sessão cineclube Grupo EstaçãoeContracampo. Luiz CarlosJr. eRuyGardnier. P M P M www r r e e o o d d g g i i r r FILMOGRAFIA colaboração .contracampo.com.br a a a a ç ç m m ã ã (1932 - 1995) o o a a ç ç 98Menina( Bonita 1978 CloseUp[CM] 1976 OSopro noCoração ( 1970 1974 Aventureiro OLadrão ( 1967 Ascensor para oCadafalso 1958 1994 Perdas eDanos( 1992 1987 1986 ABaíadoÓdio( 1985 1984 1981 1980 Lucien Lacombe ( 1974 1974 1970 Extraordinárias Histórias 1968 Trinta Noite AnosEsta ( 1963 Vive letour [CM] 1962 VidaPrivada (Vieprivée) 1961 ZazienoMetrô ( 1960 OsAmantes ( 1959 OMundodoSilêncio 1956 1987 95Lua Negra ( 1975 99Loucuras dePrimavera ( 1989 1968 ( VivaMaria 1965 BonsbaisersdeBangkok [TV] 1964

d d ã ã o o o o

D D e e

e e ( uan trophumain Humain, Place delaRepublique L'Inde fantôme Calcutta Tio The P God's Country Crackers My Dinnerwith Atlantic City ( ( ( Adeus Meninos ( P P Vanya on42ndStreet Histoires extraordinaires A Le Mondedusilence b b r r scenseur pourl'échafaud o o a a t t Vânia emN d d e e u u : : ursuit ofHappiness ç ç

ã ã o o : :

Black Moon Viva Maria Les Amants o [TV] Pretty Baby [TV] André v Zazie danslemétro Damage A Lacombe Lucien a u revoir lesenfants Y ork ) ) Le Souffleaucœur ) Le Voleur ) Le Feu follet Milou enMai ) ) ) [T ) ) ) V] ) ) ) ) ) ) 91 CINEMA,ASPIRINAS EURUBUS 09/11 próxima sessão ) de Marcelo Gomes realização www.estacaovirtual.com de LouisMalle 2 deNovembro de2005-AnoIII–Ediçãonº102 Z SINOPSE Z com otáxideCharles, umamig seu sonhotemque seradiado.Ojeitoésecontentar Mas, parasuafrustração,ometrô entraemgrev A pequenaZazietemumaidéia fixa:andardemetrô. sujeito nadaconvencional paraospadrões. v Independente, desembarcaem Paris pelaprimeira Zazie éumagarotade15anos que moranointerior. ez. Lá, elaficahospedadanacasadeseutioGabriel, ez. A A Z Z I I E E

N N o deseutio. O O

apresenta M M cineclube e E E sessão T T FICHA TÉCNICA Noiret, Huber Elenc Produção: Músic Montagem: F R Direção: Cor Zazie danslemétr Jean-Paul Rappeneau P ot ontin . oteiro: R R ografia: ografia: , 92min o: a Or Catherine Demong Raymond Queneau,L Louis Malle Ô Ô iginal: Louis Malle. Henri Raichi. Kenout Peltier. t Deschamps,Carla Marlier F o –F iorenz rança/Itália, 1960, o Carpi,André eot, Philippe ouis Malle, . Um delírio magistralmente organizado Do Livro ao filme por Raymond Queneau, autor do livro Zazie no Metrô Zazie no Metrô é um filme moderno. Moderno no sentido que falamos, por exemplo, de física moderna. O espaço e o tempo da física da relatividade ou da física quântica não têm nada a ver com O livro e o filme são diferentes, como todos sabemos. E sabemos também que para muitos o espaço e o tempo da física clássica de Newton e de Maxwell. A mesma observação vale para um representantes da primeira atividade mencionada, a passagem de um para o outro é não somente filme de Malle ou de Godard. O tempo e o espaço de Zazie são específicos; eles definem o universo impossível, mas um sacrilégio. Também acontece de um filme, inspirado por uma obra até então de Zazie e nada além disso. pouco lida, adicionar de pensamento próprio um milésimo de alterações que seus adversários Zazie no Metrô é um filme experimental. A filmagem foi o laboratório em que Malle tentou diversas julgam infame. Apesar disso, o público se dispõe a ler, ou ao menos a comprar o produto do século fórmulas, entregou-se a “experiências de ver”, como teria dito Claude Bernard. Certas coisas que XVIII tardio ao qual o cinema dava uma dimensão inesperada. pareciam impossíveis ontem tornam-se hoje bastante possíveis. Assinalo de passagem o fabuloso O adaptador de um livro (para “transportá-lo”, como se diz, à tela), ora esmagado pela popularidade trabalho de montagem (tanto da edição de som quanto da imagem) que permite tirar partido das de uma obra (Os Três Mosqueteiros, Os Miseráveis), não pode se permitir nenhum imaginário; ora, proezas realizadas na filmagem. aproveitando-se de uma liberdade total, vê no livro que ele escolheu (ou que lhe impuseram) um Zazie é um filme crítico. Em dois sentidos. Primeiro, é obrigatoriamente uma crítica do mundo pretexto, um simples trampolim. moderno, mundo do caos e da destruição, mundo rompido, rasgado, irrespirável. O lugar Entre os dois, é difícil fazer qualquer coisa pessoal; é entretanto o que me parece ter realizado Louis privilegiado desse universo é a cidade: um inferno multicor com um monte de carros, um monte de Malle em seu último filme, intitulado Zazie no Metrô. Gosto demais do cinema – e acredito conhecê- painéis de anúncios em neon, um monte de pessoas de todas as nacionalidades amontoadas por lo bastante – para não conceder ao cineasta as modificações, os ajustes, as supressões que todo canto. É um mundo onde reina a brutalidade, um mundo cuja destruição pressentimos. A fúria necessariamente ele deve fazer. Ao mesmo tempo em que eu reconheço Zazie no Metrô como no destrutiva do fim é um apocalipse salutar. Deixamos de rir: a partir do sétimo rolo do filme, ficamos livro, eu vejo no filme uma obra original cujo autor se chama Louis Malle, uma obra insólita e poética siderados ela loucura que se apossa dos personagens. Ficamos definitivamente excluídos do jogo. na qual eu mesmo me surpreendo. Nos tornamos cada vez mais espectadores, inteiramente, ou seja, não estamos junto com o filme, e, como num sonho, nos desinteressamos por uma ação que não nos diz respeito diretamente. Nos (L’Express, 7 de outubro de 1960) sujeitamos e submergimos nesse redemoinho de violência, mas o que salva o filme da secura é um tipo de ternura que parece banhar os personagens. Nos é permitido encontrar refúgio num oásis cheio de frescor (penso no duo entre a delicada Carla Marlier e a deliciosa Annie Fratellini). Sobre o “exercício de estilo” Além disso, existe a cor, cuja utilização não é somente decorativa, ou mesmo psicológica, mas Dizem que eu faço exercícios de estilo. Não é nada disso. Eu penso que na realidade é alguma coisa poética. É nesse domínio, aliás não muito explorado, que Malle fez mais descobertas. Voltarei a falar de análogo ao que acontece na pintura. Eu não creio que um pintor encontre seu jeito de primeira; sobre isso quando for a ocasião. é preciso procurá-lo de todos os jeitos. No cinema, é a mesma coisa. Nos tempos de hoje, as pessoas têm idéias um pouco falsas, porque existe um certo número de jovens muito talentosos que Crítico, Zazie também o é na medida em que é uma reflexão sobre o cinema, não em geral, não parecem encontrar de uma vez só seu jeito. sobre a essência do cinema como Bresson, mas sobre os diferentes gêneros cinematográficos (o western, a comédia musical, os thrillers, as comédias e o desenho animado). E, na medida em que o De fato, acredito que é muito fácil fazer um primeiro filme. É como escrever um primeiro livro: é universo no qual vivemos acabou parecendo os filmes que nós amamos, acredito que esse sempre mais ou menos autobiográfico. procedimento é perfeitamente legítimo. Daí o realismo de Zazie, pois há na vida dos personagens de desenho animado, personagens de filmes policiais, meninas que parecem com (ou tentam Mas é o segundo filme que é o mais difícil! Eu decidi fazer filmes em todas as direções durante um parecer com) Brigitte Bardot. certo tempo, e a única coisa que me interessa é ter a certeza que o filme que eu faço é melhor do que o seguinte. Não o realismo da sangrenta vala comum à maneira de Clouzot ou de Autant-Lara, mas o de Joyce em Finnegans Wake. Foi Chaplin que evocou Joyce depois que Malle lhe projetou Zazie, e é normal, Não acredito que sejam exercícios de estilo. Vou até onde a minha curiosidade me leva. já que o autor de Ulisses, figura com Homero e Gustave Flaubert no panteão literário de Raymond Zazie no Metrô me ensinou muito mais do que tudo o que eu fiz antes dele. Queneau. Temos a impressão de algo que queremos fazer. Mas entre a idéia que temos, que é embelezada pela É um milagre que Zazie possua tamanha homogeneidade, que a continuidade possa ser mantida imaginação, e o resultado que obtemos, existe uma distância. É para reduzir essa distância que é preciso nessa permanente descontinuidade. arriscar. Ou então é preciso fazer filmes em três semanas, como Pollock, que jogava a tinta na tela. Jean Domarchi Há pessoas, como Godard, que conseguem o milagre de colocar o acaso a seu serviço – ou que (Arts, novembro de 1960) supõe talvez ainda mais talento. Louis Malle (L’Express, 27 de outubro de 1960)