FORMIGAS (: FORMICIDAE) QUE OCORREM EM AMBIENTES DE RECICLAGEM DO MUNICÍPIO DE CHAPECÓ

ANTS (HYMENOPTERA: FORMICIDAE) OCCURRING IN CHAPECÓ RECYCLING ENVIRONMENTS

Luana Melim NEVES1, Junir Antônio LUTINSKI2, Sandra Mara SABEDOT- BORDIN3, Maria Assunta BUSATO2

RESUMO O processo de urbanização interfere sobre a ocorrência de diferentes organismos, dentre elas algumas espécies de formigas. A riqueza e a abundância desses insetos em ambientes urbanos ainda são pouco conhecidas. Ambientes de reciclagem em áreas urbanas se caracterizam como locais de recebimento, armazenagem e triagem de resíduos de diferentes procedências e classificações. Estes ambientes apresentam limitações extremas para a colonização para muitos organismos. Este estudo objetivou caracterizar as assembleias de formigas que ocorrem em ambientes de reciclagem do município de Chapecó, SC e avaliar a eficiência de três métodos de amostragem de formigas para este tipo de ambiente. Foram amostrados dez centros de reciclagem em dez bairros da cidade. Cada ambiente foi amostrado uma vez (abril a junho de 2015), utilizando-se em cada unidade amostral cinco iscas de sardinha (1g), cinco iscas de mel (1 ml) e a coleta manual pelo tempo de uma hora em cada ambiente. Foi identificada uma riqueza de 33 espécies, pertencentes a 10 gêneros e quatro subfamílias. As espécies brunneus Forel, 1908 (n= 27; 18,4%) e Pheidole brevicona Mayr, 1887 (n= 16; 10,9%) foram as mais abundantes e caracterizadas como dominantes. Na amostragem manual foi obtida a maior riqueza (S = 31; 93,9%). Considerando-se a importância bioecológica das formigas os resultados dessa pesquisa podem contribuir para subsidiar o entendimento da tolerância que algumas espécies apresentam às condições extremas de antropização e para programas de conservação da mimercofauna em ambientes urbanos.

Palavras–chave: Ambientes urbanos, assembleia de formigas, conservação, diversidade. ______1 Estudante do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Comunitária da Região de Chapecó, Unochapecó. 2Docente do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Comunitária da Região de Chapecó, Unochapecó. 3Docente do Curso de Ciências Biológicas da Universidade Comunitária da Região de Chapecó, Unochapecó. E-mail para correspondência: [email protected]

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ABSTRACT The urbanization process interferes on the occurrence of different organisms, among them some specie. The richness and abundance of these in urban environments are still little known. Recycling environments in urban areas are characterized as places of reception, storage and sorting of waste from different sources and classifications. They present extreme limitations for colonization for many organisms. This study aimed to characterize ant assemblies that occur in recycling environments in the municipality of Chapecó, SC and evaluate the efficiency of three sampling methods for in this kind of environment. Ten recycling centers were sampled in ten neighborhoods of the city. One sample was carried out (April to June 2015). Five sardine baits (1g), five honey baits (1 ml) and one hour of manual collection were used in each environment. In all, 33 species, belonging to 10 genera and four subfamilies were identified. The species Dorymyrmex brunneus Forel, 1908 (n = 27; 18.4%) and Pheidole brevicona Mayr, 1887 (n = 16; 10.9%) were the most abundant and characterized as dominant. The manual sampling presented the greatest richness (S = 31; 93.9%). Considering the bioecological importance of the ants, the results of this research may contribute to the understanding of the tolerance of some species to the extreme conditions of anthropization and to conservation programs of ants in urban environments. Keywords: Urban environments, ants assembly, conservation, diversity.

INTRODUÇÃO: Centros de reciclagem em áreas urbanas representam um extremo da ação antrópica, sendo locais caracterizados por serem carentes de vegetação e pelo acúmulo de materiais de diferentes origens. Estes ambientes recebem e armazenam uma grande quantidade de resíduos, suportando drenagens de compostos diretamente para o solo e a queima de resíduos indesejáveis. Além disso, contam com uma movimentação constante de pessoas e veículos no local (LUTINSKI e SOUZA, 2009; LUTINSKI et al., 2014). Estas características do ambiente limitam a ocorrência de muitos organismos, dentre eles, algumas formigas. Formigas são insetos abundantes e diversificados nos ecossistemas terrestres (GALLO et al., 1988; HÖLLDOBLER e WILSON, 1990). Estes insetos fazem parte de uma única família, Formicidae (BRANDÃO, 1999) e se diferenciam de outros Hymenoptera ápteros por apresentar um pecíolo com um ou dois nódulos bem nítidos e a presença de um escapo antenal. Uma das razões para o sucesso desses insetos nos diferentes ambientes e ecossistemas terrestres é seu hábito alimentar diversificado, permitindo-lhes explorar diferentes nichos (HÖLLDOBLER e WILSON, 1990; JAFFE, 2004). Formigas apresentam um conjunto diversificado de interações com outros organismos e por isso têm sido utilizadas como bioindicadores ecológicos. Suas interações incluem a herbivoria e o cultivo de fungos (GONÇALVES, 1945), são visitantes de nectários florais e extraflorais (ALMEIDA e FIGUEIREDO, 2003; DELABIE e FERNÁNDEZ, 2003; DEL VAL e DIZO, 2004), são simbiontes de pulgões, cochonilhas e cigarrinhas (DELABIE e FERNÁNDEZ, 2003), são dispersoras de sementes (GORDON, 2002) e inimigos naturais, e controladoras de outros invertebrados através da predação (FOWLER et al., 1991). Formigas ocupam os mais variados ambientes e seus ninhos podem ser encontrados em diferentes lugares, como madeira caída, madeira em decomposição, sob pedras, no solo e em árvores (HÖLLDOBLER e WILSON, 1990).

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Formigas são organismos sensíveis às mudanças nas condições ambientais (AGOSTI et al., 2000; PEREIRA et al., 2007).Algumas espécies de formigas colonizam ambientes urbanos (SCHWINGEL et al., 2016). A poliginia, populações unicolônias e colônias polidômicas favorecem algumas espécies a ocuparem ambientes antropizados (BUENO e FOWLER, 1994; LUTINSKI et al., 2014). Estudos sobre formigas que ocorrem em áreas urbanas são de especial interesse, pois possibilitam conhecer as espécies tolerantes a estes ambientes e avaliar o impacto do processo de urbanização sobre a mirmecofauna e outros organismos relacionados (CHACÓN DE ULLOA, 2003). O conhecimento taxonômico sobre formicídeos na região oeste de Santa Catarina é o resultado de mais de seis décadas de coletas não sistematizadas realizadas por Fritz Plaumann e de estudos mais recentes (SILVA, 1998; LUTINSKI et al., 2008; ULYSSÉA et al., 2011, LUTINSKI et al., 2013). Contudo, existe uma carência de conhecimentos acerca das assembleias de formicídeos capazes de colonizar ambientes intensamente antropizados, como os Centros de Reciclagem situados nos perímetros urbanos (LUTINSKI et al., 2014). Neste contexto, o objetivo desse estudo foi caracterizar a mimercofauna associada aos ambientes de reciclagem no município de Chapecó- SC e avaliar a eficiência de três métodos de amostragem de formigas, indicadas para este tipo de ambiente.

MATERIAL E MÉTODOS: Área de estudo O estudo foi realizado no município de Chapecó, localizado na região oeste do estado de Santa Catarina (27º 05’47” S 52º 37’ 06” W). O município é considerado pólo econômico regional e conta com uma população estimada de 209.553 habitantes (IBGE, 2016, está situado a aproximadamente 600 km de Florianópolis e encontra-se na rota do comércio e do turismo da região Sul do Brasil (Figura 1). O município está dividido geograficamente em 50 bairros. A fitofisionomia predominante na região é a Floresta Ombrófila Mista (FOM) e o clima se caracteriza como subtropical com chuvas bem distribuídas durante todo o ano (ALVARES et al., 2013).

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Figura 1. Localização geográfica do município de Chapecó, Santa Catarina. Fonte: IBGE, 2016.

Coleta de dados Foram amostrados dez centros de reciclagem em dez bairros da cidade de Chapecó contemplando as regiões onde há associações de catadores. Ambientes de reciclagem se caracterizam como espaços destinados ao recebimento, triagem e armazenamento dos resíduos sólidos urbanos recicláveis (LUTINSKI et al., 2013). São espaços com aproximadamente 500 m², onde são encontradas algumas edificações e grande quantidade de resíduos já triados e ainda por triar (LUTINSKI e SOUZA, 2009). Reciclagens de caráter domiciliar não foram incluídas na amostra, pois são itinerantes (CHAPECÓ, 2016). Cada ambiente foi amostrado uma vez (abril a junho de 2015), utilizando-se três técnicas de amostragem: amostras passivas com iscas de sardinha (1g) e iscas de mel (1 ml) sobre um retângulo de papel de 20cm X 20 cm. Foram utilizadas cinco iscas de cada tipo, distribuídas a uma distância de dez metros entre si, sobre calçadas, jardins e pátios, as quais permaneceram no ambiente pelo período de uma hora (LUTINSKI et al., 2013). Também foi utilizada uma técnica de amostragem ativa representada pela coleta manual utilizando-se pinça e um frasco com álcool (70%), obedecendo a um caminho aleatório, com tempo de uma hora em cada ambiente. A coleta manual contemplou o solo, acúmulos de resíduos, paredes e muros. Os espécimes amostrados foram acondicionados em frascos, etiquetados e conduzidos até o Laboratório de Entomologia da Unochapecó para triagem e identificação utilizando-se as chaves propostas por Fernández (2003) e a classificação de Bolton (2003).

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Análise de dados A riqueza e a abundância das formigas foram utilizadas como variáveis respostas desse estudo. A riqueza foi caracterizada como sendo o número de espécies de formigas que ocorreram em cada uma das amostras. A abundância foi determinada com base na frequência absoluta de registros de cada espécie em cada uma das amostras (ROMERO e JAFFE, 1989). Os dados foram tabulados em um banco de dados onde foram organizados e categorizados segundo a frequência. Análises exploratórias destes dados foram realizadas através do programa Excel for Windows (MICROSOFT Inc., 2010).

A suficiência amostral foi verificada a partir de um comparativo entre a riqueza observada nas amostras (Sobs) e a riqueza estimada (Chao 1). Esta comparação permite verificar o quanto uma pesquisa consegue amostrar a riqueza presente em um determinado ambiente. A estimativa foi obtida a partir do software EstimateS 8.2 (GOTELLI e ENTSMINGER, 2001).

Para comparar a riqueza amostrada com cada método, foi realizada uma análise de rarefação com base nas ocorrências. Esta análise foi obtida utilizando-se o programa EcoSim 7 (GOTELLI e ENTSMINGER, 2001), a qual permite comparações de riqueza entre assembleias que diferem quanto a ocorrência de espécies (MELO et al., 2003).

Para avaliar a associação entre as espécies de formigas com os métodos de amostragem, foi utilizada uma Análise de Componentes Principais (PCA). Os dados foram previamente transformados em Log (x+1) e analisados com o auxílio do programa estatístico Past (HAMMER; HARPER e RYAN, 2001). Para essa análise foram excluídas 11 espécies por apresentarem apenas uma ocorrência nas amostras (unicatas). Estas foram Camponotus cingulatus Mayr, 1862, Camponotus crassus Mayr, 1862, Camponotus sericeiventris (Guérin-Méneville, 1838), Dorymyrmex pyramicus (Roger, 1863), Hypoponera trigona (Mayr, 1887), Mycocepurus goeldii (Forel, 1893), Pachycondyla striata F. Smith, 1858, Paratrechina longicornis (Latreille, 1802), Pheidole sp. 6, Psedomyrmex flavidulus (F. Smith, 1858) e Pseudomyrmex gracilis (Fabricius, 1804). A dominância das espécies nas amostras foi determina pela frequência maior que 10% (fr>0,1) (NOVOTNÝ e BASSET, 2000).

RESULTADOS: Foi identificada uma riqueza total de 33 espécies, pertencentes a dez gêneros e quatro subfamílias (Tabela 1). Do total de ocorrências, as espécies Dorymyrmex brunneus Forel, 1908 (n= 27; 18,4%) e Pheidole brevicona Mayr, 1887 (n= 16; 10,9%), foram as mais abundantes e caracterizadas como dominantes nos centros de reciclagem. As subfamílias mais ricas foram Myrmicinae (S= 12), seguida da subfamília Formicinae (S=10). Os gêneros mais ricos foram Pheidole (S= 8), Camponotus (S= 6), Solenopsis (S= 3), Dorymyrmex (S= 2), e Nylanderia (S= 2).

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Tabela 1. Assembleia de formigas que ocorrem em centros de reciclagem da cidade de Chapecó, SC, caracterizadas quanto à frequência e dominância nas amostras. Abril a junho de 2015. D: dominante; Nd: não dominante; Mn: Manual; Is: Isca de sardinha; Im: Isca de mel. Táxon Ocorrências Frequência Métodos Subfamília

Tribo Leptomyrmecini

Dorymyrmex brunneus Forel, 1908 27 18,4 Mn/Im/Is Dorymyrmex pyramicus (Roger, 1863) 1 0,7 Is Linepithema humile (Mayr, 1868) 2 1,4 Mn/Im Subfamília Formicinae

Tribo Camponotini

Camponotus cingulatus Mayr, 1862 1 0,7 Mn Camponotus crassus Mayr, 1862 1 0,7 Mn Camponotus melanoticus Emery, 1894 2 1,4 Mn Camponotus mus Roger, 1863 4 2,7 Mn/Im Camponotus rufipes (Fabricius, 1775) 4 2,7 Mn/Im Camponotus sericeiventris (G.-M., 1838) 1 0,7 Mn Tribo Myrmelachistini

Brachymyrmex coactus Mayr, 1887 4 2,7 Mn/Is Tribo Lasiini Nylanderia fulva (Mayr, 1862) 10 6,8 Mn/Is/Im Paratrechina longicornis (Latreille, 1802) 1 0,7 Mn Nylanderia sp. 2 1,4 Is Tribo Attini

Acromyrmex niger (F. Smith, 1858) 2 1,4 Mn Acromyrmex subterraneus (Forel, 1893) 2 1,4 Mn Mycocepurus goeldii (Forel, 1893) 1 0,7 Mn Pheidole brevicona Mayr, 1887 16 10,9 Mn/Is/Im Pheidole pubiventris Mayr, 1887 11 7,5 Mn/Is/Im Pheidole sp. 1 5 3,4 Mn/Is/Im Pheidole sp. 2 2 1,4 Mn/ Im Pheidole sp. 3 9 6,1 Mn/Is/Im Pheidole sp. 4 2 1,4 Mn/Im Pheidole sp. 5 5 3,4 Mn/Is/Im

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Pheidole sp. 6 1 0,7 Mn Tribo Cremastogastrini Cremastogaster acuta (Fabricius,1804) 3 2,0 Mn/Im Tribo Solenopsidini Monomorium pharaonis (Linnaeus, 1758) 3 2,0 Mn Solenopsis saevissima (F. Smith, 1855) 13 8,8 Mn/Is/Im Solenopsis sp. 1 6 4,1 Mn/Is/Im Solenopsis sp. 2 2 1,4 Mn/Im Subfamília Ponerinae

Tribo Ponerini

Pachycondyla striata F. Smith, 1858 1 0,7 Mn Hypoponera trigona (Mayr, 1887) 1 0,7 Mn Subfamília Pseudomyrmecinae

Tribo Pseudomyrmecini

Pseudomyrmex flavidulus (F. Smith, 1858) 1 0,7 Mn Pseudomyrmex gracilis (Fabricius, 1804) 1 0,7 Mn

Verificou-se que a riqueza de formigas nos centros de reciclagens pode ser maior que a amostrada com tendência de aumentar à medida que mais amostragens fossem realizadas. A estimativa obtida (Chao 1) indicou que a mirmecofauna nos centros de reciclagem de Chapecó pode alcançar a 40 espécies, o que representaria um acréscimo de 21,2% na riqueza observada (Figura 2).

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Figura 2. Curva de acumulação de espécies de formigas amostradas (Sobs) e estimadas (Chao 1) em 10 ambientes de reciclagem situados no munícipio de Chapecó, Santa Catarina, Brasil, no período de abril a junho/2015.

A análise de rarefação demonstrou que os métodos de amostragem utilizados diferem entre si quanto à riqueza de formigas amostradas. O método mais eficiente foi o de busca ativa (coleta manual), que amostrou 93,9% (S = 31) das espécies registradas. Foi seguido pelo método de isca atrativa (glicose) 48,5 % (S= 16) e isca de sardinha 36,3 % (S= 12). As iscas não apresentaram diferenças significativas entre si (Figura 3).

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Figura 3. Comparação pela análise de rarefação entre os métodos de amostragem (amostra manual, isca de glicose e isca de sardinha) com base nas ocorrências de formigas, em ambientes de reciclagem no município de Chapecó, SC, no período de abril a junho/2015.

O resultado da PCA demonstrou similaridade entre as amostras realizadas com as isca de glicose e de sardinha. No entanto, divergência destas em relação à amostragem manual. As espécies D. brunneus, N. fulva, S. saevissima e Solenopsis sp. 1 ocorreram positivamente associadas com as amostras manuais. Já as espécies P. brevicona e P. pibiventris, Pheidole sp. 1, Pheidole sp. 3 e Pheidole sp. 5 ocorreram associados com as iscas. As demais espécies ocorreram independentemente dos métodos de amostragem (Figura 4).

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Figura 4. Diagrama baseado no método de Análise de Componentes Principais (PCA) demonstrando a associação das espécies de formigas que ocorrem em centros de reciclagem com os métodos de amostragem. An: Acromyrmex niger; As: Acromyrmex subterraneus; Bc: Brachymyrmex coactus; Cm: Camponotus melanoticus; Cs: Camponotus mus; Cf: Camponotus rufipes; Cs: Crematogaster acuta; Db: Dorymyrmex brunneus; Mp: Mormorium pharaonis; Nf: Nyrlandea fulva; Ny: Nylanderia sp.; Ph1: Pheidole sp. 1; Ph2: Pheidole sp. 2; Ph3: Pheidole sp. 3; Ph4: Pheidole sp. 4; Ph5: Pheidole sp. 5; Pb: Pheidole brevicona; Pp: Pheidole pibiventris; Ss: Solenopsis saevissima; So1: Solenopsis sp. 1 e So2: Solenopsis sp. 2.

DISCUSSÃO A riqueza e abundância de formigas registradas nos centros de reciclagem foram menores comparadas ao estudo realizado por Lutinski et al. (2014) que identificaram 46 espécies em centros de reciclagem. Observou-se uma variação na riqueza de formigas em relação aos métodos de coleta utilizados. Quanto à associação da mirmecofauna com os métodos de amostragem utilizados, quatro espécies ocorreram positivamente associadas às amostras manuais, enquanto que cinco espécies do gênero Pheidole ocorreram associadas com as iscas. As demais espécies ocorreram independentemente do método utilizado. A riqueza e abundância de formigas nos ambientes de reciclagem corrobora com o estudo de Oliveira e Campos-Farinha (2005) que destacam que a redução da riqueza de formigas ocorre conforme os ambientes tornam-se mais simplificados e à medida que o mesmo oferece maiores quantidade de recursos como alimento e locais para nidificação. Considerando a limitação de recursos oferecidos pelos centros de reciclagem e a rotatividade dos materiais que são encontrados nestes ambientes, pode-se inferir que as espécies registradas apresentam tolerância para nidificar em ambientes desta natureza ou pelo menos estão incluindo-os em seu território de forrageamento.

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Quanto à suficiência amostral, foi verificado que a riqueza poderia ter sido maior que a amostrada. De acordo com o estimador de riqueza Chao 1, a diferença (21,2%) entre a riqueza observada e a estimada pode ser explicada pela ocorrência de espécies acidentais nas amostras. Esse estimador sofre influência de espécies que ocorrem em unicatas e duplicatas nas amostras (CHAO, 1987). A maior frequência de D. brunneus e P. brevicona nos ambientes de reciclagem pode ser explicada pela tolerância que estas espécies apresentam para se fixar sob tais condições ambientais. Estas espécies são generalistas, oportunistas e são tolerantes aos ambientes abertos e desprovidos ou com pouca vegetação (SILVESTRE et al., 2003; LUTINSKI et al., 2013). Dorymyrmex é um gênero ecologicamente importante, constitui- se de mais de 60 espécies, sendo 10 delas registradas em território brasileiro (BACCARO et al., 2015). A espécie Linepithema humile é descrita associada com ambientes desestruturados (VEGA e RUST, 2001). No entanto, neste estudo, foi caracterizada como pouco frequente nos centros de reciclagem. Formigas Camponotus são conhecidas como carpinteiras pelo hábito de nidificar em madeira (SUGUITURU et al., 2015). Existem cerca de 1.000 espécies registradas na região Neotropical (FERNÁNDEZ, 2003), sendo que 200 espécies são encontradas no Brasil (BACCARO et al., 2015). Algumas espécies de Camponotus são onívoras, de hábito preferencialmente noturno e nidificam em cavidades no solo, em árvores vivas ou mortas (SILVESTRE et al., 2003). Apesar da baixa frequência nas amostras, o aparecimento de formigas Camponotus significa que essas espécies podem estar incluindo os centros de reciclagem em sua área de forrageamento, mesmo que os ninhos estejam em locais adjacentes. A espécie C. acuta foi a única registrada para o gênero Cremastogaster. Segundo Longino (2003) a maior parte das espécies desse gênero possui o hábito arborícola, contudo, os ninhos também podem ser encontrados no solo. A ocorrência da espécie pode ser descrita como acidental, já que foram apenas três registros. Nylanderia é um gênero com 27 espécies registradas para a região neotropical. Destas, 12 são encontradas no Brasil (BACCARO et al., 2015). Formigas Nylanderia são classificadas como epigeias generalistas e possuem comportamento de recrutamento massivo (LAPOLLA; BRADY e SHATTUCK, 2011). O registro de apenas uma espécie do gênero Brachymyrmex pode estar associado ao fato de que estas formigas forrageiam no solo e na vegetação e por apresentarem sensibilidade às modificações do seu habitat (DELABIE, AGOSTI e NASCIMENTO, 2000). O registro de P. longicornis pode ser explicado por essa espécie ser tipicamente encontrada em ambientes abertos, onde colonizam facilmente áreas impactadas e/ou ocupadas pelo homem (SANTOS; DELABIE e RESENDE, 1999). Formigas cortadeiras Acromyrmex podem estar incluindo os centros de reciclagem em suas trilhas de forrageamento, no entanto como passagem já que utilizam material vegetal fresco para o cultivo dos fungos dos quais se alimentam (FOWLER; SILVA e SAES, 1986). Pheidole é um gênero composto por 1.004 espécies já descritas e 139 subespécies (SUGUITURU et al., 2015). É considerado um táxon hiperdiverso, comumente encontrado no estrato epigeo (BACCARO et al., 2015). São formigas ecologicamente dominantes e se alimentam de uma ampla variedade de fontes, tais como líquidos açucarados e fontes proteicas (BACCARO et al., 2015). Neste estudo as espécies de Pheidole espécies estiveram entre as mais frequentes nas amostras. Solenopsis representa um gênero composto por 192 espécies e 74 subespécies sendo abundantemente distribuídas no mundo (BACCARO et al., 2015). As espécies que mais se destacam na literatura são popularmente conhecidas como formiga lava-pés. São

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predominantemente onívoras. A formiga M. pharaonis é frequentemente encontrada em ambientes urbanos, associada com habitações humanas e com locais onde há carência de manutenção estrutural das edificações (BUENO e CAMPOS-FARINHA, 1999), o que pode explicar seus registros nesse estudo. Estudos realizados em terrenos baldios em cidades do oeste catarinense também registaram espécies de formigas Ponerinae (FARNEDA et al., 2007; IOP et al., 2009). As ocorrências de P. striata e H. trigona podem indicar a existência de vegetação nas áreas adjacentes aos centros de reciclagem já que são espécies dependentes de ambientes que possam suportar outros invertebrados dos quais dependem como presas. A mesma relação pode ser atribuída às espécies de Pseudomyrmex, também associadas à vegetação. Possuem o hábito arborícola, podendo incluir áreas próximas como área de forragemento (WARD, 2003). A análise de rarefação mostrou diferenças entre a amostra manual e as iscas. Segundo Fernández (2003), a coleta manual é comumente utilizada para a captura de espécies solitárias e é a maneira mais simples de se coletar formigas. As amostras com iscas atrativas são mais utilizadas na amostragem numérica de espécies, porém esse tipo de método depende do tipo de alimento oferecido, do tempo de exposição da isca no local e a hora do dia de exposição. A associação das espécies de formigas com os métodos de amostragem pode estar relacionada com o hábito alimentar de cada espécie. A ocorrência das espécies dos gêneros Dorymyrmex, Nylanderia e Solenopsis associadas às coletas manuais, pode ser explicada pelo fato de que espécies desses gêneros são comumente encontradas em ambientes abertos e facilmente visualizados no ambiente (DELABIE, AGOSTI e NASCIMENTO, 2000). Já a associação de espécies de Pheidole com as amostras obtidas com iscas, corrobora Lutinski et al. (2014) que também utilizaram iscas de mel e de sardinha para amostragem de formigas em quatro ambientes urbanos e registraram associação dessas formigas com estes métodos.

CONCLUSÃO Foram encontrados valores de riqueza e de abundância de formigas no ambiente de reciclagem comparáveis a outros ambientes urbanos e edificações, tais como, ambientes hospitalares, ambientes agrícolas, domésticos e escolares (LUTINSKI et al., 2014). Apesar das limitações de recursos oferecidos pelos centros de reciclagens, foi observada uma assembleia de formigas com espécies resilientes, capazes de colonizarem ou de forragearem neste tipo de ambiente. As formigas registradas nos centros de reciclagem são frequentemente registradas em estudos realizados na região e características de ambientes antropizados. Os resultados corroboram a literatura, demonstrando as restrições oferecidas pelos ambientes ocupados para atividades de reciclagem sobre as comunidades de organismos. Espécies sensíveis são eliminadas localmente, dando espaço para espécies generalistas, resilientes, capazes de colonizar tais ambientes. É relevante destacar que 11 das 33 espécies registradas tiveram apenas um registro, destacando o caráter acidental destes registros. Acrescenta-se que, como descrito na discussão, algumas espécies podem estar nidificando nos ambientes adjacentes e incluindo os centros de reciclagem apenas como local de forrageamento ou de passagem.

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Esses fatores indicam um caráter ainda mais restritivo dos centros de reciclagem para as formigas. A coleta manual amostrou a maioria das espécies de formigas, ficando as amostras com iscas como coadjuvantes. A seletividade das iscas pode ter contribuído para elevar a abundância de espécies como as do gênero Pheidole. Diante do aumento da população humana, do processo de urbanização e da fragmentação dos habitats naturais, se faz necessário conhecer a diversidade de organismos, dentre ele as formigas, capazes de colonizar os ambientes urbanos. É necessário conhecer a riqueza e da abundância desses insetos assim como destacar espécies resilientes aos impactos ambientais.

AGRADECIMENTOS: Ao Setor de Vigilância em Saúde Ambiental da Secretária de Saúde de Chapecó; à Universidade Comunitária da Região de Chapecó (UNOCHAPECÓ) pelo apoio técnico- científico; ao Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/FAPE) Edital n° 010 Reitoria/2016 pelo financiamento.

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