EM BUSCA DO ENTROSAMENTO ENTRE EQUILIBRIO FINANCEIRO E EFICIENCIA DESPORTIVA: ESTUDO COMPARATIVO DE CLUBES BRASILEIROS DE FUTEBOL.

Autoria: Jardel Teti Barros, Valéria Alves Martins

RESUMO: Esse estudo, de caráter exploratório, tem por intuito avaliar e comparar a vertente contábil dos clubes brasileiros de futebol no tocante de sua estrutura financeira, liquidez e rentabilidade. O estudo consiste em pesquisa quantitativa compreendendo revisão bibliográfica sobre as temáticas relevantes da contabilidade geral como instrumento para a tomada de decisão através dos quocientes de rentabilidade, liquidez e de estrutura financeira e na literatura sobre a gestão esportiva tendo como enfoque central as organizações desportivas voltadas para o fornecimento da oferta do futebol profissional tendo, também o desenvolvimento de um estudo multicaso comparativo com treze clubes brasileiros: São Paulo Futebol Clube, Santos Futebol Clube, Sport Clube Corinthians Paulista, Clube de Regatas do Flamengo, Clube de Regatas Vasco da Gama, Fluminense Football Club, Clube Atlético Mineiro, , Sport Club Internacional, Clube Náutico Capibaribe, Coritiba Foot Ball Club, Grêmio Recreativo Barueri e Clube Atlético Paranaense. Os dados financeiros foram colectados por meio da divulgação eletrônica, via site oficial dos clubes pesquisados, dos documentos contábeis, nomeadamente, o balanço patrimonial e o demonstrativo de resultado dos exercícios nos últimos três anos fiscais (2006-2008), tal como exige o estatuto do torcedor. Assim, os clubes Sociedade Esportiva Palmeiras, Grêmio Football Porto Alegrense e Botafogo de Futebol e Regatas não foram contemplados no estudo porque até a data do levantamento dos dados, os clubes não publicaram em seu site oficial os documentos contábeis conforme exige o estatuto do torcedor. Do mesmo modo, não foram encontrados os balanços patrimoniais no exercício fiscal de 2006 do Clube Náutico Capibaribe e do Grêmio Recreativo Barueri; e o demonstrativo de resultado do exercício fiscal de 2006 do Sport Club Corinthians Paulista. Foi identificado, por um lado, que a maioria dos clubes possui um desequilíbrio financeiro principalmente no que tange aos seus indicadores de rentabilidade e liquidez, sobretudo nos clubes do que obteram os piores desempenho em relação aos outros clubes pesquisados acumulando nos últimos anos fiscais elevados prejuízos. Por outro lado, o Grêmio Recreativo Barueri foi o clube que melhor desempenho entre os pesquisados apresentando uma alta liquidez e rentabilidade, sobretudo no ano fiscal de 2008, porém, o clube é o que possui a estrutura física patrimonial mais enxuta entre todos os clubes estudados, com menor história e menor tradição desportiva no futebol profissional. Acredita-se que o estudo exerça uma contribuição científica para o desenvolvimento na gestão esportiva face os desafios da organização dos Jogos Olímpicos, Rio de Janeiro 2016, e a Copa do Mundo de Futebol de 2014, e na gestão dos clubes esportivos brasileiros face a competitividade e a dinâmica atual do futebol profissional.

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1) INTRODUÇÃO. Clubes da elite do futebol europeu estão sob pressão para renovar seus patrocínios de camisa para a próxima temporada, em meio a crise económica global (REUTERS Brasil, 2009). Segundo, Brooks (2009) a penúria financeira vivenciada no ano de 2009 fazem com que as empresas busquem maneiras de cortar custos e os patrocínios às camisas de futebol e aos eventos esportivos parecem ser o meio mais natural e fácil para atingir seus objectivos. Assim, temos visto grandes clubes do futebol mundial desfazer-se de patrocinadores, que outrora eram altamente lucrativos, em troca de acordos comerciais com menor vantagem a saúde financeira dos clubes. Em 2009, a seguradora americana AIG anunciou formalmente que abandonará o patrocínio na camisa de um dos principais clubes do mundo: o Manchester United (HORNE, 2009). Um ano antes, o golfista Tiger Woods perdeu o patrocínio de cinco empresas, que por sua vez, também eram patrocinadores especiais do Comité Olímpico Internacional (HORNE, 2009). De modo mais específico ao futebol profissional, constatou-se em diversos clubes do futebol europeu o grave impacto da crise económica nos contratos de patrocínios, na receita com bilheteria e nos direitos televisivos. Uma vez que, ao nível europeu, os clubes são considerados como empresas e, em sua grande maioria com ações negociadas nas principais bolsas europeias, essas circunstâncias que afetam diretamente a saúde financeira das organizões podem contribuir para a sua falência. De acordo com o periódico Futebol Finance (2009), a sociedade anónima desportiva do Valência Club Football, acumula uma dívida superior a 500 milhões de euros e é considerado um dos clubes mais endividados do planeta. Segundo a reportagem, o enorme valor da dívida advém dos custos de construção de um novo estádio, e no investimento na aquisição de atletas nas últimas cinco temporadas. Para além do Valência, o periódico constatou que a maioria dos clubes da Liga principal espanhola sofreram com a crise económica globa tendo 17 clubes dos 20 participantes da Liga Principal com condições financeiras difíceis. Os gigantes Real Madrid e Barcelona que, tradicionalmente fazem grandes investimentos em atletas, estão entre eles com dívidas de 400 milhoes e 190 milhoes de euros, respectivamente. Para além disso seis clubes recorreram ao apoio financeiro do governo espanhol, através da Ley Concursal. Em Portugal, em que não há a existência de uma linha de crédito para os clubes desportivos, os clubes com gravíssimos problemas financeiros muitas das vezes necessitam vender os seus ativos patrimoniais ou, em casos mais drásticos, o encerramento das operações. Foi, justamente, este o destino do Futebol Clube Alverca e do Sport Comércio Salgueiros, que chegaram a disputar a primeira divisão do campeonato nacional, encerraram suas operações e reabriram com outra personalidade jurídica. Nesse sentido, tal como as empresas do comércio tradicional os clubes desportivos também são obrigados a lidar com a escassez de recursos, sobretudo, os recursos financeiros. De acordo com Hall e Lieberman (2003) o princípio da economia advém justamente sobre a capacidade das organizações em realizar escolhas sob a condição impreterível de escassez. Segundo o autor, a escassez nas organizações consiste numa situação em que a quantidade disponível de um recurso não é suficiente para satisfazer o desejo de consumo. Assim, “a escassez desses recursos causa a escassez de todos os bens e serviços produzidos” (HALL e LIEBERMAN, 2003:3). Pindyck e Rubenfeld (1994) argumentam que é justamente na escassez dos recursos disponíveis que fundamentam o problema da riqueza uma vez que não existe a condição de riqueza ilimitada para todos e, portanto, a teoria económica busca explicar o que deve ser feito para minimizar o problema encontrado a partir da condição impreterível de escassez.

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Face a problemática da escassez dos recursos financeiros nos clubes desportivos de futebol, o presente estudo possui como objectivo avaliar o equilíbrio financeiro das organizações desportivas que detém o futebol profissional como seu core-business. Para tanto, utilizamo-nos de um estudo exploratório e comparativo com treze clubes do futebol brasileiro e mais cinco clubes do futebol português. Deste modo foi adotado como mecanismo de análise os princípios de administração financeira, económica e contabíl sobre as organizações.

2) ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA, ECONOMICA E CONTÁBIL.

Segundo Zorzo (2010), a análise financeira constitui na aplicação de um raciocínio analítico dedutivo sobre os valores dos elementos patrimoniais, expressos nas demonstrações contábeis de uma entidade, com a finalidade de conseguir uma avaliação econômico- financeira da sua situação e do andamento das suas operações. O objetivo geral é obter elementos para o processo de avaliação da continuidade financeira e operacional da entidade analisada. O autor argumenta que o uso da contabilidade gerencial fornece informações para as tomadas de decisão da administração que, por sua vez, irão fundamentar as ações para atingir os objetivos organizacionais da empresa. Assim, o objetivo da contabilidade como um todo é fornecer informações para que os usuários, internos ou externos, possam decidir qual o melhor caminho que deverão tomar. Nesse sentido, Gitman (2006) indica que o documento contábil mais completo para a avaliação financeira de uma entidade é o balanço patrimonial. De acordo com o autor, o balanço patrimonial compreende numa demonstração sintética da posição financeira de uma organização em um dado momento porque é capaz de confrontar os ativos da empresa com suas fontes de financiamento advindos de capital de terceiros, também denominado passivo, e o patrimonio líquido. Matarazo (1998) explica que tanto por parte dos ativos – conjunto de bens e direitos detidos pela organização – quanto por parte dos passivos, isso é, suas obrigações, deverão sofrer uma classificação entre curto e longo-prazo conforme seu período de conversão. Os direitos e obrigações de curto prazo, também chamados de ativos ou passivos circulantes, caracterizam-se por deterem um período de conversão inferior de um ano enquanto os de longo prazo caracterizam-se por deterem um período de conversão superior a um ano. Dessa maneira, os ativos e passivos devem ser listados dos mais líquidos até os menos líquidos, primeiramente os exigíveis e realizáveis em longo-prazo e depois os itens permanentes imobilizados ou patrimonio líquido. Para a avaliação dos dados fornecidos pelo balanço patrimonial, Zorzo (2010) sugere que seja adotado um sistema de indicadores apurados à partir de cálculos matemáticos advindos de valores extraídos do balanço patrimonial para avaliação dos aspectos patrimoniais, financeiros, de rentabilidade, giro e dentre outros. Segundo Gitman (2006) o objetivo fundamental desses índices é o de reduzir um conjunto de dados para evidenciar a posição da empresa de forma estática a fim de buscar uma análise da situação da empresa. O autor sugere a classificação dos indicadores financeiros em três grupos: Indice de estrutura e endividamento; índice de liquidez; e índice de rentabilidade ou lucratividade.

2.1 ) Indicadores de estrutura e endividamento Segundo Zorzo (2010), o índice de estrutura e endividamento mostra a proporção existente entre o capital próprio e o capital de terceiros. Nesse sentido, há melhores condições para avaliar a proporção dos investimentos entre proprietários ou terceiros por meio de quatro índices.

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O Capital circulante liquido ou de giro liquido (CCL), advém da diferença entre seu ativo circulante e seu passivo circulante. Assim, quando o capital circulante líquido for positivo significa que a empresa detém condições financeiras viáveis no curto prazo para quitar suas dívidas do passivo circulante. Desse modo, quando o capital circulante for negativo as obrigações de curto prazo serão maiores do que os bens e direitos realizáveis no curto prazo, demonstrando que a organização está financiando parte de seus ativos permanentes com a utilização de recursos a curto prazo. O Quociente de participação de capital de terceiros (PCT) é calculado a partir do quociente entre a somatória do total do passivo circulante e do exigível em longo prazo com o total do patrimônio líquido, o indicador revela a proporção existente entre capital de terceiros e capital próprio, isto é, quanto a empresa está utilizando capital de terceiro para cada unidade monetária do capital próprio. Assim, quando o grau de endividamento mostrado por este quociente for elevado, a empresa encontrará dificuldade para a obtenção de empréstimos bancários e outros financiamentos porque serão poucas as garantias disponíveis para oferecer em troca. Portanto, quanto menor for o quociente de participação de capital de terceiros melhor será para a empresa. A Composição do endividamento (CE) é o indicador calculado a partir do quociente entre o passivo circulante com a somatória do passivo circulante e o exigível em longo prazo, revelando a proporção existente entre as obrigações de curto prazo em relação às obrigações totais da entidade. Nesse sentido, o quociente constitui em quanto a empresa terá de pagar em curto prazo para cada unidade monetária do total das suas obrigações. Portanto, quanto menor for este índice melhor será para a organização porque haverá maiores prazos para saldar as dívidas. A imobilização do Património Líquido (IPL) é o índice de imobilização do património líquido revela qual a proporção do patrimônio líquido utilizada para financiar a compra do ativo permanente, isto é, quanto a empresa imobilizou no seu ativo para cada unidade monetária do patrimônio líquido, apresentado a existência ou não do capital circulante próprio. Assim, o índice calculado pelo quociente entre ativo permanente e património líquido evidencia o nível de dependência de capital de terceiros para financiar o seu ativo circulante. Logo, quanto menor o indicador melhor para a empresa porque se todo o patrimônio líquido for utilizado para financiar o ativo permanente, significará que todo o AC foi financiado com recursos de terceiros, apresentando uma situação desfavorável. 2.2) Índices de liquidez O resultado desse conjunto de indicadores apresenta o grau de solvência das organizações oriundos da existência ou não de uma solidez financeira que garanta o pagamento de obrigações contraídas com terceiros de modo a demonstrar qual a proporção entre os investimentos efetuados pela organização em relação aos capitais de terceiros. Assim, os indicadores de liquidez são compostos por quatro índices à saber: O índice de solvência geral (ISG) é calculado a partir do quociente entre o ativo total e o capital de terceiros, isso é, a somatória entre o passivo circulante e as obrigações exigíveis a longo prazo. Dessa maneira, quanto maior o indicador encontrado, melhor para a organização porque isto significa que há capacidade de pagamento em honrar suas dívidas tomando como base todo o seu ativo. O índice de liquidez geral (ILG) consiste no quociente entre os recursos aplicados no ativo circulante e no realizável a longo prazo, isso é, os direitos a receber por parte da organização cujo prazo é superior a um ano; com as obrigações totais de curto e longo prazo. Dessa maneira, o indicador quando igual ou superior a 1, melhor para a organização porque isso significa que há condições financeiras suficientes para pagar as obrigações representando assim quanto a empresa possui de ativo circulante e longo prazo para cada unidade monetária 4

de obrigações à pagar. Logo, quando o quociente for igual ou superior a um, pode-se afirmar que a empresa encontra-se em condições de pagar todas as obrigações. O índice de liquidez corrente é oriundo do quociente entre o ativo circulante e o passivo circulante visando revelar o nível da capacidade financeira da organização em cumprir as suas obrigações no curto prazo, isto é, quanto a empresa tem de ativo circulante para cada unidade monetária do passivo circulante. Logo, quanto maior o indicador melhor para a organização. Já o índice de liquidez imediata é calculado a partir do quociente entre as disponibilidades, isso é, todo o montante financeiro que a empresa possui em caixa e em banco com o total do passivo circulante. O resultado deste quociente revela a capacidade de liquidez imediata da empresa para saldar seus compromissos de curto prazo; isto é quanto a empresa possui de dinheiro em caixa, nos bancos e aplicações de liquidez imediata para cada unidade monetária de dívida em curto prazo. Portanto, quanto maior o índice melhor a capacidade financeira para saldar suas dívidas mais emergentes.

2.3) Índices de rentabilidade.

O conjunto de indicadores de rentabilidade visam medir a capacidade econômica da empresa, avaliando o desempenho financeiro obtido pelo capital investido na organização através contas de resultado. Assim, os índices de rentabilidade são compostos por quatro índices à saber: O Giro do ativo (GA) advém do quociente entre as receitas líquidas do clube e o ativo do total da organização. Nesse sentido, o indicador demonstra qual a relação existente entre o total das receitas e os investimentos efetuados na empresa, logo, quanto maior for melhor para a organização porque, com isso, há indícios que a entidade está tendo lucro suficiente para cobrir todas as suas despesas e ainda investir no seu ativo. Matarazzo (1998) argumenta que o indicador do giro do ativo é um dos mais relevantes para a atividade organizacional uma vez que é capaz de demonstrar a eficiência com que a administração utilizou seus ativos para gerar receita, ou seja, a velocidade com que o investimento total se transforma em receitas. A margem líquida (ML) apresenta a margem de lucratividade obtida pela organização em relação com ao seu volume de receitras, demonstrando dessa maneira o quanto a entidade obteve de lucro líquido para cada unidade monetária de receita. Portanto, quanto maior o valor da margem melhor para a empresa. Gitman (2006) defende que a margem líquida pode ser considerada a medida de sucesso da empresa, pois a margem de lucro líquido indica qual o percentual da receita operacional líquida que restou após a dedução de custos, despesas, impostos e juros. A rentabilidade / retorno do ativo (RA) é o indicador faz o cálculo a partir do lucro líquido apurado no exercício fiscal em função do ativo total da organização. Nesse sentido, o quociente encontrado evidencia o potencial de lucros por parte da organização avaliada e, quanto maior for maior o quociente maior também será a sua lucratividade em relação aos seus investimentos totais. A Rentabilidade / Retorno do património líquido (RPL) é o quociente entre o lucro líquido e o património líquido da organização que revela qual foi a taxa de rentabilidade obtida por meio do capital próprio investido na empresa, isso é, quanto a organização ganhou de lucro líquido para cada unidade monetária do capital próprio investido. Desse modo, quanto maior o valor do quociente melhor desempenho para a organização.

Podemos concluir que a contabilidade gerencial visa mostrar, com base nas informações contábeis/financeiras, a posição econômico-financeira atual da empresa, a fim de que a administração possa tomar as decisões operacionais necessárias. 5

3) GESTÃO ESPORTIVA EM CLUBES. A história do esporte moderno sobretudo do futebol é caracterizada por Proni (1998) como um espetáculo alvo de mercantilização. Dessa maneira, a atividade lúdica do desporto foi moldada para uma espécie de produto que visa satisfazer as necessidades de seus potenciais consumidores, isso é, os torcedores e adeptos da competitividade desportiva e/ou modalidade desportiva em questão. Rein, Kotler e Shields (2008) vão mais além e afirmam que toda opção de entretenimento que dispute o mesmo tempo de lazer e o mesmo dólar de um americano, é considerado uma ameaça potencial as organizações desportivas, logo, segundo os autores, assistir a filmes, concertos musicais, teatros, viagens, churrascos com amigos e programas familiares constituem um produto substituto do desporto. Deste modo, o setor esportivo, como qualquer outro setor da economia, necessita da capacidade de planejamento e da necessidade de uma gestão eficiente e eficaz. Nesse sentido, Santos (2001, p.60) argumenta que “a definição de objectivos é o elemento pelo qual a gestão estratégica nos permitem esclarecer onde se quer chegar e como avaliar se o clube está a atingir esses mesmos objectivos”. No entanto, Morgan & Summers (2008) sugerem que os objectivos estratégicos adotados pelas organizações esportivas, dentre eles os clubes, devem cingir-se aos seguintes critérios: específicos, mensuráveis, atingíveis, realistas e com tempo específico; com isto colaboram para que a organização atinja mais facilmente a sua missão institucional. Rein, Kotler e Shields (2008) defendem que os objectivos estratégicos acabam por promover o reforço das principais competências da organização para a geração de vantagem competitiva, logo, quando explicitados com clareza no ambiente organizacional, esses objectivos passam a ser encarados como ferramentas de múltiplas finalidades na avaliação de desempenho dos colaboradores, no controlo das actividades organizacionais, na coordenação de trabalho. Pires (2007) indica que os clubes desportivos poderão adotar uma postura mais económica e menos voltada ao associativismo desportivo, ou, mais destinada para a oferta desportiva como elemento de inclusão social. Por esta vertente, Araújo (1984) defende que os clubes desportivos devem assumir uma resposta social às necessidades das populações no domínio da atividade física, isso é, a constituição de um clube desportivo deveria ser uma alternativa solução para o desenvolvimento da qualidade de vida. Nesse sentido, Constantino (1998, p.43) faz a seguinte reflexão: “o clube deve agir como um suplemento de vida que se oferece a um bairro, a uma população, a uma região para reforçar as identidades locais ou regionais por meio de integração social de solidariedade humana”. Em contraponto, Caramez (2000) observa que a prática desportiva desenvolvida pelos clubes, cujo desporto centrado na competição é o vértice, apresenta uma estrutura pouco adaptada à mudança tornando-se um “modelo fortemente elitista e restrito, em termos de exigências físicas dos próprios atletas, coloca limitações à participação desportiva de todos aqueles que não procuram a excelência, mas apenas a participação e o prazer de uma prática desportiva.” (Caramez 2000, p.62). Quando o clube adota em sua estratégia uma vertente mais económica, Pires (2007) argumenta que o core-business desta organização desportiva é, justamente, a oferta de entretenimento por meio de um espetáculo desportivo. Montagner e Rodrigues (2007) definem o espetáculo desportivo como uma partida esportiva praticado em um elevado escalão competitivo reproduzido por meio de informação e media electrónica voltada para o consumo da massa social global. Nesse sentido, Proni (1998, p.85) apresenta três características gerais do espectáculo desportivo: a constituição de competições desportivas altamente organizadas, sejam elas abertas como no modelo europeu do desporto, ou fechadas

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como no modelo norte-americano; a veiculação dessas competições por meio da comunicação social como modo de apreciação no tempo de lazer do consumidor ávido por disputas e proezas atléticas; e a introdução de relações mercantis por meio do financiamento de eventos desportivos com o objectivo da comercialização do espectáculo. Este último aspecto apresentado por Proni (1998) é claramente adoptado pelas ligas desportivas americanas, sobretudo no futebol americano, hóquei no gelo, basquetebol e basebol. A Lei nº 8.672, de 06 de Julho de 1993, e o Decreto 981, de 11 de Novembro de 1993, possibilitaram a estruturação do desporto profissional em bases empresariais, a extensão do clube-empresa, desde que adotada de uma das seguintes formas: transformar-se em sociedade comercial com finalidade desportiva ou contratar sociedade comercial para gerir suas atividades desportivas. Cinco anos mais tarde, a Lei “Pelé” permitiu um avanço mais significativo uma vez que o futebol passa a ser responsável, não só como principal fonte de receita, mas na formação e manutenção do emblema do clube de futebol como uma marca. Tendo como referência Melo Neto (2000), o impacto legislativo foi positivo porque impôs condições para a formalização dos clubes como uma personalidade jurídica empresarial que guia suas ações gerenciais por meio do esporte, seja ele em nível profissional, ou na oferta desportiva aos habitantes da comunidade em que se está inserida. No entanto, a última legislação desportiva em vigor, a Lei “Pelé”, é atualmente classificada como obsoleta uma vez que os clubes perderam o controle de seu ativo mais valioso: o plantel de atletas profissionais. É nesta dualidade paradoxal que os clubes desportivos devem construir a sua missão e os seus objectivos estratégicos da melhor maneira, de forma a angariar recursos económicos através do desporto espectáculo, mas sem esquecer as suas raízes fundamentais para a inclusão do associativismo desportivo.

4) METODOLOGIA. Este estudo pode ser definido de caráter exploratório, pois observa, registra, analisa e correlaciona fatos sem manipulação e nem interferência do pesquisador, sem que haja a devida elaboração de hipóteses a serem testadas (CERVO, BERVIAN 1983) e baseado no estudo multicasos dos clubes brasileiros de futebol. Segundo Yin (1984), o estudo de caso é uma pesquisa de natureza empírica que investiga um fenômeno atual dentro da situação em que ele ocorre, especialmente quando os limites entre o fenômeno e o contexto não são claros. O estudo de caso propõe que o resultado da pesquisa não seja conseqüência somente de observação, mas de diálogo, troca de pontos de vista, análise do maior número de informações detalhadamente, análise holística do elemento estudado visando compreendê-lo e a realidade que o cerca. (GOLDENBERG, 1998, p. 24). Assim, estudo multicaso é interessante nesta pesquisa, pois permite uma maior abrangência dos resultados, uma vez que ultrapassa os limites de unicidade de dados de um único objeto de estudo. O estudo de multicaso busca a a comparação entre os treze clubes contemplados no sentido de buscar uma análise das principais nuances constatadas pelos indicadores financeiros com os resultados alcançados. Desse modo, o estudo é abordado quantitativamente mas utilizando abordagem qualitativa quando comparados os resultados encontrados. Os métodos qualitativos e quantitativos não se excluem embora há distinção no que tange à forma e à ênfase. Nessa perspectiva, os métodos qualitativos contribuem para uma mistura de procedimentos de cunho racional através de técnicas estatísticas e traduzidas em números para uma classificação mais precisa que, por sua vez, corrobora para uma melhor análise e compreensão dos fenómenos estudados nos estudos multicasos. Pode-se distinguir o enfoque qualitativo do quantitativo mas, de acordo com Raupp e Beuren (2006), não seria correto afirmar que guardam relação de oposição. 7

O estudo apresentou dados pertinentes para a gestão financeira dos clubes brasileiros de futebol levando em consideração análise por meio de um conjunto de indicadores de estrutura, de liquidez e de rentabilidade. Para o cálculo desses indicadores foram utilizados dados encontrados nos documentos contábeis, nomeadamente o balanço patrimonial e o demonstrativo de resultado do exercício, divulgados no site oficial do clube no final de cada ano fiscal. Dessa maneira, foram contemplados no estudo os seguintes clubes: São Paulo Futebol Clube, Santos Futebol Clube, Sport Clube Corinthians Paulista, Clube de Regatas do Flamengo, Clube de Regatas Vasco da Gama, Fluminense Football Club, Clube Atlético Mineiro, Cruzeiro Esporte Clube, Sport Club Internacional, Clube Náutico Capibaribe, Coritiba Foot Ball Club, Grêmio Recreativo Barueri e Clube Atlético Paranaense. Os clubes Sociedade Esportiva Palmeiras, Grêmio Football Porto Alegrense e Botafogo de Futebol e Regatas não participaram no estudo porque até a data do levantamento dos dados, os clubes não publicaram em seu site oficial os documentos contábeis conforme exige o estatuto do torcedor. Do mesmo modo, não foram encontrados os balanços patrimoniais no exercício fiscal de 2006 do Clube Náutico Capibaribe e do Grêmio Recreativo Barueri; e o demonstrativo de resultado do exercício fiscal de 2006 do Sport Club Corinthians Paulista. Gil (1999) explica que a pesquisa bibliográfica é desenvolvida mediante à material já elaborado, abrangendo todo material já publicado em relação ao tema de estudo. No que diz respeito aos estudos contábeis, Raupp e Beuren (2006) argumentam que a pesquisa bibliográfica está presente, seja como parte integrante de outro tipo de pesquisa ou exclusivamente enquanto o delineamento.

5) APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS.

Face ao levantamento bibliográfico sobre a temática da gestão esportiva em clubes de futebol e a avaliação financeira nas organizações por meio da análise de quocientes advindos de dados presentes nos documentos contábeis publicados apresentaremos os resultados obtidos. Assim, dividiremos os indicadores em três grupos: índices de estrutura, índices de liquidez e índices de rentabilidade.

5.1) Índices de estrutura. Por este conjunto de indicadores, contemplaremos o capital circulante líquido proporcionalmente ao ativo total do clube, a participação de capital de terceiros no total do passivo, a composição do endividamento da organização e a imobilização do património líquido. Tabela 1 – Demonstração do Capital Circulante Líquido.

CCL /AT CCL /AT CCL /AT Geral 2008 2007 2006 Media Aritmetica São Paulo -5,00370437 0,865313076 -13,7930868 -5,977159363 Corinthians -11,171748 -26,80764435 -16,19746155 -18,05895131 Santos -30,869601 -22,43028721 -21,31976225 -24,87321682 Flamengo -42,9144263 -38,80324787 -41,58914636 -41,10227352 Vasco -51,6752414 -9,347158466 -1,76848011 -20,93029331 Fluminense -40,1483256 -16,98328194 -34,00702478 -30,3795441 Atletico MG -19,3202025 -12,48220218 -10,71503245 -14,17247905 Cruzeiro -2,13304992 1,233516203 4,114561163 1,071675815 Internacional -13,8103023 -9,371488956 -29,92715486 -17,70298203 Nautico -22,2615308 -19,75311706 -21,00732395 Coritiba -19,604803 -7,492245713 -9,357883914 -12,15164421 Barueri -31,3701923 19,79835014 -5,785921085 8

Atletico PR -7,41015896 -0,040112555 4,23576603 -1,071501828

Conforme indicam os resultados, apenas o Cruzeiro obteve uma média aritmética positiva (1,07% do ativo) enquanto todos os demais obtiveram médias negativas. Isso significa que o passivo circulante tem sido superior ao ativo circulante na grande maioria dos clubes participantes. No ano fiscal de 2008, constatamos que nenhum clube obteve o capital de circulante líquido positivo tendo como destaque negativo o clube carioca do Vasco da Gama que obteve um resultado negativo de 51% em relação ao ativo total. Apesar do péssimo resultado apresentado em 2008, os outros dois clubes do Rio de Janeiro tiveram um desempenho inferior levando em consideração a média aritmética dos últimos três anos. Assim, o Fluminense e o Flamengo foram os “lanternas” com resultados de -30,38% e - 41,10%, respectivamente.

Tabela 2- Demonstração do Quociente de Participação de Terceiros.

PCT PCT PCT PCT 2008 2007 2006 M. Aritmética São Paulo 0,657995681 0,667463771 0,578265 0,634574865 Corinthians 4,86065605 4,086174174 2,239114 3,728647985 Santos 9,30490778 3,197176306 1,240152 4,580745206 Flamengo -6,939995836 -6,585567471 16,88955 1,121330353 Vasco -1,50000397 7,718248234 127,7733 44,66384358 Fluminense -15,2906317 13,08664702 1,024777 -0,393069196 Atletico MG -5,939272613 19,58428314 74,543 29,39600387 Cruzeiro 3,096535819 1,938372966 6,709164 3,914690826 Internacional 13,72002482 8,204483202 78,29919 33,40789928 Nautico 0,687231978 0,602197272 0,644714625 Coritiba 8,100733721 16,23471582 1,300026 8,545158447 Barueri 1,839590444 0,349762838 1,094676641 Atletico PR 0,29423731 0,150551411 0,486645 0,310477811

Pela demonstração do quociente observamos que oito entre os trezes clubes pesquisados possuem um desempenho abaixo do indicador 5. Segundo a teoria, quanto maior o quociente encontrado pior é para a organização. Assim, o Clube de Regatas Vasco da Gama obteve o pior desempenho entre os pesquisados muito em função pelo resultado obtido no ano fiscal de 2006 aquando o capital de terceiros é cento e vinte e sete vezes superior ao património líquido do clube. Constata-se que no ano fiscal de 2008, quatro clubes obtiveram um resultado negativo. Isso ocorreu porque, nesses clubes, o património líquido é negativo em decorrência aos prejuízos acumulados que assolam o Flamengo, Vasco da Gama, Fluminense e Atlético Mineiro. Como média aritmética dos últimos três anos, apenas o Fluminense obteve um resultado negativo. Por outro lado, Atlético Paranaense, São Paulo e Náutico Capibaribe obtiveram uma média aritmética inferior a 1, isso é, a dependência do capital advindo de terceiros é menor porque há capital próprio para financiar seu ativo.

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Tabela 3 – Demonstração da Composição de Endividamento

CE CE CE CE 2008 2007 2006 M. Aritmética São Paulo 0,570602507 0,458219971 0,594288651 0,541037043 Corinthians 0,419336508 0,667558367 0,718598067 0,601830981 Santos 0,479019167 0,443025042 0,677183767 0,533075992 Flamengo 0,446998152 0,379207518 0,54299718 0,45640095 Vasco 0,259909912 0,484420914 0,332991761 0,359107529 Fluminense 0,397644682 0,192702667 0,736742778 0,442363376 Atletico MG 0,182573156 0,171299923 0,179416379 0,177763153 Cruzeiro 0,302269376 0,214339213 0,279888449 0,265499013 Internacional 0,312917595 0,266457723 0,414387181 0,331254166 Nautico 0,560108842 0,544016751 0,552062797 Coritiba 0,242853099 0,112841571 0,22297923 0,1928913 Barueri 1 1 1 Atletico PR 0,601220698 0,619738287 0,577532065 0,599497017

Conforme os dados demonstrados, o clube que melhor obteve melhor desempenho levando em consideração a média aritmética dos três últimos anos fiscais no que tange à composição do endividamento foi o Atletico Mineiro com um total de 17% de suas obrigações oriundas do passivo circulante. Isto demonstra que o clube possui mais dívidas ao longo prazo ao invés de dívidas de curto prazo permitindo, desse modo, criar uma reserva de capital para as liquidações das obrigações de longo prazo. Nesse sentido, o Coritiba com 19%; Cruzeiro com 26%; Internacional com 33% e Vasco com 35% possuem condições melhores de endividamento em relação aos outros clubes. Os demais clubes obtiveram um desempenho negativo porque o nível de obrigações a curto prazo a serem liquidadas são bem maiores que as obrigações de longo prazo, sendo assim, será necessário disponibilizar um montante maior das contas do ativo circulante para cumprir com suas obrigações a curto prazo que estão em níveis muito elevados.

Tabela 4 – Demonstrativo do Índice de Liquidez Geral.

LG LG LG LG 2008 2007 2006 M. Aritmética São Paulo 0,604886 0,652627751 0,478125 0,57854612 Corinthians 0,618925 0,402987883 0,617686 0,546532881 Santos 0,726825 0,854096382 1,222069 0,934330216 Flamengo 0,123206 0,079587475 0,109146 0,10397972 Vasco 0,087658 0,378838863 0,312614 0,259703798 Fluminense 0,045435 0,044552466 0,130194 0,073393733 Atletico MG 0,063889 0,091747656 0,108238 0,087958312 Cruzeiro 0,289091 0,260862453 0,419949 0,323300916 Internacional 0,191147 0,161320433 0,108661 0,153709524 Nautico 0,256864 0,331885414 0,294374721 Coritiba 0,061081 0,049693437 0,062806 0,057860199 Barueri 0,51577 1,764150943 1,139960444 Atletico PR 0,655369 1,279831625 1,290668 1,07528946

Pelo índice de liquidez geral, constatamos que apenas o Atlético Paranaense e o Grêmio Recreativo Barueri possuem uma média aritmética superior ao indicador base 1, isso 10

é, apenas esses dois clubes detêm direitos a receber, seja no curto prazo ou no longo prazo, capazes de saldar todas as suas obrigações financeiras. Já os demais clubes que ficaram abaixo desse indicador base encontrar-se-ão em dificuldades para saldar todos os compromissos financeiros tendo, no Coritiba, Atlético Mineiro e Fluminense, capacidades inferiores a 10%. Isso significa dizer que todos os ativos circulantes e realizáveis de longo prazo não são capazes de pagar sequer um décimo de todas as obrigações do passivo circulante e exigível em longo prazo. Como atenuante, o ano fiscal de 2008 demonstrou que nenhum dos trezes clubes pesquisados obtiveram um indicador considerado pela literatura como positivo.

Tabela 5 – Demonstração do Índice de Patrimônio Líquido

IPL IPL IPL IPL 2008 2007 2006 M.Aritmética São Paulo 0,795834892 0,814420535 0,768177534 0,792811 Corinthians 0,350599738 0,290740314 0,538780017 0,393373 Santos 0,282336745 0,681395835 1,380051857 0,781261 Flamengo -0,196658887 -0,19757228 0,062320038 -0,11064 Vasco -2,713583971 0,17258412 0,009321069 -0,84389 Fluminense -0,073551586 0,074054052 0,528718997 0,176407 Atletico MG -0,219307117 0,053227204 0,012546445 -0,05118 Cruzeiro 0,312369974 0,411129483 0,081226276 0,268242 Internacional 0,083686516 0,128719141 0,013421046 0,075276 Nautico 0,590119728 0,619644905 0,604882 Coritiba 0,116198934 0,060874119 0,450762641 0,209279 Barueri 0,529837251 1,364378165 0,947108 Atletico PR 0,907939165 1,169787755 1,165604616 1,081111

Pelo índice de patrimônio líquido, Vasco da Gama, Flamengo e Atlético Mineiro obtêm um índice de patrimônio líquido negativo em virtude de deterem prejuízos acumulados muito elevados nos anos fiscais anteriores. Assim, faz-se o destaque negativo para o Vasco da Gama no ano fiscal de 2008 que apresentou um desempenho de -2,7. Para além dos três clubes mencionados, outros seis clubes apresentaram desempenho ruim no índice de patrimônio líquido e, portanto, dependendo do capital próprio para financiar seus ativos imobilizados. Nesse sentido, o Atlético Paranaense foi o único que precisou utilizar integralmente todo o seu capital próprio (e ainda completar com capital de terceiros) para financiar todo seu ativo permanente enquanto o Internacional precisou utilizar apenas 7% do patrimônio líquido. Tabela 6 – Demonstrativo do Índice de Solvência Geral

ISG ISG ISG ISG 2008 2007 2006 M.Aritmética São Paulo 2,519766815 2,498208658 2,729310527 2,582429 Corinthians 1,205729626 1,244727698 1,446605274 1,299021 Santos 1,107475864 1,313118846 1,806361308 1,408985 Flamengo 0,855907695 0,848152797 1,059212415 0,921091 Vasco 0,333335098 1,129563078 1,152256441 0,871718 Fluminense 0,934600478 1,076417232 1,975827992 1,328949 Atletico MG 0,831632743 1,051061353 1,177470976 1,020055 Cruzeiro 1,322941525 1,515896588 2,254958168 1,697932 Internacional 0,881739455 1,121884581 1,06026563 1,021297 Nautico 2,475142191 2,692395082 2,583769 Coritiba 1,095329748 1,061577473 1,769248578 1,308719 Barueri 1,543599258 3,859669811 2,701635 11

Atletico PR 4,398590256 7,642295022 7,387439186 6,476108

Perante os dados analisados somente o Flamengo e o Vasco tiveram o seu indicador de solvência geral desfavorável o que significa que os ativos gerais, isso é, todo o seu património imobilizado e direitos, são menores que todas as obrigações. Nesse caso, mesmo que eles vendessem todo o seu património imobilizado e, adicionados aos seus direitos de curto e longo prazo, são insuficientes para honrar com todas as suas dívidas do passivo. Entretanto, os demais clubes apresentam um desempenho mais favorável porque os seus ativos gerais se sobrepõem aos seus endividamentos. Em especial, o Atlético Paranaense que apresenta um ativo superior em seis vezes que suas obrigações. Assim, isto mostra um risco consideravelmente baixo uma vez que não há necessidade de venda de seu património imobilizado com o objetivo de quitar as dívidas.

Tabela 7 – Demonstrativo do Índice de Liquidez Corrente.

Liq. Corrente Liq. Corrente Liq. Corrente Liq. Corrente

São Paulo 0,77903763 1,047176744 0,366543229 0,730919201 Corinthians 0,678775701 0,500145319 0,673929915 0,617616978 Santos 0,286305426 0,335170023 0,43130365 0,350926366 Flamengo 0,178278757 0,132108893 0,188729854 0,166372502 Vasco 0,337263767 0,782044813 0,938805015 0,686037865 Fluminense 0,056377565 0,05133138 0,087985203 0,065231383 Atletico MG 0,119952058 0,234117557 0,296795544 0,216955053 Cruzeiro 0,906642864 1,087239426 1,331495041 1,108459111 Internacional 0,610853189 0,605426 0,23427328 0,48351749 Nautico 0,01625452 0,022397838 0,019326179 Coritiba 0,115773116 0,295153446 0,257490359 0,22280564 Barueri 0,515769944 1,764150943 1,139960444 Atletico PR 0,457865421 0,995053525 1,541813448 0,998244131

Face aos dados encontrados, constatamos que apenas o Cruzeiro e o Grêmio Barueri possuem um índice de liquidez corrente superior ao indicador base um, isso significa que apenas estes clubes detêm um ativo circulante superior ao passivo circulante. Dessa maneira, são capazes de saldar as dívidas de curto prazo com direitos recebidos ou a receber no curto prazo. No entanto, o Fluminense e o Náutico Capibaribe não são capazes de pagar sequer110% das dívidas de curto prazo utilizando o ativo circulante. De modo geral, os clubes brasileiros possuem problemas de liquidez. Tabela 8 – Demonstração do Índice de Liquidez Imediata

Liq. Imediata Liq. Imediata Liq. Imediata Liq. Imediata M. Aritmética São Paulo 4,487043205 19,54381118 0,78497461 8,271943 Corinthians 0,186915888 2,062654677 0,708415418 0,985995 Santos 0,498222333 0,790911483 1,484570678 0,924568 Flamengo 0,143627053 0,29880389 0,203696073 0,215376 Vasco 0,057021831 0,136349484 0,278816167 0,157396 Fluminense 0,088604518 1,217209946 0,068744834 0,458186 Atletico MG 5,824585822 16,94127264 13,60077488 12,12221 Cruzeiro 0,409836066 2,895931237 5,12095653 2,808908 Internacional 0,700905035 4,014523883 10,38578843 5,033739 Nautico 0,303174197 0,233396118 0,268285 Coritiba 1,515151515 3,354016435 3,515277366 2,794815

12

Barueri 38,40445269 156,25 97,32723 Atletico PR 0,956787351 10,99298634 1,225302497 4,391692

De acordo com os dados encontrados, seis entre treze clubes são incapazes de pagar sequer 1% da dívida com as suas atuais disponibilidades financeiras de caixa e aplicações bancárias. Isso significa que o Corinthians, Santos, Flamengo, Vasco, Fluminense e Náutico dependem em quase sua totalidade dos direitos a receber para o pagamento de suas obrigações. Por outro lado, Barueri resultados altamente insólitos de liquidez imediata tendo assim uma alta concentração de direitos já realizados em dinheiro ou aplicações bancárias. Nessa perspectiva, o clube depende de apenas 3% de direitos a serem recebíveis porque já é capaz de pagar 97% de todas suas obrigações de curto prazo.

Tabela 9 – Demonstração do Índice de Giro do Ativo.

GA GA GA GA 2008 2007 2006 M. Aritmética São Paulo 0,42251453 0,509507661 0,590514265 0,507512 Corinthians 0,303455113 0,566760505 0,435108 Santos 0,33605748 0,277295039 0,248910606 0,287421 Flamengo 0,406809722 0,35125795 0,288626635 0,348898 Vasco 0,4130383 0,235182261 0,210910502 0,286377 Fluminense 0,212793498 0,121410317 0,150349256 0,161518 Atletico MG 0,229339343 0,232449896 0,20574453 0,222511 Cruzeiro 0,508094445 0,415198601 0,309342752 0,410879 Internacional 0,784934449 0,71993028 0,734634554 0,7465 Nautico 0,154306497 0,146036553 0,150172 Coritiba 0,609712819 0,265784876 0,224525657 0,366674 Barueri 20,54807692 6,406355026 13,47722 Atletico PR 0,186049082 0,144387236 0,152469616 0,160969

Segundo os dados encontrados, apenas o Grêmio Barueri detém possibilidades de financiar seu ativo por meio das receitas obtidas no resultado do exercício fiscal tendo, em 2008, capacidade de financiar vinte vezes seu ativo enquanto em 2007 sua capacidade de investimento é seis vezes maior que o ativo. Assim, pode-se dizer que o Grêmio Barueri é o time com maior potencial de investimento seja em estrutura de imobilizado ou em atletas profissionais, isso é, o ativo intangível dos clubes. Para além do Barueri, São Paulo e Internacional são os outros clubes capazes de utilizar as receitas obtidas para financiar pelo menos em 50% o seu ativo. Por outro lado, Fluminense, Atlético Paranaense e Náutico Capibaribe não conseguem financiar sequer 20% do seu ativo com as receitas obtidas. Tabela 10 – Demonstração do Índice de Margem Líquida.

13

ML ML ML ML 2008 2007 2006 M.Aritmética São Paulo 0,014205139 0,020358819 0,020326732 0,018297 Corinthians 0,128908216 -0,00124177 0,063833 Santos -0,37872086 -0,689465557 -0,39924553 -0,48914 Flamengo -0,0281746 -0,674383384 -0,19093583 -0,29783 Vasco -5,32099264 -0,181131189 -0,64249936 -2,04821 Fluminense -0,67758372 -3,697163309 -0,30441048 -1,55972 Atletico MG -0,67499399 -0,494017982 -0,51517386 -0,5614 Cruzeiro -0,19726607 -0,038982889 0,006880137 -0,07646 Internacional -0,03667979 0,159672018 -0,0047634 0,03941 Nautico -0,18341547 -0,243159028 -0,21329 Coritiba 0,029102622 -0,765124078 -0,95495796 -0,56366 Barueri 0,180100608 0,095812667 0,137957 Atletico PR -0,5940202 0,066301779 0,611261633 0,027848

Apenas o Grêmio Recreativo Barueri possuiu uma margem líquida, levando em consideração média aritmética dos dois exercícios fiscais contemplados, superior a 10%. Isso significa que depois de pagar todas suas despesas operacionais, juros, impostos e outras obrigações financeiras, restou ainda pouco mais de um décimo do total de todas as receitas do clube. Contudo, oito dos treze clubes pesquisados obtiveram índices negativos em virtude dos prejuízos acumulados nos anos fiscais. Nesse sentido, Vasco da Gama e Fluminense obtiveram prejuízos médios superiores as receitas médias obtidas nesses três anos em análise.

Tabela 11 – Demonstração do Índice de Retorno do Ativo.

RA RA RA RA 2008 2007 2006 M.Aritmética São Paulo 0,006001878 0,010372974 0,012003225 0,009459 Corinthians 0,039117857 -0,000703786 0,019207 Santos -0,127271979 -0,191185379 -0,099376447 -0,13928 Flamengo -0,0114617 -0,236882525 -0,055109166 -0,10115 Vasco -2,197773755 -0,042598842 -0,135509863 -0,79196 Fluminense -0,14418541 -0,448873768 -0,045767889 -0,21294 Atletico MG -0,154802677 -0,114834428 -0,105994203 -0,12521 Cruzeiro -0,100229793 -0,016185641 0,00212832 -0,0381 Internacional -0,02879123 0,11495272 -0,003499355 0,027554 Nautico -0,028302199 -0,035510106 -0,03191 Coritiba 0,017744242 -0,203358408 -0,214412562 -0,13334 Barueri 3,700721154 0,61380996 2,157266 Atletico PR -0,110516912 0,009573131 0,093198827 -0,00258

Mediante aos dados encontrados, observa-se no Grêmio Recreativo Barueri um volume de lucro superior, em duas vezes, ao total de seu ativo enquanto São Paulo, Corinthians e Internacional não conseguem obter sequer 3% de lucro em relação ao seu ativo. Isso significa que a equipe paulista é capaz de quitar todas suas despesas e financiar todo o seu ativo com os lucros obtidos. Assim, conclui-se por mais um indicador que o Barueri é o clube com maior capacidade de investimento e com boas possibilidades de crescimento em seu ativo que ainda é considerado muito baixo quando comparado com outros clubes nacionais. Já os demais clubes apresentam indicadores negativos em função de obterem prejuízos nos resultados do exercício.

14

Tabela 12 – Demonstração do Índice de Rentabilidade do Patrimônio Líquido.

RPL RPL RPL RPL 2008 2007 2006 M.Aritmética São Paulo 0,009951087 0,017296559 0,018944272 0,015397 Corinthians 0,229255562 -0,00357958 0,112838 Santos -1,311532754 -0,80264831 -0,222619315 -0,77893 Flamengo 0,068082448 1,323123324 -0,985882353 0,135108 Vasco 1,098895602 -0,371387283 -19,95079086 -6,40776 Fluminense 2,060500596 -6,323146679 -0,092670057 -1,45177 Atletico MG 0,764615868 -2,363784386 -9,303346528 -3,63417 Cruzeiro -0,410594936 -0,047559449 0,032199112 -0,14199 Internacional -0,348301536 1,058080385 -0,290509259 0,139757 Nautico -0,048141951 -0,057574416 -0,05286 Coritiba 0,157444207 -3,504761905 -0,493163643 -1,28016 Barueri 10,50853242 0,828624459 5,668578 Atletico PR -0,143034233 0,011014445 0,335055208 0,067678

De acordo com esse rácio, observou-se que quatro entre os treze clubes pesquisados, nomeadamente o Barueri, Corinthians, Flamengo e Internacional, possuem uma taxa de retorno superior a 10% em relação ao capital próprio investido. Isso revela que o capital investido pelo clube está sendo capaz de gerar rentabilidade para os clubes mencionados além do São Paulo e do Atlético Paranaense, com respectivamente 1,5% e 6,7%. Os demais clubes apresentam resultados negativos tendo como maiores deficits o Vasco da Gama, o Atlético Mineiro, o Coritiba e Fluminense, cujos prejuízos são superiores a todo o valor do capital próprio investido.

CONCLUSÃO Face a literatura apresentada sobre a análise financeira para o processo de tomada de decisão, a natureza dinâmica que envolvem as organizações desportivas ligadas ao futebol profissional e aos dados coletados por meio dos documentos contábeis encontrados no balanço patrimonial e no demonstrativo de resultado de exercícios divulgados pelos clubes de acordo com o estatuto do torcedor, constatamos que de modo geral, levando em consideração a média aritmética dos três últimos anos fiscais, apresentam situação financeira desfavorável. Nesse sentido, os clubes cariocas pesquisados são aqueles que demonstram maior desequilíbrio financeiro tanto ao nível de liquidez quanto ao nível de estrutura e rentabilidade. No que tange aos indicadores de rentabilidade, Fluminense e Vasco da Gama apresentaram desempenhos desfavoráveis em todos os indicadores enquanto o Flamengo obteve resultado considerado satisfatório apenas no indicador de retorno do património líquido. Já pelos indicadores de liquidez, os clubes cariocas obtiveram resultados desfavoráveis em todos os aspectos, salvo o Fluminense que obteve resultados satisfatórios nos índices de endividamento geral e de solvência geral. Assim, os clubes do Rio de Janeiro compreendem de acordo com os resultados encontrados, aqueles que possuem maior desequilíbrio financeiro. Tal como os clubes cariocas, o Atlético Mineiro também foi outro clube que obteve resultados negativos em todos os indicadores de liquidez e rentabilidade tendo como destaque o seu índice de índice de liquidez corrente de apenas 22%, isso é, todo o ativo circulante do clube é insuficiente de pagar um quarto das obrigações de curto prazo. No entanto, o Atlético Mineiro foi o clube que demonstrou a melhor composição de endividamento entre os treze clubes pesquisados, com 18% de todas suas dívidas serem de curto prazo, e o terceiro melhor no índice de imobilização do património líquido. Já o outro clube mineiro, o Cruzeiro, foi o 15

único dentre os treze clubes pesquisados que obteve resultados favoráveis pelo conjunto de indicadores de estrutura e o único, além do Barueri, que obteve um índice de liquidez corrente e índice de liquidez seca acima do sugerido pela literatura. Contudo, no que tange ao conjunto de indicadores de rentabilidade, o Cruzeiro obteve desempenho negativo em todos os indicadores. Ao contrário do Cruzeiro, o clube gaúcho o Internacional foi um dos três clubes que obtiveram resultados satisfatórios em todos os indicadores de rentabilidade assegurando, assim, o segundo melhor clube, atrás apenas do Barueri, nesse conjunto de quocientes. Porém, no tocante dos índices de estrutura, o Internacional foi o clube que demonstrou a segunda maior dependência de capital de terceiros para financiar todo o seu ativo. Assim, as dívidas do clube são trinta e três vezes maiores que o seu património líquido. Por outro lado, o Atlético Paranaense foi o clube que demonstrou menos necessidade de utilizar capital de terceiros para financiar o seu ativo porque, de acordo com esse indicador, o capital próprio do clube é aproximadamente três vezes maior que a suas dívidas. Para além do indicador de participação de capital de terceiros, o Atlético Paranaense obteve resultados satisfatórios em todos os indicadores de liquidez, com exceção do índice de liquidez imediata, constituindo assim, ao lado do Barueri, o clube com melhor liquidez dos clubes brasileiros pesquisados. No entanto, o Atlético Paranaense obteve o pior resultado de todos os pesquisados no índice de imobilizado do património líquido sendo o único clube a deter um valor de ativo permanente superior ao capital próprio. Já o outro clube paranaense, o uma composição de endividamento de apenas 20% sendo assim o segundo melhor clube, atrás do Atlético Mineiro, nesse índice. No entanto, o clube da capital obteve resultados insatisfatórios em todos os indicadores de rentabilidade tendo no retorno do património líquido um saldo negativo superior ao indicador base um, isso é, os prejuízos do clube foram superiores ao total de seu capital próprio. O único clube do Nordeste pesquisado, o pernambucano Náutico Capibaribe, obteve resultados que assemelham-se ao do Coritiba tendo, de igual modo, nenhum desempenho satisfatório no conjunto de indicadores de rentabilidade. Porém, o clube do Recife foi o segundo melhor entre os treze clubes pesquisados nos indicadores de solvência geral e de endividamento geral. No tocante dos três principais clubes do estado de São Paulo, o São Paulo Futebol Clube é aquele que obteve os melhores resultados financeiros tanto ao nível dos indicadores de rentabilidade, de liquidez e de estrutura. Contudo, os três clubes obtiveram indicadores de liquidez, nomeadamente índice liquidez corrente, liquidez seca e liquidez imediata, aquém do considerado satisfatório pela literatura pesquisada. Como atenuante, os três clubes mencionados obtiveram desempenhos insatisfatórios em todos os indicadores de estrutura. Por fim, o Grêmio Recreativo Barueri foi o clube com melhor desempenho entre todos os clubes pesquisados apresentando uma proporção de rentabilidade muito superior ao seu conjunto de bens e direitos. Apesar de altamente positivo, observamos que o clube é o que possui uma estrutura física patrimonial mais enxuta entre todos os clubes estudados, com menor história e menor tradição desportiva no futebol profissional. Assim, tendo em vista os resultados desportivos conquistados e o desempenho na esfera financeira, classificamos o Barueri como um clube emergente que ainda necessita de investimentos a fim de criar uma base de fãs mais elevada, maximizando suas receitas, e se estabelecer na elite do futebol nacional. Desse modo, o presente estudo apresenta como limitação o fato de utilizar somente o aspecto financeiro dos clubes ao invés de ponderar os resultados desportivos. Além disso, foi adotado somente três exercícios fiscais, no caso do Barueri e do Náutico Capibaribe apenas dois pelo fato de não estarem divulgados no site oficial dos clubes conforme regula o estatuto do torcedor, enquanto uma série histórica maior permitiria uma analise mais precisa. 16

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