há alguma coisa que cobicem um no ou- P – Há muitas! Só isso justifica que os elogios se esten- milénio. como Ravel e Mussorgksy. “Recomposed”, e emotiva, física e espiritual que satisfaz do tocámos no Lux pela primeira vez. Deve do de humor incrível. tro... material ou espiritual... Discos, a R – A próxima! dam da imprensa de música de dança, Como se esta promessa não fos- a operação de reconstrução levada a cabo o corpo, alimenta o sonho e pode ser até ter sido há uns 4 anos e foi amor à primeira cidade em que vivem... P – Sim, a próxima será a melhor! à imprensa mais arty ou tipicamente rock, se, só por si, suficientemente tentadora, com Moritz Von Oswald sob a chancela pretexto para conversas eventualmente vista. E por último... P – Por acaso ainda não conheço bem a casos da Wire e da Rolling Stone. “Asa o live act será acompanhado de um traba- da respeitável Deutsche Grammophon é a eruditas, românticas ou económicas sobre Rui – (voz rouca) Na verdade acho que foi P – O Rui aguenta bem a festa. Tem muita colecção de discos do Rui, porque temos Um disco que andem a passar muito? Breed” colocou Matthew Dear numa pon- lho de vídeo desenvolvido propositadamen- mais recente prova de ousadia e iluminação o techno e sobre Detroit, o seu passado, numa tarde quente, o sol brilhava, soprava resistência. aproveitado sempre para fazer e falar de P – “D.I.S.” de DJ T ta desse território com fronteiras cada vez te para a tournée em curso por Will Calcutt, estética de C2. Afinal, quem se atreve a presente e futuro, mas sem nunca deixar um vento quente de oeste e tu... entraste R – Posso dizer o mesmo de ti! (risos) outras coisas além de música. Se calhar é R – “Caedmon Loop”, Anthea & Celler menos definidas que é a música electróni- Eno Henze e Andreas Fischer. O trabalho mexer no “Bolero” de Ravel? de ser todas as outras coisas que não se no estúdio! (risos) Conhecemo-nos no es- uma coisa que podemos fazer desta vez... ca, ao lado de Louderbach (de Gibby Miller gráfico do primeiro tem acompanhado Agora o techno. A importância de pensam nem teorizam, mas que se podem túdio da Oxigénio no tempo do “Lux Sagres Isso quer dizer que vai ser uma noite (silêncio) Com esta conversa as pessoas e Troy Pierce, com disco recente editado a generalidade das edições de Audion. Se- Carl Craig não é espartilhada por rótulos sentir intensamente numa pista de dança. FM”. Nesse momento a minha vida mudou. para recordar? vão pensar que somos gay (gargalhadas) pela M_nus) e fazendo lembrar nomes jam capas de 12’’ e CD (“Suckfish”), seja nem pelas fronteiras de uma cidade, Carl Craig é uma figura mítica, é um (risos) P – É sempre! Estou sempre ansioso e R – Isso seria o fim da tua reputação como como Coil e Death in June, por mais insóli- na ilustração para as edições digitais de mas ele é um dos grandes de Detroit, a privilégio vê-lo tocar. com um pouco de medo. Last International Playboy! (gargalhadas) to que isso possa parecer à primeira vista “I Am the Car” e “Look at the Moon” (as cidade da Motown e dos automóveis, que (Investiguem ainda Paperclip People, (ou audição). primeiras duas da tal série de edições pro- a santíssima trindade Juan Atkins, Derrick 69, Innerzone Orchestra, tudo peças Se as edições de Matthew Dear em gramadas para 2009), reflectindo o tom May, Kevin Saunderson transformou em do mesmo puzzle e ouçam “Sessions”, nome próprio para a hipnótico e singular da música de Audion sede do techno na primeira metade dos o disco duplo que assinou o ano passado podem representar o extremo mais soft da e remetendo para a Op Art de Bridget Riley anos 80. Os pioneiros do techno, com para a Studio K7. Um manifesto com o sua produção, no extremo oposto podere- e Victor Vasarely, reforçando e fechando quem Craig aprendeu as bases, eram essencial do que faz com que Carl Craig mos encontrar as edições de False para a o círculo de um conceito que não se esgota visionários, influenciados em igual medida seja GRANDE!). Plus 8 e para a M_nus. Aqueles que já ti- no som que sai das colunas. O resultado da pelos Kraftwerk, por Alvin Toffler e pelos veram oportunidade de ouvir o CD “2007” colaboração entre Matthew Dear enquanto comics e séries de televisão futuristas tipo sabem que, apesar de a contracapa refe- Audion e Will Calcutt, Eno Henze e Andreas “Star Trek”. A inspiração perfeita para criar a rir cerca de quinze músicas, na realidade Fischer é um espectáculo audiovisual com banda sonora do futuro, um imaginário que estamos perante uma viagem imparável o nome de “Hecatomb”, que estreou no esticava a cronologia até ao ponto em que que eventualmente só tem comparação fim-de-semana do Sónar, em Barcelona. O se tornava credível viajar no espaço-tempo Philipp Jung no “DE9 | Transitions” de , Lux vai estar assim entre os primeiros clu- ou entrar em simbiose homem-máquina. em que se torna quase indiferente a possi- bes onde será apresentado “Hecatomb”, E na pista de dança, com a propulsão (M.A.N.D.Y.) bilidade de distinguir cada tema, uma vez estando garantido que, no próximo dia 17, robótica a sacudir corpo e cabeça, podia- que o resultado final é não só mais, mas seremos surpreendidos pelos novos sons -se de facto viajar no espaço-tempo e tudo também diferente do que a soma das suas e pelas imagens inclassificáveis que fazem o resto, até mesmo um humano julgar-se partes. parte daquele que promete ser um dos live máquina. Carl Craig Para os mais centrados na pista de acts incontornáveis deste Verão. Aparentemente C2 foi “apanhado” dança, será porventura Audion o nome pela onda techno no início da adolescência, Sexta 31 & que desperta mais sorrisos. Como Audion, via rádio, quando ouviu os primeiros discos Matthew Dear tem explorado um lado do de Cybotron, ou Juan Atkins. Mas são várias techno mais cru, maquinal e provocador, as entrevistas em que confessa ter-se clara e exclusivamente electrónico, apre- Audion convertido à electrónica através de discos sentando temas que o consagraram como Sexta 17 como “PopCorn” (o disco das pipocas, um nome incontornável na produção dos lembram-se? Instrumental electrónico Rui VargasSexta 24 últimos anos. “The Pong”, “Your Place or de 1972, um dos hits mais improváveis Mine”, “Kisses”, ou “Mouth to Mouth” ga- da década de 70) ou “Switched on Bach” Tiago & DJ Al Leonaldo de Almeida Rui Vargas & (Slight Delay) & Zé Pedro Moura Zé Salvador Tiago Alan Braxe Quinta 16 Quinta 16 Sexta 10 Sábado 11 Sábado 11 N: 10 Julho 2009 página: 08 N: 10 Julho 2009 página: 09

Capítulo anterior: Após várias investidas da Carina, Zé Miguel tem uma amanhã é todo o dia. Fartei-me de andar, me que estavam todos “de patas arriba!!!”, um livro e ela queria muito ver; outros não recaída e volta a dormir com ela. / Continua a dar-se com a Adriana e o perdi-me e não conseguia dar com a casa e que os Buraka davam “ganas de bailar!” se calavam com os Orbital. Zé Miguel, des- Pedro, com quem planeia ir ao Sónar, em Barcelona. / Mas não é o único: a da Catarina! Perguntei a uns polícias, mas Fiquei orgulhoso, disse-lhe que era portu- cansado com o soninho da tarde, queria Tânia, a Carina e a amiga, o Nuno Paz e o poeta, cada um por si, tencionam eles não falavam inglês. Andei três horas guês. Deu-me um beijo. ver tudo. Tinha sede. Na falta de cerveja, ir ao Sónar. / Depois de uma noite no Lux, reencontra o poeta na varanda. às voltas, numas ruas cheias de árabes e Às cinco da manhã, fui ver o Agoria. Tinha bebeu da garrafa que a Adriana trazia à cin- (o capítulo anterior pode ser lido em blog.luxfragil.com) putas, e sem saldo no telemóvel! Acho que combinado com a Tânia. Ela afinal veio, e ta, “Ai! Não bebas tudo, Zé Miguel!!” foi por ali que prenderam uns gajos da Al- o Bernardo foi para o Fusion e chatearam- Foi andando atrás das manas suas anfi- -Qaeda... E de repente estava mesmo aqui -se por causa disso. Encontrei-a ao pé do triãs. Era um longo caminho até à Fever ao lado! Foi cá um alívio! Bem me dizia o bar, com a Jimmy. Estavam as duas des- Ray. Pelo meio, começou a sentir um calor O Outro Pedro para eu comprar um mapa. lumbrantes, devia ser por estarem sem os interno e os músculos a relaxar. Bocejou. homens. Fizeram-me uma grande festa e — Ahahah! Estás outra vez com sono? Isso Folhetim de Maria Antónia Oliveira & António Néu Barcelona, quinto dia: deram-me a beber duma garrafa de água não é sono, não! Ahahahah! São 10 horas da noite, e estou num restau- que sabia pessimamente. Fomos lá para Zé Miguel riu muito. Tinha mesmo muita Capítulo IX Barcelona, segundo dia: rante no Raval à espera do poeta. Está cá a frente. Mas aquilo depois complicou-se. vontade de rir. Sentia uns cúmulos de fe- Comprei um moleskine. A Adriana disse numas conferências de poesia, e combiná- Não sei se foi da moca, se do cheiro dos licidade alternados com uma calma que o “Illusion is para eu fazer uma espécie de caderno mos ir ver a Grace Jones juntos – já desde cabelos ruivos dela, comecei a sentir-me deixava absorto, de olhar perdido. de viagem, e ir escrevendo o que se pas- aquela noite no Lux... muito próximo e muito cúmplice com ela. — Anda! Vai começar! the first of all sasse. Ela disse que era provável que me Hoje consegui perceber melhor o que an- A certa altura, já estávamos aos linguados Tum tum tum tum tum When I grow up, pleasures.” esquecesse do que ia viver, e também que dava a ouvir. Quase não saí do Village, que – e sabiam tão bem! A Jimmy, ao lado a I want to be a forester Tum tum tum tum eu fizesse sempre um esforço para ir re- é o palco maior ao ar livre. Está-se lá tão dançar, ria. Se pudesse, também lhe tinha tum Run through the moss on high heels — Então, onde é que se meteram? Já estou gistando. bem sentado na relva a beber cervejas! dado uns beijos... elas pareciam tão dispo- That’s what I’ll do, throwing out boome- na porta 10! São um bocado caras. E bebem-se muitas, níveis. O problema foi que, quando voltei rang Tum tum tum tum tum Waiting for it to — Mas, ó Zé Miguel, ainda faltam duas ho- Barcelona, terceiro dia: com este calor! Comprei um leque, um da casa de banho (que era longe como a come back to me Tum tum tum tum tum ras, man, vou sair agora de casa! Hoje fomos à Fundação Miró ver uma expo- abanico, como eles dizem. Cá os homens merda), elas já não estavam no mesmo sí- A Fever Ray era gira. Zé Miguel foi andando — Ainda estás em casa?! Olha que perde- sição sobre arte e poesia, dum gajo qual- também usam. tio. Ou então fui eu que não consegui atinar até se aproximar do palco. Passou pela Tâ- mos o avião! quer misturado com o Miró. Depois des- Comecei por ir ao Dôme. Estavam os com o sítio onde tínhamos estado. Aquilo é nia, mas não conseguiu percebê-la – a voz — Espera aí no bar, vai bebendo uma cer- cemos pelas escadas rolantes até à Praça Muhsinah, uns ingleses em concerto a to- tão grande! Bem, tive de voltar sozinho, no e a cara confundiam-se com a da cantora. vejinha... de Espanha. Ao fim da tarde, fomos beber car soul. E não é que dou de caras com a autocarro, em pé toda a viagem, com uma Perdeu a noção do tempo e do espaço. Zé Miguel desligou, descontente com a de- cervejinhas à esplanada do Born (acho que Carina!!! Eu nem queria acreditar! Depois data de bifes a praguejar e a cair para cima A certa altura, deu consigo noutra sala, mora do Pedro e da Adriana. Conformado, é assim que se escreve). Esta cidade é bru- de tudo o que lhe disse em Lisboa! Lá es- de mim. Agora estamos à espera da Adria- enorme, onde lhe parecia que já tinha es- e com medo de parecer parolo (nunca ti- tal! Agora estou a escrever sentado numa tava com a amiguinha a dançar o soul e a na e do Pedro para irmos outra vez para lá, tado. Perguntou para o lado, em português, nha apanhado um avião), dirigiu-se ao bar mesa dum bar arte-nova ao pé das Ram- abanar o rabinho. Disse que lhe ia buscar todos, com a Catarina e Luísa. Eu precisava quem estava a tocar. “Una leyenda: Orbi- próximo. A meio da segunda imperial, ou- blas, o London Bar. É só cromos à minha umas cervejas e pirei-me. Livra! Com isto, de dormir mais um bocadito, mas pronto. tal!!! Mira las pantallas!” Olhou os ecrãs, viu um sotaque brasileiro: volta! Parece que o Pedro quer ir ao Moog, não voltei ao Dôme. Zé Miguel fechou o moleskine, zonzo do es- esquecido de dançar. Acendeu um cigarro. — Oi minino!!! Que é que cê está fazendo que é mesmo aqui ao lado. Dizem que No Village, era o showcase da BBC Radio. forço da escrita, e intimidado pela entrada O sabor acre e agradável, o fumo lento fize- aqui? Zé Miguel, não é mesmo? é um clássico! Lá vamos! Amanhã começa Bem, vi uma banda inglesa fantástica, os da Adriana na sala. ram-no descer à terra. Julgou ver a Carina A um primeiro olhar, não reconheceu a o Sónar! Já fomos buscar os bilhetes! La Roux, com uma miúda linda a cantar — Então, chavalo, esse diário de viagem, e o Kaló na zona do bar, muito abraçados. cara sorridente e tumefacta que se chega- estilo anos 80! A seguir, foi Bass Clef, que está a fluir? Gostou do que viu. Resolveu ir ver o que se va a ele. Sim, era mesmo ela! A Suely do Barcelona, quarto dia: é dubstep com metais. A ver se vou conse- — Ai, Adriana, isto de escrever dá muito passava nas outras salas. Precisava de ar Finalmente! Sorriu-lhe, um tanto emba- Isto excede as minhas mais loucas expec- guindo apontar estes nomes, para depois trabalho! livre, de céu por cima de si. raçado de a encontrar ali, de dia, com as tativas! Gostei de tudo!!! Vamos lá a ver se poder dizer ao pessoal lá em Lisboa... Mas — Pois, é para veres! Pensas que é a mes- Após o que lhe pareceu uma viagem infin- maçãs do rosto a rebentar, de inchadas, e consigo escrever isto na forma que a Adria- é muito difícil, porque é tudo tão frenético, ma coisa que pôr discos? dável, chegou à sala do fundo. Amanhecia. as longas pernas metidas nuns leggings de na me aconselhou: e tanta coisa a acontecer ao mesmo tem- Lá foram, arrastando-se pelas ruazinhas do As caras tornavam-se mais nítidas. A mul- licra preta, muito discreta. 1. Almoço no Quim de la Boqueria, no mer- po! A certa altura, apareceram o Nuno Paz Raval até começarem a ouvir a batida. Zé tidão ululava ao som de Carl Craig. Apete- — Olá. Vou para Barcelona, para o Sónar. cado a meio das Ramblas. A Adriana é que e o Nexter que iam ver o Micachu and The Miguel começava a sentir-se um barcelo- ceu-lhe finalmente o sabor da cerveja. Fu- Sabes, o festival... encomendava e tratava de tudo – aquela Shapes. Fui com eles para uma cave que eu nês – já tomava a dianteira e indicava o ca- rou até ao bar, agora com um passo mais — Cê vai em Barcelona? Então vamos junto! mulher sabe muito! nem tinha ainda dado conta que existia! minho e falava espanhol no café (“un café decidido, como se tivesse acordado de um Ai minino, cê sabe que eu agora vou tentar 2. Demos uma volta pelo Raval, fomos à Hoje à noite é o James Murphy! E o Buraka! suelo, por favor!”), todo ufano e à vontade, sonho. Mas a luz da aurora provocou-lhe minha sorte em Barcelona! Aqui já não tava livraria da Adriana e a uma outra onde o E o Erol Alkan! Conheço mais gente na pro- sentindo-se em casa, planeando muito abs- um refluxo. E começou a ouvir um acorde dando não. Tenho uma amiga lá, a Rancia Pedro nos levou, só de design! Até fiquei gramação da noite. tractamente instalar-se naquela cidade: de órgão familiar, de uma música antiga de Jordânia... ela me propôs fazer um outra vez com vontade de ser designer! Eh pá! E agora como é que eu vou voltar que a mãe tinha lá em casa, We skipped showzinho na Discoteca Metro. Cê conhe- 3. Mal entrei no Sónar, passou-me logo a Barcelona, sexto dia: para Lisboa? Fixe, fixe, era vir viver para a light fandango Turned cartwheels across ce? Todo o mundo conhece! É super-chi- vontade! Que ambiente! Que gente linda! E Acabei de acordar e ainda estou com as aqui! Mas como? Estudar som? E a minha the floor I was feeling kind of seasick, But que! E estão precisando lá de uma Cármen todos tão simpáticos! Aquela sensação de pernas a doer, de tanto dançar e andar. mãe, como é que eu a convenço? E o pai, the crowd called out for more. Voltou-se Miranda! O Tico-Tico tá Tá outra vez aqui O estar ali à entrada, com o baixo a bombar Aquilo, à noite, é tudo enorme! Mas é a o pai? Fuck... fuck. Tenho a impressão de para o palco, à espera de ver os Procol Tico-Tico tá comendo meu fubá O Tico-Tico ao longe, à nossa espera! E o live do Luomo maior loucura! Está tudo completamente que a Adriana me surripiou o moleskine... Harum. Eram mesmo eles! A música fala- tem, tem que se alimentar Que vá comer à tarde no palco principal! Uau! fora, e a divertirem-se que nem danados! E quando eu fui à cozinha fazer café, e vol- va do moleiro que contava a sua história, umas minhocas no pomar! Ahahahah, vai Acabei por me perder da Adriana e do Pe- os espanhóis são loucos! Fartei-me de falar tei, já não estava lá em cima da mesa... e do quarto que zumbia enquanto o tecto ser a maior gozação! Cê tem de ir ver, mi- dro uma grande parte da tarde, mas vol- com desconhecidos, todos com uma gran- deve querer ler o que eu escrevi... e utili- fugia, e das dezasseis virgens vestais que nino, vai amar! távamos sempre a encontrar-nos. E eu na de onda e simpáticos. Os catalães adoram zar na crónica dela para o jornal do Lux?! partiam para a costa. Eram mesmo eles!! Estupefacto, Zé Miguel olhava para ela, a maior! Eles andavam um bocado fora (não os portugueses! Encontrei um galego na Eheheheh.... fazer passos de dança miúdos em frente sei o que tinham andado a tomar...), mas casa de banho que era fã do Zeca Afonso! Vaguearam pelo recinto durante o resto da FIM dele, enquanto cantava. O barman, que eu não me perdi. Apanhei uma grande E agora tinha descoberto a electrónica! tarde. Zé Miguel descobriu um cantinho na era brasileiro, piscava-lhe o olho e batia o moca com uma coisa líquida que a Adriana Eu já não tenho bem a noção do que vi pri- relva sintética, onde várias pessoas dormi- sindicato.biz/o_outro ritmo com o shaker. me deu, e dancei descalço no Sónar Dôme. meiro e depois, e a que horas foi. Sei que tavam, dispostas em tetris. Deitou-se tam- — Eh lá! Isto parece o Morocco Club! – Era Conheci umas bifas de Brighton muito fi- a Grace Jones deu um espectáculo extra- bém, e passou pelas brasas, embalado pelo a Adriana que chegava, curiosa e de olho xes. Não conhecia ninguém que estava a ordinário. O poeta embasbacava para ela, som do showcase da Ed Banger. Acordou brilhante. tocar, mas era tudo muito bom. Tinha o de língua de fora, e ia dizendo que ela está com os suaves pontapés do Nuno Paz: Quando finalmente se apeou do autocarro folheto com a programação, mas não con- um bocado diferente. Aquele poeta não — Então vieste para aqui dormir?! És mes- na Praça da Catalunha e desceu as Ram- seguia focar! Amanhã vou tentar ser mais tem cura: só queria ouvir o “Libertango”, mo totó! Vamos, puto! Está na hora de ir blas, Zé Miguel ainda cantarolava O Tico-Ti- atento. A Adriana diz que o que eu gostei e falar-me do Piazzolla e de Buenos Aires! para a Fira ver os Animal Collective! co ti O Tico-Tico tá, sob o olhar enternecido foi de um tal Mulatu Astatke, da Etiópia. E No meio daquela multidão, vi a cabeça da Estava a começar o concerto quando o já da Adriana, que tinha feito amizade instan- vi o Nuno Paz, com o Nexter! Não saíam Suely, lá mais à frente. Devia estar com as extenso grupo de portugueses chegou. O tânea com a Suely no avião – “Ai, esta tua do Sónar Village, a mamarem tudo duma amigas travestis espanholas, se calhar a Nuno Paz era amigo do Panda Bear, que amiga é o máximo! Onde se conheceram? editora chamada Ghostly International! preparar um número Grace Jones... vivia em Lisboa, e eles sentiam-se quase Zé Miguel, tu és uma fonte de surpresas!...” Mas aquilo era muito melancólico, o Sónar O James Murphy, como de costume, ar- como se fossem aplaudir portugueses. Zé Miguel ficou contente. Dôme é que estava bom! Hoje à noite há rasou. É claro que fui ver os Buraka! Dei- Mas o grupo desagregou-se ao fim de meia James Holden no Loft, mas é preciso pagar xaram o público doido. Um espanhol, que hora: uns queriam a Fever Ray; a Adriana e já vi no Lux. Vou ficar a descansar, que dançava furiosamente ao meu lado disse- falava de um Rob da Bank que tinha escrito www.luxfragil.com Matthew Dear Xinobi Rocket Yen Sung (AUDION) Quinta 16 Quinta 16 Sexta 17 Sexta 17 N: 10 Julho 2009 página: 10 N: 10 Julho 2009 página: 11

valor, mas porque estes últimos tempos coragem e determinação. Os teus fa- goliram a poção do sucesso, chega a houve aí umas provocaçõeszitas, umas ridos alvos, as tuas setas preferidas, o pernas abertas, dentro de uma estrela propunham uma certa... actualização, mosos voos picados-planados-rasantes ser irritante! Pois palavras para quê? despedidazitas, e saíste-te mesmo bem teu arco de estimação... e népia. É que de cinco pontas, que por sua vez está Oráculo 07/09 para ser soft. Portanto, gostava de sa- estiveram na ordem do dia, e saíste-te Eu sei que os teus ciclos de vida não a equilibrar os pratos da balança! Eu di- de facto aliviaste peso e deixaste umas dentro de um círculo? Sim, o Pentagra- ber que estás com relações gratifican- bem! Agora, talvez estejas a ler isto e a são sempre assim, mas a tua história ria que esta história fala da sabedoria malas atrás, portanto... Tiveste mesmo ma da Humanidade. Esse és tu, foi este tes ou então só e bem acompanhado, pensar: “hã? hum, foi? não me lembro... neste período em que te acompanho em gerir algumas frustrações e ao mes- de manter o foco quando tinhas mil o teu ciclo, esta a tua procura. Não, não que vives num ambiente porreiro, que ah, não foi assim tanto... ou então não parece feita de propósito para dizer ao mo tempo pôr a andar um barco novo, razões para te dispersares, decidiste é nada esotérico, é mesmo muito claro trabalhas no que gostas, e que a tua dei por isso...”. Pois é, sei que falo com mundo: Olhai, eu sou feliz, magnânimo, e relativamente grande... para o qual renovar as tuas antigas motivações e e essencial: Este teu ciclo de 11 meses energia Fogo é aplicada num entusias- um ser mais veloz que o vento, mas e abençoado! Ok, também há a versão contribuíste com todo o teu ser, boa! descobrir outras novas, volta e meia lá foi a história de quem decidiu arranjar mo continuado e construtivo e não des- acredita que é verdade, viveste voos dos Leões mais discretos, mas que nem E a saga continua, lots of work, and “no te vinha a tentação de te precipitares forma de viver a vida à sua maneira. perdiçada em zangas e reactividades gloriosos, e faz bem à alma lembrá-los, por isso tiveram um período pior. Vá lá, news, good news”! Bendita capacidade mas controlavas-te sabiamente, de te Será? Quero crer que sim. E continua. tontas. E ainda, suponho que já estejas dá consistência, e és mais bonito como sei que até gostas de um pouco de dra- de harmonizar opostos dentro do espí- impores com a última verdade do pla- É que se não o fizesses, algo morreria a tratar do teu novo projecto de vida, águia do que como borboleta tonta : ). matismo, mas admite que és o último a rito livre que te assiste! Que assim se- neta mas lá te punhas em causa com em ti, e como Aquariano não te aguen- that’s good, daqui a uns tempos terás Avizinha--se, também para ti, um novo poder queixar-se do que quer que seja. jas para todo o sempre, e muitas obras a possível humildade, enfim, a verdade tarias por muito tempo. Claro que isso mais uma odisseia para contar, e será projecto de vida... será? Ok, então vai E é bom mostrares isso ao mundo, é por ti falarão. Tenho dito. é que acredito que conseguiste fazer implica muitas voltas, mas é mesmo magnânima nas suas descobertas. Por por mim: Vira introspectivo este mês e uma forma de inspirares os outros, des- tudo isto e transformares-te em algo assim, e tu felizmente não és do tipo ora, e talvez ainda defronte de algumas deixa que ele se desenvolva por den- de que não o faças com soberba. Claro A HISTÓRIA DE ESCORPIÃO mais vasto, mais abrangente e ao mes- lamechas. Sabes bem que pudeste, encruzilhadas, escolhe a cada instante tro, trabalha nisso, dá tempo a ti mes- que também tiveste umas coisitas a re- 23 Outubro a 21 Novembro mo tempo mais selectivo, resumindo, e podes, contar com os teus parcei- o que sentes ser o melhor para ti, dis- mo para o descobrires no teu íntimo, solver, ora bolas, mas está tudo bem, 09+06+08+04+15+11+06+16+12+22+1 de ser o ousado, e agora mais sábio, ros mais fiéis: a Clareza, a Confiança, põe-te a aprender algo de novo, deixa para que se revele a melhor forma de não é? É que não tenho mesmo muito 3 = 122 = 12+2 = 14 Arqueiro que nasceste para ser! Mas a Franqueza, o Amor Próprio e o Huma- que as ideias tomem forma, e trabalha o pores em prática... Põe a tua águia mais para te dizer... Dá graças por esta Eis a história do próprio do Alqui- neste mês, attention!, é para manter a nismo. E mais: Confessa que sentiste intensamente, mas de uma forma dis- a trabalhar, usa a inteligência, espera fase maravilhosa, que aliás encerra o mista, em plena glória transmutativa ou cabeça fria, lidar bem com eventuais sempre uma estrelinha a brilhar dentro creta. Ah, e não te esqueças de sorrir pelas instruções do teu ser interior, e fim de um ciclo e o início de um novo, mergulhado em ácidos de enxofre, de- imprevistos (pois, já cá faltava!), não de ti, verdade? Pois cá para mim, ela todos os dias com a visão do teu mun- intui a melhor forma de projectar mais e... Nada a temer porque... Bom, para pendendo do seu grau evolutivo. Quero esquecer de ouvir os outros, manter o está, e estará, tão, tão, tão presente do novo. um voo magistral. este mês sai-te a lâmina de Tarot cha- crer que, se me estás a ler, é porque foco, nada de desatinos, e avançar para que até se confunde contigo : ). mada Temperança... queres o quê? Eh o famoso lado negro dos Escorpiões a última etapa desta tua quinquagési- A HISTÓRIA DE TOURO A HISTÓRIA DE CARANGUEJO pá, vai de férias! já foi à vida, que não és refém de es- ma nona aventura. Ah, valoriza a aben- A HISTÓRIA DE PEIXES Os homens são de curta memória, e às situações que fazem desejar mudar de 21 Abril a 20 Maio 21 Junho a 21 Julho quemas, jogos de poder, e entranhas çoada carta da Temperança que tem 20 Fevereiro a 20 Março vezes tanto melhor para eles. Mas os filme... o que, na verdade, também pode 21+19+17+08+11+07+10+03+11+11 +1 04+22+22+20+21+08+11+16+20+10+ A HISTÓRIA DE VIRGEM reviradas, que não te fazes de vítima estado ao teu lado, que sorte! Deve ser 15+20+07+07+21+19+12+03+17+18+0 deuses não. O Oráculo deixa-te aqui ser bom. Quer dizer, realizando o que 7 = 135 = 13+5 = 18 22 = 176 = 17+6 = 23 = 2+3 = 05 23 Agosto a 22 Setembro nem de carrasco, enfim, que és aque- porque mereces : ). 9 = 148 0 14+8 = 22 uma versão da História dos teus últi- não queres, descobres o que queres, É caso para dizer: Vou contar Deals, deals, deals! Tivemos mui- 10+05+02+19+14+22+04+02+19+17+ le que transformou o chumbo em ouro. A história do oceano é plena de mos meses, com uns pozinhos para e desejas isso com muita intensidade, a história da deusa de quatro patas tas coisas a tratar, muita roda a girar, 03 = 117 = 11 +7 = 18 E assim sendo, és o maior exemplo A HISTÓRIA DE CAPRICÓRNIO possibilidades, e confunde-se com a o futuro. não é? Depois, é “só” concentrares-te com uma estrela na testa. Digo “deusa” não foi? E então, qual é a imagem que Ele há as virgens-virgens e as vir- para todos os mortais: aquele que, face 22 Dezembro a 20 Janeiro tua. Curioso é que, ao contrário dos Para além do habitual Signo Solar, lê nisso mesmo, e não na revolta ou medo porque todo este tempo girou à volta fica desta tua história? A da avestruz gens-loucas. E com o teu Signo passa- ao que quer que seja, transmuta a dor, 08+21+03+10+15+12+19+10+16+18+1 outros Signos, tu tens dois ciclos bem também os do teu Ascendente e, se face ao que te agride ou desagrada. Mas de uma certa energia feminina. Até ou a da crisálida? Estou a brincar, claro -se o mesmo, tipo os Virginianos certi- transmuta a raiva, transmuta até o seu 0 = 142 = 14+2 = 16 marcados na tua história dos últimos possível, da tua Lua, e depois faz a sín- isto só é válido para o que depende de quando tiveste de fazer face a um ou que deve ser a da crisálida. Ao longo de nhos e os disparados... ou uma mistura próprio Ego, e assim renasce como a A Travessia do Deserto é uma certa meses. Até Abril/Maio tratou-se de tese. Assim terás um filme mais com- ti, nada de querer mudar os outros. Ah, outro imprevisto, o fizeste como uma todo este tempo, três vezes te disse: dos dois, como tu : )... E assim é bem, Fénix resplandecente. É esta a história fase de um tradicional percurso iniciá- descobrires uma nova dimensão do teu pleto, porque se leres só o teu Signo e é importante não dar ouvidos à “rea- inteligência Yang, mas com uma sensi- “Descondiciona-te do passado, descon- traz bons resultados, pelo menos a dos teus últimos tempos, e não conhe- tico. Um teste à sabedoria, humildade, ser, de assumir talentos, revelações, talvez não te espelhe assim tanto. Po- lidade” que nos contam por aí, a vida bilidade Yin. Até quando uma potencial diciona-te do passado, descondiciona- tua história assim o diz. Tem sido um ço ninguém melhor do que tu a alterar coragem, plasticidade, e fé do candida- libertações, opções, e de decidir ir des saber estes dados astrológicos em tem mil versões, e tu podes escolher fricçãozita se apresentou a soubeste te do passado”. Fizeste-o? Sei que sim, tempo de descoberta, de fazer muitas finais, a levar tudo até ao limite e a to. E é a história dos teus últimos me- avante com o melhor de ti... O mesmo www.astro.com, e depois volta cá. Re- a tua, não é crime. Os outros até podem resolver a bem, gerindo pontes de en- ou pelo menos estás bem lançado, por- coisas, nada de agitações de fundo, sair por cima, iluminado, infinitamen- ses. Uma história eventualmente difícil, é dizer, como tantas vezes te repeti: cebe a tua história com um espírito não gostar, mas isso será o filme deles, tendimento. É verdade que às vezes que te vejo com umas bases bem mais mas um ciclo muito activo, com um te sábio e bom, porque, mais do que mas também nobre, rica, e reveladora, “Põe o teu Ferrari a trabalhar, já!”; De aberto, e vais ver que és o teu próprio certo? É melhor assumir a nossa vida precisaste de meter a mão na massa sólidas, e com maior estabilidade emo- grãozinho na engrenagem no início da ninguém, conhece a fundo a condição se estiveres para aí virado. É que há os lá para cá, entraste num outro filme, do motivo de inspiração! do que ir na manada, acredita... Talvez e arrumar a casa, quem sabe até mudar cional, right? É bom, esse era um dos Primavera mas já passou, enfim, tem humana. Se viveste esta versão da tua Capricornianos-rocha e os Capricornia- qual vale a pena falar. É que, se não E agora, continuemos viagem. Hasta no futuro nos cruzemos e te possa dar de casa, ou mudar a casa de sítio, ou desafios. As relações com as mulheres sido um tempo gratificante e frutuoso. história és uma referência de coragem nos-bode. Ambos têm os seus talentos, tivesses posto o Ferrari a trabalhar es- siempre, porque a vida é mesmo para mais umas dicas que facilitem tudo reforçar os pilares da casa – whatever, também estiveram muito presentes, ah, A tua força e solidez tem dado conta e inspiração, e soubeste pôr em prática mas às vezes os primeiros tendem a tarias a mergulhar de cabeça no fundo diante. isto... you know what I mean – mas tudo isto as damas!, às vezes dão água pela bar- de eventuais reactividades emocionais, o famoso princípio: Aceitar o que não virar velhos do Restelo, enquanto os do oceano, afogando-te em energias e 1680 = 16+08 Ø = 24+ Ø = 02+04+ Ø Portanto, assume que és capaz de atrair se passou tão bem, tão com q.b. de ins- ba, né? Mas também descobriste que tens sabido ouvir os teus instintos e podes mudar, ter a coragem de mudar o segundos usam as pedras do cami- capacidades não vividas, e que teriam = 06 + Ø o que queres, e trabalha para isso. Con- piração e com “os tomates tão no sítio” podem ser as tuas maiores cúmplices, inspirações, tens dado asas ao teu ima- que podes, e a sabedoria para discernir nho para subir mais alto, lembras-te? de sair por algum lado, tipo escape, e Desde que este jornal nasceu muito fia na tua intuição e age em conformi- para uma deusa! Existe muita beleza, desde que ninguém se arme em filho, ginário e criado coisas relevantes! All uma coisa da outra. Atravessando tem- Mas de facto não existem assim duas com resultados estupidamente cha- aconteceu no mundo. Mas isso não te dade. Cabe-te só seleccionar as emo- força e maturidade nesta tua história filha, mãe ou pai um do outro, certo? you, what else?! Já sei que achas sem- pestades, desgostos, e cataclismos, tipologias, são só dois arquétipos dife- tos... Digo estupidamente, porque esta interessa muito, pois não? Sê honesto, ções e os pensamentos que escolhes recente, podes estar orgulhosa do que Dependências é que não dá mesmo, pre que pode ser melhor, mas esquece descobriste as leis que regem a Vida, rentes que reflectem usos diversos da seria uma opção impensável para um em 99% do tempo o que interessa mes- alimentar, dia a dia, hora a hora, minuto fizeste, sentiste e criaste. A não ser verdade? Então estamos bem. E ainda essa parte e aceita o que te digo: tem descobriste uma nova centelha em ti, mesma energia. E quero acreditar que ser inteligente como tu. Portanto, a mo é a tua vida. E está certo. É sobre a minuto, para todo o sempre. Ah, e cla- que te tenhas teimosamente quedado havia o abrir mão de coisas ou pes- sido bom, porra! E não mandes agora redescobriste o teu valor, e decidiste tenhas optado por ser cabra, quero di- única opção vital, e desejo que tenha ela que podes agir e assim influenciar ro que a fé ajuda muito, e mesmo que no mesmo sítio... mas não acredito : ). soas que estavam de pedra e cal na tua a toalha ao chão, ok? Poderia aconte- que a vida é bela, que nasceste para zer, bode... espero : ). Ou seja: Aceita sido esta que tomaste, foi a de sair da o curso das coisas. Não há mais nada seja só uma fezada, acreditar faz mi- Portanto, aqui vai um novo desafio, que vida, mas que já não te correspondiam cer teres a tentação de mudar o que ser feliz, que o teu trabalho é afinares- lá que o céu que talvez te tenha caído casca, de tirar a tal bomba da garagem a fazer. lagres. That’s all. E assim vais criando na verdade é a mensagem deste mês assim tanto, não era? Quase te consi- está bem, e por enquanto seria um te com essa intenção, enfim, descobris- em cima da cabeça te trouxe, de facto, e iniciar uma viagem fantástica, refres- Para além da famigerada crise, eu, a tua versão do paraíso... Because life is mas que dura por muito teeeemmmm- go ver a ir buscar coragem sabe-se lá disparate. Valoriza o que é, o que está, -te a Pedra Filosofal. E este mês, só te novas oportunidades; Aceita lá que às cante, inovadora, enfim, partires com o Oráculo, defino estes 11 meses – ou supposed to be fun : ). Bem hajas. pppppooooo: está na hora de assumir onde e a tomares esta ou aquela atitu- o resultado deste tempo, e para já... resta mesmo limpar o laboratório do al- vezes é bom ser chocalhado para are- tudo, e sem medo, rumo a um futuro seja, desde que existo para ti – como o teu power e conquistar o mundo. Se- de nesse sentido! E estás de parabéns, fica quieto... por dentro... e por fora. quimista, deitar fora o que já não pres- jar as raízes; Aceita lá que tudo isto brilhante. Claro que tamanha empreita- um tempo em que soou a palavra de or- A HISTÓRIA DE CARNEIRO guramente e a quatro patas, sensual- não era fácil... mas já passou! Portanto, Qualquer precipitação seria como uma ta, e guardar bem os tesouros criados. te serviu para algo fundamental nesta da tem sempre desafios, e é aí que te dem: “Foca-te em estar bem, come rain 21 Março a 20 Abril mente como sempre, Olimpo com ela! considerando que este teu filme épico nota falsa na sinfonia, so cool down. E Depois, será hora de seguir viagem, no fase da tua história: Descobrir um novo encontras, espero eu – a lidar de um or come shine.” E é para continuar... 02+09+20+20+21+06+07+17+18+18+ E mais não digo. de maturidade e desprendimento está se por acaso sentires cócegas nos pés, teu novo rumo a caminho do Sol. sentido para a tua vida. E até tiveste, e modo construtivo, maduro, e livre, com a mensagem, claro, a tal da crise não 21 = 159 = 15+9 = 24 = 2+4 = 06 terminado, passa agora à próxima fase: dá uma de virgem-louca e diverte-te, sê tens, N bálsamos à mão, não ignores os os riscos de quem aceita que a Vida é desculpa nada, quando muito intensifica Quando se conta a história de uma A HISTÓRIA DE GÉMEOS Usa a tua nova estrutura e trabalha no leve, descomprometido, e por enquan- A HISTÓRIA DE SAGITÁRIO frascos. Aproximas-te de um novo equi- Agora, e não depois, não mais tarde, a importância desta chave existencial. lenda, todos os dramas se transfor- 21 Maio a 20 Junho que quiseres, de preferência projectos to não mudes de direcção. Be wise, and 22 Novembro a 21 Dezembro líbrio e, para quem sabe o que signifi- não nunca mais... A estar atento para Já os antigos chineses diziam: “Está sol, mam em aventuras. As peripécias pelo 03+19+06+22+03+16+20+22+18+01+ conjuntos, mas inspirados por ti. É que have fun. 10+22+22+11+14+10+19+16+13+01+0 ca, de um novo estádio evolutivo. Bem que padrões de comportamento anti- que bom, está chuva, que bom”. Falo do mundo fora, os amores e desamores, 04 = 134 = 13+4 = 17 parece que o teu novo desafio é ser lí- 2 = 140 = 14 + Ø = 14 ajas... sim, do verbo Agir. gos não boicotem a bendita viagem... poder da Apreciação, que não tem nada os conflitos e as vitórias, enfim, todo Penso na imagem da tua história der mas estabelecendo acordos, laços A HISTÓRIA DE BALANÇA O Novo Visionário, eis a metáfora Ah, e a saber que uma vida nova requer que ver com conformismo. Toda a gente o filme do herói é contado através de recente, e só vejo mesmo é um par de e uniões com os que te rodeiam. Afinal, 23 Setembro a 22 Outubro perfeita da tua história de Setembro A HISTÓRIA DE AQUÁRIO sempre uma nova atitude, certo?... Pois sabe que atrai o que teme e o que ama. um filtro de... Apreciação, lá está. Por- asas douradas, tipo a versão amplifica- és o “afectivo” do Zodíaco, e a bem di- 04+01+18+10+10+04+04+21+15+04+1 para cá. Que é para continuar, e aper- 21 Janeiro a 19 Fevereiro é, tu sabes... Com a luta, o cepticismo, a hipercrítica que se ele não se tivesse exposto à vida, da das asas nos pés do deus Mercúrio! zer, com muita honra! 1 = 102 = 10+2 = 12 feiçoar. Tiveste tantas e boas razões 17+13+17+09+27+02+11+19+08+04+1 e a má onda atrai o que não gosta, com não haveria nada para contar. Esse he- Eia, que vertigem! Felizmente tiveste a Uau, a Beldade do Zodíaco trans- para te sentires feliz! Mas foi obra as- 9 = 136 = 13+6 = 19 a apreciação, o empenho, o entusiasmo rói és tu, e diz lá que não foi um ciclo orientação da tua boa Estrela durante A HISTÓRIA DE LEÃO formou-se em CEO, isso é que tem sido sumir uma nova visão de ti próprio e do Ser, e ser, e voltar a ser, eis a e a boa onda atrai o que gosta. Pois, e peras! Pois o meu desejo é que tenhas este tempo todo, porque foi cá uma 22 Julho a 22 Agosto trabalhar, bolas! mundo à tua volta, não foi? Coisas que questão. A parte do “não ser” já não não sugiro que aprecies o que não gos- feito um balanço, renovado atitudes volta! Eram só ideias a voar, amarras 14+07+22+13+20+16+11+07+21+17+2 E, tal como um bom CEO, a histó- agora te fazem sorrir... A certa altura, entra neste filme. A tua demanda foi tas, mas sim que desvies o foco para e objectivos, e assumido novas esco- a largar, projectos a criar, riscos a as- 1 = 169 = 16+9 = 25 = 2+5 = 07 ria deste últimos tempos tem sido a de e porque bradavas aos sete ventos que afirmares-te, de novo, como Tu próprio. o que valorizas. lhas, especialmente no que toca a afec- sumir, escolhas a fazer, enfim, tudo! Sabes aquelas histórias dos reinos trabalhar em duas frentes: no lado prá- abafavas, foi como se tivesses ido parar Esta foi a tua grande história. Estás a É verdade que para algumas pessoas tos, prazeres e talentos. Não porque Ok, e também tiveste umas coisas mágicos, que duram eternidades? Que tico e executivo da vida, e na manuten- a um local desconhecido, e tu, a olhar à ver aquela imagem do Leonardo da Vin- tem havido matéria difícil a trabalhar, não sejas desde sempre um herói de a limpar, mas pronto, até reagiste com coisa, até faz confusão, parece que en- ção do equilíbrio interno, sim, porque volta a ver se reconhecias os teus que- ci, que é um homem com os braços e as Pinkboy & Philipp Jung (M.A.N.D.Y.) Zé Pedro Moura Rui Vargas Pan Sorbe & Rui Vargas Sexta 17 Sábado 18 Quinta 23 Sexta 24 N: 10 Julho 2009 página: 12 N: 10 Julho 2009 página: 13

MD5 Uma canção que Borrachos de Amadeo foi de guerras e holocaustos, ares e fogos. Ardem em verde soturno de Miss Dove dá-nos cinco daquelas ou Passarinhos (Valença do Minho) foi de morte e terror. Não pintou cenas velha de lenço que se inclina para mirar o para deixar o indicador dorido de gostaria de ter escrito As cabeças dessas, mas no seu território, que era o do chão que não mexe. Somos feitos de restos tanto clicar, apontar ou passar pá- 250 g de pão ralado indivíduo, há reflexos do que viria a ser o de cor, de fragmentos de luz, de algodões ginas. Tó Trips João Peste 50 g de açúcar futuro todo. Por isso a sua cabeça leva por de sombra e isso vê-se tão bem nas cabe- ooh I, I wish you could swim 1 colher de chá de canela título vanguarda. ças. Tanto risco e traço, tanta força e fra- — Jorge Colombo e a revista New Yorker wow Like the dolphins 5 a 6 ovos de Amadeo Sei de outra tela que leva um título queza. Moram casas nos rostos, mas nelas Já muitos links se colocaram por todo o ooh Like dolphins can swim óleo para fritar longo começado por promontório cabeça desembocam ruas e os quartos são praças lado, mas os desenhos que Jorge Colombo I feel bad, and I’ve felt worse Though nothing, João Paulo Cotrim índigo onde mora a perplexidade dos sen- com janelas para o chão e portas no tec- faz com o seu iphone e com a aplicação I’m a creep, yeah, I’m a jerk Nothing will keep us together Para a calda: tidos desfazendo-se sobre o ruído colorido to de cair para cima. Possuímos as mais “Brushes” merecem também esta menção We can beat them 5 dl de vinho verde branco Sabe a madrugada ventosa e terra adolescente, que esse exacto momento das coisas e dos números e das cores. As distintas e sanguíneas geometrias, as mais impressa em papel. Colombo é o autor de Come on Forever and ever 1 casca de limão húmida, a passeio sob os carvalhos e a ga- em que o olho se concentra num ponto, os orelhas são buracos de segurar para aba- díspares texturas, os mais loucos motivos, uma recente capa da revista New Yorker Touch me, I’m sick Oh, we can be Heroes 1 pau de canela lope de cavalo, Amadeo (1887-1918) sabe músculos se retêm para nos manter sus- nar, de pendurar nos muros das cidades triângulos e rectângulos de pano de pele – o desenho foi feito durante uma hora, Just for one day 250 g de açúcar a “A” maiúsculo com um “e” encolhido a pensos, prestes a, uma vez marcados com com que revestimos os cafés. As bocas crestado pelo sol dos pinhais, tecido pela em pé, perto do Madame Tussaud’s Wax wow querer acrescentar e mais e ainda e depois as tatuagens do combate, nos atirarmos fazem, uma após outra, aquele oh! redon- água e pelo trigo, pelas mãos dos salguei- Museum, em Times Square. A colaboração I won’t live long, and I’m full of rot I, I will be king Bate-se muito bem o pão ralado, o açúcar, e além disso. Segundo as leis da gravida- que a vida é toda para diante. Os galgos do e fatal do destino. Não gritam, pois isso ros dançando. São bulas de medicamento com a conceituada revista alargou-se, Gonna give you - girl - everything I got And you, a canela e os ovos, um a um, pois a de, devia o “e” descer pelas encostas do e as lebres, caçador e presa, estão ambos está reservado para os olhos, berlindes onde se misturam contra-indicações com e agora, JC faz um desenho por semana You will be queen quantidade depende do tamanho dos “A”, mas sobe a galope para ver o horizonte hipnotizados pelo momento adolescente que rodam sobre si e cruzam latitudes e composição e posologia, estamos para para a newyorker.com Touch me, I’m sick, yeah Though nothing ovos e também o grau de absorção do limpo e frio mal nasça o sol. Amadeo, “pin- da partida. Nunca uma cena parada teve longitudes, caindo nos degraus do inferno, aqui decompostos em cicatrizes e rugas e jorgecolombo.com Touch me, I’m sick Will drive them away pão. Frita-se a massa obtida em óleo bem tor avançado” ou “bizarro colorista”, sabe tanto movimento, eis a verdadeira natureza subindo ao farol do céu. Estamos rodeados esgares que devem ser tomadas de hora a — How Books Got Their Titles We can be Heroes quente com a ajuda de duas colheres. a começos, sabe de olhares primeiros e morta. Amadeo sabe a pontos de partida de lugares-tempestade e isso revela-se hora para curarmos o mal do século que Gary Dexter é um jornalista e autor que Come on baby, now come with me Just for one day À medida que se fritam, vão-se deitando soube descobrir cores alegres e sinistras. e a vida pintou-o como adolescente, no nas cabeças. Esta é litoral, ali outra que se ainda é nosso apesar de ter pertencido investiga as vidas e as obras de grandes If you don’t come We can be us os borrachos num tacho que se encontra Amadeo sabe bem. instante em que se erguia para se atirar. chama oceano e os nomes têm peso ain- a A, fosse de Almada ou Amadeo. Afinal, escritores. Uma das suas obsessões You’ll die alone Just for one day sobre o lume e onde está a ferver uma Quando ainda não sabia reconhecer Será a morte um segurança de museu? da que seja sem título. Esferas de mundos galgos e lebres subimos ao promontório do são as histórias por trás dos títulos de calda feita com o vinho, a casca de limão, os nomes recortei de um jornal a minúscu- Sou livre de pensar que os galgos pre- perdidos, tecidos bordados dos cinco con- A para melhor nos desfazermos. Atirando- grandes obras-primas. Que outros nomes wow I, I can remember o pau de canela e o açúcar. la reprodução da tela “Galgos”, da qual, por to-e-branco e as lebres riscadas começam tinentes, as cabeças soltaram-se e andam -nos para diante? teve “Guerra e Paz” de Tolstoi, que “The ooh Standing não saber de nomes, desconhecia a cele- a vislumbrar naquele instante a paisagem a rebolar pelos sítios recolhendo terras e Medium is the Massage” foi uma gralha na By the wall Os borrachos são servidos quentes ou bridade. Durante anos conservei por perto, de rostos e cabeças e máscaras com que capa que Marshall McLuhan acabou por I’m diseased, I don’t mind And the guns mornos dentro da calda em paredes e cadernos, aquele fragmento o pintor ilustrou a madrugada do século Amadeo, “pintor avançado” ou “bizarro deixar passar com agrado. O seu blog tem I’ll make you love me ‘till the day you die Shot above our heads amarelado onde vibravam cores por adivi- XX. E lhe adivinhou o corpo do dia, os mas- colorista”, sabe a começos, sabe de olhares mais de cem entradas. And we kissed nhar: o contraste preto e branco da aten- sacres da manhã como as violências da primeiros e soube descobrir cores alegres garydexter.blogspot.com Come on As though nothing could fall You’re talking 45 turns just as fast as you ção dos cães, a maquilhagem mascarada tarde e os horrores da noite, que o século e sinistras. Amadeo sabe bem. — “All That Glitters” Touch me, I’m sick And the shame can, yeah, I know it gets tired, but it’s bet- das lebres suspensas, as subtilezas das A bola de espelhos como presságio. Este ahhh Was on the other side ter when we pretend. montanhas, um laranja a prometer luz, as texto de Jennifer Allen na revista Frieze de Fuck me, I’m sick Oh, we can beat them massas do céu num verde que talvez seja Maio de 2009 estabelece uma teoria – a Forever and ever It comes apart, the way it does in bad films. azul a romper. Não sei agora quando a cor “mirror ball” como objecto que contém, Come on baby, now come with me Then we can be Heroes Except in parts, when the moral kicks in. me atingiu, mas lembro-me de ter passado de forma “mais concisa e global”, a teoria If you don’t come Just for one day não há muito uma pequena vida face a face de Guy Debord da “sociedade do espectá- You’ll die alone Though when we’re running out of the drugs com a cena a dois palmos do chão vencen- culo”. Do “culto da celebridade à imagem We can be Heroes (X3) and the conversation’s winding away. do o peso e a circunstância. Fui interrompi- digital”. Allen diz que já lá estava tudo e “Touch Me I’m Sick”, Mudhoney, 1988 Just for one day I wouldn’t trade one stupid decision do pelo segurança do museu. Desconheço que em vez de olhar para uma determina- We can be Heroes for another five years of lies. o que me atraiu na imagem do velho jor- da área de John Travolta, devia era ter-se We’re nothing nal, mas posso inventar: foi a suspensão. fixado na bola de espelhos, o verdadeiro Diogo Potes And nothing will help us You drop the first ten years just as fast as Nada há de mais prometedor, e portanto centro. Para concordar, descartar ou Father, father, come see what I’ve built Maybe we’re lying you can, and the next ten people who are aproveitar. Made civilization out of the Nile silt, Then you better not stay trying to be polite. frieze.com/issue/article/all_that_glitters Built your monuments out of my brother’s But we could be safer When you’re blowing eighty-five days in the — Polaroid bones, Exalted your words in flesh-bound Just for one day middle of France, Yeah, I know it gets tired Em Fevereiro de 2008, a Polaroid anunciou tomes only where are your friends tonight? o fim da produção da película instantânea. “Heroes”, , 1977 Supostamente durante este ano os stocks It’s hard enough being born in the first And to tell the truth. Nº 10 / Julho 2009 existentes vão findar. Mas aqui e ali pro- place, Who would ever want to be born Oh, this could be the last time. liferam fotógrafos que utilizam a polaroid again? It’s taken this long just to get to Lúcia Azevedo So here we go, like a sail’s force into the night Direcção: Manuel Reis (por exemplo para captar músicos) como this place, So what’s the point in ever That’s how it starts. complemento “retro-mas-hip” à fotografia being born again? We go back to your house. And if I made a fool, if I made a fool, if I made Sede: Av. Infante D. Henrique, Armazém A, digital. E deve dar um trabalhão, mas We check the charts, a fool on the road, there’s always this. Cais da Pedra a Sta. Apolónia, fazem scan e colocam em blogs como Papa, papa, come and watch me play And start to figure it out. And if I’m sewn into submission, 1950 – 376 Lisboa Gorilla vs. Bear ou Slap You in Public. The whole world before me I laid to waste I can still come home to this. T. 218820890 / F. 218820899 É o último sprint antes do fim? Built Jerusalem out of these hidden And if it’s crowded, all the better, blog.luxfragil.com gorillavsbear.blogspot.com worlds, But I won’t share it with the other because we know we’re gonna be up late. And with a face like a dad and a laughable luxfragil.com / [email protected] slapyouinpublic.com boys and girls But if you’re worried about the weather stand, you can sleep on the plane or review savepolaroid.com then you picked the wrong place to stay. what you said. Textos de: Anamar, André Teodósio, — The End of the Internet More embarrassed than I’d hope to admit, That’s how it starts. When you’re drunk and the kids leave im- Fernando Fernandes, Hugo Gonçalves, Há mais, mas esta é um verdadeiro The living embodiment of perfect. possible tasks you think over and over, Isilda Sanches, João Paulo Cotrim, clássico, se alguma vez se pode chamar A reversed Oedipal complex based on And so it starts. “hey, I’m finally dead.” Joaquim António Rocha, Maria Antónia “clássico” a uma página da internet. Toda power and not on the sex. You switch the engine on. Oliveira e António Néu, Pedro Pires, a gente já veio aqui parar e provavelmente We set controls for the heart of the sun, Oh, if the trip and the plan come apart in Pedro Rodrigues, Quim Albergaria, já há muitos anos, perdão, computadores Daddy, daddy, are you proud of me? one of the ways we show our age. your hand, you look contorted on yourself Ricardo Henriques e Susana Pomba. atrás. O fim é o princípio e blá blá blá... já I did it all for you because of what I believe your ridiculous prop. sabemos. Este é para aqueles que ainda The sins of he father carried out by the And if the sun comes up, if the sun comes You forgot what you meant when you read Editados por: Pedro Fradique e Fernando acham que estar ao computador é não son From Cain and Abel until the last living up, if the sun comes up and I still don’t what you said, and you always knew you Nunes. ter vida e que quem está muito tempo em life is done wanna stagger home. were tired, but then, where are your friends Design gráfico: Diogo Potes — Alva frente ao ecrã não vê a luz do dia nem lê Then it’s the memory of our betters that tonight? Design Studio livros. Pois deve ser. Again we stand slack-jawed As our fates are keeping us on our feet. Capa: Pedro Cabrita Reis www.shibumi.org/eoti.htm are moved by the hand of God Where are your friends tonight? (X2) Revisão: Marta Martins A God is what we see as we stare into his You spent the first five years trying to get If I could see all my friends tonight (X4) Impressão: M2 missdove.blogspot.com Papal eyes. with the plan, and the next five years trying Tiragem média: 7 000 ex. to be with your friends again. “All My Friends”, LCD Soundsystem, “Son the Father”, Fucked Up, 2008 2007 Magazino, José Rui Vargas & Rui DJ Al Belo & João Maria Carl Craig Murka Quinta 30 Sexta 31 Quinta 30 Sábado 1 N: 10 Julho 2009 página: 14 N: 10 Julho 2009 página: 15

aquando do aparecimento da televisão? E tro. Foi sendo feito de maneira egoísta no não estamos agora a ler muito mais (men- sentido em que, como atrás se referiu, só Ler, outra coisa sagens de texto, internet, ...) do que nos A última página? queríamos coisas que nos dissessem algo. anos 70 e 80? Mas também foi feito em regime comuni- Susana Pomba Na verdade, e é claro, esta será uma tário, ao acolher ideias, opiniões, críticas, outra maneira de ler. Os sinais circundam- Bem contadas devem ser mais de cento e cinquenta talentosas e generosas (e, consta, mal contactos e contributos vários de pessoas Da esquerda para a direita e em contínuo, de cima para baixo. Página a página, entre -nos. Os jornais discutem a sua existência páginas onde couberam muitas dezenas de milhares pagas) que partilharam uma (vaga) ideia que prezamos, mesmo aquelas que não as mãos. Costumava ser assim, mas hoje com a proliferação de novos suportes de em papel, arranjam maneiras de facilitar, de caracteres (e múltiplos caracteres). Mas nem sequer e lhe deram forma. Nós, editores-pesca- conhecemos bem; todos importantes, nem leitura, o acto de ler tem cada vez menos um princípio, meio e fim. Não há tempo para resumindo o conteúdo numa frase, para é uma questão de quantidade. Se tudo aconteceu nos dores (e perdoe-se a falta de melhor ima- todos fáceis de explicar agora. contemplações. É preciso velocidade. O título e esta “intro” estão garantidos... aqueles que nem folheiam tudo (“article últimos meses, eis a pausa auto contemplativa antes da gem), limitámo-nos a lançar as redes e a Acima de tudo, foi sendo feito e distri- skimmers”), entre muitas outras reformu- metamorfose. gerir prosa e páginas de peixe graúdo, da buído, como bem comum. Para, tal como Estas primeiras linhas também, qua- está-a-irritar-e-agora-o-que-é-que-eu-vou- intuito original. Mas do que é que eu estava lações neste momento a ser experimenta- mais alta frescura e qualidade, que para o Lux, ser fruído e partilhado. E para ser se de certeza. Acontece muitas vezes ir pôr? Pois. Mas isto sou eu, porque cada mesmo à procura? Neste caso, parece-me das. Os jornais em papel estão em árdua Na última página do primeiro número, de coisas de sempre. Coisas parvas e coi- lá saltou; à mistura com vários tesouros e lido: na varanda ou na fila para o bengalei- facilmente por aqui fora e ler mais uma um tem as suas manias. não haver nada como a old school, literal- competição com as suas próprias páginas num texto com o título “A primeira página”, sas sérias. Mentiras e verdades. Ficção e algumas criaturas insólitas. Os verdadeiros ro, na ressaca do dia seguinte ou a meio da ou duas linhas de texto, seguido, de forma Mas o que realmente me preocupa é mente. Perguntar a um professor enten- web, ou com outras melhores, e cada vez tentávamos explicar a inexistência do Es- realidade, prosa e poesia, à mistura com responsáveis pela qualidade da faina têm semana de trabalho, na casa de banho ou contínua. É o princípio, está bem no topo a falta de concentração. Tenho inveja, sem dido que nos dá capítulos específicos de mais parecidos com elas. tatuto Editorial da praxe na publicação que algumas sugestões de tempero, existencial nomes (e heterónimos) que queremos re- no café, no táxi de madrugada ou no metro da página, abaixo dos headers. Depois, se medidas, e vergonha nenhuma de o dizer, livros e meia dúzia de links certeiros. São E ao mesmo tempo, a comunidade li- então nascia (todos os itálicos neste tex- ou culinário, regado de questões, retóricas petir: Ana Garcia Martins, Anamar, André ao fim do dia. E as pessoas leram. Eco- calhar, dou uma olhadela no lado esquerdo das pessoas que depreendo terem altíssi- estes que temos de ler, são estes que nos terária discute avidamente o fim do livro, to são citações dessa “primeira página”). ou sentidas. Teodósio, Artur Soares da Silva, Catarina mentaram, criticaram, elogiaram, falaram, da coluna, primeiras palavras, aqui e ali, e mo poder de concentração – pessoas que levam aos sítios certos na continuação do “como o conhecemos”, com o apareci- Remetia-se quem então o procurasse para É muito mais simples do que parece. Portas, Fernando Fernandes, Fernando estranharam, reagiram. E levaram todos os leio mais um bocadinho na horizontal, por- lêem um livro de mais de 300 páginas por estudo. Toca a imprimir e a fechar, com vi- mento de gadgets como o Kindle ou o Sony a capa. Aí, do “lado direito do cabeçalho”, Apenas procurámos pessoas que escreves- Pinto do Amaral, Hugo Gonçalves, Isilda que existiam. Por isso, e para poder sair de que até me interessa. Se não andei com o semana, no mínimo. Por mais que faça re- gor, os aparelhos circundantes. Reader, que contêm centenas de clássicos numa frase com cinco palavras, estava tudo sem textos que tivéssemos vontade de ler. Sanches, João Botelho, João Paulo Cotrim, Lisboa e de Portugal, passou a (e permane- rato antes, faço-o agora e os meus olhos gime intensivo entre metro, tempos de es- Foi num desses textos que vi a refe- logo na compra, sendo depois possível ad- dito. Citando uma entrevista do “inimitável Textos que nos dessem gozo, porque nos João Tordo, Joaquim António Rocha, José ce em) versão blog (blog.luxfragil.com). Já fazem uma vertical, pela esquerda, pelo pera, horas de almoço, ou ao deitar, nunca rência a um estudo chamado “F-Shape Pat- quirir, com um clique no próprio objecto, e visionário Amadeo”, anunciávamos e as- divertiam ou nos surpreendiam, nos faziam Belo, José Maria Vieira Mendes, Maria An- agora, saibam que também se pode folhear resto do conteúdo. “Marcam-se” palavras, consigo atingir essa meta. Da mesma ma- tern for Reading Web Content”. Realizado a qualquer outro novo e apetecível sucesso sumíamos que “a nossa vida é toda para pensar, nos inquietavam e, às vezes, até tónia Oliveira & António Néu, Mário Lopes, online (em www.luxfragil.com) numa (boni- que é como quem diz, lêem-se palavras neira que não consigo ler um texto impor- 232 utilizadores em centenas de páginas, do momento (os aparelhos são comprados diante”. É nisso que acreditamos, com a nos comoviam. Ou nos despertavam e es- Nelson Guerreiro, Pedro Gomes, Pedro Pi- ta) aplicação feita de propósito pelo Patrick soltas do texto que nos parecem chave e tante sem fazer save para PDF, e imprimir o estudo concluiu que na generalidade as mas ainda não se sabe se são muito utiliza- mesma fúria, dez números e cento e vin- timulavam a curiosidade para coisas novas res (aka sr. peppas), Pedro Rodrigues (aka Goor (também responsável pelo layout do pequenos conjuntos de palavras para obter em papel, utilizando os dois lados da folha, cobaias liam em forma de F (“F for fast”, di- dos para ler...). Este é um “fim” que nunca te e quatro páginas depois. Mas o número que valem a pena e merecem atenção. So- Peterman), Quim Albergaria (aka Quimpos- blog). um bocadinho mais de sentido. É preciso para não me sentir muito mal (e eco-frien- zem eles) ao longo da página, às vezes em antes assim tinha sido anunciado – se pen- 10 fecha um ciclo e, só por isso, apetece bretudo quando envolvem música que nos tor), Ricardo Henriques (aka Bacharel Paiva Todos, mas todos os nomeados, aju- ser rápido e eficiente. dly o suficiente). E de usar uma caneta e E, mas quase nenhum lia de forma exausti- sarmos bem, o objecto livro existe, basica- abrandar um instante para olhar para trás faz mexer, com pés e cabeça. Aliás, essa é Boléo), Rui Vargas, Susana Pomba (aka daram a tornar real um jornal convictamen- Ah, já percebi, isto deve ser... Há mais, me recostar no sofá “muito concentrada” a va o conteúdo. mente desta maneira, tinta sobre papel + por cima do ombro e recapitular – sem vai- a melhor parte disto tudo: as pessoas. As Miss Dove), Tiago Manaia, Vítor Belancia- te urgente mesmo se necessariamente efé- espera, tem um vídeo, quanto tempo tem? ler umas miseráveis folhas A4 com os seus Senti-me culpada ao ler este estudo, capa, desde a sua invenção... dade mas com gozo e orgulho – parte do que escreveram a partir do nosso desafio e no, Zé Moura e Zé Pedro Moura. Uns mais mero. Decretamos hibernação editorial an- Agora não. E a foto dele, então é este gajo. cerca de 20 000 mil caracteres. E claro, o é exactamente isso que faço todos os dias, Mas quando a tag line do site america- que foi impresso nos últimos dez meses. as que leram. Porque afinal — e foi mesmo assíduos, outros menos. A todos o Conse- tes do número capicua pela mesma razão Estes links têm ar de serem bons, pronto é gesto simples que envolve um braço e uma foi exactamente isso que descrevi no iní- no “The Daily Beast”, editado por Tina Bro- Foi em Outubro (depois de um número bom percebê-lo — existiam pessoas com lho Editorial estará eternamente grato. Já evocada no debute de “A primeira página”: só para o site oficial. Que chatice estes gifs mão que pegam num comando preto que cio deste texto, foi exactamente isso que wn (ex-Vanity Fair, ex-New Yorker, ex-Talk) 0 feito de excertos de dezanove edições de vontade de ler aquilo que tínhamos para agora, e só para quem nunca passou os a de estarmos “condenados a viver o futu- animados e pop-ups, adeus. Ui, espera lá, está ali ao lado e que serve para desligar James Bowman, o autor de “Is Stupid é “read this skip that”, alguma coisa está Blah Blah Blah e de um convite para uma publicar. Pessoas que, tal como nós, esta- olhos pela ficha técnica, não saem daqui ro. Sentindo, questionando e saboreando o isto interessa-me. E pronto, já não estamos o aparelho, requer a força de vontade de Making Us Google?” declarou que iria acon- realmente a acontecer. festa) que, para marcar dez anos de Lux, se vam e estão à procura. Procurando mais sem saber que há uma dose extra de gra- presente — e celebrando o passado — mas nesta página, abrimos outra tab, retoma- uma irmã fechada num convento, ou de um tecer, logo que acabou de descrever no seu Longe de mim dissertar sobre os ma- transformaram os flyers mutantes, feitos a intensidade do que a unanimidade. Ad- tidão para quem, connosco, mês a mês, com absoluta e genuína vontade de entrar mos a “leitura”. Ler a totalidade de uma pá- prisioneiro a manter a sua sanidade entre texto o estudo “F-Shape Pattern”, como eu les da internet, sou viciada, dependente, fanzine, feitos revista, num jornal: este, o mitimos que, num tempo de links infinitos desenhou e paginou o jornal (o Diogo Po- no que está a diante”, permanecendo agar- gina digital, quanto mais se contiver muito quatro paredes. É muito mais fácil ir fazer fiz agora. Aconteceu-vos o mesmo? quero ver tudo, saber, guardar, aprender, jornal Lux Frágil, mesmo que, internamen- para leituras fugazes em cadência zapping tes) e quem não só reviu e corrigiu como, rados à mesmas certezas simples e since- texto, quase nunca acontece. “show 11 new posts” no Facebook ou res- Este texto de Bowman é uma resposta e já me surpreendo a ver conferências de te, se continue a optar pelo termo pasquim (há um texto sobre isto na página ao lado), tantas vezes, co-editou os textos (a Marta ras: vale a pena acreditar na inteligência, Comecei a notar que a forma errática ponder a um sonzinho minúsculo que dá si- a um outro, que, pelo seu título apelativo, uma hora sobre a nova sensação da Goo- (adicionando-lhe amiúde o termo anarca). conseguir a captar a atenção (e manter o Martins). vale a pena cultivar a descoberta. É isso como lia páginas na internet não podia já nal de que temos, claro, de responder a um causou, pelo que me apercebi, uma certa gle que ainda só está em fase de test-drive. Na altura, tal como agora, não sabíamos interesse) com textos longos e duas cores, Começou, e pretendia ser, um jornal que torna tão essencial o tempo que está ser assim tão aleatória. Alguma parte des- amigo. E se for uma coisa importante? polémica nos circuitos mais dedicados E acordar o rato e afastar o screensaver é nada excepto duas ou três coisas muito nos deixou bem dispostos. só com letras. Até com “letras de canções”, para a frente. Como é? O que vem a seguir? ta prática deve ser um sistema. De tab em Será que esta falta de atenção não é a estas matérias. “Is Google Making Us mesmo, agora com alguma vergonha de simples e sinceras. Afinal, o que é, pode, Não levarão por isso a mal se gas- escolhidas por pessoas de quem gostamos Está ali. A seguir a isto. Lá iremos. Venham tab, passo os olhos rapidamente perceben- a mesma que tinha aos 16 anos, por tantas Stupid?” de Nicholas Carr, é um texto que admiti-lo, a primeira coisa que faço quando ou deve ser o jornal de uma discoteca-bar- tar alguns caracteres com aqueles que (e a quem também agradecemos). Mesmo connosco. do o conteúdo apresentado – seja texto, razões diferentes? Será que as mais de 12 descreve as preocupações do autor no que me levanto da cama, muitas vezes mesmo sala-de-espectáculos-acrescentem-o-que- connosco conspiraram mês a mês. Uma assim, lá para meio do caminho, apareceu imagem, vídeo, som, tudo. Faço refresh, horas (não sei se é uma média, contei com diz respeito ao que a internet está a fazer antes de qualquer outra necessidade bási- quiserem? Ainda não sabemos, nem que- conspiração meio esquizofrénica, meio a imagem. Primeiro na capa — por isso, Conselho Editorial abro, clico, salvo, recolho informação para os dedos das mãos) que passo ao compu- aos nossos cérebros, e como hoje em dia, ca. E revelo este pedaço de informação não remos saber. Queremos fazer. E fazemos. abstracta, feita de vontades e escritas bem obrigado também à Ana Jotta, ao Vasco o desktop. Tenho medo de perder coisas tador num dia de trabalho normal estão a ler um livro, no sentido tradicional – o que porque precise de o exorcizar, mas porque Para falar de música, de músicos, de DJs, distintas mesmo se atravessadas por qual- Araújo, ao Pedro Barateiro, à Ana Vidigal e deixo as janelas abertas muito tempo fazer alguma coisa ao meu cérebro? Carr chama de “deep reading” – parece acredito que não sou, de todo, a única. de noite, de dança. De coisas de agora e quer coisa comum e inominável. Pessoas e ao Pedro Cabrita Reis — depois lá den- (dias), ou semanalmente vou fazendo book- Pedi ajuda a um professor, um espe- cada vez mais uma impossibilidade. Ao E se calhar é por aqui que temos de marks arrastando para as diversas pastas cialista na matéria. Usar o Google (já não longo da prosa o pânico aumenta consi- começar a pensar, e estar muito atentos. na barra do browser. Para mais tarde lá falo da Wikipédia que é veneno) e o twit- deravelmente. Segundo Carr, até para os E dito isto pergunto-me: alguém percorreu ir ler com muita atenção. Isto já para não ter, desculpem, não é fazer corta-mato, é “literary types” (seus amigos) ler de forma estes caracteres todos sem fazer skimming, falar das múltiplas vezes que saio para ir embrulharmo-nos num sem número de ho- “profunda” se tornou difícil. sem interrupções longas ou sem saltar lar- espreitar outros softwares de utilidade ex- ras de cliques e, logo, de um sem número A discussão continua de link em link. gos bocados de texto? trema, como, a título de exemplo, o Itunes, de páginas que abrimos e que nos levam a Colocam-se inúmeros problemas: mas não que serve para trocar-esta-música-que-me- outras, que já não têm nada que ver com o tínhamos já levantado a questão da leitura Residencial Rui Vargas

AROUND THE HOUSE 7 discos para a lida da casa *

Segunda-feira: Quarta-feira: Sexta-feira: Domingo: Burt Bacharach Vários Vários Vários “The Best Of ...” (A&M) “Inflight Entertainment” “Pulp Fiction” “Mellow Mellow” (Harmless) (Deram) Music From The Motion Terça-feira: Picture (MCA) Ella Fitzgerald Quinta-feira: “The Cole Porter The B-52’s Sábado: Songbook” (Verve) “The B-52’s” Greg Wilson “Credit To The Edit

Volume One” * usar com moderação

Leonaldo de Pinkboy & Rui Vargas & DJ Vibe Yen Sung Almeida Tiago & Kaos Rui Vargas Pan Sorbe Zé Pedro Moura dexter & Henriq Sexta 07 — AGOSTO 09 Sábado 08 — AGOSTO 09 Sexta 14 — AGOSTO 09 Sábado 15 — AGOSTO 09 Sexta 28 — AGOSTO 09 Sexta 14 — AGOSTO 09 Sexta 21 — AGOSTO 09 Sábado22 — AGOSTO 09 Pedro Cabrita Reis — 23 Junho 2009