Hoehnea 46(1): e582017, 1 tab., 3 fig., 2019 http://dx.doi.org/10.1590/2236-8906-58/2017 Diversidade estrutural e potencial biológico dos metabólitos secundários de espécies do gênero L.f. (): uma revisão da literatura

Rafael Pereira1, Elnatan Bezerra de Souza2, Raquel Oliveira dos Santos Fontenelle2, Mayron Alves de Vasconcelos1,4, Hélcio Silva dos Santos3 e Edson Holanda Teixeira1, 5

Recebido: 5 setembro 2017; aceito: 8 março 2019

Como citar: Pereira, R., Souza, E.B., Fontenelle, R.O.S., Vasconcelos, M.A., Santos, H.S. & Teixeira, E.H. 2019. Diversidade estrutural e potencial biológico dos metabólitos secundários de espécies do gênero Myroxylon L.f. (Fabaceae): uma revisão da literatura. Hoehnea 46: e582017. http://dx.doi.org/10.1590/2236-8906-58/2017.

ABSTRACT - (Structural diversity and biological potential of secondary metabolites of of Myroxylon L.f. (Fabaceae): a review of the literature). Chemical compounds with biological activities isolated from and used by the population through extracts and essential oils are promising sources of prospection for new drugs. The genus Myroxylon L. f. showed high pharmacological potential being used in popular medicine for the treatment of various diseases such as wounds, colds, ulcers, headache, and ear infections. This review article presents the main phytochemical and pharmacological characteristics of the species of Myroxylon (M. peruiferum L.f., M. balsamum (L.) Harms and M. pereirae (Royle) Klotzsch), whose studies of biological activities are promising. Keywords: Ethnopharmacology, Papilionoideae, Phytochemistry

RESUMO - (Diversidade estrutural e potencial biológico dos metabolitos secundários de espécies do gênero Myroxylon L.f. (Fabaceae): uma revisão da literatura). Compostos químicos com atividades biológicas isolados de espécies vegetais e usados pela população por meio de extratos e óleo essencial são promissoras fontes de prospecção de novos fármacos. O gênero Myroxylon L. f. apresenta elevado potencial farmacológico, sendo usado na medicina popular para o tratamento de diversas enfermidades, tais como feridas, catarros, úlceras, dores de cabeça e de ouvido. Este artigo de revisão apresenta as principais características fitoquímicas e farmacológicas das espécies do gênero Myroxylon (M. peruiferum L.f., M. balsamum (L.) Harms e M. pereirae (Royle) Klotzsch), cujos estudos de atividades biológicas são promissores. Palavras-chave: Etnofarmacologia, Papilionoideae, Fitoquímica

Introdução conhecimento científico intensificou os estudos sobre plantas medicinais, relacionando a sua composição Os vegetais têm sido utilizados com fins química com os seus efeitos, confirmando, muitas medicinais desde o início da civilização humana para a vezes, a sua utilização popular (Cavalcante et al. 2013). finalidade de prevenção, tratamento e cura de diversas Várias espécies vegetais apresentam constituintes na doenças (De Carvalho et al. 2013). A evolução do sua composição química, compostos possuidores de

1. Universidade Federal do Ceará, Departamento de Patologia e Medicina Legal, Rua Monsenhor Furtado, s/n, Rodolfo Teófilo, 60441‑750 Fortaleza, CE, Brasil 2. Universidade Estadual Vale do Acaraú, Centro de Ciências Agrárias e Biológicas, Avenida da Universidade, 850, Betânia, 62040-370 Sobral, CE, Brasil 3. Universidade Estadual Vale do Acaraú, Departamento de Química Orgânica, Centro de Ciências Exatas e Tecnologia, Avenida Dr. Guarani, 608, 62042-030 Sobral, CE, Brasil 4. Universidade do Estado do Rio Grande do Norte, Departamento de Ciências Biológicas, Faculdade de Ciências Exatas e Naturais, Rua Prof. Antônio Campos, Costa e Silva, s/n, BR 110, km 48, 59610-090 Mossoró, RN, Brasil 5. Autor para correspondência: [email protected] 2 Hoehnea 46(1): e582017, 2019 várias atividades biológicas, dentre as quais, podemos destacando-se algumas espécies desta família no destacar as atividades: antimicrobianas, antioxidantes tratamento de doenças devido às suas propriedades e anticâncer. curativas e terapêuticas. Muitas delas são usadas tanto A família Fabaceae, também denominada na farmacologia quanto na medicina popular (Gomes Leguminosae, pertence à ordem , classe et al. 2008). Magnoliopsida e divisão Magnoliophyta (Roskoy Loiola et al. (2010) destacam o uso de plantas da et al. 2007). É composta por aproximadamente 19.000 família Fabaceae como recurso medicinal em várias espécies distribuídas em 695 gêneros (Giulietti et al. comunidades rurais da Caatinga, mencionando a 2005). Esta família é formada por árvores, arbustos, utilização dessas plantas em rituais religiosos além lianas e ervas e tem distribuição cosmopolita (Di Stasi de enfatizarem a influência desse grupo de plantas na & Hiruma-Lima 2002). O Brasil apresenta cerca de cultura sertaneja. 2.827 espécies distribuídas em 222 gêneros, sendo As espécies desta família são ricas em flavonoides que 1.524 espécies e 16 gêneros são endêmicos (BFG e compostos biossinteticamente relacionados, 2015). como o rotenóides e isoflavonoides. Alcaloides, É uma das maiores e mais importantes famílias terpenoides e esteroides são exemplos de outras botânicas, devido ao grande número de espécies classes de substâncias na qual ocorrem em muitos vegetais utilizadas como fonte de produtos alimentares, exemplares da família, já os taninos têm frequência medicinais, ornamentais, madeireiros e fornecedores muito baixa se comparada aos flavonoides (Rocha & de forragem, fibras, corantes, gomas, resinas e Silva et al. 2007). Deste modo, o estudo fitoquímico óleos (Di Stasi & Hiruma-Lima 2002, Watson & e farmacológico tem se tornado imprescindível para Dallwitz 2009). A família Fabaceae é dividida em auxiliar na identificação de substâncias bioativas, três subfamílias: , Caesalpinioideae e comprovando a sua eficácia e tornando o seu uso Mimosoideae (Souza & Lorenzi 2008). seguro. Dentre os principais gêneros da subfamília Faboideae, destaca-se Myroxylon L. f, cujos estudos Gênero Myroxylon fitoquímicos e biológicos de extratos, óleos essenciais O gênero Myroxylon foi descrito pelo cientista e/ou metabólitos secundários estão sendo relatados Linnaeus Filius (1781), com base nas amostras tanto na medicina cientifica quanto na medicina provenientes da América do Sul, coletadas por Mutis. popular. Apenas duas espécies são encontradas no As espécies desse gênero Myroxylon são denominadas, Brasil: M. peruiferum L. f., amplamente distribuída no popularmente, por diferentes nomes nas áreas de país, e M. balsamum, este último apenas é encontrado ocorrências, como Chuchupate (Linares & Bye 1987), em território brasileiro no Estado do Acre (Sartori Guatemala (Léon & Alain 1951), Bálsamo, Cabreúva- et al. 2015). vermelha, Pau-de-incenso, Caboreiba-vermelha, Entretanto, a importância de realização de Cabreúva e Pau-vermelho (Lorenzi 1992). estudos sobre plantas medicinais não reside apenas O bálsamo terapêutico mais utilizado é do na caracterização química e física, mas sim na Peru e do Tolu, obtidos das espécies M. pereirae e possibilidade de vincular os conteúdos apresentados M. balsamum, respectivamente. Algumas diferenças com determinadas propriedades funcionais bioativas. são abordadas entre as espécies produtora do bálsamo, Nesse contexto, objetivou-se com este artigo tanto nos aspectos morfológicos quando no seu aroma. apresentar um levantamento bibliográfico do potencial É descrito que essas espécies do gênero Myroxylon têm fitoquímico e farmacológico das espécies do gênero uso na medicina popular deste o início da civilização, Myroxylon: M. peruiferum L. f., M. balsamum (L.) sendo usada contra acarinos e nos tratamentos de Harms e M. pereirae (Royle) Klotzsch. feridas e vias respiratórias (Inenami et al. 1984). Resultados e Discussão De acordo com Fluckiger & Hanbury (1874), é no caule desse gênero que são encontrados os principais constituístes que são utilizados como ingredientes para Família Fabaceae a fabricação de pomadas cicatrizantes, aromatizante Fabaceae constitui uma das famílias botânicas de xarope e de sabão. Linares & Bye Jr. (1987), de grande importância econômica e medicinal, acrescentam ainda, a utilização como medicamento Souza et al.: Potencial biológico de metabólitos secundários do gênero Myroxylon 3 para congestão nasal, dores estomacais e reumáticas, aerogenes, Klebsiella pneumoniae, Providencia e para fabricação de perfumes. Entretanto, trabalhos spp, Proteus mrabilis, Pseudomanas aeruginosa, relacionados a atividades farmacológicas do gênero Staphylococus aureus e Salmonella Typhimurium, e Myroxylon são escassos na literatura. sensíbilidade para Streptococcus pyogenes, Shigella flexneri, Shigella sonnei, Staphylococcus epidermidis L. f e Staphylococcus spp. Descrição geográfica - É uma planta de origem nativa, Matos Neto (2013) demonstrou que o extrato não endêmica no Brasil, com distribuição geográfica etanolico da casca de M. peruiferum apresenta confirmadas no Nordeste (Bahia, Ceará, Paraíba), atividade antimicrobiana sobre cepas isoladas a Centro-oeste (Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso partir de contaminação em alimentos, dentre estas, do Sul, Mato Grosso), Sudeste (Espírito Santo, Minas Staphylococcus aureus (ATCC 25923), Enterococcus Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo) e Sul (Paraná). faecalis (ATCC 29212), Klebsiella pneumoniae, Pode ser encontrada no Cerrado e na Mata Atlântica Aeromonas caviae, Pseudomonas aeruginosa, Víbrio (Sartori 2015). parahaemolyticus, e Escherichia coli. A cabreuvina é o composto mais importante do extrato acetato de Conhecimento popular - Myroxylon peruiferum etila de M. peruiferum, com atividade antibiótica (Fabaceae) é conhecida popularmente como cabriúva, comprovada contra Helicobacter pylori. (Ohsaki pau-de-bálsamo e bálsamo. É uma planta decídua, et al.1999). heliófita, possuindo cerca de 10 a 20 metros de altura. A ação de compostos bioativos sobre fatores de Suas folhas são compostas pinadas, de ocorrência virulência de determinados microrganismos é uma em quase toda a extensão do país e a madeira é das alternativas mais promissoras para combater adequada para mobiliário, revestimentos, construção microrganismos patogênicos. A partir do extrato civil, dentre outras atribuições, por causa da sua alta aquoso das folhas de M. peruiferum, Trentin et al. resistência ao apodrecimento (Lorenzi 1998). (2011), constataram a atividade antimicrobiana deste Em relação ao conhecimento popular, Lorenzi vegetal na formação do biofilme de Staphylococcus & Matos (2002) relatam que a utilização das folhas, epidermidis ATCC 35984. frutos e resina do M. peruiferum é ideal para combater Muñoz et al. (2000) mostraram que o extrato feridas e úlceras. Lorenzi & Matos (2008) acrescentam etanolico do fruto apresentou inibição de 100 µg/mL ainda, a recomendação do uso para asma, reumatismo, em atividade antimalárica in vitro, cerca de 44% de catarro, feridas externas, dor de cabeça, torcicolo inibição. Relataram ainda, a atividade in vivo em ratos e tuberculose. Sandoval et al. (1996) mostraram a com dose de 1000 mg/kg, com 35% de inibição. utilização do extrato aquoso do fruto para aliviar a dor O óleo essencial da casca de M. peruiferum de ouvido. De acordo com Nogueira (1977), todas as apresentou inibição frente à Leishmania amazonensis partes da planta são consideradas medicinais (a casca, de IC 162, 25 μg/mL. Já para a citotoxicidade a entrecasca, a madeira, as folhas e o óleo). 50 contra células monocamada de L6, o óleo essencial Composição química e Propriedades farmacológicas - apresentou concentração capaz de paralisar 50%

O estudo da composição química fixa dos extratos (CC50) das células após 24 h de tratamento de 160, benzênico e etanólico do caule de M. peruiferum 80, apresentando baixa toxicidade. (Andrade et al. possibilitou o isolamento de isoflavonoides (1-38) 2016). Para atividade antioxidante, Silva-Júnior et al. (Oliveira et al. 1978, Maranduba et al. 1979). Além (2015) demonstraram claramente pela primeira vez de outras classes de metabólicos como a cumarina que os extrato metanólico e aquoso das folhas de M. 2h-1-benzo-piran-2-ona (39) (figura 1) endógena nas peruiferum apresentam forte atividade antioxidante sementes de M. peruiferum, a qual está provavelmente nos ensaios in vitro realizados. relacionada com o efeito alelopático da espécie Recentemente, Pereira et al. (2018) extraíram o (Inenami 1984). óleo essencial de folhas de M. peruiferum e isolaram O estudo realizado por Gonçalves et al. (2005 e o composto hidróxi- 4',6-dimetóxi-isoflavona a partir 2007), mostraram que o extrato hidroalcoólico da casca do caule da mesma planta. A análise da composição de M. peruiferum apresenta atividade antimicrobiana química do óleo essencial mostrou como constituintes pelo método de difusão em ágar contra isolados majoritários os compostos α-pineno (14,85 %), clínicos das espécies: Escherichia coli, Enterobacter Germacreno D (17,15 %) e E-cariofileno (10,78 4 Hoehnea 46(1): e582017, 2019

Figura 1. Representação estrutural das substâncias isoladas de M. peruiferum. Figure 1. Structural representation of substances isolated from M. peruiferum. Souza et al.: Potencial biológico de metabólitos secundários do gênero Myroxylon 5

%). A atividade antibacteriana e antifúngica do óleo atividade sobre S. aureus, S. epidermidis e S. essencial e da isoflavona foram avaliadas sobre haemolyticus (Machado et al. 2005). espécies relacionadas a infecções. Os resultados Estudos realizados por Jeong-Hyun & Lee (2010) obtidos demonstraram que o óleo essencial e a demostraram o potencial antifúngico da resina de M. isoflavona apresentaram atividade bacteriostática balsamum frente à Malassezia furfur. Enquanto Sales e/ou bactericida sobre Staphylococcus aureus e et al. (2016), mostraram em ensaios in vitro, que a Staphylococcus epidermidis; e atividade fungistática tintura mãe de M. balsamum apresentou zonas de e fungicida sobre diferentes estirpes do fungo inibição de crescimento de 12 e 11 mm de diâmetro dermatófito Trichophyton rubrum. Além disso, tanto para Chalara paradoxa e Fusarium guttiforme o óleo essencial como a isoflavona apresentaram respectivamente. Os ensaios foram realizados pelo significante atividade antioxidante. método de difusão em ágar. As tinturas maternas apresentaram alta difusão no meio de crescimento (L.) Harms devido ao seu caráter hidrofílico (Talibi et al. 2012), Distribuição geográfica - É uma planta de origem tornando os grupos químicos ativos disponíveis para os nativa, não endêmica no Brasil, com distribuição fungos analisados, o que representa uma característica geográfica confirmada apenas no Acre (Sartori 2015). importante na avaliação de novos compostos. Bálsamo do Tolu é obtido a partir M. balsamum uma Já Simas et al. (2004), utilizaram a fração árvore da família Fabaceae, nativa da Colômbia hexânica do extrato etanólico da casca de M. e Venezuela. Ele também cresce nas Antilhas, balsamum e foi caracterizada uma substância ativa, principalmente em Cuba. O bálsamo é produzido denominada de sesquiterpeno E-nerolidol (49) fazendo incisões na casca das árvores, sob a forma de (figura 2), mostrando‑se atividade larvicida sobre o canais (Bährle-Rapp 2007). Este bálsamo foi incluído A. aegypti, com uma CL50 de 17 ppm. Em trabalho na Farmacopeia Britânica, em 1820, com indicação anterior, Chantraine et al. (2002) relataram atividade para o tratamento de bronquite, laringite, diarreia, e larvicida para a mesma fração, apresentando uma CL50 leucorreia, e como um aromatizante alimentar. de 9,0 ppm. Conhecimento popular - É amplamente utilizado Jankowsky (2005) em seus experimentos como uma loção para o tratamento de feridas, úlceras sobre atividade anticâncer descreve que o extrato e sarna, condicionadores capilares, produtos anticaspa, diclorometano e etanolico da casca de M. balsamum desodorantes, sabões, cremes, loções, pulverizações apresentaram atividade citostática e citocida para as e comprimidos para resfriado comum. (Taylor, 1998, linhagens celulares: melanoma, carcinoma mamário, BBaylor, 19, 2007, Heinrich et al. 2008). carcinoma mamário resistente e carcinoma de Composição química e Propriedades farmacológicas - grande célula, leucemia, adenocarcinoma ovariano, O estudo da composição química fixa do extrato prostático, colorretal e de células renais. etanólico das folhas de M. balsamum possibilitou No que se refere à toxicidade, Popova et al. (2001) o isolamento de triterpenos (40-53) (Wahlberg demostraram que os extratos com éter de petróleo, et al. 1971, Mathias 2000). Adicionalmente foi etanol e n-butanol de M. balsamum apresentaram constatado também a presença na fração hexânica toxicidade sobre Artemia salina com IC50 1,8, 1,7,0,4, do isoflavonóide cabreuvina (1) (figura 1) isolado 0,4 e 23, respectivamente. anteriormente de M. peruiferum e marcador químico Em relação à atividade antioxidade, estudos da espécie, além do sesquiterpeno E-nerolidol (54) realizados por Saleh et al. (2010) mostraram que o óleo (figura 2) (Simas et al. 2004). essencial de M. balsamum apresentou mais de 90% de O extrato etanólico assim com as frações inibição do radical livre 2,2-difenil-1-picril-hidrazil hexânica e clorofórmio da casca de M. balsamum (DPPH) nas concentrações de 100 mg/mL, 25 mg/L apresentaram atividades sobre bactérias resistentes, e 5 mg/mL. Produtos naturais estão em crescente especialmente, Staphylococcus aureus resistente demanda para a fabricação de alimentos, cosméticos à meticilina e Pseudomonas aeruginosa isoladas e produtos farmacêuticos. O balsamo do Tulo é um de infecções hospitalares, revelando a sua possível agente bloqueador solar bem conhecido na qual aplicação clínica. O bioensaio com o extrato levou apresenta um fator de proteção solar (FPS) adequado, à identificação da chalcona isoliquiritigenina (55) quando comparado com o ácido aminobenzóico (El- (figura 2), um composto antimicrobiano, apresentando Shaer 2006). 6 Hoehnea 46(1): e582017, 2019

Figura 2. Representação estrutural das substâncias isoladas de M. balsamum. Figure 2. Structural representation of substances isolated from M. balsamum. Souza et al.: Potencial biológico de metabólitos secundários do gênero Myroxylon 7

Figura 3. Representação estrutural das substâncias identificados no óleo essencial de M. pereirae. Figure 3. Structural representation of the substances identified in the essential oil of M. pereirae.

Myroxylon pereirae (Royle) Klotzsch De fato, M. pereirae pode causar dermatite de contato alérgica, contato urticária, reação fototóxica Distribuição geográfica - M. pereirae é uma espécie (Kroon 1983), reações de contato não imunológico nativa da América Central (Robbers et al. 1996). (Tanaka et al. 2004, Katsarou et al. 1999), assim como Conhecimento popular - Tradicionalmente é utilizada a susceptibilidade a uma reação imediata. Atualmente no tratamento contra câncer (Hartwell 1970). Esta essa espécie é considerada um marcador de alergia espécie produz um bálsamo denominado como em perfumes (Hjorth1961, Larsen 1985), sendo que bálsamo do Peru, assim chamado porque um dos a presença de muitos alérgenos em perfumes ocorre primeiros lugares que foi vendido foi no Porto no Peru pela possível presença de componentes presentes no (Robbers et al. 1996). As folhas e caule foram usados bálsamo do Peru ou estão intimamente relacionados por tribos indígenas do México e América Central para a eles (Avalos-Peralta et al. 2005). o tratamento de asma, catarro, reumatismo e feridas M. pereirae é uma planta amplamente utilizada externas (Taylor 1998). em preparações tópicas para o tratamento de feridas, Composição química e Propriedades farmacológicas‑ cicatrização de enxerto de pele, úlceras indolentes, sarna, A análise do óleo essencial da resina de M. pereirae assaduras, hemorroidas, prurido anal, escaras, intertrigo, possibilitou a identificação dos constituintes álcool eczema e outros; em tônico capilar e preparações anti- benzílico (56), ácido benzóico (57), vanilina (58), caspa, sprays de higiene feminina, e como um fixador ácido cinâmico (59), (E)-nerolidol (60), benzoato ou a fragrância (Opdyke 1974, Carson et al.2003). de benzila (61) e cinamato de benzila (62) (figura 3) O óleo essencial e os seus constituintes apresentaram atividade larvicida contra A. aegypti, (Seo et al. 2012). apresentando grandes vantagens, tais como um M. pereirae possui propriedades antissépticas, efeito mínimo de degradação sobre o ecossistema antibacteriana e antiparasitária (especialmente para com pouco resíduo na água. (Seo et al. 2012). Em a sarna) (Blumenthal & Klein 1995). O Bálsamo do relação à atividade antioxidante, estudos realizados Peru tem sido vastamente estudado como um agente por Lin et al. (2009) mostraram que o óleo essencial alergênico em muitas áreas, e as suas substâncias de M. pereirae apresentou atividade antioxidante nos são encontradas em muitos produtos utilizados na testes de inibição do radical livre DPPH. sociedade, tais como alimentos e produtos de higiene, como sabonetes, desodorantes, perfumes e outros. Conclusão Farnesol, uma substância que está presente no bálsamo do Peru, mostrou uma elevada percentagem das Apesar do crescente uso de plantas medicinais alergias de contato (Schnuch et al. 2004). na medicina popular, é importante à comprovação 8 Hoehnea 46(1): e582017, 2019 . 2015 . 2008 . 2016 .1999 . 2011 . 2000 al . 2005, 2007

et al et et al

et al et al et al et al Referências Pereira 2018 Pereira 2018 Matos Neto 2013 Ohsaki Muñoz Trentin Trentin Andrade Carvalho Silva - Júnior (Royle) Klotzsch. (Royle) Klotzsch. Gonçalves de M. pereirae , M. pereirae M. pereirae 162, 50 e e e dose de Escherichia de IC spp.

Harms e , e , e sensíbilidade kansasii in vitro

(L.) (L.) Harms and em ratos. Aeromonas caviae, Aeromonas , amazonensis , Enterococcus faecalis , Enterococcus 35984. ATCC in vivo Helicobacter pylori Staphylococcus Stapylococcus aureus Stapylococcus aureus e e antioxidante. e antioxidante. M. balsamum . Mycobacterium tuberculosis M. balsamum Mycobacterium e coli

L.f., 160, 80. Leishmania das células após 24 h de tratamento

L.f., ) ; antifúngica sobre o fungo dermatófito ; antifúngica sobre o fungo dermatófito 25923) (ATCC 50 avium

Atividade Biológica em atividade antimalárica , Proteus mrabilis, Pseudomanas aeruginosa, , Proteus , Klebsiella pneumoniae M. peruiferum spp Trichophyton rubrum Trichophyton rubrum Trichophyton : M. peruiferum : Staphylococcus epidermidis 1000 mg/kg em atividade e citotoxicidade contra células monocamada de L6 na Atividade antibiótica contra Mycobacterium Staphylococcus epidermidis /mL Atividade antimicrobiana na formação do biofilme de Streptococcus pyogenes, Shigella flexneri, sonnei, Streptococcus Atividade antibaceriana sobre Atividade antibaceriana sobre Apresentou atividade antioxidante nos ensaios in vitro. μg 29212) (ATCC Myroxylon Atividade antimicrobiana sobre Staphylococcus aureus Staphylococcus aureus Providencia Providencia Myroxylon para 25 Staphylococus aureus e Salmonella Typhimurium Staphylococus aureus Stapylococcus epidermidis Stapylococcus epidermidis Escherichia coli, Enterobacter aerogenes, Klebsiella pneumoniae, aerogenes, Escherichia coli, Enterobacter Apresentou inibição frente à Pseudomonas aeruginosa, Víbrio parahaemolyticus Inibição de 100 µg/mL concentração de 50% (CC etila aquoso Extrato Preparação isoflavona) 6 - dimetoxi hidroalcoólico Óleo essencial Óleo essencial Extrato aquoso Extrato etanólico Extrato etanólico Extrato etanólico Extrato acetato de casca (7 - hidroxi 4´, Extrato metanólico e Isoflavona isolada da Fruto Folha Folha Casca Casca Casca Casca Folhas Folhas madeira Tronco da Tronco Parte usada

Tabela 1. Propriedades farmacológicas de espécies do gênero Tabela 1. Pharmacological properties of species the genus Table Espécie Myroxylon peruiferum Myroxylon L.f. Souza et al.: Potencial biológico de metabólitos secundários do gênero Myroxylon 9 do seu efeito farmacológico. Os resultados desta Fluckiger, F. A. & Hanbury, D. 874. Balsamum tolunatum. revisão confirmam o promissor potencial deste gênero Pharmacographia 15: 177-184. como fonte de substâncias bioativas. Contudo, é Giulietti, A.M., Harley, R.M., Queiroz, L.P., Wanderley, extremamente necessária uma investigação cientifica M.G. & Berg, C.V.B. 2005. Biodiversidade e conservação mais aprofundada das espécies do gênero Myroxylon das plantas no Brasil. Megadiversidade 1: 52-60. partir de seus extratos brutos, frações e óleos essenciais Giulietti, A.M., Harley, R.M., Queiroz, L.P., Wanderley, com o objetivo de utilizá-los especificadamente no M.G. & Berg, C.V.B. 2005. Biodiversidade e tratamento de doenças. conservação das plantas no Brasil. Megadiversidade 1: 52-60. Gomes, E.C.S., Barbosa, J., Vilar, F.C.R., Perez, J.O., Literatura citada Vilar, R.C. Freire, J.L.O., Lima, A.N. & Dias, Andrade, M.A., Azevedo, C.S., Motta, F.N., Santos, T.J. 2008. Plantas da Caatinga de uso terapêutico: M.L., Silva, C.L., Santana J.M., & Bastos, I.M.D. Levantamento Etnobotânico. Engenharia Ambiental, 2016. Essential oils: in vitro activity against Leishmania Espírito Santo do Pinhal 5: 74-85. amazonensis, cytotoxicity and chemical composition. Gonçalves, A.L, Filho, A.A. & Menezes, H. 2005. Estudo BMC Complementary and Alternative Medicine 16:1-8. comparativo da atividade antimicrobiana de extratos Avalos-Peralta, P., García-Bravo, B., & Camacho, F.M. de algumas árvores nativas. Arquivos do Instituto 2005. Sensitivity to Myroxylon pereirae resin (balsam of Biológico 72: 353-358. Peru). A study of 50 cases. Contact Dermatitis 52: 304-306. Gonçalves, A.L. 2007. 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